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DGEI

SISTEMA INTERESTATAL CAPITALISTA

HENRIQUE PAIVA
PROGRAMA DE
SISTEMA
INTERESTATAL
CAPITALISTA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS
INSTITUTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS E DEFESA
DEFESA E GESTÃO ESTRATÉGICA INTERNACIONAL
PROGRAMA DE SISTEMA INTERESTATAL CAPITALISTA

DISCIPLINA: Sistema Interestatal Capitalista (DGI 230)


PROFESSOR: Henrique Paiva
PERÍODO: 3º
CARGA HORÁRIA: 60hs
CRÉDITOS: 4

EMENTA
A disciplina analisa a formação do sistema interestatal capitalista, partindo da análise da
economia das dádivas e das dívidas; passando pela estruturação da economia-mundo com a
expansão dos interesses capitalistas; chegando aos ciclos hegemônicos até a atualidade.

BIBLIOGRAFIA
1 GRAEBER, David. Dívida: os primeiros 5.000 anos. São Paulo: Três Estrelas, 2016.
2 POLANYI, Karl. A grande transformação: as origens de nossa época. Rio de Janeiro: Elsevier,
2000.
3 BRAUDEL, Fernand. A dinâmica do capitalismo. Rio de Janeiro: Rocco, 1987.
4 CHANG, Ha-Joon. Chutando a escada: a estratégia de desenvolvimento em perspectiva
histórica. São Paulo: UNESP, 2004.
5 PIKETTY, Thomas. O capital no século XXI. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014.
6 WALLERSTEIN, Immanuel. Análise dos sistemas mundiais. In GIDDENS, Anthony;
TURNER, Jonathan (org). Teoria social hoje. São Paulo: UNESP, 1999. pp. 447-470.
7 ARRIGHI, Giovanni. O longo século XX: dinheiro, poder e as origens de nosso tempo. Rio
de Janeiro: Contraponto, 2006.
8 FIORI, José Luís. Formação, expansão e limites do Poder Global. In FIORI, José Luís (Org).
O poder americano. Petrópolis: Vozes, 2004. pp. 1-54.
CRONOGRAMA
14 de agosto - Apresentação da disciplina + Ultrassociabilidade e ultraterritorialidade
21 de agosto - Economia das dádivas, economia das dívidas e dívida pública
28 de agosto - A economia-mundo de Fernand Braudel e Immanuel Wallerstein
4 de setembro - Daniel Kosinski - Teoria Estatal da Moeda
11 de setembro - A dinâmica do capitalismo de Fernand Braudel
18 de setembro - Teoria do Sistema-Mundo de Immanuel Wallerstein
25 de setembro - P1 SIC
2 de outubro - Daniel Vainfas - A antropologia econômica de Karl Polanyi
9 de outubro - Hélio Farias - Moeda e Dívida na Geopolítica
+ Fernando Teixeira - A economia liberal em Ha-Joon Chang
16 de outubro - João Miguel Villas Bôas - A grande divergência
23 de outubro - SIAC
30 de outubro - P2 SIC
6 de novembro - Rafael Seabra - Os ciclos de acumulação sistêmica de Giovanni Arrighi
+ Tiago Appel - O sistema financeiro internacional
13 de novembro - Luiz Felipe Osório - Imperialismo
20 de novembro - Feriado: Dia da Consciência Negra
27 de novembro - Guerra no Sistema Interestatal Capitalista
4 de dezembro - PF SIC
11 de dezembro - Avaliação da disciplina e retificação da aprendizagem
PROCEDIMENTOS DURANTE AS AULAS

DURAÇÃO
• A aula se inicia às 18:10, com uma chamada nominal.
• Aproximadamente às 19:45, o professor concederá um intervalo de 15 minutos.
• Ao final do intervalo, o professor poderá realizar nova chamada nominal.
• A aula termina às 21:30, podendo ser estendida até às 21:50.

PRESENÇA
• Quem chegar após o seu nome ter sido chamado, deve procurar o professor no
intervalo, para registrar sua presença como atrasado para a 1ª aula e como presente
para a 2ª aula.
• A tolerância de atraso é de 20 minutos após o início da aula, logo às 18:30 será
considerada falta para o aluno na 1ª aula. É importante destacar que a aula se inicia
oficialmente às 17:50.
• Quem resolver sair mais cedo da aula não terá sua presença confirmada para aquela
aula, ainda que tenha respondido à chamada inicialmente.

GRAVAÇÃO
• A aula pode ser gravada e fotografada para uso pessoal, mas não pode ser difundida
por meio eletrônico a outras pessoas.

SLIDES
• Os slides são para uso pessoal do aluno e não podem ser difundidos por qualquer
meio a outras pessoas.
AVALIAÇÕES

P1 e P2
• Há 2 provas durante a disciplina: P1 e P2.
• A data e a bibliografia para cada prova são determinadas previamente com até 1
semana de antecedência.
• As respostas devem ser transcritas no cartão de respostas definitivo sem rasuras.
• Rasura no cartão de respostas definitivo indica anulação da resposta rasurada.
• A prova tem 5 questões com 4 itens a serem julgados CERTO (C) ou ERRADO (E).
Cada item julgado de acordo com o gabarito vale 0,5 totalizando a nota 10,0.

MÉDIA
• A média para ser aprovado é 5,0.
• A média é a soma das notas da P1 e da P2 dividido por 2.
• Quem tiver média menor que 5,0 deve fazer a PF, que é uma prova dissertativa.
• Quem faltar a P1 ou a P2 deve fazer a PF para compor a segunda nota a ser somada
para se chegar à média.
• Quem faltar tanto a P1 quanto a P2 deve fazer a PF e um paper com tema a ser
definido pelo professor.

