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SINNETT
O BUDISMO ESOTÉRICO
PENSAMENTO
ÍNDICE
Este livro foi publicado pela primeira vez no começo de 1883. Desde então,
recebi numerosas informações referentes a muitos dos problemas de que trata. Mas
obtive minha instrução, a certeza de que o livro, como se apresenta agora, é uma
iniciados da ciência oculta a entendem. Esta pode ser, em futuro próximo, ampliada
procura acentuada de ensinamentos desse tipo por qualquer um, mas nunca terá de
ser reformada ou justificada. Em vista dessa certeza, parece melhor que eu exponha
aceita. Entretanto, sua objeção significa simplesmente que, em alguns casos, dei
nomes pouco familiares para idéias já incorporadas aos sagrados escritos hindus, e
que honrei demasiado o sistema religioso comumente conhecido por Budismo,
Diz o meu crítico brâmane: "A sabedoria popular da maior parte dos hindus até o dia
existe uma só aldeia ou vilarejo, em toda a índia, em que o povo não esteja mais ou
do karma no próximo nascimento, o gozo de seus frutos, bons ou maus, num estado
neste ou nalgum outro mundo, o vagar das almas insaciadas ou dos cascões
apenas inteligíveis, como também, para muitos hindus, são familiares sob nomes
diferentes dos usados pelo autor de O budismo esotérico”. É tanto melhor que assim
seja — permito-me contestar — sob o ângulo dos leitores ocidentais, para os quais
deve ser indiferente se a religião esotérica, hindu ou budista, está mais ou menos
próxima da ciência espiritual absolutamente verdadeira, que por certo não deveria
admitir nome algum que pareça fazê-la solidária, no mundo exterior, a uma fé mais
mais de uma das grandes crenças orientais, como à altura de verdades subjacentes
a todos os diversos sistemas, estaremos tanto mais propensos a crer que a presente
inteligível, estão incorretamente descritos pelo nome que este livro leva, não posso
fazer nada melhor do que citar a nota com que o redator de Theosophist replica a
seu colaborador brâmane. Essa nota diz: "Publicamos a carta anterior porque
nossos irmãos hindus. Ao mesmo tempo, deve ser dito que o nome O budismo
esotérico foi dado à última publicação de Mr. Sinnett, não porque a doutrina nela
fé, mas porque Budismo significa a doutrina dos Budas, dos Sábios, isto é, a
errônea do propósito a que este livro responde o fato de supor que se preocupa em
aos pensadores que nos lêem, tanto no Oriente como no Ocidente, uma série de
pêlos filósofos orientais, amolda-se assim com mais facilidade ao Oriente. Quanto ao
qualquer espécie que seja, precisa ser perturbado pela importação, ao repertório
geral do conhecimento, de novos descobrimentos sobre a constituição e a natureza
recentes, do mesmo modo que sempre acaba por admitir maior expansão do
cronologia bíblica. Mas com o tempo os homens foram vendo que a essência das
que assim lhes pôde ser propiciado. Da mesma forma, quando os conhecimentos da
durante muito tempo misturados com religião, poderão ser suplantados, mas apesar
serão fatalmente superadas. A luta entre seitas pode ser devida apenas à deficiência
chegará um dia em que as idéias fundamentais, nas quais a religião se apóia, sejam
todas as pessoas instruídas; então, não haverá lugar para tantas acres divergências
intelectual.
novo sobre o corpo humano, se desvendasse algum princípio até agora oculto, em
que se baseasse o crescimento da pele, da carne e dos ossos, essa descoberta não
poderia considerar-se invadido, por exemplo, por uma descoberta que, por trás da
ação dos nervos, revelasse urna série mais delicada de atividades que os
modo, malgrado tal descoberta pudesse ser um princípio para reconciliar ciência e
religião, nenhum homem que permita que suas faculdades superiores tomem parte
a todos os outros fatos, assim como a verdade religiosa. Isso acontece com a
nos fixarmos no relato que dou a público. Não se enquadra, sob todos os seus
aspectos, com opiniões preconcebidas. E realmente nos insere numa série de fatos
ver-se-á que a afirmação principal que agora se divulga é uma teoria antropológica
existentes na Terra não têm individualidade. À vida de cada uma é, por sua vez, uma
independente criação de uma alma humana, cada vez que nova forma humana é
desta alma a justiça será concedida. Mas, nesse caso, essa concepção está em
desacordo com a idéia fundamental da evolução que faz depender ou crê fazer
mas, sem entrar neste assunto, basta por enquanto perceber que a teoria da
evolução espiritual, tal como ela aparece nos ensinamentos da ciência esotérica,
harmoniza-se em todo caso com essas analogias, ao passo que, ao mesmo tempo,
uma grande série de formas dissociadas que servem como instrumentos. Deixando
de lado, por agora, a metafísica profunda da teoria que revela a origem do princípio
sem estar ainda preparada naquele tempo para a mais elevada vida intelectual com
sucessivas encarnações nas formas, cujo aprimoramento físico, sob a lei de Darwin,
está constantemente se ajustando para ser a sua morada a cada retomo à vida
explicação verdadeira daquela dificuldade aparente que persegue a forma mais crua
independente. Cada homem é inconsciente das vidas por que passou anteriormente,
por isso sustenta que as vidas subseqüentes não podem lhe proporcionar
emoções pessoais pelas quais passou e durante o qual refina estas em outros
tantos progressos cósmicos. Nas páginas que seguem, tenta-se elucidar este
mistério, profundamente interessante. O exame dos acontecimentos, pêlos quais
atualmente passamos, não é só' uma solução dos problemas da vida e da morte,
limítrofe entre estas duas condições — ou antes, entre a vida física e a espiritual —
que tanto prenderam a atenção e foram objeto de especulação nos últimos anos,
ocuparam dessa religião, e oferecem, ao mundo, pela primeira vez, uma chave
prática para o significado de quase todo o antigo simbolismo religioso. Mais ainda,
uma vez propriamente entendida a doutrina esotérica, ver-se-á que ela possui
razões muito poderosas para que todos os pensadores sérios lhe dêem atenção.
Seus princípios não nos são apresentados como a invenção de algum fundador ou
profeta. Seu testemunho não se baseia em nenhuma escritura. Suas opiniões sobre
encarado por seus defensores como sendo a verdade absoluta, no que diz respeito
às coisas espirituais, ao estado real dos fatos nas vastas regiões de atividade vital,
oportunidade de expor, é considerada não só por seus seguidores, como por grande
número dos que nunca esperaram conhecer dela outra coisa do que saber que
existe, como uma mina de conhecimentos inteiramente dignos de fé, da qual todas
conteúdo deste livro é de suma importância para o mundo, porque creio que essa
Não digo que dentro dos limites deste volume se possa provar a autenticidade
fade pode se determinar pela importância que tenham para o indivíduo as opiniões
que se vão expor sobre a Natureza, e pelas razões que existem para confiar nos
Budismo Exotérico, não deve ser concebido como constituindo mero imperium in
imperio — uma escola central de cultura no vórtice do mundo budista. À medida que
o Budismo se retira dos recessos de sua fé, descobre-se que estes se misturam com
considerada por todos os "iluminados" (no sentido budista) das crenças como a
qualquer uma das outras religiões populares. A exposição da ciência interna estará
que no geral lhes parece faltar, mas por isso mesmo contribuindo para que a
doutrina esotérica seja estudada em seu aspecto budista: além disso, um aspecto
que foi tão fortemente impresso sobre ela, desde os tempos de Gautama Buda.
Embora a essência da doutrina seja bem mais remota, o colorido budista penetrou
por completo em sua substância. O que vou expor ao leitor é o Budismo Esotérico, e
para estudantes acidentais, que pela primeira vez o abordam, seria imprópria
À exposição das doutrinas deve ser considerada pelo leitor em seu conjunto,
antes que possa compreender por que os iniciados na doutrina esotérica consideram
esboço geral desta doutrina. Uma explicação desse sentimento pode ser vista surgir,
guardiães das verdades íntimas e vitais da Natureza. Até hoje, esta santidade tem
novo costume que determina o aparecimento deste livro, o será com surpresa e
pesar por grande número de discípulos iniciados. Submeter à crítica, que pode às
vezes ser desairosa e irreverente, doutrinas que até agora foram tidas por tais
pessoas como de importância demasiado majestosa, para que se fale delas apenas
dos grandes mistérios. Considerando este livro do ponto de vista europeu, seria
que, algumas vezes, no caso presente, tal conduta se torne particularmente hostil.
Apesar de tudo isso e ainda que dar à luz tais conhecimentos seja coisa lógica de se
esperar de expositores europeus como eu, será encarado com grande pesar e
mais tempo em detrimento de todos aqueles que, apesar de estarem ainda muito
longe de ser iniciados, no sentido oculto da palavra, estão aptos, pela pura força da
todos os artigos foram assinados por mim, não vacilei em entremear trechos dos
certa vantagem, mostrando como as separadas peças do mosaico, pela primeira vez
pavimento já concluído.
A doutrina ou sistema agora revelado, em seus traços essenciais, foi tão
zelosamente guardado até hoje que nenhum gênero de pesquisas literárias, embora
conteúdo aqui revelado. Foi, afinal, dada ao mundo pela livre vontade daqueles sob
cuja custódia haviam permanecido até hoje. Ninguém teria arrancado deles nem a
sua primeira letra. Somente após ler com atenção estas explicações é que a atitude
em geral, com respeito às suas atuais revelações ou à reticência anterior, pode ser
doutrina.
por meio da qual e graças à minha relação com ela vieram às minhas mãos as
informações deste livro, deve sua existência a certas pessoas que se incluem entre
indicaram-me como o agente através de quem esta comunicação poderia ser feita
de modo conveniente.
esotérica para o mundo exterior, durante esta crise. Estes ensinamentos constituem
apenas em virtude dos atos e intenções destes instrutores esotéricos que decidiram
do qual este volume é uma parte — das mesmas verdades que, sob outros
ultrapassam os limites da ciência física, tenham provocado tal conduta por parte dos
grandes guardiães da verdade esotérica, em que meu livro é, por certo, mais uma
diretamente preocupado.
nem eu nem outro europeu conhecíamos o alfabeto da ciência aqui exposta pela
primeira vez, sob uma forma científica — ou, pelo menos, tentada nesta direção —,
dois anos, por nenhum instrutor esotérico, expor a doutrina em sua clara pureza
tenha inventado as melhores frases possíveis, nem que haja encontrado as palavras
originaria de sua utilização com outros sentidos. Também sujeita a objeções foi a
meus amigos indianos, não seja do sânscrito, mas da linguagem em que pretendem
expressar a idéia sânscrita na atualidade. Com a ajuda do grego, que nos é familiar,
às vezes recebe-se melhor a nova doutrina — ou, antes, a primitiva doutrina, tal
possível.
Ao Leitor
Todos os que lerem hoje este livro devem lembrar-se de que ele foi publicado
pela primeira vez em 1883, e constitui o mais primitivo esboço da doutrina esotérica
já revelada ao público em geral, em linguagem simples. Desde que ele foi escrito, o
estudo da teosofia e a posterior ajuda obtida dos Mestres originais ampliaram muito
ricos de detalhes que naquele esboço primitivo, que é considerado agora como
incompleto, até certo ponto enganoso. Por exemplo, neste livro todos os
alguma forma. Um livro ulterior, No próximo mundo, aborda também outros aspectos
das condições variadas em que a Terra está dividida, com a prevalência dos
uma ciência espiritual, avançou e está progredindo tão magnificamente que os seus
livros mais antigos são interessantes principalmente como registros de suas origens
trabalho posterior.
A Ética da Teosofia é demasiado clara e simples para necessitar de revisão
transata sobre o "flogisto" e o "ar sem flogístico", bem assim os teosofistas precisam,
qualquer que seja seu estado, espero, ter uma espécie de tolerância pêlos muitos
ocidental.
A.P.SINNETT
1918
1. INSTRUTORES ESOTÉRICOS
mais por generosidade que por esforços. Disso não decorre que seu valor seja
pessoa que na índia tenha tratado de assuntos filosóficos com nativos cultos,
estarão cientes da convicção geral no Oriente de que há homens que sabem mais
durante minha estada na índia, de que a convicção que acabo de mencionar está
filósofos orientais meditaram em silêncio até agora. Essa instrução foi unicamente
permanecendo seus instrutores muito tranqüilos com relação à dúvida em que têm
a aprender deles.
Compartilhando em princípio essa grande antipatia pela antiga regra de
perceber que a antiga ciência oriental era efetivamente uma verdade Importante. E
alcance, mas seria loucura persistir nessa opinião se um amigo de estatura elevada
ensinamentos até hoje secretos, que ela contém, me foi comunicada não só fora das
Sem a luz da ciência oriental, até agora secreta, é impossível que apenas
que tem gozado de uma existência dual desde o início de sua introdução no mundo.
O significado real interno de suas doutrinas foi mantido apartado dos estudantes
conhecimentos já estava em poder de uns poucos eleitos antes que Buda viesse a
mundo externo. As circunstâncias em que esta tarefa foi feita foram muito mal-
entendidas; uma verdadeira explicação não seria inteligível sem as elucidações, que
Desde o tempo de Buda, até hoje, a ciência esotérica de que nos ocupamos
tem sido zelosamente guardada como uma preciosa herança, privativa tão-só dos
Estes, no que diz respeito ao Budismo, são os Arhats a que se refere a literatura
budista. São os iniciados que trilham a "quarta senda da santidade", de que se fala
que chegou ao fim da senda e passou além da tristeza; que se libertou por si
mesmo de tudo; que se desprendeu de todos os grilhões, não existe mais nem a
paixão, nem o desgosto... Para ele não há mais nascimentos... acha-se no gozo do
Nirvana. Seu antigo karma está esgotado, não foi produzido nenhum novo karma;
seu coração está livre de anseios por uma vida futura e, não gerando novos
desejos, eles, os sábios, se extinguiram tal o lume de uma vela." Estes e outros
parágrafos semelhantes conduzem, de qualquer modo, os leitores europeus a uma
efetivamente, à vida que leva enquanto está na Terra e à que espera no futuro. Mas
Mr. Rhys Davids, falando de Jhana e Samadhi (a crença de que era possível,
assunto esclarecem muito pouco. Mas limito-me a mostrar que a literatura budista é
Mr. Arthur Lillie, em Buda e o budismo primitivo, nos relata: "Seis faculdades
corpo constituído dos quatro elementos... neste corpo transitório está acorrentada a
sua inteligência, e, achando-se assim confuso, o asceta dirige a sua mente à criação
do Manas. Ele imagina a si mesmo, em pensamento, com outro corpo criado a partir
desse corpo material — um corpo com uma forma, com membros e órgãos. Com
relação ao corpo material, este corpo é o que a espada é para a bainha, ou como
mesmo tempo... pode abandonar este mundo e até alcançar o céu do próprio
Brahma... Adquire o poder de ouvir os sons do mundo invisível de forma tão nítida
pelo poder dos Manas, é capaz de ler os pensamentos mais secretos dos outros e
exemplos. Mr. Lillie não adivinhou com exatidão a natureza da verdade existente
atrás desta versão popular dos fatos; porém, a rigor, não é necessário citar mais,
para demonstrar que os poderes dos Arhats e sua penetração nas coisas espirituais
são respeitados pelo inundo budista do modo mais profundo, por mais que os
Algumas proposições da tradução recente feita por Mr. Hoey, da obra Buda:
sua vida, sua doutrina, sua ordem, do Dr. Oldenberg, podem-se inserir neste local,
após o que seguiremos adiante. Nela lemos: "A proverbial filosofia budista atribui,
em inúmeras passagens, a posse do Nirvana ao santo que ainda pisa a Terra: 'O
Aquele que escapou dos difíceis labirintos do Samsara, que cruzou e chegou à
costa, absorvido em si mesmo, sem tropeços e sem dúvidas, que se livrou por si
mesmo das coisas terrenas e alcançou o Nirvana, a esse eu chamo de um
verdadeiro brâmane.' Se o santo quer pôr fim ao seu estado de existência, pode
fazê-lo, mas muito continua nele, até que a Natureza tenha atingido sua meta; a
respeito disso, cabem aquelas palavras postas na boca do mais eminente dos
discípulos de Buda: 'Não desejo a morte; não desejo a vida; espero que chegue
não só no que diz respeito aos mistérios do espírito, mas também em tudo o que se
termos são permutáveis, e ouvi aplicar o título de Rishis a homens que estão vivos
hoje. Todos os atributos dos Arhats, que se descrevem nos escritos budistas, são
harmoniza todas as distinções sectárias originais. Seja qual for o nome que se dê a
esses illuminati1, eles são os adeptos da ciência oculta, algumas vezes, na índia de
hoje, chamados Irmãos e depositários da ciência espiritual que lhes foi legada por
seus predecessores.
obscuramente exposta nos escritos ocultos; mas muito poucos têm utilidade para os
entre eles, posso agora tentar um esboço dos ensinamentos dos Mahâtmâs, do
mesmo modo como adquiri o que sei relativo à organização a que pertence a maior
dessas associações, e como tal é considerada por todas as demais — dignas, por
verdade, existem na índia muitos místicos isolados, que receberam uma auto-
educação integral sem vinculação com as associações ocultas. Muitos destes dizem
pretensões, em todos os casos com que me deparei, creio que conduziria qualquer
pessoal para julgar sobre iluminação oculta, à conclusão de que são completamente
européia, que goza de alto prestígio no Governo, de boa posição social, de caráter
elevado e que é respeitado de modo invulgar pêlos europeus que com ele se
relacionam na vida oficial. Essa pessoa concede aos Irmãos do Tibete apenas um
ocupado por uma pessoa que já não está neste mundo — seu próprio mestre oculto
na vida —, que ele convictamente afirma ter sido uma encarnação do Ser Supremo.
Seus próprios (do meu amigo) sentidos internos foram despertados por esse Mestre,
vontade, são para ele a única região espiritual digna de interesse. Convencido de
que o Ser Supremo foi seu instrutor pessoal desde o início, e que continua ainda
dirigido. Por outro lado, os devotos de alta erudição, que eventualmente se podem
metafísico oriental poderia sonhar. Conseguem discípulos que depositam neles uma
fé tácita e fundam a sua pequena escola, que floresce durante certo tempo dentro de
seus próprios limites. Porém, uma filosofia especulativa dessa espécie é antes uma
ocupação para a mente do que um conhecimento. Esses "Mestres", comparados
aos Adeptos organizados da mais alta fraternidade, são como botes a remo
lago ou rio, mas nunca uma embarcação em que se possa confiar para uma grande
sujos selvagens, muito pouco superiores aos ciganos ledores de sorte que acorrem
facilidade tais pessoas com os Grandes Adeptos, dos quais ouviram falar
vagamente.
dizer nada sobre o que é a organização tibetana, quanto às suas mais altas
pacientemente me seguirem até o fim poderão formar uma idéia mais ou menos
Tratemos, antes de tudo, das primeiras condições da instrução oculta, o que pode
gênero e por toda sua vida. A missão que leva a cabo é o desenvolvimento em si
desenvolvidos pelo próprio cheia, com muito pouca ajuda, se houver alguma, além
da orientação e direção de seu mestre. Diz um aforismo oculto: "O Adepto se torna
um adepto: ele não é convertido em um." Pode-se ilustrar isto com o que acontece
num exercício físico corriqueiro. Todo homem com o uso normal de seus membros é
capaz de nadar. Mas mergulhem aqueles que, segundo provérbio popular, não
acredite que tais movimentos produzirão o resultado almejado, este não será obtido.
princípio se aplica às forças mais sutis. A mera "confiança" conduz o neófito oculto
muito mais longe do que o vulgo geralmente imagina. Quantos leitores europeus
os cheias ocultistas, dos graus mais incipientes de sua instrução, têm de obter por
afirmações bíblicas de que o poder reside na fé, e permitem que as palavras passem
cuja natureza está velada e disfarçada nas frases comuns da linguagem exotérica.
Dizer que o Adepto procura unir sua alma com Deus, para poder, por esse meio,
teológicos, antes que se torne inteligível uma explicação da meta que o Adepto
leitor para o falso conceito, que provavelmente possa ter formado, sobre os objetivos
do Adeptado.
com os mais elevados objetivos da vida oculta, proporciona, à medida que progride,
aplicação nos assuntos da vida diária gera, em algumas ocasiões, resultados que
conhecimentos que obtém, não foi outro que ele próprio investir-se desses poderes
cobiçados. Isso seria tão racional como dizer de qualquer grande patriota da história
militar que o seu propósito, ao ser soldado, foi o de portar um vistoso uniforme e
cada passo com a mais ampla liberdade e circulando de imediato cada recente fato
métodos foram afrouxados até certo ponto em meu próprio caso, e como já afirmei,
esteve sempre, de certo modo, aberto a todos. Através do mundo, por vários meios,
foi vagamente difundida a idéia de que certos processos de estudo, que alguns
como já foi assinalado, esteve sempre mais que vagamente impressionado por essa
estudo revelou algumas vezes passagens ocultas que conduziam aos maiores
acordo com a lei dessas escolas, tão logo o neófito forçava passagem na região do
mistério, era-lhe imposto o segredo mais inviolável a tudo o que se relacionasse com
seu ingresso nessa região e com os seus progressos ulteriores. Na Ásia, do mesmo
que comecei a tratar deste assunto, quão numerosos são os cheias. Mas é
impossível imaginar algum ato humano mais improvável do que a revelação não
autorizada, por parte de qualquer cheia, aos profanos, de sua qualificação como tal.
E assim é como a grande escola esotérica de filosofia conserva com sucesso o seu
segredo.
