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Curso Blaster PDF
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1. INTRODUÇÃO
1.1. O Blaster
O desmonte de rochas por explosivo é uma operação complexa que constitui em uma das
principais responsáveis pelos custos de lavra de uma mina, e pelos custos globais de
mineração. A detonação busca um material com características de granulometria e volume
que melhor favorecerão as operações subseqüentes, incluindo a britagem. Além dessas
características principais a detonação deverá produzir o mínimo de riscos e incômodos
possíveis. Nas detonações próximas a áreas urbanizadas deverão ser tomadas precauções
quanto a ruídos e nível de vibração do solo, além de ultra-lançamento e condições do
maciço remanescente.
Para aberturas de galerias, túneis e poços são utilizados os chamados fogos de pilão,
quando não existem faces livres suficientes. Nesta técnica, as faces livres são criadas
através de furos estrategicamente posicionados e não carregados.
Foram desenvolvidas também técnicas de desmonte para deixar taludes bem acabados e
seguros, onde o maciço remanescente é preservado. Tais técnicas são muito utilizadas nas
obras civis, entretanto a mineração vem fazendo uso delas. Essas técnicas são chamadas de
detonações controladas ou “Controlled Blasting”.
Existem atualmente outros tipos especiais de detonação, que são apenas citados na presente
apostila, que se aplicam para: gelo; árvores grandes; blocos de rochas ornamentais; blocos
grandes; diques; trincheiras etc.
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CURSO DE DESMONTE DE ROCHAS POR EXPLOSIVOS - FORMAÇÃO DE BLASTER
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2. HISTÓRICO
Desde a pré-história o homem vem trabalhando as rochas, seja para a confecção de armas
de caça, utensílios, adornos, e em alguns casos, para a construção de abrigos. Essas rochas
eram extraídas de forma rudimentar, valendo-se dos planos de estratificação, bem como do
grau de fraturamento. Com o passar dos tempos, foi-se evoluindo, passando-se a utilizar
cunhas e alavancas, além de choque térmico, que foi utilizado enormemente em todo o
mundo, inclusive no Brasil. Desmontavam-se assim, rochas para suporte e ornamentação
das casas, igrejas e monumentos da época.
A pólvora foi, sem dúvida, o primeiro passo para o desenvolvimento de quase uma centena
de produtos, hoje em dia, conhecidos como explosivos. Inicialmente utilizada pelos
chineses como pirotécnico passou com algumas modificações a propelente de projéteis e
armamentos em geral.
No fim da Idade Média (por volta de 1354 d.C.), na Europa, o monge Shwartz obteve
mistura explosiva, semelhante a dos chineses, que foi em seguida adotada e aplicada em
suas diversas formas e variações, para fins bélicos. Os morteiros, bombardas, columbrinas e
toda sorte de canhões bizarros, mas mortíferos, passaram com seu troar e efeitos a
movimentar rapidamente as fronteiras políticas dos impérios, principados e feudos,
decretando assim a ruína do castelo-fortaleza.
A primeira notícia de seu emprego como explosivo para fins civis data do ano de 1627,
com tais vantagens que essa nova modalidade de emprego rapidamente se generalizou. O
mineiro tirolês Kaspar Wendl foi quem realizou as primeiras experiências em uma mina da
Hungria. No mesmo ano, a pólvora negra foi empregada na extração de carvão.
Em 1778, Berthollet obteve o fulminato de prata por evaporação de uma solução amoniacal
de nitrato de prata. No mesmo ano, Hausmann descobriu o ácido pícrico, não tendo feito,
naquela época, a mínima idéia de sua utilização futura como carga de arrebentamento de
granadas. A essas descobertas veio juntar-se, pouco tempo depois, a do fulminato de
mercúrio, devida ao inglês Howard que, misturando mercúrio, ácido nítrico e álcool, obteve
um pó cristalino e pesado que verificou explodir por choque ou pela chama, com incrível
poder de decomposição.
Pouco tempo depois, de modo análogo, obteve Brugnatelli o fulminato de prata que
superou, em sensibilidade e perigo, o de mercúrio. Esses compostos foram detalhadamente
estudados e, já em 1815, o fulminato de mercúrio era empregado em cápsulas, o que
indubitavelmente, constituiu-se em progresso considerável para o uso de explosivos.
Em 1811, apareceu uma nova substância explosiva, cuja descoberta custou ao seu autor,
Dulong, um olho e três dedos. Tratava-se de um líquido amarelado e pesado, que,
posteriormente, foi reconhecido como cloreto de nitrogênio.
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A nitrocelulose foi obtida em 1838, por Pelouze, pela nitratação do papel. As propriedades
desse explosivo foram descobertas em 1846, por Schonbein e Bottger, independentemente,
passando-se a utilizá-lo como propelente e como explosivo.
A pólvora sem fumaça ou pólvora coloidal, à base de nitrocelulose e pólvora negra, foi
obtida em 1864, por Schultze.
Alguns anos mais tarde, em 1867, o sueco Alfred Nobel superou este inconveniente
adicionando Kieselghur (diatomácea) a nitroglicerina, produzindo desta forma, a dinamite:
explosivo potente que oferecia ao mesmo tempo boas condições de segurança. Durante
muito tempo na paz e nas guerras, a dinamite de Nobel foi o grande e poderoso explosivo.
O princípio do reforçador (“booster”) foi descoberto em 1868, por Brown, fazendo detonar
algodão-pólvora (nitrocelulose) úmido com algodão-pólvora seco (usado como reforçador).
Em 1912, o trinitrotolueno (TNT) foi oficialmente utilizado como explosivo militar, como
carga de ruptura de granadas. Durante a guerra de 1914-1918, foram fabricados
industrialmente mais dois explosivos: o tetril e o hexil. Ambos foram empregados,
particularmente o primeiro, mais poderoso dos dois, em iniciadores e, em mistura com
trinitrotolueno, como carga de arrebentamento de granadas, bombas, torpedos e outros
engenhos.
Como exemplo de explosivos surgidos após a primeira guerra, podemos citar a pentrita e o
hexogênio, explosivos que apresentam a característica muito importante de serem
fabricados a partir de matérias-primas sintéticas, para cuja obtenção são necessários apenas
o ar, água e carvão. São explosivos extremamente violentos.
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A casualidade por outro lado, em 1923, na cidade alemã de Oppau, deu existência industrial
a outro membro da família dos explosivos, quando ao tentar-se dinamitar um lote de nitrato
de amônio que havia empedrado pela ação da umidade, provocou-se enorme explosão,
destruindo parte da cidade.
De outro acidente nasceu o AN/FO (ammonium nitrate and fuel oil) mistura de nitrato de
amônio e óleo diesel, quando o choque entre dois navios, carregando esses respectivos
produtos, resultou em um incêndio seguido de violenta explosão que arrasou o Porto de
Texas City (EUA) em 1947.
Mais tarde surgiram vários explosivos à base de nitrato de amônio, como a lama explosiva
(aquagel ou slurry), aglutinado com uma goma de amido e sensibilizado por alumínio e
TNT. Esse explosivo reúne inúmeras vantagens de fabricação e manuseio, relativa
insensibilidade à umidade e boa relação custo / volume desmontado. Na mina de Nob Lake,
Canadá em 1956, foram feitas as primeiras experiências positivas com aquagel,
desenvolvida pela Dupont, CIL e outras empresas norte-americanas.
Em 1964 a Atlas Powder Company (ICI) lança um produto baseado no aquagel, chamado
de emulsão explosiva, que vem sendo largamente empregado, inclusive misturado com
AN/FO, gerando o “Heavy AN/FO”, ou blendado.
Algumas emulsões são produtos comuns e utilizados no dia-a-dia, como molhos de salada,
filmes fotográficos, inseticidas e alguns cosméticos. As emulsões explosivas devido a
enorme quantidade de energia útil desenvolvida, apresentam grande capacidade de trabalho
na ruptura de rocha e materiais duros em geral.
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3.1.1. Combustão
É uma reação de oxidação onde o oxigênio (agente oxidante) tem origem externa em
relação ao combustível (agente redutor). É uma reação lenta que compreende fenômenos
que vão desde a respiração, a ferrugem, até à queima de qualquer combustível comum.
