Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
LINHAS
12.º ANO
DA HISTÓRIA
12
ALEXANDRA FORTES
FÁTIMA FREITAS GOMES
JOSÉ FORTES
COLABORAÇÃO DE ANTÓNIO LUÍS CATARINO
ÍNDICE
PLANIFICAÇÕES
PLANIFICAÇÃO A LONGO PRAZO 4
PLANIFICAÇÃO A MÉDIO PRAZO 5
MÓDULO 7
PLANOS DE AULAS 12
DOCUMENTOS COM PROPOSTAS DE EXPLORAÇÃO E DE RESOLUÇÃO 39
TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA 1 94
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO 102
TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA 2 108
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO 115
MÓDULO 8
PLANOS DE AULAS 124
DOCUMENTOS COM PROPOSTAS DE EXPLORAÇÃO E DE RESOLUÇÃO 151
TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA 3 208
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO 216
TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA 4 222
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO 230
TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA 5 237
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO 246
MÓDULO 9
PLANOS DE AULAS 254
DOCUMENTOS COM PROPOSTAS DE EXPLORAÇÃO E DE RESOLUÇÃO 270
TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA 6 305
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO 313
TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA 7 320
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO 329
PLANIFICAÇÕES
1.º PERÍODO
MÓDULO 7 – Crises, embates
ideológicos e mutações
Competências Aprendizagens Conceitos Aulas*
culturais na primeira metade
do século XX
1. AS TRANSFORMAÇÕES • Pesquisar de forma Compreender a expansão de Soviete
DAS PRIMEIRAS DÉCADAS autónoma mas planificada, regimes autoritários como Ditadura do
DO SÉCULO XX em meios diversificados, reflexo do problema do proletariado
informação relevante para enquadramento das massas
1.1. Um novo equilíbrio assuntos em estudo, na vida política, em países Centralismo
global organizando-a segundo em que a democracia democrático
– A geografia política após critérios de pertinência. representativa não se Comunismo
a Primeira Guerra Mundial. consolidara. Marxismo-
A Sociedade das Nações. • Analisar fontes de ‑leninismo
– A difícil recuperação natureza diversa, Avaliar o impacto exercido
económica da Europa e a distinguindo informação, pelo modelo soviético nos
dependência em relação implícita e explícita, assim movimentos sociais e nas
aos Estados Unidos. como os respetivos limites opções de política interna e
para o conhecimento do externa dos Estados
1.2. A implantação do passado. demoliberais.
marxismo-leninismo na
Rússia: a construção do • Analisar textos Compreender o corte que se
modelo soviético. historiográficos, opera na mentalidade
identificando a opinião do confiante e racionalista da
1.3. A regressão do autor e tomando-a como sociedade burguesa de Anomia social
demoliberalismo uma interpretação início do século XX, devido
– O impacto do socialismo Feminismo
suscetível de revisão, em ao choque da Primeira
revolucionário; dificuldades função dos avanços Guerra Mundial, às crises Relativismo
económicas e radicalização historiográficos. subsequentes e à evolução Psicanálise
dos movimentos sociais; técnica do mundo Modernismo
emergência de • Situar cronológica e industrial.
autoritarismos. espacialmente Vanguarda
acontecimentos e processos Reconhecer como principais cultural
1.4. Mutações nos relevantes, relacionando-os vetores da mudança Expressionismo
comportamentos e na com o contexto em que cultural, no limiar do Fauvismo
cultura ocorreram. século, a emergência do
– As transformações da Cubismo
relativismo científico, a
vida urbana e a nova • Identificar a influência da psicanálise e Abstracionismo
sociabilidade; a crise dos multiplicidade de fatores e a rutura com os cânones Futurismo
valores tradicionais; os a relevância da ação de clássicos da arte europeia. Dadaísmo
movimentos feministas. indivíduos ou grupos,
– A descrença no relativamente a fenómenos Compreender os Surrealismo
pensamento positivista e circunscritos no tempo e no condicionalismos internos
as novas conceções espaço. e externos que, em
científicas. Portugal, conduziram à
– As vanguardas: ruturas • Situar e caracterizar falência do projeto político
com os cânones das artes e aspetos relevantes da e social da 1.ª República e
da literatura. História de Portugal, que favoreceram a ascensão
europeia e mundial. de forças conservadoras e a
1.5. Portugal no primeiro implantação de um regime
pós-guerra autoritário.
– As dificuldades
económicas e a
instabilidade política e
social; a falência da
1.ª República.
– Tendências culturais:
entre o naturalismo e as
vanguardas.
Total 32 aulas
* Número de aulas de acordo com o previsto no Programa.
** A negrito estão assinalados os conteúdos de aprofundamento, as aprendizagens e os conceitos estruturantes.
PLANIFICAÇÕES
MÓDULO 8 – Portugal e o mundo da
Segunda Guerra Mundial ao início
Competências Aprendizagens Conceitos Aulas*
da década de 80 – opções internas
e contexto internacional
1. NASCIMENTO E AFIRMAÇÃO DE • Situar e caracterizar Relacionar a fragilidade Oposição
UM NOVO QUADRO GEOPOLÍTICO aspetos relevantes da da tentativa liberalizadora democrática
História de Portugal, e de modernização
1.1. A reconstrução do pós-guerra. europeia e mundial. económica do marcelismo
– A definição de áreas de Descolonização
• Relacionar a História com o anacronismo da sua
influência; a Organização das de Portugal com a solução para o problema
Nações Unidas; as novas regras da História europeia e colonial. Guerra Fria
economia internacional. A primeira mundial, distinguindo Social-
vaga de descolonizações. articulações dinâmicas Compreender que, após a
Segunda Guerra Mundial, ‑democracia
1.2. O tempo da Guerra Fria – a e analogias/ Democracia cristã
especificidades, quer de a vida internacional foi
consolidação do mundo bipolar determinada pelo Sociedade de
– O mundo capitalista: a política natureza temática quer
de âmbito cronológico, confronto entre as duas consumo
de alianças liderada pelos EUA; a superpotências defensoras Democracia
prosperidade económica e a regional ou local.
de ideologias e de popular
sociedade de consumo; a • Pesquisar de forma modelos político-
afirmação do Estado-Providência. autónoma mas ‑económicos antagónicos.
– O mundo comunista: o planificada, em meios Maoísmo
expansionismo soviético; opções diversificados, Caracterizar as políticas Movimento
e realizações da economia de informação relevante económicas e sociais das nacionalista
direção central. para assuntos em democracias ocidentais,
– A escalada armamentista e o estudo, organizando-a no segundo pós-guerra. Terceiro Mundo
início da era espacial. segundo critérios de Neocolonialismo
pertinência. Perspetivar as razões do
1.3. A afirmação de novas • Analisar fontes de crescimento económico do
potências natureza diversa, mundo ocidental, bem
– O rápido crescimento do Japão; o distinguindo como as da recessão dos
afastamento da China do bloco informação, implícita e anos 70 e as respetivas
soviético; a ascensão da Europa. explícita, assim como implicações sociais.
– A política de não alinhamento; a os respetivos limites
segunda vaga de descolonizações. para o conhecimento do Relacionar a aceleração dos
passado. movimentos
1.4. O termo da prosperidade independentistas com o
económica: origens e efeitos. • Analisar textos direito internacional
historiográficos, estabelecido após a
2. PORTUGAL DO AUTORITARISMO À identificando a opinião Segunda Guerra Mundial e
DEMOCRACIA do autor e tomando-a com a luta das
como uma interpretação superpotências no contexto
2.1. Imobilismo político e suscetível de revisão, da Guerra Fria.
crescimento económico do pós- em função dos avanços
‑guerra a 1974 historiográficos. Identificar os
– Estagnação do mundo rural; • Situar cronológica e condicionalismos que
emigração. Surto industrial e espacialmente concorreram para o
urbano; fomento económico nas acontecimentos e enfraquecimento do
colónias. processos relevantes, bipolarismo na década de
– A radicalização das oposições e relacionando-os com o 70.
o sobressalto político de 1958; a contexto em que
questão colonial – soluções ocorreram.
preconizadas, luta armada,
isolamento internacional. • Identificar a
multiplicidade de
fatores e a relevância
da ação de indivíduos
ou grupos,
relativamente a
fenómenos circunscritos
no tempo e no espaço.
Total 32 aulas
* Número de aulas de acordo com o previsto no Programa.
** A negrito estão assinalados os conteúdos de aprofundamento, as aprendizagens e os conceitos estruturantes.
PLANIFICAÇÕES
MÓDULO 9 – Alterações geoestra-
tégicas, tensões políticas e
Competências Aprendizagens estruturantes Conceitos Horas
transformações socioculturais no
mundo atual
1. O FIM DO SISTEMA • Pesquisar de forma Compreender o impacto da Perestroika
INTERNACIONAL DA GUERRA FRIA autónoma mas desagregação do bloco
E A PERSISTÊNCIA DA DICOTOMIA planificada, em meios soviético na evolução
NORTE-SUL diversificados, geopolítica internacional.
informação relevante
1.1. O colapso do bloco soviético para assuntos em estudo, Caracterizar polos de
e a reorganização do mapa organizando-a segundo desenvolvimento
político da Europa de Leste. Os critérios de pertinência. económico uniformizados
problemas da transição para a pela economia de mercado
economia de mercado. • Analisar fontes de e diferenciados pelas
natureza diversa, áreas culturais de
1.2. Os polos do distinguindo informação, pertença.
desenvolvimento económico implícita e explícita,
– Hegemonia dos Estados assim como os respetivos Analisar as dinâmicas de
Unidos: supremacia militar, limites para o transformação da Europa,
prosperidade económica, conhecimento do identificando a sua
Cidadania
dinamismo científico e passado. importância no sistema
europeia
tecnológico. mundial e perspetivando
– Consolidação da comunidade • Analisar textos nesse processo a situação
europeia: integração das novas historiográficos, de Portugal.
democracias da Europa do sul; a identificando a opinião
UE e as dificuldades na do autor e tomando-a Reconhecer a crise das
constituição de uma Europa como uma interpretação sociedade do "Terceiro
política. suscetível de revisão, em Mundo" e o papel da
– Afirmação do espaço função dos avanços Guerra Fria e do seu
económico da Ásia-Pacífico; a historiográficos. desfecho na persistência
questão de Timor. de tensões pluriétnicas ou
– Modernização e abertura da • Situar cronológica e nacionalistas em regiões
China à economia de mercado; a espacialmente periféricas.
integração de Hong Kong e de acontecimentos e
Macau. processos relevantes,
relacionando-os com o
1.3. Permanência de focos de contexto em que
tensão em regiões periféricas ocorreram.
– Degradação das condições de
existência na África subsaariana; • Identificar a
multiplicidade de fatores Tribalismo
etnias e Estados.
– Descolagem contida e e a relevância da ação de Sionismo
endividamento externo na indivíduos ou grupos, Fundamentalismo
América Latina; ditaduras e relativamente a
movimentos de guerrilha; a fenómenos circunscritos
expansão das democracias. no tempo e no espaço.
– Nacionalismo e confrontos
políticos e religiosos no Médio
Oriente e nos Balcãs.
Total 26 aulas
* Número de aulas de acordo com o previsto no Programa.
** A negrito estão assinalados os conteúdos de aprofundamento, as aprendizagens e os conceitos estruturantes.
10
MÓDULO 7
11
PLANO DE AULAS
Módulo 7 – CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
UNIDADE 1 – AS TRANSFORMAÇÕES DAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
Aula n.º 3 – –
3 – –
– –
CONTEÚDOS
1. As transformações das primeiras décadas do século XX
1.1. Um novo equilíbrio global (3 aulas)
1.1.1. A geografia política após a Primeira Guerra Mundial. A Sociedade das Nações (2 aulas)
1.1.2. A difícil recuperação económica da Europa e a dependência em relação aos EUA (1 aula)
12
2.ª AULA
– Referir as limitações subjacentes às negociações de paz.
– Identificar os princípios que inspiraram o novo mapa político do pós-guerra.
– Explicitar as razões que levaram a considerar os acordos de paz como uma imposição aos vencidos.
– Explicitar o significado do Tratado de Versalhes no quadro das negociações de paz.
– Identificar os objetivos da SDN.
MÓDULO 7
– Destacar os fatores que condicionaram a ação da SDN.
3.ª AULA
– Analisar os problemas que afetaram a recuperação económica da Europa.
– Explicitar o papel dos EUA na recuperação europeia.
– Destacar os fatores reveladores da frágil prosperidade dos anos 20.
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – Um novo equilíbrio global (p. 11).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – A nova geografia política após a Primeira Guerra Mundial (pp. 13,
interpretação de documentos (pp. 11, 13, 15, 14, 15, 16).
16, 18, 19, 22, 24); – A nova ordem mundial (pp. 18, 19).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – As dificuldades de recuperação europeia e a ascensão dos EUA
na leitura e análise de textos e documentos; (pp. 22, 24).
– Orientar a organização e o registo de dados e
informações recolhidas; Organizar ideias
– Observar os organogramas referentes aos – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
antecedentes da Primeira Guerra e ao triângulo unidade (pp. 25, 26).
financeiro da paz (pp. 9, 22); Controlo de Aprendizagem (p. 27)
– Analisar os gráficos referentes à inflação na – Incide sobre as consequências políticas e económicas das
Alemanha (p. 22); Conferências de Paz.
– Explorar as tabelas referentes à inflação nos
principais países ocidentais e à prosperidade Dossiê de Apoio ao Professor
americana (pp. 22, 24); – Texto historiográfico sobre o Tratado de Versalhes.
– Observar os mapas referentes à Europa antes e – Texto historiográfico sobre a questão das reparações de guerra.
depois da Primeira Guerra (pp. 6, 14); – Perspetiva de Keynes sobre o Tratado de Versalhes.
– Explorar a cronologia referente às transformações – Texto historiográfico sobre a SDN.
políticas após a Primeira Guerra (pp. 6, 7); – Teste de avaliação sumativa, com questões de tipologia de exame,
– Observar as imagens referentes a factos e matriz de objetivos e respetivos critérios de correção.
personalidades que marcaram o primeiro pós- Caderno de Atividades
‑guerra (pp. 10, 11, 12, 17, 20, 21, 24); – Ficha 1
– Realizar as atividades de aplicação de
conhecimentos e de desenvolvimento de e-Manual
competências (pp. 9, 11, 13, 14, 15, 16, 18, 19, – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
22, 24);
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem
(p. 27).
13
PLANO DE AULAS
Módulo 7 – CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
UNIDADE 1 – AS TRANSFORMAÇÕES DAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
Aula n.º 3 – –
4 Aula n.º 4 – –
– –
CONTEÚDOS
1. As transformações das primeiras décadas do século XX
1.2. A implantação do marxismo-leninismo na Rússia: a construção do modelo soviético (4 aulas)
4.ª AULA
– Quais as medidas da NEP?
– Quais as consequências da NEP?
– Qual o modelo político de organização do Estado adotado na URSS?
– Quais as características do centralismo democrático?
– Qual o significado de URSS?
14
MÓDULO 7
• Elaborar e comunicar, com correção
linguística e de forma criativa, sínteses
de assuntos estudados: estabelecendo os
seus traços definidores; utilizando, de
forma adequada, terminologia
específica.
• Disponibilizar-se para ampliação e
aprofundamento da sua formação.
2.ª AULA
– Identificar os motivos que levaram ao aumento da instabilidade na Rússia, entre abril e outubro de 1917.
– Explicar como se processou a Revolução de Outubro.
– Referir para quem se transferiu o poder depois da Revolução de Outubro.
– Explicitar a importância dos decretos revolucionários.
– Referir o significado de república dos sovietes.
– Explicitar o significado de marxismo-leninismo.
– Explicitar em que consiste a ditadura do proletariado.
– Analisar o significado de comunismo.
– Explicitar as consequências da aplicação dos decretos revolucionários.
3.ª AULA
– Identificar as fações que se confrontaram na guerra civil russa.
– Explicitar em que consistiu o comunismo de guerra.
– Identificar as medidas implementadas com vista a concretizar o controlo do Estado sobre a economia.
– Analisar as consequências do comunismo de guerra.
– Identificar a política empreendida por Lenine com vista a recuperar a economia
4.ª AULA
– Referir as medidas da NEP.
– Analisar as consequências da NEP.
– Identificar o modelo político de organização do Estado adotado na URSS.
– Analisar as características do centralismo democrático.
– Referir o significado de URSS.
15
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – O Governo Provisório e a contestação à sua atuação (p. 31).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – As Teses de Abril (p. 33).
interpretação de documentos (pp. 29, 31, 33, – A Revolução de Outubro (p. 34).
34, 36, 38, 41, 43, 45); – Os decretos revolucionários (p. 36).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – O marxismo-leninismo (p. 38).
na leitura e análise de textos e documentos; – O comunismo de guerra (pp. 40, 41).
– Orientar a organização e o registo de dados e – A NEP (p. 43).
informações recolhidas; – O centralismo democrático (p. 45).
– Analisar os organogramas referentes ao Império
Russo nas vésperas da Primeira Guerra e ao Organizar ideias
centralismo democrático (pp. 29, 45.) – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
– Observar o mapa da Europa após a Primeira unidade (pp. 46, 47).
Guerra Mundial (p. 6); Controlo de Aprendizagem (pp. 48, 49 )
– Explorar a cronologia referente aos – Incide sobre a revolução bolchevique.
acontecimentos das transformações das primeiras Dossiê de Apoio ao Professor
décadas do século XX (pp. 6, 7); – Texto historiográfico sobre o fortalecimento do poder bolchevique.
– Observar as imagens referentes a factos e – Texto historiográfico sobre o poder dual.
personalidades importantes para a construção do – Texto historiográfico sobre a ascensão de Lenine e do Partido
modelo do marxismo-leninismo na Rússia Bolchevique.
(pp. 28, 29, 32, 33, 35, 37, 39, 40, 42, 44); – Editorial assinado por Zinoviev em outubro de 1917.
– Realizar as atividades de aplicação de – Primeira proclamação do poder revolucionário.
conhecimentos e de desenvolvimento de – Texto historiográfico sobre a NEP.
competências (pp. 29, 31, 33, 34, 36, 38, 40, – Teste de avaliação sumativa, com questões de tipologia de exame,
42). matriz de objetivos e respetivos critérios de correção.
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem
(pp. 48, 49). Caderno de Atividades
– Ficha 2
e-Manual
– Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
16
PLANO DE AULAS
Módulo 7 – CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
UNIDADE 1 – AS TRANSFORMAÇÕES DAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas – –
– –
1 – –
– –
CONTEÚDOS
1. As transformações das primeiras décadas do século XX
1.3. A regressão do demoliberalismo
1.3.1. O impacto do socialismo revolucionário; dificuldades económicas e radicalização dos movimentos sociais;
emergência de autoritarismos (1 aula)
MÓDULO 7
QUESTÕES ORIENTADORAS CONCEITOS/VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
1.ª AULA O Programa não prevê conceitos
– Qual o impacto que a Revolução Bolchevique teve nos países europeus específicos para esta unidade.
fragilizados pela guerra?
– Qual a importância da III Internacional? *Conceitos estruturantes
– Como era encarada a onda revolucionária por parte dos governos, da alta
burguesia e das classes médias? VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
– Quais os motivos de crise que se faziam sentir na Europa do primeiro pós- Demoliberalismo
‑guerra? III Internacional
– Qual o impacto do bolchevismo na República de Weimar? República de Weimar
– Qual o impacto do bolchevismo na Hungria? Espartaquistas
– Quais os fatores que originaram a onda revolucionária em Itália? Internacionalismo revolucionário
– Quais as consequências do bolchevismo revolucionário em Itália? Grupo Italiano de Combate
– Quem foi Benito Mussolini? Confederação Geral do Trabalho
– Qual o impacto da onda revolucionária em Inglaterra e na França? Autoritarismo
– Como se combateu nos EUA os tempos de crise? Partido Nacional Fascista
– Quais as características dos movimentos autoritários de direita? Putsch de Munique
– Qual o partido formado em Itália em 1921? Mein Kampf
– Em que consistiu a “Marcha sobre Roma”?
– Qual a ação desempenhada por Hitler em 1923?
– Que tipo de regimes se afirmaram na maior parte dos países europeus nos
anos 20?
LHA12DP_F02 17
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos. – O internacionalismo proletário (p. 51).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – A agitação revolucionária na Europa (pp. 51, 53).
interpretação de documentos (pp. 51, 53, 55, – A emergência de autoritarismo (pp. 55, 57).
57);
– Solicitar a apresentação da informação recolhida Organizar ideias
na leitura e análise de textos e documentos; – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
– Orientar a organização e o registo de dados e unidade (p. 58).
informações recolhidas; Controlo de Aprendizagem (p. 59)
– Explorar a cronologia referente à instauração dos – Incide sobre a regressão do demoliberalismo.
regimes autoritários na Europa e à onda
revolucionária do pós-guerra (pp. 6, 7, 56); Dossiê de Apoio ao Professor
– Observar e explorar o mapa da agitação – Texto historiográfico sobre a regressão do demoliberalismo.
revolucionária nos anos 20 (p. 53); Caderno de Atividades
– Observar as imagens referentes a factos e – Ficha 3
personalidades que marcaram a onda
revolucionária do primeiro pós-guerra e da e-Manual
emergência dos autoritarismos (pp. 50, 52, 54, – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
56);
– Realizar as atividades de aplicação de
conhecimentos e de desenvolvimento de
competências (pp. 51, 53, 55, 57);
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem
(p. 59).
18
PLANO DE AULAS
Módulo 7 – CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
UNIDADE 1 – AS TRANSFORMAÇÕES DAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
Aula n.º 3 – –
4 Aula n.º 4 – –
– –
CONTEÚDOS
1. As transformações das primeiras décadas do século XX
1.4. Mutações nos comportamentos e na cultura
1.4.1. As transformações da vida urbana e a nova sociabilidade; a crise dos valores tradicionais; os movimentos
feministas (1 aula)
1.4.2. A descrença no pensamento positivista e as novas conceções científicas (1 aula)
MÓDULO 7
1.4.3. As vanguardas: ruturas com os cânones das artes e da literatura (2 aulas)
QUESTÕES ORIENTADORAS CONCEITOS/VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
1.ª AULA Anomia social
– Quais as transformações que ocorreram nas cidades depois da Primeira Feminismo
Guerra Mundial? Relativismo
– Quais os novos espaços de evasão que se afirmaram? Psicanálise
– Qual a dança que se impôs? *Modernismo
– Qual a imagem da flapper? *Vanguarda cultural
– Quais os valores que se impuseram aos valores vitorianos? Expressionismo
– O que significa anomia social? Fauvismo
– Quais as alterações que se verificaram no papel da mulher? Cubismo
– O que foi o feminismo? Abstracionismo
– Qual a importância de Emmeline Pankhurst? Futurismo
– Qual a importância de Sigmund Freud? Dadaísmo
– O que é a psicanálise? Surrealismo
– Qual a conceção do homem, segundo Freud?
– Qual a importância do inconsciente? *Conceitos estruturantes
19
4.ª AULA
– Quais as características do abstracionismo?
– Qual a importância de Kandinsky?
– Quais as características do suprematismo?
– Quais os artistas do suprematismo russo?
– Quais as características do construtivismo russo?
– Quais as características do abstracionismo geométrico?
– Quais as características do dadaísmo?
– Qual a relação entre os problemas económico-sociais e a arte na Alemanha?
– Quais as características do surrealismo?
– Quais as características da literatura do primeiro pós-guerra?
2.ª AULA
– Referir a importância de Henri Bergson.
– Destacar a importância de Einstein para a nova conceção do universo.
– Explicitar o significado da teoria da relatividade.
– Enunciar outros contributos se fizeram sentir no domínio da Física.
– Explicitar o significado do princípio da incerteza.
– Analisar a importância do modernismo.
– Destacar as características comuns às correntes modernistas.
– Referir o significado de vanguarda cultural.
– Explicar o surgimento do termo fauve.
– Referir a importância de Henri Matisse.
– Identificar os principais representantes do fauvismo.
– Analisar as características do fauvismo.
20
3.ª AULA
– Identificar os movimentos expressionistas alemães.
– Identificar os principais representantes do expressionismo alemão.
– Referir a diferença entre o movimento Die Brücke e Der Blaue Reiter.
– Analisar as características do expressionismo alemão.
– Identificar os representantes do expressionismo na Áustria.
– Referir quem se destacou na escultura expressionista.
– Destacar a importância da obra de Picasso Les Demoiselles d’Avignon.
– Enunciar as influências do cubismo.
– Identificar os principais representantes do cubismo.
– Analisar as características do cubismo.
– Destacar a diferença entre cubismo analítico e cubismo sintético.
– Referir quem se destacou na escultura cubista.
– Referir quem foi Filippo Marinetti.
– Identificar os artistas que se destacaram no futurismo.
MÓDULO 7
– Analisar as características do futurismo.
4.ª AULA
– Analisar as características do abstracionismo.
– Destacar a importância de Kandinsky.
– Analisar as características do suprematismo.
– Identificar os artistas do suprematismo russo.
– Enunciar as características do construtivismo russo.
– Analisar as características do abstracionismo geométrico.
– Analisar as características do dadaísmo.
– Destacar a relação entre os problemas económico-sociais e a arte na Alemanha.
– Analisar as características do surrealismo.
– Destacar as características da literatura do primeiro pós-guerra.
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de competências (assunto e página do manual):
documentos diversos; – A nova sociabilidade (p. 62).
– Orientar a elaboração de atividades – A crise dos valores tradicionais (pp. 63, 64).
de análise e interpretação de – O feminismo (p. 66).
documentos (pp. 62, 63, 64, 66, – Freud e uma nova conceção do homem (p. 68).
68, 70, 71, 74, 76, 78, 81, 83, 84, – Einstein e uma nova conceção do universo (p. 70).
86, 89, 91, 93); – O relativismo (p. 71).
– Solicitar a apresentação da – O fauvismo (p. 74).
informação recolhida na leitura e – O expressionismo (pp. 76, 78).
análise de textos e documentos; – O cubismo (pp. 81, 83).
– Orientar a organização e o registo – O futurismo (pp. 84, 86).
de dados e informações recolhidas; – O abstracionismo (pp. 88, 89)
– Observar e explorar a obras de arte – O suprematismo (p. 88).
referentes às correntes de – O construtivismo (p. 89).
vanguarda (pp. 74, 76, 78, 81, 83, – O dadaísmo (p. 91).
86, 88, 89, 91, 93); – A nova objetividade (p. 93).
– Explorar a cronologia referente aos – O surrealismo (p. 93).
acontecimentos culturais e – A vanguarda literária (p. 95)
artísticos (pp. 6, 7); Organizar ideias
– Observar as imagens referentes às – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da unidade (pp. 94, 95).
mutações nos comportamentos e na Controlo de Aprendizagem (pp. 98, 99, 100)
cultura (pp. 60, 61, 63, 65, 67, 69, – Incide sobre as novas conceções científicas e as vanguardas artísticas.
71, 72, 73, 75, 79, 80, 82, 83, 85,
87, 90, 92, 94); Dossiê de Apoio ao Professor
– Realizar as atividades de aplicação – Texto historiográfico sobre o fauvismo.
de conhecimentos e de – Texto historiográfico sobre o expressionismo.
desenvolvimento de competências – A descoberta da arte africana segundo Picasso.
(pp. 62, 63, 64, 66, 68, 70, 71, 74, – Teste de avaliação sumativa, com questões de tipologia de exame, matriz de
76, 78, 81, 83, 84, 86, 89, 91, 93). objetivos e respetivos critérios de correção.
– Realizar a atividade de controlo de Caderno de Atividades
aprendizagem (pp. 98, 99, 100). – Ficha 4
e-Manual
– Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
21
PLANO DE AULAS
Módulo 7 – CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
UNIDADE 1 – AS TRANSFORMAÇÕES DAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
Aula n.º 3 – –
3 – –
– –
CONTEÚDOS
1. As transformações das primeiras décadas do século XX
1.5. Portugal no primeiro pós-guerra
1.5.1. As dificuldades económicas e a instabilidade política e social. A falência da Primeira República (2 aulas)
1.5.2. Tendências culturais: entre o naturalismo e as vanguardas (1 aula)
22
MÓDULO 7
• Elaborar e comunicar, com correção
linguística e de forma criativa, sínteses
de assuntos estudados: estabelecendo os
seus traços definidores; utilizando, de
forma adequada, terminologia
específica.
• Disponibilizar-se para ampliação e
aprofundamento da sua formação.
2.ª AULA
– Referir como se traduziu a instabilidade política depois do assassinato de Sidónio Pais.
– Identificar os grupos descontentes com os governos da Primeira República.
– Enunciar os motivos do descontentamento das classes médias, da alta burguesia e da Igreja.
– Explicitar como era encarada a hipótese de uma solução antiparlamentar e autoritária.
– Explicitar em que consistiu a “Marcha sobre Lisboa”.
– Referir quem assumiu o poder com a ditadura militar.
3.ª AULA
– Referir as razões para a permanência do academismo em Portugal no início do século XX.
– Identificar os artistas que integraram o primeiro modernismo.
– Enunciar as correntes artísticas que tiveram mais impacto no primeiro modernismo.
– Analisar as características da obra de Amadeo de Souza-Cardoso.
– Destacar a importância de Almada Negreiros no quadro do primeiro modernismo.
– Referir a importância dos Delaunay para a obra de Eduardo Viana.
– Reconhecer os elementos futuristas no Ultimatum de Almada Negreiros.
– Identificar os arquitetos que se destacaram no primeiro modernismo.
– Destacar a importância de Francisco Franco para a escultura modernista.
– Identificar os artistas que se destacaram no quadro do segundo modernismo português.
– Analisar as características da obra de Mário Eloy.
– Analisar as características da obra de Júlio.
– Analisar as características da obra de Sarah Affonso.
– Referir a importância da revista Presença para o segundo modernismo.
– Identificar os arquitetos que se destacaram no quadro do segundo modernismo.
23
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – As dificuldades económicas (p. 102).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – A instabilidade política (pp. 104, 106).
interpretação de documentos (pp. 102, 104, – O golpe militar de 28 de maio (p. 108).
106, 108, 110, 111, 112, 113, 116, 117); – Entre o naturalismo e as vanguardas (p. 110).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – O modernismo em Portugal (pp. 111, 112, 113, 116, 117).
na leitura e análise de textos e documentos;
– Orientar a organização e o registo de dados e Organizar ideias
informações recolhidas; – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
– Observar e explorar as tabelas referentes à unidade (pp. 119, 120).
evolução das contas públicas e do poder de Controlo de Aprendizagem (pp. 121, 122, 123)
compra, ao número de governos empossados – Incide sobre a queda da Primeira República e o modernismo em
entre 1919 e 1926, aos autores do modernismo Portugal.
português (pp. 102, 103, 109, 115);
– Explorar a cronologia referente às transformações Dossiê de Apoio ao Professor
das primeiras décadas do século XX (pp. 6, 7); – A conceção da arte segundo a revista Presença.
– Observar as imagens referentes a factos e – Teste de avaliação sumativa, com questões de tipologia de exame,
personalidades que marcaram Portugal no matriz de objetivos e respetivos critérios de correção.
primeiro pós-guerra (pp. 101, 103, 104, 106, Caderno de Atividades
107, 108, 109, 112, 113, 114, 115, 117, 118); – Ficha 5
– Analisar obras de arte representativas do
modernismo português (pp. 110, 111, 113, 114, e-Manual
115, 116, 117, 118); – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
– Realizar as atividades de aplicação de
conhecimentos e de desenvolvimento de
competências (pp. 102, 104, 106, 108, 110,
111, 113, 116, 117);
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem
(pp. 121, 122, 123).
24
PLANO DE AULAS
Módulo 7 – CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
UNIDADE 2 – O AGUDIZAR DAS TENSÕES POLÍTICAS E SOCIAIS A PARTIR DOS ANOS 30
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas – –
– –
1 – –
– –
CONTEÚDOS
2. O agudizar das tensões políticas e sociais a partir dos anos 30
2.1. A grande depressão e o seu impacto social (1 aula)
MÓDULO 7
QUESTÕES ORIENTADORAS CONCEITOS/VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
1.ª AULA Crash bolsista
– Quais os indicadores reveladores da prosperidade americana nos anos 20? Deflação
– Quais os sinais de fragilidade que se começaram a fazer sentir a partir de Inflação
1927?
– Qual o problema da especulação bolsista? *Conceitos estruturantes
– Em que consistiu o crash bolsista?
– Quais as consequências do crash? VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
– Quais os indicadores que revelam a mundialização da crise? Bolsa de Valores
– Quais as razões que levam a falar de Grande Depressão? Acumulação de stocks
– Em que consiste a deflação? Crise de superprodução
– Quais as consequências socais da crise? Especulação bolsista
– Quais as consequências políticas da crise? Contração do comércio
Desemprego
Gangsters
Descrédito da democracia
25
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – Indicadores do abrandamento económico (p. 127).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – A especulação bolsista (p. 129).
interpretação de documentos (pp. 127, 129, – A crise de 1929 nos EUA (p. 129).
131, 133); – A mundialização da crise e a diminuição do crescimento económico
– Solicitar a apresentação da informação recolhida (p. 131).
na leitura e análise de textos e documentos; – O impacto social da Grande Depressão (p. 133).
– Orientar a organização e o registo de dados e
informações recolhidas; Organizar ideias
– Observar e explorar as tabelas referentes aos – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
indicadores económicos antes e depois de 1929 unidade (p. 134).
e ao comércio mundial entre 1921 e 1938 Controlo de Aprendizagem (p. 135)
(pp. 127 e 131); – Incide sobre o ciclo vicioso da crise.
– Analisar os gráficos referentes à especulação
bolsista, à quebra da produção industrial e ao Dossiê de Apoio ao Professor
desemprego (pp. 129, 131, 133) – Texto historiográfico sobre as consequências da crise de 1929.
– Observar o mapa da mundialização da crise – Teste de avaliação sumativa, com questões de tipologia de exame,
(p. 131); matriz de objetivos e respetivos critérios de correção.
– Observar as imagens referentes a factos e Caderno de Atividades
personalidades que marcaram a grande depressão – Ficha 6
(pp. 128, 130, 132);
– Realizar as atividades de aplicação de e-Manual
conhecimentos e de desenvolvimento de – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
competências (pp. 127, 129, 131, 133).
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem
(p. 135).
26
PLANO DE AULAS
Módulo 7 – CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
UNIDADE 2 – O AGUDIZAR DAS TENSÕES POLÍTICAS E SOCIAIS A PARTIR DOS ANOS 30
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
Aula n.º 3 – –
5 Aula n.º 4 – –
Aula n.º 5 – –
CONTEÚDOS
2. O agudizar das tensões políticas e sociais a partir dos anos 30
2.2. As opções totalitárias
2.2.1. Os fascismos, teoria e práticas: uma nova ordem nacionalista, antiliberal e antissocialista. Elites e
enquadramento das massas. O culto da força e da violência e a negação dos direitos humanos. A autarcia
como modelo económico (3 aulas)
MÓDULO 7
2.2.2. O estalinismo: planificação da economia, coletivização dos campos. Burocratização do partido. Repressão
(2 aulas)
QUESTÕES ORIENTADORAS CONCEITOS/VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
1.ª AULA *Totalitarismo
– Quais os fatores que levaram à emergência dos autoritarismos? *Fascismo
– Quais as características do totalitarismo? *Nazismo
– Porque eram os fascismos antiliberais e antidemocráticos? *Corporativismo
– Em que consistia o Estado forte, segundo os fascismos? Antissemitismo
– Como era encarado o indivíduo, segundo a conceção fascista? Genocídio
– Porque eram os fascistas antissocialistas? Propaganda
– Quais as características do nacionalismo?
– Quais os argumentos para justificar a desigualdade social? *Conceitos estruturantes
27
2.ª AULA
– Enunciar objetivo do enquadramento de massas.
– Identificar as organizações de enquadramento de massas na Itália.
– Referir as organizações de enquadramento de massas na Alemanha.
– Explicitar a importância da propaganda nos regimes totalitários.
– Identificar os mecanismos repressivos dos regimes fascista e nazi.
– Explicitar o papel do militarismo nos regimes fascistas.
3.ª AULA
– Explicitar o entendimento da raça segundo o nazismo.
– Destacar as medidas implementadas para promover a pureza da raça ariana.
– Definir antissemitismo.
– Explicitar as medidas a que os judeus foram sujeitos a partir de 1933.
– Explicar em que consistiu a solução final para o problema judaico.
– Definir holocausto.
– Identificar os objetivos da autarcia.
– Caracterizar o corporativismo.
– Enunciar as medidas tomadas em Itália para alcançar a autarcia.
– Enunciar as medidas tomadas na Alemanha com vista a garantir a autarcia.
4.ª AULA
– Referir os alicerces do “socialismo num só país”.
– Explicitar a importância da planificação da economia.
– Destacar as prioridades económicas definidas pelos planos quinquenais.
– Enunciar as consequências da planificação económica.
– Referir os objetivos da emulação socialista.
– Analisar como se processou a coletivização dos campos.
– Diferenciar kolkhoz de sovkhoz.
– Explicitar a resistência à coletivização.
5.ª AULA
– Explicitar como foi reforçado o poder de Estaline.
– Destacar o caráter do culto a Estaline.
– Enunciar como se concretizou o enquadramento das massas.
– Explicitar como se revelou o caráter repressivo do estalinismo.
28
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – O totalitarismo (p. 136).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – O Estado fascista e o culto do chefe (p. 139).
interpretação de documentos (pp. 136, 139, – O nacionalismo e o imperialismo (p. 141).
141, 143, 145, 146, 148, 150, 151, 153, 159, – O enquadramento das massas (p. 143).
161, 163, 164); – A propaganda (p. 145).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – O culto da força e o militarismo (p. 146).
na leitura e análise de textos e documentos; – O racismo e o antissemitismo (p. 146).
– Orientar a organização e o registo de dados e – A solução final (pp. 150, 151).
informações recolhidas; – O corporativismo (p. 153).
– Observar e explorar as tabelas referentes à – A planificação da economia (p. 159).
industrialização da URSS e à coletivização – A coletivização agrícola e a deskulakização (p. 161).
MÓDULO 7
agrícola (pp. 159, 161); – O culto a Estaline (p. 163).
– Analisar os gráficos referentes aos prisioneiros – A repressão estalinista (p. 164).
do gulag (p. 164);
– Observar o mapa da Europa em 1930 e da Organizar ideias
geografia da solução final (pp. 124, 150); – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
– Explorar a cronologia referente às tensões unidade (pp. 154, 155, 165).
políticas dos anos 30 e a cronologia comparada Controlo de Aprendizagem (pp. 156, 157, 166, 167)
dos acontecimentos em Itália, na Alemanha e na – Incide sobre o fascismo, o nazismo e o estalinismo.
URSS (pp. 124, 125, 137);
– Observar as imagens referentes a factos e Dossiê de Apoio ao Professor
personalidades que marcaram o nazismo, o – Texto historiográfico sobre a origem dos fascismos.
fascismo e o estalinismo (pp. 138, 140, 142, – A política externa do Partido Nacional Fascista.
144, 147, 149, 152, 158, 160, 162); – A autoridade inquestionável do Führer.
– Realizar as atividades de aplicação de – A solução final vista por um historiador.
conhecimentos e de desenvolvimento de – Texto historiográfico sobre a construção da Rússia estalinista.
competências (pp. 136, 139, 141, 143, 145, – Testemunho sobre a eliminação dos kulaks.
146, 148, 150, 151, 153, 159, 161, 163, 164); – O estalinismo segundo Josef Estaline.
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem – Teste de avaliação sumativa, com questões de tipologia de exame,
(pp. 156, 157, 166, 167). matriz de objetivos e respetivos critérios de correção.
Caderno de Atividades
– Ficha 8
e–Manual
– Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
29
PLANO DE AULAS
Módulo 7 – CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
UNIDADE 2 – O AGUDIZAR DAS TENSÕES POLÍTICAS E SOCIAIS A PARTIR DOS ANOS 30
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
– –
2 – –
– –
CONTEÚDOS
2. O agudizar das tensões políticas e sociais a partir dos anos 30
2.3. A resistência das democracias liberais
2.3.1. O intervencionismo do Estado (1 aula)
2.3.2. Os governos de Frente Popular e a mobilização dos cidadãos (1 aula)
30
2.ª AULA
– Identificar os fatores da crise vivida em França nos anos 30.
– Definir Frente Popular.
– Explicitar as medidas tomadas pelo governo de Léon Blum para fazer face ao descontentamento dos trabalhadores.
– Enunciar outras medidas foram tomadas pelo governo da Frente Popular em França.
MÓDULO 7
– Identificar o líder da Frente Popular em Espanha.
– Enunciar as medidas implementadas pela Frente Popular espanhola.
– Referir as consequências da ação da Frente Popular em Espanha
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – O intervencionismo do Estado (p. 167).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – O New Deal (pp. 167, 169, 170).
interpretação de documentos (pp. 167, 169, – A Frente Popular em França (p. 173).
170, 173); – A Frente Popular em Espanha (p. 173).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida
na leitura e análise de textos e documentos; Organizar ideias
– Orientar a organização e o registo de dados e – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
informações recolhidas; unidade (p. 174).
– Analisar os gráficos referentes ao desemprego e Controlo de Aprendizagem (p. 175)
à dívida pública nos EUA e da evolução salarial e – Incide sobre o New Deal e as Frentes Populares.
dos preços em França (pp. 170, 173);
– Explorar a cronologia referente ao Dossiê de Apoio ao Professor
intervencionismo do Estado e aos governos de – Texto historiográfico sobre o New Deal.
Frente Popular (pp. 124, 125); – A ação da Frente Popular em França.
– Observar as imagens referentes a factos e Caderno de Atividades
personalidades que marcaram o New Deal e os – Ficha 7
governos de Frente Popular (pp. 168, 170);
– Realizar as atividades de aplicação de e–Manual
conhecimentos e de desenvolvimento de – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
competências (pp. 167, 169, 170, 173);
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem
(p. 175).
