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MANUAL DE FORMAÇÃO

5745 - Inglês
técnico

Daniela Anjos
24/09/2019

Este Manual foi concebido por Daniela Anjos, formadora deste curso. Pretende-se que seja usado como
elemento de Estudo e de Apoio aos temas abordados. O Manual é um complemento da Formação e do
Módulo, não substitui os objetivos das sessões de formação, mas complementa-as.
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Módulo 5745 - Inglês técnico

Índice
Objetivos Gerais do curso................................................................................................ 3
Objetivos do Módulo ........................................................................................................ 3
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 4
1. Língua inglesa no quotidiano socioprofissional ......................................................... 5
2. Terminologia técnica em língua inglesa no âmbito do contexto
socioprofissional .............................................................................................................. 10
2.1 Aspetos formais do sistema linguístico inglês .................................................................................... 11
2.2 Tradução e terminologia: entidades normalizadoras e o papel da terminologia
nas comunidades profissionais ................................................................................................................. 18
2.3 Tipos de textos associados ao contexto socioprofissional (ex.: normas
nacionais/internacionais; manuais de instruções; estudos científicos/técnicos) .............................. 22

3. Língua inglesa e as novas tecnologias .................................................................... 24


3.1 Terminologia associada a software utilizado no contexto socioprofissional
(ferramentas linguísticas on-line; bases de dados; comunicação mista –
videoconferências, chatroom) ................................................................................................................ 29
3.2 Terminologia associada aos meios utilizados no contexto socioprofissional ............................... 30

4. Metodologias de um trabalho de projeto em inglês .............................................. 32


Webgrafia / Bibliografia ................................................................................................. 34
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Módulo 5745 - Inglês técnico

Objetivos Gerais do curso

No final da formação deverão ser capazes de:

• Ler e traduzir orientações técnicas, desenhos, normas e outros documentos técnicos no


âmbito do contexto socioprofissional.
• Utilizar a língua inglesa na produção de textos a nível oral e escrito, adequando-a ao
contexto socioprofissional.
• Utilizar a língua inglesa no âmbito das TIC.

Objetivos do Módulo

Pretende-se que os formandos durante o módulo aprendam a:

• termos técnicos e expressões idiomáticas que facilitem a interpretação de textos em


inglês.

Para poder compreender o inglês técnico é preciso que haja uma base de conhecimento do inglês
cotidiano, o que não quer dizer que você precisa necessariamente ser um falante fluente, mas tem que
estar atento ao idioma como um todo.
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INTRODUÇÃO

Aprender um outro idioma nem sempre é tarefa fácil, mas, na era da informação,
qualquer pessoa que tenha interesse em estar atualizada precisa conhecer, no
mínimo, um idioma além da língua materna. A língua inglesa, considerada idioma
universal, é base para a área dos negócios internacionais e pré-requisito para todos
que queiram estar ativos no mercado de trabalho. O objetivo é apresentar o idioma
inserido no cotidiano e compará-lo ao da área técnica, a fim de que se perceba
necessidade e a importância do conhecimento do mesmo.

O inglês é a língua oficial dos seguintes países: Reino Unido, Estados Unidos,
Austrália, Bahamas, Canadá, Guiana, Irlanda, Índia, Nova Zelândia, África do Sul,
entre outros. Ele é também utilizado como segunda língua em diversos países.
Apresenta um total de falantes de aproximadamente trezentos milhões e cerca de
quatrocentos milhões utilizam o idioma como segunda língua. Sendo o inglês tão
amplamente utilizado por todo mundo, acaba por influenciar também outros
idiomas, pois há muitos vocábulos da língua inglesa já inseridos no cotidiano das
pessoas, seja na educação, no comércio, na indústria, e em tantas outras áreas.

A origem do idioma se deu na Inglaterra, mas com as migrações e colónias que se


instalaram ao longo dos tempos o idioma rapidamente se alastrou pelo resto do
mundo. Pode-se dizer que existem duas ramificações da língua inglesa: o inglês
britânico e o inglês americano. Nas questões gramaticais a base é a mesma,
porém, quando se trata de vocabulário e pronúncia há muitas diferenças, como
você pode ver nos exemplos a seguir:

Português Inglês Americano Inglês Britânico


advogado lawyer solicitor
aluga-se for rent to let
armário closet wardrobe
balas candy sweet
bombeiros fire department fire brigade
calçada sidewalk pavement
carona ride lift

Apesar das diferenças entre o inglês britânico e o americano, na área técnica


praticamente não existem diferenças, pois é uma área que precisa ser
compreendida da mesma maneira por pessoas de diferentes nacionalidades e
perpassa as diferenças culturais.
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1. Língua inglesa no quotidiano socioprofissional

O PRESENTE
A atual busca de informação aliada à necessidade de comunicação em nível mundial
já fez com que o inglês fosse promovido de língua dos povos americano, britânico,
irlandês, australiano, neozelandês, canadense, caribenhos, e sul-africano, a língua
internacional. Enquanto que o português é atualmente falado em 4 países por cerca
de 195 milhões de pessoas, o inglês é falado como língua mãe por cerca de 400
milhões de pessoas, tendo já se tornado a língua franca, o Latim dos tempos
modernos, falado em todos os continentes por cerca de 800 milhões de pessoas.
Além disso, há estimativas de que 80% da informação armazenada em todos os
computadores do mundo é em inglês.

Acrescente-se a isso a redução de custos de passagens aéreas, o que aumenta


contatos internacionais em nível interpessoal. Em paralelo, a atual revolução das
telecomunicações proporcionada pela informática, pela fibra ótica, e por satélites,
despejando informações via TV ou colocando o conhecimento da humanidade ao
alcance de todos via INTERNET, cria o conceito de autoestrada de informações.
Estes dois fatores bem demonstram como o mundo evoluiu a ponto de tornar-se
uma vila global, e o quanto necessário é que se estabeleça uma linguagem comum.

Ao assumir este papel de língua global, o inglês torna-se uma das mais importantes
ferramentas, tanto acadêmicas quanto profissionais. É hoje inquestionavelmente
reconhecido como a língua mais importante a ser adquirida na atual comunidade
internacional. Este fato é incontestável e parece ser irreversível. O inglês acabou
tornando-se o meio de comunicação por excelência tanto do mundo científico como
do mundo de negócios.

O FUTURO

Hoje já é previsível que dinheiro e riqueza material serão substituídos por


informação e conhecimento, como fatores determinantes na estruturação da futura
sociedade humana e proficiência na linguagem de então será essencial para se
alcançar sucesso.
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A PRESENÇA DO INGLÊS E DO PORTUGUÊS NO MUNDO

ENGLISH PORTUGUESE

% of % of
Population Native Population Native
COUNTRIES native COUNTRIES native
(million) speakers (million) speakers
speakers speakers

United
286 86 246 Brazil 173 100 173
States

United
59 97 57 Portugal 10 100 10
Kingdom

Canada 32 63 20 Angola 13.5 60 8.1

Australia 20 85 17 Mozambique 18.6 20 3.7

New
4 95 3.8
Zealand

Ireland 4 95 3.8

TOTAL 405 347.6 215.1 194.8

Devido à forte expansão do inglês atualmente, fica difícil determinar com precisão a
quantidade de falantes de inglês e sua distribuição geográfica. Praticamente no
mundo inteiro se fala inglês, mas nos 6 países acima fala-se predominantemente
inglês como primeira língua. Os números acima se referem a pessoas que falam
inglês e português como primeira língua (L1). Se fossem considerados aqueles que
possuem domínio sobre o inglês, porém como segunda língua (L2), a quantidade de
anglófonos aumenta substancialmente em relação a lusófonos. No Canadá, a
percentagem de falantes de inglês aumenta de 63% para 83% (26,5 milhões), se
for considerada a população bilíngue que fala inglês como L2.

A população estimada de falantes de inglês como L2 é significativa também nos


seguintes países (em milhões): Nigéria (43), Índia (37), Filipinas (36,4), Paquistão
(16), África do Sul: (10), Camarões (6,6), Malásia (6) e Nepal (6).

O número total de falantes de inglês no mundo, incluindo os países acima e outros


menos expressivos, chega aproximadamente a 580 milhões. Conforme David
Crystal, estimativas mais radicais, incluindo falantes com níveis de menor perceção
e fluência, sugerem a existência atualmente de um total superior a um bilhão.

O QUE É LINGUAGEM E O QUE É TRADUÇÃO?

