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EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS

NORMAS CONSTITUCIONAIS
LIVRO: NÍVEL SUPERIOR DIREITO CONSTITUCIONAL
- MARCELO HUGO DA ROCHA
LIVRO: EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS - JOSÉ AFONSO DA SILVA
DOUTRINA: ANDRÉ RAMOS TAVARES
DOUTRINA: FLÁVIO MARTINS
DOUTRINA: PEDRO LENZA

VIGÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA


- Validade: sob um ponto de vista jurídico-positivista, é a
compatibilidade da norma jurídica com sua norma superior, que lhe
dá validade. Assim, uma lei será válida se compatível com a
Constituição e com os atos normativos que lhe são superiores
(pirâmide normativa de Kelsen).
- Vigência: é a possibilidade de invocação da lei num caso
concreto, em razão de seu ingresso anterior no ordenamento
jurídico. Diz-se que uma lei “entrou em vigor”. “Vigor” é sinônimo
de força normativa para se aplicar aos casos concretos.
Segundo Maria Helena Diniz, “é uma qualidade da norma atinente
ao tempo de sua atuação, podendo ser invocada para produzir,
concretamente, efeitos”.
- Eficácia:
 Eficácia social: é o respeito à legislação por meio da
população. Não se confunde ineficácia social com desuso.
Desuso é o desaparecimento dos pressupostos fáticos para os
quais a lei se destina. Enquanto na ineficácia social a lei deixa
de ser respeitada pela sociedade, embora os pressupostos
fáticos de aplicação ainda existam, no desuso não há mais
como se aplicar a lei, já que os fatos para os quais ela se
destina não mais existem.
 Eficácia jurídica: é a possibilidade de produção de efeitos
concretos. Se uma lei pode produzir efeitos, tem eficácia, que
pode variar quanto a sua intensidade, como veremos adiante.

1.VISÃO GERAL
- Eficácia de uma norma é a aptidão para ser aplicada aos casos
concretos (potencialidade). Aplicabilidade é o enquadramento de
um caso concreto a uma determinada norma, em suma, é a atuação
concreta da norma.
Segundo José Afonso da Silva, “uma norma só é aplicável na
medida em que é eficaz. Por conseguinte, eficácia e aplicabilidade
das normas constitucionais constituem fenômenos conexos,
aspectos talvez do mesmo fenômeno, encarados por prismas
diferentes: aquela como potencialidade; esta como realizabilidade,
praticidade”.
- Toda norma apresenta uma eficácia, algumas sociais e jurídicas,
outras apenas sociais. São, assim, espécies de eficácia:
 Eficácia social: também chamada de efetividade, é a
concreta observância da norma no meio social. É a
correspondência da norma (“dever ser”) no plano da realidade
(“ser”);
 Eficácia jurídica: designa a qualidade de produzir, em maior
ou menor grau, efeitos jurídicos (quando “está pronta para ser
aplicada”). Pode ser encarada sob dois aspectos: I) Sintático:
diz respeito às relações de coordenação e subordinação das
normas constitucionais; II) Semântico: sobre sua capacidade
de gerar direito subjetivo.
No sentido jurídico a eficácia diz respeito a aplicabilidade,
exigibilidade ou executoriedade da norma, como possibilidade de
sua aplicação jurídica, possibilidade e não efetividade.
- Todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica,
mesmo as denominadas programáticas.
- A norma tem a possibilidade de ser aplicada, de exercer, ou
produzir, seus próprios efeitos jurídicos, a partir do instante que se
cumpriram as condições para tanto exigidas (eficácia jurídica), sem
haver qualquer relação de dependência da sua observância, ou não,
pelos destinatários (eficácia social).

