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(BV)
2009/2010
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Biologia dos Vertebrados (2009-2010) Ana Cristina Ribeiro Gomes
Protocordados
Protocordados – designação que não possui qualquer valor sistemático mas refere-se a
um conjunto de seres vivo considerados os mais primitivos dos cordados.
Estes são seres marinhos que se dividem em 2 grupos:
Cefalocordados – corda dorsal entende-se até à região cefálica;
Urocordados – corda dorsal existe na cauda (apenas no estado larval ou
também no adulto).
Algumas espécies deste grupo possuem pedomorfose, que é a capacidade de reter a
forma larvar e originar descendentes viáveis.
Estes seres caracterizam-se por apresentarem características dos cordados, pelo
menos, em alguma fase do ciclo de vida. Possuem um epitélio tegumentar simples e uma
cavidade peribranquial. Apesar disto, não possuem esqueleto cefálico, encéfalo diferenciado,
membros pares, órgãos sensoriais pares ou sistema de glândulas endócrinas.
Tegumento Fino
Alimentação Filtradores de partículas orgânicas
Os cirros movimentam a água para a boca. As partículas (rodeadas por muco) são dirigidas para o
Digestão
estômago pelo movimento de cílios presentes na mucosa da faringe.
Respiração Através da faringe branquial (brânquias)
Circulação Sistema circulatório fechado com coração pulsátil na região ventral
Sistema Nervoso Tubo nervoso dorsal de onde partem nervos para todos os outros órgãos
Reprodução Seres dióicos com fecundação externa e desenvolvimento indirecto (fase larval)
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Biologia dos Vertebrados (2009-2010) Ana Cristina Ribeiro Gomes
Protocordados – Urocordados
É o grupo de seres vivos mais primitivos dos protocordados, cujas características
típicas dos cordados aparecem apenas na sua fase larval (excepto o grupo larvacea).
São caracterizados pelo facto de a corda dorsal estar localizada na parte posterior do
corpo animal, formando uma cauda. São designados por tunicados pela presença de uma
túnica gelatinosa que reveste a epiderme. O corpo possui 2 sifões, o sifão oral e o sifão cloacal.
A faringe perfurada tem sulcos respiratórios. Não possui tubo nervoso
Ascidiáceas;
Taliáceas:
o Pirossomas;
o Doliáceas;
o Salpas;
Apendiculários
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Ostracodermes
Conjunto de seres vivos fósseis com características particulares: exosqueleto oco,
muito desenvolvido (armadura), protuberâncias laterais (que não são barbatanas) adaptadas à
vida na água.
Placodermes
Grupo pertencente à superclasse Gnathostomata (primitivos dos peixes). O facto de os
animais possuírem mandíbulas faz com que se tornem predadores activos.
Os placodermes (seres fósseis) aproximam-se dos condríctios pois possuem um
exosqueleto muito desenvolvido com placas ósseas. Da estrutura pélvica dos machos surgiria
um órgão copulador e a cauda teria 2 lóbos assimétricos (superior maior que o inferior).
Classe Condríctios
Corpo fusiforme com barbatana caudal heterocerca (assimétrica) e barbatanas
peitorais, pélvicas e dorsais pares. Boca ventral com mandíbulas. Os sacos nasais não se abrem
na cavidade bucal.
Escamas placóides – base óssea com ponta aguçada de dentina, revestida por esmalte.
Elasmobranchi (tubarão e raia) – corpo achatado e olhos laterais. As brânquias
abrem-se directamente para o exterior e ainda possui um espiráculo. Os tubarões
possuem achatamento lateral enquanto as raias têm um achatamento dorso-
ventral. As escamas placóides modificadas funcionam como dentes, apesar de
possuírem várias mudas de dentes. Não possuem estômago.
Holocefalo (quimeras) – têm uma cabeça incompleta e a cauda é dificerca (cauda
como ricochete). Os dentes são placas alargadas trituradoras e definitivas.
Possuem uma pele nua, dentes modificados em placas trituradoras, vértebras sem
centro vertebral, têm um falso opérculo. Não possuem estômago.
Coberta por escamas placóides ou nua e com glândulas mucosas (diminuem o atrito do animal com a
Tegumento
água durante o deslocamento)
Com ou sem estômago e um intestino com válvula espiral (absorção do alimento). O pâncreas e o
Digestão
fígado possuem óleos que facilitam a flutuação.
Branquial – absorvem água pela boca que segue para as brânquias e é expelida através de fendas
Respiração branquiais situadas de ambos os lados da cabeça e imediatamente à frente das peitorais. Brânquias
pares, altamente vascularizadas, com fendas branquiais independentes e abertas para o exterior
Sistema circulatório fechado e simples. Coração com aurícula e ventrículo, arcos aórticos e sistema
Circulação porta-renal e porta-hepático. O sangue possui elevadas concentrações de ureia e óxido de
trimetilamina, e é isosmótico ou ligeiramente hiperosmótico com a água do mar.
Endosqueleto cartilaginoso (a perda de osso considera-se uma regressão). Notocórdio persistente e
Esqueleto
vértebras completas
Sem bexiga-natatória mas com um rim mesonéfrico (remove resíduos do sangue e do celoma) e
Excreção
glândula rectal (elimina o excesso de sal na circulação)
Cérebro com 2 hemisférios cerebrais, cerebelo, nervos cranianos, canais semi-circulares, sistema de
Sistema Nervoso
linha lateral
Órgãos Sensoriais Visão moderadamente desenvolvida (adaptados à vida aquática). O olfacto constitui o principal sentido
Espécies dióicas ovíparas, ovovivíparas (ovos de grandes dimensões) ou vivíparas, com canais genitais
Reprodução que abrem na cloaca. O macho tem pterigopódio (órgão copulador). Fecundação interna com
desenvolvimento directo
Classe Acanthodi
São animais fósseis pequenos que possuem barbatanas dorsais com uma espinha
óssea na região posterior. As barbatanas pares são em grande número e a cauda é
heterocerca.
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Classe Actinopterígios
Seres cujas barbatanas (pares e ímpares) têm raios dérmicos sendo a barbatana caudal
homocerca. Possuem boca terminal ou sub-terminal com mandíbulas. Os sacos olfactivos não
se abrem na boca.
Tegumento Com glândulas mucosas e coberto por escamas dérmicas (ctenóides, ciclóides ou ganóides)
Digestão Intestino pode ter válvulas em espiral
Branquial. As brânquias, altamente vascularizadas, estão cobertas por um opérculo e em algumas
Respiração
espécies existe um sistema de respiração pulmonar acessório
Circulação Sistema circulatório fechado e simples. Coração com aurícula e ventrículo, com pares de arcos aórticos
Esqueleto Ossificado com notocórdio que pode ser persistente e vértebras numerosas
Excreção Bexiga-natatória que pode comunicar com a faringe. Possui rim mesonéfrico.
Sistema Nervoso Pares de nervos cranianos e pares de canais semi-circulares
Órgãos Sensoriais Linha lateral que capta vibrações mecânicas na água. Com olfacto desenvolvido
Espécies dióicas com 1 par de gónadas e fecundação externa. O ovo tem pequenas dimensões e as
Reprodução
formas larvares podem diferir dos adultos
Classe Sarcopterígios
Seres que possuem barbatanas com músculos inseridos, do tipo monobasal. Os ossos
das barbatanas são capazes de ser homologados com os ossos das patas dos tetrápoda.
Representam os seres que estão na base da evolução dos tetrápoda e que estariam adaptados
ao movimento no fundo oceânico.
No passado seriam abundantes em água doce, mas que se adaptaram completamente
ao ambiente marinho.
A boca com mandíbulas possui dentes como placas trituradoras que estão localizadas
no palato. Os sacos olfactivos podem abrir-se na cavidade bucal.
Tegumento Coberto por escamas dérmicas ganóides e glândulas mucosas
Digestão Intestino possui válvulas em espiral
Branquial. As brânquias são cobertas por um opérculo. Nas espécies com respiração pulmonar, o
Respiração
pulmão abre-se ventralmente (poderá ter evoluído da bexiga natatória)
Coração com aurícula e ventrículo, pares de arcos aórticos, dupla circulação pulmonar e sistemática
Circulação
(nas espécies em que está presente o pulmão)
Esqueleto Ossificado com vértebras numerosas e uma cauda dificerca (alongada)
Sistema Nervoso Pares de nervos cranianos e pares de canais semi-circulares
Reprodução Espécies dióicas com fecundação interna ou externa
Classe Anfíbios
Seres com formas corporais muito variáveis desde corpo alongado, cabeça, pescoço e
cauda bem diferenciados a corpo compacto, com cabeça e tronco fundidos, sem pescoço nem
cauda definidos.
A boca é, geralmente, grande com pequenos dentes nas mandíbulas superiores ou em
ambas. As 2 narinas abrem-se na região anterior da cavidade bucal. Sendo tetrápoda têm 2
pares de membros locomotores apesar de existirem espécies ápodes. As patas anteriores
possuem 4 dedos (apesar dos anfíbios primitivos possuírem mais de 5) sem verdadeiras garras
ou unhas.
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Fino, pigmentado (cromatóforos), liso, altamente vascularizado e húmido, com muitas glândulas
Tegumento mucosas e serosas (venosas). Tipicamente, sem escamas apesar de certas espécies apresentarem
pequenas escamas dérmicas dispersas
Alimentação Insectívora
Através de pulmões (que estão ausentes em algumas espécies), brânquias (externas nas larvas que
Respiração
podem persistir toda a vida em alguns) e pele
Sistema circulatório fechado com uma circulação dupla e incompleta. Coração com seio venoso, possui
Circulação 2 aurículas e 1 ventrículo. Realizam uma dupla circulação. São ectotérmicos (o calor corporal vem da
temperatura exterior)
Ósseo com um número variável de vértebras, soltas e fundidas, e notocórdio persistente. Não possuem
Esqueleto
exosqueleto. As costelas não se ligam ao esterno e têm 2 côndilos occipitais e 1 osso no ouvido médio
Excreção Rins mesonéfricos. Ureia como principal produto de excreção
Sistema Nervoso Pares de nervos cranianos. Encéfalo protegido pelo crânio
Espécies dióicas com fecundação interna (externa nos Anuros) e desenvolvimento por estados larvares
Reprodução
seguidos de metamorfose. São ovíparos e os seus ovos são heterolecíticos
Classe Répteis
Seres que possuem um corpo com forma variada, compacto ou alargado. A boca com
mandíbulas possui dentes e em algumas espécies existe ainda um bico córneo. As
extremidades pares têm 5 dedos mas existem espécies que não têm extremidades.