31
PLANO DE AULAS
Módulo 7 – CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
UNIDADE 2 – O AGUDIZAR DAS TENSÕES POLÍTICAS E SOCIAIS A PARTIR DOS ANOS 30
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
Aula n.º 3 – –
3 – –
– –
CONTEÚDOS
2. O agudizar das tensões políticas e sociais a partir dos anos 30
2.4. A dimensão social e política e política da cultura
2.4.1. A cultura de massas e o desejo de evasão. Os grandes entretenimentos coletivos. Os media, veículo de modelos
socioculturais (1 aula)
2.4.2. As preocupações sociais na literatura e na arte. O funcionalismo e o urbanismo (1 aula)
2.4.3. A cultura e o desporto ao serviço dos Estados (1 aula)
3.ª AULA
– Quais as características do realismo socialista?
– Qual o papel da arte na Alemanha nazi?
– Qual o papel do desporto nos regimes autoritários?
32
2.ª AULA
– Explicitar como se traduziram as preocupações sociais que se fizeram sentir na literatura.
– Destacar importância da nova pintura americana.
– Analisar importância do funcionalismo.
MÓDULO 7
– Diferenciar funcionalismo racionalista de funcionalismo orgânico.
3.ª AULA
– Explicitar características do realismo socialista.
– Referir o papel da arte na Alemanha nazi.
– Destacar o papel do desporto nos regimes autoritários.
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – O poder da rádio (p. 178).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – Os novos meios de evasão (p. 178).
interpretação de documentos (pp. 178, 180, – A arte americana dos anos 30 (p. 180).
182, 184); – O funcionalismo e a preocupação urbanística (p. 182).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – O realismo socialista (p. 184).
na leitura e análise de textos e documentos; – O desporto ao serviço dos Estados (p. 184).
– Orientar a organização e o registo de dados e
informações recolhidas; Organizar ideias
– Explorar a cronologia referente aos principais – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
acontecimentos da cultura de massas (pp. 124, unidade (p. 185).
125); Controlo de Aprendizagem (p. 186)
– Observar as imagens referentes a factos e – Incide sobre a cultura de massas.
personalidades que revelam a dimensão social e
política da cultura (pp. 176, 177, 179, 180, 181, e–Manual
183); – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
– Realizar as atividades de aplicação de
conhecimentos e de desenvolvimento de
competências (pp. 178, 180, 182, 184);
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem
(p. 186).
LHA12DP_F03 33
PLANO DE AULAS
Módulo 7 – CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
UNIDADE 2 – O AGUDIZAR DAS TENSÕES POLÍTICAS E SOCIAIS A PARTIR DOS ANOS 30
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
Aula n.º 3 – –
5 Aula n.º 4 – –
Aula n.º 5 – –
CONTEÚDOS
2. O agudizar das tensões políticas e sociais a partir dos anos 30
2.5. Portugal: o Estado Novo
2.5.1. O triunfo das forças conservadoras. A progressiva adoção do modelo fascista nas instituições e no imaginário
político (2 aulas)
2.5.2. Uma economia submetida aos imperativos políticos: prioridade à estabilidade financeira. A defesa da
ruralidade. Obras públicas e condicionamento industrial. A corporativização dos sindicatos. A política
colonial (2 aulas)
2.5.3. O projeto cultural do regime (1 aula)
QUESTÕES ORIENTADORAS CONCEITOS/VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
1.ª AULA O Programa não prevê conceitos
– Quais os grupos sociais de apoio à ditadura militar? específicos para esta unidade.
– Em que se traduziu a instabilidade da ditadura militar?
– Quem foi convidado por Óscar Carmona para assumir a pasta das Finanças? *Conceitos estruturantes
– Quais as condições impostas por Salazar para assumir o cargo das Finanças?
– Qual a consequência do equilíbrio financeiro conseguido por Salazar? VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
– Quais os alicerces do Estado Novo? Integralismo Lusitano
– Quais as influências do Estado Novo? Presidente do Conselho
– Quais as características que fazem do Estado Novo um regime autoritário? Estado Novo
– Qual o partido do Estado Novo? União Nacional
– Qual o significado de Estado forte? Conservadorismo
Tradicionalismo
2.ª AULA Censura
– Quais os princípios em que assenta o nacionalismo do Estado Novo? PVDE
– Quais os valores que sustentam a tradição e o conservadorismo do Estado Presos políticos
Novo? Campos de concentração
– Quais os meios de repressão utilizados pelo Estado Novo? Secretariado de Propaganda Nacional
– Quais os meios de enquadramento das massas no Estado Novo? Mocidade Portuguesa
– Quais os valores defendidos pelas organizações paramilitares do Estado Novo? Legião Portuguesa
Obra das Mães pela Educação Nacional
3.ª AULA Mocidade Portuguesa Feminina
– Quais os objetivos da política económica do Estado Novo? Constituição de 1933
– Quais as medidas levadas a cabo por Salazar para equilibrar as finanças? Ruralidade
– Qual a consequência das medidas aplicadas por Salazar? Campanhas de produção
– Como se processou a defesa da ruralidade no Estado Novo? Condicionamento industrial
– Quais as medidas implementadas para valorizar a agricultura? Câmara corporativa
– Qual a importância da defesa da agricultura? Corporações
Grémios
4.ª AULA Sindicatos nacionais
– Quais os objetivos da política de obras públicas? Casas do povo
– Quais as medidas tomadas no âmbito das obras públicas? Casa dos pescadores
– Quem foi o ministro das obras públicas de Salazar? Ato Colonial
– Quais os objetivos do condicionamento industrial? Mística imperial
– Qual o papel do Estado mediante o condicionamento industrial? Vocação civilizadora
– Quais as consequências do condicionamento industrial? “Política do Espírito”
– Quais os objetivos do corporativismo? Exposição Colonial do Porto
– Como se traduziu a estrutura corporativa do Estado Novo? Exposição do Mundo Português
– Como se concretizou a corporativização socioeconómica?
5.ª AULA
– Qual a importância do Ato Colonial?
– Quais os princípios que legitimaram o colonialismo português?
– Qual a relação económica entre a metrópole e as colónias?
– Como se exaltou o colonialismo?
– Qual o objetivo da criação do SPN?
– Em que consistiu a “Política do Espírito”?
– Como procurou o Estado Novo ganhar visibilidade no exterior?
34
MÓDULO 7
de forma adequada, terminologia específica.
• Disponibilizar-se para ampliação e aprofundamento
da sua formação.
35
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – O reequilíbrio das contas públicas (p. 188).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – A defesa do partido único (p. 188).
interpretação de documentos (pp. 188, 189, – As ideias de Oliveira Salazar (p. 189).
191, 193, 195, 197, 199, 201, 202, 204, 206, – Estado nacionalista, conservador e tradicionalista (p. 191).
208); – A repressão no Estado Novo (p. 193).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – As organizações paramilitares (p. 195).
na leitura e análise de textos e documentos; – A política financeira (p. 197).
– Orientar a organização e o registo de dados e – As campanhas de produção (p. 199).
informações recolhidas; – A política de obras públicas (p. 201).
– Observar e explorar a tabela referente ao – O condicionamento industrial (p. 202).
orçamento de 1928-1929 e da adesão ao – O corporativismo (p. 204).
corporativismo (pp. 197, 204); – O Ato Colonial (p. 206).
– Analisar os gráficos referentes à política – A “Política do Espírito” (p. 208).
financeira do Estado Novo (p. 197);
– Explorar a cronologia referente a acontecimentos Organizar ideias
do Estado Novo (pp. 124, 125); – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
– Observar as imagens referentes a factos e unidade (pp. 209, 210, 211).
personalidades que marcaram o Estado Novo Controlo de Aprendizagem (pp. 212, 213)
(pp. 187, 189, 190, 192, 194, 196, 198, 200, – Incide sobre o Estado Novo.
201, 203, 205, 207, 208);
– Realizar as atividades de aplicação de Dossiê de Apoio ao Professor
conhecimentos e de desenvolvimento de – Texto historiográfico sobre a progressiva edificação do Estado
competências (pp. 188, 189, 191, 193, 195, Novo.
197, 199, 201, 202, 204, 206, 208); – A ordem e o conservadorismo no Estado Novo, segundo Óscar
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem Carmona.
(pp. 212, 213). – Texto historiográfico sobre a polícia política.
– Teste de avaliação sumativa, com questões de tipologia de exame,
matriz de objetivos e respetivos critérios de correção.
Caderno de Atividades
– Ficha 9
e–Manual
– Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
36
PLANO DE AULAS
Módulo 7 – CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
UNIDADE 2 – O AGUDIZAR DAS TENSÕES POLÍTICAS E SOCIAIS A PARTIR DOS ANOS 30
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas – –
– –
1 – –
– –
CONTEÚDOS
3. A degradação do ambiente internacional
3.1. A irradiação do fascismo no mundo
3.2. As hesitações face à Guerra Civil de Espanha. A aliança contra o imperialismo do eixo nazi-fascista. A mundialização
do conflito (1 aula)
MÓDULO 7
QUESTÕES ORIENTADORAS CONCEITOS/VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
1.ª AULA O Programa não prevê conceitos
– Como se difundiu o fascismo pelo mundo? específicos para esta unidade.
– Quais as alianças que se estabeleceram?
– Quais as ações desempenhadas pela Alemanha com vista a reforçar o seu *Conceitos estruturantes
imperialismo?
– Quais as ações desempenhadas pela Itália com vista a reforçar o seu VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
imperialismo? Eixo Roma-Berlim
– Quais as ações desempenhadas pelo Japão com vista a reforçar o seu Pacto de Aço
imperialismo? Pacto Antikomintern
– Qual o acontecimento que fez deflagrar a Segunda Guerra Mundial? Eixo Berlim-Tóquio
– Como se exerceu o domínio da Europa pelos nazis? Acordos de Munique
– Quais as fações que se opuseram na Guerra Civil de Espanha? Política de apaziguamento
– Como se traduziu o confronto ideológico entre as forças de direita e de Guerra Civil espanhola
esquerda? Aliados
– Quem saiu vitorioso da Guerra Civil de Espanha?
– Em que consistiu a política de apaziguamento?
– Quais as características da primeira fase do conflito?
– Quais as características da segunda fase do conflito?
– Quais as características da terceira fase do conflito?
– Quais as consequências da Segunda Guerra Mundial?
37
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – À conquista da Etiópia (p. 217).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – A defesa dos direitos do povo alemão (p. 217).
interpretação de documentos (pp. 217, 218, – O horror da Guerra Civil de Espanha (p. 218).
220); – A devastação da guerra (p. 220).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida
na leitura e análise de textos e documentos; Organizar ideias
– Orientar a organização e o registo de dados e – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
informações recolhidas; unidade (p. 221).
– Observar o mapa referente à Segunda Guerra Controlo de Aprendizagem (p. 222)
Mundial (p. 214); – Incide sobre a degradação do ambiente internacional.
– Explorar a cronologia referente à Segunda Guerra
Mundial (pp. 214, 215); Dossiê de Apoio ao Professor
– Observar as imagens referentes a factos e – Texto historiográfico sobre a Segunda Guerra Mundial.
personalidades que marcaram a degradação do – Texto historiográfico sobre as consequências da Segunda Guerra
ambiente internacional (pp. 216, 218, 219, Mundial.
220); e–Manual
– Realizar as atividades de aplicação de – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
conhecimentos e de desenvolvimento de
competências (pp. 217, 218, 220);
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem
(p. 222).
38
DOCUMENTOS
1. AS TRANSFORMAÇÕES DAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX
[…] O Tratado de Versalhes, assim chamado porque foi assinado no Salão dos Espelhos do Palá-
cio de Versalhes. O local parecia invocar uma desnecessária humilhação. […] Demasiado punitivo
para conciliar, demasiado brando para impedir a Alemanha de recuperar, o Tratado de Versalhes
condenava as democracias esgotadas a uma vigilância constante e à necessidade de uma repressão
permanente contra uma Alemanha irreconciliável e revisionista.
Apesar dos Catorze Pontos, o tratado era punitivo nas áreas militar, económica e territorial.
MÓDULO 7
A Alemanha teve de abdicar de 13% do território anterior à guerra. A Alta Silésia, economicamente
importante, foi entregue à recém criada Polónia, que também recebeu uma saída comercial para o
mar Báltico e os arredores de Posen, criando, assim, o "corredor polaco" a separar a Prússia oriental
do resto da Alemanha. O pequeno território de Eupen-et-Malmédy foi entregue à Bélgica e a Alsá-
cia-Lorena foi devolvida à França.
A Alemanha perdeu as colónias, cujo estatuto originou uma disputa legal entre Wilson, de um
lado, e a França, a Grã-Bretanha e o Japão, do outro; os três queriam obter a sua parte dos despojos.
Wilson insistiu que tal transferência direta violaria o princípio da autodeterminação. Os Aliados
chegaram, finalmente, ao chamado princípio dos mandatos, que tinha tanto de engenhoso como de
hipócrita. As colónias alemãs, bem como os antigos territórios otomanos no Médio Oriente, foram
cedidos aos vários vencedores, com um "mandato" sob a supervisão da Sociedade das Nações para
promover a sua independência. O que tal queria dizer nunca foi especificamente definido, nem no
final os mandatos conduziram à independência mais rapidamente do que em outras áreas coloniais.
As restrições militares do tratado reduziram o exército alemão a 100 000 voluntários e a marinha
a seis cruzadores e alguns navios menores. A Alemanha foi proibida de possuir armas ofensivas,
como submarinos, aviões, tanques ou artilharia pesada, e o Estado-Maior foi dissolvido. Para super-
visionar o desarmamento alemão foi criada uma comissão de controlo militar dos Aliados, à qual foi
conferida, como viria a verificar-se, uma autoridade extremamente vaga e ineficaz.
Henry Kissinger, Diplomacia, Gradiva, Lisboa, 2007, pp. 205-206.
39
d) a Alemanha perdeu a frota de guerra, ficou sem as minas de carvão do Sarre e manteve as colónias.
3. Como forma de garantir o respeito pelo "princípio da autodeterminação", os Aliados…
a) estabeleceram o princípio da autonomia nas colónias alemãs, repartidas pelos Aliados.
b) estabeleceram o regime dos mandatos, ficando as colónias alemãs sob administração inglesa ou
francesa, supervisionada pela SDN.
c) estimularam a independência das colónias retiradas às Alemanha.
d) estabeleceram o regime dos plebiscitos como forma de decidir o futuro político das colónias retira-
das à Alemanha.
4. O Tratado de Versalhes era "(…) demasiado punitivo para conciliar e demasiado brando para impedir
a Alemanha de recuperar" porque…
a) a Alemanha participou nas negociações de paz e conseguiu evitar as indemnizações de guerra.
b) a Alemanha desconhecia os termos da paz, mas o Tratado permitiu-lhe recuperar economicamente
da guerra.
c) a Alemanha apenas se limitou a assinar os termos da paz e foi responsabilizada pelos danos de
guerra, ainda que as indemnizações só tenham sido estabelecidas mais tarde.
d) a Alemanha participou tanto nas negociações de paz como na definição do estabelecimento do
montante das reparações de guerra.
2. Associe cada um dos elementos relacionados com o pós-guerra, representados na coluna A, à designação
correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Realizada, em Paris, no Palácio de Versalhes, entre 18 de janeiro de 1919 e 1. Potências aliadas
28 de junho do mesmo ano, e onde apenas coube aos vencedores a definição
dos termos de paz.
(B) Foram definidas pelo facto de a Alemanha ter sido responsabilizada pela 2. Armistício
guerra e destinavam-se a compensar os danos causados às populações civis e
aos seus bens.
(C) Tratado assinado a 28 de junho de 1919 entre as potências aliadas e a 3. Tratado de Versalhes
Alemanha e que esteve na base de uma nova geografia política europeia.
(D) Assinado às 11 horas da manhã do dia 11 de novembro de 1918, pôs fim a 4. Conselho dos Quatro
quatro anos de guerra.
(E) Constituíram a Tríplice Entente, combateram contra as potências centrais 5. Reparações de guerra
entre 1914 e 1918 e foram as vencedoras da I Guerra Mundial.
6. Tratado de Sèvres
7. Sociedade das Nações
8. Conferência de Paz
Proposta de resolução
1. 1– a); 2 – c); 3 –b); 4 – c).
2. A – 8; B – 5; C – 3; D – 2; E – 1.
40
Apesar da promessa eleitoral de Lloyd George de que iria "espremer" a Alemanha, os Aliados
começaram a aperceber-se de que uma Alemanha economicamente aniquilada poderia originar uma
crise económica mundial, afetando as próprias sociedades. Mas as populações vencedoras mostraram
pouco interesse pelos avisos teóricos da economia. Os britânicos e os franceses exigiram que a Ale-
manha indemnizasse as suas populações civis por todos os danos causados. Contra o seu melhor
julgamento, Wilson concordou, finalmente, com uma medida que fez com que a Alemanha pagasse
MÓDULO 7
as pensões das vítimas de guerra e algumas indemnizações para as famílias. Tal medida era inédita.
Nenhum tratado de paz europeu tinha anteriormente contido uma cláusula deste tipo. Outras pena-
lizações económicas exigiam o pagamento imediato de 5 mil milhões de dólares, em dinheiro ou em
espécie. A França devia receber da Alemanha grandes quantidades de carvão como forma de compen-
sar a destruição das suas minas durante a ocupação da França Oriental. Para compensar os navios
afundados pelos submarinos alemães, grande parte da marinha mercante alemã foi concedida à
Grã-Bretanha. Os ativos estrangeiros da Alemanha, totalizando cerca de 7 mil milhões de dólares,
foram confiscados, juntamente com muitas patentes alemãs (graças ao Tratado de Versalhes, a as-
pirina da Bayer é um produto americano e não alemão). Os principais rios alemães foram internacio-
nalizados e a sua competência legal para instituir taxas foi restringida.
Estes termos hipotecaram a nova ordem internacional, em vez de ajudarem a criá-la. […]
Quando já era tarde de mais, Lloyd George compreendeu o dilema em que os Aliados vencedores
se tinham metido. Num memorando a Wilson, datado de 1919, escreveu:
"Não consigo imaginar maior causa de uma futura guerra do que a do povo alemão, que já provou
firmemente a si mesmo ser uma das raças mais vigorosas e poderosas do mundo, estar rodeado por
um número de pequenos Estados, muitos deles constituídos por povos que nunca antes tinham es-
tabelecido um governo independente estável, mas cada um contendo grande número de alemães
reclamando a união com a terra natal".
Mas nessa altura já a conferência estava demasiado próxima da data do encerramento, em junho.
Nem havia qualquer princípio alternativo para organizar a ordem mundial possível agora que o equi-
líbrio de poder fora abandonado. […]
O erro psicológico mais grave do tratado era o artigo 231, a chamada cláusula dos crimes de
guerra. Declarava que a Alemanha era a única responsável pela Primeira Guerra Mundial e proferia
uma severa censura moral. A maioria das medidas de punição contra a Alemanha no tratado – eco-
nómicas, militares e políticas – baseavam-se na afirmação de que toda a conflagração fora inteira-
mente por culpa da Alemanha. […] Sem dúvida, a Alemanha carregava uma pesada responsabili-
dade, mas seria justo escolher apenas a Alemanha para aplicar medidas de punição? Seria o artigo
231 realmente correto? […] Os pacificadores, assaltados pela própria consciência, perguntavam a si
mesmos se aquilo que tinham forjado era justo, o que criou a falta de determinação para manterem
o tratado. É claro que neste assunto a Alemanha não foi responsável. No discurso oficial alemão o
artigo 231 passou a ser conhecido como "a mentira dos crimes de guerra". À dificuldade física para
estabelecer um equilíbrio de poder juntava-se a dificuldade psicológica para criar um equilíbrio
moral.
Assim os autores do acordo de Versalhes conseguiram fazer exatamente o contrário daquilo que
tinham planeado. Tinham tentado enfraquecer a fisicamente a Alemanha, mas, em vez disso, refor-
çaram-na geopoliticamente. Numa perspetiva de longo prazo, a Alemanha estava numa posição
41
muito melhor para dominar a Europa depois de Versalhes do que estivera antes da guerra. Logo que
a Alemanha se libertou das algemas do desarmamento, o que era apenas uma questão de tempo,
estava destinada a emergir mais poderosa do que nunca.
Henry Kissinger, Diplomacia, Gradiva, Lisboa, 2007, pp. 206-211.
Proposta de resolução
1. Identificação das exigências impostas à Alemanha:
• indemnização das populações civis pelos danos causados;
• penalizações económicas em dinheiro e em espécie (pagamentos, pensões, carvão, navios e submari-
nos);
• confisco dos ativos (capitais) alemães no estrangeiro ou confisco de patentes;
• internacionalização dos rios.
2. Referência ao significado do “erro psicológico” do Tratado:
• a Alemanha é declarada única responsável pela guerra e pelos “crimes de guerra” e todas as punições
assentam nesse princípio;
• os responsáveis pelo Tratado acabaram por questionar a inteira culpabilidade da Alemanha e o peso
moral que lhe era atribuído;
• os Alemães consideram o art.º 231 como “a mentira dos crimes”.
3. Explicitação das consequências de entre as seguintes:
• o Tratado teve efeito contrário pois reforçou a Alemanha geopoliticamente rodeando-a de pequenos
Estados;
• a aniquilação da economia alemã afetou a economia mundial;
• apesar de ter ficado desarmada quando desrespeitou essas exigências, ficou mais poderosa.
42
MÓDULO 7
que possa estabilizar os novos Estados europeus, nada que aponte para a recuperação da Rússia, do
mesmo modo que de maneira nenhuma promove uma solidariedade económica consistente entre os
próprios Aliados; não se acordaram em Paris quaisquer disposições capazes de restabelecer as finan-
ças desequilibradas de França e da Itália; ou de ajustar os sistemas do Velho e do Novo Mundo […].
É extraordinário que os problemas económicos fundamentais de uma Europa que sucumbia à fome
e se desintegrava diante dos seus olhos tenha sido uma questão para a qual foi impossível atrair o
interesse dos Quatro. As reparações foram a sua principal incursão no terreno económico, e eles
consideravam-nas um problema teológico ou político, ou de esquemas eleitorais […], exceto o do
futuro económico dos Estados cujos destinos tinham nas suas mãos.
John Maynard Keynes, As Consequências Económicas da Paz, 1920.
43
4. As reparações de guerra foram "(…) a principal incursão no terreno económico" e consistiram…
a) na compensação pelos danos de guerra causados pela Alemanha à Áustria-Hungria.
b) na compensação pelos danos de guerra causados pelos países da Tríplice Aliança aos EUA.
c) na compensação pelos danos de guerra causados pela Alemanha aos EUA.
d) na compensação pelos danos de guerra causados pela Alemanha aos Aliados.
Proposta de resolução
1. 1 – b); 2 – c); 3 – a); 4 – d).
A 25 de janeiro a Conferência de Paz aprovava formalmente a comissão da Liga das Nações […] que
devia contrastar fortemente com a velha diplomacia: alianças secretas, guerras injustas e potências
europeias que, de modo egoísta, desenhavam mapas arbitrários. […] Porém, ficou marcada essencial-
mente pelo falhanço: Manchúria em 1931, Etiópia em 1935 e, acima de tudo, o mais catastrófico de
todos, o eclodir da Segunda Guerra Mundial cerca de 20 anos depois de ter acabado a Primeira Guerra.
[…] A Liga foi oficialmente extinta em 1946, mas deixou de ter um papel formal em 1939. […]
Na última Assembleia, Lord Robert Cecil, que tinha apoiado a criação da Liga das Nações, per-
guntava: "É verdade que os nossos esforços foram, durante estes 20 anos, desperdiçados?"; e res-
pondeu à sua própria pergunta de forma breve: "Pela primeira vez uma organização assentou numa
essência universal, não para proteger os interesses nacionais deste ou daquele país… mas para
abolir a guerra". A Liga, concluía, foi "uma grande experiência". Concretizou os sonhos e as espe-
ranças de todos aqueles que trabalharam para a paz durante séculos. Deixou o seu legado na ideia
generalizada de que as nações do mundo podiam trabalhar em conjunto para a segurança coletiva
de todos. "A Liga está morta: viva as Nações Unidas!".
Lord Robert Cecil estava certo. A Liga representava algo muito importante, quer pelas mudanças
que ocorreram nas relações internacionais quer pela aposta feita no futuro […].
Em Paris, Wilson insistia em apoiar a Liga, porque, para ele, a Liga das Nações era a peça central
do estabelecimento da paz. Se os termos da paz eram imperfeitos, havia muito tempo para que a
Liga os pudesse corrigir. Novas fronteiras tinham que ser redesenhadas; se não estivessem inteira-
mente certas, a Liga teria que defini-las. As colónias alemãs eram retiradas à Alemanha; a Liga as-
segurar-se-ia que tal seria feito de modo correto. O Império Otomano tinha desaparecido; a Liga era
o seu executor e o mandatário dos povos que não estavam ainda aptos para se governarem a si
próprios. E para as gerações futuras, a Liga perspetivava a prosperidade geral e a paz, encorajando
os mais fracos, condenando os agressores e, quando necessário, sancionando os incumpridores, era
a promessa de que a humanidade estava a fazer um acordo entre si. […]
Margareth Macmillan, Paris 1919 – Six months that changed the world, Random House,
Nova Iorque, 2003, pp. 83-85 [tradução adaptada].
44
MÓDULO 7
Proposta de resolução
1. Enunciado claro de três dos objetivos da SDN, de entre os seguintes:
• promover a cooperação entre as nações: "(…) as nações do mundo podiam trabalhar em conjunto para
a segurança coletiva de todos";
• garantir a paz: "(…) a Liga das Nações era a peça central do estabelecimento da paz";
• promover o desarmamento;
• garantir a integridade territorial: "(…) novas fronteiras tinham que ser redesenhadas; se não estives-
sem inteiramente certas, a Liga teria que defini-las";
• proporcionar condições para que os povos do antigo Império Otomano se autogovernassem: "(…) os
mandatários dos povos que não estavam ainda aptos para se governarem a si próprios";
• aplicar sanções aos países incumpridores: "(…) condenando os agressores e, quando necessário, san-
cionando os incumpridores".
2. Apresentação clara de três argumentos que justificam a afirmação, de entre os seguintes:
• implementou um novo conceito de diplomacia mais transparente e com vista a garantir a segurança
coletiva: "(…) devia contrastar fortemente com a velha diplomacia";
• constituiu-se como uma organização multilateral promotora da paz: "(…) assentou numa essência
universal, não para proteger os interesses nacionais… mas para abolir a guerra";
• assentou na cooperação como forma de manter a paz: "(…) ideia generalizada de que as nações do
mundo podiam trabalhar em conjunto para a segurança coletiva de todos".
3. Identificação do regime criado pela SDN para apoiar os povos que ainda não estavam "aptos para
se governarem":
• Regime de mandatos.
45
No início de 1917, a situação na Rússia tinha atingido o limite. Um inverno excecionalmente frio
agravou a falta de alimentos que assolava a capital. A 8 de março, dia internacional da mulher, as
mulheres em S. Petersburgo manifestavam-se pela igualdade de direitos. As mulheres grevistas que
protestavam contra a falta de pão juntaram-se àquelas e os homens vieram em seu apoio. […] Ni-
colau II ordenou que os chefes militares suprimissem a revolta, mas os soldados, eles próprios
camponeses e operários, juntaram-se aos manifestantes, lutaram com a polícia e amotinaram-se.
Os soldados ocuparam pontos estratégicos na capital e transformaram as desordens numa revolução.
Os insurretos ergueram bandeiras vermelhas […], atacaram a polícia e destruíram os símbolos da
autoridade imperial. Cerca de 150 pessoas morreram no confronto e 6000 ficaram feridas. A 12 de
março [27 de fevereiro no calendário ocidental], os revolucionários formaram o soviete de deputados
dos trabalhadores de Petrogrado, dominado pelos socialistas moderados [mencheviques e socialistas
revolucionários], e três dias depois adotaram o nome de Soviete dos Deputados dos Trabalhadores e
Soldados, devido ao papel desempenhado pelos soldados.
Infelizmente para a revolução, havia dois centros de poder, o Soviete e a Duma, e ambos hesita-
vam em assumir o controlo da situação. O Soviete tinha autoridade sobre os revolucionários […].
Acima de tudo, o Soviete envolveu-se em contendas doutrinárias. A ideia de que a Rússia deveria
passar obrigatoriamente por uma revolução burguesa antes que pudesse instituir o socialismo forta-
leceu a ideia de que a Duma devia formar um governo, mas a Duma hesitou porque tinha pouca in-
fluência nas ruas. O resultado foi irónico: a Duma acabou por formar um Governo Provisório que
tinha poder legal, mas que não tinha autoridade real; o Soviete, que tinha autoridade, não queria
autoridade legal. Por fim, o Soviete concordou em apoiar o Governo Provisório, mas apenas se este
implementasse os seus princípios – rejeitava a autoridade formal, mas impedia o Governo Provisório
de governar.
Este poder dual resultou na paralisação, tal como ilustrou a Ordem n.º 1 dos sovietes. A Ordem
reconhecia a autoridade dos sovietes e declarava que os soldados só deviam obedecer ao Governo
Provisório desde que não fossem contra o Soviete. A Ordem n.º 1 permitiu a eleição de comités de
soldados nas unidades do exército, que sabotavam a autoridade dos oficiais e quebravam a disci-
plina militar, contribuindo, indiretamente, para o domínio bolchevique. […]
Quando as desordens que ameaçavam o trono começaram, Nicolau II tentou regressar à capital,
mas os revolucionários desviaram o seu comboio de Petrogrado para Pskov. Os seus conselheiros
informaram-no que era tarde demais para pôr fim à revolução. Persuadiram-no a abdicar […]. Após
a sua abdicação, a revolução ficou rapidamente fora de controlo. O povo rejubilou, destruiu os sím-
bolos do czarismo e atacou os ricos. Os camponeses assumiram o controlo da situação e expropria-
ram a nobreza. O Governo Provisório não condenou esta atitude, a sua inação contribuiu para o
declínio da sua autoridade e para a ascensão dos bolcheviques. […] Os soldados desejavam a paz e
queriam retornar a casa para participar, com os seus companheiros camponeses, na expropriação das
terras da nobreza. Entre março e outubro de 1917 um milhão de soldados russos desertou, o que
acelerou a revolução que já tinha começado nos campos […]. A antiga estrutura do velho regime
colapsou repentinamente. […] O apoio popular aos bolcheviques cresceu rapidamente e era subs-
tancial em setembro de 1917.
46
O Governo Provisório foi incapaz de enfrentar a situação revolucionária. […] A maioria dos so-
vietes posicionou-se mais à esquerda, enquanto outras forças políticas na capital reagiam apoiando
fortemente a burguesia e a restauração da ordem. Esta polarização da situação política causou ainda
mais agitação e beneficiou os bolcheviques, a única força política com uma ideia clara dos seus
objetivos e vontade de os alcançar.
Spencer M. Di Sacala, Europe’s Long Century – Society, Politics, and Culture (1900-present),
Oxford University Press, Nova Iorque, 2013, pp. 167-171 [tradução adaptada].
1. Associe cada um dos elementos relacionados com as revoluções de 1917, presentes na coluna A, à de-
MÓDULO 7
signação correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Assembleia formada em S. Petersburgo, composta por delegados eleitos pelos 1. Czarismo
operários, soldados e camponeses, que se constituíram como a base do poder
popular na Rússia soviética.
(B) Período vivido durante o ano de 1917 durante o qual a ação do Governo 2. Revolução de Fevereiro
Provisório é dificultada pela ação e contestação do Soviete de Petrogrado.
(C) Regime político de cariz absolutista vivido na Rússia, marcado pela autoridade 3. Governo Provisório
absoluta do poder e que acabou com a abdicação de Nicolau II.
(D) Formado depois da Revolução de Fevereiro, composto por constitucionais 4. Soviete
democratas e socialistas moderados, que procurou transformar a Rússia num
Estado democrático e parlamentar.
(E) Tomada de poder pelos bolcheviques que institui a transferência de poder para 5. Kerenski
o soviete e conduziu à afirmação do primeiro Estado socialista do mundo.
6. Lenine
7. Revolução de Outubro
8. Poder dual
Proposta de resolução
1. A – 4; B – 8; C – 1; D – 3; E – 7.
2. Lenine.
Explicitação clara de duas das medidas tomadas imediatamente pelos bolcheviques, de entre as
3.
seguintes:
• promulgação do decreto sobre a guerra, com vista a encetar negociações para retirar a Rússia da guerra,
que considerava imperialista;
• promulgação do decreto sobre a terra, que aprovava a ocupação das terras feitas pelos camponeses e
defendia a abolição da propriedade privada;
• promulgação do decreto do controlo operário, que entregava a administração das fábricas aos operários;
• aprovação do decreto das nacionalidades, que reconhecia a igualdade e a soberania das nacionalidades
do Antigo Império Russo.
47
Da Revolução de Fevereiro surgiu uma singular ordem constitucional. O país tinha agora um
governo que foi rápida e entusiasticamente reconhecido por todas as potências aliadas estrangeiras.
Esse governo tomou conta da velha máquina administrativa do Estado czarista sem dificuldade e
tinha […] o apoio do alto-comando do exército. O governo, contudo, tinha menos poder efetivo do
que o Soviete dos Deputados dos Trabalhadores e Soldados de Petrogrado. Embora os políticos so-
cialistas do Soviete não dirigissem de modo nenhum a revolução, ainda assim a maior parte dos
trabalhadores e soldados de Petrogrado, e pouco depois o país inteiro, reconhecia aquela instituição
como sua. O Soviete de Petrogrado, ao contrário do Governo Provisório, podia apelar aos trabalha-
dores e soldados para se manifestarem e levarem a cabo ações revolucionárias. Os ministros com-
preendiam bem que detinham os seus cargos com a tolerância dos socialistas do Soviete.
[…] A discórdia não podia deixar de surgir entre os que detinham autoridade mas nenhum poder
e os que podiam comandar os operários e os soldados, mas não tinham qualquer responsabilidade
formal.
Peter Kenez, História da União Soviética, Edições 70, Lisboa, 2006, pp. 35-36.
E xplicite, a partir do documento, em que consiste o poder dual que vigorou na Rússia entre a Revolução
de Fevereiro e a Revolução de Outubro de 1917.
Proposta de resolução
Explicitação clara de três das características do poder dual, de entre as seguintes:
• corresponde a um período da história da Rússia em que o poder é exercido por duas instituições distin-
tas: o Governo Provisório e o Soviete de Petrogrado;
• o Governo Provisório detinha "(…) menos poder efetivo do que o soviete";
• o Soviete foi ganhando poder crescente: "(…) pouco depois o país inteiro, reconhecia aquela institui-
ção como sua";
• o Soviete tinha poder para incitar à agitação de modo a "(…) levarem a cabo ações revolucionárias";
• o Governo Provisório detinha autoridade formal mas pouco poder efetivo; o Soviete, apesar de não ter
"(…) qualquer responsabilidade formal", tinha um poder real, pois comandava "(…) os operários e
soldados".
48
Logo na estação de comboios anunciou as suas famosas Teses de Abril. O essencial era que os
bolcheviques não deviam apoiar a ordem política existente, mas começar imediatamente a trabalhar
para derrubar o governo, que Lenine considerava porta-voz da burguesia. Todas as suas exigências
concretas – todo o poder aos sovietes, a nacionalização da terra, o controlo operário da indústria,
o fim imediato da guerra – baseavam-se no pressuposto de que, contrariamente à análise marxista,
o país não precisava de um período prolongado de desenvolvimento capitalista, mas que estava
MÓDULO 7
pronto para passar imediatamente à revolução socialista.
Em abril de 1917, o radicalismo deste programa era assombroso. Os sovietes, aos quais Lenine queria
dar o poder, pertenciam aos seus inimigos políticos: os bolcheviques constituíam apenas pequenas mi-
norias nos sovietes do país. […] Não obstante, em poucas semanas Lenine conseguiu ganhar o apoio do
seu partido. No final de abril, o Comité Central aprovou uma série de resoluções no espírito do seu novo
radicalismo. A seguir, Lenine conquistou o apoio de importantes líderes socialistas […]. No final de
maio, a política leninista já conquistara também um importante apoio da classe operária. Os trabalhado-
res começaram a perceber, com cada vez mais clareza, que o Governo Provisório não os podia ajudar, nem
resolver os problemas do país. Achando que o governo existente não defenderia os seus interesses, co-
meçaram a procurar orientação nas suas próprias organizações e nos bolcheviques […].
Peter Kenez, História da União Soviética, Edições 70, Lisboa, 2006, pp. 43-44.
2. Segundo o marxismo-leninismo, "o país (…) estava pronto para passar imediatamente à revolução
socialista", que consistia…
a) na tomada de poder através da ditadura do proletariado, na abolição da propriedade privada e no
fim do antagonismo de classes.
b) na tomada do poder através das associações operárias, na manutenção da propriedade privada e na
edificação da sociedade sem classes.
c) na tomada do poder através da ditadura burguesa, na manutenção da propriedade privada e na
criação de um governo de coligação.
d) na tomada de poder através da ditadura do proletariado, na abolição da propriedade privada e na
criação de organizações defensoras do proletariado.
LHA12DP_F04 49
3. "Os sovietes, aos quais Lenine queria dar o poder, pertenciam aos seus inimigos políticos", que eram…
a) os constitucionais-democratas. c) os bolcheviques.
b) os socialistas revolucionários. d) os mencheviques.
4. "Os trabalhadores (…) começaram a procurar orientação nas suas próprias organizações", o que levou
à tomada de poder pelos bolcheviques através…
a) do "Domingo Sangrento". c) da Revolução de Outubro.
b) da guerra civil. d) da Revolução de Fevereiro.
Proposta de resolução
1 – c); 2 – a); 3 – d); 4 – d).
"Todo o poder aos sovietes dos operários, soldados e camponeses! Paz! Pão! Terra!"
Todos os soldados, todo o proprietário, todo o autêntico socialista, todo o democrata honesto
compreende que há apenas duas alternativas para a situação atual:
Ou – o poder manter-se-á nas mãos da camarilha burguesa-latifundiária, o que representará toda
a espécie de repressão contra os operários, soldados e camponeses, continuação da guerra, fome e
morte inevitáveis…
Ou – o poder será transferido para as mãos dos operários revolucionários, dos soldados e campo-
neses; e, neste caso, representará a completa abolição da tirania dos latifundiários, imediata neu-
tralização dos capitalistas, imediatas propostas de paz justa. Então, a terra fica garantida aos
camponeses; então, o controlo da indústria fica garantido aos operários; então, o pão fica garantido
aos esfomeados; então, o fim desta guerra sem sentido!…
Zinoviev, Editorial do Jornal [bolchevique] Rabotchi Put, outubro, 1917.
Proposta de resolução
1. Apresentação dos motivos de oposição entre o Governo Provisório e o Soviete de Petrogrado, com
recurso a três de entre as seguintes evidências:
• o Governo Provisório defendia a continuação da Rússia na guerra;
• o Governo Provisório continuava ao serviço dos interesses dos latifundiários e da burguesia;
• o Governo Provisório adiava a redistribuição da terra pelos camponeses;
• o Soviete defendia a retirada da Rússia da guerra;
• o Soviete defendia a abolição da propriedade privada;
• o Soviete considerava que o Governo Provisório representava a burguesia capitalista;
• a tomada de poder pelo Soviete era a transferência de poder para os operários camponeses.
50
MÓDULO 7
da propriedade da terra e controlo operário da produção, criação de um Governo dos Sovietes – esta
causa foi definitivamente assegurada.
VIVA A REVOLUÇÃO DOS OPERÁRIOS, DOS SOLDADOS E DOS CAMPONESES!
Primeira Proclamação do Poder Revolucionário, 25 de outubro, 1917.
1. Identifique, com base no documento 9A, três das decisões do poder revolucionário.
2. Indique, com base no documento 9B, três das características do poder revolucionário.
Proposta de resolução
1. Identificação de três das decisões do poder revolucionário, de entre as seguintes:
• destituição do Governo Provisório;
• passagem do poder do Estado para o Soviete de Deputados Operários e Soldados de Petrogrado;
• proposta de paz imediata; abolição da propriedade da Terra; controlo operário;
• criação de um governo dos sovietes.
51
A Nova Política Económica foi inicialmente concebida como um recuo temporário. "Nós estamos
a fazer concessões económicas para evitar concessões políticas", disse Bukarine no Komintern de
julho. "A NEP é apenas um desvio temporário, um recuo tático […] para um novo e decidido ataque
do trabalho contra a frente do capitalismo internacional", acrescentou Zinoviev em novembro.
Lenine também via a NEP nestes termos. A NEP era "o Brest-Litovsk dos camponeses", dar um passo
atrás para dar dois em frente. Mas, ao contrário de muitos outros líderes do partido, Lenine aceitava
que o período de recuo devia ser suficientemente longo – falava vagamente de "não menos de uma
década e provavelmente mais" – para constituir não apenas um truque tático, mas antes o relançar
da revolução. A NEP, lembrava em maio no partido, era para ser adotada "seriamente e por um longo
período de tempo" […]. Lenine via a NEP como mais do que uma concessão temporária ao mercado,
para levantar de novo o país. […] Apenas "nos países onde o capitalismo estava desenvolvido" era
possível fazer "uma transição para o socialismo", disse Lenine no X Congresso do partido. A Rússia
confrontou-se com a tarefa de "construir o comunismo com as mãos da burguesia", de basear o
socialismo de mercado. […] Via o mercado – regulado pelo Estado e gradualmente estatizado atra-
vés das cooperativas – como um meio para alcançar o socialismo. Apesar dos bolcheviques até então
viverem segundo a máxima "menos mercado, mais socialismo", Lenine avançava com o slogan "mais
mercado, mais socialismo" […]. Muitos bolcheviques viam o boom do comércio privado como uma
traição à revolução. O que até há uns meses era condenado como um crime contra a revolução, era
agora apoiado e encorajado. Para além do mais, a partir do momento em que as portas se abriram
ao mercado, era difícil parar a vaga de comércio privado, quase paralisado nos quatro anos anterio-
res. Em 1921, a população vivia com roupas e sapatos remendados, cozinhava com utensílios parti-
dos e bebia por copos rachados. Todos precisavam de coisas novas. As pessoas montavam bancas nas
ruas para vender ou trocar os bens que tinham em casa […], as feiras da ladra aumentaram […]. As
licenças, de acordo com as novas leis de 1921-1922, dos cafés, das lojas e restaurantes, dos clubes
noturnos e bordéis, dos hospitais e clínicas, de associações de crédito e de poupança, e até de ma-
nufaturas de dimensão reduzida, espalharam-se como cogumelos após a chuva. Os observadores
estrangeiros estavam fascinados com esta súbita transformação. Moscovo e Petrogrado, cidades-
fantasma durante a guerra civil, de repente encheram-se de vida, com ruidosos comerciantes, com
movimento de carros e anúncios luminosos nas lojas, tal como era antes da revolução. […] Mas
podia aquele povo faminto comprar estes bens? Este era o receio dos bolcheviques. Parecia-lhes que
o boom do comércio privado conduziria, inevitavelmente, ao aumento do fosso entre ricos e pobres.
