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TRATAMENTO DE FERIDAS
Ministério da Saúde
Elaborado por:
Gustavo Afonso
Marta Miranda
Lara Costa
Ministério da Saúde
0 – INTRODUÇÃO 7
1 – TRATAMENTO LOCAL 10
1.1 – Limpeza 10
1.2 – Desbridamento 12
1.3 – Controlo do Exsudado 14
1.4 – Abordagem da Carga Bacteriana e Infecção 16
1.5 – Cicatrização em Meio Húmido 17
3 – CUIDADOS ESPECÍFICOS
SEGUNDO ETIOLOGIA DA FERIDA 27
3.1 – Úlceras de Pressão 27
3.2 – Úlceras de Perna 30
3.2.1 – Úlceras Arteriais 30
3.2.2 – Úlceras Venosas 32
3.3 – Pé Diabético 36
3.3.1 – Isquémico 36
3.3.2 – Neuropático 37
3.4 – Feridas Cirúrgicas 39
3.5 – Queimaduras 40
3.6 – Feridas Neoplásicas 42
4 – BIBLIOGRAFIA 44
Limpeza da ferida.
Ferida em granulação.
Ferida em epitelização.
Ferida infectada
Definição
“Uma úlcera de pressão é uma lesão localizada na pele e tecidos
subjacentes, causada por pressão, torsão ou deslizamento, fricção e/ou uma
combinação destes” (EPUAP, 1998b).
“Dano localizado na pele causado por ruptura no aporte sanguíneo
local” (Dealey, 1999).
Classificação
• Grau I: eritema não reversível ao alívio da pressão (“eritema
não branqueável”).
• Grau II: destruição da epiderme e de parte da derme.
Formação de flictena.
• Grau III: destruição total da epiderme e derme com envolvi-
mento das camadas subcutâneas profundas.
• Grau IV: extensa destruição tecidular envolvendo músculo,
tendões e osso e presença de tecido necrosado.
Tratamento
• Tratamento local segundo protocolo / tratamento em meio
húmido.
• Cuidados com a pele.
• Controlo da humidade.
• Alívio da pressão: mobilização; posicionamentos; superfícies
de alívio da pressão.
• Monitorização nutricional e hídrica.
• Avaliação do grau de risco (Escalas de Avaliação de Risco).
• Educação para a saúde aos cuidadores.
Definição
“Ulceração abaixo do joelho em qualquer parte da perna, incluindo
o pé e que demora mais de 6 semanas a cicatrizar” (Callam et al, 1987).
“Solução de continuidade na perna que ocorre em pele previamente
lesada, atingindo a derme e que deixa cicatriz” (Andriesen, 2002).
Tratamento
• NÃO aplicar protocolo / tratamento em meio húmido.
• A primeira atitude é referenciar para a especialidade de
Cirurgia Vascular.
• Tratamento local com iodopovidona: converter necrose húmi-
da em necrose seca, com a finalidade da auto-amputação.
• NÃO desbridar.
• NÃO efectuar compressão.
• SE membro inferior revascularizado: tratamento local segun-
do protocolo / tratamento em meio húmido.
Tratamento
• Tratamento local segundo protocolo / tratamento em meio
húmido.
• TERAPIA COMPRESSIVA (também após o tratamento com
o objectivo de evitar recidivas).
Valores IPTB:
• IPTB> 1: Normal ou ausência de doença arterial. Pode
efectuar-se terapia compressiva.
• IPTB = 0,8 a 1,0: Doença arterial periférica leve.
• IPTB = 0,5 a 0,8: Doença arterial (claudicação intermitente).
Terapia compressiva completamente contra-indicada.
• IPTB <0,5: Doença arterial grave. Referenciar para Cirurgia
Vascular.
3.3.1 - PÉ ISQUÉMICO
Ausência de pulsos periféricos (tibial posterior e pedioso) confir-
mada por doppler (IPTB <1).
Pé diabético isquémico.
Tratamento
• NÃO aplicar protocolo / tratamento em meio húmido
• Tratamento local: converter a necrose húmida em necrose
seca, através da aplicação de iodopovidona, com a finalidade
da auto-amputação.
• Referenciação para especialidade (Cirurgia Vascular).
Pé diabético neuropático.
Tratamento
• Tratamento local segundo protocolo / tratamento em meio
húmido.
Ferida cirúrgica.
Tratamento
• Não efectuar penso antes das 48 horas pós-cirurgia (excepto se
houver repassamento do exsudado).
• Lavar com soro fisiológico e aplicar penso seco OU penso trans-
parente (película ou spray) OU expor ao ar.
• Não é necessário a aplicação de soluções antisépticas, como por
exemplo, a iodopovidona.
Definição
Lesão tecidular produzida por efeito de calor resultando em morte
celular. Dentro desta definição incluem-se lesões com diferentes etiolo-
gias: frio; substâncias químicas; electricidade; radiações ionizantes; etc.
Classificação
• Primeiro Grau: afecta principalmente a epiderme. Manifesta-se
por eritema, sem formação de flictena, com dor leve a moderada.
• Segundo Grau: afectam todos os estratos epidérmicos podendo
atingir a derme. O sinal mais característico é a formação de
flictena. É uma lesão muito dolorosa.
• Terceiro Grau: destruição total da pele podendo atingir estru-
turas mais profundas (músculo, tendão, vasos, etc.). São de
aspecto variável, sendo que o sinal típico é a formação de
escara. Não provocam dor uma vez que há atingimento das
terminações nervosas.
Segundo Grau:
• Lavar abundantemente com soro fisiológico.
• Em queimaduras sujas ou com evidente risco de contami-
nação, utilizar água e sabão ou antiséptico e, antes da aplicação
do apósito, enxaguar abundantemente com soro fisiológico.
• Desbridar todas as flictenas, assim como todo o tecido desvi-
talizado.
• Tratamento local segundo protocolo / tratamento em meio
húmido.
• NÃO utilizar, para tratamento local, antisépticos como por
exemplo a iodopovidona.
Terceiro Grau:
• Aplicam-se os mesmos princípios anteriores.
• SE superfície corporal queimada muito extensa: encaminhar
para cuidados de saúde diferenciados.
Dor
• Tratamento sistémico segundo escala analgésica da OMS em
função da intensidade da dor.
• Tratamento tópico (nem sempre disponível nos serviços):
anestésicos locais; anti-inflamatórios tópicos (na pele peri-
lesional); opióides tópicos (exemplo: gel de morfina; meta-
dona). Este tratamento tópico deve ser realizado em casos de
dor moderada.
• Tratamento em meio húmido, do qual fazem parte procedi-
mentos que causam menos dor e traumatismo aquando da
aplicação e remoção de apósitos.
Hemorragia
• Tratamento em meio húmido: limpeza não traumática e apli-
cação de apósitos que não causem traumatismo aquando da
sua remoção.
• No caso de pequenas hemorragias:
• Pressão manual directa durante 10 a 15 minutos;
• Aplicação de adrenalina localmente;
• Aplicação de esponjas hemostáticas ou apósitos de al-
ginato de cálcio.