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Sumario

1. Eletromagnetismo ............................................. 2

1.1. Magnetismo.................................................. 2

1.1.1 Comportamento Magnético ................................... 2

1.1.2 Permeabilidade Magnética .................................. 3

1.2. Campo Magnético............................................. 6

1.3. Indução Eletromagnética..................................... 6

1.4. Fluxo magnético 𝚽 .......................................... 7

1.5. Densidade de fluxo magnético B.............................. 7

1.6. Campo devido a uma distribuição volumétrica contínua de


cargas ......................................................... 10

1.7. Forças de Lorentz.......................................... 12

1.8. Equações de Maxwell........................................ 15

1.9. Equações da Continuidade................................... 16

1.10. Relações Constitutivas de um Meio ........................ 24

1.11. Leis de Gauss ............................................ 25

1.12. Leis de Maxwell-Ampere ................................... 27

1.13. Teorema de Divergência ................................... 29

1.14. Teorema de Stokes ........................................ 31

1.15. Forças repulsivas e atrativas ............................ 32


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1. Eletromagnetismo

Eletromagnetismo é o ramo da física que estuda a relação entre as


forças da eletricidade e do magnetismo como um fenômeno único. Ele
é explicado pelo campo magnético.

Michael Faraday (1791-1867) descobriu os efeitos elétricos


produzidos pelo magnetismo. Através desses efeitos, chamados de
indução eletromagnética, ele explicou a natureza e as propriedades
dos campos magnéticos.

Faraday explicou que o campo magnético é produzido pelas cargas


elétricas geradas a partir do atrito entre os corpos que, por sua
vez, sofrem atração ou repulsão.

É o mesmo que dizer que é possível gerar energia movimentando um


ímã próximo a um indutor ou um condutor. Esse movimento faz com que
os elétrons se movimentem, resultando em tensão elétrica, ou
energia eletromagnética.

1.1. Magnetismo

Magnetismo é a propriedade de atração e repulsão de determinados


metais e ímãs, que apresentam um polo positivo e outro negativo,
caracterizados pelas “forças dipolo”.

Dessa forma, a propriedade chamada de “dipolo magnético” informa


que os polos iguais se repelem e os polos opostos se atraem.

1.1.1 Comportamento Magnético

Substância Ferromagnéticas - Os domínios magnéticos são fortemente


influenciados pela presença de imãs. Os domínios ficam
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maioritariamente orientados no mesmo sentido do campo aplicado e


são fortemente atraídos por um imã.

Exemplos: ferro, aços especiais, cobalto, níquel, e algumas ligas


(alloys) como Alnico e Permalloy, entre outras;

Substância Paramagnéticas - Os domínios magnéticos ficam fracamente


orientados no mesmo sentido do campo magnético aplicado.

 A Força de atração entre a substância e o imã é muito fraca.

Exemplos: alumínio, sódio, manganês, estanho, cromo, platina,


paládio, oxigênio líquido, etc.

Substância Diamagnéticas - Os domínios magnéticos sofrem uma


pequena influência do campo magnético, ficando fracamente
orientados no sentido contrário ao campo aplicado.

 Possuem um efeito magnético tão pequeno que se torna difícil


precisá-lo;
 Surge uma força de repulsão fraca entre o imã e a substância
diamagnética;

Exemplos: cobre, água, mercúrio, ouro, prata, bismuto, antimônio,


zinco, cloreto de sódio (NaCl), etc.;

O bismuto é a substância mais altamente diamagnética que se


conhece; a permeabilidade magnética do bismuto é de 0,9998.

1.1.2 Permeabilidade Magnética

A capacidade que os materiais possuem de perturbar a distribuição


das linhas de força é uma característica do material e é denominada
de Permeabilidade Magnética.
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 A Permeabilidade magnética (μ): é uma medida da facilidade com


que as linhas de campo podem atravessar um dado material, está
relacionada com a intensidade de magnetização;
 A intensidade de magnetização vária em função da intensidade
do campo aplicado;
 A permeabilidade do vácuo é tomada como referência 𝜇0 = 4𝜋 ×
10−7 [ℎ𝑒𝑛𝑟𝑦/𝑚] 𝑜𝑢 [𝑊𝑏/𝐴. 𝑚].
 A permeabilidade de materiais magnéticos lineares é expressa
em relação ao vácuo e a μr, permeabilidade relativa: 𝜇𝑚 = 𝜇𝑟 × 𝜇0
Tabela de permeabilidade magnética relativa de algumas
matérias

1.1.3 Propriedades Magnéticas dos Materiais

Quando algum material é colocado em um campo magnético externo 𝑩𝒐 ,


os momentos magnéticos atômicos individuais no material contribuem
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para a sua resposta ao campo magnético 𝑩𝑴 , a indução magnética 𝑩 é


descrita abaixo: 𝑩 = 𝑩𝒐 + 𝑩𝑴 .

O campo magnético externo 𝑩𝒐 tende a alinhar os momentos magnéticos


dipolares (tanto induzidos como permanentes) dentro do material,
nesta situação o material é dito magnetizado. Descreve-se um
material magnetizado por sua magnetização 𝑩𝑴 , que é definida como a
soma de todos os momentos magnéticos elementares, por unidade de
volume.

Para materiais do tipo paramagnéticos e ferromagnéticos, 𝑩𝑴 está na


mesma direção de 𝑩𝒐 ; para materiais diamagnéticos, 𝑩𝑴 é contrário a
𝑩𝒐 . Para materiais paramagnéticos e diamagnéticos, na maioria das
situações a magnetização é proporcional ao campo magnético
aplicado.

É importante recordar que a magnetização nos materiais varia, desde


diamagnético
até
ferromagnético
.

