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Sebenta de Matemática

10º Ano
ESACS | 2019/20

J O S É D A C O S TA
C ONTEÚDO

1 Estatística 5 5 Funções 69
1.1 Termos e conceitos estatísticos 5 5.1 Noção de função 69
1.2 Tabela de frequências 7 5.2 Gráfico de uma função 70
1.3 Representação gráfica de uma distribuição 9 5.3 Zeros de uma função 72
1.4 Medidas de localização 11 5.4 Sinal de uma função 73
1.5 Medidas de dispersão 17 5.5 Injetividade de uma função 74
Ficha de Exercícios 1 19 5.6 Monotonia de uma função 75
5.7 Extremos de uma função 76
5.8 Taxa de variação média 78
2 Trigonometria 23
Ficha de Exercícios 5 79
2.1 Geometria do triângulo. Revisão 23
2.2 Razões trigonométricas de um ângulo agudo 24
2.3 Tabela Trigonométrica. Calculadora 26 6 Função quadrática 83
2.4 Razões de ângulos complementares 27 6.1 Definição 83
2.5 Resolução de triângulos 28 6.2 Gráfico de uma função quadrática 84
2.6 Problemas trigonométricos 29 6.3 Zeros 85
2.7 Relação entre as razões trigonométricas 30 6.4 Vértice da parábola 86

Ficha de Exercícios 2 32 6.5 Contradomínio 87


6.6 Construção da parábola 88
6.7 Função quadrática na forma a( x − h)2 + k 89
3 Radicais 37 6.8 Estudo do sinal da função quadrática 90
3.1 Raiz índice n de a 37 6.9 Inequações do 2º grau 91
3.2 potências de expoente fraccionário 39 Ficha de Exercícios 6 92
3.3 Radicais equivalentes 40
3.4 Multiplicação e divisão de radicais 41
7 Função Modular 97
3.5 Potência de um radical e radical de um radical 44
7.1 Função definida por ramos 97
3.6 Passagem de fatores para fora/dentro do radical 45
7.2 Função modular 99
3.7 Adição algébrica de expressões com radicais 46
7.3 Equação modular 101
3.8 Racionalização do denominador de uma fração 47
7.4 Inequação modular 102
Ficha de Exercícios 3 49
Ficha de Exercícios 7 103

4 Equações do 2º grau 53
8 Áreas e volumes de sólidos 107
4.1 Equações do 2º grau. Classificação 53
8.1 Sólidos Geométricos 107
4.2 Resolução de equações do 2º grau incompletas 55
8.2 Áreas e perímetros de figuras planas 108
4.3 Resolução de equações completas 57
8.3 Prisma 109
4.4 Discussão das raízes de uma equação 59
8.4 Pirâmide 110
4.5 Relação entre os coeficientes e as raízes 60
8.5 Cilindro de revolução 111
4.6 Problemas do 2º grau 62
8.6 Cone de revolução 112
Ficha de Exercícios 4 64
8.7 Esfera 113
8.8 Sólidos compostos 114
Ficha de Exercícios 8 115
1 E STATÍSTICA

1.1 Termos e conceitos estatísticos

A Estatística é um ramo da da Matemática que possui instrumentos


apropriados para recolher, organizar, descrever, analisar e interpre-
tar um conjunto de dados, possibilitando a sua utilização na tomada
de decisões.

População em estatística é uma coleção de seres, que podem ser


pessoas, animais, resultados experimentais, com uma ou mais ca-
racterísticas em comum, que se pretendem analisar.

O número de elementos da população designa-se por dimensão da popu-


lação. A dimensão da população pode ser finita ou infinita.

Unidade estatística ou indivíduo é cada um dos elementos da


população.

Nem sempre é possível estudar exaustivamente todos os elementos de uma


população, por tudo isso, num estudo estatístico, muitas vezes opta-se por
se estudar apenas um parte da população.

Amostra é um subconjunto finito da população que se supõe repre-


sentativa desta e que se observa com o objectivo de tirar conclusões
para a população de onde foi recolhida.
E. 1. Pretende-se estudar o nível de
O estudo estatístico é feito de duas formas: através de um levantamento rendimento das famílias dos alu-
nos de uma dada escola com
censitário ou através de uma sondagem. 2010 alunos. Para tal escolheu-se
aleatoriamente um conjunto com
Censo ou recenseamento é um estudo estatístico em que são obser- 50 alunos e inquiriu-se sobre o
vados todos os elementos da população relativamente ao objetivo rendimentos dos pais.
Indique
em estudo.
(a) A população;
(b) A amostra.
Uma alternativa ao censo é a sondagem.
E. 2. Enumere algumas razões que jus-
Numa sondagem, o estudo baseia-se numa parte da população, isto tifiquem a opção por uma sonda-
é, numa amostra. gem ao invés de um censo.
1. Estatística

Variáveis estatísticos

Ao fazerem observações, os estatísticos coletam dados na forma de medi-


das, ou categorias. Uma caraterística que se pretende analisar na população
resulta em diferentes valores.

Chama-se variável estatística a uma caraterística ou propriedade


dos elementos da população em estudo.

Ao resultado da observação de uma variável estatística chama-se dado


estatístico.

Existem diferentes classes de variáveis estatísticas.




 - Qualitativas



 
Variáveis  - Discretas





 - Quantitativas
 
 - Contínuas
E. 3. Determine as variáveis nos expe-
rimentos seguintes e classifique-
Variáveis qualitativas são caraterísticas que estão relacionadas com as:
uma qualidade, não podem ser medidas mas classificadas em várias (a) Numero de peças defeituosas
modalidades. produzidas por uma certa má-
quina;

São exemplos de variáveis qualitativas, o sexo, a profissão, o estado civil, (b) Desporto preferido dos alu-
nos;
etc.
(c) Notas obtidas na disciplina
de Física;
Variáveis quantitativas são caraterísticas em estudo cujos resulta-
(d) Tempo de sono durante as fe-
dos se referem a quantidades ou medidas e são apresentados em
rias de um estudante;
diferentes valores.
(e) Numero de vezes que aparece
cara em 100 lançamentos de
As variáveis quantitativas podem ser discretas ou contínuas: uma moeda;
(f) Tempo em que um remédio
• Variáveis discretas são as que só podem tomar um número finito (ou toma efeito;
um infinidade numerável) de valores. São variáveis cujos valores se (g) Número de viagens aéreas
podem apenas contar e não medir. Por exemplo, o número de irmãos, efetuadas por 500 pessoas nos
últimos 12 messes;
o numero de agregado familiar, etc.
(h) Tempo de duração de baterias
de telemóvel.
• Variáveis contínuas são aquelas que teoricamente podem tomar qual-
quer valor num intervalo. São susceptíveis de serem medidas. Exem-
plo: a altura, o peso, a distância da casa a escola, etc.

Podemos dizer que a variável é contínua quando, para se passar de um


valor a outro, se tem de passar por todos os pontos intermédios.

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1. Estatística

1.2 Tabela de frequências


Os dados recolhidos a primeira são chamados dados brutos. Estes assim
não transmitem informação. Há necessidade de resumi-las numa tabela a
que chamamos tabela de frequência.

Tabela de frequência é uma tabela em que se resumem grandes


quantidades de dados.

Existem alguns tipos de frequências:

• Frequência absoluta ou efetivo de um valor xi é o numero de vezes


que esse valor aparece na lista de dados. Representa-se por f i .
Obs.: A soma de todas as frequências absolutas é igual ao numero
de elementos da população (ou amosta) em estudo.

• Frequência relativa do valor xi é o quociente entre a sua frequência


absoluta e o número total de dados (n). Representa-se por f ri .
Simbolicamente
f
f ri = i .
n
Pode ser dado em percentagem, basta multiplicar o seu valor por 100.
Obs.: A soma das frequências relativas de uma tabela de frequências
é igual a 1 (ou a 100%).

• A frequência absoluta acumulada (Fi ) e a frequência relativa acu-


mulada (Fri ) são a soma da frequência de cada valor com as frequên-
cias dos valores anteriores.

Agrupamento de dados em classes

No caso dos dados serem de natureza contínua ou são muito diferenciados,


a construção da tabela de frequência não é direto como no caso dos dados
discretos, pois é necessário definir previamente o número de classes.

Classes de frequências são intervalos não superpostos em que se


divide uma distribuição de frequências. Toda classe que inclui o
extremo inferior do intervalo (a) e exclui o extremo superior (b)
deve ser apresentado na forma

[ a, b[.

Numa classe [ a, b[ temos:

• [ a, b[ compreende todos os valores de a até b, excluindo o b;

• a é um limite inferior da classe, é o menor valor da classe;

• b é um limite superior da classe, não pertence a classe.

Amplitude da classe é a diferença entre o limite superior e o limite


inferior de uma classe. Representa-se por Ac .

Ac = b − a.

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1. Estatística

Em várias situações, usamos um número como representantes de uma


classe, que chamamos marca da classe.

Marca da classe ou ponto médio da classe é a semi-soma dos


limites da classe. Representa-se por xi e

a+b
xi = .
2
E. 4. Preencha a tabela ao lado com as
Para agrupar os dados em classes, o número de classes é o menor inteiro k outras colunas que conheces.
de modo que 2k > n onde n representa o número total de elementos.

Exemplo 1.1 As classificações obtidas pelos alunos do 10º ano num


teste de Matemática (escala de 0 a 20) foram as seguintes:

13 4 14 15 2 Constrói a frequência usando 4


5 10 11, 5 16 12 classes (iniciando por 0 e termi-
6 9, 5 10 8 14 nando em 20 com amplitude da
18, 5 10 11, 75 13 17 classe igual a 5). Apresente f i , xi ,
17 19 13 11 16, 5 f ri (%), Fi e Fri (%).

Resolução: Sendo os dados agrupados em classe, o processo de contagem


é feito de forma diferente. Seguindo as caraterísticas de classe de frequência
temos:

Classes fi xi fri (%) Fi Fri (%)

0+5
[0, 5[ 2 = 2, 5 8% 2 8%
2
5 + 10
[5, 10[ 4 = 7, 5 16% 6 24%
2
10 + 15
[10, 15[ 12 = 12, 5 48% 18 72%
2
15 + 20
[15, 20[ 7 = 17, 5 28% 25 100%
2
∑ 25 100%

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1. Estatística

1.3 Representação gráfica de uma distribuição

Histograma

Histograma é um gráfico de barras com as seguintes características:

• Os dados devem estar agrupados em classes;

• No eixo horizontal representa-se os intervalos das classes e no


eixo vertical representa-se as frequências;

• Os diferentes valores estão representados no eixo dividido em


escala como um eixo cartesiano;

• As barras são desenhadas verticalmente e correspondem a


cada uma das classes em que os valores foram agrupados;

• Não há espaço entre as barras.

Quando os intervalos das classes não têm amplitudes iguais, a área de


cada retângulo tem de ser igual à respetiva frequência.

Exemplo 1.2 Um professor de Matemática organizou numa tabela


de frequências, as notas obtidas, num teste sumativo, por 36 alunos
de uma turma. Constrói o histograma para a distribuição.

Freq. Marca da Freq.


Notas
absoluta classe relativa (%)

[0, 4[ 1 2 3%
[4, 8[ 2 6 5%
[8, 12[ 10 10 28%
[12, 16[ 6 14 17%
[16, 20[ 17 18 47%
Total 36 100%

E. 5. Observe a tabela, sobre a altura


dos atletas que treinam basquete
Resolução: Obedecendo as caraterísticas de um histograma, obtemos: em uma equipa juvenil, e res-
ponda.

Altura (m) fi
18
[1, 7; 1, 8[ 4
16
[1, 8; 1, 9[ 7
14
Número de alunos

[1, 9; 2, 0[ 6
12 [2, 0; 2, 1[ 2
[2, 1; 2, 2[ 1
10
8 (a) Quantos atletas tem altura su-
perior a 2 m?
6
(b) Que percentagem dos atletas
4 possui altura inferior a 1, 9 m?
2 (c) Podemos afirmar que existem
2 atletas com 1, 85 m de al-
0 4 8 12 16 20 tura? Porque?
Notas (d) Construa o histograma da dis-
tribuição.

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1. Estatística

Polígono de frequências

Para a construção do polígono de frequências, localiza-se o ponto cuja


abcissa é igual ao ponto médio da classe e a ordenada é a correspondente
a frequência da classe. Unem-se os sucessivos pontos formando uma linha
poligonal. De modo a obter-se uma figura fechada, juntam-se as classes
extras uma de cada lado, de frequência 0.

Exemplo 1.3 Desenhe o polígono de frequências para a distribuição


do exemplo anterior.

E. 6. Desenhe o polígono de frequên-


cias para a distribuição de E.5
Resolução: Seguindo a definição, obtemos:

18
16
14
Número de alunos

12
10
8
6
4
2

0 4 8 12 16 20
Notas

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1. Estatística

1.4 Medidas de localização

Somatórios

Antes de se tratar cada uma das medidas, estudar-se-à o operador de


somatório, o qual permite uma considerável simplificação da escrita.

Chama-se somatório ∑ a uma forma abreviada de representar a




soma de várias parcelas.

n
∑ xk , com n > k e n e p inteiros
k= p

lê-se: "somatório de xk para k desde p até n“

k é o índice do somatório

p é o limite inferior do somatório

n é o limite superior do somatório

Exemplo 1.4 Calcule o valor numérico designado por cada um dos


somatórios:

6 0 4
i
(a) ∑ 100 (b) ∑ ( j + 1)2 (c) ∑7
i =1 j=−3 k =1

E. 7. Calcule o valor numérico das ex-


pressões:
n
Resolução: Em cada caso, num somatório ∑ xk , substitui-se o índice k
(a)
2
∑ ( j + 1)
k= p
j =0
pelos números de p até n, sempre que possível:
6
6 (b) ∑9
i 1 2 3 4 5 6 21
∑ 100 = 100 + 100 + 100 + 100 + 100 + 100 = 100
i =1
(a)
i =1 E. 8. Represente as seguintes expres-
0 sões usando o símbolo de soma-
(b) ∑ 2 2 2
( j + 1) = (−3 + 1) + (−2 + 1) + (−1 + 1) + (0 + 1) = 2 2 tório:
j=−3 (a) 2 + 2 + 2 + 2
6 (b) 12 + 22 + 32 + 42
4 (c) 1 + 2 + 3 + 4 + 5
(c) ∑ 7 = 7 + 7 + 7 + 7 + 7 = 35
k =1

O operador do somatório goza das seguintes propriedades:


Propriedade: Propriedades do somatório
n n n
• ∑ ( xi + yi ) = ∑ xi + ∑ yi
i =1 i =1 i =1
n
• ∑ c = nc (com c ∈ R)
i =1
n m n
• ∑ xi = ∑ xi + ∑ xi
i =1 i =1 i = m +1

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1. Estatística

Média aritmética

A média é uma medida que expressa o centro de uma amostra em função de


valores. O cálculo do valor aproximado da média quando os dados estão
agrupados em classes faz-se como se a variável fosse discreta, tomando a
marca da classe como representante de todos os valores dessa classe.

Para dados agrupados em classes de frequências, o valor aproxi-


mado da média é calculado pela fórmula:

N
∑ f i · xi
i =1
x=
n
Onde:

xi é a marca da classe.

fi é a frequência absoluta.

N é o número de classes diferentes.

n é o número total de observações.

Exemplo 1.5 A tabela abaixo apresenta, entre outros, a distribui-


ção de frequências do tempo de vida de 60 componentes eletrônicos
(medido em dias) submetidos à experimentação num laboratório es-
pecializado. Calcule o tempo médio de duração desses componentes.

Tempo
fi xi fi · xi Fi
de vida
[3, 18[ 3 10, 5 31, 5 3
[18, 33[ 4 25, 5 102 7
[33, 48[ 4 40, 5 162 11
[48, 63[ 8 55, 5 444 19
[63, 78[ 10 70, 5 705 29
[78, 93[ 28 85, 5 2394 57
[93, 108[ 2 100, 5 201 59
[108, 123[ 1 115, 5 115, 5 60
9
Total n = 60 ∑ fi · xi = 4155
i =1

Resolução: De acordo com a definição, temos


9
∑ f i · xi
i =1 4155
x= = = 69, 25
n 60
Os componentes eletrônicos têm uma duração média de 69, 25 dias.

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1. Estatística

Mediana

Para dados agrupados em classe, inicialmente, temos que determinar o


intervalo de classe que contém a mediana. Como existem n dados, a
mediana estará na classe cuja frequência absoluta acumulada é maior ou
n
igual a .
2

Olhando na coluna das frequências absolutas acumuladas da tabela, vemos


n
que o dado de ordem pertence ao intervalo de classe que vai de a até b.
2
Portanto, já sabemos que a mediana tem que valer entre ae b.

Para encontrar um valor único, vamos fazer o seguinte raciocínio:

• Dentro do intervalo que vai de a a b temos um número de dados


igual f Md .

• Não sabemos os valores exatos desses dados, mas vamos supor que
eles estão distribuídos no intervalo de a a b de maneira uniforme.

• Como este intervalo tem b − a = Ac unidades, para distribuir f Md


Ac
dados uniformemente por ele temos que por um dado a cada
f Md
unidades.

• O primeiro dado do intervalo é o Fant + 1 do total de n e será colocado


Ac
em a + 1 × . O segundo dado do intervalo é o Fant + 2 e será
f Md
Ac
colocado em a + 2 × . Os demais dados são posicionados de
f Md
maneira equivalente até o f Md -ésimo, que ficará posicionado em
Ac
a + f Md × = b.
f Md
n
• Como o dado correspondente à mediana é o -ésimo, o seu posicio-
n 2
 Ac
namento será a + − Fant × .
2 f Md

Para dados agrupados em classes de frequências, a mediana é um


valor aproximado e é calculada através da seguinte fórmula:
n
2 − Fant
x̃ = l Md + Ac ×
f Md
Onde:

lMd é limite inferior da classe mediana;

Ac é a amplitude da classe;

n é o número total de dados;

Fant é a frequência absoluta acumulada da classe anterior a classe


mediana;

fMd é a frequência absoluta da classe mediana;

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1. Estatística

Exemplo 1.6 A tabela abaixo apresenta, entre outros, a distribuição


de frequências do tempo de vida de 60 componentes eletrônicos
(medido em dias) submetidos à experimentação num laboratório
especializado.

Tempo
fi xi fi · xi Fi
de vida
[3, 18[ 3 10, 5 31, 5 3
[18, 33[ 4 25, 5 102 7
[33, 48[ 4 40, 5 162 11
[48, 63[ 8 55, 5 444 19
[63, 78[ 10 70, 5 705 29
[78, 93[ 28 85, 5 2394 57
[93, 108[ 2 100, 5 201 59
[108, 123[ 1 115, 5 115, 5 60
9
Total n = 60 ∑ fi · xi = 4155
i =1

Calcule a mediana.

Resolução: No cálculo da mediana temos que primeiramente encontrar


a classe que contém a mediana. Esta classe corresponde à classe associada à
n
frequência absoluta acumulada imediatamente superior = 30. Portanto a
2
classe mediana é [78, 93[ (pois Fi = 57).
Alem disso, temos: l Md = 78; Ac = 15; n = 60; Fant = 29; f Md = 28.
Agora, basta substituirmos todos os valores encontrados na fórmula e encon-
tramos o valor da mediana:
30 − 29 15
x̃ = 78 + 15 × = 78 + ≈ 78, 54.
28 28
Podemos dizer que pelo menos 50% dos componentes eletrônicos avaliados
Nota Histórica
têm duração igual ou inferior a 78 dias e 12 horas.

Moda

Vamos mostrar, um método para determinar, um valor aproximado para a


moda, que chamaremos de moda de Czuber.
Traçam-se os segmentos [ AC ] e [ BD ] que se cortam em O. A moda de
Czuber é a soma

l Mo + MO,

Emanuel Czuber(1851-1925)
onde l Mo é o limite inferior da classe modal.
professor e matemático checo que
Observe que a forma como o segmento [ MO] foi construído faz a moda de atuou principalmente na área de
Czuber se aproximar da classe com maior frequência adjacente à modal. Estatística e Probabilidade.

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1. Estatística

B C
f Mo
O
f post M N
D

f ant A
f2
f1
... ...
E F
C1 C2 Cm−1 Cm Cm+1 Ck

Observamos que a dedução da fórmula que determina a moda de Czuber


pode ser feita pelos alunos, o que torna o tema mais motivador. Vejamos:
Os triângulos [ AOB] e [COD ] são semelhantes, logo

MO NO
= .
AB CD

Mas AB = f Mo − f ant e CD = f Mo − f post , logo

MO NO MO + NO Ac
= = = .
f Mo − f ant f Mo − f ant 2 f Mo − f ant − f post 2 f Mo − f ant − f post

Assim, a moda de Czuber, Mo, será

f Mo − f ant
 
Mo = l Mo + MO = l Mo + Ac
2 f Mo − f ant − f post

Para dados agrupados em classes, depois de identificada a classe


modal (classe com maior frequência absoluta) utiliza-se seguinte
formula para calcular um valor aproximado para a moda:

f Mo − f ant
 
Mo = l Mo + Ac
2 f Mo − f ant − f post

Onde:

l Mo é limite inferior da classe modal;

Ac é a amplitude da classe;

f Mo é frequência absoluta da classe modal;

f ant frequência absoluta da classe anterior a classe modal;

f post frequência absoluta da classe posterior a classe modal;

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1. Estatística

Exemplo 1.7 A tabela abaixo apresenta, entre outros, a distribuição


de frequências do tempo de vida de 60 componentes eletrônicos
(medido em dias) submetidos à experimentação num laboratório
especializado.

Tempo
fi xi fi · xi Fi
de vida
[3, 18[ 3 10, 5 31, 5 3
[18, 33[ 4 25, 5 102 7
[33, 48[ 4 40, 5 162 11
[48, 63[ 8 55, 5 444 19
[63, 78[ 10 70, 5 705 29
[78, 93[ 28 85, 5 2394 57
[93, 108[ 2 100, 5 201 59
[108, 123[ 1 115, 5 115, 5 60
9
Total n = 60 ∑ fi · xi = 4155
i =1

Calcule a moda.

Resolução: No cálculo da moda temos que primeiramente encontrar a


classe que contém a moda. Esta classe corresponde à classe que possui a maior
frequência. Então, a classe modal é [78, 93[ (pois f i = 28).
Temos: l Mo = 78; Ac = 15; f Mo = 25; f ant = 10, f post = 2; f Md = 28.
Agora, basta substituirmos todos os valores encontrados na fórmula e encon-
tramos o valor da moda:
28 − 10
Mo = 78 + 15 ×
2 · 28 − (10 + 2)
18
= 78 + 15 ×
56 − 12
270
= 78 + ≈ 84, 14.
44
Portanto, é comum encontrar componentes eletrônicos que durem, aproxima-
damente, 84 dias e 2 horas.

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1. Estatística

1.5 Medidas de dispersão

Amplitude Total

A amplitude total é a diferença entre o maior e o menor valor de


um conjunto de dados. Representamos a amplitude total por A T .

A T = xmaior − xmenor .

A amplitude total mede a dispersão total no conjunto de dados. Não leva


em consideração como os dados são efetivamente distribuídos entre os
valores extremos

Quando os dados estão agrupados em classes, a amplitude será a diferença


entre o limite superior da última classe e o limite inferior da primeira
classe.

Exemplo 1.8 No Exemplo ??, qual a amplitude total deste conjunto E. 9. O gráfico a seguir representa a
das notas do Pedro e do João? variação térmica da cidade de Pe-
dra Badejo numa determinada se-
mana:
30◦
Resolução: Para as notas do Pedro, como o valor máximo do conjunto é 29◦
14 e o valor mínimo é 13, temos que a amplitude total é 28◦ 27◦ C
27◦ 26◦ C 26◦ C

A T = 14 − 13 = 1. 26◦ 25◦ C 25◦ C 25◦ C 25◦ C



25
24◦ seg
Para o João, a amplitude total é ter qua qui sex s áb dom

Determine a amplitude térmica


A T = 16 − 8 = 8. desta semana.

Variância

A variância é a média aritmética do quadrado dos desvios (em


relação à média). É definido por:

N N
∑ f i · ( x i − x )2 ∑ fi · xi2
i =1 i =1
σ2 = ou σ2 = − x2
n n
Onde:

xi é a marca da classe.

fi é a frequência absoluta.

x é a média aritmética.

N é o número de classes diferentes.

n é o número total de observações.

A variância tem a desvantagem de apresentar unidade de medida igual ao


quadrado da unidade de medida dos dados originais. Para resolver esse
problema, submete-se esse valor a raiz quadrada e obtemos uma outra
medida de dispersão.

Sebenta da Matemática 10º Ano | ESACS - 2019/20 Página 17


1. Estatística

Desvio padrão

O desvio padrão indica o afastamento dos valores observados em relação


à média aritmética do conjunto de dados em estudo.

√ padrão é a raiz quadrada da variância. É definido por


Desvio
σ = σ2 , ou seja,
v v
u n u n
u ∑ f i · ( xi − x ) 2
u ∑ f i · xi2
u u
t t
σ = i =1 ou σ = i =1 − x2
n n

Exemplo 1.9 As alturas de 100 pinheiros de uma amostra aleatória


foram medidas com os seguintes resultados, onde h é a altura dos
pinheiros, em metros:

Altura (h) [0 ; 0, 5[ [0, 5 ; 1[ [1 ; 1, 5[ [1, 5 ; 2[


Frequência 18 30 40 12

Calcule um valor aproximado para o desvio padrão.

E. 10. Um aluno do 10º ano verificou


Resolução: Sendo os dados agrupados em tabela, podemos usar a fórmula que os CD da sua coleção toca-
v vam por períodos de tempo dife-
u n rentes. Então, decidiu agrupá-los
u ∑ f i · ( x i − x )2
u
de acordo com os intervalos de
t
i =1 tempo (em minutos) que constam
σ= . da tabela seguinte:
n
Tempo de
Construímos uma tabela de modo a obter os diferentes termos da fórmula. Nº de CD
música
Com efeito, temos [30, 35[ 2
[35, 40[ 7
2 2
Classe xi fi xi · fi xi − x (xi − x) fi · (xi − x) [40, 45[ 18
[45, 50[ 15
[0 ; 0, 5[ 0, 25 18 4, 5 −0, 73 0, 5329 9, 5922 [50, 55[ 4
[0, 5 ; 1[ 0, 75 30 22, 5 −0, 23 0, 0529 1, 587 (a) Determine a duração média
das músicas
[1 ; 1, 5[ 1, 25 40 50 0, 27 0, 0729 40 · 2, 916
(b) Calcule a variância da distri-
[1, 5 ; 2[ 1, 75 12 21 0, 77 0, 5929 7, 1148 buição
(c) Indique o desvio padrão.
∑ n = 100 98 21, 21

A média é obtida com


4
∑ xi · f i 98
i =1
x= = = 0, 98.
n 100
Com os dados da tabela podemos obter o desvio padrão
v
u n
u ∑ f i · ( x i − x )2
u
r
t
i =1 21, 21 √
σ= = = 0, 2121 ≈ 0, 46
n 100
O desvio padrão é aproximadamente 0, 46.

Sebenta da Matemática 10º Ano | ESACS - 2019/20 Página 18


FICHA DE EXERCÍCIOS 1. ESTATÍSTICA

Termos e conceitos estatísticos (b) a amostra


(c) a unidade estatística.
1. De entre os 300 alunos de uma turma selecionaram-
se 60 e os inquiriram sobre o programa de televisão 6. Os institutos de pesquisa de opinião regularmente
preferido. Os resultados foram os seguintes: fazem pesquisas para determinar o índice de po-
pularidade do presidente em exercício. Suponha
Programa N. de que uma pesquisa será conduzida com 2.500 indiví-
preferido alunos
duos, que serão questionados se o presidente está
Telejornal 20 fazendo um bom ou um mau governo. Os 2 500
Telenovela 26
indivíduos serão selecionados por números de tele-
Cinema 14
fone aleatórios e serão entrevistados por telefone.
Indique: (a) Qual a população relevante?
(a) A população; (b) Qual a variável de interesse? É qualitativa ou
(b) A amostra; quantitativa?
(c) A variável e classifique-a. (c) Qual é a amostra?
(d) Qual é o estudo estatístico realizado?
2. Pretende-se efetuar um estudo a um conjunto de
estudantes universitários. Classifique as seguintes 7. Classifique cada uma das variáveis que se seguem,
variáveis: isto é, indique as que são qualitativas e as que são
quantitativas. Entre as quantitativas, distinga as
• O curso que frequentam
contínuas das discretas.
• O tempo necessário à realização de uma prova
(a) A cor dos olhos
• O número de pares de sapatos
(b) Altura exata de uma pessoa
• A distância entre o domicílio e a Universidade
(c) Número de telemóveis que possui
• A cor dos cabelos
(d) Número de filhos de um casal
• A popularidade entre os colegas
(e) O clube preferido
3. Numa escola com 1800 alunos, o Conselho Exe-
(f) O tempo exato que demora de casa à Escola
cutivo decidiu recolher a opinião dos estudantes
sobre os serviços alimentares prestados. 8. Classifique as variáveis abaixo em quantitativas
(discretas ou contínuas) ou qualitativas:
(a) Qual a população em estudo?
(b) Come se pode selecionar uma amostra adequada (a) cor dos olhos
a este estudo estatístico? (b) número de peças produzidas por hora
(c) diâmetro externo
4. Pretende-se efetuar um estudo a um conjunto de
estudantes universitários. Classifique as seguintes (d) número de pontos em uma partida de futebol
variáveis: (e) produção de algodão
• o curso que frequentam (f) salários dos executivos de uma empresa
• o tempo necessário à realização de uma prova (g) número de ações negociadas na bolsa de valores
• o número de pares de sapatos (h) sexo dos filhos
• a distância entre o domicílio e a Universidade (i) tamanho de pregos produzidos por uma má-
quina
• a cor dos cabelos
(j) quantidade de água consumida por uma família
• a popularidade entre os colegas
em um mês
5. Para estimar a audiência de cada um dos quarto (k) grau de escolaridade
canais de televisão, realizou-se um estudo a partir
(l) nível social
de 1000 famílias cabo-verdianas.
(m) tipo sanguíneo
Relativamente ao estudo, indique:
(n) estado civil
(a) a população

19
Tabelas de Frequência 11. O Rui registou na tabela seguinte as idades dos
participantes num passeio de BTT.
9. Um consultor estava interessado em saber quanto,
geralmente, cada pessoa gastava em um determi- Idade Nº de empregados
nado supermercado no primeiro sábado após re-
[20, 30[ 70
ceberem seus pagamentos (salários). Para isso ele
entrevistou 50 clientes que passaram pelos caixas [30, 40[ 126
entre 13h e 18h, e anotou os valores gastos por cada [40, 50[ 98
um deles. Estes valores estão listados abaixo:
[50, 60[ 56

4, 89 11, 00 5, 60 73, 85 24, 83 (a) Qual o número total de participantes no passeio?