PRESENÇA
• A presença mínima exigida é de 75% das aulas. Considerando uma disciplina que
tenha 15 aulas, o aluno pode faltar 3,75 aulas. Isso significa que 3 faltas não o
reprovam, mas 4 faltas sim.
• Falta justificada continua sendo falta e não se converte em presença.
CONDUTA NAS PROVAS

HORÁRIO
• Às 18:00, será feita chamada nominal dos alunos e a devida arrumação da sala para a
prova.
• Às 18:20, as provas serão distribuídas.
• A partir do momento que se der o comando de se iniciar a prova, preferencialmente
às 18:30, ninguém mais poderá adentrar ao local de prova para realizar a mesma.
• A prova terá duração de 50 min, a partir do comando de início.
• Esse período de 50 min já prevê o tempo para transcrição das respostas para o
cartão de respostas definitivo.
• Só o cartão de respostas definitivo será levado em conta na correção e o
preenchimento da resposta escolhida deve completar toda a quadrícula disponível
para isso.
• Ao final dessas 50 min de prova, os alunos devem parar de escrever, se levantar e
levar a prova até a mesa do professor.
• Ao final da prova, será feito um breve intervalo e, no retorno, o professor divulgará
e comentará o gabarito da prova, bem como promoverá a correção coletiva da prova.

PROCEDIMENTOS DURANTE A PROVA


• Todo o material, principalmente o celular, deve estar guardado e desligado dentro da
bolsa do aluno e não poderá ser acessado durante a prova.
• Não é permitido pedir auxílio ao colega ou consultar qualquer material durante a
prova.
• Apenas canetas azul e preta podem estar sobre a mesa.
• Não é permitido fotografar, gravar ou reproduzir de qualquer maneira a prova, o
gabarito e a explicação da prova.
• Ida ao banheiro durante a prova só poderá ser feita por 1 aluno por vez, seja homem,
seja mulher, sem celular e acompanhado do monitor.
CORREÇÃO DAS PROVAS
• Os alunos devem trazer caneta vermelha para o dia da prova.
• Os alunos corretores devem se identificar no local indicado abaixo do cartão de
respostas da prova corrigida com caneta vermelha.
• O professor apresentará em tela o gabarito da prova, questão por questão, apenas
passando para a questão seguinte, quando todos os alunos corretores não tiverem
mais nenhuma dúvida sobre a questão que está sendo corrigida.
• O aluno corretor fará com caneta vermelha apenas um traço diagonal na quadrícula
indicada como resposta correta e que o executor da prova tiver errado.
• Abaixo da fileira de respostas, há um espaço para indicar a quantidade de acertos
obtidos em cada questão pelo executor da prova e, mais abaixo, outro espaço para
indicar a quantidade total de acertos, que deve ser multiplicado por 0,5 para se obter
a nota do executor da prova.
• Terminada a correção, ao comando do professor, os corretores devem passar as
provas para os respectivos executores, que devem conferir se a correção foi
adequada com o gabarito indicado. O professor apresentará novamente o gabarito,
para os alunos executores conferirem a correção de suas provas.
• Se os alunos executores concordarem com a nota obtida, o aluno corretor receberá
mais 0,5 em sua prova. Caso haja imprecisão na correção, o aluno corretor perderá
0,5 em sua prova.
RASCUNHO DO CARTÃO DE RESPOSTAS
1 2 3 4 5
1 C E C E C E C E C E
2 C E C E C E C E C E
3 C E C E C E C E C E
4 C E C E C E C E C E

CARTÃO DE RESPOSTAS DEFINITIVO


1 2 3 4 5
1 C E C E C E C E C E
2 C E C E C E C E C E
3 C E C E C E C E C E
4 C E C E C E C E C E

√ 3 4 4 2 4

Total de Acertos: 17 (x 0,5) Nota: 8,5 _

Corretor: João Roberto Menezes da Silva _

BÔNUS: Fichamentos
• O aluno que realizar o fichamento previsto tanto para a P1 quanto para a P2 pode
ganhar até 0,5 ponto extra na P1 e na P2 respectivamente.
• Os fichamentos devem seguir o modelo anexo e devem ter entre 2 e 4 páginas.
• O prazo para entrega dos fichamentos impressos da P1 e da P2 é no dia de suas
respectivas avaliações. Os fichamentos não podem ser entregues antecipadamente e
também não serão aceitos depois dessas datas.
• Muito cuidado com a cópia indevida de trabalho realizado por outra pessoa.

Fichamento P1
BRAUDEL, Fernand. A dinâmica do capitalismo. Rio de Janeiro: Rocco, 1987. Capítulo 1, pp.
6-26.

Fichamento P2
WALLERSTEIN, Immanuel. Análise dos sistemas mundiais. In GIDDENS, Anthony; TURNER,
Jonathan (org). Teoria social hoje. São Paulo: UNESP, 1999. pp. 447-470.
Guia das Questões da P1 de SIC
1) A dialética das durações históricas: o tempo factual, conjuntural e estrutural.
2) Os fundamentos etológicos para o conflito ou a cooperação; os custos sociais da
cooperação; e a transição evolutiva social.
3) Os seis fatores materiais, culturais e simbólicos decisivos para o aumento no número de
indivíduos envolvidos em um mesmo grupo social.
4) A relação entre coerção e capital e a dinâmica do capitalismo.
5) A longa duração da transição do jogo das trocas para o antimercado.

Fichamento P1
BRAUDEL, Fernand. A dinâmica do capitalismo. Rio de Janeiro: Rocco, 1987. Qualquer um
dos três capítulos.

____________________________________________________________________

Guia das Questões da P2 de SIC


1) As unidades de análise do sistema-mundo: minissistemas, impérios mundiais e economias
mundiais
2) As fases do capitalismo
3) As fases do sistema-mundo para Immanuel Wallerstein
4) A divisão internacional do trabalho no sistema-mundo
5) As medidas econômicas sugeridas pelo Consenso de Washington

Fichamento P2
WALLERSTEIN, Immanuel. Análise dos sistemas mundiais. In GIDDENS, Anthony; TURNER,
Jonathan (org). Teoria social hoje. São Paulo: UNESP, 1999. pp. 447-470.
MODELO DE FICHAMENTO

Maria dos Santos Sousa


[NOME DO ALUNO]

NYE JR, Joseph S. O futuro do poder. São Paulo: Benvirá, 2012.