⃗ = ⃗⃗𝑩𝒐 + ⃗⃗𝑩𝑴
𝐵

𝑩𝑴 = 𝝌𝒎 × 𝑩𝟎

𝑩
𝑩𝟎 = 𝟏+𝝌
𝒎

E algumas equações pode ser:


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∮ 𝐵0 . 𝑑𝑟 = 𝜇0 . 𝐼0

𝐵. 𝑑𝑟
∮ = 𝜇0 . 𝐼0
1 + 𝜒0

𝜇 = 𝜇0 . (1 + 𝜇)

∮ 𝐵. 𝑑𝑟 = 𝜇. 𝐼0

⃗ . 𝑑𝑟 = 𝐼0
∮𝐻

𝐵
𝐻=
𝜇

1.2. Campo Magnético

Campo Magnético é a concentração de magnetismo que é criado em


torno de uma carga magnética num determinado espaço.

É o ímã que cria o campo magnético, da mesma forma como é a carga


elétrica e a massa que,
respectivamente, criam os campos
elétrico e gravitacional.

Isso pode ser mostrado através da


imagem de um vetor, um ímã, que é
representado pelo vetor B. As linhas de
indução partem dos vetores de indução
magnética e dirigem-se do polo norte
para o polo sul.

1.3. Indução Eletromagnética


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Indução eletromagnética é o fenômeno relacionado ao aparecimento de


uma corrente elétrica em um condutor imerso em um campo magnético,
quando ocorre variação do fluxo que o atravessa.

1.4. Fluxo magnético 𝚽

É igual ao número total de linhas de indução


existentes no circuito magnético.

1.5. Densidade de fluxo magnético B

A Densidade de Campo Magnético também


conhecida como Densidade de Fluxo Magnético ou
simplesmente Campo Magnético.

É uma grandeza vetorial representada pela letra B A unidade é o


Tesla (T)

É determinada pela relação entre o Fluxo Magnético Φ, e a área de


uma dada superfície perpendicular à direção do fluxo magnético

Φ
𝐵=
𝐴

Onde:

 B – Densidade de Campo Magnético ou Densidade de Fluxo


Magnético, Tesla (T);
 Φ - Fluxo Magnético, Weber (Wb);
 A - área da seção perpendicular ao fluxo magnético, m2.
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A direção do vetor Densidade de


Campo Magnético B é sempre tangente
às linhas de campo magnético em
qualquer ponto.

O número de linhas de campo


magnético que atravessam uma dada superfície perpendicular por
unidade de área é proporcional ao módulo do vetor B na região
considerada

O campo de intensidade magnética H, assim com D, depende apenas das


cargas (moveis) e é independente do meio. O campo de forças
associado a H é a densidade de fluxo magnético B, que é dado por,

𝐵 = 𝜇 × 𝐻[𝑇]

Onde 𝜇 = 𝜇0 × 𝜇𝑟 , é a permeabilidade do meio.

A permeabilidade do espaço livre 𝜇0 , tem o valor numérico de 4𝜋 ×


10−7 [H/m]; 𝜇𝑟 , a permeabilidade relativa do meio, é um número puro,
quase sempre bem próximo à unidade, exceto para o pequeno grupo de
materiais ferromagnéticos.

O fluxo magnético ϕ,através de uma superfície, é definido como:

.
Φ = ∫ 𝑩 . 𝑑𝑺 [𝑊𝑏]
𝑆

Exemplo

Calcule o fluxo que atravessa a porção do


plano 𝜙 = 𝜋/4, definida por 0,01 < 𝑟 < 0,05𝑚 e
0 < 𝑧 < 2𝑚 (veja a figura ao lado). Uma
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corrente filamentar de 2,5A ao longo do eixo z esta na direção a z


𝐼
sabendo que 𝐻 = 2𝜋𝑟 𝑎𝜙

Solução, 𝑑𝑆 = 𝑑𝑟𝑑𝑧𝑎𝜙

.
Φ = ∫ 𝑩 . 𝑑𝑺 [𝑊𝑏]
𝑆

.
Como 𝐵 = 𝜇0 × 𝐻, então Φ = ∫𝑆 𝜇0 × 𝐻 . 𝑑𝑺

𝜇0 × 𝐼 . 1
Φ= ∫ . 𝑑𝑺
2𝜋 𝑆 𝑟

𝜇0 × 𝐼 𝑧 𝑟 1
Φ= ∫ . ∫ 𝑑𝑟𝑑𝑧𝑎𝜙
2𝜋 𝑧0 𝑟0 𝑟

𝜇0 × 𝐼 2 0,05
Φ= × [(𝑍 − 𝑍0 )| × ((ln 𝑟 − ln 𝑟0 ))| ]𝑎
2𝜋 0 0,01 𝜙

4𝜋 × 10−7 × 2,5
Φ= × 2 × (ln(0,05) − ln(0,01)𝑎𝜙
2𝜋

4𝜋×10−7 ×2,5
Φ= × 2 × (ln(0,05) − ln(0,01)𝑎𝜙 = 1,61𝜇𝑊𝑏
2𝜋

2,39×106
Um campo radial 𝐻 = cos 𝜙𝑎𝑟 [𝐴/𝑚], propaga-se
𝑟

no espaço livre. Encontre o fluxo magnético que


atravessa a superfície definida por −𝜋⁄4 ≤ 𝜙 ≤
𝜋⁄4 , 0 ≤ 𝑧 ≤ 1𝑚.(veja a figura ao lado).

Solução, 𝑑𝑆 = 𝑟𝑑𝜙𝑑𝑧𝑎𝑧

.
Φ = ∫ 𝑩 . 𝑑𝑺 [𝑊𝑏]
𝑆
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.
Como 𝐵 = 𝜇0 × 𝐻, então Φ = ∫𝑆 𝜇0 × 𝐻 . 𝑑𝑺

𝜙 𝑧
2,39 × 106
Φ = 𝜇0 ∫ . ∫ cos 𝜙𝑎𝑧 𝑧𝑑𝜙𝑑𝑧𝑎𝑧
𝜙0 𝑧0 𝑧

1 𝜋/4
1
Φ = 3∫ .∫ ( cos 𝜙𝑎𝑧 ) 𝑧𝑑𝜙𝑑𝑧𝑎𝑧
0 −𝜋/4 𝑧

1 𝜋/4
𝑧
Φ = 3∫ .∫ cos 𝜙𝑎𝑧 𝑑𝜙𝑑𝑧𝑎𝑧
0 −𝜋/4 𝑧

Integramos primeiro com relação a 𝑧, uma vez que isso é muito fácil;

𝜋/4
Φ = 3 × 1∫ cos 𝜙𝑎𝑧 𝑑𝜙𝑎𝑧
−𝜋/4

Φ = 3 × (√2) = 4,24𝑊𝑏

Na região 0 < 𝑟 < 0,5𝑚, em coordenadas cilíndricas, há uma densidade


de corrente. 𝐣 = 4,5𝑒 −2𝑟𝑎𝑧 [𝐴/𝑚2 ]. Use a lei de Ampere para obter H.

