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ANM Arvore de Natal Molhada
ANM Arvore de Natal Molhada
Molhada
Fevereiro de 2013
INTRODUÇÃO
Em terra, a cabeça do poço fica em superfície (no máximo a uns poucos metros
do solo). No mar, em águas mais rasas, também é possível trazer a cabeça do poço
para a superfície, efetuando-se a completarão dita convencional, ou seca. Neste caso a
cabeça do poço se apoia numa plataforma fixa que, por sua vez, é apoiada no fundo do
mar. Mesmo em águas rasas, a cabeça do poço pode ficar no fundo do mar,
completando-se com árvore de natal molhada (ANM). Em águas mais profundas, onde
é inviável trazer até a superfície, a cabeça do poço fica no fundo do mar, instalando-se
ANM.
São divididas em três tipos: O primeiro tipo DO-1 - para poços furados e
completados com jack-ups em LDA até 120 m, usando conector mudline e BOP de
superfície, tem o uso intenso de mergulho humano. O segundo tipo, DO-2, também
para poços furados com jack-ups e completados com SS ancoradas em LDA até 120 m,
mas usando conector H4, também tem uso intenso de mergulho, a Figura 1 mostra
uma ANM fabricada pela CBV, instaladas nos campos de Badejo e Linguado. E o
terceiro tipo, DO-3 (Figura 2), dos fabricantes Hughes, CBV e National/Equipetrol,
instaladas no ativo norte, nordeste e sul, para poços furados e completados com SS ou
NS ancorados em até a profundidade de 200 metros usando sistema de cabeça de
poço GL. Este modelo é a modificação das árvores DA com o objetivo de reduzir custos,
mas o aumento do mergulho não trouxe compensação financeira.
Figura 1: ANM GL/DO1 e GL/DO2.
Usa-se sistema de cabeça de poço guide line (GL) dos fabricantes CBV, HUGHES
e National/Equipetrol, instaladas nos campos de Albacora, Centro, Norte, Nordeste e
Sul, como ilustra a Figura 3. O mergulhador atua apenas na conexão das linhas de fluxo
e umbilical de controle, sistema da Figura 4.
Este tipo de árvore é similar ao tipo DA para uso em até 400 metros de lamina
d’água. Todas as conexões e/ou acoplamentos são feitos através de ferramentas ou
conectores hidráulicos, inclusive linhas de fluxo e controle (Figura 5). O umbilical de
controle e as linhas de fluxo são acopladas à ANM através de conexões horizontais
numa operação denominada de pull-in das linhas e a ANM pode ser instalada antes ou
após o lançamento dos dutos (Figura 6).
Podem ser consideradas as precursoras das atuais ANMs DLL e GLL, pois os
conceitos utilizados nestas últimas foram evoluções decorrentes das muitas
dificuldades enfrentadas na instalação das ANMs DL. Como as primeiras ANMs DL
foram instaladas em lâminas d´água inferiores a 300 metros, onde é possível utilizar
mergulho saturado, várias dificuldades foram solucionadas com auxílio de mergulho, o
que não mais seria possível em profundidades maiores. Os sistemas de conexão das
linhas de produção e controle da ANM eram de dimensões bastante elevadas e pouco
operacionais. Este tipo de ANM pode ser considerada obsoleta, tanto que todas as
ANMs localizadas em lâminas d´água inferiores a 300 metros sofreram transformações
para torná-las diver assisted . Aquelas que se encontram instaladas em maiores
profundidades continuam sem modificações.
Figura 5: ANM tipo GL/DL, fabricada pela Hughes.
Este tipo de ANM, com lançamento de linhas tipo lay- away (ver Figura 8)
possui o inconveniente de se necessitar a coordenação de programação do barco de
lançamento com a sonda de completação, prejudicando o cronograma de lançamento
de linhas do barco, pois as operações de completação geralmente apresentam atrasos
decorrentes das anormalidades enfrentadas.
Em junho de 1997 foi completado o poço MLS 3, numa lâmina d´água de 1700
metros, com ANM GLL, um novo recorde mundial. Este tipo de árvore era o mais
avançado modelo existente naquela época.