Coberto por escamas epidérmicas (impede a desidratação), com placas ósseas dérmicas e poucas
Tegumento
glândulas (seca)
Alimentação Herbívora ou omnívora
Respiração Através de pulmões
Sistema circulatório fechado com circulação dupla e incompleta. Coração com 2 aurículas e 1 ventrículo
(excepto nos crocodilos que é completa – 2 aurículas, 2 ventrículos). Têm a crossa da aorta direita e
Circulação
esquerda e um sistema porta-renal. São seres ectotérmicos que podem apresentar termorregulação do
tipo etológico (depende do comportamento)
Ossificado. As costelas estão ligadas ao esterno, na região toráxica. O crânio tem 1 côndilo occipital e o
Esqueleto
ouvido médio tem 1 osso. O endosqueleto possui adaptações próprias.
Excreção Rins metanéfricos. Ácido úrico é o principal produto de excreção azotada
Sistema Nervoso Pares de nervos cranianos. Encéfalo protegido por crânio.
Espécies dióicas com fecundação interna sem estados larvares. Os ovos são telolecíticos cobertos com
Reprodução casca dura (cleidóicos) com anexos extra-embrionários (amnio, córion, alantóide e saco vitelino). É a
casca dos seus ovos que lhes permitem a reprodução fora de água
Classe Aves
Seres vivos com um corpo fusiforme e pescoço longo. Os membros são pares estando
os anteriores adaptados ao voo e os posteriores possuem 4 dedos. A boca possui mandíbulas
em forma de bico, mas sem dentes (apesar de na pré-história este grupo possuir dentes).
As aves renovam com regularidade as penas gastas pelo uso. A muda pode prolongar-
se por vários dias ou ser simultânea. As penas de que dependem o voo caem por uma ordem
determinada e de forma simétrica, de modo a que o voo embora afectado, mantenha-se
equilibrado.
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Coberto por penas e escamas, nas patas. Ausência de glândulas sudoríferas mas com glândulas
Tegumento
uropigiais próximas à cloaca e glândulas sebáceas na base da cauda (em aves modernas)
Digestão Sistema digestivo completo com papo (armazena alimento) e moela (tritura os alimentos)
Através de pulmões pouco expansíveis, parabrônquios, sacos aéreos e siringe (órgão vocal produtor de
Respiração
som)
Sistema circulatório fechado com circulação dupla e completa. Coração com 2 aurículas e 2 ventrículos,
Circulação com crossa na aorta e sistema porta-renal reduzido. São seres endotérmicos (regulam a temperatura
corporal)
Ossificado com ossos longos, leves e ocos (para aumentar a capacidade de suporte do corpo). Os ossos
do crânio encontram-se fundidos (capacidade craniana mais desenvolvida em aves actuais) e possuem
Esqueleto
um côndilo occipital. As costelas têm uma apófise uncinada e um osso no ouvido médio. O esterno é
bem desenvolvido com quilha (expansão na qual se prendem os músculos)
Excreção Rim metanéfrico sem bexiga. Ácido úrico como principal produto de excreção azotada
Sistema Nervoso Bem desenvolvido com pares de nervos cranianos
Espécies dióicas com testículos pares e órgão copulador (macho) ou 1 ovário e oviduto esquerdo
(fêmea). A fecundação é interna em ovos telolecíticos, cleidóicos com anexos extra-embrionários
Reprodução
(amnio, córion, alantóide e saco vitelino). Não possui estados larvares mas os jovens são nidícolas
(nascem nus e indefesos) ou nidífugas (estão activos no momento da eclosão)
Classe Mamíferos
Estes animais terão evoluído de um antepassado desconhecido. A maior parte das suas
relações filogenéticas relacionam-se com a sua dentição, apesar de não existir uma percepção
bem definida de todas as suas relações.
Seres que possuem membros pares, mais ou menos reduzidos, que estão adaptados a
diferentes formas de locomoção.
Coberto de pêlo (isolante térmico) que pode ser mais ou menos reduzido. Possui glândulas sudoríferas
Tegumento (produzem suor), odoríferas (produzem ferormonas), sebáceas (produzem sebo) e mamárias
(produzem leite)
Digestão Sistema digestivo completo. Possuem um ceco intestinal (excepto o ser humano)
Par de pulmões com um palato membranoso para separar as vias respiratórias e alimentar. Dentro dos
Respiração pulmões existem alvéolos pulmonares responsáveis pela hematose. Possui um diafragma muscular que
separa a cavidade torácica e abdominal
Sistema circulatório fechado com circulação dupla e completa. Coração com 2 aurículas e 2 ventrículos,
Circulação crossa na aorta esquerda persistente, sem sistema porta-renal e com eritrócitos não nucleados e
bicôncavos. São seres endotérmicos
Crânio tem 2 côndilos occipitais e um palato secundário. O ouvido médio tem 3 ossículos e a cavidade
nasal tem ossos turbinados. Possui 7 vértebras cervicais, pálpebras e um pavilhão auditivo. A
Esqueleto mandíbula é formada por 1 único osso (dentário) com dentes difiodontes (dentes de leite substituídos
por outros dentes para uma dentição definitiva). Consoante a vida do animal, existem variações
esqueléticas
Rins metanéfricos com ureteres que comunicam com a bexiga. A cloaca só existe em Monotrématos,
Excreção
nos restantes aparece o ânus
Encéfalo muito desenvolvido com pares de nervos cranianos. São os seres mais inteligentes devido ao
Sistema Nervoso
alto grau de desenvolvimento do córtex cerebral
Espécies dióicas com fecundação interna num ovo isolecítico e que se desenvolve no útero com ligação
Reprodução placentária (seres vivíparos). Os anexos extra-embrionários são o amnio, o córion e a alantóide. Os
jovens são alimentados com leite produzido pelas glândulas mamárias
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Embriologia
Ciclo de Vida
Formação de
Fertilização (fusão Segmentação Gastrulação
gâmetas Organogénese Crescimento,
de esperma e (zigoto subdivide- (movimentos
(espermatogénese (diferenciação) Maturação
oócito) se no blastómero) celulares)
e oogénese)
O ciclo de vida inicia-se com a fecundação dos gâmetas, formando o ovo que se
começa a dividir.
Segmentação – divisão rápida das células do ovo com diminuição do conteúdo celular,
aumento de volume ocupado pelas células e multiplicação sucessiva do material genético.
Gastrulação – movimentos relativos das células no blastómero que se posicionam de
modo a formar os folhetos germinativos, ou seja, são movimentos de territórios celulares que
tomam posições uns em relação aos outros, de acordo com as estruturas que vão formar.
Organogénese – diferenciação das células nas suas diferentes funções, ou seja,
especialização estrutural e bioquímica de células da ectoderme, endoderme e mesoderme no
sentido de desempenharem funções específicas para se formarem órgãos e sistemas de
órgãos. O sistema neurológico é o primeiro a diferenciar-se.
Após estas etapas de desenvolvimento embrionário o feto adquire a capacidade de
viver autonomamente. O novo ser pode nascer em forma de larva e sofrer metamorfose para a
forma adulta, ou então, nascer com um aspecto semelhante ao ser adulto. Após o seu
crescimento e maturação estará pronto para produzir os seus gâmetas e reiniciar o ciclo.
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As sucessivas divisões (segmentação) são mais rápidas em ovos com pouca quantidade
de vitelo. Assim, devido à presença de uma grande quantidade de vitelo, em seres
meroblásticos as divisões são difíceis e só ocorrem ao redor do blastómero e em seres
discoidais as divisões só ocorrem numa pequena região do ovo.
A diferença entre uma segmentação holoblástica microleticial e uma holoblástica
mesoleticial é que na primeira a segmentação é completa e igual pois existe pouco vitelo em
todas as regiões do blastómero, enquanto na segunda a segmentação é completa mas
desigual, pois o vitelo presente na zona inferior do ovo provoca uma divisão lenta nessa região,
enquanto a superior sofre rápidas divisões. Forma-se uma cavidade superior com células de
pequenas dimensões enquanto as células inferiores possuem dimensões maiores.
Gastrulação e Diferenciação
Nesta etapa do desenvolvimento embrionário existe a diferenciação dos vários
folhetos germinativos dando origem aos primordiais dos diferentes órgãos.
Assim, da gastrulação forma-se:
Ectoderme – folheto externo que dá origem a:
o Epitélio e seus derivados corporais;
o Tubo neural;
o Acessórios neurais.
Mesoderme – folheto médio que dá origem a:
o Notocórdio;
o Sistema circulatório;
o Órgãos do sistema excretor e reprodutor;
o Somitos (músculo, tecido, cartilagem).
Endoderme – folheto interno que dá origem a:
o Epitélio respiratório;
o Faringe;
o Fígado, pâncreas;
o Epitélio do sistema excretor e reprodutor.
Quando se inicia a diferenciação o feto torna-se num embrião. Este estado de embrião
não implica a permanência num ovo, pois existem embriões de vida livre, mas que não se
alimentam nem possuem uma vida completamente autónoma por ainda se encontrarem em
pleno desenvolvimento.
Anfioxo (Cefalocordados)
Estes seres possuem um ciclo de vida muito curto, com um embrião de vida livre. O
notocórdio forma-se de células dorsais do blastóporo, que se encontra na região posterior,
para originar o ânus. As células centrais vão invaginar e originar o resto da endoderme, com a
formação dos somitos e a neurolação.
