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Alentejo
e
Algarve
ÍNDICE GERAL
A ÍNDICE REMISSIVO
Alentejo
e
Algarve
Percursos de evasão
ALENTEJO E ALGARVE
Impressão:
PERES-SOCTIP, Indústrias Gráficas, SA
Estrada Nacional 10, km 108,3
Porto Alto
2135-114 SAMORA CORREIA
Prefácio
Quando lançámos a primeira edição do livro Percursos de Evasão, dissemos
que a nossa principal intenção era proporcionar aos leitores a possibilidade de,
por uns tempos, largarem a azáfama normal do dia-a-dia e ajudá-los a evitar,
tanto quanto possível, os eternos problemas de trânsito, as intermináveis filas de
gente e o feroz bulício citadino. Essa intenção mantém-se. Nos percursos que
compõem esta edição encontrará muitos locais onde ainda é possível respirar
a calma e a tranquilidade de campos cultivados a perder de vista – ou escutar
serenamente o suave bater das ondas nos extensos areais…
Mas, por outro lado, também o convidamos a descobrir, caso ainda não tenha
podido fazê-lo, que o Algarve não é apenas praia e que o Alentejo é muito mais
do que extensas searas. O Algarve também é serra agreste e castelos antigos;
e o Alentejo, parques refrescantes e pequenos açudes escondidos. É por isso
que procurámos que cada percurso fosse tão variado quanto possível. A si, resta-
-lhe selecionar os que melhor se adaptem às suas preferências.
Também desejámos que o livro fosse útil a públicos diferentes e que pudesse
ser adotado tanto por pessoas que viajam sozinhas, como por aquelas que o
fazem com amigos ou em família. Nesse sentido, procurámos incluir, nos diver-
sos percursos, sugestões que pudessem satisfazer as necessidades de um leque
suficientemente alargado de pessoas.
ALGARVE
112 13 Monchique
Pico de Fóia, Barranco de Pisões,
Maria Vinagre, Aljezur, Marmelete
120 14 Lagos
Bordeira, Carrapateira, Vila do Bispo,
Sagres, Cabo de São Vicente,
Barão de São João
126 15 Silves
Alcalar, Portimão, Lagoa, Porches,
Armação de Pêra, Guia, Algoz
136 16 Albufeira
Paderne, Alte, Rocha da Pena, Salir,
Fonte de Benémola, Querença,
Loulé, Vilamoura
144 17 Faro
Ruínas de Milreu, São Brás de Alportel,
Tavira, Quelfes, Olhão
3 Montemor-o-Novo • Santiago do Escoural • Arraiolos • Vimieiro • Pavia
• Cabeção • Mora • Brotas • Ciborro • Montemor-o-Novo
(Igrejinha, Evoramonte)
4 Estremoz • Aldeia
(Terena)
da Serra • Redondo • Alandroal • Vila Viçosa • Borba • Estremoz
5 (Valverde,
Évora • Viana do Alentejo • Alvito • Vidigueira • Portel • Évora
Alcáçovas, São Cucufate, São Manços)
6 (Outeiro,
Monsaraz • São Pedro do Corval • Reguengos de Monsaraz • Monsaraz
Esporão, Mourão)
7 (Carrasqueira,
Alcácer do Sal • Alcácer do Sal
Tróia, Barragem de Pego do Altar, Barragem de Vale de Gaio, Torrão)
9 Beja • Ervidel • Ferreira do Alentejo • Beja
(Mina Juliana, Aljustrel, Messejana, Peroguarda)
O
EXTENSÃO: 120 km Alentejo que lhe mostramos neste
percurso pouco ou nada tem que ver
Nisa
com vastas planícies pontilhadas de
Barragem da Póvoa
sobreiros solitários e céu azul a perder
Senhora da Penha de vista. Para aceitar as nossas propostas e descobrir
Castelo de Vide os recantos mais pitorescos, vai precisar de todo
Portagem o fôlego que os seus pulmões conseguirem reunir
Marvão e, bem entendido, calçado confortável. Basta uma
subida ao castelo de Castelo de Vide, a partir do
São Salvador de Aramenha
largo onde se situa a Fonte da Vila, para perceber
Barragem da Apartadura
nas pernas aquilo de que estamos a falar. Mas come-
Portalegre cemos por baixo. O nosso itinerário tem partida na
Crato vila de Nisa.
Flor da Rosa
Nisa
Alpalhão Barragem da Póvoa
Nisa
Castelo de Vide
Alpalhão
Sra. da Penha Marvão
São Salvador Portagem
de Aramenha
Barragem
da Apartadura
Flor da Rosa
Portalegre
Crato
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A Percurso 1
Barragem da Póvoa
rística especial, também aqui lhe podem das árvores. Se preferir, atravesse de novo
indicar a oficina de algum artesão. a praça e deixe as crianças divertirem‑se
na aranha elástica gigante próxima do
Para visitar o centro histórico de Nisa, posto de turismo.
atravesse a praça, em direção ao jar-
dim público. Vire à esquerda e depois
à direita, chegando ao Largo António Barragem da Póvoa
Granja, onde se situa a Porta da Vila, que
data do século XIII. Do castelo, mandado Para retemperar energias, propomos‑lhe
erigir por D. Dinis, já pouco resta. um pequeno desvio até à Barragem da
Póvoa, a 10 quilómetros de Nisa. Basta
Passando a Porta da Vila, entrará no cen- seguir as indicações. Depois de passar
tro histórico. O silêncio é a nota predomi- pelo paredão, encontrará um espaço
nante. Algumas casas conservam a traça para estacionar. Se pretender ficar algum
medieval. Deixe‑se perder pelas ruas tempo, poderá ser necessário um chapéu
estreitas. Se virar à esquerda, encontrará ‑de‑sol, uma vez que não existem sombras
a Igreja do Espírito Santo, cujas torres as junto da zona de banhos.
cegonhas escolheram para alcandorar
os seus ninhos. Com um pouco de sorte,
poderá observar mesmo alguns espé- Castelo de Vide
cimes. Mais à frente, poderá admirar a
curiosa fachada da Capela do Calvário. Se Depois de recarregar as baterias, dirija‑se
for descendo, chegará facilmente à Porta para Castelo de Vide. Terá de voltar pelo
de Montalvão, ao lado da qual se situa a mesmo caminho, virando à esquerda no
antiga cadeia. primeiro cruzamento. Depois, é só seguir
as placas.
De volta ao centro da vila, aproveite para
descansar no jardim público, junto à Miradouro da Senhora da Penha
biblioteca municipal, um espaço renovado Um pouco antes de chegar a Castelo de
onde poderá fazer uma pausa à sombra Vide, verá uma placa à direita, a indicar o
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A Alentejo
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A Percurso 1
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A Alentejo
tem à sua disposição um espaço aprazí- Olivença, um pouco adiante. Toda a vila
vel, com sombras e escadas de acesso à se situa intramuros. Tal poderá dever
água. A profundidade da piscina aumenta ‑se ao decréscimo populacional repen-
gradualmente. No segundo, encontrará tino que se verificou a partir de finais do
piscina artificial, parque infantil e parque séc. XVI, não tendo havido necessidade
de jogos. Tanto num caso como noutro, de expandi‑la para fora das muralhas.
os restaurantes não faltam. Ao fundo,
poderá apreciar uma ponte romana e, No século IX, Abd Al‑Rahman Ibn Muham-
à direita, uma torre militar. No séc. XV, mad Ibn Marwan Ibn Yunus, líder de um
os judeus expulsos de Espanha paga- movimento sufista (corrente mística do
vam portagem no local para passarem Islão), estava em guerra com os emires
para o lado português. Daí o nome da de Córdova e criou uma espécie de ter-
localidade. Nessa mesma torre, foi colo- ritório independente com sede numa
cada uma placa evocativa da passagem cidade por si fundada: Batalyaws, hoje
dos judeus. Badajoz. Conhecido como Ibn Marwan,
estabeleceu‑se entretanto num promon-
tório com vista sobre a região e deixou a
Marvão sua impressão digital no nome da locali-
dade. Assim se explica a ligação entre
Quando se sentir devidamente recupe- Marvão e Badajoz, celebrada no festival
rado, sente‑se ao volante e serpenteie anual Al‑Mossassa (em árabe, “a funda-
com as estradas que sobem até Marvão. ção”), que se tem realizado no mês de
Pode deixar o carro no exterior da mura- novembro. As ruas da vila enchem‑se com
lha ou entrar e estacionar no Largo de as bancas do soukh (mercado árabe) e as
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A Percurso 1
Museu municipal
Mesmo em frente ao jardim, encontrará
a Igreja de Santa Maria, construída entre
Igreja de Santa Maria, Marvão os séculos XIII e XIV, e que alberga o
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A Alentejo
Ruínas de Ammaia
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A Percurso 1
Portalegre
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A Alentejo
Sé Catedral
Suba de novo até à Praça da República.
Atravessando na direção da Porta de Ale-
grete, começará a descer até ao famoso
Café Alentejano, um ponto de encontro
dos portalegrenses. A partir daqui, a rua
começa a subir e vai dar à Praça do Muni-
Casa-Museu José Régio, Portalegre cípio, onde se encontra a Sé.
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A Percurso 1
Crato
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A Alentejo
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A Percurso 1
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A Alentejo
A
EXTENSÃO: 140 km través de uma paisagem heterogénea, que
Ponte de Sor se estende entre a planície alentejana e os
campos férteis do Ribatejo, propomos‑lhe
Tramaga
visitar vilas históricas como Alter do Chão
Alter do Chão
e Avis. Como as ofertas de museus são escassas, neste
Alter Pedroso percurso conta sobretudo a riqueza arquitetónica
Cabeço de Vide e paisagística.
Fronteira
Ponte de Sor
Ervedal
Tramaga
Avis Alter do Chão
Alter Pedroso
Barragem do Maranhão
Ponte de Sôr Cabeço de Vide
Ervedal Fronteira
Barragem Avis
do Maranhão
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A Percurso 2
cuidado, ideal para uma pausa ao fresco. tactar a câmara municipal (245 610 000).
Um pouco mais adiante, no mesmo largo, Ao lado, existe um pequeno espaço ajar-
atente na bela fachada do cineteatro. dinado, com esplanadas. É ainda junto
ao castelo, um pouco escondida, que
Museu Silvestre se encontra a mais bela e antiga fonte,
À esquerda do cineteatro, no n.º 8, uma totalmente feita em mármore branco de
curiosidade: o Museu Silvestre. Trata‑se Estremoz. Remonta ao século XVI e foi
de uma sala de exposições organizada mandada construir por D. Teodósio I,
por um particular, dedicada à vida e obra Duque de Bragança. Ostenta o escudo
de um autodidata da cidade, António nacional e as armas de Alter. Um pouco
Silvestre, que se desdobrou por várias ati- abaixo, localiza‑se a igreja matriz, caiada
vidades artísticas, como a pintura, a escul- de branco e bordejada a azul, construída
tura e a poesia. no século XX ao estilo do Estado Novo.
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A Alentejo
Alter Pedroso
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A Percurso 2
Cabeço de Vide
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A Alentejo
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A Percurso 2
Avis
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A Alentejo
Ao longe, Avis
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A Percurso 2
funciona o museu. Do acervo, fazem parte do espaço de lazer junto à albufeira, vire
peças de etnografia e arqueologia. sempre à direita. Depois de passar por
Pisão, volte novamente à direita e siga
Local: Convento de São Bento. a indicação Barragem. Atravessará uma
Contacto: 242 412 024 paisagem muito bonita, mas pedregosa,
(posto de turismo). que dificilmente é associada ao Alentejo.
Ao atravessar o paredão, estacione à
Ao lado do convento, ergue‑se o antigo sombra das árvores.
Paço do Prior‑Mor, onde atualmente fun-
cionam os serviços da câmara municipal. À beira da estrada, está indicado um per-
Na Praça Serpa Pinto, encontra a igreja curso pedestre. O circuito, com 17 quiló-
matriz e um curioso pelourinho, encimado metros, é difícil e exige uma manhã ou
por uma águia de asas abertas, símbolo tarde. Atravessa uma zona de montado
da vila. Para descansar um pouco, desça e segue ao longo do vale da Ribeira de
pela Rua das Portas de Évora até che- Seda. Se tem boa condição física e gosta
gar ao Passeio do Mestre de Avis, um do contacto com a Natureza, é uma hipó-
pequeno jardim com miradouro. tese a considerar.
Albufeira do Maranhão
Em dias de calor, será grande a tentação
de fazer um desvio até à albufeira do
Maranhão, junto à qual está instalado o
parque de campismo, que dispõe de pis-
cina, e o clube náutico. A estrada está bem
sinalizada. Este espaço de lazer é usado,
não só pelos habitantes, como também
por turistas e alentejanos de outras para-
gens. Pesca, natação e canoagem são
algumas atividades desportivas que aqui
se podem desenvolver. As crianças têm
Zona de lazer junto à albufeira do Maranhão
ainda a possibilidade de dar largas às suas
brincadeiras no magnífico parque infantil
ribeirinho. Para tomar uma refeição, pode
optar pelas mesas e bancos à sombra ou, Ponte de Sor
se não lhe agradarem os piqueniques,
pelo restaurante com esplanada. Para completar o itinerário, regresse a
Avis e tome a estrada de Ponte de Sor.
