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27/12/2019 CORRENTE DE INRUSH E OS EFEITOS NO TRANSFORMADOR - Blog do Transformador

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Corrente de Inrush é o nome que se dá à corrente elétrica de


energização de um transformador, com ou sem carga em Search …
seu secundário, por uma fonte senoidal de tensão. É,
portanto, uma corrente transitória e que pode atingir um Search
valor de pico de mais de 20 (vinte) vezes, pelo menos, o
valor de pico da corrente elétrica nominal.
Consequentemente, para o transformador, a ocorrência do
Inrush equivale a um curto-circuito.
SISREC-
Por isso, surgem signi cativos esforços estruturais,
deformantes, que poderão deslocar perigosamente
web: a
enrolamentos, soltar xadores diversos e ainda outros solução
defeitos mecânicos, que poderão comprometer o
funcionamento do transformador. Por sua vez, ainda que a
definitiva
severidade da corrente de Inrush possa ser considerada para
como tendo severidade moderada, em comparação com
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27/12/2019 CORRENTE DE INRUSH E OS EFEITOS NO TRANSFORMADOR - Blog do Transformador

uma verdadeira  corrente de curto-circuito, a frequência


projetistas
com que a sua ocorrência pode se dar causa um efeito
cumulativo de pequenos esforços, deformantes, cujo o de
resultado pode ser, em médio prazo, o mesmo de um
transformador
verdadeiro curto-circuito.

Uma solução
Seria con ar na proteção contra curto-circuitos e ter o
transformador protegido, por exemplo, por disjuntor ou
fusíveis.

Entretanto, essa não é uma tarefa simples, pois se em cada


vez que o transformador for ligado ocorrer o Inrush, a Artigos
proteção desligará todo o circuito, causando um
inconivente. E isso poderá repetir-se várias vezes, com o
por mês
consequente acúmulo de estresses mecânicos nos
elementos estruturais do transformador, bem como bobinas
e o resultado poderá ser drástico. Select Month

Por isso, o melhor a fazer é mesmo conviver com um certo


grau de Inrush, que serão implementadas a partir de
modi cações no projeto de um transformador. Para isso, o
melhor é entender como o Inrush se dá.
Categorias
Assim sendo, primeiramente, é conveniente compreender
como se comporta a corrente elétrica transitória de
energização de um circuito indutivo, linear, que de alguma Select Catego
forma se assemelha ao circuito de um transformador, muito
embora esse último tenha ainda alguns fatores adicionais
que os torna bem mais complexo.

ENERGIZAÇÃO DE UM
CIRCUITO INDUTIVO LINEAR
POR UMA FONTE SENOIDAL
Considere um circuito indutivo clássico, simples,
representado por um resistor, R,  e um indutor linear , L, (por
exemplo, sem núcleo ferromagnético), ambos em série,
ligados a uma fonte senoidal, por uma chave, num instante
considerado como  t = 0, conforme mostrado na Figura 1.

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Figura 1 – Energização por fonte senoidal de circuito com


resistor e indutor linear em série.

Para este caso, o grá co da corrente transitória de


energização, i(t), poderá ser tanto aquele mostrado na
Figura 2 quanto o da Figura 3, o que é algo realmente
surpreendente.

Figura 2 – Corrente de energização do circuito da Figura 1.


Presença de um pico de corrente, que vai decaindo.

Figura 3 – Corrente de energização do circuito da Figura 1.


Ausência de pico de corrente.

Ou seja: A corrente transitória pode apresentar um pico de


valor 60 % acima do pico em regime permanente, como na
Figura 1. Nota-se que esse pico vai decaindo, até que a
corrente atinja seu regime permanente. Já no grá co da

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Figura 3, não há qualquer pico maior quo da corrente em


regime. Ou seja, a corrente entra diretamente em regime.

As razões para esse comportamento da corrente são,


basicamente, as mesmas que explicam o comportamento
do Inrush, ou seja, dependendo do exato instante da ligação
à fonte, o pico de corrente pode, ou não acontecer.

No caso do circuito da Figura 1 e em relação às Figuras 2 e


3, a amplitude do pico pode variar muito mais, ainda,
podendo até mesmo vir a se tornar negativo. Em todo o
caso, nesse circuito simples, o pico nunca irá exceder 100 %
do pico da corrente de regime. Entretanto, no caso de
Inrush, esse pico pode ser muito maior que “apenas” 100 %.

O que ocorre com o circuito da Figura 1 é que, ao se fechar a


chave e transferir a tensão da fonte para o circuito,
di cilmente se sabe em que exata posição da senóide a
tensão está. Ou seja, se está no valor de pico positivo, pico
negativo, zero, ou outros 356 graus elétricos possíveis, que
correspondem a diferentes pontos da senóide.