"Nós, enquanto jovens comunistas, crescemos na crença de que o dinheiro estava afastado de uma
vez por todas", lembrava um bolchevique em 1940. "Se o dinheiro estava a reaparecer, não estavam
também os ricos a reaparecer? Não houve desemprego nos primeiros dois anos da NEP. Quanto ao
desemprego e aos desempregados, aumentaram; estávamos a escorregar novamente para o capita-
lismo?". Estas dúvidas foram fortalecidas pelo súbito aumento dos que viviam à beira da pobreza, os
camponeses cresciam cada vez mais gordos e ricos. "Foi para isto que fizemos a revolução?".
Orlando Figes, A People’s Tragedy – The Russian Revolution 1891-1924, Pimlico, Reino Unido, 1997, pp. 769-771
[tradução adaptada].
52
Associe cada um dos elementos relacionados com as características do período entre 1918-1924, presen-
tes na coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Política adotada em 1921, por Lenine, que significou a mudança do 1. Guerra civil
Comunismo de Guerra para um sistema económico misto que permitia o
livre comércio, as empresas e a propriedade privada.
(B) Período vivido entre 1918 e 1921, durante o qual o Exército Vermelho se 2. Marxismo-leninismo
opôs ao Exército Branco em defesa da revolução e da Rússia socialista.
(C) O homem da NEP (pequenos industriais e comerciantes) que aproveitou as 3. Comunismo de Guerra
condições económicas criadas pelo novo sistema económico para ascender
MÓDULO 7
socialmente.
(D) Pequenos proprietários agrícolas que ressurgiram com o retorno ao 4. Partido comunista
capitalismo.
(E) Corresponde ao fortalecimento do poder bolchevique e à implementação de 5. NEP
um sistema económico com vista a edificar a sociedade comunista.
6. Exército Vermelho
7. Kulaks
8. Nepmen
Proposta de resolução
A – 5; B – 1; C – 8; D – 7; E – 3.
A crise das democracias encontra a sua razão de ser na conjunção dos ataques que lhe são diri-
gidos do exterior pelo fascismo e pelo comunismo e das imperfeições de ordem interna. […]
O comunismo e o fascismo afiguram-se mais dinâmicos, mais modernos, mais bem adaptados,
valem-se de uma eficácia considerada superior, colhem argumentos nas deficiências internas da
democracia e pretendem, perante o formalismo da democracia burguesa, instaurar uma ordem mais
justa e igualitária. […]
A democracia dá diversos sinais de fraqueza […]. A crise da democracia está no sentimento […]
da inadequação dos princípios e das instituições da democracia clássica, isto é, parlamentar e libe-
ral, às circunstâncias, aos problemas e às disposições do espírito público. […] Por toda a parte
prevalece o sentimento de que a democracia já não se encontra adaptada à realidade. […]
53
Por um lado, as velhas democracias, isto é, os países onde a democracia é desde há muito a forma
de governo, onde está enraizada […], onde se tornou também uma tradição. É o caso da Europa
Ocidental. Nestes países […] a democracia sofre. […] Aparece como caída em desuso […]. Trans-
porta o peso da idade, torna-se sinónimo de um passado. O atrativo da novidade joga a favor dos
seus inimigos.
Por outro lado, nos países acabados de nascer […] a democracia não pode parecer […] esma-
gada pelo seu passado; pelo contrário, parece, prematura […]. [A] democracia vê-se reprovada, no
Ocidente da Europa, por ser uma sobrevivência anacrónica e, no Leste, por ser uma antecipação não
assimilável.
[…] Rapidamente, as instituições parlamentares são varridas por golpes de força que as substi-
tuem por regimes autoritários.
A Itália tinha dado o exemplo com a Marcha sobre Roma e o estabelecimento do fascismo […].
O modelo é imitado: outros países enveredam pela mesma via na década de 1920-1930.
Na Polónia, […] o restaurador da sua independência apoia-se no exército e também nos sindica-
tos: estes regimes autoritários apoiam-se amiúde em forças populares. […]
[Na] Turquia […] trata-se de modernizar o Estado, de o tornar eficaz e de consolidar a unidade
nacional através de métodos autoritários. […]
Na Grécia, alguns anos mais tarde, o general Metaxas estabeleceu um regime ditatorial.
Na Jugoslávia é o rei Alexandre I que estabelece uma espécie de ditadura real para manter a
coesão do jovem Estado multinacional […]. O seu exemplo será seguido pelo rei Carol da Roménia.
Na Hungria, depois de esmagada a ditadura comunista de Béla Kun, o almirante Hothy exerce a
regência: a Hungria mantém ficticiamente a monarquia […].
A Áustria […] orientou-se também para um regime autoritário […].
[…] Polónia, Roménia, Jugoslávia, Grécia, Turquia. É toda a Europa Oriental, […] essa parte da
Europa que esteve sempre atrasada política, intelectual e economicamente em relação à Europa
Ocidental […].
Nesta região, só um país é exceção. […] Trata-se da Checoslováquia […].
O contágio autoritário não se limita à Europa Oriental. Convém juntar a esta lista de países, que
tinham em comum o facto de serem os vencidos de ontem ou novos Estados, o caso dos países me-
diterrânicos. A Itália, desde a Marcha sobre Roma, com a ditadura fascista. Em Espanha, com o
acordo do soberano, o rei Afonso XIII, o marechal Primo de Rivera torna-se, em 1923, um primeiro-
‑ministro autoritário, e esta ditadura militar e real prolonga-se até 1930-1931 […].
Em Portugal, em 1926, […] o regime republicano […] é derrubado pelo exército […]. Salazar
governará: ditadura técnica, discreta. O Estado Novo durará aproximadamente meio século […].
Assim, por toda a Europa, entre 1920 e 1930, a democracia clássica, caracterizada pela ligação
aos princípios liberais, cede o lugar a regimes autoritários; a liberdade recua perante a autoridade.
Pode falar-se de uma epidemia de ditaduras […].
René Remond, Introdução à História do Nosso Tempo – Do Antigo Regime aos Nossos Dias, Gradiva,
Lisboa, 1994, pp. 319-322.
54
COLUNA A COLUNA B
(A) Empreendida por Mussolini em outubro de 1922, juntamente com os Camisas 1. Vaga revolucionária
Negras, resultou na tomada de poder.
(B) Etapa final na construção do socialismo, com vista a edificar uma sociedade 2. Demoliberalismo
sem classes, na qual os meios de produção pertencem à comunidade, sem
desigualdades sociais.
MÓDULO 7
(C) Forma de liberalismo, surgida na segunda metade do século XIX, que defende o 3. Komintern
liberalismo através do alargamento do direito de voto e com maior
representatividade popular.
(D) Tentativa de golpe de Estado levada a cabo por Adolf Hitler em Munique, com 4. Fascismo
vista a derrubar o governo e tomar o poder.
(E) Regime político implementado, por Mussolini, nos anos 20 em Itália, de cariz 5. Comunismo
nacionalista, antiliberal e antimarxista, que serviu de modelo para outros
países.
6. Marcha sobre Roma
7. Liga Espartaquista
8. Putsch
Proposta de resolução
1. Explicitação clara de três dos motivos que justificam a regressão do demoliberalismo, de entre os
seguintes:
• regime demoliberal atacado interna e externamente: "A crise das democracias encontra a sua razão de
ser na conjunção dos ataques que lhe são dirigidos do exterior pelo fascismo e pelo comunismo e das
imperfeições de ordem interna";
• novos regimes procuram edificar uma nova ordem social: "O comunismo e o fascismo (…) pretendem,
perante o formalismo da democracia burguesa, instaurar uma ordem mais justa e igualitária";
• regime demoliberal surge como um regime ineficaz: "por toda a parte prevalece o sentimento de que a
democracia já não se encontra adaptada à realidade";
• regime demoliberal substituído por regimes autoritários: "as instituições parlamentares são varridas por
golpes de força que as substituem por regimes autoritários".
2. A – 6; B – 5; C – 2; D – 8; E – 4.
55
Este é o sentido de todas as decadências na História, da conclusão íntima […] do fim que, ine-
vitavelmente, cabe a qualquer cultura viva. […] Mas já podemos perceber com absoluta clareza,
tanto dentro de nós como ao nosso redor, os primeiros sinais de um acontecimento perfeitamente
semelhante […] e que ocorrerá nos séculos iniciais do próximo milénio. Trata-se da nossa própria
decadência, da "decadência do Ocidente". Cada cultura percorre as fases do envelhecimento iguais
às da vida do indivíduo. Todas têm a sua infância, juventude, maturidade e velhice. […]
A história desta época deixou de ser um jogo engenhoso, no qual se disputam objetivos maiores
ou menores e que pode ser abandonado a qualquer momento. Resistir ou sucumbir – não há outra
alternativa. O resto de grandes e vetustas* tradições que se conservou nas nações do século XX, os
resquícios** de formação histórica, de experiência […] alcançam uma força jamais igualada.
Oswald Spengler, A Decadência do Ocidente, 1922.
*Vetustas – antigas
**Resquícios – restos, vestígios
Explicite, a partir do documento, como se fazia sentir a crise de valores na Europa dos anos 20.
Proposta de resolução
1. Explicitação de como se fazia sentir a crise de valores na Europa dos anos 20, com recurso a três
de entre as seguintes evidências:
• havia um sentimento de descrença e de ceticismo face ao futuro: "Trata-se da nossa própria decadência,
da «decadência do Ocidente»";
• os valores vitorianos foram substituídos por outros valores, originando a formação de um novo indivíduo;
• assistiu-se a um confronto de culturas em que os mais novos questionavam as regras sociais e substi-
tuíam-nas por outras, enquanto os mais velhos consideravam que estavam perante uma época de de-
cadência;
• assistiu-se a uma falta de referentes sólidos, o que provocou sentimentos de insatisfação e de vazio:
"Resistir ou sucumbir – não há outra alternativa".
56
DOC. 13 O FAUVISMO
A palavra fauve fez particular referência à cor brilhante, arbitrária, mais intensa do que a cor
"científica" dos neoimpressionistas e a cor não descritiva de Gauguin e de van Gogh, e ainda à
pincelada mais vigorosa com que Matisse e os seus amigos tinham experimentado no ano anterior
[…].
Os fauves conseguiram a libertação da cor em direção àquilo que, de formas diferentes, Cézanne,
Gauguin, van Gogh, Seurat […] tinham experimentado. Fazendo uso de meios similares, os fauves
MÓDULO 7
queriam alcançar fins diferentes. Procuravam usar as cores puras, diretamente do tubo, não descre-
ver os objetos na natureza, apenas para fixar vibrações na retina, não para acentuar um tema ro-
mântico ou místico, mas para construir novos valores pictóricos, afastados dos anteriores. Para os
fauves, todos os elementos pictóricos podiam ser percecionados pelo uso da cor pura. Mesmo o es-
paço e a modelação da forma podiam ser alcançadas através da cor, sem ter de recorrer aos efeitos
ilusionísticos do Renascimento, a perspetiva e o claro-escuro. Neste sentido, estavam a usar a cor
de Gauguin e de Seurat, livremente combinada, com os seus ritmos lineares próprios, para alcançar
efeitos semelhantes aos que Cézanne incessantemente procurava […].
O mundo idílico de Matisse é exclusivamente feminino […]. Isto pode ser explicado pelo facto
de as vanguardas rejeitarem os academismos. Outro fator […] é a associação entre a feminilidade e
a natureza. O corpo feminino era, para muitos artistas, como uma metáfora para o essencial, para a
natureza não corrompida. Neste sentido, a figura feminina nua era para as vanguardas o mesmo que
os motivos não ocidentais: garante da autenticidade estética. […]
H. H. Arnason; Elizabeth C. Mansfield, History of Modern Art, Pearson, EUA, 2013 [tradução adaptada].
COLUNA A COLUNA B
(A) Corrente artística francesa que privilegia a cor vibrante e faz uso de formas 1. Modernismo
planas e de pinceladas largas e vigorosas; entende a arte como produto da
emoção.
(B) Rompe com a tradição artística e assenta na quebra de regras e de 2. Expressionismo
convenções artísticas, levando ao limite a liberdade e a capacidade criadora.
(C) Exposição de pintura, distinta dos salões académicos, onde eram 3. Vanguarda
apresentados os pintores de vanguarda.
(D) Movimento cultural e artístico que rompeu com a tradição académica e 4. André Derain
valorizou a liberdade de criação, inaugurando um novo sentido estético.
(E) Pintor fauvista francês que operou uma transformação na pintura do início 5. Fauvismo
do século XX, cujos trabalhos revelam preocupação com a cor.
6. Henri Matisse
7. Salão de Outono
8. Simbolismo
57
Proposta de resolução
1. Identificação clara de três das ideias que caracterizam o fauvismo, de entre as seguintes:
• uso de cores vibrantes, ousadas e não naturais: "referência à cor brilhante, arbitrária, mais intensa";
• uso de pinceladas vigorosas e de manchas amplas de cor: "pincelada mais vigorosa";
• pintura afastada da representação da realidade exterior: "procuravam (…) não descrever os objetos na
natureza";
• pintura que rompe com os cânones académicos tradicionais: "construir novos valores pictóricos afasta-
dos dos anteriores";
• valorização da cor que permite percecionar os objetos, o espaço e as formas: "todos os elementos
pictóricos podiam ser percecionados pelo uso da cor pura".
2. A – 5; B – 3; C – 7; D – 1; E – 6.
DOC. 14 O EXPRESSIONISMO
Em Kirchner, a ansiedade era endémica, evidente e dolorosa. A sua marca característica é uma
linha expressionista colorida, nervosa e inebriante e que tornou o seu trabalho, depois de uma ex-
perimentação eclética, instantaneamente reconhecível […]. Embora isolado entre os modernistas,
em 1905 ajudou a fundar em Dresden Die Brücke [A Ponte], e rapidamente dominou o círculo de
jovens alemães expressionistas. […]
O nome do grupo – "A Ponte" – foi bem escolhido, se tivermos em conta como sendo uma liga-
ção, um canal para o futuro. Afinal, os pintores Die Brücke estavam empenhados em rebentar as
pontes com o passado e com o presente. […]
Os pintores Die Brücke eram mais ousados do que os seus contemporâneos; pintavam, faziam li-
tografias, expunham conjuntamente, publicavam manifestos e convidavam os apaixonados das artes
a juntarem-se-lhes. O seu objetivo autoproclamado era a modernização da pintura na Alemanha.
[…] Kirchner era um pintor proeminente da cidade moderna. Dresden e Berlim eram os seus labora-
tórios […]. A vida urbana era o seu ofício, com nus despudorados, produto claramente citadino;
senhoras da noite provocadoramente vestidas nas esquinas das ruas, multidões pelas ruas de Berlim.
Mas não copiava o exterior, afirmando que a sua arte era a revelação de vibrações interiores. "As
modificações na forma e nas proporções não são arbitrárias", escreveu [Kirchner] acerca da sua
pintura, "mas serve para tornar a expressão espiritual mais poderosa". É por isso que a cor não é a
da natureza mas da intenção do artista. "Esta cor cria", afirmou categoricamente, "em ligação com
outras cores no quadro, uma certa vibração que expressa a experiência do pintor". O artista cria um
mundo em vez de representá-lo. Por isso nunca foi um fotógrafo da realidade mundana. […]
Peter Gay, Modernism – The Lure of Heresy, Norton, EUA, 2010, pp. 124-126 [tradução adaptada].
58
Proposta de resolução
1. Referência clara de quatro características do expressionismo, de entre as seguintes:
• uso da linha “expressionista” com cores fortes;
• procuravam a modernização da pintura na Alemanha;
• pintavam, sobretudo, a cidade moderna;
• a vida urbana era o tema predominante;
MÓDULO 7
• assumiam a crítica social, dolorosa e provocante;
• a sua arte revelava as “vibrações interiores”;
• utilizavam as modificações da forma e das proporções para melhor expressarem os sentimentos;
• o uso da cor não é “a da natureza”, mas a “intenção do artista”;
• a cor cria a experiência do pintor;
• a criação é um produto do artista e não uma representação da realidade.
A. Toda a gente me fala sobre a influência da arte africana no meu trabalho. O que posso dizer?
[…] van Gogh dizia: "a arte japonesa, todos tínhamos isso em comum". Para nós [modernistas] era
a arte africana. As suas formas não tiveram mais influência em mim do que em Matisse. […] Mas
para eles as máscaras eram como outros géneros de escultura. […]
As máscaras não eram como as outras esculturas. De todo. Eram coisas mágicas. […] Contra
tudo; contra o desconhecido, espíritos ameaçadores, continuei a procurar os fétiches. Compreendi:
eu também sou contra tudo. Eu também penso que tudo o que é desconhecido é o inimigo! Tudo!
[…] Percebi qual era o objetivo da escultura para os negros […]. Os espíritos, o inconsciente (que
até então não havia sido muito falado), a emoção, são a mesma coisa. Compreendi por que é que eu
era pintor. Sozinho, naquele terrível museu, com as máscaras […], Les Demoiselles d’Avignon chega-
ram até mim naquele dia […].
Pablo Picasso, Entrevista a André Malraux, 1937.
59
B. Passei muito tempo no Museu Etnográfico para estudar os métodos artísticos dos "povos pri-
mitivos" […]. Considerei evidente que deveríamos procurar o renascer do nosso sentimento artístico
na aurora da inteligência artística e não nas esculturas que já passaram por um ciclo de mil anos,
como a japonesa ou o Renascimento italiano. Naquele período, tornei-me numa pessoa completa-
mente diferente. Julgo que começo a compreender o que nos interessa se nos queremos apelidar de
artistas […].
Franz Marc, Carta a August Macke, 1911.
Proposta de resolução
1. 1 – b); 2 – d); 3 – a); 4 – c).
60
Os políticos não têm sabido atuar e têm-se limitado a dizer palavras. Para o público, nós somos
seres especiais que consomem o tempo em bizantinas discussões […].
As sociedades atuais apresentam evidentes sinais de desagregação, sendo o principal o enfraque-
cimento do Poder Central […].
O Poder curva-se perante os desordeiros sociais, permitindo o estabelecimento duma confusão
que a maiores misérias nos conduzirá. Há, portanto, que estabelecer a verdadeira ordem: reprimindo
MÓDULO 7
os de cima ao pretenderem que os de baixo paguem tudo; reprimindo os de baixo quando queiram
implantar, em nome de falsos princípios, a desordem da sociedade!
Deste Poder que se humilha como um mendigo, numa altura em que lhe são exigidos todos os
heroísmos, faz parte o Parlamento liberal – instituição caduca que é necessário não eliminar, mas
transformar. […] Reparemos, quanto a ditaduras, que, de facto, elas surgem sempre que são neces-
sárias […].
A Itália, que vivia em conflitos sociais permanentes e com um Parlamento que se tornara numa
razão de desordem, encontrou um homem que, em determinado momento, encarnou os desejos co-
letivos. Esse homem […] impôs a ordem onde havia a desordem, e hoje a Itália é uma nação que
progride e se impõe à consideração geral […].
Entre nós existe, também, a necessidade urgente duma reação! Os partidos estão minados por
elementos de desorganização. […] Então o que se impõe? A resistência dos partidos à dissolução,
a sua depuração e o respeito aos princípios da ordem. Isto é absolutamente necessário, represen-
tando, para a República, a garantia da sua vida!
Mas os partidos e os homens públicos só podem fazer alguma coisa e lutar com probabilidades
de êxito desde que se apoiem na única força que ainda se mantém disciplinada, através de todos os
cataclismos da Nação: a Força Armada! […] O exército não deve, realmente, atuar contra os parti-
dos, mas tem o direito de fazer ouvir a sua voz e de indicar aos poderes públicos que, se lhe compete
neutralizar as ameaças de dissolução da sociedade portuguesa, também lhe compete o direito de
falar – sob pena de perder tudo, absolutamente tudo, em Portugal. […]
Que façam essa tentativa, em Portugal, os políticos que forem os melhores para governar; mas
que a façam urgentemente, porque, se continuarmos com governos que não governam e são apenas
vagos fantasmas, a quem se pede que nada façam, sob pena de serem derrubados por uma revolução,
então a República e a Pátria perder-se-ão. […]
As dificuldades de solução dos problemas económicos e financeiros todos V. Ex.as as conhecem.
Não há um pensamento fixo e obstinado de reduzir as despesas porque todos se revoltam contra os
que querem encarar o problema a sério. Há organismos numerosos que estão condenados a uma
função parasitária. […] Tocar nisso, porém, é impossível, porque os politicões não deixam mexer
nas clientelas, e as clientelas conservam-se, à cautela, de armas na mão, prontas para a revolta.
Por falta de recursos financeiros, a economia nacional vê paralisado o seu pleno desenvolvi-
mento. E, como consequência de tudo isto, a moeda portuguesa desvaloriza-se, continuamente, e a
fome e a miséria invadem os lares dos que trabalham. […]
Nestas condições, a ditadura impõe-se, nesta hora, como necessidade inadiável.
Cunha Leal, Conferência na Sociedade de Geografia, 17 de dezembro, 1923.
61
1. Identifique três dos aspetos políticos que, na perspetiva do autor, caracterizavam a instabilidade da
Primeira República na década de 1920.
2. Enuncie quatro dos fatores de ordem económico-social que, segundo o autor, fragilizavam o regime re-
publicano.
3. Identifique o acontecimento que pôs fim à Primeira República.
Proposta de resolução
1. Identificação clara de três dos aspetos políticos, de entre os seguintes:
• ineficácia do Parlamento e do Governo;
• enfraquecimento do Poder Central;
• clima generalizado de desordem;
• desorganização dos partidos ou lutas partidárias;
• influência do clientelismo político.
2. Enunciado claro de quatro dos fatores de ordem económico-social, de entre os seguintes:
• fraco desenvolvimento económico;
• falta de recursos financeiros;
• défice orçamental;
• desvalorização da moeda;
• fome e miséria;
• instabilidade social.
3. Identificação clara do acontecimento que pôs fim à Primeira República:
• golpe militar de 28 de maio de 1926.
Em quase todo o período decorrido de outubro de 1910 a maio de 1926, as divisões e lutas in-
ternas, que aliás vinham já de longe, mas se enraizaram e intensificaram no novo regime, agravavam
cada vez mais a situação de Portugal. O espírito de fação, de intolerância, de anarquia, começando
mal-avisadamente por ferir as crenças dos portugueses, tornara instável a chefia do Estado, minara
a força dos governos, desordenara a administração, desorientara a economia, e tendia a arruinar a
Nação, arriscando perigosamente o seu destino. […]
Continuaram desde então a agravar-se as calamidades nacionais, e a consciência pública recla-
mou por fim, como caso extremo de salvação, que o exército, única força ainda organizada na de-
sorganização geral, tomasse sobre si banir da governação as engrenagens partidárias e criar as
condições de governo para a obra de renovação que urgia fazer em Portugal. […]
A estabilidade da Presidência da República, a força do Governo, a segurança interna, a confiança
pública, a formação de forte consciência nacional – garantias essenciais da ordem e do trabalho na
paz – são conquistas definitivamente asseguradas. […]
62
MÓDULO 7
1. Selecione a opção correta para cada uma das seguintes afirmações:
1. "Em quase todo o período decorrido de outubro de 1910 a maio de 1926" assistiu-se…
a) a divisões e lutas político-partidárias.
b) à união dos diversos partidos.
c) à ação autoritária do Presidente da República.
d) a governos fortes.
2. Um dos fatores que contribuiu para tornar "instável a chefia do Estado" foi…
a) a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial.
b) a tentativa de repor a monarquia.
c) a instabilidade política.
d) a falta de recursos financeiros.
3. Os governos da 1.ª República foram ineficazes e viram minada "a [sua] força" porque…
a) foram capazes de resolver apenas o problema do analfabetismo.
b) foram incapazes de resolver o problema do atraso económico do país.
c) foram capazes de manter a posição de neutralidade durante a Grande Guerra.
d) foram capazes de satisfazer apenas as exigências sociais do operariado.
4. Segundo o autor, "a obra que urgia fazer em Portugal" foi iniciada com…
a) o 20 de Maio de 1917.
b) o 25 de Abril de 1974.
c) o 5 de Outubro de 1910.
d) o 28 de Maio de 1926.
2. Identifique o regime que se instaurou com o golpe de 28 de maio.
Proposta de resolução
1. 1 – a); 2 – c); 3 – b); 4 – d).
63
Em Arte, é vivo tudo o que é original. É original tudo o que provém da parte mais virgem, mais
verdadeira e mais íntima duma personalidade artística. A primeira condição duma obra viva é pois
ter uma personalidade e obedecer-lhe […]. Eis como é falsa toda a originalidade calculada e astu-
ciosa. […] A excentricidade, a extravagância e a bizarria podem ser poderosas – mas só quando
naturais a um dado temperamento artístico. […]
Pretendo aludir nestas linhas a dois vícios que inferiorizam grande parte da nossa literatura
contemporânea, roubando-lhe esse caráter de invenção, criação e descoberta que faz grande a arte
moderna. São eles: a falta de originalidade e a falta de sinceridade […].
É regra geral – presto homenagem às exceções – os nossos artistas terem uma mentalidade insu-
ficiente; uma sensibilidade por vezes intensa, mas reduzida; e uma visão unilateral da vida. […]
Da pouca originalidade da literatura portuguesa, naturalmente resulta em grande parte a pouca
sinceridade. […] A expressão direta, simples, organicamente ingénua, tenta sem dúvida o artista
moderno; mas não parece ser característica dele. Os artistas mais diretos, mais simples, mais ingé-
nuos – são-no conscientemente. Salvo raríssimas exceções. Ora ser conscientemente ingénuo, sim-
ples, direto, já é complicar-se. A complicação que julgo ver na Arte moderna pode, pois, tomar
aparências de pouca sinceridade: o lirismo e a ironia, o abandono e a atitude, o subconsciente e a
razão – emaranham-se na arte de vários mestres contemporâneos. Daí resulta uma novidade de pro-
cessos e meios de expressão que surpreende, irrita, perturba, ou provoca o desdém dos não inicia-
dos. […]
[…] Natural é, portanto, que os grandes artistas de hoje sigam o exemplo dos grandes artistas
de ontem. O fundo eterno, imutável, contínuo, da humanidade e da arte manter-se-á poderosamente
na obra de todos os grandes. E direi que é sobretudo nos inovadores que esse fundo aparecerá mais
virgem. […].
José Régio, "Literatura Viva", in Presença, 10 de março, 1927.
Proposta de resolução
Identificação clara da conceção de arte, com recurso a três de entre as seguintes evidências:
• a arte deve ser original e sincera;
• a arte deve ser simples, direta e conscientemente ingénua;
• a simplicidade artística é em si mesma complexidade;
• a arte deve privilegiar o subconsciente;
• na criação deve seguir-se a personalidade artística;
• a obra dos grandes artistas é aquela que é eterna e imutável.
64
As causas do declínio acentuado dos preços das ações na Bolsa de Nova Iorque não é o que nos
detém agora. O que é importante […] são os efeitos do grande crash na economia americana e de-
pois em todo o mundo industrializado. Os indicadores económicos dos três anos que se seguiram ao
ano de 1929 falam por si: a produção industrial e o rendimento nacional reduziu para metade; o
produto interno bruto caiu para 1/3; a taxa de desemprego atingiu 25% da população ativa; 1/3 dos
bancos faliu e o preço dos produtos caiu 32%. Trabalhadores sem emprego, bancos sem depósitos,
MÓDULO 7
investidores arruinados, hipotecas por pagar, agricultores e pequenos comerciantes incapazes de
vender os seus produtos não pagavam os seus empréstimos – esta era a condição económica da
nação em que a prosperidade do mundo se tinha desenvolvido e da qual dependia.
O efeito internacional desta súbita e acentuada viragem económica nos EUA foi devastador.
A consequência mais óbvia foi o fim abrupto dos empréstimos de longo prazo ao estrangeiro e a
repatriação dos capitais emprestados. Os empréstimos de longo prazo concedidos por instituições
financeiras americanas caíram 68%, entre 1929 e 1933 […]. Este recuo maciço dos fundos america-
nos teve um impacto imediato nas economias dos países, particularmente na Europa Central, que se
tinham tornado vitalmente dependentes dos fluxos ininterruptos de capitais americanos para equi-
librar os seus orçamentos, para a expansão da sua produção industrial, para o financiamento do seu
comércio e para o pagamento das dívidas ao estrangeiro. […]
Para piorar as coisas, o declínio do poder de compra nos EUA restringiu fortemente a capacidade
dos americanos em importar produtos do exterior. As importações americanas caíram 40%, entre
1929 e 1932. […] A combinação da redução da procura e a proteção das tarifas alfandegárias nos
EUA precipitaram o drástico declínio das receitas alfandegárias e provocaram o desemprego nos
países produtores de matérias-primas.
A contração do comércio mundial durante a década de 30 provocou a queda do investimento
britânico no estrangeiro. A França, outro grande credor internacional, começou a desviar grande
parte do seu excedente de capital para comprar ouro e para proteger a sua moeda, recentemente
estabilizada […]. O abandono do padrão-ouro, por parte da Grã-Bretanha, foi um marco na história
económica do mundo moderno. Expôs a fragilidade económica de uma nação que durante muito
tempo presidira ao sistema monetário internacional. […] O sistema de trocas ligado ao padrão-ouro,
um dos pilares da recuperação económica do pós-guerra, estava agora arrasado.
William R. Keylor, The Twentieth-Century World and Beyond, Oxford University Press, Nova Iorque,
2011, pp. 131-134 [tradução adaptada].
LHA12DP_F05 65
2. Associe cada um dos elementos relacionados com o pós-guerra, presentes na coluna A, à designação
correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Quebra do nível geral dos preços em resultado do desemprego, da diminuição 1. Crash bolsista
do consumo e da diminuição da produção.
(B) Período dos anos 30 marcado pelo colapso económico iniciado nos EUA e que 2. Gangsters
afetou todos os países que dependiam economicamente de capitais americanos.
(C) Empresas e produtores não escoam os seus produtos, que ficam acumulados nos 3. Falências
armazéns, não conseguindo colocação no mercado e obrigando à diminuição do
preço dos bens.
(D) Prática associada à compra e venda de ações com o objetivo de fazer fortuna 4. Deflação
rapidamente e sem relação entre o valor dos títulos e o valor das empresas.
(E) Quebra acentuada do valor das ações em resultado de um período de 5. Grande Depressão
especulação bolsista e que ocorreu a 24 de outubro de 1929.
6. Especulação bolsista
7. Acumulação de stocks
8. Taxas de juro
Proposta de resolução
1. 1 – a); 2 – c); 3 – b); 4 – d).
2. A – 4; B – 5; C – 7; D – 6; E – 1.
66
MÓDULO 7
leis e a moralidade de outrora. Politicamente, causou constrangimentos económicos e sociais que
ultrapassaram a capacidade de resolução das instituições existentes – liberais ou conservadoras.
A experiência da Primeira Guerra foi a pré-condição imediata mais decisiva para o fascismo.
A campanha de sucesso para levar a Itália a entrar na guerra, em maio de 1915, trouxe consigo os
elementos fundadores do fascismo italiano. "[…] O direito da sucessão política pertence-nos", pro-
clamou Mussolini no encontro fundador do Fasci di Combattimento, em março de 1919, "[…] porque
fomos nós que levámos o país à guerra e em direção à vitória".
A Grande Guerra também foi a raiz de muita da violência e da raiva do pós-guerra […]. No final
da guerra, os europeus estavam divididos entre um velho mundo, que não podia ser revisitado, e um
novo mundo, que amargamente lhes desagradava. Como as economias de guerra foram rapidamente
desmanteladas, a inflação ficou fora de controlo, questionando as virtudes burguesas da economia
e das poupanças. […] A guerra também acentuou as divisões políticas. […] O falhanço [do libera-
lismo, do conservadorismo, do comunismo] abriu espaço para a emergência de um quarto princípio
político. A nova fórmula fascista prometia, como os conservadores, resolver os conflitos territoriais
mediante a possibilidade de os fortes triunfarem. Contrariamente aos conservadores, avaliavam os
Estados fortes, não só pelo poder militar, mas também pelo fervor e pela unidade das suas popula-
ções. Propunham ultrapassar os conflitos de classe através da integração da classe trabalhadora na
nação, pela persuasão [se possível] e pela força [se necessário] e livrando-se dos "degenerados" e
dos "impuros". Os fascistas não queriam manter a paz […]. Esperavam que a guerra inevitável per-
mitisse à raça dominante, unida e confiante, prevalecer […]. O fascismo tornou-se concebível antes
de 1914. Mas não foi realizado, em termos práticos, enquanto a Grande Guerra não arrancou a Eu-
ropa para uma nova era. A "época" do fascismo […] abriu em 1918.
Robert O. Paxton, The Anatomy of Fascism, Vintage Books, Nova Iorque, 2005, pp. 28-32 [tradução adaptada].
67
COLUNA A COLUNA B
(A) Líder do Partido Nacional-Socialista – Führer – que interpretava os desígnios da 1. Antissocialismo
nação e que era seguido de forma inquestionável.
(B) Sentimento de patriotismo exacerbado que exaltava a grandeza da nação e aspirava 2. Culto do chefe
à hegemonia do seu povo, promovendo a conquista territorial.
(C) Culto da força e da violência que promove as virtudes da guerra e do combate, que 3. Militarismo
substituiu a racionalidade pelo instinto e promoveu a luta pela defesa do chefe, do
Estado e do povo.
(D) Condenação do socialismo marxista e da luta de classes, considerada uma ameaça 4. Corporativismo
para a manutenção da ordem, da coesão social e dos valores tradicionais. Nega a
igualdade social e defende a diferenciação social e as elites.
(E) Crença na superioridade de uma raça, o que legitima o domínio e a aniquilação de 5. Racismo
outros povos considerados inferiores.
6. Nacionalismo
7. Benito Mussolini
8. Adolf Hitler
Proposta de resolução
1. Identificação clara de três dos fatores que estão na origem do fascismo, de entre os seguintes:
• fim de uma conceção otimista da vida e do progresso: "Culturalmente, a guerra desacreditou a visão
otimista e progressiva do futuro e levantou a dúvida acerca das assunções liberais sobre da harmonia
natural";
• forte descontentamento social devido às consequências desastrosas da Primeira Guerra Mundial:
"Socialmente, multiplicou um exército de veteranos descontentes, desejosos de expressar a sua raiva e
desilusão, ignorando as leis e a moralidade de outrora";
• descrença na democracia e nas suas instituições, consideradas incapazes de resolver a crise do pós-
‑guerra: "Politicamente, causou constrangimentos económicos e sociais que ultrapassaram a capaci-
dade de resolução das instituições existentes – liberais ou conservadoras".
Identificação clara do acontecimento que, simbolicamente, corresponde à tomada do poder pelos
2.
fascistas em Itália:
• Marcha sobre Roma de Mussolini com os Camisas Negras.
3. A – 8; B – 6; C – 3; D – 1; E – 5.
68
MÓDULO 7
firme e estável império da sua lei. […]
O fascismo não acredita na vitalidade e
nos princípios que inspiram a chamada Socie-
dade das Nações, na medida em que nem
todas as nações aí estão representadas e
aquelas que o estão não se encontram em pé
de igualdade. […] A expansão comercial e a
influência política dos tratados internacio-
nais devem tender a uma maior difusão da
italianidade no mundo. […] Os tratados in-
ternacionais devem ser revistos e modifica-
dos nas partes que se manifestaram inaplicá-
veis e devem por isso ser regulados segundo
as exigências da economia nacional e mun-
dial. O Estado deve valorizar as colónias ita- Na imagem pode ler-se: Juventude Fascista, o fascismo
não vos promete nem honras nem cargos nem benefícios,
lianas no Mediterrâneo e de Além-Mar com mas o dever e o combate.
instruções especiais.
Política Externa no Programa do Partido Nacional Fascista, 1921.
Identifique três das críticas do Partido Nacional Fascista à nova ordem internacional, decorrente da
1.
Primeira Guerra Mundial, refletidas no documento 3.
2. Enuncie, a partir do documento 3, três princípios ideológicos do fascismo.
3. Refira os objetivos da Juventude Fascista.
4. Identifique outra organização do enquadramento das massas na Itália fascista.
Proposta de resolução
1. Identificação de três das críticas do Partido Nacional Fascista à nova ordem internacional, de entre
as seguintes:
• crítica às fronteiras impostas nos tratados aprovados após a Primeira Guerra Mundial: "Que a Itália
reafirme o direito à sua completa unidade histórica e geográfica, mesmo onde ela ainda não foi alcan-
çada";
• não reconhecimento do poder e da influência da Itália no Mediterrâneo e no mundo: "Que a Itália […]
desempenhe a sua função de baluarte da civilização latina no Mediterrâneo; afirme sobre os povos de
nacionalidade diversa anexados à Itália o firme e estável império da sua lei […]";
69
• crítica à fragilidade e aos princípios que norteavam a SDN: "O fascismo não acredita na vitalidade e nos
princípios que inspiram a chamada Sociedade das Nações, na medida em que nem todas as nações aí
estão representadas e aquelas que o estão não se encontram em pé de igualdade";
• inaplicabilidade e ineficácia dos tratados internacionais: "Os tratados internacionais devem ser revistos
e modificados nas partes que se manifestaram inaplicáveis e devem por isso ser regulados segundo as
exigências da economia nacional e mundial".
2. Enunciado claro de três princípios ideológicos do fascismo, de entre os seguintes:
• nacionalismo e expansionismo: "Que a Itália reafirme o direito à sua completa unidade histórica e
geográfica, mesmo onde ela ainda não foi alcançada; desempenhe a sua função de baluarte da civili-
zação latina no Mediterrâneo; afirme sobre os povos de nacionalidade diversa anexados à Itália o firme
e estável império da sua lei";
• culto da força e da violência ou militarismo: "Juventude Fascista – o fascismo não vos promete nem
honras nem cargos nem benefícios, mas o dever e o combate";
• culto do chefe como símbolo do poder e da unidade nacional;
• autoritarismo e totalitarismo do Estado;
• negação dos direitos individuais;
• corporativismo com a submissão de todos os interesses aos interesses do Estado;
• recusa dos princípios do sistema político liberal.
3. Referência clara aos objetivos da Juventude Fascista, de entre os seguintes:
• doutrinar os jovens nos valores do regime;
• apoiar o Estado fascista;
• militarizar a juventude;
• formar um novo homem.
4. Identificação clara de uma organização de enquadramento das massas, de entre as seguintes:
• Balilas ou Filhos da Loba ou Vanguardistas ou partido único ou corporações ou dopolavoro.
O poder do Führer […] assenta no reconhecimento de que a verdadeira vontade do povo não
pode ser revelada pela votação parlamentar e pelos plebiscitos, mas que a vontade do povo, na sua
forma incorruptível e pura, só é expressa através do Führer. Daí a distinção entre a suposta vontade
do povo numa democracia parlamentar, que apenas reflete o conflito dos vários interesses sociais,
e a verdade do povo no Estado-Führer, no qual a vontade coletiva da política verdadeira se manifesta
na sua unidade.
É impossível a introdução de uma lei pelo Reichstag que não tenha tido origem no Führer ou, pelo
menos, a sua aprovação. O procedimento é similar ao do plebiscito: o poder legislativo não reside
no Reichstag; este apenas proclama, com a sua decisão, o seu acordo com a vontade do Führer, que
executa a vontade do povo alemão.
70
MÓDULO 7
Führer pelo povo. Existe para o povo e tem justificação no povo; é livre de tudo o que é exterior
porque a sua natureza é indissociável da fé, do bem-estar, da missão e da honra do povo.
Ernst Rudolf Huber, Lei Constitucional do Grande Reich Alemão, 1939
[tradução adaptada].
Proposta de resolução
1 – c); 2 – a); 3 – d); 4 – c).
71
No início de 1941, a política judaica do Reich estava num beco sem saída. Quanto mais vitórias
militares a Alemanha obtinha, maior era o número de judeus nos territórios por ela dominados. Com
a invasão da URSS, que criava o perigo de esse número aumentar ainda mais, sentiu-se a necessi-
dade de romper o ciclo vicioso. A solução do problema foi a política de extermínio, uma política
calculada, planificada e impiedosamente executada. Por aí se vê como a estratégia racial nazi se
radicalizou em saltos sucessivos – servindo a guerra, ao mesmo tempo, de motor e de justificação
da aniquilação do judaísmo europeu.
Por isso foram tomadas, no decurso do ano de 1941, três decisões capitais. A primeira delas foi,
na primavera, a organização de uma das forças novas especiais, denominados "Grupos de Interven-
ção", com vista à campanha da Rússia. Essas forças foram encarregadas de fuzilar no local, e sem
julgamento, em primeiro lugar os dirigentes e os membros do Partido Comunista e, em segundo,
todos os judeus – homens, mulheres e crianças – dos territórios conquistados. A chacina começou
com a abertura das hostilidades e fez em poucos meses várias centenas de milhares de vítimas.
Estava em marcha a política de extermínio sistemática.