Solução, Devido à densidade de corrente ser simétrica ao redor da


origem, pode-se usar um percurso circular na lei de Ampére, com a
corrente enlaçada dada por ∮ 𝐽. 𝑑𝑆. sendo assim, para 𝑟 < 0,5𝑚:

1.6. Campo devido a uma distribuição volumétrica


contínua de cargas

A carga total dentro de um volume de finito e obtida integrando-se


por todo esse volume.

.
𝒬 = ∫ 𝜌𝑣 𝑑𝑣
𝑣𝑜𝑙
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Apenas um sinal de integração e usualmente indicado, mas a


diferencial 𝑑𝑣 significa integração por volume e, logo, uma
integração tripla.

Exemplo-1.1

Determinar a carga total contida em um


feixe de elétrons de 2cm de comprimento,
mostrado figura.

Solução: pela ilustração, vemos que a


5 𝜌𝑧
densidade de carga é 𝜌𝑣 = −5. 10−6 𝑒 −10 𝜇𝐶/
𝑚3 e 𝑑𝑣 = 𝜌𝑑𝜌𝑑𝜙𝑑𝑧

. .
5 𝜌𝑧
𝒬 = ∫ 𝜌𝑣 𝑑𝑣 = ∫ −5. 10−6 𝑒 −10 . 𝜌𝑑𝜌𝑑𝜙𝑑𝑧
𝑣𝑜𝑙 𝑣𝑜𝑙

0.04 2𝜋 0.01
5 𝜌𝑧
𝒬=∫ ∫ ∫ −5. 10−6 𝑒 −10 𝜌𝑑𝜌𝑑𝜙𝑑𝑧
0,02 0 0,1

Integramos primeiro com relação a 𝜙, uma vez que isso é muito


fácil;

0.04 0.01
5 𝜌𝑧
𝒬=∫ .∫ −𝜋10−5 𝑒 −10 𝜌𝑑𝜌𝑑𝑧
0,02 0,1

Depois, em relação a 𝑧,porque isso simplificará a ultima integração


com relação a 𝜌,

5 0,04
0,01
−5
𝑒 −10 𝜌𝑧
𝒬 = −𝜋10 ∫ .[ ] 𝜌𝑑𝜌
0,1 −105 𝜌 0,02

−𝜋10−5 0,01 5 5
𝒬= 5
∫ (−𝑒 −10 .0,04𝜌 + 𝑒 −10 0,02𝜌 )𝜌𝑑𝜌
−10 𝜌 0,1
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𝜋10−10 0,01
𝒬= ∫ (−𝑒 −4000𝜌 + 𝑒 −2000𝜌 )𝜌𝑑𝝆
𝝆 0,1

0,01
𝒬 = 𝜋10−10 ∫ (𝑒 −2000𝜌 − 𝑒 −4000𝜌 )𝜌𝑑
0,1

Finalmente,

0,01
−10
𝒬 = 𝜋10 ∫ (𝑒 −2000𝜌 − 𝑒 −4000𝜌 )𝜌𝑑
0,1

0,01
−10
𝑒 −2000𝜌 𝑒 −4000𝜌
𝒬 = 𝜋10 .[ − ]
−2000 −4000 0,1

−10
𝑒 −2000.0,1 𝑒 −4000.0
𝒬 = 𝜋10 ( − )
−2000 −4000

𝒬 = 𝜋 × 10−10 × 2,49999 × 10−4 = 7,85 × 10−14 𝐶 = 0,0785𝑝𝐶

1.7. Forças de Lorentz

A lei de forca de Lorentz refer a 'a' velocidade da carga. Assim, a


lei faz aparecer que existe um sistema de referência única na qual
as leis de eletromagnetismo são validas.

A força em uma partícula carregada que se move por meio de um campo


magnético estacionário pode ser escrita como a força diferencial
exercida em um elemento diferencial de carga,

𝑑𝑭 = 𝑑𝒬𝑣 × 𝑩

Fisicamente, o elemento diferencial de carga consiste em diversas


cargas muito pequenas e discretas que ocupam um volume que, apesar
de pequeno, é muito maior que a separação média entre as cargas.
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O elemento diferencial de carga, também pode ser expresso pela


densidade volumétrica de carga,

𝑑𝒬 = 𝜌𝑣 𝑑𝑣

Logo

𝑑𝑭 = 𝜌𝑣 𝑑𝑣𝐯 × 𝑩

Ou

𝑑𝑭 = 𝐉 × 𝑩𝑑𝑣

É importante reter que a equação da força de Lorentz pode ser


aplicada à densidade superficial de corrente;

𝑑𝑭 = 𝑲 × 𝑩𝑑𝑆

Ou a um filamento diferencial de corrente;

𝑑𝑭 = 𝐼𝑑𝑳 × 𝑩

Integrando as equações em um volume, em uma superfície que pode ser


aberta ou fechada, teremos, respectivamente, as seguintes equações
integrais:

.
𝐅 = ∫ 𝐉 × 𝐁𝑑𝑣
𝑣𝑜𝑙

.
𝐅 = ∫ 𝐊 × 𝐁𝑑𝑆
𝑆

𝑒 𝐅 = ∮ 𝐼𝑑𝐿 × 𝐵 = −𝐼 ∮ 𝐵 × 𝑑𝐿

Exemplo-1.2
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Considere na figura ao lado


temos uma espira quadrada no
plano 𝑧 = 0, na qual circula uma
corrente de 2𝑚𝐴,no campo de um
filamento infinito no eixo 𝑦,
conforme mostrado. Determina a
força total na espira aplicando
a equação de Lorentz, sabendo
que a densidade do campo
𝐼
magnético da espira no filamento retilíneo é,𝐻 = 2𝜋.𝑋 𝑎𝑧 .

