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Obs. O uso do texto para qualquer outro fim, que não seja o de estudo pelos
professores participantes dos cursos promovidos pela EFAPE, deve ser
identificado por Referencial Bibliográfico. Caso contrário configurará plágio
e, consecutivamente, crime.
Em maio de 2019, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc) lançou o Programa Inova
Educação com o propósito de oferecer novas oportunidades para todos os estudantes do Ensino Fundamental
Anos Finais e do Ensino Médio.
O programa tem o objetivo de tornar a escola mais conectada com os sonhos e as atuais necessidades dos
adolescentes e jovens, e apoiar os estudantes a desenvolver competências voltadas para o século 21. Ele traz
inovações para que as atividades educacionais sejam mais alinhadas às vocações, desejos e realidades de
cada um. E com isso:
Sobre o curso
O Programa Inova
O Programa Inova coloca os estudantes no centro do processo de aprendizagem, promovendo seu
engajamento e protagonismo! Todas as inovações do Programa têm como referência marcos legais
importantes, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as Diretrizes Nacionais do Novo Ensino
Médio e o Currículo Paulista (etapa do Ensino Fundamental em aprovação no Conselho Estadual de
Educação e do Ensino Médio).
Todos os estudantes do Ensino Fundamental Anos Finais e do Ensino Médio terão três novos componentes no
currículo:
Projeto de vida
Atividades e oficinas que apoiam o planejamento da vida escolar e pós-escolar, com destaque à gestão do tempo, à
organização pessoal, ao compromisso com a comunidade e à construção de perspectivas para o futuro.
Eletivas
Aulas escolhidas a cada semestre pelos estudantes a partir de um cardápio ofertado pela escola, adequado às
possibilidades de oferta dos professores de cada unidade de ensino.
Tecnologia
Conceitos básicos nos eixos de cultura digital, pensamento computacional, cidadania digital e mundo digital para
ensinar os estudantes a usar e a criar tecnologias do século 21 em seus próprios projetos.
- Mais aula por dia: De 6 aulas por dia para 7 aulas por dia.
- 5 novos tempos por semana: 2 para Projeto de Vida. 2 para Eletivas. 1 para
Tecnologia.
Sobre o curso
Curso de Formação básica
Agora é hora de se preparar! Veja as informações gerais deste curso.
Com carga horária de 30 horas, o curso Formação básica: Eletivas está estruturado em quatro módulos:
Antes de iniciar seus estudos, leia o regulamento para conhecer as regras de frequência,
aproveitamento e certificação.
Trata-se do primeiro passo de um processo mais amplo de formação que continuará nos próximos meses,
inclusive com curso de aprofundamento sobre Eletivas. Neste momento, a proposta é que você compreenda o
que é o componente Eletivas. Ao longo deste curso, você vai entender mais sobre como funciona na prática e o
que embasa a sua criação. Em breve, na formação de aprofundamento, você saberá ainda mais detalhes sobre
os conteúdos, materiais de apoio e ferramentas de avaliação.
Objetivos de aprendizagem
Conhecer a definição das Eletivas no âmbito do Programa Inova Educação;
Entender o que são as Eletivas e conhecer a metodologia que será utilizada nas aulas;
Entender como as Eletivas trazem ganhos para o estudante, para o professor e para a escola;
Mostrar o impacto da Eletiva para o estudante, com base no desenvolvimento de habilidades cognitivas e
socioemocionais e naquilo que ele pode criar ao longo do percurso;
Discutir os desafios da escola no mundo contemporâneo, relacionados aos temas das adolescências e
juventudes.
Bons estudos!
Neste módulo, nosso foco será entender um pouco mais os adolescentes e jovens que
estão na escola, quais seus interesses, desafios, potencialidades e também como veem a
escola em que estudam e a escola que desejam.
Para começar, assista ao vídeo com Anna Penido, especialista em educação, que
apresenta o tema deste módulo.
Conhecendo adolescentes e jovens na sua
multidimensionalidade
Abertura: estudantes e professores
Física e biológica
Neurológica e cognitiva
Sociocultural
Socioemocional
Para começar, assista ao vídeo com os estudantes Caio Sampaio de Vasconcelos, Carolina
Henrique Mendes, Melissa da Costa Romano e Nathan Olivares da Silva que falam sobre
como se sentem e seus interesses.
Agora, assista ao vídeo com Anna Penido, especialista em educação, falando sobre as
multidimensões de desenvolvimento dos adolescentes e dos jovens nessa fase da vida.
