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ANTIDEPRESSIVOS: INIBIDORES DE MONOAMINOXIDASE (IMAO) Commented [AAS1]: 1

Ana Maria de Oliveira Silva1


Alderica de Oliveira Teixeira2
Carla Gabriela Cursino Magalhães3
Flávia Guedes Melo4
Francyelle Pires da Silva5
Laide da Chagas e Silva6
Laise Souza Macedo Araújo7 Commented [AAS2]: Todos com 2

RESUMO

Este estudo tem por demonstração em abordar a importância dos inibidores


da monoamina oxidase (IMAO) na saúde humana. É uma classe de fármacos que
desempenha o papel de agir no bloqueio a ação da enzima monoamina oxidase,
utilizados para tratamentos antidepressivos. Com isso, esses fármacos promovem o
aumento da disponibilidade da noradrenalina e da serotonina por meio da inibição
dessa enzima responsável pela degradação dos neurotransmissores no meio
intracelular.

Palavras-chave: desempenha; responsável.

1 INTRODUÇÃO

Os antidepressivos agem diretamente no sistema nervoso central, são


indicados para pessoas que estão fazendo tratamento de transtornos mentais como a
depressão, vícios, ansiedade, entre outros. Tem a capacidade de equilibrar as funções
cerebrais e normalizar os neurotransmissores, fazendo com que a pessoa tenha uma
vida mais equilibrada.
Na década de 40 surgiram os primeiros relatos sobre os antidepressivos, porém
somente na década de 50 começaram a usar drogas para tratar os pacientes com
distúrbios mentais. A primeira classe de antidepressivos foi o Inibidores de
monoaminoxidase (IMAO), ela foi introduzida na década de 1950, entretanto,
atualmente, esses fármacos raramente são usados na prática clínica. ( KATZUNG,
MASTERS, TREVOR, 2014, p.527.)
Os IMAO’s são fármacos que fazem a degradação de neurotransmissores
como a noradrenalina, dopamina e serotonina. Existem duas formas de
monoaminoxidase, a MAO-A que é encontrada nos neurônios de dopamina e de
norepinefrina, ocorre principalmente no cérebro, intestino, placenta e no fígado. A
MAO-B encontradas nos neurônios serotoninérgicos e histaminérgicos, ocorrem no
cérebro, placenta e no fígado. (KATZUNG, MASTERS, TREVOR, 2014, p.531-532)
Esse antidepressivo deve ser usado com grande cuidado, pois podem tornar
comidas normalmente inofensivas em substâncias altamente perigosas, tendo efeitos
colaterais que podem variar entre dores de cabeça, náuseas, perda da consciência,
ou até a morte. “Os pacientes que usam IMAO e ingerem grandes quantidades de
tiramina na dieta podem apresentar hipertensão maligna e sofrer acidente vascular
encefálico ou infarto do miocárdio.” (KATZUNG, MASTERS, TREVOR, 2014, p.537),
por isso, os mesmos devem evitar alimentos como queijos envelhecidos, cerveja de Commented [AAS3]: os mesmos

máquina, produtos de soja e salsinhas secas, e outros que contem grande quantidade Commented [fm4R3]:

de tiramina, por esse e por outros fatores é de suma importância trazer conhecimentos
sobre o assunto.
O objetivo principal desse estudo é explanar como esses medicamentos foram
apresentados e como é o seu uso a partir da farmacologia, área do
conhecimento que lida com o desenvolvimento e a validação de medicamentos.
Portanto será apresento os mecanismos de ações, farmacocinética e
farmacodinâmica, seus inibidores, efeitos colaterais e interações medicamentosas.
O presente estudo foi elaborado a partir de pesquisa bibliográfica, onde foi
empregado recursos como livros, artigos e sites para explorar e comparar as diversas
informações sobre o tema, sendo possível uma melhor análise sobre o assunto e
consequentemente um melhor entendimento.