98, 00 186, 00 234, 87 58, 00 198, 65 (b) Constrói uma tabela das frequências relativas.
223, 86 341, 42 94, 76 445, 76 82, 80 (c) Qual a percentagem de ciclistas com idade infe-
35, 00 455, 00 371, 00 398, 60 234, 00 rior a 40 anos?
64, 90 54, 98 48, 80 68, 90 120, 32 (d) Qual é a classe com mais ciclistas?
126, 98 76, 43 6, 35 9, 98 12, 68 (e) Constrói um histograma das frequências relati-
vas em percentagem.
243, 00 18, 65 134, 90 11, 10 321, 09
290, 76 74, 00 48, 80 74, 52 138, 65 12. As medidas das alturas, expressas em centímetros,
dos alunos de uma turma do 7º ano de escolaridade
26, 00 210, 13 15, 78 197, 45 75, 00
são:
76, 55 32, 78 166, 09 105, 34 99, 10
130 126 124 130 126 127 139 147
131 128 128 131 127 135 139 147
Analisando o conjunto de dados, responda os se-
127 131 130 127 124 123 140 151
guintes itens:
128 130 125 126 133 138 141 148
132 127 131 132 124 136 147 149
(a) Qual é a variável em estudo? Classifique-a.
(a) Elabore uma tabela de distribuição de frequên-
(b) Construa uma tabela de frequências a partir do cias das alturas.
conjunto de dados brutos.
(b) Elabore um histograma de frequências absolutas
e o respectivo polígono de frequências.
(c) Qual a classe de maior efetivo?
Representação gráfica de uma distribuição (d) Qual a percentagem de alunos com pelo menos
1,39 m de altura?
10. Desenhe os histogramas de cada um dos conjuntos (e) Qual a média das alturas dos alunos da turma
de dados: do 7º ano?
13. Os salários dos 230 empregados de uma empresa
distribuem-se da seguinte forma:
(a) (b) (c)
100
Classe fi Classe fi Classe fi 90
Número de empregados

80
[5, 10[ 13 [40, 50[ 3 [25, 30[ 20 70
[10, 15[ 19 [50, 60[ 6 [30, 35[ 15 60
50
[15, 20[ 10 [60, 70[ 10 [35, 40[ 12 40
30
[20, 25[ 13 [70, 80[ 13 [40, 45[ 5
20
[30, 35[ 8 [80, 90[ 14 [45, 50[ 10 10

[40, 45[ 19 [90, 100[ 2 [50, 55[ 12 300 500 700 900 1,100 1,300
[50, 55[ 15 [100, 110[ 2 [55, 60[ 16 Salários (em Euros)

20
(a) Elabora uma tabela de frequências absolutas. (c) Em que faixas etárias o programa tem mais ou-
(b) Qual o salário máximo praticado na empresa? vintes?
(c) Quantas pessoas ganham um salário entre 500 e (d) Qual é a percentagem dos ouvintes entre 26 e 35
700 euros? anos?
(d) Quantos empregados ganham mais de 900 eu-
16. Em uma escola tomou-se a medida da altura de
ros?
cada um de quarenta estudantes, obtendo-se os
(e) Indica um valor aproximado da quantia que a seguintes dados (em centímetros):
empresa deve dispor para pagar ao fim do mês
a todos os empregados? 160 152 155 154 161 162 162 161
150 160 163 178 153 155 163 156
Medidas de localização 162 161 161 171 160 170 156 164
167 165 155 155 151 158 166 169
14. Os dados abaixo representam as vendas mensais
170 158 160 168 164 157 156 152
(em milhões de reais) de vendedores de gênero
alimentícios de uma determinada empresa. (a) Faz a distribuição de frequência usando 6 clas-
ses. (iniciando por 150 cm e terminando em
Vendas Número de 180 cm) e responder as questões abaixo:
Mensais Vendedores
(b) Determina a média, a classe modal e a classe
[0, 1[ 6 mediana.
[1, 2[ 12 (c) Quantos são os estudantes com estatura inferior
a 160 cm?
[2, 3[ 20
(d) Que percentagem de estudantes tem estatura
[3, 4[ 48 igual ou superior a 175 cm?
[4, 5[ 14 (e) Quantos são os estudantes com estatura maior
[5, 6[ 10 ou igual a 160 cm e ao mesmo tempo menor que
175 cm?
Total 110
(f) Qual a percentagem de estudantes com estatura
(a) Qual a variável em estudo? Que tipo de variável abaixo de 170 cm?
é esta?
(b) Encontre a média, mediana e moda e interprete Medidas de dispersão
os resultados.
17. Complete a seguinte tabela:
(c) Qual a porcentagem de vendedores com vendas
mensais inferior a 2 milhões de reais?
Classe xi fi (xi − x)2 fi · (xi − x)2
(d) Qual a percentagem de vendedores com vendas
mensais superior a 4 milhões de reais? [0 ; 0, 5[ 40
(e) Qual a percentagem de vendedores com ven- [0, 5 ; 1[ 29
das mensais entre 3 (inclusive) e 5 (exclusive)
milhões de reais? [1 ; 1, 5[ 30

(f) Qual a percentagem de vendedores que vendem, [1, 5 ; 2[ 11


pelo menos, 3 milhões de reais mensais? Total ——– n= ——–
15. Um pesquisador em um programa de rádio pergun-
(a) Calcula a variância e o desvio padrão para esses
tou as idades de 30 ouvintes, obtendo as seguintes
dados.
respostas (em anos):
(b) Representa um histograma para a frequência
35 26 39 25 39 22 42 40 30 22 absoluta ( f i ).
21 40 16 32 39 21 28 39 18 37
23 14 27 44 30 32 21 15 16 43 18. Prove, aplicando as propriedades do somatório,
que
(a) Constrói tabela de frequências para esses dados. N N
(b) Determina a média, a classe modal e a classe ∑ f i · ( x i − x )2 ∑ fi · xi2
i =i i =1
mediana. = − x2
n n

21
19. Aplique a fórmula, com os dados da tabela, para 20. Observe as notas escolares do Alexandre e da Ca-
calcular o desvio padrão: mila. Qual dos dois obteve notas mais estáveis em
relação à média?

Idade fi xi fi · xi fi · x2i Alexandre Camila

[10, 20[ 7 15 105 1 575 Português 7 7, 5

[20, 30[ 13 25 325 8 125 Matemática 10 6

[30, 40[ 21 35 735 25 725 Física 6 7

[40, 50[ 10 45 450 20 250 Química 8 6, 5

[50, 60[ 4 55 220 12 100 Biologia 4 8

Total 55 1835 67 775 Média 7 7

22
2 T RIGONOMETRIA

2.1 Geometria do triângulo. Revisão

Triângulo retângulo

Triangulo retângulo é um polígono com três lados e com um angulo


recto.
O Alfabeto Grego
Letras Nome Letras Nome
A α alfa I ι iota
Teorema de Pitágoras B β beta K κ capa
Γ γ gama Λ λ lambda
∆ δ delta M µ miu
Num triângulo retângulo, o quadrado do comprimento da hipote- E e épsilon N ν niu
Z ζ zeta Ξ ξ xi
nusa é igual à soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos. H η eta O o omicron
Θ θ teta Π π pi
c c2 = a2 + b2 P ρ ro Σ σ sigma
b T tau Υ upsilon
c2 = a2 + b2
τ υ
Φ φ fi X χ qui
a c2 = a2 + b2 Ψ ψ psi Ω ω ômega
c2 = a2 + b2
c2 = a2 + b2 E. 1. Determine x em cada uma das
figuras:
(a) ll imagem
(b) papap imagem
2. Trigonometria

2.2 Razões trigonométricas de um ângulo agudo


Considere o triangulo [ ABC ] retângulo em B cujos lados medem a, b e c e
α um seu ângulo agudo. Diz-se que:

C
• O lado a é o cateto oposto ao angulo α. O lado que
fica situado a frente do ângulo;

• O lado b é o cateto adjacente ao ângulo α. É o lado b


a
que fica junto (ou "colado") ao ângulo α;

• O lado maior c é a hipotenusa. Fica situado


a frente do ângulo recto. A c B

Sendo [ ABC ] um triângulo retângulo em B e α a amplitude de um


dos ângulos agudos, definem-se as razões trigonométricas seno de
α (sin α), co-seno de α (cos α) e tangente de α (tan α) do seguinte modo:

cateto oposto ao ângulo α a C


sin α = =
hipotenusa b
cateto adjacente ao angulo α c
cos α = = b
hipotenusa b a

cateto oposto ao ângulo α a


tan α = =
cateto adjacente ao ângulo α c
A c B

E. 2. Considerando o triângulo
Nota:
29
20
(a) Por simplificação de linguagem, cham-se lado ao comprimento do
lado do triângulo na definição acima;
21
(b) As razões trigonométricas podem ser também escritas de outras complete:
formas: (a) sin α = . . .
cos α = . . .
sin α = senα = sen(α) tan α = . . .

cos α = cos(α) (b) sin β = . . .


cos β = . . .
tan α = tgα = tg(α) tan β = . . .

(c) Sendo a hipotenusa o maior lado do triângulo, o seno e o co − seno


de um angulo agudo α é sempre um número compreendido entre 0 e
1. A tangente não tem essa restrição porque não tem a hipotenusa no
denominador.

0 < sin α < 1


0 < cos α < 1
tan α > 0

Sebenta da Matemática 10º Ano | ESACS - 2019/20 Página 24


2. Trigonometria

Exemplo 2.1
Para o triângulo [ ABC ] representado na fi- C
gura,
encontre os valores de todas as razões trigo- 5
3
nométricas dos ângulos A b e C.
b

A 4 B
Resolução: qqqqq

b= 3
sin A b= 4
cos A b= 3
tan A
5 5 4
4 3 4
sin C =
b cos C =
b tan A =
b
5 5 3

Sendo [ ABC ] um triângulo retângulo em B e α um ângulo agudo,


cujos lados medem a, b e c, definem-se as razões trigonométricas
inversas co-secante de α (csc α), secante de α (sec α) e co-tangente de α
(cot α) do seguinte modo:

comp. da hipotenusa b C
csc α = =
comp. do cateto oposto ao ângulo α a
comp. da hipotenusa b
sec α = = b
comp. cateto adjacente ao angulo α c a

comp. cateto adjacente ao ângulo α c


tan α = =
comp. cateto oposto ao ângulo α a
A c B

Nota: Podemos notar que, relativamente ao triângulo acima,

1 1 1
csc α = sec α = cot α =
sin α cos α tan α

Exemplo 2.2 Para triângulo [ ABC ] retângulo em B com AB = 3,


BC = 4 e AC = 5, encontre, com 4 c.d. as razões trigonométricas
inversas de Ĉ.

E. 3. Considere o triangulo [ ABC] em


Resolução: Desenhando o triângulo, obtemos: que α é um seu ângulo agudo.
Mostre que:
5 C
csc Ĉ = = 1.25 (a) sin α × csc α = 1
4
(b) cos α × sec α = 1
5 5
4 (c) tan α × cot α = 1
sec Ĉ = ≈ 1, 67
3
3
cot Ĉ = = 0, 75 A 3 B E. 4. Utilizando uma tabela trigonomé-
4 trica ou calculadora, determine
um valor aproximado, com 4 c.d.
de:
(a) sec 38◦
(b) cot 41◦
(c) 2 tan 41◦ − csc 71◦

Sebenta da Matemática 10º Ano | ESACS - 2019/20 Página 25


2. Trigonometria

Graus sin cos tan


1 0.0175 0.9998 0.0175
2.3 Tabela Trigonométrica. Calculadora 2 0.0349 0.9994 0.0349
3 0.0523 0.9986 0.0524
4 0.0698 0.9976 0.0699
Para determinar o valor de uma razão trigonométrica de um ângulo agudo, 5 0.0872 0.9962 0.0875
6 0.1045 0.9945 0.1051
usa-se uma calculadora científica ou uma tabela trigonométrica. 7 0.1219 0.9925 0.1228
8 0.1392 0.9903 0.1405
9 0.1564 0.9877 0.1584
Por exemplo, para determinar o seno de um ângulo de 30◦ numa calcula- 10 0.1736 0.9848 0.1763
11 0.1908 0.9816 0.1944
dora científica, pressionamos sucessivamente as seguintes teclas: 12 0.2079 0.9781 0.2126
13 0.2250 0.9744 0.2309
14 0.2419 0.9703 0.2493
15 0.2588 0.9659 0.2679
16 0.2756 0.9613 0.2867
17 0.2924 0.9563 0.3057
Exemplo 2.3 Use uma calculadora ou uma tabela trigonométrica 18 0.3090 0.9511 0.3249
19 0.3256 0.9455 0.3443
para determinar, com 4 c.d. o valor de: 20 0.3420 0.9397 0.3640
21 0.3584 0.9336 0.3839
22 0.3746 0.9272 0.4040
23 0.3907 0.9205 0.4245
(a) sin 28◦ (c) cos 52◦ (e) sec 84◦ 24 0.4067 0.9135 0.4452
25 0.4226 0.9063 0.4663
26 0.4384 0.8988 0.4877
(b) tan 12◦ (d) csc 14◦ (f) cot 5◦ 27 0.4540 0.8910 0.5095
28 0.4695 0.8829 0.5317
29 0.4848 0.8746 0.5543
30 0.5000 0.8660 0.5774
31 0.5150 0.8572 0.6009
Resolução: Os valores da tabela ao lado já estão arredondados com 4 c.d.: 32 0.5299 0.8480 0.6249
33 0.5446 0.8387 0.6494
34 0.5592 0.8290 0.6745
(a) sin 28◦ = 0, 4695 35
36
0.5736
0.5878
0.8192
0.8090
0.7002
0.7265
37 0.6018 0.7986 0.7536
(b) tan 12◦ = 0, 2126 38 0.6157 0.7880 0.7813
39 0.6293 0.7771 0.8098
40 0.6428 0.7660 0.8391
(c) cos 52◦ = 0, 6157 41 0.6561 0.7547 0.8693
42 0.6691 0.7431 0.9004
1 1 43 0.6820 0.7314 0.9325
(d) csc 14◦ = ◦
= = 4, 1339 44 0.6947 0.7193 0.9657
sin 14 0, 2419 45 0.7071 0.7071 1.0000
46 0.7193 0.6947 1.0355
1 1 47 0.7314 0.6820 1.0724
(e) sec 84◦ = = = 14, 3266 48 0.7431 0.6691 1.1106
cos 84◦ 0, 0698 49 0.7547 0.6561 1.1504
50 0.7660 0.6428 1.1918
1 1 51 0.7771 0.6293 1.2349
(f) cot 5◦ = = = 11, 4286 52 0.7880 0.6157 1.2799
tan 5◦ 0, 0875 53 0.7986 0.6018 1.3270
54 0.8090 0.5878 1.3764
55 0.8192 0.5736 1.4281
56 0.8290 0.5592 1.4826
Também pode-se determinar o ângulo, conhecido um razão trigonométrica. 57 0.8387 0.5446 1.5399
Numa calculadora científica, pressiona-se sucessivamente 58 0.8480 0.5299 1.6003
59 0.8572 0.5150 1.6643
60 0.8660 0.5000 1.7321
61 0.8746 0.4848 1.8040
62 0.8829 0.4695 1.8807
63 0.8910 0.4540 1.9626
64 0.8988 0.4384 2.0503
Exemplo 2.4 Determine um valor aproximado, com 0 c.d., do ângulo 65 0.9063 0.4226 2.1445
66 0.9135 0.4067 2.2460
α que verifica: 67 0.9205 0.3907 2.3559
68 0.9272 0.3746 2.4751
69 0.9336 0.3584 2.6051
70 0.9397 0.3420 2.7475
(a) sin α = 0, 5 (b) tan α = 6, 37 (c) cos α = 0, 083 71 0.9455 0.3256 2.9042
72 0.9511 0.3090 3.0777
73 0.9563 0.2924 3.2709
74 0.9613 0.2756 3.4874
75 0.9659 0.2588 3.7321
Resolução: Nestes casos, a calculador dá-no um valor mais preciso: 76 0.9703 0.2419 4.0108
77 0.9744 0.2250 4.3315
(a) sin α = 0, 5 ⇔ α = 30◦ 78 0.9781 0.2079 4.7046
79 0.9816 0.1908 5.1446
80 0.9848 0.1736 5.6713
(b) tan α = 6, 37 ≈ 81◦ 81 0.9877 0.1564 6.3138
82 0.9903 0.1392 7.1154
83 0.9925 0.1219 8.1443
(c) cos α = 0, 083 ≈ 85◦ 84 0.9945 0.1045 9.5144
85 0.9962 0.0872 11.4301
86 0.9976 0.0698 14.3007
87 0.9986 0.0523 19.0811
88 0.9994 0.0349 28.6363
89 0.9998 0.0175 57.2900

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2. Trigonometria

2.4 Razões trigonométricas de ângulos complemen-


tares

Consideremos o triângulo [ ABC ] retân- C


gulo em B. Os ângulos agudos α e β
são complementares (porque α + β = 90◦ ), β
b
portanto α = 90◦ − β. Temos: a
a
sin (90◦ − β) = sin α = = cos β α
b
A c B
c
cos (90◦ − β) = cos α = = sin β
b

De um modo geral, se β = 90◦ − α temos:

sin α = cos β sin α = cos (90◦ − α)


cos α = sin β cos α = sin (90◦ − α)
tan α = cot β tan α = cot (90◦ − α)
cot α = tan β cot α = tan (90◦ − α)
Assim, conhecidas as razões trigonométricas de um ângulo podemos
conhecer as do seu complementar.

Exemplo 2.5 Complete:

(a) sin 30◦ = cos . . . (b) tan 10◦ = . . . 80◦

E. 5. Complete o seguinte quadro:


Resolução: Verificamos que os ângulos são complementares.
α 30◦ 45◦ 60◦
√ √
(a) Como o seno de um ângulo é igual ao co-seno do seu complementar e 1 2 3
sin α
2 2 2
(90◦ − 30◦ = 60◦ ), vem: sin 30◦ = cos 60◦ . cos α

(b) 80◦ + 10◦ = 90◦ , logo tan 10◦ = cot 80◦ .

Exemplo 2.6 Determine x de modo que:


x + 20◦
 
cos (2x + 10◦ ) = sin .
2

E. 6. Determine x de modo que:


Resolução: Sendo e seno e o co-seno iguais, os ângulos são complementa-
(a) sin (2x + 10◦ ) = cos 20◦
res, por isso x 
(b) tan + 10◦ = cot ( x − 5◦ )
2
x + 20◦
2x + 10◦ + = 90◦ ⇔ 4x + 20◦ + x + 20◦ = 180◦
2
⇔ 5x = 180◦ − 40◦
⇔ 5x = 140◦ ⇔ x = 28◦

Logo x = 28◦

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2. Trigonometria

2.5 Resolução de triângulos


Cada triângulo tem seis elementos, ou seja, três lados e três ângulos.
Chama-se resolver triângulo ao processo de determinação do compri-
mento de todos os lados e das amplitudes de todos os ângulos da de um
triângulo retângulo.

Para resolver triângulos retângulos existem dois casos a serem considera-


dos:

1. Quando dois lados são dados;

2. Quando um lado e um ângulo agudo são dados.

Para resolver triângulo do 1º caso, aplicamos o Teorema de Pitágoras na


determinação do comprimento lado desconhecido.

Exemplo 2.7 Seja [ ABC ] um triângulo retângulo em B, com BC =


20, AC = 40, resolva o triângulo.

E. 7. Resolva o triângulo [ DEF] retân-


Resolução: Aplicamos O Teorema de Pitágoras para determinar AB: gulo em E se:

C (a) DE = 9 e EF = 7
2 2 2 2 2 2
AC = BC + AB ⇔ AB = AC − BC (b) DF = 6 e DE = 5
2 40
⇔ AB = 1600 − 400 20

⇔ AB = 1200
A B
⇔ AB ≈ 34, 6

b = 20 = 0, 5
Também temos sin A
40
b = 30◦ e C
Portanto A b = 90◦ − A
b = 90◦ − 30◦ = 60◦ .

No próximo exemplo veremos o caso em que se conhece o comprimento


de um lado e a amplitude um ângulo agudo.

Exemplo 2.8 Sendo  = 30◦ e AB = 5cm, resolva o triângulo [ ABC ]


retângulo em B.

E. 8. Num triângulo [ ABC] retângulo


Resolução: Sendo Bb = 90◦ e Ab = 30◦ então Cb = 90◦ − 30◦ = 60◦ . em C, temos B b = 25◦ e
AB = 100.
Para determinar BC, fazemos A Resolva o triângulo.

BC
tan 30◦ = ⇔ BC = 5 · tan 30◦ ⇔ BC ≈ 2, 89 cm. 30◦
5 5
Para determinar AC fazemos

5 5 C B
cos 30◦ = ⇔b= ⇔ AC ≈ 5, 77 cm.
AC cos 30◦

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2. Trigonometria

2.6 Problemas trigonométricos


Os conceitos apreendidos nas sessões anteriores podem agora ser aplicados
à resolução de problemas reais sobre alturas e distâncias.
Será assumido que pelo uso de instrumentos as linhas necessárias e ângulos
podem ser medidos com precisão suficiente para os fins requeridos.

Exemplo 2.9 Um mastro fica em uma posição horizontal, e a 9 m de


um ponto no chão. O seu ângulo de elevação é de 60◦ . Determine a
altura do mastro.

E. 9. O ângulo de elevação do topo de


Resolução: Seja x o comprimento do mastro. Então, uma chaminé a uma distância de
91 m é 30◦ . Determine sua altura.

x x E. 10. Do mastro de um navio de 47 m


tan 60◦ = ⇔ 1, 7321 = de altura um outro barco é obser-
9 9
⇔ x = 9 × 1, 7321 x vado com um ângulo de depres-
são 30◦ . Determine a sua distan-
⇔ x ≈ 15, 59 cia ao navio.

60◦
Assim, a altura do mastro é aproximadamente E. 11. Encontre o ângulo de elevação
15, 59 m. 9m do Sol quando a sombra de um
poste de 2 metros de altura tem
3, 5 m de comprimento.

Exemplo 2.10 De um barco vê-se a luz de um farol segundo um


ângulo de 20◦ com a horizontal. Sabendo que o farol tem 50 m de
altura desde o nível da água do mar:

(a) Calcule a distancia do barco até o farol.

(b) Calcule a distancia do barco até ao topo do farol.

E. 12. ...
Resolução: De acordo com o esquema, determinamos as distâncias x e y.

(a) Para determinar a distância x, do barco até o farol fazemos

50 50 y
tan 20◦ = ⇔ 0, 3640 =
x x 50 m
⇔ 0, 3640x = 50 ◦
20
50
⇔ x=
0, 3640
x
⇔ x ≈ 137, 4

A distância entre o barco e o farol é, aproximadamente, 137, 4 m.

(b) Para determinar y, fazemos


50 50
sin 20◦ = ⇔ 0, 3420 = ⇔ 0, 3420y = 50
y y
50
⇔ y= ⇔ y ≈ 146, 2
0, 3420
A distância entre o barco e o topo farol é, aproximadamente, 146, 2 m.

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2. Trigonometria

2.7 Relação entre as razões trigonométricas de um


mesmo ângulo agudo
As relações trigonométricas são muito úteis sempre que estivermos simpli-
ficando uma expressão ou demonstrando uma identidade.

No triângulo [ ABC ] retângulo em A e α um seu ângulo agudo, tem-se:

C
a
a sin α c
a
tan α = = c =
b b cos α α
c A b B

Sendo α um ângulo agudo de um triângulo retângulo qualquer,


tem-se que
sin α
tan α =
cos α

Fórmula Fundamental da Trigonometria

Sendo α um ângulo agudo de um triângulo retângulo qualquer,


tem-se que
sin2 α + cos2 α = 1

A Fórmula Fundamental da Trigonometria deriva diretamente do Teorema


de Pitágoras. Com efeito, em relação ao triângulo [ ABC ] acima, temos:
 2
2 2
 a 2 b a2 b2 a2 + b2 c2
sin α + cos α = + = 2+ 2 = = = 1.
c c c c c2 c2

Logo,
sin2 α + cos2 α = 1.

A fórmula acima é conhecida como Fórmula Fundamental da Trigonome-


tria. Permite-nos determinar o sin α se conhecermos o cos α e vice-versa.

Exemplo 2.11 Seja sin α = 0, 6 e α um ângulo agudo. Determine


cos α e tan α.

E. 13. Determine
Resolução: Sabemos que α um ângulo agudo. Podemos então aplicar a
cot α + 4 tan α,
FFT. Com efeito,
2
sabendo que sin α = .
2 2 2 2 3
sin α + cos α = 1 ⇔ 0, 6 + cos α = 1
⇔ cos2 α = 1 − 0, 62 ⇔ cos2 α = 1 − 0, 36 E. 14. Verifique se existe um ângulo α,
√ de modo que:
⇔ cos2 α = 0, 64 ⇔ cos α = 0, 64
1 3
⇔ cos α = 0, 8 (a) sin α =
2
e cos α =
4
4 3
Sabemos agora que sin α = 0, 6 e que cos α = 0, 8, portanto temos: (b) sin α = e cos α =
5 5

sin α 0, 6
tan α = = = 0, 75
cos α 0, 8

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2. Trigonometria

Fórmulas secundárias

sin2 α cos2 α 1
sin2 α + cos2 α = 1 dividindo por sin2 α vem + =
sin2 α sin2 α sin2 α
1
1 + cot2 α = ou 1 + cot2 α = csc2 α
sin2 α

sin2 α cos2 α 1
sin2 α + cos2 α = 1 dividindo por cos2 α vem + =
cos α cos2 α
2 cos2 α
1
tan2 α + 1 = ou tan2 α + 1 = sec2 α
cos2 α

Exemplo 2.12 Simplifique cada uma das expressões:

(a) (sin θ + cos θ )2 + (sin θ − cos θ )2


1
(b)
cos θ
+ sin θ
tan θ

E. 15. Simplifique o mais possível, as


Resolução: Em ambos os casos, desenvolvemos as operações apresentadas: seguintes expressões:

(a) sin2 α cot2 α + cos2 α tan2 α


(a) Aplicamos os casos notáveis da multiplicação:
2 sin θ cos θ − cos θ
(b)
2 2 1 − sin θ + sin2 θ − cos2 θ
(sin θ + cos θ ) + (sin θ − cos θ )
(c)
= sin2 θ + 2 sin θ cos θ + cos2 θ + sin2 θ − 2 sin θ cos θ + cos2 θ (sec θ + tan θ − 1) (sec θ − tan θ + 1)
 
= 2 sin2 θ + 2 cos2 θ = 2 sin2 θ + cos2 θ = 2(1) = 2

(b) sssss
1 1 1
= = 2
cos θ cos θ cos θ
+ sin θ + sin θ + sin θ
tan θ sin θ sin θ
cos θ
1 1
= =
cos2 θ sin2 θ cos2 θ + sin2 θ
+
sin θ sin θ sin θ
1
= = sin θ
1
sin θ

1
Exemplo 2.13 Mostre que cot β × cos β + sin β =
sin β
com 0◦ < α < 90◦ .

E. 16. Prove as seguinte identidades:


Resolução:
(a) sin2 α · cot2 α + cos2 α ·
cos β cos2 β tan2 α = 1
cot β × cos β + sin β = × cos β + sin β = + sin β
sin β sin β (b) cos α · tan α = sin α
2 2 1
cos2 β sin β cos2 β + sin β 1 (c) tan2 γ = −1
= + = = cos2 γ
sin β sin β sin β sin β
(d) (sin α + cos α)2 +
2 sin α cos α = 1

Sebenta da Matemática 10º Ano | ESACS - 2019/20 Página 31


FICHA DE EXERCÍCIOS 2. TRIGONOMETRIA

Geometria do triângulo. Revisão 6. O triângulo [ LUZ ] é equilátero e tem 6 cm de lado.