Solução: usando a forma integral da equação 𝐅 = −𝐼 ∮ 𝐵 × 𝑑𝐿, e


considerando a espira rígida na qual a força total é a soma das
forças nos quatro lados. Começando pelo lado esquerdo da figura
teremos,

𝐅 = −𝐼 ∮ 𝐵 × 𝑑𝐿

𝐅 = −𝐼 ∮ 𝜇0 × 𝐻𝑑𝐿

𝐼
𝐅 = −2 × 10−3 ∮ 𝜇0 × 𝑎 𝑑𝐿
2𝜋. 𝑋 𝑧

−2𝐼𝜇0 × 10−3 1
𝐅= ∮ 𝑎𝑧 𝑑𝐿
2𝜋 𝑥

−2𝐼𝜇0 × 10−3 3 𝑎𝑧 2
𝑎𝑧 1
𝑎𝑧 0
𝑎𝑧
𝐅= [∫ 𝑑𝑥𝑎𝑥 + ∫ 𝑑𝑦𝑎𝑦 + ∫ 𝑑𝑥𝑎𝑥 + ∫ 𝑑𝑦𝑎𝑦 ]
2𝜋 1 𝑥 0 𝑦 2 𝑥 0 𝑦

−2𝐼𝜇0 × 10−3 3 1 2
1 1
1 1
1
𝐅= [∫ 𝑑𝑥𝑎𝑥 + ∫ 𝑑𝑦𝑎𝑦 + ∫ 𝑑𝑥𝑎𝑥 + ∫ 𝑑𝑦𝑎𝑦 ]
2𝜋 1 𝑥 0 3 2 𝑥 3 1
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−2𝐼𝜇0 × 10−3 3 1 2 1 0
𝐅= [ln 𝑥 | + 𝑦(−𝑎𝑥 )| + ln 𝑥 | + 𝑦| ]
2𝜋 1 3 0 3 2

−2𝐼𝜇0 × 10−3 2
𝐅= (− + 2) = −8𝑛𝑁𝑎𝑥
2𝜋 3

1.8. Equações de Maxwell

James Clerk Maxwell, um físico-matemático escocês, unificou a


eletricidade, o magnetismo e a óptica na sua forma atual;

Ele demonstrou que os campos elétricos e magnéticos propagam com a


velocidade de luz e apresentou a luz como um efeito
eletromagnético;

Em 1864, demonstrou que as forcas elétricas e magnéticas tem a


mesma natureza – uma força elétrica em um referencial pode tornar-
se uma forca magnética em outra, e vice-versa.

As equações de Maxwell são equações básicas do eletromagnetismo,


capazes de explicar uma grande variedade de fenômenos e são a base
do funcionamento de muitos dispositivos eletromagnéticos. São elas:

Forma integral Forma diferencial


𝒬𝑒𝑛𝑣 𝜌 1ª 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜
∮ 𝐸⃗ . 𝑛̂𝑑𝐴 = ⃗ . 𝐸⃗ =

ℰ0 ℰ0

⃗ . 𝑛̂𝑑𝐴 = 0 ⃗ . 𝐸⃗ = 0
∇ 2ª 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜
∮𝐵

𝑑𝜙𝐵 ⃗
𝜕𝐵 3ª 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜
∮ 𝐸⃗ . 𝑛̂𝑑𝑙 = − ⃗ × 𝐸⃗ = −

𝑑𝑡 𝜕𝑡
𝑑𝜙𝐸 𝜕𝐸⃗ 4ª 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜
⃗ . 𝑑𝑙 = 𝜇0 . 𝜀0
∮𝐵 + 𝜇0 . 𝑖𝑒𝑛𝑣 ⃗ × 𝐸⃗ = 𝜇0 . 𝐽 + 𝜇0 . 𝜀0
𝑑𝑡 ∇
𝜕𝑡

Um aspecto importante destas equações se refere à interdependência


dos campos eléctrico e magnético. Como um campo eléctrico variante
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no tempo é uma fonte de campo magnético, e vice-versa, com isto


Maxwell postulou a existência das ondas eletromagnéticas.

1.9. Equações da Continuidade


1.9.1. Densidade de Corrente

Sabemos que a corrente elétrica é um escalar definido como a taxa


da quantidade de carga por unidade de tempo que atravessa a seção
de um meio condutor:

𝑑𝒬
𝐼= [ 𝐴]
𝑑𝑡

Em eletromagnetismo é mais conveniente trabalhar com a densidade de


corrente 𝑱.

𝑱 está relacionada com a corrente total 𝑰 que passar por um condutor


de área 𝑺 por:

.
𝐼 = ∫ 𝐽. 𝑑𝑆
𝑠

A densidade de corrente pode ser de três tipos: de condução, de


convecção e de deslocamento.

A corrente de convecção não envolve condutores e não obedece a lei


de Ohm. Ela resulta do fluxo de cargas através de um meio não
condutor (feixe de elétrons em TRC).

Se a densidade de carga 𝝆𝒗 estiver se


movendo com velocidade 𝒗,a densidade
de corrente de convecção é:
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Calcule a corrente no fio circular mostrado na figura 6.6 se a


densidade de corrente é 𝑱 = 15(1 − 𝑒 −1000𝑟 )𝑎𝑧 (𝐴/𝑚2 ). Sabendo que o raio
do fio vale 2mm.