[CITAÇÃO COMPLETA DO ARTIGO OU DO LIVRO]

O futuro do poder
[TÍTULO DO ARTIGO OU DO LIVRO]

Joseph Nye Jr: Cientista político norte-americano, formado em Princeton, com


doutorado em Harvard. Foi assessor para assuntos de segurança internacional do secretário
de defesa dos EUA; membro do conselho nacional de inteligência; e representante do
secretário de Estado norte-americano. Atualmente é professor de Harvard. Em 1977,
publicou, juntamente com Robert Keohane, "Power and interdependence", desenvolvendo o
conceito de interdependência complexa e assimétrica. Os seus conceitos de hard power e
soft power surgiram no artigo "Soft power", da revista Foreign Policy, n. 80, de 1990, e depois
foram desenvolvidos nos livros "Soft power: the means to success in world politics", de 2004,
e "The future of power", de 2011. Disponível em https://www.hks.harvard.edu/about/faculty-
staff-directory/joseph-nye e https://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Nye.
[COMENTÁRIO SOBRE O AUTOR E INDICAÇÃO DA FONTE]

Palavras-chave: poder duro; poder brando; poder inteligente.


[PALAVRAS-CHAVE RELATIVAS AO TEXTO]

1 TIPOS DE PODER
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx.
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. (NYE JR, 2012, p. 23)

1.1 O QUE É PODER NOS ASSUNTOS GLOBAIS?


Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx Joseph Nye Jr (2012, p. 25), xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx.
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. (NYE JR, 2012, pp. 34-41)

1.2 PODER MILITAR


Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx Nye (2012, p. 49), "Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx". Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx (NYE
JR, 2012, p. 66).
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx Nye (2012, p. 67):
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx.
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx.
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. (NYE JR, 2012, pp. 74-78)

1.3 PODER ECONÔMICO


Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx,
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx (NYE JR, 2012, p. 106).
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx.
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. (NYE JR, 2012, pp. 107-
111)

1.4 PODER BRANDO


Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx Nye (2012, p. 115), "Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx".
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx.
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. (NYE JR, 2012, p. 131)

2 DESLOCAMENTO DO PODER
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx.
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. (NYE JR, 2012, p. 151)

2.1 DIFUSÃO E PODER CIBERNÉTICO


Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx Nye (2012, p. 156), xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx.
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx Joseph Nye (2012, pp. 178-183), "Xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx.
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx".
2.2 TRANSIÇÃO DE PODER
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx Joseph Nye (2012, p. 198), "Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx".
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx,
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx (NYE JR, 2012, p. 210).

3 POLÍTICA
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx,
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx (NYE JR, 2012, p. 261).
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx.
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. (NYE JR, 2012, pp. 262-
263)

3.1 PODER INTELIGENTE


Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx Joseph Nye Jr (2012, p. 278), xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx.
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx.
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. (NYE JR, 2012, p. 294)

COMENTÁRIOS FINAIS
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx.
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx.
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx. Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx
xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx.
Xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx.
Sistema
Interestatal
Capitalista
Defesa e Gestão Estratégica Internacional
Henrique Paiva

A longa duração
do conflito e da cooperação
na acumulação
de riqueza e de poder

•TEMPO FACTUAL
•O tempo factual manifesta o momento
presente dos acontecimentos; um
tempo repleto de movimentos rápidos e
nervosos, com projetos cheios de paixão
e com muita expectativa sobre a
possibilidade de triunfar o imediato
Fatos e Eventos desejo humano.

•TEMPO CONJUNTURAL
•O tempo conjuntural reúne os lentos processos de formação dos
fatores socioeconômicos que organizam a sociedade: a forma de
Conjuntura e Estado, o regime político, o modo de produção, o padrão
tecnológico e a posição relativa no sistema internacional.
Processos

Estrutura

•TEMPO ESTRUTURAL
• O tempo estrutural expressa a longa duração, o tempo quase inerte da relação do ser humano com o meio
geográfico, o clima, as doenças, a demografia e os processos mentais inconscientes.
A análise política com base apenas no tempo factual,
sem o apoio da conjuntura e da estrutura,
costuma ser traiçoeira.

A dialética das durações históricas,


proposta por Fernand Braudel,
é uma metodologia muito importante
para se investigar fenômenos sociais mais perenes,
aqueles com raízes mais profundas.
Evolução Biológica

Cooperação entre
unidades biológicas

Transição evolutiva biológica

Corrida armamentista
evolutiva

Estratégia evolucionária
estável

Fundamentos etológicos
do conflito e da cooperação

Transição evolutiva social

Há cerca de 400 milhões de anos,


das bocas de alguns peixes
brotaram dentes cartilaginosos, afiados o suficiente
– e implantados em mandíbulas fortes o suficiente –
para rasgar a carne de outros animais.
Esses prototubarões haviam descoberto
um atalho na competição por energia.
Ian Podiam roubar a energia
presa no corpo de outros animais
Morris
comendo-os,
e, quando se deparavam com outros prototubarões
competindo pela mesma comida
ou pelo mesmo parceiro sexual,
podiam lutar.
Os dentes elevaram a competição a outro patamar,
e os outros animais reagiram
desenvolvendo escamas protetoras,
maior velocidade de fuga
e dentes próprios (ou ferrões, bolsas de veneno
e – na terra – garras e presas)
para revidar os ataques.
A violência evoluía.

Estratégia Evolucionária Estável

Estratégia fight, fright, and flight diante de predadores

Violência letal contra a caça

Violência interpessoal contra outros indivíduos da mesma espécie

Violência coalizacional intersocietária contra “estrangeiros”

Fundamentos Etológicos para o Conflito ou a Cooperação

Evolução SEM pressão Evolução COM pressão


competitiva prepondera competitiva prepondera
SELEÇÃO INDIVIDUAL SELEÇÃO DE GRUPO

