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Como exposto na coluna passada, o ascendente fascismo “social” (embora ainda não
propriamente “político”) que vivemos no Brasil, e em muitas nações do mundo, é um processo que
resulta da impotência das classes dominantes em manter seu discurso aparentemente
“democrático”, em uma época na qual a crise econômica capitalista se aprofunda – e portanto a
retirada bruta de direitos sociais torna-se ponto crucial para a manutenção dos lucros do capital
em alta.
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O regime hegemônico capitalista, no intuito de esmagar a grande força eleitoral do reformismo
trabalhista (que emerge no século XXI em diversas partes do mundo pobre, dado o desgaste das
políticas neoliberais antipovo), busca forçar aqueles que realmente trabalham a pagarem os
prejuízos da desordem econômica e violentas crises (especialmente a de 2008) – caos criado por sua
própria ambição e falta de planejamento.
Isto é feito mediante a regressão dos direitos sociais, o que acaba por abrir alas ao processo de
desumanização social em que vivemos (discursos de ódios, xenofobia, racismo), em que cada grupo
social culpa o grupo ao lado – e não o grupo “de cima”, como deveria ser – pela sua desgraça.
Tal desunião faz o movimento popular perder força, e facilita a desconstrução de direitos
sociais (trabalhistas, previdência, etc) operada pela classe dominante.
Foi assim que, no caso brasileiro, nestas últimas eleições os neoliberais (tucanos, etc) flertaram
explicitamente com o fascismo ideológico capitaneado pelo supostamente mal esfaqueado ex-
militar, do qual não se deve dizer o nome.
O resultado foi que as elites econômicas perderam o controle do próprio monstro fascista que
criaram. As manobras sociopolíticas e jurídicas, necessárias para concretizar o golpe, foram
absurdas em tal dimensão que o Brasil chegou a ser, já por duas vezes, denunciado pela ONU por
atitudes antidemocráticas (sendo criticado até mesmo pela centro-direita europeia!). O país outrora
“emergente”, viu então claramente enfraquecido seu protagonismo geopolítico (veja-se nosso
isolamento nos BRICS), o que teve obviamente derivações econômicas.