Solução, seja S a secção reta desse fio; então:

𝑑𝑠 = 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜙𝑎𝑧

.
𝐼 = ∫ 𝐽. 𝑑𝑆
𝑠

2𝜋 𝑟
𝐼 = ∫ . ∫ 15(1 − 𝑒 −1000𝑟 )𝑎𝑧 . 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜙𝑎𝑧 = 0,133𝑚𝐴
0 𝑟0

𝑟
𝐼 = 2𝜋 × ∫ (15 − 15𝑒 −1000𝑟 ). 𝑟𝑑𝑟𝑎𝑧
𝑟0

3 −1000𝑟 3 3 −1000𝑟 3
𝐼 = 2𝜋 × (−15𝑟0 2 − 𝑒 0 ×𝑟 −
0 𝑒 −1000𝑟0 + 𝑒 × 𝑟2 + 𝑒 −1000𝑟
200 200000 200 200000

× 𝑟2)

3 3 −1000×0,002 3
𝐼 = 2𝜋 × (− + 𝑒 × (0,002)2 + 𝑒 −1000×0,002 × (0,002)2 )
200000 200 200000

𝐼 = 0,133𝑚𝐴

1.9.2. Equação da Continuidade (de Cargas)

Considere uma superfície fechada ‘𝑆’ numa região do espaço.

.
𝐼 = ∮ 𝐽. 𝑑𝑆
𝑠
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A taxa da variação da densidade da carga está associada à


divergência do vetor densidade de corrente por meio da equação da
continuidade da corrente.

𝜕𝜌
∇𝐽 = −
𝜕𝑡

Utilizando essa equação e a lei de Gauss, podemos relacionar a


densidade da carga com o tempo como:

𝑡
𝜌𝑣 = 𝜌0 × 𝑒 −𝜏

Onde 𝜌0 é a densidade de carga inicial e 𝜏 é o tempo de relaxação.


𝜏=
𝜎

Uma carga com densidade inicial 𝜌0 (𝐶/𝑚3 ) é colocada em um material


condutor (cobre) isolado e em equilíbrio. Determine o tempo
necessário para que a densidade de carga caia a 1/3 de seu valor
inicial, sabendo que 𝜎𝐶𝑢 = 5,8 × 107 𝑆/𝑚. R: 𝑡 = 1,57 × 10−19 𝑠.

Em um condutor cilíndrico de 2mm de raio, a densidade de corrente


varia com a distância ao eixo de acordo com: 𝑗 = 103 𝑒 −400𝑟 (𝐴/𝑚2 )

Calcule a corrente total 𝐼.

Solução. 𝑑𝑆 = 𝑑𝑟𝑑𝜙

.
𝐼 = ∮ 𝐽. 𝑑𝑆
𝑠

𝑟 𝜙
𝐼 = ∫ . ∫ 𝑗. 𝑑𝑟𝑑𝜙
𝑟0 𝜙0
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0,002 2𝜋
𝐼=∫ . ∫ 103 𝑒 −400𝑟 𝑑𝑟𝑑𝜙
0 0

0,002
𝐼 = 2𝜋 × 103 ∫ 𝑒 −400𝑟 𝑑𝑟
0

0,002
𝑒 −400𝑟 3[
𝐼 = 2𝜋 × 10 × (−400𝑟 − 1)] = 7,51𝑚𝐴
(−400)2
0

Encontre a corrente que cruza a porção do plano 𝑦 = 0 definida por


−0,1 ≤ 𝑥 ≤ 0,1𝑚 𝑒 − 0,002 ≤ 𝑧 ≤ 0,002𝑚, se 𝑗 = 102 |𝑥 |𝑎𝑦 (𝐴/𝑚2 ).

Solução. 𝑑𝑆 = 𝑑𝑥𝑑𝑧𝑎𝑦

.
𝐼 = ∮ 𝐽. 𝑑𝑆
𝑠

𝑥 𝑧
𝐼 = ∫ . ∫ 𝑗. 𝑑𝑥𝑑𝑧𝑎𝑦
𝑥0 𝑧0

0,1 0,002
𝐼=∫ .∫ 102 |𝑥 |𝑎𝑦 . 𝑑𝑥𝑑𝑧𝑎𝑦 = 4𝑚𝐴
−0,1 −0,002

1
Se 𝐽 = 𝑟 3 (2 𝑐𝑜𝑠 𝜃𝑎𝑟 + 𝑠𝑖𝑛 𝜃𝑎𝜃 )(𝐴/𝑚2 ) calcule a corrente que passa através
de:

a) Uma casca hemisférica de raio 20cm;


b) Uma casca esférica de raio 10cm.

Se 𝑄𝑖 for a carga contida dentro de ‘𝑆’, a equação da


continuidade na forma integral nos diz que a corrente
saindo (entrando) de ‘𝑆’ é igual a taxa de diminuição
(aumento) temporal de 𝑄𝑖 ,
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.
𝜕𝒬
∮ 𝐽. 𝑑𝑆 = −
𝑠 𝜕𝑡

É importante lembra que as cargas não são criadas nem destruídas.

Cargas são conservadas: se há uma diminuição da quantidade de carga


em algum lugar do espaço, há um aumento da quantidade de carga em
outro.

E se no lugar de 𝑄𝑖 houver uma densidade de cargas 𝝆𝒗


dentro de ‘S’? A carga dentro do volume ‘𝑣𝑜𝑙. ’ envolvido
por ‘S’ é:

.
𝒬𝑖 = ∫ 𝝆𝒗 . 𝑑𝑣
𝑣𝑜𝑙

Calcule a carga contida no volume definido por:0 ≤ 𝑥 ≤ 1𝑚, 0 ≤ 𝑦 ≤


1𝑚, 0 ≤ 𝑧 ≤ 1𝑚, supondo 𝜌 = 30𝑥 2 𝑦(𝜇𝐶/𝑚).que variação ocorre para os
limites: −1 ≤ 𝑦 ≤ 0𝑚?

𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑑𝒬 = 𝜌𝑑𝑣 𝑒 𝑑𝑣 = 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠:

.
𝒬𝑖 = ∫ 𝝆𝒗 . 𝑑𝑣
𝑣𝑜𝑙

.
𝒬𝑖 = ∫ 𝝆𝒗 . 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝑣𝑜𝑙

𝑥 𝑦 𝑧
𝒬𝑖 = ∫ 𝑑𝑥 ∫ 𝑑𝑦 ∫ 𝑑𝑧 . 𝝆𝒗
𝑥0 𝑦0 𝑧0

1 1 1
𝒬𝑖 = ∫ 𝑑𝑥 ∫ 𝑑𝑦 ∫ 𝑑𝑧 . 30𝑥 2 𝑦 = 5𝜇𝐶
0 0 0

Mudando-se os limites relativos a y:


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1 0 1
𝒬𝑖 = ∫ 𝑑𝑥 ∫ 𝑑𝑦 ∫ 𝑑𝑧 . 30𝑥 2 𝑦 = −5𝜇𝐶
0 −1 0

A densidade volumétrica de cargas numa certa região do espaço está


decrescendo a uma taxa de 2 × 108 𝐶/𝑚3 . 𝑠. Nestas condições pede-se:

a) Qual é a corrente total que atravessa uma superfície esférica


incremental de raio 10−5 𝑚?
b) Qual é o valor médio da componente da densidade de corrente
dirigida para fora, atravessando a superfície esférica?

Solução:

Da equação da continuidade

𝜕𝜌
∇𝐽 = − 𝜕𝑡 ⇒ ∇𝐽 = 2 × 108

. .
𝐼 = ∮ 𝐽. 𝑑𝑆 = ∫ (∇𝐽) 𝑑𝑣
𝑠 𝑣𝑜𝑙

.
𝐼 = ∫ (∇𝐽) 𝑑𝑣
𝑣𝑜𝑙

.
4 3
𝐼 = ∇𝐽 ∫ 𝑑𝑣 = ∇𝐽 × 𝑉. 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎 é 𝑉 = 𝜋𝑟 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠
𝑣𝑜𝑙 3

4
𝐼 = ∇𝐽 × 𝜋𝑟 3
3

4
𝐼 = 2 × 108 𝐶/𝑚3 . 𝑠 × 𝜋(10−5 𝑚)3 = 0,838𝜇𝐴
3

Da definição da corrente eléctrica temos:

.
𝐼 = ∮ 𝐽. 𝑑𝑆
𝑠
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.
𝐼 = ∮ 𝐽. 𝑑𝑆 = 𝐽 × 𝑆
𝑠

𝐼 = 𝐽 × 𝑆. 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑎 área 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎 é 𝐴 = 4𝜋𝑟 2 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠

𝐼 0,838𝜇𝐴
𝐽= = = 0,67𝑘𝐴/𝑚2
4𝜋𝑟 2 4𝜋 × (10−5 𝑚)2

Usando a lei de ampere, determinar a corrente em um condutor


104 1
circular de raio 𝑟0 = 1𝑐𝑚 possui um campo interno de 𝐻 = (𝑎2 sin 𝑎𝑟 −
𝑟
𝑟 𝜋
cos 𝑎𝑟 ) 𝑎𝜙 [𝐴/𝑚], onde 𝑎 = 2𝑟 . Encontre a corrente total no condutor.
𝑎 0

𝑑𝑙 = 𝑟0 𝑑𝜙

.
𝐼𝑖𝑛𝑡 = ∫ 𝐻. 𝑑𝑙
𝑟=𝑟0

𝜙
104 1 𝑟
𝐼𝑖𝑛𝑡 = ∫ ( 2 sin 𝑎𝑟 − cos 𝑎𝑟 ) 𝑎𝜙 . 𝑑𝑙
𝜙0 𝑟 𝑎 𝑎

104 2𝜋 1 𝜋 𝑟0 𝜋
𝐼𝑖𝑛𝑡 = ∫ ( sin − 𝜋 cos ) 𝑟 𝑑𝜙
𝑟 0 𝜋 2 2 2 0
(2𝑟 ) 2𝑟0
0

104 2𝜋 4𝑟0 2 2𝑟0


𝐼𝑖𝑛𝑡 = ∫ ( 2 sin 90 − cos 90) 𝑟0 𝑑𝜙
𝑟 0 𝜋 𝜋

2𝜋
104 4𝑟0 2 2𝑟0
𝐼𝑖𝑛𝑡 = × ( 2 sin 90 − cos 90) ∫ 𝑟0 𝑑𝜙
𝑟0 𝜋 𝜋 0

2𝜋
104 4𝑟0 2
𝐼𝑖𝑛𝑡 = × 2 𝑟0 ∫ 𝑑𝜙
𝑟0 𝜋 0
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104 4𝑟0 3
𝐼𝑖𝑛𝑡 = × 2 × 2𝜋
𝑟0 𝜋

2
8 × 104 𝑟0 8
𝐼𝑖𝑛𝑡 = = 𝐴
𝜋 𝜋

Teorema de Gauss (ou da Divergência): A integral de superfície do


vetor Densidade de corrente (𝐽) ao longo de uma superfície fechada ‘𝑆’
é igual a integral volumétrica do divergente de 𝐽 no volume ‘𝑣𝑜𝑙.’
envolvido pela superfície ‘𝑆’.

. .
∮ 𝐽 . 𝑑𝑆 = ∫ ∇𝐽. 𝑑𝑣
𝑠 𝑣𝑜𝑙

Substituindo as duas últimas equações na equação da


continuidade na forma integral:

.
𝜕𝒬
∮ 𝐽. 𝑑𝑆 = −
𝑠 𝜕𝑡

Chegamos à equação:

. .
𝜕
∮ 𝐽. 𝑑𝑆 = − [∫ 𝝆𝒗 . 𝑑𝑣]
𝑠 𝜕𝑡 𝑣𝑜𝑙

Note que ‘𝑣𝑜𝑙. ’ pode ser qualquer volume. Assim, chega-se à forma
diferencial (ou pontual) da equação da continuidade:

𝜕𝝆𝒗
∇𝐽 = −
𝜕𝑡

Lembrando que o divergente do vetor 𝑱 é igual ao fluxo de densidade


de corrente saindo de um volume infinitesimal ∆𝑣 por unidade de
volume.
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.
∮ 𝐽. 𝑑𝑆
∇𝐽 = lim 𝑠
∆𝑣→0 ∆𝑣

A interpretação física da Equação da Continuidade é que um fluxo de


corrente saindo de um ponto infinitesimal gera a diminuição da
densidade de carga neste ponto.