Para completar o quadro, assista a este outro vídeo com a neuropsicóloga Adriana Foz e
os psicólogos Darlene Ferraz Knoener, Gabriel Medina de Toledo e Gisele Alves Mizuta e
confira a visão de especialistas sobre adolescentes e jovens.
Sobre a multimensionalidade
Os vídeos nos mostram um painel sobre diversos aspectos desses adolescentes e jovens que estão nas escolas
nos dias de hoje.
Para ampliar um pouco mais esse universo e nos localizar melhor nos conteúdos que serão mostrados nas
próximas páginas deste curso, vamos apresentar a seguir algumas definições.
“Adolescere é uma palavra latina que significa crescer, desenvolver-se, tornar-se jovem.”
Mais que uma fase, a adolescência é um longo processo em que acontecem várias modificações físicas,
psicológicas e sociais que podem se transformar em oportunidades para o desenvolvimento. Essa visão, ao
superar o estigma que considera o adolescente como “aborrecente”, abre perspectivas construtivas sobre essa
fase da vida.
Segundo a pesquisa Adolescentes, realizada pelo Projeto Faz Sentido com adolescentes de 12 a 16 anos do
Ensino Fundamental Anos Finais,
“hoje, no Brasil, a maioria dos estudos realizados sobre os jovens estão deslocando o olhar de uma
adolescência definida como uma fase caracterizada por mudanças físicas e hormonais para uma concepção
mais voltada às características sociais e econômicas. Esse deslocamento tira, inclusive, a sua ênfase por
limitações etárias”.
Há uma série de fatores que influenciam na construção da juventude, mas todos eles estão relacionados
especialmente a duas concepções complementares, definidas na pesquisa Juventudes e Ensino
Médio, realizada pelo Projeto Faz Sentido:
Juventude - o singular, que dialoga com essas diferentes formas de viver a juventude...
Juventude: o singular, que dialoga com essas diferentes formas de viver a juventude,
mas que define uma espécie de experiência comum do que é ser jovem. É necessário
levar em conta as particularidades da condição juvenil, o que permite que os jovens,
ainda que diferentes, se identifiquem como tal.
Agora, acesse os itens sobre os temas a seguir para obter mais informações sobre esse
universo. Caso queira se aprofundar, consulte a íntegra dos materiais nos links do Saiba
mais.
Nascer para o mundo
1
Perda do corpo infantil
2
Perda dos pais da infância
3
Perda da identidade e do papel socioemocional familiar
Da relação de dependência natural segue-se uma confusão de papéis. Não é mais criança
nem é ainda um adulto. Dificuldades em se definir na sua cultura. Anseia por
independência, sente-se inseguro, temeroso, apoia-se no grupo, distancia-se dos pais
permitindo novas identificações.
Fases da adolescência
1
2
Etapa da vergonha, mais proximidade com crianças. Adultos são seres estranhos.
4
Adolescência
1
2
Mais casa e escola (amigos na escola); menos autonomia para saírem sozinhos.
3
4
5
6
7
8
1
3
Mais liberdades concedidas pelos pais, que passam a cobrar menos o desempenho
escolar.
4
1
2
3
4
Adolescência
1
3
No início dessa fase, as opiniões dos membros do seu grupo ainda são importantes,
mas essa influência diminui à medida que o adolescente adquire maior clareza e
confiança em sua própria identidade e em suas opiniões.
4
1
2
Regulador
O adolescente também está desenvolvendo seu cérebro social, e isso explica o fato
de eles serem muito vulneráveis ao que outras pessoas pensam a seu respeito.
Mais que em qualquer outro momento da vida, ele sofre muito ao ser rejeitado. Um
adolescente tem, por exemplo, muito mais sensibilidade que um adulto para
perceber emoções nas outras pessoas. Segundo Laurence Steinberg (2015),
quando um adulto grita com um adolescente, esse adolescente provavelmente vai
prestar mais atenção no grito ou na raiva que esse grito transmite do que nas
palavras. Os adolescentes têm um comportamento especial quando estão na
presença de seus pares. No livro Age of Opportunity, Steinberg destaca que
adolescentes são mais propensos a ter comportamento de risco quando sabem que
amigos estão por perto. Pais e educadores devem estar atentos e evitar momentos
em que adolescentes estejam reunidos sem a mediação de um adulto.
(Fonte: Projeto Faz Sentido – Fundamental II – Adolescentes, p. 24-25)
Juventude e políticas públicas
1
Etapa problemática ou risco social
Esta concepção vê o sujeito jovem a partir dos problemas que ameaçam a ordem social.