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Urocodados
Lampreia (Agnatha)
Migração
Reprodução Larva filtradora Metamorfose Parasita no mar
(anádromos)
Teleósteos
Possuem um ovo com muito vitelo motivo pelo qual as divisões apenas ocorrem no
pólo animal, enquanto o pólo vegetativo continua quase indivisível (devido ao vitelo). São,
assim seres com uma segmentação meroblástica.
O embrião forma-se aderindo ao vitelo existente. Forma-se cleuteroembrião.
Cleuteroembrião – embrião que já possui vida livre mas só se alimenta de vitelo
(‘bolsa’ agarrada ao corpo). Quando a boca se forma e abre, o vitelo diminui, o ser passa a ser
autónomo e alimenta-se de substâncias exógenas.
Seláceos
O desenvolvimento deste grupo de animais é semelhante ao desenvolvimento dos
teleósteos. A principal diferença é a inexistência de opérculo a cobrir as brânquias e o facto de
o vitelo não estar agarrado ao corpo, mas a surgir como um pedúnculo ao corpo. Forma uma
estrutura homóloga ao cordão umbilical dos mamíferos.
Anuros (Anfíbios)
Copulação Fase de
Segmentação e
(libertação de Fecundação brânquias Girinos Juvenil Adulto
Gastrulação
gâmetas) externas
A copulação (em meio aquático), entre o macho e fêmea, estimula a libertação dos
gâmetas em simultâneo (aumentar o sucesso da fecundação) mas a fecundação não deixa de
ser externa.
A fecundação dá-se, também, no meio aquático. Surge uma camada gelatinosa a
envolver o ovo formado que o protege e permite a sua fixação à vegetação subaquática. A
segmentação é total e desigual (holoblástica e mesoleticial), pelo que as células na região
vegetativa são maiores do que na região animal. Na organogénese o embrião alonga-se e
forma-se uma cauda (botão caudal).
As células que envolvem as reservas de vitelo ficam dentro do corpo do embrião para
que este se alimente durante o seu desenvolvimento. O blastóporo fica tapado pelas células
vitelinas até um determinado momento do seu desenvolvimento. O tubo nervoso (primeiro
órgão a formar-se) aparece, no exterior, como uma dilatação.
Após a formação das brânquias externas e da fase de girino formam-se os membros
(primeiro os anteriores) e o tegumento, que cobre as brânquias (apenas deixando um
espiráculo), a cabeça e o corpo. A passagem do estado larvar para adulto requer diversas
mudanças a nível anatómico e estrutural do animal.
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Répteis e Aves
A passagem ao meio terrestre implicou uma série de mudanças nos animais para que
conseguissem desenvolver-se, neste meio.
Como habitam em meio terrestre não podem ter fases larvares (é necessário um meio
aquático para as larvas sobreviverem), assim o tempo do desenvolvimento tem de ser
prolongado para que os novos seres já nasçam como juvenis bastante desenvolvidos e, assim,
sejam capazes de viverem e se adaptarem, ao meio terrestre.
O ovo que se forma é a grande adaptação ao meio terrestre. Este ovo duro e
impermeável a líquidos (mas permeável a gases) protege o embrião e permite que este não
sofra desidratação.
A casca do ovo possui fósforo e cálcio, na sua constituição, substâncias que são
necessárias ao desenvolvimento do embrião. O novo ser, em desenvolvimento, absorve as
substâncias e faz com que, gradualmente, a casca fique mais fraca. Aquando a sua eclosão, o
animal fura a casca.
A quantidade de água corporal que os animais possuem quando nascem provém do
metabolismo que o ser realiza no seu desenvolvimento.
A forma que encontraram para ultrapassar o problema da excreção azotada de amónio
(muito tóxico, logo necessita de muita água, essencial, para diluir) substituindo esta substância
por ácido úrico (menos tóxico, necessitando de uma diluição menor).
Para o desenvolvimento do ser são necessários anexos extra-embrionários que são
aquisições que permitiram uma adaptação plena do desenvolvimento embrionário, em meio
terrestre.
Vitelo – fornece os nutrientes que o embrião necessita;
Âmnio – fornece o meio líquido necessário para a sobrevivência do embrião.
Esta estrutura forma-se a partir da proliferação de uma prega de células;
Alantóide – acumula / armazena os produtos finais de metabolismos, como o
ácido úrico.
São seres macroleticiais, logo têm uma segmentação discoidal. No início desta
segmentação as divisões não são completas pois o citoplasma continua a ser partilhado
(cinásios – estruturas multinucleadas que não possuem divisões celulares completas). As
divisões sucessivas dão origem a um maciço de células (área pelúcida) com uma cavidade no
seu interior (área opaca).
No seu desenvolvimento aparece uma estrutura, o nó de Hansen, de onde surgirá o
notocórdio (estrutura homóloga à bainha nos seres com desenvolvimento aquático).
Aves altriciais – aves que nascem ainda dependentes do progenitor para se
alimentarem uma vez que não conseguem capturar alimento. Para além disso, estas aves
ainda não possuem uma visão desenvolvida.
Aves precociais – aves que nascem como juvenis bastante desenvolvidos e autónomos.
Euteria (Mamíferos)
Possuem uma segmentação total e igual, apesar de serem considerados microleticiais
são, na realidade, aleticiais devido à reduzidíssima quantidade de vitelo que possuem e são,
também, holoblásticos. O embrião forma-se do maciço de células na zona dorsal, juntamente
com um tropoblasto (cavidade na zona ventral) com grande importância na fixação ao útero.
Este tropoblasto divide-se em duas estruturas: o citrofoblasto e o cintotrofoblasto.
Esta última divisão permitirá a penetração do embrião na mucosa do útero, facilitando a
permuta de substâncias. Esta troca de substâncias entre o embrião e a progenitora só será
possível com a implantação do embrião a membranas extra-embrionárias.
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Anexos Embrionários
Anexos embrionários – estruturas transitórias que acompanham o desenvolvimento do
embrião até ao nascimento. São originadas pela extensão das 3 camadas germinativas.
Possuem uma grande importância no desenvolvimento do embrião mas não fazem parte dele.
Âmnio – rodeia a cavidade amniótica preenchida pelo líquido amniótico.
Estrutura que garante ao embrião um abrigo contra a dessecação e choques,
permitindo a manutenção de uma temperatura constante;
Vesícula vitelina – reduzida mas ricamente vascularizada. Fica incorporada no
cordão umbilical e é o primeiro local de produção dos glóbulos sanguíneos;
Alantóide – contribui para a formação dos vasos sanguíneos do cordão
umbilical;
Córion – membrana extra-embrionária mais exterior que, como o âmnio,
rodeia o embrião e intervém na formação da placenta.
Placenta – estrutura de origem no endométrio materno e nas vilosidades coriónicas do
embrião, desenvolvida após a nidação. É um órgão especializado em trocas selectivas (de
substâncias fundamentais para o novo ser, anticorpos, bem como substâncias tóxicas ou
microrganismos) entre a mãe e o filho, garantindo o seu desenvolvimento.
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Cutícula
Membrana Estrato
Mucosa Epiderme Derme Estrato laxo Hipoderme
Basal Compacto
(externa)
Membrana basal – constituinte da epiderme sob a forma de uma camada que separa a
derme da epiderme.
Estrato laxo – camada de menor consistência, presente na derme.
Estrato compacto – camada mais rígida e de maior consistência, presente na derme.
O gradiente de dureza do tegumento, nos vertebrados, é oposto ao dos invertebrados
(centro para o exterior a rigidez diminui) pois as estruturas mais compactas encontra-se no
interior do organismo.
A epiderme é constituída por queratina (α e β) e uma camada basal (fibrosa e fina):
α-queratina – camada macia (tegumento dos mamíferos) ou dura (unhas dos
mamíferos) menos compacta;
β-queratina – camada dura (escamas, garras, bicos e penas) de finos
filamentos. É mais composta pois possui filamentos mais finos que se
aproximam, não existindo grandes espaços entre eles.
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A derme possui tecido conjuntivo laxo / frouxo e fibras de colagénio (fibras alongadas),
para além de vasos sanguíneos, nervos, músculo liso e células pigmentares.
O tegumento possui, ainda, tecidos subcutâneos tais como: tecido adiposo, tecido
conjuntivo laxo, nervos, vasos sanguíneos, músculo-esquelético e osso.
Faneras – derivados do tegumento. São escamas, glândulas, unhas / garras, penas,
cornos / hastes e pêlos, pois estão relacionados com o tegumento de alguma forma. As faneras
podem derivar da ectoderme, da mesoderme ou de ambas:
Ectoderme – penas, cabelo, glândula mamária;
Mesoderme – escamas ciclóides e ctenóides;
Ectoderme e Mesoderme – dentes e escamas placóides, cosmóides e ganóides.
Glândulas
Com origem na ectoderme, são estruturas constituídas por uma camada pluricelular
que as rodeia, presente na derme, e uma fina camada unicelular que constitui um ducto para o
exterior, através da epiderme.
São estruturas de excreção exócrina (abrem-se para o exterior):
Holócrina – secreção libertada com destruição da célula;
Apócrina – secreção libertada com destruição parcial da célula;
Merócrina – secreção libertada sem destruição da célula.
Estas faneras podem possuir diversas estruturas:
Tubulares – simples, enrolada, ramificada ou composta (glândulas mamárias);
Acinosas / Alveolares – simples, ramificada ou composta.
Protocordados: glândulas unicelulares, com função mucosa, presentes numa camada.
Ciclóstomos / Peixes:
Unicelulares – mucosas holócrinas / merócrinas com função de camada
protectora, complexo glicoproteico redutor de fricção, eliminadora de
microorganismo e precipitação de lama (funciona como um invólucro
protector contra a dissecação e intervém na construção de ninhos de bolhas);
Pluricelulares – venenosas, associadas a espinhos ou fotóforos (emissão de luz
proveniente de bactérias luminescentes. Criam uma relação com estes seres,
quando se alimentam de nutrientes presentes em cavidades específicas desse
organismo, emitindo luz).
Anfíbios: glândulas pluricelulares: mucosas e serosas (as espécies muito vistosas num
determinado ambiente criam defesas venenosas com estas glândulas).