Num livro anterior, O mundo oculto, apresentei um completo e fiel relato das
Não preciso repetir a história. Agora tratarei do assunto sob novo ângulo. A
COMENTÁRIOS
tempo, a diferenciar-se da espécie humana não é algo que se obtém apenas com a
podem ser compreendidos pela aplicação dos inferiores. Mas enquanto os conceitos
incompletos, formados a princípio, por pouco não alcançam o nível verdadeiro dos
fatos, surge uma curiosa complicação do problema nesse caminho. A primeira idéia
pensar que, uma vez Adepto, ele será sempre um Adepto — um ser humano muito
qualidades que lhe são pertinentes como um Mahâtmâ. Desse modo — como já
indicamos — não conseguiremos, certamente, por mais que nos esforcemos, fazer
que o Adepto ou Mahâtmâ apenas pode ser um Adepto, na mais alta acepção do
termo, enquanto está, como diz a expressão, "fora do corpo" ou, de qualquer modo,
num estado anormal alcançado por sua própria vontade. Quando não tem por que
entrar em tal estado, nem sair completamente fora das limitações de sua prisão
carnal, parece-se muito mais com um homem comum, do que a experiência dos
comparada com algumas das declarações que o próprio mestre faz freqüentemente.
Por exemplo, os Mahâtmâs asseveram que não são infalíveis, que eles são homens
como os demais, talvez com uma compreensão mais ampla da Natureza que o
direção dos assuntos práticos com que podem estar relacionados, como na
ocultismo, que induz o neófito a confiar absolutamente e sem nenhuma reserva nos
assuntos mundanos, do mesmo modo que entre nós alguns dos maiores gênios
estão propensos a cometer erros em sua vida comum, que talvez não cometeria
jamais o vulgo de outro lado, assim que um Mahâtmâ se ocupa com os mais
elevados mistérios da ciência espiritual, ele o faz devido ao exercício de seus
enganar-se.
ocultismo.
Isso não quer dizer que esse entusiasmo ou reverência diminua por parte de
algum cheia ocultista, à proporção que cresça sua compreensão do mundo em que
dentro dos limites do afetuoso respeito humano, do que privado de seus direitos à
reverência, pela consideração de que em sua vida comum não está acima do nível
um Adepto quando está exercendo as suas funções e que no exercício destas pode
elevar-se à relação espiritual com tudo aquilo que é, ao menos dentro dos limites de
nosso sistema solar, o que na prática significa para nós a onisciência, livrar-nos-
seria difícil compreender sem fazer referência a alguns dos últimos capítulos deste
livro. Mas, como isto tem um significado tão importante para tudo quanto se refira à
sabedoria, nos planos mais elevados da Natureza, pode atingir os que estão em
singulares relações psíquicas com ele, sem que o Mahâtmâ-homem sequer perceba
no momento em que esse apelo lhe foi dirigido. Por essa via, estamos livres para
apreciar o fato de que cada Mahâtmâ não é meramente um ego humano num estado
muito exaltado, mas pertence, por assim dizer, a algum departamento específico da
sete grandes tipos do Adeptado. Mas embora possamos, quase com certeza, inferir
suas mais altas regiões. Há algum tempo, afirmou-se que nos escritos esotéricos
existem cinco grandes Chohans ou Mahâtmâs superiores, que presidem sobre toda
a fraternidade dos Adeptos. Quando foi escrito o capítulo precedente deste livro, eu
tinha a impressão de que um chefe supremo, situado num nível diferente, exercia
autoridade sobre esses cinco Chohans. Agora, parece-me que este personagem
deve antes ser considerado como um sexto Chohan, cabeça de um sexto tipo de
Mahâtmâ. Esta conjectura conduz, de uma vez, a outra inferência: deve existir um
sétimo Chohan para completar as correlações que assim discernimos. Mas como o
que o sétimo Chohan está fora de toda compreensão dos intelectos não versados na
matéria. Mas ele, fora de dúvida, desempenha um papel naquilo que pode ser
especulação que lhe diz respeito é valiosa, principalmente para ratificar a idéia
preceder toda tentativa de explicação dos meios pêlos quais se chegou a obter o
faculdades, por sua vez, capacitam seus possuidores à exploração dos mistérios da
preceder a consideração dos sentidos internos utilizados pela pesquisa oculta, antes
de expor a teoria da Natureza. Por outro lado, o exame da Cosmogonia, tal como é
não foi negligenciado de modo algum pêlos estudantes esotéricos, e, mais adiante,
no curso deste esboço, serão feitas algumas sugestões relativas à opinião que o
cósmica passa em seu percurso evolutivo. Mas uma ordenada exposição dos
homem. A classificação difere de um modo tão absoluto de tudo aquilo com que os
bases em que o ocultismo se apóia para chegar a essa conclusão. Porém, devido às
pedir para esta ciência oriental que dou a conhecer, certa atenção, por assim dizer,
sua autoridade. Pari passu, à medida que adquire conhecimentos, deve aprender o
modo como eles são adquiridos e faz-lhe sentir que nenhum fato é digno de ser
lo como tal. O método oriental dirige seus discípulos de uma forma bem diferente.
assim e assim; eis a chave dos conhecimentos; agora vai e observa por ti mesmo."
Assim ocorre que o ensinamento per se não é nada mais que ensinamento pela
oriental emprega o método que no Ocidente foi afastado, por boas razões, como
mente não seriam resolvidos por esse plano, porém penso que qualquer pessoa que
se adiante na presente questão sentirá que esse sistema, de partir dos detalhes
para chegar às conclusões gerais, não se aplica ao assunto que ora discutimos. Não
comunicar esta compreensão apenas por meio da linguagem é uma tarefa enorme e
nada fácil. Deter-se a cada momento da exposição, a fim de recolher toda evidência
capaz de provar cada afirmativa de per se, seria praticamente impossível. Tal
um estudo sinóptico, esse conceito definido sobre o que a doutrina esotérica quer
Esta reflexão pode sugerir, de passagem, uma nova luz que guarda uma
sistema. Todas as razões nos levam a crer que sua familiaridade com a ciência
esotérica é o que movia seu método e que as habituais restrições que sobre ele
pesavam, como ocultista iniciado, proibiam-no de dizer tudo o que poderia tê-lo
justificado. Ninguém que estude a ciência oculta, contida neste volume, e que logo
destas explicações aos usuais escritos exotéricos budistas, são dados também os
linguagem2.
1 O Corpo: Rûpa
7 Espírito: Âtma
mesmo para o mais hábil professor de ciência oculta exibir cada um desses
(o que com mais propriedade seria chamá-la inerte), em matéria viva, sendo algo
geral seja mais espiritual do que os da ciência oculta, esta ciência está
materialismo e a espiritualidade.
reconhecível pêlos ocultistas versados, de que a matéria existe sob outros estados
em seu aspecto como força. Sua afinidade com o estado mais grosseiro da matéria
é tão grande que não pode ser separada de qualquer partícula ou massa da mesma,
salvo por instantânea translação para alguma outra massa ou partícula. Quando o
corpo do homem morre, por abandono de seus princípios superiores que o haviam
seu Jîva se unirá por si à vegetação que brota na superfície, ou às formas animais
indestrutível Jîva voa não menos instantaneamente ao mesmo planeta donde foi
afinidades.
corpo físico, seu desenho original. Ele é quem guia o Jîva em seu trabalho sobre as
partículas físicas e é a origem para que este construa a forma que aquelas
morta. As aparições espectrais podem, às vezes, ter outras causas, mas o terceiro
Linga-sharîra jamais abandona o corpo, exceto à morte, nem mesmo neste caso
migra muito longe dele. Quando é visto, o que só pode ocorrer raramente, será
tempo, sair do corpo físico e ser visível perto deste, mas o médium, nesse caso,
oculta se difundiram pelo mundo, a expressão "Corpo Astral" vem sendo aplicada a
certa semelhança da forma humana plenamente habitada por seus mais elevados
o Linga-sharîra ou terceiro princípio é o corpo astral, e não pode ser lançado para
natureza, como entidade isolada, embora sejam indestrutíveis com relação às suas
de Desejo", o que parece antes uma expressão confusa e pouco exata. Talvez
animal em sua natureza, se ela for comparada com o espírito, em todos os outros
seu lugar devido. Esta classificação não se opõe, entretanto, à apreciação do modo
criação bruta, suscetível de evoluir e converter-se em algo mais elevado, por sua
união com o crescente quinto princípio no homem. Mas, de todo modo, a alma
uma potente força no corpo humano, atuando, por assim dizer, tanto para cima como
para baixo, e capaz de influenciar o quinto princípio, para fins práticos, bem como
ser influenciada por ele, para o seu domínio e aperfeiçoamento. O quinto princípio, a
é a sede da razão e da memória. Uma parte deste princípio, animada pelo quarto, é
o que em realidade se projeta a lugares distantes por um Adepto, quando faz sua
qualquer previsão razoável relativa ao futuro que o aguarda — fatal também para
Uma vez que o quinto princípio não está plenamente desenvolvido, fica
subentendido que o sexto princípio ainda está em estado embrionário. Essa idéia foi
vezes, foi dito que não possuíamos, a rigor, nenhum sexto princípio, porém que
simplesmente temos o seu germe. Também foi dito que o sexto princípio não está
em nós, mas adeja sobre nós. É algo para onde se devem dirigir as mais altas
aspirações de nossa natureza. Mas também foi dito: Todas as coisas, não apenas o
homem, cada animal, planta e mineral, tem os seus sete princípios, e o mais elevado
princípio de todos — o sétimo — vitaliza aquele fio contínuo de vida que passa
encarnações daquela vida que forma uma série completa. Devemos assimilar todos
esses diferentes conceitos e uni-los uns com os outros, ou extrair a sua essência,
para aprender a doutrina do sexto princípio. Seguindo a ordem de idéias que agora
mesmo nos sugere a aplicação do termo "alma animal" ao quarto princípio, e "alma
Sob outro aspecto da idéia, o sexto princípio pode ser chamado o veículo do
nos ensina a considerar cada um dos princípios superiores, a contar do quarto para
Espírito. Segundo este modo de abordar o assunto, a Vida Una é aquilo que se
aperfeiçoa, ao habitar os diferentes veículos. No animal, a Vida Una está
nos contra a noção de que os quatro princípios superiores são como um feixe de
varas, atadas juntas, mas possuindo cada uma a sua individualidade, no caso de se
desatarem. Nem a "alma animal" sozinha nem a "alma espiritual" sozinha têm
qualquer individualidade. Por outro lado, o quinto princípio não poderia separar-se
dos outros, em tal grau que conservasse sua individualidade, ao passo que os
outros dois princípios ficassem inconscientes. Foi dito que mesmo os princípios mais
sutis são materiais e moleculares em sua constituição, embora compostos por uma
ordem de matéria muito mais elevada do que podem captar os sentidos físicos.
Portanto, são dissociáveis, e o mesmo sexto princípio pode ser imaginado como
sendo proporcionalmente degradado. Apesar de tudo, este quinto princípio, que não
em união com o sexto, a sua contínua individualidade através das vidas sucessivas.
e o modo como a consciência do homem atua sobre eles, serão objeto de discussão
COMENTÁRIOS
eu que, por qualquer outro procedimento, as idéias de que trato pudessem ser
postas ao alcance da inteligência, sendo fácil, uma vez entendidas, traduzi-las nos
submetidos à evolução. Mas vale frisar algo sobre o aspecto da constituição humana
porém, uma maneira errônea, além de crassa, de considerar o assunto, supor que o
quinto princípios, nos quais sua consciência pode haver morado durante os
anteriores estados de sua evolução. A entidade que era antes o quarto ou quinto
princípio, chegou agora a ser diferente em seus atributos e a ficar divorciada por
mudança pode ser descrita, em termos mais gerais, como uma emancipação da
verdadeiros Egos de toda humanidade, no plano superior, e não pode mais ser
atraído pêlos laços de simpatia mais para uns do que para outros. Atingiu aquele
amor pela humanidade como um todo, que transcende o amor de Mâyâ ou ilusão,
limitado nos planos inferiores da evolução. Não é que tenha perdido seus quarto e
Aquela consideração nos ajuda a entender com maior exatidão a passagem dos
razão humana superior iluminam-no com intermitência no início, mas, por graus, o
vidas — e assim purificando e exaltando o Ego. Durante esse tempo, o Ego constitui
assim uma unidade, tomado deste ponto de vista, enquanto o sexto princípio é
para o reino animal, o mesmo para todos os planos de existência: físico, astral,
capítulo anterior de que, em certo sentido, os princípios são dissociáveis e que até
por intermédio dele, existe uma misteriosa persistência de certos impulsos de vida,
engastadas. Tal impulso de vida não expira, nem mesmo no caso hipoteticamente
extraordinário em que um Ego, por ele projetado e desenvolvido, até certo ponto, se
própria conta.
consideração dos sete princípios como tais é, a meu ver, o método mais instrutivo
para abordar o problema. E convém considerar sempre que o Ego é uma unidade
uma consciência que reside neste, naquele ou em outro dos atributos potenciais de
homem. A doutrina esotérica não tem nenhuma obrigação de manter a sua ciência e
uma da outra. E o primeiro grande fato que a ciência oculta nos exibe, com relação à
origem do homem neste globo, vem em auxílio da imaginação para alguns sérios
consiste num processo que apenas acontece neste planeta. É um resultado para o
material e espiritual. Se esta asserção fosse exposta apenas como uma conjectura,
homem está dividida num começo material, que dura sessenta ou setenta anos, e
ações da ignorante vida humana — sejam consentidos pela perfeita justiça de uma
uma vez por todas a idéia de uma vida do além uniforme, invariável e não
afirmamos antes, não é isto, de modo algum, uma hipótese para a ciência oculta,
contradição.
que faz dele algo mais que uma massa inerte de matéria caótica — estão
cadeia de mundos, e poderia originar a idéia de que a totalidade dos céus estrelados
é a herança da família humana. Tal idéia implicaria um erro grave. Um só globo não
oferece lugar à Natureza para os processos mediante os quais o gênero humano foi
globos. Separados como estão no tocante à grosseira matéria física de que são
correntes e forças, cuja existência não requer muito esforço racional para ser
de que são visíveis. Por intermédio dessas correntes sutis é como os elementos de
afirmar que, após a morte, a alma será arrastada pelas correntes daquele mundo
aquele tão mal-recebido progenitor é para nós. Apesar disso, os dois fatos citados
intermédio das quais contemplamos essa perspectiva futura, são de uma extensão
quase inconcebível.
pertence esta Terra não estão todos preparados para uma existência material
numa cadeia organizada de mundos, que todos fossem parecidos e que todos
pudessem ser amalgamados num só. Na verdade, os mundos com os quais
estamos relacionados diferem uns dos outros, não só em suas condições externas,
permanece num nível muito inferior nessa escala. Os mundos mais elevados na
mundo, por assim dizer, atado à cadeia em vez de formar uma parte dela, em que a
matéria se manifesta até mesmo mais decisivamente que na Terra; mas disso
por estar neles a vida mais e mais nitidamente separada das grosseiras
precedentes, devem ser menos espirituais, mais materiais do que esta Terra. O fato
é bem o oposto, e assim deve ser, visto tratar-se de uma cadeia de mundos sem fim,
atuando da matéria quase absoluta até o quase absoluto espírito; mas a Natureza
atua sempre em curvas completas e viaja sempre por caminhos que retornam sobre
adiantados são os mais imateriais, os mais etéreos de toda a série; e isto, estando
bem de acordo com o modo próprio de ser das coisas, pode ser comprovado,
refletindo-se que aquele mundo, estando numa situação mais avançada de todos,
não é nenhuma região de finalidade, mas o primeiro patamar para atingir o que está
mais atrás de todos, da mesma forma como o mês de dezembro nos conduz
novamente ao de janeiro. Não se trata de que a mônada individual caia, como por
ascendeu há milhões de anos. Desde esse mundo, por motivos que logo
apresentaremos, que deve ser considerado como o mais alto no arco ascendente do
círculo até aquele que deve ser considerado como o primeiro no arco descendente
agrupadas, começa seu próximo ciclo no grau superior que segue, e deste modo
está ainda realizando progresso à medida que passa do mundo Z outra vez ao
mundo A. Muitas vezes percorre o círculo deste modo em torno do sistema, mas sua
passagem ao redor dele não se deve julgar que seja tal qual uma revolução circular
série, passando por cada uma das torres, cada vez que em sua volta chega a cada
perdidos num mundo em que jamais serão encontrados, porque, tendo apenas um
objetivo temporal, eles desapareceram. O homem, diz o darwiniano, foi certa vez um
macaco. Muito certo. Mas o macaco conhecido pelo darwiniano jamais se converterá
num homem — isto é, z. forma não mudará de geração em geração até que a cauda
dos limites das espécies, as mudanças, de espécie para espécie, podem somente
extinção das formas intermediárias. Ocorreu, sem dúvida, uma extinção das formas
palavra) — isto é, das correspondentes aos reinos mineral, vegetal, animal, humano,
etc. — mas a ciência comum meramente conjectura que tal fato ocorra, sem
observam agora nas formas animadas que povoam a Terra. A rosca de um parafuso,
degraus se for examinada apenas ao longo de uma linha paralela ao seu eixo. As
outros mundos, enquanto exerceram aqui sua volta de encarnação animal. Quando
de novo retornam, já estio prontas para uma encarnação humana e então não é
bastante para trás, chegaremos a um período em que não existiam na Terra formas
humano mais baixo ou primitivo, começavam a circular desse modo, seu impulso
para a frente, num mundo que não continha senão formas animais, provocou o
melhoramento das mais elevadas dessas formas na forma exigida — o elo perdido
Focalizando essa questão sob determinado aspecto, pode-se objetar que esta
pode argumentar que "não nos interessa expressar uma opinião sobre a origem da
tendência nas espécies a desenvolver formas mais elevadas. Dizemos que elas
desenvolvem estas formas mais elevadas por meio de elos intermediários que se
extinguem, e vós dizeis exatamente o mesmo". Mas existe entre ambas as idéias
uma diferença para quem possa compreender distinções sutis. Ao processo natural
como já indicamos, por ondas de mônadas espirituais que chegam por ciclos num
estado apropriado para poder habitar nas novas formas. Estes impulsos de vida
do que se repetir por milhares de anos recomeçam o seu crescimento. Com rapidez
como estas, por sua vez, multiplicam-se com o vigor e a rapidez de todos os novos
vão atingindo aquele estado ou plano de existência, enquanto que para as formas
desta idéia, antecipamos em parte o enunciado de outro fato relevante, como auxílio
como quiser — passa de planeta a planeta por vagas ou golfadas, e não como uma
chão, como são vistos algumas vezes na boca de nascentes pouco férteis, os quais
são unidos uns aos outros por meio de pequenos canais superficiais. À medida que
contínua de água que brota da fonte, ao extravasar, passa a encher o tubo B. Este,
Pois bem, embora uma analogia tão tosca como esta certamente não nos leve muito
globos que a Natureza se encarrega de encher com vida, mas sim num processo em
processo a ser descrito, mas para isso devemos imaginar que recuamos no tempo, a
que têm muito pouco a ver com a vida, tal como a entendemos, e, portanto, pode-se
supor que eles nada têm a ver com os impulsos da vida. Mas voltemos por etapas.
Atrás do resultado humano do impulso de vida existe o resultado das meras formas
aparição da primitiva vida animal no planeta. Além disso, antes das organizações
evolução de algo existente atrás dela, como deve ser toda a manifestação
nos ocupamos agora da metafísica pura dessa espécie. Basta-nos demonstrar que é
tão razoável para nós — se de alguma forma queremos falar desses assuntos —
conceber um impulso de vida gerando formas minerais, como considerar que, mercê
rudimentares. A ciência oculta remonta muito mais atrás, em sua inexaurível análise
com algo mais primitivo que os minerais — começa com as forças elementares que
A — é somente uma massa informe de formas minerais. Pois bem, recorde-se que o
globo A foi descrito como muito mais etéreo, mais dominado pelo espírito, mais livre
grande concessão quanto a esse estado de coisas, quando pedimos ao leitor que o
imagine, no seu princípio, como mera massa informe de formas minerais. As formas
consideramos como matérias, muito etéreas, constituídas por uma fina ou sutil
amplamente predomina. Os minerais, que tentamos descrever, são, por assim dizer,
os espectros dos minerais. Não são os perfeitos, belos e duros cristais apresentados
mesmo modo que nas superiores, existe o progresso de um mundo a outro, e este é
o grande ponto a que visamos. Discorrendo para baixo, por assim dizer, existe o
maior escala.
mesmo modo que a Terra não pôde desenvolver o Homem do macaco até que
sistema.
Devemos deter-nos em alguma parte. Por enquanto, o melhor será admitir como
examinar, de modo bem sucinto, o enorme período existente entre a época mineral
diante de nós. O que já foi dito facilita a abordagem da evolução interposta. O pleno
desenvolvimento vegetal. Tão logo este se inicia, o impulso da vida mineral inunda o
globo A.
no globo D, e que além dele existia o caos. Isso está longe da verdade, por duas
em volta das esferas. Além disso, existe um fato, que devemos expor, por ter essa
influência no curso dos acontecimentos, e que, uma vez entendido, nos revela que o
cada um dos reinos da evolução, o vegetal, o animal e assim por diante, está
os átomos individuais daquele imenso impulso de vida, de que tanto se falou — que
depois no globo B, e assim por diante. Elas passam várias vezes ao redor do círculo
completo como minerais. Depois, várias vezes como vegetais e várias vezes como
naquele mundo em que todas as coisas são como que espectros correspondentes
às coisas deste mundo. Ele começa a sua longa descida na matéria. O impulso de
diferentes de perfeição em todos os planetas, cada um por sua vez. Mas as Rondas
são mais complicadas em seu modo de ser do que esta explicação poderia mostrar,
se nos detivéssemos aqui. O processo para cada mônada espiritual não é
meramente uma passagem de planeta a planeta. Dentro dos limites de cada planeta,
cada vez que chega a ele, ocorre um complicado processo de evolução. Encarna-se
muitas vezes nas raças sucessivas de homens antes de ir para a frente e, mesmo,
está sujeita a muitas encarnações em cada uma das grandes raças. Ao se avançar
mais, há de se ver que este fato lança um facho de luz sobre o estado atual do
O que tem um começo definido, em geral, também tem um fim. Assim como
impulsos atuam pela primeira vez, da mesma forma infere-se que tendem para um
fim, para um objeto final. Assim é, embora esta meta esteja ainda longínqua. O
homem, tal como o conhecemos nesta Terra, está apenas a meio caminho do
processo evolucionário a que deve seu desenvolvimento atual. Ele será muito maior,
antes que o destino de nosso sistema se tenha cumprido, do que o é agora, assim
como na atualidade ele é muito maior do que o chamado elo perdido. Esse
aperfeiçoamento ocorrerá nesta Terra mesmo, enquanto nos outros mundos da série
Imaginar a espécie de vida que terá o homem, por último, antes de atingir o zênite
tentarmos prever as vidas para as quais a evolução se dirige nos imensos abismos
do futuro.
