Você está na página 1de 3

A Psicologia no Império Romano e na Idade Media

A Psicologia nesse período esta ligada ao conhecimento religioso, visto que a Igreja
Católica tinha autoridade sobre o poder económico e político, também detinha o saber e,
consequentemente, o estudo do psiquismo.
Dois filósofos representam significantemente esse período, Santo Agostinho (354-430)
e São Tomás de Aquino (1225-1274).

Santo Agostinho, movido pelos pensamentos de Platão, também fazia uma divergência
entre alma e corpo. Contudo, a alma não era somente a busca da razão, mas a prova de
uma manifestação divina no homem e era imortal por ser o meio que une o homem a
Deus. Sendo também a alma a sede do pensamento, a igreja passa a se preocupar
também com seu entendimento. Para Santo Agostinho, a alma da ordens ao corpo e é
imediatamente obedecida. A alma dá ordem a si mesma, e esbarra com resistência. A
alma dá ordem a mão para que se mova e esta se move. No entanto, a alma é alma e a
mão é o corpo. Agostinho pensa que o ser humano é uma alma que utiliza o corpo, que
sente pelo corpo. A actividade da alma se exerce pelo cérebro.

Os sentidos, a razão, a memória


Agostinho pensa que o ser humano é uma alma que utilize um corpo, que sente pelo
corpo. Quando este fica modificado pela accao exercida pelos objectos exteriores sobre
os orgaos sensoriais, a alma tira da sua propria substancia uma imagem conforme ao
objecto.
Para definir o modo de presenca da alma no corpo, agostinho fala duma atencao vital,
sublinhando o papel exercido por certos orgaos do corpo, sobretudo do cerebro, por
onde se exerce a actividade da alma.
A obra de santo agostinho abunda em observacoes psicologicas penetrantes, sobre a
memoria, em particular, de que tratou abundantemente
‘’Quando lá estou, faço comparecer todas recordacoes que eu quero. Algumas
avançam imediatamente; outras após uma longa procura; é preciso, por assim dizer,
arrancá-las a obscures reconditos; e há as que ocorrem em massa, quando queriamos
e procuravamos outra coisa: surgem e parecem dizer: nao seremos nós?afasto-as…
até que aquela que eu desejo rasgue as nuvens e do fundo do seu reduto se manifeste

1
aos meus olhos. Outras apresentam-se sem dificuldades em filas regulars, à medida
que eu as chamo; as primeiras apagam-se diante das que as seguem, e desaparecem
assim, para reaparecer quando eu quiser. É exactamente o que acontece quando
conto qualquer coisa de memória’’.

S. Tomás de Aquino

Tomás de Aquino (1225-74) foi o teólogo e filósofo italiano considerado como o príncipe da
escolástica. Em 1259 um padre chamado Tomás de Aquino retornava de Roma para Paris onde
se envolveu em uma grande controvérsia. Em Paris havia se formado um grupo de estudiosos de
Aristóteles através das traduções latinas que eram acompanhadas dos  comentários de Averroës.
A filosofia de Aristóteles mostrava a importância do conhecimento empírico levando seus
estudiosos compreender que filosofia era independente da revelação. No entanto, tal posição
entrava em conflito com o pensamento ortodoxo da Igreja. A avaliação de Aquino era de que não
poderia ignorar a filosofia de Aristóteles e de que não havia como combater os averronistas,
como era chamado esse grupo de filósofos. Restava a Aquino reconciliar os ensinos da origem
espiritual do homem de Agostinho com a autonomia do conhecimento derivado dos sentidos de
Aristóteles. Foi o que fez com elegância e distinção.

Diferentemente de Aristóteles São Tomás de Aquino assegura que somente Deus seria capaz de
reunir a essência e a existência, defendendo que a procura de perfeição pelo homem seria a busca
de Deus, ele encontra argumentos racionais para justificar os dogmas da igreja e continua
proporcionando para ela o monopólio do estudo do psiquismo.
Se os vegetais germinam e crescem é porque tem alma vegetativa. Se os animais
nascem, sentem e crescem é porque tem alma sensitiva. Estas almas são de uma natureza inferior
por isso são corruptíveis e morrem com o corpo ao qual estão unidos. A alma humana é de uma
natureza diferente, ela tem a garantia de não se dissolver com o organismo e faz com que o
homem experimente a imortalidade. Para Aquino, o ser humano deve ser capaz efectivamente de
recordar, para a sua vida actual, as espécies anteriormente aprendidas pelos sentidos e
interiormente conservados pela imaginação. Isto significa que a alma deve ter esta capacidade de
recordar na reminiscência.

2
Sintese

Agostinho e Aquino modificam estas psicologias para ajustá-las à doutrina cristã.  Agostinho,
inspirado no neoplatonismo de Plotino, valoriza a autonomia da alma não como algo
reencarnado, mas como dádiva do criador.  O conhecimento e suas produções intelectuais como
a arte, a literatura, a ciência e a política estariam ao alcance de todos, mas sujeitos às flutuações
da dúvida e dos equívocos.  A verdadeira sabedoria estaria não nas reminiscências da alma como
falava Platão, mas no desprendimento das seduções do mundo dos sentidos e, principalmente, na
purificação por iluminação divina (a fé substituindo a lógica).
Aquino conceitua a alma como imaterial, unida ao corpo sem intermediário e
permanentemente orientada para o mundo natural.Quanto ao conhecimento, valoriza a razão
como importante para decodificar e apropriar-se das informações do mundo sensível, o que
também não seria problema pois a razão enquanto poder do intelecto era uma dádiva de Deus.

Você também pode gostar