Barragem do Maranhão Independentemente da hora do dia,
Para desfrutar de uma paisagem mais pode aproveitar para relaxar junto à zona
selvagem, dirija‑se ao paredão. Saindo ribeirinha.
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A Alentejo
O
EXTENSÃO: 190 km nosso passeio começa em Montemor‑o‑Novo,
Montemor-o-Novo onde, em 1496, o rei D. Manuel decidiu empre-
ender a descoberta do caminho marítimo para
Santiago do Escoural
a Índia. Foi também aqui que, um ano antes,
Arraiolos
nasceu João Cidade, o aventureiro que ficaria conhecido
Igrejinha como São João de Deus pelo seu trabalho junto dos mais
Evoramonte desfavorecidos e pela fundação de um hospital em Gra-
Vimieiro nada. Já em 1808, a cidade seria saqueada pelas tropas do
Pavia General Loison, aquele que ainda hoje evocamos quando
usamos a expressão “vai tudo para o Maneta” e que se
Cabeção
destacou durante as invasões francesas pela brutalidade e
Mora
pilhagem. Alguns anos depois, Montemor viria de novo a
Brotas enfrentar a guerra, sendo palco das Lutas Liberais.
Ciborro Portanto, temos muita
Montemor-o-Novo História pela frente, Mora Cabeção
mais do que
dois dias. Santiago do Escoural
Montemor‑o‑Novo
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A Percurso 3
Castelo
Chegando ao topo, aprecie a magnífica
vista de Montemor e arredores. Também
é possível fazer agradáveis passeios a pé
em torno do castelo. Se tiver tempo e dis-
posição, não deixe de explorar todos os
recantos e edifícios em ruínas. Existe uma
zona arborizada para fazer uma pausa à
sombra e respirar ar fresco.
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A Alentejo
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A Percurso 3
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A Alentejo
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A Percurso 3
Barragem do Divor
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A Alentejo
cido aos cavaleiros templários. Voltando faz supor que tenha sido sujeito à devas-
à estrada principal, continue a subir. Esta- tação daquele sismo. Entre 1934 e 1986,
cione do lado de fora da muralha e entre foi totalmente restaurado.
pela Porta do Sol ou da Vila.
Contacto: 268 950 025.
A muralha forma um triângulo isósceles e
mantém as suas quatro portas de acesso Para finalizar a visita, percorra as ruelas
com elementos góticos, bem como um do centro histórico, reparando nas portas
postigo, que permitia à população maior ogivais em pedra. Aprecie a fachada do
facilidade de circulação. A Porta do Sol n.º 41 da Rua da Convenção, onde uma
está virada a oeste, a do Freixo a sul e as pequena placa faz alusão à Convenção de
de São Brás e São Sebastião no sentido Evoramonte, que, em 1834, pôs termo à
das respetivas ermidas. guerra civil entre liberais e absolutistas.
Pavia
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A Percurso 3
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A Alentejo
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A Percurso 3
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A Alentejo
C
EXTENSÃO: 90 km om início em Estremoz, cidade em que faleceu
a Rainha Santa Isabel, este percurso leva‑nos
Estremoz
até à Serra d’Ossa, onde D. Sebastião se deteve
Aldeia da Serra
antes de seguir para Alcácer Quibir, e vai até ao
Redondo Redondo e ao Alandroal, povoações com fortes vestígios
Alandroal medievais. Em Vila Viçosa,
Terena terra da poetisa Florbela Estremoz
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A Percurso 4
Portas da cidade
Um aspeto muito interessante de Estre-
moz reside nas portas da cidade. Para
conhecê‑las, o melhor é ir de carro, pois
Igreja dos Congregados, Estremoz ficam afastadas umas das outras. Não terá
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A Alentejo
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A Percurso 4
Saia da zona velha de Estremoz pela Porta Igreja matriz e Museu de Arte Sacra
de Évora. Chegando à rotunda, tome Templo de linhas sóbrias, apresenta
a direção de Elvas. Siga pela EN4 até alguns painéis de azulejos, seis capelas
ao cruzamento de ligação ao Redondo. laterais e um altar‑mor em talha dou-
Alguns quilómetros serão suficientes para rada. Inclui ainda um pequeno museu de
começar a sentir os primeiros sinais da arte sacra.
serra: um intenso aroma a flores e ervas
campestres. Pouco depois, estará em Contacto: 266 909 144.
plena Serra d’Ossa, conhecida na Anti-
guidade como Monte de Vénus. Muralhas
Ao lado da igreja, observe o Postigo
Ao chegar ao alto da serra, estacione. Irá do Relógio, uma das antigas portas de
desfrutar de uma fantástica vista sobre entrada na cerca medieval, que remonta
a região, avistando‑se perfeitamente o ao tempo do Rei Lavrador. O campaná-
Redondo, o Alandroal, Borba e Vila Viçosa. rio ostenta três sinos de bronze, fundidos
Pouco depois de iniciar a descida, verá, em Estremoz.
um pouco escondida do lado esquerdo,
a entrada para o antigo Convento de São
Paulo, do século XIV, hoje transformado
em hotel. Segundo rezam as crónicas,
aqui terão pernoitado monarcas e figuras
ilustres, como D. Sebastião a caminho do
Norte de África, D. João IV, D. Catarina de
Bragança e D. Carlos. O edifício apresenta
uma das maiores coleções privadas de
azulejos do país, bem como duas fontes
florentinas e agradáveis jardins. O espaço
pode ser visitado. Basta contactar a rece-
ção do hotel (266 989 160).
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A Alentejo
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A Percurso 4
Passando a Porta do Postigo do Reló- sem visitar uma das inúmeras lojas e, quem
gio, siga pela pitoresca Rua do Castelo, sabe, comprar peças bem interessantes.
ladeada por casas brancas. Logo à
esquerda encontra a enoteca, insta-
lada no antigo Celeiro do Povo. Prove Alandroal
os vinhos alentejanos, acompanhados
pelos inevitáveis queijos, enchidos e pão Regresse ao local onde deixou o carro
(266 989 210 – câmara municipal). e rume ao Alandroal, cujo nome parece
advir de uma importante mata de alan-
A meio, do lado esquerdo, abre‑se um dros ou aloendros.
largo onde se situa o antigo hospital e a
Igreja da Misericórdia. Ao fundo, ergue‑se Castelo
a figura imponente da torre de menagem. É uma localidade relativamente pequena,
No n.º 36 da mesma rua, existe uma olaria onde sobressai o castelo medieval. Forta-
que dá acesso direto à muralha medieval. leza do século XIII, foi mandada erigir por
Poderá, desta forma, fazer um pequeno um mestre da Ordem de Avis. Possui qua-
passeio até à Porta da Ravessa, afamada tro torres, incluindo a de menagem, com
devido ao vinho com o mesmo nome, mais de 20 metros de altura. Dentro das
produzido pela Adega Cooperativa do muralhas, encontra‑se a igreja matriz.
Redondo. Está ladeada por duas pequenas
torres e, à esquerda de quem sai, é possí- Fonte
vel observar marcações na pedra que indi- Na praça em frente ao castelo, eleva‑se
cam as varas e os côvados, unidades que uma fonte em mármore, em estilo bar-
serviam para medir os panos vendidos nas roco. Possui seis bicas com os nomes de
feiras que se realizavam nas imediações. Feiticeiras, Santo António, São Pedro, São
João, Namorados e Reis. No topo, podem
Convento de Santo António da Piedade ver‑se dois bustos com inscrições. O da
Desça a calçada, até uma igreja caiada de esquerda diz: “Aqui chora Tétis: Para que
branco com barras azuis, ao lado da qual te lastimas, viandante sitibundo? Ela, que
existe um cemitério. O templo foi cons- te ama, verte lágrimas para que te rias.
truído no século XVII para albergar uma Bebe.” Já o da direita reza o seguinte:
comunidade de frades franciscanos. “Aqui o Deus que reina sobre as águas
Museu do Vinho
Situado no largo da câmara municipal
(Praça da República), é um importante
instrumento de divulgação da cultura e
tradições alentejanas. O museu exibe ins-
trumentos agrícolas e objetos, imagens e
textos associados ao fabrico do vinho.
51
< Torre de menagem, Redondo
A Alentejo
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A Percurso 4
53
< Rua junto à Porta do Arrabalde, Alandroal
A Alentejo
museu permite‑lhe apreciar diferentes Siga, agora, pela Rua Florbela Espanca.
variedades da pedra extraída na região e Aqui, numa estreita casa de dois andares,
perceber as fases do trabalho. Os painéis terá vivido a poetisa. Ainda próximo, na
de azulejos que forram as fachadas da igreja do antigo Convento de Santa Cruz,
estação também merecem a sua atenção. está instalado um pequeno museu de arte
Estão relacionados com a história de Vila sacra, reunindo peças oriundas de diver-
Viçosa, do Alentejo e do próprio país. sos templos da região, com núcleos de
ourivesaria, pintura, escultura, mobiliário
Contacto: 268 889 310 (câmara municipal). e paramentaria. Para obter informações,
sobre horários e exposições, contacte o
Regresse à rua da Igreja da Lapa e, junto posto de turismo (268 881 101).
às piscinas municipais, vire à esquerda, na
direção da Praça da República, o centro de Continuando até ao fim da rua, chegará
Vila Viçosa. Para quem vem da Alameda ao imenso Terreiro do Paço, onde ponti-
Henrique Pousão, logo à entrada, do lado fica a estátua equestre do rei D. João IV,
direito, ergue‑se a Igreja de São Bartolo- fundador da Dinastia de Bragança.
meu, com a sua fachada revestida de már- É uma obra do escultor Francisco Franco.
more. Estacione e percorra a zona a pé. À esquerda, onde atualmente está insta-
lada a Pousada D. João IV, era o antigo
Mais abaixo, também à direita, encon- Convento das Chagas de Cristo. A igreja
trará o posto de turismo. Continuando do convento tem sido usada como pan-
do mesmo lado, irá deparar com uma teão das duquesas de Bragança.
estátua de Bento de Jesus Caraça e, um
pouco adiante, com a Igreja da Misericór- Paço Ducal
dia, do século XVI. Atravesse piscando o O monumento mais proeminente do
olho ao castelo, que se perfila ao fundo. terreiro é, evidentemente, o paço ducal,
Mais tarde, passaremos por lá. de onde o rei D. Carlos partiu para ser
assassinado, em Lisboa, em 1908. Este
extraordinário edifício comporta quatro
coleções museológicas. Uma é composta
pelas próprias salas e recheio do palácio.
Os restantes núcleos incluem o Museu de
Armaria, o Museu dos Coches e o Tesouro
do Paço. Para uma visita completa a esta
que é uma das maravilhas de Portugal,
necessita, pelo menos, de duas horas.
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A Percurso 4
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A Alentejo
T
EXTENSÃO: 120 km endo como ponto de partida a cidade‑museu,
este percurso estende‑se por 160 quilóme-
Évora
tros. O ponto mais a sul é a vila da Vidigueira,
Valverde
conhecida sobretudo pelo excelente vinho.
Alcáçovas As sugestões são múltiplas, desde os interesses quase
Viana do Alentejo inesgotáveis de Évora, até à paisagem da Serra de Portel,
Alvito passando por sumptuosos monumentos megalíticos e
São Cucufate pelas ruínas da villa de São
Cucufate. Exploração agrí- Évora
Vidigueira
cola ao tempo romano, foi Valverde
Portel
doada aos monges agos-
São Manços tinhos de São Vicente São Manços
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A Percurso 5
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A Alentejo
O museu está instalado numa das torres, Recolha à igreja e aprecie a sucessão de
pelo que, se resolver subir, não deixe de pilares, o altar‑mor e o órgão. À saída, não
apreciar a vista. Esculturas, paramentos deixe de reparar nas curiosas inscrições
bordados a ouro, pinturas, relíquias de nos degraus que dão para a rua.
santos, joias: é muito rico e variado o
espólio desta pequena unidade museoló-
gica. Mas o maior ponto de interesse é a Anta Grande do Zambujeiro
cruz‑relicário coberta por pedras precio-
sas que a tradição diz conter um pedaço Inicie agora o passeio pela região a sul de
do Santo Lenho, ou seja, da cruz de Cristo. Évora. Passando a praça de touros, siga
Terá sido trazido da Terra Santa pelo cava- até à rotunda da Porta do Raimundo e
leiro hospitalário Afonso Pires Farinha. tome a direção de Alcáçovas. Alguns qui-
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A Percurso 5
lómetros adiante, vire para Valverde e São guardado no Museu de Évora (Largo
Brissos. Um pouco mais à frente, junto ao Conde de Vila Flor; tel. 266 702 604).
polo agrícola da Universidade de Évora,
volte para Guadalupe e Valverde. Passe
por debaixo de um aqueduto com um Cromeleque dos Almendres
bonito portal encimado por um escudo e
repare na indicação para a Anta do Zam- Regresse à estrada de alcatrão e siga
bujeiro, à direita. Depois das instalações para Valverde, bonita vila de casinhas
universitárias, abre‑se uma estrada de tipicamente alentejanas. Percorra a rua
terra batida que leva a um largo à beira principal. Mais ou menos a meio, encon-
de um regato. Estacione e siga a pé, pela tra, à direita, uma placa a indicar o Cro-
ponte de madeira. meleque dos Almendres. A estrada é
boa, embora de terra batida. Com tempo
A mamoa desta anta tem mais de 50 seco, espere um generoso rasto de pó.
