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EROS E PSIQUt

EroS representa a divindade bque preside à sexualid d


. a e em
. nto tanto em sua f or1na analizada quanto em s r seu
conJU · . _ . ua 1orm
limada. A banahzaçao consiste no mau uso da função .ª
sub f' . br - que nao
busca senão o prazer._
1s1co; a su
d
1maçao
.
acrescenta à ligação pas-
sageira do ato a uniao perene as a1mas.
Psiquê, personificação da alma, deixa-se seduzir por Eros sob
sua forma perversa, o que, para a alma, significa a perda da aspira-
ção que deveria caracterizá-la, assinalando, portanto, a mais banal
das decadências. É preciso que a alma tenha perdido sua força, sua
clarividência, que esteja cega pela imaginação exaltante, para que
possa conceber o amor sob ~ua forma perversa e para que essa
forma lhe pareça sedutora.
Psiquê é aprisionada num palácio por Eros, simbolizando as
· promessas da luxúria da qual é prisioneira e não pode libert~~se
Eros, amante perverso (a visão pervertida do amor), só vem ~s11~
ª alma que lhe é cativa ao abrigo da noite, temendo que PSique,
vendo-o sob seu real aspecto desperte da sedução imaginativa que
a escraviza.
· O sedutor, que na °,
' verdade é horrend ordena expres· ulta
sarnente a, alma que jamais tente penetrar a escun'd-ao que _ o, ocbolos
de sua visão. A reclusão a noite e a proibição de ver, sao sun nbo-
clar d ' . der-se vergo
os e um amor que tem necessidade de escon .. "ncia do
sarnente, de um amor perverso subconscien · te, conseque
recalcamento ' ._, .
· . uurlll·
U · dormecido, a
ma noite, porém Psiquê ao lado de Erosª b'eto de su
ge. a interdição e cede à ten~ação de conhecer o ?11 lllºnstrº a
paoc e
. fº· bornve
om a luz de uma tocha, descobre um Iarividênc ª re·
scoeu ado. A tocha acesa simboliza o despe~tar da cdespertar dd~ O
· que
1

meça d' . . . o o d t11•


morso qu
ª issipar o encantamento imaginattv ' . 1uz O res·
.. rverso ª . ·dadeP
h e permitirá a Psiquê ver o amor pe 1pab1h . apas·
orror sob , ão a cu víttlll
tes t seu aspecto revelador não e sen a alma,
ª ornar-se consciente suscetível de libertar
'
. da banalizaçao. t's1q ue toge do palácio d
s age1ra ..
do apr1s1onamento • . .
1mag1nattvo. o encantamento,
liberta-se
. e de sua cegueira, Psiquê dirige-se à esposa de z
L ivr . H d eus, Hera
do-lhe ajuda. era, eusa da pureza da alma d ,
irnPIoran d e o 1ar
,. lhe tarefas extremamente uras, símbolos das dificuld d '
irnpoe- h d d . a es a
supera , r a fim de apagar a mane . a a
'd,., evass1dão.
. Efetua da a pun-.
.. 0 , Psiquê reencontra a c1anv1 enc1a: o amor físico , Eros, n-ao
fi1caça

se apresenta mais a ela sob 'daspf.cto de um ;111onstro sedutor.
Reaparece sob s~a. f?rma rea ,' 1 _ea 1za~a ~ela simbolização e re-
resentada como d1v1ndade ohmp1ca. Psique desposa a visão subli-
~e do amor físico, torna-se esposa de Eros: a alma reencontra a
capacidade de união. É a própria Hera que une a alm·a à verdadei-
ra visão do amor, Eros e Psiquê, e são os próprios deuses, todo o
Olimpo, que se regozijam com sua união e vêm festejar as bodas.
Para encerrar a exposição da banalização sob sua forma con-
vencional, devemos assinalar que os Íímbolos mais freqüentes des-
se castigo são: afundar na Iama, submergir no pântano. A terra
lodosa pode ser substituída pela terra que se abre sob os pés, de
onde provém o símbolo do desaparecimento no abismo.
A mitologia grega reserva uma fábula especial a Midas, rei da
vulgaridade, chegando a usar a seu respeito uma simbolização es-
pecial do.castigo, mas trata-se aí de uma exceção. Afora esse caso,
a mitologia alude reiteradas vezes a esta situação psíquica, mas não
ª personifica de modo algum. A razão para isso é que o estado de
q~eda_definitiva é incurável. No estado da banalização vulgar não
ha mais
_
e00fl1·t o 1ntraps1qu1co,
· , ·
nem combates da alma. A represen-
taçao mais f ..
h . requente desse estado psíquico é o homem-animal, o
omem insep , l d
Cent arave o cavalo, símbolo dos desejos desenfreados, o
soai auro. A mitologia não lhe outorga nenhuma importância pes-
' nem nom 10 . d. 'd
rnos O C e 1v1 uai (a exceção mais marcante é, como vere-
' entauro Q , ) 0 •
gem de H Utron . s Centauros, filhos de Ixíon e -da 1ma-
~ndefinicto e~a, aparecem habitualmente em bando e em número
1
ndividuaI~ ª mesma maneira que a mitologia não distingue mais
multidão an~n~e os Centauros, também não fala nominalmente da
no, ou devoon1ma d susce t'ive1 de ser tragada pela lama, pelo panta-
"
rnen . ra a pelo . . ..
riu,. s ~nurneráv~.1 s_ monstros. Para a m1tolog1a, esses sao ho-
't enc1 a 1· s que 1gn
, gnoract oram a luta heróica e que são, em conse-
os pelo relato mítico desses combates.

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