3.1.2. Deflagração
A deflagração é uma reação de combustão de baixa velocidade (600 a 1500 m/s) que não
gera onda de choque, apenas uma expansão gasosa. Ela ocorre nos explosivos conhecidos
como “Baixos Explosivos”. Nesta reação há a participação não só do oxigênio do ar, mas
também daquele intrínseco a substância. Esta situação ocorre quando da decomposição da
pólvora, ou ainda de explosivos mais potentes quando submetidos a condições
desfavoráveis de iniciação ou confinamento.
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3.1.3. Detonação
São Substâncias ou misturas de substâncias que, quando excitadas por algum agente
externo, são capazes de decompor-se quimicamente gerando considerável volume de gases
a altas temperaturas. A conceituação moderna de explosivos industriais sugere ainda que na
sua fabricação sejam utilizados componentes que isoladamente não são substâncias
explosivas.
Para detonar, todo explosivo precisa vencer uma pequena barreira chamada estabilidade.
Então, a energia de ativação pode ser definida como a energia mínima necessária a partir da
qual o explosivo alcança a sua velocidade estável de detonação. A estabilidade de um
explosivo é a segurança contra uma detonação acidental.
A condição necessária para que uma substância ou mistura seja considerada um explosivo
industrial é :
A substância ou mistura tenha uma certa estabilidade que possa ser “quebrada” por
uma quantidade de energia (energia de ativação) através de onda de choque, calor,
atrito, entre outras;
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3.2.1. Densidade
Nas rochas com alta densidade, se o resultado do desmonte a explosivo não é satisfatório,
deverão ser tomadas as seguintes medidas:
3.2.2. Porosidade
Se a maioria das rochas que constituem o maciço forem porosas, três efeitos são
provocados:
Em rochas porosas os explosivos devem gerar grande quantidade de gases, para uma
melhor fragmentação, pois a atenuação da energia das ondas de choque é bem acentuada.
As rochas não constituem um meio perfeitamente elástico sendo assim, parte da energia da
onda de tensão que se propaga é convertida em calor por diversos mecanismos. Estes
mecanismos são conhecidos por “fricção interna” ou “capacidade específica de
amortização”, que medem a capacidade da rocha para atenuar a onda de tensão gerada pela
detonação do explosivo. A capacidade específica de "amortização" varia consideravelmente
com o tipo da rocha: desde valores de 0,02 a 0,06 para os granitos até 0,03 a 0,07 para os
arenitos. Esta capacidade específica aumenta com a porosidade e a permeabilidade, assim
como com o número de juntas. A intensidade do fraturamento devido a onda de choque
aumenta conforme diminui a capacidade específica de amortização. Sendo assim, os
explosivos de alta VoD (velocidade de detonação), como as emulsões, são mais efetivos em
formações duras e cristalinas do que em materiais brandos e decompostos, nestes últimos o
AN/FO é mais adequado, apesar de possuir menor energia da onda de choque.
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3.2.4. Litologia
Em áreas onde existem mudanças bruscas na litologia, por exemplo estéril e minério, com
características litológicas bem distintas, e consequentemente com uma variação das
propriedade de resistência das rochas, faz-se necessário uma reconsideração do plano de
fogo, podendo-se seguir dois caminhos:
Esquemas iguais da malha de detonação para os dois tipos de rocha e variação das
cargas unitárias;
3.2.5. Descontinuidades
As fraturas e juntas podem afetar o plano de fogo uma vez que provocam o escape dos
gases prematuramente, provocando fragmentação irregular e blocos grandes.
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4.1. Aplicação
Primário: São aqueles que pelo fato de oferecerem uma maior facilidade a
decomposição, quando excitados por agentes externos. Tem o seu maior emprego como
iniciadores de cargas maiores de explosivos secundários. Como por exemplo, podem
ser citados as espoletas, cordel detonante, nitropenta, azida de chumbo, fulminato de
mercúrio, etc..
4.2. Desempenho
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4.3. Composição
4.4. Consistência
4.7. Toxidez
Quanto aos gases tóxicos desenvolvidos na reação química os explosivos industriais são
classificados em três categorias:
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4.8. Sensibilidade
Os explosivos detonantes em função de sua estabilidade química podem ser mais ou menos
sensíveis a iniciação do explosivo primário. Na prática dizemos ser ele sensível a um
determinado tipo de iniciador ou seja: espoleta n.º 8, cordel detonante, boosters etc..
Alguns explosivos podem detonar por efeito de estímulos, tais como choque e fricção. Por
segurança, é importante conhecer seu grau de sensibilidade frente a essas ações,
especialmente durante sua manipulação e transporte.
A pólvora varia entre 300 a 350ºC, enquanto que os explosivos industriais entre 180 e
230ºC.
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muito inflamável, bastando apenas uma chispa para iniciar toda reação, semelhante a
nitrocelulose.
É outra propriedade importante, pois, em muitos casos, haverá concentração de água nas
perfurações. Os furos, ao interceptarem as fraturas da rocha, funcionam como captores da
água acumulada nessas fraturas. Se o explosivo utilizado tiver baixa resistência à água,
ficará neutralizado e não detonará. É, por isso, necessário saber se há ou não água nas
perfurações ao se adotar um determinado tipo de explosivo.
1 Indefinida
2 32 a 71
3 16 a 31
4 8 a 15
5 4a7
6 1a3
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A pressão de detonação pode ser calculada teoricamente por meio da seguinte fórmula:
É a máxima pressão exercida contra a parede do furo após completada a reação explosiva
medida atrás do plano Chapman-Joguet. Como estas medidas não podem ser feitas de
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forma direta, são feitas em testes subaquáticos, tais testes são feitos para a determinação da
força e da energia.
5.4. Razão Linear de Energia
5.8. Energia
A energia assim expressa é dita WG (“Water Gas”) porque em sua conceituação considera-
se água formada na sua reação química estando no estado de vapor. A energia absoluta
WG é um pouco menor que a energia absoluta considerando a água no estado líquido, já
que para chegar ao estado de vapor ela consome um certa energia.
δ = 0,81g/cm³;
O explosivo, desde sua produção até a detonação final nas perfurações é armazenado,
transportado sofrendo uma série de trasbordos e choques. Por isso é imprescindível que
apresente segurança no manuseio, isto é, que não detone com facilidade.
5.10. Exsudação
Longas estocagens;
Más condições de aeração durante a estocagem;
Elevada temperatura e grandes variações na pressão atmosférica.
Teste da gota: deposita-se sobre uma folha de papel parafinado uma gota de
líquido exsudado e observa-se seu comportamento, se o líquido for nitroglicerina,
formar-se-á uma mancha escura sobre o papel parafinado e, em se tratando de
nitratos ou água, formam-se gotículas sobre o papel.
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5.11. Densidade
São os limites superior e inferior de densidade. Um explosivo que esteja com densidade
fora dessa faixa perde suas características no momento da detonação.
É a relação entre a massa de explosivo dentro do furo e o volume do furo ocupado por essa
massa.
ϕ ². L)-1 ;
Dc = (Q .1,97).(ϕ
Onde:
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Esta fórmula é muito empregada nas operações de carregamento, para o cálculo da massa
de explosivo por furo, razão linear de carga, razão de carga etc., ou seja, é a densidade que
se utiliza para o dimensionamento do plano de fogo.
Nos dias de hoje, o número de explosivos sensibilizados por bolhas de ar é cada vez maior.
A densidade depende do volume de ar misturado com os ingredientes sólidos e líquidos dos
explosivos. Sabe-se que o ar é altamente compressível, portanto é fácil concluir que a
medida que se aproxima do fundo do furo, o explosivo sofra o efeito de uma pressão
crescente proveniente da porção de explosivo acima, o que faz com que o volume de ar no
explosivo se reduza e provoque um acréscimo gradativo de densidade.
As cargas explosivas com forma cilíndrica têm um diâmetro abaixo do qual a onda de
choque gerada na detonação não se propaga ou propaga-se a velocidade muito abaixo das
de regime. A esse diâmetro, dá-se o nome de diâmetro crítico.