Pauta-se nos comportamentos considerados de risco, como envolvimento com a
violência, criminalidade e gravidez na adolescência. No Brasil, esse foi o enfoque
predominante nas ações governamentais dos anos 1980 e 1990, que se concentraram em
programas nas áreas da saúde e da segurança pública. Tais ações tinham como objetivo
ocupar o tempo livre dos jovens e eram direcionadas para públicos com características de
vulnerabilidade, risco ou transgressão (ABRAMO, 2005).
2
Período preparatório
3
Juventude: futuro do país
Construção da identidade
Identidade é, sobretudo, uma construção, tanto do que se é quanto do que se quer ser.
Reconhecer-se.
Coordenar as próprias ações.
Dar coerência à própria existência, descobrir propósitos e agir de acordo com eles.
A identidade é construída a partir da relação que estabelecemos com os outros, isto é, só
é possível reconhecer quem somos, quais são as nossas características, as nossas
inclinações, à medida que interagimos com os nossos pares.
A todo momento os jovens são impelidos a lidar com novas e múltiplas convocações de
identidade, sendo necessário elaborar, pela primeira vez, suas respostas para elas.
Portanto, não existe uma identidade estável ou fixa, mas sim processos de “identificação
e desindentificação”, que dão contornos às subjetividades de cada um ao longo da vida.
Desse modo, eles podem se identificar com determinado grupo étnico-racial, religioso,
com determinada orientação sexual e, com o avançar dos anos, construir novos
pertencimentos, como identificar-se com outra comunidade religiosa.
Para o psicanalista Erik Erikson, rituais sociais que costumam marcar a entrada na idade
adulta, como a escolha da área profissional no ensino escolar, facilitam a preparação para
a conquista de novos papéis na sociedade. Por outro lado, um contexto social não
estruturado pode levar a uma crise de identidade.
Apoio e empatia
É preciso romper com estigmas e mitos para ajudar os jovens a encontrar o que existe de
mais verdadeiro em si mesmos. A partir disso, eles começarão a construir o seu projeto
de vida.
A juventude é uma fase de ampliação das relações sociais além dos limites da escola e da
família. Esses dois espaços continuam sendo referências importantes, mas são
complementados por outros, como comunidades religiosas e grupos reunidos por temas
de interesse, como práticas artísticas, práticas esportivas e movimentos sociais de causa.
É uma fase em que a busca por aprovação dos seus semelhantes (outros jovens) é
essencial.
É por razões evolutivas que os jovens costumam dedicar mais tempo aos seus colegas e
menos aos pais e outras figuras de autoridade, como professores. Como outros jovens
serão seus companheiros de fato na maturidade, a natureza incluiu no cérebro jovem
uma propensão por buscar amigos, relacionar-se com parceiros e participar de grupos
dos seus pares como preparação para a vida adulta. (Fonte: ARMSTRONG, 2016)
Mas os adultos também são referência muitas vezes. A tendência de estar mais
próximo dos colegas não quer dizer que as relações com adultos não são importantes.
Em algumas situações, as opiniões de adultos de referência podem inclusive ser
consideradas mais confiáveis do que as de outros jovens.
Relações afetivas
A adolescência é um período marcado pela aproximação aos pares e, de acordo com a
psicologia, construir relações de amizade saudáveis e positivas é fundamental para o
desenvolvimento afetivo e de habilidades sociais na adolescência, além de sedimentar as
bases para os relacionamentos na vida adulta. Um dos motivos dessa aproximação entre
amigos seria a busca por suporte e acolhimento na luta contra a angústia e a solidão
típicas da fase.
É nesta fase que tendem a ocorrer as primeiras relações amorosas. Os adolescentes
vivem com intensidade a novidade dessas paixões, bem como suas possíveis desilusões e
consequências.
Desenvolvimento físico
Para saber mais sobre adolescentes e jovens no Brasil, acesse a íntegra do estudo a
seguir, disponibilizado no site do Projeto Faz Sentido:
http://fazsentido.org.br/wp-content/uploads/2018/12/ESTUDO_DIVERSIDADES_rev.pdf
Dicas práticas
Agora, assista ao vídeo a seguir com Anna Penido, que traz dicas práticas de como lidar
com essas questões no ambiente escolar.
Para ler e usar as dicas no dia a dia na escola, clique nos itens a seguir.
Dica 1
Dica 2
Dica 3
Não é tarefa fácil saber lidar com as mudanças de humor, as ações intempestivas,
a eventual apatia e os questionamentos de adolescentes e jovens. Vale lembrar
que o desenvolvimento intelectual deles se processa mais rápido do que o
desenvolvimento emocional e por isso, muitas vezes, não conseguem controlar os
seus impulsos, apesar de terem conhecimento sobre as consequências.
