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Matemática

12º Ano
Ano Letivo 2016-17

Escola Secundária
Alfredo da Cruz Silva

Edmilson Barros & José da Costa


C ONTEÚDO

1 Sucessões 7
1.1 Noção de Sucessão 7
1.2 Modos de designar uma sucessão 9
1.3 Representação gráfica de uma sucessão 11
1.4 Subsucessão de uma sucessão 12
1.5 Monotonia de sucessão 13
1.6 Sucessões limitadas 15
Exercícios do Capítulo 1 18

2 Progressões Aritméticas e Progressões Geométricas 21


2.1 Progressões Aritméticas 21
2.2 Progressões Geométricas 28
Exercícios do Capítulo 2 34

3 Limites de sucessões 37
3.1 Vizinhança de um número real 37
3.2 Limite de uma sucessão 38
3.3 Sucessões convergentes 40
3.4 Infinitamente grandes 44
3.5 Classificação de sucessões 47
3.6 Operações com sucessões convergentes 47
3.7 Operações com sucessões divergentes 48
3.8 Indeterminações 49
3.9 Sucessão do tipo an ( a ∈ R, n ∈ N) 52
3.10O número de Neper 56
Exercícios do Capítulo 3 60
4 esacs - 2016/17

4 Funções exponenciais 63
4.1 Potencia de base positiva e expoente racional 63
4.2 Função exponencial 64
4.3 Propriedades da função exponencial 65
4.4 Equação exponencial 66
4.5 Inequação exponencial 69
Exercícios do Capítulo 4 73

5 Funções logarítmicas 75
5.1 Logaritmo de um número 75
5.2 Consequências da definição 76
5.3 Propriedades dos logaritmos 77
5.4 Função logarítmica 80
5.5 Propriedades da função logarítmica 82
5.6 Equação logarítmica 83
5.7 Inequação logarítmica 88
5.8 Estudo das funções exponenciais e logarítmica 92
Exercícios do Capítulo 5 94

6 Limite de funções reais de variável real 97


6.1 A ideia de limite 97
6.2 Limite de uma função num ponto 99
6.3 Regras operatórias de limites de funções 101
6.4 Limites laterais 102
6.5 Limites infinitos 104
6.6 Cálculo de limites 105
6.7 Indeterminações 107
6.8 Infinitésimos simultâneos 111
6.9 Assíntotas 113
6.10Limites notáveis envolvendo exponenciais e logaritmos 117
Exercícios do Capítulo 6 119

7 Continuidade de uma função 123


7.1 Noção de função contínua num ponto 123
7.2 Continuidade lateral 125
7.3 Função contínua num intervalo 126
7.4 Operações com funções contínuas 126
Exercícios do Capítulo 7 128
matemática 12º ano 5

8 Derivadas 131
8.1 Taxa de variação média 131
8.2 Derivada de uma função num ponto 132
8.3 Derivadas laterais 134
8.4 Derivabilidade e continuidade 135
8.5 Função derivada 135
8.6 Regras de derivação 136
8.7 Aplicações da derivada de uma função 141
8.8 Aplicações da segunda derivada de uma função 145
8.9 Estudo de função 147
Exercícios do Capítulo 8 151

Bibliografia 157

Índice 159
1 S UCESSÕES

"A intuição precede geralmente a lógica, no processo de criação matemática"


Henry Poincaré

Introdução

O estudo de sucessões despertou o interesse de vários pesquisadores. Fibonacci, entretanto, foi o primeiro a
propor os primeiros problemas sobre sucessões, através da observação de fenómenos naturais. Seu problema
mais famoso é:
"Um casal de coelhos torna-se produtivo após dois meses de vida, a partir de então, produz um novo casal a cada mês.
Começando com um único casal de coelhos recém-nascidos, quantos casais serão ao final de um ano?".
Existem diversas sucessões na natureza, mas as que nos interessarão são as numéricas.
Historial...
O termo sucessão é muito utilizado na linguagem corrente. Por exemplo, é
Leonardo Fibonacci , também conhecido
frequente falar-se: como Leonardo de Pisa, foi um mate-
mático italiano, tido como o primeiro
• da sucessão dos dias e das noites; grande matemático europeu da Idade Mé-
dia. No ano de 1202 publicou o livro Li-
• da sucessão de presidentes da república; ber Abaci em que apresenta uma sequen-
cia que descreve o crescimento de uma
• da sucessão dos diretores da Escola; população de coelhos. Ficou também co-
nhecido pelo seu papel na introdução dos
• etc. algarismos arábicos na Europa.

1.1 Noção de Sucessão

Definição: Uma sucessão de números reais, (un ) é uma função real


de variável natural em que o domínio é o conjunto dos números
naturais.

• Os valores da função:

u1 , u2 , . . . u n , . . .

são os termos da sucessão.


Leonardo Fibonacci, 1170-1250
• f (n) = un é o termo geral da sucessão.

Como se trata de uma função com caraterísticas próprias associa-lhe um


formalismo e uma notação particular.

Uma sucessão, sendo uma função, poder-se-ia designar por u(n). Em vez
disso, escreve-se
( u n ) n ∈N , { u n } ∞
n=1 ou simplesmente ( un ) ,

ou seja, a variável aparece como índice.


8 esacs - 2016/17

Assim dada uma sucessão 1. Das expressões seguintes indique e


justifique aquelas que são ou não,
(un ) : N → R termo geral de uma sucessão:

(a) an = 1 − n
tem-se: n2 + 2n
(b) bn =
n2 − 1
n → ordem do termo; 1 − 2n
(c) cn =
n
un → valor do termo de ordem n ou termo geral;
3+n
(d) dn =
(un ) → sucessão; n−3

{un } → contradomínio da sucessão.

Cada termo da sucessão, digamos un , tem um termo sucessor, un+1 , e,


assim podemos dizer que não existe um último termo da sucessão.

Exemplo 1.1.1 São exemplos de sucessões de números reais:

(un ) : N → R ( wn ) : N → R
2
n 7→ 2n − n + 5 n 7→ 2n − 1

(vn ) : N → R
n+3 (tn ) : N → R
n 7→ √
n n 7→ 3 cos n

2n
Exemplo 1.1.2 A expressão un = não representa uma sucessão
n−1
porque não admite todos os números naturais como objeto, o 1 por
exemplo, logo o seu domínio não pode ser N.

Definição: Um número p ∈ R, diz-se termo de uma sucessão (un ),


se e somente se, a equação

un = p

for possível em N.

2. É definida a sucessão (vn ) pelo seu


n+1 termo geral:
Exemplo 1.1.3 Considere a sucessão de termo geral an = .
n 2n − 1
vn = .
(a) Escreva os três primeiros termos da sucessão; n+3
(a) Calcule os três primeiros termos
(b) Escreva o termo de ordem n + 1; da sucessão;
(b) Calcule o quinto e o sétimo ter-
(c) Será 1, 02 termo de sucessão? Justifique a resposta. mos da sucessão;
(c) Mostre que 8v5 + 10v7 = 22;
7
(d) Verifique se é termo da suces-
2
são (vn ), e, em caso afirmativo,
indique a sua ordem.
matemática 12º ano 9

Resolução: Quebra de linha


(a) Substituindo a variável n por 1, 2 e 3 no termo geral
n+1
an =
n
vem sucessivamente:
1+1
a1 = =2
1
2+1 3
a2 = =
2 2
3+1 4
a3 = =
3 3

n+1
(b) a n =
n
( n + 1) + 1 n+2
a n +1 = =
n+1 n+1

n+1
(c) a n = ; an = 1, 02
n
n+1
an = 1, 02 ⇔ = 1, 02
n
⇔ n + 1 = 1, 02n ⇔ 1 = 0, 02n
1
⇔n= ⇔ n = 50
0, 02

1, 02 é termo da sucessão. É termo de ordem 50.

26
Exemplo 1.1.4 Averigue se é termo da sucessão ( an ), assim defi-
15
nida
3n + 1
an = ,
2n
e, em caso afirmativo indique a sua ordem.

Resolução:

26 3n + 1 26 15
an = ⇔ = ⇔ 45n + 15 = 52n ⇔ n = .
15 2n 15 7
15 26
Como 6∈ N, logo não é termo da sucessão ( an ).
7 15

1.2 Modos de designar uma sucessão

Podemos designar uma sucessão de três maneiras diferentes:

1.2.1 Pelos seus termos

Para designar uma sucessão, é habitual escrever ordenadamente uma


quantidade suficiente de termos da sucessão, de modo a termos uma ideia
do comportamento da sucessão.

Por exemplo, a sucessão dos números naturais ímpares, é escrita do modo 3. Representa pelos seus termos, a su-
cessão dos números naturais pares.
seguinte:
1, 3, 5, . . . .
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Logo conclui-se que se trata da sucessão dos números ímpares.

1.2.2 Pelo termo geral

A forma mais comum de designar uma sucessão, consiste em indicar uma 4. Sabendo que todos os termos seguem
fórmula por meio da qual se pode obter, para cada natural n, o correspon- a mesma lei de formação, escreva o
termo geral de cada uma das seguin-
dente n−ésimo termo.
tes sequencias:
(a) 1, 4, 7, 10, . . .
Por exemplo, a formula
5 9 13 17
1 (b) , , , , ...
un = 3 5 7 9
n 4 6 8
(c) 2, , , , . . .
permite-nos obter a sucessão seguinte de termos ordenados 3 5 7
1 2 3 4
(d) , , , , ...
1 1 3 9 27 81
1, , , ....
2 3
A fórmula
un = 1,
designa a sucessão constante com todos os termos iguais a 1, e que,
ordenada, se escreve
1, 1, 1, . . . , 1, . . . .

1.2.3 Pelo processo de recorrência

Outro modo de designar uma sucessão, consiste em indicar as instruções 5. Indique os cinco primeiros termos
de como obter os termos sucessores conhecido um ou mais dos primeiros da sucessão (vn ) definida recursiva-
mente por:
termos. Isto é, quando os termos de uma sucessão se podem calcular a

partir de termos anteriores.  v1 = 1
v =2
 2
v n +2 = v n +1 + v n , ∀ n
Por exemplo, as formulas

u1 = 1 e un+1 = un + 2, ∀n ∈ N 6. Escreva os três primeiros termos da


sucessão (vn ) assim definida:
definem a sucessão cujos termos são
p
v1 = 2 e vn = 2 + vn−1 , n ≥ 2.

1, 3, 5, 7, 9, . . . .
7. Defina por um processo de recorrên-
Uma sucessão determinada por este processo, diz-se uma sucessão definida cia a sucessão cujos primeiros termos
são
por 1bfrecorrência. 2, 5, 8, 11, 14, . . . .
matemática 12º ano 11

Exemplo 1.2.1 Defina por um processo de recorrência a sucessão de


Fibonacci e resolva o problema proposto na introdução deste capítulo.

Resolução: Definindo

un como “número de casais de coelhos, após n − 1 meses"

e, de acordo com o enunciado do problema tem-se

u1 = 1, u2 = 1, u3 = 2, u4 = 3, u5 = 5, u6 = 8, . . . .

Pode-se reparar que, a partir do 3º, cada termo é dado pela soma dos dois
termos anteriores, ou seja,
 Figura 1.1: Sucessão de Fibonacci apli-
 u1 = 1
 cada a reprodução de coelhos
u2 = 1 8. Considere a sucessão (bn ) definida
 por recorrência.
 u =u
n n −1 + u n −2 , para n ≥ 3 
b1 = 5
Para determinar o número de casal de coelhos após 12 meses, faz-se bn = 3 + bn − 1 , n ≥ 2
(a) Escreva alguns termos da suces-
n − 1 = 12 ⇔ n = 13. são. O que observou?
(b) Faça uma previsão para um pro-
Listando os termos da sucessão de Fibonacci tem-se: cesso que permita encontrar qual-
quer termo da sucessão conhecida
a sua ordem.
1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, . . . .

Portanto, após um ano tem-se 233 casais de coelhos.

1.3 Representação gráfica de uma sucessão

A representação gráfica de uma sucessão, num sistema de eixos cartesianos,


faz-se do mesmo modo como para qualquer função. No eixo das abscissas
indicamos os números naturais e no das ordenadas as correspondentes
imagens por meio da sucessão (termo da sucessão).

O gráfico de uma sucessão (un ) é o conjunto dos pontos discretos.

{(n, un ) : n ∈ N}
  n −1
1
Exemplo 1.3.1 Faça a representação gráfica dos cinco primeiros ter- 9. A sucessão pn = 60 × repre-
2
mos da sucessão: senta a sucessão dos perímetros dos
1 triângulos equiláteros representados
un = , n ∈ N na figura.
n
Resolução: Atendendo a que o conjunto dos termos da sucessão é
 
1 1 1 1
1, , , , , . . .
2 3 4 5 20 20

temos:
un
1
0.8
0.6
0.4 20
0.2
60; 30; 15; 7, 5; . . .
0 1 2 3 4 5 n Represente graficamente a sucessão.
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1.4 Subsucessão de uma sucessão

10. Mostre que:


Definição: Seja (un ) uma sucessão e (nk ) uma sucessão estritamente
crescente de elementos de N. A sucessão de termo geral vk = unk 49
∃n ∈ N : un = ,
10
diz-se uma subsucessão de (vn ).
onde a sucessão (un ) é tal que:
1
un = (−1)n · 5 + (−1)n+1 · .
Uma subsucessão de uma sucessão (un ) é simplesmente uma sucessão que n

é extraída da original escolhendo certos índices, em números infinitos, por


ordem crescente.

Escolhendo n1 , n2 , n3 , . . . , com n1 < n2 < n3 < . . ., e considerando a su-


cessão un1 , un2 , un3 , . . . , constituída pelos elementos da sucessão original,
obtemos uma subsucessão da sucessão original.

Duma sucessão (un ) podem extrair-se uma infinidade de subsucessões:


un
(a) u2 , u4 , . . . , u2n , . . . (dos termos de índice par);

(b) u1 , u3 , . . . , u2n−1 , . . . (dos termos de índice ímpar); pk

(c) u3 , u6 , . . . , u3n , . . . (dos termos de índice múltiplo de 3);


0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 n
(d) etc.

Por exemplo, no estudo da sucessão de termo geral ik

(−1)n
un = −1
n
de termos
1 1 1 1 1 Figura 1.2: Subsucessão de termos de
−1,
, − , ,− , ...
2 3 4 5 6 ordem pares e ímpares.
são particularmente importantes duas subsucessões: a subsucessão dos
termos de ordem par, de termo geral

1
pk = u2k = , k∈N
2k
e termos
1 1
−1, − , − . . .
3 5
e a subsucessão dos termos de ordem ímpar, de termos geral

1
ik = u2k−1 = − , k ∈ N.
2k − 1
de termos
1 1 1
, , ...
2 4 6
matemática 12º ano 13

1.5 Monotonia de sucessão

Uma sucessão diz-se monótona crescente, se qualquer dos seus termos for
menor ou igual que seu sucessor. Diz-se que uma sucessão é monótona
decrescente, se qualquer dos seus termos for maior ou igual que o seu su-
cessor. Uma sucessão diz-se, apenas monótona, se for monótona crescente
ou decrescente.

Definição: Uma sucessão (un ) diz-se monótona crescente, se

u n +1 ≥ u n ⇔ u n +1 − u n ≥ 0 ∀n ∈ N. un

Uma sucessão (un ) diz-se monótona decrescente, se

u n +1 ≤ u n ⇔ u n +1 − u n ≤ 0 ∀n ∈ N.

No caso de se ter
n
u n +1 − u n > 0 ∀n ∈ N,
Figura 1.3: Sucessão crescente.
diz-se que (un ) é estritamente crescente. Se

u n +1 − u n < 0 ∀n ∈ N,
un
diz-se que (un ) é estritamente decrescente.

Quando houver necessidade de fazer distinção, referir-se-á à monotonia


da definição anterior como sendo em em sentido lato.

Convem referir que, por vezes, a monotonia ou não de uma sucessão só


n
se descortina após um número finito de termos. Neste caso, diremos que
a sucessão é monótona a partir do termo da ordem em que verifica a Figura 1.4: Sucessão decrescente.
condição da definição.

Exemplo 1.5.1 Estude a monotonia da sucessão (un ) definida por:

2n + 4
un = .
3n

Resolução: Começa-se por determinar a diferença un+1 − un e compará-la 11. Prove que
com zero. ∀n ∈ N, an+1 − an > 0,

2(n + 1) + 4 2n + 4 2n + 6 2n + 4 onde
u n +1 − u n = − = − 5n + 3
3( n + 1) 3n 3n + 3 3n an = .
1+n
6n2 + 18n − (6n2 + 12n + 6n + 12)
=
3n(3n + 3) 12. Estude quanto à monotonia cada
uma das sucessões definidas por:
6n2 + 18n − 6n2− 18n − 12
=
3n(3n + 3) 4n + 1 n+1
(a) wn = (c) wn =
−12 n+3 2n + 3
= . 2n + 1 2n − 1
3n(3n + 3) (b) zn = (d) xn =
3n + 2 n+3
Como −12 < 0 e 3n(3n + 3) > 0, ∀n ∈ N, logo un+1 − un < 0, ∀n ∈ N,
o que leva a conclusão que a sucessão é monótona decrescente.

Se uma sucessão não é crescente nem decrescente para todo os números


naturais, diz-se que a sucessão é não monótona.
14 esacs - 2016/17

Exemplo 1.5.2 Estude a monotonia da sucessão de termo geral

d n = ( n − 4)2 .

Resolução: 13. Estude a monotonia das seguintes su-


cessões:

dn+1 − dn = (n + 1 − 4)2 − (n − 4)2 = 2n − 7 (a) un = 2n2


(b) vn = n2 + n
Logo (dn ) não é monótona pois a expressão 2n − 7 tanto é positiva ou
negativa, depende do valor de n.

As vezes o estudo da monotonia de uma sucessão necessita de outros


artifícios do cálculos.

Exemplo 1.5.3 Estude a monotonia da sucessão ( an ) definida por


p
an = n2 − n.

Resolução: Para estudar a monótona da sucessão ( an ) recorre-se ao estudo


an
da diferença an+1 − an . Assim, 10
q p p p 9
a n +1 − a n = ( n + 1)2 − ( n + 1) − n2 − n = n2 + n − n2 − n 8
√ √  √ √  7
n2 + n − n2 − n n2 + n + n2 − n 6
= √ √  5
n2 + n + n2 − n 4
2n 3
= √ √ > 0, ∀n ∈ N. 2
( n2 + n + n2 − n )
1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 n
Exemplo 1.5.4 Estude a monotonia das seguintes sucessões:
(  Figura 1.5: Esboço gráfico da sucessão
2n , n < 4  0 , n é par p
de termo geral an = n2 − n
(a) z n = ( b ) y n = 1
n , n≥4  , n é ímpar
n+2

Resolução: Quebra de linha 14. Estude a monotonia das seguintes su-


cessões:

 1 + 2n
(
2n , n<4 (a) an =
se n < 100
(a) z n = 2n + 6
n , n≥4  n+1 se n ≥ 100
n+1
Se n < 3: zn+1 − zn = 2(n + 1) − 2n = 2 > 0 (b) bn = (−1)n ·
n
Se n > 3: zn+1 − zn = (n + 1) − n = 1 > 0
15. Mostre que a sucessão (wn ) definida
Se n = 3: zn+1 − zn = z4 − z3 = 4 − 6 = −2 < 0
pelo seu termo geral

Logo (zn ) não é monótona. wn = 5 + (−1)n ·


1
n

 não é monótona.
 0 , n é par
(b) y n = 1
 , n é ímpar
n+2
1 1
Se n par, n + 1 ímpar: yn+1 − yn = −0 = >0
n+1+2 n+3
1
Se n ímpar, n + 1 par: yn+1 − yn = 0 − <0
n+2
A sucessão não é monótona.
matemática 12º ano 15

1.6 Sucessões limitadas

Definição: Seja C um subconjunto de R.


O número M é majorante do conjunto C sse M é maior ou igual que
qualquer elemento de C.
O número m é minorante do conjunto C sse m é menor ou igual que
qualquer elemento de C.

Um subconjunto de R é majorado (ou limitado superiormente) se tiver um


majorante, minorado (ou limitado inferiormente) se tiver um minorante.

Exemplo 1.6.1 Consideremos o conjunto

B = [−1 , 4[∪{5}. 16. Diga, justificando, se são limitados


os seguintes conjuntos. Em caso afir-
mativo, indique um minorante e um
• −1 é um minorante de B e, consequentemente, todos os números majorante.
menores que −1 também o são. Portanto o ] − ∞ , −1] é o conjunto (a) [0 , 1]
de todos os minorantes de B. (b) ] − ∞ , −2[

• 5 é um majorante de B e, consequentemente, todos os números (c) R0+

maiores que 5 também o são. Logo, [5 , +∞[ é o conjunto dos (d) {2, 4, 6, 8, 10}
 
1
majorantes de B. (e) un ∈ R : un = ∧n ∈ N
n+1
O conjunto B é portanto limitado, pois tem minorante e majorante. an

Uma sucessão é limitada quando o conjunto dos seus termos tem um M


majorante e um minorante, ou seja, o conjunto dos termos da sucessão é
majorado e minorado.

De um modo geral, quando uma sucessão ( an ) é limitada tem-se: 0 n


m
∃m, M ∈ R, m ≤ an ≤ M, ∀n ∈ N.

Graficamente, os termos da sucessão encontram-se numa região do plano Figura 1.6: Sucessão mojorada e mino-
rada.
limitada pelas retas y = m e y = M.

Definição: Uma sucessão (un ) diz-se limitada se existirem dois


números reais m e M tais que
un
m ≤ un ≤ M, ∀n ∈ N.
5
4
Exemplo 1.6.2 Pode-se ver facilmente que a sucessão de termo geral 3
2
un = 4 + (−1)n 1

é limitada. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 n

Calculando alguns dos seus termos, vê-se que 3 ≤ un ≤ 5.


Figura 1.7: Gráfico da sucessão

Graficamente, a sucessão é um conjunto de pontos situados sobre as un = 4 + (−1)n .

retas y = 3 e y = 5.

Para a sucessão definida por un = 4 + (−1)n , diz-se que 3 é um minorante


do conjunto dos seus termos e 5 é um majorante do conjunto dos seus
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termos.
Qualquer número maior ou igual a 5 também é majorante do conjunto
dos termos da sucessão. Qualquer número menor ou igual a 3 também é
minorante do conjunto dos termos da sucessão.

Exemplo 1.6.3 Use o processo de enquadramento para mostrar que é


Nota
limitada a sucessão definida por
Enquadrar um número é indicar um nú-
2n2 − 5 mero menor e um número maior do que
dn = . esse número.
n2
Nota
Resolução: Usando enquadramento, tem-se sucessivamente:
Como n é um número natural,
2n2 −5 5 n ≥ 1,
= 2− 2
n2 n pelo que:
1 1
0 < ≤ 1, ∀n ∈ N ≤ 1.
n n
1 1
0< 2 ≤1 Sabe-se também que é sempre um nú-
n
n mero positivo para n ∈ N.
5 Tem-se então:
−5 ≤ − 2 < 0
n 1
> 0.
5 n
−3 ≤ 2 − 2 < 2
n Logo, utiliza-se como referencia o se-
guinte enquadramento:
Logo, ∀n ∈ N, −3 < dn ≤ 2, ou seja, a sucessão (dn ) é limitada.
1
0< ≤ 1, ∀n ∈ N.
n
Exemplo 1.6.4 Mostre que é limitada a sucessão definida por:

n+2
un = .
n
17. Mostre que são limitadas as suces-
Resolução: Usando enquadramento:
sões:
n+2 2 1
= 1+ (a) an = 1 + ;
n
n n
(b) bn = 5;
1
0< ≤1 1
n (c) cn = (−1)n · ;
n
2 ( 1
0< ≤2 se né par
n (d) dn = n
2 −1 se né ímpar
1 < 1 + ≤ 3, ∀n ∈ N. 3n + 10
n (e) en =
n
A sucessão é limitada porque o conjunto dos seu termos é minorado e majo- 1
(f) f n = √
rado. n2 + 3

l
l
Nota
Também se pode dizer que uma sucessão é limitada quando:
Recorde que
| an | ≤ L ⇔ − L ≤ an ≤ L.
+
∃ L ∈ R : | an | ≤ L, ∀n ∈ N.

Exemplo 1.6.5 Mostre que a sucessão ( an ) é limitada, sendo

3n + 1
an = .
2n + 3
matemática 12º ano 17

Resolução: Mostra-se que 18. Mostre que são limitadas cada uma
das seguintes sucessões:

∃ L ∈ R+ : | an | ≤ L, ∀n ∈ N. (a) vn =
1 − 4n
n+2
Ora 3−n
(b) wn =
n+1
3n + 1
| an | ≤ L ⇔ ≤ L ⇔ 3n + 1 ≤ L ⇔ 3n + 1 ≤ 2nL + 3L 19. Considere a sucessão
2n + 3 2n + 3
1
⇔ 2nL + 3L ≥ 3n + 1 ⇔ 2nL − 3n ≥ 1 − 3L un = − −4
n
1 − 3L
⇔ n(2L − 3) ≥ 1 − 3L ⇔ n ≥ (a) Prove que é verdadeira a proposi-
2L − 3 ção

Para que a condição | an | ≤ L, seja universal em N, toma-se, por exemplo, ∃ L ∈ R+ , |un | < L, ∀n ∈ N.
para L = 2; vem (b) O que pode concluir -se da ve-
n ≥ −5 racidade da proposição anterior
relativamente à sucessão.
que, efetivamente, é universal em N.
Portanto

∃ L > 0, ∀n ∈ N : | an | ≤ L ⇔ ( an ) é limitada,

e neste caso L = 3.

Pode-se também aplicar as propriedades do módulo de um número real


para verificar se uma sucessão é limitada.
Nota
Exemplo 1.6.6 Prove que a sucessão de termo geral Sejam x, y ∈ R. Temos:
(a) | x · y | = | x | · | y |
1
un = −5 + (−1)n ·

x |x|
n (b) Se y 6= 0, =
y |y|
é limitada. (c) | x + y | ≤ | x | + | y |

Resolução:
1 20. Mostre que são limitadas as suces-
|un | = −5 + (−1)n ·

sões de termos gerais:
n
3−n
Como | x + y| ≤ | x | + |y|, vem que: (a) yn =
n+1
2
(b) xn = 6 − (−1)n ·

1 1
|un | ≤ | − 5| + (−1)n · ⇔ |un | ≤ 5 + n

n n 3n + 1
(c) zn =
2n + 3
Ora,
1
≤ 1, ∀nN
n
e, portanto,
|un | ≤ 5 + 1 ⇔ |un | ≤ 6, ∀n ∈ N.
A sucessão é limitada, por ser verdadeira a proposição.

∃ L > 0, ∀n ∈ N : |un | ≤ L.

Neste caso pode ser L = 6.


18 esacs - 2016/17

Exercícios do Capítulo 1

1. (a) Diga, por tuas palavras, o que é uma sucessão; 6. Seja t1 um triângulo equilátero. Construa-se t2 a partir de
3n + 5 t1 , unindo os pontos médios dos lados de t1 e pintando a
(b) Será a expressão an = representativa de uma
2 − 2n negro o triângulo central. Construa-se tn a partir de tn−1 ,
sucessão? Porquê? (n > 2) repetindo, em cada um dos triângulos que ficaram
(c) Porque se diz que sucessão é uma função real de variável em branco, a construção indicada, de acordo com a figura.
natural?
(d) O que é uma sucessão crescente?
(e) O que é uma sucessão limitada?

2. Considere as sucessões seguintes:


t1 t2 t3 t4

un = 2 − 7n 2n − 3 (a) Quantos triângulos brancos há em t5 ?


wn = (−1)2−n ·
3n − 1 3n (b) Seja ( xn ) a sucessão que nos dá o número de triângulos
vn =
n+4 brancos em cada triângulo. Determine a expressão do
 termo geral de ( xn );
 5n + 4, se n < 3
(c) Considerando que o lado do triângulo t1 mede 2 cm,
xn = 3n + 2
 , se n ≥ 3 determine a expressão do termo geral da sucessão ( pn ),
n−1
( sendo pn o perímetro de cada um dos triângulos brancos
y1 = 3 do triângulo tn .
y n = 2 ( y n −1 − y 1 ), ( n ≥ 2 )
7. Sabendo que todos os termos seguem a mesma lei de for-
(a) Calcule os cinco primeiros termos de cada uma e mação, escreva o termo geral de cada uma das seguintes
represente-as graficamente; sucessões:
(b) Escreva os termos u p+3 , w2k−2 e xn+1 ;
1 3 5 7 1 4 9 16
(c) Calcule vn+1 − vn ; (a) , , , , ... (c) √ , √ , √ , √ , ...
2 4 6 8 π 3π 4π 5π
(d) Será 117 um termo de (un )? E −117? Justifique; (d) 0, 3, 8, 15, ,24, . . .
92 1 1 1 1 1 1
(e) Mostre que ∃n ∈ N : vn = . (b) 1, − , , − , . . . (e) 1, 2 , 3, 4 , 5, 6 , . . .
35 3 9 27 2 2 2
       
3. Calcule os três primeiros termos das sucessões definidas 1 1 1 1 1 1 1
(f) 1 − , − , − , − , ...
por: 2 2 3 3 4 4 5
8. Represente por um processo de recorrência as seguintes
n+1 (c) cn = sin(nπ )
(a) an = sucessões de números reais:
3n − 2 (
4 se n ≥ 3
(d) dn = (a) ( an ): 4, 11, 18, 25, . . . (c) (cn ): 5, 10, 20, 35, 55, . . .
(b) bn = (−1)n · (n − 1) n se n < 3
(b) (bn ): 99, 88, 77, 66, . . . (d) (dn ): 3, 6, 12, 24, 48, . . .
4. Escreva os quatro primeiros termos de cada uma das su- r
√ q √ q √
cessões dadas por recorrência: (e) (en ): 6, 6+ 6, 6+ 6+ 6, . . .
r q
( √ q √ √
a1 = 2 (b) b1 = −5 ∧ bn+1 = 2 × bn (f) ( f n ): 2, 2 2, 2 2 2, . . .
(a)
a n +1 = a n + 3
9. Estude quanto à monotonia as sucessões a seguir definidas:
(
u1 = 3 1 − 2n 5 3n − 1
(c) (a) un = (h) un = −
u n = 2 ( u n −1 − u 1 ), ( n ≥ 2 ) 2 2 2n
n+1 (
(b) un =
(
v1 = 63 p u1 = 5
(d) 2n (i)
vn+1 = vn + 1, ∀n ∈ N 5−n u n = 5 + u n −1
(c) un =
n+1 n+4
5. Em cada alínea, encontre o termo geral da sucessão: n2 + 1 (j) un =
(d) un = n
n
(a) 8, 16 24, 32, . . . (h) 1, 3, 5, 7, . . . (e) un = (−1)n + 2n (k) vn = (−1)n + 2n
 n
(b) 2, −2, 2, −2, . . . 2 (l) wn = (−1)n+1 (2n + 1)
(i) 1, 6, 11, 16, 21, . . . (f) un =
(c)−2, 2, −2, 2, . . . 3 3
(j) 1, 8, 27, 64, 125, . . . (g) un = |n − 10| (m) yn =
(d) 4, 6, 8, 10, 12, . . . n2 + 1
1 2 3 4 (k) 2, −4, 2, −4, 2, −4, . . . 10. Indique, caso existam, um majorante e um minoraste dos
(e) , , , , . . .
2 3 4 5 4 6 8 10 seguintes conjuntos:
1 1 1 1 (l) 2, , , , , ...
(f) , , , , ... 3 5 7 9
2 4 8 16 (a) A = N (c) C =] − ∞, −1]∪]7, +∞[
1 2 3 4 1 5 13 17
(g) , − , , − , . . . (m) , , 1, , , ... (b) B = {−2, −1} ∪ R0+ (d) D = Z− ∪ {5, 6}
2 3 4 5 3 6 12 15
matemática 12º ano 19

11. Considere o conjunto de números reais n+6


17. É dada a sucessão de termo geral: vn = .
3n
A = [1, 2] ∪ {3}. (a) Calcule a soma dos três primeiros termos.
(b) Estude a monotonia da sucessão.
(a) Indique dois majorantes e dois minorantes do conjunto 1 2
A; (c) Verifique que vn = + e justifique que a sucessão é
3 n
(b) O conjunto A é limitado? Justifique a sua resposta. limitada.
(d) Defina algebricamente uma sucessão (wn ) sabendo que
12. Verifique se as sucessões definidas são ou não limitadas:
wn = vn para n ≥ 10 e (wn ) não é monótona.
1−n 2
(a) un = (f) yn = 2(−1)n × ; 18. Considere a sucessão ( an ) cujo termo geral é: an =
5n n+1 (−1)n+1 · 3 + 1.
3n + 7
(b) vn = n2 + 3
n+2 (g) un = ; (a) Represente graficamente ( an ) para n ≤ 5.
(c) wn = n · [(−1)n + 1] n
(b) Justifique ( an ) é limitada.
n2 + 1 3n + 3
(d) xn = 1 + (h) zn = ; (c) Indique uma expressão que quando adicionada a an se
n n+4 obtenha o termo geral de uma sucessão monótona.
2n − 3
(e) xn = ; (i) an = 2n − 1.
n 19. Considere a sucessão un definida por recorrência
13. Considere as seguintes sucessões: 
 u1 = 1

3n − 2
p
w n = n + 2 + n2 ; u2 = 1
un = ;
n+3

n +2 = u n +1 + u n
 u
(−1)n+1 · (n + 3)
zn = ;
2n − 5
 π (a) Mostre que ela é crescente em sentido lato.
vn = 1 + sin n ; xn = n2 − 13n + 35.
4 (b) Verifique que ela não é limitada.
(a) Calcule os três primeiros termos e o termo de ordem
n+2
(n + 1) de cada uma delas. 20. Seja un = o termo geral de uma sucessão.
2n
(b) Verifique se 2 é ou não termo de cada uma das sucessões (a) Verifique se existe ou não uma ordem para a qual (un )
un , vn e wn . admite um termo nulo;
(c) Indique a ordem dos termos de ( xn ) que são iguais −5. (b) Estude analiticamente a monotonia da sucessão (un );
15
(d) Mostre que − é termo da sucessão zn e indique a sua (c) A sucessão é limitada? Justifique;
19
ordem. 45
(d) Averigue se é termo da sucessão.
(e) Classifique quanto a monotonia as sucessões un e zn 21
21. Considere a sucessões dos números reais
n+1
14. Dada a sucessão definida por f (n) = n+1
n vn = (−1)n · .
◦ 3n
(a) Calcule o 20. termo.
(b) Será 1, 01 termo da sucessão? Justifique a sua resposta. (a) Estude a monotonia da sucessão;
(c) A partir de que valor de n os termos são menores que 2 1
(b) Mostre que ∀n ∈ N : − ≤ vn ≤
1, 001? 3 2
(c) Indique o valor lógico da afirmação
(d) Indique um majorante e um minorante de { f (n)} e
justifique a resposta. 5
∃n ∈ N : vn = .
2n + 6 4
15. Dada a sucessão definida por an = .
n+1 2n + 1
22. Considere a sucessão un = .
(a) Será 7, 3 tero da sucessão? Justifique a resposta. n+2
(b) Mostre que a sucessão é monótona. (a) Estude, analiticamente, a monotonia da sucessão;
(c) Mostre que todos os termos da sucessão são maiores do (b) Verifique, apresentando os cálculos, que a sucessão é
que 2. limitada;
(d) Mostre que a sucessão é limtada. (c) Indique, justificando, o valor lógico da proposição:
31
16. Dada a sucessão de termo geral ∃n ∈ N : un = .
17
3n + 1 1
un = 23. Considere a sucessão vn = (−1)n · .
2n n+2
(a) Estude a monotonia de (vn );
(a) Calcule a soma dos três primeiros termos;
23 (b) Indique o valor lógico da afirmação:
(b) Averigue se é termo da sucessão, e em caso afirma- 7
15 ∃n ∈ N : vn = ;
tivo, indique a sua ordem. 9
(c) Escreva a subsucessão dos termos de ordem par da
(c) Prove que:
3 sucessão (vn );
∀n ∈ N, < un ≤ 2. (d) Prove que (vn ) é uma sucessão limitada;
2
20 esacs - 2016/17

24. Considere a sucessão (un ) assim definida: pontos médios dos lados.


3n

 se n é ímpar
n+1
n + 1
se n é par


n

(a) Mostre que a sucessão (un ) é limitada;

(b) Estude a monotonia da sucessão;

51 (a) Escreva os cinco primeiros termos da sequência refe-


(c) Averigúe se é ou não termo da sucessão (un ). rente à área dos quadrados obtidos.
11
(b) Sugira uma expressão geral que permita determinar a
área do quadrado conhecida a ordem na sequência.
25. Partindo de uma quadrado de lado 1 metro, construímos (c) Qual será a expressão geral da secessão dos lados dos
uma sequência de quadrados, unindo sucessivamente os quadrados?
2 P ROGRESSÕES A RITMÉTICAS E P ROGRESSÕES G EOMÉ -
TRICAS

"Eu tentei 99 vezes e falhei, mas na centésima tentativa eu


consegui, nunca desista de seus objetivos mesmo que esses pareçam
impossíveis, a próxima tentativa pode ser a vitoriosa."
Albert Einstein

Introdução

As progressões são sucessões que tem várias aplicações na vida prática. À uma destas está associada uma lenda
muito curiosa:
Conta-se que o jogo de xadrez foi criado para entreter um rei da Índia, de nome Iadava. O jovem Lahur Sessa, apresentou o
jogo ao rei e este ficou maravilhado, querendo recompensar o inventor do jogo de xadrez, Iadava perguntou qual presente ele
gostaria de receber: jóias, terras, um palácio...
O pedido do jovem inventor deixou o rei perplexo, Lahur disse que como recom-
pensa, queria receber uma quantidade de trigo da seguinte forma: 1 grão de trigo
pela 1ª casa; 2 grãos de trigo pela 2ª casa; 4 grãos de trigo pela 3ªcasa; 8 grãos de
trigo pela 4ª casa e assim sucessivamente.

A quantidade de grãos deveria ser dobrada a cada casa subsequente, e como


sabemos, o jogo de xadrez tem 64 casas. O rei achou o pedido muito insignificante
e pediu que fosse calculado a quantidade de grãos para atender o desejo do inventor
do jogo de xadrez do jeito que este havia proposto.

Depois que o rei soube da resposta, Lahur Sessa desistiu da proposta.

Diga porquê que o inventor desistiu da proposta.

Esse é um problema que envolve a soma dos termos de um progressão geométrica e resolvemo-lo neste capitulo.
Primeiro iniciaremos com as progressões aritméticas.

2.1 Progressões Aritméticas

2.1.1 Definição
un
Considera-se definida por recorrência a sucessão (un ).
( 10
u1 = 4 9
8
un+1 = un + 2, ∀n ∈ N 7
6
Como un+1 − un = 2, a diferença entre cada termo e o termo anterior é 5
4
constante e igual 2. A esta sucessão chama-se progressão aritmética de 3
2
razão 2. 1
0 1 2 3 4 n
Figura 2.1: Gráfico da sucessão
22 esacs - 2016/17

21. Verifique quais das sucessões abaixo


representa uma P.A; Determine as
Definição: Chama-se progressão aritmética (abrevia-se P.A) à toda razões dessa sucessões:
sucessão em que é constante a diferença entre cada termo e o anterior. (a) 5, 7, 9, . . .
Simbolicamente, tem-se: (b) 3, 11, 2, 1, . . .
(c) −2, 4, −8, . . .
(un ) é uma P.A ⇔ un+1 − un = r (com r constante), ∀n ∈ N.
(d) 12, 8, 4, . . .
2 7 5
(e) , , , ...
Na definição acima, o número real r, que é diferença comum entre dois 3 6 3

termos consecutivos da P.A, é denominado a razão da mesma.

Isto é, se u1 , u2 , u3 , . . . , un , são n termos consecutivos de uma progressão


aritmética tem-se que
22. Determine o valor de x de modo que
u2 − u1 = r; u3 − u2 = r; . . . , un+1 − un = r; os termos x + 3, 4x − 2 e x − 1, nessa
ordem formem uma P.A.
ou seja,
u 2 − u 1 = u 3 − u 2 = u 4 − u 3 = . . . = u n +1 − u n .

Exemplo 2.1.1 Mostre que a sucessão de termo geral definida por:

un = 2n + 7

é uma progressão aritmética de razão 2.

Resolução: Mostra-se que 23. Verifique se a sucessão



u1 = 2
un+1 − un = 2, ∀n ∈ N. u n +1 = u n + 3
é uma PA
Isto é

un+1 − un = 2(n + 1) + 7 − (2n + 7) = 2n + 2 + 7 − 2n − 7 = 2.

Logo, a sucessão (un ) é uma progressão aritmética de razão 2.

Exemplo 2.1.2 Mostre (bn ) não é uma P.A, sendo que:

bn = n − n 2 .
1
Resolução: 24. Mostre que an = − 3n é uma P.A
2
e que bn = n2 − 1 não é uma P.A.
bn + 1 − bn = n + 1 − ( n + 1)2 − ( n − n2 )
2 2
= n + 1 − (n + 2n + 1) − n
+n
= 1 − n2 − 2n − 1 + n2
= −2n

A diferença bn+1 − bn = −2n não é constante, pois depende de n. Logo, a


sucessão (bn ) não é uma progressão aritmética.
matemática 12º ano 23

Exemplo 2.1.3 Calcule o valor de x, sabendo que numa progressão


aritmética cujos 3 primeiros termos são respectivamente x, 2x + 1 e
4x − 1.
Resolução: Sabe-se que: 25. Escreva os cinco primeiros termos de
uma progressão aritmética em que o
u1 = x, u2 = 2x + 1 e u3 = 4x − 1 1º termo é −2 e a razão é:

1
(a) 2 (c)
e, ainda que: 2
u2 − u1 = u3 − u2 . (b) −3 (d) 0

Substituindo esses valores temos que


26. Sabendo que numa PA (un ), u5 =
2x + 1 − x = 4x − 1 − (2x + 1) ⇔ x + 1 = 2x − 2 ⇔ x = 3. 14 e u8 = 23, determine a razão da
progressão.
Como x = 3, então u1 = 3, u2 = 7 e u3 = 11.

2.1.2 Monotonia de uma progressão aritmética

Sendo (un ) uma progressão aritmética, sabe-se que un+1 − un = r, sendo r


uma constante. Então pode-se concluir que:
• Se r > 0, a sucessão (un ) é estritamente crescente ;

• Se r < 0, a sucessão (un ) é estritamente decrescente ;

• Se r = 0, a sucessão (un ) é constante .

Exemplo 2.1.4 Considere a sucessão de números reais definidas por:

un = 2 − 7n.

(a) Mostre que (un ) é uma progressão aritmética e analise-o quanto a


monotonia.
Resolução: Quebra de linha 27. Estude a monotonia das progressões
(a) A sucessão (un ) é uma progressão aritmética sse un+1 − un = r, ∀n ∈ N. aritméticas de termo geral:

Então (a) un = −2n + 1


1
(b) vn = 3n +
un+1 − un = 2 − 7(n + 1) − (2 − 7n) = 2 − 7n − 7 − 2 + 7n = −7. 2

Como un+1 − un = −7, ∀n ∈ N, a sucessão (un ) é uma progressão


aritmética estritamente decrescente.

2.1.3 Termo geral de uma progressão aritmética

Seja:
u1 , u2 , . . . , u k , . . . , u n , . . .
termos de uma progressão aritmética de razão r.

u1 = u1
u2 = u1 + r
u3 = u1 + r + r ⇔ u3 = u1 + 2r
u4 = u1 + r + r + r ⇔ u4 = u1 + 3r
..
.
u n = u1 + r + r + r + . . . + r ⇔ u n = u1 + ( n − 1)r
| {z }
(n−1) parcelas
24 esacs - 2016/17

Teorema 2.1.5 Numa progressão aritmética, em que o primeiro termo é


u1 e razão é r, o n-ésimo termo é

un = u1 + (n − 1) · r, ∀n ∈ N

Nota
Podemos também determinar o termo geral de uma P.A, conhecendo a
Porquê que as progressões aritméticas
razão e um termo de ordem k qualquer. Vejamos: são chamadas aritméticas?
Note que cada termo é a média aritmé-
tica dos dois vizinhos.
Aplicando a fórmula un = u1 + (n − 1)r pode-se obter o valor de qualquer Verifique!
termo de ordem k, sendo uk = u1 + (k − 1)r.

Então, vem

un − uk = 1 + ( n − 1)r − [
u 1 + ( k − 1)r ]
u
⇔ un − uk = nr − r − kr + r
⇔ u n = u k + ( n − k )r

Logo,

Propriedade 2.1.1 A relação entre dois quaisquer termos de uma progres-


são aritmética (un ) é dada pela seguinte fórmula:

un = uk + (n − k) · r, ∀n ∈ N

Exemplo 2.1.6 Dada a progressão aritmética −5, −7, −9, −11, . . .


Determine o termo geral e o termo de ordem 500.

Resolução: Como u1 = −5 e r = −2, temos: 28. Numa P.A. o primeiro termo e a ra-
zão são, respetivamente, iguais a 12 e
4. Calcule o sétimo e o nono termos
u n = u1 + ( n − 1)r
da sucessão.
un = −5 + (n − 1)(−2) ⇔ un = −5 − 2n + 2 ⇔ un = −3 − 2n

u500 = −1003

Exemplo 2.1.7 Numa progressão aritmética ( an ) sabe-se que

a3 = 5 e a5 = 15.

Calcule a razão da progressão e escreve uma expressão do seu termo


geral.

Resolução: Para escrever a expressão do termo geral da progressão, utiliza- 29. Escreva uma expressão do termo ge-
ral de uma progressão aritmética ( an )
se a fórmula
de razão 2, sabendo que a soma dos
un = uk + (n − k) · r, 5 primeiros termos é igual a 35.

visto que, se conhece dois quaisquer termos da progressão.


30. Escreva uma expressão do termo ge-
Sabe-se que:
ral de uma progressão aritmética ( an )
sabendo que
u5 = u3 + (5 − 3) · r ⇔ 15 = 5 + 2r ⇔ r = 5.
a1 + a6 = 26 e a4 + a8 = 36

Logo, o termo geral será:

un = u3 + (n − 3) · r ⇔ un = 5 + (n − 3) · 5 ⇔ un = 5n − 10.
matemática 12º ano 25

2.1.4 Soma de n termos consecutivos de uma progressão aritmética


Nota
Denotemos por Sn , a soma de n primeiros termos consecutivos de uma
sucessão (un ). Sendo (un ) uma sucessão de números
reais tem-se:
S1 = u1
Vamos escrever a soma Sn de duas formas diferentes: do primeiro ao
S2 = u1 + u2
último termo e vice-versa.
S3 = u1 + u2 + u3
...
Sn = u1 + u2 + . . . + u n
Sn = u1 + u2 + . . . + u n .
S n = u n + u n −1 + . . . + u 1

de onde, adicionando membro a membro, teremos

2Sn = (u1 + un ) + (u2 + un−1 ) + . . . + (un + u1 ).


Historial...
Vejamos agora que cada soma entre parênteses conduz sempre ao mesmo
Soma de Gauss
resultado: Com sete anos, Carl Friedrich Gauss co-
meçou a escola primária, e seu potencial
u 2 + u n −1 = u 1 + r + u n −1 = u 1 + u n foi notado quase imediatamente. Seu
professor, Büttner, e seu assistente, Mar-
u 3 + u n −2 = u1 + 2r + un−2 = u1 + un tin Bartels, ficaram espantados quando
... ... ... Gauss somou os inteiros de 1 a 100 ins-
tantaneamente através da identificação
de que a soma era 50 pares de núme-
Por conseguinte, obtemos ros equidistante, cada par somando 101.

