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Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro

Escola Básica Venda do Pinheiro


Ficha de avaliação de Português – 6.º ano

Nome _____________________________________________ Nº ____ Turma ____ Data ___________________


Classificação __________________________________ Profª______________ Enc. Ed. _____________________

1.ª PARTE

Lê, com muita atenção, os textos A e B. Depois, responde ao que te é pedido, seguindo as
orientações que te são dadas.

TEXTO A

Depois do fogo

Na manhã seguinte, mal o Sol rompeu, Lobo saltou da cama, lavou-se à


pressa, comeu uns biscoitos caseiros que encontrou numa lata da cozinha e
saiu para a rua, com o ar de quem vai tratar de um assunto sério e urgente.
Passou por casa de Eduardo, bateu-lhe à janela do quarto e, em lin-
5 guagem gestual, fê-lo voar da cama para se porem a caminho da serra.
– Já estamos atrasados – reclamou Lobo.
– Desculpa, mas eu costumo levantar-me um bocado mais tarde nas fé-
rias…
Lobo abanou a cabeça como quem não percebia aquela lógica.
10 – Anda. Anda, vamos passar por casa dos meus avós. Quero levar o
Mondegão com a gente.
– Ouve lá, Lobo, e tu achas que os teus avós… já estão acordados? São só sete horas!
Lobo riu-se e respondeu:
– Tu pensas que as pessoas daqui são como tu? Aqui a gente levanta-se sempre cedo, pá. A estas ho-
15 ras já a minha avó deu de comer aos animais todos, que é que tu julgas?!
O Eduardo encolheu os ombros e lá seguiu com o amigo.
– Afinal, que é que nós vamos fazer, hein? Ainda não me contaste, Lobo.
– Quando a gente chegar à gruta logo te digo. Mas prepara-te, que envolve perigo.
O Eduardo ergueu as sobrancelhas e torceu o nariz, meio desconfiado. Talvez o amigo estivesse
20 apenas a pregar-lhe uma partida, em jeito de boas-vindas ao campo… ou então se tratasse de um
exagero do Lobo, que tinha a mania de engrandecer tudo.
– Mais depressa, homem! – gritou o Lobo. – Pareces uma miúda a andar!
– Não vês que isto é tudo a subir?! Para ti não faz diferença, pudera!, estás habituado… Ufa!
– Não me digas que não andas a pé lá em Lisboa. Se calhar, só andas de carrinho… Que luxo!
25 – Para lá de gozar, Lobo, e não me faças falar mais até chegarmos à gruta, que eu estou estafa -
do. Ufa!
Os avós do Lobo, tal como ele previa, já andavam na azáfama diária, frescos como se fossem
ainda jovens.
– Posso levar o cão, «vô»? A gente depois trá-lo.
30 O avô acendeu um cigarro à porta de casa e chamou o serra-da-estrela com um assobio afinadís-
simo e cheio de ondulações.
– Anda, Mondegão! Vamos partir em missão especial – segredou-lhe Lobo, para que o avô não o
ouvisse. Depois, despediu-se: – Até logo, «vô».
E o cão lá seguiu os dois rapazes até à gruta, de cauda a abanar, ladrando para os pardais que
35 voavam entre as árvores.