metros de diâmetro. A câmara é poligo- Entre Valverde e o cromeleque, ida e
nal e o corredor longo. Embora o aspeto volta, somam‑se 13 quilómetros. Em con-
revele um certo descuido, trata‑se de junto com a Anta do Zambujeiro, pode
uma das maiores construções megalíticas constituir um excelente itinerário para um
europeias do género. O templo funcio- passeio pedestre ou mesmo de bicicleta.
nou como local de culto e enterramento
de mortos, associado à estela‑menir de Depois de atravessar a vila de Guadalupe,
grandes proporções, coberta por peque- vire à esquerda e siga as placas. Sensivel-
nos orifícios, que se encontra tombada mente a meio, a estrada alarga um pouco,
a sudoeste. O vasto espólio encontrado havendo espaço para estacionar. Terá
quando das escavações dos anos 60 está a oportunidade de visitar o Menir dos
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A Alentejo
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A Percurso 5
Herdade da Courela
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A Alentejo
Viana do Alentejo
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A Percurso 5
Alvito
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A Alentejo
insetário vivo sob a forma de laboratório talado na Igreja da Santa Casa da Mise-
‑museu acolhe várias colónias de insetos ricórdia e na Igreja do Senhor Jesus dos
sociais, como formigas, abelhas, térmitas Passos, que comunicam entre si. Apre-
e vespas. cie os diversos achados pré‑históricos e
românicos, bem como as pedras tumula-
Cappas construiu vários ambientes natu- res medievais. Ainda encontrará um inte-
rais, para que o visitante possa observar a ressante conjunto de peças de arte sacra,
organização social e o quotidiano destes como pinturas, paramentos e ourivesaria.
animais: alimentação, rituais de acasala-
mento e morte, hierarquia, etc. Um dos
formigueiros, que esteve 12 anos exposto São Cucufate
no Centro Artístico Infantil da Fundação
Calouste Gulbenkian, em Lisboa, tem Voltando à estrada principal, um pouco
milhões de espécimes. adiante, ficam as ruínas da villa de São
As visitas, marcadas à segunda‑feira pelo Cucufate. Exploração agrícola romana,
284 495 136, são guiadas pelo proprie- as respetivas áreas de habitação, lazer,
tário, que sabe como ninguém captar a trabalho e templo ainda são facilmen-
atenção, descrevendo todos os porme- te identificáveis. A maior originalidade
nores com entusiasmo. As melhores altu- desta construção é a de ser a única de
ras para visitar, por corresponderem ao dois pisos visíveis conhecida na Península
período de maior atividade dos insetos, Ibérica. No século XIII, o conjunto arqui-
são a primavera e o início do verão. tetónico foi doado ao mosteiro lisboeta
de São Vicente de Fora pela diocese
de Évora.
Vidigueira
Igreja da Misericórdia, Vidigueira
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A Percurso 5
ladados para o Mosteiro dos Jerónimos. resto, seria de esperar num castelo estra-
Visitado este elemento arquitetónico, tegicamente construído na serra.
passe pela Cascata Armoreada, fontaná- A cerca de quatro quilómetros de Portel,
rio ornamentado com rochas marinhas e visite a Ermida de São Pedro, no topo de
encimado por um obelisco. Por fim, suba um cabeço de xisto. Também daqui se des-
à torre de menagem, estrutura integrante fruta de uma panorâmica desimpedida.
do antigo Paço dos Gamas, residência do
descobridor do caminho marítimo para
a Índia. Não longe, e um pouco afas- São Manços
tada da vila, está a Igreja de Santa Clara,
antiga matriz da Vidigueira. Para explo- Voltando ao IP2, já perto de Évora,
rar melhor esta região, contacte o Grupo aproveite para conhecer São Manços e
de Amigos da Serra do Mendro (GAMA) retemperar forças com uma refeição no
pelo 284 436 073. restaurante‑bar Moagem. Como o nome
indica, trata‑se de uma antiga moagem de
farinha, cuja maquinaria e utensílios foram
Portel mantidos. Poderá apreciar muitos artefac-
tos, outrora comuns na região, que fazem
De regresso à estrada para Évora, faça do espaço um autêntico restaurante
um desvio para conhecer Portel, uma ‑museu. A comida e o vinho são ótimos,
linda vila coroada por um castelo. Pode de resto, como em todo o Alentejo.
estacionar no Parque da Matriz, por
detrás da igreja, um agradável jardim Se ainda tiver fôlego, pouco antes de
com esplanadas e equipamento para os chegar ao fim da linha, vire para Torre de
mais pequenos. Se não estiver para andar Coelheiros e admire esta notável cons-
a pé, outra solução é subir na direção do trução medieval. Como vê, propostas
castelo e deixar a viatura num pequeno não faltam. A dificuldade será porven-
largo junto à Igreja da Misericórdia. Pode tura escolher entre as maravilhas de uma
apreciar uma vista desafogada, como, de região fascinante.
Portel
65
A Alentejo
O
EXTENSÃO: 70 km passeio à volta de Monsaraz, que agora
Monsaraz lhe propomos, não é longo. Porém, está
recheado de sugestões que o levarão a uma
Outeiro
viagem por tempos remotos. A paisagem,
São Pedro do Corval
transformada pela barragem de Alqueva, está salpicada
Reguengos de Monsaraz de monumentos megalíticos, que nos enchem o espí-
Esporão rito de interrogações sobre os motivos que terão levado
Mourão os nossos antepassados a elegerem esta região. Ainda
Monsaraz assim, incluímos alguns museus, pequenos, mas interes-
santes. Na Herdade do Esporão, próxima de Reguengos
de Monsaraz, ficará a conhecer um dos maiores centros
enoturísticos do País.
Motrinos Outeiro Antes de voltar ao
São Pedro
do Corval ponto de partida, terá
Monsaraz ainda a oportunidade
Reguengos de subir ao castelo
de Monsaraz
de Mourão, agora
com vista sobre as
Esporão águas de Alqueva,
Mourão ou passear de barco
na barragem.
66
A Percurso 6
67
A Alentejo
68
A Percurso 6
Menir da Bulhoa
Voltando à rotunda junto à entrada do
Telheiro, siga em frente, passando pela Ermida de Santa Catarina
aldeia. Cerca de 500 metros depois,
repare na bonita fonte à direita, caiada de culino, apresenta uma fenda no vértice,
branco e debruada a azul. No entronca- que faz lembrar o meato urinário. Na linha
mento seguinte, tome a via da direita, na do horizonte, a nascente, é bem visível
direção do restaurante Sem‑fim. Passados o recorte de Monsaraz.
alguns metros, vire de novo à direita, na
Rua do Outeiro. Siga em frente até apa-
recer a indicação do menir. Estacione São Pedro do Corval
no parqueamento à esquerda. Algumas
dezenas de metros mais à frente, encontra Regresse a Barrada, entre na povoação e
o Menir da Bulhoa, monólito com cerca siga sempre em frente até chegar a uma
de quatro metros, que ostenta interes- pequena praça. Vire, então, à esquerda,
santes símbolos gravados (por exemplo, na direção de Reguengos e Telheiro.
um Sol e um bastão curvo). Quando foi Cerca de três quilómetros depois, alcan-
encontrado, estava tombado e não tinha çará o cruzamento da estrada principal.
a base, posteriormente acrescentada. Vire à direita, para Reguengos.
69
A Alentejo
70
A Percurso 6
Mourão
71
A Alentejo
A
EXTENSÃO: 140 km lcácer do Sal é o ponto de partida.
Alcácer do Sal Mas não lhe propomos o habitual
circuito. Desta vez, sugerimos vários
Carrasqueira
trajetos que irradiam a partir desta
Tróia
cidade do Sado. Pode visitar apenas vestígios
Alcácer do Sal de culturas pretéritas, uma zona de lazer aprazí-
Barragem de Pego do Altar vel junto a uma barragem ou experimentar tudo
Barragem de Vale de Gaio o que reservámos para esta região do Alentejo.
Torrão
Alcácer do Sal Tróia
Carrasqueira
Alcácer Barragem
do Sal de Pego do Altar
72
A Percurso 7
73
A Alentejo
vire à direita, quando surgirem as indica- nos pelo garum, condimento à base de
ções Comporta e Tróia (EN253). Come- sangue, vísceras e outras partes do atum
çará a rolar em direção à foz do Sado. ou cavala, misturadas com peixes peque-
A estrada atravessa uma paisagem nos, crustáceos e moluscos esmagados e
agradável, constituída sobretudo por ervas aromáticas. O composto era, em
matas de pinheiros mansos e sobreiros. seguida, sujeito a salmoura. Quando
Para descansar um pouco ou fazer uma exportado, ia acondicionado em ânforas.
refeição ligeira, pode abrigar‑se à som- A forma destes recipientes destinava‑se
bra generosa das árvores. Preferindo um a facilitar o armazenamento nos navios.
repasto de faca e garfo, volte à direita, As camadas encaixavam umas nas outras
quando vir a indicação Cachopos. Pro- e formavam uma carga muito estável,
cure pela escola primária. Encerrada em mesmo com mar turbulento. Tróia fazia
1982 por falta de alunos, passou a restau- parte de uma rede comercial que se
rante com pratos típicos em 1996. Conta estendia pelo mare nostrum, nome que
‑se que a abertura do estabelecimento os romanos davam ao Mediterrâneo.
foi adiada largos meses devido a um
ninho de cegonha na chaminé. Fecha à Ainda é possível admirar os enormes tan-
segunda‑feira. ques da salga ou cetárias. O complexo
também incluía termas, zonas de enter-
Com as energias repostas, volte à estrada ramento, um templo e núcleos habitacio-
principal. Quando surgir a placa a indicar nais, o que atesta bem a sua importância.
Carrasqueira, não a perca. Trata‑se de No mesmo espaço, encontra‑se igual-
uma pequena aldeia piscatória que ter- mente uma basílica paleocristã.
mina num interessante porto palafítico
em pleno sapal. Repare ainda nas casas Campo e praia
típicas com paredes em caniço e telhados Continue até ao cais de embarque para
de bracejo, espécie de mato que cresce Setúbal e estacione o carro. A partir deste
no sapal. ponto, se lhe agradam as caminhadas,
pode explorar a costa ou a margem do
rio. O piso é plano e a paisagem, bonita.
Tróia
Regresse ao carro e comece a fazer o
Retome a estrada no sentido de Tróia. caminho de volta, em direção a Alcácer.
Observe a rica vegetação dunar que Os amantes da praia podem aproveitar
cresce mesmo junto até à estrada. No para dar um mergulho no Atlântico. A da
horizonte, começa a elevar‑se a silhueta Comporta é uma boa opção na época
escura da Serra da Arrábida, do outro baixa (mas a evitar na época alta!).
lado do estuário.
De novo na estrada, a povoação de Com-
Ruínas romanas porta aparece um pouco mais à frente.
Vire à direita, quando avistar a placa Ruí- No caso de já ter fome, pode experimen-
nas Romanas. O que hoje conhecemos tar o restaurante Museu do Arroz, junto
como Península de Tróia era, à época, à estrada. Instalado numa antiga fábrica
uma ilha. A indústria de pesca e a pro- de arroz, foi decorado com a respetiva
dução de conservas eram prósperas. maquinaria. Serve pratos típicos de peixe
Lembremos o finíssimo gosto dos roma- e carne. Encerra à segunda‑feira.
74
A Percurso 7
75
A Alentejo
O
EXTENSÃO: 130 km percurso começa na célebre vila de
Grândola, que, na música de José Afonso,
Grândola
ganhou o epíteto de “terra da fraterni-
Azinheira dos Barros
dade”. O que talvez não saiba é que o
Lousal cantor fez um trocadilho a partir do nome da Socie-
São Bartolomeu da Serra dade Musical Fraternidade Operária Grandolense,
Santiago do Cacém coletividade ainda existente. Nos anos 60, José Afonso
Lagoa de Santo André cantou aqui, num espetáculo em que também atuou
o mestre da guitarra portuguesa Carlos Paredes. Terá
Lagoa de Melides
ficado encantado com Grândola e os seus habitantes
Melides
e dedicou‑lhes um poema. A arquitetura e a paisa-
Grândola gem não enganam ninguém: estamos no Alentejo.
A alternar com aldeias típicas, surgem sítios arqueo-
lógicos, como as ruínas romanas de Miróbriga, em
Santiago do Cacém, e o antigo complexo mineiro do
Lousal. De regresso a Grândola, o itinerário leva‑o à
tranquilidade das lagoas de Santo André e Melides.