ZH é a altura relativa a base [ LU ].
1. Relativamente ao triângulo [ ABC ], indique a letra
Z (a) Determine ZH;
minúscula que representa o comprimento:
(a) do cateto oposto a α; C 60◦
(b) Determine, com duas
(b) da hipotenusa do triângulo; 6 cm 30 ◦
6 cm
casas decimais as razões
β
trigonométricas
(c) do cateto adjacente a α; b a
60◦ 60◦ do ângulo:
(d) do cateto adjacente a β;
α L H U • H ẐU
(e) do cateto oposto a β. c
6 cm
A B
2. Mostre que são retângulos os seguintes triângulos:
• H ÛZ
7. Determine o valor de todas seis razões trigono-
42 métricas do ângulo A
beB
b no triângulo retângulo
17 [ ABC ] abaixo
8
(a) (c)
40 B
58
15
c
a
12 5
(b)

13 A b C

Razões trigonométricas de um ângulo agudo (a) a = 5, b = 12, c = 13


(b) a = 8, b = 15, c = 17
3. O triângulo [ TEU ] é retângulo em T (Figura abaixo):
(c) a = 7, b = 24, c = 25
U (d) a = 20, b = 21, c = 29
β (e) a = 9, b = 40, c = 41
15 cm √
9 cm (f) a = 1, b = 2, c = 5
(g) a = 1, b = 3
α
T E (h) a = 2, b = 5
(i) a = 5, c = 6
(a) Determine TE;
(j) b = 7, c = 8
(b) Calcule as razões trigonométricas de α;
(c) Calcule as razões trigonométricas de β.
Tabelas trigonométricas. Calculadoras
4. Considere um triângulo [UVA], retângulo em U,
8. Utilizando a tabela ou uma calculadora, determine
sendo UV = 12 cm e U A = 5 cm.
um valor aproximado para:
(a) Calcule VA;
(b) Representando por θ a amplitude do ângulo (a) sin 15◦ (d) cot 42◦
UVA (ou seja, ângulo V), b determine, com 4 ca- 5
(b) 4 tan 53◦ + (e) csc 30◦
sas decimais, sin θ, cos θ e tan θ. sin 19◦
(c) cos 73◦ − sin 17◦ (f) sec 38◦
5. Determine o conjunto dos valores que b pode as-
sumir, sendo x um ângulo agudo, para que tenha 9. Determine γ, sendo γ um ângulo agudo:
sentido a expressão:
(a) cos γ = 0.4014
(a) tan x = −2b + 1 (b) sin x = 3b − 1 (b) tan γ = 0.2750

32
Razões trigonométricas de ângulos complementa- (a) Primeiro Triângulo: (b) Segundo triângulo:
res H P A
7 cm ◦
G 62
10. Complete: 53◦ 5 cm
I
(a) sin 10◦ = cos . . . (d) cos 29◦ = . . . 61◦
F
(b) sin 15◦ = cos . . . (e) cos 20◦ = . . . 70◦
(c) cot (90◦ − x ) = (f) tan 30◦ = cot . . .
tan . . . (g) cot . . . = tan 18◦ Resolução de triângulos

16. Uma escada está encostada a 3 metros do poste. A


11. Escreva o número dado como uma razões de trigo- escada mede 15 metros. Quanto mede a altura do
nométrica de um ângulo agudo menos que 45◦ . poste?

(a) sin 87◦ (c) cos 46◦ (e) sec 77◦ 17. Qual é a distância entre o ponto A e o ponto B?
◦ ◦
(b) sin 53 (d) tan 66 f (x)
B
12. Escreva o número dado como uma razões de trigo- 8
nométrica de um ângulo agudo menos que 45◦ . 7
6
(a) sin 1◦ (c) tan 26◦ (e) csc 43◦ 5
(b) cos 13◦ (d) cot 10◦ 4
3
A C
13. Representando por α a amplitude de um ângulo, 2
determine α de modo que: 1
  x
1 1 2 3 4 5 6
(a) sin α + 10◦ = cos(α − 30◦ )
2
(b) tan(2α) = cot(α + 30◦ )

18. Para cada um dos triângulos determine a ampli-


Resolução de triângulo tude dos ângulos agudos:
14. Em cada um dos triângulos retângulos determine
(a) Triângulo 1:
x:
β 3 cm
(a) Primeiro triângulo
α
6 cm
x cm (b) Triângulo 2:
3 cm
3 cm
40◦ α

(b) Segundo triângulo 5 cm


β
10 cm
(c) Triângulo 3:
22◦
x cm α 8 cm
3 cm
(c) Terceiro triângulo β

x cm 19. No triângulo [ ABC ] foi desenhado o segmento


◦ [ BD ] perpendicular a [ AC ]. Determine BD, sa-
30
bendo que A b = 30◦ , C
b = 120◦ e AC = 20.
12 cm
15. Calcule o perímetro de cada um dos triângulos: 20. Resolva o triângulo da figura abaixo, dado as con-

33
dições: 40◦ quando o observador avança 75 m até a base
B da árvore.
30. Um homem andou 500 m numa subida com incli-
c nação 20◦ em relação ao horizonte. A que altura se
a
encontra relativamente o ponto de partida?
31. Um árvore quebrada pelo vento forma um triân-
A b C gulo retângulo com o solo. Se a parte quebrada
faz um ângulo de 50◦ como o solo e a copa da ár-
vore está agora a 6 m da sua base, que altura atem
(a) a = 5, b = 12 (f) b = 1, c = 2
b = 35◦ árvore?
(b) c = 6, B b = 26◦
(g) b = 3, A
(c) b = 2, Ab = 8◦ 32. Dois edifícios de cobertura plana distam 18 m. Do
b = 8◦
(h) a = 2, B tecto do mais baixo de 12 m de altura, o ângulo de
(d) a = 2, c = 7
b = 26◦ b = 45◦ elevação da borda do teto mais alto é 40◦ . Qual é a
(e) a = 3, A (i) c = 2, A
altura do edifício mais alto?

Problemas trigonométricos 33. Um avião de ataque a incêndios florestais passa


sobre um lago onde enche os seus depósitos de
21. A uma distância de 27 metros do pé de uma torre, água para, depois de subir com uma inclinação
o ângulo de elevação do topo é 30◦ . Determine a constante de 7◦ até 1000 m do nível da água do
altura da torre e a distância do observador até ao lago, ir despejá-los sobre um foco de incêndio. A
topo. que distância do lago, aproximada aos quilómetros,
22. Uma escada de 13 metros de comprimento alcança está a mata a arder?
o topo de uma parede. Dado que a escada faz um 34. Calcule o perímetro da figura:
ângulo de 60◦ com a parede, encontre a altura da
15
parede, e a distância do pé da escada a parede.
12
23. Dois mastros medem 12 metros e 18 metros de al-
tura e a linha juntando seus topos faz um ângulo 30◦
de 33◦ com o horizonte. Determine a distância
entre os dois mastros. 35. Numa floresta, as alturas em que estão os topos
de duas árvores A e B são respectivamente 12 m e
24. Determine a distância do observador do topo de
18 m. Do ponto A vê-se o ponto B sob um ângulo
um penhasco que tem 120 metros de altura, dado
de 30◦ com relação ao plano horizontal.
que o ângulo de elevação é 41◦ .
Determine a distancia d entre os topos das árvores.
25. Um edifício projeta uma sombra de 150 m. Quando
o sol forma um ângulo de 20◦ sobre o horizonte,
calcule a altura do prédio.

26. Uma árvore mede 5 m de altura e projeta uma


sombra 7 m. Determine o ângulo de elevação do
sol.

27. Uma escada está apoiada contra a parede de um


edifício e sua base se encontra a uma distância de
2, 5 m do edifício. A que altura está o extremo su-
perior da escada e qual é o seu comprimento se o
ângulo forma com o solo é de 70◦ ? 36. Um copo com 12 cm de al-
tura e dentro dele há um ca-
28. Do alto de um farol, de 120 m sobre o nível da água
nudinho, como mostra a fi-
do mar, o ângulo de depressão de um bote é de
gura. Qual o comprimento
15◦ . A que distância está o bote do farol?
aproximado desse canudinho
29. Determine a altura de uma árvore, se o ângulo de sabendo que 6 cm dele estão
elevação da sua parte superior muda de 20◦ para fora do copo?

34
37. Qual é a altura dessa árvore? elevação e encontra agora 20◦ .

20◦ 25◦

152 122 x

Quão alta é a montanha?

38. A figura mostra duas escadas que estão encostadas 42. Um balão a 1305 m acima do solo mede um ângulo
em dois muros. distância entre os muros? de depressão de 24◦ a partir de sua linha horizontal
de visão até a base de uma casa no solo.

24◦

1305 m

θ
x

39. Observe a figura: Assumindo que o solo é plano, a que distância do


solo fica a casa do balão?

43. Um observador no topo de uma montanha 5 km


acima do nível do mar mede um ângulo de depres-
são de 3◦ para o horizonte do oceano. Use isso
para estimar o raio da terra.

A B
3 3◦
H
r
θ r

(a) Qual é o comprimento da rampa?


(b) Qual é a distância do inicio da rampa ao bar-
ranco?
44. De uma posição de 46 m acima do solo, um obser-
40. Uma pessoa que
vador em um prédio, mede ângulos de depressão
mede 1, 75 me- x de 12◦ e 34◦ para o topo e a base, respectivamente,
tros observa o de um edifício menor, como na figura abaixo.
topo de um 32◦
30
poste de eletri- 1, 75 m
cidade a 30 me- 12◦
34◦
tros deste, com um ângulo de elevação de 32◦ .
46
Determine a altura do poste. h

41. Uma pessoa em pé a 122 m da base de uma monta-


nha mede o ângulo de elevação do chão ao topo da Use isso para encontrar a altura h do prédio menor
montanha para encontrando 25◦ . A pessoa anda
152 m em frente e mede o de novo o ângulo de 45. A figura abaixo mostra um cubo cujos lados são de

35
comprimento a > 0. 51. Prove as seguintes identidades:

(a) sin β cot β = cos β


A
(b) (1 + tan2 α)(1 − sin2 α) = 1
(c) cos φ tan φ = sin φ
θ
B
 
(d) 1 − cos2 θ sec θ = tan2 θ
1
(a) Encontre o comprimento do segmento de linha cot θ = sin θ
(e)
diagonal AB. tan θ
(b) Encontre o ângulo ? que AB faz com a base do sin θ
cubo. 1 2
(f) tan β + cot β + =
sin β cos β sin β cos β
Relação entre as razões trigonométricas (g) (1 − cos2 θ )(1 + tan2 θ ) = tan2 θ

1 (h) sin2 α(1 + cot2 α) = 1


46. (a) Sendo sin α = , determine cos α e cot α
2 (i) (1 − cos2 α)(1 + cot2 α) = 1
4
(b) Sendo tan α = , determine sin α e cos α cos α 1
3 (j) + sin α =
(c) Se 25 sin α = 7, determinep tan α e sec α tan α sin α
m
(d) Se sin α = , mostre que n2 − m2 · tan α = m. (k) csc2 θ tan2 θ − 1 = tan2 θ
n
(l) (1 + tan2 α) cos2 α = 1
47. Expresse todas as razões trigonométricas de um
angulo agudo β em função sinβ (m) cot2 θ (1 − cos2 θ ) = cos2 θ

48. Expresse todas as razões trigonométricas de um (n) cot ω sec ω = csc ω


angulo agudo β em função cosβ (o) sin2 θ sec2 θ = sec2 θ − 1
49. Expresse todas as razões trigonométricas de um (p) sin λ sec λ = tan λ
angulo agudo β em função tanβ (q) cot α sec α sin α = 1
50. Determine os valores das outras cincos razões tri- 1 1
(r) + =1
gonométricas de um ângulo agudo α dado o valor sec2 α csc2 α
de uma das razões trigonométricas: sec α tan α
(s) − =1
cos α cot α
3 5 p
(a) sin α = (d) tan α = (t) tan α 1 − sin2 α = sin α
4 9 p
2 (e) tan α = 3 (u) csc α 1 − sin2 α = cot α
(b) cos α = 7
3
p
(f) sec α = (v) cos α csc α sec2 α − 1 = 1
2 3 p p
(c) sin α = (g) csc α = 3 (w) cos α cot2 α − 1 = csc2 α − 1
4

36
3 R ADICAIS

3.1 Raiz índice n de a


2
Como√ 4 = 16, diz-se que 4 é a raiz
2
quadrada positiva de 16, e escreve-se
4 = 16. Também, como (−4) =√16, diz-se que −4 é a raiz quadrada
negativa de 16 e escreve-se −4 = − 16;

3
Sendo 23 = 8, diz-se que 2 é a raiz cúbica de 8, escrevendo-se 2 = 8.

Sendo n ∈ N e a ∈ R, chama-se raiz índice n de a a todo o número


x que verifica a condição
x n = a.

Indica-se esse número pela notação


√n
a

que se lê: "raiz de índice n do número a", ou simplesmente: "raiz índice n


de a".

Notação: Chama-se radical a uma expressão do tipo n a, em que:

• xx é o símbolo de radical;

• n é o índice do radical;

• a é o radicando.

Da definição conclui-se que: Em resumo:

• Só existem raízes de índice par de números não negativos. Os nú- xn = a


meros positivos tem duas raízes de índice par: uma positiva e outra  √
n
negativa.  x = ± a se n é par e a > 0


n

n  x=√
 n
a se n é ímpar
x =a⇔x=± a ( a > 0 e n par )

• Existe uma única raiz de índice ímpar de qualquer número positivo


ou negativo.

xn = a ⇔ x = n
a (n é ímpar)

n
• A raiz índice n de zero é zero. 0 = 0.
Pois x n = 0 ⇔ x = 0.

n
• A potencia de expoente n e base a é a, a > 0.

n
n
a = a, ( a > 0)
3. Radicais

√ √ n
Pois se x n = a ⇔ x = n
a, logo n
a = a.

1
• A raiz índice 1 de qualquer número é o próprio número. a=a
Pois, a1 = a.

Convenções:
√ √
• 2 a escreve-se a;
√ √
• b × n a escreve-se b n a.

Exemplo 3.1 Resolva, em R, as seguintes equações:

(a) x8 = 15 (b) 2x3 = −16


E. 1. Resolva, em R, cada uma das se-
guintes equações:
Resolução: Aplicando a definição, temos
(a) x4 = 8
(b) x10 = −12
8 3
(a) x = 15 √ (b) 2x = −16 (c) x2 − 5 = 0
8
⇔ x = ± 15 ⇔ 2x3 = −16 ⇔ x3 = −8 (d) 3x5 = 729

8

8 √
⇔ x = 15 ∨ x = − 15 (e) −5x8 = 0
n √ √ o ⇔ x = 3 −8 ⇔ x = −2
8 8 (f) 2x5 = −6
C.S = − 15, 15 . C.S = {−2}.
(g) 2x6 = 1458

Exemplo 3.2 Resolva, em R, as equações:

(a)
16
− t4 = 0 (b) 4( x + 3)2 = 1600
81
E. 2. Resolva, em R, as seguintes:
Resolução: Temos que escrever a equação na forma xn = a: (a) ( x − 4)3 = 64
(b) ( x + 6)4 = 256
(c) (2x − 3)4 = 625
(a)
16
− t4 = 0 (b) 4( x + 3)2 = 1600 x5
81 1600 (d) + 81 = 0
6
16 ⇔ ( x + 3)2 =
⇔ − t4 = − 4 1 3
 
x 27
81 (e) − =
⇔ ( x + 3)2 = 400 2 3 8
16 √
⇔ t4 = (f) 4y3 = 125 − y3
81 ⇔ x + 3 = ± 400
r
4 16 ⇔ x + 3 = ±20
⇔t=±
81 ⇔ x + 3 = 20 ∨ x + 3 = −20
2
⇔t=± ⇔ x = 20 − 3 ∨ x = −20 − 3
3
2 2 ⇔ x = 17 ∨ x = −23
⇔ t = ∨t = −
3  3
 C.S = {−23, 17}.
2 2
C.S = − , .
3 3

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3. Radicais

3.2 potências de expoente fraccionário RECORDAR:


√
3
3  2
3 √
3 2
Observemos que: 52 = 52 e 53 = 52 , logo 52 = 5 3 .
Se a, b ∈ R, m, n ∈ N então:
P1: am · an = am+n
√ am
O radical
n
am escreve-se como potência de expoente fraccionário, P2: am ÷ an = n = am−n com a 6= 0
a

n m m
 m  P3: am · bm = ( a · b)m
a = an a > 0, n ∈ N, ∈ Q . am  a m
n P4: am ÷ bm = m = com
b b
b 6= 0
P5: ( am )n = am·n
 n
Exemplo 3.3 Use a fórmula deduzida acima para: 1 1
P6: a−n = = com a 6= 0
an a
√ √
r
3 4 1
(a) Escrever na forma de potência: 2, 3−1 e
5
1 1 3
(b) Escrever sob a forma de um radical: 3 4 , 6− 2 e 5− 4 .

E. 3. Expresse cada número na forma


de potência cuja base é um nú-
Resolução: Usando a fórmula, temos: mero primo:

 1 √ 1
√ √
r
1 1 1 2 (a) 5 (e) √
3 4 − 14 √ 3
(a) 2=2 , 3 3−1 =3 , e = (b)
3
27
9
5 5 q√
3
(c) 2
√ √ √
r r 2
1 1

1 4 − 12 − 34 4 4 √ 2 1
(b) 3 =4 3, 6 = 6−1 = e 5 = 5−3 = . (d)
3
22 (f) √
4
6 53 8

A seguir veremos o caso em que o índice do radical é igual ao expoente do


radicando, sendo a base qualquer numero real. Notemos que:

n par n impar
q q
3
(−2)2 = 2 = | − 2| (−2)3 = −2
q q
4 5
(−5)4 = 5 = | − 5| (−5)5 = −5

De um modo geral

√  | a|
 se n é par e a ∈ R
n
an =
se n é ímpar e a ∈ R

 a

Exemplo 3.4 Simplifique os radicais, eliminando o símbolo de radi-


cal se possível:
√6

3

4
(a) 64 (b) 274 (c) 812

E. 4. Simplifique os radicais seguintes:



4
Resolução: Usando a definição acima, vem: (a) 812

3
√6

6
(b) 27−4
(a) 64 = 26 = |2| = 2; √
4
(c) 92
√ q q
3
(b) 274 = (33 )4 = (34 ) = 34 = 81;
3 3 3

√ q
3
q q
2

(c) 163 = ( 24 ) = (2)12 = (26 ) = 26 = 64.

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3. Radicais

RECORDAR:
Números primos são números naturais
3.3 Radicais equivalentes que tem como divisores apenas o 1 e o
próprio número.
Exemplo: 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, . . .
Os números que não são primos são
chamados números compostos.
Radicais equivalentes são aqueles que designam o mesmo número.
Exemplo: 4, 6, 8, 9, 10, 12, 14, . . .

Notemos que,
√3 2 2×2 √
3×2

6
• 52 = 5 3 = 5 3 × 2 = 52×2 = 54
√6 3 3÷3 √
6÷3 √
• 73 = 7 6 = 7 6 ÷ 3 = 73÷3 = 7
√ √
2×6

12
• 53 = 53 × 6 = 518 .

Se multiplicarmos ou dividirmos o índice do radical e o expoente


do radicando por um mesmo número natural obtemos um radical
equivalente.
√n m

n× p m× p
• a = a
√n m

n÷ p m÷ p
• a = a
n
Com a > 0, n, p ∈ N, m ∈ Z e ∈N
p

Esta propriedade tem duas aplicações: permite simplificar radicais e redu-


zir radicais ao mesmo índice.


10 √
3
Exemplo 3.5 Simplifique 25 e 64.

E. 5. Simplifique
Resolução: Depois de decompor o radicando, divide-se o índice e o expo- √
12

4
(a) 81 (d) 4
ente do radicando pelo máximo divisor comum (MDC) a estes : √
6

7
(b) 64 (e) −128
√ √ √ √
3

5
10 10÷5 (c) 26 (f) 220
25 = 25÷5 = 2
√3

3

3÷3

1
64 = 26 = 26÷3 = 22 = 22 = 4.


4
√ √
6
Exemplo 3.6 Escreva, por ordem crescente: 4; 3e 6.

E. 6. Reduza ao mesmo índice e es-


creva, por ordem decrescente, os
Resolução: Para comparar os números, vamos reduzir os radicais ao radicais:
mesmo índice: √ √ 3
√5
(a) 2; 5; 3
Sendo o MMC (4, 2, 6) = 12 tem-se: √3
√ √6
(b) 15; 4; 103
√ √ √ √5 √4

4 4×3 12 (c) 72 ; 64; 81
4= 43 = 64;
√ √
2×6

12 √
12
3= 36 = 36 = 729;

6

6×2 √
12
6= 62 = 36.

Como os radicais têm o mesmo índice, o maior número corresponde ao radical


com maior radicando. √ √ √
6 4
Logo, por ordem crescente, vem: 6; 4; 3.

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3. Radicais

3.4 Multiplicação e divisão de radicais


Para multiplicar ou dividir dois radicais é necessário que eles tenham o
mesmo índice.

Multiplicação

Analisemos, paralelamente, um caso concreto e o caso geral, procurando


assim uma fórmula para calcular o produto de radicais.


3 1 √
n 1
5 = 53 a = an

3 1 √
n 1
7 = 73 b = bn

3

3 1 1 √n

n 1 1
5 · 7 = 53 · 73 a b = an · bn
1 1
= (5 · 7) 3 = ( a · b) n
√3
√n
= 5·7 = a·b
√3
√n
= 35. = a·b

Logo,

O produto de dois radicais com o mesmo índice e radicandos


positivos é outro radical com o mesmo índice e radicando igual ao
produto dos radicandos.
√ √
n

n
n
a, b ∈ R+ , n ∈ N .

a· b = a·b

Lendo em sentido contrário, podemos afirmar que:


"A raiz dum produto é igual ao produto das raízes do mesmo índice dos
factores".

Exemplo 3.7 Calcule e simplifique:


√ √ √
3

3

3
(a) 3 · 12 (b) 2a · b · c2
E. 7. Efetue as seguintes multiplica-
ções e simplifique os resultados:
Resolução: Aplicando a regra da multiplicação de radicais com o mesmo √ √
(a) 28 × 7
índice, temos: √3
√3
(b) 16 × 4
√ √ √ √ √ √
(a) 3 · 12 = 3 · 12 = 36 = 6 (c) (4 − 3) 3
√ √ √ √
√3
√3 3 3 (d)
3 3
2c2 × 3 bc
(b) 2a · b · c2 = 2abc2

Divisão

De modo idêntico vamos tratar a divisão.



4 1
8 = 84

4 1

n 1
2 = 24 a = an
√  1 √
n 1
1
4
8 84 8 4 b = bn

4
= 1 = √ 1
2 24 2 n
a an
√ =

r n 1
4 8 4 b bn
= = 4 a1
2
r
√ √ n a
4÷2 = = n .
= 22÷2 = 2. b b

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3. Radicais

Logo,

O quociente de dois radicais com o mesmo índice e radicandos


positivos é outro radical com o mesmo índice cujo radicando é o
quociente dos radicandos.

√ √
√ n
r
n a n a
n
a, b ∈ R+ , n ∈ N .

a÷ b = √ n
=
b b

Se lermos em sentido contrario, podemos afirmar que:


"A raiz dum quociente é o quociente das raízes do mesmo índice do
dividendo e do divisor".

Exemplo 3.8 Calcule e simplifique:


√ √
3 2 4
16 a b
(a) √ (b) √3
25 bc
E. 8. Efetue as seguintes divisões e
simplifique os resultados:
Resolução: Aplicamos a regra de divisão de radicais com o mesmo índice √ √
(a) 63 ÷ 7
e obtemos: √
3
√ r s
 2 (b) √
16 16 4 4 12
(a) √ = = = √
25 25 5 5 2 6 27
(c) √ 4
√ r r 9
3 2 4 2 4 2 3
a b 3 a b 3 a b
r r
3 27
(b) √ 3
= = (d) ÷
bc bc c 5 125

No exemplo a seguir efetuamos simultaneamente, a multiplicação e divisão


de radicais com o mesmo índice.


3

2× 3 8
Exemplo 3.9 Calcule e simplifique √
3
.
2

E. 9. Efetue as seguintes operações:


√ √ √
Resolução: Como os índices dos radicais são todos iguais efetuamos: (a) 2 · 10 ÷ 5
√ √
√ √ √ √
4
16 · 4 4
3 3 3 (b) √
2× 3 8 2 × 23 2

3
= √3
2 2

3
2 × 23
= √ 3
2
r
2 × 23
3
=
2

3
= 2 3

=2

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3. Radicais

Quando pretendemos multiplicar ou dividir radicais que não tem o mesmo


índice, em primeiro lugar reduzimos os radicais ao mesmo índice e aplica-
mos as regras deduzidas anteriormente.

Exemplo 3.10 Calcule e simplifique:


√ √ √ √ √
5× 3 2 3
5× 6 2 3
2
(a) √6
(b) √4
(c) √ √
100 64 9
8÷ 3 4
E. 10. Depois de reduzir ao mesmo ín-
dice, calcule:
Resolução: Nesses casos, como os índices dos radicais não são todos √3
√6
(a) 5× 3
iguais, reduzimo-los ao mesmo índice: √ √3

4
(b) 2× 3× 4
√ √ √ √
5× 3 2 (c)
4
2÷ 3
6

(a) √6
mmc(2, 3, 6) = 6. √ √3

4
100 (d) 2× 3÷ 4
√ √ √ √ √
2×3 1 ×3

3×2 1 ×2
5× 3 2 5× 3 2 5 × 2 E. 11. Calcule e simplifique:
√6
= √ 6 2
= √6 2
100 2 ·5 2 2 ·5 2 √
4

√ √ √ √ 16 × 6 3
6 3 6 6 3 6 3 (a) √ √
5 × 22 5 · 22 5 · 22 2÷ 3 4
= √ 6 2
= √6
= √
6 √ √
2 · 52 22 · 52 22 · 52 3× 4 4
(b) √
6

3÷ 6 6
s

r
3 2 3
6 5 ·2 6 5 6 √ √
= = 2
= 5 5 8
2 × 42
2
2 ·5 2 5 (c) √ √
5
2 × 10 16

√ √
3
5× 6 2
(b) √4
mmc(3, 6, 2) = 6
64
√ √ √ √ √ √
3
5× 6 2 3
5× 6 2 3
5× 6 2
√4
= √4 6
= √
64 2 23

3×2 1 ×2

6

6 2

5 × 2 5 × 62
= √
2×3 3 ×3
= √6 9
2 2
s
5 2
r r
2
6 5 ×2
2
 
6 5 6
= = =
29 28 24
s
  2÷2 r
6÷2 5 3 5
= 4
= .
2 16

3
2
(c) √ √
9
8÷ 3 4

3
√3

3
2 2 2

9
√3
= √
9 3
√3 2
= √3
√3
8÷ 4 2 ÷ 2 2 ÷ 22
√3

3
2 2
= q = √ 3 −1
3 2 2
22
√ √
r
3 2 3
2 = 3 4.
= = 2
2−1

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3. Radicais

3.5 Potência de um radical e radical de um radical

Potência de um radical

Vamos escrever um radical e elevá-lo a um expoente


 √ 4  1 4 √ p  1 p
3 n
5 = 53 a = an ( a > 0)
4 √3 p √n
= 5 3 = 54 . = a n = ap.
Logo,

Para elevar um radical a um expoente, eleva-se o radicando a esse


expoente. √
√ p n
n
a = ap ( a > 0; n, p ∈ N).

Exemplo 3.11 Escreva sob a forma de um radical:


 √ 5 √5
3
6
(a) 2 (b) 32
E. 12. Escreva sob a forma de um radi-
cal:
Resolução: Usando a fórmula acima, vem:
 √ 5 r !2
3
 √ 5 √ √ 3 q √ (a) 2 3 ab2 c−3
6 (c)
= (32 )3 = 36
6 5 5 5 5
(a) 2 = 2 (b) 32 2
r !3 4
4 2

(b) 1
3 (d) √
3
7

Radical de um radical

À um radical cujo o radicando é também um outro radical chamamos


radical de um radical. Vamos escrever um radical de um radical e, recor-
rendo a escrita sob a forma de potência, procuremos o significado de tal
expressão.
q√ q  1
q√ q 1 n 1 1 n
3
  n p
3 4 1
2 = 24 = 24
1 3 a = a p = ap
1 √
12 1 √
= 2 12 = 2 = a np = np a

Logo,

O radical de um radical de um número positivo é outro radical cujo


índice é produto dos índices e o radicando é o mesmo número.
q√ √
n p
a = np a ( a > 0; n, p ∈ N).

Exemplo 3.12 Escreva sob a forma de um radical:


q√ q√
5 4
(a) 3 (b) 144
E. 13. Efetue e simplifique os resulta-
dos:
Resolução: Aplicando a fórmula de radical de um radical, vem: q√ q√ 14
3 3
q√
5 √
10
q√
4

4
(a) 2 (c)
7
8a3
(a) 3= 3 (b) 144 = 22 3
 √ 2
rq r
3 √ 4 3
(b) y (d) 3

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3. Radicais

3.6 Passagem de fatores para fora/dentro do radical

Passagem de um fator para fora de um radical



3
Consideremos o radical: a3 b2 c4 .
Aplicando a propriedade de multiplicação de radicais vem:

3

3

3
√3 √ √
3 √ √
3
a3 b2 c4 = a3 · b2 · c3 · 3 c = a · b2 · c · 3 c = ac b2 c

Para passar para fora de um radical todos os factores possíveis,


começa-se por decompor o radicando num produto de factores
primos e, em seguida, aplica-se a propriedade da multiplicação de
radicais.

Exemplo 3.13 Passe para fora de um radical todos os factores possí-


veis:
√ √
5
(a) 108 (b) 36 · 712
E. 14. Simplifique os radicais seguintes,
passando os fatores para fora do
Resolução: Comecemos por fatorizar os radicandos: radical:

(a) 98
(a) Notemos que 108 = 22 · 33 . Como se trata de uma raiz quadrada, √3
(b) 750
agrupamos
√ os factores
√ iguais aos pares.
√ √ √3
(c) 1080
Logo, 108 = 22 · 32 · 3 = 2 · 3 · 3 = 6 3. √
(d) 1331

(b) Atendendo a que 36 = 35 · 3 e que 712 = 75 · 75 · 72 , tem-se: (e)
4
2592


5

5

5 (f)
8
1024
36 · 712 = 35 · 3 · 75 · 75 · 72 = 3 · 7 · 7 · 3 · 72
√5

5
= 3 · 72 · 3 · 72 = 147 147

Passagem de um fator para dentro de um radical



n

n

n

n
a b = an · b = an · b ( a > 0, b > 0).

Um fator passa para dentro do símbolo do radical se elevado ao


índice da raiz e multiplicado pelo radicando.


