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DISCURSO DA SERVIDÃO VOLUNTÁRIA

Étienne de la Boétie
Questões e proposições
1. Como tantos homens – burgos, cidades, nações – suportam um tirano?
 A servidão voluntária
 O fascínio exercido pelo tirano (24)
2. O que pode ser isso?
3. Como isso se chama?
4. Por que vício vemos um grande número de pessoas não só obedecer, mas servir? (25)
5. Chamaremos isso de covardia?
 Se são tanto contra um, isso pode ser covardia? Ou desprezo ou desdém? (26)
6. Que vício explica essa servidão, que não merece o título de covardia, que não
encontra nome suficientemente indecoroso, que a natureza se nega a conhecer e a língua
se recusa a pronunciar? (26)
7. Imaginando uma luta, que guerreiros irão com mais coragem ao combate: os que
lutam pela sua liberdade ou os que esperam ser servos como prêmio? (26)
8. O que deu poder para vencer tantas vitórias aos exércitos gregos? (o desejo de
manter a liberdade) (27)
9.Quem poderia acreditar que um só homem oprimie cem mil e os priva de sua
liberdade? (27)
 Uma saída possível – não consentir com a servidão
 A tirania é possível por causa da concordância da maioria cm ela (28)
 Quanto + lenha, + fogo
 Quanto + serviço e doação, + tirania
 Os homens desprezam a liberdade porque é fácil consegui-la (?????) (29)
 A cegueira ou descuido com a pilhagem de coisas e da própria felicidade (29-30)
10. De onde o tirano tira tantos olhos que vos espiam, se não os colocais à disposição
dele? (30)
11. Como tem tantas mãos para vos bater, se não as empresta de vós? (30)
12. Os pés que pisoteia vossas cidades não são também os vossos? (30)
13. Tem algum poder sobre vós que não venha de vós mesmos? (30)
14. Como se atreveria a atacar-vos, se não tivesse vossa conivência? (30)
15 Que mal poderia fazer-vos, se não fôsseis os hospedeiros dos ladrões que vos pilham,
os cúmplices do assassino que vos mata e os traidores de vós mesmos? (30)
15. Como essa vontade obstinada de servir criou raízes tão profundas que se pode julgar
que o amor à liberdade não é algo natural? (31)
16.Se somo todos companheiros e irmão, como se instaura entre nós a servidão? (32)
 Nascemos livres?
 Somos naturalmente livres e com paixão para defender a liberdade? (32)
17. Se todos os animais desejam a liberdade, o que faz com que os animais humanos
percam a memória do seu primitivo desejo de ser livres? (33)
 Tipos de tiranos:
 Os que adquirem o poder pelo voto
 Os que adquirem o poder pela força das armas
 Os que adquirem o poder peça sucessão hereditária (34)
18. O que faz os humanos escolherem a servidão se podem ter a liberdade?
 Ou são forçados
 Ou são enganados por outros ou por si mesmos – ver Byunh-Han e a servidão
voluntária contemporânea nos trabalhos em casa e na ideologia do o
empreendedor de si mesmo
 O povo subjugado a princípio sofre, mas as gerações seguintes se oferecem tão
prontamente à servidão que se diria que eles não perderam a liberdade, mas
ganharam a servidão (36)
 O gozo da servidão
 A paixão do instrumento
 A síndrome de Mirtrídates – o treino para suportar o envenamento, pela
constância com que se toma o veneno (36)
 PRIMEIRA RAZÃO DA PAIXÃO DA SERVIDÃO VOLUNTÁRIA – O
PODER DO HÁBITO, DO QUE ENCONTRAMOS PRONTO (37) – o
agenciamento da servidão exercido pela educação, pela repetição
 Licurgo (A educação dos filhos, de Plutarco), os dois cachorros e o poder da
educação (38) A estória do persa e dos dois espartanos: estes preferem a
liberdade aos favores do tirano (39)
 Os que já nascem escravos, não tendo experimentando nunca a liberdade devem
ser desculpados em sua prontidão para a servidão (40)
19. Como vê o “populacho”?
 Contenta-se em olhar sob seus pés, sem olhar para trás, para os lados, para cima
ou para frente (41-41)
 O medo que os tiranos têm dos livros e da instrução (41)
 Os que lutam pela liberdade facilmente vencem (???) (43)
 O temor dos tiranos e sua luta para conquistar os ‘homens sem valor’ (45-46)
 A funcionalidade dos jogos para produção da dominação (46)
 Inclinação do povo ignorante: desconfiar do que o ama, amar e acreditar no que
o engana (47)
 O pão e o circo para a operacionalização da dominação (47)
 A desmistificação do ‘povo’, dos dominados (47-48)
 O agenciamento dos discursos sobre o bem público e o interesse geral para
possibilitar a dominação (49)
 O recurso dos tiranos à excepcionalidade, a poderes especiais, ao mistérios, à
religião, como agenciamento da sedução dos povos (49-50)
 LA BOÉTIE ESCORREGA: A JUSTIFICATIVA DA MONARQUIA
FRANCESA (52)
 A SEGUNDA RAZÃO DA SERVIDÃO VOLUNTÁRIA – a paixão pelo
tirano e pela tirania (o desejo de tiranizar) – a tirania em cascata,
começando com o quadro de conselheiros e se estendendo pelo tecido social
 Os interesses pela continuidade da tirania, pelos proveitos ganhos pelos quadros
de funcionários e elites ligadas ao tirano
 A possibilidade de ser um pequeno tirano sustentado pelo grande tirano (55)
 O preço da proximidade do tirano – abraçar a servidão (56)
 O preço que paga o tirano – mostrar sempre o rosto sorridente quando o coração
está apreensivo (62)

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