Entretanto, dependendo da combinação entre os valores do


resistor, R e da Indutância, L, haverá uma posição mais
favorável de posição da senóide para que seja o instante
inicial, no qual a chave vai fecha. Tal posição vai
corresponder a um certo ângulo, que permitirá que a
corrente transitória não tenha pico nenhum. Por outro lado,
também haverá ângulo, ou posição da senóide, em que o
fechamento da chave causará o maior valor de pico, durante
o transitório.

E, claro, haverá outros 356 ângulos, dentre os 360 possíveis,


correspondentes a posições angulares da senóide, cujo pico
de sobre corrente terá valores intermediários, entre 0 e 100
% acima do pico da corrente em regime.

Assim sendo, na grande maioria dos casos de chaveamento,


não temos como adivinhar em que ângulo vai estar a
senóide da tensão no exato instante em que fecharmos a
chave. De fato, esse tipo de evento se assemelha a uma
“roleta russa”.

Entretanto, no caso dos transformadores, e reatores, que


têm núcleo ferromagnético, o problema se torna tão mais
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complexo quanto imprevisível.

Primeiramente, o circuito elétrico difere um pouco daquele


da Figura 1, incorporando efeitos como a histerese
magnética e perdas internas ao núcleo, conhecidas como
perdas Foucault. Entretanto, um signi cativo agravante
advém do fato de o núcleo reter um certo magnetismo,
chamado de magnetismo residual, cujo valor é sempre
incerto, de difícil avaliação. E para piorar, o material
ferromagnético satura.

O resultado dessa combinação “explosiva” é um pico de


corrente transitória de valor “astronômico”, se comparado
com aquele mostrado no circuito da Figura 1. Isso porque a
energização da fonte pode aplicar um uxo magnético no
núcleo que, somado ao uxo magnético residual, pode
ultrapassar o valor de saturação magnética, fazendo a
corrente disparar, bruscamente.

Apenas como exemplo, considere a energização de um


transformador, de pequena potência, cuja corrente, de
regime, em vazio é cerca de 1,4 ampéres de pico, para poder
se comparar seus resultados com os grá cos das Figura 2 e
3.  Então, na Figura 4 se mostra a corrente transitória da
energização desse transformador.

Figura 4 – Energização por tensão senoidal de um


transformador – Corrente de Inrush.

No grá co, é notório o quanto o primeiro pico é maior que o


segundo e, por sua vez, o quanto os demais picos decaem
muito rapidamente. Essa intensidade relativamente alta de
primeiro pico de corrente e a rapidez com que cessa é o que
caracteriza o termo Inrush.

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No caso, o valor do pico máximo de corrente é cerca de 23


vezes o pico de corrente em regime. Ou seja, 2300 % acima
do pico de regime!!

Portanto, muito maior que o transitório no circuito “bem-


comportado” linear, da Figura 1. Convém ainda assinalar
que, com base no mesmo grá co da Figura 4, o circuito
demora mais a atingir o regime permanente, apesar do
rápido decréscimo dos picos da corrente transitória. Por
exemplo, pelo mesmo grá co, após 0,09 s da energização
da fonte, a corrente ainda apresenta o semi-ciclo positivo da
senóide com um valor médio maior do que o seu semi-ciclo
negativo.

CONCLUSÃO
Esses resultados mostram o quanto podem ser
devastadores os efeitos da corrente de Inrush, já que os
esforços mecânicos nos elementos estruturais do
transformador são proporcionais ao quadrado do valor de
pico de corrente que circula em seus enrolamentos.

Como um o de esperança, num misto de ironia, é possível


que, num outro evento de energização, os mesmos fatores,
que antes se combinaram para criar uma situação
desesperadora, possam se combinar favoravelmente e
simplesmente permitir a corrente atingir imediatamente a
condição e regime permanente.

En m, uma “roleta-russa” mais “letal”.

Então, como evitar isso, convivendo com esse “perigo”?

Professores autores:

Sérgio H. L. Cabral

Luiz H. Meyer

Hugo . A. D. Almaguer

Thair I.A.H. Mustafa

Todos do Departamento de Engenharia Elétrica e


Telecomunicações da FURB – Fundação Universidade
Regional de Blumenau, em colaboração com a ILTECH.

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Proteção de CORRENTE DE CORRENTE DE
transformadores de CURTO CIRCUITO INRUSH: O QUE
força EM VOCÊ PODE (E
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– AS BASES QUE LIDAR COM ELA
VOCÊ PRECISA
SABER

← POR QUE NÃO CONSIGO CORRENTE DE INRUSH: O


ACERTAR AS PERDAS EM QUE VOCÊ PODE (E DEVE)
VAZIO NOS MEUS FAZER PARA LIDAR COM
CÁLCULOS? ELA →

15 thoughts on “CORRENTE DE
INRUSH E OS EFEITOS NO
TRANSFORMADOR”
Francisco Rebordão says:
15/03/2018 at 13:29

Gostei do artigo. Simples, didático e denso de


conteúdo.