Ameaça maior para


Indivíduos competitivos
sobrevivência

O “outro” dispara mecanismo


Táticas egoístas
etológico cooperativo

Sabotar companheiro Narrativas de identidade


para se destacar coletiva conferem sentido
maior e ampliam coesão social
Freerider: mínimo esforço e
sobrecarga do grupo Recorrência dos conflitos
violentos intersocietários
(guerras) reforça caráter
Egoísmo dentro do grupo
ultrassocial humano
Custos Sociais da Cooperação
A ameaça das guerras criou condições para que os
indivíduos aceitassem os custos da cooperação:

obedecer às leis e às autoridades

pagar tributos diretos e indiretos

prestar serviço militar

estar mobilizável para as calamidades públicas

estabelecer sistema
de justiça, vigilância e punição

não receber vantagens indevidas

limitar o poder das autoridades com divisão de


poderes e sistema de pesos e contrapesos

estabelecer sistema educacional; e instituir religião


ou outra ideologia integradora

Revolução Cognitiva e Ultrassociabilidade


Mutações genéticas aleatórias

Incremento do neocórtex

Rebaixamento do aparelho fonador

Revolução Cognitiva

Pensamento abstrato, autoconsciência e


linguagem sofisticada

Ordens abstratas de coesão social

Comportamento cooperativo com


completos estranhos

Evolução cultural em ritmo mais


acelerado que a evolução natural

Em última instância, a espécie humana


está sempre enxergando o mundo
por uma metanarrativa construída socialmente.
Quando se desconstrói uma,
faz-se isso com base em outra metanarrativa
que oferece uma outra cosmovisão.
Ou seja, nunca se está fora desses moldes mentais.

40% Economia e Produção

34% Fofoca e Inveja

22% Piada e estórias

85% Histórias e Mitos

13% Reclamação e Solução


Desde o desenvolvimento
da linguagem e do pensamento abstrato,
o ser humano desenvolveu
a arte da narrativa ficcional
para perpetuar sua cultura,
para estabelecer sua moral
e para criar seus mitos fundacionais.

Humano:
animal social, político e moral

Era Axial
Confucionismo

Taoísmo

Zoroastrismo Hinduísmo-Bramanismo

Profetas Abraamicos Budismo

Mitologia

Tragédia

Filosofia

Era Axial
co-constituição ultrassociabilidade-ultraterritorialidade
Transição Evolutiva Social,
Demografia e Ultrassociedade
Escala Social Tipos de Unidades Políticas Tempo (maa) Rev.Cognitiva
Dádiva
10s Bandos forrageadores 200 Guerra Ancestral

100s Aldeias agrícolas 10


Rev. Agrícola
Sed. Poder
1.000s Chefaturas simples 7,5
Tributo e Dívida
Guerra Expansiva
10.000s Chefaturas complexas 7

100.000s Estados arcaicos 5


Guerra Expansiva
Lat. Afortunadas
1.000.000s Macroestados 4,5 Era Axial
Civilizações
10.000.000s Megaimpérios 2,5

100.000.000s Grandes Estados-nação 0,2 Exp. Colonial


Rev. Industrial
Urbanização

Desde as primeiras formas de vida,


unidades biológicas menores cooperavam entre si
para garantir melhores maneiras de replicar seus genes,
seja ampliando o acesso a fontes de energia,
seja aumentando as oportunidades reprodutivas,
porque cooperação aumenta capacidade competitiva.

A existência de uma pressão competitiva


que ameace a sobrevivência
estimula a ampliação da cooperação,
formando grupos maiores
para se protegerem da ameaça e
para se sagrarem vitoriosos na disputa por recursos.
A competição estimula a cooperação.

Em um dado momento,
que não se pode precisar a temporalidade e a causalidade,
ocorre uma transição evolutiva,
na qual as unidades menores em cooperação permanente e estável
passam a compor um novo organismo unitário mais complexo.
As formas menores de vida não deixam de existir
passam a ser uma dimensão a mais de vida naquele novo organismo.
No entanto, o todo é maior que a soma das partes.

Há a hipótese de que o mesmo mecanismo de transição evolutiva


possa ser aplicada no campo social.

Nessa hipótese, grupos sociais menores


tendem a acomodar mais membros,
principalmente, quando os recursos cognitivos permitem
tanto ampliar as técnicas de acesso a alimentos
quanto estabelecer melhores narrativas de coesão social ampliada.

Em um dado momento,
no qual tenta se estabelecer algumas variáveis explicativas,
uma rede mais ampla abarcando diferentes grupos sociais
passam a funcionar como uma nova sociedade:
com mais membros, com funcionamento mais orgânico e
com mais estabilidade.

A recorrência dos conflitos violentos intersocietários (guerras)


ao longo da história dos homo sapiens,
particularmente as guerras expansivas após a sedentarização do poder,
criou condições para que os indivíduos aceitassem os custos da cooperação
e reforçou o caráter ultrassocial humano.

De novo, cooperação aumenta capacidade competitiva e


competição estimula cooperação.

Estação Espacial Internacional (ISS)


Humanos são capazes de cooperar em larga escala
Ultraterritorialidade
Pressão ecológica

Grandes migrações

Coordenação societária

Herança filogenética

Patrilinearidade estável

Fogo, cozinha, família

Sedentarização do poder

Guerra expansiva

O último período de glaciação e a Grande Imigração


Pressão ecológica e desenvolvimento de mecanismos de coordenação societária

Sapiens (300 Ma)


Migração (100-10 ma)
Rev. Cognitiva (70 ma)
Inteligência atual

Homo (2 Ma - 300 ma)


Cérebro (2,4 Ma)
Domínio do Fogo (1,8 Ma)
Bipedia (2 Ma)
Anatomia moderna

Pithecus e Anthropus (6-1,2 Ma)


Anatomia proto-humana
Savanas e Bosques

Ancestral comum (6 Ma)


Tribo Homini: ramos
Protopan e Proto-humano
Domínio do Fogo:
gênero homo (1,8 Ma - 300 ma)

Proteção contra animais


(todos temem o fogo)

Cozinhar altera a química dos alimentos e


aumenta nutrientes (cérebro e quadril)

Cozinhar exige tempo de preparo e demanda


proteção de quem prepara

Substituição do comportamento de disputa


interna por cooperação

Substituição dos bandos patrilineares


promíscuos por famílias nucleares patriarcais

Abrigo contra o frio à noite e


reunião do grupo em área próxima

Criação de outra jornada de tempo:


a noite

Evolução das histórias e aumento dos


aspectos simbólicos de coesão social

Latitudes afortunadas

Latitudes afortunadas
Similaridade geográfica

Aproveitamento das aprendizagens


agropastoris no contato entre os povos

Contato normalmente conflituoso,


ainda assim com incorporação das técnicas
e ampliação dos recursos

Contato facilitado pela continuidade


morfológica e climática

Zonas temperadas: estações marcadas e


cultivo produtivo

70% das calorias consumidas atualmente


provém de alimentos domesticados ali

80% dos grandes impérios se estenderam


latitudinalmente até a revolução industrial

11 dos 14 animais domesticados são


originários das latitudes afortunadas

Latitude
Distribuição espacial dos megaimpérios na Afroeurásia
1500 aC - 500 aC 500 aC - 500 dC 500 dC - 1500 dC

