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CTMS- Centro de Treinamento Missionário Shekinah

Noel Barros

O Pajé de Cristo
Resenha do Livro, O Pajé de Cristo

Vianópolis – GO, 29 de Maio de 2019


O PAJÉ DE CRISTO

Eucá um garoto de oito anos da tribo uai-uai, localizada na Guiana Inglesa, perdeu seu pai ainda muito
criança, foi então criado por sua mãe e seu padrasto Tumicá que era um dos pajés de sua tribo. Eucá era um jovem
sem um irmão, e tinha muita vontade de ter um, sua expectativa era muito grande pois sua mãe estava grávida,
mas ao dar à luz o seu padrasto Tumicá sacrificou a criança. A revolta de Eucá foi muito grande e o ódio por seu
padrasto estava cada vez mais forte. Passado os anos sua mãe deu à luz a mais um menino que graças a Eucá o
povo da aldeia e sua mãe, este foi aceito e então levantado pelo pai Tumicá, nasce então Iacutá irmão de Eucá.
Eucá cresceu, um jovem que já havia passado pelo ritual das Tucandeiras, e desde a infância tinha uma
grande curiosidade e a respeito da pajelança sonhava sempre com os porcos do mato animal favorito do grande
espirito da floresta “Cuoroquiam”. Tumicá ficou doente a ponto de não conseguir sair de sua rede, então
chamaram o velho Mafoliô um dos pajés mais bem conceituados entre os uai-uais, mas nem mesmo ele conseguiu
salva-lo. Eucá aprendeu muitas palavras para se comunicar com os espíritos às escondidas com a presença do
velho Pajé. Sua curiosidade pela pajelança foi crescendo cada vez mais.
Com a morte de seus pais, seu Tio Mapuera foi buscá-lo, por direito como tradição e cultura de seu povo.
Eucá não queria, pois não gostaria de morar com seu tio e nem morar ao lado de um pajé malvado e de má
reputação chamado Muiucá, a presença de seu tio também trouxe grande tormento para todos com a notícia de
que havia homens brancos vindo pra matá-los, o povo ficou apavorado e apreensivo.
Eucá então partiu para Forno Velho, uma outra aldeia dos uai-uais com seu tio contra a sua vontade. Durante a
viagem porém começa a gostar de seu Tio Mapuera. Sua chegada na aldeia começou com uma rivalidade com seu
primo Iukumá filho de Mapuera, um exímio caçador, também pôde rever Ihumá uma linda índia de quatorze anos
amiga de infância que hoje se tornara esposa do seu tio. Mais tarde com a morte de seu tio Mapuera, Eucá toma
Ihumá como esposa contrariando seu primo Iukumá que também a desejava como esposa.
Um certo dia com a chegada de alguns índios uapixanas na aldeia de forno velho, veio também com eles
os homens brancos, que Mapuera havia falado, três missionários, Roberto e Nilo eram irmãos e um terceiro o
Rader, eles tiveram os seus nomes trocados para pelos uai-uais; “Bam, Mistoquin e Mlaila. A presença deles
incomodou, mas logo perceberam que eram pessoas boas e estavam ali para falar do amor de Deus. Antes da
morte de seu tio Mapuera, um líder e pajé, Mafoliô junto com umas das feiticeiras a Toxi, eles já haviam feito um
ritual para tonar Eucá um dos pajés da tribo, agora ele era um homem respeitado por todo o seu povo.
Uma grande febre tomou conta de toda a aldeia, e muitos uai-uais foram curadas por Bam com sua agulha
brilhante, mas para a grande tristeza de Eucá, seu velho amigo e professor de infância havia morrido, Muiucá e
Eucá os dois pajés, então não paravam com o sopro da fumaça para tentar curar os enfermos. Depois de um longo
tempo os missionários partiram da aldeia deixando o povo pensativo em relação ao que ouviram falar sobre Deus.
Eucá sentia falta dos brancos e também sonhava com eles durante a noite. Após um ano os irmãos retornaram a
aldeia, muito mais dispostos a aprender a língua e a cultura daquele povo para lhes falar do evangelho da
salvação, Eucá os ajudava e lhes ensinava com muito fervor.
Bam e Mistoquin pedem para fazerem uma pista de pouso mas muitos estavam irritados com Bam
achavam que seus ensinamentos sobre Deus eram maus, apesar de muitos do povo não terem gostado disso Eucá
pegou seu machado e foi para o local derrubar as árvores no local escolhido, lá armaram um plano para matar
Bam com a queda de uma grande árvore mas não conseguiram, Eucá não participou do plano mas sabia e ficou
angustiado com o ocorrido, por não ter feito nada a respeito. Com a pista pronta chegaram Claudio e Barbara com
os dois filhos. Os novos missionários logo se adaptaram e foram bem recebidos pelo povo. O grande chefe dos
uai-uais, escolheu um local para a construção das casas dos missionários a algumas horas da aldeia. O local era
frequentado diariamente pelo povo e foi batizado pelo nome de “Canaxen”, que significa “Deus ama você”. Tudo
estava perfeito, porém Eucá não sabia a quem servir, a Deus ou a Cuoroquiam o grande espirito dos uai-uais.
Eucá recebe um convite para as danças onde haviam orgias e bebedeira, ele aceita. No dia esperado partiram
para a festa no qual no caminho ocorreu a morte de uma índia de apenas nove anos e ele mesmo ficou muito
doente, e prometeu a Deus que se ele sarasse iria servi-lo, na volta sua filha caiu em uma fogueira e então chegou