Confinamento;
Densidade.
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6. TIPOS DE EXPLOSIVOS
A composição básica de quase todos os explosivos químicos industriais pode ser resumida
nos elementos que formam a sigla CHON (carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio),
também, o Cl contribui com os radicais cloratos (ClO3) e percloratos (ClO4) que são
altamente explosivos. Outros radicais muito utilizados nos explosivos atuais são os nitratos
(NO3) e as nitroaminas (NO2NH4).
A pólvora negra explosiva é produzida em dois tipos. O tipo A contém nitrato de potássio,
enxofre e carvão vegetal. É utilizada nas escavações a céu aberto quase que exclusivamente
para cortar pedras, na produção de paralelepípedos, lajotas para revestimento de pisos e
paredes etc. Praticamente não é usada para o desmonte intensivo de rocha.
A pólvora negra do tipo B contém nitrato de sódio, enxofre e carvão vegetal. É mais lenta
que a do tipo A e também de menor força; utilizada na detonação de argilas e folhelhos.
Dinamite é o nome comercial introduzido por Alfred Nobel. Os três tipos básicos são:
granulares, gelatinas e semi-gelatinas, os quais são considerados altos explosivos. As
gelatinas e semi-gelatinas contêm nitrocelulose, a qual combina com a nitroglicerina para
formar a estrutura de gel, já a dinamite amoniacal ou extra dinamite é uma mistura granular
que contêm uma pequena quantidade de nitroglicerina misturada com nitrato de amônio e
nitrato de sódio. Os altos explosivos derivam suas fontes de energia da nitroglicerina, a
dinamite com 50% de nitroglicerina é o produto de uso mais comum. Estas dinamites são
caracterizadas por alta velocidade e brisância, baixa temperatura de chama, boa resistência
a água, elevada energia da onda de choque e uma pequena atuação dos gases.
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A maioria dos aquagéis são sensibilizados, pelo menos parcialmente, por bolhas de ar e/ou
gás. Alguns lamas são também sensibilizadas, por explosivos de baixa sensibilidade (como
o nitrato de monometilamina, ou abreviando, MMAN). Os combustíveis incluem também
pó de alumínio. Pela variação do tipo e quantidade de combustível (e especialmente pó de
alumínio), os aquagéis podem ser feitos sob encomenda para exibir uma grande gama de
força em peso e volume.
Por aeração;
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Em lamas que não contém microesferas, as bolhas de ar e/ou gás são comprimidas pelo
peso próprio da coluna de lama e/ou água e, portanto, a densidade da carga aumenta na
direção do fundo do furo. Nas lamas que contêm microesferas, as bolhas de ar ainda estão
comprimidas pelo peso da coluna de lama/água acima delas, porém as microesferas
mantém o seu tamanho original e, por isso, dão ao explosivo (lama) um nível de
sensibilidade mínimo irreduzível sob pressões limitadas. Por causa da sua alta força em
volume, alta resistência à água, boa sensibilidade e grande segurança no manuseio e uso, as
lamas substituíram naturalmente das dinamites. Onde as condições do terreno são adversas
e não permitem a pré-compressão lateral e “dead-pressing” das cargas em furos espaçados,
boas lamas dão resultados de desmonte satisfatórios.
6.4. AN/FO
O AN/FO é o explosivo civil mais usado no mundo. Vale ressaltar que o mercado Norte-
americano de mineração consumiu em 1997, 2.700.000 toneladas de explosivos a base de
nitrato de amônio, sendo que deste montante 2.100.000 eram AN/FO.
O AN/FO consiste de uma mistura entre dois compostos principais, nitrato de amônio e
óleo combustível. O nitrato de amônio funciona como oxidante, enquanto o óleo
combustível é o redutor. O elemento oxidante, fornecido pelo nitrato de amônio é o
oxigênio, e o nitrogênio participa secundariamente da reação formando apenas gás
nitrogênio. Outros elementos podem ser adicionados, como por exemplo, alumínio para
aumentar a temperatura de reação, óxido de zinco e microbolhas de ar. Um dos fatores mais
importantes dessa mistura é o de que nem o nitrato de amônio, nem o óleo diesel são
classificados como explosivos quando considerados isoladamente, entretanto quando
misturados na proporção correta resultam em material explosivo. É um explosivo bastante
estável , de baixo custo e fácil fabricação, porem é relativamente complexo para se
controlar, pois muitos parâmetros afetam a sua performance.
O AN/FO é conhecido há mais de 100 anos como um explosivo de baixo custo e alta
segurança. Não é um explosivo que surgiu magicamente a partir de alguns acidentes
registrados na história da indústria de explosivos, mas sim um produto que foi intensamente
pesquisado. Somente no início dos anos 50, o AN/FO foi controlado e usado na indústria
mineral, pois somente nessa época foi possível fabricar nitrato de amônio no formato de
pequenas partículas esféricas, denominadas pérolas ou prill.
facilmente dissolvido pela água de modo que se não for recoberto por uma fina camada de
talco, ou outro material inerte de cobertura, absorve facilmente a umidade do ar, se
dissolvendo e dessa forma não tendo condições de detonar eficientemente.
O AN/FO não é somente um explosivo de baixo custo, e sim um explosivo que se usado
corretamente oferece características iguais ou superiores aos antigos explosivos à base de
nitroglicerina.
O prill de nitrato de amônio, além de não admitir o contato com água, deve ser fabricado
com um teor de umidade nunca superior a 0,15%, pois quando grânulos de nitrato são
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saturados com água, esses se dissolvem de modo que microporos e pequenos vazios que
agem como centros reativos (Teoria dos pontos quentes ou hot-spots) desaparecem
resultando em uma mistura insensível a detonação. Esse fenômeno é chamado de
sobrepressão ou dead-pressing. A figura seguinte, mostra a influência da água na
velocidade de detonação do AN/FO. A partir de 9% de água a mistura pode ter baixa
eficiência, produzindo óxido nitroso (fumaça marrom-alaranjada) ou então falhar,
simplesmente não detonando. Para evitar complicações maiores com a umidade, utilizam-se
aditivos especiais.
Para se obter a maior liberação de energia possível, a proporção de óleo combustível deve
se aproximar de 5,7%, pela estequeometria, de modo que se tenha um balanço de oxigênio
correto para a reação. Entretanto estudos realizados comprovaram que as proporções de
óleo variam conforme a fabricação, tipo de nitrato utilizado, formulações, e vários outros
fatores, onde uma otimização, visando a melhor mistura depende de estudos embasados em
medidas de VoD.
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Uma regra prática para se confirmar a eficiência da mistura é observar as cores dos gases
produzidos nas detonações. Gases marrom-alaranjados podem ser indicativos de reação rica
em oxigênio e deficitária em combustível. Gases escuros podem indicar combustão rica em
carbono e pobre em oxigênio.
Características do prill
Pode-se observar muitas diferenças entre o prill poroso ideal para explosivo e o prill denso
para fertilizante. O prill para explosivo tem porosidade muito maior que o normalmente
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Densidade
O AN/FO normalmente possui uma densidade de 0,85 g/cm3, podendo aumentar para até 1
g/cm3 se carregado pneumaticamente. Geralmente o AN/FO torna-se insensível quando sua
densidade alcança 1,2 g/cm3, ocorrendo o fenômeno de sobrepressão de modo que não
ocorra a detonação. Várias densidades e misturas a partir do AN/FO são utilizadas
atualmente, como por exemplo, Heavy-AN/FO e o AN/FOs Leves. O primeiro consiste em
uma mistura de AN/FO e emulsão, cuja densidade pode ser variada durante o
carregamento. O segundo é uma mistura de AN/FO e serragem ou palha de arroz ou outro
material que baixe a densidade final do explosivo.
Diâmetro crítico
aumento de velocidade de detonação. A VoD diminui com o diâmetro, sendo que para
diâmetros menores que 25 mm a detonação não é um processo estável, podendo ocorrer
deflagração.
Temperatura
Confinamento
Estudos comprovam a importância de um tampão eficiente, fator que tem grande influência
na VoD.