Revoluções Agrícolas
Locais e datas das distintas, mas coincidência com as latitudes afortunadas

Armadilha da Sedentarização:
Ultraterritorialidade e Ultrassociabilidade
Fim da última glaciação e extinção da megafauna

Grande habilidade caçadora e


rápido esgotamento dos recursos de forrageamento

Disponibilidade de solo e clima ameno


nas latitudes afortunadas

Germinação de cereais e outras gramíneas e leguminosas


(ventos, transbordamento e cultivo)

Sedentarização do poder, complexificação das relações


e divisão de classes

Aumento do contigente populacional: fome e necessidade


de provisão (armadilhas do enjaulamento)

Domesticação de animais, confinamento de rebanhos,


germes e pestes, anticorpos e armas biológicas

Promoção da Revolução Agrícola

Acionamento das
Armadilhas da Sedentarização

Respostas Sincrônicas com


Tecnologias Sociais e Militares:
Governo das Cidades
Casta Militar com Disciplina e Hierarquia
Muralhas Fortificadas
Escrita (Código de Leis)
Moeda (Controle dos Armazéns)
Moeda (Imposição de Tributos)
Carros de Guerra
Metalurgia Bronze
Impérios
Guerra Ancestral
Cerca de proteção, incursão, emboscada, pilhagem, mas Fight, Fright, Flight

Guerra Ancestral
• Conflito intersocietário violento
entre grupos forrageadores
• Incursão, emboscada e pilhagem
• Letalidade e crueldade
• Antropofagia (simbólica)
• Fight, Fright, Flight
• Possibilidade de fuga

Guerra Expansiva
• Enjaulamento da rev agrícola tornou a
derrota na guerra em extermínio
• RMA: disciplina militar
• Ordens abstratas de coesão social
• RMA: fortificações e tecnologias
• Transição do extermínio para domínio
• Incorporar a capacidade de trabalho e de
produção e os recursos militares
• Tecnologias sociais: escrita e moeda

O aumento no número de indivíduos envolvidos em um mesmo grupo social


foi possível graças a ocorrência sincrônica
de seis fatores materiais, culturais e simbólicos decisivos:

primeiro, porque a base material indispensável à sobrevivência das pessoas


se avolumava, particularmente entre os povos sedentários das latitudes afortunadas;

segundo, porque as contribuições culturais transmitidas


se desenvolviam paulatinamente em melhores formas de vida;

terceiro, porque a lógica da guerra de extermínio foi sendo substituída


pela lógica de domínio do povo derrotado,
incorporando sua capacidade de trabalho e de produção
ao estoque de recursos da potência vencedora;

quarto, porque tecnologias sociais como escrita e moeda


estruturavam os interesses da sede do poder expansivo;

quinto, porque o poder bélico das potências expansivas


aumentavam o seu alcance territorial; e

sexto, porque as narrativas integradoras também ampliavam progressivamente


a abrangência do espectro simbólico,
com destaque para as filosofias integradoras da era axial.
Sedentarização, Excedente,
Dívida, Estado, Tributo,
Força, Moeda e Mercado

Reis Filósofos

Nômade

Sedentário

Agropecuária

Guerreiros e Militares

Sedentário

Sedentário

Sedentário
Nômade

Geografia e Latitude

Agricultura
Agropecuária
e Clima

Pecuária e Germes

= Produção de Excedentes

Ameaças internas e externas

Liberação da m-d-o Guerreiros


Armas e Ferramentas
e Militares

Conflito distributivo Defesa e Obras Públicas

Governo
Reis Filósofos
e Burocracia

Tributos, Dívida Pública, Alocação Setores Estratégicos

Acumulação Primitiva

Acumulação Primitiva de Capital

Aliança Príncipe-Mercador-Banqueiro

Guerras de Consolidação Estatal


Definição da Elite Soberana
Enquadramento dos grupos internos
Sobrevivência soberana externamente

Guerras Comerciais
Ocupação de Posições Privilegiadas
Arbitramento de câmbio, preço, pedágio
Tratados desiguais e diplomacia das canhoneiras

Guerras Coloniais (Imperialismo)


Aliança com Elite Local, Imposição de Dívida,
Território Monetário Supranacional

Tecnologia Sensível
Industrialização e Assimetria de Poder
Protecionismo e "Liberalismo"

Acumulação Exorbitante de Riqueza e Poder


Dádiva, Dívida e Moeda

Economia da Dádiva
Tripé:
Dar - Receber - Retribuir

Estruturalismo:
Estrutura social molda o indivíduo, suas crenças e seus comportamentos.

Socialização e Lealdade:
O indivíduo se sente moralmente em dívida com quem lhe ajuda e
com o grupo social no qual foi criado.

Sistema de Trocas:
Permuta de dádivas não é troca comercial,
cria laços simbólicos e gera solidariedade intragrupo.

Status, Confiança e Reciprocidade:


Sistema social com base na confiança e na mútua dependência;
Vida social garante maior bem-estar e segurança coletiva;
Status pelo reconhecimento social de cumpridor da palavra.

Proibição do Incesto:
Fenômeno social universal;
Necessidade de alianças com trocas matrimoniais;
Formação de clãs com laço de parentesco ampliado.

