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Apostila Minerais e Rochas PDF
Apostila Minerais e Rochas PDF
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
GERENCIAMENTO AMBIENTAL
“GEOLOGIA”
Piracicaba
27 de Março de 2004
A seguir apresentamos um texto básico de Mineralogia e Petrologia que deverá ser considerado
apenas como um texto de apoio e de consulta para a disciplina Geo-1 e Recuperação de Áreas
Degradas por Mineração.do CEGEA.
Capítulo I
MINERAIS E ROCHAS
1.1 – Introdução
Todos esses materiais de origem dos solos são constituídos, na sua grande maioria,
por minerais. Dessa forma tem-se que primeiro, estudar e conhecer os principais
minerais que formam os materiais de origem dos solos e em seguida, caracterizar
esses materiais para depois identificar e interpretar os fenômenos de transformação
desses produtos em solos.
Com isto conclui-se que o primeiro passo é estudar Mineralogia e Petrologia e dentro
deste contexto o primeiro problema que aparece é o de distinguir Mineral de Rocha.
a2) Não apresentando nenhuma face plana e regular, pode ser mineral ou rocha.
B) Matéria Orgânica. Definindo mineral como uma substância inorgânica, toda amostra
que contiver matéria orgânica como constituinte, será considerada uma rocha.
Geralmente, a matéria orgânica é reconhecida por apresentar cor escura, odor
característico, ao friccionar suja os dedos e em contato com fogo torna-se combustível.
C) Número de Constituintes. Trata-se de uma avaliação do número de componentes da
amostra (mineral, matéria orgânica, matéria vítrea). Em geral os diferentes constituintes
são reconhecidos por apresentar propriedades distintas, como por exemplo cor, brilho,
etc.
c1) Se amostra apresentar mais de um constituinte, ela é uma rocha (Figura 2A).
Entretanto, é possível na natureza, que alguns minerais apresentem impurezas
disseminadas em seus cristais, como ilustrado nas Figuras 2B e 2C.
Figura 2. Distinção entre mineral e rocha em função do número de constituintes. (A) material
com mais de um constituinte → rocha; (B) material com dois constituintes, um deles
considerado impureza → mineral; (C) material com várias partículas disseminadas,
inclusões de um mineral em outro → mineral
Figura 4. (A) basalto vesicular mostrando geodo preenchido por cristais de quartzo; (B) granito
mostrando acúmulo de micas.
vítreo – brilho semelhante ao vidro. Ex.: quartzo (hialino, ametista, fumê, etc);
sedoso – brilho semelhante a seda. Ex.: gipso
resinoso – brilho semelhante a resina. Ex.: enxofre
perláceo – brilho semelhante a pérola. Ex.: talco lamelar e granular
micáceo – brilho intenso das superfícies das "placas" ou "escamas" dos
minerais micáceos. Ex.: muscovita, biotita e lepdolita
2.2. DUREZA - A dureza (D) de um mineral é a resistência que sua superfície oferece
ao ser riscada. Será adotada a escala de dureza de MOHS, estabelecida em 1824, na
qual dez minerais comuns são ordenados em relação a resistência que oferecem ao
risco (Figura 5).
A escala de Mohs não é linear. Por exemplo, o diamante é cerca de 40 vezes mais
duro que o talco, enquanto o coríndon que está logo abaixo do diamante (dureza 9), é
da ordem de 9 vezes mais duro que o talco. A escala de Mohs é adimensional. Diz-se
que o mineral tem dureza 5 ou 3, por exemplo, na escala de Mohs.
Figura 6. Diferentes tipos de clivagem dos minerais. (A) clivagem em 3 direções; (B) clivagem
em 2 direções; (C) clivagem em 1 direção
2.4. FRATURA - É o tipo da superfície não plana apresentada por um mineral, após o
mesmo ter sido submetido a um choque mecânico.