Assim como não há sombra se não houver um objeto, não existe linguagem e não
houver uma ideia. Quanto mais distante estiver à sombra de seu objeto, tanto
menor sua nitidez. Da mesma forma, quanto mais distante estiver a linguagem de
sua ideia, tanto menor sua clareza.

Uma vez que diferentes línguas são diferentes sistemas de representação, não
podemos simplesmente converter palavras de uma língua para palavras de outra.
Para se estabelecer uma boa correlação entre duas línguas é necessário captar a
ideia com clareza, ter um entendimento claro e objetivo da realidade que a
linguagem procura refletir. Portanto, o texto que se pretende traduzir deve oferecer
esse entendimento de forma clara e objetiva, não podendo carecer de conteúdo. O
quadro deve estar completo, sem áreas obscuras, pois aquela obscuridade que
numa pintura a óleo, por exemplo, talvez fique bem, numa aquarela pode
comprometer o balanço.
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Redigir, portanto, é a arte de criar uma representação de fatos do universo e


traduzir é a arte de recriar esta representação; de reestruturar a ideia nas formas
que a língua para a qual se traduz oferece e sob a ótica da cultura ligada a essa
língua. É, pois, em nível de ideia e não de formas, que a correlação pode ser
estabelecida. Se a representação da realidade nas formas da L1 não refletir
claramente os fatos a que se refere, especialmente em textos não-literários, isto é,
em textos comerciais, técnicos, jornalísticos, acadêmicos, o tradutor sentir-se-á
como um redator que não conhece plenamente o fato a respeito do qual deve
redigir. Estará perdido como um cego que perde seu cachorro-guia.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Língua é fundamentalmente um fenômeno oral. É, portanto, indispensável


desenvolver uma certa familiaridade com o idioma falado, e mais especificamente,
com a sua pronúncia, antes de se procurar dominar o idioma escrito.

“The principle [speech before writing] applies even when the goal is only to read”
(Lado, 1964, p. 50).

A inversão desta sequência pode causar vícios de pronúncia resultante da


interpretação incorreta das letras. Principalmente no caso da aprendizagem do
inglês, onde a correlação entre pronúncia e ortografia é extremamente irregular e a
interpretação oral da ortografia muito diferente do português e cuja ortografia se
caracteriza também pela ausência total de indicadores de sílaba tónica, torna-se
necessário priorizar e antecipar a aprendizagem oral.

Satisfeita esta condição ou não, o exercício de leitura em inglês deve iniciar a partir
de textos com vocabulário reduzido, de preferência com uso moderado de
expressões idiomáticas, regionalismos, e palavras "difíceis" (de rara ocorrência).
Proximidade ao nível de conhecimento do aluno é, pois, uma condição importante.
Outro aspeto, também importante, é o grau de atratividade do texto. O assunto, se
possível, deve ser de alto interesse para o leitor. Não é recomendável o uso
constante do dicionário, e este, quando usado, deve de preferência ser inglês -
inglês. A atenção deve concentrar-se na ideia central, mesmo que detalhes se
percam, e o aluno deve evitar a prática da tradução. O leitor deve habituar-se a
buscar identificar sempre em primeiro lugar os elementos essenciais da oração, ou
seja, sujeito, verbo e complemento. A maior dificuldade nem sempre é entender o
significado das palavras, mas sua função gramatical e consequentemente a
estrutura da frase. O grau de dificuldade dos textos deve avançar gradativamente,
e o aluno deve procurar fazer da leitura um hábito frequente e permanente.
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Vamos observar algumas características que diferenciam a língua portuguesa da


língua inglesa.

• O português caracteriza-se por uma certa flexibilidade com relação ao


sujeito. Existem as figuras gramaticais do sujeito oculto, indeterminado e
inexistente, para justificar a ausência do sujeito. Mesmo quando não
ausente, o sujeito frequentemente aparece depois do verbo, e às vezes até
no fim da frase (ex: Ontem apareceu um vendedor lá no escritório). O inglês
é mais rígido: praticamente não existem frases sem sujeito e ele aparece
sempre antes do verbo em frases afirmativas e negativas. O sujeito é
sempre um nome próprio (ex: Paul is my friend), um pronome (ex: He's my
friend) ou um substantivo (ex: The house is big). Pode-se dizer que o
pensamento em inglês se estrutura a partir do sujeito; em seguida vêm o
verbo, o complemento, e os adjuntos adverbiais. Para uma boa
interpretação de textos em inglês, não adianta saber o vocabulário apenas;
é preciso compreender a estrutura, e para isso é de fundamental
importância a identificação do verbo e do sujeito.

• A ordem normal em português é substantivo – adjetivo (ex: casa grande),


enquanto que em inglês é o inverso (ex: big house). Além disto, qualquer
substantivo em inglês é potencialmente também um adjetivo, podendo ser
usado como tal. (ex: brick house = casa de tijolos; vocabulary
comprehension test = teste de compreensão de vocabulário). Sempre que
o aluno se defrontar com um aparente conjunto de substantivos
enfileirados, deve lê-los de trás para diante intercalando a preposição "de"
no meio.

• O aluno principiante tende a interpretar o sufixo...ing unicamente como


gerúndio, quando na maioria das vezes ele aparece como forma
substantivada de verbo ou ainda como adjetivo. Se a palavra terminada em
...ing for um substantivo, poderá figurar na frase como sujeito, enquanto
que se for um verbo no gerúndio, jamais poderá ser interpretado como
sujeito nem como complemento. Este é um detalhe que muito
frequentemente compromete seriamente o entendimento.

Ex: We are planning to ...


gerund –
What are you doing?

Ex: He likes fishing and camping, and hates accounting.


...ing noun –
This apartment building is new.

Ex: This is interesting and exciting to me.


adjective –
That was a frightening explosion.
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• Os verbos preposicionais, também chamados de two-word verbs, confundem


porque a adição da preposição normalmente altera substancialmente o
sentido original do verbo. Ex

go off - disparar (alarme)


go - ir
go over - rever, verificar novamente

turn on - ligar
turn off - desligar
turn - virar, girar
turn down - desprezar
turn into - transformar em

put off - cancelar, postergar


put on - vestir, botar
put - colocar, botar put out - apagar (fogo)
put away - guardar
put up with - tolerar

• Words of connection ou words of transition são conjunções, preposições,


advérbios, etc, que servem para estabelecer uma relação lógica entre frases
e ideias. Familiaridade com estas palavras é chave para o entendimento e a
correta interpretação de textos. Falsos conhecidos, também chamados de
falsos amigos, são palavras normalmente derivadas do latim, que têm,
portanto a mesma origem e que aparecem em diferentes idiomas com
ortografia semelhante, mas que ao longo dos tempos acabaram adquirindo
significados diferentes.
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2. Terminologia técnica em língua inglesa no


âmbito do contexto socioprofissional

Quando se fala em inglês técnico, na maioria das vezes as pessoas pensam ser uma
forma diferente do idioma, o que é uma ideia equivocada. Então, afinal de contas, o
que é o inglês técnico? Quais são as diferenças entre o inglês técnico e do cotidiano?
Na sua base, o idioma se conserva o mesmo no que diz respeito a questões
gramaticais, entretanto, ele difere na questão do vocabulário. O inglês técnico existe
em diversas áreas do conhecimento e profissionais como na educação, na medicina,
na culinária, na metalurgia, na publicidade, na informática e assim por diante. Ele é
caracterizado por vocábulos que são próprios de uma área e utilizados com um
significado específico. Muitas vezes são palavras que no inglês cotidiano podem ter
outros significados dependendo do contexto.

Como já comentado anteriormente, o inglês técnico é utilizado pelas mais diversas


áreas do conhecimento e profissionais. Todos os dias você se depara com palavras
que são de origem inglesa e que estão incorpora- das ao nosso cotidiano em função
de terem um significado próprio em uma área em particular e, muitas vezes, não ser
possível encontrar no português um termo que atenda àquela necessidade específica
da mesma maneira. Um exemplo é a palavra know-how, cuja origem inglesa remete
aos conhecimentos ou às habilidades necessárias para a resolução de problemas
relacionados a uma determinada área.

As maiores empresas na área da informática estão sediadas nos Estados Unidos,


sendo assim, normalmente os norte-americanos acabam ditando as regras no que
diz respeito à questão da definição de termos técnicos específicos dessa área tão
importante na atualidade. Como você deve ouvir com frequência, estamos na era da
informação, a qual só é possível e viável em função do avanço tecnológico que
acontece de forma frenética.