Iniciação
Por ser pouco sensível, o AN/FO necessita ser inicializado por outro explosivo (iniciador
ou primer) que gere alta velocidade de detonação e o leve a atingir a sua velocidade de
detonação ótima no menor tempo possível.
Caso inicialize o primer com cordel detonante, ou seja, iniciação não pontual, pode ocorrer
que a massa de AN/FO que circunda o cordel seja deflagrada, perdendo então uma fração
da massa de explosivo. O cordel tem energia suficiente apenas para deflagrar o AN/FO
axialmente com uma velocidade próxima de 1.000 m/s, muito abaixo da velocidade linear
(7.000m/s), de modo que o explosivo não alcance sua faixa de velocidade estável.
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tubo de choque, convém usar cordel da menor gramatura possível em furos de diâmetro
grandes, para que se perca o mínimo possível de energia por sobrepressão.
No caso de furos longos, convém reforçar o carregamento com outras cargas reforçadoras
ao longo da coluna, pois os explosivos de baixa sensibilidade tendem a diminuir a sua VoD
durante a detonação, consumindo assim parte de sua massa sem gerar toda a energia que
poderia ser fornecida pelo explosivo. Utilizando-se cargas iniciadoras e reforçadores é
assegurada uma detonação mais estável e eficiente ao longo de toda a coluna. Pode-se
observar que cargas iniciadoras de pouca energia de detonação causam uma reação de
queima do AN/FO, demorando um pouco mais para esse explosivo alcançar a sua
velocidade ótima, ou “steady-state-velocity”. A figura seguinte mostra um gráfico de VoD
medida continuamente ao longo do furo, onde pode ser observado que a carga iniciadora
tem velocidade suficiente e diferenciada da carga de coluna.
Diâmetro do iniciador
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Como a densidade do AN/FO é baixa, a energia que resulta por unidade de comprimento é
pequena. Para elevar essa energia, desde 1968 vem sendo adicionado a esse agente
explosivo alguns produtos, como o alumínio, com bons resultados técnicos e econômicos,
sobretudo quando as rochas são muito resistentes e maciças.
São agentes explosivos constituídos por soluções aquosas saturadas de nitrato de amônio,
contendo também em pequena quantidade outros oxidantes como o nitrato de sódio e
cálcio. Contém também os combustíveis sensibilizantes, agentes espessantes e
gelatinizantes, os quais evitam a segregação dos produtos sólidos.
O desenvolvimento destes explosivos teve lugar no final da década de 50, quando COOK e
FARMAN conseguiram os primeiros resultados positivos com uma mistura de 65% de
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nitrato de amônio, 20% de alumínio e 15% de água. Após estes primeiros resultados,
começaram a utilizar como sensibilizante o TNT, onde começou a fabricação comercial.
Em 1969 a DUPONT desenvolveu novos aquagéis que se caracterizavam por não conter os
compostos explosivos tradicionais, e nem metais particulados como sensibilizantes
fundamentais, apenas incorporavam como combustíveis substâncias orgânicas como as
derivadas das aminas, parafinas, açucares, etc.
A variedade de produtos que podem ser obtidos com as diferentes composições dos
aquagéis é muito grande. Desde os aquagéis encartuchados semelhantes aos explosivos
gelatinosos convencionais até os vertíveis, os quais possuem algumas características
reológicas que fazem com que possam ser tratados como fluidos. Neste último caso pode-se
aproveitar as vantagens de uma carga mecanizada e da facilidade de preencher totalmente
os furos.
São os explosivos mais recentes no mercado, que mantém as propriedades dos aquagéis,
mas possuem melhor potência e resistência à água.
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Uma vez que as emulsões são do tipo “água-em-óleo”, eles oferecem excelente resistência a
água. A água do furo “enxerga” apenas a matriz da emulsão (ou seja, o óleo); e ela é
protegida do contato e, portanto, dissolve as microgotículas pela película (insolúvel) de
óleo envolvente. A resistência à água da emulsão é maior quando comparada às lamas e
dinamites.
Enquanto que alguns graus de sensibilidade resultam do alto grau de interligação física dos
componentes oxidantes e combustíveis, as bolhas de gás ou ar são os maiores
sensibilizantes das emulsões. Onde as cargas podem ser comprimidas por pressões estáticas
e/ou dinâmicas anteriormente à detonação, as bolhas devem apresentar a forma de
microesferas, daí se conclui que cada bolha apresenta um alto grau de permanência
dimensional, ou seja, manutenção da esfericidade.
O AN/FO consiste de nitrato de amônio e óleo diesel. Uma emulsão padrão não tem força
em peso teórica (ou seja, rendimento energético teórico por unidade de peso) tão alta
quanto a do AN/FO por consistir de oxidantes, combustível e água. Se a força em peso do
AN/FO é tida como 100, a força em peso calculada de uma emulsão pode ser dita como
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sendo 80. Mas isto não indica que a eficiência do desmonte da emulsão seja de apenas 80%
da eficiência de um peso igual de AN/FO. Os rendimentos energéticos reais das emulsões
são maiores do que o esperado (isto se deve ao alto grau de interligação combustível e
oxidante das emulsões - excedido apenas por explosivos moleculares como a
Nitroglicerina, o TNT e o PETN). Portanto, a força em peso relativa efetiva de uma
emulsão padrão é apreciavelmente maior do que 80. Este efeito benéfico da idealidade de
uma alta detonação está sendo observado principalmente em minerações subterrâneas de
metais, pedreiras de rochas resistentes e operações de construções, onde emulsões
encartuchadas em diâmetros pequenos estão competindo com dinamites e explosivos do
tipo lama. Este autor não está apto a calcular o incremento resultante na força em peso
relativa de uma detonação completa e eficiente de uma emulsão. No entanto, os resultados
de desmonte indicam que este incremento é significativo e, portanto, que a força em peso
efetiva relativa de uma emulsão é significativamente maior do que a força em peso teórica
relativa.
As densidades das emulsões normalmente estão na faixa de 1,1 a 1,2 g/cm³. Baseada em
uma força em peso relativa calculada de 80, uma emulsão com uma densidade de 1,15
g/cm³ tem uma força em peso relativa calculada de:
(onde 0,84 é a densidade média assumida de uma polpa de AN/FO). Mas em razão da força
em peso efetiva relativa desta emulsão ser considerada como sendo maior do que 80 (veja o
parágrafo precedente), a força em volume efetiva relativa é considerada como sendo
significativamente maior que 110. A mesma força, em volume maiores podem ser obtidas
quando um pó de alumínio misturado a um combustível é adicionado a uma emulsão.
As emulsões têm mostrado que produzem concentrações de gases tóxicos que são muito
menores do que as geradas pelas dinamites e lamas explosivas. As emulsões também criam
menos fumaça (visível) e, por sua vez, aumentam a segurança através da melhoria da
visibilidade. Mas os fumos (fumaça e gases tóxicos) nunca devem ser confundidos com
fumaça, e seria um perigo assumir que uma quantidade muito pequena de fumaça após uma
detonação de emulsão fosse um sinônimo de falta de fumos e um sinal que é seguro
retornar à área de desmonte logo após a detonação. Os fumos decorrentes da detonação são
com certeza “melhores” do que os da dinamites, mas a atmosfera não será necessariamente
segura quando ela estiver livre de fumaça. Pelas razões expostas a seguir, as emulsões
devem substituir as dinamites e as lamas na maioria das atividades de desmonte de rocha
com emprego de explosivo:
As emulsões encartuchadas são firmes, fáceis de manusear, carregar e socar;
Devido a sua velocidade de detonação ser muito alta, os cartuchos possuem grande
capacidade para iniciar (como os primers) as misturas do tipo AN/FO;
Suas altas relações de energia de onda de deformação para energia de deslocamento
fazem com que elas sejam mais indicadas para fragmentar maciços mais resistentes;
A ausência de nitroglicerina elimina a possibilidade de efeitos físicos perigosos ou
desagradáveis (como as dores de cabeça) durante o seu manuseio.