Répteis: seres vivos pobres em glândulas. As que têm são pluricelulares:
Glândulas femurais – holócrina que favorece a aderência na cópula;
Glândulas venenosas – que lança sobre as presas.
Aves: possuem glândulas pluricelulares:
Glândula uropigeana – encontra-se na base da cauda, é bilobada e holócrina.
Pensa-se que poderá ter funções na limpeza das penas, como glândula
odorífera, como adaptação sexual e fonte de vitamina D;
Glândula do sal – presente em aves marinhas e intervém na excreção do sal
em excesso, que é ingerido na alimentação do ser vivo.
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Escamas
Possuem uma origem dérmica (encontram-se cobertas pela epiderme) nos peixes, e
com origem epidérmica (acima da epiderme) em animais terrestres (répteis).
Ciclóstomos: não possuem escamas mas têm odontóides na cavidade bucal.
Peixes: possuem vários tipos e formas de escamas:
Cosmóides – possuem 3 camadas: óssea compacta (interna), óssea esponjosa
(média) e cosmoina / vireodentina (externa);
Ganóides – escamas idênticas e justapostas, com uma camada externa
cosmoina e ganoina;
Placóides – possuem uma placa basal na derme (de dentina com origem
dérmica) e um escutelo externo (de esmalte com origem extodérmica);
Elasmóides – ciclóides e ctenóides (possuem espinhos para além da estrutura
celular) que são escamas finas e flexíveis, presentes na derme, sendo
revestidas totalmente pela mesma.
Anfíbios: as formas fósseis possuíam escamas dérmicas e ósseas do tipo cosmóides, no
entanto, as formas actuais, possuem escamas epidérmicas e dérmicas, presentes nos ápodes,
mas ausentes nos Anuros e Urodelos.
Répteis: as escamas de origem epidérmica são córneas e com queratina, as de origem
dérmica são placas ósseas que formam uma carapaça. Nas mudas dos répteis, a camada mais
exterior do tegumento sai com as escamas completamente intactas.
Aves e Mamíferos: as escamas, constituídas por queratina α e β, têm uma origem
epidérmica e estão presentes nas patas e bicos. Os roedores possuem, também, escamas na
cauda constituídas por queratina β.
Penas
Estruturas únicas e características das aves. Possuem extrema leveza e resistência à
água e que estão adaptadas ao voo, constituindo um bom isolamento térmico.
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Pêlos
É uma fanera única nos mamíferos que funciona como um isolamento, protecção,
receptor sensorial e que pode fornecer cor. Possuem uma origem ectodérmica e, em algumas
espécies, podem estar modificadas sob a forma de espinhos.
O folículo possui: raiz, haste, papila dérmica, glândula sebácea, músculo liso e erector.
Pelagem sazonal – pelagem que muda consoante a época do ano.
Coloração
Constitui uma característica importante que pode resultar de estruturas ou pigmentos
presentes na epiderme, derme e nos seus derivados, que reflectem e difundem a luz. A cor
advém de um grande rigor genético e versatilidade. São células capazes de reflectir luz e
produzir determinada cor. É uma característica importante que pode ser obtida por:
Cor pigmentar – resulta de pigmentos.
o Cromatóforos – melanóforos (possuem melanina) que podem ter cor
castanha e preta (eumelanina) ou castanha e amarela (feomelanina);
o Xantóforos – possuem pteridina que produz uma cor amarela e
vermelha.
Cor estrutural – resulta de estruturas.
o Iridóforo – possui cristais de purina.
Para além destas cores, existe a verde (rara) que surge da combinação de iridóforos e
xantóforos. E a cor branca e azul que surge de uma cor estrutural rara.
Cornos e Hastes
É uma característica dos Ungulados. Constituem estruturas de vários tipos e formas,
formadas por queratina ou tecido piloso.
Cornos fibrosos – epidérmicos. São constituídos por queratina que persiste
durante toda a vida do ser vivo (exclusivo dos rinocerontes);
Cornos ocos – constituem saliências do osso frontal com um revestimento de
queratina. Persistem durante a vida do ser vivo (exclusivo do gado bovino e
caprino);
Cornos bifurcados – saliências do osso frontal com um revestimento
queratinoso. Sofre uma substituição anual;
Hastes – saliências do osso frontal com um revestimento de tecido piloso
(veludo), que é irrigado e sofre uma substituição anual.
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Esqueleto Cefálico
O molde de formação do crânio é semelhante em todos os craniata apesar de ser mais,
ou menos, desenvolvido e complexo, consoante a espécie.
O crânio é um mosaico composto por 3 partes primárias: condrocrânio, esplandocrânio
e o dermatocrânio. Cada um deles possui uma evolução separada. O esplandocrânio cresce
primeiro e é mostrado em associação com o condrocrânio e partes do dermatocrânio.
Condrocrânio
O condrocrânio, em espécies superiores, não liga totalmente o crânio após o
nascimento dos novos seres. A cartilagem é a primeira a aparecer mas, na maior parte dos
vertebrados, é substituída por osso à medida que o ser se desenvolve.
O condrocrânio inclui elementos cartilaginosos que formam a base e a parte traseira
do crânio juntamente com as cápsulas que rodeiam os órgãos sensoriais. A condensação
precoce de células mesenquimais é visível na cartilagem que cresce e funde-se para produzir a
base do etmóide, a placa basal e as regiões occipitais que, posteriormente, ossificam,
formando ossos basais e cápsulas sensoriais.
Condrocrânio – cápsula nasal, trabécula, cápsula óptica, cartilagem polar, notocórdio
occipital.
Tipos de condrocrânios:
Anapsid – não possui nenhum orifício atrás da orbital;
Sinapsid – possui um orifício grande atrás da orbital;
Diapsid – possui 2 orifícios atrás da orbital;
Euriapsid – possui um orifício pequeno atrás da orbital.
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Esplendocrânio
O esqueleto visceral forma as mandíbulas, através dos 7 arcos viscerais.
Esplendocrânio – arco mandibular, arco hiomandibular e 5 arcos branquiais. Existem 5
arcos branquiais e 7 arcos viscerais (o primeiro arco branquial é o terceiro arco visceral).
Ao longo do desenvolvimento das espécies, as peças mudam a sua forma e função,
mas mantêm constante as distâncias relativas umas das outras. Existe, também, uma
diminuição do tamanho das mandíbulas passando estas a contribuir quase exclusivamente
para a articulação mandíbula-maxila.
Primitivamente, o arco mandibular não está ligado ao crânio e é independente da
hiomandíbula.
Agnathas – possuíram 7 arcos viscerais não modificados, todos iguais, sendo esta a
estrutura mais primitiva de esplandocrânio, nos craniata.
Condríctios – o arco mandibular é o primeiro seguido pela hiomandíbula e por vários
arcos mandibulares.
Com a passagem para o meio terrestre os arcos branquiais, dos animais, diminuem e
passam a constituir o sistema de suporte da língua e as primeiras peças da laringe.
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Dermatocrânio
O dermatocrânio possui uma série de ossos, pelo que, para melhor identificação,
agrupam-se segundo a sua posição:
Série facial – grupo de ossos dérmicos que rodeiam o nostril;
Série orbital – rodeia o olho;
Série temporal – compõe a parede lateral atrás do olho;
Série valt – ossos do crânio que estão no topo do esqueleto acima do encéfalo;
Série palatal – cobre o topo da boca;
Série mandibular – fecha a cartilagem de Meckel na mandíbula.
Crânio Mandíbula
Série facial Série orbital Série temporal Série vault Série palatal Série mandibular
Ossos laterais
Lacrimal Intertemporal Vomer
Dentário
Premaxila Préfrontal Supratemporal Frontal Palatina
Esplenio (2)
Maxila Posfrontal Tabular Parietal Ectopterigóide
Angular
Nasal Posorbital Esquamosal Posparietal Pterigóide
Surangular
Jugal Quadratojugal Paraesfenóide
Ossos mediais
Esqueleto Axial
Notocórdio - constituído por células epiteliais que estão rodeadas por uma camada
notocórdica. As bainhas de tecido fibroso conferem rigidez e as bainhas de tecido elástico dão
flexibilidade.
Nos embriões, a mesoderme paraxial torna-se, sequencialmente, organizada em
somitos. À medida que o desenvolvimento continua, os somitos tornam-se diferenciados com
alguma células de diferentes partes que se movem em associação com o notocórdio que
reorganiza uma população de células (esquelerótomo). Seguidamente, o esquelerótomo
segmental diferencia-se em vértebras segmentares. O conjunto de esquelerótomo que rodeia
o notocórdio representa as células estaminais dos somitos adjacentes, estando organizados
em esquelerótomos secundários. Esta organização tem lugar entre os músculos axiais
(derivados dos miótomos) que se posicionam em regiões à volta do notocórdio.
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Assim, o esqueleto axial forma-se a partir do somito (parte posterior do embrião) que
se diferencia em células que contribuem para a formação da derme, da camada muscular
(miótomos) e do esquelerótomo.
As vértebras são segmentares mas em relação aos somitos são intersegmentares, pois
provêm de 2 somitos diferentes. Os 2 somitos provêm do esquelerótomo secundário e são
complementadas por fragmentos do esquelerótomo primário. Esta estrutura intersegmentar
permite a inserção da musculatura, conferindo uma maior rigidez à estrutura.
Peças arcais – irão formar o tubo neural e o arco corporal.
Tipos de vértebras:
Aspidospóndilo – caracterizada por elementos ossificados que permanecem
separados;
Holospóndilo – caracterizada por uma construção de elementos fundidos.
Tipos de Regiões basais em vértebras:
Acélicas / Biplanas – a estrutura é plana em ambos os lados;
Anficélio – apresentam duas concavidades, o notocórdio persiste e é
estrangulado. Este modelo dificulta os movimentos (peixes);
Procélio – concavidade na parte posterior e a plana na anterior. Este modelo
facilita os movimentos (anfíbios);
Opistocélio – concavidade na parte anterior e a plana na posterior (aves e
répteis);
Heterocélio – concavidades diferenciadas (cabeça das aves).