Com a tecnologia fazendo parte do cotidiano da grande maioria das pessoas, é


comum que termos específicos da área nem sejam mais traduzidos para a língua
materna dos falantes e sim incorporados na sua forma original. Para comprovar essa
afirmação, aí vão alguns exemplos bem práticos: você costuma dizer internet ou
rede internacional de computadores; e que tal aquele periférico tão utilizado, o
mouse, você saberia dar um nome para ele em português; ou ainda, o que é mais
comum, software ou programa de computador?

Diante desses exemplos, pode-se ter


uma ideia de como os termos técnicos
da informática fazem parte da nossa
vida e muitas vezes nem nos damos
conta disso, não é mesmo? A verdade é
que a incorporação de vocábulos, de
origem inglesa, tem se tornado cada vez
mais comum em nosso cotidiano
linguístico ultrapassando o campo
técnico específico da informática.
Videogame, ticket, closet... são todas
palavras de origem inglesa e que têm fundamentado o nosso inglês cotidiano. O que
por um lado é muito bom porque nos dá base para compreender o inglês técnico.
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2.1 Aspetos formais do sistema linguístico inglês

Vamos falar sobre as diferenças e daremos


diversas dicas sobre como utilizar o inglês
formal, o inglês semiformal e o inglês informal.
Afinal, ninguém vai a uma entrevista de
emprego utilizando roupas de ginástica, nem
frequenta a praia utilizando um terno.

Níveis de formalidade

O inglês formal é utilizado em livros


acadêmicos, relatórios oficiais, artigos
acadêmicos e científicos, ensaios e
redações, provas, contratos, cartas
sobre negócios, discursos oficiais,
entre outros. Já o inglês semiformal
pode ser utilizado nas interações do dia
a dia com colegas e professores, nas
redações de revistas e livros populares,
ou quando se fala com alguém que
expressa alguma autoridade ou a quem você respeita. Por último, o inglês informal é
recomendado para interações com amigos e família, além de ser utilizado na internet
para conversar ou em chats e redes sociais.

Inglês formal

Frases mais longas e complexas

Ao utilizar o inglês formal, é muito importante prestar atenção em fatores como


pontuação, gramática e estrutura correta de uma frase. Por exemplo, você poderia
encontrar a seguinte frase em um trabalho
académico:
Research has shown that learning a second
language, in addition to leading to expanded career
and social opportunities, can also expand the
reasoning capability of the brain, although this
finding is disputed by some scientists. (Pesquisas
mostram que aprender uma segunda língua, além
de expandir oportunidades sociais e de carreiras,
também expande a capacidade de raciocínio do
cérebro, apesar dessa descoberta ser contestada por alguns cientistas).
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A mesma ideia principal pode ser representada em uma versão menos formal com a
frase abaixo:

Learning another language can improve your career and social life. Some
people also say it makes you smarter, but others disagree.

Uso de palavras maiores e menos comuns

A frase abaixo mostra um nível pouco formal e mais simples de inglês:

The economy is very strong right now, but some specialists say we will have a
recession soon. – A economia está muito forte agora, mas alguns especialistas dizem
que teremos uma recessão em breve.

Veja um exemplo da mesma frase no ingles formal, demonstrando um vocabulário


mais extenso e complexo:

The economy is currently quite robust; nevertheless, some specialists predict an


imminent recession. – A economia está atualmente bastante robust; contudo, alguns
especialistas preveem uma recessão iminente.

Confira abaixo alguns termos sinónimos em inglês com o nível mais e menos formal:

Menos formal Tradução Mais formal Tradução

Help Ajuda Assistance Assistência

Buy Comprar Purchase Adquirir

Need Precisar Require Requerer, Exigir

Get Conseguir Obtain Obter

Next/later Próximo/Mais tarde Subsequently Subsequentemente

Also/Plus Além disso Moreover Além do mais

Whole Todo Entire Inteiro

Enough Bastante Sufficient Suficiente


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Evite o uso de phrasal verbs

Para manter o nível de inglês formal, opte por verbos “sozinhos” ao invés de phrasal verbs,
aqueles que possuem uma ou duas preposições que alteram o seu sentido. Por exemplo:

The price went up. – The price increased. – O preço aumentou.

The client asked for a contract. – The client requested a contract. – O cliente requisitou um
contrato.

The problems have come back. – The problems have returned. – Os problemas retornaram.

We will cut down on spending. – We will reduce spending. – Nós vamos reduzir os gastos.

Evite contrair as palavras

Ao invés de utilizar formas contraídas como I’m, She’s, We’re, Don’t, Won’t, it’s no inglês
formal, opte pela construção original. Por exemplo:

The shipment hasn’t arrived – The shipment has not arrived. – O carregamento não chegou.

They’re manufactured in China. – They are manufactured in China. – Eles são manufaturados
na China.

We’d like to inform you… – We would like to inform you… – Nós gostaríamos de lhe informar…

OBSERVAÇÃO: Em casos como The company’s employees (Os empregados da empresa), o ‘s


não é uma contração, e sim uma indicação de posse, e poderá ser utilizado. Nesse caso, você
pode optar pelo ‘s ou pela expressão of the, com cuidado para não repetir essa última mais de
uma vez em uma frase.

Não utilize expressões idiomáticas, gírias e linguagem de internet


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Para manter o inglês formal, evite os seguintes fatores em sua fala e/ou escrita:

1. Expressões idiomáticas:

The software was a piece of cake.


– O software era uma fatia de bolo.
Opte por uma versão da frase sem essa
expressão, como: The software
was extremely easy to use. – O
software era extremamente fácil de
utilizar.

2.Gírias:
A million bucks in profit. – Um milhão
de pratas em lucro. Substitua a palavra
em forma de gíria pelo termo original:
A million dollars in profit. – Um milhão
de dólares em lucro.
3.Linguagem de internet
Não use em hipótese alguma abreviações comuns de internet se quiser manter um
nível de inglês formal.

Por exemplo:
Tks & we look 4ward 2 meet u. – Obg e esperamos conhecer vc.

Thanks, and we look forward to meet you. – Obrigado, e esperamos conhecer você.

4. Evite termos abreviados

The info was incomplete. – A info estava incompleta.

The information was incomplete. – A informação estava incompleta.

The results have arrived from the lab. – Os resultados chegaram do lab.

The results have arrived from the laboratory. – Os resultados chegaram do


laboratório.
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Inglês semi-formal

Pode-se utilizar contrações e phrasal verbs:

Could you look over this report? – Você pode rever esse relatório?
She came up with a great idea. – Ela surgiu com uma ótima ideia.
I’m available tomorrow morning. – Eu estou disponível amanhã de manhã.
The directors weren’t happy. – Os diretores não ficaram felizes.

Algumas expressões podem ser utilizadas, mas


evite gírias e linguagem de internet:

We’re operating in the red.


– Nós estamos operando no vermelho.

The project is on the back burner.


– O projeto não é uma prioridade no
momento.

Numa situação semi-formal, para convidar o seu


chefe para um almoço, por exemplo, pense em
construções como esta:

Would you like to join me for lunch?


– Você gostaria de se juntar a mim para almoçar?

Para uma situação informal, como convidar o seu amigo para almoçar, pense em
formas mais simples e/ou com gírias:

Hey, wanna grab a bite to eat? – Ei, vamos comer algo?

Semi-formal: Hello, how are you? – Olá, como vai?


Informal: Wassup? – E aí?

Semi-formal: The conference was great! – A conferência foi ótima!


Informal: It was the bomb! – Foi da hora!

Utilize o inglês cuidado

Opte por construções que demonstram boa educação. Por exemplo, peça algo (Could
you please call me later? – Você pode ligar-me mais tarde, por favor?) ao invés de
exigir algo (Call me later- Ligue-me mais tarde), e não se esqueça do por favor.
Utilize também a forma I’d like (eu gostaria) ao invés de I want (eu quero).
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Outro aspeto para o uso do inglês cuidado é sempre fazer críticas e comentários
negativos de maneira indireta:

You’re wrong. – Você está errado.


I’m afraid you’re mistaken. – Sinto que você está equivocado.
I disagree. – Eu discordo.

I see it differently. – Eu vejo de forma diferente.


This is terrible work. – Esse é um trabalho horrível.

It can be improved. – Pode ser aprimorado.


I don’t like it. – Eu não gosto disso.

I don’t really care for it. – Eu não ligo muito para isso.

Inglês informal

Use frases mais simples e curtas. Gramática perfeita não é tão importante. Este é o
nível de formalidade mais distante do inglês formal, mas também o mais fácil. Com
frases mais curtas e sem a necessidade de uma gramática perfeita, não tenha medo
de errar ao utilizar o inglês informal!