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noções mais completas que pude adquirir sobre o assunto, depois de haver escrito
este livro. Afirma-se que "as mônadas espirituais — os átomos individuais daquele
imenso impulso de vida, sobre o qual tanto se tem falado —, que não completam
assim por diante. Elas passam várias vezes ao redor de todo o círculo como
minerais; depois, várias outras vezes em torno do mesmo, como vegetais, etc."
primeiro caso, porque o principal propósito era elucidar o modo como a entidade
princípio nos reinos inferiores. Mas, na verdade, uma vez que se chega a um grau
de investigação mais amplo, torna-se claro que o vasto processo (cujo coroamento é
período muito posterior ao que se observa no parágrafo antes citado. Nos mundos
estabelecidas ainda, não existe nada que se pareça a uma mônada individual e
espiritual, a menos que seja, na verdade, por meio de alguma unidade inconcebível
— inconcebível, mas sujeita a ser tratada como outra teoria qualquer nos impulsos
vida, no caso de um Ego humano pervertido, lançado como entidade completa fora
unidade como existente nos primeiros albores da cadeia planetária. Mas isto não
passa de uma hipótese que nos dá certa garantia, reservando-nos o direito de
indagar depois alguns mistérios, dos quais não necessitamos tratar no momento.
tempo e confundindo-se outra vez com a substância geral do crescente cosmos, não
Neste, pela primeira vez, mas unicamente em suas regiões superiores, é evocada a
encarnação animal, até aí não seria estritamente justificável falar das mônadas
íntimo da evolução na mesma grande escala em que aqui aparece exposta. Em tudo
o que se refere à humanidade, o período em que a Terra estará ocupada por nossa
um único planeta segue uma rotina análoga à rotina que afeta toda a série de
mudança. Enquanto habitado pela humanidade, cada planeta passa por uma
mundo. Mas não é menos certo que, se a série completa dessas mudanças for
tratada como uma unidade, esta pertencerá, como tal, a uma série de mudanças
mais elevada. Os vários mundos da cadeia são realidades objetivas e não símbolos
principal estarão com mais propriedade no lugar que lhes corresponde no final de
Num primeiro relance pela doutrina oculta, observa-se uma ilustração notável
individuais constitutivas de cada Ronda por turno são sempre as mesmas, no que se
Ronda número um voltam outra vez a ela, depois de completarem suas jornadas ao
sucessivamente. Mas o ponto a que se deve dar atenção especial é que a unidade
Pois, antes de passar a outro planeta, tem de viver por toda uma série de raças
mundos, resulta de uma série de raças desenvolvidas por turno, dentro dos limites
de cada mundo.
Seria apressado iniciar por eles nossa explicação, mas uma vez bem entendida a
Mas se deve ter presente que a duração inteira do sistema é certamente limitada no
número de anos, fixado irrevogavelmente desde o início, mas tudo o que tem um
convinha à sua fantástica classificação das idades do homem, o que constitui uma
questão sobre a qual não precisamos nos preocupar. O certo, porém, é que não
poderia haver feito uma escolha mais feliz. A evolução das raças humanas pode ser
que constituem o nosso sistema, e dos quais a Terra é um deles, é também de sete.
Tenha-se em mente que os sábios oculistas conhecem isso como um fato, assim
como os físicos admitem como um fato que o espectro consta de sete cores e a
escala musical de sete tons. Existem sete reinos na Natureza, e não três como a
organização que aquele com que a humanidade nos familiarizou até agora. Abaixo
do reino mineral existem outros três, sobre os quais a ciência ocidental nada
conhece; mas esta parte do assunto pode, no momento, ser deixada de lado, pois
Natureza.
O homem — voltando ao reino que mais nos interessa — evolui numa série
efetuar antes que os destinos de nosso sistema se cumpram. A Ronda em que nos
relacionadas com conhecimentos exatos sobre estes pontos, porque cada Ronda
Uma unidade individual, que chega a um planeta pela primeira vez no curso
de uma Ronda, tem de evoluir pelas sete raças daquele planeta antes de passar ao
próximo, e cada uma destas raças habita a Terra durante longo tempo. Nossas
vagos sistemas religiosos do Ocidente, nos levaram a adotar uma curiosa atitude de
não nos impressionam os milhares de anos, mas assim que os anos são numerados
com exatidão em grupos correspondentes a conceitos determinados, os ilógicos
teólogos ocidentais tendem a reputar como disparates essas numerações. Pois bem,
nós que vivemos atualmente nesta Terra — ou seja, o grosso da humanidade, pois
nossa presente quarta Ronda. Entretanto, a evolução dessa quinta raça começou há
Cada uma das sete raças que compõem uma Ronda — ou seja, que evoluem
que passa em torno da cadeia planetária — está sujeita a subdivisões. Não fosse
distantes entre si. Nos limites de cada raça há sete sub-raças, e nos limites de cada
subdivisão há outras sete raças ramais. Por todas estas raças, em termos
Terra, cada vez que chega a ela numa Ronda de progresso através do sistema
planetário. Pensando bem, essa necessidade não deveria abalar a mente tanto
quanto uma hipótese que estipulasse um número menor de encarnações. Pois, por
muitas que sejam as vidas pelas quais cada unidade individual deva passar na Terra
em cada Ronda, sejam em maior ou menor número, não pode passar adiante
enquanto não chegar o tempo em que a onda circulante avançar para outras
regiões. Mesmo pelo cálculo já exposto, ver-se-á que o tempo gasto por cada
unidade individual na vida física representa uma pequena fração do tempo total
decorrido entre sua chegada à Terra e sua partida para o planeta próximo. A maior
parte do tempo — tal como contamos sua duração — portanto, obviamente
Efeitos", ou à Terra espiritual ligada à Terra física, onde se passa a nossa existência
objetiva.
anterior de encarnações da raça. Não devemos esquecer jamais que, entre cada
definidas pelo uso que se fez das oportunidades de que se dispunha na existência
física precedente, com freqüência se indica a Terra espiritual nos escritos ocultos
causas.
corresponde aos méritos dessa personalidade — ou seja, de acordo com o uso que
esta tenha feito de suas oportunidades na vida. O período que tem de passar no
mundo dos efeitos — muito mais longo em cada caso do que a vida que lhe abriu
teologia supõe que a entidade em questão tem seu princípio nesta vida física e que
a vida espiritual seguinte jamais cessará. Esse par de existências, revelado pêlos
elementos da ciência oculta que agora estamos expondo, constitui apenas uma
parte da experiência da entidade durante a sua conexão com uma raça ramal, uma
das sete pertencentes a uma raça subdivisionária, por sua vez, uma das sete que
compõem uma raça principal, esta, uma das sete ocupantes da Terra através de
-uma das sete ondas circulantes de seres humanos, as quais devem, cada uma de
per si, habitá-la, antes que sejam concluídas as suas missões na Natureza — essa
fosse mais que o todo, pois supõe que isso abrange a eternidade.
Neste ponto devemos prevenir o leitor contra uma conclusão a que poderiam
não abrangem, entretanto, a totalidade do esquema. Ele não obterá o número exato
de vidas que uma entidade individual tem de passar na Terra durante sua
permanência ali numa Ronda, se simplesmente eleva o número sete à sua terceira
potência. Se em cada uma das raças ramais ocorresse unicamente uma existência,
o número total seria, obviamente, 343; porém, cada vida desce à objetividade duas
vezes, pelo menos, no mesmo ramo — em outras palavras: cada mônada encarna
duas vezes em cada raça ramal. Por outro lado, existe uma curiosa lei cíclica que
atua para aumentar o número total de encarnações além de 686. Cada uma das
sub-raças possui em seu ápice certa vitalidade extra, que a leva a fazer com que
brote uma raça ramal adicional naquele ponto de seu progresso, pelo que
desenvolve um ramo novo no fim da sub-raça, por assim dizer, em seus derradeiros
momentos. Através de todas essas raças passa a onda inteira da vida humana. O
muito ignóbeis. A distribuição dos sete princípios à morte demonstra isto de modo
permanente é a que vive através da série inteira de vidas, não só das raças,
medido em anos, ela poderá recuperar a recordação de todas essas vidas, que lhe
parecerão dias do passado. Mas a escória astral, expelida a cada entrada no mundo
dos efeitos, tem existência própria mais ou menos independente, separada por
Ainda que se interesse por assuntos que geralmente são considerados como
fidedigno, tal como é, se não conseguisse harmonizar com suas doutrinas todos os
fatos da vida terrena. Muito pouco capaz teria sido ela de pesquisar e certificar-se do
permitem aos Adeptos lerem os mistérios dos outros mundos e dos outros estados
corrente de vida deste globo. Disto decorre que, enquanto a rápida lembrança de
uns poucos milhares de anos é tudo o que abrange nossa chamada história
terceira raça, que precedeu àquela. Na verdade, pode-se remontar ainda mais, mas
nem a segunda nem a primeira raça desenvolveram nada que se possa denominar
anos.
alguns habitantes futuros da Terra? Como podemos, pois, conceber a idéia de que
registros?
A resposta está na rotina regular da vida planetária, que marcha pari passu
com a vida de seus habitantes. Os períodos das grandes raças raízes são divididos
terceira, e nenhum dos continentes que foram os grandes vórtices das civilizações
sobrevêm durante a ocupação da Terra pela onda da vida humana, num período de
própria de sua raça; mas esses, de forma invariável nesses casos, mostram uma
Platão, foi efetivamente o último remanescente daquele continente. Foi dito que: "No
período Eocênico, na sua primeira parte, o grande ciclo dos homens da quarta raça,
os atlantes, já havia atingido o seu ponto mais elevado, e o grande continente, o pai
depressão — processo que durou até há 11.446 anos, quando a sua última ilha, que
"A Lemúria" (um continente mais antigo que se estendia para o Sul, através
do que é hoje o Oceano Índico, mas ligado com a Atlântida, pois então a África não
existia) "não deve ser mais confundida com a Atlântida, do que a Europa com a
que foi antigamente uma grande nação, em alguns dos aborígines de cabeça chata
de vossa Austrália."
Atlântida, povoando a índia e o Egito com colônias daquele continente. Sobre isso
trataremos em breve.
antes, nos insondados leitos do oceano, outros e mais antigos continentes cujas
camadas não foram jamais exploradas geologicamente, e que podem algum dia
demolir inteiramente as suas atuais teorias? Por que não admitir que os nossos
Lemúrias e as Atlântidas?"
carta que estou agora citando foi escrita em resposta a uma série de perguntas que
segunda raça não eram selvagens, mas não podiam ser denominadas civilizadas."
"Os gregos e romanos eram pequenas sub-raças e os egípcios uma parte de
nosso próprio tronco caucásio. Considerai estes últimos e a índia: tendo atingido a
civilização mais elevada e, o que é mais, a ciência, decaíram. O Egito, como sub-
raça mãe e composta de certo número de sub-raças, permanece ainda hoje lutando
para conquistar de novo, " algum dia, o seu lugar na história. A história só possui
em que, tendo alcançado o ápice de seu ciclo milhares de anos antes, começou a
sua decadência."
"Os caldeus haviam chegado ao apogeu de sua fama oculta antes do que
maiores que as vossas, que se erigiram e decaíram — contudo, que garantia podeis
mostrar ao mundo de que afirmamos a verdade? Não basta dizer, como o fazem
alguns de vossos modernos escritores, que existiu uma civilização extinta antes que
civilizações, tanto antes como depois do período glacial, que ocuparam diversos
lembranças das civilizações assíria e fenícia tinham sido perdidos, até que há
poucos anos começaram a ser feitas descobertas. E agora elas abrem uma nova
página na história, embora não uma das mais primitivas da história da humanidade.
poderosas, conservados por seus herdeiros, são ainda mais dignos de crédito.
que dizer, então, de nossa afirmativa de que os chineses — refiro-me aos do interior,
aos verdadeiros chineses, não à mistura híbrida entre a quarta e a quinta raças,
raça, chegaram a seu mais alto grau de civilização quando a quinta raça apenas
aparecia na Ásia? Quando foi isto? Fazei a conta. O grupo de ilhas descoberto por
ainda não havia feito a sua aparição na Terra. A que se deve o achado de cavalos e
mais débil dos animais — logo se comprovará que não só teve um clima tropical,
coisa que vossa ciência sabe e não refuta, mas também que igualmente foi a sede
de uma das mais antigas civilizações da quarta raça, cujos mais importantes
vestígios encontramos agora no chinês degenerado, cujos restos mais ínfimos estão
restos da terceira raça. Disse-vos antes que o mais elevado povo (espiritualmente)
constituído por arianos asiáticos; e que a raça mais elevada (no intelecto físico) é a
das quais nem nomes nem reminiscências sobreviveram, exceto em Evros como
ciência."
curioso do progresso humano nos últimos dois mil anos, se comparado com o
moderno. Essa pergunta foi a que despertou as explicações antes citadas e também
"É o final de um ciclo muito importante. Cada Ronda, cada raça, assim como
cada sub-raça, tem os seus grandes e os seus pequenos ciclos em cada um dos
planetas pêlos quais a humanidade passa. Nossa humanidade da quarta Ronda tem
para seu ápice. Lembrai-vos de que pertenceis à quinta raça; entretanto, sois tão-só
torno de si, pode parecer que a sua luz enganosa lance os seus raios a maior
distância do que em verdade o faz. Não existe ímpeto algum na China, e do Japão
quarta raça, visto que a história quase nada sabe sobre esse estado, 'até o início do
América, por exemplo, antes da invasão daquela região pêlos espanhóis? Menos de
dois séculos antes da chegada de Cortês, ocorreu ali um grande ímpeto para o
Europa e nos Estados Unidos. Sua sub-raça terminou com o aniquilamento quase
completo, por causas produzidas por si mesma. Podemos falar tão-só do estado
achava há uns dez séculos. Vossas sub-raças agora se, precipitam para o ápice de
seus ciclos respectivos, e vossa história não remonta além dos períodos de
quarta raça."
cataclismo pelo qual foi destruída sobreveio num ponto determinado do progresso
"Na era Miocênica. Tudo ocorre em seu tempo e lugar devidos, na evolução
das Rondas. De outra forma seria impossível, para o melhor dos videntes, calcular a
hora exata e o ano em que tais cataclismos, grandes e pequenos, têm de ocorrer.
final do continente maior, evento coincidente com a elevação dos Alpes, terminando
egípcios de Saís contaram a Sólon que a Atlântida (ou seja, a única grande ilha
restante) perecera há 9.000 anos. Este não era um dado imaginário, visto que eles
haviam conservado os seus anais com grande zelo por milênios. Mas nesse caso,
como disse, eles se referiam a Poseidonis, não querendo revelar nem mesmo ao
grande legislador grego a sua cronologia mais secreta. Como não existem quaisquer
razões geológicas para duvidar disso, senão antes há massa de evidências em prol
arquipélago, e assim deu fundamento de verdade ao que se pensava ser mais uma
'fábula'."
cataclismos de fogo ou de água. E cada raça raiz é cortada, por assim dizer, ou por
fogo, ou por água. Assim, tendo chegado ao ápice de seu desenvolvimento e glória
da quarta raça, os atlantes foram destruídos pela água. Encontrareis agora somente
os seus degenerados restos cujas sub--raças, entretanto, tiveram cada uma seus
dias gloriosos e a sua relativa grandeza. O que eles são agora, vós o sereis algum
dia, pois a lei dos ciclos é una e imutável. Quando a vossa raça, a quinta, tiver
homens das terceira e quarta raças foram-no em seu progresso) por uma dessas
da raça irão declinando em seus respectivos ciclos, após um breve período de glória
(os modernos pertencem à quinta raça). Contemplai quão grandes, quão rápidos e
passageiros foram os seus dias de fama e de glória. No entanto, eram apenas sub-
raças dos sete brotos da raça raiz4. A nenhuma raça-mãe, como tampouco a suas
sub-raças e brotos, lhe é permitido, por uma lei soberana, infringir as prerrogativas
O "progresso para o mal absoluto", detido pêlos cataclismos de cada raça por
seu turno, começa com a aquisição, por meio da pesquisa intelectual comum e do
sobre os fenômenos ocultos. Basta dizer que são de tal natureza que
em vez de como uma verdade profundamente sagrada. Ora, alguns desses poderes
haviam sido realizados pelos atlantes. Os profanos de ciência daquela raça haviam
possibilidade só hoje é admitida por alguns espíritas devido aos fenômenos que têm
seriam causa de desgraças sociais, mas também induziriam essas pessoas a usá-
los visando àquela malévola exaltação espiritual, o que traria um resultado mais
elevada, se lança à região própria do progresso espiritual, a lei natural provê a sua
cíclica, por mais que exercitem o livre-arbítrio que irretorquivelmente possuem. Para
a gente que jamais considerou os assuntos humanos a não ser sob o aspecto do
apresentará, talvez, como regra geral, qualquer caráter cíclico, porém muito mais um
em seu longo percurso, quer com uma, quer com outra velocidade. Como a opinião
que segue:
expressão uma filosofia mais elevada do que parece à primeira vista... Do ponto de
seus aparentes autores pela necessidade dos tempos. Porém, realmente, devem
ser consideradas como apresentação de uma certa fase de vida que as nações, em
seu curso, assumem logo ou mais tarde. No plano individual, sabemos que a
que pode ser provocada ou introduzida por muitos incidentes causais; seja, talvez,
por desolações domésticas, seja por perda da fortuna, ou ainda por falta de saúde.
nunca nos podemos enganar a ponto de supor que essa mudança teria deixado de
um indivíduo, o qual, embora de certo modo seja o autor de sua própria sorte, para a
felicidade ou para desgraça, onde quer que ele vá, ao sabor de suas inclinações,
quer faça ou se abstenha disto ou daquilo, segundo prefira, está contudo agrilhoado
que diz respeito à sua vontade, que o compele para diante através de um curso
o faz desaparecer de cena no tempo devido, na maior parte dos casos contra a sua
os acontecimentos da vida podemos ter certo controle, mas nenhum, seja qual for,
sobre a lei de seus progressos. Existe uma geometria que aplica às nações uma
5. O DEVACHAN
revertem por ocasião da morte, sem indicar primeiramente a estrutura geral do plano
tarefa, contudo, já foi concluída. Passemos então a refletir sobre os destinos naturais
de cada Ego humano no intervalo decorrente entre o término de uma vida objetiva e
o começo de outra. Nos princípios desta última, o karma da vida objetiva anterior
um dos traços mais interessantes da filosofia budista. Com relação a ela, em tempo
algum houve segredo, ainda que por falta de compreensão adequada dos elementos
de caráter estritamente esotérico ela possa ter sido algumas vezes mal-
compreendida.
Karma é uma expressão genérica aplicada ao complexo grupo de afinidades
para o bem e para o mal, geradas por um ser humano durante a sua vida e cujo
caráter é inerente a seu quinto princípio, através de todo o intervalo que decorre
entre a sua morte numa vida objetiva e o seu nascimento na próxima. Como já foi
morte, fornecerá uma chave à interlecção do modo como o karma atua, e também à
física e a sua correspondente parte astral — são finalmente abandonados pelo que
espiritualidade — não que se situe em cima, mas nele e fora dele, no que diz
expressão sânscrita muito familiar. Nele ocorre uma divisão entre as duas díadas
primário de tratar o assunto. O leitor deve modificar as idéias em sua mente, à luz do
que já foi dito. Ele pode ser descrito de outra forma, tomando-o como uma prova da
extensão atingida pelo quinto princípio. Encarado à luz da primeira idéia, devemos,
entretanto, conceber, por um lado, o sexto e o sétimo princípios, atraindo o quinto, a
alma humana, numa direção, enquanto o quarto, por outro lado, o atrai para a Terra.
seus associados, suas porções espirituais superiores, mais puras e mais elevadas,
examinar.