Um fluxo de corrente entrando num ponto infinitesimal gera o


aumento da densidade de carga neste ponto.

1.10. Relações Constitutivas de um Meio

As equações de Maxwell na forma diferencial são equações


diferenciais lineares de 1a ordem e desacopladas. Elas podem ser
acopladas através das relações empíricas constitutivas que reduzem
o número de vetores de 5 para 2

Para o estudo da terra, devem ser escolhidas relações pertinentes.


Na maioria dos casos, supõe-se:

 Isotropia, homogeneidade, linearidade;


 Invariância com a temperatura, tempo e pressão;
 Modelos complexos da terra são mosaicos de regiões com estas
características.
1.10.1. Relações Constitutivas-Vácuo
 Permeabilidade magnética (mks);

𝜇0 = 4𝜋. 10−7 𝐻/𝑚

 Permissividade elétrica

1
ℰ0 =
𝐶 2 . 𝜇0
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Supondo 𝐶 = 3. 108 𝑚/𝑠

10−9
ℰ0 = 𝐹/𝑚
36𝜋

 Condutividade elétrica

𝜎0 = 0

1.11. Leis de Gauss

O fluxo elétrico líquido, através de qualquer


superfície gaussiana fechada, é igual à carga
líquida no interior da superfície, dividido pela
permissividade do vácuo,ℰ0 .

Seja uma carga 𝑄. Imagine uma superfície qualquer,


fechada, envolvendo esta carga. A lei de
Gauss estabelece que:

𝒬𝑖𝑛𝑡
∮ 𝐸⃗ . 𝑑𝐴 =
ℰ0

A lei de Gauss é válida para qualquer situação, com campo uniforme,


ou não, e para qualquer tipo de superfície fechada, também
denominada superfície Gaussiana. Todavia, para ser operacionalmente
útil ela deve ser usada apenas em determinadas circunstâncias. Uma
circunstância favorável ocorre quando a superfície Gaussiana é tal
que o produto escalar entre o campo e o vetor superfície é
facilmente obtido.

Isso é sempre possível quando a distribuição de cargas apresenta


alta simetria. Existem três tipos de simetrias que facilitam o uso
da lei de Gauss:
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 Simetria planar;
 Simetria cilíndrica ou axial;
 Simetria esférica.

A simetria planar aplica-se no caso de uma distribuição de cargas


num plano infinito, ou no caso em que se possa fazer a aproximação
de plano infinito. Por exemplo, um plano finito pode ser
considerado infinito, se o campo elétrico for calculado num ponto
muito próximo do plano. Isto é, se a distância do plano ao ponto
for muito menor do que as dimensões do plano

A simetria cilíndrica, ou axial, aplica-se no caso de uma


distribuição linear infinita. Existem dois casos clássicos:

 Linha infinita de cargas;


 Cargas distribuídas num cilindro infinito.

De modo análogo ao caso anterior, um cilindro finito pode ser


considerado infinito em determinadas circunstâncias.

Existem dois casos típicos de simetria esférica:

 Carga puntiforme;
 Distribuição esférica de cargas.
1.11.1. A Lei de Gauss do magnetismo

A lei de Gauss para campos magnéticos é uma maneira formal de se


dizer que não existem monopolos magnéticos:

⃗ . 𝑛̂ 𝑑𝐴 = 0
𝜙𝐵 = ∮ 𝐵
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O fluxo de campo magnético ⃗)


(𝐵 através de
qualquer superfície fechada é nulo, já que não
pode existir qualquer “carga magnética” isolada
envolvida pela superfície.

Vemos que 𝜙𝐵 = 0 através das superfícies I e II da


figura. As linhas de são fechadas.

A lei de Gauss do magnetismo é válida mesmo para


estruturas mais complicadas do que um dipolo magnético.

1.12. Leis de Maxwell-Ampere

A Lei de Ampere relaciona a corrente (constante) que atravessa um


⃗ criado
circuito 𝑆 com a circulação sobre este circuito do campo 𝐵
pela corrente:

.
⃗ . 𝑑𝑙 = 𝜇0 . 𝑖𝑖𝑛
∮𝐵 𝑙𝑒𝑖 𝑑𝑒 𝐴𝑚𝑝𝑒𝑟𝑒
𝐿

A corrente na Lei de Ampere ´e a corrente total (soma de correntes


positivas e negativas dependendo da direção), que atravessam o
circuito. Correntes ”fora” do circuito não contribuem. A Lei de
Ampere, e uma das Equações de Maxwell e portanto uma lei
fundamental do eletromagnetismo.

Considerando as duas maneiras de se obter um campo magnético (uma

corrente ou um campo 𝐸⃗ variável no tempo), podemos combinar as


equações correspondentes em uma só:

𝑑𝜙𝐸
⃗ . 𝑑𝑙 = 𝜇0 . 𝜀0
∮𝐵 + 𝜇0 . 𝑖𝑒𝑛𝑣 𝑙𝑒𝑖 𝑑𝑒 𝐴𝑚𝑝é𝑟𝑒 − 𝑀𝑎𝑥𝑤𝑒𝑙𝑙
𝑑𝑡
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1.12.1. Corrente de Deslocamento

𝑑𝜙𝐸
Podemos observar que o termo 𝜀0 tem
𝑑𝑡

dimensão de corrente e o chamamos de corrente


de deslocamento (𝑖𝑑 ):

𝑑𝜙𝐸
𝑖𝑑 = 𝜀0
𝑑𝑡

Então a lei de Ampére-Maxwell fica:

⃗ . 𝑑𝑙 = 𝜇0 (𝑖𝑒𝑛𝑣 + 𝑖𝑑 )
∮𝐵

Para o caso de um capacitor sendo carregado (figura), mostra-se


facilmente que 𝑖𝑑 = 𝑖; então podemos considerar a corrente fictícia 𝑖𝑑
como dando continuidade à corrente real 𝑖 que está carregando o
capacitor.

1.12.2. Campos Magnéticos Induzidos

Vimos que um fluxo magnético variável no tempo produz um campo


elétrico. Será que um fluxo elétrico variável no tempo pode
produzir um campo magnético? A experiência diz que sim.

