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1. INTRODUÇÃO
¹Psicóloga, formada pela Universidade Estadual Paulista, Especialista em Psicologia Clínica e Saúde
Mental (FAMEMA) e aluna especial do Programa de Pós-graduação em Psicologia pela Unesp/Assis
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¹Psicóloga, formada pela Universidade Estadual Paulista, Especialista em Psicologia Clínica e Saúde
Mental (FAMEMA) e aluna especial do Programa de Pós-graduação em Psicologia pela Unesp/Assis
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¹Psicóloga, formada pela Universidade Estadual Paulista, Especialista em Psicologia Clínica e Saúde
Mental (FAMEMA) e aluna especial do Programa de Pós-graduação em Psicologia pela Unesp/Assis
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¹Psicóloga, formada pela Universidade Estadual Paulista, Especialista em Psicologia Clínica e Saúde
Mental (FAMEMA) e aluna especial do Programa de Pós-graduação em Psicologia pela Unesp/Assis
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que o sofrimento psíquico também tem e que merecem destaque neste ensaio: Um
Hospital Psiquiátrico e uma inspiradora psiquiatra.
A Instituição de notável importância para este ensaio é o hospital psiquiátrico
do Juquery, em São Paulo, aqui representado pelo psiquiatra Osório César. Sobre o
referido doutor, Mota (2013) aponta que este possuía preocupações sociais para além
do quadro clínico dos pacientes e, em detrimento deste olhar, criou um departamento
de artes no hospital que incentivava exposições de artes feitas pelos pacientes e que
posteriormente tornou-se Escola Livre de Artes Plásticas do Juquery que contou com a
presença de renomados artistas modernos como Di Cavalcanti e Antônio Gomide.
Ao promover tais exposições, o doutor buscava enfatizar o lado social e cultural
dos internos, não somente o psiquiátrico e, em síntese, os pacientes passam a ser
alunos de arte e o psiquiatra (que naquele contexto era também um crítico de arte)
passa a chamá-los de artistas, uma atitude de notável pioneirismo, mas seu olhar ainda
considerava pouco a relação entre essa arte e a subjetividade dos loucos.
Autuori (2005) é quem nos conta sobre Nise da Silveira, mulher e psiquiatra
irreverente do Hospital do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, onde inaugurou um
Ateliê de artes plásticas no setor de terapias ocupacionais, na década de 40.
Dedicada cada vez mais ao ateliê e opondo-se às práticas manicomiais comuns
da época (eletrochoques e lobotomias), a genialidade de Nise foi capturar as dimensões
dos processos inconscientes revelados por meio do estudo das imagens e símbolos
presentes nas obras de arte dos internos do hospital, trabalho este que culminou no
Museu Imagens do Inconsciente e na Casa das Palmeiras (voltada para os pacientes
egressos do Hospital), dois acontecimentos de suma importância nos campos cultual e
artístico do Brasil, por romper com preconceitos intelectualistas e concepções
convencionais e acadêmicas sobre o fenômeno estético.
É uma das mais belas e potentes iniciativas desenvolvidas no Brasil.
todos os pedaços para formar uma unidade de saber. Para formar tudo o que sabemos
e podemos conhecer, acerca do tema.
Para Gruda (2016) o método dialético inserido na Psicologia Social parte do
pressuposto de que sujeito e sociedade não apenas interagem como algo constituído
separadamente, mas se constroem mutuamente. Ou seja, o indivíduo só pode existir
pela existência da sociedade (não individual) e, concomitantemente, esta só é possível
devido a existência dos indivíduos (negação da sociedade).
Concepção esta, que se encontra com as palavras supracitadas de Blegler
(1989) sobre segregar entre “normal” e “anormal”; aquele que pode ter sua existência
em sociedade reconhecida, tornando-se parte desta e aquele que não pode, que não
terá sua existência legitimada no meio social e, como desdobramento, não terá uma
subjetividade existente, vista, reconhecida para expressá-la. Poderá seguir viagem no
barco pincelado de Bosch.
Com essa relação dialética entre sociedade/indivíduo; um precisando do outro
para se reconhecer como tal, contudo negando as existências por questões históricas,
a genialidade de Machado de Assis, anteriormente referido, fica ainda mais evidente ao
escancarar a hipocrisia que há na negação de tal relação. Embora ainda seja comum,
infelizmente, nos depararmos com a lógica de Bacamarte nos dias atuais.
Em contrapartida (e que bom que sempre há), vimos que historicamente há
resistência política e artística com movimentos que persistem permitindo e fomentando
o enriquecimento da relação indivíduo (louco) e sociedade e nesta resistência notamos
as ideias chaves da perspectiva crítica em Psicologia Social, pois temos que o indivíduo
não está separado do social (e o social também não está apartado do indivíduo) e o
sujeito é produto ao mesmo tempo que é produtor da história. Principalmente da sua
própria (GRUDA,2016).
Entretanto, é preciso cuidado na fala e no manejo, para não cairmos nas
armadilhas da individualização.
¹Psicóloga, formada pela Universidade Estadual Paulista, Especialista em Psicologia Clínica e Saúde
Mental (FAMEMA) e aluna especial do Programa de Pós-graduação em Psicologia pela Unesp/Assis
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BIBLIOGRAFIA
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2007
AMARANTE, P; TORRE, E. H. G. Protagonismo e subjetividade: a construção coletiva
no campo da saúde mental. Ciência Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.6, n.1, p, 73-85,
2001.
AUTUORI, S. Clínica com Arte: Considerações sobre a Arte na Psicanálise. Dissertação
de mestrado. Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,2005
BLEGER, J. Temas de psicologia. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
DIONISIO,G.H. Pede-se abrir os olhos: Psicanálise e expressão estética hoje . São
Paulo. Anneblume, Fapesp,370p,2012
FOUCAULT, M. Doença mental e psicologia. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2000.
GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4. ed.
Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
¹Psicóloga, formada pela Universidade Estadual Paulista, Especialista em Psicologia Clínica e Saúde
Mental (FAMEMA) e aluna especial do Programa de Pós-graduação em Psicologia pela Unesp/Assis