Exemplo 3.14 Escreva na forma n a:
√ √
3
q √
(a) 2 3 (b) 3 · 52 5 (c)
3
2 3
E. 15. Efetue e simplifique o mais pos-
sível:
Resolução: Aplicando a definição acima, temos: √
5 4 80
√ √ √ (a) √
4

(a) 2 3 = 22 · 3 = 12; 125 · 5
√ √ 3
4 2
√ q √ √ 3 · 42
(b) 3 · 52 5 = 33 · (52 )3 · 5 = 33 · 56 · 5 = 33 · 57 ;
3 3 3 3 (b) p√
23
q√ p √ √
3
√ 2 4 · 6 125
q √
3 3 6 (c)
(c) 2 3= 23 · 3 = 24.  √ 4
3
2

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3. Radicais

3.7 Adição algébrica de expressões com radicais


A adição de radicais só é possível se eles tem o mesmo índice e o mesmo
radicando.
É possível adicionar expressões do tipo:
√ √ √ 1√
2 5; 5; −3 5; − 5
2
Como?
√ √ √ 1√

1

√ 1√
2 5+ 5−3 5− 5= 2+1−3− 5=− 5
2 2 2

Por vezes, a adição parece não ser possível, mas depois de efetuarmos as
operações de simplificação:

• passar para fora do sinal de radical os factores possíveis;

• dividir o expoente do radicando e o índice do radical pelo seu mdc;

verifica-se que é possível adicionar os radicais.


Para adicionar expressões com radicais, aplicam-se as propriedades de
operações em R.

√ √
3
√ √
3
Exemplo 3.15 Calcule: 18 + 24 + 50 − 375

E. 16. Efetue as seguintes adições algé-


bricas:
Resolução: Comecemos por simplificar cada radical: √ √ √
(a) 4 5 − 5 + 2 5
√ √
3
√ √
3
√ √
3
√ √
3
√ √ √
18 + 24 + 50 − 375 = 2 · 32 + 23 · 3 + 2 · 52 − 3 · 53 (b) 3 − 27 + 75
√ √ √ √
√ √3
√ √
3 (c) 8 + 32 + 72 − 50
= 3 2+2 3+5 2−5 3
√ √
3
= (3 + 5) 2 + (2 − 5) 3
√ √3
= 8 2−3 3


3

3

3

3
Exemplo 3.16 Calcular: a ab4 + b a4 b + a4 b4 − 3ab ab
E. 17. Calcule:

4
√ √ √
4
Resolução: Sendo a > 0 e b > 0, vamos simplificar, o mais possível, (a) 9 + 3 27 − 3 12 − 2 144

3

3

3

3
cada radical: (b) 128 − 250 + 54 − 16
√ √
3
√ √ √
√ √ √ √ (c) 2 4 9 − 16 − 48 +
6
256 + 3
3 3 3 3
a ab4 +b a4 b +
− 3ab ab a4 b4

3

3

3

3
=a ab3 b + b a3 ab +
a3 ab3 b − 3ab ab
√3

3
√3
√3
= ab ab + ba ab + ab ab − 3ab ab

3
= ( ab + ba + ab − 3ab) ab
√3
= (3ab − 3ab) ab = 0

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3. Radicais

3.8 Racionalização do denominador de uma fração


Normalmente não se apresenta resultados ou dados de problemas através
de frações com radicais no denominador. Por isso procede-se a racionaliza-
ção deste.
A racionalização do denominador consiste em se obter uma fração equi-
valente com denominador racional, para substituir um outro com denomi-
nador irracional.
Conseguimos isto realizando algumas operações que eliminam o radical
do denominador.
Iremos analisar dois casos:

1º caso: O denominador é constituído por um radical ou por um produto.


√ √
1 1· 5 5
√ = √ √ = ;
5 5· 5 5
√3
7 7 · 52
√3
= √
3
√3
5 5 · 52
Neste caso, multiplica-se o numerador e o denominador por um

n
radical de modo a obtermos an (que é igual a a) no denominador.

Nota: Podemos concluir que o fator racionalizante de um deno-


√ √ √
n m
minador
√ a é o próprio a e o fator racionalizante de a é
n n−m
a .

Exemplo 3.17 Racionalize o denominador das seguintes fra-


ções:
21 9 3
(a) √
5 2
(b) √
7
(c) √
3 7
7 5 113 6

E. 18. Torne racionais os denominadores


Resolução: Encontremos, em cada alínea, o fator racionalizante: das seguintes frações:
√ √ √ √
21 21 · 73
5 5
21 73
5
21 73 √5 2
(a) √5 2
= √5 2
√5 3
= √5 5
= = 3 73 ; (a) √
2 3
7 7 · 7 7 7
√ √ √ a
7 7 7 (b) √
9 9 · 114 9 114 9 114 4 2

a b
(b) √ = √ √ = = ;
7
5 113
7
5 113 · 114
7
5 · 11 55 a b
(c) √
√ 3

3
√3 7 b a
3 3 · 6−2 3 67 6
(c) √3 7
= √3 7
√3 −2
= = .
6 6 · 6 6 3

2º caso O denominador é uma soma algébrica de radicais quadráticas.


√ √ √ √ √ √
1 1 · ( 3 − 5) 3− 5 3− 5
√ √ = √ √ √ √ = =
3+ 5 ( 3 + 5)( 3 − 5) 3−5 −2
Neste caso, multiplica-se o numerador e o denominador por uma
expressão tal que o denominar seja um produto equivalente a uma
"diferença de quadrados".
Nota: Neste
√ caso√ o fator
√ racionalizante de um denominador

a + b será a − b e vice-versa. À esse processo chama-se
"multiplicar e dividir pelo conjugado do denominador".

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3. Radicais

Exemplo 3.18 Torne racionais os denominadores das frações:



5 5 6+1
(a) √ (b) √ √ (c) √ √
6− 7 3 23 + 13 3+ 2

E. 19. Racionalize os denominadores de:


Resolução: Encontremos, em cada alínea, o fator racionalizante: 2
√ (a) √ √
5 5+ 3
(a) √ O fator racionalizante é 6 + 7 ab
6− 7 (b) √ √
a b+b a
√ 2
5 5(6 + 7) (c) √ √
√ = √ √ a+2+ a
6− 7 (6 − 7)(6 + 7)

30 + 5 7
=
62 − 7

30 + 5 7
=
29
5 √ √
(b) √ √ O fator racionalizante é 3 23 − 13.
3 23 + 13
√ √
5 5(3 23 − 13)
√ √ = √ √ √ √
3 23 + 13 (3 23 + 13)(3 23 − 13)
√ √
15 23 − 5 13
=
32 (23) − 13
√ √
15 23 − 5 13
=
107 − 13
√ √
15 23 − 5 13
=
194

6+1 √ √
(c) √ √ O fator racionalizante é 3− 2.
3+ 2
√ √ √ √
6+1 ( 6 + 1)( 3 + 2)
√ √ = √ √ √ √
3+ 2 ( 3 + 2)( 3 − 2)
√ √ √ √ √ √
6· 3− 6· 2+ 3− 2
=
3−2
√ √ √ √
= 3 2−2 3+ 3− 2
√ √
= 2 2− 3

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FICHA DE EXERCÍCIOS 3. RADICAIS

1. Para cada caso abaixo indicado, identifique aqueles 7. Calcule o valor das seguintes expressões numéri-
que não são números reais: cas:
√4

√ √ √ (a) 16 − 3 −8
3 4
(a) −125 (c) − 49 (e) −64 q p3
r (b) (−4)2 + (−3)2 − −52 + 17
√ √ 131 √ √
(b) −81 (d) 5
−32 (f) 5
(c) 6 · 9 − 2 · −243
25 √ √ √
36 × 49 × 144
(d) √ √ √ √
2. Resolva, em R, as seguintes equações: 3
8 × 3 −27 × 169 × 16
s
(a) 729 − x6 = 0
r q √
(e) 31 + 22 + 7 + 4
(b) (2x − 1)2 = 49
s
x4 − 9
r
(c) = x4 − 57 3 3
q
3 √
3
3 (f) 123 + 12 − 61 + 27
(d) 27x4 + x = 0
 h i 8. Coloque por ordem decrescente os seguintes radi-
(e) 2x4 − 32 (2x + 1)2 − 25 = 0
cais:
√3
√ √
4
3. Calcule o valor das seguintes expressões numéri- (a) 7, 5 e 9
cas:
√8
√6
(b) 16 e 27
 √ 2 √  √ 3 r r r
1 3
(a) 3 2 + 3 + 2 7 2 3 3 4 8
(c) , e
√  √ 5 √ 5 7 3
5 4
(b) 2 9 + − 11 − 7 0
9. Reduza ao mesmo índice e escreva, por ordem
√ √5
(c) 6 · 9 − 2 · −243 crescente, os radicais:
r
 √ 2  √ 2 √ 1 √6
(d) 2 + 7 (a) 2, 2 3 e 5
√ 1 √6
(b) 3, 5 3 e 23
4. Mostre que:

3 √ √4
(c) 22 , 3 e 53
 √ 3  √ 2 √ √ 3

4

6
3
(a) 2 + 2 =4 (d) 3, 4, 2 e 2

3
√ √
5
√6
 √ 2  √ 3 (e) 2
3 , 3
2 , 4
5 e 24
3
(b) −2 3 + 3 2 = 66
√ 2 √ 10. Efetue as seguintes multiplicações:
(c) 2 − 3 + 6 2 = 11 √ √
(a) 2× 8
√ √
5. Calcule, substituindo as potências de expoente ra- (b) (3 + 3)(3 − 3)
cional pelos correspondentes radicais:
q √ q √
(c) 13 + 4 3 × 13 − 4 3
√4
√8 √ 
1
(g) 0, 01−0,5
 3 (d) a3 × a7 × − a
(a) 8 3 1 4
(k)
s
1
xy x−y
r q
(b) 7 2 16 10
(h) 4 2
1 (e) 5 × × x 3 y3
2
(c) 2 5
 − 5 x−y xy
1 7
4
1 (l) q √ q √
(d) 5 3 (i) (0, 01)− 2 3 (f) a + 2b + 8ab × a + 2b − 8ab
− 23  − 1
(e) 27 16 4
q√ q√
1
(f) 11 3
1
(j) (0, 01) 2 (m) (g) 2−1· 2+1
81 q √ q √
(h) 5+2 6· 5−2 6
6. Escreva sob a forma de potência: q √ q √ p
(i) a + b · a − b · a2 − b
√ √ s √ s √
(a) 3 (d)
5
3 1 2+ 3 2− 3
√ √ (g) √ (j) √ · √
4 4 3 2− 3 2+ 3
(b) 7 (e) 75
√ √ 1
(c)
3
54 (f)
3
2−1 (h) √
5 3 11. Efetue e simplifique:
2

49
√ √ p √  √ 2
(a) (10 6) ÷ (5 3) 4xy 6
23 × 12 2
(d) p √
6

6
r r
3
27x2 y2 (a) p
6 √ √
6
+ 2 2 = 3 2
10 27 s r 210 ÷ 22
(b) ÷ 3x 3 2y
3 10 (e) ÷  √ 2 √
4y x2
√ √ (b) 2 3 − 1 = 13 − 4 3
3 n
a3 1−a
(c) √
6

(f) 2n
1 − 2a2 + a4
r
a4 5
q
6
p √
31 + 10 − 83 − 4 1
(c) =
12. Efetue as seguintes operações: 3 √
6 9 4 6 √
3 9 4 8
p  p 
2 2
q √
3
p
3 √ !2
(a) 2 2 a a −5 r
(e) √ 20 1
q √  (d) n
= (n ∈ N, n > 1)
p
a −2 a 4n+2 + 22n+2 4
(b) a5 a3 v 6
u a · 3 2√ a
s u q p r r
2 √ q √ q √ q √
(f) 
t
p √

(c) √3 5 2
 (e) 2 2 + 2 2 + 2 + 2 2 − 2 + 2 =
2 2 a a
2
u p √ !3
v
u
4 a 2 b 1 √
(d) t √
3 (f) √ = 2− 3
ab 2+ 3

13. Considere a expressão:


p √ √ 18. Efetue as operações indicadas simplificando, o
8 3 4 ÷ 3 16
A= √ 4
√ mais possível, os resultados:
8÷ 2

4
(a) Prove que A = 2;
 √ 6
(b) Calcule B = A ; p √ √ p √ √ √
3
 2 2 2· 3 3 2 − 48 · 4 2
B (a) √ (j) q
(c) Prove que é um inteiro. 6 3
8
62 ÷ 2
2
A p√ √
3 + 4 48 √ √ √
14. Efetue e simplifique o mais possível: (b) √ 125 + 40 ÷ 2
8
2 (k) √
3 5
√ √ 3 √ √ √ √ √ 2
4 3 3
32 · 4 2 5 6 − 54 24 · 3· 3 5
p√ . (c) p3
√ (l) √3
2 2 5
23 p√ √ p √ √ √
3 9
3 · 23 2 4 + 36 · 4 4
(d) √ (m) √
15. Passe os números para dentro do radical: 4
3
3
2 8
√ p √ √ √ 1 1 √
(a) 5 2 2√ 3 2 2 2 + 18 · 4 2 (n) 49 4 ÷ 8 3 − 28
(c) 5 (e) √ p3
√ √ 2
3√ 4
2
3
7 7 + 14 · 2 4
5 √ √

3
4 √ √ √ 2 4 9+ 3
(d)
p3
(b) 7 4 2 2 2 2 + 20 · 10 (o) √ √ p3

(f) √ 3 36 ÷ 3 + 27
2 2 √ 1 √
16. Efetue as seguintes operações e simplifique os re- p √ √ √ 125 + 10 ÷ 2 2
(p) √ p √ 4
sultados, sempre que possível 3 3 3 · 3 6 + (2 6 2)2 5× 2 3
(g) √
1√ √ √ 3
54 √4
p √ 1
(a) 27 + 48 − 2 12 √ √ 2 324 · 3 36 + 4 2
(q)
p3
3 √ √ 45 − 5 5  q 2
√ 18 3 12
r
2 (h) √ √ 12 − 3 12
(b) 75 − + − 40 ÷ 4 4
3 4 25 √ √ √
p3
√ √ √
2 2 2 + 600 ÷ 3
p3
√ √ 1 √ 1 5 5 + 40 ÷ 2 (r)
(c) 63 − 5 28 + (112) 2 − 7 252 + 2(448) 2 (i) √ √ √ 3
√ √ √ √ 45 + 2 20 2 2
(d) 200 + 500 + 8 − 45
1√4 3√ 6 2√
(e) 4− 8+ 2
4 5 10
1√ 3√ √
(f) 8− 2 − 32
3 2 19. Racionalize os denominadores das seguintes frac-
17. Mostre que ções:

50

−4 5+ 3
(a) √ (l) √
8 3
5 2
(b) √ (m) √
2 2 2 − 2x
6 √
(c) √ x+5
6 (n) √
x+4
1
(d) √ x−1
2 (o) √
2 2x − 1 − 1

(e) √ 3x
3 5 (p) √ √
3 x− 3
(f) √ √
2 3 −2 + 6
(q) √
5 4− 3
(g) √ 3 √
5 2−1
4 (r) √
(h) √ 2+1
8 5
2 √
x 6x + 3
(i) √ (s) √ √
3x 3+ 7
1 1
(j) √ (t) p √
2+x 1+ 2
1 1
(k) √ 5 3
(u) √ √ √
2 2+ 3+ 5

51
4 E QUAÇÕES DO 2º GRAU

4.1 Equações do 2º grau. Classificação

Chama-se equação do 2º grau em x a uma condição que pode ser


reduzida à forma
ax2 + bx + c = 0

em que a, b, c são números reais, com a 6= 0.

Numa equação do 2º grau, ax2 + bx + c = 0, com a 6= 0, temos três termos:


o termo em x2 de coeficiente a, o termo em x de coeficiente b e o termo
independente c.

ax2 + |{z}
|{z} bx + c
|{z} =0
Termo em x2 Termo em x Termo independente

Quando escrevemos a equação na forma ax2 + bx + c = 0, dizemos que a


equação está escrita na forma canónica.

Classificação das equações do 2º grau

Os coeficientes b e c podem ser positivos, negativos ou nulos. Quando,


pelo menos, um desses coeficientes são nulos a equação diz-se incompleta.
Temos três casos de equações incompletas:

I. c = 0. A equação incompleta é do tipo ax2 + bx = 0


RECORDAR:
II. b = 0. A equação incompleta é do tipo ax2 + c = 0
Casos Notáveis da Multiplicação:
III. b = c = 0. A equação incompleta é do tipo ax2 = 0 • ( a + b)2 = a2 + 2ab + b2
• ( a − b)2 = a2 − 2ab + b2
Por outro lado, se a 6= 0, b 6= 0 e c 6= 0, diz-se que a equação é completa.
• ( a + b)( a − b) = a2 − b2
Propriedade Distributiva:
• a(b + c) = a · b + a · c
Só podemos classificar uma equação do segundo grau, depois de escrita
• ( a + b)(c + d) = ac + ad + bc + bd
na forma canónica.
Para escrever uma equação do 2º grau na forma canónica devemos, suces-
sivamente:

1º Desembaraçar de parêntesis, se existirem;

2º Desembaraçar de denominadores, se existirem;

3º Pôr todos os termos no 1º membro e deixar 0 (zero) no 2º membro;

4º Reduzir os termos semelhantes.


4. Equações do 2º grau

Exemplo 4.1 Escreva na forma ax2 + bx + c = 0 a equação seguinte


e diga se se trata ou não de uma equação do 2º grau completa ou
incompleta

( x − 2)( x + 2) 3( x − 2) 4(2 − x )
− = .
3 2 6

Resolução: Seguindo, ordenadamente, os passos do procedimento acima,


vem: E. 1. Escreva as equações na forma ca-
nónica e classifique-as:
( x − 2)( x + 2) 3( x − 2) 4(2 − x ) (a) x2 + 5x = 6
− =
3 2 6 (b) ( x + 3)2 = 2(7 + 3x )
2
x −2 2 3x − 6 8 − 4x
⇔ − = x2 + 3 x−7
3 2 6 (c) + =1
4 2
2x2 − 8 9x − 18 8 − 4x
⇔ − =
6 6 6
⇔ 2x2 − 8 − 9x + 18 = 8 − 4x
⇔ 2x2 − 8 − 9x + 18 − 8 + 4x = 0
⇔ 2x2 − 5x + 2 = 0

Trata-se de uma equação do 2º grau completa, em que a = 2, b = −5 e c = 2.

Exemplo 4.2 Determine os valores de k de modo que:

(a) 2x4−k + 5x + 3 = 0 seja uma equação do 2º grau em x.

(b) x2 − (3k + 1) x + 9 = 0 seja uma equação do 2º grau incompleta.

E. 2. Determine os valores de m de
modo que:
Resolução: Vamos, em cada caso, impor as condições da definição de x
equação do 2º grau sobre o parâmetro k: (a) − x4m−7 + = 0 seja uma
3
equação do segundo grau.
(a) Para que se tenha uma equação do 2º grau, o expoente máximo da (b) 7x2 + 5x = 2m + 3 seja uma
incógnita deve ser igual a 2, assim teremos: equação do segundo grau in-
completa.

4−k = 2 ⇔ k = 2 (c) x2 + (4m + 3) x + 2 = 0 seja


uma equação incompleta do
tipo ax2 + c = 0.
(b) Nesta equação, dada na forma canónica, temos a = 1, b = −(3k + 1)
e c = 9. A equação será incompleta se −(3k + 1) = 0.
Logo,
1
−(3k + 1) = 0 ⇔ −3k − 1 = 0 ⇔ k = − .
3

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4. Equações do 2º grau

4.2 Resolução de equações do 2º grau incompletas


Vamos começar a resolver algumas equações incompletas:

Equações do tipo ax2 + bx = 0 (c = 0) RECORDAR:


De um modo geral, para resolvermos uma equação do tipo ax2 + bx = 0 Lei do Anulamento do Produto
(com c = 0) aplicamos a Lei do Anulamento de um Produto, assim temos: Se o produto de dois fatores é nulo,
pelo menos um desses fatores é nulo e
vice-versa.
ax2 + bx = 0 ⇔ x ( ax + b) = 0
a·b = 0 ⇔ a = 0∨b = 0
⇔ x = 0 ∨ ax + b = 0
 
b b
⇔ x = 0∨x = − C.S = 0, − .
a a

Conclusão: Uma equação do tipo ax2 + bx = 0 tem sempre duas soluções


reais, uma delas nula.

Exemplo 4.3 Resolva, em R, a equação: ( x − 2)2 = 1 + 3( x + 1).

E. 3. Resolva, em R, as equações:
Resolução: Começamos, como sempre, por escrever a equação na forma
(a) −4x + 7x2 = 0
canónica:
3x2 5−x 10 − 7x
(b) + =
2 2 2 3 6
( x − 2) = 1 + 3( x + 1) ⇔ x − 4x + 4 = 1 + 3x + 3
x2
 
x+2 3
(c) −3 = x−
⇔ x2 − 4x + 4 − 1 − 3x − 3 = 0 5 4 2

⇔ x2 − 7x = 0
⇔ x ( x − 7) = 0 E. 4. O quádruplo da medida da área
de um quadrado é igual a me-
⇔ x = 0∨x−7 = 0 dida do seu perímetro. Qual é
a medida do lado do quadrado
⇔ x = 0∨x = 7 (em cm)?
C.S = {0, 7}

RECORDAR:
Equações do tipo ax2 + c = 0 (b = 0)
Definição de raiz quadrada
De um modo geral, para resolver equações do tipo ax2 + c = 0 (com a 6= 0) Sendo k um número real não-negativo,
aplica-se a definição de raiz quadrada, assim temos tem-se:
c √ √
ax2 + c = 0 ⇔ ax2 = −c ⇔ x2 = − x2 = k ⇔ x = a ∨ x = − a.
a
Não existe raiz quadrada real de um
c
• Se − < 0, a equação é impossível. número negativo.
a
r
c 2 c c
• Se − > 0, vem x = − ⇔ x = ± −
a a a
 r r 
c c
C.S = − − , − .
a a

Conclusão: Uma equação do tipo ax2 + c = 0 tem duas soluções simétricas


se a e c tem sinais contrários, e é impossível se a e c têm o mesmo sinal.

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4. Equações do 2º grau

Exemplo 4.4 Resolva a equação: (1 − 3x )(1 + 3x ) = −11 − 3x2 .

E. 5. Resolva, em R, as seguintes equa-


Resolução: Temos primeiro que escrever a equação na forma canónica: ções:
(a) x2 − 9 = 0
(1 − 3x )(1 + 3x ) = −11 − 3x2 ⇔ 12 − (3x )2 = −11 − 3x2
(b) 0, 1x − 3x (1 + 2x ) = 5 − 2, 9x
⇔ 1 − 9x2 = −11 − 3x2 x ( x − 4)
(c) = 9−x
⇔ 1 − 9x2 + 11 + 3x2 = 0 4

⇔ −6x2 + 12 = 0
E. 6. Qual o número que, ao quadrado
⇔ −6x2 = −12 dá 25?
−12
⇔ x2 =
−6
⇔ x2 = 2

⇔ x=± 2
n √ √ o
C.S = − 2, 2

Equações do tipo ax2 = 0 (b = c = 0)

Para s«resolver uma equação do tipo ax2 = 0 (com a 6= 0), faz-se sucessiva-
mente:

ax2 = 0 ⇔ x2 = 0
⇔ x=0
C.S = {0} .

Conclusão: Uma equação do tipo ax2 = 0 tem uma única solução: o


número 0 (zero).

Exemplo 4.5 Resolva, em R, a equação:

(1 − x )(2 − 3x ) − 7 = −5( x + 1).

E. 7. Resolva, em R, a equação
Resolução: A equação não se encontra na forma canónica, portanto, 8 2
(a) − x =0
10
fazemos sucessivamente:
(b) 10x2 = 0
(c) ( x − 3)( x − 7) + 10x = 21
(1 − x )(2 − 3x ) − 7 = −5( x + 1)
⇔ 2 − 3x − 2x + 3x2 − 7 = −5x − 5
⇔ 2 − 3x − 2x + 3x2 − 7 + 5x + 5 = 0
⇔ 2 − 7 + 5 − 3x − 2x + 5x + 3x2 = 0
⇔ 3x2 = 0
⇔ x2 = 0
⇔ x=0
C.S = {0} .

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4. Equações do 2º grau

4.3 Resolução de equações completas

Exemplo 4.6 Resolva a equação ( x + 1)2 = 9.

E. 8. Resolve as seguintes equações


utilizando o método de comple-
Resolução: Através da definição de raiz quadrada de um número, pode- tar o quadrado:
mos resolve-la: (a) x2 + 6x + 9 = 0
√ (b) 9x2 − 6x + 1 = 4
( x + 1)2 = 9 ⇔ x + 1 = ± 9
(c) x2 − 10x + 30 = 0
⇔ x + 1 = ±3
⇔ x + 1 = 3 ∨ x + 1 = −3
⇔ x = 2 ∨ x = −4
C.S = {2, −4}.

Conclui-se que se pode resolver qualquer equação do 2º grau se se trans-


formar um membro num quadrado de um binómio. A este procedimento,
chama-se completar o quadrado.

Vejamos através de um exemplo, um procedimento geral para resolver


qualquer equação do segundo grau completa com o método de completar
o quadrado.

Exemplo 4.7 Resolva a equação x2 + 5x + 6 = 0.

E. 9. Resolva, utilizando o procedi-


mento ao lado, as seguintes equa-
Resolução: Na equação temos a = 1, b = 5 e c = 6. ções:
(a) 5(2x − 5) = −3x2
Multiplica-se ambos os membros
1º (b) x2 − 4x = 12
por 4a (como a = 1, 4a = 4). 4x2 + 20x + 24 = 0
( x + 1)2 − 5
(c) 2 + x2 =
4
Muda-se de membro o termo inde-
2º 4x2 + 20x = −24
pendente.
2
3º Adiciona-se b 2a ambos os membros 4x2 + 20x + 25 = −24 + 25
(b = 5 então b = 25).
A expressão obtida no 1º membro é
4º (2x )2 + 2 · 2x · 5 + 52 = 1
um quadrado do binómio.

5º Fatoriza-se o 1º membro. (2x + 5)2 = 1


Utiliza-se a definição de raiz qua- 2x + 5 = ± 1

drada. ⇔ 2x + 5 = ±1

2x + 5 = 1 ∨ 2x + 5 = −1

Resolve-se as equações.
⇔ 2x = −4 ∨ 2x = −6

⇔ x = −2 ∨ x = −3
C.S = {−3, −2}.

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4. Equações do 2º grau

De um modo geral, se a 6= 0, seguindo o procedimento do exemplo acima,


temos:

ax2 + bx + c = 0 ⇔ 4a2 x2 + 4abx + 4ac = 0


⇔ 4a2 x2 + 4abx = −4ac
⇔ 4a2 x2 + 4abx + b2 = b2 − 4ac
⇔ (2ax )2 + 2 · 2ax · b + b2 = b2 − 4ac
⇔ (2ax + b)2 = b2 − 4ac
p
⇔ 2ax + b = ± b2 − 4ac
p
⇔ 2ax = −b ± b2 − 4ac

−b ± b2 − 4ac
⇔ x=
2a

A formula acima é conhecida como a fórmula resolvente da equação do 2º


grau ou simplesmente formula resolvente. Dá-nos as soluções:
√ √
−b + b2 − 4ac −b − b2 − 4ac
x= ou x =
2a 2a
basta identificar os coeficientes a, b, c numa equação e substituir na fórmula.

Quando a equação é incompleta também pode-se usar a fórmula resolvente


com b = 0 e/ou c = 0, porém é mais fácil resolver uma equação incompleta
pelos processos apresentados na sessão anterior.

Exemplo 4.8 Resolva a equação 9x2 + 15x = 6, aplicando a formula


resolvente.
E. 10. Resolva, aplicando a fórmula re-
solvente:
Resolução: A equação 9x2 + 15x = 6 na forma canónica é
(a) 3x2 − 5x − 2 = 0
x2 3
9x2 + 15x − 6 = 0. (b) +x+ =0
4 4
(c) ( x + 2)2 = 3x2 + 2x
Temos que a = 9, b = 15 e c = −6.
( x + 1)2 x+1
Então, aplicando a fórmula resolvente vem (d) − = 2x + 2
6 2
p
−15 ± 152 − 4 · 9 · (−6)
x=
√ 2·9
−15 ± 225 + 216
⇔ x=
√18
−15 ± 441
⇔ x=
18
−15 ± 21
⇔ x=
18
−15 + 21 −15 − 21
⇔ x= ∨x =
18 18
6 −36
⇔ x= ∨x =
18 18
1
⇔ x = ∨ x = −2
3
 
1
O conjunto-solução é então −2, .
3

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4. Equações do 2º grau

4.4 Discussão das raízes de uma equação do 2º grau

O binómio b2 − 4ac é chamado binómio discriminante da equação


do 2º grau. Representa-se por ∆ (lê-se “delta").

∆ = b2 − 4ac.

Portanto, as soluções da equação ax2 + bx + c = 0, podem ser escritas


como √
−b ± ∆
x= , com ∆ = b2 − 4ac.
2a
Na resolução de equações do 2º grau podem surgir 3 casos:

I. b2 − 4ac > 0. Discriminante positivo (∆ > 0)


A equação é possível, tem duas raízes reais distintas;

II. b2 − 4ac = 0. Discriminante nulo (∆ = 0)


A equação é possível, tem uma só solução (raiz dupla).
−b
Ou seja x1 = x2 = ;
2a
III. b2 − 4ac < 0. Discriminante negativo (∆ < 0)
A equação é impossível, não tem soluções reais, pois os números
negativos não têm raiz quadrada.

