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JOAS, Hans; KNOBL, Wolfgang. Neopragmatismo.

In: JOAS, Hans; KNOBL,


Wolfgang. Teoria social: vinte lições introdutórias. Trad. Rachel Weiss. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2017, p. 531-560.

Ligações estreitas entre a filosofia pragmatista americana e a geração fundadora da


sociologia americana;
Diminuição da influência do pragmatismo na sociologia a partir da década de 1930,
principalmente pela contribuição de Parsons para constituição de um cânone
sociológico;
Desenvolvimento do interacionismo simbólico a partir da década de 1960 como
alternativa ao parsonianismo, por meio de uma insurreição do pensamento meadiano
realizado por Herbert Blumer;
Sobrevivência do pensamento pragmático ao interacionismo simbólico;
Demora no desempenho de um papel na sociologia europeia pós-guerra pelo
pragmatismo, o que vai acontecer de forma mais intensa a partir de 1970, com o
trabalho de Apel;
Renascimento de pragmatismo com a obra de Rorty, que compara a importância da obra
de Dewey a de Heidegger ou Wittgenstein (três filósofos mais importantes do século
XX);
Tentativas de desenvolvimento de uma teoria neopragmatista por parte de Bernstein e
Joas;
Demonstração da inutilidade de um pensamento dualista (corpo e alma, substancia e
espírito) vinculado à consciência no trabalho de Rorty;
“De acordo com Rorty, não há nenhuma razão para aceitarmos a existência de processos
conscientes e mentais e, portanto, para perpetuar o dualismo cartesiano entre corpo e
mente. É suficiente descrever os processos discretos (pensamentos) que ocorrem no
cérebro como estados funcionais do complexo geral que formam o “cérebro”.” (p. 534);
Independência do conhecimento de uma intuição interna ou representação mental da
realidade;
Questão do equacionamento de estados mentais como funcionais em Putnam e
abandono de um fisicalismo radical por Rorty;
Ciência e filosofia ocupadas com a justificação de declarações específicas, não com a
produção de verdades que sejam atemporais;
Posicionamento antifundamentalista de Rorty, em que não há uma base inquestionável e
trans-histórica para a argumentação filosófica = contextualista;
Abandono de uma ideia de saber específico como objetivo central da filosofia ou do
estabelecimento de uma base trans-histórica por Dewey, Wittgenstein e Heidegger,
segundo Rorty, sendo classificados como pensadores pragmáticos/edificantes e não
sistemáticos;
Visão de Rorty considerada imprecisa, ignorando temas cruciais e clássicos do
pragmatismo;
“As descrições e definições de Rorty para “pragmatismo”[…] são, inevitavelmente, de
extrema formalidade e pouco convincentes. Provavelmente é relacionado à base de
Rorty em filosofia analítica (da linguagem) que seu principal interesse no pragmatismo
americano refira-se quase exclusivamente ao potencial desta para a crítica
epistemológica e muito pouco às análises altamente originais produzidas por Dewey e
Mead sobre as características específicas da experiência e ação humanas.” (p. 537);
Dificuldade de conciliação da teoria da democracia de Rorty das ideias desenvolvidas
por Dewey e Mead, principalmente em decorrência de seus posicionamentos liberais,
nos quais o liberalismo é interpretado como um consenso para moldagem da vida
pessoal de forma livre;
Diferenças no posicionamento de Rorty e Putnam, que partilha de algumas das
premissas do pragmatismo clássico (anticeticismo, falibilismo, impossibilidade de
divisão clara entre fatos e valores, ligação do pensamento humano com a prática, p.
540);
“Putnam, portanto, partilha com Rorty a ideia de que “racionalidade” não é algo trans-
histórico, mas depende de argumentos cujas exigências de plausibilidade fazem sentido
apenas em um contexto específico. No entanto, ele não tira conclusões radicais
contextualistas ou relativistas, algo que Rorty aparentemente se sente forçado a fazer.”
(p. 540);
Bernstein como um dos poucos filósofos pragmatistas que não tem dívidas com o
tratamento de problemas sociológicos e uma grande adesão à teoria da ação;
Falta de renovação pragmática na ciência social americana, apresentando Joas como
uma das exceções (descrição de seu trabalho, principalmente do foco na ação criativa);
Contraste da teoria da ação de Joas com as de Luhmann e Habermas;
Crítica de Joas à fundamentação de teorias da ação em uma perspectiva dualista
cartesiana, com objetivos racionais planejados e distantes da ação = para Joas, a
percepção e a cognição são fases da ação e não seus precedentes;
Não separação entre consciência e ação;
Foco da situação tanto na ação quanto na questão moral = contingência situacional
demarcada pela criatividade;

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