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São lamas explosivas, granulados e emulsões, que podem ser bombeados diretamente nas
perfurações através de equipamentos montados sobre caminhões. São explosivos
extremamente seguros para transporte porque somente se tornam detonáveis após terem
sido injetados nos furos, quando então completa-se a reação química que propicia o
desmonte. Os bombeados permitem uma grande rapidez no carregamento, sendo
apropriados ao desmonte em larga escala e grandes diâmetros de furos. No caso de rochas
fraturadas há o grande inconveniente da fuga do material através das fraturas. A detonação
dos bombeados requer a utilização de um acessório reforçador (primer ou booster).
As emulsões são facilmente bombeáveis, decorrendo desse fato uma grande rapidez no
carregamento mecânico dos furos, particularmente nos de grande diâmetro. Para que se
obtenha todo o rendimento desse explosivo recomenda-se empregar um “primer ou
booster” (reforçador), cujo diâmetro seja o mais próximo o possível do diâmetro do furo.
7. ACESSÓRIOS DE DETONAÇÃO
Introduzidas as cargas explosivas nos furos, procede-se à detonação inicial, através de
acessórios especiais, que provocam a detonação das cargas.
São sempre iniciadas por estopim comum introduzido na outra extremidade da cápsula por
meio de alicate especial. As espoletas simples são muito usadas em detonações secundárias
onde há necessidade ou é possível haver uma seqüência de fogo, como nos fogachos, por
exemplo. Não são recomendadas para a detonação simultânea de várias cargas, porque
dificilmente os estopins atingiram todas as espoletas ao mesmo tempo. O bom
funcionamento da espoleta depende muito da perfeição do seu acoplamento com o estopim.
7.2. Estopim
O estopim tem o aspecto externo de um cordão. Consiste num núcleo de pólvora negra de
nitrato de potássio revestido com tecidos impermeabilizantes que protegem o núcleo de
pólvora contra a penetração de água e abrasão.
CARACTERÍSTICAS
Núcleo Misto de Pólvora Negra
Queima Lenta
Tempo de Queima 145 s/m ( ± 10 %, 500 m ,20 º C )
Peso Médio de Pólvora 5,5 g/m
Comprimento Mínimo da Chispa Aprox. 50 mm (sem confinamento )
Resistência a água ( revestimento ) Classe 1
Resistência Máxima a Tração 28 kgf
Revestimento Externo Termoplástico
Flexibilidade Boa
Raio máximo de curvatura 12,5 mm
Tabela 3 - Propriedades físicas básicas de um estopim
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É uma das formas mais seguras para a detonação de fogo a céu aberto ou em atividades
subterrâneas, porque não requer eletricidade. Por ser um explosivo, dispensa as espoletas,
pois quando detona, age como escorva par as cargas explosivas, detonando-as também.
A PETN detona com velocidade de 7.000 - 8.000 m/s, superior portanto à de muitas
dinamites e emulsões. Os revestimentos encontrados no mercado são:
A ligação das conexões à linha-tronco pode ser feita através de fita isolante. A outra forma
de se realizar as ligações é através de nós padronizados. A iniciação do cordel detonante
pode ser feita através de espoletas elétricas ou simples.
No caso de se utilizar espoleta elétrica, esta deverá ser ligada à extremidade do cordel
somente quando a malha estiver toda concluída, o pessoal abrigado e o equipamento
retirado, para evitar riscos, inclusive a detonação por corrente induzida.
No caso de iniciação por meio de espoleta comum, está será detonada através de um
estopim.
A alta velocidade do cordel detonante e a característica de atuar como escorva das cargas
explosivas dão-lhe a condição de determinar a velocidade de detonação do próprio
explosivo, que passa a ser do cordel em todo segmento em que o explosivo estiver em
contato com ele e quando o cordel tiver velocidade de detonação superior à do explosivo.
NP 3 : Para iniciação simultânea de cargas explosivas. É recomendado em derivações de
colunas (linhas de descida), nas minerações a céu aberto, com o objetivo de minimizar o
“efeito canal“ ao longo da coluna de explosivos, provocando sua destruição através da
deflagração e queima.
NP 5 : Para iniciação simultânea de cargas explosivas. É recomendado em derivações de
linha-tronco em locais que se deseja redução do nível de ruídos.
NP 10 : Para iniciação simultânea de cargas explosivas, ou com esperas, quando associado
em série a retardos. É recomendado para as linhas-tronco e derivações nas minerações a céu
aberto e subsolo.
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Características NP 3 NP 5 NP 10
Carga Explosiva Mínima ( g/m ) 3 5 10
Cor do Revestimento Externo Amarelo Rosa Vermelho
Diâmetro Médio ( mm ) 3,3 3,5 4,8
Flexibilidade Ótima
Resistência a Água - Classe 1 1 1
Resistência à Temperatura ( º C ) 60 60 60
Tipo de Carga Explosiva Tetranitrato de Penta-Eritritol ( PETN )
Velocidade Mínima ( m / s ) 6.650 6.650 6.650
Tipo de Revestimento Externo Plástico ( PVC )
Tabela 4 - Propriedades físicas básicas de um cordel detonante
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Estes acessórios são detonados por uma corrente elétrica sendo necessária uma intensidade
mínima para provocar a detonação. Permitem iniciar diversas cargas ao mesmo tempo.
Espoleta Elétrica Instantânea
Espoleta Elétrica de Retardo é composta por um estojo de alumínio onde estão
inseridos uma ponte elétrica, o elemento de retardo e as cargas de iniciação.
Conectada aos fios condutores, a ponte elétrica inicia o elemento de retardo,
conforme o tempo da espoleta, em seqüência a azida de chumbo e a carga principal
de PETN.
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Uma vez que a reação está confinada no tubo, este não explode e atua como mero condutor
de energia. Este tubo é fabricado em plástico de alta qualidade com um diâmetro externo de
cerca de 3 mm.
Na sua forma padrão ele é transparente e atende a maioria das exigências dos desmontes de
rochas. Para alguns casos, onde as condições são mais severas, existe um tubo de alta
qualidade (“Heavy Duty - HD“), o qual tem uma maior resistência ao desgaste e à tração.
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São cargas explosivas de alta potência utilizadas para a iniciação do processo de detonação
em explosivos de baixa sensibilidade, como é no caso do AN/FO, entre outros. Além de
serem utilizados para assegurar a continuidade da propagação da onda explosiva ao longo
da carga de coluna constituída por aqueles explosivos. Os reforçadores são constituídos de
carga explosiva acondicionada em um corpo plástico de formato tronco-cônico, dotado de
um furo central ao longo de toda altura. A iniciação é feita por meio de cordel detonante
passando através do furo central, ou por espoletas simples ou elétricas.
Tem-se provado que a forma do reforçador pode contribuir para uma maior pressão de
detonação e melhoria da eficiência da iniciação, além de facilitar o carregamento.
Basicamente existem quatro formatos de reforçadores: cilíndrico, cônico, esférico e plano, e
suas principais características físicas e químicas são apresentadas na tabela 5 a seguir:
Características
Explosivo Pentolite
Cargas Explosivas (g) 150 250 350 450
Densidade Média (g/cm3) 1,43 1,43 1,43 1,43
Energia Absoluta (WG)
AWS (kcal/kg) 1.460 1.460 1.460 1.460
ABS (kcal/l) 2.087,8 2.087,8 2.087,8 2.087,8
Energia Disponível ( kcal/peça ) 219 365 511 657
Temperatura de Explosão (K) 3.750 3.750 3.750 3.750
Classe de Resistência a Água 1 1 1 1
Sensibilidade à Iniciação Cordel Detonante NP10 ou Espoleta N.º 8
Velocidade de Detonação (m/s) 7.400 7.400 7.400 7.400
Pressão de Detonação (kBars) 195,8 195,8 195,8 195,8
Potência Disponível (kcal/s) 1,621 x 106 2,701 x 106 3,781 x 106 4,862 x 106
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8. DESMONTE EM BANCADAS
O desmonte de rochas por explosivos em bancadas tem como objetivo a conformação da
lavra em bancos verticais e/ou inclinadas, conforme a figura seguinte, onde o material não
permite a escavação mecanizada, e para garantir uma situação adequada de estabilidade e
operacionalidade.