A segunda decisão, ainda mais terrível, pois estendia-se a toda a Europa, foi a de proceder, com
o nome de "solução final da questão judaica", à liquidação física de todos os judeus do continente
europeu. Esta iniciativa foi tomada no mais alto nível do aparelho de Estado e nela se associaram
os principais chefes do regime, com Goering à cabeça, mas mais especialmente Himmler, chefe das
SS e da polícia, e Heydrich, responsável pelo Gabinete Supremo de Segurança do Reich […].
A terceira decisão capital desse ano de viragem dizia respeito à criação dos campos de extermí-
nio, nos quais os planificadores da matança pensavam ter encontrado o meio técnico mais apro-
priado – isto é, simultaneamente o mais eficaz, o mais expedito e o mais fácil de dissimular – para
dar a morte a milhões de vítimas. Para esse efeito, as primeiras diretivas para a construção dos
campos foram dadas durante o verão de 1941 e o primeiro campo começou a funcionar, no final do
ano, em Chelmno […].
François Bédarida, Le Nazisme et le Génocide. Histoire et Enjeux, Paris, Nathan, 1989, Op. Cit. História da Europa,
(dir.) Jean Carpentier; François Lebrun, Editorial Estampa, Lisboa, 2002, pp. 424-426.
72
ssocie cada um dos elementos relacionados com o racismo, presentes na coluna A, à designação cor-
A
respondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Designação dada ao assassinato de cerca de 6 milhões de judeus, levado a 1. Gueto
cabo pela Alemanha nazi, em campos de extermínio.
(B) Política implementada na Alemanha hitleriana que visou o aperfeiçoamento 2. Antissemitismo
físico e mental da raça ariana, considerada superior.
(C) Conjunto de leis promulgadas em 1935 que legitimaram a perseguição aos 3. Holocausto
judeus como forma de garantir a pureza da raça.
MÓDULO 7
(D) Política sistemática de destruição de um grupo ou etnia. 4. Campos de extermínio
(E) Sentimento de hostilidade para com o povo judeu e que levou a uma 5. Genocídio
política sistemática de perseguição e de aniquilação na Alemanha nazi, que
culminou com a "solução final".
6. Eugenia
7. Leis de Nuremberga
8. "Noite de Cristal "
Proposta de resolução
A – 3; B – 6; C – 7; D – 5; E – 2.
A subversão da NEP foi atacada quando, em dezembro de 1925, o Congresso do Partido decidiu
lançar um ambicioso programa de industrialização forçada. A industrialização, por razões que serão
enunciadas abaixo, implicava a coletivização da agricultura. […] A industrialização era um axioma*
marxista-leninista, de que a sociedade socialista devia assentar numa base industrial, e uma vez que
as indústrias russas eram relativamente rudimentares, era necessário construir a sua base do nada.
Quando este esforço tivesse terminado, a URSS teria uma economia mundial e uma classe trabalha-
dora significativa, permitindo confrontar os seus rivais capitalistas em pé de igualdade. […]
Mas havia ainda outra razão para a industrialização forçada, uma que não foi mencionada na
época e que raramente tem sido referida, a preparação para outra guerra mundial. Em dezembro de
1927, Estaline anunciava que os "imperialistas" estavam a armar-se para um novo conflito e para
uma intervenção militar contra a URSS. Para ir ao encontro desta [imaginária] ameaça, a URSS ne-
cessitava de uma extraordinária indústria de defesa. Na verdade, a indústria soviética foi construída
desde o início para fazer face às necessidades militares.
73
*Máxima
74
ssocie cada um dos elementos relacionados com o regime estalinista, presentes na coluna A, à desig-
A
nação correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Confisco forçado de terras e de gado aos kulaks, de modo a estatizar a 1. Kolkhoz
propriedade, que foi alvo de grande resistência. Causou a deportação e a
execução de muitos proprietários.
(B) Processo destinado a eliminar os proprietários rurais, com vista a edificar a 2. Pioneiros
sociedade socialista.
(C) Quintas coletivas, cujas terras e equipamentos são consequência do confisco 3. Planificação da economia
aos proprietários rurais, onde os camponeses entregam parte da produção ao
MÓDULO 7
Estado e a outra parte é dividida em função do trabalho realizado.
(D) Definidos de cinco em cinco anos, procuravam promover a rápida 4. Deskulakização
industrialização da Rússia e atenuar o seu atraso relativamente aos países
capitalistas.
(E) Sistema económico em que as metas a atingir, os objetivos e os ramos de 5. Gulag
atividade a desenvolver são definidos por um organismo estatal.
6. Coletivização forçada
7. Planos quinquenais
8. Sovkhoz
Proposta de resolução
A – 6; B – 4; C – 1; D – 7; E – 3.
A frente do cereal! Estaline disse que a luta pelo cereal era a luta pelo socialismo. Eu estava
convencido que éramos guerreiros numa frente invisível, lutando contra a sabotagem dos kulaks,
pelo cereal que era necessário para o nosso país, de acordo com os planos quinquenais. Acima de
tudo, pelo cereal, mas também pelas almas destes camponeses que estavam atolados na inconsciên-
cia, na ignorância, que sucumbiam perante a agitação inimiga, que não compreendiam a grande
verdade do comunismo.
A maior medida de coerção, e que provocava as maiores reações, eram os confiscos "incontesta-
dos". Uma equipa, de vários jovens kolkhozniks e membros do soviete da aldeia, revistava as quintas
e os celeiros e levava todas as provisões de sementes, as vacas, os cavalos e os porcos.
Em alguns casos, podiam ser misericordiosos e deixar algumas batatas, ervilhas e milho para
alimentar a família. Mas os mais zelosos faziam uma limpeza total. Não só levavam os alimentos e
75
o gado, como também todos os valores e roupa excedentária, incluindo também os ícones [imagens
votivas religiosas], os samovares, os tapetes, os utensílios de cozinha que pudessem parecer prata,
e ainda o dinheiro que pudesse estar escondido. Ordens especiais mandavam que fosse retirado o
ouro, a prata e a moeda […].
Muitas vezes, Volodya e eu assistimos a estas pilhagens. Chegámos mesmo a participar nelas:
cabia-nos inventariar os bens confiscados… As mulheres gritavam histericamente […]: "Estas são
as últimas coisas que temos! Este era o cereal para as crianças! Por amor de Deus, as crianças irão
passar fome". Lamentavam-se: "Esta era uma prenda da minha mãe que faleceu! Por favor ajudem-
‑me, este é o meu enxoval, não o levem". As crianças choravam, sufocavam com os seus gritos. E vi
o olhar dos homens: assustado, suplicante, odioso, impassivo, destruídos pelo desespero, num ful-
gor meio louco, numa temeridade feroz.
"Levem. Levem isso. Levem tudo. Há ainda uma caçarola de sopa de beterraba no fogão. É sim-
ples, não tem carne. Mas ainda tem a beterraba. […] É melhor levarem, cidadãos camaradas! […]".
Era horrível ver e ouvir tudo isto. E, ainda pior, tomar parte […]. Eu convencia-me a mim próprio e
dizia para mim mesmo: não devo ceder perante a debilidade piedosa. Estávamos a empreender uma
necessidade histórica. Estávamos a executar o nosso dever revolucionário. Estávamos a obter o ce-
real para a pátria socialista.
Testemunho de Lev Kopelev sobre a sua participação no processo de coletivização, 1932-1933
[tradução adaptada].
Proposta de resolução
Referência clara ao que foi a deskulakização, com recurso a três de entre as seguintes evidências:
• processo violento de confisco das terras e do gado exercido sobre os kulaks;
• procurou a eliminação dos kulaks enquanto classe;
• foi uma forma de garantir os cereais necessários para abastecer as cidades;
• possibilitou a construção da pátria socialista;
• foi um processo realizado pelos membros dos kolkhoz e dos sovietes das aldeias;
• permitiu a apropriação de todos os bens dos kulaks;
• conduziu à deportação ou à execução dos kulaks que resistiram.
76
Os Estados Unidos visam um objetivo diferente daquele que visamos na URSS. O objetivo dos
norte-americanos surgiu das dificuldades económicas. Os norte-americanos pretendem desembara-
çar-se das crises com base na atividade capitalista privada sem mudarem o sistema económico.
Estão a tentar reduzir ao mínimo a ruína, as perdas causadas pelo sistema económico existente.
Aqui, entretanto, foram criadas, em lugar do velho sistema económico destruído, bases inteiramente
diferentes, construindo-se um novo modelo económico. […]
MÓDULO 7
O que é a economia planificada? Quais são os seus atributos? A economia planificada visa abolir
o desemprego. Suponhamos que seja possível, enquanto se preserva o sistema capitalista, reduzir o
desemprego até certo limite. Porém, nenhum capitalista aceitaria jamais a abolição total do desem-
prego, a abolição do exército de reserva dos desempregados, cuja razão de ser é fazer pressão no
mercado de trabalho para garantir a oferta de mão de obra barata […]. A economia planificada
pressupõe ainda o aumento da produção nos ramos da indústria que produzem os bens de que o povo
mais necessita. A expansão da produção, no capitalismo, dá-se por motivos inteiramente diferentes:
o capital flui para os ramos da economia onde é mais alta a taxa de lucro. Jamais se conseguirá que
um capitalista aceite uma taxa de lucro menor para satisfazer as necessidades do povo. Sem se de-
sembaraçar dos capitalistas, sem abolir o princípio da propriedade privada sobre os meios de produ-
ção, é impossível criar-se uma economia planificada. […]
O socialismo não se pode abstrair dos interesses individuais. Somente a sociedade socialista
pode satisfazer completamente esses interesses. […] Porém, podemos negar o contraste entre as
classes: entre a classe dos proprietários capitalistas e a classe dos trabalhadores proletários? De um
lado, temos a classe dos proprietários, que é dona dos bancos, das fábricas, das minas, dos trans-
portes, das plantações nas colónias. Tais pessoas não veem senão os seus próprios interesses, a sua
ambição pelo lucro. Não se submetem à vontade do coletivo; esforçam-se, isso sim, por subordinar
a coletividade à sua vontade. Do outro lado, temos a classe dos pobres, a classe explorada, a que
não possui nem fábricas, nem bancos, a que é obrigada a vender a sua força de trabalho aos capita-
listas e que carece de oportunidades para satisfazer as suas necessidades mais elementares. Como
se podem conciliar interesses tão opostos? […]
Os comunistas não defendem, em absoluto, os métodos violentos. Não querem, porém, ser apa-
nhados de surpresa; não podem esperar que o velho regime se retire de cena, espontaneamente.
Veem que o velho sistema se defende violentamente e, por isso, dizem à classe operária: respondam
com violência à violência; façam todo o possível para impedir que a ordem agonizante os esmague,
não permitam que lhes algemem as mãos, estas mesmas mãos que demolirão o velho sistema […].
A rica experiência da história ensina que até hoje nenhuma classe cedeu voluntariamente o lugar
a outra. […] Para atingir um objetivo social importante, é necessário uma força principal, um ba-
luarte, uma classe revolucionária. Depois, é necessário organizar-se a ajuda de uma força auxiliar
para essa força principal; neste caso, a força auxiliar é o Partido.
Entrevista de Josef Estaline, 1934.
77
1. Identifique, com base no documento, três dos princípios ideológicos defendidos por Estaline.
2. Explique, a partir do documento, três dos métodos utilizados para impor o regime estalinista.
3. Identifique o partido responsável pela governação da URSS.
Proposta de resolução
1. Identificação clara de três dos princípios ideológicos defendidos por Estaline, de entre os seguintes:
• apologia da sociedade socialista, sem exploradores nem explorados ou apologia da destruição do sis-
tema capitalista ou apologia da submissão dos interesses individuais ao interesse coletivo;
• afirmação do princípio marxista da luta de classes para a transformação da sociedade;
• reafirmação da ditadura do proletariado ou afirmação da supremacia do proletariado sobre os demais
grupos sociais;
• defesa da abolição da propriedade privada dos meios de produção ou defesa da nacionalização e da
coletivização dos bens de produção ou defesa da apropriação e da destruição do poder económico da
burguesia;
• rejeição da livre concorrência e da economia de mercado ou defesa da planificação da economia pelo
Estado;
• defesa de uma sociedade com pleno emprego ou defesa da eliminação do desemprego;
• orientação da produção de acordo com as necessidades da sociedade ou recusa do lucro como objetivo
da organização económica;
• valorização do papel do partido comunista no apoio à conquista do poder pelo proletariado.
Explicação clara de três dos métodos utilizados para impor o regime estalinista, de entre os se-
2.
guintes:
• destruição do setor privado na indústria, no comércio e na agricultura ou apropriação de bens de pro-
dução com confisco de terras e gado e deportação e execução de milhões de proprietários rurais (ku-
laks);
• coletivização forçada, através da formação de quintas coletivas (kolkhoz), com terras e equipamentos
retirados aos camponeses, e quintas do Estado (sovkhoz), com trabalho assalariado;
• instituição de um Estado totalitário com forte controlo ideológico sobre a sociedade ou enquadramento
das massas através da propaganda e de organizações ligadas ao Estado e ao Partido Comunista;
• atuação da polícia política contra os opositores ao regime;
• organização de processos políticos para afastamento ou eliminação de adversários de Estaline ou rea-
lização de purgas internas para assegurar a pureza ideológica;
• prisões arbitrárias, julgamentos sumários e assassinatos ou utilização da tortura física sobre os acusa-
dos;
• condenação de milhões de pessoas à deportação e aos trabalhos forçados em grandes projetos econó-
micos do Estado.
3. Identificação clara do partido responsável pela governação:
• Partido Comunista da URSS ou PCUS.
78
MÓDULO 7
timidade à ideia de governo. Introduziu ideias políticas novas, como a segurança social. […] Roo-
sevelt mudou a conceção política da nação e a sua estrutura institucional […]. "Nos primeiros dias",
disse numa mensagem especial ao Congresso a 8 de junho de 1934, quando pressupunha o desen-
volvimento do seu programa social, "a interdependência dos membros das famílias uns sobre os
outros, numa comunidade pequena" garantia satisfação e segurança. Mas essas condições agora
desapareceram. "As complexidades das grandes comunidades e da indústria organizada tornam
menos reais esses simples meios de segurança. Nesse sentido, somos compelidos a usar o interesse
ativo da nação, como um todo, para encorajar uma maior segurança para cada indivíduo que a com-
põe". O governo federal constituiu-se "para promover o bem-estar geral" cabendo-lhe o "dever de
providenciar as condições dessa segurança sobre a qual reside o bem-estar".
A segurança foi a pedra de toque. […] "Entre os nossos objetivos", declarou, "coloco a segu-
rança dos homens, das mulheres e das crianças da nação em primeiro lugar. As pessoas querem, ou
melhor, têm direito […] a três tipos de segurança: «casas decentes para viver», «trabalho produ-
tivo» e «segurança contra as infelicidades e as vicissitudes da vida»". […]
O desenho completo do programa tomou formas diferentes em vários setores da nação, mas o
padrão do segundo New Deal, que tomou forma em 1935, estava a tornar-se claro. No domínio social,
o motivo dominante era a segurança; no campo económico, a regulação e, no domínio das infraes-
truturas, o desenvolvimento planeado. Em qualquer destes domínios, o objetivo era a estabilidade
[…].
David M. Kennedy, Freedom From Fear – The American People in Depression and War (1929-1945), Oxford University
Press, EUA, 1999, pp. 244-248 [tradução adaptada].
Proposta de resolução
Explicitação clara do que foi o New Deal, com recurso a três de entre as seguintes evidências:
• assumiu-se como um programa de reforma dos EUA: "um credo político concreto";
• foi um programa que procurou garantir a estabilidade através da diminuição do desemprego para au-
mentar o consumo, relançar a produção e garantir o crescimento económico: "No domínio social, o
motivo dominante era a segurança; no campo económico, a regulação e, no domínio das infraestrutu-
ras, o desenvolvimento planeado. Em qualquer destes domínios, o objetivo era a estabilidade";
• assumiu-se como uma nova conceção do liberalismo: "Ele deu à nação uma lição presidencial definindo
a ideologia do moderno liberalismo. Deu novos significados a palavras como liberdade e independência.
Conferiu uma nova legitimidade à ideia de governo";
79
• procurou implementar apoios aos mais desfavorecidos com vista a aumentar o consumo e a relançar a
produção: "Introduziu ideias políticas novas, como a segurança social";
• afirmou uma nova conceção de Estado, o Estado-Providência: "O governo federal constituiu-se «para
promover o bem-estar geral», cabendo-lhe o «dever de providenciar as condições dessa segurança sobre
a qual reside o bem-estar»";
• o Estado adota um novo papel assumindo um intervencionismo como forma de regular a economia e
providenciar o bem-estar: "[…] Entre os nossos objetivos", declarou, "coloco a segurança dos homens,
das mulheres e das crianças da nação em primeiro lugar";
• implementou medidas como o subsídio de desemprego, de velhice e de doença e estabeleceu o salário
mínimo: "As pessoas querem, ou melhor, têm direito […] a três tipos de segurança: «casas decentes
para viver», «trabalho produtivo» e «segurança contra as infelicidades e as vicissitudes da vida»".
80
Identifique, a partir do documento, os fatores que levaram à formação da Frente Popular, em França, nos
1.
anos 30.
2. Explicite a importância das medidas implementadas pela Frente Popular durante os anos 30.
Proposta de resolução
1. Identificação clara dos fatores que levaram à formação da Frente Popular em França nos anos 30,
com recurso a três de entre as seguintes evidências:
• resolver a crise económica;
MÓDULO 7
• combater o desemprego;
• evitar a perda do poder de compra e a diminuição dos rendimentos;
• evitar a difusão do fascismo;
• combater o descrédito da democracia.
Explicitação clara da importância das medidas implementadas pela Frente Popular durante os anos
2.
30, com recurso a três de entre as seguintes evidências:
• melhoraram a vida dos trabalhadores e as suas condições de trabalho: férias pagas; semana de 40 horas;
contratos coletivos; segurança social;
• contribuíram para evitar a difusão do fascismo em França;
• permitiram o crescimento da economia;
• diminuíram o descontentamento social.
LHA12DP_F06 81
Proposta de resolução
1. Explicitação da perspetiva política patente no cartaz da União Nacional:
• representa a propaganda de uma força política de direita;
• divulga a ideia de que virar à esquerda para apoiar a Frente Popular significa perigo;
• divulga a ideia de que a Frente Popular significa crise económica (queda do franco), crise social e ins-
tabilidade (revolução e guerra);
• mostra que o "bom caminho" é o da União Nacional; difunde a ideia de que apoiar a União Nacional é
defender a economia (defesa do franco), a ordem e a paz.
82
MÓDULO 7
solvidos os partidos políticos". […]
Às forças políticas das oposições ao regime e aos seus quadros, à "política" e aos "políticos" da
"antinação", era oferecida uma opção de banda bem estreita: ou a colaboração com o regime, ou a
capitulação. […]
O Estado Novo e o Governo […] não eram um barco à deriva […]. Guiavam-se por uma política
alternativa – a "política nacional" – e apoiavam-se num partido único (nunca assumido enquanto
tal) congregador da sua base política e social de apoio: a União Nacional.
Fernando Rosas, Salazar e o Poder – A Arte de Saber Durar, Edições Tinta da China, Lisboa, 2012, pp. 26-31.
83
Associe cada um dos elementos relacionados com o Estado Novo, presentes na coluna A, à designação
2.
correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Nome dado ao governo que vigorou em Portugal entre 1933 e 1974 e que à 1. Corporativismo
desordem da 1.ª República opôs a ordem, valorizou a tradição e o
conservadorismo.
(B) Congrega os portugueses de boa vontade, apoia o governo e daí saem 2. União Nacional
todos os candidatos à Assembleia Nacional.
(C) Aprovada por plebiscito, instituiu formalmente o Estado Novo. 3. Estado Novo
(D) Sistema de organização económica e social segundo o qual os interesses 4. Parlamentarismo
particulares se subordinam ao interesse geral, eliminando a luta de classes
e promovendo a harmonia social.
(E) Assumiu a pasta das Finanças durante a ditadura militar e foi responsável 5. Conservadorismo
pelo saneamento das contas públicas, o que lhe conferiu a aura de
"Salvador da Pátria".
6. António de Oliveira Salazar
7. Constituição de 1933
8. Anarco-sindicalismo
Proposta de resolução
1. 1 – a); 2 – d); 3 – b); 4 – c).
2. A – 3; B – 2; C – 7; D – 1; E – 6.
Em quase todo o período decorrido de outubro de 1910 a maio de 1926, as divisões e lutas in-
ternas, que aliás vinham já de longe, mas se enraizaram e intensificaram no novo regime, agravavam
cada vez mais a situação de Portugal. O espírito de fação, de intolerância, de anarquia, começando
mal avisadamente por ferir as crenças dos portugueses, tornara instável a chefia do Estado, minara
a força dos governos, desordenara a administração, desorientara a economia, e tendia a arruinar a
nação, arriscando perigosamente o seu destino. […]
Continuaram desde então a agravar-se as calamidades nacionais, e a consciência pública recla-
mou por fim, como caso extremo de salvação, que o exército, única força ainda organizada na de-
sorganização geral, tomasse sobre si banir da governação as engrenagens partidárias e criar as
condições de governo para a obra de renovação que urgia fazer em Portugal. […]
84
MÓDULO 7
supremas, nas tradições pátrias, nos factos indestrutíveis do nosso tempo […].
Começou-se a organização corporativa do Estado Novo, dominado pela equidade e prudência do
Estatuto do Trabalho. Aí se consubstanciaram os princípios orientadores da economia e das relações
entre os fatores que nela intervêm, […] estabelecendo fecundo e consolador ambiente de paz no
trabalho e apressando a constituição do Estado Corporativo. […]
Os velhos partidarismo e parlamentarismo, depois de se haverem desacreditado pelas suas obras,
desapareceram em virtude das providências e benefícios da Ditadura Nacional, pela preponderância
do interesse comum e da ideia de Nação organizada e pela evolução da mentalidade geral, cada vez
mais hostil à repetição de erros passados e mais afeta às instituições que, baseados na experiência
própria e alheia, vamos fazendo ressurgir. […]
Se há síntese que possa definir os objetivos que a Ditadura Nacional tomou […] é a existência de uma
governação forte, ao mesmo tempo tradicionalista e progressiva, capaz de imprimir à vida nacional a
direção superior, e dotada de autoridade eficaz na concorrência das funções políticas, sociais e económi-
cas das coletividades e dos cidadãos.
Mensagem do presidente Óscar Carmona à Assembleia Nacional na abertura da primeira sessão legislativa do Estado
Novo, Diário das Sessões da Assembleia Nacional, n.º 2, 12 de janeiro, 1935.
Proposta de resolução
1. Identificação de três das críticas de Óscar Carmona à Primeira República, de entre as seguintes:
• d ivisões e lutas político-partidárias ou partidarismo ou parlamentarismo: "(…) as divisões e lutas in-
ternas, que aliás vinham já de longe, mas se enraizaram e intensificaram no novo regime, agravavam
cada vez mais a situação de Portugal";
85
• instabilidade política ou falta de autoridade do Estado: "O espírito de fação, de intolerância, de anar-
quia, (…) tornara instável a chefia do Estado, minara a força dos governos (…)";
• incapacidade de resolver o problema do atraso económico: "(…) desordenara a administração, deso-
rientara a economia, e tendia a arruinar a nação, arriscando perigosamente o seu destino";
• d éfice orçamental ou desequilíbrio das finanças públicas: "A obra de ressurgimento material e moral do
Estado e da Nação, exigida pelo atraso e abatimento gerais, foi traçada com a largueza compatível com
os recursos (…) a que dão consistência e estímulo a ordem das finanças e o equilíbrio do Tesouro";
• anticlericalismo ou intolerância religiosa: "Está ali na essência (…) o programa de direito político,
social, económico, familiar, individual, assente na realidade de algumas verdades supremas, nas tradi-
ções pátrias, nos factos indestrutíveis do nosso tempo".
2. Explicação clara de três dos princípios políticos do Estado Novo, de entre os seguintes:
• E stado forte e autoritário, com predomínio do poder executivo, subordinado à vontade do chefe: "Se
há síntese que possa definir os objetivos que a Ditadura Nacional tomou (…) é a existência de uma
governação forte";
•n acionalismo exacerbado, manifestado na exaltação dos valores pátrios e na formação de forte cons-
ciência nacional: "Está ali na essência (…) o programa de direito político, social, económico, familiar,
individual, assente na realidade de algumas verdades supremas, nas tradições pátrias, nos factos indes-
trutíveis do nosso tempo (…)";
• c olonialismo, inculcando a visão imperial de Portugal, consagrada no Ato Colonial: "O Ato Colonial, a
Constituição política, os próprios estatutos da União Nacional sintetizaram os mais altos ideais da
restauração e da grandeza pátrias";
• a ntipartidarismo e antiparlamentarismo, instituindo o sistema de partido único (a União Nacional) e
enfraquecendo os poderes do parlamento: "Os velhos partidarismo e parlamentarismo, depois de se
haverem desacreditado pelas suas obras, desapareceram em virtude das providências e benefícios da
Ditadura Nacional";
• t radicionalismo e conservadorismo, representados na trilogia "Deus, Pátria e Família" do Estado Novo:
"(…) o programa de direito político, social, económico, familiar, individual, assente na realidade de
algumas verdades supremas, nas tradições pátrias, nos factos indestrutíveis do nosso tempo (…)";
• c orporativismo, com a submissão de todos os interesses ao interesse do Estado (Estatuto do Trabalho;
corporações): "Começou-se a organização corporativa do Estado Novo, dominado pela equidade e pru-
dência do Estatuto do Trabalho. Aí se consubstanciaram os princípios orientadores da economia e das
relações entre os fatores que nela intervêm, (…) estabelecendo fecundo e consolador ambiente de paz
no trabalho e apressando a constituição do Estado Corporativo";
• e nquadramento de massas e propaganda recorrendo à criação de organismos controlados pelo Estado:
União Nacional ou Mocidade Portuguesa ou Secretariado de Propaganda Nacional.
3. C – B – E – A – D.
86
Uma das primeiras preocupações de Salazar, com a aprovação da nova Constituição de 1933, foi,
a par da censura e da regulamentação dos "direitos fundamentais", a da reorganização das polícias
[…] e a da constituição […] de um corpo centralizado e especializado de informação e repressão
política, a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) […].
A PVDE […], dependente do ministro do Interior, mas sempre, quanto ao essencial, pessoal-
mente dirigida pelo Presidente do Conselho, constituiu-se no elemento central de um sistema re-
MÓDULO 7
pressivo […]. Nele se articulavam, com a polícia política, as prisões especiais, os tribunais espe-
ciais, as medidas de segurança e o saneamento político, constituindo um vasto aparelho de
intervenção repressiva cujos poderes e métodos de atuação permitem falar do Estado Novo como um
regime de natureza claramente policial.
A polícia política era a espinha dorsal do sistema: servida por uma larga rede de informadores
estipendiados* […], dotada de verbas cujo uso escapava ao controlo público, a PVDE […] podia
deter quem entendesse, sem culpa formada e sem mandato ou fiscalização judicial, por períodos que
foram sendo sucessivamente alargados até chegar aos seis meses. Durante esse tempo os detidos
podiam ser conservados incomunicáveis, sem visitas nem assistência dos seus advogados: era a fase
das "averiguações", dos "interrogatórios" – da instrução preparatória para os detidos levados a tri-
bunal – que era, inicialmente, secreta e estava a cargo da polícia política. Enquanto ela durava, a
PVDE permitia-se exercer sobre os detidos […] uma larga panóplia de violências e torturas físicas e
psicológicas como forma de lhes extorquir "confissões" ou de simplesmente os intimidar. Os autos
de declarações obtidos por esses meios faziam fé em juízo, isto é, eram considerados como prova,
mesmo quando os detidos […] denunciavam em tribunal as sevícias de que tinham sido vítimas.
[…]
Nova História de Portugal – Portugal e o Estado Novo (1930-1960), Joel Serrão e A. H. de Oliveira Marques (dirs.),
Fernando Rosas (coord.), vol. XII, Editorial Presença, Lisboa, 1992.
*Pagos
Proposta de resolução
Explicitação clara do caráter repressivo do Estado Novo, com recurso a três de entre as seguintes
evidências:
• a repressão foi uma forma de evitar a contestação e a dissidência políticas;
• a censura foi usada como forma de controlar a informação;
• a censura impediu a difusão de qualquer ideologia contrária ao regime, tendo sido exercida sobre os
meios de comunicação;
• a polícia política vigiava, perseguia, prendia e torturava os opositores ao regime: "(…) um corpo cen-
tralizado e especializado de informação e repressão política";
• a polícia política tinha amplos poderes: "Podia ainda fazer prisões sem culpa formada ou sem ordem
judicial";
87
• d urante os interrogatórios, os prisioneiros podiam ser sujeitos a tortura física ou psicológica por parte
da polícia política: "(…) a PVDE permitia-se exercer sobre os detidos (…) uma larga panóplia de vio-
lências e torturas físicas e psicológicas como forma de lhes extorquir "confissões" ou de simplesmente
os intimidar";
• Caxias e Peniche foram as principais prisões do Estado Novo;
• o s campos de concentração do Tarrafal e de S. Nicolau, em Cabo Verde, ou o campo de Machava, em
Moçambique, recebiam muitos dos opositores ao regime.
A guerra mundial consagrou uma importante fratura das lealdades nacionais e estaduais. Nos
países envolvidos no conflito, foram muitos os momentos e as situações em que as fidelidades ideo-
lógicas se sobrepuseram aos laços políticos tradicionais da razão de Estado e do interesse nacional.
Esta fratura vinha de longe. A III Internacional, leal à União Soviética, punha em prática o pró-
prio slogan internacionalista de que os trabalhadores não tinham pátria. Ou melhor, que só tinham
uma pátria verdadeira ou primeira: a União Soviética. O desencadear das hostilidades e a situação
criada pela derrota e pela ocupação alemã da Noruega, da Bélgica, da Holanda e da França, mas
sobretudo pela invasão da União Soviética […] acentuaria essa colaboração ideológica, não tanto
por vontade dos líderes, mas por necessidade de atuação em termos políticos e de mobilização po-
pular.
Convém, no entanto, adiantar que, a partir de 1941 e da entrada na guerra da União Soviética,
do Japão e dos Estados Unidos, as grandes ideologias em conflito eram três (a democracia liberal, o
comunismo e o nazismo) mas os blocos em confronto eram apenas dois […]. Entre os aliados do
Eixo, embora os princípios ideológicos tivessem semelhanças, havia diferenças substanciais e, so-
bretudo, perceções distintas em Berlim, Roma e Tóquio.
O nacional-socialismo era marcado pela ideologia pangermanista, pela ideia de conflito das civi-
lizações, pela luta pelos espaços e pela questão judaica. O fascismo manter-se-ia bem mais mode-
rado na teoria e na prática […]. Só a crescente dependência do aliado alemão levará a pôr em
prática medidas paralelas em matéria de leis raciais antissemitas. Os japoneses fariam a sua guerra
asiática sem se misturarem com os problemas e com as perspetivas ideológicas dos seus aliados
europeus. […] Podia assim falar-se, especialmente, de uma guerra paralela: Berlim e Roma, por um
lado, e Tóquio, por outro. […] Hitler através do Pacto Germano-Soviético (um acordo com o inimigo
principal ideológico) atuava como um realista maquiavélico que seguia a razão de Estado nacional
alemã e lhe sacrificava os seus gostos ideológicos.
88
O alargamento das hostilidades viera alterar, progressivamente, este quadro: nos Estados Unidos,
a polémica contra a entrada na guerra era ideológica e dava-se entre conservadores isolacionistas
[…] e intervencionistas. Além da solidariedade dos povos anglo-saxónicos, os intervencionistas
consideravam os riscos para a América de uma Europa nazificada […]. Roosevelt estava e estaria
também preocupado em usar a guerra para criar um poder norte-americano mundial […].
Quanto a Churchill, motivava-o a ideia de parar Hitler e uma razão de Estado da Coroa e do Im-
pério britânicos que via ameaçados pela hegemonia alemã.
Jaime Nogueira Pinto, Ideologia e Razão de Estado – Uma História do Poder,
Civilização Editora, Porto, 2013, pp. 574-575.
MÓDULO 7
1. Identifique os blocos que se confrontaram na Segunda Guerra Mundial.
2. Refira, a partir do documento, como se manifestou a mundialização do conflito.
3. Identifique o líder do nacional-socialismo na Alemanha.
4. Identifique o líder do fascismo na Itália.
5. Associe cada um dos elementos relacionados com a Segunda Guerra Mundial, presentes na coluna A, à
designação correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Assinado entre a Alemanha e a URSS previa, em caso de guerra, a divisão 1. Pacto de Aço
da Polónia entre os dois países e a invasão da Finlândia e dos Estados
bálticos.
(B) Marcou a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial, depois do ataque 2. Pacto Anti-Komintern
do Japão, em 1941, à frota americana estacionada no Pacífico.
(C) Assinado em 1936 entre o Japão e a Alemanha, previa a ajuda mútua em 3. Pacto Germano-Soviético de
caso de ataque da URSS. não-agressão
(D) Realizado pelas tropas aliadas, em 1944, constituiu-se como uma das 4. Invasão da Polónia
mais importantes ofensivas dos Aliados contra a Alemanha nazi e marcou
a libertação da Europa a partir do Ocidente.
(E) Celebrado entre a Alemanha e a Itália, em 1939, previa a ajuda mútua 5. Pearl Harbor
entre estes dois países, em caso de guerra.
6. Batalha de Estalinegrado
7. Desembarque da Normandia
8. Acordos de Munique
Proposta de resolução
1. Identificação dos dois blocos que se confrontaram na Segunda Guerra Mundial:
• Aliados e Eixo.
2. Referência clara de como se manifestou a mundialização do conflito, com recurso a três de entre
as seguintes evidências:
• a partir de 1941, o Japão e os EUA entraram na guerra, juntando-se aos países europeus;
• até 1941, as potências do Eixo obtiveram uma série de vitórias rápidas que permitiram a conquista e o
domínio de grande parte da Europa e do Pacífico;
• a partir de 1942 uma série de batalhas que ocorrem no Norte de África, na Europa e no Pacífico dão a
vitórias às forças aliadas.
89
1945 foi diferente, tão diferente que foi denominado o ano zero. A destruição foi muito maior do
que na guerra anterior e grande parte da Europa e da Ásia ficaram em ruínas. […] Os números são
impressionantes: cerca de 60 milhões de mortos, 25 milhões dos quais foram soviéticos. Uma nova
palavra – "genocídio" – passou a fazer parte da linguagem, para referir o assassinato de 6 milhões de
judeus europeus pelos nazis. […] Em 1945, outra nova palavra surgiu, "refugiados". Houve milhões,
alguns de forma voluntária deslocaram-se para ocidente à medida que o Exército Vermelho avançava,
outros foram deportados como minorias indesejáveis. O novo Estado independente da Checoslováquia
expulsou cerca de 3 milhões de alemães nos anos que se seguiram a 1945 e a Polónia cerca de 1,3
milhões. Por todo o lado havia crianças órfãs perdidas […], a que se somaram milhares de bebés inde-
sejados. […]
A maioria dos portos na Europa e na Ásia estavam destruídos; muitas pontes tinham sido reben-
tadas; os caminhos de ferro e as locomotivas estavam paralisados. Grandes cidades, como Varsóvia,
Kiev, Tóquio e Berlim, eram pilhas de destroços e cinzas. […] Muitas fábricas estavam em ruínas, os
campos, as florestas e as vinhas estavam despedaçadas. […] Muitos europeus sobreviviam com
menos de 1000 calorias diárias. […] Os países debatiam-se com a necessidade de reincorporar os
militares na sociedade civil. Os quatro cavaleiros do apocalipse – peste, guerra, fome e morte – […]
apareceram novamente no mundo moderno.
Politicamente, o impacto da guerra também foi significativo. As outrora grandes potências,
Japão e Alemanha, pareciam que nunca mais se reergueriam. […] Duas potências, tão grandes que
se cunhou o termo "superpotência", dominaram o mundo em 1945. Os Estados Unidos como potên-
cia militar e económica; a União Soviética cuja força e a atração da ideologia marxista lhe permiti-
ram dominar os povos do seu novo império adquirido no coração da Europa. […]
O sofrimento e o sacrifício partilhados durante os anos de guerra fortaleceram a crença, na maior
parte dos países democráticos, que os governos tinham a obrigação de providenciar cuidados bási-
cos aos cidadãos. […]
O fim da guerra trouxe o ajuste de contas. Em muitos sítios, as pessoas agiram pelas suas pró-
prias mãos. Os colaboradores foram espancados, linchados ou fuzilados. As mulheres que confrater-
nizaram com os soldados alemães viram, no mínimo, as suas cabeças rapadas. Os governos também
seguiram, algumas vezes, este modo de agir, estabelecendo tribunais especiais para os que tinham
trabalhado com o inimigo […].
Margaret MacMillan, "Rebuilding the Worl After the Second Worl War", in The Guardian, 11 de setembro, 2009
[tradução adaptada].
90
Proposta de resolução
Enunciado claro de três consequências da Segunda Guerra Mundial, de entre as seguintes:
• e levadas perdas humanas: "Os números são impressionantes: cerca de 60 milhões de mortos, 25 mi-
MÓDULO 7
lhões dos quais foram soviéticos. Uma nova palavra – "genocídio" – passou a fazer parte da linguagem,
para referir o assassinato de 6 milhões de judeus europeus pelos nazis";
• e levadas perdas materiais: "A maioria dos portos na Europa e na Ásia estavam destruídos; muitas pon-
tes tinham sido rebentadas; os caminhos de ferro e as locomotivas estavam paralisados. Grandes cida-
des, como Varsóvia, Kiev, Tóquio e Berlim, eram pilhas de destroços e cinzas. (…) Muitas fábricas es-
tavam em ruínas, os campos, as florestas e as vinhas estavam despedaçadas";
• s urgimento de refugiados: "Houve milhões, alguns de forma voluntária deslocaram-se para Ocidente à
medida que o Exército Vermelho avançava, outros foram deportados como minorias indesejáveis.
O novo Estado independente da Checoslováquia expulsou cerca de 3 milhões de alemães nos anos que
se seguiram a 1945 e a Polónia cerca de 1,3 milhões";
• fome e miséria: "Muitos europeus sobreviviam com menos de 1000 calorias diárias";
• d esmobilização dos soldados provocou problemas de reintegração dos soldados: "Os países debatiam-se
com a necessidade de reincorporar os militares na sociedade civil";
• a firmação de duas potências na cena mundial: "Duas potências, tão grandes que se cunhou o termo
«superpotência», dominaram o mundo em 1945";
• s urgimento de uma nova conceção de Estado nos países democráticos: "O sofrimento e o sacrifício
partilhados durante os anos de guerra fortaleceram a crença, na maior parte dos países democráticos,
que os governos tinham a obrigação de providenciar cuidados básicos aos cidadãos";
• p ráticas de justicialismo: "O fim da guerra trouxe o ajuste de contas. Em muitos sítios, as pessoas
agiram pelas suas próprias mãos".
91
CONTEXTO HISTÓRICO
Em 1917, o Império Russo era dominado pelo czar. A tinha por missão matar e aterrorizar os opositores à
participação da Rússia na 1.ª Guerra aumentou o des- revolução. Lenine usou a propaganda para controlar
contentamento e as dificuldades económicas e so- as massas revolucionárias, o proletariado. Defendia
ciais. Estavam reunidas condições para a revolução. O que o poder pertence ao povo e que o proletariado
czar Nicolau II abdicou. Em 25 de outubro de 1917, os deve exercer esse poder. Estava em marcha a revolu-
bolcheviques dominam os sovietes e, liderados por ção soviética. Os obstáculos a ultrapassar foram dra-
Lenine, conquistam o poder. O Partido Bolchevique máticos, pois foi necessário uma longa guerra civil
não tinha, no entanto, a maioria e perdeu as eleições. para que a revolução saísse vitoriosa em 1921. A Re-
Lenine dominou os acontecimentos e tomou o poder volução de Outubro implantou uma nova sociedade,
pela força. Foi criada uma força policial, a Tcheca, que marxista-leninista, na Rússia.
00:00 – Condições na Rússia sob o czar Nicolau II. Sociedade estratificada, exército descontente.
02:30 – A Revolução de Fevereiro é liderada pela burguesia. O Governo Provisório assume o poder e anuncia a
preparação de reformas e de eleições.
03:30 – Lenine exerce grande influência nos sovietes e lança a Revolução de Outubro com o apoio dos bolchevi-
ques, que representavam a ala mais revolucionária dos sovietes e tomaram o controlo do governo.
05:33 – Moscovo tornou-se capital da Rússia. O czar e a sua família foram executados. Lenine lidera a revolução
e procura mobilizar o apoio dos bolcheviques.
07:00 – A mensagem revolucionária é transmitida aos trabalhadores do mundo, apelando à revolução interna-
cional. Eclodiram vários movimentos revolucionários inspirados na Revolução Russa, mas foram eféme-
ros.
07:55 – Início da guerra civil. Vitória dos bolcheviques em 1921. O partido passa a ser denominado Partido
Comunista. A base ideológica assenta nos princípios do marxismo, desenvolvidos por Karl Marx na se-
gunda metade do século XIX. Lenine adapta os princípios marxistas à realidade da Rússia: o marxismo-
-leninismo seria a ideologia base da conquista do poder pelo proletariado (camponeses, soldados e
operários).
92
ATIVIDADE
• Destaque a importância de Lenine na aplicação do marxismo na Rússia a partir de 1917.
MÓDULO 7
• liderou a fação dos bolcheviques no Soviete de Petrogrado depois de ter regressado do exílio;
• defendeu a implementação de um novo tipo de sociedade assente na eliminação das classes sociais
e no exercício do poder pelo proletariado;
• mobilizou os bolcheviques para depor o Governo Provisório;
• aplicou os decretos revolucionários com vista a implementar o marxismo;
• apelou à internacionalização do movimento operário para promover a adesão à revolução em vários
países;
• implementou reformas com vista a edificar a sociedade comunista e a instituir o exercício do poder
pelo proletariado, implementando o marxismo-leninismo.