Economia da Dívida
Excedente, Conservação e Proteção
Revolução Agrícola → Sedentarização do Poder → Produção de Excedente →
→ Necessidade de conservação de reservas para emergência →
→ Urgência de proteção contra saques de povos sedentários e nômades

Burocracia, Governo, Poder e Riqueza


Celeiro Coletivo → Gestão Participativa →
→ Registro da dívida do celeiro com a família depositante →
→ O grupo gestor que dominou as tecnologias da escrita e da moeda
para o registro contábil da produção e da dívida,
em parceria com as autoridades políticas e religiosas locais,
converteu essas conquistas sociais coletivas em privilégios de riqueza e de poder

Estado, Poder Coercitivo, Poder Tributador, Moeda, Mercado

→ Armadilha da sedentarização → Premência de produção de excedente →


Estado → Autoridade política com monopólio da violência física e da coerção tributária →
→ Imposição de tributos → Definição cartalista da moeda pela autoridade política →
→ Obrigação de produção de excedente para vender em mercados
e auferir moeda para pagar tributos
Os mercados surgem da necessidade
dos súditos monetizarem suas atividades cotidianas,
antes organizadas em torno das economias das trocas
e orientadas para a subsistência coletiva,
e, a partir da imposição de tributos pela autoridade,
as atividades cotidianas passaram a estar
subordinadas aos interesses
de defesa e de desenvolvimento do Estado,
cujo objetivo é fomentar os setores estratégicos
para a sobrevivência estatal no jogo do poder.

Dívida
Obrigação Moral
de retribuição de um favor, de um presente, de uma dádiva
ou de cumprimento de um dever cívico (em contrapartida pela sua segurança)

Tributo Converte a moralidade


obrigação de produção de excedente em aritmética impessoal.
para obter dinheiro extra
para quitar débito imposto A quantificação é feita
pelo poder coercitivo do soberano em unidades de dinheiro.

A obrigação só é efetiva
se houver meios coercitivos
Empréstimo de se exigir o pagamento.
Pessoal - Empresarial - Público (Dívida Interna e Externa)

A luta de classes entre ricos e pobres


ficou disfarçada de obrigação
entre credores e devedores (julgados
como incompetentes ou displicentes)

Cartalismo
Metalismo
Economia da Dádiva (Antropologia)
Escambo (Mito)
Dupla Coincidência de Desejos

Sedentarização do Poder (excedentes)


• governo: organiza defesa e produção
• imposição de tributos (dívida)
Moeda-Mercadoria
facilitador do comércio

Autoridade Soberana
• proclamação da moeda (unidade de conta)
• meio para liquidar dívida com Estado
Metal • origem do mercado e da comunidade de
características naturais pagamento na moeda estatal

Definição Política do Estado:


• setores estratégicos: subsistência, defesa,
Meio de Troca neutro
infraestrutura, comércio internacional
• classe acumuladora de capital
• classe trabalhadora e empregado público
Transições dos sistemas de trocas

Economia da Dádiva

Economia da Dívida

Economia-Mundo

Coerção e Capital

Estado é um meio de coerção capitalizado.


Charles
Tilly

Coerção e Capital

O Estado, particularmente uma Grande Potência,


pode ser entendido como
um meio de coerção capitalizado,
no qual os meios de coerção do Estado
garantem posições privilegiadas
de acumulação exorbitante de riqueza e de poder;
em contrapartida, o capital garante recursos
para expansão dos meios de coerção.
Coerção e Capital
Aliança Príncipe – Mercador – Banqueiro

O príncipe vê na riqueza
do mercador e do banqueiro
o financiamento que precisa para as guerras,
e os banqueiros descobrem
nos empréstimos para as guerras
uma máquina multiplicadora de dinheiro.

O risco dos banqueiros era a derrota dos príncipes nas suas guerras,
mas os seus lucros eram muito mais generosos,
eram lucros exorbitantes em comparação
aos lucros normais de qualquer outra aplicação mercantil-financeira;
sobretudo, porque não se tratava apenas de retornos em dinheiro,
se tratava da conquista de posições monopólicas,
no plano comercial e financeiro, operando na moeda do conquistador,
e até mesmo a concessão de cobrança de impostos e tributos
dentro dos territórios conquistados.

Não há economia sem decisão política e


não há política sem base material econômica.

A tragédia da política das grandes potências.

John
Mearsheimer

Quem não sobe cai.

Norbert
Elias

Dinâmica do
Capitalismo
Civilização material, economia e capitalismo
Fernand Braudel

ANTIMERCADO, CAPITALISMO E O TEMPO DO MUNDO


•Feiras: funcionando em datas fixas e regulares / Besançon / Feiras internacionais
•Bolsas: funcionamento regular e expansão dos mecanismos de financiamento
•Bancos: sistema monetário, arbitramento do câmbio, tráfico de dinheiro e de metais
•Serviços: armador, segurador, prestamista, financista, banqueiro e empresário
•Investimentos: terra (produção e status), especulação imobiliária, indústria, mineração
•Diversificação: lucro exorbitante muda de setor constantemente (essência conjuntural)
•Acumulação de capital: volume de capitais garante troca assimétrica e privilégios

ECONOMIA DE MERCADO E OS JOGOS DA TROCA


•Moeda: Definição cartalista da moeda e expansão dos sistemas de crédito
•Cidades: Concentração de trocas mercantis e serviços urbanos
•Técnica e Ciência: Construção de meios técnicos e desenvolvimento científico
•Mercado citadino: valor de troca / Cotidiano rural: valor de uso
•Economia de Mercado: liga a produção ao consumo e organiza a vida social
•Mercado de Burgo; lojas permanentes e camelôs: Liquidação de créditos e débitos
•Logística: abastecimento das cidades torna-se estratégico para o soberano
•Especialização da m-d-o: divisão do trabalho

VIDA MATERIAL E AS ESTRUTURAS DO COTIDIANO


•Hábito: reprodução inconsciente de costumes do cotidiano
•Atavismo: comportamento repetido por gerações sucessivamente
•Longa duração: remonta tempos imemoriais da espécie humana
•Estruturas: geografia, biologia, demografia, antropologia, psicologia
•Cavaleiros do apocalipse: guerra, fome e peste, como equalizadores sociais
•Sistema de trocas: da economia das dádivas à economia das dívidas com moedas

ANTIMERCADO, CAPITALISMO E PRIVATE MARKET


•Manipulação: fraude do controle estatal e corrupção
•Operação no limite ético e legal: clamor por desregulamentação
•Mono-oligopsônio: assédio aos produtores
•Mono-oligopólio: oferta com exclusividade
•Informação assimétrica: conhece o mercado tanto na origem produtiva
quanto na ponta do consumo
•Valor de Troca
•Margem de lucro excepcional: acumulação de capital