A altura das bancadas normalmente varia de 3 a 20 metros, e esta altura é determinada por
regulamentações previstas por lei, por segurança (bancadas excessivamente altas são
inseguras), pelas propriedades dos maciços rochosos, por tipo e tamanho dos equipamentos
de escavação e pela necessidade de maximizar a eficiência no custo total de perfuração e
desmonte.
Variáveis Geométricas :
· Diâmetro do furo;
· Inclinação do furo;
· Comprimento do furo;
· Comprimento da carga de coluna;
· Comprimento da carga de fundo;
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· Comprimento do tampão;
· Comprimento da frente a ser desmontada;
· Malha de perfuração (afastamento e espaçamento dos furos).
Variáveis de Tempo :
· Tempos de retardo;
· Seqüência de detonação dos furos.
A malha de perfuração possui suas variáveis, mostrada pela ilustração abaixo, que
determinam a qualidade e performance do desmonte.
As variáveis principais são :
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Malha Quadrada;
Malha Retangular;
RC = Q / ( A x E x H )
Onde :
A importância de um tamponamento eficaz, em algumas situações, pode ser até maior que a
da iniciação e da natureza química do explosivo.
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8.1.4. Amarração
A combinação da saída em linha com a saída em V permite obter melhores resultados com
relação à fragmentação e formação da pilha, sendo indicada para áreas edificadas.
A amarração pode ser feita por meio de conectores especiais, em sistemas elétricos ou não
elétricos, ou mesmo em cordéis detonantes por meio de nós apropriados, conforme a figura
seguinte.
A maioria das fórmulas empíricas parte do pressuposto de que a rocha é intacta e isotrópica,
e desconhecem, na maioria dos casos, os tipos de explosivos e acessórios utilizados, a
seqüência e forma de iniciação dos furos, bem como a precisão do alinhamento e os desvios
ocorridos durante a perfuração da rocha.
Existe uma série de elementos de grande influência na qualidade do desmonte de rocha, que
podem ser listados abaixo.
Devido à variação espacial das suas propriedades em um maciço rochoso e, como não se
pode controlar com precisão essa variabilidade, pode-se adotar certos modelos que nos
aproximam da realidade. Deve-se, entretanto, acentuar que cada caso é um caso e, cada
rocha reage de uma maneira diferente na sua interação explosivo - maciço rochoso.
Quando uma carga explosiva confinada detona, conforme ilustração seguinte, ocorre:
a) Iniciação;
b) Alta pressão durante a decomposição do explosivo que esmaga a rocha do contorno por
deformação elástica, provocando alargamento e microfraturamento;
d) Quando as ondas compressivas atingem a face livre, são refletidas na forma de ondas de
tração. Se for ultrapassada a tensão de ruptura da rocha, conforme figura seguinte, essa será
fragmentada, o que é o objetivo do desmonte;
e) Depois de fraturada, a rocha sofre ação da pressão dos gases liberados na detonação, que
empurram o material provocando o seu deslocamento, além de aumentar as
descontinuidades. Inicia-se a aceleração do maciço fragmentado pelos gases em expansão,
tal como no lançamento de um projétil por arma de fogo.
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Ruptura por flexão : É o fenômeno que ocorre pela impulsão do afastamento, dado
pela ação dos gases da reação de detonação, quebrando o maciço por flexão.
Quando a relação afastamento/altura da bancada for de um mínimo de 1 : 4 essa
reação é observada. Essa propriedade é chamada de esbeltez, sendo um dos fatores
mais importantes em um desmonte, pois determina o confinamento ao qual o
explosivo estará submetido.
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Todo o volume gasoso gerado pelo explosivo está relacionado ao lançamento do material
rochoso que compreende o afastamento. Uma regra prática usual dita que para rochas duras
e tenazes, o explosivo indicado é aquele de alta velocidade de detonação (VoD), ou seja,
brisante, para provocar o efeito de fraturamento, enquanto que para rochas macias e de boa
fragmentação o ideal são os explosivos de baixa velocidade, que servem para lançar a rocha
já fragmentada naturalmente.
Fragmentação por novas fraturas criadas devido à onda de choque, criando blocos;
Entretanto não se deve esquecer que existem diversos parâmetros que governam o
mecanismo de quebra das rochas por explosivos, sendo que nem todos são perfeitamente
descritos ou conhecidos.
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9. DESMONTE SECUNDÁRIO
O desmonte secundário é utilizado para fragmentar os blocos ou matacões (matacos)
remanescentes do desmonte principal. Estes blocos são separados na operação de
carregamento ou de seu porte é definido pela britagem ou mesmo pelos equipamentos de
carga.
9.1. Fogacho
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O desmonte é uma das mais importantes operações, pois seu sucesso otimiza as operações
subseqüentes. Os métodos de desmonte são diversos, cada um deles sendo utilizado de
acordo com as características físicas do maciço rochoso.
A Geofísica é uma área da ciência que estuda os materiais e composição da Terra a partir
da observação e quantificação de processos físicos atuantes acima da superfície, na
superfície e no interior do planeta. Ela é, portanto, uma forma de investigação indireta da
Terra, pois o seu objeto de estudo são os campos físicos naturais ou induzidos e a
propagação de ondas mecânicas ou eletromagnéticas e sua interação com os materiais
terrestres. A pesquisa geofísica faz uso de explosivos principalmente na sua modalidade
denominada sísmica de reflexão.
A Sísmica de Reflexão faz uso de ondas elásticas geradas artificialmente para localizar e
mapear regiões em superfície de interesse, entre outros, em estudos arqueológicos,
prospecção de recursos minerais (incluindo hidrocarbonetos, água, reservatórios
geotérmicos, etc.) e de construção civil. A Sísmica de Reflexão utiliza a combinação de
conhecimentos geológicos, físicos e matemáticos para obter informações sobre a estrutura
(mapeamento) e os tipos de rocha (litologia) encontrados na subsuperfície.
A produção das ondas sísmicas é obtida pela detonação de uma carga pontual de explosivo
industrial, onde a frente de onda gerada tem formato esférico. Uma vez que as ondas diretas
(aquelas que atingem os receptores sem incidir em refletores) não são relevantes na sísmica
de reflexão, apenas o hemisfério inferior da frente de onda é modelado.
Dado o elevado custo de perfuração, quer para o aprofundamento dos poços, quer para a
construção de novos poços em busca de fraturamento mais produtivos em águas
subterrâneas, nas circunvizinhanças, o método da estimulação sísmica (detonação
controlada de cargas explosivas no interior dos poços, estrategicamente dimensionadas e
posicionadas), apresenta resultados estupendos.
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Com isso, ocorre a intercomunicação hidráulica com sistemas aqüíferos circunvizinhos e/ou
subjacentes, incrementando ponderavelmente a Vazão de extração de água potável dos
poços em tratamento (via de regra, é comum acontecer, no mínimo, a duplicação da vazão
de bombeamento do poço). Para os usuários, praticamente significa dispor de mais um poço
para o seu suprimento de água, com elevado grau de potabilidade.
As ondas induzidas pelo método da estimulação sísmica nos maciços rochosos subjacentes
são rigorosamente controladas, para não causar distúrbios ou incômodas “vibrações” na
superfície do solo, quer para pessoas, quer para edificações existentes nas áreas
circunvizinhas aos poços.
Para garantir a segurança das pessoas que participam da operação e daquelas que assistem
ao evento, colocam-se barreiras com cordão de isolamento com a vigilância feita
normalmente por policiais do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, em todas as ruas
interditadas.
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Qualquer que seja o método de iniciação usado, a confecção de escorvas deve ser
feita cuidadosamente na hora e local do carregamento;
O mínimo de força deve ser usada na preparação das escorvas. Os furos devem ser
pré-formados (estiletes de bronze ou madeira) nos cartuchos para permitir
facilmente a inserção da espoleta ou do cordel;
O diâmetro do furo deve manter uma folga em relação aos cartuchos de explosivos,
o suficiente para que não se requeira uma força indevida durante a operação de
carregamento;
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Estopim
Espoleta
Conjunto Estopim/Espoleta
· Não tentar acender mais estopins do que se pode ser feito com segurança.