• eliminou os opositores à edificação do marxismo-leninismo.
93
94
GRUPO I
UMA NOVA ORDEM INTERNACIONAL APÓS 1919
MÓDULO 7
DOC. 1 Os Catorze Pontos de Woodrow Wilson
95
Os novos Estados
o
ic Finlândia
Alemanha
t
Noruega Zona desmilitarizada
n
Helsínquia
â
Cristiânia Minorias alemãs
tl
Petrogrado
A Estocolmo na Polónia e na
Talin
do Checoslováquia
Mar rte Suécia Estónia
o
No
n
República
co
SDN
a
lti
ce
Bá
Dublin Copenhaga Lituânia
O
a sob mandato ou
r
Países M 1 Kaunas
Inglaterra Baixos controlo da SDN
2
Londres Haia Berlim URRS 1 Memel 3 Sarre
Varsóvia 2 Danzig 4 Fiume
Bruxelas Alemanha
Bélgica Lux. Polónia
Praga Mandatos da SDN
Paris 3
Checoslováquia Confiados à França
Viena
França Berna Budapeste
Confiados ao
Suíça Áustria Reino Unido
Hungria Roménia
4 Bucareste
Jugoslávia Negro
Portugal Madrid Mar
Itália Bulgária
Lisboa Espanha Sófia
Roma Tirana Istambul Irão
Albânia
Grécia Turquia
Atenas
Síria
Malta
Chipre Iraque
África do Norte
Mar Med
iterrâneo
Palestina
0 200 km Transjordânia
Líbia Egito
1. Refira, a partir do documento 1, três transformações geopolíticas resultantes da derrota dos Impérios e da
vitória dos Aliados em 1918.
2. Identifique, com base no documento 1, três das propostas defendidas por Woodrow Wilson consagradas no
novo mapa político da Europa e do Médio Oriente (DOC. 2).
3. Identifique a organização responsável pela manutenção da integridade territorial resultante das alterações
geopolíticas do pós-guerra.
GRUPO II
A SITUAÇÃO ECONÓMICA E SOCIAL DA EUROPA E DOS EUA APÓS A PRIMEIRA GUERRA
O Tratado [de Versalhes] não contém qualquer disposição relativa à recuperação económica da
Europa, nada que seja de molde a transformar os impérios derrotados do centro do continente em
bons vizinhos, nada que possa estabilizar os novos Estados europeus, nada que aponte para a recu-
peração da Rússia, do mesmo modo que de maneira nenhuma promove uma solidariedade económica
consistente entre os próprios aliados; não se acordaram em Paris quaisquer disposições capazes de
restabelecer as finanças desequilibradas de França e da Itália; ou de ajustar os sistemas do Velho e
do Novo Mundo […]. É extraordinário que os problemas económicos fundamentais de uma Europa
que sucumbia à fome e se desintegrava diante dos seus olhos tenha sido uma questão para a qual
foi impossível atrair o interesse dos Quatro. As reparações foram a sua principal incursão no terreno
económico, e eles consideravam-nas um problema teológico ou político, ou de esquemas eleitorais
[…], exceto o do futuro económico dos Estados cujos destinos tinham nas suas mãos.
John Maynard Keynes, As Consequências Económicas da Paz, 1920.
96
MÓDULO 7
Anos Rendimento nacional Rendimento nacional per capita
(biliões* de dólares) (dólares)
1921 59,4 522
1922 60,7 553
1923 71,6 634
1924 72,1 633
1925 76 644
1926 81,6 678
1927 80,1 674
1928 81,7 676
1929 87,2 716
Prada, 1992, p. 364.
* 1 bilião = 1 milhão de milhões
2. De acordo com John Keynes, os principais problemas que afetavam a Europa eram…
a) a fome, a desintegração e a dificuldade de recuperação económica.
b) a fome, a união entre vencedores e vencidos e a facilidade de recuperação económica.
c) a fome, uma população jovem em crescimento e uma indústria de bens de consumo em desenvolvi-
mento.
d) a fome, a unificação de vários países e a falta de produtos agrícolas.
LHA12DP_F07 97
4. John Keynes atribui a falta de previsão na recuperação económica da Europa ao “interesse dos Quatro” que
eram…
a) quatro empresas multinacionais americanas que dominavam o comércio e as finanças internacionais.
b) quatro impérios causadores das perdas materiais e humanas decorrentes da Primeira Guerra Mundial.
c) quatro potências vencedoras da Primeira Guerra: EUA, França, Inglaterra e Itália.
d) quatro novos países europeus saídos da nova ordem internacional: Polónia, URSS, Checoslováquia e
Jugoslávia.
2. Compare, com base nos indicadores do documento 2, a situação económica dos países da Europa com a dos
EUA.
GRUPO III
O TRIUNFO DA REVOLUÇÃO BOLCHEVIQUE NA RÚSSIA
98
1. Associe cada um dos elementos relacionados com as revoluções de 1917, presentes na coluna A, à designa-
ção correspondente, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
a) Assembleia formada em Petrogrado, composta por delegados eleitos pelos operários, 1. Czarismo
soldados e camponeses, que se constituíram como a base do poder popular na Rússia
soviética. 2. Revolução de Fevereiro
b) Período vivido durante o ano de 1917 durante o qual a ação do Governo Provisório foi 3. Governo Provisório
dificultada pela ação e contestação do Soviete de Petrogrado. 4. Soviete
c) Regime político de cariz absolutista, vivido na Rússia até 1917, marcado pela 5. Kerenski
autoridade absoluta do poder e que acabou com a abdicação de Nicolau II.
6. Lenine
d) Golpe de Estado liderado pelos bolcheviques que institui a transferência de poder
para o Soviete e que conduz à afirmação do primeiro Estado socialista do mundo. 7. Revolução de Outubro
MÓDULO 7
e) Formado depois da Revolução de Fevereiro, composto por constitucionais democratas 8. Poder dual
e socialistas moderados, procurou transformar a Rússia num Estado democrático e
parlamentar.
2. Explicite, a partir dos documentos 1 e 2, quatro das medidas revolucionárias tomadas pelos bolcheviques
depois da Revolução de Outubro.
GRUPO IV
AS TRANSFORMAÇÕES NO COMPORTAMENTO E NA CULTURA
Nós civilizações tardias… também nós sabemos que somos mortais. […] Estamos conscientes de
que a civilização tem a mesma fragilidade da vida. […] Com os nossos próprios olhos, vemos o
trabalho consciencioso, a aprendizagem mais sólida e a mais séria disciplina e empenho aplicados
aos fins mais horríveis. Tantos horrores não teriam sido possíveis sem tantas virtudes. Sem dúvida,
muita ciência foi necessária para matar tantos, para devastar tanta propriedade, aniquilar tantas
cidades num tão curto espaço de tempo […]. A crise militar pode ter terminado. A crise económica
ainda nos atinge com força. Mas a crise intelectual, mais subtil e, pela sua natureza de aparência,
mais enganadora, dificilmente nos permite compreender a sua verdadeira extensão […]. Ninguém
sabe o que estará morto ou vivo amanhã na literatura, filosofia, estética; ninguém sabe que ideias
e modos de expressão serão inscritos na lista de vítimas, que novidades serão proclamadas. […]
perdeu-se a ilusão de uma cultura europeia e o conhecimento mostrou-se impotente para salvar o
que quer que fosse; a ciência está ferida de morte nas suas ambições morais […]; o idealismo mal
sobrevive […], o realismo é inútil derrotado e preso aos seus próprios crimes e erros […], até os
céticos perderam as suas dúvidas, recuperaram e voltaram a perdê-las novamente, não sendo mais
mestres do seu pensamento. […] Adeus fantasmas! O mundo não precisa mais de vós ou de mim
[…]. Reina ainda uma certa confusão; mas dentro em breve tudo se tornará claro, e todos testemu-
nharemos o milagre de uma sociedade animal […].
Paul Valéry, La Crise de l’Esprit, 1919 [tradução adaptada].
99
DOC. 2 A nova imagem da mulher urbana nos anos 20 DOC. 3 Ernst Kirchner, Cena de rua em Berlim,
1913-1914
Nestes tempos de luta por uma nova arte, lutamos como “selvagens” desorganizados contra o
poder antigo e estabelecido. A batalha parece desigual, mas as questões espirituais nunca são de-
cididas pelos números, apenas pelo poder das ideias. As armas temidas dos “selvagens” são as suas
novas ideias. […] Todas as obras de arte criadas por espíritos verdadeiros e que não consideram as
obras convencionais permanecem genuínas para sempre […]. Estamos hoje num ponto de viragem
de duas longas épocas, num estado semelhante ao do mundo há 1500 anos, quando estávamos num
período de transição sem arte e sem religião – um período em que as grandes e tradicionais ideias
morreram e quando novas ideias tomaram o seu lugar. […] Os primeiros trabalhos de uma nova era
são extremamente difíceis de definir. Quem pode ver com clareza quais são os seus objetivos e o que
se segue? Mas o facto de eles existirem e surgirem em muitos lugares […], muitas vezes indepen-
dentes uns dos outros, e por possuírem uma verdade interior, faz-nos ter a certeza de que são os
primeiros sinais de uma nova época que está para vir […].
Franz Marc, Almanach Der Blaue Reiter, 1912 [tradução adaptada].
Identifique a designação atribuída aos comportamentos sociais e à vivência quotidiana nas cidades dos
1.
anos 20.
100
2. Associe cada um dos elementos relacionados com as características dos comportamentos e da cultura nos
anos 20, presentes na coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
a) C orrente artística, com especial destaque na Alemanha, que expressa as emoções e as 1. Modernismo
perspetivas do mundo através da obra de arte, valorizando a interioridade e revelando
preocupações políticas e sociais. Centra as suas obras na essência humana e na 2. Expressionismo
natureza. 3. Vanguarda
b) M
ovimento reivindicativo que defende a igualdade de direitos políticos, económicos, 4. Feminismo
culturais e sociais para as mulheres.
5. Psicanálise
c) Sentimento de descrença nos valores, de vazio, de perda de raízes, em virtude das
mudanças sociais provocadas pelo fim das normas e dos valores tradicionais de 6. Relativismo
regulação da vida em sociedade. 7. Futurismo
d) M
ovimento cultural e artístico que rompeu com a tradição académica e valorizou a 8. Anomia social
MÓDULO 7
liberdade de criação, inaugurando um novo sentido estético, baseado na liberdade de
criação, na subjetividade e na força emocional.
e) Põe em causa as verdades absolutas e o valor da ciência tradicional, aceita a
probabilidade e conduz à descrença no progresso e na capacidade humana de controlar
a natureza.
101
GRUPO I
UMA NOVA ORDEM INTERNACIONAL APÓS 1919
1. 30 PONTOS
102
2. 20 PONTOS
MÓDULO 7
mapa:
– o mapa consagra a soberania territorial da Rússia e a liberdade de escolha do seu regime
político como defendido no ponto VI;
– o mapa consagra a recuperação da soberania e da integridade territorial dos países que
tinham sido ocupados (como a Bélgica e os Estados Balcânicos – Roménia, Sérvia e
Montenegro), tal como proposto nos pontos VII e XI;
– o mapa consagrada a restituição à França dos territórios ocupados, conforme previsto no
N5 18 19 20
ponto VIII;
– o mapa consagra o princípio das nacionalidades na definição das fronteiras italianas e nos
novos Estados criados a partir dos Impérios Austro-Húngaro e Otomano, conforme previsto nos
pontos IX, X e XII;
– o mapa consagra a criação do Estado polaco com acesso ao mar e de acordo com o princípio
da nacionalidade polaca, conforme proposto no ponto XIII.
• Interpretação completa do documento, por referência ao solicitado
• Utilização adequada e sistemática da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 14 15 16
Apresentação de duas das propostas referidas no nível 5.
N3 • Interpretação incompleta do documento, por referência ao solicitado 10 11 12
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 6 7 8
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível superior.
N1 • Interpretação incipiente do documento, por referência ao solicitado 2 3 4
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
3. 5 PONTOS
103
GRUPO II
A SITUAÇÃO ECONÓMICA E SOCIAL DA EUROPA E DOS EUA APÓS A PRIMEIRA GUERRA
1. 20 PONTOS
2. 20 PONTOS
104
GRUPO III
O TRIUNFO DA REVOLUÇÃO BOLCHEVIQUE NA RÚSSIA
1. 10 PONTOS
2. 30 PONTOS
MÓDULO 7
Descritores do nível de desempenho no domínio da comunicação
escrita em língua portuguesa
Descritores do nível de
desempenho no domínio específico da disciplina N1 N2 N3
Explicitação clara de três das medidas tomadas imediatamente pelos bolcheviques, de entre as
seguintes:
– promulgação do decreto sobre a guerra, com vista a encetar negociações para retirar a
Rússia de uma guerra que considerava imperialista: “proposta imediata de uma paz
democrática”;
– promulgação do decreto sobre a terra que aprovava a ocupação das terras feitas pelos
camponeses e defendia a abolição da propriedade privada: “abolição dos direitos de posse da
terra pelos agrários”;
– promulgação do decreto do controlo operário que entregava a administração das fábricas
aos operários: “controlo operário da produção”;
N5 – aprovação do decreto das nacionalidades que reconhecia a igualdade e a soberania das 27 29 30
nacionalidades;
– criação de um Governo Provisório: “Até à reunião da Assembleia Constituinte é formado um
Governo Provisório de Operários e Camponeses”;
– criação do Conselho dos Comissários do Povo: “criação de um Governo dos Sovietes”;
– a organização do poder tem como base social de apoio a participação dos sovietes: “A
administração dos diferentes setores da atividade estatal será confiada a comissões, (…) em
estreita união com as organizações de massas dos operários, das operárias, dos marinheiros,
dos soldados, dos camponeses e dos empregados”.
• Interpretação completa do documento, por referência ao solicitado
• Utilização adequada e sistemática da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 21 23 24
Apresentação de duas das medidas referidas no nível 5.
N3 • Interpretação incompleta do documento, por referência ao solicitado 15 17 18
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 9 11 12
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível superior.
N1 • Interpretação incipiente do documento, por referência ao solicitado 3 5 6
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
105
GRUPO IV
AS TRANSFORMAÇÕES NO COMPORTAMENTO E NA CULTURA
1. 5 PONTOS
2. 10 PONTOS
a) – 2; b) – 4; c) – 8; d) – 1; e) – 6.
3. 50 PONTOS
106
MÓDULO 7
N6 Nível intercalar 38 41 43
Desenvolvimento do tema abordado, por referência ao nível 7:
– dois aspetos de cada um dos tópicos (2/2/2); ou
– três aspetos de um dos tópicos, dois aspetos de outro dos tópicos e um aspeto do outro
tópico (3/2/1); ou
– três aspetos de cada um de dois dos tópicos (3/3/0); ou
N5 31 34 36
– dois aspetos de cada um de dois dos tópicos e um aspeto do outro tópico (2/2/1); ou
– três aspetos de um dos tópicos e dois aspetos de outro dos tópicos (3/2/0); ou
– três aspetos de um dos tópicos e um aspeto de cada um dos outros tópicos (3/1/1).
• Integração, de forma oportuna, de três documentos
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 24 27 29
Desenvolvimento do tema abordado, por referência ao nível 7:
– um aspeto de cada um dos tópicos (1/1/1); ou
– três aspetos de um dos tópicos (3/0/0); ou
– dois aspetos de um dos tópicos e um aspeto de outro dos tópicos (2/1/0); ou
N3 17 20 22
– um aspeto de cada um de dois dos tópicos (1/1/0); ou
– dois aspetos de um dos tópicos (2/0/0).
• Integração, de forma oportuna, de dois documentos.
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 10 13 15
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível 7.
N1 • Incipiente integração de documentos, por referência ao solicitado 3 6 8
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
107
108
GRUPO I
O IMPACTO SOCIAL E POLÍTICO DA GRANDE DEPRESSÃO:
O INTERVENCIONISMO NOS PAÍSES DE DEMOCRACIA LIBERAL
MÓDULO 7
DOC. 1 O impacto da crise de 1929
Era o fim do mundo para um povo que tinha apostado tudo na riqueza. As indústrias […]
não encontravam mais compradores. O número dos desempregados subia. […] Mas, quando as
pessoas cessaram as compras, então o desemprego aumentou em proporção geométrica, devido
à baixa dos preços, à falta de confiança, ao crash de Wall Street.
André Maurois, Chantiers Américans, 1933.
160
150
140 Stocks(1)(2)
130
Produção(3)
120 Preços(4)
110 Stocks, produção e preços nos mercados
100 internacionais: 1929 = 100
90 (1) Índice do Instituto da Conjuntura de Berlim,
19 1
32
33
34
35
19 6
37
38
3
3
19
19
19
19
19
19
19
19
51 divisas.
Para que as nossas fábricas e as nossas quintas retomem o trabalho com a segurança de
conseguirem escoar os seus produtos, temos de assegurar aos consumidores os meios de com-
prar os produtos. Mas, para que isso aconteça, não podemos ter entre esses consumidores 12
milhões de desempregados sem poder de compra. É necessário que esses homens regressem ao
trabalho, pelo que propomos o seguinte: dividiremos o trabalho entre os homens atualmente
ocupados e os desempregados de forma a suprimir o desemprego. E faremos isso assegurando a
cada trabalhador um salário mínimo suficiente para viver […].
F. D. Roosevelt, Discurso, 1933.
109
1. Refira, com base nos documentos 1 e 2, três consequências económicas e sociais da crise de 1929.
2. Identifique a política implementada por Roosevelt para fazer face à crise (DOC. 3).
3. Explicite, a partir do documento 3, três das medidas económicas e sociais implementadas por Roosevelt para
enfrentar a crise nos EUA.
GRUPO II
A SITUAÇÃO ECONÓMICA E SOCIAL DA EUROPA E DOS EUA APÓS A PRIMEIRA GUERRA
1. Associe cada um dos elementos relacionados com os princípios ideológicos dos fascismos, presentes na co-
luna A, à designação correspondente, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
a) Crença na superioridade de uma raça que legitima o domínio e a aniquilação de 1. Totalitarismo
outros povos considerados inferiores.
2. Culto do chefe
b) Sentimento de patriotismo exacerbado que exalta a grandeza da nação e aspira à
hegemonia do seu povo, promovendo a conquista territorial. 3. Militarismo
c) Culto da força e da violência que promove as virtudes da guerra e do combate, que 4. Corporativismo
substituiu a racionalidade pelo instinto e promove a luta pela defesa do chefe, do 5. Imperialismo
Estado, do povo e da raça.
6. Nacionalismo
d) Sistema político segundo o qual o Estado se sobrepõe ao indivíduo e em que o
partido único promove a ideologia oficial e controla todos os domínios da sociedade e 7. Partido único
da economia. A polícia política garante o funcionamento do regime. 8. Racismo
e) Defesa do expansionismo territorial e do domínio dos povos considerados inferiores
para edificação de um império que simboliza a grandeza da nação, do povo e da raça.
110
1. Identifique duas organizações repressivas do fascismo e do nazismo responsáveis pela perseguição aos opo-
sitores.
2. Enuncie, a partir do documento 1B, três das medidas implementadas por Hitler no sentido de concretizar "o
Estado racista".
GRUPO III
A EDIFICAÇÃO DO SOCIALISMO NA URSS DE ESTALINE
MÓDULO 7
A tarefa, do plano de cinco anos para a agricultura, é transformar a URSS, país de pequenos
agricultores, num país de grande agricultura
organizada a partir do trabalho coletivo, dando
o máximo de produtos para o mercado. O que é
que o Partido alcançou com o plano de cinco
anos do programa, ao fim de quatro anos, no
domínio da agricultura? O Partido obteve em
vez de 500-600 milhões de toneladas de trigo
por comerciante, arrecadados no tempo da
economia camponesa individual, a capacidade
de armazenar 1200-1400 milhões de grãos por
ano. O partido ganhou e os kulaks foram derro-
Julgamentos de Moscovo: 1936-1938
tados enquanto classe, apesar de a sua derrota
ainda não estar totalmente concluída; o campesinato laborioso foi libertado da escravidão dos
kulaks e da sua exploração e uma forte base económica foi assegurada com o poder dos sovietes
nos campos, a base da economia coletiva. O Partido conseguiu que a URSS de país de pequenos
camponeses se transformasse num país da maior agricultura do mundo.
Josef Estaline, 1938.
Os séculos passarão e as gerações vindouras olharão para nós como os mais felizes dos mor-
tais, como os homens mais afortunados, porque vivemos no século dos séculos, porque fomos
privilegiados em ter Estaline, o nosso líder inspirador. […] Os homens de todas as épocas
chamarão o teu nome, que é forte, belo, sábio
e maravilhoso. […] Tudo te pertence, chefe
do nosso grande país […].
Ó grande Estaline, ó líder dos povos,
Tu que deste vida aos homens.
Tu que frutificaste a terra,
Tu que restauraste os séculos,
Tu que fizeste despontar a primavera,
[…] Estaline na festa do seu 62.º aniversário com
Ó tu, sol refletido por milhões de corações… os principais líderes mundiais
111
1. Explicite, a partir do documento 1, três métodos utilizados para impor o regime estalinista.
112
GRUPO IV
DA QUEDA DA REPÚBLICA À CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO NOVO
%
3500
Salários
3000 Preços por grosso
Custo de vida
2500
2000
1500
MÓDULO 7
1000
500
32
14
16
18
20
24
26
19
19
19
19
19
19
19
Anos
Excerto da primeira página do jornal diário O custo de vida e os salários: 1914-1926
A Batalha, 7 de agosto, 1922
B. Nós não aceitamos a luta de classes produtoras como facto histórico nem como princípio
informador da organização económica e social. Os interesses mediatos, últimos dos indivíduos
ou dos grupos, tendem para a unidade do interesse nacional. Mas os interesses imediatos do
operário e do patrão, umas vezes, de operários e operários, outras, chocam-se amiúde na vida
prática, […] sem que devamos deixar de conciliar os interesses opostos, […] em benefício da
normalidade da vida económica. […] É necessário organizar os interesses materiais e morais da
Nação – não abandonados a si próprios, às tendências da sua própria força, mas integrados na
harmonia e no interesse comum que o próprio Estado representa.
Oliveira Salazar, "Discurso de 20 de dezembro de 1933", Discursos, 1961.
LHA12DP_F08 113
1930
Setor
terciário
26,4%
Setor
primário
49,1%
Setor
secundário
24,5%
1940
Setor
terciário
27.5%
Setor
primário
43,6%
Setor
secundário
28,9%
2. I dentifique três princípios do modelo de organização socioeconómica defendido por Oliveira Salazar no do-
cumento 2B.
Deve integrar na resposta, para além dos seus conhecimentos, os dados disponíveis nos documentos 1 a 4.
114
TESTE 2
GRUPO I
O IMPACTO SOCIAL E POLÍTICO DA GRANDE DEPRESSÃO:
O INTERVENCIONISMO NOS PAÍSES DE DEMOCRACIA LIBERAL
1. 20 PONTOS
MÓDULO 7
seguintes:
Consequências económicas:
– acumulação de stocks ou superprodução industrial ou superprodução agrícola em
consequência da diminuição da procura;
– deflação devido à diminuição da procura;
– redução dos lucros das empresas devido à acumulação de stocks;
– diminuição da procura de matérias-primas devido ao declínio da produção industrial;
– retração do comércio internacional;
N5 18 19 20
– falência de bancos e de empresas devido à retração do crédito ou ao incumprimento das
dívidas;
– falta de investimento devido à retração do crédito e à diminuição da produção.
Consequências sociais:
– subida do desemprego;
– retração do consumo;
– descontentamento social.
• Interpretação completa do documento, por referência ao solicitado
• Utilização adequada e sistemática da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 14 15 16
Apresentação de duas das consequências referidas no nível 5.
N3 • Interpretação incompleta do documento, por referência ao solicitado 10 11 12
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 6 7 8
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível superior
N1 • Interpretação incipiente do documento, por referência ao solicitado 2 3 4
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
2. 5 PONTOS
New Deal.
115
2. 20 PONTOS
GRUPO II
OS FASCISMOS: IDEOLOGIA E PRÁTICAS
1. 10 PONTOS
2. 5 PONTOS
Fascismo:
– Polícia política: OVRA ou Esquadristas ou Camisas Negras.
Nazismo:
– Polícia política: Gestapo ou Secções de Assalto ou SA ou Secções de Segurança ou SS.
116
3. 20 PONTOS
MÓDULO 7
milhões de judeus para campos de concentração e de extermínio onde foram eliminados ou
genocídio ou holocausto.
• Interpretação completa do documento, por referência ao solicitado
• Utilização adequada e sistemática da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 14 15 16
Apresentação de duas das medidas referidas no nível 5.
N3 • Interpretação incompleta do documento, por referência ao solicitado 10 11 12
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 6 7 8
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível superior
N1 • Interpretação incipiente do documento, por referência ao solicitado 2 3 4
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
117
GRUPO III
A EDIFICAÇÃO DO SOCIALISMO NA RÚSSIA DE ESTALINE
1. 30 PONTOS
2. 20 PONTOS
118
GRUPO IV
DA QUEDA DA REPÚBLICA À CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO NOVO
1. 5 PONTOS
(C); (B); (A); (E); (D)
2. 20 PONTOS
MÓDULO 7
– adoção do corporativismo como modelo de organização económica e social;
– condenação da luta de classes e da divergência de interesses entre patrões e trabalhadores;
– promoção da submissão dos interesses do patronato e dos trabalhadores aos interesses
nacionais ou do Estado;
N5 – criação de organismos destinados a harmonizar as relações entre patronato e trabalhadores 18 19 20
ou criação de corporações e de grémios que reúnem trabalhadores e patrões por setores de
atividade;
– Estado como mediador das relações económicas e sociais;
– proibição da contestação social ou proibição de greves e de lock-out.
• Interpretação completa do documento, por referência ao solicitado
• Utilização adequada e sistemática da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 14 15 16
Apresentação de dois dos princípios referidos no nível 5.
N3 • Interpretação incompleta do documento, por referência ao solicitado 10 11 12
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 6 7 8
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível superior
N1 • Interpretação incipiente do documento, por referência ao solicitado 2 3 4
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
119
3. 50 PONTOS
N6 Nível intercalar 38 41 43
Desenvolvimento do tema abordando, por referência ao nível 7:
– dois aspetos de cada um dos tópicos (2/2/2); ou
– três aspetos de um dos tópicos, dois aspetos de outro dos tópicos e um aspeto do outro
tópico (3/2/1); ou
– três aspetos de cada um de dois dos tópicos (3/3/0); ou
N5 31 34 36
– dois aspetos de cada um de dois dos tópicos e um aspeto do outro tópico (2/2/1); ou
– três aspetos de um dos tópicos e dois aspetos de outro dos tópicos (3/2/0); ou
– três aspetos de um dos tópicos e um aspeto de cada um dos outros tópicos (3/1/1).
• Integração, de forma oportuna, de três documentos
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
120
MÓDULO 7
N1 • Incipiente integração de documentos, por referência ao solicitado 3 6 8
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
121
MÓDULO 8
123
PLANO DE AULAS
Módulo 8 – PORTUGAL E O MUNDO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INÍCIO DA DÉCADA DE 80 – OPÇÕES INTERNAS
E CONTEXTO INTERNACIONAL
UNIDADE 1 – NASCIMENTO E AFIRMAÇÃO DE UM NOVO QUADRO GEOPOLÍTICO
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
Aula n.º 3 – –
3 – –
– –
CONTEÚDOS
1. Nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico
1.1. A definição de áreas de influência. A Organização das Nações Unidas. As novas regras da economia internacional. A
primeira vaga de descolonizações (3 aulas)
124
MÓDULO 8
ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS DE APRENDIZAGEM
1.ª AULA
– Enunciar os desafios que se colocaram na reconstrução do pós-guerra.
– Destacar a característica do novo mundo do pós-guerra.
– Analisar a importância das conferências de paz.
– Identificar as principais decisões tomadas em Ialta.
– Referir as principais decisões da Conferência de Potsdam.
– Salientar os fatores que estiveram na base das tensões visíveis nas
conferências de paz.
– Analisar o significado da sovietização do leste europeu.
– Referir o significado do conceito geopolítico “cortina de ferro”.
2.ª AULA
– Identificar a data de fundação da Organização das Nações Unidas.
– Enunciar os objetivos da ONU.
– Destacar os principais órgãos da ONU.
– Analisar as funções dos vários órgãos da ONU.
– Explicitar a relevância da ONU.
– Analisar a importância da Conferência de Bretton Woods.
3.ª AULA
– Enunciar os princípios orientadores da nova ordem económica do segundo
pós–guerra.
– Referir o significado de SMI.
– Identificar as instituições criadas com vista a operacionalizar o novo
sistema monetário.
– Enunciar os objetivos do GATT.
– Destacar os fatores que favoreceram a descolonização.
– Identificar os apoiantes do movimento descolonizador.
– Explicitar o processo de descolonização do Médio Oriente e da Ásia durante
os anos 50.
125
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – A definição de áreas de influência (pp. 8, 10).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – A Organização das Nações Unidas (p. 12).
interpretação de documentos (pp. 6, 8, 10, 12, – As novas regras da economia internacional (p. 15).
15, 17); – A primeira vaga de descolonizações (p. 17).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida
na leitura e análise de textos e documentos; Organizar ideias
– Orientar a organização e o registo de dados e – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
informações recolhidas; unidade (p. 19).
– Observar os mapas referentes à Europa depois da Controlo de Aprendizagem (p. 20)
Segunda Guerra Mundial, à sovietização do leste – Incide sobre a Conferência de Potsdam.
europeu, à primeira vaga de descolonizações e à
Indochina francesa (pp. 4, 10, 17, 18); Dossiê de Apoio ao Professor
– Explorar a cronologia referente às áreas de – Teste de avaliação sumativa, com questões de tipologia de exame,
influência e à descolonização (pp. 4, 5); matriz de objetivos e respetivos critérios de correção.
– Analisar e explorar os organogramas referentes à Caderno de Atividades
Segunda Guerra Mundial e à ONU (pp. 6, 13); – Ficha 10
– Observar as imagens referentes a factos e
personalidades que marcaram o novo quadro e-Manual
geopolítico do segundo pós-guerra (pp. 7, 9, 11, – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
13, 14, 18);
– Realizar as atividades de aplicação de
conhecimentos e de desenvolvimento de
competências (pp. 6, 8, 10, 12, 15, 17);
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem
(p. 20).
126
PLANO DE AULAS
Módulo 8 – PORTUGAL E O MUNDO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INÍCIO DA DÉCADA DE 80 – OPÇÕES INTERNAS
E CONTEXTO INTERNACIONAL
UNIDADE 1 – NASCIMENTO E AFIRMAÇÃO DE UM NOVO QUADRO GEOPOLÍTICO
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
Aula n.º 3 – –
11 Aula n.º 4 – –
Aula n.º 5 – –
Aula n.º 6
Aula n.º 7
Aula n.º 8
Aula n.º 9
Aula n.º 10
Aula n.º 11
CONTEÚDOS
1. Nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico
1.2. O tempo da Guerra Fria – a consolidação de um mundo bipolar
1.2.1. O mundo capitalista: a política de alianças liderada pelos EUA (3 aulas)
1.2.1.1. A prosperidade económica e a sociedade de consumo (1 aula)
1.2.1.2. A afirmação do Estado-Providência (2 aulas)
1.2.2. O mundo comunista: o expansionismo soviético (2 aulas)
1.2.2.1. Opções e realizações da economia de direção central (2 aulas)
1.2.2.2. A escalada armamentista e o início da era espacial (1 aula)
MÓDULO 8
1.ª AULA *Guerra Fria
– Qual o significado da doutrina Truman? *Social-democracia
– Qual o significado da doutrina Jdanov? *Democracia cristã
– Qual a importância do Plano Marshall? Sociedade de consumo
– Qual a resposta da URSS ao Plano Marshall? Democracia popular
– Em que consistiu o COMECON?
*Conceitos estruturantes
2.ª AULA
– Qual o significado de Guerra Fria? VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
– O que se entende por mundo bipolar? Doutrina Truman
– Quais as fases da Guerra Fria? Doutrian Jdanov
– Quais os episódios da Guerra Fria? Expansionismo soviético
– O que foi o Bloqueio de Berlim? Plano Marshall
– Quais as consequências do Bloqueio de Berlim? OECE
Plano Molotov
3.ª AULA COMECON
– Quais os objetivos do sistema de alianças do mundo ocidental? Guerra Fria
– Quais os vários pactos e tratados que se assinaram com vista à defesa do Equilíbrio pelo terror
Bloco Ocidental? Pacto de Varsóvia
– Qual a importância da NATO? NATO
– Quais as consequências do sistema de alianças liderado pelos EUA? Mundo bipolar
Coexistência pacífica
4.ª AULA “Questão alemã”
– O que foram os “Trinta Gloriosos”? Bloqueio de Berlim
– Quais os fatores económicos que contribuíram para a prosperidade nos “Ponte aérea”
países capitalistas? República Federal da Alemanha (RFA)
– Quais os fatores sociais que favoreceram a prosperidade nos países República Democrática da Alemanha (RDA)
capitalistas? “Trinta Gloriosos”
– Quais as medidas adotadas pelos Estados que favoreceram o crescimento Relatório Beveridge
económico? Estado-Providência
– Quais as consequências dos “Trinta Gloriosos”? “Países-satélite”
– O que se entende por sociedade de consumo? Guerra da Coreia
– Quais os fatores que contribuíram para a afirmação da sociedade de Revolução cubana
consumo? Crise dos mísseis de Cuba
Desestalinização
“Era de estagnação”
Corrida ao armamento
Corrida ao espaço
127
5.ª AULA
– Qual o novo papel atribuído aos governos no segundo pós–guerra?
– Quais as novas forças políticas que se afirmaram no segundo pós–guerra?
– O que se entende por social–democracia?
– O que se entende por democracia cristã?
6.ª AULA
– Qual o modelo de Estado que se afirmou na Europa do segundo pós–guerra?
– Qual a importância do relatório Beveridge?
– Quais as características do Estado–Providência?
7.ª AULA
– Qual a importância do modelo soviético no segundo pós–guerra?
– Em que consistiu a sovietização do leste da Europa?
– Qual o regime político que se implementou nos países de leste?
– O que se entende por democracia popular?
– Como se reforçou, em termos militares, a coesão do Bloco de Leste?
– Quais as cisões enfrentadas pela URSS nos anos 60?
– Qual o significado do Muro de Berlim?
8.ª AULA
– O que foi a guerra da Coreia?
– Qual a importância da proclamação da República Popular da China para a
difusão do comunismo na Ásia?
– Qual o significado da guerra do Vietname no contexto da Guerra Fria?
– Quem foi Fidel Castro?
– Quais os fatores que estão na origem da crise dos mísseis de Cuba?
– Como foi resolvida a crise dos mísseis de Cuba?
– Qual a importância de Cuba para a difusão do comunismo na América?
– Como se processou a difusão do comunismo em África?
9.ª AULA
– Qual a ação económica desenvolvida por Estaline depois da Segunda Guerra
Mundial?
– Quem foi Nikita Krushchev?
– O que se entende por desestalinização?
– Quais as medidas implementadas por Nikita Krushchev no domínio agrícola?
10.ª AULA
– Quais as medidas implementadas por Nikita Krushchev no domínio
industrial?
– Quais as consequências das medidas económicas de Nikita Krushchev?
– Qual o significado de “era de estagnação”?
– Quais as manifestações de estagnação económica da era Brejnev?
– Quais as consequências do modelo económico de direção central?
11.ª AULA
– Quais os fatores que estão subjacentes à corrida ao armamento?
– Quais as principais inovações ao nível do armamento?
– Quais as manifestações da corrida ao espaço?
128
MÓDULO 8
– Destacar a importância do Plano Marshall.
– Identificar a resposta da URSS ao Plano Marshall.
– Referir a importância do COMECON.
2.ª AULA
– Analisar o significado de Guerra Fria.
– Explicitar o significado de mundo bipolar.
– Enunciar as fases da Guerra Fria.
– Destacar os episódios da Guerra Fria.
– Caracterizar o Bloqueio de Berlim.
– Enunciar as consequências do Bloqueio de Berlim.
3.ª AULA
– Referir os objetivos do sistema de alianças do mundo ocidental.
– Identificar os vários pactos e tratados assinados com vista à defesa do Bloco Ocidental.
– Analisar a importância da NATO.
– Enunciar as consequências do sistema de alianças liderado pelos EUA.
4.ª AULA
– Explicar o significado de “Trinta Gloriosos”.
– Enunciar os fatores económicos que contribuíram para a prosperidade nos países capitalistas.
– Identificar os fatores sociais que favoreceram a prosperidade nos países capitalistas.
– Destacar as medidas adotadas pelos Estados que favoreceram o crescimento económico.
– Identificar as consequências dos “Trinta Gloriosos”.
– Definir sociedade de consumo.
– Explicitar os fatores que contribuíram para a afirmação da sociedade de consumo.
5.ª AULA
– Identificar o novo papel atribuído aos governos no segundo pós–guerra.
– Enunciar as novas forças políticas que se afirmaram no segundo pós–guerra.
– Caracterizar a social-democracia.
– Caracterizar a democracia cristã.
LHA12DP_F09 129
6.ª AULA
– Identificar o modelo de Estado que se afirmou na Europa do segundo pós-
-guerra.
– Analisar a importância do relatório Beveridge.
– Explicitar as características do Estado-Providência.
7.ª AULA
– Referir a importância do modelo soviético no segundo pós–guerra.
– Explicitar em que consistiu a sovietização do leste da Europa.
– Identificar o regime político que se implementou nos países de leste.
– Definir democracia popular.
– Enunciar como se reforçou, em termos militares, a coesão do Bloco de
Leste.
– Referir as cisões enfrentadas pela URSS nos anos 60.
– Destacar o significado do Muro de Berlim.
8.ª AULA
– Explicitar o significado da guerra da Coreia.
– Destacar a importância da proclamação da República Popular da China para
a difusão do comunismo na Ásia.
– Analisar o significado da guerra do Vietname no contexto da Guerra Fria.
– Destacar o papel de Fidel Castro.
– Enunciar os fatores que estiveram na origem da crise dos mísseis de Cuba.
– Explicitar como foi resolvida a crise dos mísseis de Cuba.
– Destacar a importância de Cuba para a difusão do comunismo na América.
– Analisar como se processou a difusão do comunismo em África.
9.ª AULA
– Analisar a ação económica desenvolvida por Estaline depois da Segunda
Guerra Mundial.
– Referir a importância de Nikita Krushchev.
– Analisar o significado de desestalinização.
– Enunciar as medidas implementadas por Nikita Krushchev no domínio
agrícola.
10.ª AULA
– Enunciar as medidas implementadas por Nikita Krushchev no domínio
industrial.
– Referir as consequências das medidas económicas de Nikita Krushchev.
– Definir “era de estagnação”.
– Identificar as manifestações de estagnação económica da era Brejnev.
– Enunciar as consequências do modelo económico de direção central.
11.ª AULA
– Enunciar os fatores que estão subjacentes à corrida ao armamento.
– Identificar as principais inovações ao nível do armamento.
– Identificar as manifestações da corrida ao espaço.
130
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – A doutrina Truman e a doutrina Jdanov (p. 22).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – O Plano Marshall (pp. 23, 24).
interpretação de documentos (pp. 22, 23, 24, – O COMECON (p. 24).
27, 31, 34, 36, 39, 41, 43, 44, 50, 51, 52, 54, – O clima de desconfiança nos EUA e na RDA (p. 27).
56, 58, 60, 62); – As fases da Guerra Fria (p. 28).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – A questão de Berlim (p. 31).
na leitura e análise de textos e documentos; – As alianças lideradas pelos EUA (p. 34).
– Orientar a organização e o registo de dados e – Os “Trinta Gloriosos” (p. 36).
informações recolhidas; – A sociedade de consumo (p. 39).
– Observar e explorar as tabelas referentes às fases – As novas forças políticas do segundo pós–guerra (p. 41).
da Guerra Fria, ao Estado–Providência em – O Estado-Providência (pp. 43, 44).
Inglaterra e à economia planificada (pp. 28, 43, – As democracias populares (p. 50).
56, 58); – O Pacto de Varsóvia (p. 50).
– Analisar os gráficos referentes ao Plano Marshall, – O expansionismo soviético na Ásia e a guerra da Coreia (pp. 51, 52).
aos “Trinta Gloriosos”, à sociedade de consumo, – Os mísseis de Cuba (p. 54).
às despesas do Estado–Providência, à economia – O expansionismo soviético no mundo (p. 54).
planificada (pp. 24, 36, 39, 44, 56); – A economia da URSS (p. 56).
– Observar os mapas referentes à Europa depois da – A desestalinização (p. 56).
Segunda Guerra Mundial, ao auxílio financeiro – A economia na era de Kruschev e de Brejnev (p. 58).
americano, ao mundo bipolar, ao mundo da – A escalada armamentista e a corrida ao espaço (pp. 60, 62).
Guerra Fria, ao bloqueio de Berlim, às alianças
dos EUA, às democracias populares, à Guerra da Organizar ideias
Coreia, à geografia dos mísseis de Cuba, ao – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
unidade (pp. 45, 46, 63, 64).
MÓDULO 8
expansionismo soviético no mundo e ao poderio
nuclear (pp. 4, 24, 26, 29, 31, 34, 50, 52, 54, Controlo de Aprendizagem (pp. 47, 48, 65, 66)
60); – Incide sobre o bipolarismo: o mundo capitalista e o mundo
– Observar e analisar o organograma referente ao comunista.
mundo bipolar (p. 32);
– Explorar as cronologias referentes ao mundo do Dossiê de Apoio ao Professor
segundo pós–guerra, às fases da Guerra Fria, à – Texto historiográfico sobre a questão alemã no pós-guerra.
escalada armamentista e à corrida ao espaço – Texto historiográfico sobre o bipolarismo.
(pp. 4, 5, 28, 60, 62); – Texto historiográfico sobre o início da Guerra Fria.