Para ajudá-los, não leve suas provocações para o lado pessoal. Cabe aos adultos
manter a estabilidade do ambiente, ajudar os estudantes a pensar sobre suas
atitudes e dar a chance para que aprendam com seus erros.
Dica 4
Costuma-se dizer que a escola tem a cara dos seus gestores e professores. Em
última instância, os adolescentes e jovens olham para vocês em busca de exemplos
a serem seguidos.
Portanto, é importante que você pense sobre as suas atitudes e sobre as palavras
que dirige aos seus estudantes.
o Elas refletem aquilo que você quer que os seus alunos espelhem?
o Você oferece atenção na mesma medida em que deseja atenção?
o Se dirige a eles no mesmo tom de voz com que gostaria que eles se dirigissem
a você?
o Interessa-se por eles e por seu trabalho diário do mesmo jeito que gostaria que
eles se engajassem com você e com suas aulas?
o Aprecia e confia neles como gostaria que eles gostassem e confiassem em você?
Professores não precisam ser amigos dos estudantes, mas precisam demonstrar
que veem sentido na sua profissão, assim como desejam que os estudantes vejam
sentido na escola.
Neste tema, vamos entender melhor a relação dos adolescentes e dos jovens com a
escola; como eles veem a escola que têm e como gostariam que ela fosse.
Para começar, assista ao vídeo com os estudantes Caio Sampaio de Vasconcelos, Carolina
Henrique Mendes, Melissa da Costa Romano e Nathan Olivares da Silva sobre a escola.
Agora, assista ao vídeo com Anna Penido, especialista em educação, que fala sobre a
relação dos adolescentes e jovens com a escola.
Para completar o quadro, assista a este outro vídeo com a neuropsicóloga Adriana Foz e os psicólogos Darlene
Ferraz Knoener, Gabriel Medina de Toledo e Gisele Alves Mizuta e confira o que dizem os especialistas:
Sobre a escola
Antes
O portal Porvir, por exemplo, realizou a pesquisa nacional Nossa Escola – Relatório
2019, com adolescentes e jovens de 11 a 21 anos, com a seguinte distribuição por faixa
etária:
4%: 18 a 21 anos – Ensino Médio (Fonte: Nossa Pesquisa – Relatório 2019 – Porvir)
Para cada uma dessas escolas dos sonhos, eles imaginaram seis aspectos: o foco da
escola, os conteúdos, a organização curricular, o jeito de aprender, os recursos
educacionais tecnológicos e o jeito da sala de aula. Cada aspecto foi desdobrado em
vários subaspectos relacionados ao tema.
Aprendem mais
Sala de aula
Aprendem mais
20% com ambientes e móveis fossem variados, com puffs, bancadas, almofadas e
sofás.
19% quando as carteiras são organizadas em pequenos grupos.
18% quando podem usar outros ambientes internos e externos à escola.
13% quando podem mudar a arrumação das carteiras de acordo com a aula.
12% em salas de aula com carteiras enfileiradas.
24% com ambientes e móveis fossem variados, com puffs, bancadas, almofadas e
sofás.
20% quando as carteiras são organizadas em pequenos grupos.
14% quando podem usar outros ambientes internos e externos à escola.
12% quando podem mudar a arrumação das carteiras de acordo com a aula.
11% em salas de aula com carteiras enfileiradas.
Tecnologia
Aprendem mais
Estrutura física
Os resultados mostram que os estudantes do Ensino Médio estão atentos ao que a escola
oferece, em termos de infraestrutura, ensino e valores, e à atuação dos professores. O
que se percebe, pelos resultados, é que a escola que os jovens querem deve ter
segurança, boa infraestrutura e professores assíduos, além de ser inclusiva para garantir
educação de qualidade.
85,2% Segurança.
Saiba mais! Para saber mais sobre a escola que os adolescentes e os jovens têm e a
que eles querem, consulte também os materiais a seguir
http://gesta.org.br/tema/engajamento-escolar/#fatores
https://fundacaolemann.org.br/materiais/projeto-de-vida
Dicas práticas
Agora, assista ao vídeo a seguir com Anna Penido, que traz dicas práticas sobre essas
questões.
Dica 1
Qual foi a última vez que você escutou os seus estudantes sobre o que está
funcionando e o que pode melhorar na sua escola ou sala de aula? Quando pensou
em perguntar para eles o que não funcionou naquela atividade que você planejou
com tanto cuidado, mas não deu o resultado esperado?