Todas as conexões entre as linhas de cordel devem ser feitas de forma a manter o
seu núcleo de nitropenta seco. Onde isso não for possível, e caso as pontas do cordel
tenham sido expostas à umidade, as conexões devem ficar no mínimo a 50 cm
destas;
A espoleta deve ser ligada ao cordel com sua carga dirigida no sentido da
detonação.
O sistema de iniciação com shock tubes não pode ser conferido através de
instrumentos. É imprescindível que as conexões sejam feitas tão precisamente
quanto possível de forma que um eficiente controle pessoal possa ser realizado;
O sistema de ligação em superfície deve ser feito tão curto quanto possível,
esticado, mas sem tracionamento indevido;
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Manter o comprimento dos “shock tubes” nas conexões tão curto quanto possível
(não cortar);
Nunca puxar bruscamente até esticar ou romper os “shock tubes”, isto pode causar
detonação acidental (“snap” ou “shot”) ou desconectar a espoleta e assim causar
falhas.
Recolher amostras;
Escavação cuidadosa;
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12.9. Estocagem
Instalações destinadas a armazenar explosivo não devem ser usadas para outro fim.
Altura máxima das pilhas : 2 metros ou 10 caixas, afastadas uma das outras no
mínimo de 6 cm e dispostas sobre estrados de madeira;
12.10. Armazenamento
Permitir acesso aos paióis apenas de pessoal habilitado, assim como o manuseio dos
explosivos e acessórios;
· Estrados de Madeira;
· Afastadas das Paredes;
· Afastadas do Teto (0,70 m);
· Altura Máxima (2 m);
Validade dos Produtos (O prazo de validade impresso nas embalagens somente será
válido se forem obedecidas as condições de armazenagem constantes no R105);
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12.11. Destruição
12.11.1. Normas
Explosivo desnecessário;
Explosivo danificado;
Explosivos falhados;
Local da destruição;
Detonação acidental;
Destruição parcial;
Queima;
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PERSSON, P., et. al., Rock Blasting and Explosives Engineering. 1993, 540p.
HARTMAN, H., L. Introductory Mining Engineering. New York: John Wiley &
Sons. 1987. 567p.
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14. ANEXOS
14.1.1. Generalidades
O plano de fogo da mina deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado.
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O consumo de explosivos deve ser controlado por intermédio dos mapas previstos
na regulamentação vigente do Ministério da Defesa.
Os explosivos e acessórios não devem estar em contato com qualquer material que
possa gerar faíscas, fagulhas ou centelhas.
O transporte de explosivos e acessórios deve ser realizado por veículo dotado de
proteção que impeça o contato de partes metálicas com explosivos e acessórios e
atenda à regulamentação vigente do Ministério da Defesa e observadas as
recomendações do fabricante.
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Apenas ferramentas que não originem faíscas, fagulhas ou centelhas devem ser usadas
para abrir recipientes de material explosivo ou para fazer furos nos cartuchos de
explosivos.
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· É proibido fumar.
Os fios condutores utilizados nas detonações por descarga elétrica devem possuir as
seguintes características:
Em minas com baixa umidade relativa do ar, sujeitas ao acúmulo de eletricidade estática,
o técnico responsável ou BLASTER deve usar anel de aterramento ou outro dispositivo
similar durante a atividade de montagem do circuito e detonação elétrica.
· Caso a frente esteja parcial ou totalmente carregada a área deve ser imediatamente
evacuada.
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14.1.3. Armazenagem
Nos acessos aos paióis de explosivos ou acessórios devem estar disponíveis dispositivos
de combate a incêndios.
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Em cada mina, onde seja necessário o desmonte de rocha com uso de explosivos, deve
estar disponível plano de fogo no qual conste:
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A retirada de fogos falhados só pode ser realizada através de dispositivo que não
produza faíscas, fagulhas ou centelhas.
Em minas a céu aberto, próximas de habitações, vilas, fábricas, redes de energia, minas
subterrâneas, construções subterrâneas e obras civis, tais como pontes, oleodutos,
gasodutos, minerodutos, subestações de energia elétrica, além de outras obras de
interesse público devem ser definidos perímetros de segurança e métodos de
monitoramento e apresentados no Plano de Lavra ou quando exigidos, a critério do
Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM.
Não devem ocorrer lançamentos de fragmentos de rocha além dos limites de segurança
da mina.
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Deve ser realizado estudo para o ajuste do plano de fogo de modo a atender aos limites
do item anterior observando os seguintes critérios técnicos:
Vp = k (D/Q½)-b
Onde :
Vp = velocidade de partícula de pico
D = distância da detonação ao ponto de medição
Q = carga máxima por espera (peso)
K = fator do local
b = fator do local
K e b são constantes que devem ser determinadas por medições em cada local
de desmonte em particular.
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A
Acoplamento - Coupling : É a relação entre o diâmetro da carga e o diâmetro do furo.
Explosivos bombeados oferecem total acoplamento. Cartuchos rígidos são desacoplados.
Aderência - Adhesion : Resistência ao cisalhamento entre uma rocha e qualquer outro material
em contato, sob uma pressão normal nula.
Sobrepressão do Ar - Air Blast : Sobrepressão (aumento da pressão) do ar, que ocorre devido a
liberação de grande quantidade de energia (calor, som, vibrações) e gases em um intervalo muito
pequeno de tempo. São caracterizadas por apresentam baixas freqüências, com valores geralmente
abaixo de 20 Hz.
N = 10 log10 (P/Po)2
P = pressão sonora de vibração
Po = pressão sonora da referência ( = 2 x 10-10 bar )
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Angulo de Atrito Interno - Angle of Internal Friction : Ângulo formado com o eixo das
tensões normais pela tangente à curva envoltória de Mohr representativa das resistências ao
cisalhamento da rocha, sob diferentes aspectos.
Área de Detonação - Blasting Zone : É a área sob influência dos fragmentos, gases ou abalos.
B
Balanço de Oxigênio - Oxygen Balancing : É a porcentagem teórica de oxigênio em um
material explosivo ou ingrediente excedente (+) ou menor que (-) o necessário para produzir
produtos ideais de reação.
Bancada - Bench: Forma geométrica dos taludes nas escavações a céu aberto com diferentes
níveis, lembrando degraus de uma escada.
Agentes Explosivos - Blasting Agents : Material explosivo que satisfaz critérios pré-
estabelecidos de sensibilidade a iniciação.
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C
Cedência - Yielding : Comportamento de um corpo submetido a tensões e que precede a
respectiva ruptura, sendo caracterizado pela falta de linearidade entre tensões e correspondentes
deformações, reveladas pelo abandono do comportamento elástico.
Chumbador - Ancho Bar : Parafuso alongado instalado com calda de cimento argamassa ou
resina, para sustentação de blocos dos tetos e paredes das escavações abertas em maciços
rochosos.
Cisalhamento (Corte) - Shear : Solicitação tangente a uma superfície de um sólido, que pode
dar origem a um fenômeno de ruptura em que dois pontos inicialmente vizinhos, um de cada
lado da superfície, tendem a afastar-se segundo trajetórias paralelas.
Compressão - Compression : Tipo de carga aplicada a um corpo, que provoca aproximação das
suas partículas segundo a direção de atuação dessa carga. Se as tensões são aplicadas ao longo
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de três direções ortogonais do espaço a compressão se diz triaxial, se uma dessas tensões é nula,
diz-se biaxial, e se duas são nulas a compressão é uniaxial ou simples.
Compressão diametral refere-se a que se introduz sobre duas geratrizes opostas de um corpo
cilíndrico de seção circular, e compressão puntiforme, à que se aplica nas mesmas
circunstâncias, mas sobre dois pontos opostos.
D
D’autriche : Método de determinação da velocidade de detonação de um explosivo.
Espaçador - Deck : Material inerte que separa uma carga explosiva de outra carga dentro do
furo.
Deflagração - Deflagration : É uma reação mais rápida que a combustão que move-se através
de uma coluna de explosivo com uma velocidade menor que a velocidade do som no material.