– Observar as imagens referentes a factos e – Cartaz do Plano Marshall.
personalidades que marcaram a consolidação do – A política de alianças.
mundo bipolar (pp. 21, 23, 25, 26, 30, 35, 38, – Os “Trinta Gloriosos”.
40, 42, 49, 51, 52, 53, 55, 57, 59, 61); – Gráficos sobre os “Trinta Gloriosos”.
– Realizar as atividades de aplicação de – Texto historiográfico sobre o Estado-Providência.
conhecimentos e de desenvolvimento de – A crise dos mísseis de Cuba.
competências (pp. 22, 23, 24, 27, 31, 34, 36, – Teste de avaliação sumativa, com questões de tipologia de exame,
39, 41, 43, 44, 50, 51, 52, 54, 56, 58, 60, 62); matriz de objetivos e respetivos critérios de correção.
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem Caderno de atividades
(pp. 47, 48, 65, 66). – Ficha 11
e–Manual
– Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
131
PLANO DE AULAS
Módulo 8 – PORTUGAL E O MUNDO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INÍCIO DA DÉCADA DE 80 – OPÇÕES INTERNAS
E CONTEXTO INTERNACIONAL
UNIDADE 1 – NASCIMENTO E AFIRMAÇÃO DE UM NOVO QUADRO GEOPOLÍTICO
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
– –
2 – –
– –
CONTEÚDOS
1. Nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico
1.3. A afirmação de novas potências
1.3.1. O rápido crescimento do Japão. O afastamento da China do bloco soviético. A ascensão da Europa (1 aula)
1.3.2. A política de não alinhamento. A segunda vaga de descolonizações (1 aula)
132
MÓDULO 8
– Referir os fatores que contribuíram para atenuar o bipolarismo a partir dos anos 70.
– Definir “milagre japonês”.
– Explicitar os fatores que possibilitaram o “milagre japonês”.
– Identificar as manifestações do “milagre japonês”.
– Enunciar as ideias que mobilizaram os chineses depois da formação da República Popular da China.
– Explicitar as características políticas da China de Mao.
– Definir o período das “Cem Flores”.
– Destacar as características do “Grande Salto em Frente”.
– Referir as consequências do “Grande Salto em Frente”.
– Apresentar as características do maoísmo.
– Definir “Revolução Cultural”.
– Enunciar quando se verificou o afastamento entre a China de Mao e a URSS.
– Explicitar o significado do afastamento da China da URSS.
– Analisar como se manifestou a aproximação da China aos EUA.
– Identificar a BENELUX.
– Definir CECA.
– Explicitar a importância do Tratado de Roma.
– Referir os problemas que se colocaram à CEE nos anos 60.
– Enunciar as razões que fazem do ano de 1969 uma data determinante para o projeto europeu.
– Identificar a Europa dos Nove.
2.ª AULA
– Identificar onde ocorreu a segunda vaga de descolonização.
– Referir a importância da resolução 1514.
– Enunciar os fatores que favoreceram a descolonização.
– Identificar os líderes nacionalistas que se destacaram em África.
– Explicitar a importância da Conferência de Bandung.
– Definir Terceiro Mundo.
– Explicitar a importância da Conferência de Belgrado.
– Definir Não Alinhados.
– Enunciar os princípios subjacentes ao Movimento dos Não Alinhados.
– Enunciar os fatores que justificam a dependência dos novos países descolonizados às antigas metrópoles.
– Definir neocolonialismo.
– Referir o que foi a Conferência de Argel.
133
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – A contestação ao poder americano na década de 60 (p. 67).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – Indicadores do crescimento económico do Japão (pp. 69, 70, 71).
interpretação de documentos (pp. 68, 69, 70, – A construção da China comunista (pp. 72, 73, 74).
71, 72, 73, 74, 76, 78, 80, 81, 82, 84, 86); – O crescimento do poder político da China nos anos 60 e 70 (p. 76).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – A construção europeia (pp. 78, 80).
na leitura e análise de textos e documentos; – A visão da Europa no início dos anos 70 (p. 81).
– Orientar a organização e o registo de dados e – A ONU condena o colonialismo (p. 82).
informações recolhidas; – A Conferência de Bandung (p. 84).
– Observar e explorar a tabela referente aos – O Terceiro Mundo (p. 84).
indicadores económicos do Japão (p. 69); – O Movimento dos Não Alinhados (p. 86).
– Analisar os gráficos referentes aos indicadores
económicos do Japão (pp. 69, 70, 71); Organizar ideias
– Observar e explorar o organograma referente às – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
instituições europeias em 1957 (p. 79); unidade (p. 87).
– Observar os mapas da contestação ao poder Controlo de Aprendizagem (p. 88)
americano nos anos 60, à situação geográfica do – Incide sobre a afirmação das novas potências.
Japão, aos pais fundadores da Europa, à CEE em
1957, à Europa dos Nove, à descolonização Dossiê de Apoio ao Professor
africana, ao Terceiro mundo, aos Não Alinhados – Texto historiográfico sobre o “milagre japonês”.
(pp. 67, 68, 78, 80, 81, 83, 84, 86); – A visão da China sobre o Terceiro Mundo.
– Explorar a cronologia referente à afirmação das – A ideia de Europa segundo Willy Brandt.
novas potências (pp. 4, 5); – Teste de avaliação sumativa, com questões de tipologia de exame,
– Observar as imagens referentes a factos e matriz de objetivos e respetivos critérios de correção.
personalidades que marcaram a afirmação das Caderno de Atividades
novas potências (pp. 71, 72, 74, 75, 77, 80, 83, – Ficha 10
85);
– Realizar as atividades de aplicação de e–Manual
conhecimentos e de desenvolvimento de – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
competências (pp. 67, 69, 70, 71, 72, 73, 74,
76, 78, 80, 81, 82, 84, 86);
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem
(p. 88).
134
PLANO DE AULAS
Módulo 8 – PORTUGAL E O MUNDO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INÍCIO DA DÉCADA DE 80 – OPÇÕES INTERNAS
E CONTEXTO INTERNACIONAL
UNIDADE 1 – NASCIMENTO E AFIRMAÇÃO DE UM NOVO QUADRO GEOPOLÍTICO
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas – –
– –
1 – –
– –
CONTEÚDOS
1. Nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico
1.4. O termo da prosperidade económica: origens e efeitos (1 aula)
MÓDULO 8
ORIENTAÇÕES GERAIS DE APRENDIZAGEM COMPETÊNCIAS
• Identificar os condicionalismos que ocorreram para o enfraquecimento do • Analisar fontes de natureza diversa,
bipolarismo na década de 70. distinguindo informação implícita e
explícita.
Metas de aprendizagem/aprendizagens estruturantes** • Analisar textos historiográficos
O Programa não prevê aprendizagens específicas para esta unidade. identificando a opinião do autor.
• Situar cronológica e espacialmente
acontecimentos e processos relevantes
relacionando-os com os contextos em
que ocorreram.
• Identificar a multiplicidade de fatores
e a relevância da ação de indivíduos
ou grupos relativamente a fenómenos
históricos circunscritos no tempo e no
espaço.
• Elaborar e comunicar, com correção
linguística e de forma criativa, sínteses
de assuntos estudados: estabelecendo os
seus traços definidores; utilizando, de
forma adequada, terminologia
específica.
• Disponibilizar-se para ampliação e
aprofundamento da sua formação.
135
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – O desemprego (pp. 89).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – A inflação (p. 89).
interpretação de documentos (pp. 89, 90, 91, – O choque Nixon (p. 90).
92); – Indicadores económicos (pp. 90, 91).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – Os efeitos da crise petrolífera (p. 92).
na leitura e análise de textos e documentos;
– Orientar a organização e o registo de dados e Organizar ideias
informações recolhidas; – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
– Observar e explorar as tabelas referentes aos unidade (p. 93).
indicadores económicos (p. 90); Controlo de Aprendizagem (pp. 94, 95)
– Analisar os gráficos referentes aos indicadores – Incide sobre o termo da prosperidade económica.
económicos (pp. 89, 91).
– Explorar a cronologia referente à crise dos anos Dossiê de Apoio ao Professor
70 (pp. 4, 5); – Gráfico sobre a perda de valor do dólar.
– Observar as imagens referentes a factos e – Tabela sobre o preço médio do petróleo.
personalidades que marcaram a crise dos anos 70 – Declaração dos Países Exportadores de Petróleo.
(pp. 89, 90, 91); e–Manual
– Realizar as atividades de aplicação de – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
conhecimentos e de desenvolvimento de
competências (pp. 89, 90, 91, 92);
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem
(pp. 94, 95).
136
PLANO DE AULAS
Módulo 8 – PORTUGAL E O MUNDO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INÍCIO DA DÉCADA DE 80 – OPÇÕES INTERNAS
E CONTEXTO INTERNACIONAL
UNIDADE 2 – PORTUGAL – DO AUTORITARISMO À DEMOCRACIA
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
Aula n.º 3 – –
8 Aula n.º 4 – –
Aula n.º 5 – –
Aula n.º 6
Aula n.º 7
Aula n.º 8
CONTEÚDOS
2. Portugal do autoritarismo à democracia
2.1. Imobilismo político e crescimento económico do pós-guerra a 1974
2.1.1. Estagnação do mundo rural; emigração (1 aula)
2.1.2. Surto industrial e surto urbano (1 aula)
2.1.3. Fomento económico nas colónias (1 aula)
2.1.4. A radicalização das oposições e o sobressalto político de 1958 (1 aula)
2.1.5. A questão colonial – soluções preconizadas, luta armada, isolamento internacional (2 aulas)
2.1.6. A “primavera marcelista”: reformismo político não sustentado. O impacto da guerra colonial (2 aulas)
MÓDULO 8
– Quais as exigências feitas pela oposição democrática para se apresentar às
eleições? VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
– Quem foi Norton de Matos? MUD
– Quem saiu vitorioso das eleições presidenciais de 1951? Imobilismo político
– Quais as características que faziam de Portugal um país essencialmente Junta de Emigração
agrícola? Emigração “a salto”
– Quais as razões da estagnação do mundo rural? Plano de Fomento
– Quais as principais causas da emigração portuguesa? EEP
– Quais os países de destino da emigração nos anos 50? Golpe da Sé
– Qual o papel da Junta de Emigração? Operação Dulcineia
– O que se entende por emigração “a salto”? Operação Vagô
– Quais os fatores que justificam a emigração “a salto”? Crise académica
– Quais as consequências da emigração? FNLA
MPLA
2.ª AULA UNITA
– Qual o objetivo da Lei de Fomento e Reorganização Industrial? FRELIMO
– Quais os objetivos da política económica no segundo pós-guerra? PAIGC
– Quais os meios usados pelo Estado para planear a economia? Guerra colonial
– Quais os objetivos do I Plano de Fomento? “Primavera marcelista”
– Quais os objetivos do II Plano de Fomento? Ala liberal
– Quais os fatores que levaram à adoção do Plano Intercalar de Fomento?
– Quais os objetivos do III Plano de Fomento?
– Quais as consequências dos planos de fomento?
– Como se manifestou o surto urbano?
– Quais as consequências do desenvolvimento das periferias?
– Quais as mudanças sociais provocadas pelo surto urbano?
3.ª AULA
– Quando é que as colónias portuguesas conheceram o aumento do
investimento?
– Qual a importância dos planos de fomento para as colónias?
– Quais os setores que se desenvolveram nas colónias?
– O que se entende por EEP?
– Quais os objetivos do EEP?
– Quais as medidas aprovadas para o desenvolvimento das colónias?
137
4.ª AULA
– Quem foi Humberto Delgado?
– Quais as propostas de Humberto Delgado?
– Quem venceu as eleições presidenciais de 1958?
– Qual o impacto da candidatura de Humberto Delgado para o regime?
– Qual a importância da carta do bispo do Porto a Salazar?
– Quais os acontecimentos que revelam a radicalização das oposições a partir
de 1958?
5.ª AULA
– Qual a posição de Portugal perante as colónias depois da Segunda Guerra
Mundial?
– Quais as diferenças entre integracionistas e federalistas?
– Quais os fatores que conduziram à eclosão da guerra colonial?
– Quais os movimentos de libertação surgidos nas colónias portuguesas?
6.ª AULA
– Onde se iniciou a guerra colonial?
– Quanto tempo durou a guerra colonial?
– Qual a consequência da política colonial portuguesa em termos
internacionais?
– Qual a posição da ONU perante o colonialismo português?
– Quais as razões para o agravar do isolamento de Portugal?
7.ª AULA
– Quem substituiu Oliveira Salazar na presidência do governo?
– Qual o objetivo da atuação de Marcello Caetano?
– O que se entende por “primavera marcelista”?
– Quais as medidas implementadas por Marcello Caetano reveladoras da
abertura do regime?
– Como decorreu a campanha eleitoral para as eleições legislativas de 1969?
– Qual a importância da ala liberal?
8.ª AULA
– Quais as manifestações reveladoras da contestação ao regime?
– Qual a resposta do governo de Marcello Caetano perante a contestação?
– Como se manifestou a contestação à guerra colonial?
– Quais os acontecimentos externos que revelam a condenação da política
colonial portuguesa?
– Quais os acontecimentos internos que revelam a condenação da política
colonial portuguesa?
– Qual o significado do livro Portugal e o Futuro?
138
MÓDULO 8
3.ª AULA
– Referir quando é que as colónias portuguesas conheceram o aumento do investimento.
– Explicitar a importância dos planos de fomento para as colónias.
– Referir os setores que se desenvolveram nas colónias.
– Definir EEP.
– Explicitar os objetivos do EEP.
– Enunciar as medidas aprovadas para o desenvolvimento das colónias.
4.ª AULA
– Destacar a importância de Humberto Delgado.
– Enunciar as propostas de Humberto Delgado.
– Identificar o vencedor das eleições presidenciais de 1958.
– Explicitar o impacto da candidatura de Humberto Delgado no regime.
– Analisar a importância da carta do bispo do Porto a Salazar.
– Enunciar os acontecimentos que revelam a radicalização das oposições a partir de 1958.
5.ª AULA
– Referir a posição de Portugal perante as colónias depois da Segunda Guerra Mundial.
– Estabelecer as diferenças entre integracionistas e federalistas.
– Explicitar os fatores que conduziram à eclosão da guerra colonial.
– Identificar os movimentos de libertação surgidos nas colónias portuguesas.
6.ª AULA
– Referir o local onde se iniciou a guerra colonial.
– Identificar a duração da guerra colonial.
– Explicitar a consequência da política colonial portuguesa em termos internacionais.
– Analisar a posição da ONU perante o colonialismo português.
– Enunciar as razões para o agravar do isolamento de Portugal.
7.ª AULA
– Referir quem substituiu Oliveira Salazar na presidência do governo.
– Identificar o objetivo da atuação de Marcello Caetano.
– Definir “primavera marcelista”.
– Explicitar as medidas implementadas por Marcello Caetano reveladoras da abertura do regime.
– Analisar como decorreu a campanha eleitoral para as eleições legislativas de 1969.
– Destacar a importância da ala liberal.
139
8.ª AULA
– Identificar as manifestações reveladoras da contestação ao regime.
– Apresentar a resposta do governo de Marcello Caetano perante a contestação.
– Explicitar como se manifestou a contestação à guerra colonial.
– Enunciar os acontecimentos externos que revelam a condenação da política colonial portuguesa.
– Enunciar os acontecimentos internos que revelam a condenação da política colonial portuguesa.
– Destacar o significado do livro Portugal e o Futuro.
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – A oposição democrática (p. 100).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – A estagnação do mundo rural (p. 102).
interpretação de documentos (pp. 100, 102, – A emigração (pp. 104, 105).
104, 105, 107, 109, 111, 113, 114, 115, 116, – Os planos de fomento (pp. 107, 109).
117, 120, 122, 124, 126, 129); – Os indicadores económicos (p. 109).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – A urbanização (p. 111).
na leitura e análise de textos e documentos; – A transformação das mentalidades (p. 111).
– Orientar a organização e o registo de dados e – O fomento económico das colónias (p. 113).
informações recolhidas; – A candidatura de Humberto Delgado (pp. 114, 115).
– Observar e explorar as tabelas referentes à – A reação de Humberto Delgado à vitória de Américo Thomaz (p. 116).
agricultura entre os anos 50 e 70, ao dinamismo – A carta do bispo do Porto a Salazar (p. 116).
industrial, à taxa de urbanização e fluxos – A radicalização das oposições (p. 117).
migratórios e à produção industrial angolana – A visão para o ultramar (p. 120).
(pp. 102, 109, 111, 113); – Salazar e os movimentos independentistas (p. 122).
– Analisar os gráficos referentes à distribuição da – A guerra colonial (p. 122).
população por setores de atividade, à emigração, – Salazar contesta a ONU a propósito do colonialismo (p. 124).
ao crescimento económico e ao esforço – A condenação do colonialismo português (p. 124).
financeiro da guerra colonial (pp. 104, 105, 109, – O projeto marcelista (p. 126).
122); – O projeto da ala liberal (p. 126).
– Observar os mapas referentes a Portugal no – O reconhecimento da independência da Guiné Bissau pela ONU
contexto internacional, aos fluxos migratórios e (p. 129).
à rota do navio Santa Maria (pp. 96, 111, 117); – A guerra colonial vista pelos militares (p. 129).
– Explorar a cronologia referente aos
acontecimentos em Portugal no segundo pós- Organizar ideias
‑guerra (pp. 96, 97); – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
– Observar as imagens referentes a factos e unidade (pp. 130, 131).
personalidades que marcaram Portugal no Controlo de Aprendizagem (pp. 132, 133)
segundo pós-guerra (pp. 95, 98, 99, 101, 103, – Incide sobre a oposição ao Estado Novo e a guerra colonial.
105, 106, 108, 110, 112, 114, 115, 116, 118,
119, 121, 123, 125, 127, 128); Dossiê de Apoio ao Professor
– Realizar as atividades de aplicação de – As eleições legislativas de 1945 vistas por Salazar e pelo MUD.
conhecimentos e de desenvolvimento de – O I Plano de Fomento visto por dois deputados da União Nacional.
competências (pp. 100, 102, 104, 105, 107, – Comunicado da União Nacional sobre os planos de fomento.
109, 111, 113, 114, 115, 116, 117, 120, 122, – A candidatura de Américo Thomaz vista pela União Nacional.
124, 126, 129); – As reivindicações do MPLA.
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem – A “primavera marcelista” sob duas perspetivas.
(pp. 132, 133). – A rutura da ala liberal.
– As eleições de 1969 vistas por um candidato da oposição.
– Teste de avaliação sumativa, com questões de tipologia de exame,
matriz de objetivos e respetivos critérios de correção.
Caderno de Atividades
– Ficha 12
e–Manual
– Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
140
PLANO DE AULAS
Módulo 8 – PORTUGAL E O MUNDO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INÍCIO DA DÉCADA DE 80 – OPÇÕES INTERNAS
E CONTEXTO INTERNACIONAL
UNIDADE 2 – PORTUGAL – DO AUTORITARISMO À DEMOCRACIA
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
Aula n.º 3 – –
6 Aula n.º 4 – –
Aula n.º 5 – –
Aula n.º 6
CONTEÚDOS
2. Portugal do autoritarismo à democracia
2.2. Da revolução à estabilização da democracia
2.2.1. O Movimento das Forças Armadas e a eclosão da revolução (1 aula)
2.2.2. Desmantelamento das estruturas de suporte do Estado Novo (1 aula)
2.2.2.1. Tensões político-ideológicas na sociedade e no interior do movimento revolucionário (2 aulas)
2.2.2.2. Política económica antimonopolista e intervenção do Estado nos domínios económico e financeiro. A
opção constitucional de 1976 (1 aula)
2.2.3. O processo de reconhecimento dos movimentos nacionalistas e o processo de descolonização
2.2.4. A revisão constitucional de 1982 e o funcionamento das instituições democráticas (1 aula)
2.3. O significado internacional da revolução portuguesa
MÓDULO 8
– Quais os motivos de descontentamento no seio das forças armadas que *Reforma agrária
levaram à formação do movimento dos capitães?
– Qual o significado do MFA? *Conceitos estruturantes
– Qual o papel de Otelo Saraiva de Carvalho no 25 de Abril?
– Como se processou a operação “Fim-Regime”? VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
– Qual o papel de Salgueiro Maia no 25 de Abril? Movimento dos capitães
– Qual a função da Junta de Salvação Nacional? Movimento das Forças Armadas (MFA)
– Quais as medidas implementadas para desmantelar as estruturas do Estado Operação “Fim-Regime”
Novo? Junta de Salvação Nacional
Governos provisórios
2.ª AULA “Maioria silenciosa”
– Quem assumiu a Presidência da República? Conselho da Revolução
– Quem liderava o I Governo Provisório? Processo Revolucionário em Curso (PREC)
– Qual a divisão que se sentiu quanto ao modelo a implementar em Portugal? Pacto MFA/Partidos
– Quem liderou o II Governo Provisório? Assembleia Constituinte
– Qual a reação em apoio ao isolamento de Spínola? “Verão quente”
– Qual a consequência da não realização da “maioria silenciosa”? Documento dos Nove
– Quem foi Francisco da Costa Gomes? Descolonização
– Qual o motivo que leva a afirmar que o III Governo Provisório fez uma Revisão constitucional
viragem à esquerda?
– O que foi o 11 de Março de 1975?
– Qual a importância do Conselho da Revolução?
– O que se entende por PREC?
3.ª AULA
– O que foi o Pacto MFA/Partidos?
– Quais as condições impostas pelo Pacto MFA/Partidos?
– Quando se realizaram as eleições para a Assembleia Constituinte?
– Quem saiu vencedor das eleições?
– Como se manifestou a radicalização da vida política?
4.ª AULA
– Como se concretizou o poder popular?
– O que se entende por “verão quente”?
– Qual a importância do Documento dos Nove?
– Quem substituiu Vasco Gonçalves?
– Qual o motivo para o cerco a S. Bento?
– Qual a importância do 25 de Novembro de 1975?
141
5.ª AULA
– Em que contexto se implementou a política económica do III Governo
Provisório?
– Qual foi a política de nacionalizações implementada?
– Qual a consequência das nacionalizações?
– O que foi a reforma agrária?
– Quais as medidas implementadas para melhorar a vida dos trabalhadores?
– Quando foi aprovada a nova Constituição?
– De que forma é que a Constituição traduz a sua época?
– Quais os princípios consagrados na Constituição?
– Quem foram os primeiros líderes políticos pós-constitucionais?
6.ª AULA
– Quando se iniciaram as conversações para pôr fim à guerra colonial?
– Qual a importância da lei n.º 7/74?
– Quem foram os interlocutores nas conversações para pôr fim à guerra
colonial?
– Quais os acordos que reconheceram a independência das colónias
portuguesas?
– Qual a situação de Macau e de Timor após 1975?
– Quais as consequências do processo de descolonização?
7.ª AULA
– Quais os motivos subjacentes à revisão constitucional de 1982?
– Quais as principais alterações da revisão constitucional de 1982?
8.ª AULA
– Qual a posição do governo português para quebrar o isolamento
internacional de Portugal?
– Qual o impacto da Revolução do 25 de Abril na comunidade internacional?
142
MÓDULO 8
– Identificar a data das eleições para a Assembleia Constituinte.
– Referir o vencedor das eleições.
– Explicitar como se manifestou a radicalização da vida política.
4.ª AULA
– Explicitar como se concretizou o poder popular.
– Definir “verão quente”.
– Destacar a importância do Documento dos Nove.
– Identificar quem substituiu Vasco Gonçalves.
– Referir o motivo para o cerco a S. Bento.
– Explicitar a importância do 25 de Novembro de 1975.
5.ª AULA
– Enunciar em que contexto se implementou a política económica do III Governo Provisório.
– Caracterizar a política de nacionalizações implementada.
– Identificar a consequência das nacionalizações.
– Explicitar em que consistiu a reforma agrária.
– Referir as medidas implementadas para melhorar a vida dos trabalhadores.
– Identificar quando foi aprovada a nova Constituição.
– Explicitar de que forma é que a Constituição traduz a sua época.
– Analisar os princípios consagrados na Constituição.
– Identificar os primeiros líderes políticos pós–constitucionais.
6.ª AULA
– Referir quando se iniciaram as conversações para pôr fim à guerra colonial.
– Destacar a importância da lei n.º 7/74.
– Identificar os interlocutores nas conversações para pôr fim à guerra colonial.
– Identificar os acordos que reconheceram a independência das colónias portuguesas.
– Salientar a situação de Macau e de Timor após 1975.
– Analisar as consequências do processo de descolonização.
7.ª AULA
– Identificar os motivos subjacentes à revisão constitucional de 1982.
– Destacar as principais alterações da revisão constitucional de 1982.
8.ª AULA
– Identificar a posição do governo português para quebrar o isolamento internacional de Portugal.
– Referir o impacto da Revolução do 25 de Abril na comunidade internacional.
143
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – Documento de Cascais (p. 135).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – Comunicado do MFA (p. 136).
interpretação de documentos (pp. 135, 136, – Programa do MFA (p. 138).
138, 141, 143, 146, 148, 149, 150, 153, 155, – Tensões político-ideológicas (pp. 141, 143, 146).
159); – Política antimonopolista (pp. 148, 149, 150).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – Constituição de 1976 (pp. 152, 153).
na leitura e análise de textos e documentos; – Descolonização (p. 155).
– Orientar a organização e o registo de dados e – Revisão constitucional (p. 157).
informações recolhidas; – Os desafios da política externa portuguesa (p. 159).
– Observar o mapa de Portugal no contexto – A influência da revolução portuguesa (p. 159).
europeu (p. 96);
– Explorar a cronologia referente à Revolução do Organizar ideias
25 de Abril e à estabilização da democracia – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
(pp. 96, 97); unidade (pp. 160, 161, 162).
– Observar as imagens referentes a factos e Controlo de Aprendizagem (pp. 163, 164, 165)
personalidades que marcaram a Revolução do 25 – Incide sobre a Revolução do 25 de Abril e a instauração da
de Abril até 1982 (pp. 134, 135, 136, 137, 139, democracia.
140, 142, 144, 145, 147, 149, 150, 151, 154,
155, 156, 158); Dossiê de Apoio ao Professor
– Realizar as atividades de aplicação de – A Revolução do 25 de Abril e o desmantelamento do Estado Novo
conhecimentos e de desenvolvimento de nas primeiras páginas da imprensa.
competências (pp. 135, 136, 138, 141, 143, – Discurso de tomada de posse de Vasco Gonçalves.
146, 148, 149, 150, 153, 155, 159); – Cartoon sobre o “verão quente” de 1975.
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem – Cartoon sobre o 25 de Novembro de 1975 .
(pp. 163, 164, 165). – A política económica depois da revolução.
– O pacto MFA/Partidos.
– Texto historiográfico sobre o significado da Revolução do 25 de
Abril.
– Teste de avaliação sumativa, com questões de tipologia de exame,
matriz de objetivos e respetivos critérios de correção.
Caderno de Atividades
– Fichas 13 e 14
e–Manual
– Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
144
PLANO DE AULAS
Módulo 8 – PORTUGAL E O MUNDO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INÍCIO DA DÉCADA DE 80 – OPÇÕES INTERNAS
E CONTEXTO INTERNACIONAL
UNIDADE 3 – AS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E CULTURAIS DO TERCEIRO QUARTEL DO SÉCULO XX
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas – –
– –
1 – –
– –
CONTEÚDOS
3. As transformações sociais e culturais do terceiro quartel do século XX
3.1. A importância dos polos culturais anglo-americanos
3.1.1. A reflexão sobre a condição humana nas artes e nas letras
3.1.2. O progresso científico e a inovação tecnológica (1 aula)
MÓDULO 8
– Quais os princípios do existencialismo? ADN
– Quais os principais vultos do existencialismo?
– Quais as principais manifestações do desenvolvimento da ciência e da
tecnologia?
LHA12DP_F10 145
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – O expressionismo abstrato (pp. 171, 172).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – A pop art (pp. 173, 175, 176).
interpretação de documentos (pp. 171, 172, – A arte concetual (p. 177).
173, 175, 176, 177, 178, 181); – O existencialismo (p. 178).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – A evolução tecnológica e científica (p. 181).
na leitura e análise de textos e documentos;
– Orientar a organização e o registo de dados e Dossiê de Apoio ao Professor
informações recolhidas; – Texto historiográfico sobre a transformação do conceito de arte no
– Observar e explorar os quadros referentes ao século XX.
existencialismo e às inovações tecnológicas e Caderno de Atividades
científicas (pp. 178, 181); – Ficha 15
– Observar o mapa das transformações culturais do
terceiro quartel do século XX (p. 166); e–Manual
– Explorar a cronologia referente às transformações – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
culturais e científicas (pp. 166, 167);
– Observar as imagens referentes a factos e
personalidades que marcaram as artes, as letras
e a ciência (pp. 168, 170, 174, 178, 179, 180);
– Realizar as atividades de aplicação de
conhecimentos e de desenvolvimento de
competências (pp. 171, 172, 173, 175, 176,
177, 178, 181).
146
PLANO DE AULAS
Módulo 8 – PORTUGAL E O MUNDO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INÍCIO DA DÉCADA DE 80 – OPÇÕES INTERNAS
E CONTEXTO INTERNACIONAL
UNIDADE 3 – AS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E CULTURAIS DO TERCEIRO QUARTEL DO SÉCULO XX
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas – –
– –
1 – –
– –
CONTEÚDOS
3. As transformações sociais e culturais do terceiro quartel do século XX
3.2. A evolução dos media: os novos centros de produção cinematográfica
3.2.1. O impacto da TV e da música no quotidiano
3.2.2. A hegemonia dos hábitos socioculturais norte-americanos (1 aula)
MÓDULO 8
ORIENTAÇÕES GERAIS DE APRENDIZAGEM COMPETÊNCIAS
• Evidenciar as transformações socioculturais do terceiro quartel do século, • Analisar fontes de natureza diversa,
quer ampliando tendências já desenhadas no período anterior, quer distinguindo informação implícita e
anunciando mudanças que se afirmarão a partir dos anos 80. explícita.
• Analisar textos historiográficos
Metas de aprendizagem/aprendizagens estruturantes** identificando a opinião do autor.
– Caracterizar as transformações culturais e de mentalidade ocorridas no • Situar cronológica e espacialmente
período em estudo, reconhecendo o impacto no quotidiano da inovação acontecimentos e processos relevantes
científica e tecnológica e de pressão dos media. relacionando-os com os contextos em
que ocorreram.
• Identificar a multiplicidade de fatores
e a relevância da ação de indivíduos
ou grupos relativamente a fenómenos
históricos circunscritos no tempo e no
espaço.
• Elaborar e comunicar, com correção
linguística e de forma criativa, sínteses
de assuntos estudados: estabelecendo os
seus traços definidores; utilizando, de
forma adequada, terminologia
específica.
• Disponibilizar-se para ampliação e
aprofundamento da sua formação.
147
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – Os novos centros de produção cinematográfica (p. 183).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – O impacto da televisão (p. 185).
interpretação de documentos (pp. 185, 190, – A música (p. 190).
191); – Um novo conceito de juventude (p. 190).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida
na leitura e análise de textos e documentos; Dossiê de Apoio ao Professor
– Orientar a organização e o registo de dados e – Texto historiográfico sobre o impacto da televisão.
informações recolhidas; e–Manual
– Observar e explorar os quadros referentes aos – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
novos centros de produção cinematográfica
(p. 183);
– Analisar o gráfico referente à importância da
televisão (p. 185)
– Observar e explorar as tabelas referentes à venda
de televisores (p. 185).
– Observar o mapa referente às transformações
culturais e sociais (p. 166);
– Explorar a cronologia referente às transformações
culturais e sociais (pp. 166, 167);
– Observar as imagens referentes a factos e
personalidades que revelam o impacto do
cinema, da televisão e da música (pp. 182, 184,
186, 187, 188, 189, 191).
148
PLANO DE AULAS
Módulo 8 – PORTUGAL E O MUNDO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INÍCIO DA DÉCADA DE 80 – OPÇÕES INTERNAS
E CONTEXTO INTERNACIONAL
UNIDADE 3 – AS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E CULTURAIS DO TERCEIRO QUARTEL DO SÉCULO XX
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas – –
– –
1 – –
– –
CONTEÚDOS
3. As transformações sociais e culturais do terceiro quartel do século XX
3.3. Alterações na estrutura social e nos comportamentos: a terciarização da sociedade
3.3.1. Os anos 60 e a gestação de uma nova mentalidade – procura de novos referentes ideológicos, contestação juvenil,
afirmação dos direitos da mulher (1 aula)
MÓDULO 8
– O que foi o movimento pacifista? Ambientalismo
– O que foi o movimento hippie? Movimento hippie
– Qual a importância do Maio de 68? Maio de 68
– Como se manifestou a luta pelos direitos das mulheres a partir dos anos
60?
149
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – A terciarização da sociedade (p. 192).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – O Concílio Vaticano II (p. 194).
interpretação de documentos (pp. 192, 194, – A consciência verde (p. 196)
195, 196, 198, 200); – A contestação juvenil (p. 198).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – A crítica à condição da mulher americana (p. 200).
na leitura e análise de textos e documentos;
– Orientar a organização e o registo de dados e Organizar ideias
informações recolhidas; – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
– Observar e explorar as tabelas referentes à unidade (pp. 201, 202).
terciarização da sociedade (p. 192); Controlo de Aprendizagem (pp. 203, 204, 205)
– Explorar a cronologia referente às transformações – Incide sobre as transformações socioculturais do terceiro quartel
sociais e culturais (pp. 166, 167); do século XX.
– Observar as imagens referentes a factos e
personalidades que marcaram os anos 60 e 70 e–Manual
(pp. 193, 195, 197, 198, 199); – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
– Realizar as atividades de aplicação de
conhecimentos e de desenvolvimento de
competências (pp. 192, 194, 195, 196, 198,
200).
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem
(pp. 203, 204, 205).
150
DOCUMENTOS
1. NASCIMENTO E AFIRMAÇÃO DE UM NOVO QUADRO GEOPOLÍTICO
Todos esperavam que a Segunda Guerra Mundial terminasse, como a sua antecessora, com um
tratado de paz que englobasse todos e, de facto, foram assinados cinco tratados distintos em Paris,
em 1946. Estabeleciam questões territoriais, e outras, na Roménia, na Bulgária, na Hungria, na
Finlândia e em Itália […]. Todavia, por muito que estes desenvolvimentos fossem do interesse das
populações envolvidas (e no caso da Roménia, da Bulgária e da Hungria significavam a sua entrega
definitiva ao domínio soviético), tais acordos podiam ser alcançados porque, afinal, nenhuma das
grandes potências estava disposta a arriscar confrontos por sua causa.
A questão da Alemanha, todavia, era completamente diferente. Sobretudo para os russos, a Ale-
manha era de facto, muito importante. Tal como a guerra tivera a Alemanha por objeto, o mesmo se
passava com a paz […]. Quando Estaline, Truman e Churchill se encontraram em Potsdam […], re-
velou-se possível chegar a um acordo sobre a expulsão dos alemães da Europa de Leste, a subdivisão
administrativa da Alemanha por razões de ocupação e os objetivos de "democratização", "desnazi-
ficação" e "descartelização". […]
Assim, concordou-se em lidar com a economia alemã como uma entidade única, mas garantiu-se
também aos soviéticos o direito de retirar e remover bens, serviços e ativos financeiros da sua zona.
MÓDULO 8
Foi-lhes concedido também 10% das indemnizações das zonas ocidentais em troca de produtos
alimentares e matérias-primas a ser fornecidas pelo leste da Alemanha. […] As indemnizações ha-
veriam de ser, portanto, desde o início, uma questão divisória […]: os russos (e os franceses) que-
riam-nas e as autoridades soviéticas não hesitaram em desmantelar e remover, desde logo, fábricas
e equipamentos alemães, com ou sem o consentimento dos seus coocupantes.
Não houve acordo final sobre as fronteiras da Alemanha com a Polónia e até a base comum da
democratização deu origem a dificuldades práticas de implementação. […] Desde o início, os sovié-
ticos estabeleceram de facto na sua zona de ocupação um governo de liderança comunista sem o
consentimento aliado e começaram a tornar supérfluos os acordos de Potsdam […].
Tony Judt, Pós-Guerra: História da Europa desde 1945, Edições 70, Lisboa, 2007, pp. 154-156.
Proposta de resolução
Identificação clara de três dos problemas que se fizeram sentir no pós-guerra, de entre os seguintes:
• questões de definição territorial;
• problema do domínio do URSS sobre os países da Europa de Leste;
• questão da Alemanha: da sua ocupação e divisão;
• problemas das reparações de guerra a pagar pela Alemanha;
• problema da Polónia;
• problema de entendimento entre os aliados ocidentais e a URSS.
151
Quando e como começou a Guerra Fria […] tem sido um tema muito debatido. Mas a clara divisão
da política americana face aos soviéticos aconteceu desde a guerra […]. A 26 de abril de 1947,
Marshall anunciou a Truman o que ele já previra, que a diplomacia não ia funcionar e que os russos
apenas estavam interessados em lançar o caos e provocar o colapso da Europa de modo a servir os
seus próprios objetivos. […] Guerra Fria foi uma expressão que Truman raramente usou. Chamava-
‑lhe antes "guerra de nervos". […] Em meados de outubro, numa reunião informal com jornalistas
de todo o país, passou parte do tempo a apresentar a necessidade vital do Plano Marshall. No fim,
foi-lhe perguntado se os Estados Unidos "receberiam algum benefício por enviar este auxílio para a
Europa?" "Não estou a fazer isto por benefício algum", respondeu Truman. "Estou a fazer isto porque
está certo. Estou a fazê-lo porque é necessário ser feito, se queremos sobreviver".
O Plano Marshall foi votado pelo Congresso em abril de 1948, quase um ano depois do discurso
de Marshall em Harvard, e foi aprovado por uma esmagadora maioria nas duas câmaras. Foi um
triunfo singular da administração Truman […]. "Em toda a história do mundo", escreveu Truman
alguns dias depois da aprovação do programa, "somos a primeira grande nação a apoiar e a alimen-
tar os vencidos. Somos a primeira grande nação a criar repúblicas independentes nos territórios
derrotados […]. Os nossos vizinhos não têm medo de nós. As suas fronteiras não têm fortalezas,
soldados, tanques ou armas alinhadas". Os Estados Unidos desejam a paz no mundo "mas estão
preparados para os problemas se eles vierem".
A 16 de março, […] Truman estava preocupado. O Plano Marshall era insuficiente para conter a
ameaça soviética. A força militar americana devia ser restabelecida e fortalecida rapidamente. […]
Passava praticamente um ano desde o seu discurso em que anunciava a Doutrina Truman. Pela pri-
meira vez, agora identificava a União Soviética como a nação que estava a bloquear o caminho para
a paz: "Desde o fim das hostilidades [Segunda Guerra Mundial], a União Soviética e os seus agentes
destruíram a independência e o caráter democrático de uma série de nações da Europa Central e
oriental. Nesta ação implacável, vê-se o claro desejo de estender a sua influência às restantes na-
ções livres da Europa…. Creio que chegou a hora de os Estado Unidos tomarem uma posição indis-
cutivelmente clara…. Há alturas na história em que é mais sábio agir do que hesitar".
David McCullough, Truman, Simon&Schuster Paperbacks, EUA, 1992, pp. 582-583; 607-608 [tradução adaptada].
152
MÓDULO 8
liderado pelos EUA.
d) dividido entre o Bloco Ocidental, capitalista, liderado pelos EUA, e o Bloco Asiático, comunista,
liderado pela URSS.
2. Associe cada um dos elementos relacionados com o pós-guerra, presentes na coluna A, à designação
correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Plano de recuperação e ajuda económica à Europa do pós-guerra que 1. Conferência de Potsdam
submetia as economias aderentes aos EUA, garantindo a adesão ao
capitalismo.
(B) Expressão enunciada em 1946 por Winston Churchill e que designa a divisão 2. Doutrina Truman
da Europa em dois campos ideológicos opostos; surge associada ao
expansionismo soviético no leste da Europa.
(C) Enunciada em 1947, formalizou o bipolarismo, atribuindo aos partidos 3. Plano Marshall
comunistas o papel de resistência contra o imperialismo americano.
(D) Surgiu na sequência da recusa da URSS em aderir ao Plano Marshall e 4. Conferência de Ialta
providencia auxílio económico à reconstrução dos países da Europa de leste
politicamente alinhados com a URSS.
(E) Enunciada em 1947, formalizou a fratura ideológica entre os EUA e a URSS e 5. Doutrina Jdanov
fez dos Estados Unidos a potência liderante na contenção do expansionismo
soviético.
6. Mundo bipolar
7. Cortina de Ferro
8. Plano Molotov
Proposta de resolução
153
As duas superpotências entraram num período de relações tensas que praticamente cessaram as
relações diplomáticas mais formais. A Europa estava nitidamente dividida. A União Soviética impu-
nha um controlo férreo na maior parte da Europa Oriental. Os Estados Unidos, através do Plano
Marshall e da Organização do Tratado do Atlântico Norte, estabeleceram a sua esfera de influência
económica e militar na Europa Ocidental. Porém, os dois lados pararam aqui nesta grande divisão.
Não foram para a guerra. Este foi o período em que os assuntos do Estado ficaram conhecidos como
Guerra Fria – uma guerra, na medida em que as hostilidades eram intensas, mas fria, na medida em
que não houve luta verdadeira.
Vejamos como surgiu a divisão da Europa. Primeiro, em 1946, iniciou-se a divisão da Alemanha,
com a União Soviética a tomar a iniciativa nos assuntos políticos, impondo o modelo comunista a
leste, e os americanos a tomarem a liderança na divisão económica do país. Depois, entre fevereiro
e julho de 1947, assistiu-se a um período em que os Estado Unidos formularam uma nova política e
assumiram a liderança. […] Foi o tempo da cristalização do conceito de contenção […]. Seguiu-se
um período em que a União Soviética impôs um controlo rígido na Europa de Leste, através do Ko-
minform, e implementou iniciativas comunistas cruciais na tomada de poder na Checoslováquia e na
imposição do Bloqueio de Berlim. A crise da Checoslováquia e o Bloqueio de Berlim provocaram a
reação das potências ocidentais, que se uniram no Tratado de Bruxelas de 1948 e no Tratado do
Atlântico Norte de 1949.