Realize uma roda de conversa para entender como eles aprendem melhor, o que
pensam e querem da escola. Se achar que vale a pena, faça mais de uma roda ou
até mesmo uma assembleia, mas estabeleça como regra que todas as críticas
devem vir acompanhadas de sugestões de melhoria.
Você pode se surpreender com as ideias da garotada.
Dica 2
Dica 3
Existem muitas razões para que você não invista em atividades pedagógicas mais
práticas, como falta de tempo, recursos, capacitação, apoio.
Mas existe uma razão fundamental para que você vá em frente apesar dos
obstáculos: garantir mais engajamento e, consequentemente, mais aprendizagem
para os estudantes.
Para isso, comece fracionando o seu tempo de aula para intercalar exposição
teórica com exercícios, discussões, jogos ou outras atividades mais interativas, de
preferência variando a disposição das carteiras na sala de aula.
Quando estiver se sentindo mais confiante, tente realizar projetos mais robustos,
envolvendo os estudantes no desafio de criar, produzir ou resolver problemas
concretos, sempre que possível, utilizando outros espaços da escola e da
comunidade.
Dica 4
Dica 5
Para conhecer ainda mais os seus estudantes, aproveite aquela primeira semana
de acolhimento para, além de levantar as características pessoais de cada um,
também coletar informações sobre seu nível de aprendizagem e como eles acham
que aprendem melhor.
De posse desses dados, organize uma reunião de Conselho de Classe para
compartilhar a situação de cada estudante e planejar atividades de nivelamento,
práticas pedagógicas mais diversificadas e estratégias de acompanhamento para
evitar que alguém seja deixado para trás.
Nesse caso, convide os adolescentes e jovens mais avançados para apoiar colegas
com mais dificuldade.
Para começar, assista ao vídeo com os estudantes Caio Sampaio de Vasconcelos, Carolina
Henrique Mendes, Melissa da Costa Romano e Nathan Olivares da Silva e veja como eles
falam sobre essas questões.
Agora, assista ao vídeo com Anna Penido, especialista em educação, que fala sobre estas
questões.
Para completar o quadro, assista a este outro vídeo com a neuropsicóloga Adriana Foz e
os psicólogos Darlene Ferraz Knoener, Gabriel Medina de Toledo e Gisele Alves Mizuta e
confira o que dizem os especialistas.
Sobre os desafios
Para conhecer um pouco mais essa discussão, acesse os itens sobre os temas a seguir,
extraídos dos estudos realizados pelo Projeto Faz Sentido. Caso queira se aprofundar,
consulte a íntegra dos materiais nos links do Saiba mais.
Desigualdade
A desigualdade social se mostra nas dinâmicas e nas relações da nossa sociedade que
limitam ou prejudicam determinado grupo ou círculo de pessoas. Por exemplo: acesso
desigual à escolaridade e à renda, disparidades regionais e entre campo e cidade (bairros
periféricos e bairros centrais), tratamento diferente entre homens e mulheres. A
desigualdade também está diretamente ligada à falta de liberdade. É o que acredita o
indiano Amartya Sem, professor de economia e filosofia. Ganhador do Prêmio Nobel de
Economia em 1998, é um dos idealizadores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
e fundador do Instituto Mundial de Pesquisa em Economia do Desenvolvimento
(Universidade da ONU). Para ele, a desigualdade faz com que alguns indivíduos não
tenham a oportunidade de desenvolver suas capacidades; e isso acaba por influenciar em
sua renda e seu espaço na sociedade.
Diversidade
Equidade
Equidade é uma forma de buscar a igualdade considerando que nem todos têm as
mesmas oportunidades. A desigualdade social é muito presente no Brasil, e por isso cada
um parte de um lugar muito diferente. Uma abordagem inclusiva parte do princípio de
que o normal é ser diferente; e de que ser diferente é normal. As práticas escolares
inclusivas não implicam um ensino adaptado para alguns estudantes, mas sim um ensino
diferente para todos. Dessa forma, é possível garantir que todos os estudantes tenham
condições de aprender, segundo suas próprias capacidades, sem discriminações e
adaptações. Isso não significa ignorar necessidades específicas que possam interferir no
processo de aprendizagem, e sim saber quando e como usar recursos e apoios
especializados para assegurar que todos aprendam.
Em 2002, a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE São Paulo) criou
os Índices de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ).
O IVJ Violência de Desigualdade Racial passou a ser realizado a partir de 2014, por meio
de parceria entre a SNJ e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Classifica as Unidades
da Federação em quatro dimensões: violência entre os jovens, frequência à escola e
situação de emprego, pobreza do município e desigualdade. Para o cálculo da violência
entre os jovens foi incorporada a variável risco relativo, que considera as diferenças de
mortalidade entre jovens brancos e negros no Brasil.