ECONOMIA DE MERCADO E PUBLIC MARKET


•Comércio regulamentado e transparente
•Trocas cotidianas diretas entre o produtor e o consumidor ou com
poucos intermediários como lojistas
•Valor de Uso
•Margem de lucro normal: segura e moderada

Dinâmica do Capitalismo em PDs, PEDs e PMDRs


dos campos às cidades
Centro-Periferia

Centro-Periferia

A longa duração
da transição
do jogo das trocas
para o antimercado
$$$
$$$
Aldeias Produtoras
$$$
$$$
$
$$$ $$$
Consumidores

1) Os camponeses têm a possibilidade


de auferir, hipoteticamente, $ 3 mil
pela produção realizada em sua aldeia
ao vender seus produtos
diretamente para os consumidores
(às vezes, com a intermediação de um comerciante)
com os preços correntes de mercado
nas feiras regulares organizadas pelos burgos. Burgos Lojista

2) O surgimento de um grande mercador


desequilibra o jogo das trocas.
O mercador oferece um valor menor antecipadamente,
que o camponês aceita,
Aldeias Produtoras porque tem que pagar o aluguel da terra ao senhorio,
pagar o tributo ao soberano e
$ comprar insumos para a produção.
O pagamento antecipado também parece vantajoso
em caso de quebra de safra.

Burgos
Consumidores
3) Como o consumidor
não tem acesso
aos custos reais
do produtor,
o mercador (com
informações assimétricas)
cobra
valores arbitrários,
obtendo e acumulando Mercador
lucros extraordinários.
$$$$$$ Lojista

4) Se esse mercador opera nas feiras internacionais


dos grandes circuitos comerciais,
ele pode não apenas arbitrar o preço do bem,
mas também pode arbitrar o preço do câmbio,
obtendo lucros ainda mais extraordinários.
5) Em um dado momento, operar no mercado financeiro
Aldeias Produtoras torna-se uma atividade especializada e concentrada
nas mãos de poucos banqueiros,
$ que passam a financiar as atividades no campo
e a financiar as caravanas internacionais,
por meio de empréstimos e outros instrumentos.
Porto
Feiras Internacionais
Burgos
Consumidores

Banqueiro

$$$$$$ Mercador
$$$$$$
$$$$$$ $$$$$$ Lojista

Centralização Estatal
Aliança Príncipe-Mercador-Banqueiro
“Milagre Europeu”

Periferia

$$$$$$$$$
$$$$$$$$$
$$$$$$$$$ Banqueiro
$$$$$$$$$
$$$$$ Mercador
$$$$$$$$$ $$$$$
$$$$$$$$$ $$$$$ $$$$$
6) O soberano inicialmente tolera esses ganhos desiguais,
porque eles garantiam o abastecimento das cidades e a acumulação de capital,
que, por sua vez, dinamizava a economia e estimulava os setores estratégicos.
7) Posteriormente, com a aliança príncipe-banqueiro-mercador,
o Estado garantiu a ampliação dos privilégios dos capitalistas,
com a legalização desses privilégios nos instrumentos jurídicos estatais.
Em contrapartida, os capitalistas, atendendo tanto aos seus interesses quanto aos do soberano,
promoviam a diversificação dos investimentos nos setores considerados estratégicos,
capazes tanto de produzir lucros extraordinários quanto subalternizar o resto do mundo.

8) A aliança príncipe-banqueiro-mercador das grandes potências capitalistas em consórcio


com as elites estrangeiras satisfeitas com a condição periférica,
desde que atendidas suas demandas de manutenção local do seu status de poder e riqueza,
estabelece um sistema de trocas internacionais cumulativamente desiguais.

Estado (GP)

Periferia

$$$$
$$$$
$$
$$
$$ $$

[…] a burguesia conquistou finalmente para si,


desde a criação da grande indústria e
Karl do mercado mundial,
Marx
no moderno Estado representativo,
o domínio político exclusivo.
O poder estatal moderno é apenas
uma comissão que administra
os negócios comuns
do conjunto da classe burguesa.

O capitalismo só triunfa
Fernand quando se identifica com o Estado,
Braudel
quando ele [o capitalismo] é o Estado.

Teoria do Sistema-Mundo
Níveis de Análise

1º Nível: Natureza Humana

2º Nível: Estado

3º Nível: Estrutura Internacional

Divisão Internacional do Trabalho no Sistema-Mundo

Centro
• O Estados Centrais detêm o domínio da tecnologia de ponta; mantêm o controle sobre os
produtos com valor agregado; e projetam-se internacionalmente com assimetria de poder militar.
• O Estados Centrais atuam em favor de suas corporações transnacionais e organizam a produção
dos países periféricos para atender aos seus interesses estratégicos.

Semiperiferia
• Os Estados semiperiféricos caracterizam-se, em linhas gerais, por serem países com grande
território, com grande população e com grande mercado consumidor; por serem um polo regional;
e por terem desenvolvido algumas indústrias intensivas em mão-de-obra, matéria prima e energia.
• Os Estados semiperiféricos, normalmente, alcançam essa condição em virtude da parceria
estratégica com a potência dominante do condomínio de poder que está inserido, promovendo o
seu desenvolvimento associado aos interesses da potência hegemônica.

Periferia
• Divisão Internacional do Trabalho; Deterioração dos Termos de Troca
• Pós-colonialismo; Estados Frágeis

G7 e G20

Unidades de Análise
do Sistema-Mundo
Minissistemas

Minissistemas
Os minissistemas, típicos das sociedades pré-agrícolas,
caracterizavam-se, grosso modo,
por serem espacialmente pequenos e relativamente breves no tempo,
sendo altamente homogêneos em termos de estruturas políticas e de padrões culturais,
fundamentando suas relações sociais com base
na economia da dádiva, na reciprocidade das trocas.
As possíveis causas da curta duração dos minissistemas
(aproximadamente seis gerações) eram
os desastres ecológicos e
a fragmentação em função do crescimento em demasia desses grupos,
que ainda não tinham nem recursos materiais nem narrativas simbólicas
capazes de aumentar o patamar de sociabilidade estável desses minissistemas.