Existem duas ordens de aspetos nestes acontecimentos. Primeiro, a divisão da Europa não foi
total. Houve um número de países intermediários, que não se integraram plenamente dentro de um
ou de outro bloco ou nas suas esferas de influência. No Norte, a Finlândia permaneceu um país de
democracia liberal multipartidária, livre da ocupação soviética; mas, por outro lado, considerou que
a sua política externa não devia ser antissoviética. O governo finlandês declinou participar na Con-
ferência de Paris sobre a ajuda Marshall. Um Tratado de Amizade entre a Finlândia e a URSS (6 de
abril de 1948) expressou, no seu preâmbulo, o desejo finlandês de se manter à parte dos interesses
das duas grandes superpotências. […]
O segundo ponto consistiu na divisão da Alemanha e da Europa aceite pelas duas superpotências,
sob a forma de um consentimento tácito. Foi um tempo não de Guerra Fria mas de Paz Quente […].
Entre 1945 e 1949 […] houve um balanço militar: os EUA possuíam bombas atómicas, que não usa-
ram, e a URSS, dispunha de um importante contingente militar, que também não o usou. A questão
alemã consagrou a divisão da Alemanha e da Europa, promovendo uma forma de estabilidade aceitá-
vel para ambas as superpotências.
P. M. H. Bell, The World Since 1945 – An International History, Bloomsbury, EUA, 2013, pp. 100-103,
[tradução adaptada].
154
1. Identifique a doutrina que deu forma à política internacional americana, a partir de 1947.
2. Refira, a partir do documento, três objetivos do Tratado do Atlântico Norte.
3. Explicite, segundo o autor, três das características que marcaram a política internacional entre 1947 e
1949.
Proposta de resolução
1. Identificação clara da doutrina que deu forma à política internacional americana a partir de 1947:
• Doutrina Truman.
2. Referência clara a três dos objetivos do Tratado do Atlântico Norte, de entre os seguintes:
• garantir a segurança e a paz do Bloco Ocidental, na zona do atlântico Norte;
• assegurar a ligação entre a Europa Ocidental e os EUA contra o comunismo;
• promover a democracia e conter o expansionismo soviético;
• dispor de uma força defensiva, em caso de ameaça.
Explicitação clara de três das características que, segundo o autor, marcaram a política internacio-
3.
nal entre 1947 e 1949, de entre as seguintes:
• o mundo foi marcado pelo antagonismo entre os EUA e a URSS: "As duas superpotências entraram num
MÓDULO 8
período de relações tensas que praticamente cessaram as relações diplomáticas mais formais";
• o mundo caracterizou-se pelo bipolarismo – o Bloco Ocidental, liderado pelos EUA e o Bloco Oriental, lide-
rado pela URSS: "A Europa estava nitidamente dividida. A União Soviética impunha um controlo férreo na
maior parte da Europa Oriental. Os Estados Unidos, através do Plano Marshall e da Organização do Tratado
do Atlântico Norte, estabeleceram a sua esfera de influência económica e militar na Europa Ocidental";
• foi o período da Guerra Fria em que não houve nenhum confronto armado direto entre as duas super-
potências: "Não foram para a guerra. Este foi o período em que os assuntos do Estado ficaram conhe-
cidos como a Guerra Fria – uma guerra, na medida em que as condições de hostilidade eram intensas,
mas fria, na medida em que não houve luta verdadeira";
• foi o tempo do equilíbrio pelo terror: "Foi um tempo não de Guerra Fria mas de Paz Quente […]. Entre
1945 e 1949 […] houve um balanço militar: os EUA possuíam bombas atómicas, que não usaram, e a
URSS, dispunha de um importante contingente militar, que também não o usou”;
• foi o período em que ocorreu a questão de Berlim em que, como resposta ao encerramento das vias
ferroviárias e rodoviárias a Berlim ocidental, os EUA lançaram uma ponte aérea para abastecer os ber-
linenses: "Primeiro, em 1946, iniciou-se a divisão da Alemanha, com a União Soviética a tomar a ini-
ciativa nos assuntos políticos, impondo o modelo comunista a leste, e os americanos a tomarem a li-
derança na divisão económica do país. Depois, entre fevereiro e julho de 1947, assistiu-se a um período
em que os Estado Unidos formularam uma nova política e assumiram a liderança";
• u ma série de alianças implementadas no Bloco Ocidental destinaram-se a conter o comunismo, a pro-
mover a democracia e a garantir a ajuda aos países do Bloco Ocidental: "A crise da Checoslováquia e o
Bloqueio de Berlim provocaram a reação das potências ocidentais, que se uniram no Tratado de Bruxe-
las de 1948 e no Tratado do Atlântico Norte de 1949";
• a Finlândia foi um dos exemplos que procurou a neutralidade entre os dois blocos: "O governo finlandês
declinou participar na Conferência de Paris sobre a ajuda Marshall. Um Tratado de Amizade entre a
Finlândia e a URSS (6 de abril de 1948) expressou, no seu preâmbulo, o desejo finlandês de se manter
à parte dos interesses das duas grandes superpotências".
155
Refira, a partir do documento, três dos objetivos que estiveram na base da aplicação do Plano Marshall.
Proposta de resolução
Referência clara de três dos seguintes objetivos que estiveram na base da aplicação do Plano Mar-
shall à Europa:
• a uxílio à reconstrução da Europa devastada pela Segunda Guerra Mundial, por parte dos EUA, ou con-
tributo dos EUA para o bem-estar económico da Europa destruída;
• reforço da paz alcançada recentemente na Europa;
• resposta de emergência aos efeitos do inverno rigoroso de 1946-1947 na Europa;
• resposta à contestação social e política verificada nos países da Europa Ocidental;
• contenção do comunismo na Europa Ocidental ou aplicação à Europa Ocidental da Doutrina Truman;
• a firmação da liderança dos EUA na defesa do mundo livre ou reforço dos laços económicos e políticos
entre os EUA e os países da Europa Ocidental;
• c ontributo para o crescimento das exportações dos EUA para a Europa Ocidental ou afirmação do poder
económico dos EUA no mundo capitalista.
156
MÓDULO 8
nha com a América uma aliança que, no Atlân-
tico Norte, interesse a uma e a outra, enquanto
dure a ameaça soviética. Mas as razões que, para
a Europa, faziam da aliança uma subordinação
deixam cada vez mais de ter sentido.
De Gaulle, 23 de julho, 1964.
Enuncie três aspetos característicos da situação política internacional em que "só os EUA e a URSS eram
1.
grandes potências" (Doc. 5B).
Compare, relativamente à afirmação política e militar da Europa Ocidental face à liderança dos EUA, a
2.
perspetiva expressa no documento 5A com a perspetiva expressa no documento 5B.
Proposta de resolução
1. Enunciado claro de três aspetos característicos da situação política internacional em que "só os
EUA e a URSS eram grandes potências", de entre os seguintes:
• e xistência de um mundo bipolar: o Bloco Ocidental, capitalista, e o Bloco Oriental, comunista, lidera-
dos, respetivamente, pelos EUA e pela URSS;
• constituição de duas alianças político-militares (NATO e Pacto de Varsóvia);
• clima de tensão e de afrontamento entre os dois blocos (Guerra Fria);
• corrida aos armamentos ou equilíbrio pelo terror ou ameaça nuclear.
157
Comparação das duas perspetivas relativas à afirmação política e militar da Europa Ocidental face
2.
à liderança dos EUA, com referência aos seguintes aspetos:
Documento 5A – perspetiva britânica: valorização do Reino Unido como potência atlântica, em detri-
mento da sua condição europeia;
Documento 5B – perspetiva francesa: valorização do reforço dos laços entre os países europeus ociden-
tais;
Documento 5A – defesa da prioridade da aliança com os EUA;
Documento 5B – defesa da prioridade da constituição de um bloco europeu com identidade própria;
Documento 5A – aceitação da liderança militar dos EUA no Bloco Ocidental;
Documento 5B – recusa da subordinação militar da Europa Ocidental aos EUA.
158
Proposta de resolução
1. Identificação clara de três dos objetivos da política de alianças dos EUA, de entre os seguintes:
• promover a paz e a segurança internacionais;
• conter o expansionismo soviético;
• obter bases para as forças militares americanas, aéreas e navais, em locais estratégicos;
• garantir a defesa do Bloco Ocidental.
2. Comparação clara das duas perspetivas sobre a divisão político-militar da Europa, com referência
aos seguintes aspetos:
Perspetiva do Bloco Ocidental [documento 6A]
• distribuição muito desigual do poderio militar;
• ameaça militar proveniente do Bloco de Leste;
• defesa da paz e da liberdade pelo Ocidente.
Perspetiva do Bloco Oriental [documento 6B]
MÓDULO 8
• ameaça à paz proveniente do Ocidente;
• poderio militar do Pacto de Varsóvia ao serviço da paz;
• defesa do sistema comunista na Europa de Leste assegurado pelo Pacto de Varsóvia.
Contudo, só depois do fim do grande boom, […] os economistas começaram a perceber que o mundo, em
particular o mundo do capitalismo desenvolvido, passara por uma fase excecional da sua história; talvez
uma fase única. […]
Vários motivos explicam porque se demorou tanto a reconhecer a natureza excecional da era. Para os EUA,
que dominaram a economia do mundo após a Segunda Guerra Mundial, ela não foi assim tão revolucio-
nária. Continuou, simplesmente, a expansão dos anos da guerra […]. Não sofreram danos, aumentaram
o seu PNB em dois terços e acabaram a guerra com quase dois terços da produção industrial do mundo.
[…] O seu desempenho […] não foi tão impressionante como a taxa de crescimento de outros países
[…]. Entre 1950 e 1973, os EUA cresceram mais devagar do que qualquer outro país industrial […]. Só
nos anos 60 a Europa veio a tomar a sua extraordinária prosperidade como uma coisa certa. […]
159
O modelo de produção de Henry Ford espalhou-se […] a novas indústrias automóveis, enquanto nos EUA
o princípio fordista se prolongava a novos tipos de produção […]. Bens e serviços, antes restritos a mi-
norias, eram agora produzidos para um mercado de massas […]. O que antes fora um luxo tornou-se o
padrão de conforto exigido, pelo menos nos países ricos: o frigorífico, a máquina de lavar a roupa, o
telefone. […] Contudo, o que mais nos impressiona nesse período é a extensão em que o surto econó-
mico parecia movido pela revolução tecnológica. Nessa medida, multiplicaram-se não apenas produtos
melhorados […], mas outros […] sem precedentes. […]
Eric Hobsbawm, A Era dos Extremos, 1996, Editorial Presença, Lisboa, 255-262.
ssocie cada um dos elementos relacionados com as economias capitalistas do segundo pós-guerra,
A
presentes na coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Designa o período entre 1943 e 1964, marcado pela explosão populacional, 1. "Trinta Gloriosos"
cujos nascidos nessa época acompanharam as mudanças culturais e sociais
dos anos 60 e 70.
(B) Empresas qua atuam em diversas partes do Globo, ultrapassando o seu país 2. Empresas nacionalizadas
de origem, procurando mercados, energia e matérias-primas a baixo custo.
(C) Período vivido pelas economias europeias capitalistas, entre 1950 e 1973, 3. Baby boom
marcado pelo crescimento económico continuado.
(D) Principal fonte de energia a partir da segunda metade do século XX e que, 4. Energia nuclear
por ter preços muito baixos, impulsionou o desenvolvimento da produção e
contribuiu para o aumento dos lucros.
(E) Tipo de sociedade que caracterizou os países capitalistas a partir da segunda 5. Multinacionais
metade do século XX marcada pelo consumo massivo de bens e serviços que,
por serem produzidos em massa, estão sempre à disposição dos
consumidores.
6. Sociedade de consumo
7. Longa Depressão
8. Petróleo
Proposta de resolução
A – 3; B – 5; C – 1; D – 8; E – 6.
160
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
– 1,00
1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010
MÓDULO 8
1400
1200
1000
Japão
800
600
Alemanha
400 França
200
0
1945 1949 1953 1957 1961 1965 1969 1973
30
Estados Unidos
25 Reino Unido
20
15
10
0
1940 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 55 57 60 65 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 1980
LHA12DP_F11 161
E xplicite, a partir dos documentos, três fatores que possibilitaram o crescimento do PIB em vários países
da Europa Ocidental, entre 1945 e 1973.
Proposta de resolução
E xplicitação clara de três dos fatores que possibilitaram o crescimento do PIB, de entre os seguin-
tes:
• estabilização financeira e ordem económica proporcionada pelas decisões de Bretton Woods;
• criação do FMI e do Banco Mundial para a cooperação entre os diferentes países europeus;
• ajuda económica e financeira proporcionada pelos EUA através do Plano Marshall;
• redução das tarifas alfandegárias e cooperação comercial internacional proporcionada pelo GATT para
dinamizar as trocas comerciais;
• o aumento demográfico (baby boom) contribuiu para o rejuvenescimento populacional e para o au-
mento do mercado interno;
• a disponibilidade de mão de obra devido tanto ao crescimento populacional como à emigração e à
afirmação das mulheres no mundo do trabalho;
• o aumento da escolaridade contribuiu para a existência de uma mão de obra mais qualificada;
• a intervenção do Estado na economia promoveu o emprego;
• aumento dos investimentos na construção de infraestruturas, na modernização industrial e na produção
de bens de equipamento;
• a aposta na investigação acelerou o progresso tecnológico;
• o reinvestimento dos capitais e dos lucros permitiu o aumento da produtividade e a diversificação dos
ramos industriais;
• a diminuição do preço das matérias-primas, o baixo preço do petróleo e o aumento do preço dos pro-
dutos manufaturados favoreceram os lucros;
• a afirmação de multinacionais, com consequência da concentração industrial, reforçou o capitalismo.
162
Os anos de 1945 e 1946 são de facto caracterizados por um trabalho legislativo de intensidade até
então desconhecida na Grã-Bretanha, estruturado em torno de dois polos: as nacionalizações e a edi-
ficação do Estado-Providência. As primeiras [constituem] desde 1918 a reivindicação fundamental do
movimento trabalhista. A sua lista é impressionante. […] O Estado-Providência baseia-se no National
Insurance Act (1946) e no National Assistance Act (1948), este último contemplando os não assalaria-
dos. Este vasto sistema de segurança social é completado pela instituição do Serviço Nacional de
Saúde, aprovado sem dificuldade em 1946, mas que só entrará em vigor dois anos mais tarde, após dura
batalha entre Bevan e a classe médica. Na construção do Welfare State participam igualmente diversas
leis sobre a habitação, o regime dos solos, […] a democratização do sistema escolar. Redutor das
desigualdades sociais e recurso necessário para fazer face ao aumento dos encargos sociais […], o
Estado-Providência é financiado pela progressividade consideravelmente acrescida do income tax e do
imposto sobre a herança. […] A experiência trabalhista só terminará em 1951; mas já é possível es-
tabelecer o seu balanço […]. No caso das nacionalizações justifica-se uma certa reserva. Improvisa-
das, mais que verdadeiramente preparadas, reconduziram frequentemente aos cargos de direção os
antigos proprietários privados. […] Devemos reconhecer que o setor público se tornou um instrumento
MÓDULO 8
da política económica nacional. […] A […] institucionalização [do Estado-Providência] reside na re-
cusa de uma insuportável discriminação entre ricos e pobres, por uma espécie de extensão dos direitos
naturais, a sociedade britânica é encarada na sua universalidade. Isto não implica o igualitarismo, mas
antes um certo nivelamento, para o qual contribuem as despesas de investimento e uma fiscalidade
mais progressiva. […] A generalização dos serviços sociais, a revalorização dos salários e o pleno
emprego são aspetos positivos da governação trabalhista. Reduziram realmente o aspeto chocante,
num país democrático, da coexistência da miséria extrema e da opulência. […]
Bernard Droz; Anthony Rowley, História do Século XX – O Nascimento do Mundo Contemporâneo, 2.º vol.,
Publicações D. Quixote, Lisboa, 1999, pp. 264-268.
1. Identifique a força política que aplicou as ideias propostas no relatório Beveridge de 1942.
2. Explicite em que assentou a criação do Welfare State em Inglaterra.
3. Identifique a outra ideologia política que marcou o panorama político do após Segunda Guerra Mundial.
Proposta de resolução
1. Identificação clara da força política que aplicou as ideias propostas no relatório Beveridge:
• Partido Trabalhista ou Labour Party.
Explicitação clara dos aspetos em que assentou a criação do Welfare State, com recurso a três de
2.
entre as seguintes evidências:
• sistema de segurança social e serviço nacional de saúde;
• salários mais elevados e garantia de pleno emprego;
• financiamento dos serviços públicos através de uma política fiscal progressiva;
• consolidação do setor público.
Identificação da outra ideologia política que marcou o panorama político do pós-Segunda Guerra
3.
Mundial:
• Democracia cristã.
163
164
MÓDULO 8
cubana e terá um efeito grave para a paz do mundo. Por esta razão, espero que possamos chegar a um
acordo, conforme assinalado nesta carta e na sua carta de 26 de outubro de 1962.
John F. Kennedy, 28 de outubro, 1962.
Proposta de resolução
1. Identificação clara dos motivos que estão na origem da crise dos mísseis de Cuba, com recurso de
três de entre as seguintes evidências:
• foi uma resposta da URSS à invasão americana de Cuba (Baía dos Porcos) e à colocação dos mísseis
americanos na Turquia, na Itália e na Grã-Bretanha;
• insere-se no processo de expansão do comunismo na América;
• insere-se no contexto de tensão e afrontamento entre os dois blocos durante a Guerra Fria;
• assume-se como uma demonstração de força entre as duas superpotências;
• faz parte do processo da corrida ao armamento;
• procura defender Cuba de possíveis ameaças americanas;
• afirmação do mundo bipolar, em que cada uma das superpotências procura expandir a sua área de in-
fluência e conter o avanço da outra.
2. Enunciado claro das medidas que permitiram pôr fim à crise, com recurso a três de entre as seguin-
tes evidências:
• retirada dos mísseis soviéticos de Cuba;
• retirada dos mísseis americanos da Turquia;
• c ompromisso dos EUA em não invadir Cuba;
• c ompromisso da URSS em não invadir a Turquia;
• v ontade em reduzir as tensões entre as superpotências e “deter” a corrida aos armamentos.
165
Em 1945 a economia japonesa estava em ruínas: um terço da sua indústria e três quartos das suas
remessas haviam sido destruídas durante a Segunda Guerra Mundial, houve uma diminuição de capi-
tal e a inflação aumentou. A ocupação aliada do Japão, sob a liderança do general MacArthur, teve
inicialmente pouco interesse em tornar o Japão mais próspero, mas, com o desenrolar da Guerra Fria
e com a vitória comunista na Guerra Civil Chinesa (1946-1949), o Japão começou a ser encarado
como um baluarte contra a difusão do comunismo na Ásia. Então, os Estados Unidos ajudaram a
equipar a indústria japonesa, mas só durante a Guerra da Coreia é que se deu o arranque da econo-
mia japonesa, à medida que começaram a surgir grandes encomendas por parte dos Estados Unidos
[…]. A reserva de divisas foi utilizada para construir e importar as mais recentes tecnologias, es-
senciais para os altos níveis de crescimento das décadas de 50 e 60. […] A mão de obra barata foi
utilizada em indústrias, como a têxtil, mas a partir da década de 60 a prioridade dada a esta indús-
tria foi substituída, tendo-se privilegiado as indústrias pesadas e a química (aço, construção naval,
refinação de petróleo, petroquímica), bem como a produção de automóveis, componentes eletróni-
cos e fibras sintéticas. Por volta de 1960 o Japão […] acabou por se tornar na maior potência de
construção naval. Entre 1959-1973 a taxa de crescimento médio anual era de 10,5%, o que levou o
jornal londrino The Economist a referir-se a um "milagre económico" logo no início de 1962. Em
1970, o PIB japonês era o maior do mundo.
Como foi possível alcançar este crescimento? A ajuda americana, no fornecimento de tecnologia
e na realização de encomendas ao Japão, foi essencial, juntamente com a estabilidade monetária
estabelecida em Bretton Woods (1944) e o sistema de comércio livre do GATT em 1955. O Japão
passou a despender apenas 1% do seu orçamento com a defesa (contrastando com os 5% e 10% dos
Estados Unidos), o que permitiu libertar os investimentos que foram canalizados para a indústria.
A maior parte dos capitais provinham das poupanças: havia uma alta taxa de poupança no Japão
que era superior à de outros países industrializados […]. Na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos a
maior parte do capital era adquirido através do mercado de ações, o que levava a que os investido-
res procurassem lucros imediatos. No Japão são os bancos que dão resposta às necessidades finan-
ceiras das empresas. Estando os bancos no centro dos grandes grupos económicos, geram-se inves-
timentos a longo prazo em vez de se procurarem lucros imediatos. Os lucros são reinvestidos em vez
de serem distribuídos pelos acionistas. O Estado também desempenhou um papel importante em
dirigir o investimento para o crescimento industrial. A indústria japonesa beneficiou ainda da ati-
tude dos seus trabalhadores e de possuir uma mão de obra altamente especializada, empenhada e
leal. Nas grandes empresas os salários aumentam à medida que as pessoas permanecem nas empre-
sas, assim como as suas reformas, o que as leva a permanecer mais tempo nessas empresas: isto leva
a que as empresas invistam mais na formação destes trabalhadores. […] Os sindicatos nas empresas
privadas são organizados com base nas próprias companhias, o que leva a que haja menos greves.
O sistema de educação contribuiu também para o desenvolvimento da indústria: […] produzindo na
força produtiva mais engenheiros, cientistas e investigadores do que qualquer outro país. […]
"Japonese Economic Miracle", in Duncan Townson, A Dictionary of Contemporary History – 1945 to the Present,
Blackwell, Nova Jérsia, 1999 [tradução adaptada].
166
Proposta de resolução
Explicitação de quatro dos fatores que possibilitaram o "milagre japonês", de entre os seguintes:
• a ajuda americana facilitou a democratização, a descentralização e a desmilitarização;
• a sua posição geoestratégica, no contexto da Guerra Fria, tornou o Japão um aliado preferencial dos
americanos;
• a mentalidade japonesa marcada pela disciplina, pela lealdade, pela aceitação da autoridade e pelo
desejo do desenvolvimento do país;
• a mão de obra abundante e barata;
• o gosto na educação e na investigação para formar trabalhadores especializados;
• o enfraquecimento das forças sindicais reduziu os antagonismos entre patrões e trabalhadores;
• a estabilidade das condições de trabalho;
• o investimento na modernização do setor industrial;
• o setor bancário financia o investimento e o desenvolvimento das empresas;
• a concentração industrial favorece o desenvolvimento das empresas;
• a concentração industrial favorece o desenvolvimento económico;
• a redução dos gastos militares permite canalizar verbas para o setor produtivo.
MÓDULO 8
1. NASCIMENTO E AFIRMAÇÃO DE UM NOVO QUADRO GEOPOLÍTICO
Na Comunidade Europeia ainda não chegámos ao ponto em que um chefe de Estado está autorizado a
falar pelos seus colegas europeus. Mas chegámos ao ponto em que podemos trazer ao de cima os interesses
europeus. Cada um de nós procura, à sua maneira, não só olhar para os interesses nacionais, mas também
articulá-los com os interesses europeus. […] Um dos sinais assenta nos assuntos de comércio e referentes
à moeda; […] outro, no desejo das nações europeias ocidentais em estabelecer laços políticos entre elas
para além da unidade económica do Mercado Comum. […] O projeto significa integrar nações independen-
tes […] que, não obstante as similitudes, são, no seu todo, diferentes umas das outras, numa Comunidade
que transcende as fronteiras nacionais. […] A tarefa não vai ser mais fácil com o alargamento de seis para
dez membros que se aproxima. Isto é válido não só para o próprio desenvolvimento da comunidade mas para
o desenvolvimento das suas relações com o resto do mundo. Por outro lado, alargamento não significa ne-
cessariamente o abrandamento da integração […]. Os membros da Comunidade Europeia concordam que a
unificação económica e política andam a par. A regra é que quem deseja juntar-se à Comunidade como Es-
tado-membro tem de adotar os seus objetivos políticos […]. Entre eles está o conceito de que uma espécie
de governo europeu deve ser estabelecido para tomar as decisões necessárias no domínio da política e do
controlo parlamentar. Estou convencido de que a Comunidade se vai gradualmente aproximando deste ob-
jetivo se, nos próximos anos, desenvolvermos a cooperação internacional. […] Passo a passo, o desenvol-
vimento de uma união económica e monetária é, em si mesmo, um grande projeto político. A sua concreti-
zação obriga a decisões políticas continuadas e ao desenvolvimento institucional que vai beneficiar a união
política. […] A Europa Ocidental formará uma união [política] para lá da comunidade económica […].
Willy Brandt, Germany’s "Westpolitik", 1971 [tradução adaptada].
167
Proposta de resolução
1. Explicitação clara da conceção do projeto europeu, com recurso a três de entre as seguintes evi-
dências:
• os interesses nacionais devem ser articulados com os interesses europeus;
• a Europa deve preocupar-se com os assuntos económicos e financeiros;
• o projeto europeu é mais do que um mercado comum e deve ter em conta os assuntos políticos;
• o projeto europeu deve contemplar o alargamento a outros países, desde que estes aceitem os princí-
pios subjacentes à Comunidade Europeia;
• considera importante o estabelecimento de um “governo europeu”;
• defende que a união económica e monetária é também um projeto político.
2. E, C, B, D e A.
A sessão especial da Assembleia Geral das Nações Unidas convocada para debater os problemas
das matérias-primas e do desenvolvimento sob proposta de Houari Boumediene, presidente do Con-
selho da Revolução da República Democrática Popular da Argélia, reuniu-se com sucesso e com o
apoio da grande maioria dos países do mundo. Pela primeira vez em vinte e nove anos desde a fun-
dação das Nações Unidas que se convoca uma sessão para discutir especialmente a importante
questão da exploração e do saque imperialista e da alteração das relações económicas internacio-
nais. Tal reflete as profundas mudanças que tiveram lugar na cena internacional. O governo chinês
congratula-se com a convocação desta sessão e espera que seja um contributo positivo para a
unidade dos países em desenvolvimento, salvaguardando os direitos e interesses económicos nacio-
nais e promovendo a luta de todos os povos contra o imperialismo, e particularmente contra a he-
gemonia. No presente, a situação internacional é mais favorável aos países em desenvolvimento e
aos povos do mundo. Cada vez mais, a velha ordem baseada no colonialismo, no imperialismo e na
hegemonia está abalada nos seus fundamentos. As relações internacionais estão a mudar drastica-
mente. O mundo está em turbulência. […] Esta “desordem” é a manifestação das contradições do
mundo contemporâneo. Está em aceleração a desintegração e declínio das forças reacionárias deca-
dentes e a ser estimulado o despertar e o crescimento de novas forças populares. Os vários países
em desenvolvimento sofreram, durante muito tempo, com a opressão e a exploração colonialista e
imperialista. Ganharam independência política, no entanto, enfrentam a tarefa história de pôr fim
168
Identifique, com base no documento, três dos problemas que afetam o Terceiro Mundo.
Proposta de resolução
Identificação de três problemas que afetam o Terceiro Mundo:
• a exploração dos recursos de forma abusiva;
• a submissão do Terceiro Mundo aos interesses imperialistas;
• o desequilíbrio da ordem internacional.
MÓDULO 8
1. NASCIMENTO E AFIRMAÇÃO DE UM NOVO QUADRO GEOPOLÍTICO
$1,00
0,75
0,50
0,25 0,18$
0,00
1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010
160 g 150 g
1934: Desvalorização
140 g de 40% por Roosevelt
120 g
1971-73: Fim dos acordos
100 g de Bretton Woods
80 g
60 g
40 g
1985: Acordo
20 g de Plaza
2011: 2 g
0g
1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
169
Apresente três motivos que explicam a perda de valor do dólar a partir de 1970.
Proposta de resolução
Identificação de três dos motivos, de entre os seguintes:
• o défice externo americano aumentou e a balança comercial americana tornou-se deficitária;
• as despesas com a guerra do Vietname afetaram a estabilidade económica e financeira;
• a economia americana perdeu competitividade face aos novos mercados e economias: Japão e CEE;
• o Tesouro americano emitiu dólares para enfrentar o défice, mas a quantidade de moeda era cinco vezes
maior do que stock de ouro em reserva;
• em 1971, ocorreu o fim da convertibilidade do dólar em ouro (“choque Nixon”);
• em 1973, uma nova desvalorização do dólar, em cerca de 10%, não conseguiu atenuar a crise, agravada
ainda pelo 1.º e depois pelo 2.º choques petrolíferos, o que obrigou a mudanças nas opções de política
económica americana e mundial.
A.
PREÇOS MÉDIOS DO PETRÓLEO (1970-1974)
MESES/ANOS ÍNDICES
Outubro de 1970 100
Fevereiro de 1971 130
Janeiro de 1972 142
Janeiro de 1973 157
Abril de 1973 165
Junho de 1973 176
Outubro de 1973 280
Novembro de 1973 284
Dezembro de 1973 315
Janeiro de 1974 646
Fevereiro de 1974 846
170
Observam que o desequilíbrio que afeta a atual situação económica internacional se agravou por
uma inflação muito extensa, por uma desaceleração geral do crescimento económico e pela instabi-
lidade do sistema monetário mundial, por falta de disciplina e de contenção monetárias.
Insistem em que as causas decisivas de tais anomalias residem nos antigos e persistentes males
que se foram acumulando com os anos, tais como a tendência geral dos países desenvolvidos para
consumir em excesso e para desperdiçar os escassos recursos, assim como as políticas económicas
inadequadas e míopes por parte do mundo industrializado.
1. Identifique, com base no documento, três dos fatores da crise económica dos anos 70 do século XX.
2. Explicite três características do modelo de crescimento económico até 1973 (Docs. 1 e 2).
3. Identifique a doutrina económica aplicada em alguns países capitalistas, depois da crise dos anos 70.
Proposta de resolução
1. Identificação clara de três dos fatores da crise económica dos anos 70, de entre os seguintes:
MÓDULO 8
• desenvolvimento desigual dos países;
• exploração económica dos países em vias de desenvolvimento;
• cooperação internacional insuficiente;
• aumento da inflação;
• desaceleração do crescimento económico;
• instabilidade do sistema monetário internacional;
• consumo excessivo dos países desenvolvidos e desperdício de recursos;
• inadequação das políticas económicas do mundo industrializado.
Explicitação clara de três características do modelo de crescimento económico até 1973, de entre
2.
as seguintes:
• combustíveis e matérias-primas a preços baixos;
• lucros elevados devido aos baixos custos de produção;
• intervencionismo do Estado;
• crescimento do setor público;
• concentração de empresas nacionais e multinacionais;
• d esigualdade nas relações económicas entre países desenvolvidos e países em vias de desenvolvimento;
• mundialização das trocas;
• sociedade de consumo ou consumo de massas.
Identificação clara da doutrina económica aplicada em alguns países capitalistas, depois da crise
3.
dos anos 70:
• neoliberalismo.
171
De finais dos anos 50 até aos nossos dias, as viagens de clandestinos portugueses para França
assemelham-se a um périplo. É a "época heroica do salto". Os clandestinos têm de atravessar cursos
de água, caminhar durante toda a noite atormentados pela fome, sede e o frio, amontoar-se em
camiões de transporte de animais ou em camiões-frigoríficos, atravessar os desfiladeiros dos Pire-
néus cobertos de neve, perseguidos pela polícia. Devido à extensão da viagem, quase todos são
adultos. Estas condições respeitam sobretudo aos migrantes clandestinos que vêm para França antes
de 1965 ou 1966. Até aí, a fraca vigilância exercida pela polícia portuguesa e a ação repressiva
exercida pelas autoridades espanholas constrange-os a dissimular-se, a viajar de noite e a pagar o
serviço aos passadores. O objetivo do Estado português não é "vencer" a emigração clandestina, mas
selecioná-la. Exercendo um mínimo de vigilância, o Estado força os candidatos a fazer enormes es-
forços físicos, retirando desta forma às mulheres e às crianças qualquer hipótese de saída […].
A masculinização da emigração e a separação temporária do núcleo familiar asseguram o envio das
divisas dos trabalhadores para Portugal e a manutenção de uma estratégia migratória orientada para
o regresso. […]
Até 1965 são raros os candidatos que podem pagar imediatamente a soma pedida pelos passa-
dores. A maior parte deles vê-se portanto obrigada a pedir um empréstimo aos seus próximos, a
usurários ou a certos passadores. Tais dívidas são reembolsadas rapidamente graças aos primeiros
salários obtidos em França. Esse endividamento não é isento de virtudes para a ditadura por colocar
aos migrantes um conjunto de dependências e de constrangimentos. […] Tendo de pagar as dívidas,
tem de trabalhar e de tudo fazer para não perder o emprego, ficando assim submetido ao seu em-
pregador. […]
Assim, até 1968, o objetivo da direção da polícia portuguesa não consiste tanto em tornar as
fronteiras estanques mas em manter o esforço físico e financeiro das viagens clandestinas para evi-
tar que as mulheres saiam e endividar os migrantes. Para tal, fomenta a ideia de que reprime com
severidade a emigração irregular. […] A nível local, certos polícias, por corrupção, laxismo, calcu-
lismo ou falta de meios, fecham os olhos à atividade dos passadores. Outros prendem-nos para os
manter na sua dependência e obterem deles informações preciosas sobre as regiões fronteiriças que
estes indivíduos conhecem habitualmente muito bem. Embora tolerem a partida de trabalhadores,
os agentes da polícia política procuram, porém, impedir as partidas de jovens que fogem ao serviço
militar. […]
A partir de dezembro de 1968, a prática da clandestinidade transforma-se, progressivamente,
articulando-se com a nova política de emigração desenhada pelo governo de Caetano. Ao conceder
uma amnistia, ao deixar de criminalizar a emigração clandestina […]. A partir de então, tanto as
mulheres como os filhos podem ir para França. […]
No entanto, a tolerância face às partidas clandestinas não atinge jovens e soldados. O Ministério
do Interior e a direção da PIDE exigem que os agentes nas fronteiras se mostrem atentos face a essa
categoria da população.
Victor Pereira, A ditadura de Salazar e a emigração – O Estado Português e os seus emigrantes em França
(1957-1974), Temas e Debates, Lisboa, 2014, pp. 274-277, 285.
172
Proposta de resolução
1. Enunciado claro de três dos motivos que levavam os portugueses a emigrar, de entre os seguintes:
• necessidade de mão de obra para os países europeus em processo de industrialização;
• más condições de vida em Portugal, devido a um setor agrícola pouco produtivo e com rendimentos
reduzidos;
• desenvolvimento industrial insipiente;
• falta de abertura e repressão política;
• guerra colonial.
2. Referência clara a três dos condicionalismos que o Estado Novo impunha à emigração, de entre os
seguintes:
MÓDULO 8
• serviço militar obrigatório cumprido;
• estimulava a emigração para as colónias com vista a reforçar a presença branca;
• ter robustez física necessária;
• certificado de habilitações;
• possuir passaporte de emigrante;
• possuir autorização da Junta de Emigração;
• ter trabalho ou manutenção assegurada no país de destino;
• garantia de manutenção e sobrevivência da família.
3. Apresentação clara, em termos de composição social, de três características da emigração portu-
guesa, de entre as seguintes:
• essencialmente masculina;
• realizada sobretudo por homens com idades entre os 19 e os 64 anos;
• praticada essencialmente por trabalhadores do setor primário.
4. Identificação do organismo criado para controlar e regular a emigração:
• Junta de Emigração.
173
A.
Continuo a considerar perigosa em Portugal aquela democracia que toma a forma de um parla-
mentarismo partidário […]. O meu horror a essa espécie de democracia não mudou. […].
A Constituição foi revista por uma Câmara que para esse efeito tinha […] poderes constituintes.
Uma das modificações introduzidas foi a do aumento do número de deputados […]. O Governo en-
tendeu que, publicando essa alteração, não poderia continuar a funcionar a Assembleia Nacional e
propôs ao Chefe de Estado a sua dissolução e consequentemente novas eleições. […] Não fazemos
eleições por ser moda, porque no-las aconselham ou imponham, mas quando constitucionalmente
as devemos fazer […]. A novidade está agora apenas em que a lei eleitoral prevê, em vez de um
círculo único, tantos círculos quantos os distritos e quantas as colónias. […] Temos a oportunidade
de, sem renunciar aos princípios fundamentais da Revolução Nacional, bater o próprio terreno do
adversário. […] As oposições não só podiam ir às urnas livremente, como se lhes deu inteira liber-
dade para defenderem as suas candidaturas e criticarem a obra do Governo.
António de Oliveira Salazar, Discurso, 18 de novembro, 1945.
B.
Ao iniciar-se o nosso movimento cívico, encontrávamo-nos em presença de uma nova lei eleito-
ral que tinha tornado possível, em teoria, a eleição de deputados da oposição; Salazar confirmou a
intenção do Governo de aceitar a discussão pública dos seus atos e de proceder a eleições em que
o povo manifestasse livremente a sua vontade. […]
Com a promulgação da lei eleitoral e dos diplomas anunciados, procurava-se obedecer às exigên-
cias do chamado "clima" favorável às democracias para que o país pudesse figurar na comunidade
internacional sem o aspeto gritante e desconcertante de sobrevivência de sistemas banidos do
convívio mundial.
O problema consistia em saber se a obediência às exigências do tal "clima" era apenas formal ou
se iria ao ponto de permitir uma verdadeira readaptação do país às instituições democráticas.
Acumularam-se factos sobre factos demonstrando que o Governo não quer realmente competir
nas urnas com a oposição. […] Salvo erro, começaram por uma intervenção da polícia em certos
locais em que se encontravam listas para assinaturas de adesão. Foi o começo da intimidação. […]
A censura agravada tem sido um dos mais poderosos elementos de pressão governativa.
Movimento de Unidade Democrática, 18 de novembro, 1945.
174
Proposta de resolução
1. Comparação clara da perspetiva sobre as eleições legislativas de 1945, com recurso aos seguintes
aspetos:
Documento 2A: Salazar considera que as eleições legislativas de 1945 não são consequência de pressões
exteriores e que são resultado do normal funcionamento das instituições: "A Constituição foi revista (…).
Uma das modificações introduzidas foi a do aumento do número de deputados (…). O Governo entendeu
que, publicando essa alteração, não poderia continuar a funcionar a Assembleia Nacional e propôs (…)
a sua dissolução e (…) novas eleições" ou "Não fazemos eleições por ser moda, porque no-las aconse-
lham ou imponham, mas quando constitucionalmente as devemos fazer".
Documento 2B: Defende que a realização de eleições se destina a responder à pressão internacional e
para que o país aparentemente se mostre integrado na nova ordem democrática decorrente da Segunda
Guerra Mundial: "Com a promulgação da lei eleitoral e dos diplomas anunciados, procurava-se obedecer
às exigências do chamado «clima» favorável às democracias para que o país pudesse figurar na comuni-
dade internacional (…)".
Documento 2A: As eleições legislativas de 1945 são definidas como livres e que a elas pode concorrer
livremente a oposição: "As oposições não só podiam ir às urnas livremente, como se lhes deu inteira li-
berdade para defenderem as suas candidaturas e criticarem a obra do Governo".
Documento 2B: Defende que as eleições não são de facto livres em consequência da intimidação e da
repressão sobre os apoiantes da oposição: "(…) O Governo não quer realmente competir nas urnas com
MÓDULO 8
a oposição. (…) Começaram por uma intervenção da polícia em certos locais em que se encontravam
listas para assinaturas de adesão. Foi o começo da intimidação".
2. Enunciado claro de três das mudanças políticas concretizadas pelo Estado Novo no período do pós-
‑Segunda Guerra Mundial, de entre as seguintes:
• revisão da Constituição com vista a aumentar o número de deputados;
• dissolução da Assembleia Nacional ou convocação de eleições legislativas antecipadas;
• criação de uma nova lei eleitoral com a introdução de círculos distritais e nas colónias ou reformulação
dos cadernos eleitorais;
• amnistia parcial dos presos políticos;
• supressão do regime excecional sobre a segurança do Estado ou abrandamento temporário da censura
e da repressão;
• reorganização da polícia política e alteração da sua designação (de PVDE para PIDE);
• permissão da constituição legal de movimentos oposicionistas.
3. Referência clara a três dos aspetos que marcaram a oposição ao Estado Novo entre 1945 e 1958,
de entre os seguintes:
• organização legal da oposição democrática para participar em todos os processos eleitorais convocados
pelo regime depois da Segunda Guerra Mundial, com a criação do MUD;
• denúncia, pelo MUD, da falta de condições justas e iguais para todas as candidaturas, motivando a
desistência da ida às urnas em 1945 ou denúncia da natureza repressiva e antidemocrática do Estado
Novo por parte dos movimentos e dos candidatos da oposição;
• apresentação de candidatos da oposição à Presidência da República, nomeadamente o general Norton
de Matos, em 1949, e o general Humberto Delgado, em 1958;
• grande mobilização popular no apoio aos candidatos da oposição;
• denúncia dos atos eleitorais como fraudulentos;
• luta clandestina da oposição, sobretudo por parte do PCP, que apoiou e dinamizou ações diversas con-
tra o Estado Novo (greves, manifestações, etc.).
4. D – A – C – B – E.
175
A. É preciso distinguir entre plano de fomento e plano de obras públicas porque nem toda a obra
pública é obra de fomento […]. A introdução de novas técnicas, de novas normas de vida, de dife-
rente orientação, de uma mentalidade nova em muitos setores da atividade nacional, isso seria de
certeza uma fonte magnífica de fomento […]. Citando a Câmara Corporativa, o documento em apre-
ciação é mais um plano de obras de fomento do que um plano de fomento […].
Um reparo que o plano me suscita é a falta de sentido da unidade da nação portuguesa […].