2. QUANTO À SUA APLICABILIDADE


a) Normas autoexecutáveis: têm aplicabilidade imediata e são
completas e bem definidas quanto à hipótese e à disposição.
Bastam por si mesmas, por isso podem e devem ser aplicadas de
imediato.
b) Normas não autoexecutáveis: não podem ter aplicação
imediata, porque dependem de regra ulterior que as complemente.
Se subdividem em:
 Normas incompletas: não são suficientemente definidas;
 Normas condicionadas: dependem de uma lei posterior;
 Normas programáticas: indicam planos ou programas de
atuação.
3. QUANTO À SUA EFICÁCIA
a) Norma constitucional de eficácia plena: não necessitam de
nenhuma integração legislativa infraconstitucional, pois são
dotadas de todos os elementos necessários à sua imediata e integral
aplicação. Produzem todos os efeitos essenciais, desde a entrada
em vigor da Constituição.
As normas constitucionais de eficácia plena, direta, imediata e
integral têm por objetivo tornar concreta a outorga dos direitos e
garantias sociais das constituições, independentemente de norma
integrativa infraconstitucional, criando situações subjetivas de
vantagem ou vínculo, desde logo exigíveis.
 Direta: regulam um determinado ato concreto,
independentemente de qualquer vontade intermediadora;
 Integral: não podem sofrer qualquer restrição em sua
aplicação;
 Imediata: não dependem de condição temporal para ser
aplicada (ou qualquer outro tipo de condição).
As normas constitucionais de eficácia plena não podem ser
restringidas, mas nada obsta que sejam regulamentadas. Trata-se
de conceitos que não se confundem.
São as denominadas normas autoexecutáveis (self-executing). Em
regra, as normas constitucionais são de eficácia plena.
b) Norma constitucional de eficácia contida: é a norma que nasce
plena, produzindo todos os efeitos desejados, mas pode ter seu
alcance reduzido, contido, limitado por lei infraconstitucional.
Observe-se que não é necessário que a norma contenha cláusula
expressa de redutibilidade, bastando que a norma possa ser
reduzida com base no princípio da proporcionalidade. Enquanto
não editada qualquer norma que restrinja a sua eficácia, ela
permanece plena.
A eficácia de norma contida pode ser restringida ou suspensa pela
incidência de outras normas constitucionais.
 Direta: regulam um determinado ato concreto,
independentemente de qualquer vontade intermediadora;
 Possivelmente não integral: uma vez que sua abrangência
poderá ser reduzida em razão de edição de norma
infraconstitucional ou de normas da própria Constituição em
determinadas situações;
 Imediata: não dependem de condição temporal para ser
aplicada (ou qualquer outro tipo de condição).
A restrição de sua aplicabilidade dependerá do advento de uma lei
restritiva, caso em que se não for feita a restrição por norma, sua
aplicabilidade continuará integral.
São aquelas em que o legislador constituinte regulou
suficientemente os interesses relativos à determinada matéria, mas
deixou margem à atuação restritiva por parte da competência
discricionária do Poder Público.
c) Norma constitucional de eficácia limitada: são normas que
necessitam de outra norma superveniente ou até mesmo com ato de
poder público de menor grau para ter eficácia. Não são dotadas dos
elementos necessários à sua imediata e integral aplicação.
Entretanto, tais normas sempre produzem os efeitos de revogar as
normas que com ela forem incompatíveis e de condicionar a
atuação do legislador infraconstitucional.
Produzem um mínimo de efeito, mas sua aplicabilidade é diferida,
mediata ou reduzida: necessária a existência de lei integrativa
infraconstitucional a fim de que os preceitos estabelecidos na
Constituição sejam atingidos.
Não têm eficácia positiva. Só possuem a chamada eficácia
negativa, ou seja, elas não conseguem ser aplicadas no caso
concreto sem a conjugação de outra vontade ou condição.
 Indireta: depende de vontade intermediadora para regular
um determinado ato concreto;
 Não integral: uma vez que sua abrangência necessitará ser
reforçada por edição de norma infraconstitucional ou
constitucional;
 Mediata: dependem de condição temporal para ser aplicada
(ou qualquer outro tipo de condição).
Dividem-se em:
I – Normas programáticas: prevê a criação/implementação de
programas (políticas públicas) do Estado. Em geral, não dependem
apenas de regulamentação pelo legislador infraconstitucional, mas
também de condições materiais.
II- Normas de princípios institutivos ou orgânicos: instituem a
possibilidade que órgãos ou instituições sejam criados por uma
outra lei. São as normas que dependem de outra vontade para dar
corpo, forma ou estrutura a determinadas instituições, órgãos ou
institutos. Sendo assim o legislador constituinte traça esquemas
gerais de estruturação e atribuições de órgãos, entidades ou
institutos, para que o legislador ordinário os estruture em
definitivo, mediante lei.
As normas de princípio institutivo, no que tange a sua
obrigatoriedade, podem ser:
 Impositivas: as que têm condão do exigir do legislador,
definitivamente, a emissão de legislação integrativa;
 Facultativas (permissivas): apenas, possibilitam ao
legislador, se conveniente for, regular certa situação, sem que
isto lhe constitua uma obrigação. Há aqui “discricionariedade
completa quanto à iniciativa dessa regulamentação; mas uma
vez tomada a iniciativa, a regra constitucional é vinculante
quanto aos limites, forma e condições nela consignados.

CRÍTICA A DOUTRINA TRADICIONAL


...
*Livro do Flávio Martins está bom para complementar
* Olhar classificação de Crisafulli (livro do Bonavides): caiu em
uma questão.
* norma de eficácia exaurida
* apesar da classificação do José Afonso da Silva ser a adotada
pelo STF, caem muitas questões de classificações de outros
doutrinadores
* Terminar de produzir apostila

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