Peixes – nas vértebras do tronco só existe um arco neural, no entanto nas vértebras da
cauda existe um arco neural e um arco hemal.
Existem 3 tipos de costelas associadas na caixa torácica:
Costelas verdadeiras – apoiam-se na coluna vertebral e no esterno através de
2 côndilos;
Costelas falsas – apoiam-se na coluna vertebral e nas costelas;
Costelas flutuantes – apoiam-se apenas na coluna vertebral.
A parte das costelas que se fixa à coluna vertebral é óssea, no entanto a parte que se
fixa ao esterno é cartilaginosa.
Espinhas - conjunto das costelas com a coluna vertebral.
Em alguns grupos de répteis existem peças posteriores ao esterno (gastrália) que
conferem rigidez à sua estrutura. Nos anfíbios as costelas não se apoiam no esterno. Em todos
os outros animais as costelas apoiam-se no esterno formando uma caixa torácica.
Uncinade – processo que confere maior rigidez à caixa torácica das aves impedindo o
colapso do tronco devido à grande musculatura presente nas asas, quando o animal voa.
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Protocordados – Cefalocordados
Possuem uma cavidade bucal com cirros que filtram e empurram partículas
alimentares. As partículas seguem por uma faringe alongada com sulcos branquiais e cílios,
também, possui um endóstilo (órgão secretor) e a goteira (sulco) que contribuem para a
produção e captação de muco, de modo, a empurrar a alimento até ao intestino. O início do
intestino é constituído por um ceco de intestino médio (prolongamento de intestino que
intervém na digestão) que se situa na região do fígado mas não possui qualquer função
semelhante. Os excrementos saem pelo ânus, perto da cauda pós-anal.
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Peixes
O pulmão seria um órgão primitivo que se perdeu nos condríctios e evoluiu para a
bexiga-natatória, em actinopterígeos, os restantes seres desenvolveram os seus pulmões.
A bexiga-natatória contrabalança o peso dos peixes, ou seja, eleva-o. Para tal é
constituída por uma glândula de gás (glândula vermelha), vasos capilares (que funcionam em
contra-corrente) e um corpo oval. Esta estrutura pode ser distinguida pela existência, ou
ausência, de canal pneumático que possui uma função hidrostática e outras funções anexas:
Fisóstomos – seres que possuem um canal pneumático a ligar a bexiga-
natatória à faringe;
Fisoclistos – seres onde a bexiga-natatória e a faringe são estruturas
independentes pois não possuem canal pneumático.
Válvula espiral – estrutura helicoidal que aumenta a superfície de contacto com o
alimento.
Agnatha:
Boca Válvula
Esófago Divertículo Intestino Cloaca
(língua) Espiral
Seláceo:
Intestino
Glândula
Boca Espiráculo Orifícios Esófago (Válvula Recto Cloaca
Rectal
espiral)
Condríctios:
Válcula
Boca Orifícios Esófago Intestino Recto Ânus
espiral
Holocéfalos:
Ceco
Boca Espiráculo Orifícios Esófago Estômago Intestino Ânus
Pilórico
Actinopterígios:
Boca Intestino Recto
(abertura Orifícios Esófago Estômago (Válvula (glândula Cloaca
nasal) espiral) rectal)
Teleósteos:
Cecos
Boca Orifícios Esófago Estômago Intestino Recto Ânus
Pilóricos
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Fígado
Ceco Intestino Intestino
Boca Esófago Estômago (vesícula Bexiga Cloaca
Pilórico delgado grosso
biliar)
Répteis (Iguana):
Fígado
Ceco Intestino Intestino
Boca Esófago Estômago Pâncreas (vesícula Bexiga Cloaca
Pilórico delgado grosso
biliar)
Répteis (Crocodilo):
Fígado
Ceco Intestino Intestino
Boca Esófago Moela (vesícula Pâncreas Cloaca
Pilórico delgado grosso
biliar)
Aves (Galinha):
Fígado
Intestino Intestino
Boca Esófago Papo Moela Pâncreas (vesícula Cecos Cloaca
delgado grosso
biliar)
Mamíferos
Nos mamíferos existe uma maior variedade de tubos digestivos que, consoante o
regime alimentar do animal, será mais, ou menos, diferenciado e complexo.
O fígado e o pâncreas (presente em todos os mamíferos) formam-se como divertículos
do sistema digestivo, após o estômago.
Insectívoros:
Intestino (curto
Boca Esófago Estômago Ânus
sem cecos)
Herbívoros ruminantes:
Estômago Intestino Intestino
Ceco
Boca Esófago (divido em delgado grosso Ânus
(comprido)
quatro) (comprido) (comprido)
Carnívoros:
Intestino
Intestino Ceco
Boca Esófago Estômago grosso Cólon Ânus
Delgado (pequeno)
(curto)
O ser humano não possui cecos intestinais mas possui o apêndice que é uma estrutura
semelhante ao ceco intestinal apesar de não se encontrar no mesmo local do tubo digestivo e
de, aparentemente, não possuir a mesma função.
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Respiração Cutânea
A respiração cutânea é muito importante para a maior parte dos seres vivos pois
assume a totalidade das necessidades respiratórias em animais pequenos, pouco activos e de
habitat frio. Para tal, esses seres possuem um tegumento fino que é muito vascularizado e se
encontra sempre húmido (Anfíbios).
Nos restantes seres, a respiração cutânea está sempre presente, mas numa
percentagem tão pequena que não é suficiente para assegurar as necessidades respiratórias
dos organismos, tendo, necessariamente, de possuir outros sistemas que assegurem as trocas.
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Respiração Branquial
Em todos os seres vivos há uma evolução da faringe apesar de não ser o seu estado
final. Faringe embrionária:
Bolsas faríngicas: parede interna;
Sulcos viscerais: parede externa;
Placas de fecho: placas intermédias;
Arcos viscerais: arcos aórticos.
Quando os arcos viscerais e os sulcos viscerais aumentam dá-se o colapso das placas
de fecho. Evolução da faringe:
Primeira bolsa faríngica – nos Agnatha transforma-se na câmara branquial, nos
peixes desaparece ou evolui para espiráculo e nos Tetrápoda evolui para a
cavidade do ouvido médio;
Restantes bolsas faríngicas – nos Agnatha, peixes e larvas de anfíbios evoluem
para câmaras branquiais, nos outros Tetrápoda desaparecem.
Placas de fecho – nos vertebrados com brânquias dá-se a sua rotura, nos
outros vertebrados a primeira placa origina o tímpano e as restantes
desaparecem;
Arcos viscerais – o primeiro forma o arco mandibular (nos gnatostómios
origina a mandíbula) e o segundo constitui o suporte da mandíbula nos peixes,
e o ouvido médio nos Tetrápoda.
Brânquias – região de aparência plumosa onde o epitélio se divide profusamente
constituindo uma externa superfície de hematose. Estas encontram-se numa cavidade, câmara
branquial, protegidas por uma estrutura óssea móvel (opérculo). Estas são constituídas por
séries de filamentos duplos, inseridos obliquamente em estruturas ósseas (arcos branquiais).
A brânquia é constituída pelo esqueleto visceral, vasos sanguíneos, nervos, músculos e
epitélio. O arco branquial possui filamentos primários e filamentos secundários.
Nas brânquias, as hemáceas passam por tubos de células achatadas o que permite que
essas hemácias estejam, praticamente, em contacto directo com a água para captarem o
oxigénio. Nas pseudobrânquias, a estrutura dos vasos sanguíneos não está muito organizada.
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Pulmões
Os pulmões surgem nos Tetrápoda. Nestes seres, consoante o grupo de animais
existem vários tipos de pulmões:
Anfíbios – pulmões simples que podem possuir cavidades internas e que,
também, efectuam trocas gasosas através da pele;
Répteis – pulmões com cavidades de sangue e estruturas lobulares. Possuem
pulmões um pouco mais desenvolvidos;
Aves – possuem 4 sacos aéreos associados aos pulmões;
Mamíferos – possuem pulmões que são constituídos por brônquios,
bronquíolos e alvéolos pulmonares (onde ocorrem as trocas gasosas).
Os anfíbios possuem um ciclo a 4 tempos:
Os pulmões sofrem
Com a boca fechada, A glotis fecha e a
uma contracção das
a glotis abre e o ar é cavidade bucal é
O ar entra na boca paredes musculadas e
forçado a entrar nos ventilada durante
expelem o ar para o
pulmões algum tempo
exterior da boca
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Protocordados
Cefalocordado (Anfioxo) – possui um órgão excretor de origem ectodérmica sem
ligação ao celoma, quanto à origem. Existe um protonefrídeo com solenócitos e um túbulo que
está situado junto às brânquias e que abre na cavidade peribranquial.
Urocordados – não possuem órgão de excreção específico, mas existem células que
acumulam excreções, funcionando como um “rim de acumulação”.
Arquinefros / Holonefros
O aparelho excretor apresenta recapitulação, tal como o aparelho circulatório, para
ontogenia e filogenia. Este aparelho possui uma origem mesodérmica.
Nefróstomos – unidades da estrutura anterior delgada e segmentada.
Corda nefrogénica – estrutura posterior espessa e não segmentada.
Rim
O sistema excretor é formado por um par de rins, por um par de ureteres, pela bexiga
urinária e pela uretra. O rim apresenta uma cápsula que protege o córtex e a medula.
Rins – órgãos filtradores constituídos por cálice maior, cálice menor, artéria, veia,
pélvis renal, uréter, medula, córtex, cápsula e raios medulares.
Nefrónios/tubos urinários – estruturas microscópicas responsáveis pela filtração do
sangue que se encontram na região do córtex.
Cada nefrónio apresenta numa das extremidades uma cápsula de Bowman, esta liga-se
ao tubo contornado proximal que se prolonga pela ansa de Henle, à qual se segue o tubo
contornado distal, que desemboca no tubo colector.
O túbulo urinífero possui um túbulo proximal, cápsula renal, glomérulo, túbulo distal,
ansa de henle e um túbulo colector.