2Sn = n(u1 + un )

e daí,
n ( u1 + u n )
Sn = .
2
Tudo isso sugere que:

Teorema 2.1.8 Em toda a progressão aritmética, tem-se:

( u1 + u n )
Sn = · n.
2
Carl Friedrich Gauss, 1777-1855

Exemplo 2.1.9 Calcule a soma dos 10 primeiros termos da sucessão


(un ) definida por
un = 4n − 1.

Resolução: Utilizando a fórmula acima deduzida, temos que 31. Considerando a P.A:
2 1
−1, − , − , 0, . . . .
(u + u10 ) 3 3
S10 = 1 · 10. (2.1)
2 Calcule:

Para calcular essa soma, precisamos calcular u1 e u10 . Então (a) a1 + . . . + a20
(b) a10 + a11 + . . . + a20 .
u1 = 4 · 1 − 1 = 3 e u10 = 4 · 10 − 1 = 39.
100
Substituindo em (2.1), temos que 32. Calcule ∑ 2n
n =1

3 + 39 42
S10 = · 10 = · 10 = 21cdot10 = 210.
2 2 33. Mostre que
1 + 3 + 5 + . . . + (2n − 1) = n2 .
26 esacs - 2016/17

Propriedade 2.1.2 A soma de termos consecutivos de uma progressão arit-


mética a partir do termo de ordem k inclusive é dada pela fórmula

( u k + u n + k −1 )
Sn = · n.
2

Exemplo 2.1.10 Escreva uma expressão do termo geral de uma pro-


gressão aritmética e calcule a soma dos 50 primeiros termos, sabendo
que a soma do terceiro com o sexto termos é 12 e que o quinto termo
é 5.

Resolução: Sabemos que: 34. Calcule a soma dos 13 termos conse-


cutivos de uma progressão aritmética
( a partir do termo de ordem 5 inclu-
u3 + u6 = 12 sive, sabendo que
u5 = 5
r = 5 e a1 + a4 = 25.

Mas
u3 = u1 + 2r; u6 = u1 + 5r; u5 = u1 + 4r.
Substituindo vem:
( ( (
u1 + 2r + u1 + 5r = 12 2u1 + 7r = 12 u1 = 13
⇔ ⇔
u1 + 4r = 5 u1 + 4r = 5 r = −2

Logo
un = 13 + (n − 1) · (−2) = −2n + 15

e
(u1 + u50 )
S50 = · 50. (2.2)
2
Calculando u50 , temos que

u50 = −2 · 50 + 15 = −85.

Substituindo em (2.2), temos que

13 − 85
S50 = · 50 = −1800.
2

2.1.5 Problemas
Exemplo 2.1.11 Obtenha uma P.A em que a soma dos n primeiros
termos é n2 + 2n para todo n natural.

35. Um atleta corre sempre 500 metros


Resolução: Como Sn = n2 + 2n, ∀n ∈ N, temos:
a amais do que no dia anterior.
Sabendo-se que ao final de 15 dias
S1 = 12 + 2 · 1 = 3 ⇒ a1 = 3 ele correu um total de 67500 metros,
qual o número de metros percorridos
S2 = 22 + 2 · 2 = 8 ⇒ a1 + a2 = 8 ⇔ a2 = 5 no 3º dia?

e a P.A é
3, 5, 7, 9, . . . .
matemática 12º ano 27

Exemplo 2.1.12 Calcule a soma dos primeiros 2017 números ímpares.

Resolução: Temos que calcular 36. Calcule a soma dos primeiros 2017
números naturais.

1+3+5+7+...
| {z }
2017 parcelas

A sucessão dos números ímpares (1, 3, 5, 7, . . .) é uma P.A (digamos un )


cujo primeiro termo u1 = 1, razão r = 2 e termo geral un = 2n − 1.

Com efeito, aplicando a fórmula


u1 + u n
Sn = ×n
2
sendo u1 = 1, u2017 = 4033.
1 + 4033
S2017 = × 2017 = 4 068 289
2

Exemplo 2.1.13 Uma fábrica de camisas vendeu no primeiro mês


deste ano 2500 camisas. O departamento de marketing tem como
objetivo aumentar as vendas de 150 camisas em cada mês do ano. Se
o objetivo foi conseguido, quantas camisas foram vendidas no final
do ano?

Resolução: Sabe-se que 37. Usando-se um conta-gotas, um pro-


duto químico é misturado a uma
quantidade de água da seguinte
u1 = 2500 e que r = 150. forma: a mistura é feita em interva-
los regulares, sendo que no primeiro
Como um ano tem 12 meses, então vamos calcular a soma das camisas ven- intervalo são colocados 4 gotas, e nos
intervalos seguintes são colocados 4
didas durante os 12 meses do ano.
gotas mais a quantidade misturada
Substituindo os dados na fórmula da soma, temos que no intervalo anterior. Sabendo-se que
no último intervalo o número de go-
u1 + u12 tas é 100, qual o total de gotas do
S12 = · 12 (2.3)
produto misturado à água?
2
Para determinar o valor da soma, precisamos conhecer u12 . Como se sabe
38. Para a exibição de um Show, as 800
que pessoas de um teatro de uma arena
u12 = u1 + 11r ⇔ u12 = 2500 + 11 · 150 = 4150. serão dispostas em filas circulares,
com 20 cadeiras na primeira fila, 24
Substituindo u12 em (2.3), vem que cadeiras na segunda fila, 28 cadeiras
na terceira, e assim sucessivamente.
2500 + 4150 Quantas filas serão dispostas no tea-
S12 = · 12 = 8650 · 6 = 399 000. tro?
2
Logo, no final do ano foram vendidas 399 000 camisas.
28 esacs - 2016/17

2.2 Progressões Geométricas

2.2.1 Definição

Consideremos definida por recorrência a sucessão (un ):


(
u1 = 3
u n +1 = 5 · u n , ∀n ∈ N
Termos da sucessão (un )
u n +1
Como = 5, o quociente entre cada termo e o termo anterior é {un } = {3, 15, 45, 135, . . .}
un
constante e igual 5. (veja alguns dos termos ao lado). A esta sucessão
chama-se progressão geométrica de razão 5.
39. Obtenha a razão de cada uma das
seguintes progressões geométricas:
Definição: Chama-se progressão geométrica (abreviamos P.G) a
(a) 5, 15, 45, . . .
toda sucessão, de termos não nulos, em que é constante o quociente
(b) −12; −3; −0, 75; . . .
entre cada termo e o anterior. √ √ √
(c) 2 2, 4 6, 24 2, . . .
Simbolicamente, temos: 2 2
(d) −10, −2, − , − , . . .
u n +1 5 25
(un ) é uma P.G ⇔ = r (com r constante), ∀n ∈ N.
un

Asim como para as progressões aritméticas, o número real r que aparece


na definição de uma P.G, é a razão da mesma.

Isto é, se u1 , u2 , u3 , . . . , un , são n termos consecutivos de uma progressão


geométrica temos que

u2 u u
= r; 3 = r; . . . , n+1 = r;
u1 u2 un

ou seja,
u2 u u u
= 3 = 4 = . . . = n +1 .
u1 u2 u3 un

2.2.2 Monotonia de uma progressão geométrica

Seja ( an ) uma progressão geométrica de razão r:

• Se r < 0, ( an ) não é monótona porque os termos são alternadamente


positivos e negativos.
Quadro resumo Monotonia PG
• Se 0 < r < 1 e a1 < 0 ou r > 1 e a1 > 0, então ( an ) é monótona Crescente a1 > 0 e r > 1
crescente. a1 < 0 e 0 < r < 1

Exemplo 2.2.1 Constante r=1


  Decrescente a1 > 0 e 0 < r < 1
1
−8, −4, −2, −1, . . . r = e a1 = −8 a1 < 0 e r > 1
2

4, 8, 16, 32, . . . (r = 2 e a1 = 4)

40. Escreva o termo geral de uma pro-


• Se r = 1, ( an ) é constante. gressão geométrica ( an ) que seja:
• Se 0 < r < 1 e a1 > 0 ou r > 1 e a1 < 0, ( an ) é monótona decrescente. (a) crescente e a1 = 2;
(b) decrescente e a3 = 12
(c) não monótona e a5 = −16
matemática 12º ano 29

Exemplo 2.2.2
 
1
8, 4, 2, 1, . . . r= e a1 = 8
2

−4, −8, −16, −32, . . . (r = 2 e a1 = −4)

Exemplo 2.2.3 Prove que a sucessão de termo geral

u n = 3 · 6n −2

é uma progressão geométrica e classifique-a quanto a monotonia.

Resolução: Atendendo a definição 41. Prove que as sucessões cujos termos


gerais são progressões geométricas e
u n +1 classifique-as quanto a monotonia
(un ) é uma PG ⇔ = r, ∀n ∈ N.
un   n +2
1
(a) an =
Então, temos que 2
(b) bn = 5 · (−2)n+1
u n +1 3 · 6n +1−2 6n −1 (
= = = 6n−1−(n−2) = 6. (c)
v1 = 9
vn
un 3 · 6n −2 6n −2 v n +1 = , ∀n ∈ N
3
Logo, (un ) é uma progressão geométrica de razão 6. Para estudar a monoto-
nia temos de calcular u1 .
Atendendo a que
1 1
u1 = 3 · 61−2 = 3 · = ,
6 2
ou seja, r > 1. Logo concluímos que (un ) que é uma progressão geométrica
monótona decrescente, visto que u1 > 0 e r > 1.

2.2.3 Termo geral de Progressão Geométrica

Consideremos uma progressão geométrica (un ) em que u1 6= 0 e r 6= 0. Da


definição resulta que, para todo o n, tem-se
u n +1
= r ⇔ un+1 = un · r,
un
logo,

u1 = u1
u2 = u1 · r
u3 = u2 · r ⇔ u3 = u1 · r · r = u1 · r 2
u4 = u3 · r = u1 · r 2 · r ⇔ u4 = u1 · r 3
..
.
u n = u n −1 · r = u 1 · r n −2 · r = u 1 · r n −1

o que nos leva a concluir que

u n = u 1 · r n −1 .

Disto resulta o seguinte teorema:

Teorema 2.2.4 Numa progressão geométrica, em que o primeiro termo


é u1 e razão é r, o n-ésimo termo é

u n = u 1 · r n −1 , ∀n ∈ N
30 esacs - 2016/17

Nota
Exemplo 2.2.5 Escreva o termo geral de uma progressão geométrica Porquê que as progressões geométri-
cas são chamadas geométricas?
(un ), sabendo que o primeiro termo é igual a 5 e a razão é igual a 7. Note que cada termo é a média geomé-
trica dos dois vizinhos.
Resolução: O seu termo geral é: A média geométrica√ entre dois números
a e b é definida por ab.
a n = 5 · 7n −1 .

Podemos também determinar o termo geral de uma P.G, conhecendo a


razão e um termo de ordem k qualquer. Vejamos:

Se uk é um termo qualquer de uma progressão geométrica un vem, substi-


tuindo n por k, uk = u1 · r k−1 .

Então,
un u · r n−1 un
= 1 k−1 ⇔ −
1−k+1 ⇔ u = u · r n−k
= r n n k
uk u
 1·r uk

Propriedade 2.2.1 A relação entre dois quaisquer termos de uma progres-


são geométrica (un ) é dada pela seguinte fórmula:

un = uk · r n−k , ∀n ∈ N

Uma progressão geométrica fica bem definida conhecendo-se um termo


qualquer e a razão.

Exemplo 2.2.6 Escreve o termo geral de uma progressão geométrica


1
( an ), sabendo que o quarto e o nono termo são respectivamente 4 e .
8

Resolução: Para escrever a expressão do termo geral da progressão, vamos 42. Escreva uma expressão do termo ge-
ral de uma progressão geométrica
utilizar a fórmula (un ) em que se conhece:
un = uk · r n−k , ∀n ∈ N 1
(a) u1 = 8 e u6 =
4
Isto é,
(b) u3 = 16 e r = 2
u n = u 4 · r n −4 , ∀ n ∈ N
(c) r = 2 e u2 + u5 = 54
Para isso precisamos conhecer a razão da progressão.
Sabe-se que

1 1 1
u9 = u4 · r 5 ⇔ = 4 · r5 ⇔ r5 = ⇔r= .
8 32 2
Logo,
  n −4  n  n
1 1 4 1
un = 4 · = 4· · 2 = 64 · .
2 2 2
Como   −6
1
64 = 26 = ,
2
podemos escrever
  n −6
1
un = .
2
matemática 12º ano 31

2.2.4 Soma de n primeiros termos de uma P.G

Consideremos os n primeiros termos de uma progressão geométrica (un )


de razão r e primeiro termo u1 :

u1 , u2 , u3 , . . . , u n .

Vamos procurar uma fórmula que permita calcular a soma Sn de todos


estes termos:
Sn = u1 + u2 + u3 + . . . + u n
Atendendo a que

u2 = u1 · r; u3 = u1 · r2 , . . . , un = u1 · r n−1 ,

pode escrever-se
 
S n = u 1 · 1 + r + r 2 + . . . + r n −1 (2.4)

e  
r · Sn = u1 · r + r 2 + r 3 + . . . + r n (2.5)
Subtraindo membro a membro (2.4) e (2.5), vem:

Sn − r · Sn = u1 (1 − r n ) ⇔ Sn (1 − r ) = u1 (1 − r n ).

Supondo que r 6= 1, resulta que

1 − rn
Sn = u1 · .
1−r
Disto resulta o seguinte teorema:

Teorema 2.2.7 A soma dos n termos iniciais de uma progressão geomé-


trica é
1 − rn
Sn = u1 · , com r 6= 1.
1−r

Portanto, podemos calcular a soma de n termos consecutivos de uma


progressão geométrica conhecendo o primeiro e a razão, lembrando que
essa fórmula só pode ser usada se r 6= 1.

Se a razão da progressão geométrica é 1, então todos os termos são iguais.


Por exemplo: 2, 2, 2, . . .

Genericamente u1 , u1 , u1 , . . . , u1 . Neste caso, a soma será dada pela


fórmula

Sn = n · u1 se r = 1.

Propriedade 2.2.2 A soma de n termos consecutivos de uma progressão


geométrica a partir do termo de ordem k inclusive é dada pela fórmula

1 − rn
Sn = u k · , com r 6= 1.
1−r
32 esacs - 2016/17

Exemplo 2.2.8 O quarto e o oitavo termos de uma progressão geomé-


trica crescente (un ) são, respectivamente 4 e 64. Determine o primeiro
termo, a razão e a soma dos dez primeiros termos da sucessão.
Resolução: Sabe-se que 43. Determine a soma dos 10 primeiros
termos de uma progressão geomé-
u8 = u4 · r4 ⇔ 64 = 8r4 ⇔ r4 = 16 ⇔ r = 2 ∨ −
r= 
2 ⇔ r = 2, trica em que o termo geral é un = 3n .

pois (un ) é monótona crescente. E ainda que 44. Numa P.G, S5 = 1, 21 e a razão é −2
Calcule u6 .
1
u4 = u1 · r3 ⇔ 4 = u1 · 23 ⇔ u1 = .
2 45. Seja ( an ) uma P.G de razão 2 em que
1
Para calcular a soma dos 10 termos da sucessão, utilizamos a fórmula a1 = .
2
Calcule a soma a9 + a10 + . . . + a18 .
1 − rn
Sn = u1 · .
1−r
Assim,

1 − r10 1 1 − 210 1 1 − 1024 1023


S10 = u1 · = · = · = = 511, 2.
1−r 2 1−2 2 −1 2

Exemplo 2.2.9 Resolva o problema proposto na introdução deste ca-


pítulo.
Resolução: Como um tabuleiro de xadrez tem 64 casas, trata-se de obter a
soma dos 64 termos de uma progressão geométrica, cujo primeiro termo a1 é
igual a 1 e razão igual a 2, ou seja, o termo geral é

a n = 2n −1

Aplicando a fórmula da soma

1 − rn
Sn = a1 ·
1−r
ao nosso caso do tabuleiro de xadrez, em que n = 64 obtemos:

1 − 264
S64 = 1 · = 18 446 744 073 709 551 615. De facto, nem a Índia inteira, semea-
1−2 dos todos os seus campos, não produzi-
ria, num século, tal quantidade de trigo.
Isto mesmo, 18 quintilhões, 446 quatrilhões, 744 trilhões, 73 bilhões, 709 Não se admira portanto que Sessa tenha
milhões, 551 mil, 615 (ufa!) - um número astronômico! Como se vê, o retirado a proposta de recompensa feita
ao rei.
criador do xadrez não tinha nada de bobo!

2.2.5 Problemas

Exemplo 2.2.10 As raízes da equação x2 − 5x + 6 = 0 são dois pri-


meiros termos de uma P.G crescente. Determine u2 , a razão e o termo
geral.
Resolução: Resolvemos a equação quadrática, 46. Escreva uma expressão do termo ge-
ral de uma P.G de razão 2, sabendo
x2 − 5x + 6 =⇔ x = 2 ∨ x = 3 que a soma dos primeiros 5 termos é
igual a 62.

Como a P.G é crescente faremos u1 = 2 e u2 = 3.


u2 3 3 47. Calcule três termos consecutivos de
Pela definição, = r ⇔ r = . A razão é . uma P.G sabendo que a sua soma é
u1 2 2
O termo geral vem, igual a 14 e seu produto é igual a 64.
  n −1
3
un = 2 ·
2
matemática 12º ano 33

Exemplo 2.2.11 Um cliente maçador sempre aborrecia o seu alfaiate


com pedidos insistentes de descontos. Certa vez tratava-se de um fato
de 30 contos, o alfaiate já farto disse-lhe:
"Pois então leve o fato de graça e pague-me só os 12 botões do casaco: 10 es-
cudos pelo primeiro botão, 20 escudos pelo segundo, 40 escudos pelo terceiro
e assim sucessivamente."
Encantado, o cliente, aceitou o negócio. Quem foi o espertalhão?

Resolução: Sabe-se que 48. Uma alga cresce de modo que a cada
dia ela cobre uma superfície de área
igual ao dobro da coberta no dia ante-
n = 12, u1 = 10, u2 = 20, u3 = 40, . . . , e portanto r = 2. rior, isto é, no primeiro dia ela cobre
um metro quadrado de superfície, no
Substituindo os dados na fórmula da soma, temos que segundo dia 2 metros quadrados, no
terceiro dia 4 metros quadrados, e as-
1 − 212 1 − 4096 sim sucessivamente. Quantos metros
S12 = 10 · = 10 · = 40950. ela vai cobrir no final de 9 dias?
1−2 −1
Portanto, o cliente vai pagar pelos 12 botões 40950 escudos. O que podemos
concluir que, o alfaiate foi o espertalhão.

Exemplo 2.2.12 Encontre x e y de modo que a sequência (15 , y, x)


seja uma P.A de termos positivos e a sequência (x − 2, 12, 5y − 2)
seja uma P.G.

Resolução: Se (15, y, x) é uma P.A, então 49. A sucessão

8, 2, a, b, . . .
15 + x
y= (2.6) é uma P.G e a sucessão
2
3
b, , c, . . .
Se (x − 2, 12, 5y − 2) é P.G, então 16
é uma P.A
122 = ( x − 2)(5y − 2) (2.7)
(a) Qual é o valor de c?
(b) O número a pertence à P.A? Em
Substituindo (2.6) em (2.7), encontramos
caso afirmativo, qual a sua or-
  dem?
5x + 75
144 = ( x − 2) − 2 ⇔ x = 5 ∨ x = 17, 2
2

• Quando x = 5, em (2.6) encontramos y = 10; assim a P.A é (15, 10, 5)


e a P.G é (3, 12, 48).

• Quando x = −17, 2, em (2.6) encontramos y = −1, 1 e teríamos a P.A


(15; −1, 1; −17, 2), que não possui todos os termos positivos. Assim
esse caso não ocorre.
34 esacs - 2016/17

Exercícios do Capítulo 2

1. Escreva os cinco primeiros termos de uma progressão arit- 13. Calcule a soma dos primeiros 2014 números ímpares.
mética em que o 1◦ termo é −2 e a razão é:
14. Calcule a soma dos inteiros relativos entre −20 e 50, inclu-
(a) 2 (b) −3 1 (d) 0 sive.
(c)
2
15. Mostre que a soma dos n primeiros números naturais é
2. Sabendo que numa P.A (un ), u5 = 14 e u8 = 23, determine n ( n + 1)
a razão da progressão. 2
3. Averigúe se (un ) é uma progressão aritmética se: 16. Utilizando os conhecimentos sobre progressões aritméticas,
calcule:
5 4n 4
(a) un = − (c) un = (a) 7 + 14 + 21 + . . . + 77
3 3 n
2 (b) 14 + 10, 5 + 7 + 3, 5 + . . . + (−17, 5)
(b) un = n2 + 1 (d) un = n − 1
3 (c) 64 591 + 64 486 + 64 381 + . . . + 63 436
4. Para que valores de x as expressões x + 1, 3x2 + 4 e
17. Qual é o número  mínimo de termos que se deve somar na
5x2 + 2x + 5 são termos consecutivos de uma P.A? Escreva 7 3
a expressão do termo geral. P.A.: , 1, , . . . , a partir do primeiro termo, para que a
5 5
5. Dada a P.A.: {2, x, 10, y, 18, 22, z, 30, . . .}, calcule x, y e soma seja negativa?
z. 18. Uma sucessão a1 = −5 e an+1 = an + 3, ∀n ∈ N
6. Determine x para que a sequência (a) Mostre que ( an ) é uma progressão aritmética e indique
a razão da progressão.
{3x − 4; x + 12; 9x − 12}
(b) Escreva an em função de n
forme uma P.A.
(c) Calcule: a6 + a7 + . . . + a18
7. Determine o termo de ordem 500 na progressão aritmética (d) Determine n sabendo que: a6 + a7 + . . . + an = 913
em que os cinco primeiro termos são: (
u1 = 2
1 1 3 19. Seja a sucessão (un ) definida por
− , 0, , 1, . u n +1 = u n − 7
2 2 2
(a) Calcule os quatro primeiros termos
(b) A sucessão (un ) é uma progressão aritmética?
8. Escreva o termo geral da progressão arimética em que:
(c) Estude quanto a monotonia a sucessão (un )
(a) u1 = 3 e r = 10 (d) u6 + u8 = 28 e r = 3 (d) Escreva un em função de n
(b) u2 = 10 e u4 = 20 (e) Se a soma dos primeiros p termos de (un ) é −93, quan-
(c) u3 = −10 e r = 5 (e) u10 = 5 e u30 = −5 tos termos se somaram?

9. As raízes da equação 3x2 + 2x = 1, são os dois primeiros 20. Considere (un ) uma progressão aritmética de razão r,
termos de uma progressão aritmética decrescente. Deter- sendo u1 o primeiro termo e Sn a soma dos n primeiros
mine uma expressão do termo geral desta progressão. termos da sucessão:

10. Quantos são os múltiplos de 5 que podemos escrever com (a) se u1 = 3 e r = 4, calcule u7 , u15 e S10
três algarismos? (b) se u5 = 6 e r = −2, calcule u1 , u10 e S5

11. Determine a soma dos n primeiros termos da progressão (c) se u4 = 16 e u9 = 34, calcule u1 , e r
aritmética. (d) se r = 4, u5 = 17 e Sn = 549, calcule u1 , e n
(a) 6, 18, 30, 42, . . . , n = 20 (e) se u4 + u5 + u6 = 63 e u10 + u12 = 102, calcule r e u1
(b) −6, −2, 2, 6, . . . , n = 10 21. Calcule três termos consecutivos de uma progressão aritmé-
(c) 0, 5; 0, 9; 1, 3; 1, 7; . . . , n = 18 tica, sabendo que a sua soma é igual a 12 e o seu produto
(d) a2 = 3, 5; a12 = 7, 5; n = 100 igual a 48.

12. Calcule cada uma das seguintes somas: 22. Três números estão em progressão aritmética (isto é, são
termos consecutivos de uma progressão aritmética), a sua
10 10
soma é 3 e o seu produto −3. Quais são esses números?
(a) ∑n (d) ∑ (2n − 1)
n =1 n =1
23. Escreva os cinco primeiros termos da progressão geomé-
100 100
n+1
(b) ∑ 3n (e) ∑ trica em que:
n =1 n =1
2
50 30 100
8 − 2n (a) a1 = −3 e r = 2 (c) a4 = −1 e r = −1
(c) ∑ n− ∑ n (f) ∑ 4 (b) a2 = 10 e r = −2 (d) a4 = 6 e a2 = 3
n =1 n =1 n =0
matemática 12º ano 35


24. Verifique se são progressões geométricas e, em caso afirma- 39. Numa P.G crescente, o segundo termo é igual a 3eo
tivo, indique a razão das sucessões de termos gerais. terceiro termo é triplo do primeiro.
(a) Escreva uma expressão do termo geral da progressão;
(a) 51−n (c) (−1)2n+1 −1
(e) (b) Calcule a soma dos 10 primeiros termos da progressão,
  n +3  3− n 5n
1 1 n apresentado o resultado com denominador racional.
(b)
2
(d) 2
3 (f) − (0, 4)n+1
2 40. A sucessão (un ) é uma progressão geométrica de razão 0, 3
25. Determine o valor de x , de modo que a sequencia e u2 = 0, 9.
{3x+1 , 34− x , 33x+1 } seja uma progressão geométrica.
(a) Escreva o termo geral da progressão
26. Determine o número x de modo que 6, x e 8, 64 sejam três (b) Determine o termo de ordem 20
termos consecutivos de uma progressão geométrica. (c) Calcule a soma dos 10 primeiros termos.
27. As raízes da equação x2 − 5x + 6 = 0 são os dois primeiros 41. Considere a seguinte progressão geométrica:
termos de uma P.G crescente. Determine u2 , a razão e o
π π2 π3 π4 π5
termo geral. , , , , , ...
2 4 8 16 32
28. Sabendo que a sucessão (un ) é uma progressão aritmé- (a) Escreva o termo de ordem 10
tica, prove que a sucessão (vn ) definida por vn = kun (b) Calcule o valor aproximado de S10 com duas casas deci-
(k ∈ R \ {0, 1}) é um progressão arimética. mais.
29. Escreva o termo geral de uma progressão geométrica ( an ) 42. Considere a sucessão definida por recorrência
que seja:
(
b1 = 5
(a) crescente e a1 = 2 bn+1 = 2bn , ∀n ∈ N
(b) decrescente e a3 = 12 (a) Mostre que se trata de uma progressão geométrica de
(c) não monótona e a5 = −16 razão 2 e escreva uma expressão do termo geral;
(b) Calcule b2 , b4 e b6 e verifique que b2 · b6 = (b4 )2 ;
30. Determine o termo de ordem 60 de uma progressão geo-
métrica em que a1 = 5 e a2 = −10. (c) Calcule a soma dos 4 primeiros termos da sucessão.

31. Determine o 10◦ termo de uma progressão geométrica em  u1 = 1

43. Seja ( u n ) a sucessão assim definida: 5
que u7 + u6 = −488 e a razão é 3 n+1
 u n +1 =
 · un
3n
32. Determine o termo geral de uma progressão geométrica
(a) Calcule u2 e u3
em que: un
(b) Mostre que a sucessão de termo geral vn = é uma
n
(a) a2 = 6 e a3 = 18 (b) a2 = 8 e a4 = 128 progressão geométrica.
(c) Escreva o termo geral da sucessão (vn ) em função de n.
33. Calcule a soma dos 10 primeiros termos da progressão
  n −2 44. Numa progressão geométrica, tem-se u3 = 90 e u6 = 2430.
1
geométrica de termo geral: an = . Determine:
2
34. Calcule: (a) u1 e razão (b) S10
2 4 6 8 10
(a) 1 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 45. A soma dos seis primeiros termos de uma progressão geo-
1 1 1 1 1 63
(b) + + + . . . + 21 métrica (un ) de razão r = é .
4 8 16 2 2 8
1 1 1 1 (a) Determine u1
(c) + + +...+
3 6 12 1536 (b) Escreva a expressão do termo geral e calcule u20
35. Numa progressão geométrica de termos positivos, (c) Calcule a soma dos 10 primeiros termos consecutivos a
u3 = 208 e u5 = 3328. partir do termo de ordem 20, inclusive.
46. Determine x, y e z, sabendo que x, y e z são termos
Calcule a soma dos cinco termos consecutivos a partir doconsecutivos de uma progressão aritmética, z, y − 1 e x
2◦ , inclusive. são termos consecutivos de uma progressão geométrica e
36. A soma de n primeiros termos de uma progressão geo- x + y + z = 15.
métrica é 2186. Determine n, sabendo que a razão da 47. Determine a, b, c e d sabendo que os três primeiros termos
progressão é 3 e o primeiro termo é 2. são termos consecutivos de uma progressão geométrica ,
37. Calcule a soma das primeiras 10 potências de base 2 e os três últimos são termos consecutivos de uma progressão
expoente natural. aritmética, e ainda que a + d = 14 e b + c = 12.

38. Simplifique a expressão utilizando progressões geométri- 48. A soma de três números que são termos consecutivos de
cas: uma progressão geométrica é 70.
1 1 1 1 Se multiplicarmos o primeiro por 4, o segundo por 5 e o
3 + 9 + 27 + 81
1 1 1 1 terceiro por 4, os números resultantes estão em progressão
5 + 25 + 125 + 625
aritmética. Determine os números.
36 esacs - 2016/17

49. Um auditório tem 30 filas de lugares sentados. Na pri- 60. Um professor de educação física organizou seus 210 alunos
meira fila tem 15 lugares, na segunda fila 17, na terceira 19 para formar um triângulo. Colocou um aluno na primeira
e assim sucessivamente. linha, dois na segunda, três na terceira, e assim por diante.
Quantos lugares sentados tem o auditório? Quanto é número de linhas do triângulo.
50. Um atleta resolveu aumentar em cada dia 3 km nos treinos. 61. A Ana descobriu que a namorada do Victor, campeão de
Se no primeiro dia correu 20 km, quantos quilómetros cor- surf, era a Nini. Num minuto ela contou a quatro colegas
reu no total ao fim de 20 dias? da escola e cada uma destas contou a outros quatro no
51. Um ciclista percorre 20 km na primeira hora; 17 km na se- minuto seguinte e assim sucessivamente.
gunda hora, e assim por diante, em progressão aritmética. (a) Quantos vão transmitir a notícia ao fim de quatro minu-
Quantos quilómetros percorrerá em 5 horas de treino? tos?
52. Num cofre há 1000 moedas iguais, retirando 10 moedas na (b) Quanto tempo levaria para que 3000 alunos estivessem
1a vez, 30 na 2a , 50 na 3a e assim sucessivamente, depois a transmitir a noticia?
de quantas retiradas o cofre ficará vazio.
62. Se cada coelha de uma colónia gera três coelhas, qual o
53. Folheando uma revista, na página 56 um homem avista número de coelhas da 7a geração que serão descendentes
uma mulher muito atraente e pára para ver. A revista de uma única coelha?
estava rasgada em seu começo, iniciando-se na página 8.
Ele chegou na página da atraente mulher em 13 folheadas. 63. Um Homem foi multado 5 vezes, tendo duplicado de cada
Quantas páginas o tarado passava em uma folheada? vez que pagava nova multa. A última multa que pagou foi
de 816$00. Quanto pagou ao todo?
54. O Victor depositou num banco, 500 contos e resolveu aí
colocar, todos os meses, 50 contos. 64. O Jorge resolveu vender os selos de uma colecção completa
Assim, decorrido um mês, o Victor tinha 550 contos no do seguinte modo: O 1◦ selo vendia por 300$00 e cada selo
banco. seguinte venderia pelo dobro do preço anterior. Sabendo
Se t é o total de dinheiro depositado e n o número de que ao fim da venda total ele contou 76.500$00, determine
meses, escreva t em função de n. quantos selos tinha a colecção do Jorge.
Ao fim de quantos meses o Victor terá 50 000 contos depo-
65. As medidas, expressas em graus, dos ângulos internos de
sitados no banco?
um quadrilátero, constituem termos consecutivos de uma
55. Um pai em cada aniversário do seu filho, deposita no banco progressão geométrica de razão 2. Qual é a medida de
uma quantia em contos igual á idade do filho. No dia em cada ângulo interno do quadrilátero?
que essa poupança for de 153 contos, que idade terá o
filho? 66. Uma bola caiu da altura de 82 metros. Cada vez que toca
1
56. O Sr. Adriano aceitou um emprego em que no primeiro o solo, sobe de novo até da distância anterior.
2
ano de trabalho ganha um total de 16 800 escudos e nos (a) De que altura caiu a bola quando tocou o solo pela
quatro anos seguintes terá m aumento anual de 1700 escu- sétima vez?
dos.
(b) Que distância percorre a bola até que pare.
Quanto ganhará o Sr. Adriano nos cinco anos completos
de trabalho? 67. O Sr. Viriato quer comprar um carro que custa 2295 contos.
O stand propõe que o pagamento seja feito em 8 prestações
57. Em um certo telhado, as telhas dispõem-se de modo que
de acordo com a seguinte regra: a segunda prestação será
cada fila tem 2 telhas a mais que a anterior. Um telhadista
o dobro da primeira, a terceira o dobro da segunda e assim
está calculando quantas telhas precisa para as 4 faces do
sucessivamente. Calcule quanto pagará o sr. Viriato na
telhado. Ajude-o a calcular o número de telhas sabendo
primeira prestação.
que cada face leva 4 telhas na primeira fileira e 38 na última
fileira de cima para baixo. 68. Alguns tipos de células reproduzem-se por bipartição, isto
58. Um escritor escreveu, em certo dia, as 20 primeiras linhas é, cada uma delas divide-se em duas, dando cada uma das
de um livro. A partir desse dia, ele escreveu, em cada dia, metades origem a uma nova célula completa. Em condi-
tantas linhas quantas havia escrito no dia anterior mais 5 ções ideais a bipartição dá-se de 4 em 4 horas. Sabendo
linhas. O livro tem 17 páginas, cada uma com exatamente que inicialmente existiam 50 células, quantas existirão ao
25 linhas. Em quantos dias o escritor terminou de escrever fim de 24 horas?
o livro?
69. Em uma experiência de laboratório, um frasco recebe no
59. Um doente toma duas pílulas de certo remédio no primeiro primeiro dia do mês 3 gotas de um determinado liquido,
dia, quatro no segundo dia, seis no terceiro dia e assim no segundo dia recebe 9 gotas, no terceiro dia recebe 27
sucessivamente até terminar o conteúdo do vidro. Em gotas, e assim por diante. No dia em que recebeu 2187
quantos dias terá tomado todo o conteúdo, que é de 72 gotas ficou completamente cheio. Em que dia do mês isso
pílulas? aconteceu?
3 L IMITES DE SUCESSÕES

"A parte que ignoramos é muito maior que tudo quanto sabemos"
Platão

Introdução

No século V a.C o grego Zenão de Eleia propôs o clássico paradoxo de Aquiles e da tartaruga que surpreendeu os
filósofos daquele tempo:
Historial...
«Numa corrida entre Aquiles e uma tartaruga, esta começa a andar com um
Muito pouco se sabe sobre este filósofo
avanço de 100 metros, mas Aquiles corre 10 vezes mais depressa do que ela. grego. Fazia parte da corrente Sofista
Dizia Zenão: e seus paradoxos contribuíram para
fomentar a investigação sobre o conceito
«Aquiles percorre 100 m e chega ao ponto de onde parte a tartaruga; entretanto, de infinito.
a tartaruga percorre um décimo do que percorreu Aquiles e, portanto, está 10 m
à frente dele; Aquiles corre estes 10 metros e a tartaruga corre um metro e fica à
frente dele um metro; quando Aquiles anda este metro, tartaruga anda um decí-
metro. Portanto, Aquiles está sempre a aproximar-se da tartaruga mas nunca a
apanha.»

Esse paradoxo, e outros propostos por Zenão, só vieram a ser solucionados


muitos séculos depois com o desenvolvimento da Matemática nomeada-
mente a aplicação do cálculo de limites na soma de infinitos números.

Após terminar o seção "Soma de todos os termos de uma progressão


geométrica", resolva este problema.

Zenão de Eleia, 490 a.C-425 a.C

3.1 Vizinhança de um número real


x

Dizemos que x é valor aproximado de a com erro inferior a δ se: | x − a| < δ,


sendo | x − a| o erro de x em relação a a. a−δ a a+δ
Repare-se que:
50. Indique os erros de 3; −2; 1, 7 e 2, 01
| x − a| < δ ⇔ x − a < δ ∧ x − a > −δ relativamente ao número 2.

⇔ x < δ + a ∧ x > −δ + a
51. Considere a sucessão de termo geral
⇔ a−δ < x < a+δ
3n + 1
un =
x ∈] a − δ, a + δ[ n
(a) Defina em compreensão o con-
junto dos termos da sucessão que
são valores aproximados de 3 a
menos de 0, 01.
(b) Dos termos referidos em (a), cal-
cule o de menor ordem.
38 esacs - 2016/17

Definição: Ao intervalo ] a − δ, a + δ[ chama-se vizinhança de cen-


tro a e raio δ e representa-se por Vδ ( a), isto é

Vδ ( a) =] a − δ, a + δ[.

Portanto, vizinhança de a de raio δ é o conjunto de todos os valores 52. Represente, usando intervalos de nú-
meros reais:
aproximados de a com erro inferior a δ.
(a) V0,1 (5) (b) V0,02 (4, 36)
Exemplo 3.1.1 Aplicando a definição temos, por exemplo:

V0,1 (3) = ]3 − 0, 1; 3 + 0, 1[ = ]2, 9; 3, 1[ 53. Defina como vizinhança os conjuntos


seguintes:
Qualquer intervalo de números reais aberto pode ser escrito sob a forma
(a) ]5, 7[ (b) ]2, 32; 2, 48[
de vizinhança do seguinte modo:
  (c) { x ∈ R : | x − 3| < 0, 02}
b+a
] a, b[ = V b−a (d) { x ∈ R : 1, 47 < x < 1, 49}
2 2

54. Considere a sucessão de termo geral


Exemplo 3.1.2 Escreva sob a forma de vizinhança, o intervalo ]10, 6; 11, 4[.
3n + 2
un = .
2n + 3
Resolução: Quebra de linha Verifique que é verdadeira a proposi-
ção
 
11, 4 + 10, 6
]10, 6; 11, 4[ = V 11,4−10,6 = V0,4 (11)
2
 
2 3
n > 11 ⇒ un ∈ V0,1 .
2

3.2 Limite de uma sucessão

n−1
Consideremos a sucessão (un ) de termo geral un = .
n
Calculemos os seus primeiro termos e esbocemos o seu gráfico.

1 2 3 4 99
u1 = 0; u2 = ; u3 = ; u4 = ; u5 = ; . . . ; u100 = ; ...
2 3 4 5 100
Verifica-se que os termos da sucessão se vão aproximando de 1
Analisemos o erro de cada termo em relação a 1:
un
• u1 = 0 → |0 − 1| = 1
1
1 1
− 1 = 1 = 0, 5

• u2 = →
2 2 2
2

2 2
− 1 = 1 = 0, (3)
3
• u3 = → 1
3 3 3
2
3 3
− 1 = 1 = 0, 25

• u4 = →
4 4 4

4 4
− 1 = 1 = 0, 2

• u5 = →
5 5 5
10 · · · 100 n

0 1 2 3 4 5 6 7

99 99 1
• u100 = → − 1 = = 0, 01
100 100 100 55. Considere a sucessão de termo geral

Observa-se que os erros estão a aproximarem-se de zero, logo os termos 5n + 3


un = .
n
da sucessão se aproximam de 1. Portanto, fixando um erro qualquer δ,
(a) Quais os termos da sucessão que
podemos sempre determinar uma ordem a partir da qual todos os termos são valores aproximados de 5 com
da sucessão são valores aproximados de 1, com erro inferior a δ, isto é, erro inferior a 0, 03?
(b) Prove, aplicando a definição que
a sucessão tende para 5.
matemática 12º ano 39

∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ |un − 1| < δ


ou
∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ un ∈ Vδ (1) .
Neste caso, dizemos que 1 é o limite da sucessão e representa-se por:
lim un = 1 ou un → 1 (lê-se un tende para 1 ou un converge para 1).

Definição: Uma sucessão (un ) tem por limite a, tende para a ou


converge para a, a ∈ R, sse para todo o δ ∈ R+ existe uma ordem p
(natural) a partir da qual todos os termos da sucessão são valores
aproximados de a a menos de δ, ou seja, todos os termos da sucessão
pertencem ao intervalo ] a − δ, a + δ[.
Simbolicamente, tem-se:

lim un = a ⇔ ∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ |un − a| < δ

ou, na linguagem de vizinhança:

lim un = a ⇔ ∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ un ∈ Vδ ( a).

Exemplo 3.2.1 Aplicando a definição, mostre que a sucessão de termo


2n
geral an = tende para 2.
n+3

Resolução: Aplicando a definição de limite neste caso vem, 56. Aplicando a definição de limite de
uma sucessão, prove que:

lim an = 2 ⇔ ∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ | an − 2| < δ. (a) lim


2 + 3n
=
3
5n 5
Ora, 4n
(b) lim =2
2n + 1

2n − 2n − 6 −6
 
2n 3n
| a n − 2| < δ ⇔ − 2 < δ ⇔ (c) lim 1 − = −2
< δ ⇔ n + 3 < δ

n+3 n+3 n+1
2
6 (d) lim =0
⇔ < δ ⇔ 6 < nδ + 3δ ⇔ nδ + 3δ > 6 n
n+3
6 − 3δ
⇔n> .
δ

6 − 3δ 2n
Portanto, podemos escrever n > ⇒
− 2 < δ e, con-
δ 2n + 3
6 − 3δ
sequentemente, tomando p um número natural maior ou igual a ,
δ
temos que é verdadeira a proposição

∀δ > 0 ∃ p ∈ N ∀n ∈ N, n > p ⇒ | an − 2| < δ.

Então, lim an = 2 ou an tende para 2.


40 esacs - 2016/17

3.3 Sucessões convergentes

Definição: Uma sucessão (un ) é convergente sse tem por limite um


número real a. Dizemos que a sucessão tende para a, converge para
a ou que o seu limite é a.
Simbolicamente escreve-se:

lim un = a ou un → a, com a ∈ R.

Exemplo 3.3.1 Mostre, a partir da definição, que a sucessão

4n + 1
un =
3n + 1
4
converge para .
3

Resolução: Aplicando a definição, deve-se ter 57. A sucessão (wn ) está definida por
1−n
wn = .

4 4 2n + 1
lim un = ⇔ ∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ un −

< δ.
3 3 (a) Calcule o termo a partir do qual
se verifica
Seja δ um número positivo qualquer,
wn + 1 < 0, 01

2
un − 4 < δ ⇔ 4n + 1 − 4 < δ ⇔ 12n + 3 − 12n − 4 < δ

3 3n + 1 3 9n + 3 1
(b) Prove que wn → −

2
−1 1
⇔ <δ⇔ < δ ⇔ 1 < 9nδ + 3δ
9n + 3 9n + 3
1 − 3δ
⇔ 9δn > 1 − 3δ ⇔ n > .


1 − 3δ 4
Portanto podemos escrever, n > ⇒ un − < δ e, consequente-

9δ 3
1 − 3δ
mente, sendo p ≥ , é verdadeira a proposição


4n + 1 4
∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ − < δ.
3n + 1 3

4
Então lim un = . Esta sucessão é convergente, visto ter limite real.
3

Exemplo 3.3.2 Mostre, a partir da definição, que a sucessão de termo


58. Prove que a sucessão definida por
2n + 1
geral wn = não converge para 1. un = 2n + 5 não tende para 5
n
matemática 12º ano 41

Resolução: Suponhamos que wn → 1. Então,

∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ |wn − 1| < δ.

Ora,

2n + 1 2n + 1 − n
< δ ⇔ n + 1 < δ

|wn − 1| < δ ⇔ − 1 < δ ⇔
n n n
n+1
⇔ < δ ⇔ n + 1 < nδ ⇔ nδ > n + 1 ⇔ nδ − n > 1
n
1
⇔ n ( δ − 1) > 1 ⇔ n >
δ−1

Se δ − 1 > 0 ⇔ δ > 1 vem Se δ − 1 < 0 ⇔ δ < 1 vem


1 1
n> . n< .
δ−1 δ−1
Podemos constatar que apesar de todos os termos a partir Neste caso, os únicos temos que são valores aproximados
1 1
da ordem serem valores aproximados de 1 a menos de 1 a menos de δ são apenas os de ordem inferior a
δ−1 δ−1
de δ, tal só acontece se δ > 1 e não para qualquer δ > 0, e não todos a partir de uma certa ordem como exige a
como exige a definição. definição.
Portanto, é falso que wn → 1, ou seja, wn não converge para 1.

3.3.1 Infinitésimos

Definição: Uma sucessão (un ) é um infinitésimo sse o seu limite é


zero.
Simbolicamente escreve-se:

(un ) é infinitésimo ⇔ lim un = 0


⇔ ∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ un ∈ Vδ (0)
⇔ ∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ |un | < δ

5
Exemplo 3.3.3 Prove que a sucessão de termo geral an = é
2n + 5
um infinitésimo.

59. Prove, usando a definição, que as se-


Resolução: Queremos mostrar que δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ | an | < δ. guintes sucessões são infinitésimos:
Ora,
1
(a) an =
n

5 5
| an | < δ ⇔ <δ⇔ < δ ⇔ 5 < 2nδ + 5δ n+1
2n + 5 2n + 5 (b) bn =
n2
5 − 5δ 2
⇔2nδ + 5δ > 5 ⇔ 2nδ > 5 − 5δ ⇔ n > . (c) cn =
2δ 2n + 3

5 − 5δ
Assim, tomando p ≥ , temos que é verdadeira a proposição

∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ | an | < δ.

Então, lim an = 0 ou an tende para 0. Portanto, an é um infinitésimo.


42 esacs - 2016/17

Exemplo 3.3.4 Consideram-se infinitésimos de referência as seguin-


tes sucessões de termo geral:
1 1 1 1
an = bn = 2 cn = √ dn = n
n n n 2

3.3.2 Teoremas sobre sucessões convergentes

Teorema 3.3.5 (Limite de uma constante)


Toda a sucessão constante é convergente e converge para essa constante.

Este teorema é geralmente enunciado da seguinte forma: o limite de uma 60. Demonstre o Teorema 3.3.5.
constante é a própria constante.
61. Verifique, pela definição, que
Exemplo 3.3.6 Considerando a sucessão (vn ) de termo geral vn = 5, lim 5 = 5
∀n ∈ N. Ora, lim vn = lim 5 = 5, ou ainda vn → 5.
.

Teorema 3.3.7 (Unicidade do limite)


O limite de uma sucessão, quando existe, é único. 62. Demonstre o Teorema 3.3.7

Exemplo 3.3.8 Mostre que a sucessão de termo geral

5
un = (−1)n−2 ·
3
é divergente.

Resolução: Calculemos os primeiros quatro termos de (un ).