Violência
Um tema recorrente, tanto entre adolescentes quanto entre profissionais que atuam com
adolescentes, é a questão da violência. Violências de todos os tipos marcam esse
universo dentro e fora da escola. Em alguns casos, o próprio lar é um local onde a
violência atinge diversos níveis. O entorno também contribui para esse quadro, já que
muitos adolescentes vivem em locais vulneráveis.
A observação por parte dos adolescentes de que são diferentes entre si, em oposição ao
desejo de identificação com o grupo e com padrões midiáticos, também gera sofrimento e
reações violentas.
A sensação de que não são tão bonitos, inteligentes, desejados e amados pelos outros e
de que estão fora do padrão faz com que sintomas de depressão sejam aparentes entre
os adolescentes.
Bullying – O bullying é a prática repetida, por longo prazo, de ações violentas entre
pares, incluindo todos os tipos de violência – física, psicológica, moral, sexual e
patrimonial.
Quem faz bullying em geral está em uma condição desigual de poder em relação à
vítima. Isso pode estar relacionado a popularidade, força ou estatura física, competência
social, extroversão, inteligência, idade, sexo, etnia e status socioeconômico (PEREIRA e
WILLIAMS, 2010).
1
2
3
4
5
Discriminação
Veja os dados apresentados por uma pesquisa realizada pela UNICEF/IBOPE 2013, com
adolescentes e jovens.
Ainda no universo limitado dos 6% que responderam ter sofrido algum tido de
discriminação, encontramos como maior subgrupo (25%) o dos adolescentes que se
sentiram discriminados por serem jovens. Outros 14% sentiram-se discriminados por
serem pobres, 13% por serem negros e 11% se sentiram discriminados pelas roupas que
usam.
21% apontam ter sido incomodados/se chateado com algo na internet como: mentiras
sobre eles, preconceito, apelidos.
35% afirmam ter sofrido agressão, humilhação e hostilidade por parte dos colegas.
Suicídio e automutilação
O suicídio é a ação de acabar com a própria vida, um ato de violência da pessoa que o
comete contra si mesma.
Comportamento suicida
ideação suicida
tentativas de suicídio
suicídio consumado
Conduta autolesiva
comportamentos de automutilação
cortar-se superficialmente
queimar-se
arranhar-se
beliscar-se (ROCHA, 2015)
A evasão e o abandono escolar são multicausais e acontecem por diversos fatores, que
ultrapassam os muros da escola.
Uma série de obstáculos impede que todas as crianças, adolescentes e jovens estejam
nas salas de aula. Depois de matriculados, os estudantes também enfrentam desafios
para ter assegurado o direito de permanecer na escola, progredir nos estudos e concluir
toda a educação básica na idade certa.
Acesso limiado
Pessoa com deficiência
Gravidez e maternidade
Mercado de trabalho
Pobreza
Violência
Viver situações de discriminação, opressão e violência no ambiente escolar pode
“empurrar” os jovens para fora da educação formal. Deixar a escola passa a ser uma
maneira de fugir da violência e da falta de pertencimento. Essa é uma das formas com
que a desigualdade se relaciona com a evasão e o abandono escolar.
Números
Os dados estão em um estudo do Instituto Unibanco, feito com base nos últimos dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por outro lado, 1,7 milhão de
jovens entre 15 e 17 anos deixaram a escola sem concluir os estudos. Desses, 52% não
concluíram sequer o Ensino Fundamental.
Motivação: fatores internos
Déficit de aprendizagem
Significado
Flexibilidade
Qualidade da educação
Clima escolar
Percepção da importância
Desafios emocionais
Números
Os dados estão em um estudo do Instituto Unibanco, feito com base nos últimos dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por outro lado, 1,7 milhão de
jovens entre 15 e 17 anos deixaram a escola sem concluir os estudos. Desses, 52% não
concluíram sequer o Ensino Fundamental.
Quando o acesso ao Ensino Médio foi ampliado, na década de 1990, grande parte dos
estudantes foi alocada no período noturno (CORTI, 2015). Dados mostram que 6 em
cada 10 estudantes matriculados no Ensino Médio em 1996 frequentavam a escola à
noite.
O principal suporte tecnológico dos adolescentes inseridos no mundo digital e com acesso
a alguns dispositivos é o celular. Mais até do que o computador, o celular é o principal
meio de trocas instantâneas, acesso a redes sociais, acesso à internet, produção de fotos,
vídeos e de consumo musical.