A fratura pode ser:
Quando o mineral não ocorre em cristais bem individualizados, pode assumir as mais
variadas formas, das quais citam-se:
E) Granular - massa ou agregado constituído por grânulos: elementos cristalinos
pequenos e irregulares (Figura 8E). Ex.: olivina, enxôfre
F) Maciço - massas homogêneas cristalinidade aparente, isto é, situação em que
a individualização dos constituintes não pode ser feita a olho nu (Figura 8F). Ex.:
calcedônia
G) Fibroso - massas aciculares finíssimas, onde não é possível distinguir formas
geométricas nos indivíduos isolados (Figura 8G). Ex.: asbestos
H) Estalactítico - em forma de concreções mais ou menos cônicas (Figura 8H).
Ex.: calcita
I) Lamelar ou Placóide - quando o material é constituído por um conjunto de
lamelas ou placas empacotadas (Figura 8I). Ex.: talco, muscovita, sericita, lepdolita
J) Escamoso - quando o material é constituído por um conjunto de cristais
empacotadas em forma de pequenas escamas. Diferencia do placóide pelo tamanho
reduzido (Figura 8J). Ex.: biotita, fucksita
K) Concrecionário - na forma de concreções, isto é, agregados mais ou menos
estáveis, de forma arredondada e alongada constituídos de material cristalino e/ou
amorfo (Figura 8K). Ex.: concreções de hematita, goethita
Figura 8. Diferentes tipos de hábito/formas apresentados pelos minerais
A - INSOLÚVEIS – aqueles que não reagem com HCl. Ex. quartzo, turmalina
B - POUCO SOLÚVEIS – aqueles que só se solubilizam com HCl aquecido ou
quando pulverizados. Ex.: dolomita
Vítreo Verde mar, Média (5,0) Fratura Granular, Insolúvel Brilho vítreo
Verde Conchoidal Globular, tendendo a
azulado, a Irregular Tabular, resinoso APATITA
Azul violeta, Prismático
Branco, [Ca5(F,Ce,OH)(PO4)3]
Cinza
→→→→→Continua
→→→→→Continuação
Vítreo a Preto, Azul, Alta (7,0 a Fratura Prismático Insolúvel Estrias TURMALINA
Resinoso Verde 7,5) Irregular Alongado paralelas à
escuro, maior face do (silicato complexo de
Verde, prisma boro e alumínio)
Avermelha-
da
Quadro 1. Quadro para identificação macroscópica dos minerais. Qz quartzo; Cli. clivagem
Capítulo III
ROCHAS ÍGNEAS
3.1 – Introdução
As rochas ígneas ou magmáticas são formadas a partir do resfriamento e solidificação
de um magma. O magma é um material em estado de fusão que se encontra em
diferentes profundidades na crosta e manto terrestre. Geralmente ocupa espaço
definido denominado câmara magmática. O magma é constituído por diversas
substâncias onde predominam os silicatos, seguidos pelos óxidos e por compostos
voláteis, sendo a água o mais importante. O magma contém ainda diversos gases que
escapam na forma de vapor. Quando o magma extravasa na superfície terrestre é
denominado lava (Figura 10).
Figura 10. Esquema mostrando a câmara magmática (em vermelho) e os diferentes tipos de
rochas ígneas formadas em função da profundidade de cristalização.
Figura 12. Classificação das rochas em função da proporção de minerais félsicos (claros) e máficos
(escuros). (A) rochas leucocratas; (B) melanocratas; (C) mesocratas.
3.2.3- COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA: Trata-se de uma avaliação macroscópica
qualitativa e quantitativa dos principais minerais constituintes da rocha. O procedimento
consiste em identificar os diferentes minerais observados na rocha e estimar o volume
que cada um ocupa.
ÎPara identificar os minerais nas rochas separar-se os claros (félsicos) dos escuros
(máficos):
B - Os Minerais Máficos mais comuns presentes nas rochas ígneas são biotita,
piroxênios e anfibólios. Turmalina é mais raro de ser observada.
Na rocha a biotita apresenta cor preta; dureza baixa; clivagem perfeita; hábito
escamoso/placóide.
Os piroxênios e anfibólios (minerais ferromagnesianos) apresentam na rocha cor preta
a verde-escura; brilho opaco a vítreo; dureza alta; sem clivagem. Apresentam hábitos
granulares e cristais sem forma definida (anhedral).