5 5 5 5
u1 = (−1)1−2 · = (−1)−1 · = −1 · = − ;
3 3 3 3
5 5 5 5
u2 = (−1)2−2 · = (−1)0 · = 1 · = ;
3 3 3 3
5 5 5 5
u1 = (−1)3−2 · = (−1)1 · = −1 · = − ;
3 3 3 3
5 5 5 5
u1 = (−1)4−2 · = (−1)2 · = 1 · = .
3 3 3 3
Verificamos que

 −5
 se n é ímpar
n −2 5 3
un = (−1) · = 5 ,
3 
 se n é par
3
5
ou seja, a subsucessão dos termos de ordem par, converge para e a dos
3
5
termos de ordem ímpar converge para − ; pelo que a sucessão (un ) não
3
5 5
pode ter como limite e − (Teorema 3.3.7). Logo (un ) não tem limite e
3 3
por isso é uma sucessão divergente oscilante.
matemática 12º ano 43

Teorema 3.3.9 (Subsucessão de uma sucessão convergente)


Toda a subsucessão de uma sucessão convergente converge para o mesmo
limite.

63. Prove que a sucessão de termo geral


1
Exemplo 3.3.10 Considerando a sucessão de termo geral un = , 1 + (−1)n
n un =
2
1
temos que vn = é uma subsucessão de (un ) e un → 0. Logo, é divergente.
2n
vn → 0

Teorema 3.3.11 (Critério de convergência)


Toda a sucessão monótona e limitada é convergente.

Exemplo 3.3.12 Prove, utilizando o critério de convergência, que a


2n + 1
sucessão de termo geral an = é convergente.
n+3

Resolução: Faremos o estudo da sucessão quanto a monotonia e a limita-


ção.
64. Utilize o Teorema 3.3.11 para justifi-
Monotonia: car que são convergentes as sucessões
Aplicando a definição, vem: definidas por:

2 1
(a) an = (b) bn = 5 −
n n
2(n + 1) + 1 2n + 1 2n + 3 2n + 1
a n +1 − a n = − = −
n+1+3 n+3 n+4 n+3
2 2 65. Nem todas a sucessões limitadas são
2n + 6n + 3n + 9 − 2n − n − 8n − 4 convergentes. Dê um exemplo que
=
(n + 3)(n + 4) confirme esta afirmação.
5
= > 0, ∀n ∈ N.
(n + 3)(n + 4) 66. Justifique que toda a sucessão conver-
gente é limitada.
Como an+1 − an > 0, ∀n ∈ N, então ( an ) é monótona crescente.

Limitação:
Pretende-se mostrar que ∃ L ∈ R+ : | an | ≤ L, ∀n ∈ N.
Ora,

2n + 1
| an | ≤ L ⇔ ≤ L ⇔ 2n + 1 ≤ L ⇔ 2n + 1 ≤ nL + 3L
n+3 n+3
⇔ nL − 2n ≥ 1 − 3L ⇔ n( L − 2) ≥ 1 − 3L
1 − 3L
⇔n≥
L−2
Tomando L = 3, tem-se n ≥ −8, que é uma condição universal em N.
Logo, ( an ) é limitada.

Portanto, como ( an ) é monótona e limitada, então é convergente.


44 esacs - 2016/17

3.4 Infinitamente grandes

Consideremos a sucessão dos números pares: un = 2n e escrevemos seus


seis primeiros termos:

2, 4, 6, 8, 10, 12, . . .

Existirá um número par maior do que todos os outros?

Não. Por maior que seja o número par que se imagine, existe sempre um
maior do que ele e todos os números pares seguintes são também maiores
do que o número imaginado.

Diz-se que a sucessão dos números pares é um infinitamente grande


positivo ou que tende para mais infinito. Simbolicamente escreve-se:

lim(2n) = +∞ ou 2n → +∞.

3.4.1 Infinitamente grande positivo

Definição: Uma sucessão (un ) é um infinitamente grande positivo


sse, qualquer que seja o número real positivo L, existe uma ordem a
partir da qual todos os termos de (un ) são maiores que L, isto é,

(un ) é infinitamente grande positivo ⇔

∀ L > 0 ∃ p ∈ N : n > p ⇒ un > L.


Simbolicamente escreve-se: un → +∞ ou lim un = +∞.

Exemplo 3.4.1 Mostrar que a sucessão de termo geral bn = 2n + 1 é


uma infinitamente grande positivo.

Resolução: Pretende-se provar que ∀ L > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ bn > L. 67. Prove que são infinitamente grandes
positivos
Seja L > 0 qualquer,
un = 3n + 1 e vn = 5n + 1.
L−1
un > L ⇔ 2n + 1 > L ⇔ 2n > L − 1 ⇔ n > .
2
L−1
Assim, tomando p um número natural maior ou igual a , temos que
2
todos os termos da sucessão de ordem superior a p são maiores do que L, ou
seja, é verdadeira a proposição ∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ bn > L.
Então, lim bn = +∞ ou bn → +∞. Portanto, bn é uma infinitamente
grande positivo.

Exemplo 3.4.2 Consideram-se infinitamente grandes positivos de re-


ferência as seguintes

an = n √
cn = n

bn = n 2 d n = 2n
matemática 12º ano 45

3.4.2 Infinitamente grande negativo

Definição: Uma sucessão (un ) é um infinitamente grande negativo


sse a sucessão (−un ) cujos termos são simétricos dos da sucessão
(un ), é um infinitamente grande positivo, isto é,

(un ) é um infinitamente grande negativo ⇔

(−un ) é um infinitamente grande positivo,


ou seja, un → −∞ ⇔ −un → +∞.

Exemplo 3.4.3 Mostre que a a sucessão de termo geral cn = 1 − 5n é


um infinitamente grande positivo.

Resolução: Para mostrar que lim un = −∞ temos de mostrar que 68. Prove que são infinitamente grandes
negativos as sucessões definidas por:
lim(−un ) = +∞, ou seja,
(a) an = 8 − n
∀ L > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ −un > L. (b) bn = 1 − n2

Seja L > 0 qualquer.


L+1
Ora, −un > L ⇔ −1 + 5n > L ⇔ 5n > L + 1 ⇔ n > . Assim,
5
L+1
tomando p um número natural maior ou igual a , temos que os termos
5
da sucessão (−un ) de ordem superior a p são maiores dos L, ou seja, é
verdadeira a proposição ∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ −un > L.
Então, lim(−un ) = +∞ e assim lim un = −∞. Portanto, (un ) é um
infinitamente grande negativo.

Exemplo 3.4.4 Consideram-se infinitamente grandes negativos de


referência as seguintes sucessões de termo geral:


an = −n bn = − n 2 cn = − n d n = −2n

3.4.3 Infinitamente grande em módulo

Definição: Uma sucessão (un ) é um infinitamente grande em mó-


dulo sse a sucessão (|un |) cujos termos são o módulo dos termos da
sucessão (un ), é um infinitamente grande positivo, isto é,
(un ) é um infinitamente grande em módulo ⇔ un → +∞ ⇔ (|un |)
é um infinitamente grande positivo, ou seja, |un | → +∞.

Exemplo 3.4.5 Mostre que a sucessão de termo geral

dn = (−1)n · (1 − 3n)

é uma infinitamente grande em módulo.


46 esacs - 2016/17

Resolução: Para mostrar que (dn ) é um infinitamente grande em módulo 69. A sucessão de termo geral (−1)n (n +
3) é um infinitamente grande. Justifi-
temos de mostra que lim(|dn |) = +∞, ou seja, ∀ L > 0, ∃ p ∈ N : n > que
p ⇒ |dn | > L.
70. Considere a sucessão definida por
Sela L > 0 qualquer. Ora,
un = n + (−1)n · n + 3.
|dn | > L ⇔ |(−1)n · (1 − 3n)| > L ⇔ |(−1)n | · |1 − 3n| > L (a) Mostre que não é limitada.
L+1 (b) Prove que não é um infinitamente
− 1 + 3n > L ⇔ 3n > L + 1 ⇔ n > . grande.
3
L+1
Assim, tomando p um número natural maior ou igual a , temos que
3
todos os termos da sucessão (|dn |) de ordem superior a p são maiores do que
L, ou seja, é verdadeira a proposição ∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ |dn | > L.
Então, lim(|dn |) = +∞ e portanto, (dn ) é um infinitamente grande em
módulo.

Exemplo 3.4.6 Consideram-se infinitamente grandes em módulo de


referência as seguintes sucessões de termo geral:


(a) an = (−1)n · n (c) cn = (−1)n · n

(b) bn = (−1)n · n2 (d) dn = (−1)n · 2n

3.4.4 Teorema sobre infinitamente grandes e infinitésimos

Teorema 3.4.7 O inverso de uma infinitamente grande é um infinitésimo


e vice-versa, isto é,
1
se un → ∞, então → 0 com un 6= 0, ∀n ∈ N e
un
1
se un → 0, então → ∞ com un 6= 0, ∀n ∈ N.
un

1
Exemplo 3.4.8 Para provar que lim = 0, basta provar que
5 + 3n
lim(5 + 3n) = +∞, ou seja,

∀ L > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ 5 + 3n > L.

Seja L > 0 qualquer.


L−5
Ora, 5 + 3n > L ⇔ 3n > L − 5 ⇔ n > . Assim, tomando p um
3
L−5
número natural maior ou igual a , temos que todos os termos
3
da sucessão (5 + 3n) de ordem superior a p são maiores do que L, ou
seja, é verdadeira a proposição ∀δ > 0, ∃ p ∈ N : n > p ⇒ 5 + 3n > L.
1
Então, lim(5 + 3n) = +∞ e portanto, lim = 0.
5 + 3n
matemática 12º ano 47

3.5 Classificação de sucessões

Quanto à existência e natureza do limite, as sucessões classificam-se em:





 CONVERGENTES



 (o limite é um número real)







 
PROPRIAMENTE DIVERGENTES

 

 

(o limite é +∞ ou −∞)

SUCESSÕES 




 


 




 DIVERGENTES
 


 


OSCILANTES
 


 


 
(não tem limite)
 

Exemplo 3.5.1 A sucessão de termo geral



 2 se n é par
un = 1
 , se n é ímpar
n
devido ao teorema da unicidade do limite da limite.

Por outro lado a sucessão de termo geral vn = (−1)n · n.

3.6 Operações com sucessões convergentes

Sejam ( an ) e (bn ) duas sucessões convergentes em que: lim an = a e


lim bn = b, com a, b ∈ R.
Então, verificam-se as seguintes propriedades:
71. Se un → a e k ∈ N, prove que
lim(kun ) = ka
Propriedade 3.6.1 (Sugestão: kun = un + un + . . . + un )
| {z }
k parcelas
• lim( an ± bn ) = lim an ± lim bn = a ± b

• lim( an × bn ) = lim an × lim bn = a × b 72. Considere as sucessões definidas por:


  n+3 2n + 1
an lim an a an = e bn = .
• lim = = (bn 6= 0, ∀n ∈ N e b 6= 0) n n
bn lim bn b Calcule:
an a 
Nota: Se a 6= 0 e b = 0, lim = ±∞, = ±∞, a 6= 0
bn 0 (a) lim( an + bn )
  (b) lim( an × bn )
• lim abnn = (lim an )lim bn = ab an
(c) lim
(a e b não podem ser simultaneamente nulos) bn

√ p √ (d) lim an
• lim k an = k lim an = k a (se k é par, então an ≥ 0, ∀n ∈ N ∧ a ≥ 0)

Exemplo 3.6.1 Considerando as sucessões de termo geral

1 3n + 1
un = 1 − e vn = .
n 2n
Calcule:
" 2 #
(a) lim un (b) lim vn 2un − vn
(c) lim
un
48 esacs - 2016/17

Resolução: Quebra 73. Calcule os seguintes limites:


 de linha

1 1 
1

(a) lim un = lim 1 − = lim 1 − lim = 1 − 0 = 1 (a) lim 4 +
n n n
  
1 2n + 1
(b) (b) lim 3 −
n n
4n2 − 9
 
3n + 1 3n 1 3n 1 (c) lim
lim vn = lim = lim + = lim + lim n2
2n 2n 2n 2n 2n r
1
3 1 1 3 1 3 3 (d) lim 4 −
= lim + lim = + × 0 = + 0 = n
2 2 n 2 2 2 2 r
n2 + 1
(e) lim
n2
(c)
1
" 2 # lim 2 2 74. A sucessão de termo geral un = é
2un − vn 2un − vn n
   
2un vn um infinitésimo.
lim = lim = lim −
un un un un Prove que:
2  1
vn 2
  
vn (a) lim =0
= lim 2 − = lim 2 − lim n2
un un 1
2 (b) lim p = 0, sendo p ∈ N
n
!
lim vn 2 3
3 2
   
= 2− = 2− 2 = 2− k
(c) lim p = 0, sendo p ∈ N e k ∈ R
lim un 1 2 n
 2
1 1
= = .
2 4

3.7 Operações com sucessões divergentes

Considere-se duas sucessões ( an ) e (bn ) que têm por limite +∞, ou seja,
lim an = +∞ e lim bn = +∞.
Então, lim( an + bn ) = lim an + lim bn = +∞.

Simbolicamente, escreve-se: (+∞) + (+∞) = +∞.


Tomando a ∈ R \ {0}, outros resultados podem simbolicamente ser assim
escritos:

Propriedade 3.7.1
• (−∞) + (−∞) = −∞
• (+∞) · (+∞) = +∞ (+∞) · (−∞) = −∞ (−∞) · (−∞) = +∞
( (
+∞ se a > 0 −∞ se a > 0
• a × (+∞) = a × (−∞) =
−∞ se a < 0 +∞ se a < 0

• a + (+∞) = +∞ a + (−∞) = −∞ a − (+∞) = −∞ a − (−∞) = +∞

( (
+∞ +∞ se a > 0 −∞ −∞ se a > 0
• = =
a −∞ se a < 0 a +∞ se a < 0

a a
• =0 =∞
±∞ 0
matemática 12º ano 49

Exemplo 3.7.1 Considerando as sucessões de termo geral


75. Como sabe, a sucessão de termo geral
3 un = n é um infinitamente grande
un = 2 + e vn = −2n.
n positivo. A partir deste conhecimento
determine:
Calcule:
(a) lim(3n) (c) lim(−4n2 )
  (b) lim(−4n)
(a) lim un (c) lim(un · vn ) 1
(e) lim − vn
2
(b) lim vn (d) lim(3vn )

Resolução: aaaaaa 76. Determine


  (a) lim(n3 + n4 )
3 3 1
(a) lim un = lim 2 + = lim 2 + lim = 2 + 3 lim = 2 + 3 × 0 (b) lim(−3n3 + 1)
n n n √ √
=2 (c) lim( n + 1 + n)

(b) lim vn = lim(−2n) = lim(−2) lim n = −2 × lim n = −2 × (+∞)


77. Considere as sucessões (un ) e (vn )
= −∞ definidas por:
2n + 3
(c) lim(un · vn ) = lim un · lim vn = 2 × (−∞) = −∞ un = e vn = 2n − 1.
5n

(d) lim(3vn ) = lim 3 · lim vn = 3 × (−∞) = −∞ Calcule:


    un
1 1 1 (a) lim un (e) lim
(e) lim − vn = lim − · lim vn = − × (−∞) = +∞ (b) lim(un + vn )
vn
2 2 2
(c) lim(un − vn )
vn
(d) lim(un × vn ) (f) lim u
n

3.8 Indeterminações

Do cálculo de limites com sucessões convergentes podem resultar situações


0
do tipo ou 00 e quando os cálculos envolvem operações com sucessões
0

divergentes podem acontecer casos de ∞ − ∞, , 0 × ∞, ∞0 e 1∞ .

Nestes casos não é possível indicar, de uma forma direta, o limite. Por
vezes esse limite nem existe. São situações chamadas de indeterminação.

Quando, efetuando alguns cálculos, se consegue determinar o limite, diz-se


que se levantou a indeterminação.

∞ 0
As indeterminações a estudar são do tipo , , 0 × ∞ e ∞ − ∞.
∞ 0
50 esacs - 2016/17


3.8.1 Indeterminações do tipo

3n2 + 2n + 1
Exemplo 3.8.1 Calcule o seguinte limite: lim .
−4n2 + 2

Resolução: Temos que 78. Determine os seguintes limites:

4n2 + 3n + 5
lim(3n2 + 2n + 1) = lim 3 × lim(n2 ) + lim 2 × lim n + lim 1 (a) lim
5n2 + 3
= 3 × (+∞) + 2 × (+∞) + 1 (b) lim
3n3 + 4n2 − 3n + 2
4n2 + 3n + 2
= (+∞) + (+∞) + 1 = +∞ + 1 = +∞ 1 − 2n + 3n2
(c) lim
1 − n3
e

lim(−4n2 + 2) = lim(−4) × lim(n2 ) + lim 2 79. Calcule:



= −4 × (+∞) + 2 = −∞ n2 + 1 + 2n
(a) lim
n+3

3n2 + 2n + 1 ∞ (b) lim √
n2 + 3
Logo, lim = . n+1
−4n2 + 2 ∞ √
n2 + n + 3 + n
(c) lim √
Para levantar indeterminações deste tipo existem dois processos diferentes: 4n2 + n

1º Processo: Dividir o numerador e o denominador pela maior


potência de n.

3n2
3n2 + 2n + 1 n2
+ 2n
n2
+ n12 3 + n2 + n12
lim = lim = lim
−4n2 + 2 −4n2 + 2 −4 + n22
n2 n2
lim 3 + lim n2 + lim n12 3+0+0
= 2
=
lim(−4) + lim n2 −4 + 0
3
=−
4

2º Processo: Pôr em evidência no numerador e no denominador


o termo em n de maior grau.

 
2 1+ 2 + 1 2
3n2
+ 2n + 1 3n 3n 3n 2 3n2 1 + 3n + 3n1 2
lim = lim = lim ×
−4n2 + 2 −4n2 1 − 4n2 2
 
−4n2 1 − 4n2 2
2
lim 1 + lim 3n + lim 3n1 2
 
3
= lim − ×
4 lim 1 − lim 4n2 2
3 1+0+0 3
=− × =−
4 1−0 4

De um modo geral, as indeterminações do tipo levantam-se da seguinte

forma:

 
p 1+ a1 ap
P(n) a0 + a1 np n p −1
+ . . . + ap a 0 n a0 n +...+ a0 n p
lim = lim q q − 1
= lim 
bq

Q(n) b0 n + b1 n + . . . + bq b0 nq 1 + a1
+...+
b0 n b0 nq
a1 ap
a np 1+ a0 n +...+ a0 n p a0 n p a np
= lim 0 q × bq
= lim q × 1 = lim 0 q .
b0 n 1+ a1
+...+ b0 n b0 n
b0 n b0 nq
matemática 12º ano 51

Ou seja, este tipo de indeterminação levanta-se, normalmente, através do


cálculo do limite do quociente entre os termos de mais alta potência do
numerador e do denominador.

3.8.2 Indeterminações do tipo 0 × ∞



Este tipo de indeterminação reduz-se a indeterminações do tipo , efetu- 80. Definidas duas sucessões por

ando cálculos. 1
an = e bn = 3n2 + n,
2n + 1
1 n3 + 5
 
Exemplo 3.8.2 Calcular o seguinte limite: lim · . calcule:
n n2
(a) lim an (b) lim bn (c) lim( an ·
Resolução: bn )

n3 5
1 n3 + 5 n3 + 5 ∞ + lim 1 + lim n53
 
0×∞ ∞ n3 n3
lim · = lim = lim = 81. Defina duas sucessões (un ) e (vn ),
n n2 n3 n3 lim 1 uma infinitésimo e outra infinita-
n3
1+0 mente grande, de modo que
= =1
1 lim(un · vn ) = 2
.

0
3.8.3 Indeterminações
0
Este tipo de indeterminações também se reduz a indeterminações do tipo 82. Sejam (un ) e (vn ) as sucessões defini-

, efetuando cálculos. das por:

2 4
un = e vn =
2 1 − 3n n+1
n2 + n
Exemplo 3.8.3 Calcule lim 5
. (a) (un ) e (vn ) são infinitésimos.
n2 +7 Porquê?
un
(b) Calcule lim
Resolução: vn

2
n2 + n
0
0 2( n2 + 7) 2n2 + 14 ∞
∞ 2n2 2 83. Calcule o limite do quociente dos se-
lim 5
= lim 2
= lim 2 == lim 2 =
guintes pares de infinitésimos:
5( n + n ) 5n + 5n 5n 5
n2 +7
1 2
(a) un = e vn = 3
3 − n2 n +1
√1 1 2
n (b) an = e bn =
Exemplo 3.8.4 Calcule lim . 3 − 2n4 n
2
n +3 2 3
(c) tn = e sn =
3n + 1 2n + 3
Resolução:

√1 n +3
n
0
n+3 ∞
∞ 1+ 3 1
lim 2
0
= lim √ === lim √n
= lim q n = = +∞
n +3
2 n 2 n
2 n1 0
n
52 esacs - 2016/17

3.8.4 Indeterminações do tipo ∞ − ∞

Este tipo de indeterminações levanta-se por dois processos diferentes:

1º Processo: Pôr em evidência o termo em n de maior grau (no caso


dos polinómios).

Exemplo 3.8.5 Calcular o seguinte limite: lim(2n3 − n).

Resolução: Quebra de linha 84. Calcule, se existir, o limite de an + bn ,


∞−∞
h  n i em cada um dos seguintes casos:
lim(2n3 − n) = lim 2n3 1 − 3
2n 1
  (a) an = 5n + 3 bn = − 5n

3
 1 2
= lim 2n × lim 1 − 2 = (+∞) × (1 − 0) = +∞
2n (b) an = 2n3 − 8 bn = −n − 4n2
(c) an = 2n bn = − n

2º Processo: Multiplicar e dividir pelo conjugado da soma (no caso


dos radicais).

√ √ 
Exemplo 3.8.6 Calcular o seguinte limite: lim n−1− n .

Resolução: Quebra de linha √ 85. Calcule:


√ √  √ √  √ √
√  ∞−∞ n−1− n n−1+ n (a) lim( n + 1 − n)
lim n − 1 − n = lim √ √ 
n−1+ n
p p
(b) lim( n2 + 3n + 2 − n2 + 1)
√ 2 √ 2 p p
n−1 − n (c) lim( n2 + 2n + 3 − n2 + 4n + 5)
= lim √ √ 
n−1+ n
n−1−n −1
= lim √ √  = lim √ √  =0
n−1+ n n−1+ n

3.9 Sucessão do tipo an ( a ∈ R, n ∈ N)

Seja (un ) uma sucessão de termo geral un = an .

Então, quanto à monotonia e à convergência, tem-se:

a∈R Monotonia Convergência

Propriamente divergente
a>1 Monótona crescente
un → +∞

Convergente
a=1 Constante
un → 1

0<a<1 Monótona decrescente


Convergente
a=0 Constante (infinitésimo)
un → 0
−1 < a < 0

a = −1 Não monótona
Divergente oscilante
a < −1
matemática 12º ano 53

Exemplo 3.9.1 Estude cada uma das seguintes sucessões quanto à


monotonia e à convergência:

 n  n
3 2
(a) u n = (b) v n = −
2 3

Resolução: Quebra de linha


3
(a) Como > 1, então (un ) é monótona crescente e propriamente divergente
2
(un → +∞).
2
(b) Como −1 < − < 0, então é não monótona e é um infinitésimo
3
( v n → 0).

3.9.1 Limites de sucessões do tipo an ( a ∈ R, n ∈ N)


Exemplo 3.9.2 Determine cada um dos seguintes limites:

2n +1 + 3n
lim .
2n

Resolução: Quebra de linha 86. Calcule, se existir, os seguintes limi-


tes:
Para levantar a indeterminação devemos dividir ambos os ter-   n 
1
(a) lim 4n −
mos da fração pelo termo de maior base ou maior expoente. 4
3n
(b) lim
πn
 n
5n

2n +1 3n 2n 2
2n +1 + 3n 3n + 3n n ·2+1 (c) lim −
lim = lim 2n
= lim 3 2 n 5n 2n
2n 3n
h i
3 (d) lim (−1)n · (−3)n−1
2 n

· 2 + 1 0 · 2 + 1 1
= lim 3
2 n
= +
= = +∞
0 0+

3

Outro processo:

2n +1 3n 3n 1
2n +1 + 3n 2n +1
+ 2n +1 1+ 2n · 2
lim = lim 2n
= lim 2n
2n 2n · 1
2n +1 2
3 n 1
1 + (+∞)

1+ ·
= lim 2
1
2
= 1
= +∞
1· 2 2
54 esacs - 2016/17

Exemplo 3.9.3 Determine cada um dos seguintes limites:


 
lim 5n+1 − 6n .

Resolução: Quebra de linha 87. Calcule, se existir, o limite de:

2n +1 + 3n
Para levantar a indeterminação devemos colocar em evidência o (a)
4n
termo de maior base ou maior expoente. 4n + 1
(b)  n
1
3

6n (c) (−1)n−1 · (−2)n · (−3)n+1


    
lim 5n+1 − 6n = lim 5n+1 1 − n+1
5
6n
 
= lim (5n · 5) · lim 1 − n+1
5
6n 1
 
= lim (5n · 5) · lim 1 − n ·
5 5
  n 
6 1
= lim (5n · 5) · lim 1 − ·
5 5
  
1
= +∞ · 1 − +∞ · = +∞ · (−∞) = −∞.
5

Outro processo:
  n +1   n 
  5 5
lim 5n+1 − 6n = lim 6n − 1 = lim ( 6 n
) · · 5 − 1
6n 6n
 n 
5
= lim (6n ) · lim · 5 − 1 = + ∞ · (0 · 5 − 1)
6
= +∞ · (−1) = −∞.

3.9.2 Soma de todos os termos de uma progressão geométrica


Nota
Ao estudar-se as progressões geométricas, foi apresentada a fórmula para
determinar a soma de n termos consecutivos de uma progressão geométrica
S1 = u1
( u n ):
S2 = u1 + u2
1 − rn
Sn = u1 · , com r 6= 1. S3 = u1 + u2 + u3
1−r
...
Se se designar por S a soma de todos os termos de (un ), ou seja, o limite S15 = u1 + u2 + . . . + u15
de Sn quando n → +∞, tem-se: ...
Sn = u1 + u2 + u n
1 − rn
 
S = lim Sn = lim u1 · , com r 6= 1. ...
1−r
Quando n → +∞ obtém-se a soma de
Se |r | < 1, ou seja, −1 < r < 1, então r n → 0, logo vem todos os termos da sucessão (un ).
 
u1
S = lim Sn = .
1−r
matemática 12º ano 55

Exemplo 3.9.4 Determina a soma de todos os termos de uma progres-


1
são geométrica (un ) em que u1 = 1 e r = .
2

u1 88. Determine a soma de todos os termos


Resolução: Como −1 < r < 1, então S = . da progressão geométrica de que co-
1−r
Logo, nhece:
1 1 1
S= = = 2. (a) r = e u1 = −9
1 1 3
1− 2 2 1 1
(b) r = e u1 = −
Portanto, a soma de todos os termos de (un ) é 2. 2 4
(c) u2 = −30 e u3 = −90

Exemplo 3.9.5 Determina a soma de todos os termos da progressão


3n −2
geométrica de termo geral vn = .
5

Resolução: 89. Considere a sucessão de termo geral

u n = 3 · 2n −1 .
3n +1−2
v n +1 5 · 3n −1
r= = 5
= = 3n−1−n+2 = 3, ∀n ∈ N (a) Prove que (un ) é uma progressão
vn 3n −2 5 · 3n −2 geométrica;
5
(b) Calcule a soma Sn do n primeiro
e termos da sucessão;
1
31 − 2 3−1 3 1
v1 = = = = . (c) Calcule o limite de (Sn ).
5 5 5 15
Logo,

1 1 − 3n 1 − 3n
     
1
S = lim Sn = lim · = lim = lim − · lim (1 − 3n )
15 1 − 3 −30 30
1 1
= − · [1 − (+∞)] = − · (−∞) = +∞.
30 30
Portanto, a soma de todos os termos de (vn ) é +∞.

Exemplo 3.9.6 Determine uma designação fracionária da dízima infi-


nita periódica 0, (45).

Resolução: Consideremos a sucessão 0, 45; 0, 0045; 0, 000045; . . . que é 90. Escreva com a fracionária

uma progressão geométrica de razão (a) 0, (2)


(b) 1, (27)
0, 0045 0, 000045 1
r= = = ... = . (c) 2, 5(126)
0, 45 0, 0045 100
Ora a soma de todos os termos desta sucessão

0, 45 + 0, 0045 + 0, 000045 + . . .

é o número 0, 45454545 . . . = 0, (45). Portanto

0, 45 0, 45 45 5
lim Sn = = = = ,
1 − 0, 01 0, 99 99 11
ou seja,
5
0, (45) = .
11
56 esacs - 2016/17

3.10 O número de Neper

1 n
 
Considere-se a sucessão (un ) de termo geral un = . 1+
n
Determine-se alguns dos seus termos e veja-se o que acontece quando
n → ∞.

1 1
 
u1 = 1+ =2
1
1 2
 
u2 = 1+ = 2, 25
2
1 3
 
u3 = 1+ = 2, (370)
3
...
1 5
 
u5 = 1+ = 2, 48832
5
...
1 10
 
u10 = 1+ = 2, 59374
10
...
1 100
 
u100 = 1+ = 2, 70481
100
...
 1000
1
u1000 = 1+ = 2, 71692
1000
...
 10 000
1
u10 000 = 1+ = 2, 71815
10 000

Verifica-se que a sucessão se aproxima cada vez mais de um número.


A esse número irracional dá-se o nome de número de Neper e representa-
se por e. A sua descoberta atribui-se a um lorde escocês chamado John
Napier, que em 1614 publicou um livro que lhe levou mais de 20 anos a
escrever e que revolucionou a Matemática da época.

Neper não se apercebeu da importância deste número. Só um século de-


pois, com o desenvolvimento do cálculo infinitesimal, se veio a reconhecer
o papel de relevo de tal número.

Hoje este número é importante em quase todas as áreas do conhecimento:


economia, engenharia, biologia, sociologia, etc.

Assim, escreve-se:
 n  n
1 1
lim 1+ = e ou 1+ → e.
n→∞ n n

Uma aproximação do número e com dez casas decimais é a seguinte:

e = 2, 7182818284.
matemática 12º ano 57

3.10.1 Aplicação do número de Neper ao cálculo de limites

Sejam (un ) uma sucessão de números reais, a, k ∈ R e k 6= 0.


(a) Quebra de linha

1 un
   un
k
lim 1 + =e e lim 1 + = ek
un un

91. Calcule:
Exemplo 3.10.1
3 n
 
(a) lim 1 +
1 2n
 
n
(a) lim 1 + =e
2n 2n − 5 2n
 
(b) lim
n 2n
2 3

1
(b) lim 1 − n = e −2 = 2
3 e

(b) Quebra de linha

n+ a
1 n 1 a
     
1
lim 1 + = lim 1 + · 1+
n n n
n
1 a
  
1
= lim 1 + · lim 1 +
n n
= e·1 = e

92. Calcule:
Exemplo 3.10.2
1 3n−7
 
1 3+ n 1 n
   3   (a) lim 1 +
1 3n
(a) lim 1 + = lim 1 + · lim 1 + = 1·e = e
n n n n + 1 n +1
 
(b) lim
n
1 n −5 1 n 1 −5
     
(b) lim 1 + = lim 1 + · lim 1 + = e·1 = e
n n n

(c) Quebra de linha

 n  n+ a− a
1 1
lim 1 + = lim 1 +
n+a n+a
" n+ a  − a #
1 1
= lim 1 + · 1+
n+a n+a
 n+ a  − a
1 1
= lim 1 + · lim 1 +
n+a n+a
= e·1 = e

Exemplo 3.10.3
 n   n +3−3   n +3   −3
1 1 1 1
(a) lim 1 + = lim 1 + = lim 1 + · lim 1 + = e·1 = e
n+3 n+3 n+3 n+3
 n   n −4+4   n −4  4
1 1 1 1
(b) lim 1 + = lim 1 + = lim 1 + · lim 1 + = e·1 = e
n−4 n−4 n−4 n−4

(d) Quebra de linha

 k   lim k
1 kn 1 n 1 n
   
lim 1 + = lim 1 + = lim 1 + = ek
n n n
58 esacs - 2016/17

Exemplo 3.10.4
  −3   lim(−3)
1 −3n 1 n 1 n
   
1
(a) lim 1 + = lim 1 + = lim 1 + = e −3 = 3
n n n e
" lim 2
5 2·3n
# " #
5 6n 5 3n
      2
 1
(b) lim 1 − = lim 1 − = lim 1 − = e−5 = e−10 = 10
3n 3n 3n e

(e) Quebra de linha

 n " kn· 1 #
1 1 k
lim 1 + = lim 1+
kn kn
"  kn #lim 1k
1 1
= lim 1 + = ek
kn

Exemplo 3.10.5
n "  #lim 101
10n· 1 # "
1 10n
 
1 1 10 1
(a) lim 1 + = lim 1+
= lim 1 + = e 10
10n 10n 10n
" 1  #lim 13
2 3n· 3
# "
2 n 2 3n 1
     
3 2 1 1
(b) lim 1 − = lim 1 − = lim 1 − = e −2 = e − 3 = 2 = √
3 2
3n 3n 3n e3 e

 
bn
3.10.2 Limite da sucessão ( an )

Para além das indeterminações já estudadas:

∞ 0
; ; 0×∞ e ∞−∞
∞ 0
são também indeterminações:

1∞ ; 00 e ∞0

Estas
  indeterminações podem surgir no cálculo do limite da sucessão
abnn .
Para já vamos resolver alguns casos de indeterminações do tipo 1∞ apli-
cando os teoremas seguintes.

Teorema 3.10.6 Se ( an ) e (bn ) são duas sucessões tais que:

lim an = 1 e lim bn = +∞

então
lim abnn = elim bn (an −1) .

Teorema 3.10.7
h i
lim ( g(n)) f (n) = lim g(n)lim f (n) , g(n) > 0, ∀n ∈ N
matemática 12º ano 59

 √n
3
Exemplo 3.10.8 Calcule lim 1 +
n

Resolução: Aplicando o Teorema 3.10.6, vem: 93. Calcule cada um dos seguintes limi-
tes:
√n  √ 
√ n − 2 3n+1
  
3 n
3 n(1+ n3 −1) lim
lim 1 + = elim =e n
= e0 = 1 (a) lim
n+3
n
1 n
 
(b) lim 1 + 2
Aplicando o Teorema 3.10.7, vem: n
 n
√ n+1 3
 √n  n  n
n (c) lim
n+3
3 3
lim 1 + = lim 1+ 2n2 +3
n n  2
n +n+1
√ (d) lim
 n lim n n2 + 5
3 n  0
= lim 1+ = e3 = 1  2
n +1
5n2 −3n
n (e) lim
n2 + 3

 n +5
n2 + n − 3

Exemplo 3.10.9 Calcule lim
n2 − 2

Resolução: Aplicando o Teorema 3.10.6, vem: 94. Calcule cada um dos seguintes limi-
tes:
n − 2 n +4
 
 n +5 (a) lim
n2 + n − 3
 2
n+5
 h i
lim (n+5)· n + n −3 −1
2
lim = e n −2
 n2 −5
n2 − 2  2
n +3
 2 2
(b) lim
2n + 2
h i
lim (n+5)· n +n−23−n +2
= e h n − 2
3
2n + 4 2 n−1
 i 
lim (n+5)· n2−1 1 (c) lim
= e n −2 =e =e 2n + 3
5 3n − 1 n
 
(d) lim ·
Aplicando o Teorema 3.10.7, vem: 7 2n
3 n
 
 n +5  n +5 ! n +5 (e) lim 1 − 2
n2 + n − 3 n−1
 
1 n
lim = lim 1 + 2 = lim 1 + √
n2 − 2 n −2 n2 −2 
5

3
n
n −1 (f) lim 1 +
(n+5)· n −1 n
! n2 −2

n2 −2
n −1
1
= lim  1 +
 
n2 −2

n −1
(n+5)(n−1)
lim
= e n2 −2 = e1 = e
60 esacs - 2016/17

Exercícios do Capítulo 3

3 1 7 (−1)n
1. Indique os erros de , , 0.6 e relativamente ao número 12. Mostre que a sucessão de termo geral un = 2 −
2 5 3 n
3. converge para 2 e não é monótona.
2. Identifique a vizinhança de raio 0.5 do ponto 2.1.

3. Averigue se π pertence à vizinhança de raio 0.04 de 3.1. 13. Considere a sucessão (un ) de termo geral

4. Defina, na forma de intervalo, as seguintes vizinhanças e


indique o centro e o raio da vizinhança: 3n + 2
un =
n+1
−9
 
(a) V2,1 (4) (d) V10−1
 
1 10
(b) V0,5 (e) V0,02 (2, 3) (a) Prove que (un ) é monótona e limitada e daí conclua
8
  sobre a sua convergência.
5
(c) V√9
3 (b) Confirme o resultado anterior, determinando o limite
de (un ).
5. Defina como uma vizinhança os conjuntos:
 
(a) ]3, 7 ; 8, 2[ 1
(d) , 8 14. Justifique que a sucessão
  8
2 √
(b) x ∈ R : | x + 2| < (e) ] 9 , 6[
3
2−n
n o
(c) ]4 , 6[ (f) x ∈ R : | x − 2| < 10−2 un =
3 − 2n
6. Verifique se cada um dos seguintes conjuntos é ou não
vizinhança dos números a indicados:
é convergente.
(a) { x ∈ R : −1 < x < 1} e a = 0
(b) [−2, 2] e a = 0
15. Considere a sucessão (un ) de termo geral un = 1 − 4n.
(c) { x ∈ R : −3 < x < 1} e a = −1
(d) { x ∈ R : | x | < 5} e a = 5 (a) Determine uma ordem a partir da qual todos os termos
(e) { x ∈ R : 0, 009 < x < 1, 001} e a = 1 da sucessão são inferiores a −10 000.
(f) { x ∈ R : −5 < x + 2 < 5} e a = −2
(b) Prove, usando a definição de limite, que lim un = −∞.
2 + 3n
7. Considere a sucessão un = . Prove que a partir de
2n + 3
u11 (exclusive) todos os termos verificam 16. Dadas as seguintes sucessões:
 
3
un ∈ V0,1 .
2
an = 3 + 3n 3 + 2n
Interprete graficamente. cn =
 −2n+3 4
1
8. Calcule a ordem a partir da qual todos os termos da suces- b n = − dn = 1 − n
2
são (un ) pertencem a vizinhança de 3 de raio 0, 01.
3n + 1 (a) Mostre que as sucessões an e cn são infinitamente gran-
9. Considere a sucessão (un ) definida por un = .
n des positivos.
(a) Determine uma ordem p ∈ N, a partir da qual to-
dos os termos da sucessão (un ) verificam a condição (b) Mostre que as sucessões bn e dn são infinitamente gran-
|un − 3| < 0, 001. des negativos.
(b) Prove, usando a definição, que un → 3.

10. Prove, por definição, que as sucessões definidas pelos ter- 17. Classifique as seguintes sucessões.
mos gerais seguintes tendem para −2: s
2
n n +n+1
1 1 − 2n 6n + 7 (a)
(a) an = −2 − (b) bn = (c) cn = n−3
n n 1 − 3n √
n
11. Prove por definição de limite que são verdadeiras as pro- (b) 2n + 1
posições:

2 2n + 5 2 18. Diga se as seguintes sucessões são convergentes ou diver-


(a) lim =0 (b) lim = gentes e, no caso de serem convergentes, calcule o limite:
n+5 3n − 25 3
matemática 12º ano 61


(a) f (n) = 2n2 + 1n2 + 1 (n) f (n) = 3
n 25. Considere a sucessão de termo geral
(b) f (n) = n3 − 106 n2 √ √
(o) f (n) = n+1− n un = 3n2 − 5.
2 √ √ √ 
(c) f (n) =
n (p) f (n) = n n+a− n Indique um termo geral de uma sucessão (vn ) com limite
n+1
(d) f (n) = 
n+1
 −∞, tal que:
n2 (q) f (n) = (−1)n ·
n+1 n
(e) f (n) = 2 (a) lim (un + vn ) = 0 (c) lim (un − vn ) = −∞
n +1 1 + (−1)n
n2 (r) f (n) =
n (b) lim ( u n + v n ) = + ∞ (d) lim (un + vn ) = 4
(f) f (n) = n
3 100
n2 + 1 (s) 2(−1)n + 26. Considere as sucessões de termo geral
(g) f (n) = n+1
n √
3
 
n2 + n5 + 2n (t) f (n) = (−1)n ·
1 un = 2 + v n = n3 + 2 wn = − n
(h) f (n) = n n
n2 + n4
5n3 − 2n
 Indique, se possível:
(i) f (n) = 4  5n + 1 n par

n + 3n2 − 10 (u) f (n) = n
5n − 1
n ímpar (a) lim (wn vn ) (c) lim (un wn )

1 1 
(j) f (n) = − 
n
n n+1 (b) lim (u + v ) (d) lim (w )2
n n n
n−1 1 1 1
1+ 2 + 4 +...+ 2n
(k) f (n) = 2 (v) f (n) = Calcule cada um dos limites, identificando as indetermina-
n −1  1 1 1 27.
 n
1+ + +...+ 3 9 3n
1 (Lembre-se de que o nu- ções:
(l) f (n) = 1 +
n merador e o denominador
5n + 2
 
(a) lim −2n3 + n5
" #
1 4 (h) lim

4 são somas de n termos de
(m) f (n) = n a+ −a 5n +1 − 1
n progressão geométrica).  
(b) lim 3n4 − 5n 2n − 3n +1
(i) lim n+1 n
19. Considere os seguintes Sucessões de termo geral: √ −3
2
 
(c) lim 4n+1 − π n n2 + 2n
2 (j) lim
an = 5n − 2 3n
 p 
cn = (d) lim n − n2 + 1
2n + 3 1 − 5n
2n + 6 2n − 1 (k) lim √
bn = dn = n3 + 3n − 4 √
n4 + 1
n+1 2−n (e) lim
n2 + 5n n−3
(l) lim
Calcule o limite da sucessão: n−9
−n2 + 2n + 3
(f) lim  2
n +1 1

5 − 4n2 (m) lim × 2
(a) lim( an ± bn ) (c) lim(bn ± cn ) 4 n −2
3 − n2
(b) lim(cn · dn ) (d) lim( an ÷ cn ) (g) lim 3
2n + n − 1 (n) lim(3 − 5) × 2−n
n

1 n+1 28. Determina os seguintes limites


20. Dadas as sucessões: f (n) = e g(n) = :
n 2n
n (n + 3)3 − 27
(a) Para que valores convergem? (a) lim √ √ (d) lim
n2 + 12 − 12 n
(b) Qual a função definidora de h(n) = f (n) + g(n)?
(b) lim 2n3 − n 1 p 2
h(n) é convergente? √ (e) lim 2 n + 2n
n +3
5− n √ √
21. Idem ao exercício anterior para a sucessão (c) lim (f) lim n + 1 − n − 3
25 − n
h1 ( n ) = f ( n ) · g ( n ).
2n
22. Idem ao exercício anterior para a sucessão 29. A sucessão de termo geral un = tem limite 2.
n+1
h2 ( n ) = f ( n ) − g ( n ). (a) Explique verbalmente o que se entende por
f (n) “lim un = 2".
23. Idem ao exercício anterior para a sucessão h3 (n) = .
g(n) (b) Determine a mais baixa ordem a partir da qual todos
os termos da sucessão distam do limite 2 menos do que
24. Calcule cada um dos limites:
0.05.
(a) lim n3 5n + 2 (c) Repita a alínea anterior para uma distância menor que
(h) lim +4
n + 3 0.5.
(b) lim n−3 
1

(i) lim n −2 (d) Represente num gráfico os 4 primeiros termos da suces-
3 n
(c) lim são. Ilustre nesse gráfico os resultados obtidos e, (b) e
n+1 1
8n − 5 ( c ).

3
2 (j) lim
(d) lim 4 27n Retirado de um teste!
n
√   −3
2n
 r
(e) lim 2−1 (k) lim n 1
n+3 30. Seja sucessão de termo geral u n = (− 1 ) .
n + 1
−2n + 7 
√ 1

(f) lim (l) lim n+1−2+ (a) Calcule o limite l desta sucessão.
3 n+1
3−n p (b) Verifique, utilizando a definição de limite, que, de facto,
(g) lim (m) lim n3 + n lim un = l.
1 + 2n
62 esacs - 2016/17

(c) Determine a ordem a partir da qual todos os termos da 36. Determina os seguintes limites
sucessão se encontram na vizinhança δ = 0.1 do limite
1 n 2n + 1 2n
 
l.
 
(a) lim 1 + (c) lim
Retirado de um teste!
2n 2n + 3
n  2
3n + 2 n
 
31. (a) Defina limite de uma sucessão real. 1
(b) lim 1 − 2 (d) lim
n 3n + 5
(b) Calcule o limite da sucessão de termo geral
 2n+1
1 + 2n 37. Estude quanto a convergência as sucessões seguintes:
un = .
2n
1 n  2
 
1 3n + 2 n

(c) Seja a sucessão de termo geral vn = n . (a) 1 + 2 (d)
2 n 3n + 5
i. Mostre, pela definição, lim vn = 0.  n
1 ! n5
(b) 1 + n 10 − 1
ii. Determine a ordem a partir da qual todos os termos 2n (e)
n10
da sucessão se encontram na vizinhança δ = 0.25 do 2n + 1 2n
 
limite 0. (c)
2n + 3
Retirado de um teste!
38. Calcule cada um dos seguintes limite:
32. Considera a sucessão un = an , a ∈ R. Estude a monotonia
4 5n
 n +1
e classifique-a quanto à sua convergência.
  
n+1
(a) lim (d) lim 1 +
n n
1 (c) a = 3 n n
(a) a =

n

3 n+1
1 (b) lim (e) lim
(b) a = −2 (d) a = − n n+5
3  − n2
1 3n−5
   2
33. Determina os seguintes limites n +3
(c) lim 1 + (f) lim
3n n2
(a) lim(1 − 3n)5
39. Mostre que:
 
100n + 1
(b) lim 3(−1)2n + n 
n+1   
2 n
2n + 7n (a) lim · =0
(c) lim 3 n+2
7n   
3 n
n 
2
(d) lim(5n + 2n ) n (b) lim · = +∞
2 n+2
34. Estude quanto a convergência as sucessões seguintes: 40. Calcule o limite de cada uma das seguintes sucessões:
√ n n +1
an + bn , se 0 < a < b (c) 2 − π
n
(a) 2n  n +1

 
3 3n + 1
(b)
n
2n + 1 π − 2n +1
n (a) an = 1+ (f) vn =
n n+1
35. (a) Suponha que depositou 1000 euros num banco à um 2n ! n6
n12 − 1

0, 5
juro anual de i = 5%. Calcule o montante da sua conta (b) bn = 1− (g) wn =
2n n12
no fim do primeiro ano se a capitalização dos juros se  en 2n−1
en

n2 + n + 2

faz: (c) cn = (h) tn =
−1 + e n n2 + 1
i. anualmente; iv. diariamente; n+2 n
 2
2 n
  
ii. mensalmente; v. todas as horas; (d) dn = (i) rn = 1 − 4
n+1 n
iii. semanalmente; vi. ao minuto.  n2
n + 5 2n
   2
3n + 1
(e) un = (j) sn =
(b) Observe que a sua conta aumenta sempre que o número n+1 n2 + 3
de capitalizações por ano aumenta, mas aquele cresci- 41. Calcule c de modo que:
mento não ultrapassa um determinado limite superior.
Que limite é esse? n + 2 cn+1
 
lim = e3
(c) Formalize a alínea anterior, indicando o factor a ser n+3
aplicado aos 1000 euros quando se atinge aquele limite
superior. (Diz-se então que o juro é capitalizado de
forma contínua.) 42. Relacione a e b de modo que:
(d) Suponha agora que, em vez de 1000 euros, tem uma   n +1   abn−1
quantia P e que o período de investimento é t anos em an + 2 n+1
lim = lim
vez de 1 ano. Qual a quantia que irá ter no fim dos t an n+3
anos se a capitalização for contínua?
4 F UNÇÕES EXPONENCIAIS

"Aquele que tentou e não conseguiu é superior àquele que nada tentou."
Arquimedes

Introdução

Os babilônios foram os primeiros a utilizar potências.