Trocas instantâneas
Quando o assunto é tecnologia, o contato com os adolescentes deixa claro o uso intensivo
de aplicativos de conversas e trocas instantâneas, com destaque para o WhatsApp. Mais
ainda que o Facebook, o WhatsApp ganha força entre adolescentes justamente pelo
imediatismo da troca de mensagens, vídeos, áudios e fotos. O fato de os pais estarem no
Facebook e não necessariamente nos grupos de WhatsApp dos filhos contribui também
para a preferência ao WhatsApp. A troca de imagens, textos e vídeos: por trás de tudo
isso está a troca de momentos e instantes de vida. Trata-se de uma geração que
compartilha constantemente suas experiências produzindo efeitos tanto positivos
(colaboração, empatia, conexão) quanto negativos (exibicionismo, competição,
individualismo).
Exposição e privacidade em xeque
Canais de games no YouTube estão na ponta da língua dos adolescentes, que sabem de
cor o nome de uma lista de canais distintos. O número de assinantes desses canais
impressiona, e os adolescentes são parte expressiva desse montante:
Embora alguns jogos de grande sucesso estimulem a violência, tantos outros estimulam
pensamento estratégico e contextualizam suas tramas em fatos históricos.
Saiba mais
Para saber mais sobre adolescentes e jovens no Brasil, e sobre os temas tratados acima,
acesse a íntegra dos estudos a seguir, disponibilizados no site do Projeto Faz Sentido.
Adolescentes –
http://fazsentido.org.br/wp-content/uploads/2016/06/est_adolescentes_geral-1-1.pdf
http://fazsentido.org.br/wp-
content/uploads/2017/08/20190111_RelatorioEstudoJovem_Fazsentido.pdf
Dicas práticas
Agora, assista ao vídeo a seguir com Anna Penido, que traz dicas práticas de como lidar
com essas questões no ambiente escolar.
Para ler e usar as dicas no dia a dia na escola, vejaas nos itens a seguir.
Dica 1
Dica 2
Dica 3
Dica 5
Aqui neste tema, vamos falar sobre a importância da participação dos adolescentes e dos
jovens na vida escolar e o que isso significa para potencializar a aprendizagem e a
formação cidadã, sob vários aspectos.
Para começar, assista ao vídeo com os estudantes Caio Sampaio de Vasconcelos, Carolina
Henrique Mendes, Melissa da Costa Romano e Nathan Olivares da Silva e entenda como
eles veem esse tema.
Agora, assista ao vídeo com Anna Penido, especialista em educação, que trata destas
questões.
Para completar o quadro, assista a este outro vídeo com a neuropsicóloga Adriana Foz e
os psicólogos Darlene Ferraz Knoener, Gabriel Medina de Toledo e Gisele Alves Mizuta e
confira o que dizem os especialistas.
Sobre as potencialidades
Os vídeos nos mostram um painel sobre o potencial que a participação dos adolescentes
e dos jovens nos processos e decisões escolares pode contribuir para transformar a vida
deles e a própria escola.
O espaço que a escola se acostumou a oferecer para a participação pode variar bastante
de uma para a outra. Às vezes esse espaço é aberto de forma esporádica, ou por causa
da demanda de alguém ou apenas para uma atividade específica.
Para mudar isso, a escola precisa encontrar novas práticas que tornem essa participação
presente e efetiva em todos os processos e espaços do cotidiano escolar, de forma a
envolver os estudantes nos processos decisórios. Isso vai desde o currículo e a gestão
escolar até a relação com a comunidade ou avaliação, por exemplo
Para conhecer um pouco mais esse panorama, acesse os itens sobre os temas a seguir
extraídos dos estudos do Projeto Faz Sentido e do portal Porvir. Caso queira se
aprofundar, consulte a íntegra dos materiais nos links do Saiba mais.
Atenção
Defender e reforçar a participação dos adolescentes e dos jovens amplia o engajamento,
promove a aprendizagem e ajuda a melhorar a escola e a sociedade de forma geral.
1
Possibilitar a ação em contextos próximos e na vida cotidiana, para que sejam
vislumbradas mudanças concretas nos espaços conhecidos.
2
Que os métodos e os objetivos da atividade estejam claros, para que se possa aprender a
participar e, até mesmo, modificar a proposta inicial.
3
Levar em consideração as condições sociais e psicológicas de crianças e adolescentes,
para que eles reconheçam tal contexto como de participação.
8 razões para envolver estudantes nas decisões sobre seu aprendizado e sua escola.