Reply

Sérgio H. L. Cabral says:


15/03/2018 at 15:27

Ficamos muito gratos, pelo comentário,


Francisco.

Reply

Pingback: CORRENTE DE INRUSH: O QUE VOCÊ PODE (E


DEVE) FAZER PARA LIDAR COM ELA - Blog do
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Pingback: Autotransformadores de Partida - Blog do
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Carlos Alberto Gelain says:


12/04/2018 at 08:12

Parabens Cabral!! Ótima explicação, rápida e


objetiva.

Reply

Sérgio H. L. Cabral says:


12/04/2018 at 09:17

Grato, Carlos ! É a Engenharia Elétrica da FURB


fazendo o seu papel ,em colaboração com a IlTech!

Reply

Pingback: Proteção de transformadores de força - Blog do


Transformador

André domingos says:


15/10/2018 at 19:44

Parabéns, ótima explicação.

Reply

Sérgio H. L. Cabral says:


14/11/2018 at 08:25

Grato, André !

Reply

José Edison Sudani says:


13/11/2018 at 13:54

iltech.com.br/blog/?p=1047 8/13
27/12/2019 CORRENTE DE INRUSH E OS EFEITOS NO TRANSFORMADOR - Blog do Transformador

Excelente artigo!
Um bom circuito para evitar a corrente Inrush é um
detector de passagem por zero. Toda vez que a
tensão senoidal cruzar o eixo do tempo (zero volt) o
circuito comuta a carga à rede elétrica para evitar
essa corrente desastrosa.

Reply

Sérgio H. L. Cabral says:


14/11/2018 at 08:27

Muito obrigado, José Edilson !


Excelente proposta a sua, que só precisa ser
analisada quanto à viabilidade, dependendo
da potência do trafo em questão. Ótimo !

Reply

Tiago says:
05/06/2019 at 10:50

Mas então por que não se usa algo como um soft


starter para o transformador?

Reply

William Prange says:


05/06/2019 at 11:46

Olá Tiago,

Obrigado pela sua pergunta aqui no Blog.


A resposta para sua pergunta é simples,
custo!
Todo e qualquer trabalho da engenharia é
encontrar o projeto mais rápido de ser
fabricado, com a melhor performance ao
menor custo possível! Com isso introduzir
um equipamento como o soft starter em um

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transformador signi caria encarecer ainda


mais o projeto e até perder a venda em
função do custo! Fazendo uma analogia,
seria como querer colocar um painel digital
com computador de bordo em um cortador
de grama. Assim como ferramentas muitas
vezes tem o objetivo de ser simples os
transformadores também seguem este
propósito.
Outra limitação é a potência. apesar de nos
últimos a eletrônica ter crescido em seus
campos de atuação, um equipamento como
o soft starter possui limitações quanto a sua
aplicação e logicamente se encontrássemos
um já disponível no mercado, seu valor seria
tão alto que inviabilizaria o projeto do
transformador, se tivesse que desenvolver
um projeto próprio então nem se fala! Por
isso contornar problemas como a Corrente
de Inrush através de ajustes na própria
geometria do transformador costuma ser
bem mais barata, rápida e com e ciência e
custo bem mais atraentes!

Por isso que nosso trabalho na ILTECH


INNOVATIVE TRANSFORMERS visa
justamente munir nossas ferramentas como
o SISRECWEB por exemplo faz, de modo que
o projetista possa alcançar o objetivo do
projeto de forma rápida, segura com a
melhor performance possível ao menor
custo!

Espero ter respondido sua pergunta.

Reply

marcelo menezes says:


19/11/2019 at 10:53

otima expilcação, mas se durante a energização


ocorrer o inrush, a proteção deve atuar e o circuito
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27/12/2019 CORRENTE DE INRUSH E OS EFEITOS NO TRANSFORMADOR - Blog do Transformador

não energizaria, então como ca essa energização?

Reply

William Prange says:


19/11/2019 at 15:25

Olá Marcelo, obrigado por acompanhar o


Blog. A respeito do Inrush, ele deve ser
previsto e considerado no projeto para que o
equipamento suporte tais esforços. Em
nossa software de projeto de
transformadores http://www.sisrecweb.com
o engenheiro pode sempre prever estes
efeitos e proceder, para garantir que o
equipamento esteja projetado de modo a
suportar os efeitos da corrente de Inrush.

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