Várias de suas tabletas trazem registros de tabelas de números exponenciais, por meio das quais eles calculavam
juros compostos.
As potências foram utilizadas na Antiga Grécia por Arquimedes e Diofanto, no século III. Arquimedes, em uma
de suas teorias, mostrou que para preencher o Universo seriam necessários 1063 grãos de areia; e Diofanto, em
sua principal obra, Arithmetica, apresentou um sistema de abreviações para potências.
Na Europa do século XIV, Nicole Oresme sugeriu, em sua obra Algorismus Proportionum, o uso de notações
especiais para potências fracionárias e as primeiras ideias sobre potência irracional.
Nicolas Chuquet, matemático francês, em sua obra Triparty, propôs expressões com expoente zero e expoentes
negativos, juntamente com potências inteiras positivas.
A notação exponencial para potências, na forma que utilizamos hoje, foi introduzida por Descartes, século XVII.

4.1 Potencia de base positiva e expoente racional


Historial...
Antes de iniciar o estudo da função exponencial, vamos fazer uma breve
revisão sobre potências. Arquimedes foi um dos maiores mate-
máticos e provavelmente o maior da
antiguidade.
Pouco se sabe sobre a sua vida, apenas
Definição: Dados um número real positivo a e um número natural que nasceu e viveu na cidade grega de
n, potência de base a e expoente n é o número an que é o produto Siracusa e escreveu várias obras sobre
Matemática e Física.
de n factores iguais a a,
Seu interesse em aplicações era muito
grande, razão que o levou a criar vários
an = |a · a · a{z· . . . · }a dispositivos mecânicos, dentre eles a
n factores bomba de água em parafuso, utilizada
para irrigar campos.

Exemplo 4.1.1

(a) 72 = 7 · 7 = 49
 4        
1 1 1 1 1 1·1·1·1 1
(b) = = =
3 3 3 3 3 3·3·3·3 81
 √ 3
3

3

3

3
√3

3
(c) 4 = ( 4)( 4)( 4) = 4 · 4 · 4 = 43 = 4

Arquimedes, 287-212 a.C.


64 esacs - 2016/17

A potencia assim definida goza de algumas propriedades: 95. Calcule:


(a) (0, 01)5 × 1005 ;
 √ 5  √ 
Propriedade 4.1.1 (Propriedades da potência) Se a e b são números (b) 3 × − 3 ;
reais positivos, m e n são números naturais, então: √ 3 √
(c) 24 ÷ ( 6)3 ;
P.1 : am · an = am+n
(d) (0, 125)−2 ;
am 2  0
P.2 : n = am−n

(e) 0, 240 ÷ −25 ;
a
1 2
(f) 64 2 e 32 5 .
P.3 : ( a · b)n = an · bn
96. Simplifique:
P.4 : ( am )n = am·n 4
2ab3

(a) ;
 a m am 5x4
P.5 : = m
b b 
3x2 y
2 
3xy2
3
(b) ÷ ;
 n    n a2 b3 2a2 b2
−n 1 1 a −n b
P.6 : a = n = e = 2n +4 − 2 · 2n
a a b a (c) .
2 · 2n +4
P.7 : a0 = 1
m √n
P.8 : a n = am

4.2 Função exponencial

Depois de estudado o conceito geral de potências, estamos em condições


de estudar a função exponencial.

Definição: Uma função exponencial de base a é uma função


f : R → R da forma f ( x ) = a x , em que a é uma constante real
positiva e diferente de 1.

A base a = 1 é excluída porque tornaria f ( x ) = 1x = 1 que é uma função


constante, não uma função exponencial.

Exemplo 4.2.1 São exemplos de funções exponenciais, em R,

 x √
a) f ( x ) = 2x 1 c) h( x ) = (0.12) x d) p( x ) = ( 2) x
b) g( x ) =
2
Esboçamos ponto-por-ponto os gráficos das duas primeiras funções do
exemplo anterior:
Consideremos uma tabela com alguns valores da função f ( x ) = 2x

f (x)
x 2x
1 8
−3 Note que:
8 7
1 • Domínio: R;
−2 6
4 • Contradomínio: R+ ;
1 5 • a x > 0, ∀ x ∈ R e f (0) = 1;
−1
2 • f é estritamente crescente;
4
0 1 • f é injetiva.
3
Tudo isso decorre do facto de a base ser
1 2 2 um número maior que 1 (2 > 1).

2 4 1
x
3 8 −3 −2 −1 1 2 3
matemática 12º ano 65

 x
1
Do mesmo modo apresentamos a tabela com alguns valores da função g( x ) =
2
 x
1 f (x)
x
2
8
−3 8 7 Note que:
−2 4 6 • Domínio: R;

5 • Contradomínio: R+ ;
−1 2 • a x > 0, ∀ x ∈ R e g(0) = 1;
4
• g é estritamente decrescente;
0 1 3 • g é injetiva.
1
1 2 Tudo isso decorre do facto
 de a baseser
2 1
1 1 um número entre 0 e 1 0 < < 1 .
2
2
4 x
1 −3 −2 −1 1 2 3
3
8

As características das funções esboçadas acima são generalizadas para


quaisquer valores de a.

4.3 Propriedades da função exponencial

E.1 : Sendo a > 0 e a 6= 1, tem-se que:

a x = ay ⇔ x = y.

E.2 : A função exponencial f ( x ) = a x é crescente em todo o seu domínio,


se e somente se, a > 1. 7x
f (x)
3x 2x
y Tem-se, então:
f ( x ) = a x ( a > 1)

a x2
a x2 > a x1 ⇔ x 2 > x 1 ,
a x1
∀ a ∈ R e a > 1.
x

x1 x2 x
Figura 4.1: Gráficos funções Exponenci-
ais com base a > 1.

E.3 : A função exponencial f ( x ) = a x é decrescente em todo o seu domínio,


se e somente se, 0 < a < 1.
0, 5x 0, 1x f ( x )
0, 3x
y Tem-se, então:
f ( x ) = a x (0 < a < 1)

a x2 a x2 > a x1 ⇔ x 2 < x 1 ,
a x1 ∀ a ∈ R e 0 < a < 1.
x

x2 x1 x
Figura 4.2: Gráficos funções Exponenci-
ais com base 0 < a < 1.

E.4 : Toda a função exponencial, isto é, f ( x ) = a x , com a ∈ R+ e a 6= 1, é


bijetiva.
66 esacs - 2016/17

4.4 Equação exponencial

É toda equação cuja incógnita se apresenta no expoente de uma ou mais


potencias de bases positivas e diferentes de 1.

Exemplo 4.4.1 São equações exponenciais,


(a) 3x = 9
 x
(b) 52x + 5x = 30 1
(c) =2
8
A resolução de uma equação exponencial baseia-se na propriedade E.1,
isto é, sendo a > 0 e a 6= 1, tem-se que: a x = ay ⇔ x = y.

Apresentamos, como exemplos, a resolução de alguns tipos de equações


exponenciais.

Exemplo 4.4.2 Resolva em R a equação 125x = 625.

Resolução: Resolvemos esta equação transformando-a numa igualdade de 97. Resolva em R as equações:

duas potências de mesma base. Para isso, factorizamos os números 125 e (a) 64x = 256
√ √
625: (b) ( 2) x = 8
√  √ 2
5 x
125 5 625 5 (c) 3 x −1 = 9
√ 5 √
25 5 125 5 6
32x+1
3
⇒ 125 = 53 ; (d) = 2
5 5 25 5 ⇒ 625 = 54 ;
1 5 5
1

Assim, temos:
 x 4
E.1
125x = 625 ⇔ 53 = 54 ⇔ 53x = 54 ⇐⇒ 3x = 4 ⇔ x = .
3
 
4
Logo, S = .
3

Exemplo 4.4.3 Resolva em R a equação 2x = 1.

98. Determine, em R, o conjunto solução


Resolução: O número 1 pode ser escrito como 20 .
de cada uma das equações:
Logo, 2x = 1 ⇔ 2x = 20 , portanto pela propriedade E.1, temos x = 0.
(a) 13x = 1
Logo, S = {0}.
(b) 52x−1 = 1
(c) 7x = 8x
(d) 25x+2 = 125x+5
(e) 92x−1 = 275x+1
x x
Exemplo 4.4.4 Resolva em R a equação 3 = 2 .  x
3 27
(f) =
2 8
Resolução: Dividindo ambos os membros da equação por 2x , temos:  3x+1   x
8 4
(g) =
 x   x  0 27 9
3x 2x 3 3 3 E.1
3x = 2x ⇔ x
= x ⇔ =1⇔ = ⇐⇒ x = 0.
2 2 2 2 2

Logo, S = {0}.
matemática 12º ano 67

Exemplo 4.4.5 Resolva em R a equação 9x − 10 · 3x + 9 = 0.

Resolução: A equação pode ser escrita sob a forma: 99. Determine o conjunto dos valores x,
x ∈ R, que satisfazem cada uma das
equações:
(32 ) x − 10 · 3x + 9 = 0 ⇔ (3x )2 − 10 · 3x + 9 = 0.
(a) 2x+1 + 2x−1 = 20
x
Fazendo a mudança de variável 3 = t, temos: (b) 3x+1 − 3x+2 = −54
√ (c) 2 · 3x−1 + 4 · 3x−2 = 30
10 ± 64 10 ± 8
t2 − 10t + 9 = 0 ⇒ t = = ⇔ t = 9 ∨ t = 1. (d) e2x − 3e x + 2 = 0
2 2
(e) 4x − 6 · 2x + 8 = 0
Voltando a variável x, temos: (f) 9x − 4 · 3x+1 + 27 = 0
(g) 4x+1 − 2x+1 − 56 = 0
3x = 9 ∨ 3x = 1 ⇔ 3 x = 32 ∨ 3 x = 30
⇔ x = 2 ∨ x = 0.

Logo, S = {0, 2}.

Exemplo 4.4.6 Resolva em R a equação 3x+1 + 9x−1 = 10.

Resolução: 100. Resolva em R as equações:


(a) 2x+3 + 2x−1 = 17
3x+1 + 9x−1 = 10 ⇔ 3x+1 + (32 ) x−1 = 10 ⇔ 3x+1 + 32x−2 = 10 √  x
(b) 3x − 10 3 +9 = 0
(3 x )2 √
⇔ 3x · 3 + 32x · 3−2 = 10 ⇔ 3 · 3x + Sugestão: 3 = ( 3)2 .

= 10.
9  √  x +4  √  x
4
(c) 2 + 2 −5 = 0
Fazendo a mudança de variável 3x = t, temos: √  √ 2 
4
Sugestão: 2 = 2 .
t2 27t + t2 90 (d) 8x − 3 · 4x + 2x+1 = 0
3t + = 10 ⇔ = ⇔ 27t + t2 − 90 = 0.
9 9 9
√  
−27 ± 1089 −27 ± 33
t= = ⇔ t = 3 ∨ t = −30.
2 2
Voltando à variável x temos:

3x = 3 ∨ 3x = −30 3x
⇔ 33 = 31 ∨ 

=−30


⇔ x=1

Logo, S = {1}.
68 esacs - 2016/17

Exemplo 4.4.7 Resolva o sistema de equações exponenciais seguinte:


(
22x+y = 4
1
2 x − y = 2− 2

Resolução: 101. Resolva, em ordem a x e y, os seguin-


tes sistemas:

2 · 5x + 3 · 3y+1 = 331
( ( 
22x+y = 4 22x+y = 22  2x + y = 2
(a)
⇔ ⇔ 1 10 · 5x−1 − 3y = 241
x −y − 12 1
2 =2 2 x − y = 2− 2  x−y = −  x +y
2 (b)
3 = 243
3x−y = 27

 − − − − − − −−
(
y = 2 − 2x  x
⇔ ⇔ 1 3 − 3y = 8
− − −−  x − (2 − 2x ) = − (c)
3x −y = 9
2
2 + 3y −2 = 7
  x
− − −−
(
− − −− (d)
2x−1 + 2 · 3y = 56

⇔ 1 ⇔
 x − 2 + 2x = − 2x − 4 + 4x = −1
2
 
1
 
−−
(
−−   y = 2−2
⇔ ⇔ 1 ⇔ 2
6x = 3  x= 
− − −−
2

 y=1 
1

⇔ 1 S= ,1 .
 x= 2
2

Exemplo 4.4.8 Resolva o sistema de equações exponenciais:


 x
 8 2 · 16y−1 = 1
x 1
 5 4 −4y =
5

Resolução: 102. Resolva os seguintes sistemas de


equações:
 x   x  
 8 2 · 16y−1 = 1 y −1 ( 3x  x

23
2
· 24 = 20 2 2 · 24y−4 = 20 4 = 16y
(a)
x −4y 1 ⇔ ⇔ x 2 x +1 = 4y
 54 = x
 5 4 −4y = 5−1 5 4 −4y = 5−1
5
(
2 2
22( x −y) = 100 · 52(y− x )
(b)
 3x + 4y − 4 = 0

x+y = 5
( 3x
2 2 +4y−4 = 20 2
⇔ ⇔  x
2 − 2y = 24
 x − 4y = −1
x
5 4 −4y = 5−1 (c)
x+y = 8
( (4 
3x + 8y − 8 = 0 −−−−−  3x − 2y2 = 77
⇔ ⇔ (d) 2
 3 2x − 2 y2 = 7
x − 16y = −4 x = −4 + 16y
( (
3(−4 + 16y) + 8y − 8 = 0 −12 + 48y + 8y − 8 = 0
⇔ ⇔
− − − − − − − − −− − − − − − − − − −−

( 20 5
56y = 20 
y= =
⇔ ⇔ 56 14
− − −−  − − − − −−

 y= 5

 − − − − − −−   
12 5

⇔ 5 ⇔ 14 S= , .
 x = −4 + 16 12 7 14
14  x=

7
matemática 12º ano 69

4.5 Inequação exponencial

Inequação exponencial é toda inequação cuja incógnita se apresenta no


expoente de uma ou mais potências de bases positivas e diferentes de 1.

Exemplo 4.5.1 São inequações exponenciais, entre outras, as expres-


sões:
(a) 5x > 25 (b) 3x + 3x+1 ≤ 12 (c) 3x ≥ 2x

A resolução de uma inequação exponencial baseia-se em uma das proprie-


dades, E.2 ou E.3, das funções exponenciais.

E.2: a x2 > a x1 ⇔ x2 > x1 , ∀ a ∈ R e a > 1.


Ou seja, o sentido da desigualdade entre duas potências de mesma base
a, a > 1, mantém-se para os expoentes.

E.3: a x2 > a x1 ⇔ x2 < x1 , ∀ a ∈ R e 0 < a < 1.


Ou seja, o sentido da desigualdade entre duas potências de mesma base
a, 0 < a < 1, é invertido para os expoentes.

Vejamos alguns exemplos resolvidos:

Exemplo 4.5.2 Resolva em R a inequação 253x−1 > 125x+2 .

Resolução: 103. Resolva em R as inequações:

(a) 163x−1 > 82x+5


3x −1 x +2 2 3x −1 3 x +2 6x −2 3x +6
25 > 125 ⇔ (5 ) > (5 ) ⇔5 >5 .  3x−1  2x
1 1
(b) ≤
9 3
Como a base das potências é 5 e, portanto, maior que 1, temos, pela pro-
(c) (0, 3)4x−5 > (0, 3)2x+1
priedade E.2, que o sentido da desigualdade mantém-se para os expoentes. √ √
(d) ( 2)3x−1 ≤ 8
4

Assim temos: √
(e) ( 0, 6)3x−2 ≥ 0, 6
8  2x−1
56x−2 > 53x+6 ⇔ 6x − 2 > 3x + 6 ⇔ 6x − 3x > 6 + 2 ⇔ 3x > 8 ⇔ x > . (f)
1
> 3 x +2
3 3
(g) 3x+1 + 2 · 3x−1 ≥ 11
   
8 8
Logo, S = x∈R:x> = , +∞ .
3 3 (h) 4x − 3 · 2x + 2 < 0
x
(i) 25 2 + 5x−1 > 150
(j) 9x − 4 · 3x+1 + 27 > 0
70 esacs - 2016/17

 2x−5   x+1
1 1
Exemplo 4.5.3 Resolva em R a inequação ≤ .
8 4

Resolução:
 2x−5   x+1 "  #2x−5 "  # x+1
1 1 1 3 1 2
≤ ⇔ ≤
8 4 2 2
 6x−15  2x+2
1 1
⇔ ≤
2 2

 
1
Como a base das potências é um número entre 0 e 1, temos, pela
2
propriedade E.3, que o sentido da desigualdade é invertido para os expoentes.
Assim temos:
 6x−15  2x+2
1 1
≤ ⇔ 6x − 15 ≥ 2x + 2
2 2
⇔ 6x − 2x ≥ 2 + 15
17
⇔ 4x ≥ 17 ⇔ x ≥ .
4
   
17 17
Logo, S = x ∈ R : x ≥ = , +∞
4 4

Exemplo 4.5.4 Resolva em R a inequação

9x−1 < 81x+1 ≤ 273x+5 .

Resolução: 104. Resolva em R as inequações:


(a) 2x−1 < 22x+1 ≤ 43x+1
x −1 x +1 3x +5 2 x −1 4 x +1 3 3x +5
9 < 81 ≤ 27 ⇔ (3 ) < (3 ) ≤ (3 )   x −2
1
(b) < 4x+1 < 162x+3
E.2 2
⇔ 32x−2 < 34x+4 ≤ 39x+15 ⇐⇒ 2x − 2 < 4x + 4 ≤ 9x + 15
 (c) 9x+1 ≤ 272x−5 ≤ 2434x+1
 x > −3
(
4x + 4 > 2x − 2 (I)
⇔ ⇔ 11
4x + 4 ≤ 9x + 15  x≥− (II)
5

105. Resolva em R as inequações:


√ 2
(a) ( 0, 39) x −5x+6 < 1
−3 11 √ 2
− (b) ( 1, 8) x −6x+5 ≥ 1
5  
11
Vê-se portanto que (I) ∩ (II) = x∈R:x≥− .
5
Logo,    
11 11
S= x∈R:x≥− = − , +∞ .
5 5
matemática 12º ano 71

Exemplo 4.5.5 Resolver em R a inequação


 x  x
1 1
2 −3 + 1 ≥ 0.
4 2

Resolução: 106. Resolva em R as inequações:


2 −2x 2 −2x
 x  x "  # x  x (a) 3x < 2x
1 1 1 2 1
2 −3 +1 ≥ 0 ⇔ 2 −3 +1 ≥ 0 (b) 3x−1 · 2x−1 ≥ 12x−1
4 2 2 2
(c) 8x > 0
  x 2  x
1 1 (d) 9x < −1
⇔2 −3 + 1 ≥ 0.
2 2 32x−1 − 3x
(e) <0
9x
 x (Sugestão: lembre-se de que 9x é
1
Fazendo a mudança de variável = t, temos: 2t2 − 3t + 1 ≥ 0. positivo para todo x, x ∈ R.)
2
O gráfico da função f (t) = 2t2 − 3t + 1 é uma parábola:
107. Resolva em R a inequação

3 − 9 x +1
y Temos que <0
4 − 2 x −1
1
f (t) ≥ 0 ⇔ t ≤ ∨ t ≥ 1.
2

+ +

1 1 x
2

Voltando à variável x, temos:


 x
1 1 E.3
≤ ⇐⇒ x ≥ 1 (I)
2 2
ou  x   x  0
1 1 1 E.3
≥1⇔ ≥ ⇐⇒ x ≤ 0. (II)
2 2 2

0 1

Portanto, (I) ∪ (II) = { x ∈ R : x ≤ 0 ∨ x ≥ 1}.

Logo,

S = { x ∈ R : x ≤ 0 ∨ x ≥ 1} =] − ∞, 0] ∪ [1, +∞[.
72 esacs - 2016/17

Exemplo 4.5.6 Resolva a inequação:



x −1

x +1 √
7 x +1 ÷ 7 x −1 < 343.

Resolução:

x −1

x +1 √ x +1 x −1
 1
2
7 x +1 ÷ 7 x −1 < 343 ⇔ 7 x−1 ÷ 7 x+1 < 73
x +1 x −1 3 x+1 x−1 3
⇔ 7 x −1 − x +1 < 7 2 ⇔ − <
x−1 x+1 2
x+1 x−1 3
⇔ − − <0
x−1 x+1 2
2( x + 1)2 − 2( x − 1)2 − 3( x 2 − 1)
⇔ <0
2( x + 1)( x − 1)
2( x2 + 2x + 1) − 2( x2 − 2x + 1) − 3x2 + 3
⇔ <0
2( x + 1)( x − 1)
2( x2 + 2x + 1 − x2 + 2x − 1) − 3x2 + 3
⇔ <0
2( x + 1)( x − 1)
−3x2 + 8x + 3
⇔ <0
2( x + 1)( x − 1)

Para resolução da ultima desigualdade, fazemos recurso do quadro de sinal.

1
Os zeros do numerador são − e 3; Os zeros de denominador são −1 e 1.
3
1
x −1 − 1 3
3
−3x2 + 8x + 3 − − − 0 + + + 0 −

2( x + 1)( x − 1) + 0 − − − 0 + + +
−3x2 + 8x + 3
− + N.D0 − N.D + 0 −
2( x + 1)( x − 1)
 
1
S = ]−∞, −1[ ∪ − , 1 ∪ ]3, +∞[ .
3
matemática 12º ano 73

Exercícios do Capítulo 4

1. Exprima, na forma mais simplificada: 9. Escreva as expressões seguintes na forma de produto.


− 15
(a) 32
3 (a) 5x+1 − 5x (c) 8x+1 + 23x−2
(b) 16 4  x
1
1 1 4 (b) + 21− x (d) 4x + 2x+1
(c) (−2)− 2 × (−3)− 2 ÷ 6 5 2
3 − 12 ×5
(d) √ √ 10. Partindo do gráfico da função y = 3x , descreva como pode
3
3× 5 obter o gráfico das funções seguintes:
 1 1
2
(e) 3− 2 + 5− 2
(a) y1 = 3x−2 (d) y4 = 3| x|
2. Efetue as operações e apresente o resultado o mais simplifi- (b) y2 = −3x−2
cados possível: (c) y3 = 4 − 3x−2 (e) y5 = −|3x |
3−7
(a) 32 × 34 ÷
1 1 1
11. Classifique as funções exponenciais em crescente ou decres-
(b) 2 3 × 3 3 ÷ 3− 3 cente:
1 1
(c) (−3)−5 × 53 × 4 2 × 10− 2 × 35 √ x
3 2 1
(a) f ( x ) = 20 (d) f ( x ) = 0, 2x
(d) 3− 2 × 5− 3 ÷ 15 2 x
 x
2 1
9 (e) f ( x ) = 4 2
(e) 8− 3 × 8− 3 ÷ 4−2 (b) f ( x ) =
5  2x
h 1 1 2 6
i 1
(f) (−3)− 2 × (−2)− 2 × 6 3 (c) f ( x ) = 6 −x (f) f ( x ) =
5
3. Calcule o valor de:  x
5
12. Para quais valores reais de k a função f ( x ) = é de-
1 1
k
(a) 2− 2 (d) (−8)− 3 crescente?
1
2 −2
 
(b) 4 2
13. Determine x tais que:
 1 (e) −
1 −3 3

(c) −
27 (a) 2x = 512 (c) 2x+1 − 2x−1 = 192
x
4. Escreva como potência de base 2 os seguintes números: (b) 0, 2 = 25 (d) 9x − 4 · 3x = −3


3
  −2 14. Resolva, em R, cada uma das seguintes equações:
(a) 8 (d) 16 1
(f)
(b) 16−1 2 1 6x
1 (a) 4x = (d) = 243
(c) 16−3 (e)  16 2x
32
1 x (e) 8x = 2x × 32
(b) = 1000
5. Efetue as operações e simplifique o resultado: 10
2− x
4 x +3
√ (c) 125 = 5 (f) = 64
1
− 21 3
x3y  − 1 2 x +2
(a) x × x 4 ÷x 4
(d) √ × x −1 y−2
3

x y 15. Resolva em ordem a x as seguintes equações:


5
3 − 32
× 31 ÷ 3− 3  −2 −3  −2
(b) √ x y
(a) 3x+1 = 9 (d) (32 ) x+1 = 9
p3
3−1 (e)
x −1 y 4 2 1
(b) 21− x =
2
1
 1
 −1 3 2 (e) 5x −5x+5 = 1
x 3 x 2 × x −2 x2 ÷ x3 8
(f) 
(c) 1 1 3
 √ (c) 2x+3 + 4x+1 − 320 = 0 (f) 4x − 5 × 2x+1 + 25 = 0
x −1 2 x2 ÷ 3 x
16. Resolva cada uma das seguintes equações:
6. Calcule, com aproximação às milésimas:

1
√ (a) 5− x+1 = 5−3x+6 (e) 4x − 6 · 2x + 5 = 0
3− 2 · (−2)−4
3
18 · 183
(a)   1 (b) 1 (b) 9 · 3x = 729
−2 1 9− 2 (f) 3x + 3− x+1 − 4 = 0
1
2 · 5− 2 (c) 0, 5− x+1 = 2− x+3
1 2
(d) = 21− x (g) 4x+1 − 320 = 2x+3
7. Sabendo que 5x = 2, qual o valor de: 16

x
(h) 1 + 2 + 4 + 8 + . . . + 2x = 4095
(a) 52x ? (c) 5 2 ? (e) 5x+1 ? (i) 3x + 3x−1 + 3x−2 + 3x−3 + 3x−4 + 3x−5 = 364
(b) 5− x ? (d) 25− x ?

8. Sabendo que 3x+1 = 6, calcula o valor de:

x
(a) 3x (b) 32x (c) 3 2 (d) 3− x+1
74 esacs - 2016/17

17. Resolva, em R, as seguintes equações: 25. Resolva a inequação 9y2 − 10y + 1 ≤ 0 e aplique para resol-
ver a inequação 32x+2 − 10 × 3x + 1 ≤ 0.
(a) 2− x+2 = 22x+1 (h) 8x+1 = (4x )3
(b) 2x+1 = 128 (i) 2x + 2− x+1 = −3 26. Considere a função f : x → 2x . Determine o conjunto dos
  x −2
1 valores de x:
(c) 32x +1
= (j) 9x − 5 × 3x + 5 = −1
3
(k) 3 × 52x+1 − 16 × 5x + 4 = 0
2
  −1
1 (a) f ( x ) > 1 (d) f (2x + 5) = 1024
(d) 3x −1 = (l) 5x + 2 × 51− x = 7
9 (b) f ( x ) < 8 (e) f ( x ) · ( x2 − 1) > 1
x −2 x x +2
(e) 2x × 5x = 100 (m) 3 +3 +3 = 91 (f) f (2x ) > f ( x )
2
(n) 2x−2 + 2x−1 + 2x = 56 1
(f) 52x−2 = 25x − x (c) f ( x ) ≥ (g) f ( x ) = −3
8
(g) 25x − 3 × 5x + 2 = 0 (o) 5x+4 + 5x+1 + 5x+2 = 131
27. Determine o domínio das funções reais de variável real:
18. Resolva as equações:
√ 1 √
2
(a) 3x −5 = 81 (c) 2x+3 =
3
4 (a) f : x → (b) f : x → 2x − 4
ex −e x
11 (c) f : x → e x−3
(b) 5 x2 −5x +6
=1 (d) 3x+1 + 3x − 3x−1 =
9
28. Determine, em R, o domínio e os zeros (caso existam) das
(e) 9 · 3 − 6 · 9x + 11 · 3x − 6 = 0
x x
funções definidas por:
19. Resolva a equação y2 − 9y + 8 = 0 e usa as soluções para
x−2
resolver a inequação 4x − 9 × 2x + 8 = 0. (a) f ( x ) = x
(e − 1)(4x + 1)
20. Resolva cada uma dos seguintes sistemas: 1
πx
(b) g( x ) =
x+1
( 
5x = 251+y  23x · 4y = 32
(a)
q
x + y = 11 (d) 4 (c) h( x ) = (2x − 1)(4 − 2x )
 x +y = 1
( 2 x
5x+y − 56 = 0 (d) p( x ) = x
(
(b) 42x · 2y = 1 3 −1
5x−y − 52 = 0 (e)
2x−y = 16
( ( 29. Determine o domínio de cada função.
2x + 2y = 24 25y · 5x = 53
(c) (f) 2
2x · 2y = 108 0, 04x = 5y
p
(a) f ( x ) = 3x−2 − 1
p
4
(c) h ( x ) = 4 x − 2 x +4
p
21. Determine os zeros, caso existam, de: (b) g( x ) = 5 22x−1 − 8

(a) f ( x ) = 3x − 3 (c) h( x ) = 3x − 9x 30. Seja f ( x ) = 2x .


2 x +3 + 4
(b) g( x ) = (d) r ( x ) = 1 − π x I. Escreva a expressão de:
3
22. Resolva as inequações: • ( f ◦ g) ( x )
• ( g ◦ f ) (x)
1 (e) e2x − 19 + 30e− x ≤ 0
(a) 3x+5 > (a) g( x ) = − x
√ 27
(b) 5| x| > 5 (f) 2e 4x
+e 2x
− 10 ≤ 0 (b) g( x ) = x + 1
(c) 2−2x+1 < 43x 0, 5x +3 −1 0, 5x II. Explica em cada caso, como se obtém o gráfico de f ◦ g
(d) 0, 12x ≥ 100 (g) > e de g ◦ f a partir do gráfico de f .
0, 5x − 5 0, 5x − 2
23. Resolva, em R, as condições:
31. Defina duas funções, f 1 e f 2 , tais que:
1 (d) 81 ≥ 27 x x 2 −5
(a) ( f 1 ◦ f 2 ) ( x ) = 32x
(a) √ ≤ 251− x
5 1
(e) 2 ≤ 4
x (b) ( f 1 ◦ f 2 ) ( x ) = 2 × 3− x
(b) 0, 25x ≤ 8x+1
2 2x − 1
(c) 4x > 2 (f) ≥0 32. A radioatividade de uma substância decresce de acordo com
3−x
a fórmula:
24. Resolva as inequações:
A(t) = A0 e−0,3t
(a) 27x ≥ 3 5
(e) 25 ≥ onde A0 é a quantidade de substância inicial, em gramas, e
5x
(b) 0, 82x−3 < 0, 85 2 t o número de anos decorridos desde a observação inicial.
(c) 3 × 4x ≤ 72 − 6 × 4x (f) 3x( x+1) > 3x +1 Se inicialmente havia 10 gramas de substâncias, quantos
(d) 4x+1 · 2x−1 < 128 (g) 3 · 2x+2 − 22x > 32 gramas havia 12 anos depois?
5 F UNÇÕES LOGARÍTMICAS

"No estudo de juros compostos, encontraremos um diamante de grande


quilate e este provavelmente brilhará até o final dos tempos."
John Napier

Introdução

Em Cabo Verde, a população cresce à uma taxa de 1.4% ao ano, aproximadamente. Em quantos anos a população
irá dobrar se a taxa de crescimento continuar a mesma?
Se hoje a população for de P0 indivíduos, após 1 ano a população será P1 = P0 · 1, 014, após 2 anos será
P2 = ( P0 · 1, 014) · 1, 014 = P0 · (1, 014)2 , após 3 a população será P3 = P0 · (1, 014)3 ... após x anos a população
será Px = P0 · (1, 014) x . Daí, P0 · (1, 014) x = 2 P0 ⇔ (1, 014) x = 2. Não é possível resolver essa equação usando os
conhecimentos adquiridos até aqui.
Com o objectivo de transformar uma equação exponencial como essa numa igualdade entre potências de mesma
base, e não só, vamos desenvolver a noção de logaritmo.

5.1 Logaritmo de um número


Historial...
Para compreender o que é um logaritmo, considere uma potencia de base
positiva e diferente de 1. Por exemplo: Os logaritmos foram inventados pelo
matemático escocês John Napier.
No séc. XVI e inicio do séc XVII, com
23 = 8. o avanço da Astronomia e das outras
áreas, os cientistas sentiam necessidade
Ao expoente dessa potência damos o nome de logaritmo. Dizemos que 3 é de realizarem cálculos tediosos. Tendo
em conta o pouco avanço ainda das cal-
o logaritmo de 8 na base 2. culadoras, inventaram-se os logaritmos
Em símbolos: com o objectivo de se substituírem as
operações de multiplicação e divisão por
23 = 8 ⇔ log2 8 = 3.
outras mais simples (adição e divisão),
quando se trabalha com números muito
grandes ou muito pequenos.
Exemplo 5.1.1 Até ao melhoramento das calculadoras
e o aparecimento do computador, os
(a) 52 = 25 ⇔ log5 25 = 2
 4
1 1 1 logaritmos foram uma das maiores
(c) = ⇔ log 1 =4
1 1 2 16 2 16 invenções de sempre.
(b) 3−2 = ⇔ log3 = −2
9 9

Definição: Sejam x e a números reais positivos e a 6= 1. Chama-se


logaritmo de x da base a o expoente y tal que ay = x.
Simbolicamente:
loga x = y ⇔ ay = x.

Portanto, o logaritmo de um número positivo x numa base a positiva e


diferente de 1 é o número y a que deve elevar-se a para dar x.

John Napier, 1550-1617


76 esacs - 2016/17

Notação:
Na expressão loga x = y:

• x é chamado de "logaritmando",

• a é chamada de "base do logaritmo",

• y é chamada de "logaritmo de x na base a".

108. Calcule, aplicando a definição, os lo-


Exemplo 5.1.2 garitmos:

(a) log7 49
(a) log2 16 é o expoente y tal que 2y = 16.
E.1 (b) log6 216
Temos que: 2y = 16 ⇔ 2y = 24 ⇐⇒ y = 4.
(c) log128 1024
Assim, log2 16 = 4.
4
(d) log 3
1 1 2 9
(b) log5 = y ⇔ 5y = ⇔ 5y = 5−2 ⇔ y = −2. (e) log2

5
16
25 25
1 (f) log 10 000
Assim, log5 = −2.
25 (g) ln e
(c) log7 1 = y ⇔ 7y = 1 ⇔ 7y = 70 ⇔ y = 0. (h) log5 1
Assim, log7 1 = 0. (i) log4 4


3

3 1 1
(d) log5 5 = y ⇔ 5y = 5 ⇔ 5y = 5 3 ⇔ y = .
3

3 1
Assim, log5 5 = .
3

Nota:
• Quando a base é 10, omite-se o 10 e escreve-se log x; É chamado logaritmo
decimal. Em muitas calculadoras, este logaritmo é denotado por LOG .

• Quando a base é e (número de Neper), omite-se o e e escreve-se ln x (lo-


garitmo neperiano ou logaritmo natural de x). Nas calculadoras é denotado
por LN .

Exemplo 5.1.3
1 1
(a) log = y ⇔ 10y = ⇔ 10y = 10−3 ⇔ y = −3.
1 000 1 000
1
Assim, log = −3.
1 000
1 1
(b) ln = y ⇔ ey = ⇔ ey = e−1 ⇔ y = −1.
e e
1
Assim, ln = −1.
e

5.2 Consequências da definição

Decorre imediatamente da definição que para números reais positivos x e a, com a 6= 1, valem as seguintes
propriedades:
L.1 : loga a = 1. De facto, fazendo loga a = y, tem-se ay = a ⇔ y = 1. Assim loga a = 1.

L.2 : loga 1 = 0. De facto, loga 1 = y ⇔ ay = 1 ⇔ ay = a0 ⇔ y = 0. Assim, loga 1 = 0.

L.3 : loga a x = x. Com efeito, fazendo loga a x = y significa que, ay = a x ⇔ y = x. Logo, loga a x = x.

L.4 : aloga x = x. De facto, fazendo loga x = y, tem-se: ay = x. Substituindo, nessa última igualdade y por loga x,
tem-se: aloga x = x.
matemática 12º ano 77

Exemplo 5.2.1 Calcule a valor de:

(a) 8log2 5 (b) 31+log3 4 (c) e2 ln 5

Resolução: Quebra linha 109. Determine x em cada igualdade:

log2 5 3 (a) log5 x = 2


(a) 8log2 5 = 23 = 2log2 5 = 53 = 125. 1
(b) log36 x =
1+log3 4 1 log3 4 2
(b) 3 = 3 ·3 = 3 · 4 = 12. (c) log2 x = −3
2
(c) e2 ln 5 = eln 5 = 52 = 25. (d) log4 x = 0


110. Sabendo que loga x = 9, calcule


loga x6 .
Exemplo 5.2.2 Calcular o valor da expressão
5
E = 3log3 + log6 6 − log8 1.

Resolução: Quebra linha 111. Sabendo que loga x2 = 8 e que x > 0,


Pela L.4, temos 3log3 5 = 5. calcule loga x3 .
Pela L.1, temos log6 6 = 1.
Pela L.2, temos log8 1 = 0.
5
Assim, E = 3log3 + log6 6 − log8 1 = 5 + 1 − 0 = 6.
112. Calcule o valor da expressão
E = 6log6 5 .

Exemplo 5.2.3 Resolver em R as equações: 113. Calcule o valor da expressão


x x E = 52 log5 3 .
(a) 2 = 3 (b) e = 7

Resolução: Quebra linha

(a) Pela L.4, temos 3 = 2log2 3 . Substituindo na equação temos: 114. Calcule o valor da expressão
E = 52+log5 3 .

2x = 3 ⇔ 2x = 2log2 3 ⇔ x = log2 3.

Portanto, S = {log2 3}. √


115. Calcule o valor de 92−log3 2
.
ln 7
(b) Como 7 = e , vem

e x = 7 ⇔ e x = eln 7 ⇔ x = ln 7.

Assim, S = {ln 7}.

5.3 Propriedades dos logaritmos

Estudamos na secção anterior, quatro propriedades que derivaram-se direc-


tamente da definição de logaritmo de um número. Continuando veremos
mais quatro propriedades, que tornam vantajoso o emprego de logaritmos
nos cálculos.

Sendo x, y e a números reais positivos, com a 6= 1, temos:

L.5 Logaritmo do produto.


O logaritmo do produto é igual à soma dos logaritmos dos factores.

loga ( xy) = loga x + loga y


78 esacs - 2016/17

116. Expanda cada uma das expressões


Demonstração: Pela propriedade L.4, tem-se
como uma diferença, soma e/ou múl-
tiplo de logaritmos e determine o va-
x = aloga x e y = aloga y. lor de cada uma.
9
(a) 4 log3
Calculando xy, vem 27
1
(b) log3 (3 · 243)
P.1 2 √
xy = aloga x · aloga y == aloga x+loga y . 5
(c) log4 162

Pela definição de logaritmo vem:

loga ( xy) = loga x + loga y.

Exemplo 5.3.1 log3 (27 × 9) = log3 27 + log3 9 = 3 + 2 = 5.

L.6 Logaritmo do quociente.


O logaritmo do quociente é igual à diferença entre os logaritmos
dos termos.  
x
loga = loga x − loga y
y

117. Qual é a expressão cujo desenvolvi-


Demonstração: Pela propriedade L.4, tem-se
mento é:
(a) 1 + log2 a − log2 b − 2 log2 c
x = aloga x e y = aloga y. (b) log2 a + log2 b − log2 c
1 1 3
x aloga x P.2 (c) log a − log c − log b
= log y == aloga x−loga y . 3 2 2
y a a 1 1
(d) 2 + loga a + log2 b − log2 c
3 6
Pela definição de logaritmo de um número vem:
 
x
loga = loga x − loga y.
y

 
4
Exemplo 5.3.2 log2 = log2 4 − log2 16 = 2 − 4 = −2.
16

118. Rescreva as expressões como um


único logaritmo, e simplifique o resul-
L.7 Logaritmo de uma potência. tado, se possível. Assuma que todos
os valores na expressão no logarit-
O logaritmo de uma potência é igual ao produto do expoente pelo mando representam números positi-
logaritmo da base. vos.
loga ( x p ) = p loga x (a) log2 560 − log2 7 − log2 5
(b) log3 54 + log3 10 − log3 20
 p 1
(c) 2 log x − log z + log z
Demonstração: Tem-se que x = aloga x e que, pela x p = aloga x . 2
1h   i
Pela P.4, tem-se que x p = a p loga x (d) log5 x2 − y2 − log5 ( x + y)
2  
Pela definição de logaritmo vem: (e) ln x2 − 9 − ln( x − 3) − 2 ln x

loga ( x p ) = p loga x.

Exemplo 5.3.3 log2 (85 ) = 5 log2 8 = 5 × 3 = 15.


matemática 12º ano 79

L.8 Mudança de base


logb x
loga x = ∀b, b ∈ R+ , b 6= 1
logb a

Demonstração: De um modo geral, tem-se: 119. Desenvolva aplicando as proprieda-


des dos logaritmos (a, b e c são reais
positivos):
loga x = y ⇔ ay = x  
5a
(a) log5
⇔ logb ( ay ) = logb x bc
√ !
⇔ y logb a = logb x a2 b
(b) log2 √3
c
⇔ loga x × logb a = logb x porque y = loga x 
ab 3 
(c) log3 √3
c a2
Logo, r
ab3
logb x (d) log
loga x = . c2
logb a 2a
(e) log 2
a − b2
s √
4a ab
(f) log2 √ 3
log2 32 5 b a2 b
Exemplo 5.3.4 log64 32 = = .
log2 64 6

Exemplo 5.3.5 Sabendo que log6 5 = 0, 898 e log6 2 = 0, 386, calcule:

(a) log6 10 (c) log2 5 5


(e) log6
12

(b) log6 2, 5 (d) log6 20 (f) log6 5
Resolução: Quebra linha
L.5
(a) log6 10 = log6 (5 · 2) == log6 5 + log6 2 = 0, 898 + 0, 386 = 1, 284.
 
5 L.6
(b) log6 2, 5 = log6 == log6 5 − log6 2 = 0, 898 − 0, 386 = 0, 512.
2
L.8 log6 5 0, 898
(c) log2 5 == = = 2, 326.
log6 2 0, 386
   
L.5 L.7
(d) log6 20 = log6 22 · 5 == log6 22 + log6 5 == 2 log6 2 + log6 5 = 2 · 0, 386 + 0, 8981, 67.
5 L.6 L.5 
(e) log6 == log6 5 − log6 12 = log6 5 − log6 (2 · 6) == log6 5 − log6 2 + log6 6
12
= 0, 898 − (0, 386 + 1) = 0, 898 − 1, 386 = −0, 488.
√ 1 L.7 1 1
(f) log6 5 = log6 5 2 == log6 5 = · 0, 898 = 0, 449.
2 2

Exemplo 5.3.6 Expanda cada expressão logarítmica:

  √
(a) log4 5x3 y ; 3x − 5
(b) ln .
7
Resolução: Quebra linha 120. Resolva o problema proposto na in-
  trodução deste capítulo.
(a) log4 5x3 y = log4 5 + log4 x3 + log4 y = log4 5 + 3 log4 x + log4 y.

3x − 5 √ 1
(b) ln = ln 3x − 5 − ln 7 = ln(3x − 5) 2 − ln 7
7
1
= ln(3x − 5) − ln 7.
2
80 esacs - 2016/17

Exemplo 5.3.7 Condense cada expressão logarítmica:

1 1
(a) log x + 3 log( x + 1); (c) [log2 x + log2 ( x + 1)].
2 3
(b) 2 ln( x + 2) − ln x;
Resolução: Quebra linha loga x 1
121. Mostre que: = 1 + loga .
log a x b
b
(a)
1 1
h i
log x + 3 log( x + 1) = log x 2 + log ( x + 1)3
2 h√ i
= log x ( x + 1)3 .

(b)
h i
2 ln( x + 2) − ln x = ln ( x + 1)2 − ln x
( x + 1)2
 
= ln .
x

(c)
1 1
[log2 x + log2 ( x + 1)] = {log2 [ x ( x + 1)]}
3 3
1
= log2 [ x ( x + 1)] 3
q
= log2 3 x ( x + 1).

5.4 Função logarítmica

Definição: Chama-se função logarítmica toda função f : R+ → R


tal que f ( x ) = loga x, com a ∈ R e a 6= 1.

Portanto, chamamos função logarítmica de base a (a > 0 e a 6= 1) a função


que associa a cada x positivo o número loga x.

Em símbolos:

f : R+ → R
x 7→ loga x

Exemplo 5.4.1 São funções logarítmicas em R:

(a) f ( x ) = log2 x;

(b) g( x ) = log 1 x;
2

(c) h( x ) = log x;

(d) i ( x ) = ln x;

(e) j( x ) = log0,2 x;

(f) k( x ) = log√7 x.
matemática 12º ano 81

5.4.1 Gráfico de uma função logarítmica

Consideremos a função f ( x ) = log2 x. Podemos obter o gráfico de f


através de uma tabela:

y
x log2 x
3
1
−3 Note que:
8 2
1 • D f = R+ ;
−2
4 1 • D 0f = R
1
−1 • f (1) = 0 pois loga 1 = 0, ∀ a > 1;
2
1 2 4 8 x • f é estritamente crescente;
1 0 • f é injetiva.
−1
Tudo isso decorre do facto de a base ser
2 1 um número maior que 1 (2 > 1).
−2
4 2
−3
8 3

Consideremos agora a função g( x ) = log 1 x. Para obter um esboço do


2
gráfico de g, vamos construir uma tabela:

y
x log 1 x
2
1 3
3 Note que:
8
1 2 • D g = R+ ;
2
4 • Dg0 = R
1 1 • g(1) = 0; loga 1 = 0, ∀ 0 < a < 1;
1
2 • g é estritamente decrescente;
1 0 1 2 4 8 x • g é injetiva.
−1 Tudo isso decorre do facto
 de a baseser
2 −1 1
um número entre 0 e 1 0 < < 1 .
2
−2
4 −2
−3
8 −3

y
y
log 3 x 4
5 2
3
4
2
3 log2 x
1
2 ln x
log5 x 2 3 5 6 7 8 9 x
1 1 4
−1 log 1 x
5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 x −2 − ln x
−1
−3 log 1 x
2
−2
−4 log 2 x
3
−3
82 esacs - 2016/17

5.5 Propriedades da função logarítmica

G.1 : loga x = loga y ⇔ x = y, ∀ x, y, a ∈ R+ , a 6= 1.

G.2 : A função logarítmica f ( x ) = loga x é crescente em todo o seu domí-


nio, se e somente se, a > 1.

y Tem-se, então:
f ( x ) = loga x ( a > 1)
loga x2 > loga x1 ⇔ x2 > x1 ,
loga x2
log2 x1 ∀ x1 , x2 ∈ R+ e a > 1.

x1 x2 x

G.3 : A função logarítmica f ( x ) = loga x é decrescente em todo o seu


domínio, se e somente se, 0 < a < 1.

y Tem-se, então:

x1 x2 loga x2 > loga x1 ⇔ x2 < x1 ,


x
log2 x1 ∀ x1 , x2 ∈ R+ e 0 < a < 1.
loga x2
f ( x ) = loga x (0 < a < 1)

G.4 : Toda a função logarítmica f ( x ) = loga x, com a ∈ R+ e a 6= 1, é


bijetiva.