Os vasos sanguíneos formam, na sua estrutura, um glomérulo, que vai contactar com o
túbulo urinífero através de uma cápsula renal (o conjunto do glomérulo e da cápsula renal
forma o corpúsculo renal). O sangue é filtrado e as excreções, já no túbulo urinífero, vão
passar para a região proximal do túbulo nefrítico, seguindo para a região média e depois para a
distal. As excreções saem do túbulo urinífero através do túbulo colector.
O processo de excreção, realizado pelos rins, envolve 3 fenómenos:
Filtração – ocorre quando os capilares do glomérulo deixam passar para a
cápsula de Bowman diversas substâncias. Estas constituem o filtrado
glomerular cuja composição é idêntica ao plasma sanguíneo;
Reabsorção – faz-se por transporte activo do filtrado para os capilares
envolventes;
Secreção – processo que ocorre ao mesmo tempo que a reabsorção mas em
sentido oposto. Células das paredes dos tubos transportam, selectivamente e
de forma activa, substâncias dos capilares peritubulares para o filtrado.
A filtração glomerular ocorre ao nível da cápsula de Bowman. Esta estrutura é rodeada
por uma parede parietal (exterior) e visceral (interior).
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Excreção
A excreção pode ser feita por:
Amóniotelismo – excreção de amónia;
Urotelismo – excreção de ureia;
Uricotelismo – excreção de ácido úrico.
Existem seres vivos que possuem mais que uma destas formas de excreção, no seu
organismo.
Osmorregulação – processo que permite a manutenção do equilíbrio de água e sais no
organismo. É uma forma de manutenção dos níveis de água e dos níveis de sais, para isso, é
necessário existir uma excreção especializada.
Os animais marinhos encontram-se num meio onde a concentração de sais é elevada.
Neste ambiente, existem animais que apresentam uma concentração interna de sais idêntica à
do meio envolvente, enquanto outros possuem uma concentração interna muito diferente da
do meio.
Os peixes osmoconformes podem viver tanto em água doce como em água salgada,
pois vivem em isosmotia com o meio que os rodeia, fazendo as trocas em proporções iguais.
Nenhum animal é capaz de sobreviver com uma concentração interna idêntica à
existente nos meios de água doce, nem com concentrações como as que se verificam quando
ocorre a evaporação de uma salina. Estas concentrações extremas conduzem o ser vivo à
morte. Sendo assim a salinidade é um factor limitante.
Peixes osmorreguladores – apresentam uma concentração do seu meio interno muito
diferente da concentração salina do meio envolvente. Os animais controlam activamente a
quantidade de água que entra e sai do corpo, devido a fenómenos de osmose:
Meio hiperosmótico (água doce):
Meio hiposmótico (água salgada):
Teleósteos marinhos – seres hiposmóticos que possuem uma elevada perda de água.
Sendo assim possuem corpúsculos renais pequenos e pouco vascularizados e têm células
especializadas nas brânquias que excretam sal. Desta forma, água e sal entram no peixe
através da boca e nas brânquias liberta-se sal, ureia e água. Para além disso, ao longo de todo
o corpo, o peixe vai perdendo água.
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Tipos de Circulação
Simples – o sangue só passa uma vez no coração (peixes).
Dupla – o sangue passa duas vezes no coração (permite que o sangue circule com uma
pressão mais elevada existindo um fluxo mais vigoroso de sangue a atingir os tecidos dos
diferentes órgãos).
Incompleta – o sangue venoso mistura-se com o sangue arterial (anfíbios e
répteis, excepto os crocodilos);
Completa – não há mistura de sangue venoso com o sangue arterial (aves e
mamíferos).
Circuito pulmonar – coração → pulmões → coração
Circuito sistémico – coração → organismo → coração
Progressão de vasos: artérias → arteríolas → capilares → vénulas → veias
Aparelho Circulatório
Os animais de grande tamanho, de modo a efectuarem as trocas entre o meio externo
e o interno, que é a célula, necessitam de desenvolver um sistema de transporte complexo.
Esta rede possui diversas funções:
Transporte – de gases (O2 e CO2), água e iões, nutrientes, subprodutos
metabólicos, hormonas e anticorpos;
Homeostasia – manutenção do meio interno: removendo substâncias tóxicas e
agentes patogénicos e regulando a temperatura corporal, auxiliado por
músculos, tegumento e comportamento, reparando feridas e compensando os
danos físicos do organismo;
Respostas versáteis a alterações fisiológicas rápidas do organismo.
O aparelho circulatório dos vertebrados é constituído por um sistema vascular
sanguíneo e por um sistema vascular linfático.
Primitivamente, é um sistema fechado constituído por um vaso ventral que dilata
impulsionando o sangue para a frente e um vaso dorsal que impulsiona o sangue para trás.
O sangue é um líquido em constante movimento, cujos líquidos constituintes podem
sair dos vasos e alojar-se perto dos tecidos, constituindo a linfa.
A passagem do sangue dos vasos para os tecidos pode ser feita por difusão, osmose,
pressão hidrostática (que tem origem no coração) ou por acção da gravidade. Existe, também,
um sistema de drenagem para remover esses líquidos dos tecidos (o sistema linfático).
A ontogenia e a filogenia deste sistema, relacionam-se devido à estrutura embriológica
do coração e dos vasos e, também, ao padrão de circulação. Desta forma, o desenvolvimento
embrionário de uma rede circulatória favoreceu o processo evolutivo.
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Este sistema possui uma grande variação a nível individual pois é uma estrutura muito
adaptável (artérias e veias) tanto na formação de novos vasos como no controlo do volume de
sangue a circular.
Espessamentos
Tubo longitudinal Porção livre
Camada laterais que se
Mesoderme Hipómero (fixo nas forma 2/3/4 Coração
esplâncnica unem na linha
extremidades) câmaras
média
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Teleósteos – possuem um bolbo arterial formado por tecido liso, sem válvulas. Há
contracção do seio venoso que faz com que o sangue entre no átrio. A contracção do átrio
fecha a válvula sinoatrial e impulsiona o sangue para o ventrículo. À medida que a parede
atrial relaxa, o sangue entra no átrio e a contracção do ventrículo impulsiona o sangue para o
bolbo arterial sendo distribuído pelos arcos aórticos.
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Sangue
Plasma – solução aquosa que possui nutrientes, excreções metabólicas, sais, hormonas
e proteínas.
Linfa – essencialmente plasma mas com baixo teor proteico pois as proteínas nunca
abandonam os vasos sanguíneos.
Elementos celulares / células sanguíneas – eritrócitos, leucócitos e trombócitos /
plaquetas. Formam-se por hematopoiese.
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Vasos Sanguíneos
No desenvolvimento dos vasos sanguíneos, os vasos de igual dimensão e simétria
fundem-se em rede, de modo a que possam rapidamente irrigar órgãos de crescimento rápido,
como o sistema nervoso central e os olhos.
Parede dos vasos:
Túnica interna / íntima – endotélio;
Túnica média – músculo liso, circular e fibras elásticas;
Túnica externa / adventícia – tecido conjuntivo longitudinal.
O padrão inicial dos vasos sanguíneos, nos embriões de vertebrados, é semelhante ao
padrão dos vasos sanguíneos em anfioxo adulto: existe uma aorta ventral, que leva o sangue
venoso do coração, e uma aorta dorsal, que leva o sangue arterial para as brânquias.
Evolução das artérias anteriores – têm origem nos 6 arcos branquiais (arco mandibular,
hióide, carotídeo, sistémico, pulmonar e arco).
Evolução das artérias posteriores – a aorta dorsal é o vaso mais conservador que se
divide em artéria caudal (presente na cauda) e, também, possui várias ramificações:
Viscerais:
o Artéria celíaca – estômago, duodeno, fígado, pâncreas;
o Artérias mesentéricas – resto do tubo digestivo.
Viscerais laterais – órgãos urogenitais: rim, testículo / ovários;
Somática dorsal – medula espinal, músculos e tegumento;
Artérias subclávias – artérias branquiais dos membros anteriores;
Artérias ilíacas – artérias femurais nos membros posteriores.
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Seláceo.
Glândula
Ovário Tubo ostium Oviducto Útero Cloaca
nidamental
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Répteis e Aves:
Mamíferos:
Ovário Trompas de Falópio Útero Vagina
Seláceo:
Ducto
Canais Ductos dos Glândula Ducto Vesícula
Testículos urinário Cloaca
seminíferos epididimos de Leydig arquinefrítico seminal
acessório
Teleósteos:
Canais
Testículos Mesórcio Ducto espérmico Cloaca
seminíferos
Peixes pulmonados:
Anfíbios:
Répteis:
Ducto Vaso Papila
Testículo Epidídimo Uréter Cloaca
arquinefrítico deferente urogenital
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Aves:
Glândula Ducto
Testículo Uréter Cloaca
adrenal arquinefrítico
Mamíferos:
Útero
Marsupiais – possuem útero, seio vaginal, vagina lateral, abertura da uretra e seio
urogenital.
O útero pode ser:
Duplex – está divido em 2 zonas;
Bipartido – está, parcialmente, dividido;
Simplex – só possui uma cavidade (Primatas).
Fertilização
A fertilização pode ser:
Externa – quando a fêmea e o macho lançam os gâmetas no meio (aquático) e
a fertilização ocorre externamente ao corpo. É realizada por organismos
aquáticos (peixes e anfíbios);
Interna – quando o macho introduz os seus gâmetas no interior do corpo da
fêmea onde ocorre a fecundação. É realizada por organismos terrestres
vivíparos, ovíparos ou ovovivíparos, em alguns peixes e anfíbios e em todos os
répteis, aves e mamíferos. Neste tipo de fertilização intervêm órgãos
copuladores para que os machos consigam introduzir os gâmetas masculinos
na fêmea.
Órgãos copuladores: gonopódio, pterigopódio, espermatóforos, hemipénis, pénis.
Pénis – constituído por retractor, corpo esponjoso, corpo cavernoso, uretra, corpo
cavernoso, prepúcio, glande, osso peniano (apenas nos roedores, carnívoros, quirópteros,
cetáceos e primatas inferior).