Com esta nova sistemática, os poços estão sendo completados até a instalação de
suspensor de coluna na base adaptadora de produção e abandonados
temporariamente. Isto se deve ao fato de que o tempo de fabricação de uma ANM (em
torno de 18 meses) é muito maior que o tempo de fabricação das bases (três meses),
e desta forma, quando as ANMs forem entregues e a unidade estacionária puder
receber a produção dos poços, a finalização das completações se dará de forma
bastante rápida, antecipando a produção.
O módulo de conexão vertical (MCV) tem função similar ao mandril das linhas
de fluxo (MLF) usado na CVD, apesar de projeto bastante distinto. A evolução
novamente aconteceu no sentido de otimizar o desempenho das sondas de
completação e dos navios de lançamento de linhas.
A ANM-H pode ser descrita, de forma simplificada, como uma base adaptadora
de produção (BAP) com válvulas montadas na sua lateral, permitindo a intervenção no
poço e substituição da coluna de produção sem a retirada da mesma. A ANM-H admite
as opções diver assisted (Figura 16), para LDA inferiores a 300 metros, ou sem cabos
guia (GLL) para profundidades superiores a 300 metros (Figura 17). Pode fazer uso da
tree cap externa ou interna, a depender de seu projeto.
Figura 19: ANM-H BCSS GLL/CVD MCV, para profundidades até 1500 m,
instaladas em Marimbá 15.
Figura 20: ANM-H GLL/CVD, para profundidades até 2000m.
As sete válvulas gavetas de uma ANM são definidas nos itens abaixo e
ilustradas na Figura 21.
O fluxo normal em uma ANM vem da formação (área de cor rosa no esquema)
passando pela coluna de produção, também na cor rosa, que representa o fluxo de
óleo. Quando o poço não é surgente, isto é, a pressão do poço por si só não consegue
elevar o produto até a plataforma, é necessário utilizar processos de elevação artificial,
no exemplo citado é utilizado o gás lift, onde o gás é bombeado pela linha do anular
passando através da válvula de gás lift (quadrado preto na figura) carreando o óleo até
a plataforma.
O óleo passa então pela DHSV – válvula em amarelo, que não está localizada na
ANM, mas na coluna de produção, que tem a função de conter o fluxo do poço caso
haja algum acidente com a ANM ou vazamentos externos, atravessando da cabeça de
poço e o suspensor de coluna. Até então todo o fluxo estava dentro da coluna de
produção, que é constituída de seções de tubos de comprimento médio de 12 metros
montados um a um por meio de roscas cônicas.
Tem-se uma junta de tubo chamada pup joint - em preto, que interliga a coluna
de produção, presa no TH (em azul) com o corpo da ANM propriamente dita (em
verde). Dentro do corpo da ANM está a primeira das válvulas gavetas que compõe o
conjunto de válvulas da ANM, chamada master de produção (M1 – de cor amarela
dentro do corpo da ANM). O fluxo é impedido de ir para a capa da árvore pela válvula
swab de produção (S1 – chamada válvula de pistoneio, de cor vermelha dentro do
corpo da ANM), cuja utilização se dá durante a intervenção no poço. O fluxo é
conduzido então para a válvula wing de produção (W1 – de cor amarela na lateral da
ANM) passando pelo conector das linhas de fluxo (cor verde e cinza) e, indo então,
para o manifold ou plataforma de produção.
Até o ano de 2020, a produção de petróleo nacional deverá ser de cerca de seis
milhões de barris por dia, ou seja, 186% superior à do ano de 2010. A produção no mar
representará, pelo menos, 97% da produção nacional. Portanto, a expectativa de
demanda de equipamentos submarinos no país para os próximos anos será vultosa,
podendo ultrapassar o valor de R$ 50 bilhões até o ano de 2020.
Figura 22: Quantidade de ANM’s instaladas ao longo dos anos pela Petrobras.
LIMA, J.E., FIGUEIREDO, M.W., Árvore de Natal Molhada, 1ª revisão, Apostila E&P-SSE/SC-
PO, Macaé, RJ, Brasil, Petrobras, 1999
Site - http://www.bndes.gov.br