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Entrada Politica SUPOSTA OPERAÇÃO AGITA MAPUTO: “Defesa” desmente recruta compulsiva
Categoria: Política
Publicado em 08 Fevereiro 2020
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O Ministério da Defesa Nacional distancia-se do suposto recrutamento de jovens para a obrigatoriedade do serviço militar e
esclarece que tal facto não se conforma com as práticas e procedimentos estabelecidos na lei que regula a matéria.
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10/02/2020 SUPOSTA OPERAÇÃO AGITA MAPUTO: “Defesa” desmente recruta compulsiva
Na manhã de ontem a população enfurecida ergueu barricadas na Estrada Nacional Número Um (EN1), mais concretamente nas
proximidades do Mercado Grossista do Zimpeto, na cidade de Maputo, dificultando a circulação de pessoas e bens, em protesto
contra o referido alistamento de jovens. Para além de bloqueada, jovens arremessaram pedras e estilhaços de vidros contra toda
e qualquer viatura que ousasse atravessar o local, o que originou pandemónio, sobretudo nos que viajavam nos transportes
semi-colectivos que se puseram a pular pelas janelas para escapar à fúria popular. Os ânimos só vieram a amainar com a
chegada ao local de uma brigada conjunta da Polícia de Protecção e Polícia Municipal. Zimpeto foi o epicentro de uma
manifestação que se alastraria por outros bairros das cidades de Maputo e Matola, dado que, segundo relatos postos a circular
nas várias plataformas de comunicação, seria o primeiro ponto a escalar pelos agentes recrutadores.
O Ministério da Defesa Nacional reagiu de imediato à confusão assumindo que tomou conhecimento da circulação de
informações em aglomerados populacionais, tais como mercados e estações de transporte público e acompanhou através das
redes sociais alegados planos de suposto recrutamento compulsivo de jovens para o cumprimento do serviço militar.
Carlos Mucamissa, director nacional de Educação Cívico Patriótica no Ministério da Defesa Nacional, afirmou que as acções do
suposto recrutamento compulsivo foram levadas a cabo por indivíduos desconhecidos em algumas localidades e bairros de
Maputo, tais como Manhiça, Bobole, Marracuene, Zimpeto, T-3, Ndhlavela, Patrice Lumumba, entre outros, suportando que
objectivo seria o treinamento de jovens para o reforço do efectivo das Forças Armadas de Defesa de Mocambique (FADM) que
lutam contra os insurgentes na província de Cabo Delgado.
Mucamissa indicou que a circulação destas informações coincide com o decurso do recenseamento militar no país, cujo fim está
previsto para o dia 28 de Fevereiro corrente.
“Actualmente, o Ministério da Defesa Nacional está a desenvolver um trabalho conjunto com as Forças de Defesa e Segurança,
com vista a descobrir a origem, motivações e os presumíveis autores destes actos para a sua responsabilização criminal”, disse
Carlos Mucamissa, apelando à calma, vigilância e colaboração da sociedade para a denúncia destes actos.
Mucamissa salientou que qualquer denúncia relacionada com estes factos pode ser apresentada junto dos centros provinciais de
recrutamento e mobilização ou na esquadra da Polícia mais próxima.
Enquanto isso, o Comando-Geral da Polícia apelou, em conferência de imprensa, à calma da população e à denúncia às
autoridades de quaisquer manifestações que concorram para a perturbação da ordem e tranquilidade públicas.
Orlando Madumane, porta-voz da corporação, disse estar em curso uma investigação para a identificação, neutralização e
responsabilização criminal dos autores da desinformação.
Assegurou não possuir qualquer queixa ou registo de desaparecimento de jovens, quer na cidade de Maputo, quer na província,
em conexão com o suposto recrutamento.
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