em Canaxen sua filha foi retirada do barco e medicada.
Os pensamentos do povo eram contraditórios frequentavam os estudos, mas continuavam com suas
maldades, bebedeira e orgias. Uma menina doente foi levada para Eucá, mas ele não conseguiu curá-la, e mais
uma vez a duvida entre Deus o grande espirito “Cuoroquiam”, os seus sonhos voltaram a lhe atormentar para
abandonar a pajelança, ele já conhecia a apalavra de Deus e via nitidamente todos os seus erros. Um dia levantou
da sua rede e foi para a roça e olhando para o céu se entregou a Deus e enumerou os seus pecados em oração.
Agora Eucá era um pajé mas, sim, um pajé de Cristo.
O seu grande fardo agora era livrar-se do saco de feitiçaria que todo o pajé possuía um, mas o medo lhe
rodeava, pois quando um pajé entregava ou perdia o saco de feitiçaria ele morria. Mesmo com todos tentando o
convencer de não entregar aqueles objetos, a sua decisão era irreversível “Estou fazendo isso por Deus”, dizia
Euca em uma voz alta e de bom tom para que todos ouvissem. Após uma festa em Canaxen sem bebidas e sem
orgias, ele percebeu que o seu povo poderia ser feliz sem todas aquelas coisas e então naquele mesmo dia, o saco
de feitiçaria foi entregue a Bam para que todo o seu povo pudesse ver, e seria levado para a terra de Bam para
mostrar ao seu povo o que Deus fez na vida de um pajé dos uai-uais, naquele mesmo dia, seus irmãos o disseram,
que se ele não morresse eles também se tornariam Cristãos.
O tempo passou e Eucá estava cada vez mais forte e formoso, o respeito de seu povo por ele aumentou
mais do que antes. Os estudos se intensificaram, porém, a insatisfação do grande pajé Muiucá era grande e visivel.
Eucá alfabetizava o seu povo e pregava para eles, mas não tinha resultados, pois eles não queriam abandonar os
espíritos e achavam que Jesus era só mais um deles, Eucá teve momentos de recaída, mas sempre se arrependia
diante de Deus, depois ele se tornava cada vez mais forte e determinado a ensinar e falar do livro de Deus.
Depois de vários acontecimentos que provaram que algumas tradições que eram proibidas pela crença do povo
estavam erradas, Eucá reconquistou a admiração de muitos dos uai-uai e também de sua esposa Ihumá. O
testemunho daqueles missionários fez muita diferença na transformação de vida daquele povo. Aqueles que
disseram que iam se tornar Cristãos se Eucá não morresse o fizeram, então se formou uma escola dominical de
homens e mulheres, o número de pessoas não era grande, mas era um bom começo para toda a Glória de Deus.
o povo se aproximava cada vez mais de Eucá e também queriam seguir a Jesus, pararam com algumas de
suas praticas ruins e para sua surpresa dois pajés muito importantes e malvados se entregaram a Cristo, Canaxen
ficou muito conhecida, Eucá e outros irmãos uai-uais sentiram vontade de morar ali para aprenderem o livro de
Deus. Houve conversões e salas de estudos para homens e para mulheres. Também foi escolhido entre eles lideres
espirituais e Eucá era um deles. A alegria era contagiante diante de todos, então viram a necessidade de fazer
uma igreja. Depois de muitas provações e implicações contra a construção da igreja, isso só os fortalecia ainda
mais, depois de terem ficado com sarampo e não ter morrido nenhuma pessoa do seu povo graças a Achi esposa
de um dos missionários que mesmo estando sozinha, pois estavam de viagem, ela conseguiu atender a cada um
dos doentes. Eucá agora é um Cristão e pregador da palavra de Deus, suas pregações era uma benção, para todos
aqueles que o ouvia.
Agora o seu desejo era alcançar outros povos, falar do amor de Deus para outras tribos, então formaram
grupos missionários e em umas destas viagens Eucá teve a oportunidade de ir com Bam onde ficou maravilhado,
em poder ter voado na canoa voadora e ter andado em uma caixa com quatro rodas. Construíram uma nova casa
para Deus, o desejo de Eucá agora era conquistar uma tribo que outrora fora seus inimigos e que eram pessoas
muito hostis, mas ficava uma interrogação; “Será que isso será possível?”, porém a resposta para si mesmo era:
”Se Jesus Cristo, pôde mudar a sua vida e a de muitos pajés, feiticeiros e malvados”, sim é claro que ele pode,
mudar e fazer muito mais. Ocué!.

Recomendações:
Recomendo este maravilhoso exemplar à todos aqueles que tem o desejo de trabalhar com povos trans culturais, e também
a todos os seminarista e teólogos.
Recomendo este maravilhoso exemplar também, para todos aqueles que tem a curiosidade de conhecer um pouco da
cultura uai-uai e ver o que o evangelho de Cristo pode fazer na vida de um povo.

Autor:
Homer E. Dowde
Em 1992, Homer Dowdy, autor da presente obra, visitou os uai-uais e trabalhou na verificação dessas traduções e
compilações de hinos.

Todos os direitos reservados por:


Editora Sepal

Primeira edição desta obra:


Junho de 1997

Número de páginas:
O livro possui um total de 275 páginas

Resenha redigida por:


Noel Barros.

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