Na rocha a turmalina apresenta dureza alta; fratura irregular; hábito prismático
alongado. Observa-se ainda estrias paralelas a maior face do cristal.
Figura 13. Classificação das rochas em função do teor em sílica. (A) rocha ácida; (B) rocha
intermediária; (C) rocha básica.
Leucocrata Fanerítica Or, Qz, B Granular Ácida Intrusivo R. com pouca B GRANITO
(média) RÓSEO
Quadro 2. Quadro para identificação macroscópica das rochas ígneas. R rocha; Or ortoclásio; Qz quartzo; B biotita; Pl
plagioclásio; T turmalina; P piroxênio; D dolomita; C calcita; Z zeólitas
Capítulo VI
ROCHAS SEDIMENTARES
4.1 – Introdução
As rochas químicas em geral apresentam textura fina, por vezes sem granulação
aparente, formadas por materiais transportados em solução que precipitam para gerar
novos minerais. As rochas sedimentares químicas mais comuns são os CALCÁRIOS
sejam eles calcíticos ou dolomíticos e as rochas silicosas e ferruginosas.
As organógenas são formadas pelo acúmulo de restos de organismos ou por atividade
biológica. Podem apresentar texturas finas ou mais grosseiras. Exemplos são os
diatomitos, recifes de corais, carvão.
GR →Quartzo CONGLOMERADOS:
Clástica ou Rudácea Granular Rochas de
CIM→Hematita + Sílica - Ferruginoso
Mecânica cimentação forte
Goethita + Sílica - Silicoso
GR→Quartzo ARENITOS:
Clástica ou Arenosa Granular CIM→Calcita+Argila+He - Carbonático
Mecânica Avermelhado
matita Rochas de
Argila + Hematita cimentação forte Argiloso
e fraca
Argila + Matéria -Carbonoso
Orgânica
Sílica + goethita -Silicoso
Não é possível
distinguir a olho SILTITOS:
Quartzo, Argila, nu os grânulos
Clástica ou Siltosa Maciça Hematita e Matéria do cimento. - Roxo
Mecânica Orgânica (podendo Sente-se os
ainda conter pirita ) grãos de quartzo - Bege esverdeado
quando colocado
o pó entre os - Cinza escuro
dentes
Distingue-se do ARGILITOS:
SILTITO pela
Clástica ou Argilosa Terrosa Argila, Hematita, avidez pela água, - Branco
Mecânica Goethita cheiro úmido.
Não tem atrito - Vermelho
quando colocado
entre os dentes
- Amarelo
Origem glacial.
Fragmentos das
Clástica ou Rudácea Brechóide Quartzo, Fragmentos de mais variadas
Mecânica Rochas, Sílica e litologias e
Carbonatos tamanhos. Os TILITO
grânulos estão
cimentados por
sílica e/ou
carbonatos
Odor de óleo,
pode ocorrer FOLHELHO
Clástica ou Siltosa Estratificada Quartzo e Matéria cristais de pirita CARBONOSO E/OU
Mecânica e em folha Orgânica BETUMINOSO
Orgânica
Rocha com
estratificação CALCÁRIO
Química Fina Estratificada Calcita e/ou dolomita
plano paralela DOLOMÍTICO
em camadas
típica
Quadro 3. Quadro para identificação macroscópica das rochas sedimentares. GR grânulo; CIM cimento
Capítulo V
ROCHAS METAMÓRFICAS
5.1 – Introdução
5.2 – Metamorfismo
Figura 19. Efeito da pressão sobre a estrutura da rochas metamórficas. Pressão hidrostática →
aumento de densidade; Pressão dirigida → estruturas orientadas
R. esverdeada
FILITO (se
com minerais
Fanerítica a Minerais Foliação subfanerítica) .......
micáceos
Subfanerítica micáceos (Cl, S) ou SERICITA-XISTO
orientados.( Cl )
(se fanerítica)
esverdeada; (S)
prateada
R. fina,
esverdeada. Sua
Afanítica Argila e Qz Maciça a foliação
estrutura ARDÓSIA
fina
assemelha-se
com laminação