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Perto da caverna, Lobo, fez sinal ao amigo para que o seguisse em silêncio, com os pés de lã e,
pedindo-lhe que ficasse à entrada com o cão, entrou, de lanterna em punho. Pouco depois, saiu e foi
sentar-se numa pedra com ar pensativo.
– Então?! Não dizes nada? – perguntou o Eduardo já farto de esperar pela grande revelação.
40 – Chiu! Pouco barulho! Anda aqui sentar-te, que eu já te conto tudo. E tu Mondegão, vai ver se
ouves algum ruído suspeito, anda!
Entendendo perfeitamente a mensagem, o cão afastou-se e pôs-se a passear entre as árvores
mortas pelo incêndio, farejando sem parar.
– Queres falar ou não, Lobo?! Que seca!
45 – É assim: já reparaste que houve aqui fogo, com certeza.
– Foi para me mostrares isso que me fizeste levantar tão cedo?! Não dá para acreditar! Não é possível…
– Sabes qual é o teu problema, Eduardo? É que tu não tens imaginação nenhuma, pá. Até faz
aflição! Claro que não foi para veres árvores queimadas que eu te trouxe aqui, bronco!
– Então foi para quê?
50 – Abre as orelhas e não interrompas!
– Está bem, pronto.
– No dia do fogo, eu pedi para vir cá com os bombeiros, estás a topar? E, vai daí, entrei na gruta e
encontrei uma coisa…
– Um tesouro, calculo… – troçou o Eduardo.
55 – É como eu disse há bocado. Tu sofres de inimaginação, pá. É doença chata como um raio…
Mas… adiante. O que eu encontrei primeiro foi uma lata vazia com cheiro a gasolina.
– E que é que isso tem de especial?
– Que é que tem?!
– Ah, estou a ver: tu achas que foi essa gasolina que serviu para pegar o fogo à mata, é isso? Fo-
60 go posto, é isso?
– Que inteligência rara! Bom, continuando, eu entreguei a tal lata ao meu pai e depois, quando
voltei aqui, encontrei outra coisa…
– Outra lata?!
– Não, homem! Um bilhete suspeito e um envelope daqueles grandes que levam assim muitos
65 papéis, documentos, sei lá.
– E que é que estava escrito nesse bilhete?
Lobo tirou então do bolso das calças o papel que encontrou e mostrou-o ao amigo, que o leu em
seguida.
– Esquisito… – comentou o Eduardo.
70 – Pois é.
– Esta história de «segundo serviço» deve querer dizer que o tal estúpido que pôs fogo à mata vai
voltar a atacar, está na cara.
– Também acho. Só ainda não percebi muito bem o que quererá dizer essa palavra aí, «resto».
– E o Lobo releu a frase: – «O resto fica para depois do segundo serviço.»
75 O Eduardo pôs-se a pensar e achou uma hipótese:
– Já sei! O «resto» deve significar a segunda parte do dinheiro.
– Boa ideia! É isso mesmo! O tipo foi pago por alguém, se calhar, algum madeireiro, para pôr o
fogo e vai receber mais dinheiro quando voltar a incendiar. É isso mesmo! Tu, afinal, não és burro de
todo, Eduardo!
80 O amigo riu-se.
– E quais são os teus planos?
– Bem, a minha ideia é ficar de vigia à gruta a ver se apanhamos alguém, algum desconhecido.
Deve ser gente de fora. Ninguém da vila, que eu saiba, é assim tão tarado ou tão mau que seja ca-
paz de andar a pôr fogos nesta zona! Não acredito.
85 – Eu também não, Lobo. Mas… e se a gente descobre o culpado?
– Isso era a sorte grande!
Maria Teresa Maia González, O Incendiário Misterioso

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1. Identifica as personagens que intervêm na ação.
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______________________________________________________________________________

2. Em que parte do dia se inicia a ação narrada?


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3. Preenche o esquema seguinte com palavras ou expressões que identifiquem três espaços em que
decorre a ação.
A. B. C.

 
4. Que argumento usou o Eduardo para justificar o facto de ainda estar deitado quando o Lobo che-
gou a sua casa?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

5. Onde pretendia o Lobo levar o Eduardo?


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6. Por que razão quis o Lobo passar por casa dos avós?
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7. Qual o recurso expressivo que está presente na expressão «frescos como se fossem ainda jo-
vens» (linhas 27-28)?
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8. Em que se baseava o Lobo para suspeitar…


8.1 … de que o fogo que tinha deflagrado por ali, fora fogo-posto?
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8.2 … de que o criminoso iria voltar a incendiar a mata?


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9. Como tencionava o Lobo descobrir o culpado?


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TEXTO B

Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Há Fogo na Floresta, Ed. Caminho

1. Identifica as afirmações verdadeiras (V) e as falsas (F), de acordo com o sentido do texto B.
a. Uma floresta organizada é aquela que…
1. tem árvores da mesma espécie. 
2. tem bons acessos para os bombeiros. 
3. está completamente coberta por mato. 
4. tem reservatórios de água. 
5. tem árvores sem grande abundância. 
6. é limpa todos os anos. 
4
b. Fazer a prevenção dos incêndios é…
1. nunca fazer fogueiras nas matas. 
2. fazer fogueiras apenas nas proximidades. 
3. fumar apenas nas estradas próximas. 
4. brincar com fósforos na floresta. 
5. nunca deitar lixo na floresta. 
6. usar qualquer tipo de máquina na floresta. 

2.ª PARTE
Consulta, quando necessário, o texto A e responde ao que te é pedido sobre gramática.

