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UM PAINEL DA APLICAÇÃO DE

EQUIPAMENTOS FACTS NO SISTEMA


ELÉTRICO BRASILEIRO E SEUS EFEITOS NA
QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA

Manfredo Lima Curitiba, 21 a 23 de agosto de 2017


Manfredo Lima nasceu em Recife, Brasil, em 1957.
Graduou-se em Engenharia Elétrica pela Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE) em 1979, recebeu o
grau de Mestre em Engenharia Elétrica pela UFPE em
1997 e o de Doutor em Engenharia Mecânica, com
ênfase em Automação de Sistemas pela Universidade
Federal da Paraíba (UFPB) em 2005. Dr. Manfredo
Lima ingressou na Chesf em 1978, onde desenvolve
atividades nas áreas de eletrônica de potência,
equipamentos FACTS, qualidade de energia, sistemas
de controle, transitórios eletromagnéticos e
transmissão em CCAT. Em 1992, ingressou na
Universidade de Pernambuco (UPE), onde é
responsável pelas disciplinas Eletrônica de Potência e
Controle de Processos e desenvolve atividades de
pesquisa. É representante da Chesf no CE - B4
(Eletrônica de Potência e Elos CCAT) da Cigré Brasil e
sócio fundador da Sociedade Brasileira de Qualidade
de Energia (SBQEE).

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INTRODUÇÃO
 Instalação de equipamentos FACTS (SVC) em sistemas elétricos
de potência: atraente alternativa para a melhoria da sua
eficiência, devido ao eficaz e flexível controle de tensão realizado
por tais equipamentos.

 Dois SVCs instalados nas SEs Fortaleza e Milagres (Ceará), na


década de 1980. Este sistema possuía reduzidos níveis de curto-
circuito (700MVA) e precárias características de regulação de
tensão.

 Instalado em 2000 na SE Campina Grande-PB um SVC com


características tecnológicas similares às dos SVCs Fortaleza e
Milagres.

 Instalado em 2001 na SE Funil-BA um SVC para melhoria no


controle de tensão de um sistema radial, com elevado
carregamento e situado a 500km da fonte principal.

 Este equipamento apresenta expressiva evolução tecnológica


com relação aos SVCs Fortaleza, Milagres e Campina Grande.

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Paris Palais des
Congrès
INTRODUÇÃO
 Definida a instalação no lote C da Interligação Tucuruí – Macapá –
Manaus, pertencente ao Consórcio MTE, formado por Abengoa, Chesf e
Eletronorte, do SVC Silves, de características tecnológicas semelhantes às
do SVC Funil em operação desde 2014.

 Realizado pela ANEEL o leilão de transmissão associado aos reforços de


500 e 230kV necessários para permitir a integração ao Sistema Interligado
Nacional de parques eólicos a serem instalados no Rio Grande do Norte.
Contemplada neste sistema a instalação dos SVCs Ceará Mirim II e
Extremoz II em 2013 e 2015.

 A aplicação de SVCs em locais de reduzido SCL, com SCR no ponto de


acoplamento com a Rede Básica da ordem de 0,50 foi viabilizada no
projeto do SVC Tauá II, onde para possibilitar o atendimento aos
requisitos de SPEC, foi adotada a utilização de um reator série no setor
média tensão deste equipamento.

 Apresentado panorama da aplicação de equipamentos FACTS (SVCs) em


sistemas elétricos de potência e do seu impacto na qualidade da energia
elétrica.

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Paris Palais des
Congrès
SVCs CHESF EM OPERAÇÃO (1980 – 2017)

SVC Nominais (Mvar/kV) Pulsos Local


Fortaleza (-140 a 200) / 230 12 Ceará
Milagres (-70 a 100) / 230 12 Ceará
Campina Grande ( 0 a 200) / 230 12 Paraíba
Funil (-100 a 200) / 230 6 Bahia
Silves ( -200 a 300) / 500 6 Amazonas
Extremoz II (-75 a 150) / 230 6 RG Norte
Ceará Mirim II (-75 a 150) / 230 6 RG Norte
Tauá II ( -45 a 90) / 230 6 Ceará

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TIRISTORES: CHAVES SEMICONDUTORAS DE COMUTAÇÃO NATURAL

Fonte:

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CONFIGURAÇÃO TÍPICA DE UM SVC COMUTADO PELA LINHA

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TENSÕES E CORRENTES NO TCR EM FUNÇÃO DO ÂNGULO DE
DISPARO ALFA

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CARACTERISTICA V X I DE UM SVC COMUTADO PELA LINHA

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CORRENTES HARMÔNICAS GERADAS PELO TCR

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LIMITES DE DISTORÇÃO HARMÔNICA - ONS

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CONTRIBUIÇÕES HARMÔNICAS (SVC + SISTEMA ELÉTRICO)

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CÁLCULO DAS DISTORÇÕES HARMÔNICAS NO PAC