Have you finished your work yet? – Você já terminou o seu trabalho?
Finished your work yet? – Já acabou o trabalho?

Outras diferenças podem ser a possibilidade de começar uma frase com But (Mas),
terminar frases com preposições, e utilizar apenas fragmentos de frases.

Expressões/Exclamações da linguagem falada

É comum utilizar expressões típicas da linguagem falada no inglês informal, por


exemplo:

Um, uh, like, lemme see – Ah, hum, tipo, deixa eu ver – termos utilizados para
demonstrar um tempo para pensar antes de falar.
I mean… – Quero dizer… – Usado para esclarecer uma ideia.
You know? – Sabe? – Usado para checar se a outra pessoa entendeu.
Gotcha. – Entendi.
How come? – Como assim? – Usado com significado de “por que?”
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Yeah, right. – Ah, tá. – Forma irônica de dizer que não acredita em algo.
Wow! – Uau! – Surpresa.
Oops. – Ops. – Acidente.
Yuck. – Eca. – Isso é nojento.

Expressões idiomáticas, phrasal verbs e gírias são de uso regular e aparecem com
frequência. É por isso que assistir a um filme ou série em inglês pode não ser uma
tarefa tão fácil – uma infinidade de gírias e expressões idiomáticas são utilizadas
livremente e pode ainda não tê-las aprendido.

Phrasal verb:

I won’t put up with this! – Eu não vou tolerar isso!

Expressão idiomática:
Could you please give me a hand? – Você pode me dar uma mãozinha?

Gíria:
I aced the test! – Eu gabaritei a prova!

Reduções na linguagem falada

Também é possível utilizar diversas formas reduzidas de palavras na linguagem


falada do inglês informal, por exemplo:

He’s gonna (going to) be angry. – Ele vai ficar bravo.


I wanna (want to) learn how to ski. – Eu quero aprender a andar de esqui.
Didja (did you) like the movie? – Você gostou do filme?
I hafta (have to) leave now. – Eu preciso ir embora agora.
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2.2 Tradução e terminologia: entidades normalizadoras e o papel da


terminologia nas comunidades profissionais

Ultimamente, os tradutores de textos técnicos estão ampliando seu interesse pelo


estudo dos termos técnico-científicos, para além dos problemas imediatos de
equivalência tradutora. Isso decorre de suas preocupações com a problemática do
reconhecimento linguístico-conceitual do léxico especializado, bem como da
necessidade de registro e gestão, em glossários próprios, das inúmeras
terminologias que proliferam nos mais diferentes campos técnicos, científicos,
tecnológicos, jurídicos e humanísticos.

Tal interesse justifica-se, sobremaneira, porque os tradutores compreendem que os


termos técnico-científicos, objetos centrais da disciplina terminológica, são
componentes linguísticos e cognitivos nucleares dos textos especializados;
constituindo-se, consequentemente, em peças-chave de representação e de
divulgação do saber científico e tecnológico. Daí a importância de identificá-los e
traduzi-los adequadamente, embora os termos não sejam os únicos elementos que
permitem que a comunicação profissional cumpra suas finalidades. Ao contrário, o
texto especializado possui muitas outras propriedades, bem como constituintes
diversos, como as fraseologias e as definições que tecem parte de sua organização
sintagmática, entre outros componentes.

No entanto, desconhecer as peculiaridades da terminologia de uma determinada


comunidade profissional certamente acarreta traduções inadequadas, que não
ganham confiabilidade (Araújo, 2001).

O emprego correto de termos técnico-científicos contribui para o alcance da


precisão semântico-conceitual que toda tradução de texto especializado
obrigatoriamente requer, conferindo também ao texto de chegada grande parte das
características expressivas comumente usadas pelos profissionais do mesmo campo
de atuação.

O tratamento adequado da terminologia é, portanto, condição necessária, embora


não suficiente, para efetuar uma boa tradução técnica, prática que não se reduz a
problemas de vocabulários, tratando-se de um complexo processo de transposição
interlíngua em que muitas variáveis - linguísticas, semânticas, pragmáticas,
estilísticas e culturais - estão envolvidas. Além das variáveis, há também diferentes
formas de desenvolver o processo de tradução, incluindo fases e focos de
tratamento que não são obrigatoriamente lineares e sequenciais.

De igual modo, o reconhecimento do estatuto terminológico de uma unidade lexical


é uma tarefa geralmente difícil, que, ao contrário do que muitos pensam, não se
resume à identificação mecânica de palavras não usuais, nem tampouco à
identificação de um jargão hermético e distinto do léxico geral. A dificuldade em
reconhecer as terminologias, que afeta os tradutores, e, igualmente, os
terminólogos, relaciona-se a aspetos tanto de natureza cultural, quanto de
estruturação linguístico-formal dessas unidades lexicais. Sob o prisma cultural,
constata-se que, nos tempos atuais, não há mais fronteiras rígidas entre o léxico
especializado e o geral de um mesmo idioma, evidenciando que palavras e termos
assemelham-se, seguindo os mesmos padrões morfossintáticos de uma
determinada língua. Configura-se uma realidade distinta daquela em que,
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deliberadamente, foram cunhadas as chamadas nomenclaturas técnico-científicas,


com o auxílio do grego e do latim, a exemplo do que fizeram áreas como a
Botânica, a Zoologia, a Química, entre outras. Esta foi uma estratégia adotada
pelos cientistas para criar uma língua universal à parte, própria da ciência,
norteados pelo ideal e pela crença de praticarem uma comunicação profissional, em
âmbito internacional, com maior precisão conceitual e isenta da polissemia do
léxico comum.

Muitas áreas do conhecimento, notadamente as de natureza científica, adotaram


um processo denominativo para seus conteúdos especializados, recorrendo a
formates gregos e latinos. No entanto, como demonstram exemplarmente unidades
como nefropatia e hidrômetro, entre tantas outras, estas obedecem aos padrões
morfossintáticos dos idiomas. No entanto, nestes casos, apesar das escolhas
deliberadas e não arbitrárias, os termos integram-se aos idiomas, constituindo os
léxicos especializados ou temáticos. Nessa medida, tornam-se passíveis de
tradução, diferentemente das nomenclaturas técnico-científicas:

As denominações técnicas estão na língua porque são suscetíveis de serem


traduzidas em língua estrangeira, mas são denominações de conhecimentos
especializados, e é isto que as torna pertinentes terminologicamente (Lerat, 1995:
45).

De forma distinta dessas escolhas deliberadas e mesmo motivadas, o léxico


especializado mais recente deixou de se caracterizar pela exclusividade designativa,
seja em relação ao universo das distintas áreas de conhecimento, seja mesmo em
relação ao léxico geral, como atestam os múltiplos sentidos terminológicos
registrados nos verbetes dos dicionários gerais de língua, como é o caso de vírus e
rede, que possuem sentidos específicos da biologia, mas que se modificam quando
o contexto é a informática.

A inexistência de distinções marcantes no plano significante das unidades do léxico


temático também evidencia que a propriedade que atribui estatuto terminológico a
um signo linguístico é o seu conteúdo específico, determinado pela sua integração a
um campo de especialidade. É, pois, nessa dupla perspetiva – plano significante
indistinto das palavras, bem como sua igual estruturação morfossintática - que os
termos são elementos naturais das línguas naturais, não constituindo uma língua à
parte.

Agrega-se ao quadro de inexistência de fronteiras rígidas entre léxico temático e


geral, o processo de terminologia que muitas palavras da língua comum sofrem; e
também ocorre o inverso, situação em que os termos circulam na comunicação
ordinária, o que provoca perdas em suas densidades conceituais. Esta circulação é
hoje comum, posto que a ciência é largamente divulgada nos mass-média, não
mais ficando restrita aos profissionais da área, como ocorre expressivamente no
campo da saúde; de igual modo, a tecnologia oferece produtos que passam a
integrar o cotidiano do cidadão, que, consequentemente, emprega as
denominações dos produtos.

A rigor, termos e palavras coexistem sem outro diferencial que não o relativo ao
plano conceitual que a comunicação especializada instaura e divulga nas
diferentes áreas. O papel do componente conceitual na constituição do fenômeno
terminológico explica, assim, o fundamento onomasiológico que preside a génese
das terminologias, bem como as razões pelas quais os termos cumprem as
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funções de fixar e divulgar o conhecimento especializado, independente de sua


semelhança às palavras.