G.5 : A função logarítmica f ( x ) = loga x é inversa da função exponencial


f ( x ) = a x , a ∈ R+ e a 6= 1.
Observe, por exemplo, os gráficos das funções f ( x ) = 2x e g( x ) =
log2 x:

f ( x ) = 2x Como f e g são inversas en-


y y=x tre si, seus gráficos são si-
g( x ) = log2 x métricos em relação à recta
suporte da bissetriz dos qua-
drantes ímpares.
x

Exemplo 5.5.1 Determine o domínio da função f ( x ) = log5 (3x − 6).

Resolução: Existe loga x se, e somente se, x, a ∈ R+ e a 6= 1. Como a 122. Esboce o gráfico de cada uma das
funções:
base 5 do logaritmo já obedece a condição de existência, basta impormos a
(a) f ( x ) = log3 x
condição sobre o logaritmando, isto é,
(b) g( x ) = log 1 x
3

3x − 6 > 0 ⇔ x > 2.

Logo, D f = { x ∈ R : x > 2} =]2, +∞[.


matemática 12º ano 83

Exemplo 5.5.2 Determine o domínio da função f ( x ) = logx (8x − 2).

Resolução: Para garantir a existência do logx (8x − 2), devemos ter: 123. Classifique como crescente ou decres-
cente cada uma das funções:
(a) f ( x ) = log5 x

1 (b) g( x ) = log0,3 x
 
 8x − 2 > 0  x> (I)
 

4 (c) h( x ) = log √
6 x
5
x>0 ⇔ x > 0 (II)

 x 6= 1 
 01 1 (d) i ( x ) = ln x
x 6= 1 (III)

4
124. Determine a inversa da função
  f ( x ) = log5 x.
1
(I) ∩ (II) ∩ (III) = x∈R:x>
e x 6= 1 .
4 125. Determine o domínio de cada uma
das funções:
   
1 1
Logo, D f = x ∈ R : x > e x 6= 1 = , + ∞ \ {1}.
4 4 (a) f ( x ) = log8 (5x − 15)
(b) g( x ) = log5 ( x2 − 3x )
(c) h( x ) = logx (6x − 1)
(d) i ( x ) = log2x−4 (6x + 1)

Exemplo 5.5.3 Determinar o domínio da função


f ( x ) = logx−1 (− x2 + 3x + 4).

Resolução: Devemos ter 126. Determine o domínio de cada uma


das funções:
 
2
 − x + 3x + 4 > 0  −1 < x < 4 ( I ) 3x − 1
 
 
(a) f ( x ) = log5
x−1 > 0 ⇔ x>1 (II) x−2
 2
x − 5x + 4
  
 x − 1 6= 1  x 6= 2 (III) (b) g( x ) = log
2x − 4
 2
x −1

(c) h( x ) = log4
2x − 1
 3
x − 4x2 + 3x

(d) i ( x ) = log2
−1 1 2 4 2x − 4
Logo, D f = { x ∈ R : 1 < x < 4 e x 6= 2} =]1, 4[\{2}.
127. Qual é o domínio da função
A determinação do domínio de uma função logarítmica, chamada condição  2
x −1

f ( x ) = log2x+4 ?
de existência da mesma, será fundamental na decisão se um determinado x−3
número real pode ou não ser solução de uma dada equação logarítmica
(tema da proxima secção). 128. Obtenha o domínio da função
f ( x ) = logx−2 (| x − 1| − 3)

5.6 Equação logarítmica

Chama-se equação logarítmica aquela que apresenta incógnita no logarit-


mando ou na base de um logaritmo.

Exemplo 5.6.1 São exemplos de equações logarítmicas,


(a) log5 x = 3 (c) logx (3x ) = 2

(b) log( x2 − x ) + log x = log 9 (d) ln( x − 5) = 1 + ln x

A resolução de uma equação logarítmica baseia-se na propriedade G.1 das


funções logarítmicas, ou seja:

loga x = loga y ⇔ x = y, ∀ x, y, a ∈ R+ e a 6= 1.

Apresentamos, como exemplos resolvidos, alguns tipos de equações loga-


rítmicas.
84 esacs - 2016/17

Exemplo 5.6.2 Resolva a equação log2 (4x + 24) = 5.


Resolução: Quebra de linha 129. Resolva em R as equações:

Condição de existência (C.E.) (a) log3 (6x − 9) = 4


(b) log2 (2x + 10) + log2 ( x + 1) = 6

Em primeiro lugar, devemos impor a condição de existência do logaritmo: (c) log5 (3x + 7) − log5 ( x − 1) = 1
(d) log2 x + log2 ( x − 2) − log2 ( x − 3) = 3
4x + 24 > 0 ⇔ x > −6 ∴ C.E. x>-6 (e) log 1 ( x2 + 2x ) − log 1 x = −2
2 2

(f) log3 ( x − 2) − log9 ( x − 4) = 1


Preparação da equação
(g) log6 ( x2 − 1) + log 1 ( x − 2) = log36 64
6

Transformamos os dois membros da equação em logaritmos de mesma base. (h) logx 32 = −5


 2
O número 5 pode ser escrito como logaritmos de base 2, do seguinte modo: (i) log 1 x − log 1 x5 + 4 = 0
4 4
5 = 5 log2 2 = log2 25 . 1 + log 1 x
1 1 2
Assim, temos: log2 (4x + 24) = 5 ⇔ log2 (4x + 24) = log2 25 ⇔ log2 (4x + (j)
log 1 x

4 − log 1 x
=
log 1 x
2 2 2
24) = log2 32.
(k) ln2 x = ln x2
 
(l) log4 24x + 3 = x + 1
Resolução da equação
(m) log5 (25x + 6) = x + 1

Pela propriedade G.1, temos:


log2 (4x + 24) = log2 32 ⇔ 4x + 24 = 32 ⇔ x = 2.
Note que x = 2 satisfaz a C.E. x > −6 .
Portanto S = {2}.

Exemplo 5.6.3 Resolva a equação log3 ( x + 1) + log3 ( x − 7) = 2.


Resolução: Quebra de linha 130. Determine, em R, o conjunto solução
de cada uma das equações:
Condição de existência
(a) log4 ( x + 10) + log4 ( x − 5) = 2
(b) log0,5 ( x2 − 1) − log0,5 ( x − 2) = −3
( ( (c) log2 ( x + 3) − log4 x = 2
x+1 > 0 x > −1
⇔ (d) logx 16 = −4
x−7 > 0 x > 7. −1 7 (e) [log2 ( x + 1)]2 − log2 ( x + 1)6 + 8 = 0
2 + log16 x2
(f) = log16 x2
1 + log16 x

C.E. x>7 .
Preparação da equação:

log3 ( x + 1) + log3 ( x − 7) = log3 32 .


Pela propriedade L.5 dos logaritmos, podemos escrever:
log3 [( x + 1)( x − 7)] = log3 32 .

Resolução da equação

Pela propriedade de G.1, temos:

log3 ( x2 − 6x − 7) = log3 9 ⇔ x2 − 6x − 7 = 9
⇔ x2 − 6x − 16 = 0 ⇔ x = 8 ∨ x = −2.

Note que apenas x = 8 satisfaz a C.E. x > 7 .


Portanto S = {8}.
matemática 12º ano 85

Exemplo 5.6.4 Resolva a equação log(18x + 10) − log( x + 5) = 1.

Resolução: Quebra de linha 131. Resolva em R, cada uma das equa-


ções:
Condição de existência
(a) 3log3 x = log 1 9
 3
( 5
18x + 10 > 0 x>− 2 logx 3 logx 3x

(b) 3 =x
⇔ 9 −5 5
x+5 > 0  x > −5.
− (c) (log x )log x = log x, para x > 1
9
(d) xlog3 x = 27x2
(e) log |2x − 1| = log( x + 1)
5
C.E. x > − .
9

Preparação da equação:

log(18x + 10) − log( x + 5) = log 10.


PelapropriedadeL.6 dos logaritmos, podemos escrever:
18x + 10
log = log 10
x+5

Resolução da equação

Pela propriedade G.1, temos

18x + 10
= 10 ⇔ 18x + 10 = 10x + 50
x+5
⇔ 18x − 10x = 50 − 10 ⇔ 8x = 40 ⇔ x = 5.

5
Note que x = 5 satisfaz a C.E. x > − .
9
Portanto S = {5}.

Exemplo 5.6.5 Resolva a equação logx 9 = 2.

Resolução: Quebra de linha 132. Resolva as seguintes equações:


2
(a) log3 x − 6 · log3 x + 9 = 0
Condição de existência
(b) log25 x − log5 x − 6 = 0

C.E. x > 0 e x 6= 1.
Preparação da equação:

logx 9 = 2 ⇔ logx 9 = logx x2

Resolução da equação:

logx 9 = logx x2 ⇔ 9 = x2 ⇔ x = 3 ∨ x = −3.

Note que apenas x = 3 satisfaz a C.E. x > 0 e x 6= 1.


Portanto S = {3}.
86 esacs - 2016/17

Exemplo 5.6.6 Resolva a equação log2 ( x + 4) − log4 x = 2.

Resolução: Quebra de linha 133. Resolva as seguintes equações:


(a) log( x + 1) − log(7 − x ) = − log 2
Condição de existência  
(b) log x2 − log x = 2

(c) log3 ( x + 5) + log3 ( x − 1) = 3


(d) log 1 (3x + 2) − log 1 x = −1
( ( 2 2

x+4 > 0 x > −4


 
(e) ln( x + 3) = ln 2 + ln x2

x>0 x > 0. −4 0

C.E. x > 0.

Preparação da equação

Inicialmente, devemos passar para uma mesma base todos os logaritmos da


equação.

• Pela propriedade L.8 (mudança de base), podemos escrever:


log2 x
log4 x = .
log2 4

• Pela propriedade L.3, podemos escrever: 2 = log2 22 .


log2 x
Assim, temos que: log2 ( x + 4) − = log2 22 .
log2 4

Resolução da equação

log2 x 2 log2 ( x + 4) − log2 x 2 log2 4


log2 ( x + 4) − = log2 4 ⇔ =
2 2 2
⇔ log2 ( x + 4)2 − log2 x = log2 42
( x + 4)2
 
⇔ log2 = log2 16
x
( x + 4)2
⇔ = 16
x
⇔ x2 + 8x + 16 = 16x
⇔ x2 − 8x + 16 = 0

∆ = b2 − 4ac ⇔ ∆ = (−8)2 − 4 · 1 · 16 = 0
√ √
−b ± ∆ −(−8) ± 0
⇔x= ⇔x= ⇔ x = 4.
2a 2·1

Note que x = 4 satisfaz a C.E. x > 0.


Portanto
S = {4}.
matemática 12º ano 87

2
Exemplo 5.6.7 Resolva a equação log3 x − 5 log3 x + 4 = 0.

Resolução: Quebra de linha 134. Resolva as seguintes equações:


(a) log2 x + log4 x = 3
Condição de existência
(b) log2 x + log4 + log8 x = 7
(c) log2 (2x − 1) = log4 (3x2 − 4x + 2)
C.E. x > 0.

Resolução da equação

Fazendo uma mudança de variável log3 x = t, vem:


t2 − 5t + 4 = 0 ⇔ t = 1 ∨ t = 4.
Voltando a variável original, temos:
log3 x = 1 ⇔ x = 3 ou log3 x = 4 ⇔ x = 81.
Como os dois valores de x satisfazem a C.E. x > 0 , temos S = {3, 81}.

Notação: (loga x )2 = log2a x.

6
Exemplo 5.6.8 Resolva a equação log3 x8 + = 18.
1 + log3 x

Resolução: Quebra de linha 135. Resolva as seguintes equações loga-


rítmicas:
Condição de existência
(a) ln( x + 1) = ln x + 1

x 6= 0 (b) 2 · log x + log 2 = log(4 − 2x )

8

 x > 0 

 √
x>0 ⇔ x>0 0 1 (c) log x + log100 x = 2

 x 6= 1 . 3 (d) log3 [log2 ( x + 6)] = 1



 1 + log x 6= 0 

3
3
  
(e) log2 log2 2 + log5 ( x − 1) = 0

1
C.E. x > 0 e x 6= .
3

Preparação da equação
A propriedade L.3 dos logaritmos nos permite escrever a equação sob a forma:

6
8 log3 x + = 18
1 + log3 x

Resolução da equação
Fazendo a mudança de uma de variável log3 x = t, temos:

6 8t(1 + t) + 6 18(1 + t)
8t + = 18 ⇔ =
1+t 1+
 t
 1+
 t
3
⇔ 8t + 8t2 + 6 = 18 + 18t ⇔ 8t2 − 10t − 12 = 0 ⇔ t = 2 ∨ t = − .
4
Voltando à variável original, temos:
r
3 3 1
log3 x = 2 ⇔ x = 9 ou log3 x = − ⇔ x = 3− 4 ⇔ x =
4
.
4 27

1
Os dois valores de x satisfazem a C.E. x > 0 e x 6= .
( r ) 3
4 1
Portanto S = 9, .
27
88 esacs - 2016/17

Exemplo 5.6.9 Resolva os sistemas de equações:


(
x+y = 7
(a)
log2 x + log2 y = log2 12
(
log3 x + log3 y = 3
(b)
log3 x − log3 y = 1

Resolução: Quebra de linha 136. Resolva, para x e y reais, os seguintes


sistemas de equações:
( 
log x + log y = 2
x+y = 7 (a)
(a) x−y = 5
log2 x + log2 y = log2 12 
log2 x + log2 y = 3
(b)
log2 x − log2 y = 1
log2 x + log2 y = log2 12 ⇔ log2 ( xy) = log2 12 ⇔ xy = 12 
3 log3 x + log3 y = 3
(c)
( log3 ( xy) = 0.
x+y = 7
O sistema proposto fica então reduzido às equações
xy = 12
cujas soluções são x = 3 e y = 4 ou x = 4 e y = 3

S = {(3, 4), (4, 3)}. 137. Resolva


 o sistema:
 x 1
( 2 = 4+ y
log3 x + log3 y = 3 2
 log (2x + y) = 1
(b) 2
log3 x − log3 y = 1

Fazendo log3 x = a e log3 y = b o sistema será equivalente à

( ( (
a+b = 3 a+b = 3 1+b+b = 3
⇔ ⇔
a−b = 1 a = 1+b −−−
( (
2b = 2 b=1
⇔ ⇔
−−− a=2

mas a = log3 x e b = log3 y, então

log3 x = 2 ⇔ log3 x = log3 32 ⇔ x = 9


log3 y = 1 ⇔ log3 y = log3 3 ⇔ y = 3

S = {(9, 3)}.

5.7 Inequação logarítmica

Chama-se inequação logarítmica aquela que apresenta a incógnita no


logaritmando ou na base de um logaritmo.

Exemplo 5.7.1 São exemplos de inequações logarítmicas:Quebra de


linha
(a) log2 (3x − 1) > 3

(b) log 1 ( x − 1) + log 1 ( x + 5) ≤ −4


2 2

(c) ln(2x + 1) − ln( x + 8) ≥ −1

(d) logx 9 > 2


matemática 12º ano 89

A resolução de uma inequação logarítmica baseia-se na propriedade G.2


ou G.3 das funções logarítmicas.

G.2: loga x2 > loga x1 ⇔ x2 > x1 , ∀ x1 , x2 ∈ R+ e a > 1.


Ou seja, o sentido da desigualdade entre dois logaritmos de mesma
base a, a > 1, mantém-se para os logaritmandos.

G.3: loga x2 > loga x1 ⇔ x2 < x1 , ∀ x1 , x2 ∈ R+ e 0 < a < 1.


Ou seja, o sentido da desigualdade entre dois logaritmos de mesma
base a, 0 < a < 1, é invertido para os logaritmandos.

Vejamos alguns exemplos resolvidos:

Exemplo 5.7.2 Resolva em R a inequação log2 (3x − 1) > 3.

Resolução: Quebra de linha 138. Resolva em R as inequações:


(a) log5 (2x − 8) > 2
Condição de existência
(b) log 1 ( x − 2) ≤ −1
3

1 1 (c) ln(3x − 6) > ln(6 − x )


(C.E) 3x − 1 > 0 ⇔ x > ∴ x > .
3 3 (d) log0,5 (5x − 1) ≥ log0,5 (5 − 2x )
(e) log2 ( x − 3) + log2 ( x − 1) < 3
Preparação da inequação
(f) log 1 ( x + 1) − log 1 (5x + 1) ≥ 1
4 4

3
Escrevemos o número 3 como um logaritmo de base 2, ou seja: 3 = log2 2 .
Temos, então: log2 (3x − 1) > log2 23 .

Resolução da inequação

Pela propriedade G.2, temos que o sentido da desigualdade entre os logarit-


mos se mantém (>) para os logaritmandos, pois a base 2 é maior que 1. Ou
seja:

log2 (3x − 1) > log2 8 ⇔ 3x − 1 > 8 ∴ 3x > 9 ∴ x > 3.

O conjunto solução S da inequação é a intersecção do conjunto S0 dos reais x


1
tais que x > 3, com o conjunto S00 dos reais x que satisfazem a C.E. x > .
3
Ou seja:

1 3
3

Portanto S = { x ∈ R : x > 3} =]3, +∞[.


90 esacs - 2016/17

Exemplo 5.7.3 Resolva em R a inequação


log 1 ( x − 1) + log 1 ( x + 5) ≤ −4.
2 2

Resolução: Quebra de linha 139. Determine o conjunto dos números


reais x que satisfazem ada uma das
Condição de existência (C.E.) inequações:

(a) 2 log3 x + 2 + log3 (5x − 8) ≤ 5
(b) log2 ( x2 + 2x ) > 3
(c) log0,7 ( x2 − 1) ≥ 2 log0,7 ( x − 2)
( (
x−1 > 0 x>1
⇔ 2 −1
x+5 > 0 x > −5 (d) 2 ln( x + 1) − ln( x x )<1
−5 1 (e) log( x + 3) + log( x − 3) ≤ 2 log x

∴ x > 1.

Preparação da inequação

1
Escrevemos o número −4 da inequação como uma logaritmo de base , ou
  −4 2
1
seja: −4 = log 1 .
2 2

Pela propriedade L.5 dos logaritmos, podemos escrever:


  −4
1
log 1 [( x − 1)( x + 5)] ≤ log 1 .
2 2 2

Resolução da inequação
140. Obtenha o conjunto de todos os va-
lores reais de x, que satisfazem cada
Pela propriedade G.3 da função logarítmica, temos que o sentido (≤) da uma das desigualdades:
  entre os logaritmos é invertido (≥) para os logaritmando, pois
desigualdade (a) log2 ( x + 3) − log4 x ≤ 2
1
a base está entre 0 e 1. Ou seja: (b) log6 ( x2 − 1) + log 1 ( x − 2) > log36 64
2 6

y
log 1 ( x − 1)( x + 5) ≤ log 1 16
2 2

⇔ ( x − 1)( x + 5) ≥ 16
+ +
⇔ x2 + 5x − x − 5 ≥ 16 −7 3 x
2
⇔ x + 4x − 21 ≥ 0.

Portanto x ≤ −7 ou x ≥ 3.

O conjunto solução S da inequação é a intersecção dos conjunto S0 dos reais


x tais que x ≤ −7 ou x ≥ 3, com o conjunto S00 dos reais que satisfazem a
C.E. x > 1. Isto é:

−7 1 3

Assim,
S = { x ∈ R : x ≥ 3} = [3, +∞[.
matemática 12º ano 91

Exemplo 5.7.4 Resolva a inequação log3 (2x + 1) − log3 ( x + 8) ≤ −1.

Resolução: Quebra de linha 141. Resolva em R, a inequação:


3 ≤ log2 (3x + 10) < log2 ( x + 30).
Condição de existência (C.E.)

( 1
2x + 1 > 0 x>−

⇔ 2
x+8 > 0  x > −8
−8 1

2
142. Resolva as inequações:
1 (a) log 1 ( x − 1) < log 1 (2x − 1)
∴ x>− . 3 3
2 (b) log x + log( x + 3) < 1
(c) log 1 ( x2 − 3) > 0
Escrevemos o número −1 como um logaritmo de base 3. Isto é: 2

−1 = log3 3−1 . (d) 2 · log x + log 2 > log(4 − 2x )


(e) ln( x + 98) > 2 + ln( x − 1)
−1
Temos, então: log3 (2x + 1) − log3 ( x + 8) ≤ log3 3 .

Pela propriedade
  L.6 dos logaritmos, podemos escrever:
2x + 1
log3 ≤ log3 3−1 .
x+8

Resolução da inequação

Como a base dos logaritmos é maior que 1, o sentido (≤) da desigualdade se


mantém para os logaritmandos. Isto é:
 
2x + 1 1 2x + 1 1 2x + 1 1
log3 ≤ log3 ⇔ ≤ ⇔ − ≤0
x+8 3 x+8 3 x+8 3
3(2x + 1) − ( x + 8) 6x + 3 − x − 8 5x − 5
⇔ ≤0⇔ ≤0⇔ ≤ 0.
3( x + 8) 3x + 24 3x + 24

5x − 5
Construindo o quadro do estudo do sinal da expressão , temos:
3x + 24

x −8 1

5x − 5 − − − 0 +

3x + 24 − 0 + + +
5x − 5
+ N.D − 0 +
3x + 24

Portanto −8 < x ≤ 1.

O conjunto solução S da inequação e a intersecção do conjunto S0 dos reais


x tais que −8 < x ≤ 1, com o conjunto S00 dos reais x tais que obedecem a
1
C.E. x > − , ou seja:
2

−8 1 1

2
   
1 1
Assim, S = x∈R:− <x≤1 = − ,1 .
2 2
92 esacs - 2016/17

5.8 Estudo das funções exponenciais e logarítmica

Através de exemplos e com base nas secções anteriores, faremos o estudo das funções exponenciais e logarítmica.
Exemplo 5.8.1 Considerando a função f real de variável real, tal que f ( x ) = 2x−1 − 1, determine:

(a) O domínio e o contradomínio de f ; (c) Na forma explícita, a função inversa de f .


(b) Os zeros, se existirem;
  x 2 +1
Resolução: Quebra de linha 143. Seja y = 1 +
1
. Indique:
3
(a) Não existe restrição ao expoente de uma potência de base positiva, sendo
assim (a) O contradomínio;

D f = { x ∈ R : x − 1 ∈ R} = R. (b) Uma restrição de y que seja uma


aplicação injectiva;
Para determinar o contradomínio de uma função exponencial, temos em (c) Os valores de x que tornam y ≥
conta que a x > 0, ∀ a > 0, a 6= 1 e x ∈ R, e por um processo de 4.

enquadramento fazemos a construção simultânea da função e do seu con-


tradomínio:
144. Dada a função real de variável real
2 x −1 > 0 ⇔ 2 x −1 − 1 > − 1 ⇔ f ( x ) > − 1 definida por
2 +1
f ( x ) = 2 − 5x determine:
Portanto, D 0f =] − 1, +∞[.
(a) O domínio;
(b) Igualando a expressão designatória da função a zero obtemos: (b) Uma restrição que seja uma apli-
cação injectiva;
f ( x ) = 0 ⇔ 2x−1 − 1 = 0 ⇔ 2x−1 = 1 ⇔ x − 1 = 0 ⇔ x = 1. (c) Os zeros, caso existam;
(d) O contradomínio.
Assim, Zero = {1}.

(c) Como o domínio de f é R, o contradomínio da sua função inversa tam-


bém é R.
Determina-se a sua expressão designatória seguindo o seguinte procedi-
mento: 145. Considere a função
2
x 7→ f ( x ) = 3 + 2x −2x+5 .
1º passo: Substituir f ( x ) por y.
(a) Mostre que f ( x ) ≥ 19, ∀ x ∈ R
x −1
y=2 − 1. (b) Escreva uma expressão designa-
tória da função inversa de
2
g( x ) = 3 + 2x −2x+5 ∧ x ≥ 1
2º passo: Resolver a equação em ordem a x.

y = 2 x −1 − 1 ⇔ y + 1 = 2 x −1
⇔ x − 1 = log2 (y + 1)
⇔ x = 1 + log2 (y + 1).
146. Determine o valor do parâmetro m de
3º passo: Fazer mudança de variáveis forma que o contradomínio da fun-
2 +mx +3
ção f , tal que f ( x ) = 2 − 3x
y = 1 + log2 ( x + 1). seja ] − ∞, −1]

Portanto, f −1 ( x ) = 1 + log2 ( x + 1).

D f −1 = { x ∈ R : x + 1 > 0} = { x ∈ R : x > −1} =] − 1, +∞[.

A caracterização da função inversa será: 147. Caracterize a função inversa de cada


uma das seguintes funções reais de
f −1 :] − 1, +∞[ → R variável real definidas analiticamente
por:
x 7→ 1 + log2 ( x + 1).
(a) f ( x ) = 2 − e x−5
 2x−5
2
(b) g( x ) = 4 +
3
matemática 12º ano 93

Exemplo 5.8.2 Considerando a função f real de variável real, tal que

f ( x ) = 2 + log2 ( x + 3),

determine:

(a) O domínio de f ;

(b) O contradomínio;

(c) Os zeros;

(d) Uma expressão designatória da função inversa de f .

Resolução: Quebra de linha 148. Considere a função real de variável


real definida por
(a) De acordo com a definição de logaritmo de um número, só existe loga- f ( x ) = 3 + log2 ( x2 − 1).
ritmo de número positivo, logo, D f = { x ∈ R : x + 3 > 0} = { x ∈ R :
(a) Calcule f (2) e f (3)
x > −3} =] − 3, +∞[.
(b) Determine o domínio e o contra-
domínio
(b) Como log2 ( x + 3) ∈ R, então 2 + log2 ( x + 3) ∈ R. Logo D 0f = R.
(c) Indique os zeros de f
(c) Para determinar os zeros de uma função qualquer, iguala-se a expressão (d) Calcule os valores de x que tor-
nam f ( x ) > log2 8
designatória a zero. Nesse caso, obtemos sucessivamente:
(e) A aplicação é injectiva? Indique
uma restrição de f que seja injec-
2 + log2 ( x + 3) = 0 ⇔ log2 ( x + 3) = −2 tiva e designe-a por g
⇔ log2 ( x + 3) = log2 2−2 (f) Escreva a expressão designatória
de g−1
⇔ x + 3 = 2−2
11
⇔ x=−
4
 
11 149. Dadas as f.r.v.r, definidas por
Portanto, Zeros = − . f ( x ) = 2 − log 1 ( x2 + 3x + 7)
4 3
e
(d) Para determinar a expressão designatória da inversa de f ( x ), primeiro g( x ) = 1 + ln( x2 + 8x + 16)
determine:
escreve-se y = f ( x ), ou seja,
(a) D f , Dg , D 0f e Dg0
y = 2 + log2 ( x + 3). (b) Os zeros de f
(c) Uma restrição de g que seja injec-
Resolve-se a equação em ordem a x obtendo-se sucessivamente: tiva
(d) As coordenadas dos pontos da
y = 2 + log2 ( x + 3) ⇔ y − 2 = log2 ( x + 3) intersecção do gráfico de f com o
eixo dos yy
⇔ log2 2y−2 = log2 ( x + 3)
⇔ 2y −2 = x + 3
⇔ x = − 3 + 2y −2

Finalmente fazemos a mudança das variáveis entre si e escrevemos:

y = − 3 + 2 x −2 .

Como sabemos, as funções inversas "trocam"entre si, o domínio e o con-


tradomínio. Assim, a caracterização da função inversa da função f é dada
por:

f −1 : R →] − 3, +∞[
x 7 → −3 + 2 x −2 .
94 esacs - 2016/17

Exercícios do Capítulo 5

1. Resolva cada uma das equações seguintes: 9. Calcule:


(a) log 1 x = 2 1
3 (a) log4 16 + log3 1 + log8
8
(b) logx 15 = 1
(b) log 1 4 + log3 243 + log6216
(c) log x = 1 2

1
(d) logx 49 = −1 (c) log 1 8 + log 1 + log4 2
2 3 9
(e) logx 9 = 2 10. Simplifique a expressão:
(f) logx 0, 81 = 4
1
(g) log8 2 4 = x (a) 2log2 5 (d) 8log2 5
1 (b) 23 log2 4
(h) logx = −2 1−loga 3
3 (c) 5log5 8−log5 2 (e) a 2 ( a > 1)
3
(i) logx 8 = −
4 11. Escreva sob a forma de potência de base 2:
1
(j) logx 6 = 1
2 (a) 64 (b) 7 (c) √
3
1 32
(k) = log4 x
8
12. Escreva o número 8 sob a forma de potência de base:
(l) logx 64 = 3

(m) log30 27 = x
(a) 2 (b) 8 (c) 4 (d) 5
1
(n) ln e x = −
3 13. Escreva num só logaritmo
2. Utilize a sua calculadora para determinar:
(a) 3 log 5 + 2 log 3 1
(c) (log 5 − 2 log 3)
(a) log10 100 (d) log100 1004 (g) log e 3
(b) 1 + log2 3 (d) 1 − ln 2
(b) log10 10 (e) log10 6 (h) log e2
(c) log10 1 (f) ln 6 (loge 6) (i) log e−10 14. Mostre que:
1
3. Calcule: (a) loga b =
logb a
a 1 3
r
(a) log2 1 (b) log3 1 (c) log0.5 1 (b) log √ 5 3
= log a − log b
b 2 10
4. Calcule: 15. Simplifique a expressão
(a) logb b + log6 36 − log√ 32
   
2 1 1
log( x + 1) − log( x − 1) − log 1 + + log 1 −
(b) ln e + log 1 − log5 125 x x
1
(c) log 1 a + logb 16. Mostre que:
a b
5. Determine x e y em cada uma das seguintes situações: log(1 + x + x2 ) = log(1 − x3 ) − log(1 − x ) ∀ x ∈] − ∞, 1]

(a) log2 64 = − x (b) 3log3 27 = x (c) eln 4 = y 17. Sabendo que log2 t = x, escreva em função de x:

6. Sem efetuar as operações dentro do parenteses, calcule: (a) log2 (16t) (c) log2 t
16 √
(b) log2 5
(a) log2 (32 · 64) (b) log2 (32 ÷ 64) (d) log2 (2 t) + log2 t3
t
18. Aplique logaritmos a cada uma das seguintes expressões:
7. Calcule:
1
√ ab a2 b
(a) log2 32 8 4
27 (a) A = (b) A = √
(b) log3 c 3 5
818 b · c3

8. Calcule, sem recurso à calculadora: 1 1


19. Se ln A = ln a + 2 ln b − (ln c + 3 ln d), escreva A como
3 2

3 função de a, b, c e d.
(a) log2 128 (f) log5 25
√ √
(b) log3 37
3 20. Complete a tabela:
(g) log3 9 3
1 √
(c) log25 3
(h) log2 82 x 0, 25 0.5 1 2 3
5
(d) log3 27 log x
(i) eloge 3
1
(e) log2 (j) ln e−3 e represente graficamente a função y = log x.
16
matemática 12º ano 95

21. Represente graficamente: (c) ln(2e − x ) + 2 ln( x + e) ≥ 3 + 2 ln 2


30
(d) ln2 x − 19 < −
(a) y = log x (d) y = log 1 x ln x
e
(b) y = log1,2 x (e) y = log 1 x 31. Determine o conjunto solução das condições:
(a) log3 x2 − log3 (5x ) = 2
2
(c) y = log√2 x (f) y = log0,1 x
(b) log2 ( x + 1) + log2 16 = log2 x
 
1+x 1
22. Considere a função: f ( x ) = 2 + log (c) log2 ( x + 1) + log4 ( x + 2) =
1−x 2
(d) log2 ( x − 3) − log2 ( x + 1) < 0
(a) Determine o domínio da função
(e) log2 x − log4 ( x − 1) ≥ 1
(b) Determine m de modo que f (1 − m) = 2
(f) ln(3x2 − x ) ≤ ln x + ln 2
23. Resolva cada uma das seguintes equações: (g) e x · ln x + e x ≥ 0
(h) (1 − e x )(1 − ln x ) ≥ 0
(a) log√2 ( x + 1) = 8 (c) 3 − log e3x = 0
(i) e x ln x − ln x ≤ 0
√ 1
(b) logx 5 = − (d)
 
[log( x + 1)] 3x x2 − 3x = 0 32. Determine o domínio de cada uma das seguintes funções:
2
24. Determine a base em que o logaritmo de 125 excede em (a) y = ln(ln x )
duas unidades o logaritmo de 5 nessa mesma base. (b) y = ln | x2 − 2x + 1| + ln | x − 5|
1 3
25. Resolva cada uma das seguintes equações: (c) y = +
1 − ln | x | 2 − ln | x |
(a) log (9 + log (9 + log x )) = 1 x − ln |1 + x |
(d) y =
(b) log9 (3x + 8) = x + 1 x4
(e) y = ln |e x − 5 + 6e− x |
(c) logx 100 − logx 25 = 2
e2x − 2e x − 3
(f) y = ln
26. Resolva cada um dos seguintes sistemas: 5 − e− x
33. Considere a expressão:
(
3 log x = 2 + log y
(a)
log y − log x = 0 A( x ) = e3+2 log x − ( x − 3)e3
(
log3 x + log3 y = 3 (a) Determine o domínio da expressão
(b)
log y − log3 y = 1 (b) Resolva a condição: A( x ) = 0
(
xy = 16 34. Determine o domínio e os zeros as funções reais de variável
(c)
log2 x = 2 + log2 y real definidas por:
( √ √
log x − log y = log 3 1
(d) (a) log2 ( x + 1) (e)
9y3 − x2 = 90y 2 log x
(b) log4 ( x − 5x + 6)
27. Resolve as inequações:
q 1
(c) log3 x (f)
1 − log x
(a) log2 x < 0
(d) ln(1 − x2 )
(b) x log2 ( x − 1) < x
(c) 4x · log x < 0 35. Para cada uma das seguintes funções, indique o domínio o
contradomínio e caraterize a função inversa, se existir:
(d) x log3 x > x
(a) a( x ) = 3 + log2 ( x + 2)
(e) x log | x | ≤ 0
3  
(b) b( x ) = log x2 − 1
28. Resolva cada uma das seguintes inequações: 2
1
(a) log 1 ( x − 1) < log 1 2 (c) c( x ) = 1 + ln(3x − 1)
5 5 2
(d) d( x ) = log3 (4 − x2 )
 
(b) log 1 x2 − 1 < −3
5

(c) loge2 (3x − 1) > 5 36. Caraterize a função inversa, se existir, de cada uma das
(d) log( x − 2) > log( x − 1) − log 5 seguintes funções e represente graficamente f e f −1 .

(e) log 1 ( x + 3) > −3 (a) f ( x ) = 1 + ln x (d) f ( x ) = 2 log3 (4x )


3
 
1 (b) f ( x ) = 1 + ln( x − 3)
(f) log 1 −x >0
e 3x (c) f ( x ) = | log0,3 ( x + 1)| (e) f ( x ) = 5 − ln(2x + 1)
29. Determine x, sabendo que: 37. Caraterize a função inversa de cada uma das funções seguin-
1 ≤ log2 x ≤ 2. tes:
(a) f (x) = 1 + 2x
30. Resolva, em R, cada uma das seguintes condições: (b) f (x) = log2 (2 − x )
(a) 2 ln( x + 3) = ln(1 − 3x ) (c) f (x) = 4 − 3e− x+2
(b) 2 ln x − ln( x + 3) < ln( x + 5) (d) f (x) = 4 − ln(1 − 2x )
96 esacs - 2016/17


1 + x
38. Seja a função: f ( x ) = log 44. Estudantes participando dum experimento psicológico, as-
1− x sistiram a várias lições de uma disciplina onde eram sujeitos
(a) Estude a paridade da função à exames todos os meses de um ano. Após os exames, os
(b) Determine x de modo que f ( x ) > 0 estudantes eram re-avaliados para se saber quanta matéria
eles lembravam. As pontuações médias para cada estudante
39. Escreva um modelo matemático do custo de uma produto
são dadas pelo modelo de memória humano:
cujo valor inicial é 3000 escudos e desvaloriza 30% ao ano.
40. Considere um produto que atualmente tem valor de 3000 f (t) = 75 − 6 ln(t + 1), 0 ≤ t ≤ 12,
escudos. Admita que o produto vai aumentar de valor nos
onde t é o tempo em meses.
próximos 6 anos em 20% ao ano.
Determine o valor do produto no final dos 12 anos referidos. (a) Qual era a pontuação média no exame inicial (t = 0)?
41. A função: (b) Qual era a pontuação média ao fim de t = 2 e t = 6
 x meses?
8
c( x ) = 8500 , x ≥ 0,
7 (c) Ao fim de quantos meses, aproximadamente, a pontua-
é usada como modelo para calcular o valor de um andar ção média atinge a marca 60?
num prédio de uma cidade.
45. A relação entre o número de decibéis β e a intensidade do
(a) Determine o valor inicial do andar som i em watts por metro quadrado é
(b) Qual é a percentagem de valorização do andar ao ano?  
i
(c) Qual é o custo do andar 10 anos depois da compra? β(i ) = 10 log .
10−12
42. Uma função real de variável real, g, é definida por
(a) Determine o número de decibéis de um som com intensi-
3x + 1 dade de 1 watt por m2 ;
g( x ) = log2
x−2
(b) Determine o número de decibéis de um som com intensi-
(a) Determine o domínio de g dade de 10−12 watt por m2 ;
 
17 (c) A intensidade do som em ( a) é 100 vezes maior que a da
(b) Calcule g
5 (b). O número de decibéis é 100 vezes maior? Explique.
(c) Determine o conjunto solução da condição g( x ) ≤ 1
(d) Diga justificando, se a função g pode ser definida por: 46. O Paulo aplicou 800 contos num investimento que rende 3%
ao mês, a juros compostos. Quanto tempo após a aplicação
h( x ) = log2 (3x + 1) − log2 ( x − 2) o saldo será 1200 contos?

43. Sejam f e g as funções reais de variável real definidas por47. Em quanto tempo, 800g de uma certa substancia radioactiva,
que se desintegra à um taxa de 2% ao ano, se reduzirá a
f ( x ) = 3 − log2 x g( x ) = 4x − 1 200g? Use
(a) Caraterize a função f ◦ g e determine os seus zeros q = q0 · e−rt ,
(b) Determine os valores de x para os quais a função f ◦ g é em que q é a massa da substância, r é a taxa e t é o tempo
positiva em anos.
6 L IMITE DE FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

"Sócrates disse à seus alunos que nos bons


sistemas de educação há um limite para além do
qual ninguém deve ir. Na geometria, basta saber como
medir a terra quando se quer vendê-la ou comprá-la ou
dividir uma herança ou dividi-la entre trabalhadores."
Xenofonte

Introdução

O Cálculo tem sido chamado o estudo das mudanças contínuas, e o limite é o conceito básico que permite-nos
descrever tais mudanças. A compreensão do limite é necessária para entender continuidade e derivadas de
funções reais de variáveis reais.

6.1 A ideia de limite

Usamos a palavra limite no nosso cotidiano para indicar, genericamente,


um ponto que pode ser eventualmente atingido mas que jamais pode ser
ultrapassado.

Exemplo 6.1.1

(a) Injetando ininterruptamente ar em um balão de borracha, haverá


um momento em que ele estoura, isto porque existe o limite de
elasticidade da borracha.

(b) Um engenheiro ao construir um elevador estabelece o limite de


carga que este suporta.

(c) No lançamento de um foguete, os cientistas devem conhecer o


limite mínimo de combustível necessário para que a aeronave entre
em órbita.

É importante ter em mente que o limite pode ser um ponto que nunca
é atingido mas do qual pode-se aproximar tanto quanto se desejar.
98 esacs - 2016/17

Consideremos o seguinte exemplo.

Exemplo 6.1.2 Considere-se a função f ( x ) = 2x − 1.

O que acontece a f ( x ) quando x se aproxima de 2?

De forma análoga, analisemos a tabela com os valores de x se aproxi- y f ( x ) = 2x − 1


mando de 2 pela esquerda e pela direita.

x 1,9 1,99 1,999 1,9999 3
f(x) 2,8 2,98 2,998 2,9998 ↑
1
x 2,1 2,01 2,001 2,0001
−1−10 1 → 2 ← 3 x
f(x) 3,2 3,02 3,002 3,0002
−2
A tabela e o gráfico sugerem que à medida que x se aproxima de 2, −3
f ( x ) se aproxima de 3.
Diz-se, neste caso, que o limite de f ( x ) quando x tende para 2 é 3, e Figura 6.1: Gráfico de f ( x ) = 2x − 1.
escreve-se:
lim f ( x ) = 3.
x →2

Para obter o valor do limite de f ( x ) quando x tende para 2 é suficiente,


como se observou, substituir x por 2 em f ( x ).

f ( x ) = 2x − 1 e lim f ( x ) = 2 × 2 − 1 = 3.
x →2

Este procedimento aplica-se também à outros tipos de funções.

Exemplo 6.1.3 Calcular os limites seguintes por concretização da va-


riável independente.

(a) lim x (c) lim ( x2 − 1)


x →5 x →2

(b) lim (−2) (d) lim (− x2 − 1)


x →3 x →−1

Resolução: Quebra de linha 150. Calcule:


 
(a) lim x = 5 (a) lim x3 − 4x2 + 1
x →5 x →−3
1−x
(b) lim (−2) = −2 (b) lim
1+x
x →5
x →3

(c) lim 5x + 3
(c) lim ( x2 − 1) = 22 − 1 = 4 − 1 = 3 x →3
x →2 (d) lim (1 − 2 sin x )
x → 3π
2
2 2
(d) lim (− x − 1) = −(−1) − 1 = −1 − 1 = −2 1 − ln( x + 1)
x →−1 (e) lim
x →0 ex + 1
matemática 12º ano 99

Analisemos um outro exemplo.


(
x se x ≤ 2 y
Exemplo 6.1.4 Considere-se, agora, a função f ( x ) =
x + 1 se x > 2
As tabelas e o gráfico para respectiva função são as seguintes: ↓
3
x 1,9 1,99 1,999 1,9999
f(x) 1,9 1,99 1,999 1,9999 2

x 2,1 2,01 2,001 2,0001
f(x) 3,1 3,01 3,001 3,0001
−1 0 1 → 2 ← 3 x
O que acontece a f ( x ) quando x se aproxima de 2?
−1

Analisando a tabela e o gráfico conclui-se que à medida que x se


aproxima de 2, f ( x ) não se aproxima de uma constante única. Figura 6.2: Gráfico de função definida
por ramos.

Neste caso, diz-se que não existe limite de f ( x ) quando x tende para
2, e escreve-se

Não existe lim f ( x ) ou @ lim f ( x ).


x →2 x →2

6.2 Limite de uma função num ponto

Seja C um subconjunto de R e a um número real.

Definição: O número a diz-se ponto de acumulação de um con-


junto C sse em qualquer vizinhança de a existe pelo menos um
elemento de C diferente de a.

Note-se que a pode ou não pertencer a C.

Definição: O número a diz-se ponto isolado de um conjunto C se


pertence a C e se existe pelo menos uma vizinhança de a que não
contenha nenhum elemento de C para além do próprio a.

151. Considere a função f , definida grafi-


Exemplo 6.2.1 Consideremos o subconjunto B de R, camente:
y

2
B =]1, 2[∪{3}
1
1 2 3

−2 −1 1 2 x
Embora 3 seja elemento de B, não é ponto de acumulação deste con-
−1
junto, pois existe pelo menos a V0,1 (3) à qual não pertence nenhum
elemento de B diferente de 3. −2

Diz-se, por isso, que 3 é um ponto isolado de B.


(a) Determine o domínio D de f ;
Por outro lado, como mostra a Figura ?? os pontos de acumulação
(b) Escreva na forma de intervalo o
de B são os pontos do conjunto B0 = [1, 2]. Chama-se derivado de conjunto V0,1 (2);
B ao conjunto de todos os pontos de acumulação do conjunto B e (c) Determine V0,1 (2) ∩ D f e classifi-
representa-se por B0 . que o ponto 2;
(d) Determine todos os pontos de acu-
mulação (o derivado) do conjunto
Df .
100 esacs - 2016/17

As funções que vamos estudar têm por domínio um subconjunto de R sem


pontos isolados.

Assim o conceito de limite de função num ponto diz apenas respeito a


pontos de acumulação do domínio.

A seguir definimos limite de uma função segundo Heine, considerando f


uma função real de variável real e a um ponto de acumulação do domínio
de f .

Definição: (Limite de uma função num ponto (segundo Heine)) ......


Diz-se que f(x) tende para b quando x tende para a e escreve-se
f ( xn )

lim f ( x ) = b
x→a b

se e só se a toda a sucessão de valores de x do domínio de f


convergente para a (mas diferentes de a), corresponde uma sucessão
de imagens por f convergente para b, ou seja,
a ← xn x
lim f ( x ) = b ⇔ [lim xn = a ( xn 6= a, ∀n ∈ N)] ⇒ lim f ( xn ) = b.
x→a
Figura 6.3: Definição de limite segundo
Heine

Historial...
Exemplo 6.2.2 Consideremos, definida em R, a função

3x
x 7→ y =
x2 +1
e vamos mostrar a partir da definição que

6
lim y = .
x →2 5
Seja ( xn ) uma qualquer sucessão de valores de x convergente para 2
por valores diferentes de 2

x1 , x2 , . . . , xn → 2,

a que corresponde a sucessão yn de valores da função Heinrich Eduard Heine (1821-1881),


matemático alemão, autor da definição
3x1 3x2 3xn de limite que adoptamos.
, ,..., 2 ,....
x12 + 1 x22 + 1 xn + 1
Ora,
152. A partir da definição de Heine, prove
3xn 3 lim xn 3×2 6 que:
lim(yn ) = lim = = 2 = .
xn2 + 1 (lim xn )2 + 1 2 +1 5 2x
(a) lim = −4;
x →−2 x+3
pois, xn → 2.
(b) lim x2 = 4;
Então é verdadeira a proposição x →2
r
1
6 (c) lim x+ = 1.
∀( xn ) : xn → 2 ∧ ( xn ∈ Dy \ {2}, ∀n ∈ N) ⇒ yn → x → 12 2
5
e, portanto,
153. Usando a definição de Heine, e sendo
f ( x ) = x2 − 3x indique o valor de:
6
lim y = .
x →2 5 (a) lim f ( x ); (b) lim f ( x ).
x →0 x →−1
matemática 12º ano 101

6.3 Regras operatórias de limites de funções

Para determinar o limite de algumas funções pode recorrer-se as regras


operatórias com limites.
Demonstram-se os seguintes teoremas onde se supõe que a é um ponto de
acumulação do domínio das funções envolvidas.

Teorema 6.3.1 (Limite da função constante) Se f é a função constante,


f ( x ) = k, então, para qualquer valor de a ∈ R,

lim f ( x ) = lim k = k.
x→a x→a

"O limite de uma constante é a própria constante".