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IMPEDÂNCIAS HARMÔNICAS EM FUNÇÃO DA FREQUENCIA

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FILTROS DE HARMÔNICOS APLICADOS EM SVCs COMUTADOS PELA
LINHA

Fonte:

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VÁLVULA DE TIRISTORES USADA EM SVCs COMUTADOS PELA LINHA

Fonte:

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SVCs DE GERAÇÃO ATUAL: VÁLVULAS DE TIRISTORES

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SISTEMA DE CONTROLE EM MALHA FECHADA PARA SVCs
COMUTADOS PELA LINHA

Fonte:

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SVC DE GERAÇÃO ATUAL: SILVES (INTERLIGAÇÃO TUCURUI – MANAUS)

500 kV

Y 300 MVA
ek = 15%
D
Included in ABB’s scope of supply
20 kV

M M M M M M

TCR TSC TSC TCR 5th Harmonic 5th Harmonic


147.6 Mvar 129.4 Mvar 129.4 Mvar 147.6 Mvar Filter – 36.8 Mvar Filter – 36.8 Mvar

Fig. 2. Compensador Estático de Silves.

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SISTEMA DE CONTROLE: MALHA PRINCIPAL
 Entradas: tensão de sequência positiva e componente reativa da corrente,
medidas no setor de alta tensão.
 Valores instantâneos destes sinais filtrados através de filtros discretos tipo IIR
(Infinite Impulse Response) sintonizados na terceira, quinta e sétima
harmônicas.
 Conversão do domínio das componentes de fase para o das componentes alfa
e beta, a partir das quais obtidas as componentes de sequencia positiva e
negativa das tensões e as componentes d e q das correntes.
 Magnitude do vetor de tensão de sequencia positiva e componente reativa da
corrente de alta do CER retificadas e aplicadas a filtros sintonizados na segunda
harmônica.
 O sinal de corrente é multiplicado pelo estatismo e subtraído do sinal de erro
de tensão.
 O resultado (VERROR) é o sinal de erro compensado pelo estatismo, que serve de
entrada ao controlador principal do CER.
T
ABC αβ
x
Vsystem to to + + VERROR
- -
T

αβ v+/v-  X ( Dt ) dt
Y 0
6 N 6
Filtering Sliding Filtering
3H, 5H, 7H average 2H

Reference

T
ABC αβ
x
ISVC to to T
X
αβ DQ  X ( Dt ) dt
Y 0
6 N 6
Filtering Sliding Filtering
3H, 5H, 7H average 2H

Slope

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SISTEMA DE CONTROLE: OTIMIZADOR DE GANHO
O primeiro ganho (SCL) corrige o sinal de erro com base no nível de curto-circuito
dinâmico medido no PAC do SVC com o SEP (230kV).

Algoritmo de otimização do ganho: aplicação de pequenos distúrbios no sinal de saída do


SVC e medição da relação entre as variações de tensão e potência reativa correspondentes
(Teste de Ganho).

Com base na magnitude e polaridade do sinal de saída do SVC quando da aplicação do


Teste de Ganho, o ganho SCL será elevado ou reduzido.

A segunda malha de controle (Supervisor de Ganho) tem por objetivo preservar a


estabilidade do SVC caso sejam detectadas oscilações no seu sinal de saída, reduzindo o
ganho KGC do seu valor normal fixado em 1,0 até que tais oscilações sejam satisfatoriamente
amortecidas.

O sistema de controle do SVC deve possuir duas unidades redundantes, produzindo


redundância de 100%.
• Percentual de overshoot
máximo de 30%.
• Tempo de subida (Rise Time)
máximo de 33mseg.
• Tempo de estabilização
(Settling Time) menor que
100mseg.

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SVC TAUÁ II: SISTEMA DE CONTROLE EM MALHA FECHADA

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CONVERSOR TIPO FONTE DE TENSÃO (VSC)

Fonte: Prof. Edson Watanabe


COPPE/ UFRJ

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CONVERSOR TIPO FONTE DE TENSÃO MULTIMODULAR (MMC VSC)

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SVC TRADICIONAL X STATCOM

• Intensa utilização de parques eólicos no sistema europeu em


substituição a fontes de energia baseadas na utilização de combustíveis
fósseis e usinas nucleares.

• Adequações no sistema de transmissão necessárias para viabilizar o


escoamento destas fontes de energia: elos de HVDC e dispositivos
FACTS.

• Tecnologias de SVC STATCOM que utilizam conversores multinível (MMC


VSC) apresentam-se como alternativas viáveis para o controle da tensão
e melhoria da estabilidade dinâmica do sistema elétrico de potência.

• Apresentada comparação sucinta entre as tecnologias VSC MMC e


tradicional, comentando-se sobre a viabilidade da aplicação de ambas
no SEP.