Exemplo 4.9 Calcule ∆ e diga quantas raízes tem 6x2 − 5x − 25 = 0


E. 11. Quantas soluções têm cada uma
das seguintes equações?
Resolução: Vamos avaliar, em cada caso, o valor do ∆ = b2 − 4ac: Sendo
(a) −2x2 + 3x − 4 = 0
a = 6, b = −5 e c = −25, temos
(b) x2 − 4x + 6 = 0

∆ = (−5)2 − 4 · 6 · (−25) = 625. (c) 4x2 − 20x + 25 = 0

E. 12. Numa equação do 2º grau sabe-


Como ∆ > 0, a equação tem duas raízes. se que ∆ = (−6)2 − 4 · 3 · 8.
(a) Quantas soluções têm a equa-
ção?
Exemplo 4.10 Determine o valor do parâmetro k na equação (b) Escreva a equação na forma
canónica.
2x2 + 3x − 2k + 1 = 0,
E. 13. Determina os valores de k de
de modo que ela tenha duas soluções reais. modo que a equação:

(a) − x2 + 2x − k = 0 não tenha


soluções.
Resolução: Nesta temos: a = 2, b = 3 e c = −2k + 1. Logo (b) x2 + kx + 9 = 0 tenha apenas
uma solução.
∆ = 32 − 4 · 2 · (−2k + 1) = 1 + 16k (c) − x2 + kx + 9 = 0 tenha uma
única solução.
Para que a equação tenha duas raízes temos que ter:
E. 14. Determine os valores do parâme-
1 tro m na equação
∆>0 ⇔ 1 + 16k > 0 ⇔ 16k > −1 ⇔ k > −
16 x2 + mx + m + 2 = 0,
Logo tem-se que,   de modo que ela tenha uma
1 única raiz.
k ∈ − , +∞ .
16

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4. Equações do 2º grau

4.5 Relação entre os coeficientes e as raízes de uma


equação do 2º grau

Soma e produto das raízes de uma equação do 2º grau

Sabemos que as raízes da equação ax2 + bx + c = 0, com a 6= 0 são:


√ √
−b + b2 − 4ac −b − b2 − 4ac
x1 = e x2 =
2a 2a
Somando, membro a membro, temos:
√ √
−b + ∆ −b − ∆
x1 + x2 = +
2a√ 2a

−b + ∆ − b − ∆ −2b b
= = =−
2a 2a a

Multiplicando, membro a membro, temos:


√ √
−b + b2 − 4ac −b − b2 − 4ac
x1 · x2 = ·
2a   2a √
 √ 
−b + b − 4ac · −b − b2 − 4ac
2
=
4a2
√ 2
(−b)2 − b2 − 4ac
b2 − b2 − 4ac

= =
4a2 4a2
2 2
b − b + 4ac 4ac c
= = 2 =
4a2 4a a

Concluímos as relações:

A soma (S) e o produto (P) das raízes x1 e x2 de uma equação do


2º grau ax2 + bx + c = 0, são dados por

 S = x + x = −b

1 2
a
 P= x ·x = c
1 2
a

Exemplo 4.11 Sem resolver, determine as soluções das seguintes


equações:
E. 15. Sem resolver a equação
(a) x2 − 7x + 12 = 0 (b) 2x2 + 6x + 4 = 0
3x2 − 5x + 2 = 0,
calcula a soma e o produto das
suas raízes. De seguida, resolva-
Resolução: Aplicamos o método da soma e produto das raízes: a e comprova os cálculos anterio-
res.
(a) Temos
E. 16. Determine o valor de m na equa-
ção
( (
S = x1 + x2 = 7 x1 = 3
⇔ S = {3, 4}. 12x2 − mx − 1 = 0,
P = x1 · x2 = 12 x2 = 4
de modo que a soma das raízes
5
6 4 dessa equação seja .
6
(b) A soma das raízes é S = − = −3 e o produto é P = = 2, o
2 2
conjunto-solução é S = {−2, −1}.

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4. Equações do 2º grau

Composição de uma equação do 2º grau, conhecidas as raízes

Podemos escrever uma equação, se soubermos as suas raízes, através da


soma e do produto destas.

b c
ax2 + bx + c = 0 ⇔ x2 + x + = 0
a
 a
2 b c
⇔ x − − x+ =0
a a
⇔ x2 − Sx + P = 0

Exemplo 4.12 Escreva a equação do 2º grau, cujas raízes são 3 e −5.

E. 17. Escreva uma equação do 2º grau


cujas soluções sejam:
Resolução: Temos:
1 2
( ( (a) 2 e 10 (c) e−
2 3
x1 = 3 S = 3 + (−5) = −2
⇔ 4
x2 = 5 P = 3 · (−5) = −15 (b) −6 e −5 (d) − e 0
7

A equação será x2 + 2x − 15 = 0.

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4. Equações do 2º grau

4.6 Problemas do 2º grau


A resolução algébrica de um problema é feita por meio de equações. Os
elementos que utilizamos na resolução de problemas são os seu dados e a
sua transformação em linguagem matemática.

Quando a resolução de uma problema nos leva a uma equação do segundo


grau afirmamos que esse é um problema do segundo grau.

Na resolução de um problema ajuda:

• Fazer um esquema de modo a compreender melhor o enunciado;

• Identificar os dados e a incógnita;

• Formar a equação;

• Resolver a equação;

• Interpretar as soluções da equação no contexto do problema.

Exemplo 4.13 Determine o número cujo quadrado aumentado de


seu dobro é igual a 15.

E. 18. O produto de dois números ím-


pares e consecutivos excede a
Resolução: Se chamarmos esse número de x, seu quadrado será x2 e o soma deles em 47 unidades. De-
seu dobro será 2x. Assim podemos escrever: termine os dois números.

E. 19. Determine dois números cuja


x2 + 2x = 15 ⇔ x2 + 2x − 5 = 0 soma é 1 e cujo produto é igual a
−12.
e resolvendo a equação de segundo grau, teremos:
√ p
−b ± b2 − 4ac −2 ± 22 − 4 · 1(−15)
x= ⇔ x=
2a √ 2·1
−2 ± 4 + 60
⇔ x=
2

−2 ± 64
⇔ x=
2
−2 + 8 −2 − 8
⇔ x= ∨x =
2 2
⇔ x = 3 ∨ x = −5

Verificação: O quadrado de 3 é 9 e que adicionado a seu dobro 6 dá realmente


9 + 6 = 15. O quadrado de −5 é 25 e que adicionado a seu dobro −10
realmente dá 25 − 10 = 15.
A solução do problema será: 3 e −5.

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4. Equações do 2º grau

Exemplo 4.14 Um retângulo possui a medida de seu lado maior,


igual ao quádruplo do lado menor, e área medindo 256 m2 .
Determine a medida de seus lados.
E. 20. Uma sala, de forma inicialmente
quadrada, foi ampliada da ma-
Resolução: Se designarmos o comprimento do neira que a figura sugere: 3 m a
mais num dos lados e 2 metros a
lado menor por x, o maior será 4x. Vejamos o esquema. 4x mais no outro.
x Sabendo que a área da sala am-
256 m2
pliada é de 56 m2 , qual era a área
Para calcularmos a área de uma região retangular deve- da sala antes de ser aumentada?
mos multiplicar o comprimento pela largura.
3m
256
4x · x = 256 ⇔ 4x2 = 256 ⇔ x2 = ⇔ x2 = 64 ⇔ x = ±8
4
O lado de menor comprimento mede 8 metros e o de maior comprimento, 32 2m
metros.

Exemplo 4.15 O quadrado da minha idade menos a idade que eu


tinha 20 anos atrás e igual a 2000. Quantos anos eu tenho agora?

E. 21. O produto da idade de Pedro


pela idade de Paulo é igual a 374.
Resolução: Denominando por x a minha idade atual, a minha idade há Pedro é 5 anos mais velho que
20 era de x − 20. Paulo. Quantos anos tem cada
um deles?

A partir do enunciado podemos montar a seguinte equação: E. 22. Se ao quadrado da idade da Eva
adicionarmos o triplo da idade
dela, em seguida, subtrairmos
x2 − ( x − 20) = 2000 trinta anos, obtemos o dobro da
idade da Eva. Quantos anos tem
Ou ainda a Eva?

x2 − ( x − 20) = 2000 ⇔ x2 − x + 20 = 2000 ⇔ x2 − x − 1980 = 0

O conjunto-solução desta equação do 2° grau completa é {−44, 45}.


Como eu não posso ter −44 anos, é óbvio que só posso ter 45 anos.
Logo, agora eu tenho 45 anos.

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FICHA DE EXERCÍCIOS 4. EQUAÇÕES DO 2º GRAU

1. Diga se são ou não, equação do 2º, em caso afirma- 4. Resolva, em R, as equações:


tivo, classifique-a:

(a) x ( x + 3) = 0 x2
2 2 2 (i) 0 = x −
(a) x + 3x + 6 = x (c) x + 3x + 6 = 6 (b) x2 − 5x = 0 3
2
(b) x + 3x + 6 = 3x 2
(d) x + 3x + 6 = −6 1
(c) x2 − 7x = 0 (j) x − 4x2 = 0
3
(d) x2 − 13x = 0 1 1
(k) x2 = x
2. Considerando as equações na forma canónica (e) x2 − 3x = 0 2 3
2
ax + bx + c = 0, determine a, b e c em cada caso: (f) 2x = x2 (l) x2 − 15 = 5( x − 3)
(g) 4x = 0, 2x2 (m) 2( x − 1) = x2 − 2
(a) x2 − 5x + 6 = 0 (c) 7x2 − x = 0 (h) 3x2 = 6x (n) ( x − 2)2 = 3x + 4
(b) 6x2 − x − 1 = 0 (d) x2 − 36 = 0
(o) ( x + 5)2 = (1 − x )(1 + x ) + 24

3. Escreva as equações na forma canónica e (p) −(3x + 1)( x + 1) = −(1 − x )2


classifique-as: (q) −1 = (3x + 1)2 + ( x − 2)( x + 1)

(a) x ( x − 3) = 240
5. Resolva as equações:
(b) (3y + 2)(y − 1) = y(y + 2)
(c) ( x − 1)2 + 2x2 = 4x (a) x2 − 9 = 0 16
(h) 3x2 − =0
2
(d) 3x (2x − 3) = ( x + 1) − 7 3
(b) x2 = 36
(i) − x2 + 5 = 0
(e) ( x + 2)( x − 2) = x − 3 (c) 2 = 3 + x2 x2
2
(f) (2x − 3) − (3x − 2) = 0 2 (j) 7 =
(d) x2 + 4 = 7 3
2
(g) 2( x − 3) = −2x (3 − x ) (k) x2 − 25 = 0
(e) x2 − 81 = 0
(h) (2x − 4)(5 − 2x ) = 0 (l) 64 + 4x2 = 0
2
(f) x + 4 = 0
(m) ( x − 3)2 = −6x
(i) ( x − 1)2 = 2x − ( x + 2) + 1 1
(g) 16x2 − =0 (n) ( x + 2)2 = 4x + 8
(j) (2x + 1)( x − 5) + x = −(1 − x )2 + 4 25

(k) ( x + 1)( x − 1) = (1 − x )(1 + x ) − 3x (o) −8( x − 2)( x + 2) = 0


(l) m2 (m − 1) = m(m + 1)(m + 5) (p) ( x − 3)2 + 4x = 10 − 2x
x2 x 1
(m) − = (q) x2 − 6x + 25 = 2x ( x − 3)
3 2 3
y+3
(n) = y2 6. Resolva cada uma das equações seguintes:
2
x2 − 1
(o) = x−1
4 (a) − x2 = 0 1 2
(c) x =0
2x − 1 3x − 2 x2 − 2 1 2
(p) − = (b) − x2 = 0
3 2 6 3
 
3 1
(q) x −x = x+
4 2 7. Considere a equação do 2º grau em x
3x ( x + 1) 3x − 2 22 − 3x
(r) − =
4 2 4 x2 − (k + 3) x = −2k + 1.
(2x − 1)(2x + 1)
(s) − 2x + 3 = 0
3
(a) Determine k de modo que a equação seja incom-
4
(t) 2( x − 3)2 = x ( x − 36) pleta.
3
x x  1
(u) +1 − 1 = ( x + 1)( x − 2) (b) Substitua k por e resolva a equação obtida.
2 2 2

64
8. Resolva as seguintes equações utilizando o método 11. Resolva as seguintes equações. Apresente as so-
de completar o quadrado: luções na forma de fração irredutível. Apresente
todos os cálculos que efetuares:
(a) x2 − 2x + 1 = 0 (k) y2 − 7y + 6 = 0
(b) 4x2 − 4x = 3 (l) x + 7x + 10 = 0 (a) 15x2 + 2x − 1 = 0 (i) ( x + 1)2 = 1 − 3x
2
(c) x + x = 2
(m) −5x2 − x − 7 = 0 (b) 24x2 + 2x − 1 = 0 (j) ( x − 2)2 − 9 = 0
2
(d) 2x − 14x + 24 = 0
(n) 7x2 − 3x = 4x + x2 (c) 15x2 − 2x − 1 = 0 (k) x (−2x − 3) = 1
(e) 6x2 − x = 1 x + 2
(o) z2 − 8z + 12 = 0 (d) 2x2 = (l) x ( x − 3) + 2x = 6
(f) 5x2 = 7x − 2 3
(e) x (6x − 1) = 1 x2 − 1
(g) x2 + 4x + 3 = 0 (p) x2 − 6x + 9 = 0 (m) 1−x
x ( x − 4) 3
(h) 3x2 − 5x − 2 = 0 x2 (f) = 9−x (n) x + ( x − 1)2 = 3
(q) = x−1 4
(i) 4x2 − 4x + 1 = 0 4 (g) −2x2 = 4 − 3( x + 1) (o) x2 = 2(4 − x )
(j) x2 − 3x + 2 = 0 (r) ( x + 3)2 − 25 = 0 1 16x + 20
(h) x = 4x2 − (p) = 2x2
2 2
9. Resolva, em R, as seguintes equações, aplicando a
fórmula resolvente: (q) ( x + 3)2 − 3 = 2x2 + x

4x 2 (r) x ( x − 1) + 2x = 6 − 4x2
(a) x2 − 5x + 6 = 0 (l) = 2x2 +
3 9 (s) 2x ( x + 1) − (1 − x ) = 1
(b) 8x2 − 28x + 20 = 0 1 2 4
(c) 20x2 − 11x − 3 = 0 (m) x − x + = 0 (t) 2x2 + 3x = 3(1 − x ) + 5
2 9
1 1
(d) x2 + x +
1
=0 (n) x2 + 14x + 49 = 0 (u) x ( x − 2) + 3( x − 2) = 0
4 3 12 2
(o) 4x − 4x − 3 = 0 (v) x ( x − 1) + 2 = 3 − x2
(e) 9y2 − 24y + 16 = 0
(p) − x2 + 11x − 28 = 0 (w) x2 + 3( x − 2) = x − 3
(f) t2 + t − 1 = 0 2
(q) 4x + 16x + 15 = 0 ( x − 1)2 2x + 1
(g) x2 + 8x + 15 = 0 2 (x) − =1
(r) −2x + 5x − 3 = 0 6 3
(h) x2 − 6x + 5 = 0
(s) 5y2 − 9y − 2 = 0
(i) x2 − x − 6 = 0 12. As equações seguintes estão escritas na forma ca-
(t) 4t2 − 20t + 25 = 0 nónica. Calcule o discriminante ∆ de cada uma
(j) x2 − 11x + 28 = 0
(u) 21m2 − 26m + 8 = 0 e indique o número de raízes que cada equação
x2
(k) = 2x − 3 (v) z2 − 3z + 1 = 0 apresenta:
2

10. Resolva, da forma que te parecer mais conveniente,


(a) x2 − 4x − 5 = 0 (f) 3x2 − 6x + 8 = 0
as equações:
(b) x2 + 8x + 20 = 0 (g) 25x2 − 10x + 1 = 0
2
(a) 10z = 25z + 12 1 t2 (c) x + 6x − 4 = 0
1
(f) t − =
(d) 9x2 + 6x + 1 = 0 (h) 5x2 x + 1 = 0
2 2
(b) = 1 − a2
4 3x2 x 2 (e) 5x2 − 3x + 1 = 0 (i) − x2 + 7x + 1 = 0
(c) x2 + x + 1 = 0
(g) + =
4 2 3
(d) 0, 2x2 = 1 − 0, 1x (h) ( x + 2)( x + 4) = 15
1 13. De uma equação do 2º grau, do tipo
(e) 2x ( x − 1) =
2
ax2 + bx + c = 0,
2x2 8−x 5(2 − x )
(i) + = 2, 4x +
5 6 10 
( x − 1)( x + 1)

2 sabe-se que b2 = 4ac + 5. Quantas soluções têm a
(j) = x 0, 1 − x equação?
5 5
1 1
(k) −3x2 − x + = 0 14. Numa equação do 2º grau sabe-se que
2 6
3x x+8
(l) − = x2 − 3
2 5 ∆ = (−4)2 − 4 · 2 · 6.
x x2
(m) ( x − 1) =
3 4 (a) Quantas soluções têm a equação.
( x + 1)2 − 5
(n) 2 + x2 = (b) Escreva a equação na forma canónica.
4

65
x + 3 x ( x − 1) 4(1 − x ) 24. A única solução da equação x2 + 20x + p = 0 é
15. Dada a equação − =
2 3 6 −10. Qual o valor de p?
(a) Escreva-a na forma canónica.
25. Invente uma equação do 2º grau cujo conjunto-
(b) Calcule o valor do binómio discriminante.
solução seja:
(c) Sem resolver a equação, diga se esta é possível
e, em caso afirmativo, qual o seu número de  
(a) {−1, 1} 4 (m) {7, 12}
raízes. (h) − , 0
9 (n) {−10, −3}
(b) {−1, 2}  
16. Determine o valor de k nas equações, de modo que: 4
 
(i) − 4
(c) {7, 12} (o) , −3
(a) x2 − 12x + k = 0, tenha duas raízes reais e dife- 3 7
(d) {−10, −3} (j) {0} (p) {9, −6}
rentes (∆ > 0).  
4  
2
(b) 2x − 6x + 3k = 0, não tenha raízes reais (e) −3, 4 (q) {}
7 (k) 0, −
( ∆ < 0). 9 (r) {−8, 8}
(f) {−6, 9}    
2
(c) x + kx + 4 = 0, tenha raízes reais e iguais 4 4
(g) {−8, 8} (l) , −3 (s) 0, −
( ∆ = 0). 7 9

17. Considere a equação ( x − 3)2 − 3( x + 3) + k = 0. 26. Calcula um número real, tal que o quádruplo do
(a) Escreva a equação na forma canónica. seu quadrado adicionado ao próprio número seja
(b) Determine o valor de k, para que a equação 105.
tenha uma só equação. 27. Qual o número natural cujo quadrado adicionado
18. Determine a soma e o produto das raízes de cada de 6 unidades é igual ao quíntuplo desse número?
equação abaixo: 28. Calcule um número inteiro negativo tal que o do-
bro do seu quadrado diminuído de 72 seja igual a
(a) x2 + 3x + 4 = 0 (j) 5x2 − 3x − 2 = 0
zero.
(b) x2 − 3x + 4 = 0 (k) 3x2 + 55 = 0
29. Calcule dois números pares consecutivos cujo pro-
(c) x2 + 2x + 2 = 0 (l) x2 − 6x = 0
duto seja 840.
(d) 2x2 − 3x + 4 = 0 (m) x2 − 10x + 25 = 0
(e) −2x2 + 2x + 2 = 0 (n) x2 − x − 20 = 0 30. A soma dos quadrados de dois números consecuti-
(f) −2x2 + 5 = 0 (o) x2 − 3x − 4 = 0 vos é 61. Calcule esses números.
(g) x2 − 3x = 0 (p) x2 − 8x + 7 = 0 31. Equacione e resolva os seguintes problemas:
2 2
(h) −2x + 1 = 0 (q) 2x + 7x + 5 = 0
(a) A soma de um numero com o seu quadrado é
2
(i) 2x − 4x − 8 = 0 (r) 3x2 + x + 2 = 0 90. Calcule esse numero.
(b) A diferença entre o quadrado e o dobro de um
19. Na equação 3x2 − x + k − 1 = 0, o produto das
5 mesmo número é 80. Calcule esse número.
duas raízes é . Nessas condições, calcule o valor
6 (c) O quadrado de um número aumentado de 25
de k.
é igual a dez vezes esse número. Calcule esse
20. Na equação 3x2 − 10x + 2k − 1 = 0, a soma das raí- número.
zes é igual ao produto. Nessas condições, calcule o (d) O quadrado menos o quádruplo de um numero
valor de k. é igual a 5. Calcule esse número.
21. Os números x1 e x2 são raízes da equação (e) O quadrado de um número é igual ao produto
desse número por 3, mais 18. Qual é esse nu-
3x2 − 7x + 2 = 0. mero?
(f) O dobro do quadrado de um número é igual ao
Calcule o valor da expressão ( x1 + x2 ) + ( x1 · x2 ).
produto desse numero por 7 menos 3. Qual é
22. Na equação x2 − 18x + k = 0 calcula k de modo a esse numero?
que uma das raízes seja o dobro da outra. (g) O quadrado de um número menos o triplo do
2
23. A equação ax − 4x − 16 = 0 tem uma raiz cujo seu sucessivo é igual a 15. Qual é esse numero?
valor é 4. Nessas condições, qual é o valor do (h) A soma de dois números é 60 e o seu produto é
coeficiente a? 899. Quais são os números?

66
32. Num congresso havia 50 pessoas entre homens e A unidade de compri- I
mulheres. Descubra quantas mulheres e quantos mento utilizada é o cen-
x x
homens estavam presentes, sabendo que o produto tímetro.
das quantidades dos dois grupos é igual a 621 e (a) Escreva uma equação x 6
II
que a quantidade de mulheres é maior do que a na forma canónica que
quantidade de homens. representa a igualdade entre 5
33. Na figura seguinte está as áreas das duas figuras.
desenhado um retângulo com (b) Qual o valor de x que permite 8
3 cm2 de área. As medidas es- que as áreas das duas figuras sejam iguais?
tão expressas em centímetros 40. A hipotenusa de um triângulo retângulo mede
3 − 3x
sendo x um número positivo 5 dm. Quanto medem os catetos, sabendo que um
inferior a 1. deles tem mais 1 cm que o outro?
Determina as dimensões do
retângulo. 3x + 1 41. Será possível desenhar-se um triângulo retângulo
se quisermos que as medidas dos lados sejam três
34. Determine o valor C múltiplos consecutivos de 4?
de x sabendo que 10
x+3 42. Qual é a área de um retângulo de diagonal igual
o triângulo é re-
tângulo em B. A a 15 cm, sabendo-se que o comprimento excede a
B
x+1 largura em 3 cm?
35. Determine x sabendo que a área a sombreada é
43. A área de um trapézio isóscele é de 48 cm2 . A base
68 m2 .
x maior excede em 4 cm a base menor e esta é igual
x à altura.
Calcule o perímetro do trapézio.

44. Um retângulo tem a mesma área que um quadrado


x com 20 cm de lado. Calcula as dimensões do re-
x
x+2 tângulo, com aproximação às centésimas, sabendo
2
que a altura é da base.
3
36. Na figura ao lado estão representados dois retân-
45. Se duplicarmos o raio de um círculo e lhe adicio-
gulos. Determine x sabendo que a parte colorida
narmos 2 cm, a sua área aumentará 84π cm2 .
tem de área 52 m2 .
Qual o raio do círculo inicial?
x 46. A medida da altura de um paralelogramo é x e a
5
base da altura, ambas expressas em dm.
8
x 7m x Calcula o valor de ambas, sabendo que a área do
2m paralelogramo é 1 440 dm2 .
x
47. A idade do Nuno daqui a seis anos é um quadrado
perfeito e há seis anos a sua idade era precisamente
37. Sabendo que o número de diagonais de um polí- a raiz quadrada desse quadrado. Que idade tem o
n ( n − 3) Nuno?
gono convexo é dado pela fórmula , sendo
2
n o seu número de lados, resolva o seguinte pro- 48. O Manuel tem 11 anos e o Quim 13. Daqui a quan-
blema: tos anos é que o produto das suas idades será 323?
“Qual o número de lados de um polígono convexo
49. Se ao dobro da idade da Ana adicionarmos o triplo
que tem 35 diagonais?"
da sua idade, obteremos 189 anos.
2
38. O triângulo ao lado tem 10, 5m Que idade tem a Ana?
de área. Determine a medida x
50. Perguntada sobre sua idade, Juliana respondeu: “
da altura x desse triângulo.
O quadrado da minha idade menos o quíntuplo
x+4
39. Observa as figuras I e I I. dela é igual a 104". Qual é a idade da Juliana?

67
5 F UNÇÕES

5.1 Noção de função

Dá-se o nome de função f a uma correspondência entre um con-


junto A e um conjunto B, que a cada elemento x do conjunto A faz
corresponder um e um só elemento f ( x ) do conjunto B.
Simboliza-se do seguinte modo:

f :A −→ B
x 7−→ y = f ( x )

Na definição, x é o objecto ou a variável independente e f ( x ) = y é a


imagem ou a variável dependente. Ao conjunto A dos objetos chama-se
Domínio e representa-se por D f ou D. Ao conjunto B chama-se conjunto
de chegada da função. Ao conjunto das imagens chama-se contradomínio
da função e representa-se por D 0f ou simplesmente D 0 . O contradomínio
pode ou não coincidir com o conjunto de chegada.

Exemplo 5.1 Das correspondências seguintes indique:

(a) Aquela que é função e justifique.

(b) O domínio e o contradomínio da função.

(c) A imagem de 2 e o objeto cuja imagem é 4 pela função.

A B A B A B
f g h
4 2 2
1 1 1
5 4 4
2 2 2
6 6 6
3 3 3
8 8 8

E. 1. Seja f a correspondência de A
para B, seguinte:
Resolução: De acordo com a definição temos:
A B
f
(a) Somente f é uma função porque é a única correspondência de A para 11 −2
13 −1
B em que cada elemento do conjunto de partida corresponde a um só
15 1
elemento do conjunto de chegada. 17 2

(b) O domínio é D f = {1, 2, 3} e o seu contradomínio é D 0f = {4, 5, 6}. (a) Justifique que f é uma
função.
(c) A imagem de 2 pela função é f (2) = 5 e o objeto cuja imagem é 4 é 1 (b) Calcule f (11) − 3 f (13)
pois f (1) = 4. (c) Determine D 0f
5. Funções

5.2 Gráfico de uma função


Uma função é representada graficamente por um conjunto de pontos
cujas abcissas são os objetos e as ordenadas dos pontos são as respetivas
imagens na função.

O gráfico de uma função f obtém-se marcando num referencial o


conjunto dos pares ordenados ( x, f ( x )).

Sempre que o domínio ou o contradomínio é um conjunto ilimitado a


representação de todos os pontos é impossível. Alguns autores dizem que
neste caso não temos o gráfico de uma função mas sim uma representação
gráfica da função.

Nem todo o gráfico representa uma função. Como a cada objeto cor-
responde uma e uma só imagem, o gráfico de uma função só pode ser
intersectado, no máximo, uma vez por uma qualquer reta vertical. E. 2. Quais dos seguintes gráficos re-
presentam funções? Porquê?

Exemplo 5.2 Dos seguintes gráficos identifique, justificando, as que (a)

representam ou não funções: y


y y y

0 x

0 x 0 x 0 x

(b)

Resolução: Traçando retas verticais, concluímos que:


0 x
y y y

(c)
0 x 0 x 0 x
y

0 x
Não se trata de uma Trata-se de uma re- Não se trata de uma
representação gráfica presentação gráfica de representação gráfica
de uma função a reta uma função, pois ne- de uma função a reta (d)

vertical intersecta o nhuma reta vertical vertical intersecta o y


gráfico em dois pontos interseta-o em mais do gráfico em mais do
distintos. que um ponto. que um ponto.
0 x

O domínio de uma função definida graficamente, é o espaço ocu-


pado pelo gráfico sobre (ou sob) o eixo xx. O contradomínio é o
espaço ocupado pelo gráfico da função no eixo yy.

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5. Funções

E. 3. Considere a função i, represen-


tada graficamente, abaixo:
Exemplo 5.3 Determine o domínio e o contradomínio de cada uma
das funções, representadas pelos gráficos seguintes: y
2
(a) x (b) x (c) x 1
y y y
4 4
h
4
2 −1 0 1 2 3 4 x
3 g 3 3
2
f −1
2 2 i
1 1 1 −2
−2 −1 0 1 2 3 4 x −2 −1 0 1 2 3 4 x −2 −1 0 1 2 3 4 x
−1 −1 −1
−2 −2 −2
(a) Indique o domínio e o contra-
domínio de i;
i (1) − i (4)
(b) Calcule .
4
Resolução: De acordo com a definição temos: (c) Indique o objeto cuja imagem
é 0.
(a) Dg = ]−2, 3] (b) D f = R (c) Dh = ]−1, +∞[
Dg0 = ]−1, 2] D 0f = {2} Dh0 = [−2, +∞[

Exemplo 5.4 Observando o gráfico da função f , determine o D f e


o D 0f . y E. 4. Observe o gráfico da função f
6 abaixo:
5 y
4 4 f

3
f 3
2 2
1 1

−6 −5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 4 5 6 7 8 9 10 11 12 x −5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x
−1
−2
−3
(a) Determine D f e D 0f .
−4
(b) Indique dois objetos com a
mesma imagem, na função f .
(c) Indique a solução da equação
Resolução: Observando os espaços ocupados pelo gráfico ao longo dos f ( x ) = 0.
eixos xx e yy respetivamente, temos que

D f =] − 5 , 12] e D 0f = [−4 , 6].

Exemplo 5.5 Determine o domínio e o contradomínio da função E. 5. Observe o gráfico da função f na


representada graficamente. figura abaixo:
y
y 5
5
4
4 3
2
3
1
2

1 −5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 x
−1
0 x −2
−5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 6 7 8 9
−1 −3

−2 −4

−3

(a) Determine D f e D 0f .
(b) Calcule
i. f (−2) + f (3) − 4 f (4)
Resolução: Observando o gráfico, temos:  
f 12 − f (−1)
ii.
D 0 = [−2, 2] ∪ [3, 5[ . 3 · f 23 − 4

D = [−5, 1[ ∪ ]3, 8] e

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5. Funções

5.3 Zeros de uma função

Zero de uma função é um objecto com imagem nula, ou seja, o


número x tal que f ( x ) = 0.
Graficamente, o zero é a abcissa do ponto onde o gráfico da função
toca o eixo xx.

