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A Identidade Cultural Brasileira

A definição de cultura é vasta e pode ser interpretada de pelo menos


duas maneiras diferentes de acordo com Tilio (2009), que incluem (1) a
cultura como definição de conceitos e características que definem um grupo
de pessoas, a cultura nacional; e (2) a cultura que se refere à áreas de
conhecimento e produções intelectuais, como história, artes, ciência entre
outros. Porém, em nenhum dos casos a definição é concreta, porque cultura
engloba um significado não-essencialista (TILIO, R. 2009).
De acordo com Bosi (1992),
Estamos acostumados a falar em cultura brasileira, assim,
no singular, como se existisse uma unidade prévia que aglutinasse
todas as manifestações materiais e espirituais do povo brasileiro.
Mas é claro que uma tal unidade ou uniformidade parece não existir
em sociedade moderna alguma e, menos ainda, em uma sociedade
de classes (BOSI,1992).

Portanto, pode-se dizer que a cultura brasileira não é única, mas um


conjunto de culturas históricas e modernas, que incluem o idioma, as etnias,
música, folclore, artesanato, culinária entre outros aspectos.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas), o Brasil é o quinto maior país do mundo e o português, a quinta
língua mais falada. Apesar de toda a extensão territorial do Brasil, o território
todo fala a mesma língua, porém com muitas influencias diferentes, o que se
reflete no sotaque. Estas diferenças na fala podem ser identificadas até
mesmo dentro de um mesmo estado ou cidade, de acordo com a origem e
influencia cultural do indivíduo.
As formação da cultura brasileira é resultado de influencias diversas,
passando pelos povos indígenas, a colonização portuguesa, o africano
trazido como escravo na colonização portuguesa e diversos imigrantes,
principalmente italianos e alemães, que chegaram com maior impacto no
período das guerras mundiais (BRITO, 2012).
Algumas diferenças marcadas pela influência desses povos se reflete
pelas regiões do país. Por exemplo, o Norte é fortemente influenciado pela
cultura indígena, enquanto o Nordeste é marcado pelos elementos africanos,
apesar de na região do sertão a influência lusitana e indígena ser mais forte.
No sul, a imigração italiana e alemã evidentemente marcou a música, a
culinária e a língua, assim como outras etnias que vieram com menor impacto
(BRITO, 2012).
No geral, a fauna e a flora são influenciadas pela língua indígena,
assim como o folclore, a culinária, a música e também o artesanato. Os
portugueses marcaram não apenas pelo idioma e religião, mas também pela
literatura, pintura, escultura, música, arquitetura e artes em geral, assim como
aconteceu posteriormente com os imigrantes. O povo africano influenciou
principalmente a religião e seus costumes, a culinária e a música (BRITO,
2012).
A partir da analise das influencias, é possível perceber a miscigenação
que é o povo brasileiro e isso é intensamente refletido na cultura. O Brasil é
um país com uma diversidade étnica grande, cuja música tem diversas
influencias e, provavelmente por esse motivo, muita particularidade. A
culinária é uma mistura de muitas nacionalidades e ainda assim é
reconhecida mundialmente por ter características que agradam a muitos
outros povos.
Por fim, analisando os aspectos diferentes da cultura brasileira e sua
formação, pode-se dizer que apesar de toda a influência variada, a cultura
brasileira tem muitas particularidades e diferenças. E apesar de ser dita no
singular, é uma cultura que apresenta muitas culturas e especificidades
únicas e variáveis em todo o território.
BIBLIOGRAFIA

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e estatística. Disponível na internet


via <http://www.ibge.gov.br>

BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras,


1992. p.308-345: Cultura brasileira e culturas brasileiras.

BRITO, Miraci Mendes. A FORMAÇÃO DA CULTURA BRASILEIRA.


Graduanda do Curso de Licenciatura em História da Faculdade de
Tecnologia e Ciências – FTC/EAD. 2012

TILIO, Rogério Casanovas. Reflexões acerca do conceito de cultura. Revista


eletrônica do Instituto de Humanidades, v. 7, n. 28, p. 35-46, 2009.

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