Já o aspeto formal mais problemático para a identificação das unidades de


conteúdo especializado relaciona-se à estrutura morfossintática dos termos, que,
em sua expressiva maioria, se constituem sob a forma de sintagmas,
predominantemente locuções nominais, embora também locuções com verbos
coexistam na comunicação profissional. Com efeito, a maioria dos termos técnico-
científicos são unidades com vários significados, também chamadas de sintagmas
terminológicos, estruturas que costumam alcançar mais de 70% de uma
terminologia. Geralmente, nas áreas novas de conhecimento, este índice tende a
crescer, pois, como as denominações ainda não são definitivas, há uma tendência
a especificações descritivas como: normas de qualidade do ar, ou recursos
naturais não renováveis, ambas da área do meio ambiente, entre tantos outros
exemplos.

Diante dessa realidade sintagmática, é, frequentemente, difícil estabelecer o início


e o final de uma longa composição articulada por substantivos e adjetivos, em
geral, interligados por preposições.

Nesses contextos sintagmáticos maiores, é sempre preciso distinguir o termo do


não termo e avaliar os graus de lexicalização dos chamados candidatos a termo. O
trabalho é menos complexo em áreas cuja terminologia já está consolidada e os
conceitos, estabelecidos. De todo modo, o reconhecimento dos limites de um
sintagma terminológico é imprescindível ao trabalho de tradução técnica,
sobretudo, porque o sentido das unidades lexicais especializadas complexas não
equivale, obrigatoriamente, ao resultado direto da soma de seus constituintes.

Por todas essas razões, o reconhecimento terminológico é complexo, somando-se


ainda o fato do surgimento maciço e constante de novas terminologias, bem como
de fraseologias que contêm termos.

A ciência, a tecnologia e as atividades profissionais não permanecem estagnadas.


Em especial, nos tempos atuais, caracterizam-se por um espetacular avanço, e
sua linguagem reflete esse dinamismo. Paralelamente, no mundo globalizado,
aumenta a demanda pela tradução técnica, requerendo maiores competências
temáticas e, em consequência, terminológicas dos tradutores.

As dificuldades aumentam porque nem sempre os profissionais da tradução


podem contar com boas obras de referência especializada, bi e/ou multilíngues. O
acesso a esse tipo de obra é de grande utilidade, porquanto repertórios temáticos
já sistematizados, contribuem positivamente para o ato de documentar-se,
componente que integra o rol de competências exigidas do tradutor especializado
(Hurtado Albir, 2001).

Entretanto, em vista dessa carência, os tradutores são levados: a atuarem como


verdadeiros ‘pesquisadores-exploradores’ das linguagens especializadas. Desse
modo, produzem seus próprios materiais de apoio e ‘fazem glossários’ (Krieger
eFinatto, 2004: 179).

Na execução de um tal trabalho, os tradutores ressentem-se da falta de orientação


teórica e metodológica para o tratamento e gestão dos termos, ou mesmo dos
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candidatos a termo, bem como de experiências práticas e orientadas para um uso


de ferramentas adequadas, especialmente informatizadas, que permitam o registro
e a gestão do léxico selecionado em glossários próprios. Agrega-se ainda o
desperdício de tempo, decorrente de um trabalho solitário, cuja premência não
costuma permitir contatos com especialistas da área, podendo comprometer a
qualidade do produto final.

Enfrentar essas questões atinge o cotidiano de tradutores, que, como se costuma


dizer, são os principais usuários indiretos da terminologia. E, nessa utilização são
obrigados, solitariamente, a encontrar soluções de manejo terminológico,
objetivando alcançar maior qualidade não só nos resultados, como também no
exercício de suas práticas tradutoras.

A concretização desses problemas demonstra que o aprendizado teórico e prático


no campo da Terminologia1 oferece subsídios que facilitem o reconhecimento e o
tratamento das unidades lexicais especializadas, dando oportunidade ainda a
experiências com a utilização de ferramentas apropriadas à gestão terminológica.

Mesmo que indiscutível a necessidade de aproximar a tradução da Terminologia


teórica e prática, é fundamental esclarecer que esta disciplina não pretende, e não
é seu objetivo, estabelecer metodologias para o processo de tradução. Limita-se a
oferecer subsídios teóricos e aplicados que contribuem para diminuir dificuldades
inerentes à tradução de textos especializados, habitat natural das terminologias.
Em realidade, não há comunicação profissional sem termos. Reside aí, nesse
cruzamento o principal motivo da referência a alguns aspetos que motivam e
justificam as aproximações entre esses dois campos de práticas e de conhecimento,
bem como a proposição de que a formação tradutora não prescinda de
determinados conteúdos de teoria e aplicações terminológicas.
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2.3 Tipos de textos associados ao contexto socioprofissional (ex.: normas


nacionais/internacionais; manuais de instruções; estudos científicos/técnicos)

A globalização é uma realidade mundial que estimula o desenvolvimento dos


países, das empresas e dos profissionais. Para que se esteja inserido na
globalização, é necessário estar atento às mudanças constantes das tecnologias,
acompanhá-las e utilizá-las de maneira adequada. É preciso ainda mais. É preciso
que faça muitas leituras e pesquisas a respeito das inovações e tenha
conhecimento de outros idiomas, mais especialmente, do inglês.

No entanto, para ser possível a compreensão e tradução de um texto em inglês ou


em qualquer outro idioma, são necessários alguns elementos que auxiliem o leitor
nessa tarefa.

Nem sempre é necessário entender todos os termos empregados em um texto para


poder entender a sua mensagem, mas é importante estar atento a alguns sinais
que podem ajudar, e muito, a sua leitura e com- preensão.

Em se tratando de textos técnicos na área da informática, muitos já são comuns


em vários idiomas, mesmo sendo originais da língua inglesa. Quando você se
depara com um texto e precisa fazer a lei- tura do mesmo e compreendê-lo,
inconscientemente, faz uso de alguns elementos e habilidades para conseguir
realizar essa tarefa de forma mais rápida.

Alguns recursos importantes para a compreensão e tradução de textos são:


prediction, cognates, repeated words, typographical evidences, dictionary.
Acompanhe uma explicação de cada um dos itens citados neste parágrafo, suas
aplicações e exemplos irão ajudá-lo no seu entendimento.

Prediction

Quando você lê um texto, independente do seu conteúdo ou finalidade, considera-


se que você já tenha um conhecimento prévio do assunto ou já conheça algumas
palavras ali contidas, o que em inglês é chamado de background; ou, ainda, você
pode conseguir saber o contexto semântico do texto por meio de palavras que
fazem parte de um mesmo grupo de significado (como por exemplo: rain, wind,
cold, sun).

É possível também, reconhecer o contexto através dos recursos não linguísticos


utilizados pelo autor (gravuras, gráficos, tabelas, números) e através da parte
estrutural do mesmo (forma de apresentação, título, subtítulo, divisão de
parágrafos).

Observe os exemplos a seguir e identifique os textos como: informativo, receita


culinária ou horóscopo.
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Cognates
A língua inglesa, assim como a portuguesa, a francesa, a espanhola, a italiana, entre
outras, no decorrer de seu desenvolvimento sofreu influências do grego e do latim, em
função disso existem muitas palavras que são semelhantes em escrita, pronúncia e
significado nas várias línguas. Tais palavras são chamadas de cognatos.
Exemplo: different = diferente, infection = infecção, computer = computador.

Repeated words
Quando você lê um texto e encontra uma palavra ou grupo de palavras que se repetem
muitas vezes, é possível saber que elas são importantes para a compreensão do
significado do texto.

Typographical evidences
Estas evidências são representadas por símbolos, letras maiúsculas, negrito, itálico,
sublinhado, etc. São recursos utilizados para destacar uma parte importante do texto e
chamar sua atenção, quando da leitura.
Utilize os recursos já apresentados para tentar ler e compreender o texto a seguir. Para
ajudar, é importante que você sublinhe os cognatos e circule as palavras repetidas. Em
seguida, procure debater com seus colegas para verificar se estão todos no mesmo
caminho.