Rejeitando o nome popular usado para este estado espiritual por envolver
passam por ocasião da morte. Sendo isso bem conveniente, pois, se o Devachan da
européia do céu, difere desta em outros aspectos que são sem dúvida mais
importantes.
por diante — na verdade, aquilo que sobrevive, embora com algumas restrições que
na parte que corresponde aos seus sentimentos mais elevados, às suas aspirações,
a seus afetos e até mesmo às suas preferências durante a sua vida na Terra. Talvez
autoconsciente.
direta do seu Guru Adepto, suas palavras são importantes para o estudante de
nenhuma outra. Portanto, é individual, uma ondulação vital individual que se iniciou
longo da cadeia individual, de 'caráter' ou 'modo de ser'. Desde que o 'caráter' não é
tendências morais de alguém, não ajudaria isso a resolver o que Mr. Rhys Davids
sofresse eternamente. O que ele evidencia é que a consciência de 'eu sou eu' é,
Budismo concorda com a teoria de uma evolução gradual do homem perfeito — isto
por Mr. Rhys Davids, apresenta-se continuamente uma expressão que, a meu ver,
manifesto um fato oculto pela mudança de nascimento' ou 'aquilo que tinha sido
6
Segundo o cânone páli, há o Trípitaka, que compreende três partes: o Vinaiapitaka, coleção de regras monásticas,
o Suttapitaka, coleção de Sutiãs ou sermões atribuídos a Buda, e o Abidamapitaka, coleção de comentários
filosóficos. (M T.)
escondido por, etc.' O primitivo Budismo, portanto, defende claramente a
desagregam-se no Devachan, mas daí não decorre que nada se preserve naquele
diremos que uma alma no Devachan, caso seja a alma de um homem apaixonado
música produz. A pessoa cuja mais elevada felicidade na Terra ficou concentrada no
exercício das afeições, não escapará nem um pouco, no Devachan, àqueles a quem
desses não estão num estado apropriado para o Devachan, o que ocorre? A
resposta é: pouco importa. Porque para a pessoa que os amou eles estarão ali. Não
estado subjetivo. Parecerá tão real quanto nos parecem as mesas e cadeiras que
estão em volta de nós. Tenha-se presente que, acima de tudo, para a profunda
mundo nada têm de reais e são meras ilusões transitórias dos sentidos. Tão reais
como as realidades deste mundo para nós, e até mais, serão as realidades do
aquelas coisas pelas quais uma alma verdadeira anseia, sejam pessoas, coisas ou
único estado que torna possível o conceito de uma feliz existência espiritual, para a
absolutamente feliz para todos os que o alcançam quanto o Avitchi é o seu contrário.
bom, como para o indiferente, mas não é uma vida de responsabilidade e, portanto,
não existe nele logicamente lugar algum para o sofrimento; do mesmo modo que no
Avitchi não há lugar para o gozo ou arrependimento. Ê uma vida de efeitos, não de
causas. Uma vida em que nos é pago o que ganhamos, sem que tenhamos de
trabalhar para isso. Portanto, é impossível, durante essa vida, ter conhecimento do
que se passa sobre a Terra, porque tal conhecimento não possibilitaria a verdadeira
agudos sofrimentos mentais para seus habitantes, dotados dos sentimentos mais
grau de simpatia tão limitado que, além das pessoas de sua afeição que tivessem
ficado, não lhes importasse o espetáculo do sofrimento alheio, ainda assim teriam de
alcançassem o fim de uma existência, com freqüência longa e árdua. Esta hipótese
se agravaria ainda mais, fazendo com que os céus fossem muito penosos para os
fugir a este dilema está na suposição de que os céus não estão ainda abertos para o
seu caso, por assim dizer, e que todos os mortais, desde Adão até hoje, jazem num
céus, tomaria impossível a felicidade neles, podem duvidar mesmo que a verdadeira
vista de uma imaginação que não foge do que a circunda no presente. Comecemos
monotonia durante o minuto, momento, meia hora ou seja o tempo que for, em que
gozou a maior felicidade que teve durante sua vida. A maior parte das pessoas teve,
Seja-nos permitido imaginar um minuto ou momento, assaz curto, para dar motivo à
e imutável sensação de intensa felicidade segue seu curso, não para sempre, visto
que as causas que a produziram não são infinitas em si mesmas, mas, sim, durante
períodos muito longos de tempo, até que o impulso ativo se tenha esgotado por si
mesmo.
Nem tampouco se deve supor que para as almas no Devachan não exista,
por assim dizer, mudança nenhuma de ocupação, e que qualquer momento único de
sensação terrena é escolhido para uma perpetuação exclusiva. Eis aqui o que
existindo limites nem para o pensamento, nem para a imaginação, como se pode
semelhante à monotonia? Poucos são os homens cujas vidas tenham sido tão
menos intensa por determinados pensamentos que sejam inaptos para atingir um
período regular de experiência devachânica, após sua vida terrena. Assim, por
porém mau amigo e homem egoísta, podem acabar no nascimento de uma nova
'antigo' ser e que resulta inevitável devido às inclinações dominantes daquele ser no
hiatus de inconsciência. Não pode existir um vazio tão sombrio como o que a
mais importantes do que as criadas pêlos impulsos físicos, seus efeitos têm de ser,
nesta ou em outras terras, campo adequado para tais efeitos, e tendo cada lavrador
direito a sua própria colheita, têm de ampliar suas funções, quer no Devachan, quer
no Avitchi7. Bacon, por exemplo, a quem um poeta chamou: 'O mais brilhante, o
mais sábio, o mais mesquinho dos homens', pode reaparecer em sua próxima
por mais fortes que estas últimas qualidades sejam, não encontrarão campo próprio
em que aquela linha particular de pensamento (que foi o objetivo da vida prévia do
fundador da filosofia moderna) possa alcançar tudo que lhe é devido. Seria apenas
Ministro da Justiça, que poderia encontrar, conduzido por seu karma, um novo
Mas aonde iria Bacon, o pensador incomparável, para quem a pesquisa filosófica
sobre os mais profundos problemas da Natureza foi o seu 'primeiro, último e único
amor', aonde iria este 'gigante intelectual de sua raça', uma vez despojado de sua
daquela magnífica inteligência? Por certo que não. Assim é que suas qualidades
7
Os estados inferiores do Devachan se interpenetram com os do Avitchi
8
Personagem literária de Shakespeare, que representa um avarento, na comédia O Mercador de Veneza.
entidade conhecida no nascimento precedente como Francis Bacon, e que pode ser
neste mundo interno, também sua obra própria, em gozar dos efeitos das grandes
área subcíclica, o ser deve atuar em sua seguinte esfera de causa, seja neste
único momento de experiência ideal, nem mesmo então poderia ocorrer, como
Aquela nota única, arrancada da lira da vida, constituiria a tônica do estado subjetivo
naquele tempo, é enganada pela Natureza e deve sofrer um terrível choque quando
despertar de seu erro". Mas, dada a natureza das coisas, jamais desperta ou pode
gole do Leteu9 já foi tomado. No que diz respeito ao isolamento de cada alma, nem
tampouco existe ali consciência alguma de isolamento, seja o que for; nem é
possível ali separar-se de seus associados escolhidos. Estes associados não são da
natureza de companheiros que podem desejar ir-se embora, de amigos que podem
separar-se, do amigo que os ama, mesmo que este não queira separar-se deles. O
amor, a força criadora, colocou a sua imagem viva diante da alma pessoal que
incongruência, pois outra coisa não é aplicar ao Devachan um tipo de relações que
9
* Leteu: relativo ao Letes, o rio do Olvido, à entrada do Hades, ou os Infernos, segundo a mitologia grega. (N.
T.)
irmãs, ambas desencarnadas, expressarão cada uma suas próprias sensações
será isso tão real para elas como se ambas estivessem ainda nesta Terra. Contudo,
corpórea. Enquanto esta última é a única de sua espécie que é reconhecida por
nossa experiência terrena como relação efetiva, para o habitante do Devachan não
só seria algo de ilusório, mas não teria para ele existência alguma em nenhum
sentido, nem sequer como uma ilusão. Um corpo físico e mesmo um Mâyâvi-rûpa
permaneceriam para os seus sentidos espirituais tão invisíveis como o é ele mesmo
para os sentidos físicos daqueles que mais o amaram na Terra. Assim é que,
relacionamento durante seu estado de vigília, entretanto, todo trato com ele seria,
efetiva pode existir ali, senão a meramente idealista, como já foi descrita, entre duas
entidades subjetivas, que nem sequer são tão materiais como aquele etéreo corpo--
assim 'enganado pela Natureza' e chamá-lo 'uma enganosa sensação de gozo que
estados de vida e do ser fora de nossa existência material. Pois, como se pode fazer
mesma, neste nosso mundo? O mesmo princípio não pode ser aplicado a dois
entre uma realidade e uma ficção. Ainda assim, mesmo nesta vida, os dois grupos
considera como ficção ou ilusão o que o outro acredita ser o mais real. Mas no
entidade mental e espiritual. Aquilo que durante a vida era uma ficção, um sonho e
uma falácia monstruosa, uma idéia antifilosófica no máximo grau. O real é aquilo
que nele existe é efetivo e real. Além disso, quer porque o sexto princípio encubra
com um limitado horizonte de percepções em volta de si. Portanto, quer ele esteja
dentro ou fora de seu corpo mortal, sempre é distinto dele e está livre de suas
dos sentimentos puramente abstratos que pertencem por completo à nossa alma
superior e que ela reflete e assimila — como, por exemplo, um conceito ideal do
belo, a profunda filantropia, o amor, etc., bem como qualquer outra sensação
puramente espiritual que, durante a vida de prazer ou dor imensos, enche o nosso
ser interno."
céu objetivo que a teologia comum predica, haveria ali injustiça e arbitrariedade sem
para compensar as diferenças de mérito nesta vida. Mas o céu verdadeiro de nossa
Terra concilia-se por si, com infalível exatidão, às necessidades e aos méritos de
todos os que chegam. O céu de cada pessoa, que alcança o céu que realmente
existe, ajusta-se exatamente à sua capacidade para dele gozar, não só quanto à
durante a vida objetiva, mas também quanto à intensidade e amplitude das emoções
além disso. Mas esta indicação de seu caráter basta para mostrar quão
uma localização, o mesmo ocorrendo com o Avitchi, sua antítese (o qual rogo não
confundir com o inferno). A Filosofia Esotérica Budista tem três lokas (denominadas
assim) principais, a saber: 1º) Kâma-loka; 2º) Rãpa-loka; e 3º) Arûpa-laka; ou seja,
dos Suicidas; 2º) o mundo das formas, ou seja, de sombras mais espirituais,
habitantes não têm para nós, mortais, nem corpo, nem forma, nem cor, no sentido
lokas Rapa e Arûpa — vale dizer, esses estados não só variam em grau ou em
aspecto para a entidade, quanto a sua forma, cor, etc., mas também existe uma
sinônimo de limitação e que quanto mais egoísta, quanto mais estreitas sejam as
existência, tanto mais tempo se demorará no plano das egoístas relações sociais."
não pode apresentar-se nele ocasião alguma para a retribuição das más ações. Mas
indolente do que bondoso faz para governar com justiça a sua casa. O karma do
mal, seja grande ou pequeno, atua com bastante certeza, no tempo devido, como o
karma do bem. Mas o lugar de sua ação não é o Devachan, e sim um novo
estado de Lúcifer, tio magnificamente descrito por Milton. Portanto, não são muitos
relativa, para não dizer ausência de sua antítese, então a resposta demonstrará que
não ocorre assim. 'O Mal é o negro filho da Terra (matéria) e o Bem — a bela filha
dos Céus' (ou Espírito), diz o filósofo chinês. Donde, a Terra é o lugar de castigo
Na Terra existe mais mal aparente e relativo do que verdadeiro, e não é dado às hoi-
afirma. Isto não quer dizer que o karma do bem se esgota no Devachan deixando
que a infeliz mônada desenvolva uma nova consciência, sem outro material que as
más ações de sua última personalidade. O renascimento será qualificado tanto por
mérito como por demérito da vida prévia, porém a existência devachânica é um sono
10
Termo que significa as massas, a turba. (N. T.)
róseo, uma noite pacífica, com sonhos mais vívidos que o dia, e imperecedoura por
muitos séculos.
de fenômenos espíritas não teriam ficado perplexos, como lhes aconteceu, se não
existisse outro estado além do Devachan. Pois uma vez estando um espírito no
Terra que abandonou, e de seus amigos ainda vivos. Estes amigos, quer tenham
partido antes, quer permaneçam na Terra, se os laços de afeto eram bastante fortes,
permanecerão com o espírito feliz e, para todos os efeitos, tão felizes, bem-
entretanto, para as pessoas, ainda viventes, ter visões ao Devachan, embora tais
visões sejam raras e somente percebidas por uma das partes, pois as entidades no
Devachan, capazes de ser vistas por um clarividente terrestre, estão por completo
Devachan durante tão raras visões e está sujeito, assim, às vívidas ilusões daquela
existência. Acha-se sob a impressão de que os espíritos com os quais trava relações
devachânicas de simpatia vieram visitar a Terra e a ele próprio, enquanto que o que
maior parte delas, sempre que os sensitivos são inteligências puras — são reais,
apesar de ser da maior dificuldade para o médium não-iniciado fixar em sua mente,
numa imagem verdadeira e exata, o que vê e ouve. Da mesma forma, alguns dos
escreve, com sua última caligrafia, em seu estilo e com seus pensamentos, tal como
personalidade desencarnada.
ali no lugar apropriado. Dali, portanto, emerge ao mundo das causas, ou seja, esta
Terra ou outra, conforme seja o caso, quando chega o tempo de seu renascimento.
para o bem e para o mal, geradas na vida anterior, ver-se-á que este processo
acarreta uma explicação do problema que foi sempre encarado como ininteligível: as
que, sejam quais forem, não impedem o desenvolvimento do novo karma, visto que
este será gerado pelo uso que façamos delas, desta vez. Nem tampouco cabe supor
que todos os fatos correntes da vida, alegres ou tristes, sejam o fruto do antigo
karma. Muitos são conseqüências imediatas de atos da vida à qual pertencem — por
certamente são ainda mais estreitas. Existe um estado espiritual pré-natal, à entrada
homem morre, sua alma ou quinto princípio se torna inconsciente e perde toda
lembrança das coisas, quer internas, quer externas. Seja que sua permanência em
Kâma-loka dure uns poucos momentos, horas, dias, semanas, meses ou anos, seja
que morra de morte natural ou violenta, quer esta ocorra na juventude ou na velhice,
e seja que o Ego tenha sido bom, mau ou indiferente, sua consciência o abandona
algum tempo tão apagados como os outros. Seu Mâyãvi-rûpa pode ser lançado na
objetividade, como no caso de aparições depois da morte. Mas, a menos que seja
impossível de ser menor que mil e quinhentos anos, enquanto que a permanência
COMENTÁRIOS
O que antes foi exposto do destino dos princípios humanos superiores depois
desses princípios se encontra, depois que o verdadeiro Ego passou bem pelo estado
mas a esfera em que essa sensação do desejo, que é uma parte da vida terrena,
pode sobreviver.
Pelo que foi dito sobre o Devachan, é claro que grande parte das
incompatíveis, por sua natureza, com a pura existência subjetiva por que passa o
pertencentes aos princípios sutis (embora não nos mais sutis) que abandonam o
corpo por ocasião da morte. Do mesmo modo como a dissolução separa do corpo o
que comumente se chama alma, assim também provoca uma separação posterior
entre os elementos constitutivos dessa alma. Aquela parte do quinto princípio, ou
alma humana, que por sua natureza é assimilável ao sexto princípio — alma
a seu próprio curso espiritual, por mais que ainda mantenha certas afinidades com
as aspirações espirituais que emanam da Terra ou que possa algumas vezes atraí-
desejo, no que se associa à existência objetiva) não exerce nenhuma atração para o
superior, e não passa além da Terra mais do que o fazem as partículas do corpo
entregues à sepultura. Todavia, este quarto princípio não pode ser confinado no
sendo apenas físico em suas afinidades. Assim, permanece dentro da atração local
Ainda com relação ao quarto princípio, uma grande parte dele (no que toca à
proporção relativa) sem dúvida ali permanece. Existindo, ali, muitos atributos do
torrentes de reminiscências, os quais, ainda que não estejam relacionados com uma
vida tão ardente, talvez como os que se relacionem com as aspirações mais
ciência oculta apresenta-se para isto certa dificuldade, pois uma aparência de
consciência permanece inerente à parte astral — isto é, o quarto princípio com uma
consciência individual não pode existir em dois lugares ao mesmo tempo. Mas,
acima de tudo, isto pode acontecer até certo ponto, como logo se perceberá, sendo
adquirir e assimilar novas idéias e de iniciar cursos de ação com base nessas novas
idéias. Porém, existe no cascão uma sobrevivência dos impulsos volitivos que lhe
volição, embora não da volição mesma, e os impulsos que lhe foram comunicados
durante a vida pêlos princípios superiores podem seguir seu curso e produzir
uma coisa muito diferente da consciência vaporosa, volátil e incerta, que continua
inerente neles, quando aquilo que na realidade é a vida, que os cobre, ou seja, sua
vitalização pela infusão do espírito, extinguiu-se em tudo o que a eles se refere. Não
pode a linguagem tornar inteligível de uma só vez todos os aspectos de uma idéia
que apresente muitos aspectos, como tampouco pode um desenho revelar todos os
homem. Nenhum tratado pode fazer mais do que discutir seus diferentes aspectos
Una", para ser assim o agente daquela muito elevada função da vida — a vontade
em sua potência sublime. Como já foi dito, os nomes sânscritos dos princípios
superiores envolvem a conotação da idéia de que são veículos da Vida Una. Não
caso atual é bastante evidente. Qualquer que tenha sido a vontade do quarto
princípio quando vivente, este não é capaz, quando morto, de vontade ativa. Mas
então, sob certas condições anormais, pode parcialmente recuperar a vida durante
certo tempo, ate fato é o que explica muitos, embora nem todos, os fenômenos da
consciência e vida. Disso se pode formar uma idéia pelo primeiro estado em que se
inconsciência durante uma enfermidade, acorda fraca, com sua inteligência confusa,
impressões, ouvindo palavras que lhe são dirigidas e respondendo vagamente. Este
suscetíveis de ser apropriados por outros seres, ou por princípios flutuantes que
sintam atração por algum deles ou por alguma parte deles. Pois bem, o que
por exemplo, de comunicar algum fato a uma pessoa ainda viva. Sem dúvida, o
cascão não vaga pelo Kâma-loka com um propósito firme, inteligente e consciente
de comunicar aquele fato, porém, entre outros, o impulso volitivo de fazê-lo foi
médium (na realidade não tão diferente da pessoa que morreu a fim de que se tome
é então emprestada tanta consciência e tanta inteligência quanto for necessário para
uma lousa e um lápis, ou uma mesa para dar batidas — e, nesse caso, a mensagem
dada, por assim dizer, pode ser aquela que a pessoa morta originalmente ordenara
que o seu quarto princípio revelasse, ordem que o cascão até agora não tivera
fechada, ou de golpes numa mesa, sem que se usem os nós dos dedos ou um
bastão, é por si mesma um fato maravilhoso da Natureza, que demonstra, por parte
quais nada sabemos em nossa vida física. Mas o cascão está no mundo astral, no
pelo uso de novos poderes adquiridos numa esfera mais elevada de existência, do
que a que possuímos das forças, por meio das quais na vida o impulso volitivo é
comunicável aos nervos e aos músculos. Ainda se pode objetar que a "inteligência
apenas por interesse próprio, para exibir o poder que possui sobre as forças
naturais. O leitor há de lembrar-se de que a ciência oculta, contudo, está muito longe
de agentes. Até aqui, neste estudo, bem pouco foi dito sobre os dementais, esses
seus atributos, pela simples e óbvia razão de que o conhecimento relativo aos
grande segredo de que a ciência oculta está encoberta volta-se para o perigo
existente de conferir poderes a pessoas que não deram, antes de tudo, submetendo-
se à instrução dos iniciados, garantias morais de serem dignas deles. Por intermédio
do domínio dos elementais é que alguns dos maiores feitos físicos do adeptado são
são produzidos por atos espontâneos dos elementais que assim atuam. O mesmo
ocorre com quase todos os ioguins e faquires da índia das classes mais inferiores,
que possuem o poder de produzir fenomenais resultados. Por alguns meios, talvez
uma partícula de ciência oculta. Para produzir o fenômeno, não é preciso entender a
ação das forças que eles utilizam, assim como um criado indiano de uma companhia
única operação que lhe ensinaram, o mesmo acontecendo como ioguim inferior, que
objetar que a sua conduta durante as sessões espíritas não fica bem explicada pela
teoria de que tinham alguma mensagem do seu último dono a comunicar. E valendo-
continuidade de inteligência, por parte do dementai ou cascão, que indica muito mais
exato. Mas, com porções do quinto princípio do médium, que lhe tenham sido
transmitidas, o quarto princípio volta a ser um instrumento nas mãos de um mestre.
princípio possam ser transmitidas em grande parte ao cascão errante, redunda que
a consciência desperta nesse cascão, naquele dado momento. Porém, qual é, nisto
uma luz refletida. A memória é uma coisa, as faculdades perceptivas são outra
vida passada. Apesar disso, é incapaz de perceber qualquer coisa em seu aspecto
verdadeiro, pois a mais elevada parte de seu Afanas e Buddhi, o quinto e o sexto
exemplo — pudesse se explicar por si mesmo, provaria que sua memória, com
relação à sua personalidade canina, é tão grande quanto a de seu dono. Entretanto,
a sua memória e o seu instinto não podem ser chamados de faculdades perceptivas.
Uma vez que um cascão está na aura do médium, ele pode perceber,
pêlos órgãos em simpatia magnética com ele. Mas isto não o conduzirá além do
inteligentes, que pode dar, e daí, também, seu invariável e completo esquecimento
alto grau inteligente e instruído, mas destituído de espiritualidade, que tenha morrido
fracos, e (com a ajuda da sombra de sua própria memória) pode pronunciar, por
intermédio de médiuns, orações não desprezíveis. Mas jamais se notará que estas
se relacionem com algo que não sejam os assuntos que o tenham interessado
seriamente durante sua vida, nem uma palavra virá dele que indique um avanço
efetivo de conhecimentos.