Exemplo 5.6 Determine os zeros das funções g e h representadas


graficamente: E. 6. Considere a função f represen-
tada pelo gráfico abaixo:
y y
y
7 7
4
6 6
3
5 5 h 2
f
4 4 1
3 3
−5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x
g 2 2 −1
1 1 −2
−3
−5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x −5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x
−1 −1

−2 −2
(a) Indique f (0) e f (5)
(b) Indique D f e D 0f
(c) Determine os zeros da função,
caso existam
Resolução: Os zeros da função g são −3, −1, 0 e 1. Por outro lado, a
função h não tem zeros, pois o seu gráfico não toca o eixo xx.

Uma função pode ter infinitos zeros. Nesse caso representamos o conjunto
dos zeros em intervalos de números reais. Vejamos um exemplo.

Exemplo 5.7 Determine o domínio, o contradomínio e os zeros da


função representada pelo gráfico abaixo: E. 7. Observe o gráfico da função g.
y
y
2
2 g
1
1

x
−3 −2 −1 0 1 2 3
−5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x
−1
−1
−2
−2

(a) Determine Dg e Dg0 .


(b) Determine os zeros de g, caso
Resolução: O domínio dessa função é D = ]−5, 5[. O seu contradomínio existam.

é D 0 = [−2, 2].
O conjunto dos zeros é

{−4, −2, 0} ∪ [2, 4] .

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5. Funções

5.4 Sinal de uma função


Nos valores do domínio em que a função não é nula, ela é positiva ou
negativa.

Uma função é positiva em a ∈ D f se f ( a) > 0. Uma função é


positiva num intervalo em que o seu gráfico situa-se acima do
eixo xx.

Uma função é negativa em a ∈ D f se f ( a) < 0. Uma função é


negativa num intervalo em que o seu gráfico situa-se abaixo
do eixo xx.

E. 8. Considere a função h definida


graficamente abaixo:
Exemplo 5.8 Considere o gráfico da função f seguinte e determine
y
os intervalos onde ela é positiva e negativa: 4
h

3
y
2
3
1
2
f −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 x
1 1

−2
−1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 x
−1
(a) Determine Dh e Dh0
−2
(b) Indique os zeros desta função
(c) Recorrendo à uma tabela, es-
tude o sinal da função
(d) Indique um intervalo onde a
Resolução: Observando o gráfico e a sua posição em relação ao eixo xx,
função é simultaneamente po-
concluímos que: sitiva e negativa
f ( x ) > 0 ⇔ x ∈ [−1 , 0[∪]4 , 9[

f ( x ) < 0 ⇔ x ∈]0 , 4[∪]9 , 10[

Esse estudo pode ser feito de uma forma resumida numa tabela de sinal:

x −1 0 4 9 10
f (x) + + 0 − 0 + 0 − S.S

Existem funções que mantém apenas um sinal, em todo o seu domínio. E. 9. O gráfico seguinte representa a
função que a cada número real
positivo faz corresponder a sua
Exemplo 5.9 Determine o domínio e estude o sinal das funções. parte decimal:

y y y
f
3 1 1 g
2
−2 −1 0 1 2 3 4 5 x
1 −1 0 x
1 2 3 4 5
−2
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 x
−1 −3 g
(a) Calcule
 
5
g(1) + g(3, 5) − g
4
Resolução: Analisando o gráfico de cada uma, temos: (b) Determine o domínio e o con-
tradomínio da função
• O domínio de f é conjunto R. f ( x ) > 0 para todo x ∈ R.
(c) Determine o conjunto dos ze-
ros da função
• O domínio de g é R \ {1}. g( x ) < 0 para todo x ∈ Dg .
(d) Estude o sinal desta função

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5. Funções

5.5 Injetividade de uma função

Uma função f é injetiva se a objetos diferentes faz corresponder


imagens diferentes.

x1 6 = x2 ⇒ f ( x1 ) 6 = f ( x2 ), para todo x1 , x2 ∈ D f .

Para que uma função seja injetiva, qualquer reta paralela ao eixo xx deve
intersetar o seu gráfico em apenas um ponto.
E. 10. Considere a função h represen-
tada graficamente abaixo.
Exemplo 5.10 A função f representada abaixo é injetiva no seu
y
domínio? Porquê? 4

3 h
2
y
1
5
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x
4 −1

−2
3
−3
2
f
1
(a) Calcule f (1) − 3 × f (−3)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 x (b) Determine Dh e Dh0
−1
(c) A função é injetiva no seu do-
−2 mínio? Justifique.
(d) Em caso negativo para a ques-
tão anterior, indique um inter-
valo onde a função é injetiva.
(e) Indique um intervalo onde
a função é, simultaneamente,
Resolução: A função f não é injetiva no seu domínio porque, por exemplo, injetiva e negativa.
aos objetos diferentes 6 e 14 correspondem uma mesma imagem que é o 3.

Exemplo 5.11 Observe o gráfico ao lado e estude a função f , quanto: E. 11. A figura seguinte é o gráfico da
função f :
y
4 y
(a) Ao domínio e contradomínio. 3 5

2
f 4
(b) A zeros e sinal. 1 3 f
2
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 x
(c) A injetividade. −1 1

−2 −5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x
−1
−2

Resolução: Por observação do gráfico, temos: −3


−4
0 −5
(a) D = ]−4, 6] e D = [−2, 3].

(b) f ( x ) = 0 ⇔ x ∈ {−1, 3, 5}. (a) Indique o domínio e o contra-


domínio.
f ( x ) > 0 ⇔ x ∈ ]−1, 3[ ∪ ]5, 6]
(b) Resolva pela análise do grá-
f ( x ) < 0 ⇔ x ∈ ]4, −1[ ∪ ]3, 5[ fico:

(c) A função é injetiva em cada um dos intervalos ]−4; −2, 5], [−2, 5; 0], i. f ( x ) = 4 iii. f ( x ) 6 −2
[0; 4] e [4; 6] ii. f ( x ) > 1 iv. f ( x ) 6 1

(c) Diga justificando se a função


é injetiva no seu domínio.

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5. Funções

5.6 Monotonia de uma função


Uma função diz-se monótona num intervalo do seu domínio se for cres-
cente ou decrescente.
Consideremos uma função f real de variável real e seja I um intervalo do
seu domínio. mk
y
Uma função f diz-se crescente em I quando as imagens variam no
mesmo sentido dos objetos. Isto é, f

Se a < b então f ( a) 6 f (b) para todo a, b ∈ I.

Se a < b ⇒ f ( a) < f (b), para todo a, b ∈ I dizemos que f é estritamente 0 | |


x

I
crescente em I.
Função f crescente em I
Uma função f diz-se decrescente em I quando as imagens variam y

no sentido contrário dos objetos. Isto é,


f

Se a < b então f ( a) > f (b) para todo a, b ∈ I.

Se a < b ⇒ f ( a) > f (b), para todo a, b ∈ I dizemos que f é estritamente


decrescente em I. 0 | |
x

I
Uma função é constante num intervalo I quando é simultaneamente cres-
Função f decrescente em I
cente e decrescente.
h
h
Exemplo 5.12 Estude da função f de domínio [−3 , 8] representada h
h
no gráfico abaixo.
h
y
E. 12. Para cada uma das seguintes fun-
5 ções:
f
4
• Indique o domínio e o contra-
3 domínio
2 • Estude-as quanto a monoto-
nia.
1

(a)
−3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 x
−1
y

−2 f 2
1
−3
−3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x
−1

Resolução: A função é estritamente (b)


y

• crescente em [−3 , 2] e em [6 , 8]; g


2

• estritamente decrescente em [5 , 6]; 1

−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 x
−1
• constante em [2 , 5].

A monotonia pode também ser estudada numa tabela de variação.


E. 13. Estude a monotonia da função
x −3 2 5 6 8 dada no exercício E.7

f (x) −3 % 3 → 3 & 1 % 5

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5. Funções

5.7 Extremos de uma função

Seja f uma função de domínio D.

• Máximo absoluto de f é o maior valor que f toma em D, isto


é, f ( a) é o máximo absoluto de f se, para todo a e x de D:
f ( a ) > f ( x ).

• Mínimo absoluto de f é o menor valor que f toma em D, isto


é, f (b) é o mínimo absoluto de f se, para todo b e x de D:
f ( b ) 6 f ( x ).
k
k
k
Exemplo 5.13 Observe o gráfico da função f . k

y
E. 14. Considere a função representada
graficamente abaixo:
7

6 y
6
5
5
4 4
3
f 3
2
i
2
1
1
−8 −7 −6 −5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x
−1
−6 −5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 x −2
−1 −3
−2 −4
−5
−3

−4

−5 (a) Determine Di e Di0 .


(b) Indique os zeros de i
(c) Estude a função quanto ao si-
nal e a monotonia
Determine D f , D 0f , o máximo e o mínimo absolutos.
(d) Indique os pontos de extre-
mos absolutos, se existirem

Resolução: O domínio da função é o intervalo[−6 , 12] e o contradomí-


nio é [−5, 7].
7 é o máximo absoluto da função e −5 é o mínimo absoluta da função.

Seja f uma função de domínio D.

• f ( a) é um máximo relativo de f se existir um intervalo aberto


E contendo a, tal que f ( a) > f ( x ), para todo x ∈ E ∩ D f .

• f (b) é um mínimo relativo de f se existir um intervalo aberto


E contendo b, tal que f (b) 6 f ( x ), para todo x ∈ E ∩ D f .

Das definições apresentadas resulta que:

• Qualquer extremo absoluto é também extremo relativo.

• Uma função pode ter extremos relativos e não ter extremos absolutos.

• Em intervalos em que a função é constante, a respetiva imagem é


simultaneamente máximo e minimo relativo.

Os valores do domínio a que correspondem os máximos da função chamam-


se maximizantes. Os valores do domínio a que correspondem os mínimos
da função chamam-se minimizantes.

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5. Funções

k
k
k
Exemplo 5.14 Observe os gráficos de f e g, indique os extremos e o E.k 15. Considere a representação grá-
contradomínio. fica da função h.
y
y y
3
5 5
2
4 4
1
h
3 3

2 2 x
−5 −4 −3 −2 −1 0
1
f 1
g −1
1 2 3 4

−2
−5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 x −5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 x
−1 −1

−2 −2
(a) Indique o domínio e o contra-
domínio de h.
(b) Indique os zeros de h.

Resolução: Observando os gráficos, temos: (c) Calcule h(−5) + h(3)


(d) Indique, relativamente a esta
Função f Função g função:

2 é máximo relativo 2 e 5 são máximos relativos i. Os extremos relativos;


ii. Os extremos absolutos;
−1 é mínimo relativo −2 e −1 são mínimos relativos
iii. Os maximizantes;
f não tem extremos absolutos 5 é máximo absoluto iv. Os minimizantes.
D 0f = ]−2 , 5[ −2 é mínimo absoluto (e) Indique os intervalos onde a
Dg0 = [−2 , 5] função h é positiva e os inter-
valos onde é negativa.

Em funções não injetivas, a um extremo pode corresponder mais do que


um extremante. Vejamos um exemplo a seguir.

Exemplo 5.15 Observando o gráfico da função abaixo, estude-a


quanto aos extremos e aos extremastes (relativos e absolutos).
E. 16. Determine os extremos e os ex-
y tremantes, caso existam, das fun-
ções abaixo:
4
(a)
f
3 y
2

2 1
f

x
−3 −2 −1 0 1 2 3 4 5
1 −1

0 x
−1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (b)
−1 y
3

2
g 1

−5 −4 −3 −2 −1 0 2 3 x
1 4
Resolução: Tem-se: −1

−2

• Máximo absoluto: 4
Mínimo absoluto: −1

• Máximos relativos: 4 e 3; os maximizantes são, respectivamente, 0 e


todos os x ∈ [7 , 9]

• Mínimos relativos: 0, −1 e 3; os minimizantes são respectivamente


−1, 5 e [7, 9].

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5. Funções

5.8 Taxa de variação média


Considere-se a função f em [ a, b] ⊂ D f (a < b). A variação (crescimento
ou decrescimento) que a função sofre ao passar do valor f ( a) para o valor
f (b), é dado pela diferença f (b) − f ( a), a que se chama taxa de variação
da função no intervalo [ a, b].

Ao quociente da taxa de variação da função f no intervalo [ a, b]


pela amplitude do intervalo chama-se taxa de variação média da
função no intervalo [ a, b]:

f (b) − f ( a)
t.v.m. = .
b−a

Os valores absolutos das taxas de variação média servem para comparar o


crescimento (ou decrescimento) de uma função em diferentes intervalos,
de mesma amplitude, em que a função é monótona.

Exemplo 5.16 Considere a representação gráfica da função f abaixo.


y
3

2 f
1

−5 −4 −3 −2 −1 0 2 3 5 x
1 4
−1
−2
−3

(a) Determine o domínio de f .

(b) Estude a monotonia de função no seu domínio.

(c) Calcule a taxa de variação média de f nos intervalos [−2, −1] e


[1, 2]

(d) De acordo com os resultados acima, compare a monotonia nos


dois intervalos.
E. 17. Relativamente ao gráfico da fun-
ção f no exemplo ao lado, cal-
Resolução: Observando o gráfico, concluímos: cule:

(a) f (1) − f (5) + f (2)


(a) D f = [−5, 5].
(b) t.v.m.[−5,−4]
(b) f é crescente em [−5, −2] ∪ [0, 1] e decrescente em [−2, 0] ∪ [1, 5] (c) t.v.m.[−4,−3] − t.v.m.[0,1]

f (−1) − f (−2) −1 − 1
(c) t.v.m.[−2,−1] = = = −2
−1 − (−2) −1 + 2
f (2) − f (1) 1−2
t.v.m.[1,2] = = = −1
2−1 1
(d) Sendo os dois intervalos de mesma amplitude e onde a função é sempre
decrescente, notamos que esta decresce mais rapidamente no intervalo
[−2, −1] do que em [1, 2], pois | − 2| > | − 1|.

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FICHA DE EXERCÍCIOS 5. FUNÇÕES

1. Considere a seguinte função entre A e B. 3. Considere a função f representada no seguinte


referencial.
A B
y
2 3
−10 f f
2
10
5 1
5
10 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x
12 −1
−12 −2
3
−3

(a) Justifique que a correspondência, f é uma fun- (a) Complete:


ção.
i. f (2) = . . .
(b) Indique o domínio, D f , da função. ii. f (0) = . . .
(c) Indique o conjunto de chegada da função. iii. f ( x ) = 0 ⇔ x = . . . ∨ x = . . .
(d) Indique o contradomínio, D 0f , da função. (b) Identifique o domínio e o contradomínio de f .
(e) Qual é a imagem de −12? (c) Indique um intervalo contido no domínio de f
(f) Quais os objetos que têm imagem 10? onde a função não tenha zeros.
(g) Qual é o objeto que tem imagem 5? (d) Indique os intervalos onde a função f é positiva
e os intervalos onde a função é negativa.
2. Observe o gráfico abaixo, da função real f . (e) Indique relativamente a esta função os:
y i. extremos absolutos;
3 ii. extremos relativos;
2
iii. maximizantes;
1
iv. minimizantes.
0 x
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1 4. Considere a função g representado a seguir.
f
−2
y
−3
3
2
g 1
(a) Indique o domínio e o contradomínio da função.
(b) Copie para o seu caderno e complete as seguin- −5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 x
−1
tes tabelas:
−2

x y = f (x) x y = f (x)
(a) Indique as soluções de cada uma das seguintes
−2 −3
equações:
−1 −1
2 0
i. g( x ) = 3 ii. g( x ) = 0
−3 2
(b) Determine o domínio e o contradomínio de g.
(c) Indique os zeros de f , caso existam. (c) Construa um quadro de sinais e indique os inter-
(d) Estudo o sinal de f . valos onde a função g é positiva e os intervalos
(e) Indique um subconjunto de D f em que a função onde é negativa.
é injetiva e um em que a função não é injetiva. (d) A função g é injetiva no seu domínio? Porquê?

79
5. Seja f uma função definida no intervalo [−5 , 3], 8. O gráfico seguinte representa a função h
cuja tabela de variação é a seguinte:
y
4
x −5 0 1 3
3
f (x) 4 & 0 % 1 & 0
2
(a) Elabora um possível gráfico de f . 1
(b) Indique x tal que f ( x ) > 0.
−5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 x
(c) Indique x tal que f ( x ) = f (0). −1
−2
6. Observe o gráfico da função h e indique: −3

y
5 (a) Indique:
4 h i. o domínio e o contradomínio de h;
3 ii. h(0); h(−2); h (3).
2 (b) Para que valores da variável independente:
1
i. h( x ) = 0;
−2 −1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 x ii. h( x ) é mínimo relativo; h( x ) é mínimo abso-
−1
luto;
−2
iii. h( x ) é máximo relativo; h( x ) é máximo abso-
luto;
(a) Domínio e contradomínio de h; iv. h( x ) > 0; h( x ) < 0;
(b) Zeros; v. h é crescente; h é decrescente.
(c) Um intervalo onde a função h seja: 9. Seja g uma função definida no intervalo [−8 , 10],
i. Injectiva em que parte da sua tabela de variação é a seguinte:
ii. Não injectiva x −8 0 3 10
iii. Injectiva e negativa f (x) % 6 & −1 %
iv. Injectiva e crescente Qual das afirmações é necessariamente verdadeira?
v. Injectiva, positiva e decrescente. (A) f (−8) = 6 (C) f (3) = −1
(B) f (10) = 6 (D) f (10) > 0
7. Considere a função f representada graficamente.

y 10. Considere a função f , de domínio [−3, 5], represen-


4 tada na figura.
3
2 g
1 y

−8 −7 −6 −5 −4 −3 −2 −
−110 1 2 3 4 5 6 7 8 x 3

2 f
−2
−3 1
−4
−5 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x
−1

−2

(a) Indique: −3

i. o domínio;
ii. o contradomínio;
iii. os zeros; Indique:
iv. os extremos relativos; (a) D f e D 0f .
v. os intervalos de crescimento da função; (b) Os extremos relativos.
(b) Construa uma tabela de variação de g. (c) Os extremos absolutos.

80
11. Considere a função f cuja representação gráfica é 13. O gráfico representa a variação da profundidade
a figura abaixo. da água do mar (eixo dos y), ao longo de um dia
(em horas, eixo dos x), num porto de pesca.
y
Metros
8
7 10
6
f 8
5
f
4 6
3
4
2
1 2

0 2 4 6 8 9 10 12 14 16 18 20 22 24 x
−1 0 3 6 9 12 15 18 21 24 Horas

−2

(a) A que horas se registou a profundidade de 8 m?


(a) Indique: (b) Qual foi a profundidade máxima? A que horas
i. o domínio ocorreu?

ii. o contradomínio (c) Qual foi a profundidade mínima? A que horas


ocorreu?
iii. os zeros
(d) Considere a função f de domínio [0 , 24] repre-
iv. os extremos relativos sentada na figura.
v. os intervalos de crescimento da função i. Indique o contradomínio da função.
(b) Construa uma tabela de variação da função. ii. Indique os intervalos de monotonia da função
da função.
12. A função v está representada a seguir: iii. Construa uma tabela de variação da função.
(e) Calcule a taxa de variação média da profundi-
y dade nos intervalos de tempo [6, 9], [12, 18] e
3 [18, 21]
v
2
14. Considere a função f , de domínio [−4, 7] represen-
1 tada na figura.

0 1 2 3 4 5 6 7 x
y

2
(a) Para função dada indique: f

i. O domínio;
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 7 x

ii. O contradomínio; −1

−2
iii. Os zeros;
iv. Os intervalos de monotonia;
v. Os extremos relativos;
(a) Indique o intervalo de maior amplitude onde a
vi. Os extremos absolutos; função é:
vii. Os maximizantes; i. Crescente.
viii. Os minimizantes. ii. Decrescente.
(b) Construa uma tabela de variação da função. (b) Estude a monotonia da função.

81
15. Representa graficamente uma função f que satis- 18. Considere a função g representada graficamente.
faça as seguintes condições:
y
• Domínio: [−2, 5]
• Contradomínio: [−1, 4] 2
• f (−2) > f (5) 1
• f (0) × f (1) < 0 x
−3 −2 −1 0 1 2 3 4 5
−1
16. Na figura abaixo está representado, em referencial
−2
o.n. Oxy, o gráfico de uma função f de domínio
[−3, 5].
A representação gráfica é constituída pela reunião (a) Determine Dg e Dg0
de três segmentos de reta. (b) Calcule g(1) e g(2) − g(3)
y (c) Indique os zeros e estude o sinal da função.
(d) Indique um intervalo em a função não é injetiva.
3
(e) Calcule t.v.m.[−2,−1] , t.v.m.[2,3] e t.v.m.[4,5] .
2 (f) Estudo g quanto a monotonia.
1 (g) Indique os extremos relativos de da função.

−3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x 19. As velocidades e o tempo gasto a percorrer uma


−1 mesma distância (numa trajetória retilínea) foram
−2
registadas na tabela seguinte:
t (min) 0, 5 1 1, 5 2 3 5
v (km/h) 240 120 80 60 40 24
(a) A correspondência existente entre o tempo gasto
(a) Indique:
e ao velocidade a que se percorreu a referida dis-
i. O contradomínio da função.
tância é decrescente. Justifica.
ii. As soluções da equação f ( x ) = 0.
(b) Representa num referencial cartesiano os pares
iii. O número √ de soluções da equação ordenados (t, v) e esboça o gráfico previsível da
f ( x ) = 2. velocidade em função do tempo em [0, 5; 0] min.
iv. Os valores de k para os quais a equação
(c) Qual é a variação da velocidade do 1 para o 3
f ( x ) = k tem uma e uma só solução.
minuto? E a taxa de variação média em [1, 3]
(b) Determine o ponto do gráfico de f que tem: min?
i. Abcissa −2. (d) O que acontece à velocidade se o tempo for au-
9
ii. Abcissa . mentado? E se o tempo se for aproximando de
2
iii. Ordenada 4. 0 min?
7
iv. Ordenada − . 20. Os gráfico seguintes representam funções de domí-
4
17. Para cada uma das funções reais de variável real f e nio R:
g, representadas nas figuras, indique caso existam:
y f y
4 4 g
y y 3 3
3 3 2 2
1 1
2 2

1 f 1 g −11 0
−2− 1 2 3 4 x −110 1 2 3 4 x
−2−
x x
−2 −2
−1 0 1 2 −2 −1 0 1 2
−1 −1

(a) Relativamente a cada uma delas indique:


i. Contradomínio.
(a) Os extremos absolutos de f . ii. Zeros, caso existam.
(b) Os extremos absolutos de g. iii. Máximo e mínimo absoluto (caso existam).

82
6 F UNÇÃO QUADRÁTICA

6.1 Definição
Em muitas situações da vida real, o modelo matemático que melhor des-
creve a relação entre duas variáveis é uma função quadrática.

Chama-se função quadrática ou função do 2º grau, qualquer fun-


ção f de R em R definida por:

f ( x ) = ax2 + bx + c,

em que a, b e c são números reais e a 6= 0.

Exemplo 6.1 Nas funções quadráticas seguintes, identifique os coe-


ficientes a, b e c:

(a) f ( x ) = x2 + 5x + 4 (d) i ( x ) = −3x2 + 9x

(b) g( x ) = 2x2 − 3x − 7 (e) j( x ) = −25x2

x2 1
(c) h ( x ) = x 2 − 4 (f) m ( x ) = − x+2
3 5
E. 1. Identifique os coeficientes a, b e
c das seguintes funções quadráti-
Resolução: Observando a definição, temos: cas:

(a) a = 1, b = 5 e c = 4 (d) a = −3, b = 9 e c = 0 (a) y = x2 − 3x + 10


(b) y = −2x2 − 5x + 1
(b) a = 2, b = −3 e c = −7 (e) a = −25, b = 0 e c = 0 (c) y = 3x2 − 9
1 1
(c) a = 1, b = 0 e c = −4 (f) a = , b = − e c = 2
3 5
6. Função quadrática

6.2 Gráfico de uma função quadrática

O gráfico de uma função do 2º grau, y = ax2 + bx + c, com a 6= 0, é um


curva chamada parábola.

Exemplo 6.2 Constrói o gráfico das seguintes funções quadráticas:


(a) f ( x ) = x 2 − 1 (b) g( x ) = − x2 + 6x − 8
E. 2. Esboce o gráfico de cada uma das
seguintes funções reais:
Resolução: Inicialmente, construímos o gráfico ponto por ponto:
(a) y = x2 − 2x
(a) Primeiro, atribuímos a x alguns valores, depois calculamos o valor (b) y = x2 − 4x + 4
correspondente de y = f ( x ) e, em seguida, marcamos os pontos no (c) y = − x2 + 2x − 1
plano e os ligamos.
y
x f (x) 9

8
−3 8
7
f
−2 3 6

−1 0 4

3
0 −1 2

1 0 1

−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 x
2 3 −1

−2
3 8

(b) Repetindo o processo usado na alínea anterior, temos:


y
x g( x ) 2

1
0 −8
−1 0 1 2 3 4 5 6 7 x
1 −3 −1

−2

2 0 −3

−4
3 1 −5

−6
4 0
−7

5 −3 −8
g
−9
6 −8

Ao construir o gráfico de uma função quadrática y = ax2 + bx + c, notamos


sempre que:

• Se a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima;

• Se a < 0, a parábola tem concavidade voltada para baixo.

Sebenta da Matemática 10º Ano | ESACS - 2019/20 Página 84


6. Função quadrática

6.3 Zeros

Chamam-se zeros ou raízes de uma função do 2º grau


f ( x ) = ax2 + bx + c, com a 6= 0, os números reais x tais que
f ( x ) = 0.

Determinar os zeros de uma função quadrática equivale a resolver uma


equação do 2 grau utilizando os métodos estudados anteriormente.

Exemplo 6.3 Determine os zeros das seguintes funções:

(a) f ( x ) = x2 + x − 12

(b) g( x ) = 4x2 − 12x + 9

(c) h( x ) = 3x2 + 4x + 5

E. 3. Determine as raízes (zeros) reais


de cada uma das seguintes fun-
Resolução: Em cada caso, resolvemos a equação ax2 + bx + c = 0. ções:
3
(a) Vamos obter zeros da função f ( x ) = x2 + x − 12. (a) f ( x ) = − x2 + x+1
2
Temos a = 1, b = 1 e c = −12. √ 1
(b) f ( x ) = −3x2 + 2x −
−b ± b2 − 4ac 3
Substituindo na fórmula resolvente, x = , temos: (c) f ( x ) = x2 + 5x + 7
2a

−1 ± 1 + 48 −1 ± 7 E. 4. Na figura abaixo tem-se repre-
x= = ⇔ x = −1 ∨ x = 3 sentada a curva descrita por um
2 2 projétil, desde o seu lançamento
e as raízes são −4 e 3. (ponto A) até que atinja o solo
(ponto B).
(b) Vamos calcular as raízes da função g( x ) = 4x2 − 12x + 9. y(m)
Temos a = 4, b = −12 e c = 9.
Então: √
12 ± 144 − 144 12 ± 0 12 3
x= = = = ,
8 8 8 2
A B x (m)
3
função tem uma raiz dupla .
2 Se a curva descrita é a parábola
2 de equação
(c) Sendo h( x ) = 3x + 4x + 9, temos a = 3, b = 4 e c = 5.
y = −2x2 + 7x,
√ √
−4 ± 16 − 60 −4 ± −44 qual é a distância AB, em me-
x= = .
12 12 tros?

Como −44 não é um número real, essa função não tem zeros.

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6. Função quadrática

6.4 Vértice da parábola


Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e um ponto a>0
de mínimo V, quando a < 0, a parábola tem concavidade voltada para y

baixo e um ponto de máximo V.


Vamos encontrar as coordenadas do ponto V, chamado vértice da pará-
bola.

b2 b2
    
b c b c
y = ax2 + bx + c = a x2 + x + = a x2 + x + 2 − 2 +
a a a 4a 4a a 0 x
" 2 #

b b 2   2
b c

b b 2 − 4ac
= a x2 + · x + 2 − − =a x+ − V
a 4a 4a2 a 2a 4a2
" #
b 2 ∆

= a x+ − 2
2a 4a a<0
y
b ∆
Observando esta última forma, podemos notar que a, − e − 2 são
2a 4a V
constantes. Apenas x é variável. Daí:

• Se a > 0, então o valor mínimo de y ocorre quando ocorrer o valor 0 x


b 2 ∆ b 2
   
mínimo para x + − ; como x + é sempre maior ou
2a 4a 2a
b
igual a zero, seu valor mínimo ocorre quando x + = 0, ou seja,
2a
b
quando x = − ; nesta situação, o valor mínimo de y é
2a
∆ ∆
 
y = a 0− 2 = − ;
4a 4a
• Se a < 0, por meio de raciocínio semelhante concluímos que o valor
b
máximo de y ocorre quando x = − ; nesta situação, o valor máximo
2a
∆ ∆
 
de y é y = a 0 − 2 = − .
4a 4a

 
b
Portanto, em ambos os casos as coordenadas de V são − , − .
2a 4a

Exemplo 6.4 Determine as coordenadas do vértice da parábola da


função quadrática definida por f ( x ) = 2x2 − 5x + 2.

E. 5. Determine o valor máximo (ou


mínimo) e o respectivo maximi-
1 zante (ou minimizante) de cada
Resolução: A função tem os zeros, 2x2 − 5x + 2 = 0 ⇔ x = 2 ∨ x = .
2 uma das funções abaixo, defini-
Determinemos as coordenadas dos vértice: das em R:

b 5 y (a) −3x2 + 12x


xV = − = (b) y = 4x2 − 8x + 4
2a 4 3

x2 4 1
∆ 9 (c) y = − + x−
yV = − =− 2
2 3 2
4a 8
1

−1 0 1 5 2 3 x
2 4
9

8
 
5 9 V
então, V = ,− .
4 8

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6. Função quadrática

6.5 Contradomínio

O contradomínio da função y = ax2 + bx + c, com a 6= 0, é o


conjunto dos valores que y pode assumir.

Há duas possibilidades:

• 1º quando a > 0. • 2º quando a < 0.