Grândola
Melides
Lagoa de Melides
Lagoa de Santo André
Lousal
São Bartolomeu
da Serra
Santiago do Cacém
Grândola
76
A Percurso 8
Estação romana
do Cerrado do Castelo
Volte ao topo do jardim municipal. De
frente para a faixa retangular que o com- Igreja matriz de Grândola
põe, siga pela sua direita. Mais à frente,
fica a Rua da Ponte, onde está localizada em frente e desça a colina. Em alguns
a escola primária. No recreio, protegida locais, surgem junto à estrada maciços
por uma vedação, situa‑se a estação rochosos de pedra escura facetada. Será
romana, onde foram encontrados vestí- acompanhado, por vezes bem de perto,
gios de umas termas que se pensa serem pelas sinuosidades de uma ribeira. Volte
do século I. Provavelmente, existiu aqui à esquerda quando vir a indicação de
uma povoação importante, que deu Azinheira dos Barros.
origem a Grândola. Trata‑se de uma pequena povoação tipi-
camente alentejana. Nas horas de maior
calor, o branco das casas até custa a
Lousal encarar. Se aprecia este tipo de arquite-
tura, pare e dê uma volta pela aldeia. Volte
Para sair de Grândola, tem duas alterna- depois ao IC1 e vire à direita, ao avistar
tivas: uma mais rápida, que vai por estra- a placa de Ermidas e Lousal.
das principais, e outra que atravessa uma
paisagem de relevo moderado e arbori- Museu Mineiro
zação farta. Se preferir a primeira, tome a Nesta localidade, houve exploração
direção de Ferreira do Alentejo. Depois mineira entre 1900 e 1988, num raio de
de passar por Canal Caveira e ainda 200 hectares. Inseria‑se na chamada faixa
antes do viaduto da autoestrada, vá piritosa ibérica, 250 quilómetros entre
com atenção, pois terá de virar para sul, os vales do Sado e Guadalquivir, junto a
tomando o IC1. Pouco depois, à direita, Sevilha. Extraía‑se sobretudo pirite com
surge a placa para Azinheira dos Barros, alto teor de enxofre, usada na produção
onde deve virar. Querendo apreciar a de ácido sulfúrico, destinado aos adubos
Natureza, logo na Rua da Ponte, siga agrícolas. Hoje, a paisagem está ao aban-
77
A Alentejo
Barragem
Suba a rua das lojas de artesanato e siga
as indicações para a barragem, que anti-
gamente abastecia as habitações e a
mina. Embora pequena, está integrada
numa paisagem agradável e consta que é
procurada para a pesca do achigã, peixe
que os alentejanos tão bem sabem pre-
parar. Para lá chegar, terá de passar por
um caminho modesto fechado com uma
porteira, “cancela” em madeira e arame
que impede o gado de escapar. Abra e
Barragem do Lousal feche a porteira, cuidado que também
deve ter no regresso.
dono. As formas geométricas caprichosas,
as texturas, as elevações e depressões
transportam‑nos para um cenário quase Santiago do Cacém
lunar, muito arenoso e de intensas tona-
lidades vermelhas e castanhas. Está, Ao sair de Lousal, siga para Ermidas do
evidentemente, muito degradado do Sado. Nesta povoação, vire à direita em
ponto de vista ambiental, mas é interes- direção a Santiago do Cacém. Depois
sante ao nível plástico. Para valorizar a do cruzamento para Abela, atravessará
zona outrora florescente, surgiu a ideia de
um museu que aproveitasse as infraestru-
turas da mina e mostrasse como os tra- CAÇADORES DE ABELHAS
balhadores desenvolviam a sua atividade.
Se fizer este percurso na primavera ou
Pode ver maquinaria diversa, assim como
verão, repare numas pequenas aves
maquetas interativas, minuciosamente
com bico curvo, cauda longa e pluma‑
concebidas. Ao experimentá‑las, ficará a
gem colorida. Os abelharucos gostam
saber como tudo funcionava. Em frente
de empoleirar‑se nos cabos telefóni‑
ao museu, foi instalada uma locomotiva a
cos e espreitar à passagem de insetos
vapor, que puxava as carruagens usadas
suculentos. As abelhas carregadas de
no complexo. Junto ao museu, existem
pólen são um pitéu. Estes pássaros têm
lojas de artesanato, um restaurante e, um
uma técnica de alimentação especial.
pouco mais afastado, até um hotel.
Antes de engolirem a presa, lançam
‑na contra uma superfície sólida para
Local: Lousal.
a matarem. Depois, com um movi‑
Contacto: 269 508 455
mento rápido do bico, atiram‑na ao
(visitas guiadas com marcação).
ar para a apanharem novamente. Os
vistosos abelharucos fazem os ninhos
Centro de Ciência Viva
em barreiras arenosas, onde escavam
Um pouco mais acima do museu, fica o
galerias que podem atingir a profun‑
Centro de Ciência Viva, que oferece per-
didade de 2,5 metros. Ali, bem prote‑
cursos pedestres para conhecer a geolo-
gidas dos predadores, as fêmeas cho‑
gia da região. Terá de telefonar para mar-
cam os ovos e criam os filhotes.
car (269 508 160).
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A Percurso 8
uma pequena ponte. Deixe o carro logo ainda estão pouco estudadas, mas sabe
à direita e desça até à margem do rio. ‑se que eram decoradas com frescos e
O local é muito agradável no inverno e na foram construídas ao longo de calçadas.
primavera, quando o caudal é mais abun- O complexo dispunha de um fórum com
dante. No verão, as águas desaparecem e dois templos. Nas imediações, os arqueó-
as algas secas atraem nuvens de moscas logos encontraram duas construções que
incomodativas. Seguindo para Santiago, parecem ser uma cúria e uma basílica.
passará por São Bartolomeu da Serra. Visite Estão também presentes vestígios de
a igreja paroquial, que ostenta um cruza- diversas lojas. As termas são compostas
mento de vários estilos arquitetónicos. por dois edifícios com diversos compar-
timentos: entrada, zonas de banhos frios
Moinho das Cumeadas (frigidarium) e quentes ou mornos (cal‑
Logo à entrada da cidade, surge, à darium e tepidarium). O pavimento era
esquerda, o caminho para o moinho, que revestido a mármore. Um pouco afastado
sofreu obras de restauro e pode ser visi- do centro, fica o hipódromo.
tado. No interior, escondem‑se as engre-
nagens de madeira e as pedras. Se o vento Local: Herdade dos Chãos Salgados.
soprar, terá a sorte de o ver a funcionar. Contacto: 269 818 460.
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A Alentejo
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A Percurso 8
81
A Alentejo
E
EXTENSÃO: 160 km stamos no coração do Baixo Alentejo, rodea-
Beja dos de planícies sem fim, ora verdejantes, ora
Mina Juliana
douradas pelo sol. Sugerimos que visite, com
toda a tranquilidade, pacatas aldeias caiadas de
Aljustrel
branco. O silêncio e a paisagem convidam ao repouso
Messejana
e à introspeção. Deixe‑se impregnar por séculos de
Ervidel História, em terras da antiga Ordem de Santiago de
Ferreira do Alentejo Espada. Com a exceção de Beja, as restantes localidades
Peroguarda deste percurso pertenciam aos freires espatários. Encon-
Beja trará aqui e ali o seu sím-
Peroguarda
bolo: uma elegante cruz
Ferreira do Alentejo
em forma de espada.
Beja Figura, por exemplo,
no brasão de armas de
Ervidel
Ferreira do Alentejo e
transporta‑nos para a
Mina Juliana época da Reconquista.
Aljustrel
Messejana
82
A Percurso 9
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A Alentejo
84
A Percurso 9
águas e aproveitar para pescar. Ou pode passagem pela antiga Mina de Algares,
apenas atravessar o paredão para desfru- perto da saída para a Messejana. Ficará a
tar da paisagem. conhecer ainda melhor o passado mineiro
da vila. O complexo foi fechado no prin-
Regresse à estrada e continue a marcha cípio dos anos 90. Poderá admirar parte
para Aljustrel. Já na povoação, dirija‑se do equipamento usado nas prospeções,
ao centro e procure o Jardim 25 de Abril, orgulhosas construções em metal que
onde fica o posto de turismo (284 601 010). cortam o azul do céu.
Esta zona ajardinada tem muita sombra, Perto da mina, ficava a cidade romana de
para descansar nos apertados dias de Vipasca. Em finais do século XIX e prin-
calor alentejanos, e um parque infantil. cípios do século XX, durante a remoção
de escória, foram encontradas as célebres
Ermida de Nossa Senhora do Castelo Tábuas de Aljustrel, placas de bronze com
Outro local a visitar é a ermida. Leve o legislação mineira romana.
carro até onde puder e prepare as per- Historicamente ligado à mina está o clube
nas para subir dezenas de degraus. Será de futebol local, a maior coletividade do
recompensado com uma vista desafo- concelho, com 750 sócios. Fundado em
gada sobre a região. Foi construída sobre 1933, o Sport Clube Mineiro Aljustre-
as fundações de um castelo muçulmano. lense, reunia, à época, no antigo Café do
O exterior, dominado por um enorme Espanhol, que veio a ser transformado
cruzeiro, é caiado a branco. No interior, em mercearia. Aqui se faziam coletas para
admire os azulejos do século XVII. comprar bolas, botas e equipamento.
Para conhecer a central de compresso-
Museu municipal res da mina, contacte o museu munici-
Dotada, por um lado, de um grande patri- pal (284 600 170) ou o posto de turismo
mónio arqueológico e, por outro, de uma (284 601 010).
tradição mineira de peso, Aljustrel ofe-
rece ao visitante um espaço para apreciar
um pouco dos vestígios deixados pelos
povos que aqui têm vivido. Da coleção de
arqueologia, fazem parte peças delicadas
como lucernas romanas, jarros e cerâmicas
vidradas. Cobre uma faixa entre o Paleolí-
tico e a Idade Média. Estando numa zona
de forte exploração de minério, o museu
propõe também uma incursão por esta ati-
vidade económica, que remonta ao tempo
dos romanos. Outra sala reúne artefactos
encontrados em antigas necrópoles.
Mina de Algares
Se se interessa pela arqueologia indus-
trial, complete a visita ao museu com uma Mina de Algares
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A Alentejo
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A Percurso 9
87
A Alentejo
C
EXTENSÃO: 145 km omeçando o percurso em Sines, procura‑
mos dar a conhecer uma região com um
Sines
certo grau de industrialização, mas onde
São Torpes
também se sente o peso da história e a
Porto Covo beleza da Natureza. Nos últimos dois milénios, foram
Ilha do Pessegueiro vários os povos que por aqui passaram. Os árabes,
Barragem de Morgável por exemplo, que aqui permaneceram durante
Cercal cerca de 500 anos, deixaram uma marca indelével na
arquitetura e nos costumes da zona, como poderá
Barragem de Campilhas
constatar. Depois de revelarmos o que Sines tem de
Barragem de Fonte Cerne
melhor para oferecer, seguimos para sul, percorrendo
São Domingos a agradável linha costeira até Porto Covo. As praias
Sines tornam‑se, então, as estrelas do roteiro. No interior,
ficará a conhecer mais alguns locais aprazíveis, como
as barragens de Campilhas ou Fonte Cerne.
Sines
São Domingos
Cercal
Em Sines
Castelo de Sines
De origem medieval, este edifício sofreu
diversas obras de restruturação no rei‑
O porto de Sines, visto do castelo nado de D. Manuel I. Essas alterações à
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A Percurso 10
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A Alentejo
90
A Percurso 10
Ilha do Pessegueiro
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A Alentejo
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A Percurso 10
se encontra a placa que diz Caiada, em que quase parece saída de um conto
frente a outra pequena estrada onde se de fadas.
avista a tabuleta de Foros do Chaparral.
Alguns quilómetros depois, tome a Depois de atravessar São Domingos, vire
estrada alcatroada à esquerda com a indi‑ à esquerda na direção de Vale de Água,
cação São Domingos e depois siga sem‑ mas siga sempre em frente até encontrar,
pre em frente, até chegar à Barragem de à direita, uma placa com a indicação Vale
Fonte Cerne. Aqui, vire à esquerda antes das Éguas. Logo à entrada, tome a dire‑
do paredão e procure um bom local junto ção de Sonega, para a esquerda, por uma
à água para estacionar. As margens da estrada com bom piso. Atravessará uma
barragem estão muito arborizadas, pro‑ paisagem agradável, que alterna entre
porcionando boas sombras e um cená‑ montado de sobro, searas e eucaliptais.
rio muito agradável. Se gosta de pescar, Ao chegar ao cruzamento, vire à esquerda
tente enganar os enormes achigãs que e pouco depois, na Tanganheira, volte à
povoam estas águas. Os caminhos em direita em direção a Sines. Chegará ao
redor permitem explorar, a pé ou de bici‑ cruzamento com a estrada que conduz
cleta, a paisagem circundante. à praia de São Torpes, por onde passou
no início do percurso.
Sines à noite
93
A Alentejo
E
EXTENSÃO: 90 km ste percurso parte de Vila Nova de Milfontes
e segue pelo litoral alentejano, à descoberta
Vila Nova de Milfontes
das praias, falésias, flora e fauna locais, numa
Furnas
autêntica “cura de Natureza”. Depois, inflete
Almograve da Zambujeira para o interior, passando por vilas como
Cabo Sardão São Teotónio e Odemira e, finalmente, pelo Pego das
Zambujeira do Mar Pias, um pequeno oásis escondido. Regressa depois,
São Teotónio por São Luís, a Milfontes, para deitar um último olhar
à costa, no privilegiado ponto de observação que é o
Boavista dos Pinheiros
Porto das Barcas.