Vê-se com facilidade que um cascão astral, atraído para uma corrente
assegura de modo algum que ele esteja animado por uma consciência (mesmo
cujos princípios superiores foi desprendida, pois, com a mesma faculdade, pode
algum tempo. Se alguma nova corrente de pensamento, lançada pelas mentes das
sentimento de identidade começará a vacilar por um curto tempo, entre duas ou três
conjecturas, acabando por desaparecer por completo. O cascão volta assim a seu
loka é também a morada de outra classe de entidades astrais, que devemos lembrar
passam desta vida para outras. Até agora examinamos o curso normal dos
acontecimentos, quando a pessoa morre de modo natural. Mas uma morte anormal
resultados decorrentes diferirão por completo dos que provêm de morte natural. Se
regulares desse modo deliberado que a Natureza favorece, o caso de uma pessoa
que morre de morte súbita, quando todos os seus princípios estão firmemente
unidos e aptos a manter-se assim durante vinte, quarenta ou sessenta anos, ou, o
que seja, o resto natural de sua vida, deve certamente diferir em algo do de uma
pessoa que se acha pelo processo natural em decadência, quando a máquina vital
pára, facilmente dissociável em seus vários princípios, cada um dos quais estando
pronto para seguir seu próprio destino. Á Natureza, sempre fecunda em analogias,
interior do primeiro, seu caroço sairá tão limpo e facilmente quanto a mão de uma
luva, ao passo que do fruto verde somente o caroço é extraído com dificuldade,
ficando a polpa semi-aderida à sua superfície. Pois bem, no caso de uma morte
súbita, acidental ou por suicídio, o caroço tem de ser arrancado do fruto verde. Não
é a questão da culpa moral que pesa aqui sobre o ato do suicídio. É bem provável
que, na maior parte dos casos, a culpa moral lhe seja inerente, mas essa é uma
questão do karma que seguirá a pessoa a que se refere, até seu próximo
renascimento, como qualquer outro karma, e não tem nada a ver com a dificuldade
imediata, que essa pessoa possa encontrar em chegar à morte completa. Esta
dificuldade é evidentemente a mesma, quer uma pessoa se suicide, quer seja morta
no heróico cumprimento de seu dever, quer ainda seja vítima de um acidente, por
Como regra geral, quando uma pessoa morre, a longa conta do karma se
aumentar. O saldo das contas, por assim dizer, não é exigido a não ser no próximo
nascimento objetivo, ou, em outras palavras, as afinidades que no Devachan
voltam a valer tão logo entrem de novo em contato com a existência física. Mas o
violenta expulsão do corpo, não é um mero cascão, mas a própria pessoa, que vivia,
sem que lhe falte mais nada que o corpo. No verdadeiro sentido da palavra, não está
absolutamente morto.
sua constituição astral, eles podem continuar gerando karma, ao mitigar sua sede
muito material e sensual, os prazeres que buscarão serão de tal gênero, mesmo a
ponto de conceber-se que seu deleite, no estado desencarnado, será mais danoso
para seu karma do que o que foram os seus prazeres durante a vida. Nesses casos,
que os ligam a cenas familiares, são seduzidos pela oportunidade oferecida pêlos
vítimas ao crime. Um breve ensaio sobre este assunto, escrito por mim, apareceu na
Theosophist seguido de uma nota, em cuja autenticidade tenho minhas razões para
egoístas, que nunca pensaram no bem-estar dos outros. Surpreendidos pela morte
vidas que não lograram satisfazer, ou mesmo tendo-a realizado, ansiando por mais,
essas personalidades não podem passar nunca mais além da atração terrena para
suicidas, aplica-se o que antes expusemos sobre os que levam ao crime as suas
para escapar à penalidade da lei humana, ou devido ao seu próprio remorso. A lei
natural não pode ser impunemente violada. A inexorável relação causal entre a ação
— e cada caso encontra ali um castigo apropriado, de mil diferentes modos, cuja
como eram inacessíveis durante a vida, aos impulsos naturais para o crime.
arremessado, e que conserva, durante certo tempo, uma enganosa semelhança com
uma entidade real. Temos prestado atenção, também, aos casos excepcionais de
nem para o bem, nem para o mal? Nesse caso, é claro que nada existe que o sexto
princípio possa assimilar. Ou, em outras palavras, essa personalidade perdeu seu
sexto princípio, quando chegou o tempo de sua morte. O Kâma-loka não é mais uma
loka pode ser permanentemente habitado por seres astrais, por elementais, mas
corrente de seus futuros destinos e estes nada têm a ver com a atmosfera da Terra,
nem com o Devachan, mas sim com a "oitava esfera", mencionada somente de
forma casual em escritos ocultos mais antigos. Até o momento deve ter sido
evolução são em número de sete, mas existe uma oitava em conexão com a nossa
cadeia cíclica, e esta oitava esfera está situada fora do circuito, sendo uma espécie
de cul-de-sac, por ser uma região da qual pode em verdade dizer-se que nenhum
viajante regressa.
cadeia planetária, que ocupa um lugar inferior ao da nossa, nessa escala, que tem o
espírito no seu extremo superior e a matéria no âmago, não deve ser menos visível
à vista e aos instrumentos ópticos do que a nossa própria Terra. E, como as funções
imediatamente associadas com esta Terra, não há, na atualidade, muito mistério
quanto ao enigma da "oitava esfera", nem quanto ao ponto do céu onde se pode
iniciados, e com relação a estas informações nada tenho, por agora, a externar.
raio de atração da "oitava esfera", é uma ocorrência bem rara. Na imensa maioria
das vidas existe algo que os princípios superiores podem atrair para si, algo que
pode redimir de uma destruição total a página de uma existência que acaba de
Devachan, vívidas como são, apenas se referem àqueles episódios que podem
vida, cuja essência espiritual é assim extraída no presente, pode chegar a ser
progresso dos vastos ciclos da evolução. Cada uma das longas séries de vidas
pelas quais se tenha passado será, então, como páginas num livro cujo dono o
uma leitura fastidiosa, à qual não recorrerá amiúde. Esse reavivamento eventual de
contudo, uma empresa digna de levar-se a cabo mais adiante. Por enquanto,
voltando ao relato de como os fatos se apresentam, pode-se dizer que, entre todas
durante a sua passagem por este mundo, esteve alguma vez unida a personalidades
terá retido, nesse caso, em suas próprias afinidades, nenhum vestígio ou mancha de
sua degradação. São páginas que terão sido arrancadas do livro sem deixar
relacionada com aquela existência terá passado ao mundo inferior para ali
a teologia moderna mostrou ser guardiã infiel, convertendo em puras tolices os fatos
psicocientíficos.
COMENTÁRIOS
espiritual que segue imediatamente a nossa vida física atual é uma seção da
Natureza, cujo estudo pode ser de uma sedução malsã para quem compreende que,
algumas experiências sobre as suas condições. Podemos já, até certo ponto,
seu aspecto mais amplo, pode impedir que qualquer inteligência dedicada à
consideração desses fatos chegue a conclusões que esse mesmo estudo demonstra
têm a lastimar no que se refere a seus próprios progressos na ciência espiritual, nas
futuro, que unicamente a perfeita clarividência dos Adeptos pode penetrar, antes de
uma visão menos poderosa que sem esforço toma essa região num primeiro estudo,
passa a alma depois da morte, de um modo mais completo e exato do que estão
definidos no capítulo anterior. A natureza da luta que ocorre no Kâma-loka, entre as
díadas superior e inferior, pode agora, segundo creio, ser melhor compreendida do
que no início. Aquela luta parece ser um processo muito prolongado e heterogêneo,
que constitui — não como algum de nós poderia ter conjecturado a princípio, uma
futuro da mônada espiritual após a morte — todavia uma fase da existência que
humanas, que têm abandonado a Terra, manifestar-se a pessoas ainda vivas, por
Mas não devemos deduzir, com demasiada pressa, que a alma humana que
passa pela luta ou pela evolução do Kâma-loka é, sob todos os aspectos, o que à
primeira vista sugere a situação assim apresentada. Em primeiro lugar, devemos ter
mecanicamente pela alma, que (em união, talvez, com os princípios intermediários),
ao deixar a morada de que já não necessita, pode ser vista por alguns clarividentes
Kâma-loka, com respeito à matéria dos princípios astrais. Mas deixando de lado, por
astral.
A luta em Kâma-loka é de fato a vida da entidade naquela fase de existência.
fase de existência, não se relaciona com a opção responsável entre o bem e o mal
que acontece durante a vida física. O Kâma-loka é uma parte do grande mundo dos
efeitos — não uma região em que se originem causas (exceto sob circunstâncias
esgotam, por graus, e a entidade em Kâma-loka, por todo o tempo, possui uma
fluxo e refluxo, como quase todos os processos da Natureza — por uma espécie de
avança, por assim dizer, em direção ao céu, ou retrocede para a Terra, durante a sua
Suas ardentes simpatias por aquela vida não se dissipam de uma vez.
recordar, nem sequer entram no processo de dissipação. Por exemplo, no que nos
referimos aqui como afinidade terrena, não devemos abranger os sentimentos, que
reflexão anterior.
progresso espiritual em que está empenhada, pois faz com que oscile em direção
além do que não estão no domínio das faculdades que operam na alma, enquanto
diante. Pode manter intercâmbio com os seus familiares através de cartas, mas
achará difícil mantê-los a par de tudo o que chega a povoar seus pensamentos. O
emigrante como submetido à lei psicológica cujo véu encobre o seu entendimento,
ele vai sendo cada vez menos capaz de escrever sobre seus antigos temas, porque
estes não só estariam num nível inferior àqueles a cuja consideração se elevaram
apagado de sua memória. Suas cartas seriam uma fonte de surpresa para os seus
destinatários, que diriam, com certeza, que os seus escritos deixavam muito a
desejar e que ele se tomara muito obtuso e estúpido, em comparação ao que era
hábito de centrar sua atenção nas lembranças da vida que deixou, reforçará e
afirmará aquelas tendências que estão em guerra com seus impulsos mais
elevados. Quanto mais amiúde ela for atraída pelo afeto dos amigos ainda viventes,
manifestar a sua existência no plano físico, tanto mais veementes serão os impulsos
que o farão recuar para a vida física e tanto mais grave a demora em seu progresso
espiritual. Esta consideração parece implicar o mais forte motivo que leva os
todo gênero de tentativas para pôr-se em comunicação com as almas dos mortos,
por via dos médiuns. Quanto mais genuínas forem essas comunicações, tanto mais
que ponto são assim lesadas no Kâma-loka. Podemos, também, ser tentados a crer
que, em alguns casos, a grande satisfação usufruída pelas pessoas viventes, que
receberam a comunicação, compensa o dano provocado na alma do morto.
Entretanto, esta satisfação será mais ou menos profunda conforme o amigo ainda
manifestação, não se mostrará nem mais sábia, nem mais elevada, na escala da
Natureza, que o que era ao morrer; ao contrário, tornar-se-á cada vez menos
tempo. Nunca fará justiça, em suas comunicações com os amigos que deixou para
trás. Seu malogro neste ponto há de se lhe tomar cada vez mais penoso,
gradualmente.
falecidos. Podemos dizer que não importa que o interesse do amigo que deixou a
Terra desapareça gradualmente, pois, enquanto fique algo dele ou dela que se nos
manifeste, mesmo este pouco nos causará grande encanto. Também se pode
pêlos seres que ama. O aspecto que aqui não se leva em conta é que no plano
astral, ou no físico, é muito fácil contrair um mau costume. Quando a alma no Kâma-
loka tiver saciado sua sede nos mananciais pela comunicação terrestre da
ela. Podemos causar-lhe um dano grave e quase permanente. Não afirmo que isso
ocorra sempre, mas de um ponto de vista de severa ética sobre o tema, deve-se
outra parte: isto é, quando a alma que se foi embora está dominada pelo desejo não
cuja atenção, por parte dos amigos ainda vivos, gere um efeito bem ao contrário do
loka pode nem sempre ser a expressão da idéia que então ocupa sua mente. Pode
ser o eco de um antigo, talvez muito antigo, desejo que então encontra, pela
primeira vez, um canal para se exteriorizar. Desse modo, ainda que fosse plausível
loka, por uma pessoa que tenha morrido há pouco, seria prudente encarar com
muito tempo e cuja conduta geral, enquanto sombra, não demonstra que retém
proporcionará, julgo eu, aos teosofístas, uma explicação mais satisfatória de muitas
experiências relacionadas com o espiritismo, que deixa na obscuridade a exposição
Terra se debilita cada vez mais, sendo inevitável que exista sempre no Kâma-loka
Estas terão caído, quanto à atividade de seus princípios inferiores astrais, no estado
mais antigos, chamei cascão no texto deste capítulo. Esta denominação, contudo,
não é muito feliz. Teria sido preferível ter seguido outro precedente e tê-las chamado
princípios superiores que não se manifestam por meio dos médiuns. Sua memória
da vida terrestre quase se extingue. Nesses casos, seus princípios inferiores podem
somente ser despertados por influência de uma forte corrente mediúnica para a qual
são atraídos, e então se convertem em pouco mais que meros espelhos astrais, nos
pudermos imaginar as cores de uma tela pintada, penetrando por graus na matéria
da tela, fazendo aparecer por fim o outro lado da mesma com o seu primitivo brilho,
convertemos a galeria, na qual isso ocorre, num lúgubre salão com escuras costas
de quadros sem sentido algum. Isto se parece muito com o que são as entidades no
Kâma-loka, quando afinal se livram da matéria em que atuava a sua primeira
plano astral, que liberta completamente o Ego do Kâma-loka para fazê-lo passar ao
deixado na Terra, quando a alma levanta seu primeiro vôo fora do mundo físico. Com
loka, dentro em muito breve, do mesmo modo que o cadáver que se abandona ao
depósitos gerais de matéria na ordem a que pertencem. Mas até que essa
dissolução ocorra, o cascão abandonado pelo Ego verdadeiro pode, mesmo nesse
estado, ser tomado algumas vezes, nas sessões espíritas, pela entidade vivente.
relação sutil, do mesmo modo que subsiste tal comunicação entre a entidade no
Kâma-loka e o cadáver deixado na Terra. Esta última relação citada mantém-se por
O estudo deste ramo do assunto nos levaria, creio eu, a uma melhor compreensão
durante algum tempo uma relação semelhante, que atua, enquanto dura, como um
gancho do espírito ou mesmo talvez como seu refulgente crepúsculo no cascão. Por
certo, é extremamente penoso para qualquer amigo vivente da pessoa morta ver ou
com mais rigor do que até o momento fizemos. Creio que se adorarmos a nova
expressão "alma astral" para as entidades que acabaram de deixar a vida terrena,
mas que por outras razões conservam ainda grande parte dos atributos intelectuais
do termo (inconveniente) "elemental", que tão facilmente pode nos trazer confusões,
além de ser mesmo muito impróprio aos seres que descrevemos. Faço a indicação
se como tal por mais de vinte e cinco ou trinta anos. Mas em ambos extremos dessa
muito ignóbil e estupidificada pode permanecer no Kâma-loka por muito mais tempo,
consciência, como também, num outro extremo da escala, certa alma muito
persistência das forças e causas geradas no plano superior dos efeitos, ainda que a
média por variadas causas, podem também reduzir-se a uma infinitesimal brevidade,
quando uma pessoa muito avançada em espiritualidade morre após uma vida longa
observar aqui, por mais que, devido à sua natureza, essa possibilidade não ocorra
com freqüência. Nenhum estudante novato de teosofia pode esperar saber muito até
agora sobre os estados de existência dos Adeptos que renunciam ao uso do corpo
decidem optar por uma via que está entre a reencamação e a passagem ao Nirvana,
pelas regiões superiores do Devachan; ou seja, podem esperar, nos estados Arûpa
do Devachan, pelo lento avanço da humanidade para o estado superior que assim
atingiram. Ora, o Adepto que deste modo se converte num espírito devachânico do
tipo mais elevado não será impedido de manifestar sua influência na Terra, pela
reencamação. Esta não seria, por certo, uma influência que se fizesse sentir por
intermédio de qualquer sinal físico para auditórios heterogêneos, não sendo, porém,
impossível que um médium do mais elevado tipo — que mais propriamente deveria
ser chamado vidente — possa assim ser influenciado. É possível que o espírito de
um Adepto desse tipo, de tempos em tempos, inspire algum dos grandes homens da
vai de encontro exigem uma pesquisa mais exaustiva do que a que até agora
empreendemos, mas desde logo é conveniente expor uma idéia relacionada com
poderia levar-nos a prescindir da noção de que a matéria astral necessita ser menos
real e tangível do que a que conhecem nossos sentidos físicos. Basta, por enquanto,
experiências espíritas, explica-se pelo ensinamento oriental que provém deste fato:
o Kâma-loka está na Terra e pertence a ela, tanto como a nossa, alma astral está no
homem vivo e pertence a ele. A região do Kâma-loka, de fato esse grande reino no
estado adequado que constitui o Kâma-loka, perceptível aos sentidos das entidades
mesma maneira que o Kâma-rûpa é o quarto princípio do homem. Pois a Terra tem
seus sete princípios como as criaturas humanas que nela habitam. Assim, o estado
evolucionária passa, dando voltas em torno dos sete mundos que compõem a
pormenores, objetivando expandir esta idéia geral para que se atinja uma completa
grande história irá influenciar mais, no sentido de tornar seu caráter inteligível, do
Os estudantes de filosofia oculta, que assumem esta tarefa com suas mentes
primeiras afirmações que foram feitas. Não se pode dizer tudo de uma vez, e as
primeiras explicações gerais sugerem conceitos com relação aos pormenores, muito
e inteligente. Esses leitores não se satisfazem com um esboço vago, mesmo por um
relatos são incompatíveis com o que ele chegou a considerar como sendo o que
nitidamente se ensinou no início. Ora, neste estudo, o esforço do escritor é no
prematuro crescimento de erva daninha na mente. Mas este mesmo esforço requer,
muito importantes, para serem captados numa segunda viagem pelo antigo
caminho. Assim, portanto, o leitor será bastante amável para retornar à explicação
cadeia planetária.
Algo foi dito então sobre o modo como o impulso de vida passava de planeta
em planeta sob a forma de "ondas ou jorros, e não por meio de um fluxo contínuo".
se afirmou, que o círculo (ou globo) D representa a nossa Terra. Pois bem, lembre-
dos quais três são relativos às forças astrais e elementais, precedendo os reinos
agora vejamos: o que acontece assim que o reino 7 passa ao globo B? Não há um
na onda final da humanidade, que, ao seguir seu curso, deixa atrás de si a Natureza
fato, entra durante algum tempo num estado de obscurecimento. Este estado não é
morte. A própria decadência, embora seu aspecto possa induzir em erro, representa
chave para o significado de uma porção de coisas que de outra maneira seriam
sua atividade. Isto não significa que, desde o momento que a última mônada
humana abandona um dado mundo, esse mundo se paralisa por alguma convulsão
e a anima continuam como antes, durante certo tempo, porém o seu caráter
primeira vez os alcançou a grande onda de vida. São precisos enormes períodos de
tempo para esse lento processo, mediante o qual o mundo obscurecido se entrega
vezes12 mais tempo que o período de ocupação de cada mundo pela onda humana.
12
Ou pode-se dizer cinco vezes, tendo-se em conta o meio período da manhã que precede e o meio período da
tarde, que segue o dia da atividade integral.
Vale dizer: o processo que ocorre, segundo já foi descrito, com relação à passagem
Enquanto isso, a onda de vida prossegue com certa progressão regular, cujo caráter
das sete grandes raças, durante cada período de Ronda num planeta — ou seja,
durante a ocupação desse planeta pela onda de vida. A quarta raça é obviamente a
raça do meio da série. Assim que se passa deste ponto médio e começa a evolução
humano em D passa seu ponto médio. Mas assim como o coração do homem bate e
continua a respiração, não importa quão profundo seja o seu sono, assim também
sono mais profundo. Este processo conserva para a próxima volta da onda humana
os resultados da evolução, que precederam a sua primeira chegada. O despertar de
pois precisa atingir um grau maior de perfeição para a volta da onda humana, que
aquele em que se encontrava quando a última onda deixou as suas costas. Mas a
preparação e de esperança, por assim dizer, reveste a própria evolução com uma
nova energia. Quando a grande onda de vida volta, tudo está pronto para a sua
recepção.
que os diversos mundos, que constituem a nossa cadeia planetária, não eram da
agora ser considerada com mais atenção, se o leitor deseja compreender todo o
Além da Terra, que se acha no ponto material mais baixo de todos, somente
há dois mundos de nossa cadeia que são visíveis aos olhos físicos: um atrás e o
outro diante dela. Estes dois mundos são, na verdade, Marte e Mercúrio — Marte
completo na atualidade, no que diz respeito à onda de vida humana, e Mercúrio, que
não são constituídos por uma ordem de matéria capaz de ser percebida pelo
telescópio. Dos sete planetas, quatro são, pois, de natureza etérea, os quais as
estados de matéria mais sutis que os da Terra. Essa sutileza não anula de modo
do mesmo modo que nesta Terra; mas todo aquele que queira compreendê-los deve
Assim como a cadeia de mundos, tomada como unidade, tem seus pólos
planetária. Com efeito, na evolução do homem, tanto em cada plano isolado como
cálculos a respeito da absorção seletiva. O fato é que a ciência corrente considera o Sol, ao mesmo tempo
demasiado e demasiado pouco, como o depósito da força do Sistema Solar — demasiado, na medida em que o
calor dos planetas se relacionam com outra influência completamente distinta do Sol, influência esta que não será
por completo entendida até que se saiba mais que até o presente sobre as correlações entre o calor e o
magnetismo e da poeira meteórica magnética que permeia os espaços interplanetários. Entretanto, basta - para
refutar qualquer teoria que pudesse opor-se às explicações que agora são dadas, do ponto de vista dos fiéis
devotos da ciência do último ano — que seja assinalado que tais objeções estariam antiquadas. A ciência moderna
é muito progressiva - sendo este um de seus maiores méritos — porém, não é um costume meritório nos
cientistas modernos crer, em cada etapa de seu progresso, que todos os conceitos incompatíveis com esta etapa
devam ser necessariamente absurdos.
ou mais material no ciclo converte-se, deste modo, no ápice invertido da inteligência
humanidade evoluída no arco descendente (ou mesmo cada raça de cada Ronda,
intelectual que a sua predecessora, e cada uma no arco ascendente deve ser
investida de uma forma mais refinada de mentalidade misturada com uma maior
relativamente etéreo (mesmo comparado na Terra com o estado que alcançou aqui
metade da terceira Ronda, a sua estatura gigantesca decresce, o seu corpo melhora
de todo o período dos sete mundos. Desse ponto em diante, o Ego espiritual inicia a
sua verdadeira luta com o corpo e a mente, para manifestar os seus poderes
tipo comum da espécie humana. Essas faculdades que agora, na rara eflorescência
algumas migalhas (por meio destes escritos e de outros meios) ao mundo em geral,
serão então apanágio comum a todos. Quanto ao que seja a sétima Ronda, os
sétima Ronda será bastante semelhante a Deus para que a humanidade da quarta
existência em cada uma das raças ramais, pelas quais deve passar pelo menos uma
vez, o número total que se atingira numa Ronda seria 343, ou seja, a terceira
potência de 7. Mas, na verdade, cada mônada se encarna duas vezes em cada raça
ramal, assim como também faz necessariamente mais algumas encarnações extras.