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SVC TRADICIONAL
• RCT: injeta na rede elétrica potência reativa indutiva continuamente variada do
valor máximo a zero, conforme o ângulo de disparo dos tiristores varia entre os
seus valores mínimo e máximo, próximos de 90° e 180°.

• Injeta harmônicos característicos de baixa ordem (h = 6n±1) para ângulos de


disparo superiores a 90°. Requer a instalação de filtros.

• CMT: injeta na rede elétrica potência reativa capacitiva variada de forma discreta,
conforme suas válvulas de tiristores são disparadas ou bloqueadas.

• Filtros: injetam potência reativa capacitiva que depende da tensão terminal.

• A potência reativa indutiva ou capacitiva injetada no SEP varia com o quadrado


da tensão no lado de alta do SVC, proporcionando uma faixa de sobrecarga
indutiva definida pela suportabilidade das válvulas de tiristores.

• Faixas de potencia reativa de saída simétricas ou assimétricas podem ser


facilmente obtidas.

• Operação em modos degradados pode ser obtida caso haja desligamento de


elementos defeituosos e religamento automático do SVC.

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SVC STATCOM
• Utilizam conversores tipo fonte de tensão multinÍvel (VSC MMC) à base de IGBT e
são conectados ao PAC através de transformador abaixador.

• Potência reativa de saída independe do valor da tensão terminal, definida pela


suportabilidade térmica das chaves semicondutoras.

• Índices de disponibilidade superiores a 99% obtidos sem necessidade de


requisitos adicionais. Não injeta harmônicos de baixa ordem na rede elétrica.
Não requer a instalação de filtros.

• Cada ramo de conversor MMC possui redundância intrínseca de 10%. Operação


em modos degradados possível caso conversores multinível adicionais sejam
instalados em paralelo.

• Possuem faixa simétrica de potência reativa. Caso faixas assimétricas sejam


requeridas, elementos shunt fixos ou manobrados a tiristores devem ser
instalados em conjunto com o SVC tipo VSC (SVC híbrido).

• Podem ser aplicados em locais de reduzida relação entre a potência nominal do


SVC e o nível de curto-circuito no PAC.

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PERDAS E CICLO DE SOBRECARGA INDUTIVA
• Critério adotado pela ANEEL para cálculo das perdas máximas de SVCs não considera
capitalização dos seus valores ao longo da vida útil estimada para o referido
equipamento, cerca de trinta anos.

• Perdas máximas calculadas e confirmadas através de medições de campo para os


pontos nominal indutivo, nominal capacitivo e 0Mvar.

• SVC STATCOM normalmente não atendem aos limites estabelecidos pela ANEEL, o
que atualmente tem inviabilizado a sua aplicação quando a aplicação de SVC
tradicionais é viável.

150Mvar 75Mvar Ponto de 55Mvar 20Mvar


Ponto de Operação 0Mvar Operação Capacitivos
0Mvar
Indutivos
Capacitivos Indutivos

SVC Rio
Limites da ANEEL (%) 0,6 0,2 0,4 Branco
1,45% 0,37% 0,91%

SVC Ceará Mirim (%) 0,598 0,156 0,39

SVC Extremoz (%) 0,6 0,16 0,4

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SVC STATCOM (CONVERSOR VSC MMC)

SVC STATCOM: Lay-out Típico SVC STATCOM: Característica V x I

Fonte:

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SVC HÍBRIDO: STATCOM + TRADICIONAL

Combina as vantagens da tecnologia VSC MMC com o uso de


elementos shunt chaveados a tiristores para obter faixas
assimétricas de potência reativa de saída.
Fonte:

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SVC HÍBRIDO: STATCOM + TRADICIONAL

Fonte:

Manfredo Lima Curitiba, 21 a 23 de agosto de 2017


SVC HÍBRIDO: STATCOM + TRADICIONAL

Fonte:

Manfredo Lima
SVC HÍBRIDO: STATCOM + TRADICIONAL
SVC STATCOM:
Alternativa Híbrida
(Fonte: Siemens)

SVC STATCOM: Alternativa


Híbrida (Fonte: GE)

Manfredo Lima
SVC TAUÁ II: UMA SOLUÇÃO INOVATIVA

Manfredo Lima Curitiba, 21 a 23 de agosto de 2017


SVC TAUÁ II: UMA SOLUÇÃO INOVATIVA

Reduction of 7th and 13th harmonic current at PCC in a case where the filters
are not tuned to the mentioned harmonic frequencies.

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SVC TAUÁ II: UMA SOLUÇÃO INOVATIVA

Rede elétrica representada nos testes em RTDS do SVC Tauá II

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SVC TAUÁ II: UMA SOLUÇÃO INOVATIVA

Falta monofásica LT Milagres-Tauá 230kV, terminal Tauá, eliminada em 100 mseg com abertura
da LT. Falta no terminal Tauá, ano 2022, SVC Milagres em automático.

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MUITO OBRIGADO!

MUITO OBRIGADO!

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