Desmonte - Blasting : Operação que visa arrancar os blocos de rocha de sua posição natural,
fragmentando-as convenientemente, e recorrendo-se em geral ao emprego de explosivos.
Detonação - Detonation : É uma reação que move-se através de uma coluna de explosivo com
uma velocidade maior que a do som no material.
Dinâmica das Rochas – Rock Dinamics : Ramo da Mecânica de Rochas que visa o estudo e o
projeto de problemas que envolvem a aplicação aos maciços rochosos de forçam exteriores cujo o
tempo de aplicação é muito curto ou cuja a grandeza se modifica rapidamente com o tempo,
produzindo efeitos que se materializam através da propagação de ondas.
Ductibilidade – Ductility : Propriedade das rochas, pela qual o seu comportamento mecânico se
desvia do elástico frágil, em virtude da aplicação de altas pressões de confinamento, de altas
temperaturas ou de altas velocidades de deformação, resultantes de forças artificiais ou
movimentos tectônicos.
E
Empolamento - Swelling : Aumento de volume que sofre determinado material rochoso ao
passar do estado intacto ao estado fragmentado.
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Envoltória de Mohr - Mohr´s Envelope : Curva que envolve uma série de círculos de Mohr
representando diferentes condições de ruptura de um dado material.
Espaçamento - Spacing : Distância entre furos paralelos entre si, ao longo de uma fileira
paralela à frente do desmonte, em uma bancada.
F
Fadiga - Fatigue : Condição que os materiais apresentam, de tendência à ruptura, na qual o efeito
repetido de ciclos de carga, ou de vibrações, provoca um redução nas capacidades resistentes.
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G
Geomecânica - Geomechanics : Designação mais ampla que o conceito de Mecânica das
Rochas, pois se refere ao ramo de ciência que estuda, sob os aspectos teórico e aplicado, o
comportamento mecânico de todos os materiais geológicos (solos, rochas etc.), e as suas reações
aos campos de forças que se manifestam sobre o respectivo ambiente físico.
I
Impedância - Impedance : Grandeza dinâmica que caracteriza a capacidade transmissora de
energia de um corpo, através de propagação ondulatória, sendo igual ao produto de sua massa
específica pela velocidade propagatória das ondas longitudinais nesse corpo.
L
Limite Elástico - Elastic Limite : Valor da tensão aplicada correspondente ao fim do ramo
linear da curva tensão-deformação de um corpo submetido à compressão uniaxial. Também
chamado tensão de cedência do material, pois a partir desse valor a deformação entra em fase
plástica.
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M
Maciço Rochoso - Rock Mass : Unidade geológica considerada como um conjunto de blocos de
rocha e as descontinuidades que os limitam.
Mecânica das Rochas - Rock Mechanics : É o estudo da reologia dos materiais geológicos,
nomeadamente daqueles considerados na prática como rochas, que se distinguem dos solos por
não serem desagregáveis depois de sofrer agitação em meio líquido, sob condições de
confinamento nulo.
E = 2G ( 1 + µ)
ou de outra forma
E = VL . δ . (1 - 2µ
µ).(1 µ .(1 - µ) -11 ;
.(1 + µ).(1
onde:
G - Módulo de Rigidez;
VL - Velocidade de propagação da onda no referido meio (velocidade da onda P);
δ - Densidade da rocha;
µ - Coeficiente de Poisson.
O
Onda - Wave : Perturbação que se propaga ao longo de um meio, tal que em qualquer ponto a
sua amplitude é função do tempo e em qualquer instante o deslocamento sofrido pelo ponto é
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função da sua posição no espaço. Nas rochas podem propagar-se ondas de vários tipos: de tensão
(longitudinais, transversais e flexurais), de choque, plásticas, de Rayleigh, Stonelly e de Love.
P
Perfurabilidade - Drillability : Velocidade, expressa em cm/min, com que uma perfuratriz
padrão trabalhando sob condições padronizadas, avança uma broca de 33 mm de diâmetro em
um furo horizontal, medindo entre 0,80 e 1,60 metros de profundidade.
Pilão - Cut : Esquema de fogo adotado na abertura de escavações subterrâneas com explosivos,
visando a retirada da parcela inicial do maciço da frente de escavação.
Plano de Fogo - Blasting Round : Disposição de furos carregados de explosivos, que por meio
de detonação instantânea ou retardada das cargas, provocam o desmonte de determinado volume
de rocha, quer a céu aberto, quer em escavação subterrânea.
Q
Quase-Estático - Quasi-Static: Fase de expansão gasosa dos produtos de uma explosão, que por
se desenrolar em intervalos de tempo muito maiores que os da fase dinâmica (propagação de
ondas) pode ser considerada com efeitos comparáveis ao de uma pressurização estática.
R
Razão de Carregamento - Specific Charge : Quantidade de explosivo necessário para o
desmonte de um metro cúbico de rocha.
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Reologia - Rheology : Ramo da Ciência que estuda o comportamento da matéria sob a influência
de cargas exteriores e de forças de massa, interessando-se essencialmente pelos mecanismos de
deformação e de ruptura, incluindo sua dependência do tempo.
Resistência à Tração - Tensile Strenght : Valor máximo de tensão de tração que determinado
volume padronizado de um corpo suporta, num ensaio de tração não confinada. Nas rochas a
resistência à tração não coincide com a tensão de ruptura à tração, sendo numericamente superior
a esta.
Ruptura - Failure : Processos pelo qual um sólido perde a capacidade de transmitir qualquer
carga, por se dividir em fragmentos individualizados, através de planos de fratura que resultam da
aplicação de estados de tensão exteriores, que vencem a resistência do sólido ao tipo de
solicitação em causa.
S
Sobre-Fragmentação – Over Break : Fenômeno de ruptura excessiva de um maciço rochoso,
provocado pelo excesso de carga explosiva utilizada para o seu desmonte, ou devido a fraquezas
localizadas do maciço.
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T
Tensão - Stress : Força dividida pela unidade da área sobre a qual atua, considerada no interior de
um corpo. É sempre expressa em unidade de pressão.
Tensão Residual - Residual Stress : Grandeza da diferença entre os valores das tensões reinantes
“in situ” num ponto no interior de um maciço rochoso e os valores calculados em função apenas
do peso próprio dos terrenos sobrejacentes. Tal diferença atribui-se ao passado geológico do
maciço, sendo também conhecida (impropriamente) por tensão interna.
Tensão Virgem - Virgin Stress : Estado de tensão reinante num ponto não perturbado do interior
de um maciço rochoso, sendo causado pela ação do peso dos terrenos sobrejacentes, e que se
adicionam eventualmente ações tectônicas. Também chamada tensão natural, ou tensão
geoestática, ou ainda tensão litostática, dependendo dos autores.
Tensômetro - Stress Meter : Designação geral que se diz respeito a todos os aparelhos destinados
à medição (laboratorial ou “in situ”) dos estados de tensão, a partir das suas componentes
principais.
V
Velocidade de Propagação da Onda - Wave Propagation Velocity : Espaço percorrido em cada
unidade de tempo pela frente de uma onda, ou por qualquer ponto de amplitude fixa fazendo parte
do seu perfil.
Vpr sólido > Vpr Líquido > Vpr Gasoso. Usualmente medida em : m/s
Velocidade de Vibração da Partícula - Particle Vibration Velocity : Variação com o tempo, dos
sucessivos deslocamentos que sofre um ponto de um corpo percorrido por um movimento
vibratório. Usualmente medida em : mm/s ou pol./s
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Z
Zona de Acomodação - Loosening Zone : Volume de rocha, geralmente fraturada, que se
encontra na vizinhança imediata dos abobados das escavações subterrâneas, ficando
envolvida pelo arco de pressão (ver Arqueamento). Geralmente, compete aos elementos de
suporte evitar as quedas de blocos da zona de acomodação, por efeito do estado de
compressão que reina nessa zona.
Zona Clástica - Clastic Zone : Região que envolve diretamente uma escavação
subterrânea, sendo constituída por rocha fraturada.
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