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Origem Embrionária
O sistema nervoso possui uma origem ectodérmica.
Extremidades Formação de
Invaginação Divisão das Tubo neural
Depressão da enrolam-se e Cristas Gânglios
na direcção cristas com gânglios
placa neural colam-se à neurais e primordiais
do embrião neurais associados
invaginação tubo neural
A região anterior do tubo neural vai originar o encéfalo enquanto o restante tubo
neural origina a espinal medula. A este tubo associam-se células, inicialmente, indiferenciadas
com capacidade para se transformarem em células nervosas.
Cérebro primordial:
Matéria cinzenta – possui tal cor devido à concentração de corpos celulares do
neurónio, sendo a zona de processamento;
Matéria branca – possui tal cor devido à concentração de axónios, constituindo
a zona de condução do impulso;
Fibras sensoriais e motoras;
Epêndima.
A matéria cinzenta / branca são, também, estruturas da espinal medula já formada
mas que se podem observar em determinadas zonas do encéfalo.
Nervos espinais – associação da raiz dorsal com a raiz ventral. Cada vértebra possui um
nervo espinal associado (os nervos caudais podem desaparecer por ausência de cauda no
animal). Existem nervos espinais: cervicais (8), torácicos (13), lombar (7), sacral (3), caudal (8).
A extremidade com o gânglio da raiz está fixa na espinal medula, enquanto a extremidade
oposta está fixa na cadeia simpática, por vezes juntamente com ramos comunicante.
Raiz ventral – transporta informação para o sistema nervoso central,
normalmente. Constituído por neurónios sensoriais (aferentes);
Raiz dorsal – transporta informação do sistema nervoso central, normalmente.
Constituído por nervos motores (eferentes).
Normalmente, é o encéfalo que processa os impulsos, no entanto a espinal medula
tem alguma capacidade de processamento.
No desenvolvimento embrionário, o embrião desenvolve miótomos (occipital, cervical,
toráxicos, lombares, sacrais e ‘caudais’) que determinam regiões do ser. Nos adultos, cada
conjunto de nervos cervicais corresponde a uma musculatura e a uma zona de pele / região do
corpo específica, podendo-se estimular ou inibir impulsos, actuando nos nervos espinais
respectivos.
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Arco Reflexo
Engloba a interacção entre 2 neurónios: o aferente que sente e o eferente que
processa o impulso.
Neste mecanismo, o impulso não chega ao cérebro, sendo efectuado pela capacidade
de processar estímulos da medula espinal. Desta forma, o impulso é impedido de chegar ao
cérebro e a resposta é dada, instantaneamente, pela espinal medula.
Os processos autónomos são arcos reflexos que passam perto do sistema nervoso
central, ou seja, passam por ele, mas no entanto a resposta é processada ao nível do sistema
nervoso periférico.
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Encéfalo
Pode ser dividido em 3 zonas, ligeiramente variáveis entre os grupos de seres vivos. O
encéfalo anterior é o mais importante pois forma o cérebro. O encéfalo posterior possui a
medula oblongata com nervos de transição entre o encéfalo e a espinal medula. A hipófise é
uma glândula mista que processa impulsos e segrega substâncias.
Encéfalo posterior:
Medula oblongada – está muito associado ao sistema simpático e
parassimpático. Esta estrutura opera ao nível do reflexo e aloja a maioria dos
nervos cranianos, excepto o nervo olfactivo e óptico que estão alojados
noutros locais. É a via de passagem entre a espinal medula e o cérebro e é o
local onde se encontram os centros dos reflexos viscerais (respiração,
batimentos cardíacos, movimentos intestinais) e auditivos;
Cerebelo – estrutura modeladora / filtradora de estímulos e onde ocorre o
apuramento da actividade motora. É o local onde se controla o equilíbrio e a
postura do animal. Nas aves e peixes, o cerebelo é bastante grande pois são
seres que necessitam de um grande equilíbrio. Nos mamíferos, o cerebelo é
grande e importante por ter de assegurar movimentos muito complexos.
Quando o cerebelo é pequeno o ser apenas é capaz de efectuar movimentos
simples e lentos;
Encéfalo médio:
Tectum – processamento da informação sensorial;
Tegmentum – o impulso é direccionado para o cerebelo para ser filtrado.
Também possui uma acção motora.
A linha média dos peixes possui receptores mecânicos que detectam mudanças de
pressão na água, de modo a ficarem com uma noção do meio. Os peixes eléctricos emitem
ondas que são recebidas, analisadas e processadas pelo tectum, de forma a responderem a
impulsos do meio.
Encéfalo anterior:
Hipotálamo – intervém no controlo do equilíbrio fisiológico (homeostase).
Controla o sistema endócrino através da hipófise. São actividades
inconscientes;
Córtex cerebral;
Bolbo olfactivo – exclusivo do sentido olfactivo que é, mais ou menos,
complexo, consoante a complexidade do sistema olfactivo.
O encéfalo, consoante o grupo de seres vivos e até mesmo consoante a espécie, pode
possuir variações a nível estrutural e funcional.
Os actinopterígeos possuem uma eversão do córtex cerebral, enquanto todos os
restantes seres possuem uma inversão. As causas para tal acontecimento são desconhecidas.
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Receptores Gerais
Os receptores gerais são receptores sensoriais, relativamente, simples.
Terminações livres – estão dispersas na epiderme. São receptores de dor.
Receptores encapsulados – receptores que se encontram rodeados por uma cápsula:
Vater-Pacini – receptor de pressão;
Meissner – receptor de tacto;
Ruffini / Krause – receptores de calor / frio, ou seja, são receptores de
variações de temperatura.
Próprio-receptores – receptores do estado do animal. Estes receptores encontram-se
em músculos, tendões e articulações percepcionam estados de movimento. Por vezes
produzem estímulos que nem sempre dão origem a respostas por parte do cérebro,
processando-se por arcos reflexos.
Os receptores estão ligados a terminações nervosas que implicam a chegada dos
estímulos ao cérebro.
Todos os vertebrados possuem certos receptores livres, no entanto, alguns
vertebrados primitivos não possuem certos receptores encapsulados.
Receptores Especiais
Os receptores especiais são, essencialmente, receptores químicos que respondem
perante estímulos químicos
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Pecten / Cone capilar – estrutura existente em répteis e aves que se pensa estar
relacionado com a nutrição do globo ocular. Localiza-se numa região com raros receptores
oculares, logo não deve ter implicações no campo de visão.
Campo visual – no olho existem zonas variáveis onde não existe focagem e que
formam uma zona cega, para cada olho, devido à ausência de receptores luminosos, em certas
regiões do olho:
Visão monocular – ciclóstomos, tubarões, salamandras, pinguins e baleias;
Visão binocular – restantes seres vivos. Os seres de olhos laterais têm uma
reduzida gama binocular, não conseguindo ter uma percepção, totalmente,
tridimensional do meio envolvente. Os primatas são os seres de visão
binocular que possuem uma maior gama no campo visual.
Profundidade – cada olho capta uma imagem diferente que ao chegar ao cérebro é
comparada. Consoante a maior, ou menor, diferença entre as imagens, o objecto está mais, ou
menos, próximo dos olhos. É este mecanismos que dá a percepção de profundidade sendo
bastante eficaz em seres binoculares.
Receptores de Infravermelhos – existentes em cobras e morcegos. Estes animais não
vêem o infravermelho mas detectam radiações infravermelhas de modo a conseguirem uma
percepção do ambiente envolvente.
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Tiróide
A tiróide é uma estrutura que, embrionariamente, surge devido à formação de um
divertículo nas bolsas faríngicas. Esta estrutura localiza-se lateralmente logo abaixo da faringe
e que a ela associada.
Os precursores desta glândula são armazenados extracelularmente, ao contrário das
outras glândulas, cujos precursores armazenam-se intracelularmente.
Esta glândula produz 2 hormonas:
Tetra-iodo-tironina (tiroxina / T4) – é constituída por 4 iodos;
Tri-iodo-tironina (T3) – constituída por 3 iodos.
A hormona T3 é a mais activa, no entanto é a hormona T4 a produzida em maior
quantidade. Estas hormonas, em conjunto, possuem diversas funções:
Aumento do metabolismo basal nos organismos endotérmicos – em aves e
mamíferos que são endotérmicos. Nos outros seres, à partida, não terá tal
função;
Maturação sexual – excepto nos anfíbios;
Crescimento – excepto nos anfíbios onde promove a metamorfose;
Muda – manutenção do tegumento em organismos que possuem muda de
pele.
As células da tiróide agrupam-se em sacúolos que estão associados a vasos
sanguíneos. A célula principal encontra-se preenchida com lúmen e com colóide.
A tiróide liberta T4 e T3 para mobilização e absorve iodo e aminoácidos que se
encontram em armazenamento no organismo.
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Gónadas
As gónadas, masculinas e femininas, possuem alguma capacidade glandular.
Gónadas masculinas – as células intersticiais segregam androgénios,
nomeadamente a testosterona, produzida pelas células de Leydig situadas
entre os túbulos seminíferos. Esta hormona age sobre as suas paredes, sendo
responsável por: maturação dos órgãos genitais na puberdade, aparecimento
e manutenção dos caracteres sexuais secundários e espermatogénese.
Gónadas femininas – os folículos, corpo amarelo e o tecido intersticial
segregam estrogénios, nomeadamente, o estradiol e a progesterona. Os
órgãos-alvo são o útero e a hipófise.
o Estrogénios – produzido por células foliculares e pela teca interna. A sua
concentração aumenta, progressivamente, à medida que os folículos
ováricos crescem, e de um modo rápido antes da ovulação, onde atingem
um valor máximo. Após a ovulação, a concentração baixa devido à perda
de células foliculares e volta aumentar na fase luteínica com a actividade
do corpo amarelo;
o Progesterona – produzida pelo corpo amarelo, atingindo um valor máximo
com o pleno desenvolvimento do mesmo. À medida que regride, a
concentração da hormona diminui.