1. Na linha 2 encontra-se a palavra «caseiros».


1.1 Classifica-a quanto ao seu processo de formação.
___________________________________________________________________________
2. Procura e transcreve do 13.º parágrafo do texto (linhas 19 a 21) uma palavra composta.
______________________________________________________________________________
3. Relê o 1.º parágrafo e transcreve para cada coluna da tabela um exemplo das palavras pedidas.
Nome Pronome Conjunção Adjetivo Verbo Preposição

comum pessoal coordenativa qualificativo principal auxiliar simples contraída

4. Substitui os pronomes pessoais complemento pelos grupos nominais que referem.


a. «fê-lo» (linha 5) b. «a gente depois trá-lo» (linha 29)

 _________________  _________________
c. «não o ouvisse» (linha 32) d. «mostrou-o ao amigo» (linha 67)

 _________________  _________________
5. Faz a correspondência, na coluna C, entre as formas verbais destacadas na coluna A e o tempo e
modo em que se encontram (coluna B).
A B C
1. «… estamos atrasados…» a. Pretérito perfeito do indicativo 1.
2. «… abanou a cabeça…» b. Presente do conjuntivo 2.
3. «… estivesse apenas…» c. Presente do indicativo 3.
4. « Não me digas …» d. Pretérito imperfeito do indicativo 4.
5. «… como ele previa…» e. Imperativo 5.
6. « Abre as orelhas…» f. Pretérito imperfeito do conjuntivo 6.
6. Identifica as formas verbais finitas que encontras em cada transcrição do texto, colocando um X
na coluna correta.
Formas verbais finitas
Gerúndio Infinitivo Particípio
a. «Quero levar o Mondegão…»
b. «… ladrando para os pardais…»
c. «O tipo foi pago…»

5
7. Faz corresponder as palavras/expressões numeradas em cada frase à função sintática que lhe
corresponde.
Funções sintáticas
«…eu estou estafado.» Sujeito
 Complemento direto
«Perto da caverna, Lobo fez sinal ao amigo…»
Complemento indireto
  
Predicativo do sujeito
Os avós do Lobo moram no campo.
Complemento oblíquo

8. Das frases apresentadas, seleciona com X a única que não apresenta um vocativo.
a.  «– Ouve lá, Lobo, e tu achas que os teus avós…» (linha 12)
b.  «Mais depressa, homem.» (linha 22)
c.  «Sabes qual é o teu problema, Eduardo?» (linha 47)
d.  «Um tesouro, calculo…» (linha 54)

3.ª PARTE

O texto A é um excerto de um conto de aventuras. O que terá acontecido em seguida? Será que
os dois rapazes descobriram quem tinha pegado fogo à mata? Será que o Mondegão os ajudou na
investigação?
Escreve um possível final para esta história (de 140 a 200 palavras). Não te esqueças de seguir
as etapas da planificação, textualização e revisão.

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2 _______________________________________________________________________________________
3 _______________________________________________________________________________________
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5 _______________________________________________________________________________________
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18 _______________________________________________________________________________________
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21 _______________________________________________________________________________________
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CORREÇÃO DA FICHA DE AVALIAÇÃO – 6.º ANO

1.ª Parte 2.ª Parte

Texto A 1.1 É uma palavra derivada por sufixação.

1. São o Lobo, o Eduardo e o avô do Lobo. 2. «boas-vindas».

2. Inicia-se de manhã cedo, ao romper do sol, antes 3.


das sete horas.
Nome comum: lata; pronome pessoal: -se;
3. A. «casa de Eduardo»; B. «casa dos avós do adjetivo qualificativo: sérios; verbo principal:
Lobo»; C. «gruta». rompeu; verbo auxiliar: vai; preposição simples:
para; preposição contraída: na; conjunção
4. Costumava levantar-se mais tarde nas férias. coordenativa: e.

5. O Lobo pretendia levá-lo a uma gruta onde havia 4.


material suspeito de ter provocado um incêndio. a. Eduardo; b. cão; c. Lobo; d. o papel.

6. …com a finalidade de ir buscar o cão, o Mondegão. 5.


1.- c.; 2.- a.; 3.- f.; 4.- b.; 5.- d.; 6.- e.
7. É uma comparação.
6.
8.1 Tinha encontrado uma lata vazia com cheiro a a. Infinitivo impessoal; b. Gerúndio; c. Particípio.
gasolina dentro da gruta.
7.
8.2 Tinha encontrado um bilhete que dizia «O resto 1. Predicativo do sujeito; 2. Sujeito;
fica para depois do segundo serviço». 3. Compl. direto; 4. Compl. indireto; 5. Compl.
oblíquo
9. Ficando de vigia à gruta.
8. d.

Texto B

1.
a. Verdadeiras: 2, 4 e 6; Falsas: 1, 3 e 5.

b. Verdadeiras: 1 e 5; Falsas: 2, 3, 4 e 6.

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