Odemira
São Luís Vila Nova
de Milfontes
Vila Nova de Milfontes Furnas São Luís
Almograve
Cabo
Sardão Odemira
Boavista
dos Pinheiros
Zambujeira
do Mar
São Teotónio
94
A Percurso 11
Praia de Almograve
95
Na página seguinte: Praia das Furnas >
A Alentejo
96
A Percurso 11
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A Alentejo
a seguir, começará a avistar o mar. Ao bujeira do Mar (numa placa pouco visí-
chegar ao parque de estacionamento, vel também está indicado Cabo Sardão).
junto à falésia, verá que existem duas Adiante, encontrará as indicações Cabo
praias, uma pequena e recatada à direita, Sardão e Cavaleiro; alguns metros depois,
e outra, à esquerda, mais extensa. De um vire à direita, na direção oposta às placas
e outro lado, alguns caminhos, a uma dis- São Teotónio e Zambujeira do Mar.
tância prudente das arribas, prometem Siga sempre em frente e ficará defronte do
agradáveis passeios de descoberta da farol. Aí, corte à esquerda e siga por uma
flora do litoral alentejano. estrada de terra batida, que o levará a um
campo de futebol ao lado da casa do farol.
Na praia à esquerda, o areal extenso Estacione e, depois, aproxime‑se com cui-
deixa adivinhar a possibilidade de passar dado da falésia: nessa altura, estará diante
algumas horas agradáveis à beira‑mar. de uma das mais paisagens mais selva-
Na do lado direito, nalguns pontos, os gens e, por isso mesmo, mais espetacu-
rochedos formam pequenas enseadas, lares de toda a costa portuguesa! De um
que, na maré cheia, se transformam em lado e do outro, os penhascos escarpados
autênticas piscinas naturais, que farão as sucedem‑se, habitados apenas por algu-
delícias das crianças. Graças à proteção mas cegonhas‑brancas que aproveitam os
das dunas e dos rochedos, o vento sopra, pontos mais altos para aí fazerem os seus
quase sempre, de forma moderada. Tudo ninhos. Ao que parece, estas são as únicas
isto leva a que, nos dias mais quentes da cegonhas‑brancas, em todo o mundo, que
primavera, quando a procura da areia e nidificam em escarpas marítimas. Por isso,
do sol ainda não é excessiva, a praia do não hesite: escolha um sítio adequado,
Almograve se revele bastante apetecível. sente‑se durante alguns momentos, respire
fundo e aproveite bem esta oportunidade
Cabo Sardão de reforçar os laços com a Natureza…
Mais tarde, quando a vontade de conti-
nuar a explorar as redondezas falar mais
alto, volte à vila e, na rotunda logo à Zambujeira do Mar
entrada, tome a estrada da direita, em
direção ao Cabo Sardão (atenção, não Voltando à povoação de Cavaleiro, siga
está indicado!). No cruzamento seguinte, em frente no cruzamento referido e, nos
siga na direção de São Teotónio e Zam- entroncamentos seguintes, vire sempre
na direção de Zambujeira do Mar.
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A Percurso 11
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A Alentejo
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A Percurso 11
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A Alentejo
C
EXTENSÃO: 130 km omeçamos em Almodôvar, uma vez mais,
por terras da Ordem de Santiago de
Almodôvar
Espada, que teve um papel muito impor-
Santa Clara-a-Nova
tante na Reconquista Cristã. Este percurso
Fernão Vaz olha de longe a algarvia serra do Caldeirão e continua
Cola pelas douradas paisagens estivais do Baixo Alentejo,
Ourique onde o Homem se fixou há muitos milhares de anos.
Monte da Rocha Testemunhos desta presença são as fabulosas epí-
grafes do Museu da Escrita do Sudoeste, em Almo-
Castro Verde
dôvar. As nossas propostas incluem ainda dois sítios
São Pedro das Cabeças
arqueológicos de peso: Mesas do Castelinho, dirigido
Santa Bárbara de Padrões por Carlos Fabião e Amílcar Guerra, e Castro da Cola,
Almodôvar escavado por Abel Viana há cerca de 50 anos. Dirige
‑se, em seguida, a Ourique
Monte da Rocha Castro Verde e Castro Verde, onde per-
São Pedro manece uma forte memó-
das Cabeças
Ourique
ria das campanhas milita-
Santa Bárbara
de Padrões res de Afonso Henriques,
e regressa ao ponto inicial.
Fernão Vaz
Cola
Almodôvar
Castelinho
Santa Clara-a-Nova
Almodôvar
102
A Percurso 12
103
A Alentejo
Sítio arqueológico
Santa Clara‑a‑Nova Saia de Santa Clara, seguindo as placas
que indicam a estação arqueológica. Tome
Saia de Almodôvar em direção a Santa a estrada de terra batida, em estado razoá-
Clara‑a‑Nova. Cerca de oito quilóme- vel, onde surge uma seta para Almarjão.
tros depois, chegará ao cruzamento para Em época de chuvas fortes e contínuas,
esta povoação, uma das mais antigas da será impossível chegar até Monte do
região. Além da igreja matriz, com uma Castelinho, pois a ribeira galga a estrada,
bonita epígrafe na torre sineira, pode visi- provocando uma enxurrada. Mesmo com
tar o museu etnográfico e arqueológico e, um todo‑o‑terreno, será perigoso tentar
nas proximidades da vila, o sítio arqueoló- atravessar. À chegada, irá deparar com
gico de Mesas do Castelinho. um castelo muçulmano e restos da antiga
muralha. Tinha poderosas torres e um
Museu etnográfico e arqueológico largo fosso envolvente e foi construído
É fácil chegar ao museu, pois há placas a sobre as ruínas de um povoado da Idade
indicar o caminho. Mas pode passar por do Ferro, ocupado até ao início da época
este espaço sem se aperceber, pois está romana e abandonado posteriormente.
instalado numa casa térrea semelhante As escavações ainda estão a decorrer, mas
às demais. O espólio, de grande riqueza, os investigadores, Carlos Fabião e Amílcar
remete para as atividades, tradições e Guerra, têm publicado alguns trabalhos.
modo de vida da região. Aprecie a repro- O local possuía uma densa área arbori-
dução de diversos ambientes, como a cozi- zada com sobreiros e azinheiras e forte
nha alentejana, barbearia, taberna e casa produção cerealífera. Os habitantes tam-
do povo. Encontra ainda algumas peças bém se dedicavam à produção de gado,
mas sem suínos e com pouca expressão
nos bovinos. Os investigadores defendem
que não seriam camponeses fortificados,
mas uma verdadeira guarnição militar.
104
A Percurso 12
Fernão Vaz
A caminho do castro, repare num des- Ourique
vio, à esquerda, para a aldeia de Fernão
Vaz. A povoação é modesta, mas vale a
pena conhecê‑la. As chaminés típicas Ourique
da região justificam a visita. Além disso,
mais ou menos a meio da povoação, verá Volte ao IC1 e siga para Ourique. Ao che-
uma indicação para uma anta. Não muito gar, se quiser ir logo ao posto de turismo,
longe – a partir de certa altura, terá de ir para recolher informações, terá de dirigir
a pé – encontra um destes monumentos ‑se à Praça do Município. Para visitar o
funerários, que data do III milénio a.C. local onde provavelmente estaria o antigo
castelo muçulmano de Orik, entretanto
Castro da Cola desaparecido, siga as indicações Mira-
No topo de uma colina, este povoado douro e Igreja. Terá, naturalmente, de
habitado entre a Pré‑História e o século XIII subir. Um pouco antes de chegar ao topo
oferece uma magnífica vista sobre o rio da colina, encontra um estacionamento.
Mira. Segundo alguns investigadores, a Deixe o carro e suba ao Miradouro Ramiro
maioria das estruturas data da época islâ- Sobral, também conhecido como Mira-
mica. Pode apreciar a muralha principal, douro do Castelo.
um estábulo, um forno, a cisterna e diver-
sas habitações e arruamentos. O profes- A fortificação de Orik terá sido cons-
sor Abel Viana, em finais dos anos 50 e truída em 711, logo no ano da invasão da
princípios dos 60, foi o primeiro a escavar Península por Musa b. Nusayr e Tariq b.
o local, que tem sido identificado com o Zyad. O historiador cordovês al‑Razi, no
castelo de Murjiq ou Marachique, referido século X, refere‑se a este castelo como
nas fontes árabes medievais. um dos mais fortes da região de Beja.
Desaparecido qualquer vestígio desta
Santuário de Nossa Senhora da Cola praça, foi construído um curioso muro
Um dos locais de maior devoção da alto, dotado de torre e arco, a lembrar as
região, aqui acorrem romeiros de todo fortificações medievais. O jardim do mira-
o Baixo Alentejo. Supõe‑se que já hou- douro é muito acolhedor, com uma vista
vesse uma ermida no século XIII. A atual espetacular. Ao pôrdo Sol, experimente
terá sido construída na centúria de XVII. ficar junto do parapeito, rodeado de
No interior, figura uma réplica da primeira heras e buganvílias, enquanto aproveita
105
A Alentejo
106
A Percurso 12
Continue em direção a Santa Bárbara de Ermida de São Pedro, São Pedro das Cabeças
Padrões, que tem uma igreja dedicada
à santa do mesmo nome, padroeira dos
mineiros. Não por acaso, pois as minas de
Neves Corvo ficam muito perto. Para visi-
tar, o melhor é virar à direita na rotunda
antes de chegar à povoação, em direção
a Lombador e Neves Corvo. No cruza-
mento seguinte, vire à esquerda e, logo a
seguir à escola, corte à direita, tomando
a Rua da Igreja. O templo terá sido edifi-
cado no século XIII, provavelmente sobre
as fundações de uma mesquita. No inte-
rior, destacam‑se pequenas gárgulas.
Foi junto à igreja que se descobriram as Castro Verde
107
Algarve
Praias e algo mais…
A região algarvia é delimitada a norte pela planície alen-
tejana e a sul pelo mar. A paisagem compreende essen-
cialmente o barrocal (extensa zona onde afloram rochas
calcárias e composta por vegetação tipicamente medi-
terrânica) e a praia, com pequenos apontamentos de
serra mais a norte. O Sudeste é dominado pelo Parque
Natural da Ria Formosa, conhecido pela diversidade da
sua fauna e flora, bem como pela variedade de habitats.
A oeste é a Área de Paisagem Protegida da Costa Vicen-
tina que mais costuma atrair a atenção dos visitantes.
D
EXTENSÃO: 130 km os picos mais elevados da Serra de Mon-
chique, e de toda a região a sul do Tejo, às
Monchique
escarpas da Costa Vicentina, este percurso
Pico de Fóia
reforça a ideia de que o Algarve é muito mais
Barranco de Pisões do que sol e praia. Vegetação luxuriante, espaços de
Maria Vinagre lazer agradáveis e paisagens esplêndidas são apenas
Aljezur algumas das atrações que o esperam – alternadas, aqui
Arrifana e ali, por alguns pontos de interesse histórico e cultural
que poderão merecer uma visita.
Marmelete
Caldas de Monchique
Vale de Boi Maria
Vinagre
Picota
Rogil Foz
do Farelo
Monchique
Barranco de Pisões
Pico
Aljezur de Fóia Monchique
Marmelete
Picota
Arrifana Caldas
de Monchique
Vale de Boi
Em Monchique
112
A Percurso 13
Pico de Fóia
se vir a indicação Convento, sugerimos tugal, com os seus 902 metros de alti-
que a ignore. Trata‑se de uma subida tude. Fóia e toda a Serra de Monchique
íngreme, com mais de dois quilómetros formaram‑se a partir de uma rocha erup-
de extensão, que vai dar a uma ruína nada tiva que, há milhões de anos, irrompeu
cuidada, num local pouco apresentável e pelo xisto, que é o principal constituinte
sem qualquer vista digna de interesse… da serra algarvia. Em Fóia descobriu‑se
Gozará de melhor vista, sobre o convento, um afloramento de sienitos de caracterís-
a vila e a área envolvente, subindo ao mira- ticas peculiares, a que foi dado o nome
douro do Largo de São Sebastião, junto ao de foiaíte. Ocorreu outro afloramento
Posto de Turismo. do mesmo tipo no Cerro da Picota.
113
A Algarve
114
Baía dos Tiros >
A Percurso 13
115
A Algarve
116
A Percurso 13
117
< Moinho da Arregata
A Algarve
118
A Percurso 13
119
A Algarve
O
EXTENSÃO: 125 km percurso que propomos começa e termina na
turística cidade de Lagos, com as suas praias
Lagos
e restaurantes de bom peixe. Pelo caminho,
Barragem da Bravura
tomamos contacto com as fabulosas escar-
Bordeira pas, açoitadas pelo vento, que compõem a costa vicen-
Carrapateira tina, de que Sagres é, sem dúvida, o ponto mais mar-
Vila do Bispo cante. Outra forma de contacto com a Natureza podemos
Castelejo encontrá‑la na Barragem da Bravura ou na Mata Nacional
de Barão de São João.