Teorema 6.3.2 (Limite da função identidade) Se f é a função identi-


dade, f ( x ) = x, então, para qualquer valor de a ∈ R,

lim f ( x ) = lim x = a.
x→a x→a

Propriedade 6.3.1 Se L1 e L2 são dois números reais, e lim f ( x ) = L1 e


x→a
lim g( x ) = L2 , então
x→a

• Limite da soma 154. Sejam lim f ( x ) = 4 e lim g( x ) = 2.


x →3 x →3
lim [( f ± g)( x )] = lim f ( x ) ± lim g( x ) = L1 ± L2 Calcule o limite de y quando x → 3,
x→a x→a x→a
indicando as propriedades que apli-
• Limite do produto cou:
lim [( f × g)( x )] = lim f ( x ) × lim g( x ) = L1 × L2 (a) y = 3 f ( x ) + 4g( x )
x→a x→a x→a
lim [k × f ( x )] = k × lim f ( x ) = k × L1 (b) y = f ( x ) · g( x )
x→a x→a
f (x)
(c) y =
• Limite do quociente g( x )
 
f
 lim f ( x ) L
q
(d) y = f ( x ) · 2g( x )
lim ( x ) = x→a = 1, L2 6 = 0
x→a g lim g( x ) L2
x→a (e) y = [ f ( x )] g( x)

• Limite da potência (f) y = log2 [ f ( x )]


in
cos (π · g( x ))
h
lim [ f ( x )]n = lim f ( x ) = L1n (g) y =
x→a x→a 3

• Limite
q da raizq p
lim n f ( x ) = n lim f ( x ) = n L1 , com L1 ≥ 0 se n é par.
x→a x→a

155. Calcule cada um dos seguintes limi-


Exemplo 6.3.3 Calcular os seguintes limites: tes:

√ (a) lim (9); (c) lim (−π );


3 3 x →7 x →2
(a) lim x − 2; x2 − 3

x →1 (b) lim 1− . (b) lim (−3);
x →2
(d) lim (−2x );
x →0
x →1 x+1
2
(e) lim ( x − 2x );
Resolução: Aplicando as Propriedades 6.3.1 temos: x →5

√ q √ (f) lim ( x2 − 3x + 4)2 ;


(a) lim 3 x − 2 = 3 lim ( x − 2) = 3 −1 = −1; x →1
x →1 x →1 (g) lim ( x2 − 2x )5 ;
x → 12
3 3 3
x2 − 3 x2 − 3 −2
  
(b) lim 1 − = lim 1 − lim = 1− ( x − 3)( x + 9)
(h) lim ;
x →1 x+1 x →1 x →1 x + 1 2 x →5 2x
= [1 − 1(−1)]3 = 8.
r
x+3
(i) lim .
x →3 x
102 esacs - 2016/17

6.4 Limites laterais

Será que para calcular o limite de uma função quando x → a basta substi- y
tuir x por a na expressão analítica da função?
3

Considere-se a função real de variável real


2
x2 + 2x
f : x 7→ y = . 1
x
Qual será o lim f ( x )? x
x →0 −3 −2 −1 1 2
−1
Representemos graficamente a função:
Observando o gráfico conclui-se que: −2

lim f ( x ) = 2.
x →0 x2 + 2x
Figura 6.4: Gráfico de f ( x ) = .
x
Este limite não poderia ser calculado efetuando a substituição de x por 0
(zero) na expressão analítica quedefine a função, uma vez que
 0 (zero) não
0
pertence ao domínio da função não é um número real .
0

Este exemplo sugere que o limite de f ( x ), quando x se aproxima de a, não depende do valor de f ( a). O limite, se
existir, é apenas dependente dos valores de f quando x 6= a e x se aproxima de a.

Apercebemo-nos também de que para calcular o limite de uma função num ponto é importante aprender mais
sobre limites, pois nem sempre a simples concretização de variável independente resolve o problema.

Consideremos a função: y

( 4
x se x ≤ 2
f (x) = 3
x+1 se x > 2
2
O que acontece a y quando x se aproxima de 2?
Através da observação do gráfico verifica-se que: 1

• Não existe lim f ( x ). −3 −2 −1 1 2 3 4 x


x →2 −1
• Quando x se aproxima de 2 pela direita, f ( x ) se aproxima de 3, −2

lim f ( x ) = 3. −3
x →2+

• Quando x se aproxima de 2 pela esquerda, f ( x ) se aproxima de 2, Figura 6.5: Gráfico de f .

lim f ( x ) = 2.
x →2−

Propriedade 6.4.1 Se existirem os limites laterais de uma função num


ponto, o limite da função nesse ponto existe, se e só se os limites laterais
são iguais.

lim f ( x ) = b ⇔ lim f ( x ) = lim f ( x ) = b.


x→a x → a+ x → a−

Como corolário desta propriedade podemos dizer que

Se lim f ( x ) 6= lim f ( x ), então lim f ( x ) não existe.


x → a− x → a+ x→a
matemática 12º ano 103

Para determinar o limite de uma função que envolve valor absoluto, ou


funções definidas por ramos, deve-se considerar ambos os limites à direita
e à esquerda. y

2
( √
1
x, se x < 4
Exemplo 6.4.1 Considerando a função f ( x ) =
1, se x ≥ 4 x
−1 1 2 3 4 5 6 7
Calcular, se existe: −1

(a) lim f ( x ) (b) lim f ( x ) (c) lim f ( x )


x →5 x →1 x →4
Figura 6.6: Gráfico da função definida
por ramos.
Resolução: Quebra de linha

√ √ 156. Averigúe se existe, ou não, o limite da


(a) lim f ( x ) = lim 1 = 1; (b) lim f ( x ) = lim x= 1 = 1; função no ponto indicado. Em caso
x →5 x →5 x →1 x →1 afirmativo, indique esse valor.

(c) Uma vez que a função f está definida por expressões algébricas diferentes x + 3 se x ≥ −1
(a) f ( x ) =
1, se x > −1
à direita e à esquerda de 4, tem de se calcular os limites laterais.
√ (ponto −1);

lim f ( x ) = lim 1 = 1; lim f ( x ) = lim x = 4 = 2. Como (b) g( x ) = | x |, (ponto 0);
x →4+ x →4+ x →4− x →4− 
lim f ( x ) 6= lim f ( x ), então não existe lim f ( x ).  2x ⇐x<1
x →4+ x →4− x →4 (c) h( x ) = 3 ⇐x=1
3−x ⇐ x > 1

(ponto 1).
Exemplo 6.4.2
Use o gráfico da figura para deter- y
minar os limites laterais de f em 157. Considere o gráfico da figura.

x = 0, 1, 2 e 3. 2
f (x)
1
8
1 2 3 4 x
−1 6

Resolução: Observando a figura podemos concluir que:


2
• lim f ( x ) = 1 e lim f ( x ) = 2, logo @ lim f ( x );
x →0− x →0+ x →0
x
-4 -2 2 4
• lim f ( x ) = 1 e lim f ( x ) = 1, logo lim f ( x ) = 1;
x →1− x →1+ x →1 -2

• lim f ( x ) = −1 e lim f ( x ) = −1, também lim f ( x ) = −1; Calcule:


x →2− x →2+ x →2
(a) lim f ( x ); (g) lim f ( x );
x →4 x →2−
• lim f ( x ) = −1 e lim f ( x ) = 1, como são diferentes, então @ lim f ( x ). (b) lim f ( x ); (h) lim f ( x );
x →3− x →3+ x →3 x →−3 x →−2−
(c) lim f ( x ); (i) lim f ( x + 1);
x →0− x →0
(d) lim f ( x ); (j) f (0);
x →0+

(e) lim f ( x ); (k) lim f ( x − 4);


√ x →0 x →1−
Exemplo 6.4.3 Calcular o limite de f ( x ) = x − 2 quando x → 2. (l) lim f ( x − 2).
(f) f (−2);
x →0+

Resolução: O domínio desta função é o conjunto [2, +∞[ pelo que não
existe qualquer ponto do domínio de f à esquerda de 2. Sendo assim não
√ √
existe lim ( x − 2) e, consequentemente, @ lim ( x − 2).
x →2− x →2

Quando x → 2+ , a função tende para 0.


104 esacs - 2016/17

6.5 Limites infinitos

Quando estudamos limites de funções consideramos a variável independente a tender para um número real e o
valor dos limites obtidos era também um número real.

Agora vamos estudar os casos em que x → +∞ e x → −∞ e ainda as situações em que obtemos limites infinitos,
quer x tenda ou não para infinito.

6.5.1 Limites quando x → +∞ ou x → −∞

Estudar o limite de uma função quando x → +∞ (ou x → −∞) só faz sentido se o domínio da função não for
limitado superiormente (ou não for limitado inferiormente).

Quando x → +∞ ou x → −∞ a função pode ter limite +∞ , −∞, um número real a ou não existir limite finito
nem infinito.

• x → +∞
1
f ( x ) = x2 g( x ) = − x2 h( x ) = + 1
x
y y y

→ x ↓
1

→ x

→ x

lim g( x ) = −∞
lim f ( x ) = +∞ x →+∞ lim h( x ) = 1
x →+∞ x →+∞

Por vezes a observação do gráfico é insuficiente para ver o que acontece


y
ao limite da função. Vejamos o exemplo.

Exemplo 6.5.1

Considere a função i ( x ) = x, em que
√ 0 x
lim i ( x ) = lim x = +∞.
x →+∞ x →+∞ √
Figura 6.7: Gráfico de i ( x ) = x.

Para além do gráfico, é necessário ter em conta a expressão algébrica


da propria função.

• x → −∞
1
f (x) = x + 1 g( x ) = −2x h( x ) =
x2
y y y
2 ↑
1 2

← 1 x
← −1 x ← x

lim f ( x ) = −∞
x →−∞ lim h( x ) = 0
lim g( x ) = +∞ x →−∞
x →−∞
matemática 12º ano 105

Exemplo 6.5.2 Considerar a função j representada graficamente ao 2


lado. 1

Observando o gráfico, veremos que: −2 −1 1 2 3 4 x


−1
lim j( x ) = −∞; e lim j( x ) = +∞.
x →+∞ x →−∞
−2

6.5.2 Limite infinito quando x tende para um número real Figura 6.8: Gráfico da função j.

Quando x → a, com a ∈ R, também podemos obter um limite infinito.

1 1 1
f (x) = g( x ) = − h( x ) =
x4 x4 x−1
y y y
→ ←
x

→1← x

→ ← x

lim f ( x ) = +∞ lim g( x ) = −∞
x →0+
x →0+ lim h( x ) = +∞
lim g( x ) = −∞ x →1+
lim f ( x ) = +∞ x →0−
x →0− lim h( x ) = −∞
Logo, lim g( x ) = −∞ x →1−
Logo, lim f ( x ) = +∞ x →0
x →0 Logo, não existe lim h( x )
x →1

6.6 Cálculo de limites

Exemplo 6.6.1 (Limite da soma)


Calcular lim (20 − x ).
x →−∞
Nota
Resolução:
∞ não é um número real, mas nos cálcu-
los aplicam-se as mesma regras operató-
lim (20 − x ) = lim (20) − lim ( x ) rias.
x →−∞ x →−∞ x →−∞

= 20 − (−∞)
= 20 + ∞
= +∞.

De um modo geral, as notações usadas nas sucessões também se usam nas 158. Calcule:
funções. (a) lim (−50 + x );
x →+∞

(b) lim (−50 + x );


x →−∞

(c) lim (1 − 2x );
+∞ + ∞ = +∞; −∞ − ∞ = −∞; x →+∞

(d) lim (2000 + x );


+∞ ± a = +∞; −∞ ± a = −∞ a constante. x →−∞

(e) lim ( x3 + 3x2 );


x →+∞

Quando se trabalha com limites infinitos são mantidas as regras dos sinais (f) lim (− x + x2 );
x →−∞
do cálculo de limites finitos.
(g) lim (− x2 − x3 ).
Se ao efetuarmos os cálculos chegarmos à situação de ∞ − ∞, diz-se que x →+∞

obtivemos uma indeterminação.


106 esacs - 2016/17

Exemplo 6.6.2 Calcule lim [−3( x + 5)].


x →−∞

Resolução: Intuitivamente aceita-se que quando x → −∞, uma das fun- 159. Determine:

ções é constantemente −3 e a outra toma valores negativos infinitamente (a) lim (3x2 );
x →+∞
pequenos, logo o produto irá tomar valores positivos infinitamente grandes. (b) lim (3x2 );
x →−∞

(c) lim [ x (3 − x )];


Aplicando os teoremas, vinha x →+∞

(d) lim [ x (3 − x )].


x →−∞
lim [−3( x + 5)] = lim (−3) × lim ( x + 5)
x →−∞ x →−∞ x →−∞

= −3 × (−∞) = +∞.

As situações são muitas, mas a sua resolução é sempre simples. A seguir


faz-se uma síntese de todos os casos possíveis.

+∞ × (+∞) = +∞; +∞ × a = −∞ se a < 0;

+∞ × (−∞) = −∞;
−∞ × a = −∞ se a > 0;
−∞ × (−∞) = +∞;
+∞ × a = +∞ se a > 0; −∞ × a = +∞ se a < 0.

No calculo do limite do produto de funções pode surgir a indeterminação:


0 × ∞.
Nota
1 Se lim f ( x ) = b, b ∈ R \ {0} e
Exemplo 6.6.3 Calcule lim . x→a
x →2 2x − 4 lim g( x ) = 0, então lim
f (x)
pode ser
x→a x→a g( x )
+∞, −∞ ou não existir.
Resolução: lim (2x − 4) = 0.
x →2
Quando x → 2 o quociente em valor absoluto, irá tomar valores infinita-
160. Determine:
mente grandes.
5
(a) lim ;
x →+∞
x+3
Para saber se existe o limite temos que calcular os limites laterais. 2
(b) lim ;
x →−∞ x + 3
8
(c) lim 2 ;
  x →+∞ x + 1
1 1 y
lim = + = +∞ −1
x →2+ 2x − 4 0 (d) lim
x →−∞ x + 3
.

 − 4 >0 quando x > 2).


(pois 2x
1 1
lim = − = −∞
x →2− 2x − 4 0
(pois 2x − 4 < 0 quando x < 2).
 
1
Logo, não existe lim , pois x
 x→2 2x  −4  0 2
1 1
lim 6= lim .
x →2+ 2x − 4 x →2− 2x − 4
matemática 12º ano 107

Exemplo 6.6.4 Calcule:


1 1
(a) lim 2 (b) lim
x →−1 x − 1 x →2 ( x − 2)2
y
Resolução: Quebra de linha
(a) Como lim ( x2 − 1) = 0, vamos calcular os limites laterais, estudando
x →−1
o sinal dos
 denominador.

1 1
lim 2
= + = +∞ −1 x
x →−1  x − 1 
− 0 1
1 1
lim = − = −∞
x →−1+ x2 − 1 0  
1
Como os limites laterais são diferentes, não existe lim .
x →2 x2 − 1 Figura 6.9: Gráfico de x2 − 1.

1 161. Calcule:
(b) Calculemos lim 2
x →2 ( x − 2 )2 (a) lim
x →1 x−1
Como ( x − 2)2 > 0, ∀ x ∈ R \ {2}, vem
1
1 1 (b) lim 2
lim 2
= + = +∞ x →2 x − 4
x →2 ( x − 2 )
− 0 1
1 1 (c) lim
lim 2
= + = +∞ x →3 ( x − 3 )2
x →2 ( x − 2 )
+ 0 √
x2 + x + 1
1 (d) lim
Logo, lim = +∞. x →−1 x+1
x →2− ( x − 2 ) 2 Verifique as respostas grafica-
mente.
No cálculo do limite do quociente de funções podem surgir as indetermi-
0 ∞
nações: e .
0 ∞

6.7 Indeterminações

Costuma-se dizer que as expressões:

∞ 0
, ∞ − ∞, 0 × ∞, 1∞ , , 00 , ∞0
∞ 0

são indeterminadas. O que significa isto?


Vejamos por exemplo, .

Sejam f e g funções tais que lim f ( x ) = lim g( x ) = +∞. Nada se pode


x →+∞ x →+∞
f
afirmar, a priori, sobre o limite do quociente
. Dependendo das funções f
g
e g ele pode assumir qualquer valor real ou não existir. Exprimimos isso,

dizendo que é um símbolo de indeterminação.

Para comprovar o que dissemos acima, vejamos dois exemplos:

(i) Sejam f ( x ) = x3 e g( x ) = x2 . Temos, lim f ( x ) = lim g( x ) = +∞


x →+∞ x →+∞
f (x) x3
e lim = lim 2 = lim x = +∞.
x →+∞ g ( x ) x →+∞ x x →+∞

(ii) Sejam f ( x ) = x2 e g( x ) = 2x2 . Temos, lim f ( x ) = lim g( x ) = +∞


x →+∞ x →+∞
f (x) x2 1 1
e, neste caso, lim = lim 2
= lim = .
x →+∞ g ( x ) x →+∞ 2x x →+∞ 2 2
108 esacs - 2016/17


6.7.1 Indeterminação

Comecemos por estudar o limite quando x → +∞ ou x → −∞ de uma
função racional.
Temos:
 
n n − 1 a x n 1 + a1 + . . . + an
P( x ) a x + a1 x + . . . + an 0 a0 x a0 x n
lim = lim 0 m = lim
x →+∞ b0 x + b1 x m−1 + . . . + bm
 
x →+∞ Q ( x ) x →+∞
b x m 1 + a1 + . . . +
0 b0 x
bm
b0 x m

a0 x n 1 + aa01x + . . . + a0axn n a xn a xn
= lim m
× a b
= lim 0 m × 1 = lim 0 m .
x →+∞ b0 x 1 + b 1x + . . . + b xmm x →+∞ b0 x x →+∞ b0 x
0 0

Do mesmo modo se demonstra que:

P( x ) a xn
lim = lim 0 m .
x →−∞ Q( x ) x →−∞ b0 x

O valor do limite vai depender de o grau do polinómio do numerador ser


igual, superior ou inferior ao grau do polinómio do denominador.

Seja, n, m ∈ N, a0 , b0 ∈ R, temos:
 a
0
 se n = m
a0 x n  b

0
lim = 0 se n < m
x →±∞ b0 x m 
 ±∞

se n > m.

Exemplo 6.7.1 Calcule os seguintes limites:

162. Calcule os seguintes limites:


10x2 − 3x 8x2 − 3x
(a) lim (d) lim 2−x
x →+∞ 5x2 + x + 1 x →−∞ x3 + 2x + 1 (a) lim ;
x →+∞ x−3
8x3 − x2 3x2 + 2x + 1 x2 − 3
(b) lim (e) lim (b) lim
1 − 3x2
x →−∞
;
x →−∞ 3x3 + 2x2 + 1 x →+∞ x−3
x2
 
2x
2x2 + 3x + 1 3x2 − 2x + 1 (c) lim + 2
;
x →+∞ x − 1 1−x
(c) lim (f) lim
x →+∞ x3 − 2x + 1 x →−∞ x−3 1
(d) lim ;
x →+∞
x
Resolução: Quebra de linha 2
(e) lim ;
x →+∞ 3 − x
10x2 − 3x 10x2 10 
2x x

(a) lim 2
= lim = lim = 2. (f) lim + 2 ;
x →+∞ 5x + x + 1 x →+∞ 5x2 x →+∞ 5 2
x →+∞ x − 3 x −1
x3 − 1
8x3 − x2 8x3 8 (g) lim ;
(b) lim = lim = . x →+∞ x2
x →−∞ 3x3 + 2x2 + 1 x →−∞ 3x3 3 1 − x2
(h) lim ;
x →−∞
2x2+ 3x + 1 2x2 2 x
(c) lim = lim = lim = 0. 
1 − 3x2 + x3

x →+∞ x3 − 2x + 1 x →+∞ x3 x →+∞ x (i) lim .
x →+∞ 1 − x2
8x2 − 3x 8x2 8
(d) lim 3
= lim 3
= lim = 0.
x →−∞ x + 2x + 1 x →− ∞ x x →− ∞ x
3x2 + 2x + 1 3x2
(e) lim = lim = lim (3x ) = +∞.
x →+∞ x−3 x →+∞ x x →+∞

3x2 − 2x + 1 3x2
(f) lim = lim = lim (3x ) = −∞.
x →−∞ x−3 x →−∞ x x →−∞
matemática 12º ano 109

6.7.2 Indeterminação ∞ − ∞

A estratégia para levantar a indeterminação depende do caso em estudo.

Exemplo 6.7.2 Seja a função definida por f ( x ) = x2 − 3x + 1.


Calcular: lim ( x2 − 3x + 1). 163. Calcule:
x →+∞
(a) lim ( x3 − 3x2 + 2);
x →+∞
Resolução: Aplicando os teoremas estudados somos conduzidos à indeter-
(b) lim ( x3 − 3x2 + 2);
minação ∞ − ∞. x →+∞
 
Pondo em evidência a mais alta potência de x, vem 1
(c) lim 2x5 − x + ;
x →−∞ 2
  
2 2 3 1 (d) lim (−3x5 + x4 + 2).
lim ( x − 3x + 1) = lim x 1 − + 2 x →−∞
x →+∞ x →+∞ x x
= (+∞)2 × (1 − 0 + 0) = +∞.

De um modo geral, temos:

f ( x ) = a 0 x n + a 1 x n −1 + . . . + a n
  

n n −1

n a1 a2 an
lim f ( x ) = lim a0 x + a1 x + . . . + an = lim a0 x 1 + + +...+
x →+∞ x →+∞ x →+∞ a0 x a0 x 2 a0 x n
 
a a an
= lim ( a0 nn ) × lim 1 + 1 + 2 2 + . . . + = lim ( a0 x n ).
x →+∞ x →+∞ a0 x a0 x a0 x n x →+∞
| {z }
=1

Se x → −∞ vem:
lim f ( x ) = lim ( a0 x n ).
x →−∞ x →−∞

Pode, então, afirmar-se que:

Uma função polinomial admite, quando x → +∞ ou x → −∞, o


mesmo limite que o seu monómio de mais elevado grau.

Vejamos, como exemplos, situações em que se chega a uma indeterminação


∞ − ∞ envolvendo expressões irracionais.

Exemplo 6.7.3 Calcule:


√ √ 
(a) lim x− x−1 ; 164. Calcule:
x →+∞ √ √
x+3− x
p  (a) lim ;
x →+∞ 2
(b) lim x2 + 2 − x .
x →+∞
p 
(b) lim x2 + 1 − x ;
x →+∞
p 
(c) lim 9x2 + 2 − 3x ;
x →+∞
√ √ 
(d) lim 2x − 2x + 3 .
x →+∞
110 esacs - 2016/17

Resolução: Quebra de linha

(a) Aplicando os teoremas sobre limites somos conduzidos a uma indetermi-


nação tipo ∞ − ∞.

Para levantar esta indeterminação usa-se a estratégia de multiplicar e


dividir a expressão pelo "binómio conjugado".
√ √ √ √
√ √ ( x − x − 1)( x + x − 1)
lim ( x − x − 1) = lim √ √
x →+∞ x →+∞ x+ x−1
x − ( x − 1) 1
= lim √ √ = lim √ √
x →+∞ x+ x−1 x →+∞ x+ x−1
1
= = 0.
+∞

(b) Usando a mesma estratégia, vem:


√ √
p ( x 2 + 2 − x )( x2 + 2 + x )
lim ( x2 + 2 − x ) = lim √
x →+∞ x →+∞ x2 + 2 + x
x + 2 − x2
2 2
= lim √ = lim √
x →+∞ 2
x +2+x x →+ ∞ 2
x +2+x
2
= = 0.
+∞

6.7.3 Indeterminação 0 × ∞

Se lim f ( x ) = ∞ e lim g( x ) = 0
x→a x→a
temos
f (x)
lim [ f ( x ) × g( x )] = lim 1
.
x→a
g( x )

Passamos a ter uma indeterminação do tipo , já estudada.

  165. Calcule:
1 2
Exemplo 6.7.4 Calcule lim ×x .
 
1
x →+∞ x (a) lim x× ;
x →+∞ x2
 
1 2
(b) lim x +1 ;
Resolução: Temos uma indeterminação do tipo (0 × ∞). x →−∞ x
x2
 
1 
x2 + 1

lim × x2 = lim = lim x = +∞. (c) lim x5 × 3 .
x →+∞ x x →+∞ x x →+∞ x →+∞ x −1

Nota: Deve-se reparar que, na maior dos casos, basta efectuar cálculos

para transformar a indeterminação ×∞ em .

0
6.7.4 Indeterminação
0
No caso de funções racionais, se depois de efetuarmos os cálculos possíveis
0
obtemos uma indeterminação do tipo é porque o valor para o qual x
0
está a tender é raiz do numerador e do denominador.

Normalmente, consegue-se levantar a indeterminação simplificando a


fracção.
matemática 12º ano 111

166. Calcule:
x3 − 2x2 + 3x − 2 x−2
Exemplo 6.7.5 Calcule lim . (a) lim ;
x →1 x2 − 4x + 3 x →2 x2 − 4
t3 − 1
(b) lim ;
t →1 t−1
x2 − 9
Resolução: Aplicando os teoremas Cálculo auxiliar (c) lim ;
x+3
x →−3
somos
  conduzidos à indeterminação s+1
1 −2 3 −2 (d) lim 2 ;
0 1 1 −1 2 s→−1 s − 1
. −1
0 1 2 0
x2 + 4x + 3
(e) lim ;
1 −4 3 x →−1 x2 − x − 2
Se isto acontece é porque os polinó- 1 1 −3
1 −3 0 2v − 5v2
mios do numerador e do denominador (f) lim ;
v →0 v
são divisíveis por x − 1. x3 − 6x2 + 11x − 6
(g) lim .
x →1 2x2 − 8x + 6
Factorizando os polinómios no numerador e no denominador, obtemos,

−
( x )( x2 − x + 2)
1 x2 − x + 2 2
lim

= lim = = −1.
x →1 ( x − 1)( x − 3)
   x →1 x−3 −2

167. Calcule:
Exemplo 6.7.6 Calcule: √
x
(a) lim ;
x →0+ x2
√ √ x−1
x−2 x−x (b) lim √ ;
(a) lim ; (b) lim . x →11− x
x →4 x − 4 x →0+ x2 − x √
x+5−1
(c) lim ;
x →−4 x+4
Resolução: Quebra de linha √ !
2x + 1 − 3
(d) lim √ √ .
 
0 x →4 x−2− 2
(a) Aplicando os teorema sobre limites temos uma indeterminação .
0
Nesse caso multiplicamos o numerador e o denominador pelo conjugado 168. Calcule:
√ √
da expressão
√ irracional.√ √ x+h− x
(a) lim ;
x−2 ( x − 2)( x + 2) x−4 h →0 h
lim = lim √ = lim √ √ √
x →4 x − 4 x →4 ( x − 4)( x + 2) x →4 ( x − 4)( x + 2) x2 + 7 − 8x − 5
(b) lim ;
1 1 x →2 x−2
= lim √ = . √
1+h−1
x →4 x+2 4 (c) lim ;
h →0 h
 
0 √ √
(b) Aplicando os teorema sobre limites temos uma indeterminação . 3t − 3
(d) lim .
√ √ √ 0 t →1 t−1
x−x ( x − x )( x + x ) x − x2
lim 2 = lim √ = lim √
x →0+ x − x x →0+ ( x2 − x )( x + x ) x →0+ ( x2 − x )( x + x )
−1
= lim √ = −∞.
x →0 + x+x

6.8 Infinitésimos simultâneos

Consideremos a função f , real de variável real, definida por


f ( x ) = 3x (1 − x2 ) e calculemos lim f ( x ).
x →0

lim f ( x ) = lim (3x ) × lim (1 − x2 ) = 0 × 1 = 0.


x →0 x →0 x →0

Porque este limite é 0, diz-se que f é infinitésimo simultâneo com x (ou


simplesmente f é infinitésimo com x) se lim f ( x ) = 0.
x →0
112 esacs - 2016/17

Definição: Uma f.r.v.r definida por f ( x ) diz-se um infinitésimo


simultâneo com x (ou simplesmente infinitésimo com x) se e só se
lim f ( x ) = 0. y
x →0

2
f ( x ) é um infinitésimo simultâneo com x ⇔ lim f ( x ) = 0.
x →0
1
0
É fácil de verificar que a função definida por h( x ) = 1 − x2 não é infinité- −2 x
−1 1 2
simo com x. −1

Com efeito, lim h( x ) = lim (1 − x2 ) = 1. −2


x →0 x →0

Mas podemos afirmar que é um infinitésimo simultâneo com x − 1, visto Figura 6.10: Gráfico de 1 − x2 .
que, quando x − 1 → 0 (ou seja, x → 1), tem-se lim h( x ) = lim (1 − x2 ) =
x →1 x →1
0.

Definição: Uma f.r.v.r definida por f ( x ) diz-se um infinitésimo


simultâneo com x − a, se e só se lim f ( x ) = 0.
x→a

f ( x ) é um infinitésimo simultâneo com x − a ⇔ lim f ( x ) = 0.


x→a

Da definição acima, conclui-se que, se lim f ( x ) = b, a, b ∈ R, podemos 169. Prove que são infinitésimos:
x→a
afirmar que f ( x ) − b e x − a são infinitésimos simultâneos. (a) f ( x ) = x2 − 9, quando x → 3;
1
(b) g( x ) = , quando x → ±∞.
x+2
Exemplo 6.8.1 Sendo y = x2 − x, como lim y = 6, então, y − 6 e x − 3
x →3
são infinitésimos simultâneos.

6.8.1 Comparação das ordens de dois infinitésimos simultâneos

Sejam f e g duas f.r.v.r, tais que lim f ( x ) = lim g( x ) = 0, sendo a um


x→a x→a
ponto de acumulação de D f ∩ Dg .

f (x)
Nesta condições, f e g são simultâneos com ( x − a) e, existindo lim ,
x→a g( x )
três situações podem ocorrer: Nota
Uma função f diz-se um infinitésimo de
f (x) ordem superior à g se f tender para 0
• Quando lim = k, k ∈ R, diz-se que f e g são infinitésimos mais rapidamente do que g.
x→a g( x )
de mesma ordem;
f (x)
• Quando lim = 0, diz-se que f é um infinitésimo de ordem
x→a g( x )
superior à g;
f (x)
• Quando lim = ±∞, diz-se que f é um infinitésimo de ordem
x→a g( x )
inferior à g.

f (x)
Em particular, quando lim = 1 diz-se que f e g são infinitésimos
g( x )
x→a
equivalentes e escreve-se f ∼ g, lendo-se " f equivalente à g".
matemática 12º ano 113

Exemplo 6.8.2 Sendo f ( x ) = x + 3x3 e g( x ) = x2 − 2x, f e g são


infinitésimos com x. 170. Sendo f e g√duas funções r.v.r tais
que f ( x ) = x + 3x e g( x ) = x2 + x,

Com efeito, (a) prove que f e g são infinitésimos


simultâneos com x;
lim f ( x ) = lim ( x + 3x3 ) = 0 e lim g( x ) = lim ( x2 − 2x ) = 0.
x→ x →0 x →0 x →0 (b) compare as ordens dos dois infi-
nitésimos com x.
x (1 + 3x2 ) 1 + 3x2
 
f (x) 0 1
Mas como lim = lim = lim = − , 171. Indique em que ponto as seguin-
x →0 g ( x ) x →0 x ( x − 2 ) 0 x →0 x − 2 2
tes funções são infinitésimos simultâ-
pode afirmar-se que f e g são infinitésimos de mesma ordem.
neos e compare
√ a s suas ordens:
f ( x ) = x + 1 − 1,
√ g( x ) = x2 .
Exemplo 6.8.3 Se for f (x ) 
= 3x e g( x ) = x, vem
√ 172. Prove que quando x → 0:
f (x) 3x 0
lim = lim √ = lim 3 x = 0, 1 1
x →0 g ( x )
+ x →0 + x 0 x →0 +
(a) 1 − √ ∼ x;
ou seja, f tende mais rapidamente para zero do que g e diz-se que é 1+x 2
1
um infinitésimo com x de ordem superior à g. (b) 1 − ∼ x;
1+x
p x3
(c) 1 + x3 − 1 ∼ .
2
6.9 Assíntotas

Em várias funções estudadas até agora, tanto no 11◦ como no 12◦ ano,
encontramos retas que orientam o traçado do gráfico e que se chamam
assíntotas do gráfico.

Até agora só foram assinaladas assíntotas verticais e horizontais. Mas um


gráfico ter também assíntotas obliquas em relação ao referencial. Vamos
estudar regras gerais para a determinação de assíntotas, quer paralelas
quer não paralelas aos eixos coordenadas.

6.9.1 Assímptotas verticais


x+1 y
O gráfico á margem representa a função f ( x ) = . x+1
x−1 y=
x−1
x+1 x+1
Vemos que lim = +∞ e lim = −∞.
x →1+ x−1 x →1− x−1
y=1
O gráfico tem uma assímptota vertical de equação x = 1. 1

0 1 x

Definição: A recta x = a é assíntota vertical do gráfico da função f x=1


sse Figura 6.11: Gráfico com assíntotas.

lim f ( x ) = +∞ (ou − ∞) ou lim f ( x ) = +∞ (ou − ∞).


x → a− x → a+
173. Indique equações das assímptotas
verticais dos gráficos de:

Exemplo 6.9.1 A recta x = 2 não é assímptota do gráfico de 3x − 2


(a) f ( x ) = ;
x+3
8( x 2 − 4)
f (x) = porque, no ponto x = 2 é 8( x2 − 4) = 0 e x − 2 = 0 (b) g( x ) = 4 +
2
x−2 x−2
;
e, para x 6= 2, vem
x2
(c) h( x ) = ;
( x − 1)( x − 3)
8( x 2 − 4) −
8( x )( x + 2)
2
f (x) = =  = 8( x + 2). 5
x−2 x−
 2 (d) i ( x ) = ;
x2 − 5
O gráfico de f é uma recta da qual se exclui o ponto em que x = 2. 2x2
(e) j( x ) = ;
x2 + 1
4x
(f) k( x ) = 2 .
x − 23
114 esacs - 2016/17

6.9.2 Assíntotas horizontais

4x2 y
Observa o gráfico da função f com f ( x ) = em R. 4x2
x2 +1 7 y=
x2 + 1
Vê-se facilmente que as imagens são sempre positivas, se 6
x 6= 0, e menores que 4. 5
Recta y = 4
4
O denominador nunca se anula portanto não pode ter 3
assíntotas verticais. 2

A função é par, logo o gráfico é simétrico em relação ao


−7 −6 −5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 7 x
eixo das ordenadas.

Nota ainda que 174. Determine as assíntotas horizontais


dos gráficos das funções no exercício
anterior.
4x2
lim f ( x ) = lim = 4;
x →+∞ x →+∞ x2 + 1
175. Estude o limite no ponto −3 e deter-
4x2 mine se há assíntotas paralelas aos
lim f ( x ) = lim 2 = 4.
x →−∞ x →−∞ x + 1 eixos:
x2 − 3x
Isto significa que, para valores muito grandes ou muito pequenos de x, as (a) Função f : x 7→ ;
x2 − 9
imagens aproximam-se do valor 4 pelo que o gráfico acaba por se confundir | x + 3|
(b) Função g : x 7→ 2 .
com o da recta y = 4. x +3

Esta recta, que orienta o traçado do gráfico, é uma assíntotas horizontal 176. Determine as assíntotas paralelas aos
eixos dos gráficos de:
do gráfico desta função.
x−1
(a) x 7→ ;
x2 + 1
Definição: A recta y = b, b ∈ R, é assíntota horizontal do gráfico (b) x 7→
x−3
;
x+1
da função f , sse
3
(c) x 7→ 1 − 2 .
x −1
lim f ( x ) = b ou lim f ( x ) = b.
x →+∞ x →−∞

Uma função pode ter um gráfico com assíntotas horizontais e verticais:

À título de exemplo, observemos o gráfico ao lado. y


6
Cálculos: 5 x
g( x ) =
9 − x2
4
x
lim g( x ) = lim = 0, logo y = 0 (eixo das 3
x →±∞ x →±∞9 − x2
abcissas) é assímptota horizontal. 2
1
A.H: y = 4

−7 −6 −5 −4 −3 −2 −
−11
0 1 2 3 4 5 6 7 x
3 3
lim g( x ) = − = −∞ ou lim g( x ) = + = +∞; −2
x →3 + 0 x →3 − 0
−3 −3 −3
lim g( x ) = + = −∞ ou lim g( x ) = − = +∞.
x →−3+ 0 x →−3− 0 −4
−5
Logo x = 3 e x = −3 são assíntotas verticais.
A.V: x = −3 e x = 3
matemática 12º ano 115

6.9.3 Assíntotas oblíquas

Quando x tende para +∞ ou quando x tende para −∞, pode acontecer que o gráfico duma função f se confunda
com uma recta oblíqua aos eixos coordenadas que será chamada assímptota oblíqua do gráfico.
Como toda a recta oblíqua, num referencial (Ȯx, Ȯy), pode ser representada pela equação y = mx + b, conclui-se
que

A recta de equação y = mx + b é assíntota do gráfico de f ( x ) sse Nota


lim [ f ( x ) − (mx + b)] = 0 ou lim [ f ( x ) − (mx + b)] = 0. • Se f ( x ) − (mx + b) > 0, o gráfico
x →−∞ x →+∞
de f está acima da assíntota;
• Se f ( x ) − (mx + b) < 0, o gráfico
Isto que dizer que à medida que x → ±∞, a distancia entre um ponto do de f está abaixo da assíntota.
gráfico de f ( x ) e da recta á cada vez menor. A determinação da assímp-
tota oblíqua exige o cálculo de m e b para obter a sua equação y = mx + b.
177. Determine as assíntotas dos gráficos
de:
Com efeito, partindo da definição temos:
x2 + 1
(a) f ( x ) = ;
2x + 2
f ( x ) − (mx + b)
lim [ f ( x ) − (mx + b)] = 0 donde lim = 0, 1
x →+∞ x →+∞ x (b) g( x ) = 1 − ;
x
ou 6
(c) h( x ) = 2x + 3 + ;
x
f (x) mx + b f (x) (d) i ( x ) =
x
− 5x + 4;
lim − lim =0 logo lim − m = 0, x2 − 4
x →+∞ x x →+∞ x x →+∞ x
x2 − 1
(e) j( x ) = .
ou seja, 2x + 3

f (x)
m = lim .
x →+∞ x

Conhecido o valor de m vejamos como obter o de b?

Por definição lim [ f ( x ) − mx − b] = 0


x →+∞
ou seja

b = lim [ f ( x ) − mx ].
x →+∞

E, analogamente, quando x → −∞:

f (x)
m = lim e b = lim [ f ( x ) − mx ].
x →−∞ x x →−∞ y x=2 y = x+2
x2 − 9
y= 7
x−2
6
x2 − 9 5
Exemplo 6.9.2 A função de variável real f , tal que f ( x ) = tem
x−2 4
a assímptota vertical x = 2.
2
Averiguemos se tem também assíntotas oblíquas. 1

−5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 x
f (x) x2 − 9 −1
m = lim = lim 2 = 1; −2
x →+∞ x x →+∞ x − 2x
 2
x −9

2x − 9 −3
b = lim [ f ( x ) − mx ] = lim − x = lim = 2.
x →+∞ x →+∞ x−2 x →+∞ x − 2
x2 − 9
Figura 6.12: Gráfico de f ( x ) = .
Então y = x + 2 é assíntota quando x → +∞. x−2
Analogamente, quando x → −∞ se obtém y = x + 2 (ver Figura 6.12).
116 esacs - 2016/17


x2
se x ≥ 0



Exemplo 6.9.3 Seja agora g( x ) = x+2
x 2
se x < 0



2−x y
Vamos ver que o gráfico desta função tem duas assíntotas oblíquas:

I. Quando x → +∞: 2
1
x2
g( x ) x +2 x2 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x
m = lim = lim = lim 2 = 1;
x →+∞ x x →+∞ x x →+∞ x + 2x
 2 −2
−2x

x
b = lim [ g( x ) − mx ] = lim − x = lim = −2.
x →+∞ x →+∞ x + 2 x →+∞ x + 2 Figura 6.13: Gráfico de g( x ).

Equação da assímptota y = x − 2 (ver Figura 6.14).

II. Quando x → −∞:


x2
g( x ) x2
m = lim = lim 2− x = lim = −1;
x →−∞ x x →−∞ x x →−∞ 2x − x2
 2
−2x

x
b = lim [ g( x ) − mx ] = lim + x = lim = −2.
x →−∞ x →+∞ 2 − x x →−∞ 2 − x

Equação da assíntota y = − x − 2.

O estudo das assíntotas horizontais e oblíquas pode ser feito em conjunto. 178. Esboce as assíntotas dos gráficos das
funções:
A equação da recta, y = mx + b, representa qualquer recta não verti-
cal. x2 + 3x
(a) f ( x ) = ;
x+1
1
(b) f (t) = t + ;
t
( √
se m 6= 0, a recta é oblíqua; x2 − 1
y = mx + b (c) f ( x ) =
x−1
;
se m = 0, a recta é horizontal de equação y = b.
t3
(d) f (t) = .
( t − 1)2
Por conseguinte, o processo de acabamos de estudar para a determinação
de assíntotas oblíquas permite detectar simultaneamente a existência de
assíntotas horizontais, se
f (x)
lim =0 e lim f ( x ) é finito.
x →±∞ x x →±∞

Quando x → +∞, só pode haver uma assíntota: se houver horizontal, não


há oblíqua e vice-versa (o mesmo par −∞).

Exemplo 6.9.4 Pesquisar as assíntotas do gráfico de


2x2 − 8 y 2x2 − 8
x 7→ f ( x ) = 2 . y=
x +1 x2 + 1
2
Resolução: É evidente que não há assíntotas verticais x
−2 0 2
(x2 + 1 6= 0 ∀ x ∈ R).

f (x) 2x2 − 8
lim = lim =0 e lim f ( x ) = 2.
x →+∞ x x →+∞ x3 + x x →+∞ −8
2x2 − 8
Há, portanto, uma assíntota horizontal, quando x → +∞, de equação y = Figura 6.14: Gráfico de f ( x ) = .
x2 + 1
2. Quando x → −∞, obtém-se a mesma assímptota (ver gráfico à margem).