−∆ −∆
   
D0 = y ∈ R| y > D0 = y ∈ R| y 6
4a 4a
−∆ −∆
   
= , +∞ = −∞,
4a 4a

y y
∆ V

4a
0 b x

∆ V 2a

4a
0 b x

2a

Exemplo 6.5 Indique a concavidade da parábola, as coordenadas


do vértice e o contradomínio das seguintes funções quadráticas:

(a) f ( x ) = x2 − 2x + 1 (b) g( x ) = − x2 + 2x + 3
E. 6. Considere as seguintes funções
quadráticas:
Resolução: (a) Para função definida por f ( x ) = x2 − 2x + 1, temos:
(a) f ( x ) = 2x2 − 5x + 3
• A concavidade da parábola é voltada para cima, pois a = 1 > 0. (b) g( x ) = −5x2 − 4x + 8
(c) h( x ) = x2 − 17
• As coordenadas do vértice é dado por
Para cada uma:
−b −∆ −(−2) −0
   
, = , = (−1, 0) • Determine as coordenadas
2a 4a 2 4 dos vértices das respectivas
parábolas;
• Sendo a > 0, tem-se que D 0 = [0, +∞[ • Indique os vértice são pontos
de máximo ou de mínimo e
(b) g( x ) = − x2 + 2x + 3 justifique;
• Determine, sob a forma de in-
• A concavidade da parábola é voltada para baixo, pois a = −1 < 0. tervalos de números reais, oa
contradomínio de cada fun-
• As coordenadas do vértice é dado por ção.

−2 −16
 
, = (1, 4)
−2 −4

• Sendo a < 0, tem-se que D 0 = ]−∞, 4]

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6. Função quadrática

6.6 Construção da parábola

É possível construir o gráfico de uma função do 2º grau sem necessaria-


mente ter montar a tabela de pares ( x, y), mas seguindo apenas o roteiro
de observações seguintes:

1ª. O valor do coeficiente a define a concavidade da parábola.

2ª. Os zeros definem os pontos em que a parábola intercepta o eixo dos


x.
−b −∆
 
3ª. O vértice V = , indica o ponto de minimo (se a > 0) ou
2a 4a
de máximo (se a < 0).

4ª. A reta que passa por V e é paralela ao eixo dos y é o eixo de simetria
da parábola.

5ª. Para x = 0, temos y = a · 02 + b · 0 + c = c, então (0, c) é o ponto em


que a parábola corta o eixo dos y.

Exemplo 6.6 Esboce o gráfico das funções seguintes, seguindo o


roteiro acima e, em seguida, determine o contradomínio:

(a) f ( x ) = x2 − 2x − 3 (b) g( x ) = − x2 + 4x − 4
E. 7. Esboce a parábola das seguintes
funções quadráticas, seguindo o
Resolução: Seguindo ordenadamente os passos acima, vem: roteiro apresentado:

(a) f ( x ) = x2 + 2x + 2
(a) Seja f ( x ) = x2 − 2x − 3.
(b) g( x ) = x2 − 7x + 10
y Eixo de
• Concavidade voltada para cima, 2 simetria (c) h( x ) = −3x2 + 6x − 3
pois a = 1 > 0. 1
√ √
−b ± ∆ 2 ± 16 x
• Zeros: x = = −2 −1 0 1 2 3 4
2a 2 −1
⇔ x = −1 ∨ x = 3.
−2
• Vértice: −3
−b −∆
 
V= , = (1, −4). −4
2a 4a V
• Interseção com eixo y:
(0, c) = (0, −3).
Notemos que D 0f = [−4, +∞[.

(b) Para a função definida por g( x ) = − x2 + 4x − 4, temos:


y Eixo de
• Concavidade voltada para baixo, 1 simetria
V
porque a = −1 < 0.
−2 −1 0 1 2 3 4 x
−4 ± 0 −1
• Zeros: x = = 2.
−2 −2
• Vértice: V = (2, 0). −3

• Interseção com yy: −4

(0, c) = (0, −4). −5

Notemos que Dg0 = ]−∞, 0].

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6. Função quadrática

6.7 Função quadrática na forma a( x − h)2 + k


Qualquer função quadrática pode ser escrita na forma

y = a ( x − h )2 + k

e o seu gráfico pode ser construído a partir do gráfico de uma função


quadrática básica y = x2 .
Em particular, o gráfico da função y = a( x − h)2 + k é o gráfico de y = x2 :

• Com uma traslação horizontal de h unidades;

• Uma translação vertical de k unidades.

• O coeficiente a de termina orientação da concavidade da parábola e


quão largo ou apertado é esta abertura:

– Quando | a| > 1 a parábola é mais apertado.


– Quando | a| < 1 a parábola é mais largo.

Exemplo 6.7 Considere a função definida por f ( x ) = 2x2 + 4x + 1

(a) Use o método de completar quadrados e escreva a função na


forma f ( x ) = ( x − h)2 + k

(b) Constrói o gráfico de f a partir da parábola de y = x2 .

E. 8. Use o procedimento do exemplo


ao lado para esboçar o gráfico
Resolução: Para esta unção tem-se: das seguintes funções:
(a) f ( x ) = x2 + 4x + 9
(a) Seguindo o método de completar quadrado vem sucessivamente
(b) g( x ) = x2 + 6x
2 (c) h( x ) = −2x2 + 4x
f (x) = 2x + 4x + 1
 
= 2 x2 + 2x + 1 E. 9. Dadas as funções
  f ( x ) = 2( x − 3)2 + 4
= 2 x2 + 2x + 1 − 1 + 1 7
g( x ) = −( x + 2)2 −
  4
= 2 x2 + 2x + 1 − 2 + 1 1
h ( x ) = − ( x − 4)2 + 2
  2
= 2 x2 + 2x + 1 − 1
(a) Identifique o vértice
= 2 ( x + 1)2 − 1 (b) Esboce o gráfico
(c) Identifique o eixo de simetria
(d) Identifique o máximo ou mí-
(b) O gráfico de f ( x ) é o gráfico de y f ( x ) y = x2 nimo da função
y = x2 apertado verticalmente por 6

um fator de 2, transladado 1 uni- 5

dade para esquerda (h = −1) e 1 4

unidade para baixo (k = −1). 3

−3 −2 −1 0 1 2 x
−1

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6. Função quadrática

6.8 Estudo do sinal da função quadrática

Estudar o sinal da função quadrática f ( x ) = ax2 + bx + c, significa determi-


nar os valores de x para os quais f ( x ) > 0 (positiva) e f ( x ) < 0 (negativa).

O estudo do sinal da função depende do coeficiente a e do binómio discri-


minante ∆ = b2 − 4ac.

a>0 a<0
Concavidade para cima Concavidade para baixo

+
+ +
– x1 x2 – x
∆>0 x1 x2 x

Dois zeros
reais distintos
• f ( x ) > 0 ⇔ x < x1 ∨ x > x2 • f ( x ) > 0 ⇔ x1 < x < x2 ⇔ x ∈ ] x1 , x2 [
⇔ x ∈ ]−∞, x2 [ ∪ ] x2 , ∞[ • f ( x ) < 0 ⇔ x < x1 ∨ x > x2
• f ( x ) < 0 ⇔ x1 < x < x2 ⇔ x ∈ ] x1 , x2 [ ⇔ x ∈ ]−∞, x2 [ ∪ ] x2 , ∞[

x1 x
– –
∆=0
+ +
Um zero
real duplo x1 x
• @x ∈ R tal que f ( x ) > 0
• f ( x ) > 0 ⇔ x ∈ R \ { x1 } ⇔ x ∈ ]−∞, x1 [ ∪ ] x1 , +∞[
• f ( x ) < 0 ⇔ x ∈ R \ { x1 } ⇔ x ∈ ]−∞, x1 [ ∪ ] x1 , +∞[
• @x ∈ R tal que f ( x ) < 0

x
∆<0 – –
+ +
Nenhum
zero real x
• f ( x ) < 0 ⇔ x ∈ R ⇔ x ∈ ]−∞, +∞[
• f ( x ) > 0 ⇔ x ∈ R ⇔ x ∈ ]−∞, +∞[

Exemplo 6.8 Estude o sinal da função: f ( x ) = 2x2 − 3x.

E. 10. Analise a variação de sinal de


3 cada uma das seguintes funções:
Resolução: Calculando os zeros de f , obtemos x = 0 ∨ x = .
2 (a) y = x2 + x − 12
Como a = 2 > 0, a parábola tem con-
(b) y = −4x2 + 4x − 1
cavidade voltada para cima, conforme
(c) y = 3x2 + 4x + 5
o esboço gráfico ao lado.
+ +
3 0 - x
2
 
3 3
• f ( x ) > 0 ⇔ x < 0 ∨ x > ⇔ x ∈ ]−∞, 0] ∪ , +∞ .
2 2
 
3 3
• f ( x ) < 0 ⇔ 0 < x < ⇔ x ∈ 0, .
2 2

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6. Função quadrática

6.9 Inequações do 2º grau


Vamos aplicar o estudo de sinal da função quadrática na resolução de
inequações.

Exemplo 6.9 Resolva a inequação −2x2 + 3x + 2 > 0.

Resolução: Considerando f ( x ) = −2x2 + 3x + 2 temos:


E. 11. Resolva as seguintes inequações
a = −2 < 0, ∴ concavidade para baixo em R:
∆ = 25 > 0,
−b ± ∆
√ ∴ f tem dois zeros.
−3 ± 5
+ (a) − x2 + x + 6 < 0
x+2 x2 − 4 5x − 2
x= ⇔x= x
(b)
3

2
>−
6
2a −4 1 2
1 − x2 − 1 x2 − 1
⇔ x1 = − ∨ x2 = 2. 2 (c) − +2 < x
2 7 35
Como a inequação é f ( x ) > 0 e,
observado o gráfico, vem
   
1 1
S= x∈R:− 6x62 = − ,2 .
2 2

Exemplo 6.10 Resolva a inequação x2 − 2x + 1 6 0.

Resolução: Considerando f ( x ) = x2 − 2x + 1 temos:


E. 12. Resolva, em R, as inequações:
a = 1 > 0 e ∆ = 0, ∴ há um zero duplo. (a) −4x2 + 12x − 9 > 0
−b
x= = 1. (b) 4x2 − 4x + 1 > 0
2a
x2 − 1 3x x + 10
(c) − 6 1−
Como a inequação é f ( x ) 6 0 vem, 3 2 4
1 x

S = {1}.

Exemplo 6.11 Resolva a inequação − x2 + 2x − 2 < 0

E. 13. Indique o conjunto-solução das


Resolução: Considerando f ( x ) = − x2 + 2x − 2 temos: seguintes condições:
(a) x2 + x + 1 < 0
a = −1 < 0 e ∆ = −4, então
f ( x ) < 0 para todo o x ∈ R
- x (b) x2 + 5x + 9 > 0
x2 11
(c) +x+ <0
7 2

Como a inequação é f ( x ) < 0 vem,

S = R = ]−∞, +∞[ .

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FICHA DE EXERCÍCIOS 6. FUNÇÃO QUADRÁTICA

Definição (a) y = (m − 5) x2 + 3x − 2 tenha concavidade vol-


tada para cima
1. Quais são funções quadráticas?
(b) y = (2m − 1) x2 + 5x − 1 tenha concavidade vol-
(a) y = x2 − 5x + 6 tada para baixo
(b) y = 3x2 − 2x + 1
9. O gráfico da função quadrática f ( x ) = x2 + ax + 3
(c) y = 5x − x + 3 passa pelo ponto P(1, 2). Determine o valor de a.
(d) y = 2x + 4x − 1
10. A parábola de equação y = ax2 + bx + c passa pelo
(e) y = 5x2
ponto (1, 0). Calcule a + b + c.
(f) y = − x2 + 4
11. Determine o valor de m de modo que o ponto
(g) y = 2x − 5
(2, −1) pertença ao gráfico da função y = x2 −
x2
(h) y = − 4x 4x + m
3
2. Identifique os coeficientes a, b e c das seguintes 12. Dada a função y = x2 − 4x + 3, complete a tabela
funções quadráticas: e esboce o gráfico.

(a) y = x2 + 2x x −1 0 1 2 3 4 5
√ 2
(b) f ( x ) = 3x − 1 y
2
(c) f ( x ) = ( x − 3)( x + 5) + (1 − x )
13. Dada a função y = − x2 + 4x, complete a tabela e
2 2
3. Verifique se a função y = (2x − 1) − 4( x + 1) é esboce o gráfico.
uma função quadrática.
x −1 0 1 2 3 4 5
4. Determine os valor de m na função y = (m +
2) x2 − 5x + 1 para que seja quadrática. y

5. Determine o conjunto dos valores de m de modo a


14. Dada a função y = x2 + 2x − 1, complete a tabela
se ter um função quadrática em cada caso:
e esboce o gráfico.
(a) f ( x ) = (m − 1) x2 + 2x + 3
(b) f ( x ) = (m2 − 4) x2 − (m + 2) x − 1 x −2 −1 0 1 2 3 4
y
Gráfico e Concavidade
15. Dada a função y = x2 + 2x + 2, complete a tabela
2
6. Que tipo de curva representa a função y = tx + e esboce o gráfico.
x + 1 se:
(a) t = 0 x −4 −3 −2 −1 0 1 2
(b) t 6= 0 y

7. Observe cada função quadrática e responda se o


gráfico tem concavidade voltada para cima ou para Zeros
baixo e justifique: 16. Determine as raízes (zeros) reais, caso houver, de
(a) y = x2 − 4x + 3 cada uma das funções:
2
(b) y = − x + 3x − 2 (a) f ( x ) = 3x2 − 7x + 2
(c) y = 2x2 − 8x + 8 (b) f ( x ) = −3x2 + 6
(d) y = x2 − 4 (c) f ( x ) = x − 2x2
(e) y = − x2 − 3x (d) f ( x ) = x2 − 5x + 6
(f) y = −3x2 + 6x − 5 (e) f ( x ) = − x2 + 6x − 9

8. Determine o conjunto dos valores de m de modo


(f) f ( x ) = x2 − 2x + 5
que o gráfico de: 17. Determine os zeros das seguintes funções:

92
(a) y = 2x2 − 5x − 3 28. Uma bola lançada para cima, verticalmente, tem
2 sua altura h (em metros) dada em função do tempo
(b) y = −3x + 5x + 2
2
(c) y = x − 2x + 1 t (em segundos) decorrido após o lançamento pela
fórmula
(d) y = − x2 + 4x − 4
h(t) = −5t2 + 20t.
(e) y = x2 + 1
(f) y = −2x2 + 7x − 3 Qual é altura máxima atingida pela bola.
(g) − x2 + 4x − 5 29. A Mila vende doces de côco. O custo médio de
cada pacote de doces é dado pela equação
18. Resolva em R, as equações:
(a) (2x − 3)( x2 − 7x + 10) = 0 C ( x ) = 2x2 − 40x + 44
(b) (− x2 + 3)( x2 − 9) = 0 em que x é o número de rebuçados que ela empa-

(c) xY2 − 4 3x + 12 = 0 cota numa semana. Quantos rebuçados ela deve
(d) x2 = 112 empacotar para minimizar o custo?
19. O conjunto solução da equação (2x + 0, 3)2 −
5(2x + 0, 3) + 4 = 0 é { a, b}, com a < b. Qual Gráfico
é o valor de b − a? 30. Esboce o gráfico das seguintes funções:
20. Determine m para que a função dada por f ( x ) = (a) f ( x ) = − x2 + 10x − 25
2
x − 3x + m tenha duas raízes reais e distintas. (b) g( x ) = x2 − 2x + 2
21. Determine p a fim de que o gráfico de f ( x ) = (c) h( x ) = x2 − 2x + 3
2
2x + x + ( p − 1) não intercepte o eixo das abcis- (d) i ( x ) = 2x2 + 2x + 1
sas. (e) j( x ) = x2 − 4x
22. Uma das raízes da função f ( x ) = − x2 + px + 3 é (f) k ( x ) = − x2 + 4x − 5
igual a 2: x2 4
(g) l ( x ) = − + x −
(a) Qual é o valor de p? 3 3
(h) m( x ) = ( x − 2)2 + 3
(b) Qual é a outra raiz que essa equação possui? 1 1
(i) y = − x2 + x +
23. Uma das raízes da função f ( x ) = x2 − x − a é tam- 2 2
bém raiz da função g( x ) = x2 + x − ( a + 20). Qual (j) y = 3x2 − 4x + 2
9
é o valor de a? (k) y = x2 − 3x +
4
(l) y = − x2 + 3x − 3
Vértice
31. Represente graficamente as funções quadráticas:
24. Determine as coordenado do vértice da parábola
(a) y = x2 − 3x + 2
das seguintes funções:
(b) − x2 + 4x − 3
2
(a) y = x − 2x + 1 (c) y = x2 − 4x + 4
(b) y = x2 − 7x + 10 (d) y = − x2 + 6x − 9
(c) y = x2 − 6x + 9 (e) y = x2 − x + 2
2
(d) y = x − 2x + 3 (f) y = x2 − 4
2
(e) y = x − 5x + 6 (g) y = − x2 − 9
2
(f) y = x + 3x − 4 (h) y = x2 − 3x
2
(g) y = x + 2x + 5 (i) y = x2 − 2x − 8
2
(h) y = − x − 2x + 3 (j) y = 2x2
2
(i) y = x − 6x + 6
32. Represente graficamente as funções quadráticas:
25. Qual o vértice da parábola y = 4 − x2 ?
(a) y = x2 − 6x + 5
26. Determine o vértice da parábola da função y = (b) y = − x2 + 4x − 4
2
− x + 2x + 2. (c) y = x2 − 2x + 5
27. Qual a ordenada do vértice da parábola y = (d) y = x2 − 6x + 9
x2 − 2x + 5? (e) y = − x2 + 6x − 5

93
(f) y = x2 (b) g( x ) = 3( x − 4)2 − 7
(g) y = − x2 2
(c) p( x ) = − ( x − 2)2 + 5
5
(h) y = − x2 + 6x − 9 3
(d) h( x ) = − ( x − 5)2 + 10
33. Esboce o gráfico da função y = 4x2 − 5x (1 + x ). 7
1
34. Para uma das função seguintes: (e) k ( x ) = ( x + 8)2
2
2
• Indique o sentido da concavidade (f) m( x ) = ( x + 11)2
9
• Determine os zeros 21
(g) n( x ) = −3x2 +
• Determine o ponto de interseção com o eixo yy 4
2 1
• Use as informações acima para o esboçar o grá- (h) q( x ) = −4x +
6
fico
38. Escreva a expressão algébrica y = a( x − h)2 + k de
• Determine o contradomínio da função
cada uma função representadas graficamente:
(a) y = x2 + 9x + 8
(b) y = x2 + 7x + 10 (a) ff (d) ff
2
(c) y = 2x − 2x + 4 y y
8 7
(d) y = 2x2 − 12x + 19 7 6
9 6 5
(e) y = − x2 + 3x −
4 5 4
2 3 9
(f) y = − x − x − 4 3
2 16 3 2
2 1
Função quadrática na forma a( x − h)2 + k 1
−5 −4 −3 −2 −1 0 1 x
−1
35. Sem desenhar o gráfico a parábola, descreve a trans- −2 −1 0 1 2 3 4 x
lação, reflexão e o aperto/alargamento que deve
(b) ff (e) ff
ser aplicado a y = x2 par se obter o gráfico das y y
seguintes funções: 1 2
1
(a) f ( x ) = x2 − 12x + 5 −3 −2 −1 0 1 2 3 x
−1
9 −5 −4 −3 −2 −1 0 1 x
(b) f ( x ) = x2 + x + −2 −1
4
−3 −2
(c) f ( x ) = x2 + 2x − 2
−4 −3
(d) f ( x ) = − x7 2 + x + 2 −5 −4
(e) f ( x ) = x2 − 6x − 7 −6 −5
2 −7 −6
(f) f ( x ) = 3x + 6x + 3
36. Para cada uma das funções, determine as coor- (c) ff (f) ff
denadas do vértice V (h, k), escreve-as na forma y y
4 8
y = a( x − h)2 + k e esboce os seu gráfico:
3 7
(a) y = x2 + 6x + 5 2 6
(b) y = x2 − 2x − 3 1 5

(c) y = x2 − 2x + 1 −4 −3 −2 −1 0 1 2 x
4

2 −1 3
(d) y = x + 4x + 5
−2 2
(e) y = x2 + 2x + 1 −3 1
(f) y = − x2 + x + 2 −4
0 1 2 3 4 5 x
(g) y = − x2 + 3x − 2
(h) y = − x2 + 5x + 6
Sinal
37. Parra cada uma das funções seguintes, escreva as
coordenadas no vértice e determine se o vértice é 39. Estude o sinal de cada uma das seguintes funções:
um máximo ou um mínimo: (a) y = x2 − 5x + 4
(a) f ( x ) = 4( x − 6)2 − 9 (b) y = − x2 + x − 2

94
x2 1 (a) x2 − x − 6 6 0
(c) y = −x+
2 2 (b) x2 − 3x + 2 > 0
(d) y = − x2 + 10x − 25
(c) 4x2 − x + 1 > 4x − 2x2
(e) y = − x2 + 6x − 9
(d) − x2 + x + 6 > 0
(f) y = 3x2 − x + 1
(e) 16x2 < 8x − 1
2x2 4
(g) y = − +x− (f) −2x2 + 3x > 0
3 3
40. Estude os sinais das seguintes funções quadráticas: (g) x2 − 6x + 9 > 0
(a) y = 2x2 − 5x + 2 (h) x2 − 5 < 0
(b) y = − x2 + 2x + 3 45. Resolva, em R, as inequações:
9
(c) x2 − 3x + (a) x2 + 3x + 7 < 0
4
(d) y = − x2 − 2x + 15 (b) 4x2 + 1 6 0
(c) −4x2 + 20x − 25 < 0
41. Faça estudo de sinal das seguintes funções de 2º √
grau: (d) 2x > x2
(e) −2x2 − x > 3
(a) y = − x2 − x − 5
(b) − x2 + 4x − 4 (f) x ( x − 8) > 0

(c) y = x2 + x (g) x2 > 72


(h) −8x2 > 0
Inequações (i) − x2 > −1
(j) 52 < ( x − 2)2
42. Resolva as seguintes inequações:
(a) x2 − 10x + 9 > 0 46. Qual é o número de soluções inteiras da inequação
x2 − 6x < 7?
(b) − x2 + 2x − 1 < 0
(c) x2 + 5x + 9 < 0 47. Resolva as seguintes inequações:
(d) x2 + 2x > 8 2x2 − 6 7x − 6 x+2
(a) − > +2
(e) x2 + x − 6 < 0 3 15 5
(f) x2 − 3x + 4 > 0 48. Para que valores de m ∈ R, a função
x2 f ( x ) = x2 + mx + m + 3 é positiva para qualquer
(g) + 2 < 2x x ∈ R?
2
43. Resolva as inequações quadráticas: 49. Para que valores de m ∈ R, a função
(a) 2x2 − 7x > 3 f ( x ) = − x2 + 2mx + m − 2 é positiva para qual-
(b) 3x2 + 2x < 1 quer x ∈ R?
(c) 5x > 2( x2 − 6) 50. Sabendo que o conjunto solução da inequação na
(d) −8x 6 −3( x2 − 1) variável x: x2 − 3x + m + 1 > 0 é S = R, obtenha
(e) ( x − 2)( x − 6) 6 0 os possíveis valores reais de m.

44. Resolva as seguintes inequações apresentado, sem- 51. Para que valores reais de m a inequação
pre que possível, o conjunto solução na forma de − x2 − x + 2m − 3 > 0 tem como conjunto solução
intervalos: o conjunto vazio?

95
7 F UNÇÃO M ODULAR

7.1 Função definida por ramos


Uma operadora de comunicação móvel lançou a seguinte campanha de
preços de chamadas entre os seus clientes.
"Pague apenas 1 escudos por minuto, a partir do primeiro minuto (inclusive),
falado e só 2 escudos nas chamadas com tempo de duração inferior à 1 minuto."

Modelando essa campanha como uma função de preço p dado o tempo o


tempo x em (minutos) temos:
(
p( x ) = x se x > 1
p( x ) = 2 se x < 1.

Diz-se, nesse caso, que p é uma função definida por ramos.

Exemplo 7.1 Seja a função f : R → R definida por:


(
1 se x < 0
f (x) =
x+1 se x > 0

(a) Calcule f (−3), f (0) e f (2) (b) Constrói o gráfico de f .

E. 1. Considere a função
Resolução: Para x < 0 temos f ( x ) = 1 e para x > 0, f ( x ) = x + 1. 
x − 2, se x > 1
g( x ) =
−2x + 1 se x < 1
(a) Temos
(a) Calcule g(−1); g(0) e g(1)
−3 < 0 portanto, f (−3) = 1 (b) Constrói o gráfico de g
0 = 0 portanto, f (0) = 0 + 1 = 1 (c) Determine Dg0

2 > 0 portanto, f (2) = 2 + 1 = 3

(b) Para construir o gráfico de f , construímos:


y
• O gráfico da função f ( x ) = 1, 4
mas só consideramos o trecho 3
f (x) = x + 1
em que x < 0 2
f (x) = 1
• O gráfico da função afim 1

f ( x ) = x + 1, mas só −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 x
−1
considerando o trecho em que
x>0
7. Função Modular

Exemplo 7.2 Considere a função real definida por




 −x − 4 ⇐ x 6 −1
3

h( x ) = − x2 + 3x ⇐ −1 < x 6 2

 4

1 ⇐x>2

(a) Determine os zeros da função h

(b) Determine o valor de x tal que h( x ) = 3

(c) Represente h graficamente

(d) Determine Dh0

Resolução: Considerando a definição da função em cada ramo, fazemos:


E. 2. Na função real
(a) Fazemos h( x ) = 0 em cada ramo:
( 5
x2 − x+1 se x > 0
f (x) = 2
x+2 se x < 0
Para x 6 −1: h( x ) = 0 ⇔ − x − 4 = 0 ⇔ x = −4
(a) Determine os valores do do-
3
Para −1 < x 6 2: h( x ) = 0 ⇔ − x2 + 3x = 0 ⇔ x = 0 ∨ 
x=
4 mínio que tem imagem 7.
4  
x = 4 não serve porque não pertence a este ramo. 2
(b) Calcule f − + f (0)
3
Para x > −2: h( x ) = 1 e 1 6= 0 (c) Represente graficamente a
função
Logo o conjunto dos zeros é {−4, 0}
(d) Determine o contradomínio d
função
(b) Procedemos, de modo semelhante ao exercício anterior, igualando h( x )
a 3 em cada um dos ramos:

Para x 6 −1: h( x ) = 3 ⇔ − x − 4 = 3 ⇔ x = −7
3
Para −1 < x 6 2: h( x ) = 3 ⇔ − x2 + 3x = 3 ⇔ x = 2
4
Para x > −2: h( x ) = 1 e 1 6= 3

Logo h( x ) = 3 ⇔ x = 2.

(c) Desenhando ramo a ramo temos:

y
4
3
2
1

−6 −5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 x
−1
−2
−3
−4

(d) Por observação gráfica temos que:


 
15
Dh0 = − , +∞
4

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7. Função Modular

7.2 Função modular


Como já vimos em anos anteriores o valor absoluto ou módulo de um
número x representa-se por | x |. Define-se a través da relação
(
x se x > 0
|x| =
− x se x < 0
Isto significa que o módulo de um número é:
• igual ao próprio número, se ele é não negativo (ou seja, se é positivo
ou zero);

• igual ao simétrico, se ele é negativo.

Uma função real definida por

y = | f ( x )|

é chamada função módulo ou modular ou função valor absoluto.

A função modular é um caso particular de função definida por ramos.

7.2.1 Gráfico de uma função modular

Pela definição modulo temos:


(
f (x) se f ( x ) > 0
| f ( x )| =
− f ( x ) se f ( x ) < 0
Ao processo de escrever uma função modular como uma função definida
por ramos chama-se abrir módulo.
Para construir o gráfico de uma função modular, podemos então usar o
mesmo processo para função definidas por ramos.

Exemplo 7.3 Represente graficamente a função real definida por


f ( x ) = | x + 1|.

Resolução: Podemos Comecemos então por abrir o módulo E. 3. Construa os gráficos das seguin-
tes funções reais:
( (
x+1 se x + 1 > 0 x+1 se x > −1 (a) f ( x ) = |2x − 4|
| x + 1| = = (b) g( x ) = |2x + 3|
−( x + 1) se x + 1 < 0 −x − 1 se x < −1
(c) h( x ) = |5 − 3x |

Então o gráfico pode construído como duas y


funções afins em cada ramo, ou seja, 3
2
• Desenha-se a reta de equação 1
y = x + 1, para valores de x > 1
−3 −2 −1 0 1 2 x
• Desenha-se a reta de equação −1
y = − x − 1, para valores de x < 1

Sabe-se que | f ( x )| > 0, ou seja a função modular é sempre positiva.


Com isto teremos um outro processo para construir o gráfico de uma
função modular que consiste em construir o gráfico da expressão dentro
de módulo e refletir a parte negativa em relação ao eixo xx.

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7. Função Modular

Exemplo 7.4 Constrói o gráfico da função g( x ) = | x2 − x − 2|

E. 4. Construa os gráficos das seguin-


Resolução: Abrindo o módulo vem tes funções reais:
( (a) p( x ) = | − x2 − 5x |
2 x2 − x − 2 se x2 − x − 2 > 0
g ( x ) = | x − x − 2| = (b) q( x ) = | x2 − 3x + 2|
−( x2 − x − 2) se x2 − x − 2 < 0
( (c) r ( x ) = |6 − 3x2 |
2
x −x−2 se x 6 −1 ∨ x > 2
=
− x2 + x + 2 se − 1 < x < 2

A função dentro de módulo é uma função quadrática,  com zeros −1 e 2,


1 −9

concavidade voltada para cima e com vértice no ponto , . Portanto o
2 4
gráfico é
y
3
2
1

−3 −2 −1 0 1 2 3 x
−1
−2

Para obter o gráfico da função g( x ) = | x2 − x − 2|, fazemos a reflexão da


parte negativa do gráfico em relação ao eixo xx. Obtemos:

y
3
2
1

−3 −2 −1 0 1 2 3 x
−1
−2

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7. Função Modular

7.3 Equação modular

Uma equação onde a variável esteja dentro de um módulo é deno-


minada equação modular.
| − a| | a|

Para resolvermos uma equação | x | = a com a positivo, temos: −a 0 a x

|x| = a ⇔ x = a ∨ x = −a
Utilizando esta propriedade vejamos como resolver algumas equações:

Exemplo 7.5 Resolva a equação | x − 1| = 2.

