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TEXTO: “Trabalho e interação: comentários sobre a filosofia do Espírito de Hegel em Jena”. In:
HABERMAS, J. Técnica e ciência como “ideologia”. São Paulo: Editora Unesp, 2014. pp. 35-74.
Radicalização da tese: não é o espírito que, no movimento absoluto de reflexão sobre si mesmo,
manifesta-se também, entre outras coisas, na linguagem, no trabalho e na relação ética, mas é
apenas a relação dialética de simbolização linguística, de trabalho e de interação que
determina o conceito de espírito.
I [Eu]
Espírito = comunicação dos singulares no medium de uma universalidade, a qual funciona como a
gramática de uma língua perante seus falantes ou como um sistema de normas válidas em relação
aos indivíduos agentes, e que não extrai o momento da universalidade contra a singularidade, mas
permite entre ambas um liame próprio.
Nesse medium, o universal concreto, os indivíduos podem se identificar uns com os outros,
conservando-se reciprocamente como não idênticos.
A vida oprimida só pode reconciliar-se quando surge a nostalgia do perdido a partir da experiência
da negatividade da vida cindida [posição depressiva].
Crítica a Kant não fica na questão da consciência, mas destaca que o Eu deriva da vida prática
[saída da filosofia da consciência para a intersubjetividade].
Crítica do imperativo categórico como ação estratégica, monológica x ação comunicativa, dialógica.
Trabalho = modo específico de satisfação dos instintos, rompe o desejo imediato, suspendendo a
satisfação dos instintos. Instrumento como análogo ao símbolo.
Mais interessante para Habermas é a relação que Hegel estabelece entre ação instrumental e
reconhecimento jurídico. Ação instrumental e interação não se reduzem uma a outra e colaboram na
emancipação humana em relação à natureza.
Em Jena a relação é mais complexa que no capítulo do senhor e do escravo na Fenomenologia, que
depois será retomado na Enciclopédia de forma reduzida.
V [A centralidade da intersubjetividade]
Visão dupla do direito natural em Hegel: a princípio, negativa, ele dissolveu a eticidade; depois,
positiva, ele expressa as conquistas do trabalho.
VI