Dictionary
Se você utilizar primeiramente to- dos os outros recursos já apresentados, perceberá que
a sua leitura será mais fácil e rápida. Se depois de utilizar os facilitadores apre-
sentados, ainda restarem muitas dúvidas quanto ao significado de palavras e expressões-
chave do texto, então recorra ao dicionário, prestando sempre atenção ao contexto para
que não haja con- fusão com os vários significados que um vocábulo pode ter.
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3. Língua inglesa e as novas tecnologias

O uso de novas tecnologias trouxe a necessidade de se rever metodologias


tradicionais no processo de aprendizagem do idioma em sala de aula

O estudo da língua inglesa mudou muito nos últimos anos. Quem estudou inglês 30
anos atrás não teve acesso à enorme quantidade de recursos que os alunos de hoje
têm. O simples acesso a material de áudio ou vídeo era muito escasso e feito, em
grande parte das vezes, por meio de fitas VHS ou cassete. Oportunidades para se
comunicar com falantes nativos do inglês eram raras e ocorriam em poucas
ocasiões como viagens internacionais, cartas ou (caras) chamadas telefônicas
internacionais.

O cenário atual é completamente diferente. Com a globalização e o avanço


tecnológico, é possível se comunicar com pessoas de qualquer parte do mundo de
maneira rápida, barata e eficaz. Um pequeno smartphone realiza operações que, no
passado, eram feitas por meio de vários diferentes equipamentos – ele substitui
telefones fixos, gravadores, máquinas fotográficas, televisores, rádios, aparelhos de
GPS, além de permitir o acesso à internet.

A internet revolucionou a comunicação no mundo todo e teve um grande impacto


na educação por diversas razões. Hoje é possível que uma pessoa, sentada em
seu quarto aceda às bibliotecas e museus de diversas partes do mundo; há canais
de Youtube sobre os mais variados temas; existem sites dedicados aos mais
diversos tópicos. Também existem muitos aplicativos com finalidades diversas,
desde a organização de nossa rotina (como no caso daqueles que têm a função de
agenda, calendário ou lembretes) até o estudo de diferentes disciplinas.

A tecnologia tem transformado a comunicação em todo o mundo. Do telefone à


Internet, os mecanismos de disseminação de informação e de interação entre os
indivíduos em diferentes lugares têm se tornado presentes na vida das pessoas.
Dentre as outras invenções tecnológicas, se classificarmos o quadro-negro como
tecnologia, assim como gravadores de áudio, laboratórios de línguas e vídeo
(Dudeney & Hockly, 2007); o desenvolvimento da internet ganha destaque devido,
entre outras razões, à velocidade, à acessibilidade e ao conforto oferecidos aos
seus usuários.

As novas tecnologias estão cada vez mais presentes e mudaram a maneira de


pensar da sociedade, além de terem mudado a forma como lidamos com a
informação e com outros povos. Para Brydon (2011) as novas tecnologias
asseguram que as vidas de muitas pessoas no mundo são hoje parcialmente
moldadas por forças de influência mundial. Nessa perspetiva, as diferentes línguas,
formas de pensar, estilos de vida, diferentes comunidades, políticas, economias se
destacam, por exemplo, ao navegarmos pela internet, sem necessariamente estar
fisicamente em outras cidades, regiões ou países.

Essa constatação provoca mudanças no ensino de maneira geral e em especial, no


ensino de línguas, pois a tecnologia é tida como uma ferramenta de várias
possibilidades no que diz respeito à utilização de materiais autênticos,
oportunidades de comunicação com aprendizes de outras partes do mundo,
mobilidade de utilização (escolas, cybercafés, casa, escritório), práticas de
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habilidades de leitura, escrita, fala e compreensão auditiva, além de proporcionar


informações atualizadas a todo momento.

Apesar de todas estas oportunidades, a utilização de recursos tecnológicos pode


sofrer uma rejeição inicial por parte dos professores e de outros agentes envolvidos
no processo educacional. De acordo com Dudeney & Hockly (2007), os contextos
nos quais os professores utilizam a tecnologia podem variar amplamente. Assim, o
acesso a computadores, o medo de novas tecnologias e a falta de conhecimento,
confiança ou formação sobre o uso de recursos tecnológicos afetam a
implementação da tecnologia.

Por outro lado, esses recursos também vêm conquistando adeptos, que buscam a
renovação de seus processos de ensino-aprendizagem; a utilização de materiais
autênticos e atualizados e o acesso a diferentes pontos de vista no
desenvolvimento de uma perspetiva mais crítica e conectada com a sociedade atual
no ensino de línguas estrangeiras. Para Monte Mór (2008), nesta sociedade
digitalizada, as narrativas pessoais e seus conceitos de felicidade são construídos
de formas múltiplas, devido às diversas alternativas que esta sociedade
tecnologizada proporciona. Para esta autora, numa perspetiva crítica, as narrativas
de felicidade construídas pelas pessoas tanto podem se basear na posse de /ou
acesso a um objeto tecnológico que as faz sentir incluídas na sociedade, quanto nas
possibilidades de reconstruir conhecimentos, desenvolver agência e crítica no ato
da navegação. Conscientes das características desta sociedade, percebemos a
importância que a tecnologia tem para o ensino de idiomas, e de outras disciplinas
com recursos que complementam as diversas propostas de ensino.

A Tecnologia no Ensino de Língua Estrangeira (LE)

A tecnologia se faz presente na vida do ser humano desde 1442 com a invenção da
imprensa por Gutenberg, considerada o primeiro grande marco tecnológico da
história. Antes disso, ainda no século I a.C., vislumbrava-se a criação do livro
através do códex, que se aproximava ao livro de hoje, com escrita horizontal e
páginas que eram viradas.

Com a descoberta da escrita e da impressa, os livros tornaram-se rapidamente


objeto de consumo, apesar de sua socialização não ter sido muito tranquila. Em
termos de ensino de línguas, as gramáticas foram os primeiros livros a serem
utilizados. Segundo Paiva (2012), a primeira grande notícia que se tem do uso do
livro pelo aprendiz tem data de 1578, através de uma gramática do hebraico, que
permitia o autoestudo, publicada pelo Cardeal Bellarmine. Naquela época para se
aprender uma língua precisava-se aprender a sintaxe dessa língua.

O primeiro livro com gravuras, destinado à educação infantil foi o Orbis Sensualium
Pictus, de Comenius publicado em 1658, com o objetivo de ensinar vocabulário em
latim através da contextualização de imagens (PAIVA, 2012). Neste, adquirir uma
nova língua passa a significar a memorização de itens lexicais.

A reprodução de som e vídeo foi uma inovação tecnológica muito significativa


(PAIVA, 2012). Para o ensino de línguas, a inovação nessa época começou com a
invenção do fonógrafo, por Thomas Edson, em 1878. Permitia-se através do
aparelho a gravação e a reprodução dos sons. Em seguida, a reprodução de áudio
em discos se deu através do gramofone, e depois em fitas magnéticas.
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A reprodução do som permitiu o contato com excertos de nativos, promovendo o


desenvolvimento de habilidades de compreensão oral a partir de materiais
autênticos. Além disso, a criação das fitas, que possibilitam a gravação de vozes, se
torna mais um recurso para o aprendizado. Apesar de o ensino estar focado na
oralidade nesta fase devido à invenção do fonógrafo, as descrições sintáticas não
foram ignoradas, já que a aprendizagem acontecia através de imitação e repetição
de falas gravadas por nativos.

Segundo Kelly (1969, apud Paiva 2012), The International Correspondence of


Scranton foi o responsável pelo primeiro material didático gravado, que consistia
em livros de conversação acompanhados pelos cilindros de Thomas Edison, em
1902 e 1903. Já em 1930, os estúdios Walt Disney produzem cartoons para o
ensino de inglês básico, iniciando a utilização de filmes para o ensino de línguas.

O gravador de fitas magnéticas teve grande visibilidade na década de 40, pois


permitia que os alunos gravassem suas leituras e exercícios de repetição, e depois
se autoavaliassem. No final dos anos 50, surgem os laboratórios que requerem
instalações específicas e dispendiosas, não se tornando grande sucesso, em parte
pelos custos de investimento, em parte pela rigidez com que tratava o ensino de
línguas: criação de hábitos automáticos através da repetição de estruturas
sintáticas.

O rádio aparece de forma tímida como recurso para o ensino de línguas, já que as
notícias eram transmitidas em tempo real, não permitindo a adaptação entre os
horários de aula e da programação. Há registros, segundo Kelly (1969, apud Paiva
2008), de que a BBC transmitiu algumas aulas de inglês em 1943 e nos anos 60,
transmitindo cursos de inglês em 30 línguas para vários países do mundo.

A televisão, inventada em 1926 por John Baird, passa a oferecer o vídeo e o som.
Nas escolas, há dificuldade de se utilizar a programação da televisão devido à
incompatibilidade de programas adequados à grade horária da escola. A televisão
passa a ser mais utilizada com a criação de fitas de vídeo pelas grandes editoras e
com reprodução de filmes para o ensino da língua estrangeira.