Glândula Pineal
Esta glândula, que se localiza perto da córnea ocular, segrega melatonina. Está
presente na lampreia, no largarto adulto e nos embriões adultos.
Pró-Metamorfose - há um
aumento da TSH que inibe o
Clímax da metamorfose - a TSH e a
Pré-Metamorfose - a prolactina crescimento e estimula a
tiroxina sobrepõem-se à prolactina e
promove o crescimento segregação de tiroxina que
dá-se a formação do anuro adulto
promove o desenvolvimento dos
membros
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Reprodução de cangurus:
A mãe está
Amamentação do O embrião inicia a O feto pode
pronta para
Migração feto por leite rico amamentação sair da fase
nova
Paragem no do feto em proteínas, por leite rico em estacionária
copulação,
Fecundação desenvolvimento, para a que estimula a gordura, e percorrer o
ficando o
dentro do útero bolsa da continuação do terminando o caminho para
novo feto
mãe seu desenvolvimento a bolsa da
estacionado
desenvolvimento embrionário mãe
no útero
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Crescimento Isométrico
Crescimento isométrico: ; . É a relação de proporcionalidade que traduz a
similaridade geométrica entre diferentes organismos.
Os principais problemas deste tipo de crescimento é o facto da absorção de oxigénio e
dos alimentos depender da superfície dos órgãos, o que não é suficiente segundo este
crescimento. No entanto, como a superfície aumenta menos rapidamente que a massa
corporal os seres vivos não seguem este crescimento.
As trocas gasosas (pulmões), excreção de metabolitos (rins) e a absorção intestinal
(intestinos) estão dependentes da superfície de absorção e da taxa de metabolismo.
Para além disto, se a massa corporal aumentar muito, a carga sobre os músculos e o
esqueleto ultrapassa a sua capacidade de suporte pois a força muscular é proporcional à área
da secção do músculo.
Também, se a forma e função das estruturas não forem modificadas, o corpo perde a
capacidade de suporte e de movimentação.
Assim, para combater tais problemas provenientes do crescimento isométrico
surgiram adaptações, como o aumento da superfície através de circunvoluções ou do
desenvolvimento de órgãos compostos, ou seja, o facto de existirem pregas ou vários órgãos a
constituir um único, permite a adaptação ao crescimento pois aumenta a superfície e área de
contacto.
Crescimento Alométrico
Crescimento alométrico – para haver uma alteração de tamanho tem de existir uma
alteração na forma do organismo. Este tipo de crescimento pode ocorrer a nível de
desenvolvimento individual, a nível da diferenciação de espécies de um mesmo grupo supra-
específico e a nível evolutivo (filogenético). Assim, este tipo de crescimento verificou-se como
uma adaptação ao aumento de tamanho.
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Locomoção
Os vertebrados desenvolveram uma enorme variedade de formas de locomoção
ocupando, praticamente, todos os ambientes possíveis (terra, ar e água).
Locomoção na água – nadar, mergulhar;
Locomoção em terra – correr, saltar, rastejar e cavar (sem apêndices), trepar;
Locomoção no ar – voar, planar.
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Locomoção no Ar
Existem várias formas de locomoção no ar bem como diversos animais que realizam
este tipo de locomoção. Principalmente, aparecem como exemplos as aves que possuem asas
com penas, e os morcegos que possuem asas membranares.
A relação pressão-velocidade induz a formação de uma força de sustentação que eleva
o animal no ar, no entanto, tal facto apenas ocorre quando o animal atinge uma determinada
velocidade no voo.
Tipos de movimento – batimento, torção / flexão e dobra (só existe quando a ave vai
levantar voo). O colibri executa, no voo, um movimento tipo dobra em 2 sentidos como se
fosse uma hélice.
Algumas aves possuem penas especiais que se adaptaram de modo a diminuir a
resistência do ar, atenuando a turbulência.
Planadores – aves que planam durante o voo.
Planadores estáticos – aves que utilizam o planar durante o voo, mas é um
movimento pontual que não se mantém. Os peixes voadores são seres
planadores estáticos, pois conseguem voar apenas durante curtos períodos
sobre a água, para fugirem a predadores;
Planadores dinâmicos – aves que utilizam o planar durante o voo e cujo voo
planado pode ser mantido durante longos períodos de tempo.
Migrações – movimento que as aves realizam, durante a época do Inverno, onde
mudam de região à procura de regiões mais quentes.
Puffinus griseus – ultrapassam a capacidade de voo planado das andorinhas,
embora batam as asas mais vezes que elas. Realizam migrações inteiras sem
efectuarem paragens;
Apus apus – animal parecido com a andorinha mas que passa a vida a voar só
pousando em terra para acasalar e pôr ovos. Estes seres descansam a planar a
cerca de 3000 metros de altitude.
Há seres planadores que não são aves, como esquilos, rãs, salamandras e cobras, que
planam recorrendo a membranas digitais e outras estruturas. Estes seres, juntamente com
outros anfíbios e peixes, não possuem a capacidade de voar a 100% logo designam-se de
animais planadores e não voadores.
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Termorregulação
Termorregulação – balanço entre a perda e o ganho de calor.
Os processos de perda e ganho de energia são, praticamente, iguais o que muda são as
diferenças de temperatura.
Ganho: radiação, reflexão, condução e convecção;
Perda: radiação, reflexão, condução, convecção e evaporação.
A transição do meio aquático para o meio terrestre alterou as adaptações à
temperatura, pois a água possui uma condutividade térmica superior à do ar, assim, qualquer
corpo em água quente aquece mais rapidamente que um corpo que esteja exposto a ar
quente.
Ectotérmicos / Poiquilotérmicos – animais com temperatura variável pois está
dependente do meio externo (peixe, anfíbios e répteis, apesar de poder existir controlo
parcial). Um ser ectotérmico que habite numa região de ambiente muito estável tem uma
temperatura corporal, praticamente, constante, não se podendo avaliar esta característica
apenas pelo facto de a temperatura variar.
No entanto seres que habitam em locais de temperatura instáveis dependem do sol
para manterem o seu corpo a uma temperatura normal. Para isso, estes seres de manha
aquecem-se expondo o máximo de superfície do corpo ao calor. Há medida que o sol se torna
mais quente, reduzem a superfície do corpo exposta.
Quando aquecem demasiado estes seres escondem-se à sombra para se refrescarem.
Durante a noite os seres escondem-se em tocas ou grutas de modo a preservarem a sua
temperatura.
Endotérmicos / Homeotérmicos – animais com temperatura constante pois está
dependente do meio interno. As aves (40-44 C) possuem maior temperatura corporal que os
mamíferos (36-40 C) pois a sua deslocação requer uma maior quantidade de energia e,
consequentemente, uma maior taxa metabólica no organismo, sendo, então, necessárias
temperaturas mais elevadas. É de notar que a 44 C as aves possuem uma temperatura muito
próxima à temperatura de desactivação da actividade das suas enzimas.
Heterotérmicos – animais com capacidade de manutenção de algumas partes do corpo
a temperaturas elevadas (geralmente as zonas com músculos de natação rápida). Ocorre em
tubarões, peixe-espada e atuns. Nestes seres, a temperatura vinda do exterior acumula-se nos
seus músculos, permitindo a sua rápida deslocação.
Contra-corrente
Contra-corrente – processo de conservação de temperatura.
Nos animais ectotérmicos, este sistema de contra-corrente, torna a deslocação mais
eficiente, uma vez que é capaz de aumentar a sua temperatura corporal até 10 C acima da
temperatura do meio envolvente, impedindo a perda maciça de energia.
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Dentes
Os dentes (verdadeiros) possuem origem mista e estão todos no mesmo plano
estrutural mas com diferente revestimento:
Vitreodentina de origem mesodérmica – peixes e anfíbios;
Esmalte de origem ectodérmica – mamíferos.
O dente é constituído por coroa que está fora do osso, e raiz que está fixa no osso. O
dente está fixo no osso que está rodeado por uma polpa de vasos sanguíneos que se ligam a
nervos e mais vasos sanguíneos. Também possui cimento que rodeia a dentina e tem esmalte
que sai para o exterior.
O dente tem origem filogenética na escama placóide:
A lâmina dental (prega ectodérmica) afunda na derme e origina o órgão
adamantino (esmalte);
Sob o esmalte a papila dental (com origem na crista neural) origina o
odontoblasto (dentina);
O botão dental irrompe a gengiva (dentas).
Fixação
A fixação dos dentes é variável entre os diferentes grupos de seres pois pode estar
mais, ou menos, enterrado no osso.
Nos peixes cartilagíneos os dentes estão fixos ao osso por fibras de Sharpley (fibras de
colagéneo) que ligam a dentina do dente à derme do tegumento.
Os vertebrados podem fixar os seus dentes ao osso de 3 modos:
Acrodonte – fixa-se na superfície do osso (peixes e cobra);
Pleurodonte – fixa-se internamente (anfíbios e lagartos);
Tecodonte – fixa-se internamente através de uma ou duas raízes (crocodilo e
mamíferos).
O tamanho da raiz de um dente está, directamente, relacionado com a sua função,
nomeadamente, a força suposta que o dente faça.
Substituição
Polifiodontes – possuem várias camadas de dentes. Existe uma substituição contínua
(maioria dos vertebrados).
Difiodontes – só possuem uma única substituição de dentes (mamíferos).
Monofiodontes – dentes acrodontes ou dentes grandes que se fundem formando
placas dentais grandes. Não possuem substituição.
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Tipos de Dentadura
Homodontes – os dentes são todos iguais entre si.
Heterodontes – os dentes são, praticamente, todos diferentes entre si (mamíferos).
Os mamíferos são os seres vivos que possuem uma maior variação ao nível da
dentição.
Fórmulas Dentárias
Número de: Incisivos – Caninos – Pré-molares – Molares (I – C – P – M)
Cada parcela representa cada metade da dentição superior / inferior do animal
.
Cada mamífero possui uma fórmula dentária característica, podendo, assim, ser uma
característica utilizada para a distinção de pequenos mamíferos.
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