Por analogia com a lei de Faraday reformulada, podemos escrever:

𝑑𝜙𝐸
⃗ . 𝑑𝑙 = 𝜇0 . 𝜀0
∮𝐵 𝑙𝑒𝑖 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑥𝑤𝑒𝑙𝑙 𝑑𝑎 𝑖𝑛𝑑𝑢çã𝑜
𝑑𝑡
Consegue-se campo eléctrico 𝐸⃗ uniforme variando à
𝑑𝐸
taxa constante no interior de um capacitor que
𝑑𝑡

está sendo carregado com uma corrente constante


(figura (a)). O campo elétrico variável produz um
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campo magnético dentro e fora da região cilíndrica.

Vê-se que há duas diferenças entre os casos elétrico e magnético:


a) no laço de circuitação(figura (b)), o sentido
⃗ induzido é oposto ao do campo 𝐸⃗ induzido,
de 𝐵
razão pela qual não aparece o sinal negativo na
equação anterior; b) as constantes 𝝁𝟎 e 𝜺𝟎
aparecem por causa da adoção do sistema SI de
unidades.

1.13. Teorema de Divergência

A divergência do vetor densidade de fluxo 𝐴 (que representa um


fenômeno físico qualquer) é a variação do fluxo através da
superfície fechada de um pequeno volume que tende a zero.

Matematicamente, a divergência de um campo vetorial 𝐴 pode ser


assim definida:

.
∮𝑠 𝐴.𝑑𝑆
𝑑𝑖𝑣𝐴 = ∇𝐴 = lim
∆𝑉→0 ∆𝑉

.
∮ 𝐴. 𝑑𝑆 𝜕𝐴𝑥 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑧
lim 𝑠 =( + + )
∆𝑉→0 ∆𝑉 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

𝜕𝐴𝑥 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑧


∇𝐴 = + +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

A divergência é uma operação matemática sobre um vetor, cujo


resultado é um escalar. É definida como sendo a soma das derivadas
parciais das componentes do vetor, cada uma em relação à sua
própria direção.
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O teorema de divergência estabelece que o fluxo total para fora de

um campo vetorial 𝐴 através da superfícies fecha 𝑆 equivale a

integral de volume da divergência 𝐴.

Para comprovar o teorema de divergência, o volume 𝑣 se subdivide em


grande número de pequenas células. Se a célula de ordem 𝑘 tem um
volume ∆𝑣𝑘 e está circunscrita pela superfície 𝑆𝑘 .

.
. . ∮𝑆 𝑨 . 𝑑𝑺
𝑘
∮ 𝑨 . 𝑑𝑺 = ∑ ∮ 𝑨 . 𝑑𝑺 = ∑ . ∆𝑣𝑘
𝑆 𝑆𝑘 ∆𝑣𝑘
𝑘 𝑘

Substituindo a primeira equação de divergência, resulta em

. .
⃗⃗ . 𝑑𝑺 = ∮ ∇𝑨
∮𝑨 ⃗ . 𝑑𝒗
𝑆 𝑣

Este teorema se aplica a todo volume 𝑣


circunscrito pela superfície fechada 𝑆, como
podemos verificar na figura ao lado, sempre que
⃗ e ∇𝑨
𝑨 ⃗⃗ , sejam continuo na região.

O operador ∇ é definido como sendo o operador vetorial diferencial.

Aplicando o teorema de divergência, determina a divergência dos


seguintes campos vetoriais.

a) 𝑷 = 𝒙𝟐 𝒚𝒛𝒂𝒙 + 𝒙𝒛𝒂𝒛 ;
b) 𝑄 = 𝜌 sin 𝜙𝑎𝜌 + 𝜌2 𝑧𝑎𝜙 + 𝑧 cos 𝜙𝑎𝑧 .

Solução: a)

𝜕𝑃𝑥 𝜕𝑃𝑦 𝜕𝑃𝑧


∇𝑃⃗ = + +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
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𝜕 2 𝜕 𝜕
∇𝑃⃗ = (𝑥 𝑦𝑧) + (0) + (𝑥𝑧)
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

∇𝑃⃗ = 2𝑥𝑦𝑧 + 𝑥

Si

1.14. Teorema de Stokes

O teorema de Stokes estabelece uma relação entre uma integral de


superfície com uma integral em torno da curva dada pela fronteira
da superfície de integração.

Por convenção, dizemos que a curva C dada pela fronteira de uma


superfície S tem orientação positiva se a superfície estiver sempre
a esquerda quando percorremos a curva com a cabeça na direção e
sentido do vetor norma n.

Considere uma superfície aberta S limitada pela curva fechada C.O


teorema de stokes estabelece que a integral da componente
tangencial de um campo vetorial F sobre C é igual à integral da
componente normal de 𝑟𝑜𝑡 𝐹 sobre S:

.
∮ 𝐹. 𝑑𝑙 = ∫ (∇ × 𝐹 ). 𝑑𝑠
𝑆

Tomando como F o vetor potencial magnético A, o teorema de stokes


estabelece:

.
∮ 𝐴. 𝑑𝑙 = ∫ 𝐵 . 𝑑𝑠 = 𝜙
𝑆
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∮ 𝐴. 𝑑𝑙 = 𝜙

𝜇0
O vetor potencial magnético é dado por 𝐴 = − (𝑧 − 2)𝐾. Calcular o
2

fluxo magnético que atravessa a área retangular indicada na fig.em


relação a y

𝜇0
𝜙 = ∮(− (𝑧 − 2)𝐾). 𝑑𝑦
2

𝑦
𝜇0
𝜙 = ∮ (− (𝑧 − 2)𝐾). 𝑑𝑦
𝑦0 2

𝜇0 2
𝜙 = [− (−)1(𝑦 − 𝑦0 )] . 𝐾
2 0

𝜇0 2
𝜙 = [− (−)1(𝑦 − 𝑦0 )] . 𝐾
2 0

𝜙 = 𝜇0 . 𝐾

1.15. Forças repulsivas e atrativas


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