O computador surge como mais um recurso para o ensino de idiomas,


primeiramente através do projeto PLATO (Programmed Logic for Automatic
Teaching Operations), em 1960, nos Estados Unidos. Segundo Leffa (2006),
enfatizava-se o ensino da gramática, dentro de uma abordagem estruturalista com
muita repetição para a formação de “hábitos linguísticos”, devido à conceção
behaviorista da época. Já na década de 80, surgiram na Inglaterra os programas de
reconstrução de texto, como o Storyboard e Adam&Eve, que só se tornaram
conhecidos no Brasil na década de 90. Tais programas permitiram que o professor
usasse qualquer texto, explorasse vocabulário, criasse exercícios de lacuna e,
ainda, escolhesse o o nível de dificuldade da tarefa no planejamento de suas aulas.

Com o computador surge, também uma subárea do ensino para aquisição de uma
segunda língua: CALL (Computer Assisted Language Learning) que é definido como
”a busca por e o estudo das aplicações do computador no ensino e aprendizado de
línguas.” (Levy, 1997:1). Incluindo atividades de desenvolvimento, descoberta,
seleção, uso, e avaliação de atividades para aprendizado de línguas que baseiam-se
na tecnologia. O CALL apresenta períodos representativos de estudos nas décadas
de 60, 70, 80 e 90.
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O advento da internet permitiu contatos globalizados no Brasil, a partir da década


de 90, por meio de novas formas de comunicação entre os aprendizes de uma
determinada língua estrangeira e falantes nativos dessa língua. Popularizaram-se
as interações por meio de e-mail, listas de discussão e fóruns, como experiências
linguísticas não-artificiais e a língua sendo percebida como comunicação.

Leffa (2006) destaca que a internet permitiu ao aluno usar a língua-alvo para se
integrar em comunidades autênticas de usuários e trocar experiências com pessoas
do mundo todo que estudassem a língua utilizada. Dessa maneira, a informática
passa a ser usada no ensino de línguas como uma fonte dinâmica, que possibilita a
integração de todas as tecnologias até então desenvolvidas, como da escrita, de
áudio e vídeo, rádio, televisão, telefone, em um único recurso: o computador.

A prática de interação escrita e oral entre as pessoas se torna mais impulsionada


com o desenvolvimento de recursos de comunicação instantâneas como o Icq e o
MSN. No século 21, o aprendiz passa a ser ainda mais ativo na interação eletrônica
ao contribuir em páginas de relacionamentos como o Orkut, os blogs e os fotologs,
os repositórios de vídeos como o YouTube, os podcasts (arquivos digitais sonoros
que se assemelham a programas de rádio e podem ser baixados da internet) e uma
enciclopédia mundial, a Wikipédia. Tais recursos permitiram aos usuários da rede o
uso efetivo da língua em situações diversificadas de comunicação.

Menezes de Souza (2011) menciona que “o mundo globalizado contemporâneo traz


consigo a aproximação e justaposição de culturas e povos diferentes – muitas vezes
em situações de conflito.” Levando em consideração os âmbitos pedagógico e
cultural, o uso da internet possibilita novos meios de interação e colaboração entre
os envolvidos no processo de aprendizagem de LE, e também viabiliza o acesso à
informação sobre a cultura de outros países possibilitando o desenvolvimento dos
alunos para lidar com as diferenças de uma forma mais dialógica, dependendo da
proposta de ensino que o professor utilizar.

As tecnologias permitiram aos professores proporcionar situações reais de uso da


língua através de chats, leituras de textos autênticos, compreensão auditiva de
programas de rádio, filmes e vídeos postados. Além disso, as interações em chat,
blogs e-mails com fins didáticos surgem como fonte na construção do
conhecimento, permitindo ao aluno se tornar coautor mais autônomo e ter poder de
decisão sobre o seu produto final de aprendizagem.

A partir de 2005, surgem as lousas interativas, que são conectadas a um


computador e a um datashow e permitem a utilização de recursos de multimídia e
da internet, podendo proporcionar uma interação mais dinâmica e atualizada entre
professor, aluno e conteúdo. Apesar de ainda serem consideradas um recurso
elitizado, pelo valor de investimento, estão presentes em alguns centros
universitários, escolas e cursos de idomas. Ainda não há muitos estudos a respeito
de como a lousa vem sendo utilizada em sala de aula de idiomas. Porém, assim
como qualquer recurso tecnológico, sabe-se que pode ser um recurso utilizado em
diferentes abordagens, dependendo das escolhas que o professor faz.

Paiva (2008) destaca que nem o livro e nem o computador farão milagres no
processo de aprendizagem, se o aprendiz não estiver inserido em práticas sociais
da linguagem. Dessa maneira, dando oportunidade a situações que promovam a
interação e a construção de significados em diferentes contextos de produção para
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o desenvolvimento de uma perspetiva mais crítica, com o uso de tecnologias se


torna um objetivo pedagógico atual e premente.

O Professor Tecnológico

Com todo o avanço tecnológico agregado ao ensino de línguas, é evidente que o


professor necessita também se tornar “tecnológico”, um profissional mais
consciente e mais preparado para as transformações sociais. Cope & Kalantziz
(2000) pontuam que a sociedade está em transformação e as relações de trabalho
mudam também, ao demandarem profissionais que precisam decidir, ter iniciativa,
pensar criticamente nas funções que lhes são atribuídas em um ambiente
hierarquicamente mais horizontal. Desta forma, estar preparado para acompanhar
as inovações tecnológicas e suas consequências pedagógicas constitui-se uma
importante característica na atuação do professor.

A internet, por exemplo, tem alcançado um número cada vez maior de usuários, e
a rapidez do seu desenvolvimento chega a impressionar educadores em geral. No
que diz respeito ao ambiente pedagógico, a rapidez com que as tecnologias se
instalam e se fazem presentes na vida profissional e no meio escolar pode ser
preocupante se os professores não se atualizarem.

Singhal (1997) pontua que os professores de línguas precisam abordar a internet


como uma experiência de aprendizado para eles próprios. Sendo assim, um dos
objetivos da formação docente neste século deve ser o de fazer com que os
recursos oferecidos pelas novas tecnologias “contribuam para a reflexão e o
desenvolvimento do espírito crítico do professor, quebrando as barreiras entre o
espaço escolar e o mundo exterior, integrando-os de forma consciente e
enriquecedora” (AMARAL, 2003).
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3.1 Terminologia associada a software utilizado no contexto socioprofissional


(ferramentas linguísticas on-line; bases de dados; comunicação mista –
videoconferências, chatroom)

Em se tratando de textos técnicos na área da informática, é necessário que o leitor


tenha algum conhecimento sobre o assunto exposto no texto para que seja possível
ler, compreender e traduzir da língua de origem/materna, neste caso, do inglês
para o português. Quando você conhece um pouco sobre o assunto, terá menos
chances de se confundir quanto ao significado de alguma palavra ou expressão
técnica ou de não conseguir entender alguma parte do texto.

Quer um exemplo?
Faça uma lista dos diversos usos e aplicações que um computador pode ter. Após,
leia o texto a seguir, faça a tradução para o português e sublinhe os usos e as
aplicações que não fizeram parte da sua lista prévia.

Não se esqueça de utilizar primeiramente os facilitadores, sublinhando as


palavras já conhecidas e também as cognatas, e ainda circulando as palavras
repetidas. Lembre-se que quanto mais vezes uma palavra estiver repetida,
mais importante ela é para o significado do texto.

What is the world’s fastest computer?

To put things in perspective, let’s start with the computer sitting on your desk --
the computer you use on a day-to-day basis to browse the Internet, handle
spreadsheets, create documents, etc. Most peo- ple have something like a Pentium
computer running Windows, or a Macintosh. A computer like this can execute
approximately 100 million instructions per second. Your particular machine might
be twice that fast or half that fast, but that’s the ballpark.
The fastest computer in the world is much faster than that, and it is sitting right on
top of your shoul- ders! The human brain is an amaz- ing computing device and the
fastest processor available right now. Let me give you an example:
Your desktop computer is just starting to get to the point where it can “understand”
speech and take dictation, translating spoken words into written words. It can only
understand one speaker, and that speaker has to train it for about 20 minutes, and
the dicta- tion software will still make a lot of mistakes. So 100 million in-
structions per second can barely handle dictation.
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Módulo 5745 - Inglês técnico

3.2 Terminologia associada aos meios utilizados no contexto socioprofissional

How USB Ports Work by Marshall Brain

Just about any computer that you buy today comes with one or more Universal
Serial Bus connectors on the back. These USB connectors let you attach everything
from mice to print- ers to your computer quickly and easily. The operating system
sup- ports USB as well, so the installa- tion of the device drivers is quick and easy,
too. Compared to other ways of connecting devices to your computer (including
paral- lel ports, serial ports and special cards that you install inside the computer’s
case), USB devices are incredibly simple!