Monte dos Amantes
Deixamos ainda um alerta. Se viajar por estas estradas de
Sagres
verão, tenha cuidado para não atropelar as cobras. Como
Cabo de São Vicente têm dificuldade em deslocar‑se pelo asfalto, ao serem
Vila do Bispo surpreendidas por um automóvel, quase sempre fogem
Raposeira de forma atabalhoada, o que, muitas
Barão de São João vezes, lhes é fatal.
Barragem
Carrapateira
Lagos Bordeira
da Bravura
Barão
Castelejo de São João Lagos
Raposeira
Vila do Bispo
Monte
dos Amantes
Cabo
de São Vicente
Sagres
Lagos
120
A Percurso 14
121
A Algarve
natural, uma sala dedicada a África, uma cie de resina, que humedece a superfície
biblioteca, entre outros. A visita termina das folhas e é altamente inflamável.
na igreja, com a soberba talha dourada
barroca e painéis a óleo representando A dado momento, verá aparecer perante
a vida do santo que nasceu em Lisboa. os seus olhos o espelho de água da albu-
Recomendamos as exposições de arqueo- feira, encaixado entre o relevo coberto
logia e etnografia, mais representativas por mato escuro. Vale a pena parar e
da região. apreciar calmamente a paisagem. Entre-
tanto, vai começar a descer no sentido
Local: Rua General Alberto da Silveira. do paredão. Atravesse e, logo a seguir, à
Contacto: 282 762 301. esquerda, entre por uma estrada de terra,
que o levará até junto da água. Mas tenha
cuidado, pois o piso é inclinado e escor-
Barragem da Bravura regadio e a estrada muito estreita. Se não
quiser arriscar, deixe o carro no paredão e
Saia de Lagos em direção a Aljezur. siga a pé ou de bicicleta. A estrada passa
A cerca de sete quilómetros, tome a dire- perto da água e por entre boas sombras.
ção de Sabrosa e, mais à frente, siga para
a Barragem da Bravura.
Bordeira
Pelo caminho, encontra uma paisagem
essencialmente de barrocal, marcada, Volte pela mesma estrada, até ao cruza-
aqui e ali, por plantações de pinheiros. No mento com a EN120, que faz a ligação
verão, aspire o agradável aroma das este- entre Lagos e Aljezur, e vire à direita,
vas, que crescem até à beira da estrada. no sentido desta última localidade. Mais
O perfume intenso provém de uma espé- à frente, siga para a Bordeira. Logo à
Barragem da Bravura
122
A Percurso 14
Carrapateira
123
A Algarve
Fortaleza de Sagres
Percurso Megalítico
do Monte dos Amantes Sagres
De volta a Vila do Bispo, procure a
saída para Sagres. Na rotunda à entrada Volte à EN268, no sentido de Sagres.
dessa via, existe, do lado direito, uma Recomendamos uma visita à fortaleza,
estreita estrada de alcatrão, paralela à uma das maravilhas de Portugal. Os hori-
EN268. A cerca de dois quilómetros, zontes marítimos e os extremos ociden-
vire à esquerda e passe por debaixo do tais do Continente Europeu são um tema
viaduto. Logo a seguir, encontra um local constante no imaginário português.
para estacionar. Praias, portos, estuários e promontórios
são investidos de uma aura especial, a
Junto ao estacionamento, tem indica- que não são alheios sentimentos de vene-
ções para descobrir vários menires e um ração e medo. A poesia de Fernando Pes-
túmulo. O local é elevado e fustigado soa é disso excelente exemplo. Sagres,
pelo vento. Infelizmente, os menires estão como nenhum outro local, concentra
tombados, o que impede o visitante de todas estas “forças” e exerce fascínio.
apreciá‑los em toda a sua magnitude.
Perto de cada monólito, existe uma tabu- Fortaleza
leta com a sua identificação e posição no O facto de nunca ter existido uma verda-
percurso. Se quiser saber um pouco mais deira escola de navegantes não diminui
sobre o tema, a junta de freguesia pode em nada a importância e beleza do local.
organizar visitas guiadas (282 639 101). Depois de ver a enorme rosa dos ventos,
com cerca de 43 metros de diâmetro, a
O circuito tem uma extensão de 1200 Igreja de Nossa Senhora da Graça e o
metros, o que se faz calmamente numa Padrão dos Descobrimentos, contemple
hora. Só precisa de uns bons sapatos e, se a vista a partir das muralhas. A seguir,
124
A Percurso 14
percorra a linha ao longo do promontório ças, é o Parque Zoológico, que fica mais à
que os romanos e outros povos anteriores frente, na estrada para Bensafrim.
consideravam sagrado. Em dias límpidos,
avista‑se toda a costa, desde o Cabo Criado sob o lema “conservar, educar e
de São Vicente até Lagos. proteger”, o parque é uma delícia. Várias
espécies de macacos, aves das mais
Contacto: 282 620 140. diversas cores, alguns répteis e animais da
quinta compõem o cartaz de um espaço
Cabo de São Vicente bem cuidado, onde a flora e a arquitetura
Siga agora em direção a São Vicente. paisagística também não foram deixadas
Aproveite para ir espreitando alguns ao acaso. Os mais pequenos podem ainda
trilhos que partem do lado esquerdo divertir‑se no parque infantil ou a fingir
da estrada e proporcionam privilegia- que conduzem o velho trator da quinta.
dos pontos de observação. O Cabo de
São Vicente é o extremo Sudoeste da Embora exista bar e restaurante, se quiser
Europa Continental e o farol um dos levar o farnel, não se acanhe, pois a visita
mais importantes e potentes de toda a pode ser demorada.
Europa. O respetivo feixe é visível a 90
quilómetros de distância. Pode visitá‑lo Local: Quinta das Figueiras,
todos os dias, acompanhado por um dos Sítio do Medronhal.
faroleiros, que serve também de guia. Contacto: 282 680 100.
O horário é variável, mas, no geral, o
local está aberto das 10 às 17 horas, com
pausa para almoço. Lagos
Mata nacional
Inserida no património natural do Muni-
cípio de Lagos, tem diversas propostas
para o visitante: circuito de manutenção,
percursos pedestres e parque de meren-
das. O carro pode ir mesmo até junto do
parque, caso seja necessário descarregar
um farnel mais pesado.
Parque zoológico
Se ainda tiver fôlego, uma proposta inte-
ressante, sobretudo para quem tem crian- Parque Zoológico de Lagos
125
A Algarve
E
EXTENSÃO: 120 km ste percurso tem como pontos de partida e
Silves de chegada a cidade de Silves. Pelo caminho,
encontrará pontos de interesse extremamente
Falacho de Cima
variados e atividades que poderão interessar
Alcalar
todos os membros da família, crianças incluídas. O mais
Cruzinha difícil talvez seja selecioná‑los. Por isso, mais ainda do
Portimão que noutros percursos, sugerimos que, antes de se pôr
Sítio das Fontes a caminho, leia o texto de forma atenta.
Lagoa
Porches
Odelouca Falacho de Cima
Senhora da Rocha
Alcalar Silves
Armação de Pêra Lagoa de Viseu
Mexilhoeira Sítio
Guia Grande das Fontes
Algoz
Lagoa dos Salgados
Lagoa
Cruzinha Porches
Algoz Portimão Guia
Lagoa de Viseu
Senhora
Silves da Rocha Armação Lagoa
de Pêra dos
Salgados
126
A Percurso 15
127
A Algarve
128
A Percurso 15
129
A Algarve
130
A Percurso 15
Museu de Portimão
O museu da cidade situa‑se junto ao
rio Arade e ao Cais Vasco da Gama, no
renovado edifício de uma antiga fábrica Museu de Portimão
de conservas de peixe. Grande parte da
exposição simula as várias etapas do pro- Quinta pedagógica
cesso industrial ligado à antiga fábrica, Para lá chegar, apanhe a V6 na direção de
mas a exposição de referência do museu Lagos e, na última rotunda, volte para trás.
é dedicada às origens e à evolução da Logo a seguir, vire à direita na rua entre o
comunidade local, desde os vestígios Max Mat e o Pingo Doce. A partir daí, siga
milenares dos túmulos de Alcalar (veja a as indicações para a quinta pedagógica.
página 129) até ao seu mais ilustre mem-
bro: Manuel Teixeira Gomes, Presidente Existem aqui diversos animais de quinta,
da República entre 1923 e 1925. como ovelhas e cabras da região, éguas
e burros, vacas, porcos, gansos e patos e,
Local: Rua Dom Carlos I (zona ribeirinha). um dos grandes favoritos das crianças, o
Contacto: 282 405 230. coelho‑anão. Além dos animais, a quinta
conta ainda com uma horta e um pomar,
Fortaleza de Santa Catarina um jardim de ervas aromáticas, uma zona
Para uma panorâmica sobre o litoral, dirija de compostagem e um forno tradicional.
‑se agora à Fortaleza de Santa Catarina.
Siga as indicações para a Praia da Rocha É possível visitar a quinta em qualquer
e, quando lá chegar, vire à esquerda na altura, dentro do horário de abertura, mas,
longa avenida que acompanha o mar e se quiser também ter a oportunidade de
o areal, percorrendo‑a até ao final. É aí interagir com os animais (dar de comer,
que se ergue a fortaleza, construída no escovar, tosquiar, ordenhar, etc.), fazer
século XVII para defesa da cidade e do pão, semear ou ficar a saber mais sobre
acesso fluvial ao interior algarvio. Atual- o uso das ervas aromáticas, terá de mar-
mente, perdidas as suas funções defen- car previamente, a partir da segunda‑feira
sivas e dada a sua posição estratégica, anterior ao dia em que pretende realizar
constitui um excelente miradouro. a atividade ou fazer uma visita guiada.
131
A Algarve
Situado ao longo de um esteiro, na mar- É possível fazer uma visita guiada às ade-
gem esquerda do rio Arade, este agradá- gas, durante a qual se fica a saber quase
vel parque de merendas está integrado tudo sobre a produção e o engarrafa-
numa zona de sapal (terras húmidas sob mento dos cinco tipos de vinho da região,
a influência das marés) e alberga uma em que predominam os tintos. Segue‑se
grande diversidade de plantas e animais. a prova, que decorre numa sala junto ao
É, sem dúvida, o local perfeito para um posto de venda. Se o desejar, também
suculento piquenique seguido de digesti-
vos passeios a pé.
132
A Percurso 15
133
A Algarve
interesse especial, mas encerra uma ver apresentações com golfinhos, diver-
curiosidade. Entre e dê uma espreitadela sas espécies de focas e leões‑marinhos,
às duas pias de água benta, colocadas de aves tropicais e de rapina, jacarés, cro-
cada lado da porta de entrada. Trata‑se de codilos, tartarugas e um aquário com
duas válvulas de uma concha verdadeira, diversas espécies tropicais. Dispõe de
que vive nos recifes coralinos e chega a piscinas (só no verão) e outras zonas
atingir perto de um metro de diâmetro e de entretenimento para toda a famí-
várias dezenas de quilos de peso. Vulgar- lia, bem como vários restaurantes e um
mente chamam‑lhes conchas assassinas, cinema com um filme de sensibilização
atendendo ao facto de se poderem fechar ambiental sobre aquecimento global,
sobre o pé de quem inadvertidamente as desflorestação e destruição dos ecos-
pise durante a maré vazia, retendo a vítima sistemas marinhos. Da infraestrutura
prisioneira das suas válvulas até a maré faz também parte o Porto d’Abrigo, um
voltar a encher, podendo provocar‑lhe a centro de reabilitação e reintrodução em
morte por afogamento. Tanto quanto se ambiente selvagem de animais que che-
sabe, isso nunca aconteceu realmente, gam à costa exaustos, doentes, feridos
mas a ideia é suficientemente assustadora ou desorientados.
para manter a lenda… O bilhete inclui todos os divertimentos
(exceto programa de interação com gol-
finhos, para o qual é necessária reserva
Guia prévia) e é válido para o dia inteiro.
134
A Percurso 15
Krazy World
135
A Algarve
A
EXTENSÃO: 110 km zona de Albufeira é uma das mais turísticas do
Algarve – todos os anos, as suas praias e as dos
Albufeira
arredores são invadidas por “hordas” de turistas
Paderne
nacionais e estrangeiros. No entanto, o per-
Alte curso que lhe propomos afasta‑se dessa abordagem mais
Torre tradicional, com o intuito de lhe mostrar alguns recantos
Rocha da Pena naturais ainda escondidos e locais de interesse histórico
Salir que, acreditamos, vale a pena conhecer.