Impérios

Período de ascensão e queda dos Impérios


Desde a revolução agrícola até o início da modernidade,
o mundo foi coabitado pelas três formas históricas de sociabilidade,
sendo os impérios mundiais, tanto os sedentários quanto os nômades,
as formas mais atuantes no jogo de poder dessa época.
Os impérios mundiais apresentavam um ciclo de explosão expansiva e de contração fatal,
que acabava por abrir espaços
para o ressurgimento de minissistemas no seu vácuo ou
para a ampliação de um novo império mundial em sua fase expansiva.
Nesse período, quando uma economia-mundo
– que é uma forma mais frouxa politicamente,
mas mais eficiente na organização da produção e na acumulação de riqueza –
ganhava projeção,
essa economia mundial
ou se convertia em um império formal
ou era conquistado por um império mundial expansivo.

Impérios

Império Mundial
Um império mundial formava uma estrutura política de amplo alcance,
incorporando uma grande variedade de padrões culturais à sede do poder.
Normalmente, os impérios não pretendiam
obrigar a periferia a adotar o padrão civilizacional da sede do império,
em contrapartida exigia da periferia:
o pagamento de tributos na moeda imperial;
a reserva de parte da produção de grãos e víveres;
e a mobilização de recrutas para o esforço de guerra.
Os impérios formais são normalmente estudados em seu auge,
mas todos os impérios tiveram uma fase de ascensão e outra de declínio.
Para administrar com firmeza a extração da riqueza da periferia,
a sede do império contava com uma pequena mas crucial rede de burocratas imperiais.

Economias-Mundo
Economia-Mundo
As economias-mundo, típicas da modernidade em diante,
são vastas e desiguais cadeias produtivas,
organizadas estrategicamente em benefício da sede das economias-mundo,
onde o excedente acumulado é distribuído desigualmente
em favor daqueles que são capazes de auferir lucros exorbitantes na lógica do antimercado.
As sedes das economias-mundo normalmente conseguem
a definição de uma elite periférica que aceita sua condição de subalternidade desde que
internamente mantenha seus privilégios locais;
a concessão do monopólio de posições comerciais estratégicas na periferia
para o arbitramento do preço, do câmbio e do pedágio;
a implantação de um sistema de dívidas públicas na periferia
denominadas na moeda imperial;
a adesão formal da periferia a tratados desiguais; e
a aceitação da periferia da extraterritorialidade judicial e da diplomacia das canhoneiras.
Houve outras formas de economia-mundo,
mas o modelo capitalista europeu, em desenvolvimento desde “o longo século XVI”,
revelou-se o modo mais eficiente de acumulação de riqueza e de poder,
pelo menos para alguns pequenos Estados europeus.
Sistema Interestatal Capitalista

O “milagre europeu” foi a transformação da tímida economia-mundo europeia,


formada por pequenas organizações políticas territoriais,
isoladas em uma península fria do Mar do Norte,
em verdadeiras máquinas de acumulação de riqueza e de poder,
que subjugaram a maior parte do planeta e
internacionalizaram a sua forma de organização política e econômica,
formando o sistema-mundo moderno.

A globalização é resultado do esforço de grandes potências


que lograram impor sobre outras potências
o seu poder soberano, a sua moeda,
a sua dívida pública e o seu sistema de tributação,
criando territórios políticos e econômicos supranacionais
na periferia desse sistema interestatal capitalista.

Fases do Capitalismo
Capitalismo Capitalismo Capitalismo
Comercial Industrial Financeiro

O capitalismo comercial foi O capitalismo industrial O capitalismo financeiro


marcado pela colonização caracterizou-se pela desmantela o Estado de bem-
das Américas com dependência pós-colonial da estar social; desregulamenta
escravização de indígenas e América Latina; pelo os mecanismos de proteção
de africanos; pelo retorno da imperialismo formal de laboral, ambiental e
servidão no leste europeu; e parcela significativa da África financeira; privatiza o
pela lógica de acumulação e da Ásia; e pela lógica de patrimônio público; e justifica
orientada pelo acumulação exorbitante a acumulação absurda pela
mercantilismo. orientada pelo liberalismo. lógica do neoliberalismo.

Revolução Guerras
Industrial Mundiais
A transição do capitalismo comercial para o industrial é marcada pela revolução industrial e
a transição do capitalismo industrial para o capitalismo financeiro é marcada pelo fim da II Guerra Mundial
e construção do sistema financeiro internacional pelos EUA.

Immanuel Wallerstein
Fases do Sistema-Mundo
1ª Fase (1450-1850)
Expansionismo mercantilista

2ª Fase (1850-1950)
Imperialismo industrialista

3ª Fase (1950-1989)
Descolonização; Guerra Fria; Reestruturação Produtiva

4ª Fase (1989-2050?)
Fim ou Reestruturação do Sistema Interestatal Capitalista?

Consenso de Washington
1) Disciplina Fiscal
2) Redução dos Gastos Públicos
3) Reforma Tributária
4) Desregulamentação Financeira
5) Câmbio e Juros de Mercado
6) Abertura Comercial
7) Eliminação de Restrições para Investimento Externo Direto
8) Privatização das Empresas Estatais
9) Desregulamentação das Leis Trabalhistas
10) Direito à Propriedade Intelectual

Globalização e Regionalismo Aberto


Ciclos de Acumulação Capitalista
Nicolai Kondratiev
Ondas longas de 50 anos dos ciclos econômicos

Ciclos de Acumulação
Giovanni Arrighi

Ciclos Sistêmicos de Acumulação


Ciclo Genovês (Séc XV-XVII) 160 anos

Ciclo Holandês (Séc XVI-XVIII) 140 anos

Ciclo Britânico (Séc XVIII-XIX) 160 anos

Ciclo Americano (Séc XX…) 100 anos…

Ciclo Asiático (Séc XXI ?)


Giovanni Arrighi
Os longos séculos e os ciclos sistêmicos de acumulação de capital

Giovanni Arrighi
Dinâmicas da Transição Hegemônica

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