Anyone who has been around computers for more than two or three years knows
the problem that the Universal Serial Bus is trying to solve -- in the past, con-
necting devices to computers has been a real headache!

Printers connected to parallel printer ports, and most comput- ers only came with
one. Things like Zip drives, which need a high- speed connection into the com-
puter, would use the parallel port as well, often with limited success and not much
speed.

Modems used the serial port, but so did some printers and a variety of odd things
like Palm Pilots and digital cameras. Most computers have at most two serial ports,
and they are very slow in most cases.

Devices that needed faster con- nections came with their own cards, which had to
fit in a card slot inside the computer’s case. Unfortunately, the number of card slots
is limited and you need- ed a Ph.D. to install the software for some of the cards.

The goal of USB is to end all of these headaches. The Univer- sal Serial Bus gives
you a single, standardized, easy-to-use way to connect up to 127 devices to a
computer.

Just about every peripheral made now comes in a USB version. A sample list of USB
devices that you can buy today includes:
▪ Printers
▪ Scanners
▪ Mice
▪ Joysticks
▪ Flight yokes
▪ Digital cameras
▪ Webcams
▪ Scientific data acquisition devices
▪ Modems
▪ Speakers
▪ Telephones
▪ Video phones
▪ Storage devices such as Zip drives
▪ Network connections
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Módulo 5745 - Inglês técnico

De acordo com o texto, responda às perguntas seguintes.

1. Quais são os tipos de periféricos citados no primeiro parágrafo?

2. Quais são os adjetivos utiliza- dos para caracterizar a instalação de


equipamentos por meio de entradas USB?

3. O terceiro parágrafo fala de alguns problemas enfrentados para instalação


de periféricos antes da opção USB existir. Quais são esses periféricos e os
problemas detetados?

4. Qual é o objetivo das portas USB, de acordo com o sexto parágrafo?

5. De acordo com a lista de periféricos que podem ser instalados no


computador por meio das entradas USB, quais você utiliza em sua máquina? Cite
alguns exemplos.
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Módulo 5745 - Inglês técnico

4. Metodologias de um trabalho de projeto em inglês

Manuais técnicos podem ser con- siderados ferramentas de trabalho para os


técnicos que diariamente precisam lidar com equipamentos dos mais diversos,
instalá-los, fazer sua manutenção, etc.

A grande maioria dos manuais está escrita em inglês, e cabe então ao usuário do
equipamento compreender corretamente as informações contidas para que consiga
desempenhar sua função de forma satisfatória.

Veja no texto de apresentação de um manual técnico as características de um


equipamento e em seguida descreva essas características em português utilizando
o Bloco de Atividades. Perceba que muitos termos não têm um correspondente em
português, porque já se tornaram comuns no meio, por isso são usados somente
em inglês. Preste atenção às evidências tipográficas, o próprio manual traz alguns
elementos em negrito dentro do texto para chamar a sua atenção.

SystemBoard Super Socket 7 M598LMR

This mainboard uses the SiS530 chipset to leverage extra perfor- mance from the
Socket 7 archi- tecture. The mainboard supports all Socket 7 processors including
newer designs which feature a 100 MHz system bus. The mainboard firmware
supports CPU Plug and Play so that the system Will auto- matically adopt the
correct con- figuration for the Socket-7 pro- cessor that you install.

The mainboard is highly integrat- ed and includes a built-in PCI 3D Sound System
and a built-in 3D AGP graphics adapter. The sound system supports 24-bit digital
au- dio and a 4-way speaker system. The graphics system supports ex- tended VGA
resolutions with na 8MB frame buffer.

Communications and network- ing are supported with a V.90 Fax/Moden DAA
Module and a 10BaseT/100BaseTX network adapter. The mainboard supports both
AT/ATX power supply. If you use na ATX supply, it sup- ports all of the ATX power
man- agement features including ACPI (Advanced Configuration and Power
management Interface), power saving modes and key- board power on hot keys.

The mainboard has a full set of I/O ports and three expansion slots. It supports
hardware monitoring and ships with trend’s ChipAway Virus virus protection
system. The board adheres to the baby-AT form factor which per- mits na
inexpensive system case and reduced power suply unit.

Viver numa era de informação é quase um paradoxo: há muita informação


disponível, em qualquer lugar, a qualquer momento. Como supostamente consegue
manter organizado o seu trabalho, os estudos, a família e, ainda, os seus e-mails,
notícias, desporto, meteorologia, blogs, redes sociais, vídeos e fotos.

Se costuma usar bastante a internet para aprender novas tecnologias, saber da


última versão de um programa, ou ainda, precisa aprender a fazer alguma coisa em
específico, seja em hardware, software, redes locais ou outro assunto, usar um
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Módulo 5745 - Inglês técnico

fórum de notícias, já deve ter surgido alguma dúvida do tipo que outras pessoas
têm.

Pensando exatamente nas dúvidas que todo mundo apresenta é que existe um tipo
de documento muito importante bastante divulgado na grande rede mundial, a
FAQ.

Sim, parece esquisito, mas pense em quantas vezes uma equipa de suporte de um
provedor de internet recebe uma chamada para solucionar uma dúvida simples?

Mas cuidado, é comum encontrar numa FAQ dúvidas mais frequentes que nem
sempre são dúvidas simples, pois isso depende muito da complexidade do
hardware ou software que se deseja instalar, ou ainda, do problema que aconteceu.

Normalmente os usuários mais experientes, ou um grupo de usuários numa


determinada empresa ficam responsáveis por criar e manter uma FAQ, com o
propósito de auxiliar usuários leigos ou inexperientes em alguma função específica.

Para compreender melhor o que é e o conteúdo de uma FAQ, veja o exemplo a


seguir sobre a privacidade no uso dos serviços da Google.

FAQ sobre privacidade

De que forma o Google protege a privacidade do utilizador?

No Google, temos plena consciência da confiança que os nossos utilizadores


depositam em nós e da nossa responsabilidade em proteger a sua privacidade.
Acreditamos que a transparência e a possibilidade de escolha constituem a base da
privacidade. Estamos empenhados em permitir que os utilizadores saibam quais as
informações que recolhemos quando utilizam os nossos produtos e serviços, e
disponibilizar opções úteis aos utilizadores sobre as informações que fornecem ao
Google e a terceiros.

Para clarificar, compare agora com o mesmo texto em inglês.

How does Google protect user privacy?

At Google, we are keenly aware of the trust our users place in us, and our
responsibility to protect their privacy. We believe transpar- ency and choice are the
founda- tions of privacy. We strive to let users know what information we collect
when they use our prod- ucts and services, and give users meaningful choices
about what information they provide to Google and to others.

Uma boa fonte de FAQs é obtida, obviamente, utilizando ferramentas gratuitas de


pesquisa como o Google e o Bing e o resultado vai depender, obviamente, da
técnica de pesquisa utilizada, quanto mais elaborada a pesquisa for, mais
informação vai ter!
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Módulo 5745 - Inglês técnico

Webgrafia / Bibliografia

 https://www.forma-te.com/
 https://pt.scribd.com/
 https://pt.slideshare.net/

Dias, J.M. A Comunicação Pedagógica, 3ª ed., Coleção Formar Pedagogicamente,


Ed. I.E.F.P, 1993

Leite, A., Relações interpessoais e comunicação, Ed. CECOA, 2008

Marinho, E. Qualidade no atendimento ao público – Manual Técnico-Formando, Ed.


Associação Diogo de Azambuja, s/d

Moreira, I. A excelência no atendimento, Ed. Lidel, 2010

Stuart, R., Jogos para formadores: desenvolvimento de equipas, Ed. Monitor, 2000
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Módulo 5745 - Inglês técnico

FICHA TÉCNICA:

Curso:

Módulo: 0350 - Comunicação interpessoal - Comunicação assertiva

Formador(a): Daniela Filipa Frade Anjos

Carga horária: 50h

Destinatários: Ativos desempregados - DLDs

Objetivo do Documento:

Condições de Utilização:

Este Manual não pode ser reproduzido, sob qualquer forma, sem autorização
expressa do autor.

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