As assíntotas não fazem parte do gráfico de uma função. Mas a sua


determinação é essencial para o traçado desse gráfico.
matemática 12º ano 117

6.10 Limites notáveis envolvendo exponenciais e logaritmos


ex
x
Como sabemos, o crescimento da função exponencial é muito rápido e x5
1 e
tem-se que: 10 0, 22
20 151, 6
ax 40 2, 3 × 109
lim = +∞, a > 1, p ∈ R.
x →+∞ xp 50 1, 7 × 1013
100 2, 7 × 1033
No caso particular da função exponencial e logarítmica de base e, existem → +∞ → +∞
os seguintes limites notáveis muito importantes:

ex ex − 1
lim = +∞; lim = 1, com p ∈ R
x →+∞ xp x →0 x

ln x ln ( x + 1) ln x
lim = 0; lim =1 e lim =0
x →+∞ x x →0 x x →1 x−1

Exemplo 6.10.1 Calcule os limites:

3x + x ex
  
(a) lim ; (c) lim ;
x →+∞ x5 x →−∞ 6x
 x   2
π x
(b) lim ; (d) lim .
x →+∞ 3x +2 x →+∞ e x

Resolução: Quebra de linha 179. Calcule:


2x + 1
(a) lim ;
3x 3x
   
+x x x →+∞ x6
(a) lim 5
= lim 5
+ lim = +∞ + 0 = +∞; 2x
x →+∞ x x →+∞ x x →+∞ x5
(b) lim 3 ;
x →−∞ x
 x 
πx
   π x
π 1 3 x − 3 x +1
(b) lim = lim = lim × lim (c) lim ;
x →+∞ 3x +2 x →+∞ 3x × 32 x →+∞ 3 x →+∞ 9 x →+∞ x2
1   x
1

= +∞ × = +∞; (d) lim
π
+ x +1 ;
9 x →+∞ 2 3
 5x 
 x    − x e
e 0 6 (e) lim .
(c) lim = lim = +∞; x →−∞ x8
x →−∞ 6x 0 x→−∞ e
 2
x
(d) lim = 0.
x →+∞ e x
118 esacs - 2016/17

Exemplo 6.10.2 Calcule lim f ( x ), sendo


x →0

e x − e5x e x +1 − e
(a) f ( x ) = ; (b) f ( x ) = .
2x x3
Resolução: Quebra de linha 180. Calcule cada um dos seguintes limi-
tes:
ex
(a) (a) lim ;
x →0+ 1 − ex
e− x − 1
e x − e5x e x (1 − e4x ) −2e x (e4x − 1) (b) lim
x
;
lim = lim = lim x →0
x→ 2x x →0 2x x →0 4x ex − 1
4x − 1 (c) lim 2x ;
e x →0 e − 1
= lim (−2e x ) lim x
2e − 2
x →0 x →0 4x (d) lim ;
x →0 6x
= (−2) × 1 × 1 = −2;
e x −1 − 1
(e) lim .
x →1 2x − 2
(b)

e x +1 − e e ( e x − 1)
lim = lim
x →0 x3 x →0 x3
e ex − 1
= lim 2 × lim
x →0 x x →0 x
= +∞ × 1 = +∞.

 
ln 1 + 1x
Exemplo 6.10.3 Calcule o seguinte limite: lim 1
.
x →+∞
x

1 181. Calcule cada um dos seguintes limi-


Resolução: Como x → +∞, → 0. Logo, considere-se a seguinte mu- tes:
x
1 ln(2x )
dança de variável: = y; e assim o limite dados pode ser escrito na forma (a) lim ;
x →+∞ x
x
ln(1 + y) ln(−3x )
lim . (b) lim
x →−∞ x
;
y →0 y
ln x
(c) lim ;
Deste modo,
 estamos
 perante um dos limites notáveis dados e portanto x →0+ x
1 ln(−2x )
ln 1 + x (d) lim ;
lim = 1. x →0− x
x →+∞ 1
x ln( x + 1)3
(e) lim ;
x →0 2x
x2 − 5x + 6
(f) lim ;
x →3 ln( x − 2)
matemática 12º ano 119

Exercícios do Capítulo 6

1. Seja C =] − ∞ , 2]∪]3 , 5] ∪ 6 , 7. 8. Calcule cada um dos seguintes limites:


Indique o conjunto dos pontos isolados e o conjunto dos p
(a) lim 1 − x2
pontos de acumulação de C. x →1
p 3
(b) lim x2 + 3x
2. Indique os pontos de acumulação dos seguintes conjuntos: x →2
 
(c) lim x5 + 3x2
(a) [2 , 3] (c) {3 , 5 , 9 , 10} x →−∞
x2 − 4
(b) ]2 , 5] (d) [2, 6] ∩ N (d) lim
x →2 x2 − 5x + 6

x−2
 
2+n
(e) x∈R:x= ∧n ∈ N (e) lim
n+3 x →4 x − 4
n n o x3 + 3x2
(f) x ∈ R : x = (−1)n ∧n ∈ N (f) lim
2n x →0 − x2 + 2x
2x2 + 1
 
3. Use a definição de Heine para calcular: 1
(g) lim ·
x →+∞ x + 3 x
 
(a) lim (2x − 3) (c) lim [( x + 1) · ( x − 3)] 3 2
(h) lim x − 3x + 5x − 10
x →3 x →0 x →+∞
x 1

x+1

(b) lim
x →1 x+1
(d) lim
x →+∞ x+1 (i) lim · ( x2 − 6x + 9)
x →3 x − 3
√ √ 
4. Mostre, aplicando a definição de Heine, que: (j) lim x+3− x+1
x →+∞
x+3 p 
(a) lim =2 (k) lim x2 + 1 + x
x →1 x + 1 x →−∞
3
(b) lim = +∞ 9. Averigue a existência de limite para as funções:
x →1 ( x − 1)2
x+1 1 1
(c) lim = quando x → 3
(a) f ( x ) =
x →+∞ 2x − 1 2 x
√ 3−
(d) lim f ( x ) = 7 sendo (b) g( x ) = 1 − x quando x → 1
x →2
(
( 2x se x ≥ 0
3x + 1 se x ≤ 2 (c) h( x ) = quando x → 0
f (x) = x + 1 se x < 0
5x − 3 se x > 2 (
| x | se x 6= 0
5. Mostre que não existe limite em cada um dos casos seguin- (d) i ( x ) = quando x → 0
1 se x = 0
tes:
10. Averígue a existência de limite para a função:
(
x2 + 1 se x ≤ 1
(a) lim f ( x ), sendo f ( x ) =
x →1 x−3 se x > 1  x
e −1

 se x < 0
x+1 f (x) = xx
(b) lim 2
x →−2 x − 3  se x ≥ 0
( x + 1)2

6. Calcule, se existirem:
 2 quando:
(a) lim x2 − 3
x →2
x+1 (a) x → 1 (c) x → 0 (e) x → −∞
(b) lim (b) x → −1 (d) x → +∞
x →1 x − 1
(c) lim e x−1
x →3 11. Determine o valor da constante k de modo que a função
(d) lim log3 ( x + 7) definida por:
x →2
(
2x
 x −1
se x ≥ 1  e −1
(e) lim f ( x ) se f ( x ) = se x > 1
x →1 ln(6x + 4)2 se x < 1 f (x) = x − 1 ( k ∈ R)
2x + k se x < 1

7. Aplicando a Propriedade 6.3.1, mostre que:
  tenha limite quando x tende para 1.
(a) lim x2 − 3x + 1 = −1
x →1 12. Averígue a existência de limites nos pontos de mudança de
x+2
(b) lim =0 expressão analítica
x →−2 x + 4
p  3x
3
(c) lim x2 + 27 = 3 e −1
se x > 0

x →0

x


2
2+x 2 f (x) = x +3 se 0 ≤ x < 2
 
(d) lim = 16
 x+1

x →2 x − 1

se x > 2

x
120 esacs - 2016/17

13. Seja f uma função real de variável real e seja: 19. Determine, se existirem:
 
(a) lim − x − x3
lim f ( x ) = b x →−∞
x→a  
(b) lim − x − x2
x →+∞
Considere uma nova função h, definida por:  
(c) lim − x + x3
 x →−∞
 h( x ) = f ( x ) − 2 se x < a
  
h( a) = f ( a) (d) lim − x + x2
x →+∞

 h( x ) = f ( x ) + 2 sex > a √ 
(e) lim x + x4
x →+∞
 √ 
Indique: (f) lim − x2 − x
x →+∞
lim h( x ); lim h( x ) √ 
x → a+ x → a− (g) lim x − x2
x →+∞
14. Calcule os limites nos pontos que se indicam e diga, justifi-  √ 
(h) lim x2 + − x
cando, se existe limite nesses pontos. x →−∞
h i
(i) lim ( x2 − x )(2x3 + 5x )
(
2x se x < 0 x →+∞
(a) f ( x ) = ; x=0
x se x ≥ 0 3
(j) lim 3

1 x →+ ∞ x − 5x +1

 se x < −1 p
3 − 3x + 1

 2 (k) lim x
x →+∞
(b) g( x ) = 2 se − 1 ≤ x ≤ 1 ; x = 1; x = −1


 − 1 20. Determine m de modo que:
se x > 1

 x (2 − mx )( x + 1)
1 lim =5


2+1
se x > − 1 x →+ ∞ x2 − 4
(c) h( x ) = x ; x = −1
 − 1

se x ≤ −1 21. Determine, se existirem:
2x
x 3x
r
x+1
(d) i ( x ) = (3x + 2) · (a) lim (e) lim
|x| x →−1 ( x + 1) 2
x → 0+ x
3 √
15. Determine a de modo que a função h tenha limite quando (b) lim x + 1 x+3−2
x →−1 x + 1
(f) lim
x → −1. x →1 x−1
x2 − 8x + 15
 
(c) lim 3 4
(g) lim −
(
x + 2a se x < −1 x →3 x2 − 9 x →−1− x + 1 x2 − 1
h( x ) = | x − 2|
x2 − ax + 1 se x ≥ −1 (d) lim
x →2 x − 2

22. Sendo f ( x ) = x2 + 1, calcule:


16. Para cada uma das funções a seguir indicadas, calcule os
limites laterais nos pontos referidos:
f ( x ) − f (2)
 lim .

 x2 + 1 se x < 3 x →2 x−2

(a) f ( x ) = 2 se x = 3 em x = 3 1
 x−1 23. Sendo f ( x ) = − , mostre que:

 se x > 3 x
x+2 √ √
f ( 3 + h ) − f ( 3) 1
(
3x + 1 se x 6= 2 lim =
(b) f ( x ) = em x = 2 x → 0 h 3
x se x = 2
x+4 24. Calcule lim f ( x ) e lim f ( x ), sendo:
(c) f ( x ) = 2 , em x = 1 x →+∞ x →−∞
x −1 −2x + 1
(d) f ( x ) = | x + 3|, em x = −3 (a) f ( x ) = 2
x + 3x
2
17. Mostre que em cada um dos casos a seguir indicados, não é (b) f ( x ) = −2x + 5
2
x +x
possível levantar a indeterminação (indeterminação real):
x3 + 5x + 2
(c) f ( x ) =
( x − 3)( x − 2)

x+4 x−1
 x−1
(a) lim 2
(b) lim 2
· 
x +1 3

x →2 x − 4x + 4 x →1 x − 2x + 1 x + 2 (d) f ( x ) =
−x − 3
18. Determine os limites (
x2 se x > 1000
1 (e) f ( x ) =
(a) lim 2 se x ≤ 1000
x →+∞ 3x2 √ √
1 (f) f ( x ) = x + 1 − x (se x → +∞)
(b) lim p √
x →−∞ 3x 2 2
(g) f ( x ) = x + 1 − x (se x → +∞)

1 2x − x
(c) lim 3
x →+∞ x
(h) f ( x ) = (se x → +∞)
√x + 1
1 x4 + 2
(d) lim 3 (i) f ( x ) =
x →−∞ x x+1
matemática 12º ano 121

25. Calcule cada um dos seguintes limites: 28. Calcule, se existirem:


(a) lim (−2x ) x2 − 3x3
x →3 (a) lim
x →+∞ 2x3 + 5x − 1
(b) lim (−10) √
x →8 1+ x
(b) lim
(c) lim ( x2 − 2x + 1) x →+∞ x − 1
x →1  
(c) lim x3 + x2 − 3x
h i
(d) lim ( x − 1)( x + 5)2 x →+∞
x →2  2 
p3 3x + 1
(e) lim x2 + 2x + 5 (d) lim − 3x
x →1 x →−∞ x
3
x2 − 3
 p 
(e) lim 2
x +5+x
(f) lim x →−∞
x →0 x−1  
s 1 p
x2 + 1
 (f) lim · x2 + 1
(g) lim x →−∞ x + 2
x →1 3x
x2 − 3x
(g) lim
26. Simplifique cada uma das frações algébricas e, em seguida, x →3 x2+ x −12

calcule o limite. 5−x−1
(h) lim
x →4 x−4
x−4 b 3 − b2
(a) lim 2 (d) lim 2 29. Dadas as funções f , g e h, definidas por:
x →4 x − 16 b→0 3b − b
2
x − 2x + 1 4
t −1 √ √
(b) lim (e) lim f ( x ) = x2 + x, g( x ) = 3x x, h( x ) = x2 + 2x
x →1 x2 − 1 t→−1 t + 1
a2 − 4 x4 − 16
(c) lim (f) lim (a) Mostre que são infinitésimos simultâneos com x
x →2 a − 2 x →− 2 x3 + 8
(b) Compare as ordens destes infinitésimos
27. Calcule se existirem:
x+2 30. Mostre que as funções f e g definidas por: f ( x ) = x2 + 3x −
(a) lim
x →−2 x2 − 4 10 e g( x ) = x3 + 2x − 12 são infinitésimos simultâneos com
2x + 2 ( x − 2) e compare as suas ordens.
(b) lim 3
x →−1 x + 1
x3 − 3x 31. Mostre que são infinitésimos com ( x − 2) as seguintes variá-
(c) lim 2 veis:
x →0 x + x
x−1
(d) lim
x →1 ( x − 1)2 x2 − 4 (c) x2 − 3x + 2
√ (a)
1− x x+1
p
(e) lim (d) x2 − 7x + 10
x →1 x − 1 √
  (b) 2 2x − 4 (e) x3 + x2 − 5x − 2
1 1
(f) lim − 2
x →2 x − 2 x −4
p  32. Averígue a existência de assíntotas para as funções seguintes
(g) lim x2 − 3x − 2x e identifique-as:
x →+∞
p 
(h) lim x2 + 1 + x 1
x →+∞ (a) f ( x ) =
√ x2 − 2x
1 − 1 − x2
(i) lim x2 + 1
x →0 x (b) g( x ) =
√ x−1
x+1−2
(j) lim x2 − 3
x →3 x−3 (c) h( x ) = 2
x +2
ln x
(k) lim x4 + 3x
x →1 x − 1 (d) i(x) = 2
ln x x +2
(l) lim x3 − 1
x →+∞ x − 1
(e) j( x ) = 2
  x −1
(m) lim e x − x3
x →+∞ x4
(f) k( x ) =
e2x −1 ( x − 1)( x + 1)( x − 2)
(n) lim
x →0 2x p
(g) l ( x ) = x2 − 4
(o) lim f ( x ) se
x →0  2x (h) m( x ) = 1 − ln x
 e −1

se x > 0
(
f (x) = e3x − 1 ex se x ≤ 0
 x+2
(i) n( x ) =

se x < 0 ln x se x > 0
2x + 3
lim (3x − 2x )
p
(p) (j) o ( x ) = 1 − x2
x →+∞
122 esacs - 2016/17

33. Calcule cada um dos seguintes limites: 36. Calcule cada um dos seguintes limites:
5x e2x − 1
(a) lim 5 (a) lim
x →+∞ x
x →0 x
3x
(b) lim 3 e x +1 − e
x →−∞ x (b) lim
ex x →0 x
(c) lim x e 3 − e x +3
x →+∞ 5
(c) lim
x2 x →0 2x
(d) lim x 2x
x →0 3 (d) lim
5x x →0 e5x − 1
(e) lim 5
x →+∞ x e2x − e x
(e) lim
e x +1 − 1 x →0 −5x
(f) lim
x →−1 x + 1 e x −3 − 1
(f) lim
e3x − 1 x →3 2x − 6
(g) lim
x →0 1 − e x x3
(g) lim x+3
( e x )3 − 1 x →0 e − e3
(h) lim ax
x →0 6x (h) lim
e x − e2 x →0 ebx − 1
(i) lim ( a 6 = 0 e b 6 = 0)
x →2 x − 2
x2 + 2x e2x−1
(j) lim (i) lim
x →0 1 − e3x x →+∞ 1 − e3x

34. Calcule cada um dos seguintes limites: e ax − 1


(j) lim bx
x →0 e − 1
ln( x2 + 2x + 1) 1 + ln x ( a 6 = 0 e b 6 = 0)
(a) lim (d) lim
x →0 x x → 0+ex − 1 ln( x + 1)
(k) lim
1 − x2 x →0 3x
ln(1 − x2 ) (e) lim ln(2x + 1)
(b) lim x →1 ln(2 − x )
x →0 3x (l) lim
log x x →0 3x
  (f) lim ln( x + 1)
ln 11++2x x →+∞ x3
x (m) lim
(c) lim (g) lim (ln x − x ) x →0 x2
x →0 x x →+∞
ln( x + 1)
35. Calcule os seguintes limites: (n) lim
x →0 e x − 1
x−3
3x2 − 3x ln x − e x−7 (o) lim
(a) lim (c) lim x →3 ln( x − 2)
x →3 2e x − 2 x →+∞ ex
x ln(−1 − x )
ln( x − 4)6 4e − 4 (p) lim
(b) lim (d) lim x →−2 x+2
x →5 2x − 10 x →0 8x
7 C ONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO

"De que me irei ocupar no céu, durante toda a Eternidade,


se não me derem uma infinidade de problemas de Matemática para resolver?"
Augustin Louis Cauchy

Introdução

A palavra "contínuo" significa, em linguagem corrente, que "não é interrompido" ou "que não é dividido em
partes separadas".

Quando se levanta o auscultador do telefone, ouve-se o sinal de ligação à "rede" que é um som contínuo; pelo
contrário, o sinal de chamada é um som descontínuo.

7.1 Noção de função contínua num ponto

Se um troço de um gráfico pode ser desenhado sem levantar o lápis do papel, a função é contínua nesse troço.

Se o traçado do gráfico, num troço, obriga a levantar o lápis do papel então a função não é contínua nesse troço.
Os pontos onde a função não é contínua diz-se pontos de descontinuidades.

Observe os gráficos seguintes dos quais só um representa uma função contínua no ponto 2.

y y y
( x
5 5 5 x + 1, x62
(
, x62
f (x) = 2 f (x) = 1
3, x>2 − x + 4, x>2
4 f (x) = x + 1 4 4 2
x∈Z
3 3 3
2 2 2
1 1 1

A. −1 0 1 2 3 4 5 x C. −1 0 1 2 3 4 5 x E. −1 0 1 2 3 4 5 x
y (
1
, x 6= 2
f (x) = x−2
4 0, x=2
y y 3
x
5 5 f (x) =
 ( x − 2)2 2
x + 1, x 6= 2
4 f (x) =
0, x=2 4 1
3 3
2 2 −
−11
0 1 2 3 4 5 x
1 1 −2

B. −1 0 1 2 3 4 5 x D. −1 0 1 2 3 4 5 x F.
124 esacs - 2016/17

A. O gráfico é formado por pontos isolados, f não pode ser contínua;


B. Há um salto no ponto x = 2. Embora esteja definida no ponto 2, a marcação da imagem obriga a levantar o
lápis do papel. O ponto 2 é um ponto de descontinuidade.
C. Também neste caso, 2 é ponto de descontinuidade.
D. A função nem está definida no ponto x = 2; não se classifica a continuidade neste ponto;
E. É contínua no ponto 2.
F. É descontínua no ponto x = 2.
A partir do conceito de limite, define-se a função contínua num ponto:

182. Indique os pontos de descontinui-


dade de:
Definição: Uma função r.v.r. definida por f ( x ), diz-se contínua no
(a) f (t) = 2t − 8
ponto a sse lim f ( x ) = f ( a).
x→a 3
(b) g(t) = 1
t− 2
f é contínua em a ⇔ lim f ( x ) = f ( a).
x→a 2x
(c) h( x ) =
( x − 3)( x + 4)

x−3 se x > 2
Esta definição tão simples, resume três condições: (d) i ( x ) =
5 − 2x se x 6 2

Teste de continuidade

• f ( a) existe, isto é, a ∈ D f ;

• lim f ( x ) = lim f ( x ), isto é, existe lim f ( x );


x → a− x → a+ x→a

• lim f ( x ) = f ( a).
x→a

Exemplo 7.1.1 Estude a continuidade de f no ponto x = 0 sendo:


(
x se x ≥ 0
f (x) =
x2 se x < 0
(
x se x ≥ 0 183. Estude a continuidade de cada uma
Resolução: f ( x ) = das seguintes funções nos pontos in-
x2 se x < 0 dicados:
(a) f ( x ) = | x |, para x = 0;
• 0 ∈ D f e f (0) = 0 y  2
x +1 se x ≤ 1
(b) g( x ) =
2x se x > 1
• lim f ( x ) =? 2 para x = 1;
x →0
 2
 x +5 se x < 2
lim f ( x ) = lim ( x ) = 0 1 (c) h( x ) = 3 se x = 2
x →0+ x →0+
1 + x2 se x > 2

lim f ( x ) = lim ( x2 ) = 0 para x = 2;
x →0− x →0− −1 0 1 2 x 
1
se x 6= −2

(d) i ( x ) = x+2
 0 se x = −2
Como os limites laterais existem e são iguais, existe lim f ( x ) para x = −2;
x →0
e lim f ( x ) = 0.
x →0

?
• lim f ( x ) = f (0)
x →0
f (0) = 0; lim f ( x ) = 0
x →0

Então, lim f ( x ) = f (0).


x →0

Logo, a função f é contínua para x = 0.


matemática 12º ano 125

Exemplo 7.1.2 Estude a continuidade de f e g no ponto x = 0 sendo:


(
−x se x > 0
g( x ) =
x2 + 1 se x < 0

( 184. Para que valores de k a função é con-


−x se x ≥ 0 tínua em R:
Resolução: g( x ) = 2
x + 1 se x < 0  2
x + 3x se x 6 2
(a) f ( x ) =
−x + k se x > 2
• 0 ∈ Dg y

 x2 − 3x + 2
(b) g( x ) = se x 6= 2
x2 − 4
 3k + 2 se x = 2
• lim g( x ) =?
x →0 2
 2 2
k x se x 6 2
(c) h( x ) =
lim g( x ) = lim (− x ) = 0 (1 − k ) x se x > 2
x →0+ x →0+
1
lim g( x ) = lim ( x2 + 1) = 1
x →0− x →0−

Não existe lim g( x ). 0 x


x →0 −1 1
−1

Logo, a função g não é contínua no ponto x = 0.


Exemplo 7.1.3 A função real f tal que f ( x ) = x − 2 tem por domí- f (x)
nio [2, +∞[ e é contínua para x0 = 2, porque

lim f ( x ) = 0 = f (2).
x →2+
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 x
O seu gráfico é uma linha contínua com inicio no ponto (2, 0).

• Para que f seja contínua no extremo inferior a, do seu domínio é


suficiente que seja
lim f ( x ) = f ( a).
x → a+

• Para que f seja contínua no extremo superior b, do seu domínio é


suficiente que seja
lim f ( x ) = f (b).
x →b−

7.2 Continuidade lateral

Quando uma função é descontínua num ponto a convém estudar o seu 185. Seja f uma função real de variável
comportamento à esquerda e à direita do ponto e comparar os limites real definida por:
laterais, caso existam, com o valor da função no ponto de abcissa x = a. 
2x − 4
 √ se x > 2


x+2−2
f (x) =

 kx + 3 se x = 2
9 − log3 ( x + 1) se x < 2

Seja f uma função de domínio D f e a um ponto de D f . Diz-se que:
Determine i valor de k de modo que
f seja contínua no ponto de abcissa
• f é contínua à esquerda no ponto a quando lim f ( x ) = f ( a); x0 = 2
x → a−

• f é contínua à direita no ponto a quando lim f ( x ) = f ( a);


x → a+
126 esacs - 2016/17

Se uma função é contínua num ponto a, é contínua à esquerda e à direita


de a.
186. Estude a continuidade lateral, no
Exemplo 7.2.1 Seja a função f , real de variável real definida por: ponto t = 1 da função real de va-
( riavel real g sendo
x2 − 1 se x > −1 
( t + 1)2 se t < 1
f (x) = g(t) =
−3x se x ≤ −1 6 − ( t − 2)2 se t ≥ 1

187. Estude pa continuidade de h tal que


Estude a continuidade da função f no ponto x = −1. No caso de f
h( x ) = 4 − x2 nos extremos do seu
ser descontínua no ponto x = −1 verifique se é contínua à esquerda e domínio.
à direita, desse ponto.

Resolução: Quebra de linha

• −1 ∈ D f y
• lim =?
x →−1 3
2 2 2
lim f ( x ) = lim ( x − 1) = (−1) − 1 = 0
x →−1+ x →−1+
1
lim f ( x ) = lim (−3x ) = 3
x →−1− x →−1−
−1−10 1 x

Como lim f ( x ) 6= lim f ( x ), não existe lim f ( x ) e, portanto, a função f não é contínua no ponto x = −1.
x →−1− x →−1+ x →−1
Atendendo a que
lim f ( x ) = f (−1) = 3,
x →−1

a função f é contínua à esquerda de −1.

7.3 Função contínua num intervalo

Uma função real de variável real é contínua num intervalo [ a, b]


do seu domínio, se for contínua em todo o ponto de ] a, b[ e ainda à
direita de a e a esquerda de b.
y

5
Exemplo 7.3.1 A função
4
 4
 x −1 3
, | x | 6= 1
g( x ) = x2 − 1 2
1, |x| = 1

1

está definida em R e é contínua nos intervalos ] − ∞, −1[∪] − 1, 1[∪]1, +∞[. −2 −1 0 1 2 x

188. Determine os pontos de descontinui-


Exemplo 7.3.2 A função linear f ( x ) = 2x cujo gráfico é uma recta
dade de
que passa na origem é contínua em todo o seu domínio, ou seja, em
(a) f (t) = |t|
R.
t − |t|
(b) h(t) =
2
(
1 se x = 0
7.4 Operações com funções contínuas (c) i ( x ) = 2
se x 6= 0
x
As propriedades operatórias dos limites de funções reais de variável real (d) k( x ) =
 x2 − 5 √
refletem-se, como é evidente, na continuidade da soma, do produto, da √ se x 6= − 5
x+ 5 √
potência, do quociente e da raiz de funções contínuas. Assim:  −4 se x = − 5
matemática 12º ano 127

Se f e g são funções contínuas no ponto a, então, nesse ponto,

f + g, f − g e f × g são funções contínuas;

f n é uma função contínua (n ∈ N);


f
é função contínua se g( a) 6= 0;
g
p
n
f é função contínua se a é ponto de acumulação do domínio de
f ( n ∈ N).
p
n

x−1 1
189. Sendo f ( x ) = e g( x ) = 1 + ,
Exemplo 7.4.1 Toda a função polinomial contínua é uma função con- x x
estude o limite e a continuidade das
tínua em R. funções seguintes nos pontos indica-
Com efeito as funções x2 , x3 , x4 , etc são potências de funções duma dos:
função contínua ( f ( x ) = x), logo são contínuas em R. Analoga- (a) f + g; x=4
mente, −3x2 ou 5x3 são funções contínuas, visto que são produtos de (b) f · g; x=2
constantes por funções contínuas e toda a função constante é contínua. (c) f − g; x=0
f
(d) ; x = 0.
Finalmente, um polinómio como g

−5x3 + 3x2 − x + 8

define uma função contínua, soma de funções contínuas em qualquer


ponto a.

Portanto, toda a função polinomial é uma função contínua em qual-


quer ponto a ∈ R.

Exemplo 7.4.2 Toda a função racional é contínua no seu domínio.

Uma vez que se exprime por somas, produto ou quocientes de polinó-


mios que são funções contínuas:
1 x−2
(a) + 2 define uma função, contínua no seu domínio R \ {0}.
x x +1
x2 − 9
(b) define uma função contínua (idêntica a x + 3) no domínio
x−3
R \ {3}
128 esacs - 2016/17

Exercícios do Capítulo 7

1. Considere a função f , r.v.r, tal que 6. Considere a função f definida por:


 2 ( q
 x − 3x + 2 | x − 2| se x 6= 2
, se x 6= 1 f (x) =
f (x) = x−1 1 se x = 2
−1 se x = 1

(a) Completa o gráfico e a graduação dos eixos
(a) Indique o seu domínio
(b) Calcule lim f ( x ) e f (1)
x →1
(c) A função é contínua no ponto 1? Justifique a resposta.

2. Aplicando a definição
“ f é uma função contínua para x = a, sse
0
lim ( f ( x ) − f ( a)) = 0"
x→a p
mostre que f ( x ) = x2 + 5x + 3 é contínua para x = 1. (b) Calcule os limites laterais de f no ponto 2 e justifique a
descontinuidade nesse ponto.
3. Mostre que a função definida f ( x ) = x2 + 3x é contínua
(c) Esta descontinuidade diz-se «evitável» porque basta mu-
para qualquer valor de x.
dar a imagem de um ponto para ficarmos com uma
4. Indique os pontos de descontinuidades das funções defini- função contínua. De que ponto? Que imagem?
das como se segue: 7. Mostre que a função f definida por:
x2 + 3x + 1

(a) f ( x ) =  |x|
se x 6= 0
x2 − 1 f (x) =
 0x se x = 0
1
(b) f ( x ) =
x
é descontínua em 0 e que essa descontinuidade não é «evi-
| x | + 2x
(c) f ( x ) = tável» (leia 6c)
3
| x + 3| 8. Considere as funções f , g, h e i representadas graficamente:
(d) f ( x ) =
x+3
( y y
x + 1 se x ≤ 0
(e) f ( x ) = f g
x + 4 se x > 0

 −1 se x = 1
2
(f) f ( x ) = 1
 x se x < 1
3
 2
 x −1 0 2 x 0 2 x
se x 6= 1 −1
(g) f ( x ) =
 x−1 −2
2 se x = 1
√ √
 4
 x −4 y y
se x 6= − 2 ∧ x 6= 2
(h) f ( x ) = 2
 x −2 √ √
h i
4 se x = − 2 ∨ x = 2
 3 3
 3 se x ∈ N

(i) f ( x ) = 1 se x ∈ Z ∧ x ∈ /N
 x se x ∈ R \ Z

0 2 x 0 2 x
5. Determine k de modo que a função f seja contínua no ponto
indicado sendo f definida por:
 x
 e −1
 se x < 0
(a) f ( x ) = x no ponto 0 De entre estas, indica pares de funções cuja soma:
3x + 2

 se x ≥ 0 (a) não seja uma função contínua no ponto 2
2x + 3k
(
kt
55(1 − e ) se t < 5 (b) seja uma função contínua no ponto 2
(b) f (t) = −1,7(t−5) no ponto 5
se t ≥ 5
(
6 + 27e 1
3 1− x se x > 1
( 9. Seja g( x ) = 2
−0,05z kx + k se x ≤ 1
20 + 8 × 2 se 0 < z < k
(c) f (z) = −0,05( x −k) no ponto Prova que g é contínua em ] − ∞ , 1] qualquer que seja
6 + 24 × 2 se z ≥ k
k k ∈ R e determine os valores de k para os quais g é contínua
em [1 , +∞[.
matemática 12º ano 129


10. Seja f uma função contínua em R \ {1} e admite que a reta  −4
 se x < −2
8

de equação x = 1 é assíntota do gráfico de f Explica porque (d) f ( x ) = se − 2 < x < 6
não é possível definir um prolongamento de f a R que seja 
 x−2
 2x − 10 se x > 6
uma função contínua no ponto 1.
16. Analise em cada uma das seguintes funções quanto a conti-
11. Analise a continuidade das seguintes funções em pontos
nuidade e classifique-as:
indicados. Esboce o gráfico de cada uma das funções:
sin x
(a) f ( x ) =
(
− x + 1 ⇐ −1 < x ≤ 0 x 
(a) f ( x ) =
x2 ⇐x>0 (b) f ( x ) = sin
π
em x1 = −1, x2 = 0 e x3 = 1 x
 (c) f ( x ) = x
 −1 ⇐ x < −1

1
(b) f ( x ) = x2 ⇐ −1 < x < 1 (d) f ( x ) =
x
⇐x>1

 x
x−3
(e) f ( x ) = 2
em x1 = −1, x2 = 0, x3 = 1 e x4 = 2 x − 2x − 3

 x+1 ⇐ x < −1 x−4
(f) f ( x ) =

(c) f ( x ) = 2
x + 1 ⇐ −1 < x < 2 ( x + 3 )( x2 − 16)
⇐x≥2 x2 + 5x + 6

 x+3
(g) f ( x ) = 3
em x1 = −1, x2 = 0 e x3 = 2 x + 2x2 − 3x
| x − 3|

 − x2 ⇐ x ≤ 0 (h) f ( x ) =
(d) f ( x ) = 1 em x1 = 0 e x2 = 2 x−3
 ⇐x>0 x3 − 27
x (i) f ( x ) =
x2 − 1 x − 3
(e) f ( x ) = em x1 = 1  1
x−1 se x 6= 0
x2 − 3x + 2 (j) f ( x ) = x
(f) f ( x ) =  5 se x = 0
x2 − 4
em x1 = 2, x2 = −2 e x3 = 1 √
17. Averígue se a função f ( x ) = x + 3 é contínua no intervalo
12. Seja f uma função r.v.r definida por: [−3 , +∞[

kx + x2 18. Mostre, aplicando a definição, que a função definida por
⇐x≥3


 , x+1
f (x) = x−2 f (x) = é contínua no seu domínio.
x 2 − 5x + 6 x−3
⇐x<3



x−3 19. Para um certo valor de k, e um certo valor de b, considere a
Determine o valor de k de modo que f seja contínua no função f de domínio R, definido por:
ponto de abcissa x0 = 3.  x
 √ se x < 0
 4 − 16 − x

13. Seja f a função de domínio R, definida por

f (x) = k se x = 0
x ex − 1
 

√ se x < 0 +b se x > 0
 

 3− 9−x x


f (x) = 6 se x = 0
Determine k e b de modo que f ( x ) seja contínua.
 ln(1 + x ) + 5x


 se x > 0
x 20. Verifique se cada uma das funções, definidas como se segue,
Utilizando métodos exclusivamente analíticos, estude a fun- é contínua no intervalo [−3 , 5]
ção f quanto a continuidade. 1
(a) f ( x ) =
x+2
14. Determine o valor a atribuir ao parâmetro real k para que a x+2
função definida por (b) f ( x ) =
x+4


x2 − 1  x+3
 se x < −2
, se x 6= 1 2

f (x) = ( x − 3)( x + 1) (c) f ( x ) = x + 1 se x ∈ [−2 , 0]


k+3 se x = 1
 1 se x>0
p
seja contínua no ponto x = −1. (d) f ( x ) = 9 − x2
s
2
15. Analise cada uma das seguintes funções quanto as desconti- (e) f ( x ) = 4 − x
nuidades que apresentam. Esboce o respetivo gráfico. 1+x
( x − |x|
x se x ≥ 2 (f) f ( x ) =
(a) f ( x ) = x
2 se x < 2
( 21. Determine o valor do parâmetro k de modo que a função
3 + x se x 6= 1 real de variável real,
(b) f ( x ) =
1 − x se x > 1 
  x + 1 se x < 3

1 f ( x ) = 2 se x ≥ 3 ∧ x < 4
, se x 6= 2

(c) f ( x ) = x−2 
 5 se x ≥ 4
 3 se x = 2
130 esacs - 2016/17

(a) Represente graficamente (c) Estude a continuidade da função ( f + g) no ponto x = 2


(b) A partir do gráfico, indique os pontos de descontinuida- 3x + 5
des 27. Sabendo que f ( x ) = , calcule:
x
(c) Calcule lim f ( x ), lim f ( x ) e lim f ( x ) (a) f (1)
x → 3− x → 4+ x →−5
f ( x ) − f (1)
22. Determine o valor do parâmetro k de forma que a função (b) x−1
real de variável real definida por f ( x ) − f (1)
(c) lim
 2 x →1 x−1
 x − 7x + 10
se x 6= 2 28. Dada a função definida por g( x ) = x2 + 3x, calcule:
f (x) = x−2
3k + 1 se x = 2

(a) g(2 + h)
seja contínua no seu domínio. (b) g(2)
g (2 + h ) − g (2)
x ( x − 1) (c) lim
23. É possível definir f (1) para que f ( x ) = seja contí- h → 0 h
x2 − 1
nua em x = 1? 29. Considere a função real de variável real definida por
x−2 
24. Defina, se possível, f (2) para que f ( x ) = 2 seja contí-  | x + 1| se x > 1
x −4

nua em x = 2. f (x) = | x + 2| se x ∈ [−2 , 1]
π  −3

se x < −2
25. Defina, se possível f (0) para que sin seja contínua na
x
origem. (a) Indique o domínio

26. Considere as seguintes funções, reais de variável real, defini- (b) Faça a sua representação gráfica
das por (c) Conclua, utilizando ao gráfico, se f é ou não uma fun-
ção contínua no seu domínio, e indique os pontos de
(
x + 3, se x ≤ 2
f (x) = 2 descontinuidades
x − 1 se x > 2
( (d) Confirme, por via analítica, que f é descontínua para
x+7 se x ≤ 2 x = −2 mas que neste ponto apresenta uma continui-
g( x ) =
x2 + 3x + 1 se x > 2 dade lateral
(a) Estude a continuidade de f e g no ponto x = 2. 30. Prove que e x + x2 − 3 é uma função contínua em cada ponto
(b) Defina ( f + g) de R
8 D ERIVADAS

"Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes."


Isaac Newton

Introdução

Controvérsia sobre a invenção do Cálculo Historial...


Sir Isaac Newton nasceu em Wo-
A controvérsia do cálculo surgiu em grande parte devido às publicações olsthorpe, Inglaterra. Graduou-se na
Universidade de Cambridge em 1665.
desses homens. Enquanto Newton fez suas descobertas em 1664-1666, Newton fez descobertas em matemática,
essas não foram publicadas até 1693. Leibniz, por outro lado, fez suas Ótica e física.
descobertas após Newton, No período de 1672-1676, mas os publicou em
1684 e 1686, antes de Newton. As diferenças entre as datas de descoberta e
de publicação levaram a comunidade matemática a questionar se Leibniz
realmente descobriu o método de forma independente de Newton, ou se
ele tivesse apenas roubado ideias de Newton as juntou com sua própria
notação.

O orgulho nacional desempenhou um grande papel na exacerbação de uma


disputa entre os envolvidos que perceberam que o crédito pela descoberta
de um novo ramo da matemática estava em jogo, e cada lado queria o
crédito para o seu país. Em 1711, a controvérsia foi levada a tribunal. Uma
comissão foi nomeada pela Sociedade de analisar as acusações. Sendo que
Newton era o presidente Sociedade Real, não é de surpreender que Leibniz
tenha sido culpado de plágio. Newton, 1642-1727.

Gottfried Wilhelm von Leibniz nasceu


Eventualmente, a comunidade matemática veio a perceber que Newton
em Leipzig, Alemanha. Estudou Direito
e Leibniz tinham feito suas descobertas independentemente, mas não até na Universidade de Leipzig. Foi em
anos após a morte de Leibniz. Durante esse período, a Europa continuou a grande parte, autodidata. Leibniz fez
descobertas em matemática e física.
usar a notação e os métodos mais fáceis de Leibniz enquanto a Inglaterra
permaneceu leal aos métodos mais complicados e à notação de Newton.
Por essa razão, a Inglaterra ficou muito atrás do resto do continente em
matemática por todo o século dezoito.

8.1 Taxa de variação média

A variação de uma função f num intervalo [ a , b], do seu domínio, é dada


por: f (b) − f ( a).

Leibniz, 1646-1716.
132 esacs - 2016/17

f
y
r
Definição: A taxa de variação média de uma função f no intervalo
f (b)
[ a , b] é dada por

f (b) − f ( a)
T.V.M[ a , b] = .
b−a f ( a)

A Taxa Média de Variação de uma função f no intervalo [ a, b] representa ge-


ometricamente o declive de reta definida pelos pontos ( a, f ( a)) e (b, f (b)),
0 a x
chamada reta secante à curva. (veja figura ao lado) b

Em física, a taxa média de variação está associada à velocidade média,


num certo intervalo de tempo.

Exemplo 8.1.1 Calcule a Taxa de Variação Média da função f ( x ) =


3x − 1, no intervalo [2 , 4].

Resolução: Sejam f ( x ) = 3x − 1, f (2) = 3 · 2 − 1 = 5 e 190. Calcule a T.V.M da função f ( x ), re-


lativa ao intervalo E nos seguintes
f (4) = 3 · 4 − 1 = 11. casos:
(a) f ( x ) = 3x2 − 1 em E = [2 , 3].
Então (b) f ( x ) = x2 + 3x − 1 em E = [1 , 3].
f (4) − f (2) 11 − 5 6
T.V.M[2 , 4] = = = =3 (c) f ( x ) = x3 em E = [−1 , 1]
4−2 4−2 2

8.2 Derivada de uma função num ponto

Definição: Chama-se derivada  de  uma função f num ponto x0 , e


d f
representa-se por f 0 ( x0 ) ou
dx x= x0
ao limite, quando existir:

f ( x ) − f ( x0 ) f ( x0 + h ) − f ( x0 )
f 0 ( x0 ) = lim ou f 0 ( x0 ) = lim .
x → x0 x − x0 h →0 h
y

• Geometricamente, f 0 ( x0 ) é o declive da recta tangente ao gráfico de f f ( x0 + h )


no ponto de coordenadas ( x0 , f ( x0 )). f ( x0 + h ) − f ( x0 )
A equação da recta tangente à curva no ponto A é dada por:
f ( x0 )
0 h
y = f ( x0 ) + f ( x0 ) · ( x − x0 ).

x0 x
• Sendo e = f (t) a equação do movimento de ponto em função do tempo x0 + h
t:

– a taxa de variação média do espaço relativamente ao tempo em [ a , b] 191. Considere a função g, de domínio
R+ , definida por g( x ) = 3 − ln x.
representa a velocidade média no intervalo [ a , b];
(a) Determine, usando a definição, a
– a taxa de variação do espaço relativamente ao tempo em a, ou seja, derivada de g no ponto x = 1.
a derivada da função f no ponto a, f 0 ( a) representa a velocidade (b) Determine uma equação da recta
instantânea ou velocidade em a; tangente ao gráfico de g no ponto
de abcissa 1.
• Uma função f diz-se derivável em x0 ∈ D f se existe f 0 ( x0 ).
matemática 12º ano 133

Exemplo 8.2.1 Seja a função f : R → R tal que f ( x ) = 3x2 − 1.


Determine:

(a) a derivada de f no ponto de abcissa 2;

(b) a equação da reta t tangente ao gráfico de f no ponto P(2, 11).

Resolução: f ( x ) = 3x2 − 1 192. Use outra uma definição para resol-


ver Exemplo 8.2.1193a
(a) Aplicando a definição, temos

f (2 + h ) − f (2) (3(2 + h )2 − 1) − (3(2)2 − 1) 193. Consideremos a função f , de domí-


f 0 (2) = lim = lim nio R, definida por f ( x ) = 1 + 2e x−1 .
h →0 h h →0 h
3(4 + 4h + h2 ) − 1 − 11 3h2 + 12h + 11 − 11 (a) Determine, usando a definição, a
= lim = lim derivada de f no ponto x = 1.
h →0 h h →0 h
(b) Determine uma equação da recta
= lim (3h + 12) = 12 tangente ao gráfico de f no ponto
h →0
de abcissa 1.

(b) f (2) = 11; f 0 (2) = 12. t


y

11
Aplicando a fórmula acima, teremos

y = f (2) + f 0 (2)( x − 2) ⇔ y = 11 + 12( x − 2)


⇔ y = 11 + 12x − 24 ⇔ y = 12x − 13.
2 x

Logo, a equação y = 12x − 13 é a equação da reta tangente ao gráfico de Figura 8.1: Reta tangente ao gráfico da
função f ( x ) = 3x2 − 1.
f no ponto de abcissa (2, 11).

Exemplo 8.2.2 A distância, em metros, percorrida por um móvel ao


longo de uma linha recta, t segundos depois de partir, é dada pela
função:
f (t) = 2t2 , 0 ≤ t ≤ 10.

(a) Calcule a velocidade média do móvel no intervalo [1 , 5].

(b) Calcule a velocidade instantânea do móvel quando t = 1.

Resolução: Quebra de linha 194. A distância e, em metros, percorrida


por uma partícula ao fim de t segun-
(a) f (t) = 2t2 dos é dada por

f (5) − f (1) 2 × 25 − 2 × 1 50 − 2 e = 3t2 + t.


vm[1 , 5] = t.v.m[1 , 5] = = =
5−1 4 4 (a) Determine a velocidade média da
48 partícula no intervalo [1 , 5].
= = 12
4 (b) Determine a velocidade da partí-
cula no instante t = 2.
A velocidade média do móvel no intervalo [1 , 5] é de 12 m/s.

(b)

f (1 + h ) − f (1) 2(1 + h)2 − 2 × 12


v(1) = f 0 (1) = lim = lim
h →0 h h →0 h
2(1 + 2h + h2 ) − 2 h(4 + 2h)
= lim = lim
h →0 h h →0 h
= lim (4 + 2h) = 4
h →0

A velocidade do móvel no instante t = 1 é 4 m/s.


134 esacs - 2016/17

8.3 Derivadas laterais

Definição: Seja f uma função real de variável real e x0 um ponto


do domínio de f . Diz-se que:

• f é derivável à esquerda de x0 se existe:

f ( x ) − f ( x0 ) f ( x0 + h ) − f ( x0 )
lim ou lim
x → x0− x − x0 h →0− h
y

a que se chama derivada lateral à esquerda de x0 e se representa


por f 0 ( x0− );

• f é derivável à direita de x0 se existe: x


0 x0
semitangente
f ( x ) − f ( x0 ) f ( x0 + h ) − f ( x0 ) à esquerda semitangente
lim ou lim m = f 0 ( x0− ) à direita
x → x0+ x − x0 h →0+ h m = f 0 ( x0+ )

a que se chama derivada lateral à direita de x0 e se representa


por f 0 ( x0+ );

• existindo e sendo iguais as derivadas laterais de f no ponto x0 , a


função f é derivável nesse ponto e o valor desta derivada é igual
ao valor comum das derivadas laterais.

f 0 ( x0 ) = f 0 ( x0− ) = f 0 ( x0+ )

Geometricamente, a derivada à esquerda de x0 representa o declive da


semitangente à esquerda e à direita de x0 representa o declive da semi-
tangente à direita de x0 .

Exemplo 8.3.1 Considerando a função f definida em R por:


(
−x + 1 se x > 0
f (x) = 2
− x + 1, se x 6 0

Calcule f 0 (0+ ), f 0 (0− ) e diga se existe f 0 (0).

Resolução: Observando o gráfico de f verifica-se que não existe f 0 (0) por 195. Considere a função real de variável
real, de domínio R, definida por:
que os declive das semitangentes no ponto (0 , 1) são diferentes.  2
x − 1 se x < 1
f (x) =
2 ln x se x > 1
Analiticamente, vem:
Verifique se existe f 0 (1).

f (0 + h ) − f (0) −(0 + h) + 1 − 1 −h y
f 0 (0+ ) = lim = lim = lim = −1
h →0+ h h →0+ h h →0+ h
f (0 + h ) − f (0) −(0 + h)2 + 1 − 1
f 0 (0− ) = lim = lim = lim (−h) = 0
h →0− h h →0− h h →0−
−2 −1 0 1 x
0 + 0 − 0
Como f (0 ) 6= f (0 ), não existe f (0). −1
matemática 12º ano 135

8.4 Derivabilidade e continuidade

Teorema 8.4.1 Toda a função com derivada finita num ponto, é contínua
nesse ponto.

Deste teorema também se pode concluir que se uma função é descontínua 196. Prove o Teorema 8.4.1.
num ponto, então, necessariamente, não é derivável nesse ponto.

Exemplo 8.4.2 Considerando a função f , de domínio R, definida por:


(
x2 se x < 0
f (x) = √
x se x > 0

Verifique que f é contínua, mas não derivável, no ponto x = 0.

Resolução: Quebra de linha 197. Seja f uma função de domínio R de-


finida por:
 x
e se x 6 0
• Continuidade f (x) =
x + 1 se x > 0
 (a) Prove que f é derivável no ponto
lim f ( x ) = lim x2 = 0  x = 0.
x →0− x →0− √ ⇒ lim f ( x ) = 0
lim f ( x ) = lim x = 0  x →0 (b) Justifique que f é contínua no
+
x →0 √ x →0 + ponto x = 0.
f (0) = 0 = 0
Como lim f ( x ) = f (0), f é contínua em x = 0.
x →0

• Derivabilidade 198. Dê um exemplo de uma função contí-


nua de abcissa a e não derivável nesse
f (0 + h ) − f (0) ponto.
f 0 (0− ) = lim
h →0− h
2

h − 0 h2
= lim = lim = lim h = 0
h →0− h h →0− h h →0−

√ √
0 + f (0 + h ) − f (0) h− 0
f (0 ) = lim = lim
h →0+ h h →0+ h
√ r r
h h 1
= lim = lim 2
= lim = +∞
h →0 + h h →0 + h h →0 + h

Não existe f 0 (0) porque, f 0 (0+ ) não é um número real.

8.5 Função derivada

Seja f uma função e D o conjunto dos pontos do seu domínio onde f é


derivável.

x
199. Derive f ( x ) =
x−1
Definição: Chama-se função derivada de f à função f 0 que faz
corresponder a cada elemento x ∈ D o número real f 0 ( x ):
200. (a) Encontre
√ a a derivada de
0 y = x para x > 0
f :D→R
(b) Encontre
√ a reta tangente à curva
0 f ( x + h) − f ( x ) y = x para x = 4
x 7→ f ( x ) = lim
h →0 h
136 esacs - 2016/17

Exemplo 8.5.1 Consideremos a função f de domínio R definida por


f ( x ) = x2 .

(a) Caracterize f 0 , usando a definição de derivada.

(b) Calcule f 0 (1) e interprete geometricamente o resultado.


Resolução: Quebra de linha 201. Considere a função f , real de variável
real, definida por
(a) f ( x ) = x 2
f ( x0 + h ) − f ( x0 ) f ( x ) = 3x2 .
f 0 ( x0 ) = lim ← definição de derivada para x = x0 .
h →0 h (a) Verifique, usando a definição de
Substituindo x0 por x, vem: derivada, que f 0 ( x ) = 6x.
(b) Determine uma equação da recta
f ( x + h) − f ( x ) ( x + h )2 − x 2
f 0 ( x ) = lim = lim tangente ao gráfico de f no ponto
h →0 h h →0 h de abcissa −1.
2
x + 2hx + h − x2 2
= lim y f
h →0 h
6
h(2x + h) 5
f0
= lim = lim (2x + h) = 2x
h →0 h h →0 4
3
2
f0 : R → R 1

x 7→ 2x −2−1 0 1 2 3 x

(b) f 0 ( x ) = 2x y

4 m=2
f 0 (1) = 2 × 1 = 2 3

2 2
Geometricamente, dizer que f 0 (1) = 2 significa que a recta tangente ao 1
1
gráfico de f no ponto de abcissa 1 tem declive 2.
−2 −1 0 1 2 3 4 x
−1
Veja o gráfico ao lado.