Por motivos que não são fáceis de adivinhar pêlos leigos, os portadores do
numéricos sobre a cosmogonia, por mais que para o não iniciado seja
incompreensível tal reserva. Na atualidade, por exemplo, não podemos externar qual
que imediatamente nos dizem respeito. Essa concessão, em todo caso, é valiosa
cujo limiar chegamos agora. Este fato é que, na Terra, por exemplo, estando
habitada atualmente pela humanidade da quarta Ronda, ou seja, pela onda da vida
humana em sua quarta viagem ao redor do círculo dos mundos, podem existir entre
propriamente falando, pertencem à quinta Ronda. Pois bem, no sentido do termo ora
empregado, não há que supor que, por algum procedimento milagroso, alguma
unidade individual tenha viajado ao redor da cadeia dos mundos uma vez mais do
humanidade ainda não fez a sua quarta visita, nem mesmo ao planeta que segue ao
Isto pode ocorrer de dois modos. Um homem nascido como um indivíduo comum da
quarta Ronda pode converter-se, por meio do processo da instrução oculta, num
todos os esforços que faça o homem em sua presente encarnação, ele pode
por um forte desejo de vida física, então é evidente que: 24 1/2 (x + y) pode
exceder 28 x. Vale dizer: uma mônada pode em 3 1/2 Rondas realizar tantas
de 3 1/2 Rondas esse resultado não seria obtido, de modo que apenas agora,
depois de haver ultrapassado o ponto médio da evolução deste planeta médio, é que
Não é possível na natureza das coisas que uma mônada possa se avantajar a
suas companheiras em mais de uma Ronda Ainda assim, Buda era um homem da
sexta Ronda, mas este fato relaciona-se com um grande mistério fora dos limites do
presente cálculo. Basta dizer por ora que a evolução de um Buda se relaciona com
algo mais do que simples encarnações dentro dos limites de uma cadeia planetária.
essas encarnações são tão grandes que, apesar do seu número, separam-nas
duração verdadeira dos períodos de Rondas. Nem mesmo se podem citar números
limites. Mas apresentaremos um fato simples que foi claramente manifestado por
quinta raça da quarta Ronda, começou a evoluir há um milhão de anos. E esta ainda
não acabou. Mas, supondo que um milhão de anos constitua a vida completa de
uma raça14, como haveria de subdividi-lo para cada mônada individual? Em uma
raça deve haver mais do que 100 encarnações, sendo difícil que atinjam 120 para
uma mônada individual. Mas aceitemos que já tenha havido 120 encarnações para
tenha sido um século, mas mesmo assim só teríamos 12.000 anos empregados na
existência física, enquanto para a esfera subjetiva são 988.000 anos, resultando
uma média de mais de 800 anos entre cada encarnação. Com certeza, estes
menores que 1.500 anos — não considerando, naturalmente, o caso dos Adeptos,
que se acham inteiramente fora da ação da lei comum — e 1.500 anos, se não
Os casos de crianças que morrem na infância são bem diferentes dos das pessoas
que atingem a maturidade completa, e isto por razões evidentes, que serão
compreendidas pelas explicações que já foram dadas. Uma criança que morre antes
que tenha vivido o suficiente para começar a ser responsável por seus atos, não
mesmo estado em que o ocupou após sua morte no Devachan. Não teve ocasião de
tocar seu novo instrumento, o qual se quebrou antes de estar afinado. Portanto,
anterior. Mas a mônada que se reencarna assim não pode ser identificada
espiritualmente, de modo algum, com a criança que morreu. O mesmo ocorre com
14
A vida completa de uma raça é certamente muito mais longa que isso. Mas quando manipulamos números
desse tipo, penetramos num terreno bastante delicado, porque os períodos exatos são segredos profundos, por
razões que os estudantes não-inicia-dos (“chelas laicos", como dizem agora os Adeptos, ao cunhar uma
designação nova para um estado de coisas novo) só imperfeitamente podem presumir. Cálculos como os
mostrados acima podem merecer confiança tomados literalmente no que abrangem, mas não devem ser
considerados irrefletidamente como base para outros.
uma mônada que ocupe o corpo de um idiota de nascimento. O instrumento não
pode ser afinado, de forma que não pode tocar com ele, nem tampouco com o corpo
da criança nos primeiros anos da infância. Mas esses dois casos são exceções
claras que em nada modificam a regra geral, que foi exposta antes, para todas as
pessoas que chegam à maturidade e que empregam suas vidas terrenas para o bem
ou para o mal.
COMENTÁRIOS
médias gerais, mas induzem a grandes erros quando se trata de aplicá-las em casos
limites tão amplos, que qualquer regra que se baseie neste ponto deve provocar
calculada para adultos. Entre a criança pequena, que não tem período devachânico,
e o adulto que completa um período médio, devemos ter presentes as pessoas que
morrem na juventude, que acumularam karma e que, portanto, têm de passar pelas
etapas habituais do desenvolvimento espiritual, mas para os quais a vida curta que
tiveram não produziu causas que exijam muito tempo para esgotar seus efeitos.
artificiais, que se realizam pela intervenção direta dos Mahâtmâs, quando um cheia,
que, ainda sem ter adquirido o domínio de fazê-lo por si mesmo, é atraído à
encarnação quase imediatamente após sua morte física precedente, sem que tenha
sido necessário flutuar na corrente das causas naturais. Nesses casos, pode-se
dizer que os direitos adquiridos por essas pessoas, com relação aos Mahâtmâs, são
isentos de agir por capricho em tais assuntos, é fruto do esforço de suas vidas
precedentes e, portanto, de seus karmas. Mas, de todas as formas, esses casos são
cada idéia nova, provocando uma perplexidade que é logo atenuada. Com respeito a
outro assunto de que se tratou nas páginas anteriores, parece-nos agora que não se
manifestações, visto que a outra versão admitia a possibilidade de que uma mônada
possa efetivamente ter dado uma volta a mais ao redor dos sete planetas do que
desse mistério se encontra fora do domínio de fatos a respeito dos quais os Adeptos
de bom-grado falam livremente. O leitor deve entender, assim, que a explicação que
ensinamento geral.
fenômenos descritos com relação a cada um dos planetas que afetam em sua
quando chega o tempo dessa transição, mas o planeta que abandona não fica
planeta ocupado pela grande onda, passam adiante de mundo em mundo, no que
poderia denominar-se a Ronda interna da evolução, muito mais à frente que a raça
uma alma, ainda no meio do grande vórtice humano, para fora da atração do planeta
ocupado pela onda, dentro da atração da Ronda Interna? Tal é a questão que no
apresentar acerca das Rondas Internas, sobre o modo como este fato da Natureza,
tenham associado a ela um significado mais lato que agora indicamos. No tempo
povoá-lo de novo.
8. O PROGRESSO DA HUMANIDADE
existência. Mas terá visto, igualmente, que a Natureza, dotando estas entidades com
escolher entre o bem e o mal. Nas primeiras Rondas da humanidade, este privilégio
sob princípios bem diversos. As fases de existência, que então se apresentam, não
podem ser admitidas pelo Ego sem méritos positivos próprios, adequados aos novos
desenvolvimentos em perspectiva; não basta que a entidade, já completamente
suas faces simultaneamente, fez com que nosso exame da Natureza tenha apenas
processo planetário que nos concerne, como uma série contínua, através da qual
tem de passar a humanidade em geral. Mas deve-se lembrar que foi dito que a
sétima Ronda, a raça quase terá saído do humano para converter-se no divino. Pois
bem, todo ser humano, neste grau da evolução, estará identificado por uma ligação
outro por meio de outra não menos longa série de vidas perversas e degradadas?
Isto certamente não pode acontecer, e devemos questionar agora: como se mantêm
ocupa no momento, permitem também ao Ego perdurável fazer a sua escolha final.
Este período — esse enorme período, pois a Natureza não se apressa em colher
suas criaturas numa armadilha em tal assunto — apenas principiou, sendo preciso
que transcorra uma Ronda completa ao redor dos sete mundos antes que ele
termine. Até que se tenha passado o ponto médio do quinto período nesta Terra, a
irrevogável. Começamos agora a tomar posse das faculdades que tornam o homem
conseqüências do futuro.
luta. Até então, o curso corrente da vida pode ser uma boa ou má preparação para a
luta, mas não se pode descrever honestamente que seja a própria luta. E agora
temos de examinar a natureza da luta, que até agora consideramos como a escolha
entre o bem e o mal. Isso não é, de forma alguma, inexato, mas sim, uma definição
incompleta.
denotam devem, em verdade, ser ampliados até certo ponto, para que se
processos do raciocínio.
tempo uma atividade das nações européias, e nesse setor elas obtiveram do
progresso humano tão magníficos triunfos, que nato haverá nada, na filosofia oculta,
que seja menos aceitável para os mesmos europeus, enquanto estas idéias não
forem bem apreendidas, do que o primeiro aspecto da teoria oculta sobre o intelecto
alcance das faculdades internas do homem. Ela somente tateou às cegas na direção
expositor moderno desta idéia, quando muito sustenta que existe a faculdade da
em seu aspecto inferior e, nesta região inferior de sua atividade, a mera ciência
física pode, ou mesmo deve, penetrar gradualmente. Mas a aquisição por meio do
Ego humano. Pois há uma coisa que o processo intelectual não ajuda a humanidade
bem que como concessão a "irmãos fracos" e à "religião", a qual olha com benévolo
certeza a vida humana física como o único assunto sério de que se ocupam os
existência física. O intelecto, assim, incorre em erro, quando dirige todos os seus
não é uma mera escolha entre idéias que tão claramente se diferenciam, como a
iniqüidade e a virtude. Não é uma questão tão primária como essa — que o homem
seja mau ou bom — que realmente deve ser a decisiva, no ponto de retomo crítico
um novo mistério) que a questão de ser ou não ser não se determina por um homem
completamente mau ou bom. Pode-se ver com toda clareza que deve haver uma
espiritualidade má, assim como uma espiritualidade boa. De modo que a grande
questão da continuidade da existência baseia-se, total e necessariamente, na
homem deve viver, se é bastante bom para se lhe permitir continuar vivendo", como
de se pode o homem viver por mais tempo nos planos superiores da existência, para
os quais a humanidade deve finalmente evoluir. Está ele apto para viver pelo
de sua tarefa.
moralidade, como o sistema que a filosofia oculta pesquisa e explica. Mas o que é o
mais do que homem, e não possa prosseguir na senda do progresso com o auxílio
causa do progresso.
determinadas pela espiritualidade, não levando em conta seu matiz moral — contém
o grande significado da doutrina oculta de que, "para ser imortal no bem, é preciso
identificar-se com Deus; para ser imortal no mal, com Satã. Estes são os dois pólos
do mundo das almas; entre estes dois pólos vegeta e morre, sem lembrança
dos outros, por serem imortais no bem ou imortais no mal. Justamente o mesmo
porque, por seres morno, e nem frio, nem quente, eu te vomitarei de minha boca."
mais elevado, o que conhece as funções da Natureza por meio da assimilação direta
a essa opinião é a de que a mente nada pode conhecer, a não ser por meio da
observação dos fenômenos e do raciocínio a respeito deles. Isto é o erro, ela pode
fazê-lo e a existência da ciência oculta é a mais elevada prova disso. E há por toda
parte ao redor de nós sugestões que apontam na direção dessa prova, se tivermos a
que se impuseram à atenção do mundo —, que não existem outras vias de acesso à
consciência, a não ser a dos cinco sentidos. Com certeza, no mundo comum, a
observação.
humana. Tal é o médoto utilizado pelos Adeptos para instruir seus discípulos no
capítulos anteriores, infiltra-se na mente regular do cheia, pelo fato de que se lhe faz
ver o processo que acontece mediante a visão clarividente. Em sua instrução não se
Natureza são familiares como os dedos da mão para nós, acham muito difícil
explicar num ensaio, que não podem ilustrar de modo que produza imagens mentais
consciente da posse do sexto sentido, visto que o tempo de sua atividade ainda não
chegou. Já se declarou que cada Ronda por sua vez se destina a aperfeiçoar no
assimilar a que se segue. As Rondas iniciais referem-se ao homem que foi descrito
totalmente à existência.
referências ali feitas sobre a união da alma do Arhat com Deus. Em outras palavras,
isto exprime o desenvolvimento prematuro de seu sexto princípio, Ele força seu
um homem da quarta Ronda, para atingir essa etapa da evolução que está
quinta Ronda. Para isso, há de se observar que ele tem de atravessar todo o grande
margem afastada desse mar no qual grande parte da humanidade perecerá. Ali
espera pela chegada de seus companheiros com uma satisfação que as pessoas
errônea, que esta espera não é no corpo físico, pois tendo adquirido finalmente o
ordinário da Natureza, para cada grão de trigo desenvolvido que cai no solo
apropriado e se converte numa espiga. Assim como são muitos os grãos que não
chegam a esse ponto, muitos são os Egos humanos que não passam pelas provas
evolucioná-lo num ser imensamente superior, para ser um agente consciente e, por
segundo é perpetuar esta vontade induzindo-a a que se una com o objetivo final da
Natureza, isto é, com o bem. No curso dessa operação, é inevitável que grande
sofrimento temporário, seja dispersa e aniquilada. Mais do que isso: o objetivo final
apenas se concretiza por um gasto enorme de material. Assim como isto ocorre nos
estágios inferiores da evolução, onde de cada mil sementes que um vegetal produz,
germes divinos da Vontade são semeados no peito de cada homem, com a mesma
abundância que as sementes arrastadas pelo vento. Deverá ser impugnada a justiça
da Natureza pelo fato de que muitos desses germes perecem? Tal idéia só pode
brotar numa mente que não compreende o espaço existente na Natureza para o
desenvolvimento de cada germe que escolhe estender-se como preferir, seja numa
ordem grande ou pequena. Se a alguém parece horrível que uma "alma imortal"
costume de considerar tudo o que não é vida microscópica como eternidade. Nas
Divino, para além do que o cérebro comum tem concebido até agora como
imortalidade. Cada ação boa e cada impulso elevado que tenha realizado ou sentido
das causas que se geram numa de nossas breves vidas na Terra resultam efeitos
eternos! Espera-se que nessa milésima parte de nossa vida objetiva na Terra,
causa suficiente para decidir toda a nossa carreira futura. Na verdade, a Natureza
força de vontade humana na direção certa que, por mais estranha que possa
parecer essa expectativa recém-afirmada, por mais estranha que ela possa ser
quando aplicada às vidas comuns, uma breve existência algumas vezes pode bastar
produz um Adepto em nossa vida, deve ter sido muito perfeita, e as condições de
possível realizar um profano não-iniciado. Já nos casos comuns, a vida que está
harmoniosa que seja esta última, só pode produzir o correspondente duplo resultado
16
Na prática, minha impressão é a de que isso se consegue raramente numa vida na Terra mas,
antes, em duas ou três encarnações artificiais
Observe-se que o modo como o Adepto se liberta da necessidade desse novo
teológico quando se explica nos escritos exotéricos com relação a karma, Skandna,
das afinidades geradas pelo quinto princípio, ou seja, a alma humana permanente
durante a vida. Vale dizer: as afinidades que se engendram nos casos comuns são
parte materiais e parte espirituais. Assim, fazem a alma apresentar, em sua entrada
no mundo dos efeitos, uma dupla série de atrações que lhe são inerentes, sendo
outra que se desperta no final dessa vida, fazendo essa alma voltar à reencarnação.
Mas se a pessoa durante sua vida objetiva não desenvolve absolutamente nenhuma
com todas suas atrações tendendo na direção da espiritualidade, sem nada que a
impulsione a voltar à vida objetiva, e então ele não retorna. Eleva-se a um estado de
Adepto, por mais elevado que seja, volta à encarnação eventualmente, após o resto
humana precisa manter ainda uma certa afinidade com a Terra, embora não com a
poucos que fogem à regra não precisam ser mencionados; o senso de justiça, no
que se refere ao destino dos homens bons, é amplamente satisfeito, passo a passo,
pelo curso da Natureza, à medida que o tempo passa. O espírito de vida está
final, durante sua longa preparação para o mesmo. Nem tampouco é absolutamente
fatal o fracasso neste exame. Os fracassados ainda podem tentar nova prova, se
oportunidade.
Uma explicação cabal das circunstâncias em que essa espera ocorre nïo se
faça valer, o Ego deve ter desenvolvido uma atração positiva pela matéria e uma
suficientes para fazer passar o Ego por cima do grande golfo, o destino que sai ao
sua vida e tiveram sua parte de Céu, mas não são capazes de subir às enormes
altitudes do progresso espiritual que têm pela frente. Porém, estão habilitadas para
duração de tal espera está, por certo, fora do alcance de qualquer imaginação,
Uma vez entendida essa última contingência, está diante do leitor todo o
humana, que será, no tempo posterior, senhora de seu próprio destino, ainda que
naufrágio prematuro, seja estimulada e animada em seu curso. Mas o destino final
que se apresenta a esta alma é não só o desenvolvimento num ser capaz de cuidar
de si, como num ser capaz de cuidar dos outros, de presidir e de dirigir, dentro do
claro que antes que a alma tenha adquirido o direito a esse grau, tem de ter sido
examinada, concedendo a ela domínio completo sobre seus próprios assuntos. Esse
domínio completo implica necessariamente o poder de naufragar. As salvaguardas
que defendem o Ego em sua juventude — sua incapacidade para passar a estados
em sua virilidade. Então, toma-se potente sobre seus próprios destinos, não só
abandonar a luta de dois modos. Pode atingir a sublime espiritualidade para o bem
ou a sublime espiritualidade para o mal. Pode aliar-se ao físico, não para o mal, mas
para a total aniquilação. Ou, por outro lado, se não para o bem, mas para o
COMENTÁRIOS
mônadas que não atravessam o período médio da quinta Ronda, tão logo a onda da
evolução avança, deixando-as, por assim dizer, encalhadas nas costas do tempo.
Tão-só se indica em poucas palavras que os fracassos de cada manvantara não são
de modo algum aniquilados quando chegam "ao final de sua carreira", mas são
período de espera que estes fracassados têm de suportar é, antes de tudo, de uma
duração tão estupenda que frustra a imaginação. A última metade da quinta Ronda,
toda a sexta e a sétima têm de ser levadas a cabo com os graduados bem-
seres que estão em plena atividade da vida, por mais que tal transe, destituído de
consciência, não seja mais enfadonho que uma noite sem sonhos, na memória de
pode ser considerada digna de pena em primeiro lugar, antes pelo que perdem do
que pelo que incorrem. Em segundo lugar, entretanto, é digna de pena em vista das
sentido próprio, tendo presente a observação de que "no princípio" é uma simples
mineral e outros, prossegue da forma que já foi descrita nos primeiros capítulos
curso dos acontecimentos é um pouco diferente — mais fácil, se posso tornar a usar
uma expressão que é muito mais adequada a uma conversa, do que ao uso do
sentido rigorosamente científico. Além disso anda mais rápido o processo, pois
que também já existe, esteja em estado perfeito para elas. A verdade, pois, parece
doutrina esotérica que afeta a evolução corrente da nossa própria raça, estas
interesse meramente intelectual e ainda não podem ser muito ampliadas com
personagem cujo nascimento não se reveste das estranhas maravilhas com que a
fantasia popular a envolveu. Nem tampouco seu progresso para o Adeptado deixou
desenvolvimento espiritual por que passou Buda, durante sua vida terrena, como
problema dessa natureza, é tratar a lenda esotérica como uma tradição de milagres,
a respeito da qual não é necessário acrescentar nada, ou como um puro mito, que
agrega uma decoração fantástica a uma vida notável. A vida de Buda, admite-se, por
mais notável que tenha sido, deve ter sido vivida segundo as teorias sobre a
Natureza, atualmente aceitas desde o século XIX. O exposto nas páginas anteriores
prepara o terreno para a exposição do que ensina a doutrina esotérica sobre Buda.
sobre Buda, de que sua encarnação neste mundo foi devida a uma concepção
imaculada. A ciência oculta não conhece processo algum à produção de uma criança
humana física, senão o determinado pelas leis físicas; mas, sim, conhece-se muito a
respeito dos limites dentro dos quais a Vida Una, ou "mônada espiritual" progressiva,
ou seja, o fio contínuo de uma série de encarnações pode eleger corpos de crianças
feita por ação do karma, de forma inconsciente, no que diz respeito ao Ego espiritual
emergente ao Devachan. Mas, nos casos anormais em que a Vida Una penetrou o
de guiar seu próprio Ego espiritual com plena consciência do que faz, após ter
está em seu poder a escolha de sua própria encarnação seguinte. Mesmo durante a
conscientes que dirigem o sistema planetário a que pertence, e por grande que seja
fenômeno reproduzido amiúde pêlos Adeptos superiores até hoje. Assim, muito do
Mas as reencarnações dos Lamas do Dalai e Teshu, no Tibete, das quais se riem os
viajantes por falta de conhecimento que lhes permitam distinguir os fatos reais dos
é absolutamente certo que, com toda a previsão que mesmo um Adepto possa
relativamente impotente. Fora do corpo é exatamente o que foi sempre, desde que
se converteu em Adepto. Mas, no que diz respeito ao novo corpo que ele escolheu
oculto regular no Adeptado, antes que possa dispor de um corpo totalmente pronto
para o trabalho oculto no plano físico. Todos esses processos são imensamente
simplificados, é verdade, pela força espiritual peculiar que atua dentro do corpo. Em
criança e, como parece natural, muito incomoda e pouco à vontade. A condição seria
será fácil verificar a história popular de sua origem miraculosa e traçar as referências
Nenhuma referência, por exemplo, parece menos promissora como uma alusão a
qualquer coisa que se pareça com um fato científico do que a afirmação de que
Buda entrou nas entranhas de sua mãe como um jovem elefante branco. Mas o
como um belo e raro exemplar de sua espécie. O mesmo acontece com outras
lendas pré-natais que indicam o fato de que o futuro corpo do menino fora escolhido
dentro dele. Os trinta e dois signos de Buda, que a lenda descreve por meio de um
desses raros fracassos antes mencionados. Pelo contrário, foi uma escolha
suas lutas ascéticas e tentações, e de sua chegada final ao estado búdico sob a
Dessa época em diante, sua obra teve uma natureza dual, tinha de reformar e
revisar a moral popular e a ciência dos Adeptos — pois o próprio Adeptado está
Um Buda visita a Terra em cada uma das sete raças do grande período
planetário. O Buda de que nos ocupamos foi o quarto da série, e esta é a razão pela
qual consta como o quarto na lista, citada por Mr. Rhys Davids, de Bumouf - a título
de ilustração do modo como a Doutrina Setentrional tem sido, segundo Mr. Davids
milhares de anos. O sexto virá no início da sétima raça, e o sétimo, para o final da
mesma raça.
quarto Buda é o que foi identificado com esta raça, enquanto o quinto não virá até
desde o início para a nova colheita de humanidade que vai brotar. Recorde-se que a
novo período da Ronda. Com a primeira infusão da corrente de vida nas espécies
que formam os "elos perdidos", começa a evolucionar a primeira raça da nova série.