2 REFERENCIAL TEORICO

Os inibidores da monoamina oxidase (IMAO) são uma classe de fármacos que


atuam bloqueando a ação da enzima monoamina oxidase, “contendo o cofator flavina-
adenosina-dinucleotídeo (FAD) localizado na membrana mitocondrial externa, que
catalisa a desaminação oxidativa de monoaminas endógenas ou exógenas. Entre os
substratos da MAO encontram-se neurotransmissores (dopamina, serotonina,
norepinefrina, tiramina e triptamina) e aminas exógenas, como a neurotoxina 1-metil-
4-fenil-1,2,3,6-tetra-hidropiridina” (EDMONDSON , et al, 2009, p.22). Esses fármacos
promovem o aumento da disponibilidade da noradrenalina e da serotonina por meio
da inibição dessa enzima responsável pela degradação desses neurotransmissores
no meio intracelular e foram às primeiras substâncias a serem usadas como
antidepressivos, já nos anos 50. Para Moreno, Moreno e Soares (apud PAYKEL,1999,
p. 17) “a descoberta no final da década de 50 de drogas antidepressivas e sua
utilização na prática clínica trouxe um avanço importante no tratamento e no
entendimento de possíveis mecanismos subjacentes aos transtornos depressivos” .
Seus principais representantes eram a hidrazina, a fenelzina e a tranilcipromina. Eram
passados ao paciente usualmente, até que, nos anos 70 foi banida do mercado
americano pois teve relato de crises hipertensivas e hepatoxicidade. “Com o passar
do tempo foi descoberto que a hidrazina era hepatotóxica, e que as 3 eram inibidoras
irreversíveis da monoamina oxidase, além de não seletivas entre a unidade A e B da
enzima o que levava a uma crise hipertensiva no paciente que entrava em contato
com a tiramina, uma amina vasotensora. Esta é degradada pela MAO-A em
noradrenalina, convertida posteriormente em metanefrinas” ( SOUZA, 2013). São
notórias também as interações medicamentosas com os serotoninérgicos (fluoxetina,
triptofano, venlafaxina, etc.), causando síndrome serotoninérgica, e com os
simpatomiméticos (efedrina, pseudoefedrina, anfetaminas, etc.), também causando
crises hipertensivas.
Os IMAOS são classificados de duas formas, os reversíveis e os irreversíveis.
Os IMAOS reversíveis como por exemplo a moclobemida são em geral mais bem
aceitas ocasionando poucas interações alimentares porém são menos eficazes, já os
IMAOs irreversíveis e não-seletivos a exemplo temos a tranilcipromina, bloqueiam a
ação dos dois subtipos da enzima (MAO-A e MAO-B). Esta característica confere-lhes
duração maior da ação, mas também está ligada com os seus efeitos adversos, uma
vez que a inibição não-seletiva (e irreversível) leva ao acumulo e consequente
toxicidade de inúmeros dos substratos da MAO, sobretudo a Tiramina. A MAO-A se
caracteriza por ter preferência pelo substrato 5-hidroxitriptamina (serotonina) e
normalmente é encontrada no sistema nervoso, fígado, trato gastrointestinal e na
placenta e a MAO-B metaboliza preferencialmente o substrato feniletilamina, e é
normalmente encontrada no sistema nervoso e nas plaquetas. Tanto MAO-A como
MAO-B são encontradas em neurônios e astrócitos do sistema nervoso. Esta
característica confere-lhes uma longa duração de ação, mas está também relacionada
com os seus efeitos adversos, uma vez que a inibição não seletiva e irreversível, leva
à acumulação e consequente toxicidade de vários dos substratos da MAO, sobretudo
a Tiramina. Por este motivo, é muitas vezes necessária a instituição de uma dieta
alimentar específica para reduzir o consumo de substratos da enzima, como a
tiramina. No entanto, os IMAO irreversíveis são muito mais eficazes.
Muitos inibidores da MAO, como a isocarboxazida, formam complexos estáveis
com a enzima, causando inativação irreversível. Isto resulta em estoques aumentados
de noradrenalina, serotonina e dopamina no interior do neurônio e subsequente
difusão do excesso de neurotransmissor para a fenda sináptica. Estes fármacos
inibem não só a MAO cerebral, mas também oxidases que catalisam a desaminação
oxidativa de fármacos e substâncias potencialmente tóxicas, como a tiramina, que é
encontrada em alguns tipos de alimentos. Consequentemente observa-se, com os
inibidores da MAO, uma alta incidência de interações fármaco-fármaco e fármaco-
alimento.
“Os IMAOs são até hoje os antidepressivos indicados em casos de depressão
refratária ao tratamento, é uma boa opção no tratamento de depressão atípica com
presença de hipersonia, hiperfagia e anergia, fobia social, dentre outras morbidades
e mesmo trazendo efeitos colaterais como a hipotensão ortostática, insônia, ganho
de peso eles são mais toleráveis que a dos antidepressivos tricíclicos, além de possuir
um menor potencial arritmogênico”( SADOCK, et al, 2002). Quando respeitado o perfil
de interação medicamentosa e alimentar, são drogas seguras e eficazes, por vezes
mais que os antidepressivos de outras classes.
Os inibidores da MAO, ou IMAO, interferem com o funcionamento da enzima
MAO e anulam a destruição de compostos químicos tais como o DMT, tornando-o
activo quando ingerido. A mistura de uma planta que contenha DMT e um IMAO é
conhecida como ayahuasca (ou yage). Os IMAO devem ser usados com grande
cuidado, pois podem tornar comidas normalmente inofensivas em substâncias
altamente perigosas. Os resultados podem variar entre dores de cabeça, náuseas,
perda da consciência, ou morte.
Para que não haja interação alimentar deve ser evitado o consumo de
alimentos ricos em tiramina, principalmente alimentos envelhecidos, apodrecidos ou
secos. Queijos muito fortes ou envelhecidos devem ser evitados, porém os queijos
processados, brancos, além de iogurtes, sorvetes e leite fresco podem ser
consumidos mas sempre avaliando a quantidade de tiramina presente nesses itens.
Salames, pastrami, pepperoni, mortadela e outras carnes envelhecidas, maturadas ou
fermentadas não podem ser consumidos, diferentemente de carnes frescas e
embutidos. Cascas de vegetais, como a abacate e banana, soja e vagem tem altas
concentrações de tiramina. Os derivados de soja também não são boas opções,
incluindo os molhos de soja como o shoyu, por exemplo.
Existem também medicamentos que não podem ser prescritas associadas ao
uso dos IMAOs “por risco de síndrome serotoninérgica são: outros antidepressivos, a
linezolida, opioides, dextrometorfano (presente em antigripais), carbamazepina e
oxcarbamazepina. As contraindicadas pelo risco de crise hipertensiva são: as
anfetaminas, outros antidepressivos, antigripais com efedrina, pseudoefedrina,
fenilefrina e outros vasoconstrictores, além de simpatomiméticos, como a
noradrenalina, levodopa, além de medicações para asma brônquica” (SOUZA, 2013).

