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nos é entregue pelas percepções ou de natureza dessas. É dessa categoria que surge o problema dos
universais, que segundo Armstrong “é o problema de dar conta ou analisar o que é para um particular ter
uma propriedade ou para dois ou mais particulares manterem uma certa relação um com o outro”.
Armstrong explana as classificações das análises relacionais como possíveis soluções, sendo que essas
“analisam a situação em que a tem a propriedade F, na medida em que a tem alguma relação, R, com
alguma entidade Φ” e podem ser divididas em nominalista e realista. Na nominalista há as seguintes
subdivisões: de predicado, de conceito, de classe e de semelhança.
No Nominalismo de predicado a cai sob o predicado “F”, sendo esse uma entidade linguística.
No Nominalismo de conceito a cai sob o conceito “F”, nesse caso conceito é “entidade mental” e apesar
de mais obscuro que predicado de acordo com Armstrong não devemos negar sua existência já que “se
existe um conceito de F, ele permanecerá em certos relacionamentos filosoficamente obscuros, mas
claramente existentes, com coisas que são F.”. O Nominalismo de classe expressa a relação de a e F da
seguinte forma, a é um membro da classe dos F’s, apesar de Goodman e Quine negarem a existência de
nominalismo após a introdução de classes, para Armstrong o termo “nominalismo” é idiossincrático e
que o nominalismo de classe considera apenas classe de particulares por mais que sejam “abstratas”.
Com o Nominalismo de semelhança encontramos a seguinte representação, a se assemelha a cada
membro de um determinado conjunto de informações de paradigma de maneira apropriada, aqui temos
um maior esforço para estabelecer as relações, com base em Armstrong esse esforço aparece devido o
termo “de maneira apropriada”, já que o restante da análise é verdadeiro, no caso, a se assemelha a cada
membro de um determinado conjunto de informações de paradigma. Por fim temos a subdivisão realista
que apresenta a seguinte análise relacional a ‘participa’ no universal F, segundo Armstrong “o F universal
e a relação de participação podem ser pensados como entidades teóricas ou postuladas de uma maneira
que as entidades empregadas nas análises nominalistas não são.” Além dessas relações apresentadas
como solução ao problema dos universais temos as relações de pertencimento e semelhança da Teoria
de Tropos, sendo que para essa de acordo com Alencar “admite a existência de propriedades, mas
considera que essas são particulares, e não universais. Tropos são propriedades particularizadas.”
Outro argumento contra as soluções do problema dos universais é o do Terceiro Homem que se
apresenta da seguinte maneira “Os F's específicos são todos os F's porque cada um deles participa da
Forma de F, que é distinta dos particulares. Mas, então, é sugerido que a Forma de F também seja um F.
Para explicar pelos mesmos princípios o que tem em comum com os Fs específicos, será necessário
postular uma segunda Forma F que seja distinta das particularidades e o formulário original F. Não há
fim para esta série.” Para Alencar esse argumento é menos convincente pois se fundamenta na tese da
auto-predicação.
Já com a relação de semelhança utilizamos a Teoria de Tropos pura, que para Alencar é “a e b
possuem a mesma propriedade F em virtude de f1e f2 serem tropos exatamente semelhantes.”. Ele
questiona se essa posição não está admitindo ao menos um universal, e explana o seguinte exemplo, t1,t2
e t3 são tropos de semelhança exata, e t1 é semelhante a t2, t1 é semelhante a t3 e t2 é semelhante a t3,
em seguida analisa as relações de semelhança, a semelhança entre t1 e t2 (s1), a semelhança entre t1 e
t3 (s2) e a semelhança entre t1 e t2 (s3), como os tropos s1, s2 e s3 são semelhantes entre si Alencar
explica que teríamos que postular três novos tropos relacionais e assim por diante. Para o autor há duas
formas de defender que o regresso ao infinito na semelhança exata não é vicioso, a primeira ele se
fundamenta na característica que a “teoria admite a existência de propriedades (ainda que
particularizadas), as relações de semelhança já estão determinadas pela natureza de cada tropo”. A
segunda forma é na comparação entre o sentido de explicação da Teoria de Tropos Pura e do
Nominalismo de Semelhança, naquela “os tropos f1 e f2 assemelham-se de maneira exata em virtude da
natureza desses” e nesta “a é F em virtude de a ser semelhante aos Fs” a relação de semelhança na Teoria
Tropos Pura é explicada por sua natureza, o que não acontece no Nominalismo de Semelhança, pois nesta
a explicação de propriedade é proveniente da relação de semelhança, sendo então vicioso o seu regresso
ao infinito.