Fonte de Benémola
Querença Rocha da Pena
Torre
Loulé Salir
Alte
136
A Percurso 16
137
A Algarve
138
A Percurso 16
e, depois, posto a secar e pisado, durante ras, estacione o carro. No canto oposto
horas a fio, com maços de madeira, nas àquele por onde entrou, existe um cami-
ruas e largos da aldeia. As mulheres nho íngreme. Desça‑o a pé, até junto ao
torciam‑no em finas bracinhas, que eram rio (os atalhos que ficam à esquerda são
mais tarde utilizadas para o fabrico de menos íngremes do que o caminho princi-
objetos de uso quotidiano, como sacos pal), deixando‑se guiar pelo ruído da cas-
de rede, tapetes, cabos, etc. cata, cada vez mais próximo. Irá deparar
‑se com uma das maiores quedas d’água
Na mesma casa está representada uma do Algarve. A água precipita‑se sobre uma
cozinha tradicional algarvia e diversos laguna límpida, que convida quem saiba
brinquedos de pinho, bastante interes- nadar bem a um mergulho refrescante.
santes. Se gosta deste tipo de artesanato Quem beneficia da “onda” de frescura
e dispõe de algum tempo, considere a proporcionada pela cascata dificilmente
possibilidade de ir até à Torre, que fica percebe porque é que os turistas teimam
a poucos quilómetros a oeste de Alte. em apinhar‑se na linha costeira…
Aí poderá ver como se fabricam e até,
se o desejar, adquirir alguns.
Rocha da Pena
Local: Estrada da Ponte, 17.
Contacto: 289 478 666. Saia agora de Alte, em direção a Pena.
Quando chegar a Benafim, vire à esquerda,
Queda d’água do Vigário para Penina, e siga depois para a Rocha
Depois de visitar a Casa da Memória, da Pena, povoação a partir da qual inicia-
continue pela mesma estrada, como remos um excelente percurso pedestre,
quem vai para São Bartolomeu de Messi- que pode atingir uma extensão de cinco
nes, e encontrará o cemitério à esquerda. quilómetros (veja a página seguinte).
Contorne‑o e, quando chegar às trasei-
A Rocha da Pena é um maciço rochoso
que se destaca de todos os outros da
região. Com uma altitude máxima de 479
metros, é constituído por calcários muito
duros que, ao longo do tempo, foram cor-
roídos por processos físicos e químicos,
dando origem a uma superfície marcada
por sulcos profundos e algumas grutas.
A escarpa, com cerca de 50 metros de
altura, é encimada por um planalto com
dois quilómetros de comprimento, onde
se encontram duas interessantes mura-
lhas em pedra sobreposta, que se pensa
remontarem à Idade do Ferro.
139
A Algarve
de Portugal pelo Rei D. Afonso III. A gruta miradouro do lado norte e depois dirija
onde consta que procuraram refúgio é, ‑se ao planalto, atravessando a muralha e
por isso, ainda hoje conhecida como Algar apreciando a vista sobre o barrocal a par-
dos Mouros (um algar é uma gruta de tir do marco geodésico. Depois, contorne
entrada vertical, semelhante a um poço). o cabeço até à Penina e regresse ao lugar
No entanto, deve evitar explorar esta e da Rocha da Pena, onde existe um agra-
outras cavidades que, provavelmente, dável fontanário que o ajudará a recom-
encontrará pelo caminho. Por dois moti- por as forças após a caminhada.
vos: primeiro, porque a maioria exige Nunca será demais lembrar que, ao efe-
conhecimentos e equipamento de espe- tuar o percurso, não deve sair dos trilhos,
leologia; segundo, porque ali repousam fazer fogueiras, colher plantas ou pertur-
várias espécies de morcegos muito sensí- bar de qualquer forma os animais com
veis à presença humana, como, por exem- a sua presença.
plo, o morcego‑de‑peluche e o morcego
‑rato‑pequeno, ambos em perigo de
extinção. Salir
Com efeito, além do indiscutível valor pai-
sagístico da elevação, a Rocha da Pena Dirija‑se agora a Salir. Aqui ainda existem
também apresenta uma grande riqueza alguns vestígios das muralhas em taipa
biológica. Encontram‑se aí mais de 390 de um castelo muçulmano, por entre o
espécies botânicas, algumas das quais casario branco e florido. Na zona do cas-
endémicas e muitas aromáticas ou medi- telo, há também um miradouro e, do lado
cinais, mais de 120 espécies de aves e oposto, um polo museológico. Sob o
ainda outros animais, como coelhos, java‑ chão envidraçado do museu, conseguirá
lis, raposas e ginetas. ver as ruínas reconstruídas do nível térreo
das habitações árabes, com os silos onde
O percurso pedestre está devidamente se guardavam os cereais (trigo e bolota).
indicado e tem uma duração de cerca de Nas vitrinas, são exibidos vários objetos
três horas. Suba pela escarpa sul até ao provenientes das escavações realizadas
no local, incluindo cerâmicas restauradas
do século XII e frascos com cereais carbo-
nizados encontrados nos silos.
Fonte de Benémola
140
A Percurso 16
Querença
141
A Algarve
142
A Percurso 16
peças arqueológicas recuperadas nas Para o visitar, entre pelos grandes por-
escavações, algumas delas em ótimo tões que dão acesso ao Centro Despor-
estado de conservação. tivo e Hípico ou contorne este centro
por fora e entre diretamente no parque.
A informação disponível é abundante Poderá fazê‑lo a pé, de bicicleta ou a
e precisa e engloba os vários aspetos cavalo (é possível alugá‑lo no centro
de ordem geográfica e geológica que hípico). Encontrará aqui um observa-
determinaram, na altura, a localização da tório de aves, de onde terá uma ótima
villa, que hoje parece tão absurdamente perspectiva sobre a lagoa e as várias
longe do mar. espécies de aves que a povoam. Se tiver
sorte, até poderá avistar algumas lontras
Local: Av. do Cerro da Vila, Vilamoura. e cágados. Por aqui abundam também
Contacto: 289 312 153. os terrenos agrícolas e as zonas húmi-
das, onde predomina o caniçal. Dada a
extensão do parque, não se esqueça de
trazer água, chapéu, calçado confortável
e protetor solar.
143
A Algarve
E
EXTENSÃO: 85 km sta é uma das zonas mais atrativas de todo
Faro o Algarve. Só pelo paraíso que é a Reserva
Natural da Ria Formosa já valia a pena o pas-
Ruínas de Milreu
seio. Mas este percurso, com cerca de 85 quiló-
São Brás de Alportel
metros, oferece-lhe mais algumas alternativas. Partindo
Pego do Inferno de Faro, onde poderá visitar alguns museus, o itinerário
Tavira cobre uma boa parte da zona a leste desta cidade, até
Ilha de Tavira Tavira, desvendando-lhe algumas atrações naturais de
Santa Luzia rara beleza.
Pedras d’El Rei
Pego do Inferno
Torre de Aires São Brás
de Alportel Sta. Catarina
Quelfes da Fonte do Bispo Tavira
OIhão Santa
Ilha de Tavira
Ruínas Luzia
de Milreu
Faro Pedras
Estói
d’El Rei
Torre
Quelfes de Aires
Olhão
Faro
144
A Percurso 17
Aqui encontrará uma exposição intera- Não é nada interativo, mas é, sem dúvida,
tiva consagrada ao mar, bem como dois muito educativo.
aquários (um com corais e outro com
fauna submarina local), além de alguns Local: Capitania de Faro,
microscópios para observar o plâncton Rua da Comunidade Lusíada.
e um minilaboratório de aquariologia. Contacto: 289 894 990.
No Apalpário é possível tocar várias espé-
cies de peixes, moluscos, bivalves e algas. Igreja do Carmo
Siga agora para o centro, na direção do
Este museu de conceito moderno inclui Largo do Carmo. Partindo da praça junto
ainda o Espaço Júnior, onde decorrem à doca, suba a Rua 1.º de Maio e depois
diversas atividades para crianças e exis- vire à esquerda quando chegar à Praça
tem computadores ligados à Internet Ferreira de Almeida. Passe pela graciosa
que podem ser usados pelos visitantes. fachada da Igreja de São Pedro e siga
No primeiro andar, durante o dia, poderá depois para a Igreja do Carmo, uma majes-
observar o Sol com o auxílio de potentes tosa construção barroca, que domina, do
telescópios e, nas noites de verão, os res- alto, o largo com o mesmo nome. A sua
tantes corpos celestes. Noutras épocas Capela dos Ossos foi construída em 1816,
do ano, é necessária marcação prévia. utilizando mais de mil ossadas e caveiras,
desenterradas do cemitério da igreja.
Local: Rua Comandante Francisco Manuel. Consta que o bispo considerava que os
Contacto: 289 890 920. ossos eram mais eficazes e baratos do
que o tijolo e a argamassa.
Museu Marítimo
Almirante Ramalho Ortigão Local: Largo do Carmo.
No lado oposto da doca encontrará, Contacto: 289 824 490.
no edifício da Capitania do Porto de Faro,
o Museu Marítimo.
145
A Algarve
146
A Percurso 17
147
A Algarve
Tavira
Durante séculos, e até ao início dos anos Existem também muitas igrejas interes-
70 do século passado, Tavira viveu depen- santes, mas a maior parte está fechada ao
dente da pesca do atum. Os enormes público. Quando visitámos Tavira, apenas
peixes eram apanhados com aparelhos era possível entrar na Capela de Santa
de rede e depois puxados para bordo Ana e na Igreja da Misericórdia. Esta
dos barcos com ganchos de ferro. Era última é uma construção renascentista, do
um espetáculo impressionante: os peixes século XVI, e fica na Rua da Galeria, junto
agitavam-se na água, cercados pelos bar- ao acesso ao castelo subindo a partir da
cos com a borda cheia de homens ensan- Praça da República. Os azulejos do inte-
guentados que puxavam para bordo, rior representam as obras de misericórdia.
ritmadamente, peixes maiores do que
eles. Compreende-se, por isso, que se Antes de partir, atravesse a ponte romana,
chamasse a esta faina a tourada do mar. apenas para peões, e aprecie a vista sobre
o rio e a cidade. Esta ponte encontra-
Tavira mantém um charme inegável, tanto -se na zona de fronteira entre o Rio Gilão
pela sua arquitetura como pela proximi- e o Séqua.
148
A Percurso 17
149
A Algarve
Durante a baixa-mar, repare nos carangue- não quiser caminhar mais um quilómetro
jos que patrulham o lodo, escondendo-se e meio até à praia.
em tocas subterrâneas ao mínimo sinal
de perigo. São os caranguejos-violinistas, Torre de Aires
assim designados porque os machos cha- Retomando o carro e atravessando
mam incessantemente as fêmeas com uma Pedras d’El Rei, chega-se novamente à
das pinças (bocas), que é muito desenvol- EN125. Vire à esquerda em direção a Faro
vida, dando a impressão de estarem a tocar e, à saída de Luz de Tavira, torne a virar à
violino. Na região, costumam apanhá-los esquerda, para onde está indicada a Torre
para lhes retirar esta pinça sobredimen- de Aires. Trata-se de uma torre medieval
sionada, libertando depois o animal que, restaurada, com uma zona de lazer e par-
mais tarde, volta a gerar uma nova pinça. ques de estacionamento anexos. Fica
muito próxima da estrada, mas entre a
Há um caminho à beira-ria, que vai de estrada e a ria há imenso espaço para
Santa Luzia a Pedras d’El Rei, com cerca passear a pé ou de bicicleta.
de dois quilómetros. Assim, o cheiro
intenso do sapal e a paisagem tranquila
da ria podem ser devidamente aprecia- Olhão
dos num longo passeio a pé. Há bancos
ao longo de todo o percurso e candeeiros De regresso à EN125, siga na direção de
de iluminação pública. No final, já junto Faro. Um pouco antes de chegar a Olhão,
ao aldeamento turístico de Pedras d’El vire à esquerda, junto a uma bomba de
Rei, poderá atravessar a pé a pequena gasolina, e vá seguindo as indicações
ponte que o levará até ao Barril. Do lado para o Parque Natural da Ria Formosa,
de lá existe um minicomboio, para quem cuja entrada irá encontrar, do seu lado
150
A Percurso 17
Centro de Educação
Ambiental de Marim
Com cerca de 60 hectares, o centro faz
parte do Parque Natural da Ria Formosa
e dispõe de um trilho de descoberta
da natureza com cerca de três quiló-
metros, que demora, em média, duas
a três horas a percorrer. O percurso é
realizado com mapa e existem diversas
placas informativas que permitem a qual-
quer leigo explorar bem todo o espaço,
simultaneamente recreativo e educativo. Zona ribeirinha de Olhão
Poderá ver os principais ecossistemas da
ria, ou seja, sapal, dunas, salinas, pinhais, Se passar pela Igreja de Nossa Senhora
charcos de água doce e agricultura do Rosário, junto à Praça da Restaura-
tradicional. ção, dirija-se à parte traseira e dê uma
espreitadela aos ex-votos expostos na
Existe também um observatório de aves, capelinha de Nossa Senhora dos Aflitos,
um canil de cão de água português, constituídos, essencialmente, por peças
ruínas romanas e um centro de recupera- em cera, representando pernas, mãos,
ção de aves. cabeças e outros órgãos, objeto de agra-
decimento por eventual cura divina. Era
No centro interpretativo existe um auditó- aqui que vinham rezar as mulheres dos
rio, meios audiovisuais e área de exposi- pescadores de Olhão pelos seus homens
ção. Aí poderão ser adquiridas várias publi- que se encontravam no mar.
cações e material de divulgação sobre o
parque e a conservação da Natureza. Depois de calcorrear as ruas vedadas ao
trânsito, tome uma bebida numa espla-
Local: Quelfes, Olhão. nada junto ao mercado, com uma desa-
Contacto: 289 700 210. fogada vista para o mar.