E. 5. Resolva em R as equações:
Resolução: Aplicando a propriedade acima vem,
(a) | x − 3| = 4

| x − 1| = 2 ⇔ x − 1 = 2 ∨ x − 1 = −2 (b) | x2 − 5x | = 6

1 1
⇔ x = 2 + 1 ∨ x = −2 + 1 (c) − x − 1 =
2 3
⇔ x = 3 ∨ x = −1

S = {−1 , 3}.

Exemplo 7.6 Resolva | x + 2| = |2x − 4|.

E. 6. Resolva em R as equações:
Resolução: Tento em conta que dois números com o mesmo módulo são
(a) |3x − 1| = |2x + 6|
iguais ou são simétricos, temos:
(b) |5x − 3| = | − x |

| x + 2| = 2| x − 2| ⇔ x + 2 = 2x − 4 ∨ x + 2 = −2x + 4 (c) |4x − 1| − 7|2x + 3| = 0

2
⇔ − x = −6 ∨ 3x = 2 ⇔ x = 6 ∨ x =
3
 
2
S= , 6 .
3

Exemplo 7.7 Resolva a equação |3x − 3| = 5x − 1.

E. 7. Resolva em R as equações:
Resolução: Sabemos que |3x − 5| > 0. Assim para a igualdade
1 (a) |4 − 3x | = 3x − 4
|3x − 5| = 5x − 1 ser possível, devemos ter 5x − 1 >⇔ x > . Assim (b) | x2 − 5x | = −5x + 9
5
fazemos (c) |2x2 + 15x − 3| = x2 + 2x + 3

|3x − 5| = 5x − 1 ⇔ 3x − 5 = 5x − 1 ∨ 3x − 5 = −5x + 1
3
⇔ −2x = 4 ∨ 8x = 6 ⇔ 
x= −
2∨x =
4
O valor encontrado −2 não satisfaz a condição de existência do módulo.
 
3
S= .
4

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7. Função Modular

7.4 Inequação modular

Uma inequação onde a variável esteja dentro de um módulo é


denominada inequação modular.

Na resolução de uma inequação modular levamos em consideração as


seguintes propriedades do módulo de um número.

Considerando a um número positivo, temos:

• |x| < a ⇔ −a < x < a ⇔ x > −a ∧ x < a

• |x| > a ⇔ x < −a ∨ x > a

Exemplo 7.8 Resolva a inequação | x − 2| < 2.

E. 8. Resolva em R a inequações:
Resolução: Aplicamos a primeira propriedade e obtemos então:
(a) |3x − 1| < 8

| x − 2| < 2 ⇔ −2 < x − 1 < 2 (b) | x − 1| 6 3


(c) ||2x − 1| − 4| < 3
⇔ x − 1 > −2 ∧ x − 1 < 2
⇔ x > −2 + 1 ∧ x < 2 + 1
−∞ −1 3 +∞
⇔ x > −1 ∧ x < 3

Logo,
S = { x ∈ R : −1 < x < 3} =] − 1 , 3[.

Exemplo 7.9 Resolva a inequação | x − 2| > 5.

E. 9. Resolva em R a inequações:
Resolução: Aplicamos aqui a segunda propriedade e obtemos:
(a) | x2 − 5x | > 6

| x − 2| > 5 ⇔ x − 2 < −5 ∨ x − 2 > 5 3
(b) 2x + > 6
2
⇔ x < −5 + 2 ∨ x > 5 + 2 (c) ||2x + 1| − 3| > 2
⇔ x < −3 ∨ x > 7

−∞ −3 7 +∞

S = { x ∈ R : x < −3 ∨ x > 7} =] − ∞ , −3[∪]7 , +∞[.

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FICHA DE EXERCÍCIOS 7. FUNÇÃO MODULAR

Função definida por ramos 5. Considere a função


(
1. Dada a função definida pela lei x2 − 4x + 3, se x > 0
f (x) =
 x2 + 4x + 3 se x < 0

 −3 se x < −2
3

g( x ) = x se −2 6 x < 2 (a) Calcule f (−1); f (0) e f (1);
 2

(b) Constrói o gráfico de f .

3 se x > 2
(c) Determine D f e D 0f ;
calcule g(−3), g(−2) e g(5) depois desenhe o grá- 6. Escreva a expressão algébrica de cada uma das
fico de g e determine o seu domínio e o seu contra- funções definidas graficamente:
domínio.
(a)
2. Constrói o gráfico das seguintes funções definidas
y
em R:
(
x2 − 4x + 3 se x > 1 3
(a) f ( x ) =
x−1 se x < 1
( 2
x2 − 2x se x > 0
(b) g( x ) =
1−x se x < 0 1
(
− x2 + 1 se x > −2
(c) h( x ) = 0 x
1 se x 6 −2 −3 −2 −1 1 2 3
−1
(
x2 − 4x se x > 0
(d) i ( x ) =
− x2 − 4x se x < 0

3. Constrói o gráfico de cada uma das funções, defi-


(b)
nidas em R, e indique o seu contradomínio.
y
(
3 se x > 0
(a) f ( x ) =
−1 se x < 0 3
(
x se x > 0
(b) g( x ) = 2
− x se x < 0
(
2x + 1 se x > 1 1
(c) g( x ) =
4−x se x < 1
(
−3 −2 −1 0 1 2 3 x
x2 se x > 0
(d) f ( x ) =
− x se x < 0 −1
(
x2 − 4x se x > 0
(e) g( x ) =
− x2 − 4x se x < 0
 7. Seja f uma função rela definida por:
 0x se x > 0
 
2
(f) g( x ) = se 0 < x 6 2  x + 2x
 se x < −1
 2

f (x) = x se − 1 6 x 6 1
1 se x > 2 
 1 se x > 1
4. Constrói o gráfico das funções definidas por ramos:
(a) Esboce o gráfico de f num plano cartesiano

 −2x + 3, x > 1

(a) g( x ) = 1, −1 < x < 0 (b) Determine o contradomínio de f

 2 + x, x 6 −1

 −2, x 6 −2

(b) h( x ) = x, −2 < x < 2

 2, x>2

103
8. O gráfico seguinte representa a função f dada por 12. Considere as funções f , g e h definidas em R do
( seguinte modo:
x+2 se x 6 0
f (x) = g ( x ) = |2 − x | e h( x ) = |2x − 6|
mx + n se x > 0
(a) Defina analiticamente, cada uma da funções,
y
sem utilizar módulos;
2 (b) Represente graficamente cada uma das funções
1 sem recurso à tecnologias.
13. Considere a função g, definida em R por:
−3 −2 −1 0 1 2 3 x
2x − 1
−1 g( x ) = −3 + .
5
(a) Exprima g( x ) sem usar o símbolo de valor abso-
(a) Qual é valor de n + m? luto.
(b) Quanto vale f (4) − f (−4)? (b) Represente graficamente a função sem recurso a
tecnologia.
Função modular (c) Indique o contradomínio da função.
(d) Indique para a função g os zeros e os intervalos
9. Escreva cada função na notação de função definida de monotonia.
por ramos:
14. Faça o esboço gráfico de f ( x ) = ||2x + 3| − 2|.
2
(a) y = | − 4x + 4| (c) y = | − x − 3x | 15. Na função y = |2x − 10|, definida em R, diga quais
2 os valores do domínio que possuem imagem 4.
(b) y = |2x − 1| (d) y = | − x − 4x − 3|
16. Escreva sem o módulo e represente graficamente,
10. Seja f : R → R a função definida por cada uma das seguintes funções:
f ( x ) = | − 3x + 15|. (a) f ( x ) = | x | + x
(b) g( x ) = | x − 3| + x + 2
(a) Escreva f ( x ) sem utilizar o módulo; (c) h( x ) = x · | x |
(b) Calcule f (2) − f (7) e 3 f (−1) + f (5) usando a
17. Considere a função real f definida graficamente
resposta do item (a).
abaixo:
11. Constrói os gráficos das seguintes funções reais: y
(a) f ( x ) = | x − 3| 2
(b) f ( x ) = | x2 + 4x | f
2
(c) f ( x ) = | x − 3x + 2| 1

x2


(d) f ( x ) = 4 −

0 x
3 −3 −2 −1 1 2 3
(e) f ( x ) = |2x − 3| −1
(f) f ( x ) = | x2 − 4x + 3|
(g) f ( x ) = | x2 − 4|
(h) f ( x ) = | x − 1| + 2 Esboce o gráfico da função g : R 7→ R definida por
(i) f ( x ) = | − 2x − 6| g( x ) = | f ( x )|.

(j) f ( x ) = −|3x + 12| 18. Para cada das funções modulares seguintes:
q
(k) f ( x ) = ( x + 1)2 − 3 • Identifique os pontos de intersecção com os eixo
xey
(l) f ( x ) = |3x − 6| + 3x
• Esboce o gráfico
(m) f ( x ) = 1 − | x + 1|
• Determine o domínio e o contradomínio
(n) f ( x ) = x2 − 2| x | − 8
(o) f ( x ) = | x + 3| + x + 2 (a) y = |2x − 6| (d) y = |2( x + 1)2 − 2|
(p) f ( x ) = | x2 − 2x | + x + 2 (b) y = |3x + 6| (e) y = | − x2 − 3|
(q) f ( x ) = | x2 − 4x | (c) y = | x2 + 2x − 3| (f) y = | − 3x2 − 1|

104
19. Para cada uma das funções seguintes, determine Equação modular
os zeros, o ponto de intersecção com yy, esboce o
21. Resolva cada uma das seguintes equações:
gráfico, estude a monotonia, indique os extremos
relativos e absolutos e determine o contradomínio:
5

1 5
(a) | x | = 4 (l) x2 − x −

=
(b) | x | = 6 2 4 4
(a) f ( x ) = | x + 4|
(c) |2x − 1| = 3 (m) 2| x2 + 5x | = 12
(b) f ( x ) = | − 3| x |
(d) | x2 − 5x + 5| = 1 (n) | x2 − 2x − 15| = 16
(c) f ( x ) = | x + 2| − x
(e) | x − 1| = 5
(o) 1 = | x2 + 8x + 16|
(d) f ( x ) = | x | + 4 (f) |2x − 1| = 0
(p) 3 = |3x2 − 3|
(e) f ( x ) = 3| x + 4| − 4 (g) | x − 7| = 10
(h) |2x + 9| = 12 (q) |3x − 1| = 10
(f) f ( x ) = |4x |
1 (i) 2 = |2x − 4| (r) | x2 − 3x | = 9
(g) f ( x ) = |2x − 1| (j) | 3x − 6| = 6
3 (s) |4 − x | = 7
(h) f ( x ) = x + | x | − 3 1
(k) −2x + x2 = 0

2 (t) | x2 − 1| = 3
20. Determine as expressões algébricas das funções mo-
dulares cujos gráficos estão representadas abaixo: 22. Resolva as seguintes equações:

(a) 4 − | x | = 3
(a)
(b) 2|5x + 1| − 3 = 0
2 1
y (c) |5 − 2x | − = 5
3 2
5
(d) 3 + | x | = 7
4
5 − |x|
(e) =3
2
2
f 23. Resolva em R, as seguintes equações:
1
(a) |7 − 2x | = |5x + 3|
−3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 7 x (b) |5x − 3| = | − x |
−1
(c) |3x − 11| = | − 2x + 5|
(d) | x2 − 3x + 2| = |2x − 3|
(b) (e) |3x − 2| = |2x + 7|
y (f) |4 − x | − | x + 2| = 0
5
g (g) |3x + 1| = |4x |
4
(h) |2 − 5x | = 5| x + 1|
(i) |1 − 2x | = | x + 1|
2
1
(j) 3| x − 1| = 2| x + 1|

x 24. Resolva em R, as seguintes equações:


−2 −1 0 1 2 3 4 5 6 7
−1
(a) |5x + 1| = x − 2 (h) | x − 4| = x − 5
x
(b) |2x − 3| = x (i) |2 − 4x | =
(c) 2
(c) |2x + 5| = −4x + 1 (j) | x2 − 2x | = 2x
y (d) |2x − 1| = x + 1 (k) 2|3x + 1| = 2x − 8
h
5 (e) |4x − 3| = 3 − 4x (l) x + 8 = |4x + 6|
4
(f) | x | = x2 (m) 4 − | x | = 2x + 1
(g) | x | = x + 3 (n) | x | = 12 − x2
2
1 p
25. Resolva em R a equação: x2 − 2x + 1 = x − 1.
−3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 7 x
−1

105

26. Dada a função f definida por f ( x ) = x2 − x2 , 31. Resolva analiticamente as seguintes condições:
(a) encontre as raízes da equação f ( x ) = 0; (a) | x + 2| − 3 > 4
(b) determine os conjuntos domínio e imagem de f ; (b) 3| x + 5| − 6
(c) esboce o gráfico da função. (c) −2|3 − 2x | 6 −6
27. Considere a função f definida em R por (d) |4 − x | + 5 > 12
f ( x ) = | x + 1|. (e) 3| x + 2| − 5 > | x + 2| + 7

Determine o valor de x tal que (f) 4 − 3|4 − x | > 2|4 − x | − 1



x 1 1
f ( x + 1) = f ( x − 1). (g) − 6

3 4 12

x 1 1
(h) − >
Inequação modular 4 2 12
(i) ||2x + 1| − 3| 6 3
28. Resolva, em R, as inequações:
(j) |3x2 − 7x + 2| > 2
(a) |3x − 2| < 4 (j) |3x − 4| 6 1 (k) 1 < | x − 3| 6 3
2
(b) |2x + 7| < 4 (k) | x − 5x + 5| < 1
(c) |4x + 19| 6 0 (l) | x2 − 5x | 6 6
(d) | − 3x + 5| < 8 (m) |2x + 4| < −3
(e) |4x + 3| < 8 (n) |13 − 2x | 6 7
(f) |2x − 3| 6 10 (o) |2x + 15| 6 7
(g) |4x + 5| < 7 (p) | x2 − 3x − 4| 6 6
(h) | x | 6 2 (q) | x2 − 5x + 5| < 1
(i) | x − 3| < 5 (r) 5 − 3| x − 4| > −4

29. Resolva em R as seguintes inequações:

(a) |3x − 4| > 2 (i) | x | > 4


(b) |4x − 3| > 1 (j) |4 − x | > 5
(c) |5x − 7| > 8 (k) | x2 − x − 4| > 2
(d) |3x − 5| > 11
(l) | x − 1| > 3
(e) |2x − 9| > 6
(f) |3x − 11| > 0 (m) |5x + 7| > 3
(g) |3x + 25| > 8 (n) |4x − 7| > −1
(h) |3 − 2x | > 5 (o) | x2 − x − 4| > 2

30. Resolva em R, as condições:

(a) |3 − 5x | > 15 (g) |2x − 15| > 5


(b) |3x − 4| < 7 (h) |2x + 11| > 6
(c) |5 − 2x | > 10
(i) |5x − 21| 6 7
(d) |3 − 7x | > 5
(e) |2 − 11x | 6 6 (j) | x − 12| > 6
(f) | x − 8| < 7 (k) | x + 11| < 5

106
8 Á REAS E VOLUMES DE SÓLIDOS

8.1 Sólidos Geométricos


Os sólidos geométricos podem ser limitados por superfícies planas ou por
superfícies curvas.

• Poliedros são sólidos geométricos limitados por polígonos.


Por exemplo os prismas e as pirâmides.

• Não poliedros são aqueles que são litados por por faces cur-
vas. Por exemplo o cilindro, o cone e a esfera.

Prismas Piâmides Não poliedros

Prisma
Pirâmide Pirâmide
Cubo pentagonal Cilindro
triangular pentagonal

6 faces 3 faces
12 arestas 4 faces 6 faces
7 faces 2 arestas
8 vértices 6 arestas 10 arestas
15 arestas 0 vértices
4 vértices 6 vértices
10 vértices

Prisma Pirâmide Pirâmide


hexagonal hexagonal Cone
Paraleleipípedo quadrangular

6 faces 2 faces
8 faces 5 faces 7 faces
12 arestas 1 arestas
18 arestas 8 arestas 12 arestas
8 vértices 1 vértices
12 vértices 5 vértices 7 vértices

Prisma Pirâmide
Pirâmide
Prisma octogonal Esfera
retangular octogonal
triangular

5 faces 1 faces
5 faces 9 faces 0 arestas
9 arestas 10 faces
8 arestas 16 arestas 0 vértices
6 vértices 24 arestas
5 vértices 9 vértices
16 vértices
8. Áreas e volumes de sólidos

8.2 Áreas e perímetros de figuras planas

Revejamos algumas fórmulas para o calculo de áreas e perímetros de


algumas figuras planas.

Figura Fórmulas

Quadrado

Perímetro:
P = 4·l
Área:
A = l2

E. 1. Calcule o perímetro e a área de


cada uma das figuras:
Retângulo (a)
Perímetro:
P = 2b + 2h
Área:
A = b·h

Paralelogramo Perímetro: (b)

P = 2b + 2c
Área:
A = b·h
(c)

Perímetro:
Trapézio

P = B+c+b+d E. 2. A figura seguinte é limitada


Área: por três semicircunferências. A
( B + b) · h duas semicircunferências meno-
A= res são iguais e a semicircunfe-
2
rência maior tem 25, 8 cm de diâ-
metro.
Triângulo Perímetro:
P = a+b+c
Área:
b·h
A=
2

Hexágono regular
(a) Calcule o perímetro, em cen-
tímetros, da figura.
Perímetro:
(b) Calcule a área da figura.
P = 6·l
Área:
A = ...

Hexágono regular
Perímetro:
P = 2π · r
Área:
π · r2
A=
2

Sebenta da Matemática 10º Ano | ESACS - 2019/20 Página 108


8. Áreas e volumes de sólidos

8.3 Prisma
c

Um prisma é um sólido geométrico limitado por duas bases (polí- a b


gonos iguais) situadas em planos paralelos e várias faces (paralelo-
h
gramos).

A área da superfície é dada pela soma das áreas da superfície lateral e das
base. O volume de um prisma é igual soma (em número igual a sua altura)
da áreas das bases. Sendo assim temos:
a c b
A área da superfície (A) e o volume (V) de um prisma é dado por
h

• A = p · h + 2Ab
• V = Ab · h
em que Ab é a área da base, p é
perímetro do polígono da base e
h é a altura do prisma.

Exemplo 8.1 Calcule a área da superfície e o volume dos seguintes


prismas:
(a) (b)

6 cm

5 cm
10 cm

E. 3. Pretende-se pintar a superfície


lateral dum farol, em forma de
Resolução: Em cada caso temos que determinar alguns elementos afim prisma hexagonal regular, com
de preencher a fórmula: 40 m de altura e 8 m de lado da
base.
(a) Ab = 5 · 10 = 50 cm2 , P = 30 cm e h = 6 cm
Volume
Área
E. 4. Calcule o volume de cada
prisma:
A = 2Ab + p · h V = Ab · h
= 2 · 50 + 30 · 6 = 50 · 6 (a) (c)

= 280 cm2 = 300 cm3

49 √
(b) A b = 3 m2 , P = 21 m e h = 5 m
4
Volume
Área
(d)
(b)
A = 2Ab + p · h V = Ab · h
49 √ 49 √
= 2· 3 + 21 · 5 = 3·5
4 4
≈ 147, 4 m2 ≈ 107, 8 m3

Sebenta da Matemática 10º Ano | ESACS - 2019/20 Página 109


8. Áreas e volumes de sólidos

8.4 Pirâmide

Uma pirâmide é um sólido geométrico limitado por uma base


(polígono) e por várias faces (triângulos).
a
A área da superfície de uma pirâmide é a soma da área latela e a área da
base. O volume de uma pirâmide é um terço do volume de um prisma
com a mesma base e a mesta altura.

A área da superfície (A) e o volume (V) de uma pirâmide são dados


por:

p·a
• A= + Ab
2
1
• V = Ab · h
3
em que Ab é a área da base, p é
perímetro do polígono da base, a
a é a apótema das faces e h é a
altura da pirâmide.

Exemplo 8.2 Consirede a pirâmide quadrangular ao lado:

(a) Calcule a área da base


(b) Calcule a área total da super-
fície da pirâmide

(c) Calcule o volume da pirâ-


mide.

E. 5. (a) Pretende-se construir uma


tenda de campismo com a
Resolução: Sendo a base da pirâmide um quadrado: forma duma pirâmide hexa-
gonal regular, com 2 m de
(a) Ab = 42 = 16 cm2 apótema e 1 m de lado da
base. Qual o número mínimo
A área da base é 16 cm2
de metros quadrados de te-
cido comprar?
(b) Sendo p = 16 cm e a = 8 cm, temos
(b) Calcule o volume de uma pi-
16 · 8 râmide pentagonal cuja base
A = + 16 tem 40 cm2 de área e cuja al-
2 tura é 15 cm.
= 64 + 16
(c) Determine o volume duma pi-
= 80 cm2 râmide quadrangular cuja al-
tura é de 12 m, tanto quanto
A área total da superfície desta piramide é 80 cm2 a aresta.

√ (d) Quanto pesa uma pirâmide


(c) Sendo a altura da pirâmide h = 2 15 cm, vem hexagonal de mármore (ma-
ciça) sabendo que tem 50 dm2
1 1 √ de área da base e 1 m de al-
V = Ab · h = · 16 · 2 15 tura e que 1 m3 de mármore
3 3 pesa 2, 8 kg?
≈ 41, 3 cm3

A volume da piramide é aproximadamente 41, 3 cm3

Sebenta da Matemática 10º Ano | ESACS - 2019/20 Página 110


8. Áreas e volumes de sólidos

8.5 Cilindro de revolução

Um cilindro é um solido com cases que são círculos paralelos e


iguais, ligados a uma face curva.

Portanto, a área superfície do cilindro é igual a soma da área da superfície


lateral com as áreas da duas bases. O volume é o produto a área da base
pela altura.

A área da superfície (A) e o volume (V) de um cilindro são dados


por:

• A = 2πrh + 2πr2

• V =πr2 · h

em que r é o raio do círculo da


base e h é a altura do prisma.

Exemplo 8.3 Determine a área da superfície e o volume de um


cilindro cujas bases são círculos de raio igual a 2 cm e a altura do
cilindro é 3 cm.
E. 6. Calcule a área da superfície e o
volume:
Resolução: Aplicando a fórmula, temos
(a) (c)

Área

(b)
A = 2πrh + 2πr2
= 2π · 2 · 3 + 2π · 22 (d)

= 12π + 8π ≈ 62, 8

Volume

A = πr2 h = π · 22 · 3 = 12π ≈ 37, 7

A área da superfície é aproximadamente 62, 8 cm2 e o volume aproximada-


mente 37, 7 cm3 .

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8. Áreas e volumes de sólidos

8.6 Cone de revolução

Um cone é uma figura tridimensional com uma base circular. Uma


face curva liga a base ao vértice.

A área da superfície e o volume do cone calculam-se de modo semelhante


aos da pirâmide.

A área da superfície (A) e o volume (V) de um cone são dados por:

• A =πrg+πr2
1 2
• V= πr · h
3
em que r é o raio do círculo da
base, g é a geratriz do cone e h é
a sua altura.

Exemplo 8.4
Determine o volume de um cone cuja base é circulo de raio 4 cm altura
iguala 7 cm. Use π = 3, 14. Aproxime o resultado às décimas.

E. 7. Determine o valor aproximado


√ (às décimas) do volume de cada
Resolução: De acordo com dados da figura, conclui-se que, g = 65 cm, um dos cones:
assim:
(a) (b)

Área:
A = πrg + πr2

= π · 4 · 65 + π · 42

= 4 65π + 16π
≈ 151, 6
Volume:
1 2
V = πr · h
3
1
= π · 42 · 7
3
112
= π
3
≈ 117, 3

A área da superfície é aproximadamente 151, 6 cm2 e o volume aproximada-


mente 117, 3 cm3 .

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8. Áreas e volumes de sólidos

8.7 Esfera

Esfera é o conjunto de todos os pontos no espaço que estão a uma


mesma distância de um ponto, chamado centro da esfera. O raio da
esfera é um segmento que um ponto qualquer da esfera ao centro.

Ao contrário de outros sólidos vistos, a esfera não pode ser planificada.

A área da superfície e o volume de uma esfera são dadas por:

• A = 4πr2

4 3
• V= πr
3

em que r é o raio da esfera.

Exemplo 8.5 Determine a área da superfície e o volume de cada


uma das esferas:

(a) (b)

E. 8. (a) Uma semisfera tem um vo-


lume de 18 cm3 . Determine
Resolução: Em cada caso, precisamos apenas do raio das esferas. o seu raio.
(b) Uma esfera tem um volume
(a) O raio é r = 2 cm de 972 m3 . determine o seu
raio.
• A = 4πr2 = 4π · 22 = 16π ≈ 50, 3 cm2
(c) Qual é maior, o volume de se-
4 4 32 miesfera com raio igual a 2 cm
• V = π · r 3 = π · 23 = π ≈ 33, 5 cm3
3 3 3 ou o volume total de esfera de
dois cones com raios 2 cm e
A esfera tem aproximadamente 50, 3 cm2 de área da superfície e 33, 5 cm3 altura 2 cm?
de volume.

(b) O raio desta esfera é r = 4 cm

• A = 4πr2 = 4π · 42 = 16π ≈ 201, 1 cm2


4 4 256
• V = π · r 3 = π · 43 = π ≈ 268, 1 cm3
3 3 3
A esfera tem aproximadamente 201, 1 cm2 de área da superfície e
268, 1 cm3 de volume.

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8. Áreas e volumes de sólidos

8.8 Sólidos compostos

Um sólido composto é um sólido obtido por justaposição ou por


interseção de dois ou mais sólidos geométricos.

Conforme o caso, justaposição ou interseção, a área ou volume de um


sólido composto é obtido pela soma ou diferença das áreas ou volumes
dos sólidos, respectivamente.

Exemplo 8.6
Calcule o volume do sólido com-
posto:

E. 9. Determine o volume de cada


uma das figura geométricas:
Resolução: Determinemos o volume de cada figura:
Cilindro (a) (c)
Prisma retangular

V = c·l·h = 5·5·4
= 100 V = π · r2 · h = π · 22 · 1 (b)
(d)
≈ 12, 3
O volume total é aproximadamente 100 + 12, 6 ou 112, 6 cm3

Exemplo 8.7
Determine o volume do solido
composto.

E. 10. Determine o volume dos sólidos


compostos:
Resolução: A figura é um cilindro com um buraco de forma cilíndrica.
Calculemos o volume das duas figuras: (a) (c)
Cilindro
Cilindro maior

V = π · r2 · h = π · 92 · 3 (b) (d)

= 243π V = π · r2 · h = π · 52 · 3
= 75π
Determinemos a diferença 243π − 75π = 168π ≈ 527, 5 m3 . O volume do
sólido composto é aproximadamente 527, 5 m3 .

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FICHA DE EXERCÍCIOS 8. ÁREAS E VOLUMES DE SÓLIDOS

Sólidos Geométricos Prisma

2. Determine o valor do volume de cada prisma:


1. Classifique cada uma dos seguintes sólidos geomé-
tricos:

(a) (d)

(a) (e)

(b)
(e)

(b) (f) (c) (f)

(c) (g)
3. A Dina construiu uma casa de boneco como mostra
a figura.

(h)

(d)

(a) Qual é o volume do 1º piso?

(b) Qual é o volume do sótão?

115
Pirâmide Cilindro

5. Calcule o volume de cada cilindro:


4. Determine o volume de cada uma das piramides.

(a) (d)

(a) (f)

(e)

(b) (b)
(g)

(f)

(h)
(c)

(c)

(i)

6. Calcule a área da superfície de cada uma dos cilin-


dros:
(d)
(a) (c)
(j)

(k) (d)
(e) (b)

116
7. O volume do seguinte cilindro é 251, 2 cm3 . (a) (c)

(d)

(b)

Determine a altura do cilindro.

8. Calcule o volume de cada cilindro:

(a) (d)

Cone

10. Calcule a área da superfície dos cones:

(a) (c)
(e)

(b)

(f)
(d)

(b)
(c)

(e)

9. Determine o valor aproximado (às décimas) do


volume do cilindro: 11. Calcule o volume de cada cone:

117
(a) (d) 14. Uma esfera tem volume igual a 972 cm3 . Determine
o seu raio.

15. As bola de ténis tem 6, 35 cm diâmetros e são ven-


didos em canecas plásticas de três. A caneca é
um cilindro. Qual é o volume na caneca não ocu-
pado pela bolas de ténis? Assume-se que as bolas
(e) tocam-se entre si, o lado, a base e o topo da caneca.
(b)

16. Calcule a área da superfície e o volume de cada


esfera:

(c) (f)
(a) (d)

(b) (e)
12. Copie e complete a seguinte tabela:

(a)

Raio (cm) Altura (cm) Volume (cm3 )


4 6
5 6
6 6
(f)
(c)
(b)

Raio (cm) Altura (cm) Volume (cm3 )


4 6
4 7
4 8

Esfera

13. O perímetro da circunferência da Terra no equador


(maior círculo da Terra) é 40079 km aproximada- Sólidos compostos
mente.
(a) Determine a área da superfície da Terra 17. Calcule a área da superfície de cada uma das figu-
(b) Determine o volume da Terra ras:

118
(a) (d) (a) (d)

(b) (e)
(b)

(e)

(c)
(f)

(f)
(c)

18. Determine o volume de cada uma das figuras:

119

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