3 DISCUSSÃO

O presente artigo demonstra que os inibidores da MAO atuam diretamente na


enzima monoamina oxidase. Observa-se que ocorre a degradação das monoaminas
o que acarreta no aumento da concentração no corpo e no cérebro.
A pesquisa bibliográfica desenvolvida neste estudo possibilitou perceber que
os fármacos inibidores da MAO aumentam consideravelmente a noradrenalina e a
serotonina. Essas substâncias possuem um valor histórico na medicina, sendo as
pioneiras neste tipo de tratamento antidepressivo.
É importante mencionar que a descoberta das drogas antidepressivas e seu
uso contribuiu para um avanço significativo no tratamento dos transtornos
depressivos. Diante disso, nota-se uma melhoria na preocupação com a qualidade de
vidas das pessoas.
Vale considerar que ao longo dos estudos, algumas substâncias como a
hidrazina, a fenelzina e a tranilcipriomina deixaram de ser usados porque causava
crises hipertensivas e hepatoxicidade. O estudo mostra que as interações
medicamentosas com os serotoninérgicos e os simpatomiméticos também são
causadores das crises hipertensivas.
A pesquisa sinaliza que existem dois tipos de inibidores da MAO: os reversíveis
e os irreversíveis. Pode-se atestar que quanto aos primeiros, há um nível de tolerância
e aceitabilidade melhor, mas a eficácia é comprometida. Quanto aos irreversíveis,
pode-se constatar que há longa duração e mais eficácia, mas também efeitos
adversos, o que implica na adoção de uma dieta alimentar.
Pode-se notar que entre o início do tratamento e os primeiros sinais dos
efeitos há uma pequena demora. Isso acontece porque a resposta depende da
afinidade dos receptores.
É inegável que os IMAOS são, na atualidade, os antidepressivos mais
indicados, principalmente nos casos de depressão atípica. O cuidado com seu uso
requer a combinação com o cuidado alimentar. Essa interação favorece na segurança
da sua utilização para casos de depressão com a presença de hipersonia, hiperfagia,
anergia e fobia social.
A interação medicamentosa com a alimentar precisa considerar a não
utilização na dieta de alimentos ricos em tiramina. Evitar alimentos ricos nessa
substância garante melhor tratamento do transtorno depressivo.

4 REFERENCIA

EDMONDSON, D. E.; BINDA, C.; WANG, J.; UPADHYAY, A. K.; MATTEVI, A.;
Biochemistry, 2009, p.22. Disponível em: www.pubs.acs.org/doi. Acesso em: 23 set.
2019

PAYKEL ES. Handbook of Affective Disorders.2nd ed. New York: The Guilford
Press; 1992.

SOUZA, Carlos Alberto Crespo. Histórico Dos Antidepressivos, Novos Compostos


E Precauções. Psychiatry On-line Brasil. Rio de Janeiro: Vol.18, n. 6, 2013.

SADOCK, Benjamin J., SADOCK, Virginia A.. Manual de Farmacologia Psiquiátrica


de Kaplan & Sadock. 3ª edição. Nova York: Artmed, 2002.

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