151
Índice
remissivo
A Barragem
de Alqueva . . . . . . . . . . . . . . 71
Açude do Gameiro . . . . . . . . . 43-44 da Apartadura . . . . . . . . . . . . 23
Adega Cooperativa da Lagoa . . . . .132 do Arade . . . . . . . . . . . . . . .129
Adega de Sines . . . . . . . . . . . . . 89 da Atabueira . . . . . . . . . . . . . 45
Águias . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 da Bravura . . . . . . . . . . . . . . 122
Alandroal . . . . . . . . . . . . . . . . 51 de Campilhas . . . . . . . . . . . . . 92
Albergaria dos Fusos . . . . . . . . . . 63 do Divor . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Albufeira . . . . . . . . . . . . . . . . 136 de Fonte Cerne . . . . . . . . . . . . 92
Albufeira do Maranhão . . . . . . . . . 35 do Funcho . . . . . . . . . . . . . . 129
Alcácer do Sal . . . . . . . . . . . . . . 72 do Lousal . . . . . . . . . . . . . . . 78
Alcáçovas . . . . . . . . . . . . . . . . 61 do Maranhão . . . . . . . . . . . . . 35
Alcalar . . . . . (veja Túmulo de Alcalar) do Monte da Rocha . . . . . . . . .106
Aldeia da Serra . . . . . . . . . . . . . 49 de Morgável . . . . . . . . . . . . . 91
Algar dos Mouros . . . . . . . . . . . 140 de Odivelas . . . . . . . . . . . . . . 63
Algoz . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 de Pego do Altar . . . . . . . . . . . 75
Aljezur . . . . . . . . . . . . . . . . . .117 da Póvoa . . . . . . . . . . . . . . . 17
Aljustrel . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 do Roxo . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Almancil . . . . . . . . . . . . . . . . .142 de Vale de Gaio . . . . . . . . . . . . 75
Almarjão . . . . . . . . . . . . . . . . 104 Barranco de Pisões . . . . . . . . . . .113
Almodôvar . . . . . . . . . . . . . . . 102 Barril . . . . . . . . . . . . . . . . 149-150
Almograve . . . . . . . . . . . . . . . . 95 Basílica Real de Nossa Senhora
Alpalhão . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 da Conceição . . . . . . . . . . . . 106
Alte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138 Beja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Alter do Chão . . . . . . . . . . . . . . 29 Bienal da Pedra . . . . . . . . . . . . . 27
Alter Pedroso . . . . . . . . . . . . . . 30 Boavista dos Pinheiros . . . . . . . . . 99
Alvito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Borba . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Ammaia . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Bordeira . . . . . . . . . . . . . . . . .122
Anta Grande do Zambujeiro . . . . . . 58 Brotas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Anta-capela de Nossa Senhora
do Livramento . . . . (veja Anta-capela
. . . . . . . . . . . . . de São Brissos)
C
Anta-capela de São Brissos . . . . . . 60 Cabeço de Vide . . . . . . . . . . . . . 31
Anta-capela de São Dinis . . . . . . . . 42 Cabo de São Vicente . . . . . . . . . 125
Armação de Pêra . . . . . . . . . . . .133 Cabo Sardão . . . . . . . . . . . . . . 98
Arquivo Paes Telles . . . . . . (veja Museu Caeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
. . . da Fundação Arquivo Paes Telles) Café Alentejano . . . . . . . . . . . . . 24
Arraiolos . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Café Diana . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Arrifana . . . . . . . . . . . . . . . . .118 Caldas de Monchique . . . . . . . . .118
Avis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Candieira . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Azinheira dos Barros . . . . . . . . . . 77 Capela
do Arco dos Santos . . . . . . . . . . 32
B do Calvário (Ferreira do Alentejo) . . .
. . . . . . . . . (veja Igreja das Pedras)
Badoca Park . . . . . . . . . . . . . . . 80 do Calvário (Nisa) . . . . . . . . . . . 17
Baía dos Tiros . . . . . . . . . . . 114-115 das Conchas . . . . . . . . . . . 61-62
Barão de São João . . . . . . . . . . .125 de Nossa Senhora da Conceição . . . .
Barrada . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 . . . . . . . (veja Capela das Conchas)
152
Índice
remissivo
153
Índice
remissivo
154
Índice
remissivo
da Misericórdia (Arraiolos) . . . . . . 40
da Misericórdia (Beja) . . . . . . . . 83
J-K
da Misericórdia (Monsaraz) . . . . . 67 Janela da Mariana . . . . . . . . . . . 83
da Misericórdia (Tavira) . . . . . . . 148 Jardim da Corredoura . . . . . . . . . 23
da Misericórdia (Vila Viçosa) . . . . . 54 Krazy World . . . . . . . . . . . . . . .135
de Nossa Senhora da Alegria . . . . 19
de Nossa Senhora da Assunção
(Querença) . . . . . . . . . . . . .141
L
de Nossa Senhora da Assunção Lago do Gadanha . . . . . . . . . . . . 46
(Messejana) . . . . . . . . . . . . . 86 Lagoa . . . . . . . . . . . . . . . . . .132
de Nossa Senhora da Conceição . . 86 Lagoa
de Nossa Senhora da Graça . . . . 124 de Melides . . . . . . . . . . . . . . 81
de Nossa Senhora da Vila Velha . . . 32 dos Salgados . . . . . . . . . . . . .134
de Nossa Senhora das Brotas . . . . 44 de Santo André . . . . . . . . . . . . 81
de Nossa Senhora das Neves . . . . 31 de Viseu . . . . . . . . . . . . . . . 135
de Nossa Senhora do Rosário . . . 151 Lagos . . . . . . . . . . . . . . . . . .120
de Nossa Senhora dos Remédios . 106 Loulé . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
Paroquial de Santa Margarida . . . . 87 Lousal . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
das Pedras . . . . . . . . . . . . . . 86
do Salvador . . . . . . . . . . . . . . 40
de Santa Clara . . . . . . . . . . . . 65
M
de Santa Maria (Estremoz) . . . . . . 48 Manufactura de Tapeçaria
de Santa Maria (Marvão) . . . . . . . 21 de Portalegre . . . . . . . . . . . . . 24
de Santa Maria da Feira . . . . . . . 83 Maria Vinagre . . . . . . . . . . . . . .114
de Santa Maria da Lagoa . . . . . . 67 Marvão . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
de Santa Maria do Bispo . . . . . . . 38 Mata Nacional de Barão
de Santiago (Alcácer do Sal) . . . . . 73 de São João . . . . . . . . . . . . . 125
de Santiago (Estremoz) . . . . . . . . 48 Menir
de Santiago (Monsaraz) . . . . . . . 67 dos Almendres . . . . . . . . . . 59-60
de Santiago (Montemor-o-Novo) . . 37 da Bulhoa . . . . . . . . . . . . . . . 69
de Santo Amaro . . . . . . . . . . . 83 do Outeiro . . . . . . . . . . . . . . 69
de Santo Antão . . . . . . . . . . . . 57 da Rocha dos Namorados . . . . 69-70
de Santo António (Lagos) . . . . . .121 Mercado de Escravos . . . . . . . . . 121
de Santo António (Ourique) . . . . .106 Mesas do Castelinho . . . . . . . . . .104
de São Bartolomeu . . . . . . . . . . 54 Messejana . . . . . . . . . . . . . . . . 86
de São Francisco (Estremoz) . . . . . 46 Mexilhoeira Grande . . . . . . . . . . 130
de São Francisco (Évora) . . . . . . . 57 Mina de Algares . . . . . . . . . . . . . 85
de São Francisco . . . . . .[veja Ermida Mina Juliana . . . . . . . . . . . . . . . 84
. . . . . . . de São Sebastião (Pavia)] Miradouro da Senhora da Penha . . . 17
de São Lourenço . . . . . . . . . . .142 Miradouro Ramiro Sobral . . . . . . . 105
de São Pedro . . . . . . . . . . . . .145 Miróbriga . . . . . . . . . . . . . . . . 79
de São Roque . . . . . . . . . . . . . 19 Moinho
de São Salvador do Mundo . . . . . 19 de água da Pontinha . . . . . . . . . 29
de São Sebastião . . . . . . . . . . 136 da Arregata . . . . . . . . . . . 114, 116
Igrejinha . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 das Cumeadas . . . . . . . . . . . . 79
Ilha do Pessegueiro . . . . . . . . . . . 90 do Poucochinho . . . . . . . . . . .114
Ilha de Tavira . . . . . . . . . . . . . .149 Monchique . . . . . . . . . . . . . . .112
Insectozoo . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Monsaraz . . . . . . . . . . . . . . . . 66
155
Índice
remissivo
156
Índice
remissivo
Parque
das Águas . . . . . . . . . . . . . . . 99
Q
Ambiental de Vilamoura . . . . . . .143 Quatro Águas . . . . . . . . . . . . . .149
Biológico da Serra de Silves . . . . 126 Queda d’água do Vigário . . . . . . .139
Ecológico do Açude do Gameiro . . 43 Quelfes . . . . . . . . . . . . . . . . .151
de Merendas da Santinha . . . . . .118 Querença . . . . . . . . . . . . . . . .141
da Mina . . . . . . . . . . . . . . . .119 Quinta pedagógica (Portimão) . . . . 131
Natural da Ria Formosa . . . . 150-151
Zoológico de Lagos . . . . . . . . .125 R
Passeio do Mestre de Avis . . . . . . . 35
Recinto Megalítico
Pavia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
da Portela de Mogos . . . . . . . . . 39
Pedra da Agulha . . . . . . . . . . . .118
Redondo . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Pedras d’El Rei . . . . . . . . . . 149-150
Reguengos de Monsaraz . . . . . . . . 70
Pego do Inferno . . . . . . . . . . . . 147
Ribeira de Brotas . . . . . . . . . . . . 44
Pego das Pias . . . . . . . . . . . . . .101 Ribeira do Raia . . . . . . . . . . . . . 43
Percurso Megalítico do Monte Ribeira de Seda . . . . . . . . . . . . . 29
dos Amantes . . . . . . . . . . . . .124 Rio de Figueira . . . . . . . . . . . . . 80
Peroguarda . . . . . . . . . . . . . . . 87 Rio Sever . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Pico de Fóia . . . . . . . . . . . . . . 113 Rocha da Pena . . . . . . . . . . . . .139
Pico da Picota . . . . . . . . . . . . . 119 Rocha dos Namorados . . . . (veja Menir
Picota . . . . . . . . . . . . . . . . . .119 . . . . . . . da Rocha dos Namorados)
Pisões . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 Rocha, A . . . . . . . . . . . . . . . . 130
Ponta da Arrifana . . . . . . . . . . . .118 Rogil . . . . . . . . . . . . . . . . . . .114
Ponte de Sor . . . . . . . . . . . . . . 28 Ruínas de Milreu . . . . . . . . . . . .146
Porches . . . . . . . . . . . . . . . . .133 Ruínas Romanas de Ammaia . . . . . . 22
Porta da Ravessa . . . . . . . . . . . . 51 Ruínas Romanas do Cerro da Vila . . . 142
Portagem . . . . . . . . . . . . . . 19, 22
Portalegre . . . . . . . . . . . . . . . . 23 S
Portel . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Portimão . . . . . . . . . . . . . . . . 130 Sagres . . . . . . . . . . . . . . . . . .124
Porto Covo . . . . . . . . . . . . . . . 89 Sala do Capítulo . . . . . . . . . . . . 83
Porto das Barcas . . . . . . . . . . . .101 Sala-Museu Sub-Tenente Piteira . . . . 40
Salir . . . . . . . . . . . . . . . . . . .140
Praça do Giraldo . . . . . . . . . . . . 57
Santa Bárbara de Padrões . . . . . . .107
Praia
Santa Clara-a-Nova . . . . . . . . . . 104
do Almograve . . . . . . . . . . . . . 98
Santa Luzia . . . . . . . . . . . . . . .149
do Amado . . . . . . . . . . . . . . 123
Santiago do Cacém . . . . . . . . . . . 78
do Barril . . . . . . . . . . . . . . . 149
Santiago do Escoural . . . . . . . . . . 39
do Carvalhal . . . . . . . . . . . . . . 99 Santuário
do Castelejo . . . . . . . . . . . . .124 de Nossa Senhora de Aires . . . . . 62
da Comporta . . . . . . . . . . . . . 74 de Nossa Senhora da Cola . . . . .105
fluvial da Ribeira Grande . . . . . . . 32 de São Miguel da Mota . . . . . . . 53
das Furnas . . . . . . . . . . . . . 95-96 São Bartolomeu da Serra . . . . . . . . 79
Grande . . . . . . . . . . . . . . . .134 São Brás de Alportel . . . . . . . . . .146
da Ilha . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 São Cucufate . . . . . . . . . . . . . . 64
da Senhora da Rocha . . . . . . . . 133 São Domingos . . . . . . . . . . . . . 93
do Queimado . . . . . . . . . . . . . 91 São Manços . . . . . . . . . . . . . . . 65
157
Índice
remissivo
158
Veja como planear, explorar e recordar
a sua viagem com a ajuda da Internet.
Também em versão digital.