1
2
3
4
5
6
7
8
Identidade
Reconhecimento
O filósofo e autor canadense Charles Taylor diz que a formação das identidades depende
do reconhecimento dos outros.
Representatividade
(Fonte: Projeto Faz Sentido – Diversidade, equidade e inclusão na escola, p. 64, 65 e 67)
Questionar é amadurecer
Embora estejam exercitando o tempo todo a crítica e tecendo opiniões sobre o entorno,
há uma queixa de que são muito pouco escutados e de que, a cada erro que cometem,
são repreendidos com pouca consideração. Ao mesmo tempo, fazem uma autocrítica em
relação ao seu comportamento e compram um discurso, muitas vezes negativo, sobre a
adolescência.
Por causa dos desafios de uma vivência cada vez mais coletiva nas grandes cidades e a
necessidade de soluções cada vez mais multidisciplinares aos problemas
contemporâneos, o diálogo cresce em importância e ganha valor de disciplina. Escolas
próprias para o ensino do diálogo se consolidam, como a Escola de Diálogo de São Paulo
A ideia é usar o diálogo como prática para resolver conflitos, trabalhar em equipe, viver
em comunidade de forma mais harmônica, relacionar-se de forma mais empática com
todos os agentes do processo educativo.
Na escola, a oportunidade é abrir espaço para o diálogo e conduzir o ensino a partir dessa
orientação, uma vez que já há inúmeras iniciativas fora da escola como as chamadas
Escolas do Diálogo, que podem ser fonte de inspiração.
Nesta fase da vida, os adolescentes que ainda não trabalham, mas que frequentam a
escola, possuem uma boa margem de tempo livre, embora seja comum que ajudem nas
tarefas de casa nesses momentos vagos.
O que é universal é que, independente da atividade, ela tende a ser conduzida pela
imaginação e os momentos de ócio podem ser estimulados criativamente.
Humor e Memes
Saiba mais - Para saber mais sobre a participação de adolescentes e jovens nos
espaços escolares e sobre conteúdos relacionados a esses temas tratados aqui, acesse os
estudos a seguir.
Adolescentes
http://fazsentido.org.br/wp-content/uploads/2016/06/est_adolescentes_geral-1-
1.pdf
http://fazsentido.org.br/wp-
content/uploads/2017/08/20190111_RelatorioEstudoJovem_Fazsentido.pdf
http://fazsentido.org.br/wp-
content/uploads/2018/12/ESTUDO_DIVERSIDADES_rev.pdf
http://porvir.org/especiais/participacao/
http://s3.amazonaws.com/porvir/wp-content/uploads/2017/09/12114107/2017-
Viracao-Guia-Participacao-Cidada-para-Educadores.pdf
http://porvir.org/nossaescola/
Dicas práticas
Agora, assista ao vídeo a seguir com Anna Penido, que traz dicas práticas de como lidar
com essas questões no ambiente escolar.
Para ler e usar as dicas no dia a dia na escola, veja-as nos itens a seguir.
Dica 1
Dica 2
Dica 3
Dica 4
Uma nova regra ou iniciativa decidida apenas pelo diretor tem menos chance de ser
abraçada pela comunidade escolar do que algo que é construído coletivamente,
inclusive com a participação dos estudantes.
Envolva os adolescentes e jovens na revisão do estatuto ou dos combinados da
escola. Eles também podem ajudar a divulgar as novas regras, criando peças e
campanhas de comunicação e mobilizando seus colegas.
Dica 5
Você conhece os talentos dos seus estudantes? Sabe como se organizam? Tem
ideia de como podem colaborar com a escola?
Realize uma espécie de "censo" para identificar as habilidades dos adolescentes e
jovens.
Você também pode produzir um grande mapa com todos os coletivos, grupos
artísticos ou de estudos, times esportivos ou de robótica, equipes de voluntários,
clubes juvenis, produtores de @blogs, canais de YouTube, programas de rádio,
entre outras lideranças estudantis.
Todos eles podem ser agentes de mudança positiva na escola e na comunidade se
forem estimulados, orientados e apoiados.
Às vezes, se mudarmos a perspectiva, onde vemos problemas, podemos começar a
ver solução.
Para encerrar este módulo de Adolescências e Juventudes, assista ao vídeo com um recado dos
estudantes Caio Sampaio de Vasconcelos, Carolina Henrique Mendes, Melissa da Costa Romano e
Nathan Olivares da Silva para você.
Encerramento
Chegamos ao final do módulo 1, no qual você viu uma série de depoimentos, discussões
e materiais complementares sobre adolescentes e jovens e os temas relacionados a eles
e ao seu cotidiano escolar.