8.6 Regras de derivação

Propriedade 8.6.1 Sejam f e g duas funções reais de variável real; a, b, c, ∈


R e p ∈ Q. Então:
202. Use a definição de derivada para de-
• se f ( x ) = c então f 0 ( x ) = 0 monstrar as três primeiras proprieda-
des.
• se f ( x ) = x então f 0 ( x ) = 1

• se f ( x ) = ax + b então f 0 ( x ) = a
203. Calcule a derivada de f ( x ) sendo:
n 0 n 0 n −1
• se f ( x ) = x então f ( x ) = ( x ) = nx
(a) f ( x ) = −7 (d) f ( x ) = 3x − 5
(b) f ( x ) = x1
√4
(c) f ( x ) = x3 (e) f ( x ) = x3

8.6.1 Derivada da soma

Propriedade 8.6.2 (Derivada da soma)


Se duas funções f e g são deriváveis em ] a , b[ , a função f + g é derivável
em ] a , b[, e:

(f ± g)0 (x) = [f(x) ± g(x)]0 = f0 (x) ± g0 (x)


matemática 12º ano 137

204. Escreva uma expressão da função de-


Exemplo 8.6.1 Calcule y0 , sendo: rivada de:
(a) f ( x ) = −4x3 + 12x − 1
(a) y = x + 3 (b) y = x2 − 2x + 1
(b) f ( x ) = x5 − x3
Resolução: Quebra de linha x2
(c) f ( x ) = −3x3 + + 3x − 7
2

(a) y 0 = ( x + 3) 0 = 1 (d) f ( x ) = x8 − 3x7 − 2
5x4 x3
(b) y0 = ( x2 − 2x + 1)0 = 2x − 2 (e) g( x ) =
2
+
3

1 3 1
Exemplo 8.6.2 Calcule y0 sendo: y = x 2 + 2
+ √ .
x 2 x

Resolução: Quebra de linha 205. Escreva uma expressão da função de-


1 1 1 rivada de:
y = x 2 + 3x −2 + x − 2 √
2 (a) f (t) = 2t3 + t5
  2 1
01 1 −1 −2−1 1 1 1 (b) f (t) = − 1
y = x 2 + 3 × (−2) x + × − x − 2 −1 t2 t2
2 2 2
3 3
1 1 1 3 1 6 1 (c) f (s) = 2 + √ + 7
= x − 2 − 6x −3 − x − 2 = √ − 3 − √ s 2 s
2 4 2 x x 4 x3

8.6.2 Derivada do produto

Propriedade 8.6.3 (Derivada do produto)


Se f e g tem derivada em todos os pontos do intervalo ] a , b[, f · g e derivável
em ] a , b[ , e:

(f × g)0 (x) = f0 (x) · g(x) + f(x) · g0 (x)

Exemplo 8.6.3 Calcule y0 , sendo:



(a) y = ( x 4 + 1) x (b) y = x ( x − 2)( x3 + 3)
Resolução: Quebra de linha 206. Determine uma expressão da deri-
vada de cada uma das seguintes fun-
(a) Aplicando a regra da derivado do produto, vem ções:
√ √ 0 √
(a) f ( x ) = ( x3 + x )

y 0 = ( x 4 + 1) 0 x + ( x 4 + 1) x  
x+1

√  1 0 1
(b) f ( x ) = x + (1 − x )
= 4x3 x + ( x4 + 1) x 2 x
√ 1 1
= 4x3 x + ( x4 + 1) × x − 2
2
3
√ 4 1
= 4x x + ( x + 1) × √
2 x

(b) A regra da derivada do produto pode ser generalizada para três ou mais
factores.
Para o produto de três factores tem-se:

(f · g · h)0 = f0 · g · h + f · g0 · h + f · g · h0

Logo,

y0 = x 0 ( x − 2)( x3 + 3) + x ( x − 2)0 ( x3 + 3) + x ( x − 2)( x3 + 3)


= ( x − 2)( x3 + 3) + x ( x3 + 3) + x ( x − 2)3x2
138 esacs - 2016/17

8.6.3 Derivada do quociente

Propriedade 8.6.4 (Derivada do quociente)


Se f e g tem derivadas em todos os pontos do intervalo ] a , b[ , e se g não se
f
anula neste intervalo, é derivável em ] a , b[ , sendo:
g
 0
f f0 (x) · g(x) − f(x) · g0 (x)
(x) =
g [g(x)]2

Exemplo 8.6.4 Calcule y0 , sendo:

(a) y =
1 x2 − 1
x+1
(b) y =
x

Resolução: Quebra de linha 207. Determine uma expressão da deri-


vada de cada uma das seguintes fun-
ções:
(1) 0 ( x + 1) − 1 · ( x + 1) 0 0−1 1
(a) y 0 = 2
⇔ y0 = 2
⇔ y0 = − x2 + 3
( x + 1) ( x + 1) ( x + 1)2 (a) f ( x ) =
3x

( x 2 − 1) 0 x − ( x 2 − 1) x 0 2x · x − ( x2 − 1) x
(b) y 0 = ⇔ y 0
= (b) g( x ) =
x+1
x2 x2
x 2+1
⇔ y0 =
x2

8.6.4 Derivada da função composta

Propriedade 8.6.5 (Derivada da função composta)


Seja ( f ◦ g)( x ) a função composta das funções f e g e x0 ∈ D f ◦ g .
Se g é derivável em x0 e se f é derivável em g( x0 ), então f ◦ g é derivável
em x0 , e
(f ◦ g)0 (x) = f0 [g(x0 )] · g0 (x0 )

Exemplo 8.6.5 Sendo f e g duas funções reais de variável real tais


que:

f 0 ( x ) = 3x2 , ∀ x ∈ R e g( x ) = x, ∀ x ∈ R0+
Calcule ( f ◦ g)0 (4)

Resolução: Quebra de linha 208. A respeito das funções f e g, de do-


mínio R, sabe-se que f 0 ( x ) e g( x ) =
f 0 ( x ) = 3x2 3x − 1.
√ Determine ( f ◦ g)0 (0).
g( x ) = x
 1 0 1 1 1
g0 ( x ) = x 2 = x − 2 = √
2 2 x

( f ◦ g)0 ( x ) = ( f ( g( x )))0 = f 0 ( g( x )) · g0 ( x )

( f ◦ g)0 (4) = f 0 ( g(4)) · g0 (4)


√ 1 1
= f 0 ( 4) · √ = f 0 (2) ·
2 4 2·2
1
= 3 · 22 · = 3
4
matemática 12º ano 139

Propriedade 8.6.6 Aplicando a regra da derivada da função composta verifica-


se que, sendo u uma função de x

(un )0 = nun−1 u0 (n ∈ R)

3
2x − 1

Exemplo 8.6.6 Determinar f 0 ( x ) sendo f ( x ) = .
3x

Resolução: Quebra de linha 209. Determine uma expressão da deri-


"  #0 vada de cada uma das funções:
2x − 1 3 2x − 1 2 2x − 1 0
   
0
f (x) = =3  5
1
3x 3x 3x (a) f ( x ) =
x

2x − 1
2
2(3x ) − (2x − 1) · 3 √ 4
(b) g( x ) = x+1
=3 ·
3x (3x )2
(2x − 1)2 3
=3 ·
(3x )2 (3x )2
(2x − 1)2
=
9x4

8.6.5 Derivada da função exponencial

Por aplicação das propriedades operatórias das exponenciais e da regra


da derivada da função composta é possível deduzir as restantes regras de
derivação com exponenciais.

Propriedade 8.6.7 (Derivada da função exponencial)


Seja u função real de variável real em x, a ∈ R+ \ {1}. Então:

• (e x )0 = e x • ( a x )0 = a x · ln a

• (eu )0 = u0 eu • ( au )0 = u0 · au · ln a

Exemplo 8.6.7 Calcule y0 , sendo:

(a) y = e3x−1
x
(b ) y = 2− 2

Resolução: Quebra de linha 210. Determine uma expressão da deri-


vada de cada uma das seguintes fun-
(a) y = e3x−1 ; y0 = (3x − 1)0 e3x−1 ⇔ y0 = 3e3x−1 ções:

x
 x 0 (a) f ( x ) = e
− 2x x ln 2 − x
(b) y = 2 y0 = − × 2− 2 × ln 2 ⇔ y0 = − 2 2 x2 + x
2 2 (b) g( x ) = 2
140 esacs - 2016/17

8.6.6 Derivada da função logarítmica

Pelas regras operatórias dos logaritmos e pela regra da derivada da com-


posta pode-se concluir:

Propriedade 8.6.8 (Derivada da função logarítmica)


Seja u uma função real de variável real em x, a ∈ R+ \ {1}. Então:
1 1
• (ln x )0 = • (loga x )0 =
x x · ln a
u0 u0
• (ln u)0 = • (loga u)0 =
u u · ln a

Exemplo 8.6.8 Calcule y0 , sendo:

(a) y = ln( x2 + 1) (b) log2 ( x + 3)

Resolução: Quebra de linha 211. Determine uma expressão da deri-


vada de cada uma das funções:
(a) y = ln( x2 + 1); √
(a) f ( x ) = ln( x + x )
( x 2 + 1) 0 2x
y0 = ⇔ y0 = 2
 
1
x2 + 1 x +1 (b) g( x ) = log
x

(b) y = log2 ( x + 3);


( x + 3) 0 1
y0 = ⇔ y0 =
( x + 3) ln 2 ( x + 3) ln 2

Regras de derivação - Síntese

Propriedade 8.6.9

• (u ± v)0 = u0 ± v0

• (u × v)0 = u0 v + uv0
 u 0 u0 v − uv0
• =
v v2
• (un )0 = nun−1 u0 ( n ∈ R)

• (f ◦ u)0 (x) = [f (u(x))]0 = u0 (x) × f0 (u(x))

• (eu )0 = u0 eu

• (au )0 = u0 au ln a (a ∈ R+ \ {1})
u0
• (ln u)0 =
u
u0
• (loga u)0 = (a ∈ R+ \ {1})
u ln a
matemática 12º ano 141

8.7 Aplicações da derivada de uma função

8.7.1 Intervalos de monotonia e sinal da derivada de uma função

Seja f uma função real de variável real e m o declive da recta tangente ao gráfico de f no ponto x = x0 .
Observemos cada um dos três casos seguintes:

y y y
m<0
m>0 f 0 ( x0 ) < 0 m=0
0
f ( x0 ) > 0 f 0 ( x0 ) = 0

0 a x0 b x 0 a x0 b x 0 a x0 b x

A observação do declive da tangente sugere-nos o seguinte:

Teorema 8.7.1 Seja f , contínua em ] a , b[ e derivável em ] a , b[:

• se f0 (x) > 0 para todo x ∈] a , b[, então f é estritamente crescente


em ] a , b[

• se f0 (x) < 0 para todo x ∈] a , b[, então f é estritamente decrescente


em ] a , b[

• se f0 (x) = 0 para todo x ∈] a , b[, então f é constante em ] a , b[

Exemplo 8.7.2 Determine os intervalos de monotonia da função real


de variável real definida por:

f ( x ) = x3 − x2 − 8x + 6

Resolução: Para determinar os intervalos de monotonia vamos aplicar a o 212. Determine os intervalos de monoto-
nia da função definida em R por:
Teorema 8.7.1.
f ( x ) = −4x3 − 3x2 + 6x + 1
f ( x ) = x3 − x2 − 8x + 6; D f = R f 0 ( x ) = 3x2 − 2x − 8

4
f 0 ( x ) = 0 ⇔ 3x2 − 2x − 8 = 0 ⇔ x = − ∨ x = 2
3

4 + − +
x −∞ − 2 +∞
3 x
0
4 2
f (x) + 0 − 0 + −
3
f (x) % & %

4
f é estritamente crescente em −∞ , − e em [2 , +∞[;
3
 
4
f é estritamente decrescente em − , 2 .
3
142 esacs - 2016/17

Note-se que uma função pode ter derivada nula num ponto e ser estrita-
mente crescente ou estritamente decrescente num intervalo que contenha
esse ponto.

Por exemplo, a função f ( x ) = x3 tem derivada nula em x = 0 e, no entanto,


é estritamente crescente em qualquer intervalo que contenha o zero.

8.7.2 Extremos relativos de uma função

Seja c um ponto do domínio de uma função f tal que f 0 (c) = 0 ou f 0 (c) não existe e suponha-se que f e derivável
num intervalo aberto E contendo c , com a possível excepção de poder não ser derivável em c:
1º caso f é contínua em c

• Se f 0 muda de positiva para negativa em c, então f (c) é um máximo relativo.

y y
x c
f (c) f (c)
f 0 (x) + −

f (x) % f (c) &

0 c x 0 c x Máx.

• Se f 0 muda de negativa para positiva em c, então f (c) é um mínimo relativo.

y y
x c

f 0 (x) − +
f (c) f (c) f (x) & f (c) %

0 c x 0 c x Mín.

• Se f 0 ( x ) > 0 ou f 0 ( x ) < 0 para todo o x do intervalo E, excepto para x = c, então f (c) não é um
extremo relativo de f .

y y y

0 c x 0 c x 0 c x
f 0 (c) = 0 f 0 (c) = 0 f 0 (c) não existe
matemática 12º ano 143

2º caso f é descontínua em c
Neste caso, a existência de extremo relativo depende da mudança de sinal das derivadas laterais no ponto c.

y y y

f (c) f (c) f (c)

0 c x 0 c x 0 c x
f 0 (c− ) > 0 f 0 (c− ) = −∞ f 0 (c− ) = −∞
f 0 (c+ ) = −∞ f 0 (c+ ) > 0 f 0 (c+ ) < 0
f (c) é um máximo relativo f (c) é um mínimo relativo f (c) não é um extremo relativo

213. Estude as seguintes funções quanto


Exemplo 8.7.3 Estude a seguinte função quanto à monotonia e quanto à monotonia e quanto existência de
à existência de extremos relativos. extremos relativos.
(a) f ( x ) = e x ( x2 − x − 1)
f ( x ) = ln(1 − x2 ) (b) g( x ) = 1 + ln(4 − x2 )

 2 − x2 se x < 1
Resolução: Quebra de linha (c) h( x ) = x+1
 se x ≥ 1
x
f ( x ) = ln(1 − x2 ); D f = { x ∈ R : 1 − x2 > 0} =] − 1 , 1[
(d) i ( x ) = x2 e x
(1 − x 2 ) 0 −2x
f 0 (x) = 2
=
1−x 1 − x2
−2x
f 0 (x) = 0 ⇔ ∧ x ∈ Df
1 − x2
⇔ −2x = 0 ∧ x ∈] − 1 , 1[
⇔x=0

x −1 0 1

f0 (x) ND + 0 − ND

f(x) ND % 0 & ND

Máx.

Logo:

• f é estritamente crescente em ] − 1 , 0] e estritamente decrescente em


[0 , 1[

• f (0) = 0 é um máximo relativo (e absoluto) de f .


144 esacs - 2016/17

Exemplo 8.7.4 Estude a seguintes função quanto à monotonia e quanto


a existência de extremos relativos.
(
x3 − 3 se x < 2
f (x) = 2
( x − 3) se x ≥ 2

Resolução: Quebra de linha

(
x3 − 3 se x < 2
f (x) = Df = R
( x − 3)2 se x ≥ 2

lim f ( x ) = lim ( x3 − 3) = 8 − 5 = 3
x →2− x →2−
lim f ( x ) = lim ( x − 3)2 = (2 − 3)2 = 1
x →2+ x →2+

Não existe lim f ( x ). Logo, f é descontínua em x = 2 e, consequentemente, não derivável neste ponto.
x →2
(
0 3x2 se x < 2
f (x) =
2( x − 3) se x > 2

f 0 ( x ) = 0 ⇔ (3x2 = 0 ∧ x < 2) ∨ (2( x − 3) = 0 ∧ x > 2) ⇔ x = 0 ∨ x = 3

Como f é descontínua em x = 2 é necessário estudar o sinal das derivadas laterais neste ponto para avaliar a existência
de extremo.
f (2 + h ) − f (2) (2 + h )3 − 3 − 1 4
f 0 (2− ) = lim = lim = − = −∞
h →0 − h h →0 − h 0
f ( 2 + f ) − f ( 2 ) ( 2 + h − 3 ) 2−1 h2 − 2h + 1 − 1 h ( h − 2)
f 0 (2+ ) = lim = lim = lim = lim = −2
h →0 + h h →0 + h h →0 + h h →0 + h

As derivadas laterais no ponto 2 não mudam de sinal. Logo, f (2) não é um extremo.

y
x −∞ 0 2 3 +∞
5
3x2 + 0 +
f
2(x − 3) − 0 +
1
f0 (x) + 0 + − 0 + x
0 2 3
f(x) % −3 % 1 & 0 %

Mín.

f é estritamente crescente em ] − ∞ , 2[ e em [3 , +∞[;

f é estritamente decrescente em [2 , 3];

f (3) = 0 é um mínimo relativo.


matemática 12º ano 145

8.8 Aplicações da segunda derivada de uma função

Chama-se segunda derivada de uma função f (ou derivada de ordem dois)


à função derivada de f 0 . Nota-se por f 00 .
Por exemplo

• Se f ( x ) = x3 + x vem f 0 ( x ) = 3x2 + 1 e f 00 ( x ) = 6x

• Se f ( x ) = e2x + x2 vem f 0 ( x ) = 2e2x + 2x e f 00 ( x ) = 4e2x + 2

Veremos de seguida algumas aplicações da segunda derivada.

8.8.1 Concavidades e pontos de inflexão do gráfico de uma função

Definição: O ponto (c , f (c)) do gráfico f é um um ponto de infle-


xão se são verificadas as seguintes condições:

• f é contínua em c:

• existe um intervalo aberto ] a , b[, contendo c de tal modo que o


gráfico de f tem a concavidade voltada para baixo em ] a , c[ e a
concavidade voltada para cima em ]c , b[ ou vice-versa.

y y y

concavidade
voltada para
cima PI
concavidade
voltada para PI
PI
baixo

0 x 0 c x 0 c x

Se a segunda derivada de f , f 00 , existe, num intervalo aberto


E =] a , b[, então o gráfico de f :

• tem a concavidade voltada para cima em E, se f 00 ( x ) > 0, ∀ x ∈ E;

• tem a concavidade voltada para baixo em E, se f 00 ( x ) < 0, ∀ x ∈ E;


146 esacs - 2016/17

Exemplo 8.8.1 Estude a seguinte função quanto ao sentido da conca-


vidade do gráfico e quanto à existência de pontos de inflexão.

f ( x ) = ( x2 − 3x + 4)e x

Resolução: Quebra de linha

f ( x ) = ( x2 − 3x + 4)e x ; Df = R

f 0 ( x ) = ( x2 − 3x + 4)0 e x + ( x2 − 3x + 4)(e x )0 5

= (2x + 3)e x + ( x2 − 3x + 4)e x 4


2 x 2 x
= (2x − 3 + x − 3x + 4)e = ( x − x + 1)e 3

2.

f 00 ( x ) = ( x2 − x + 1)0 e x + ( x2 − x + 1)(e x )0
−4. −3 −2. −1 0 1 2. x
= (2x − 1)e x + ( x2 − x + 1)e x −1.
= (2x − 1 + x2 − x + 1)e x = ( x2 + x )e x

f 00 ( x ) = 0 ⇔ ( x2 + x )e x = 0
⇔ x ( x + 1) e x = 0 ⇔ x = 0 ∨ x + 1 = 0 ∨ e x = 0
⇔ x = 0 ∨ x = −1

• A concavidade do gráfico de f é:
x −∞ −1 0 +∞
– voltada para cima em ] − ∞ , 1] e em [0 , +∞[
f00 (x) + 0 − 0 + – voltada para baixo em [−1 , 0]
8
 
f(x) ^ _ 4 ^ 8
e • Pontos de inflexão: −1 , e (0 , 4)
e

Exemplo 8.8.2 Estude a seguinte função quanto ao sentido da conca-


vidade do gráfico e quanto à existência de pontos de inflexão.

x2
f (x) = − ln x
2

Resolução: Quebra de linha 214. Estude o sentido da concavidade e a


existência de pontos de inflexão das
x2 funções definidas por:
f (x) = − ln x; D f = R+
2 (a) y = 4x3 + 21x2 + 36x − 20
1 1
f 0 ( x ) = x − e f 00 ( x ) = 1 + 2 (b) y = − x4 + 4x3 − 4x + 1
x x
(c) y = 2x1/5 + 3
00 +
f ( x ) > 0, ∀ x ∈ R ⇒ a concavidade do gráfico de f é voltada para cima
em todo o domínio.
O gráfico de f não tem pontos de inflexão.
matemática 12º ano 147

Em suma combinando os sinais de f 0 e f 00 tem-se:

Sinal de f0 e f00 Propriedades do gráfico de f Forma do gráfico

f 0 (x) > 0 f é crescente

f 00 ( x ) > 0 concavidade voltada para cima

f 0 (x) > 0 f é crescente

f 00 ( x ) < 0 concavidade voltada para baixo

f 0 (x) < 0 f é decrescente

f 00 ( x ) > 0 concavidade voltada para cima

f 0 (x) < 0 f é decrescente

f 00 ( x ) < 0 concavidade voltada para baixo

8.8.2 Teste da segunda derivada

Supondo que f é derivável num intervalo aberto E =] a , b[ contendo


c e f 0 (c) = 0:

• se f 00 (c) < 0, então f tem um máximo relativo em c;

• se f 00 (c) > 0, então f tem um mínimo relativo em c.

Exemplo 8.8.3 Determine os extremos relativos da função f , definida


em R por f ( x ) = x3 − 3x, usando o teste da segunda derivada.

Resolução: Tem-se: 215. Determine os extremos relativos da


função de domínio R+ , definida por

f ( x ) = x3 − 3x; f 0 ( x ) = 3x2 − 3 f (x) = x −


2
− 3 ln x
x
f 0 ( x ) = 0 ⇔ x = −1 ∨ x = 1
usando o teste da segunda derivada.
f 00 ( x ) = 6x
f 00 (−1) = −6 < 0
f (−1) = 2
f 00 (1) = 6 > 0
f (1) = −2;

Logo, 2 é um máximo relativo de f e −2 é um mínimo relativo de f .

8.9 Estudo de função

O gráfico de uma função é muito útil para visualizar as propriedades dessa função.

A observação do gráfico permite-nos compreender, integrar e sintetizar as informações obtidas no estudo parcelar
de aspectos ligados as funções como monotonia, continuidade, assímptotas, etc.
Para representar graficamente uma função, normalmente seguem-se os seguintes passos:
148 esacs - 2016/17

Estudo de um função

1) Determinar o domínio.
2) Estudar a continuidade.
3) Determina as coordenadas dos pontos de intersecção do gráfico com os eixos coordenados (zeros e
ordenada na origem).
4) Determinar os extremos e estudar a monotonia.
5) Estudar o sentido da concavidade.
6) Determinar as equações das assímptotas.
7) Esboçar o gráfico e indicar o contradomínio.

Exemplo 8.9.1 Considere a função real de variável real definida por

2−x
f (x) = .
2x − 3
1. Com o objetivo de representar graficamente a função, estude
sucessivamente:

1.1. domínio
1.2. pontos de interseção com oso eixos
1.3. equações das assíntotas
1.4. extremos relativos e variação
1.5. sentido da concavidade

2. Esboce o gráfico da função e determine o seu contradomínio

Resolução: Quebra de linha   216. Faça o estudo das funções definidas


3 em R, por:
1.1. D f = { x ∈ R : 2x − 3 6= 0} = R \
2 (a) f ( x ) = 2x2 − 3x − 2

1.2. Interseção com o eixo xx (zeros) (b) g( x ) = 4 − x2


(c) y( x ) = |4 − x2 |
 y = 2−x
 (
x=2 (d) y( x ) = x3 − 6x2
2x − 3 ⇔ , A(2, 0) (e) h( x ) = ( x + 1)3
 y=0 y=0
2−x
(f) j( x ) =
2x + 1
Interseção com o eixo yy
4
(g) m( x ) = 2
x −4
 y = 2−x
 
2  
y=− 2 x

2x − 3 ⇔ 3 , B 0, − (h) n( x ) = 2
 x=0  x=0 3 x −1

1.3. Assíntotas horizontais:


2−x 1
Temos de calcular lim f ( x ) = lim =−
x →+∞ x →+∞2x − 3 2
Há uma assíntota horizontal cuja equação é

1
y=−
2
Assíntotas verticais:
Como lim f ( x ) = ∞, existe uma assíntota vertical cuja equação é
x → 23

3
x= .
2
matemática 12º ano 149

217. Faça o estudas das funções definas


Resolução: (... Continuação)
por

1.4. Extremos relativos e variação x2 + x + 1


(a) p( x ) =
Calculemos a derivada da função ( x + 1)2
( x + 1)2
(b) q( x ) =
−1(2x − 3) − 2(2 − x ) x2
f 0 (x) =
(2x − 3)2
−1
f 0 (x) =
(2x − 3)2 218. Estude as funções seguintes quanto à:
(a) domínio; (b) pontos de interseção
Como o denominador, para valores de x ∈ D f , é sempre positivo, f 0 ( x ) é com eixos; (c) intervalos de monoto-
sempre negativa e portanto f ( x ) é decrescente em todo os seu domínio. nia e extremos da função; (d) concavi-
dade e pontos de inflexão da função;
(e) assíntotas. Esboce os gráficos
1.5. Sentido da concavidade.
Calculemos a 2ª derivada (a) f ( x ) = | x2 − x |
q
(b) f ( x ) = (2x + 1)3
0 × (2x − 3) + 2 × 2(2x − 3)
f 00 ( x ) =
(2x − 3)4 x2 + x − 1
(c) f ( x ) =
x−1
4
f 00 ( x ) = ln x
(2x − 3)3 (d) f ( x ) =
x
−2x
Como o numerador é constante f 00 ( x ) 6= 0, ∀x ∈ D f e (e) f ( x ) = √
x2 + 1
3 ex
(f) f ( x ) =
f 00 ( x ) > 0 ⇔ (2x − 3)3 > 0 ⇔ 2x0 ⇔ x > x
2
(g) f ( x ) = ln x − x
3
f 00 ( x ) < 0 ⇔ (2x − 3)3 < 0 ⇔ x <
2
Portanto, não há pontos de inflexão e
3
x> ⇒ concavidade voltada para cima
2
3
x < ⇒ concavidade voltada para baixo
2
2. Representação gráfica

3
f (x) x=
2

x
−1 0 1 2 3 4 3
y=
2
−1

−2

−3

Exemplo 8.9.2 Faça o estudo da função f , definida em R \ {0} por


ex
f (x) = . 219. Faça o estudo gráfico de cada uma
x das seguintes funções.
ln x
(a) f ( x ) =
x
x2
(b) f ( x ) =
ex
150 esacs - 2016/17

ex
Resolução: f ( x ) =
x
• D f = R \ {0}
• f é contínua (quociente de funções contínuas)
• Monotonia e extremos

ex · x − ex · 1 e x ( x − 1)
f 0 (x) = 2
= x −∞ 0 1 +∞
x x2
f 0 (x) = 0 ⇔ x = 1
f0 (x) − ND − 0 +

f(x) & ND & e %

Mín.

• Concavidade do gráfico e pontos de inflexão

[e x ( x − 1)]0 x2 − e x ( x − 1)( x2 )0 xe x ( x2 − 2x + 2) e x ( x2 − 2x + 2)
f 00 ( x ) = 2 2
= =
(x ) x 4 x3

f 00 ( x ) = 0 ⇔ x2 − 2x + 2 = 0 (equação impossível)

x 0

Como x2 − 2x + 2 > 0, ∀ x ∈ D f , o sinal de f 00 depende do sinal de x3 . f00 (x) − ND +

f(x) _ ND ^
O gráfico não tem pontos de inflexão.
• Assímptotas
Verticais ( f é contínua em R \ {0})
ex 1
lim f ( x ) = lim = − = −∞
x →0− x →0− x 0
ex 1
lim f ( x ) = lim = + = +∞
x →0+ x →0+ x 0
A recta de equação x = 0 é um assímptota vertical do gráfico de f .

Não verticais
Quando x → −∞ Quando x → +∞
ex 0 f (x) ex
lim f ( x ) = lim = =0 m = lim = lim 2 = +∞
x →−∞ x →−∞ x −∞ x →+∞ x x →+∞ x

Portanto, a recta de equação y = 0 é a única assimptota não vertical do gráfico de f .


• Gráfico
y D 0f =] − ∞ , 0[∪[e , +∞[.

3
e
2

−2 −1 0 1 2 3 x
−1
matemática 12º ano 151

Exercícios do Capítulo 8

13. Prove que função f : R \ {2} → R tal que f ( x ) =


1. Um objeto é largado do topo de ua torre de 100 m de altura.
A distância a que o objeto está do solo após t segundos x2 − 5x + 6
é derivável em todo o seu domínio.
é 100 − 4, 9t2 m. Qual é a velocidade do objeto após dois x−2
segundos de queda? 14. Dada a função f ( x ) = |2x − 1|, determine:
2. t segundos após decolar, a altura de um foguete é 3t2 pés.  
0
(b) f 0 (3) 1
Qual é a velocidade de ascensão do foguete dez segundos (a) f (0) (c) f 0
após a decolagem. 2

3. Qual é taxa 15. Seja a função f : R → R tal que f ( x ) = x3 . Obtenha a


 de variação do volume de uma esfera
função derivada de f .

4
V = πr3 em relação ao raio quando este é r = 2?
3
16. A função f 0 ( x ) = 5x − 6 é derivada de uma função f .
4. Nas alíneas seguintes é dada a equação da posição de um
(a) Qual é o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico
corpo que se desloca em um eixo coordenado, com s em
de f no ponto de abcissa 2?
metros e t em segundos. Determine a velocidade média do
corpo para o intervalo dado. (b) Qual é o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico
de f no ponto de abcissa 1?
(a) s = t2 − 3t + 2, 0≤t≤2
(b) s = 6t − t2 , 0≤t≤6 17. Use a fórmula
(c) s = −t3 + 3t2 − 3t, 0≤t≤3 f (z) − f ( x )
  f 0 ( x ) = lim
(d) s = t4 /4 − t3 + t2 , 0≤t≤3 z→ x z−x
25 5 para determinar a derivada das funções nos exercícios
(e) s = 2 − , 1≤t≤5
t t
25 1 x
(f) s = , 0≤t≤4 (a) f ( x ) = (c) g( x ) =
t+5 x+2 x−1
1 √
5. Sendo g : R → R tal que g( x ) = x5 , obtenha: (b) f ( x ) =
( x − 1)2 (d) g( x ) = 1 + x
(a) g0 (2)
18. Determine a derivada de cada uma das seguintes funções:
(b) a equação da reta tangente ao gráfico de g no ponto de
abcissa 2 (a) f ( x ) = 2
(b) g( x ) = x5
6. Sendo u : R+ → R tal que u( x ) = ln x, obtenha:  
0 (c) h( x ) = 2x 1 − x3
(a) u (3)
(b) a equação da reta tangente ao gráfico de u no ponto de (d) i ( x ) = 1 − x
abcissa 3 x2 + 2
(e) j( x ) = e x
7. Seja a função f : R → R tal que f ( x ) = 3x + 5. Calcule (f) k( x ) = ln x
f 0 ( a) para qualquer a, a ∈ R.
(g) l ( x ) = 5x
2
x −9
8. Mostre que a função f : R \ {3} → R tal que f ( x ) = 19. Encontre a derivada de cada uma das seguintes funções:
x−3
é derivável em seu domínio.
(a) a( x ) = x5 + x4 + 2 2x3 + 4
9. Seja a função f : R → R tal que f ( x ) = | x |. Determine: (g) g( x ) =
(b) b( x ) = x5 ln x x4
4
(a) f 0 (3) (b) f 0 (−3) (c) f 0 (0)
(c) c( x ) = 9x (h) h( x ) = x −9
(d) d( x ) = 5x −2
(i) i ( x ) = 12x5 − 3x4 + 2x + 4
10. Seja a função f : R → R tal que f ( x ) = 4x − 2. Determine: (e) e( x ) = log5 x
(a) f 0 (1) (f) f ( x ) = 6 log2 x (j) j( x ) = x · 4x

(b) A equação da reta t tangente ao gráfico de f no ponto de20. Determine a derivada de cada uma das seguintes funções:
abcissa 1.
√ x4 + x
11. Seja a função f : R → R tal que f ( x ) = x. Determine: (a) a( x ) = x3 + x (e) e( x ) =
(b) b( x ) = 10x5 x3
(a) f 0 ( a) para todo o a ∈ R0+ 4
−5 (f) f ( x ) = 6x − 3x2 + 7x − 4
(b) A equação da reta t tangente ao gráfico de f no ponto de (c) c ( x ) = 6x x
e
abcissa 4. (d) d( x ) = log7 x (g) g( x ) =
x
x
12. Obtenha a equação da reta tangente ao gráfico de y = 5 3
x + 121. Dadas as funções f ( x ) = 4x e g( x ) = x + 2x, encontre a
no ponto de abcissa x = 2 derivada da função composta ( f ◦ g) ( x )
152 esacs - 2016/17

22. Obtenha a derivada de cada uma das seguintes funções: 29. Determine a primeira e a segunda derivadas das funções:

(a) y = ( x9 + 4)3
3
(f) y = 8x + x x3 + 7 (e) w = 3z2 ez
(a) y =
x x
(b) y = (2x3 − 3x + 2)5 (g) y = (3x )
t2 + 5t − 1 (f) w = ez (z − 1)(z2 + 1)
i5
(b) s =
h
(h) y = ln(2x4 − x )
!
(c) y = ln(2x4 + 3x )
 2
2 q4 − 1

t q +3
(θ − 1)(θ 2 + θ + 1) (g) p=
(d) y = 22x+1 1 12q q3
(i) y = x − 2 , com x > 0 (c) r =
√ θ3
2
(e) y = 3x +2x
6
(j) y = x5 , com x > 0 ( x2 + x )( x2 − x + 1(h)
) q2 + 3
(d) u = p=
x4 ( q − 1)3 + ( q + 1)3
23. Dada a função f :
30. Dados y = f (u) e u = g( x ), determine y0 = f 0 ( g( x )) g0 ( x ):
(a) f ( x ) = 2x4 − 3x2 + 4, calcule f 0 (1)
(a) y = 6u − 9, u = (1/2) x4
(b) f ( x ) = e x x, calcule f 0 (0) 3
(b) y = 2u , u = 8x − 1
x2
(c) f ( x ) = , calcule f 0 (3) (c) y = u , 5
u = 2x + 1
x+1
x2 + 3 (d) y = u9 , u = 4 − 3x
(d) f ( x ) = 3
, calcule f 0 (1) −7 x
x (e) y = u , u = 1−
p 7
(e) f ( x ) = x2 + 4, calcule f 0 (2)
3

x2 1
(f) y = u4 , u= +x−
24. Determine f 0 ( x ); f 00 ( x ); f (3) e f (4) nos seguintes casos: 8 x
5 x 1
(g) y = u , u= +
(a) f ( x ) = 2x6 + x3 (c) f ( x ) = e x 5 5x
x
1 (h) y = u−10 , u = −1
(b) f ( x ) = (d) f ( x ) = ln x √ 2
x
(i) y = u, u = 3−x
25. Encontre a primeira e a segunda derivadas: √
(j) y = u, u = 2x − 3
(a) y = − x + 3 2 4
(g) s = −2t−1 + 2 31. Encontre as derivadas das funções:
(b) y = x2 + x + 8 t
1 −1
 
1
(c) s = 5t3 − 3t5 (h) y = 6x2 − 10x − 5x −2 (a) y = (3x − 2)7 + 4 − 2
21 2x
4x3 (i) y = 4 − 2x − x −3
 4
(d) y = − x + 2e x (b) y = (5 − 2x )−3 +
1 2
+1
3 8 x
1 5
x3 x2 x (j) r = −
(e) y = + + 3s2 2s (c) y = (4x + 3)4 ( x + 1)−3
3 2 4
1 12 4 1 (d) y = (2x − 5)−1 ( x2 − 5x )6
(f) w = 3z−2 − (k) r = − 3+ 4
z θ θ θ (e) y = xe− x + e3x
0
26. Nas seguintes alíneas, determine y (f) y = (1 + 2x )e−2x
• aplicando a regra do produto e (g) y = ( x2 − 2x + 2)e5x/2
3
• multiplicando os fatores para produzir uma soma de (h) y = (9x2 − 6x + 2)e x
termos mais simples para derivar
32. Determine y00
(a) y = (3 − x2 )( x3 − x + 1)
1 3
 
(b) y = ( x − 1)( x2 + x + 1) (a) y = 1 +
x

 
1
(c) y = ( x2 + 1) x + 5 + (b) y = (1 − x )−1
x 2

1

1
 (c) y = e x + 5x
(d) y = x + x− +1
x x 33. Encontre o valor de ( f ◦ g)0 para os valores dados de x:

27. Determine as derivadas das funções: (a) f (u) = u5 + 1, u = g( x ) = x, x = 1
1 1
2x + 5 (g) y = 2e− x (b) f (u) = 1 − , u = g( x ) = , x = −1
(a) y = u 1−x
3x − 2
x2 + 3e x 2u
2x + 1 (h) y = (c) f (u) = 2 , u = g( x ) = 10x2 + x + 1, x = 0
(b) z = 2 x
2e − x u +1
x −1 √
u−1 2
 
x2 − 4 1+x−4 x 1
(c) g( x ) = (i) v = (d) f ( u ) = , u = g( x ) = 2 − 1, x = −1
x + 0, 5 x u + 1 x

1 √ 
t2 − 1 (j) r = 2 √ + θ 34. Derive:
(d) f (t) = 2 θ
t +t−2 9 √
3 x
(e) v = (1 − t)(1 + t2 )−1 (k) y = x e (a) y = x 4 (f) y = −2 x − 1
(f) w = (2x − 7)−1 ( x + 5) (l) w = re−r
1
(g) y = (2x + 5)− 2
3
(b) y = x − 5
√3 2
28. Encontre a derivada de todas as ordens das funções: (c) y = 2x (h) y = (1 − 6x ) 3
√ 1
4
(d) y = 5x (i) y = x ( x2 + 1) 2
x4 3 x5 √ 1
(a) y = − x2 − x (b) y = (e) y = 7 x + 6 (j) y = x ( x2 + 1)− 2
2 2 120
matemática 12º ano 153

35. Determine a primeira derivada das seguintes funções: 40. Responda às seguintes perguntas sobre as funções cujas
√ derivadas são dadas:
7
q √
(a) s = t2 (c) f ( x ) = 1− x • Quais são os pontos críticos de f 0 ?

4
(b) r = θ −3 (d) g( x ) = 2(2x −1/2 + 1)−1/3 • Em que intervalos de f é crescente ou decrescente?
• Em quais pontos, se houver, f assume valores máximos e
36. Determine a drivada de y em cada caso: mínimos relativos?

(a) y = ln 3x 1 + ln t (a) f 0 ( x ) = x ( x + 1)
(p) y =
(b) y = ln kx, k constante
t (b) f 0 ( x ) = ( x − 1)( x + 2)
ln x
(c) y = ln(t2 ) (q) y = (c) f 0 ( x ) = ( x − 1)2 ( x + 2)
1 + ln x
(d) y = ln(t3/2 ) x ln x (d) f 0 ( x ) = ( x − 1)( x + 2)2
(r) y =
(e) y = ln
3 1 + ln x (e) f 0 ( x ) = ( x − 1)e− x
x (s) y = ln(ln x ) (f) f 0 ( x ) = ( x − 7)( x + 1)( x + 5)
10
(f) y = ln (t) y = ln(ln(ln x )) (g) f 0 ( x ) = x −1/3 ( x + 2)
x  
(g) y = ln(θ + 1) 1 (h) f 0 ( x ) = x −1/2 ( x − 3)
(u) y = ln √
(h) y = ln(2θ + 2) x x+1
1 1+x 41. • Encontre os intervalos onde a função é crescente e decres-
(i) y = ln x3 (v) y = ln
2 1−x cente.
(j) y = (ln x )3
1 + ln t • Em seguida, identifique os valores extremos relativos da
(k) y = t (ln t)2 (w) y =
√ 1 − ln t função, se houver, informando onde ela os assume.
(l) y = t ln t q √
(x) y = ln t • Alguns desses valores extremos são absolutas? Quais?
x4 x4
(m) y = ln x −  2 • Fundamente suas conclusões com uma calculadora, soft-
( x + 1)5

4 16
(y) y = ln √ ware ou aplicativo gráfico.
x3 x3 1−x
(n) y = ln x −
3 9 √
s
ln t ( x + 1)5 (a) g(t) = −t2 − 3t + 3 (m) g( x ) = x2 5 − x
(o) y = (z) y = ln
( x + 2)20
t (b) g(t) = −3t2 + 9t + 5 x2 − 3
(n) f ( x ) = , x 6= 2
37. Determine a derivada de y: (c) h( x ) = − x3 + 2x2 x−2
x 3
√ ! (d) f (θ ) = 3θ 2 − 4θ 3 (o) f ( x ) = 2
−θ 3x + 1
(a) ln(3θe ) θ (e) f (θ ) = 6θ − θ 3
(d) ln √
(b) ln(3te−t ) 1+ θ (p) f ( x ) = x1/3 ( x + 8)
(f) f (r ) = 3r3 + 16r
(q) g( x ) = x2/3 ( x + 5)
!
eθ (g) h(r ) = (r + 7)3
(c) ln
1 + eθ (r) h( x ) = x1/3 ( x2 − 4)
(h) f ( x ) = x4 − 8x2 + 16
(s) k( x ) = x2/3 ( x2 − 4)
38. Determine a derivada de y: (i) g( x ) = x4 − 4x3 + 4x2
3 (t) f ( x ) = e2x + e−e

(j) h(t) = t4 − t6
(a) y = 2x (l) y = log3 r · log9 r 2 (u) f ( x ) = e x
(b) y = 3− x
 ! (k) k(t) = 15t3 − t5 (v) f ( x ) = x ln x
x + 1 ln 3

√ (m) y = log3
p
(c) y = 5 x x−1 (l) g( x ) = x 8 − x2 (w) f ( x ) = x2 ln x
2
(d) y = 2( x )
s
 ln 5
7x 42. Identifique os pontos de inflexão e os mínimos e os máximos
(e) y = π x (n) y = log5
3x + 2 relativos das funções representadas graficamente. Identifi-
(f) y = 2t−e (o) y = log5 e x que os intervalos em que as funções tem concavidade voltada
(g) y = log2 5θ

x 2 e2
 para cima e para baixo:
(p) y = log2 √
(h) y = log3 (1 + θ ln 3) 2 x+1
x3 x2 1 x4
(i) log4 x + log4 x2 (q) y = 3log2 t (a) y = − + (b) y = − 2x2 + 4
√ 3 2 3 4
(j) log25 e x − log5 x (r) y = 3 log8 (log2 t) y y
(k) y = log2 r · log4 r (s) y = log2 (8tln 2 )

39. Determine os intervalos em que cada uma das funções é


crescente ou decrescente: 0 x
(a) f ( x ) = x3 − 8x2 + 20x + 2
x4 5x3
(b) g( x ) = − + 4x2 − 4x + 9 0 x
4 3
x3
(c) h( x ) = − 3x2 + 8x + 1
3 43. Represente graficamente as funções, seguindo os passos do
x2 procedimento para construção de gráfico. Inclua as coorde-
(d) t( x ) =
1+x nadas de quaisquer extremos relativos e pontos de inflexão.
154 esacs - 2016/17

p
(a) y = x2 − 4x + 3 (m) y = x 8 − x2
(b) y = 6 − 2x − x 2 (n) y = (2 − x2 )3/2
3
(c) y = x − 3x + 3 x2 − 3
(o) y = , x 6= 2
(d) y = x (6 − 2x )2 x−2
x 3
(e) y = −2x3 + 6x2 − 3 (p) y = 2
3x + 1
(f) y = ( x − 2)3 + 1
(q) y = | x2 − 1|
(g) y = x4 − 2x2 q
(r) y = | x |
(h) y = x5 − 5x4
x 4 (s) y = xe1/x
(i) y = x −5 ex
2 (t) y =
(j) y = x2/5 x
(u) y = ln(3 − x2 )
(k) y = 2x − 3x2/3

5
 (v) y = x (ln x )2
(l) y = x2/3 −x (w) y = e x − 2e− x − 3x
2
matemática 12º ano 155
B IBLIOGRAFIA

[1] Paulo Abrantes and Raul Fernando Carvalho. M11 - MATEMÁTICA, 11º ANO. 1988.
[2] Carl B. Boyer. História da Matemática. Editora Edgard Blucher Ltd., 1996.
[3] Paulo Bucchi. Curso Prático de Matemática Vol I,II,III. Editora Moderna, 1998.
[4] M. Engrácia Domingos. EXERCÍCIOS DE MATEMÁTICA - 11º ANO DE ECOLARIDADE. 1986.
[5] A. César Freitas, Elvira Coimbra, and Francelino Gomes. MATEMÁTICA 12º ano de escolaridade (via ensino),
volume II. LIVRARIA POPULAR FRANCISCO FRANCO Ltd., 1987.
[6] Anton Howard. Calculus - A new horizon. JOHN WILEY & SONS INC., 1999.
[7] John J O’Connor and Edmund F Robertson. Mactutor history of mathematics archive, Agosto 2016
http://www-history.mcs.st-andrews.ac.uk/index.html.
[8] Ana Maria Brito Jorge, Conceição Barroso Alves, Graziela Fonseca, and Judite Barbeado. INFINITO 12 -
Volume 2. 1999.
[9] M. A. F. Neves and M. L. C. Brito. MATEMÁTICA 12º ANO - Livro de Testo - 2º vol. 1996.
[10] M. A. F. Neves and M. L. M. Faria. Exercícios de Matemática 2ª Parte - Matemática 12º ano.
[11] M. A. F. Neves, L. Guerreiro, and M. A. Matemática A 12.º - Funções III. Porto Editora, 2011.
[12] Manoel Paiva. Matemática Volume Único. Editora Moderna, 1999.
[13] Joamir Souza. Coleção Novo Olhar - Matemática. 2010.
[14] Marinela Cabral St. Aubyn, Cristina Brito, and Ana Cristina Martins. Mat 12 - Tema 2 e 3. 1999.
Í NDICE

Índice, 7 Fibonacci, 7 da soma de funções, 101


Função de uma constante, 42
Aplicações constante, 141 de uma função, 99
da derivada, 141 contínua do produto de funções, 101
da segunda derivada, 145 à direita, 125 do quociente de funções, 101
Arquimedes, 63 à esquerda, 125 Limites
Assíntotas, 113 num intervalo, 126 infinitos, 104
horizontais, 114 num ponto, 124 laterais, 102
oblíquas, 115 crescente, 141 Logaritmo, 75
verticais, 113 decrescente, 141 mudança de base, 79
derivável, 132, 134 de uma potência, 78
derivada, 135 do produto, 77
Base, 63
exponencial, 63, 64 do quociente, 78
logarítmica, 80
Centro, 38 bijetiva, 82 Máximo
Concavidade, 145 crescente, 82 relativo, 142, 143
voltada para baixo, 145 decrescente, 82 Mínimo
voltada para cima, 145 inversa, 82 relativo, 142, 143
Constante, 10 Função exponencial Majorante, 15
Continuidade, 123 bijetiva, 65 Minorante, 15
lateral, 125 crescente, 65 Monotonia
Contradomínio, 8 decrescente, 65 de sucessão, 13

Declive, 132 Gauss, 25 Número de Neper, 56


Derivabilidade e continuidade, 135 Gráfico, 11 Não monótona, 13
Derivada, 132 da função logarítmica, 81 Newton, 131
da função composta, 138
da função exponencial, 139 Heine, 100 Operações com funções contínuas, 127
da função logarítmica, 140 Ordem, 8
da soma, 136 Indeterminações, 49, 107
do produto, 137 Inequação Ponto
do quociente, 138 exponencial, 69 de acumulação, 99
lateral, 134 logarítmica, 88 de inflexão, 145
à direita, 134 Infinitésimos, 41 isolado, 99
à esquerda, 134 simultâneos, 111, 112 Potência, 63
Derivado, 99 Infinitamente Problemas
grande, 44 sobre Progressão aritmética, 26
Equação em módulo, 45 sobre Progressão geométrica, 32
exponencial, 66 negativo, 45 Progressão
logarítmica, 83 positivo, 44 aritmética, 22
Erro, 37 constante, 23
Estritamente John Napier, 56, 75 crescente, 23
crescente, 13 decrescente, 23
decrescente, 13 Leibniz, 131 geométrica, 28
Estudo de função, 147 Limitada, 15 constante, 28
Expoente, 63 Limite, 39 crescente, 28
Extremos da potência de funções, 101 decrescente, 28
relativos, 142 da raiz de funções, 101 não monótona, 28
160 esacs - 2016/17

Progressões Semitangente Termo, 8


geométricas, 28 à direita, 134 Termo geral, 7, 8
Progrssões, 21 à esquerda, 134 de uma Progressão aritmética, 23
Propriedades Sentido lato, 13 de uma Progressão geométrica, 29
da função exponencial, 65 Soma Termos, 7
da função logarítmica, 82 de uma Progressão aritmética, 25 Teste
dos logaritmos, 77 de uma Progressão geométrica, 31 da segunda derivada, 147
Subsucessão, 12 Teste de continuidade, 124
Raio, 38 Sucessão, 7
Razão, 22 convergente, 40 Variável, 7
Recorrência, 10 monótona, 13 Velocidade
Recta crescente, 13 média, 132
tangente, 132 decrescente, 13 velocidade
Regras Sucessor, 8 instantânea, 132
de derivação, 136, 140 Vizinhança, 38
Reta Taxa
secante, 132 de variação média, 132

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