Então aparece o Ser, que pode ser considerado o Buda da primeira raça. O Espírito
Planetário, ou Dhyan Chohan, que é — ou, para evitar uma idéia errônea pelo uso
sucessivas de homens nos milhões de anos vindouros, antes que a primeira raça
tenha concluído seu curso. Desta chegada, no princípio do período de Ronda, de um
Ser Divino sob forma humana, é de onde nasce o conceito inextirpável do Deus
A doutrina, conforme Mr. Davids, de que "cada Buda mortal terreno tem seu
puro e glorioso correlativo no mundo místico, livre das degradantes condições desta
vida material — ou antes, que o Buda, nas condições materiais, é apenas uma
esotérico. Esta identificação, vale lembrar, é um modo de falar que não deve ser
questão, uma unidade que não deixa lugar ao isolamento da individualidade. Tudo
Natureza, incluídas nos capítulos anteriores, e não deve ser, de forma alguma,
tratá-lo como uma invenção recente dos budistas do Norte. Adi-Buddha significa
sabedoria primordial, sendo mencionado nos livros sânscritos mais antigos. Por
amigo meu na índia, pândita brâmane de primeira Unha, como erudito sânscrito,
mostrou-me cópia desse livro, que não foi, segundo ele, traduzido para o inglês, e
me indicou uma frase que se relaciona com a presente questão e que me foi
Dharmas têm existido por toda a eternidade." Gowdapatha é escritor filósofo acatado
extensamente.
hierarquia em que desde então se converteu sob sua influência. Nunca houve época
alguma no mundo sem Adeptos, mas, às vezes, eles estiveram disseminados por
todo o mundo, ou isolados em reclusões separadas, gravitando ora por um país, ora
por outro. Finalmente, vale recordar, seu conhecimento e poder nem sempre foram
inspirados na sublime e severa moralidade que Buda infundiu em sua última e mais
recusar o estado afortunado do Nirvana, o que lhe cabia completo direito após sua
se fala pouco nas obras exotéricas do Budismo, mas cuja vida, sem ser conhecida,
até hoje sob curiosas circunstâncias, mas os portadores modernos dela não estão
nascimento, parece ter ocorrido na costa do Malabar — uns sessenta anos após a
simplesmente Buda em todos aspectos, num novo corpo. Esta opinião não será
acolhida pelas autoridades hindus não-inicia-das, que atribuem uma data posterior
independente, e mesmo oposto ao Budismo. Entretanto, não deixa de ser por isso o
que acabamos de manifestar, na opinião real dos iniciados na ciência esotérica, quer
carreira.
vezes ocorria alguma exceção em favor dos Tshatryas, mas a regra era exclusiva no
mais alto grau. Esta regra, destruída por Buda, admitia igualmente todas as castas
indignas, não indignas devido à inferioridade de casta, mas pelo fato de que a
confiança. A questão era: é preciso deixar fora dos segredos e poderes de iniciação
todos aqueles que não são virtuosos e dignos de confiança. Com este fito, é
também não admitir candidatos exceto da classe que, no geral, por causa de suas
apropriados.
luta sectária que viu iminente. A oposição ativa dos brâmanes contra o Budismo
começou no tempo de Asoka. Grandes esforços envidados por Asoka para espalhar
o Budismo provocaram temores por parte dos brâmanes, por sua influência social e
política. Deve-se ter presente que os iniciados não estio completamente livres, em
vínculo muito mais forte que qualquer outro. Porém, mais de uma vez verificou-se
que não se podia apagar todas as outras diferenças. Assim, os iniciados brâmanes e
um forasteiro e a família, sudras. Isto era suficiente para tomar antipática sua política
ensinamentos foi tão grande que sua importância disfarça a mudança introduzida.
esotérica. Deixou o povo entretendo-se com suas antigas mitologias, mas com o
apoio de guias filosóficos que eram budistas esotéricos sob todos aspectos, se bem
que reconciliados com tudo que era imperecível no Brahmanismo. A grande falta do
faço estas declarações não com base em investigações próprias — pois não sou um
somente por meio de prakríti, a matéria, em que tudo tem lugar, desta maneira, por
realização espiritual, crendo que isto é possível principalmente por meio de Bhakti
que os adwaitees apenas acreditam na salvação por meio das obras e os adwaitees
Dhyan Chohan, que visitou primeiramente este planeta, na aurora da raça humana,
na Ronda presente — há mais milhões de anos do que os que se possa mencionar
do Sul, que sempre foi a mais importante; uma, em Jugger-nath, em Orissa; uma em
adição a seu nome individual. Surgiram desses quatro outros centros, e hoje existem
abriu demasiado as portas do santuário oculto. Sua terceira aparição foi na pessoa
inacessível para o povo comum do país, assim como para outras gentes, e na qual
XIV — cedido lugar a um movimento generalizado rumo ao Tibete, por parte dos
então disseminados muito más que o que era prudente à segurança da humanidade.
Tsong-kapa assumiu a tarefa de colocá-lo sob o domínio de um sistema rígido de
regras e leis.
de castas, elaborou um código de regras como guia dos Adeptos, cujo resultado foi
importância acerca da questão que tratamos agora, e das relações entre o Budismo
significado.
dos cinco Dhyanis celestiais ou Budas celestes, como se supõe geralmente, que se
diz foram criados por Sakya-Muni depois de elevar-se ao Nirvana, mas, sim, de
doutrinas. Até então não tinham ocorrido outras encarnações que as dos cinco
Budas celestiais e de seus Bodhisattvas, cada um dos primeiros tendo criado (leia-
se, encoberto com sua sabedoria espiritual) cinco dos últimos... Entre outras
reformas, Tsong-kapa proibiu a necromancia (que é praticada até hoje com os ritos
que os Dalai Lamas. Estes últimos são criação de um Tda-shi Lama, Nabang-lob-
foram levadas ao Ceilão pelo filho de Asoka, o Budismo que abriu seu caminho no
expressa: "O elemento mais importante na reforma budista foi sempre seu código
social e moral, não as suas teorias metafísicas. Este código moral, tomado em si
mesmo, é um dos mais perfeitos que o mundo jamais conheceu; e esta foi a bênção
— "permaneceu e estendeu-se por todo o país, não havendo uma nação mais
bondosa, nem de mente mais pura, nem mais singela, nem mais temerosa do
Budismo.
disponho de argumentos, nem folga literária que exige seu desenvolvimento num
com as explicações que agora apresento. Mas nem por isso deixam as explicações
tanto no aspecto erudito como no esotérico. Seu conhecimento íntimo lança luz em
toda a situação, que os livra do perigo de desvirtuar textos e cometer erros com
relação à simbologia obscura. Saber quando nasceu Gautama Buda, o que está
sua biografia, é saber pouco menos que nada sobre o verdadeiro Buda, muito maior
dissecando o papel em que esta foi pintada. É difícil para as mentes instruídas, de
acordo com o processo intelectual da pesquisa física — como acontece, seja direta,
sendo necessária uma faculdade mais elevada para penetrá-los plenamente, sendo
mais impossível ainda forçar seu significado em outra mente por meio de palavras.
graus de iluminação espiritual que os diversos candidatos a tal estado podem obter.
estado devachânico mais elevado no Arûpa loka não se compara com o estado
espiritual levou a cabo a enorme viagem do primeiro planeta até o sétimo, e ali
findou então sua existência — ali terminando suas multiformes existências, com
inconcebível, descansa antes de voltar a assumir seu circuito dos mundos. Este
estado pode ser considerado como o Devachan dos estados devachânicos — uma
mesmos estados subjetivos dos planetas no arco ascendente, que superam tanto os
das vidas objetivas, o ser espiritual perfeito atinge um estado em que lhe acode a
deter a sua vista nas curiosas mascaradas das existências subjetivas, como então
lhe parecerão, nos pormenores diminutos de qualquer uma das vidas terrenas pelas
quais ele passou, e pode aprofundá-las, bem como a todas as coisas com que de
alguma forma se tivesse relacionado, pois no atinente a esta cadeia planetária ele
morte na metade da quinta Ronda e abriram seu caminho através da sexta e sétima
Rondas.
do Nirvana,
Vale a pena continuar a especular sobre o que vem depois? Pode-se dizer
que nenhum estado de consciência individual, embora seja uma fase do sentimento
individualidade se funde no Todo. Usamos tais frases como fichas intelectuais, mas à
mente comum — dominada pelo cérebro físico e pela inteligência cerebral — podem
sublime de repouso consciente na onisciência. Seria ridículo, depois do que foi dito
antes, tratar das discussões que se travaram, entre os que se dedicam ao estudo do
mais alta que se pode conceder ao cidadão mais meritório? Ou é uma colher de pau
feitas sobre Buda. Diz-se que ele atingiu o Nirvana estando na Terra. Também se diz
Espírito-Ego ao estado infalível do Nirvana. Não se deve supor que qualquer Adepto
pode tentar facilmente essa passagem. Apenas pequenas alusões à natureza deste
grande mistério chegaram até mim mas, reunindo-as, creio estar certo ao dizer que
a proeza em questão é uma das que apenas alguns dos iniciados elevados estão
qualificados a tentar, pois exige uma total interrupção da animação do corpo, por
física contra a decadência natural, durante esse período, por meio dos recursos da
ciência oculta, é difícil de obter. Além disso, é um processo que envolve um duplo
riscos é a dúvida de que, uma vez alcançado o Nirvana, o Ego queira voltar. O
abstração mais pura. O segundo grande risco é que, supondo que o sentido do
dever prevaleça sobre a tentação de ficar - tentação, tenha-se presente, que não é
mesmo assim, sempre é duvidoso que o viajante possa voltar. Apesar disso tudo,
houve muitos outros Adeptos, além de Buda, que constataram a grande passagem,
e de quem os que lhes rodearam nessas circunstâncias disseram que seu retomo à
semanas. Iniciar novamente a fatigante volta à vida física, curvar-se sobre a Terra
A renúncia de Buda foi de certo modo inexplicável, ainda maior, porque não
só voltou do Nirvana por bem do dever, a fim de terminar a vida terrena em que
dever tinham sido plenamente satisfeitas e seu direito de passar ao Nirvana, durante
incalculáveis evos, estava adquirido do ponto de vista mais alto de sua missão
terrena, renunciou a essa recompensa, ou, antes, a protelou por tempo indefinido
arraigado, que á maior parte de nós adquiriu, de calcular o proveito por um tipo
físico, e mesmo com relação a este tipo, considerando os aspectos estritos dos
negócios humanos. Por tudo o que foi fundamentado no capítulo anterior sobre o
Buda queria conferir aos homens. O que necessariamente é, para ele, a grande
Para um Adepto, até que chegue esse tempo, tudo é uma preparação à luta
suprema e, portanto, quanto mais deve sê-lo para um Buda. O bem-estar material da
não deve ser considerada como algo tão nas nuvens que jamais influa no que hoje
e material traga uma época de boa colheita para o progresso de outro gênero. No
da espiritualidade possa chegar a ser percebida pelo intelecto, mesmo antes de ser
sentida, se a atenção desse penetrante, embora pouco simpático tribunal, puder ser
que ao final estejam aptas para aquele ainda inconcebível estado. O grande triunfo
da raça presente de espíritos planetários, que atingiu esse estado, será o de atrair
para si tantos Egos quanto possível. Estamos ainda longe da época em que possa
qualificação, tanto mais que o karma que se propaga através de vidas sucessivas
esclarecida de nossos mais elevados interesses, num remoto futuro, coincidirá com
seguinte reencarnação.
que se deve perseguir, pouco importará que os homens o sigam numa ou noutra
combater — isto é, a primitiva crença hindu de que moksha fosse alcançada por
meio de bhatki, sem ter em conta o gnyanam. Vale dizer: a salvação pode ser obtida
a regiões de elevação espiritual tão exaltada que o candidato a elas almeja, o que
modo como usualmente atua na Natureza, sob qualquer circunstância, pode chegar
o momento em que uma pessoa, em virtude apenas de ter sido boa, se converta de
homens lançarem suas almas dentro do estado subjetivo, preparadas para assimilar
em tempo oportuno com impulsos na mesma direção. Nada produz tão desastrosos
noção prevalecente de que uma religião, se for seguida com espírito piedoso, é tão
boa como outra qualquer, e que se tais e tais doutrinas são talvez absurdas, quando
senão que as observarão numa atitude mental sem mácula. Uma religião não é de
modo algum tio boa como outra, mesmo quando todas sejam geradoras de vidas
igualmente boas. Mas prefiro evitar toda crítica de crenças específicas, deixando
que este livro seja uma simples e inofensiva manifestação das doutrinas internas
seus aspectos externos, anais inocentes e sem sangue — produziu realmente vidas
sem mácula através de toda sua existência. De mais a mais, não é por uma
espiritualidade deva ser cultivado. O grande resultado será obtido pela tendência a
muitas palavras, muitas polêmicas e disputas. Mas, de qualquer modo, pode ser
criador, aos períodos do manvantara17 e aos períodos do pralaya. Tal coisa perpassa
por várias mitologias orientais, mas não trataremos aqui de seu aspecto simbólico. O
raças e reflui de novo — tal manvantara foi tratado pela maior parte das religiões
Nirvana. Daí que a expressão deve ser considerada como bem elástica. Na verdade,
pode-se dizer que sua elasticidade é infinita, e isto explica a confusão que tem
secreta, têm ao menos um sêxtuplo sentido para o iniciado, enquanto o leitor não-
iniciado, supondo que uma palavra só significa uma coisa, e tratando sempre de
17
A palavra manvantara ou manwantara, transliterada do sânscrito, significa literalmente "período entre dois
Afanas" (Manuantara). (N. T.)
esclarecer seu sentido, pelo confronto de suas diferentes aplicações e sua média,
A cadeia planetária que nos diz respeito não é a única que tem o nosso Sol
como centro. Assim como há outros planetas além da Terra em nossa cadeia, do
mesmo modo há outras cadeias, além desta, em nosso sistema solar. Há sete delas
pralaya solar. No intervalo entre dois desses pralayas, o vasto manvantara solar
nossos pralayas solares devem ocorrer, antes de chegar a grande noite cósmica na
desenvolvimento parcial, não são destruídos. Sua vida ou energia vital passa por
uma noite ou período de repouso. Também têm, por assim dizer, um Nirvana próprio.
E por que não haveriam de tê-lo essas entidades fetais e infantis? São todas, como
nós, geradas pelo elemento uno. Assim como nós temos nossos Dhyan Chohans, do
mesmo modo elas têm, em seus diversos reinos, guardiães elementais e são em
sua sétima e última Ronda seja o mesmo de sempre, cada planeta, em vez de
reino, tendo chegado a seu último círculo, resta em cada planeta, depois da saída do
homem, simplesmente o Mâyâ das formas que existiram. A cada passo que dá nos
planeta que fica atrás converte-se num mero cascarrão vazio. Após sua partida, vem
permanecem no espaço em seu sono letárgico, até que são chamadas de novo à
vida no novo manvantara solar. Os antigos elementais descansam até que são
requeridos para ser, por sua vez, os corpos das entidades minerais, vegetais e
animais noutra cadeia de globos mais elevada, em seu caminho para as entidades
desenvolvimento do reino vegetal, até o período a que nos referimos, terá sido
mundos materiais, espargidos então como poeira cósmica, recebendo impulso dos
novos Dhyan Chohans do novo sistema solar (pois os mais elevados do antigo terão
evolução. Como os outros mundos do espaço, nossa Terra tem que passar, antes de
atingir seu estado material último, por uma gama de sete estados de densidade.
Nada neste mundo nos fornece agora uma ideia de como seja o último estado de
contam-me, com pequenas modificações, muito parecidos aos que ele supõe. Em
decorrência do que ele trata como esfriamento secular, mas que verdadeiramente é
concepção passou. Sua progénie está toda criada. Seu tempo de vida acabou. Daí
que as mantêm unidas. Com isso, convertem-se num cadáver abandonado à obra
de destruição, deixando livre cada molécula que o forma, para separar-se do corpo e
lugar de uma maré aquosa." Esta última ideia não deve ser tomada como aprovada
pela ciência oculta, exceto no que serve para exemplificar a perda da coesão
um pralaya universal.
deixam sem destruir, pode ser considerada indiferentemente como espaço, duração,
matéria e movimento. Não como algo que tenha esses quatro atributos, mas como
algo que é estas quatro coisas ao mesmo tempo e para sempre. E a evolução
vez que se tenha entendido que nosso planeta e nós mesmos somos criações, como
preparado para melhor pensarmos. Então podemos ver o que significa o princípio ou
todas as coisas nada mais são do que Mâyâ — estados transitórios — exceto o
julgam os teólogos comuns saber tanto sobre Deus. E não é exagero afirmar que os
elevou e purificou tanto que suas percepções, alcançam outros mundos e outros
pareça ao Deus das Igrejas e das crenças. Dentro dos limites do sistema solar, o
Adepto mortal sabe, por conhecimento próprio, que todas as coisas se explicam pelo
diretora e modificadora das mais altas inteligências associadas com o sistema solar,
Os Dhyan Chohans ou Espíritos Planetários, sobre cuja natureza é inútil meditar até
que pelo menos possamos penetrar na natureza de nossa própria existência não
uma cadeia planetária, tais impulsos, que a evolução os sente através de todo seu
progresso. Os limites da grande lei da Natureza restringem a sua ação. Eles não
podem dizer que exista o paraíso em todo o espaço, que os homens nasçam
sumamente sábios e bons. Não podem agir senão unicamente por meio do princípio
o direito de praticar o mal, se o preferir ao bem. Nem tampouco pode impedir que,
uma vez feito, o mal produza sofrimento. A vida objetiva é o solo em que se plantam
usada somente como contraste com a existência material grosseira), a flor que
finalmente está em viço. Mas o germe humano é algo mais do que a semente da flor.
Tem liberdade de escolha quanto a desenvolver-se para cima ou para baixo. A planta
do mal. Porém, nos limites prescritos pela necessidade lógica, o Dhyan Choan
tudo que contempla. Ao refletir desse modo sobre a grandeza da evolução cíclica de
origem do cosmos. O homem comum nesta vida, com muitas vidas terrenas,
certamente algumas centenas, por passar, e seus mais importantes períodos entre
desta vida, nada pode ser mais importante nem mais altamente prático do que as
morte para ser julgada. Mas o conhecimento científico das coisas espirituais faz do
dia do juízo uma longínqua e confusa perspectiva e ocupa o tempo que falta com
por milhões e milhões de séculos, não será chamada perante nenhum juiz,
excetuado esse juiz que a tudo integra, o Sétimo Princípio ou Espírito Universal, que
homem e do mundo em que vive, assim como as situações futuras para as quais ele
nos demonstra quão longe de ser absolutamente fabulosas são até as noções mais
tomado como criador do cosmos, um erro muito natural em gente obrigada a supor,
por não conhecer do destino humano sendo o que se inclui numa encarnação
objetiva, que tudo mais além era um futuro homogêneo espiritual. O Deus desta vida
Confio que o leitor não me interprete mal, supondo que desejo dizer que a
pelos Adeptos mortais da ciência esotérica. Dentro desses limites sabem tudo o que
acontece e como acontece, e sabem que tudo se explica pela vontade construtiva da
hoste coletiva dos Espíritos Planetários, atuando sob a lei da evolução, que penetra
deles que a lei deste sistema solar é também a lei de outros sistemas solares, em
Planetários, assim como as dos próprios Adeptos podem aprofundar a vida de outros
Perguntará alguém: com que fim atua esta eterna sucessão? É melhor
delimitar a questão a um único sistema e perguntar com que fim a nebulosa original
mente razoável que seres perfeitos e sublimes, tais como os Espíritos Planetários,
possamos imaginar da eternidade. A esta grandeza inefável tudo quanto vive tem a
oportunidade de atingir. O Espírito que está em toda forma animada e que passou a
matéria desenvolve uma alma humana. Não se conclui disto que as plantas e os
animais que nos circundam tenham já desenvolvido algum princípio capaz de tomar
uma evolução incompleta possa ser suspenso por um período de repouso natural,
nem por isso é infrutífero. Toda mônada espiritual — de per si, um princípio
que estas, reproduzindo sucessivamente formas cada vez mais elevadas, chegam a
Com certeza, não será por causa da grandeza de qualquer concepção humana
Planetário, após períodos com relação aos quais seu desenvolvimento das formas
submergir sua individualidade gloriosa nessa soma total de toda consciência, que a
mente humana não está apta a compreender, sendo tempo desperdiçado o porfiar
nelas.
expressão mais direta da doutrina esotérica universal do que qualquer outra religião
popular. O esforço em sua construção foi fazer com que os homens amem a virtude
por si mesma e por seus bons efeitos em futuras encarnações, sem se sujeitar a
doutrina de um juiz pessoal esperando para julgar suas vidas por ocasião da morte.
Mr. Lillie, por admirável que tenha sido sua intenção e por muita simpatia que devote
doutrina esotérica da Natureza, da qual este livro deu um esboço incompleto. Como,
atitude agnóstica. Não lhe basta dizer: "Tão longe, como os sentidos elevados dos
espíritos planetários, cujo conhecimento se estende até aos extremos limites dos
céus estrelados, tão longe quanto sua visão pode estender-se, a Natureza é auto-
suficiente e, quanto ao que possa haver mais além, não temos hipótese alguma." O
que o Adepto diz efetivamente neste ponto é: "O universo é ilimitado e é uma
limite da manifestação, se tais limites pudessem algum dia ser encontrados, é o que
estado bem diferente. Mas mesmo quando, em certo sentido da palavra, for
que usualmente lhe confere o que se chama por Materialismo, como o Pólo Norte
dista do Pólo Sul. A doutrina desce até o Materialismo, por assim dizer, para vincular
seus métodos à lógica deste sistema, e sobe às regiões mais elevadas do Idealismo,
cujo meio também o mais entusiasta devoto pode voltar à Terra, sem deixar de estar
no Céu.
12. REVISÃO DA DOUTRINA
visão completa do modo como ela se harmoniza com os fatos da Natureza, tais
como todos podemos observá-los. Mas algo se pode fazer para indicar as
seus problemas com maior confiança do que jamais o foram até agora. Até hoje, os
pensadores mais prudentes foram os menos dispostos a asseverar que, com a ajuda
incognoscível. E, parece estranho dizê-lo, isso foi feito voluntariamente por pessoas
que, nem por isso, se desagradaram em aceitar, como algo mais do que uma
hipótese provisória, doutrinas religiosas que assim continuam sem poder reconciliar-
Criador pessoal, abrangendo tanto o futuro como o passado, não deixa lugar para
que o homem possa exercer uma autoridade independente sobre seu próprio
castigo ou recompensa por seus atos na vida possa ser legitimado por outra coisa
que não uma injustiça das mais grotescas. Um grande filósofo inglês, encarando o
dois ao mesmo tempo. O argumento foi tratado com o respeito devido à grande
reputação de seu autor e posto de lado com a discrição devida ao respeito pelas
doutrinas ortodoxas.
Este é um fato da Natureza, que a Igreja cristã primitiva temeu com verdadeiro
instinto e combateu com a crueldade do tenor. A verdade foi negada e seus autores
torturados por muitos séculos. Por fim, sobreposta à própria autoridade das
A pretensão teve até agora mais êxito do que podiam esperar seus autores.
Esotérico não exige de nós, ou seja, guardar sua ciência e sua religião em
compartimentos estanques. Este princípio foi usado por tanto tempo e tão
de um dogma religioso, para destacar ser ele impossível. Mas quando fazemos uma
relação entre nossos receptáculos, até agora divididos, e pedimos que fiquem no
de algum modo, do princípio geral do governo pela lei. Mas este princípio não se
A predestinação das raças, sob leis análogas àquelas que regem a tendência geral
debatida contradição da Natureza. O homem rege seu próprio destino, nos limites
constitucionais, por assim dizer. É perfeitamente livre para usar seus direitos
a unidade individual. Mas a ação humana média, sob condições dadas e tendo em
conta vasta multiplicidade de unidades, resulta na infalível evolução dos ciclos que
dogma religioso relacionado à graça ou à ira divinas, mas, sim, com fundamentos
puramente metafísicos — vale dizer. Pode-se arguir que cada ser humano está, na
circunstâncias que influíram nessa vida desde o início, de modo que, se essas
porém que nem por isso deixam de ser menos calculáveis. Entretanto, essa dedução
soberano sobre o curso da vida individual, mas impotente em presença da lei cíclica,
descoberta na história humana por um filósofo tão positivo como Draper — por curto
que seja o período em que tenha podido estender suas observações. E nem por isso
mundo. Não são onipotentes. E, por serem grandes, acham-se restringidos em sua
ação por limites relativamente estreitos. Pareceria como se, quando a cena está, por
assim dizer, pronta de novo para outro drama da vida, pudessem ser introduzidas
eles estiveram interessados, porém que são apenas capazes de, quanto à
montagem principal da peça, repetir o que antes foi representado. Podem fazer em
grande escala o que faz um jardineiro com as dálias, em pequena escala: introduz
consideráveis melhorias na forma e cor, mas suas flores, por tratadas que sejam,
existente sob a esfera de nossa observação física comprova a regra, no que essa
área limitada apresenta como princípios. A estrutura dos animais inferiores reproduz-
depositam "rochas sedimentares" nas poças que formam nos caminhos, do mesmo
modo que os rios o fazem nos lagos, e as imensas águas do mundo, no fundo dos
escala as leis mais sublimes da Natureza, em sua jurisdição sobre o homem e sobre
infância, por seus pais e crescem para, por sua vez, atender a outra geração, do
nos últimos progressos do tempo cedem lugar a seus descendentes, passando eles
decisiva como o faz quanto ao livre-arbítrio. Este assunto foi discutido no seu lugar,
no capítulo anterior sobre o Progresso da Humanidade. Mas a doutrina esotérica,
como se verá, enfrenta o grande problema, mais a fundo que por simples enunciado,
Dhyan chohânico, deve ser, consoante esta hipótese, livre para desenvolver o
próprio mal, se quiser. Isto quanto ao princípio geral em questão, mas o modo como
atua pode ser percebido neste ensinamento, tão claro quanto o próprio princípio. Ele
atua por meio do karma físico, e não poderia agir de outro modo, exceto por uma
nascido no mundo físico é tanto uma criação da entidade que ultimamente o animara
devachânica. O mal que os homens fazem sobrevive a eles, no sentido mais literal
pode a culpa moral, numa vida, fazer com que se nasça em outra cego ou aleijado,
de pais com os quais não teve na vida anterior nenhum tipo de relação física? Mas a
dificuldade explica-se, segundo o modo de agir das afinidades, mais fácil do que se
poderia imaginar à primeira vista. A criança cega ou inválida, quanto à sua forma
física, pode ter sido a potencialidade, antes que produto de circunstâncias locais.
Porém, não teria vindo à existência, amenos que houvesse uma mônada espiritual
permanente num quinto princípio) adaptado justamente por seu karma para habitar
vasta série de casos, que pode ser citada para ilustrar o problema do mal no mundo.
lei kármica, que não pode ser chamada dificuldade, desde o momento em que a
resposta é provavelmente sugerida pelo caráter da própria doutrina, mas nem por
isso menos digna de ser citada. A assimilação seletiva, por parte dos espíritos
antecessores, bem como sua parecença física, e o fato sugere a noção de que sua
tivéssemos a extravagância de supor que uma alma assim, lançada como faísca de
uma bigorna, sem nenhum passado espiritual atrás de si, possa ter um futuro diante
dela. A alma, que desse modo seria apenas uma função do corpo, terminaria com a
dissolução daquilo de que se originou. Seja como for, a doutrina esotérica, quanto
mesmo modo que se refere a outros da vida humana. A família na qual a criança
onda humana numa Ronda ao longo da cadeia manvantárica. Foi construído por um
humanidade. E está apto para que a humanidade o habite, quando chegar o tempo
condições exatas da nova vida, para a qual ela mesma se preparou na vida pretérita.
dano à criança ao nascer. Assim é que um espírito cujo karma não mereceu de
modo nenhum aquele castigo, pode adquirir uma forma aleijada, e o mesmo aplica-
se em relação com uma grande variedade de acidentes. Mas sobre estes, tudo o
que cabe dizer é que a Natureza não está tolhida por seus acidentes. Ela dispõe de
muito tempo para repará-los. Os sofrimentos não merecidos numa vida são
final das contas, como uma sorte feliz, mais do que de outro modo, provindo isto da
observação puramente científica dos fatos, de uma doutrina, que a religião usou
solução dos fenômenos da vida que causam maior perplexidade, não o faz às custas
de uma verdadeira ciência religiosa. O que primeiro temos em favor desse sistema é
que não permite nenhuma injustiça, quer no sentido de dano feito sem merecimento,
quer nos benefícios concedidos aos que não os merecem. E a justiça desse
funcionamento deve ser discernida tanto nas grandes coisas como nas pequenas. A
máxima jurídica de minimis non curat lex18 contém um meio de fuga à falibilidade
18
Isto é: o pretor não se ocupa de coisas mínimas. (N.T.)
humana das conseqüências de suas próprias imperfeições. Nem em Química, nem
Natureza, em suas operações físicas, reage às pequenas causas com tanta certeza
ela, em suas ações espirituais, não tem o mau hábito de tratar as ninharias como
honrar compromissos que não são suficientemente sérios para que seu
cumprimento seja imposto pela lei. Ora, os atos de menor importância da vida, bons
espirituais, nenhuma resposta exata pode dar a Natureza, exceto por meio daquele
de nós é mais séria do que a que se pode encontrar nos vários estados da
justiça relativo aos múltiplos atos e costumes da vida em geral, inclusive àqueles
que as pessoas consigam, com todo rigor, os resultados das menores causas que
tenham produzido na última vida objetiva. Assim, após um cuidadoso exame do
assunto — bem pouco atraente para os estudantes do Budismo até agora em seu
aspecto exotérico, o que não é de estranhar — se verá que a lei kármica não só se
reconcilia por si mesma com o senso de justiça, mas constitui o único método
todo o sistema por aquela característica que, à primeira vista, parece exposta à
única condição em que a vida objetiva pode ser iniciada completamente de novo.
Poucas vidas terrenas são livres de sombras, cuja reminiscência obscureceria uma
serem dissipados tais esforços e aquisições, eles constituem as sementes das quais
mais tempo a doutrina esotérica ocupar a inteligência, tanto mais claramente se verá
que cada uma das objeções feitas contra ela depara-se com uma réplica pronta, e
ajustar-se aos fatos da Terra, sempre que se depare com eles. Um dogma religioso
em flagrante oposição com o que é uma verdade manifesta, para a Geologia e para
sistema religioso que se funde facilmente com as verdades físicas, descobertas pela
sentido de tolerar a hipótese nebular e a estratificação das rochas, porém que, por
assim dizer, se atira nos braços desses fatos e em nada pode prescindir deles.
um sistema que se recomenda por si mesmo, numa época científica, sequer pode
um pouco esquiva em suas relações com o dogma, por mera força do costume.
Neste sentido a Geologia se contentou em afirmar que tais e tais continentes, como
uma vez, sob e sobre a superfície do oceano. Não se acostumou ainda à livre
Mas, com certeza, se fosse exigido que a Geologia interpretasse todos seus fatos na
que pudesse forjar para preencher lacunas em seus conhecimentos, ela construiria
uma história da humanidade que não seria diferente, nos traços gerais, do que foi
em prol do continente perdido não são ainda apreciadas, de modo geral. Geólogos
separa isso do reconhecimento, como fato, daquilo que ninguém acharia criticável
Seja como for, estando ainda por vir mais descobrimentos, se irá admitir,
mantida longe do mundo em geral, por tanto tempo, como precisou desse
que lançam em mais de uma seção desta doutrina. Assim é que a verdade, hoje
vida animal, representa nada menos que uma revelação em suas conseqüências
homens, no princípio dos grandes períodos de Ronda. Quando uma criança tem de
reino animal — e até menos que do vegetal — que do mineral, a escala familiar da
necessitaram séculos incontáveis para ser externados pela primeira vez, na forma
em poucos meses, por sua ordem. O mesmo ocorre com a evolução da humanidade
primeira Ronda, o processo é bem lento, e quase não avança. As próprias idéias de
Natureza estão sujeitas à evolução. Mas quando o processo ocorreu uma vez, pode
ser rapidamente repetido. Nas últimas Rondas, o impulso de vida percorre a escala
cada uma das Rondas difere das que lhe antecederam. O trabalho evolucionário
ocorrido uma vez é logo repetido. Então, a Ronda executa sua própria evolução com
uma rapidez bem diferente, assim como a criança que, ao atingir a perfeição do tipo
com os aspectos da Natureza que até agora foram expostos, de modo sucinto, como
verdade, mas bastante compreensível somente para dar ao leitor uma visão geral do
sistema em toda sua grandeza. Com o auxílio das informações ora comunicadas, os
Natureza pode conter, as chaves de sua significação. Os hiatos existentes nos anais
clareza se verá a razão de sua existência. Na obra de Mr. Rhys Davids, por
exemplo, deparo o seguinte: "O Budismo não tenta resolver o problema da origem
não recebeu resposta, mas a causa do silêncio era que o Mestre considerava a
porque não podia ser resolvido com um simples sim ou não, sem colocar o
indagador numa pista falsa; pois, para colocá-lo na verdadeira pista, seria
cadeia planetária, para a qual a comunidade com que Buda se relacionava não
estava ainda intelectualmente madura. Mas, querer inferir de seu silêncio que
verdade nada pode ser mais completo. Nenhum dos sistemas que publicamente
trataram do problema a respeito da origem de todas as coisas fez mais, como até
elaboradas — não foram divulgadas com menor cuidado por Mr. Rhys Davids que a
conclusão negativa já citada. Era inevitável que todas essas conclusões fossem
imprecisas até hoje. Cito um exemplo, não para diminuir o estudo cuidadoso de que
foi fruto, mas para mostrar como a luz, agora difundida por todo o assunto, penetra
seres conscientes vivendo nele. Sustenta que todas as coisas estão sujeitas à lei da
mudando. Não há lugar em que esta lei não funcione; portanto, não existe nem céu,
nem inferno, no sentido corrente da palavra. Existem mundos onde vivem anjos,
suas vidas anteriores; mas os anjos morrem, e os mundos nos quais moram deixam
de existir. Há lugares de tormento onde as más ações, dos homens ou dos anjos,
originam seres desgraçados; mas quando o ativo poder do mal que os gerou se
esgota, se desvanecem. Os mundos por eles habitados não são eternos. Todo o
exceção. A unidade de forças que forma um ser sensível, deve mais tarde ou mais
cedo ser dissolvida, e somente por ignorância e ilusão esse ser sonha que é uma
Pois bem, este parágrafo serve de exemplo para demonstrar como as noções
infernos da lenda monacal. Mas, "os mundos onde os anjos vivem" e assim por
populares budistas que passamos em revista. Porém, em sua forma popular são
Assim, a noção de que a individualidade é uma ilusão e que a dissolução final do ser
exaltação espiritual, ainda para nós inconcebíveis, mas sempre progressivas, que
Este estado deve estar em alguma parte do futuro, mas é de tal natureza que
nenhum filósofo, o não-iniciado pelo menos, concebeu ainda a respeito dele sequer
a esta vida. A declaração, colocada fora de seu contexto no corpo geral da doutrina,
entendimento, mas porque será sentida como verdade sublime ao admitir seu devido
Mr. Rhys Davids afirma, com bastante razão, com referência ao resumo da
doutrina budista, antes citada: "Tais ensinamentos não são, de modo algum,
se relacionar com a verdade neles contida, podia ter-lhes atribuído uma expressão
efetivamente, uma nova hipótese. Tanto a hipótese nova como a velha referem-se à
para trás e para a frente nas formas animais e humanas, que é o que muita gente
alusões a nascimentos anteriores, nos quais o próprio Buda era, às vezes, animal e,
outras, outra espécie. Mas eles se referem ao curso remoto da evolução pré-
humana da qual sua visão aberta lhes proporcionava uma visão retrospectiva.
animal. Além disso, enquanto nada, em verdade, seria tão ineficaz como explicação
objeto o esforço da Natureza em uma nova colheita de Dhyan Chohans, cada vez
mencionados, estados que por sua vez são inevitáveis no gigantesco processo
empreendido.
do mal, dos materiais exotéricos nele empregados. Nem seria possível para esses
subsídios sugerir a verdadeira explicação do trecho do Brahmajala sutra citado logo
após:
indica 32 crenças relativas a ela, que considera errôneas. Estas são resumidamente
como segue: 'Em que princípio ou sobre que terreno sustentam estes mendicantes
Estas são as dezesseis heresias que ensinam uma existência consciente depois da
morte. Existem mais oito heresias que ensinam que a alma material ou imaterial, ou
ambas ou nenhuma das duas, finita ou infinita, ambas as coisas ou nenhuma delas,
possui uma existência inconsciente depois da morte. E finalmente outras oito que
ensinam que a alma, em seus oito sistemas correspondentes, existe após a morte
—, aquilo que liga o Mestre à existência (isto é, tanha, sede) foi cortado, mas seu
corpo ainda fica. Enquanto seu corpo permanece, será visto por deuses e homens,
mas depois de acabada a vida, depois da dissolução do corpo, nem deuses, nem
homens o verão.' Seria possível negar, de forma mais cabal e categórica, que existe
a alma — algo, seja o que for, que continua existindo de alguma forma depois da
morte?"
com tanta clareza, como a nega a passagem citada. Sem compreender os sete
cabalmente dada no capítulo que trata do Devachan e nos parágrafos citados ali do
revelação, que este volume contém, foram publicados nos dois últimos anos, na
Mas ocorrem referências, nos anteriores escritos ocultos, que se podem agora
cientes da própria doutrina. Reportando-nos ao mais recente dos livros ocultos, nos
superficial, embora em alguns trechos esteja vazado de tal modo que quase fica
transparente, podemos tomar qualquer um, dentre uma dúzia de parágrafos, para
subindo para a unidade, com a qual, no caso de sucesso, se uniam afinal e eram
essência imortal. Entretanto, esta essência constitui uma entidade distinta, imortal e
reluzente fio que une o espírito à alma, a partir do nascimento de uma criança, é
Ninguém poderá ler isto ou qualquer outro trecho do capítulo donde foi
extraído, sem perceber, à luz das explicações dadas no presente volume, que a
doutrina esotérica era completamente familiar ao autor — por mais que tenha sido
eu quem recebeu o privilégio de expô-la pela primeira vez, numa linguagem clara e
inequívoca.
que uma passageira fraqueza da carne. Para muita gente não será razoável dizer
que qualquer pessoa vivente hoje, com suas lembranças limitadas pêlos anos de
época, que viveu há milhares de anos, ou mesmo que reaparecerá, após um lapso
sou eu" é o mesmo através das três vidas, assim como através de centenas delas;
porque esse sentimento está mais profundamente arraigado do que aquele que
expressa "eu sou John Smith, de tal altura, com tal peso, com tais e tais
19
Isis Unveiled, volume I, p. 315
propriedades e relações". Será inconcebível que — como noção mental — John
Smith, herdeiro do dom de Tithonus, possa mudar seu nome de tempos em tempos,
vindo a casar-se talvez em cada nova geração perdendo uma propriedade aqui,
adquirindo outra ali, e se interessando, à medida que transcorre o tempo, por uma
relacionadas à vida presente de John Smith, como se os incidentes dessa vida não
também coloca o "incompreensível mistério" do karma, que Mr. Rhys Davids trata
diz-se que em vista de que o Budismo "não reconhece a existência de uma alma",
do vazio que fica entre uma vida e outra, em algum outro lugar, ou seja, a doutrina
do karma. E condena a ideia como uma "ficção não existente do cérebro". Irritado
por um lado, dos que crêem na existência isolada de alguma entidade denominada
alma; e, por outro, o extremo irreligioso dos que não acreditam na justiça moral e na
se propõe abranger, sem ter achado o fato, senão só uma das vinte ilusões
diferentes que cegam a vista dos homens. Contudo, o Budismo está convencido de
que se um homem colhe tristeza, desengano, dor, ele próprio e não outro é quem
nascimento anterior. Onde, pois, há, neste caso, identidade entre o que semeia e o
agir), que não morre. Familiarizados com a doutrina "Qualquer que seja o que um
homem semeie, isso mesmo ele colherá', portanto, pode caber no sentimento
budista, que seja o que for que um homem colha, ele deve tê-lo semeado. E já
noções cristas) de que nenhum poder exterior é capaz de destruir o fruto das ações
do homem, que devem produzir pleno efeito, seja no sentido do prazer, seja no da
homem é ou faz não se dissipa, por assim dizer, em muitas correntes separadas,
mas se concentra na formação de um novo ser sensível. Quer dizer novo em seus
Nada pode ser mais engenhoso do que essa tentativa de inventar, com
uma história bem mais simples e dispensa essa sutil interpretação. Como muitos
outros fenômenos da Natureza relacionados com o futuro, foi declarada por Buda
lado. Mas Buda não quis dizer que, porque fosse incompreensível para o vulgo,
também o seria para os iniciados na doutrina esotérica. Era impossível explicar sem
fazer referência à doutrina esotérica, mas uma vez conhecidas as grandes linhas
daquela ciência, o karma, como muitas outras coisas, converte-se num assunto
ácido sulfúrico para com o cobre e a afinidade, ainda maior, que experimenta pelo
ferro. Certamente, a ciência esotérica, para seus "chelas laicos", do mesmo modo
que a Química para seus "chelas laicos", ou seja, os estudantes de seus fenômenos
físicos, deixa na sombra alguns mistérios insondáveis. Não irei explicar por meio de
ciência corrente não está melhor qualificada para dizer o que é que leva uma
sobre a qual cai. Mas a mancha de ferrugem aparece, e afirma-se que foi
e ao se recorrer a elas.
suas boas e más ações durante sua passagem pela vida, com elas vai ao
Devachan, onde as que estão harmoniosas com o ambiente, por assim dizer,
qual a unem suas misteriosas atrações. Não ocorre nesse processo nenhuma
pelo esquecimento de sua última série de aventuras na Terra, é verdade, mas tendo
Segundo Mr. Rhys Davids: "É estranho tudo isso" - a explicação da Filosofia
Budista que os materiais esotéricos possibilitam dar — que "não pareça repulsivo
por todos esses 2.300 anos e mais, a muitos corações ardentes e desesperados,
que confiaram na magnífica ponte aparente que o Budismo tentou construir sobre o
rio dos mistérios e pesares da vida... Não conseguiram ver que a pedra
fundamental, o laço de união entre uma vida e outra, é meramente uma palavra —
esta maravilhosa hipótese, este aéreo nada, esta causa imaginária fora do alcance
sobre fundações tão frágeis. Sua aparente fragilidade é devida simplesmente ao fato
Agora que foi desvelada a doutrina interna, há de se ver quão pouco depende, em
como a da própria Natureza, uma lei que se ramifica de forma infinita. Há também, é
suas finalidades. Mas sempre encontramos a imutável doutrina das causas e seus
efeitos, que por sua vez se convertem em causas, numa interminável progressão
cíclica.