Seria esplêndido que se aproveitasse a oportunidade para abater as barreiras alfandegárias entre as
diversas províncias de Portugal […]. O plano mostra-se, pelo contrário, fracionado e os territórios
ultramarinos são nele considerados cada um à sua parte, em oposição ao espírito de unidade que
conviria vincar […]. Este plano revela-se elaborado sob o signo da angústia que causa a muita gente
o aumento constante da população portuguesa e sob o império da necessidade urgente de propor-
cionar trabalho a todos […].
Anuncia o plano que será gasta uma verba elevada em escolas técnicas […]. Parece-nos que a
verba a despender teria melhor aplicação se fosse incluída numa remodelação das nossas instalações
de ensino científico, técnico e cultural. […] De resto, não se compreende a que título se inclui a
construção de escolas comerciais num plano de fomento puramente industrial. […]
Neste plano, uma boa parte da verba a despender é destinada à agricultura. Pois, apesar disso e
de sermos um país que continua a ter na agricultura a sua maior riqueza, a parte do relatório que
lhe é dedicada não excede a décima parte das considerações totais. […]
Gera-se no meu espírito uma grande interrogação sobre a conveniência de, nesta idade do
Mundo, caminharmos para uma elevada industrialização, deixando em plano secundário o progresso
agrícola. […] Eu não me insurjo contra a industrialização; insurjo-me, sim, contra o desinteresse a
que, num plano de fomento, é votada a agricultura.
Jacinto Ferreira, Debate sobre a proposta de lei relativa ao I Plano de Fomento, 4 de dezembro, 1952.
176
Sobre escolas técnicas, inscreve-se no plano uma verba de certo vulto a repartir pela conclusão
de obras em curso e pela construção de obras novas. É bem sensível a necessidade de criar no País
uma rede de escolas para o ensino técnico elementar. […] A modificação para melhor do rendimento
do trabalho nacional pode depender em boa parte da criação dessa rede de escolas técnicas elemen-
tares.
Proença Duarte, Debate sobre a proposta de lei relativa ao I Plano de Fomento, 5 de dezembro, 1952.
MÓDULO 8
b) subordina a economia metropolitana ao desenvolvimento das colónias.
c) privilegia a articulação entre a economia metropolitana e ultramarina.
d) impede a concretização do sentido de unidade nacional.
3. O deputado Jacinto Ferreira critica o I Plano de Fomento porque…
a) desenvolve o comércio em detrimento da agricultura.
b) desenvolve o comércio em detrimento da indústria.
c) relega a indústria em detrimento da agricultura.
d) relega a agricultura em detrimento da indústria.
4. O deputado Proença Duarte valoriza no I Plano de Fomento…
a) a orientação seguida quanto aos investimentos na indústria.
b) a orientação seguida quanto aos investimentos na agricultura.
c) a falta de investimento nas escolas técnicas.
d) a falta de investimento nas escolas comerciais.
2. Explicite, a partir dos documentos, a importância dos Planos de Fomento para a economia portuguesa.
LHA12DP_F12 177
3. Associe cada um dos elementos relacionados com o crescimento económico do pós-guerra, presentes na
coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Lei promulgada em 1945 que procurava dinamizar o mercado 1. Planos de Fomento
interno, diminuir as importações, criar novas indústrias e
reorganizar as existentes.
(B) Esteve em vigor entre 1968 e 1973 e acentuou a necessidade de a 2. II Plano de Fomento
economia portuguesa se submeter à concorrência externa e de
diversificar as exportações.
(C) Esteve em vigor entre 1965 e 1967 e preconizava o desenvolvimento 3. Espaço Económico Português
integrado da metrópole e das colónias, a dinamização do comércio
externo e a redução das importações.
(D) Definem uma linha orientadora da economia a partir de 1953, 4. Lei do Condicionamento Industrial
lançam as bases do crescimento moderno e estabelecem prioridades
para o desenvolvimento económico.
(E) Criado em 1961, visava estabelecer, no prazo de 10 anos, uma área 5. III Plano de Fomento
económica forte assente, sobretudo, em Angola e Moçambique, livre
de barreiras alfandegárias.
6. Emigração clandestina
7. Lei do Fomento e Reorganização
Industrial
8. Plano Intercalar de Fomento
Proposta de resolução
1. 1 – b); 2 – c); 3 – d); 4 – a)
2. Explicitação clara da importância dos Planos de Fomento para a economia portuguesa, com recurso
a três de entre as seguintes evidências:
• permitiu planear a economia;
• favoreceu a industrialização;
• abriu a economia ao investimento privado;
• estimulou o desenvolvimento das colónias;
• modernizou a economia;
• abriu a economia ao exterior e à concorrência.
3. A – 7; B – 5; C – 8; D – 1; E – 3.
4. D – E – B – A – C.
178
A. A política económica vigente tem procurado ser a expressão da nossa conceção da vida – conceção
portuguesa, ocidental e cristã – no enquadramento histórico e institucional de um país que, depois de
ter sofrido durante longos anos com os males do liberalismo económico – que estão ainda na origem de
muitas das nossas insuficiências –, pôde sair do caos financeiro e da bancarrota para se reconstituir sem
auxílios estranhos que se traduzissem na hipoteca da nossa dignidade e independência. […]
A política até agora seguida no campo económico – de que não devem desligar-se as preocupações so-
ciais, que são da essência do nosso corporativismo – carece de ser entendida tendo presentes as fases por
que passou ao longo dos últimos 35 anos: restauração financeira e regeneração económica, primeiro;
política de fomento, depois; e, atualmente, política de adaptação às novas condições da política euro-
peia.
Dentro deste ingrato condicionalismo, o nível de vida melhorou sensivelmente; as pré-condições para a
industrialização consolidaram-se; a reorganização industrial prossegue; a unificação do mercado único
português está delineada e em marcha, e a política de fomento, com maior acentuação do planeamento
regional, vai continuar nos moldes apropriados.
MÓDULO 8
Comunicado da União Nacional, 1961.
B.
EVOLUÇÃO DO PRODUTO E DA POPULAÇÃO EM PORTUGAL (1930-1965) (VALORES A PREÇOS DE 1958)
ANO AGRICULTURA INDÚSTRIA SERVIÇOS PIB POPULAÇÃO PIB PER CAPITA
(milhões (milhões (milhões (milhões (milhares) (escudos)
de escudos) de escudos) de escudos) de escudos)
1930 8448 7499 10 874 26 821 6815 3936
1935 9641 8505 12 130 30 276 7263 4168
1940 9559 8953 12 678 31 190 7769 4015
1945 11 263 10 794 14 335 36 392 8107 4489
1950 14 166 13 370 16 564 44 100 8502 5187
1955 15 331 17 899 19 434 52 664 8656 6084
1960* 18 916 30 366 28 665 77 946 8891 8767
1965* 20 382 48 647 37 552 106 581 8996 11 848
*A preços de 1953
C.
RITMO MÉDIO (TOTAL E POR HABITANTE) DE CRESCIMENTO ANUAL DO PIB (1958-1973)
PORTUGAL GRÉCIA ESPANHA OCDE (EUROPA) OCDE (TOTAL)
Taxas médias de crescimento
anual
Produto Interno Bruto 6,8 7,4 6,9 5,0 3,9
Produto por habitante 6,7 7,1 6,1 4,8 3,9
Nível do produto por habitante
(dólares americanos)
1958 640 830 1150 2300 3100
1973 1700 2300 2800 4600 5500
179
1. Explicite, a partir do documento 4, como se processou a política de fomento industrial entre os anos 50 e 60.
2. Identifique três manifestações do crescimento económico verificado entre as décadas de 50 e 60.
3. Refira, a partir do documento, como se manifestou a abertura da economia portuguesa ao exterior a
partir do final dos anos 50.
Identifique o projeto que visava a criação de um espaço económico entre as colónias e a metrópole,
4.
concebido nos anos 60.
Proposta de resolução
1. Explicitação clara de como se processou a política de fomento industrial entre os anos 50 e 60,
com recurso a três de entre as seguintes evidências:
• adoção da prática de planeamento económico concretizada nos planos de fomento a partir de 1953:
"política de fomento, depois";
• prioridade à criação de infraestruturas e reorganização industrial a partir do I Plano de Fomento;
• aposta na industrialização a partir dos anos 60 mediante o abandono da política de condicionamento
industrial: "(…) As pré-condições para a industrialização consolidaram-se; a reorganização industrial
prossegue";
• incentivo à iniciativa privada;
• reforço da industrialização e do fomento económico das colónias, com recurso a investimentos públicos
e privados e a investimento estrangeiro: "(…) A unificação do mercado único português está delineada
e em marcha";
• crescimento do setor industrial que se torna mais relevante em termos sociais, empregando mais po-
pulação ativa do que o setor primário;
• aumento significativo dos índices de crescimento económico nas décadas de 50 e 60, como resultado
das políticas de fomento industrial adotadas.
2. Identificação clara de três manifestações do crescimento económico verificado entre as décadas de
50 e 60, de entre as seguintes:
• aumento do produto da indústria a partir de 1945, ultrapassando a agricultura;
• crescimento mais acentuado do PIB a partir de 1945, mas sobretudo a partir de 1960;
• PIB português mais elevado do que o da OCDE;
• o nível do produto por habitante cresceu significativamente de 1958 para 1973 (mais 1100 dólares),
ainda que permaneça mais baixo do que na Grécia, em Espanha e na OCDE.
3. Referência clara a três das manifestações da abertura da economia portuguesa ao exterior, de entre
as seguintes:
• abandono progressivo da ideia de autarcia;
• a adesão à OECE estimula o planeamento económico e a necessidade de reestruturar e modernizar a
economia portuguesa;
• abertura da economia metropolitana às colónias com vista a uma maior interdependência e à criação
do Espaço Económico Português: "(…) A unificação do mercado único português está delineada e em
marcha";
• adesão, como país fundador, à EFTA;
• valorização da iniciativa privada como forma de enfrentar a concorrência externa;
180
A União Nacional estabelece o espírito em que situa a candidatura do almirante Américo Thomaz.
A União Nacional propõe ao sufrágio do país o nome do Sr. Contra-almirante Américo Rodrigues Thomaz.
A sua folha de serviços como oficial da armada, a obra que é o testemunho de quase catorze anos de
ação na pasta da Marinha, assim como as suas qualidades pessoais, garantem que, sendo chamado à
MÓDULO 8
suprema magistratura da Nação, saberá honrá-la e prestigiá-la como a prestigiaram e honraram os seus
antecessores.
Não tem a União Nacional nem tem o seu candidato de apresentar um programa e a respeito dele abrir
um debate inoportuno e desprovido de sentido.
O chefe de Estado é, naturalmente, o símbolo da unidade da Nação […]. O candidato à Presidência
da República só pode ter um programa: cumprir a Constituição nas obrigações que derivam da sua letra
e seu espírito, na obediência aos princípios que nela se consignam […].
É esse o programa do contra-almirante Américo Rodrigues Thomaz. Se não oferece a perspetiva de
experiências contingentes, promete prosseguir com firmeza no esforço que, ao longo de trinta anos, re-
novou Portugal e o reintegrou no seu lugar no Mundo.
Diário de Lisboa, 9 de maio, 1958.
Proposta de resolução
1. Referência clara ao entendimento que a União Nacional tem das eleições presidenciais, com re-
curso a três de entre as seguintes evidências:
• os candidatos às eleições são propostos pela União Nacional;
• entende que os candidatos pelo serviço que prestam ao Estado desempenham as suas funções com
honra e prestígio;
• considera que não é necessário apresentar um programa de governo e sujeitá-lo a debate público;
• considera que a função presidencial é apenas a de fazer cumprir a Constituição, à qual se deve obedecer;
• os candidatos devem continuar a obra do Estado Novo.
181
182
COLUNA A COLUNA B
(A) Tese surgida no seio do governo quanto à política colonial e que defendia a 1. Províncias ultramarinas
ideia de Portugal como um Estado unitário, indivisível e pluricontinental "do
Minho a Timor".
(B) Aprovada pela ONU em 1965, foi uma condenação direta da ação do governo 2. FRELIMO
português e da política colonial pelo facto de impedir a autodeterminação dos
povos africanos. Significou o reconhecimento internacional do direito à luta
pela independência dos povos africanos.
(C) Iniciou-se em 1961 em Angola e durou treze anos. Alastrou-se à Guiné e a 3. Integracionismo
Moçambique. Tinha como objetivo lutar pela independência e acabar com o
domínio colonial português.
(D) Tese surgida no seio do governo quanto à política colonial e que defendia a 4. Federalismo
progressiva transformação das províncias ultramarinas em Estados
independentes, mas continuando a ter em conta os interesses nacionais.
(E) Designa o Movimento Popular de Libertação de Angola, criado em 1956, dirigido 5. MPLA
por Agostinho Neto.
6. Guerra colonial
MÓDULO 8
7. Jonas Savimbi
8. Resolução 2107
Proposta de resolução
1. Identificação clara de três das revindicações do MPLA, de entre as seguintes:
• lutar pelo fim do colonialismo português e garantir a independência de Angola: "(…) para liquidar o
domínio colonial português e todas as relações coloniais e imperialistas";
• a cabar com a opressão e a exploração dos angolanos: "(…) os colonialistas portugueses e os seus
agentes são inimigos do povo angolano. Utilizam todos os meios para manter a soberania portuguesa
em Angola e continuar a oprimir e a explorar o povo angolano ";
• d efender uma união de todos os partidos angolanos para combater o domínio português: "(…) criação
urgente de uma Frente angolana de libertação que agrupe, numa larga união, todos os partidos políticos,
todas as organizações populares, todas as forças armadas, (…) sem distinção de tendências políticas";
• d efender os interesses dos angolanos (camponeses e trabalhadores): "(…) defesa constante e primor-
dial dos interesses das massas camponesas e trabalhadoras, os dois grupos mais importantes do país";
• a liança com todos os povos que lutam pelo fim do colonialismo: "(…) aliança com todas as forças
progressistas do mundo, conquista da simpatia e do apoio de todos os povos do mundo à causa da li-
bertação do povo angolano";
183
• criação de um regime democrático e republicano: "(…) tomada do poder pelo povo angolano e instau-
ração de um regime republicano e democrático";
• fim das distinções da população branca: "(…) abolição de todos os privilégios consignados pelo regime
colonial aos portugueses e aos outros estrangeiros";
• direito à autodeterminação: "(…) a nação angolana tem o direito, sagrado e inviolável, de dispor de
si mesma";
• defesa da paz: "(…) estabelecimento da paz em Angola".
2. A – 3; B – 8; C – 6; D – 4; E – 5.
3. C – E – D – B – A.
A. Toda a gente conhecia a minha dedicação ao regime […]. Nunca me neguei fosse ao que fosse
desde que servisse o regime que sempre defendi e no qual me integrei desde estudante […].
O que mais me preocupou, ao longo destes quatro anos, foi o ultramar e a segurança interna,
coisa indispensável para dar àqueles que em Angola, na Guiné e em Moçambique generosamente se
batem pela integridade de Portugal e pela sua grandeza histórica e territorial. […] Graças a Deus e
a todos os que não se recusaram a tudo sacrificar por ela, hoje, a África constitui, ou deve constituir,
a nossa principal preocupação.
Como sempre, […] temos uma Assembleia pluralista. Nesta legislatura, com nas anteriores,
houve sempre homens – naturalmente todos bem-intencionados – mais virados à esquerda, à direita
ou ao centro […]. A situação político-económico-social do país tem evoluído muito favoravelmente
nos últimos tempos. […] O esforço que se está a fazer em todos os campos é enorme. […] Os re-
sultados que vêm sendo obtidos com algumas medidas são evidentes. […] Desde que no acordo
entre Portugal e o Mercado Comum se salvaguardem – e salvaguardaram-se – a unidade portuguesa
e os fundamentos da sua política multicontinental, não vejo como virar as costas à Europa. […]
Como discordar e esquecer que Portugal é europeu, embora também africano?
Francisco Cazal-Ribeiro, deputado da ala mais conservadora da Assembleia Nacional.
B. Tinha o dever de procurar contribuir para a alteração de um estado de coisas com que não
concordava […]. Tinha a obrigação de corresponder ao convite que me foi feito para participar nas
reformas tendentes à liberalização do regime e à institucionalização do apregoado pluralismo polí-
tico, a meu ver condições mesmas do progressivo desenvolvimento e da crescente autonomia do
Ultramar e da própria metrópole. […] O que mais me preocupou, ao longo destes quatro anos, foi a
questão dos direitos e liberdades da pessoa humana […]. Contra o que se tem afirmado, não consi-
dero que a guerra nas províncias ultramarinas justifique a inexistência das liberdades públicas e dos
direitos cívicos. […]
184
Foi-se impondo na Assembleia e nas Comissões a disciplina da Ação Nacional Popular, progressi-
vamente mais rígida e intolerante, o que teve como efeito o isolamento daqueles que, fiéis ao pro-
grama eleitoral de 1969, prosseguiam na defesa do pluralismo, da liberalização e da democratização.
[…] Fomos intencionalmente reduzidos a uma oposição a que eram negadas quaisquer possibilida-
des de discutir os seus projetos. […] Este retrocesso político traduz, a meu ver, uma reação de
autodefesa do regime […]. No campo económico, e social, nota-se sobretudo o aterrador aumento
dos preços e a permanência da emigração. […] Os acordos entre Portugal e o Mercado Comum são
apenas comerciais, sem implicações políticas. Elas surgirão quando essa situação, que é transitória,
evoluir para a […] adesão.
Francisco Sá Carneiro, deputado independente da ala liberal da Assembleia Nacional.
MÓDULO 8
b) a necessidade dos militares em mostrar a superioridade do armamento português e da capacidade
defensiva de Portugal.
c) a necessidade de defender as províncias ultramarinas dos ataques das potências estrangeiras, no-
meadamente da URSS.
d) a reafirmação do princípio de Portugal como país defensor da autodeterminação dos povos africa-
nos.
2. A partir da perspetiva do documento 7A, a eclosão da guerra colonial ocorreu num contexto marcado
pela…
a) condenação das metrópoles que favoreciam o princípio da autodeterminação dos povos.
b) condenação das colónias cuja ação era causadora de inúmeros mortos e feridos.
c) condenação do colonialismo pela ONU e pelos países não alinhados a partir da Conferência de Ban-
dung.
d) condenação do princípio da autodeterminação dos povos e reafirmação dos princípios colonialistas
e imperialistas.
3. A luta pela emancipação nas colónias africanas contou com a formação de movimentos nacionalistas
como…
a) a FLA, a UPLA, a ULM e o PLCG.
b) a FNLA, a UNITA, a FRELIMO e o PAIGC.
c) a FNLAM, a ULPM, FREMOL e o PLGC.
d) a FANL, a ULPA, a FREMO e o PALGC.
4. A recusa de Portugal em reconhecer o direito à autodeterminação dos povos africanos provocou…
a) o cada vez maior isolamento das províncias ultramarinas, que estavam pressionadas para estabele-
cer a paz com a metrópole e apoiar o governo português.
b) a aceitação na ONU e pelas potências internacionais da política colonial portuguesa, largamente
seguida por outros países europeus.
185
Proposta de resolução
1. Identificação clara do Presidente do Conselho entre 1968 e 1974:
• Marcello Caetano.
2. 1 – a); 2 – c); 3 – b); 4 – d).
3. Comparação clara das duas perspetivas acerca da "primavera marcelista", referindo três dos se-
guintes aspetos em que se opõem:
Doc. A – total identificação com o regime do Estado Novo; Doc. B – discordância relativamente a deter-
minados princípios que tinham de ser alterados;
Doc. A – o Ultramar e a segurança do país são considerados como assuntos fundamentais; Doc. B – a
inexistência de liberdade individuais é o assunto mais preocupante e para o qual não há justificação
possível;
Doc. A – defesa da continuação da guerra colonial; Doc. B – defesa da independência progressiva do
ultramar;
Doc. A – defesa da Assembleia Nacional como um parlamento pluralista; Doc. B – defesa da Assembleia
Nacional como um parlamento onde se impede a discussão dos projetos da ala liberal;
Doc. A – a situação do país durante o marcelismo é vista positivamente; Doc. B – a situação do país é
vista com pessimismo, em consequência da inflação e da emigração;
Doc. A – defesa de que o Acordo entre Portugal e a Europa não implica o fim da política ultramarina;
Doc. B – defesa de que o Acordo entre Portugal e a Europa irá provocar alterações na política interna do
país.
4. Explicitação clara de três dos aspetos que revelam que a "primavera marcelista" foi um período de
transição falhada para a "liberalização do regime", de entre os seguintes:
• os sinais de abertura política e de liberalização foram contrariados;
• as propostas da ala liberal não eram discutidas na Assembleia Nacional, o que acabou por levar ao
abandono dos deputados da Assembleia;
• o regime manteve os seus traços autoritários, continuando a não reconhecer os direitos e liberdades
individuais ou alteração formal da designação das instituições do regime (ANP; DGS; Exame Prévio);
• reafirmação do princípio de Portugal como país pluricontinental do "Minho a Timor", composto pela
metrópole e pelas províncias ultramarinas;
186
• aprovação pela ONU de condenações sucessivas do colonialismo português, contribuindo para o isola-
mento de Portugal na cena internacional;
• distanciamento dos setores conservadores face às medidas liberalizantes, das quais desconfiam e que
vão impedir que sejam concretizadas;
• descontentamento no seio das forças armadas quanto ao impasse militar em que tinha caído a guerra
colonial;
• contestação ao regime por parte dos setores oposicionistas ou dos católicos progressistas ou dos jo-
vens mobilizados para a guerra;
• dificuldades económico-financeiras do país devido à crise dos anos 70 ou aos gastos com a guerra
colonial;
• insuficiência das reformas no domínio económico-social ou do acordo comercial com a CEE ou das
medidas no domínio da segurança social.
4. (C) – (E) – (B) – (D) – (A).
MÓDULO 8
2. PORTUGAL, DO AUTORITARISMO À DEMOCRACIA
Este [Marcello Caetano] deu esperanças de liberalização. Nunca, é certo, apresentou um pro-
grama concreto ou anunciou medidas reais de liberalização e de democratização. Quem o fez, com
o seu apoio explícito, foi a U.N. [União Nacional] sob a presidência do Dr. Melo e Castro, que apre-
sentou um programa de pluralismo político, programa esse sem o qual, é indubitável, várias pessoas
que não pertenciam ao regime, entre as quais me conto, não teriam aceitado fazer parte duma lista
da U.N. Se o aceitaram, foi porque esse programa existia e era bem claro […]. Posteriormente, tal
programa foi negado na prática e até em teoria pelo Governo e pela Ação Nacional Popular.
Na própria Assembleia Nacional, eu, pelo menos, senti isso intensamente. Agora que haviam sido
eleitas pessoas descomprometidas, que tinham publicamente assumido uma atitude crítica em rela-
ção ao Governo, afirmando expressamente que se não comprometiam a apoiá-lo, imediatamente se
reforça toda uma ação, toda uma disciplina partidárias; […] as iniciativas desaprovadas pelo Go-
verno, falo com conhecimento de causa, ou foram adiadas ou torpedeadas, não chegando muitas
vezes a ser presentes ao plenário ou sendo nele subtraídas à votação na especialidade, como foi o
caso da revisão da Constituição, da Lei de Imprensa, das propostas de alteração à Organização Ju-
diciária.
Em suma, houve da parte do regime uma reação de autodefesa para manter a sua imutabilidade,
a qual superou as ténues réstias eleitorais de abertura liberalizante.
187
Associe cada um dos elementos relacionados com a "primavera marcelista", presentes na coluna A, à
1.
designação correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Composta por deputados independentes que integraram as listas da União 1. Marcelo Caetano
Nacional às eleições legislativas de 1969 com vista a promover a
liberalização e a democratização do regime.
(B) Mobilização dos católicos progressistas para contestar a guerra colonial e 2. "Primavera marcelista"
defender a paz.
(C) Escrito pelo general António de Spínola, nele se defendia que a solução 3. Isolamento internacional
para o ultramar não era política, o que abalou o regime, prenunciando o
seu fim.
(D) Designações atribuídas à União Nacional, à PIDE e à censura que se 4. Ala liberal
constituíram como meras alterações formais no seio de um regime que
permaneceu autoritário.
(E) Designação atribuída ao período político entre 1968 e 1974, marcado pela 5. Vigília da Capela do Rato
"renovação na continuidade" e que acabou por frustrar a esperança de
uma transição pacífica do regime.
6. Guerra colonial
7. ANP – DGS – Exame Prévio
8. Portugal e o Futuro
Identifique, com base no documento, três das razões que justificaram o abandono da Assembleia Nacio-
2.
nal por parte dos deputados da ala liberal.
Proposta de resolução
1. A – 4; B – 5; C – 8; D – 7; E – 2.
188
Proposta de resolução
2. Identificação clara de três das razões que justificaram o abandono da Assembleia Nacional por
parte dos deputados da ala liberal, de entre as seguintes:
• impossibilidade de cumprir o compromisso de liberalização política apresentado aquando das eleições
legislativas de 1969. "Este [Marcello Caetano] deu esperanças de liberalização. Nunca, é certo, apre-
sentou um programa concreto ou anunciou medidas reais de liberalização e de democratização";
• impedimento da livre discussão de projetos reformadores e liberalizantes apresentados pelos deputados
da ala liberal: "Agora que haviam sido eleitas pessoas descomprometidas, que tinham publicamente
assumido uma atitude crítica em relação ao Governo (…); as iniciativas desaprovadas pelo Governo,
falo com conhecimento de causa, ou foram adiadas ou torpedeadas, não chegando muitas vezes a ser
presentes ao plenário ou sendo nele subtraídas à votação na especialidade";
• não concretização de um regime democrático e liberalizante: "(…) houve da parte do regime uma
reação de autodefesa para manter a sua imutabilidade, a qual superou as ténues réstias eleitorais de
abertura liberalizante";
• inexistência, nos períodos eleitorais, de um verdadeiro debate político livre e democrático: "(…) criar
à volta da atual candidatura oficial todo um ambiente emocional de propaganda, oposto à informação
indissociável do voto (…). Os apelos agora feitos (…) visam concitar emocionalmente as pessoas à
MÓDULO 8
volta de uma figura, levando-as a não se preocuparem em saber se aquela é a pessoa indicada para
desempenhar qualquer cargo, antes procurando fazê-las sentir que a adesão a determinada candidatura
é imposta pelo interesse nacional, pela sobrevivência da pátria e que, portanto, não há outra alterna-
tiva, sob pena de traição";
• manutenção de um regime autoritário que não reconhecia os direitos e as liberdades individuais: "Tra-
ta-se de um Estado autoritário que não reconhece os direitos e liberdades fundamentais".
189
190
Identifique, a partir do documento, três das medidas tomadas por Marcello Caetano que revelaram "al-
1.
gumas expetativas" de liberalização.
Refira, a partir do documento, a consequência de a "Ala liberal [ser] sistematicamente batida no parla-
2.
mento".
Apresente, a partir do documento, três dos objetivos da oposição ao candidatar-se às eleições legislati-
3.
vas de 1969.
Proposta de resolução
1. Identificação clara de três das medidas tomadas por Marcello Caetano que revelaram "algumas
expetativas" de liberalização, de entre as seguintes:
• aos exilados, como Mário Soares e o bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, foi autorizado o re-
gresso ao país;
• à oposição foi dada maior liberdade: autorização da realização do II Congresso Republicano em Aveiro,
em maio de 1969, e do III Congresso da Oposição Democrática em 1973;
• a PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado) passou a denominar-se DGS (Direção Geral de Segu-
rança);
MÓDULO 8
• a União Nacional foi reformada e passou a chamar-se Ação Nacional Popular (ANP), integrando elemen-
tos mais liberais;
• a censura foi denominada de Exame Prévio e a sua atuação tornou-se mais moderada;
• a nova legislação sindical permitiu a eleição de direções sindicais sem a aprovação do Ministério;
• o sistema de Previdência Social foi alargado aos trabalhadores rurais e criou a assistência social aos
funcionários públicos (ADSE);
• a reforma da educação, implementada pelo ministro Veiga Simão, alargou a escolaridade obrigatória
para seis anos, diversificou a oferta de formação e aumentou o número de alunos;
• abriu a economia portuguesa à Europa e ao investimento estrangeiro e favoreceu a modernização das
estruturas produtivas;
• Angola e Moçambique tornaram-se "regiões autónomas" e receberam o nome de Estado.
2. Referência clara da consequência de a "Ala liberal [ser] sistematicamente batida no parlamento":
• Abandono da Assembleia Nacional por parte dos deputados da ala liberal.
3. Apresentação clara de três dos objetivos da oposição ao candidatar-se às eleições legislativas de
1969, de entre os seguintes:
• reorganização da oposição com vista a concorrer ao ato eleitoral: “As eleições de 1969 constituíram
uma oportunidade decisiva para a reorganização da oposição democrática (…) num ambiente ainda
unitário”;
• conquistar lugares na Assembleia com vista a encetar as reformas necessárias à liberalização e à demo-
cratização: “Os resultados eleitorais desfizeram as ilusões de quem alimentava ainda algumas expeta-
tivas”;
• encetar esforços para fazer a transição do regime: “A vitória de Caetano nas eleições não era garantia
suficiente para que se encetasse um caminho liberalizador, mas dava alguma esperança aos setores
moderados da oposição”.
191
Capa da revista Veja (brasileira) alusiva à Revolução de Primeira página do jornal Diário de Notícias, 25 de
25 de Abril de 1974. abril, 1974.
Associe cada um dos elementos relacionados com a Revolução do 25 de Abril de 1974, presentes na
1.
coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Designação atribuída ao movimento no seio das Forças Armadas com 1. Movimento dos capitães
objetivos políticos consubstanciados na fórmula democratizar e descolonizar.
(B) Eleita por sufrágio direto e universal em abril de 1975, incluía deputados 2. Salgueiro Maia
eleitos em representação do PS, PPD, PCP, CDS, MDP, UDP e ADIM, a quem cabia
a elaboração de uma nova Constituição.
(C) Estratega do 25 de Abril de 1974, dirigiu a operação Fim-Regime. 3. Movimento das Forças
Armadas
(D) Formada depois do golpe militar que pôs fim ao Estado Novo, tinha por 4. Junta de Salvação
objetivo governar o país, em consonância com o programa do MFA, criar Nacional
condições para a realização de eleições para a Assembleia Constituinte e
proceder ao início do desmantelamento das estruturas de suporte do Estado
Novo.
(E) Designação atribuída ao movimento de protesto surgido no seio das Forças 5. Costa Gomes
Armadas, em consequência da integração dos oficiais milicianos no quadro
permanente das Forças Armadas e da diminuição do poder de compra por parte
dos militares.
6. Assembleia Constituinte
7. Otelo Saraiva de Carvalho
8. António de Spínola
192
Destaque, a partir do documento, três das medidas implementadas com vista "à substituição do atual
3.
regime".
Proposta de resolução
1. A – 3; B – 6; C – 7; D – 4; E – 1.
2. Junta de Salvação Nacional.
3. Destaque claro de três das medidas implementadas, de entre as seguintes:
• destituição de Américo Thomaz, Presidente da República, e de Marcello Caetano, Presidente do Conse-
lho, e de outros dirigentes do Estado Novo;
• dissolução da Assembleia Nacional;
• extinção da DGS, da Legião Portuguesa e da Mocidade Portuguesa;
• libertação e concessão de amnistia aos presos políticos de Caxias e de Peniche;
• os exilados políticos puderam regressar ao país;
• abolição da censura ou liberdade de imprensa e extinção da Ação Nacional Popular;
• autorização para a formação de associações políticas;
• garantia de liberdade sindical e legalização das organizações políticas proibidas (PCP e PS);
MÓDULO 8
• procura de uma solução política e não militar para o ultramar;
• exercício do poder por uma Junta de Salvação Nacional;
• nomeação de um Presidente da República e constituição do I Governo Provisório, com vista a garantir
o funcionamento das instituições;
• realização, no prazo máximo de um ano, de eleições livres para a Assembleia Constituinte.
LHA12DP_F13 193
Enuncie, com base no documento, o rumo político desejado pelo II Governo Provisório.
Proposta de resolução
Enunciado claro do rumo político desejado pelo II Governo Provisório, com recurso a três de entre
as seguintes evidências:
• o cumprimento do programa do MFA;
• moralizar a vida nacional;
• prestigiar as instituições nacionais;
• melhorar a vida dos portugueses, sobretudo dos mais desfavorecidos;
• implementar medidas económicas que permitam modernizar a estrutura económica e social;
• implementar ações no sentido de esclarecer os portugueses sobre a concretização da vida democrática;
• pôr fim às querelas político-partidárias;
• contribuir para a unidade nacional.
194
MÓDULO 8
Caricatura publicada em The Christian
Science Monitor, a 6 de agosto de 1975.
Na legenda pode ler-se: Ninho de vespas:
a oposição não comunista atacando a
apropriação militar do poder
Explicite três das tensões político-ideológicas que se fizeram sentir em Portugal entre 1974 e 1975.
Proposta de resolução
Explicitação clara de três das tensões político-ideológicas que se fizeram sentir em Portugal entre
1974 e 1975, de entre as seguintes:
• fim do consenso em torno do MFA e afirmação de projetos políticos divergentes para o futuro do país;
• divergências sobre a questão colonial: defesa do início de negociações para a descolonização imediata
e o projeto federalista defendido por Spínola;
• ambiente de forte agitação social marcado por reivindicações laborais, greves e manifestações;
• grande instabilidade política e governativa, evidenciada pela sucessão de governos provisórios ou de
golpes como o 11 de março ou o 25 de novembro;
• afrontamentos no interior do MFA e na sociedade entre projetos revolucionários e forças reformistas
moderadas ou radicalização dos antagonismos no verão quente de 1975, com saneamentos ou ataques
bombistas ou assaltos a sedes de partidos;
• pressão das forças de esquerda para a institucionalização de formas de poder popular, articuladas com
a ocupação de empresas e de terras.
195
196
Proposta de resolução
1. Explicitação clara da importância do 25 de Novembro de 1975, com recurso a três de entre as se-
guintes evidências:
• contragolpe do setor moderado das Forças Armadas, liderado por Ramalho Eanes, com vista a neutrali-
zar as forças de esquerda que tinham tomado pontos estratégicos de Lisboa;
• foi autorizado pelo Presidente da República, depois de ter decretado o estado de sítio;
• pôs fim ao PREC, que dificultava a estabilização da vida política;
• abriu caminho à consolidação da democracia e à consolidação da restituição das liberdades e direitos
individuais;
• pôs fim à radicalização esquerdista da vida política;
• concretizou o desejo da via moderada vencedora nas eleições para a Assembleia Constituinte.
2. (E) – (B) – (D) – (C) – (A).
MÓDULO 8
DOC. 13 A POLÍTICA ECONÓMICA DEPOIS DA REVOLUÇÃO
Autocolante de 1975 em apoio das cooperativas agrícolas de Cartoon de Abel Manta alusivo à nacionalização da
produção. Banca.
E xplicite, a partir do documento, a política económica implementada em Portugal entre abril de 1974 e
novembro de 1975.
197
Proposta de resolução
Explicitação clara da política económica implementada em Portugal entre abril de 1974 e novem-
bro de 1975, com recurso a três de entre as seguintes evidências:
• alargamento da intervenção do Estado nas áreas económica e financeira, com vista a abolir os grandes
grupos económicos monopolistas, por pressão das forças de esquerda;
• nacionalização, de acordo com o programa do I Governo Provisório, dos bancos emissores ou publica-
ção de legislação que possibilita ao Estado fiscalizar as instituições de crédito;
• intervenção do Estado em várias empresas, através da nomeação de comissões administrativas, depois
de serem substituídos os corpos gerentes anteriores;
• consagração institucional de formas de poder popular resultantes da ocupação de empresas e de expe-
riências de autogestão;
• nacionalização da banca e dos seguros depois do 11 de março de 1975;
• nacionalização das grandes empresas ligadas aos setores económicos mais importantes, numa via em
direção à economia socialista;
• processo de reforma agrária, no centro e no sul do país, com a constituição de unidades coletivas de
produção, depois das primeiras ocupações;
• consolidação da reforma agrária, depois da promulgação do decreto-lei de julho de 1975, com a expro-
priação dos latifúndios;
• aprovação de legislação para proteção dos trabalhadores e dos mais desfavorecidos ou aprovação do
salário mínimo, do aumento das pensões, do tabelamento dos preços e de legislação contra os despe-
dimentos.
198
política pública com os partidos que estejam empenhados no cumprimento dos princípios do Pro-
grama do MFA e na consolidação e alargamento das conquistas democráticas já alcançadas. 5. Para
a elaboração da presente plataforma foram levados em consideração os resultados das conversações
mantidas com os diferentes partidos e tomada em conta a situação resultante do esmagamento do
golpe contrarrevolucionário de 11 de março.
B. Objetivos da plataforma – 1. Pretende-se estabelecer uma plataforma política comum que
possibilite a continuação da revolução política, económica e social, iniciada em 25 de abril de 1974,
dentro do pluralismo político e da via socializante que permita levar a cabo, em liberdade, mas sem
lutas partidárias estéreis e desagregadoras, um projeto comum de reconstrução nacional. 2. Os ter-
mos da presente plataforma deverão integrar a futura Constituição política a elaborar e aprovar pela
Assembleia Constituinte. 3. A presente plataforma será válida por um período designado por período
de transição, com duração que será fixada na nova Constituição entre 3 a 5 anos, e que terminará
com uma revisão constitucional.
C. Eleições para a Assembleia Constituinte, seu funcionamento, elaboração e promulgação
da constituição política – 1. O Conselho da Revolução reafirma a sua determinação em fazer cum-
prir o que se encontra estabelecido quanto à realização de eleições verdadeiramente livres e respon-
sáveis para a formação da Assembleia Constituinte. 2. Durante os trabalhos de elaboração da futura
Constituição Política, será constituída uma comissão do MFA, que, em colaboração com os partidos
MÓDULO 8
que assinem o presente acordo, acompanhará os trabalhos da Constituinte, de forma a facilitar a
cooperação entre os partidos e a impulsionar o andamento dos trabalhos, dentro do espírito do
Programa do MFA e da presente plataforma. […] 5. Tendo em conta que as próximas eleições se
destinam unicamente à designação de uma Assembleia Constituinte, cuja missão exclusiva será
elaborar e aprovar a Constituição, as eventuais alterações à composição do Governo Provisório, até
à eleição da Assembleia Legislativa e à consequente formação do Governo, competirão, somente, à
iniciativa do Presidente da República, ouvido o Primeiro-Ministro e o Conselho da Revolução. 6. Os
partidos signatários desta plataforma comprometem-se a não pôr em causa a institucionalização do
MFA, nos termos a seguir expostos, e a fazê-la incluir na nova Constituição, juntamente com os
restantes pontos acordados neste documento. […]
5. Assembleia Legislativa: 5.1. A Assembleia Legislativa será eleita por sufrágio universal di-
reto e secreto e terá um máximo de 250 deputados. 5.2. Os poderes legislativos da Assembleia
serão, apenas, limitados pela sanção necessária do Conselho da Revolução […] 5.6. Os diplomas
legislativos emanados da Assembleia que não tenham obtido a sanção do Conselho da Revolução,
poderão ser promulgados na sua forma inicial se em segunda votação obtiverem aprovação por
maioria de dois terços do número total de deputados.
6. Assembleia do MFA […]: 2. Pontos programáticos a incluir na Constituição – Além das dis-
posições que constituem a base deste acordo, a Constituição deverá consagrar os princípios do
Movimento das Forças Armadas, as conquistas legitimamente obtidas ao longo do processo, bem
como os desenvolvimentos ao Programa impostos pela dinâmica revolucionária que, aberta e irre-
versivelmente, empenhou o País na via original para um socialismo português.
Plataforma Constitucional Partidos – MFA, 11 de abril, 1975.
199
Proposta de resolução
Explicitação clara da importância do Pacto MFA/Partidos na elaboração da Constituição de 1976,
com recurso a três de entre as seguintes evidências:
• procura garantir o entendimento com os partidos com vista a evitar o recuo da revolução;
• predetermina alguns dos princípios a incluir na Constituição;
• os princípios deste entendimento só são alvo de alteração após a revisão constitucional;
• garante a manutenção do elenco governativo mesmo depois das eleições, condicionando as opções
político-constitucionais;
• garante a constitucionalização das conquistas da revolução;
• garante a inclusão da via para o socialismo na futura Constituição.
É certo que a revolução acabou, fruto de um processo de contenção, e se lhe seguiu, no quadro
da legitimidade democrática e constitucional, um processo de contrarrevolução legislativa que es-
vaziou progressivamente a parte mais avançada do património revolucionário: a meta do socialismo,
a Reforma Agrária, as nacionalizações, o controlo operário e, de uma forma geral, boa parte das
expressões da democracia direta.
Mas ficou como património que tem sido, até agora, estável, herdado do processo revolucionário,
um núcleo de aquisições fundamentais que subsiste como a sua marca genética: na democracia política,
na democracia social, na democracia educativa, no embrião do Estado-Providência, num certo consenso
em torno do papel regulador do Estado na economia e na sociedade, em nome da justiça social.
Esse traço distintivo, essa marca genética da democracia portuguesa reside no facto, já o referi-
mos, de ela ser fruto de uma revolução. Quer isso dizer que a conquista das liberdades públicas e
dos direitos fundamentais, dos direitos sociais, dos avanços no domínio da saúde, da educação, tal
como a destruição de boa parte das estruturas e das políticas mais odiosas do antigo regime [a
polícia política, a censura, a delação, as milícias, o partido único…], foram, em boa medida, fruto
da iniciativa e da combatividade cidadã, alcançadas na rua, na empresa, na escola antes de se plas-
marem nas leis e na Constituição. A democracia portuguesa, naquilo que tem de essencial é uma
democracia conquistada e não outorgada, fruto de uma rutura revolucionária que se sucedeu à inca-
pacidade histórica da iniciativa autorreformadora do regime ou mesmo de qualquer espécie de tran-
sição pactuada. A revolução […] foi a génese da democracia portuguesa e esta, apesar de tantos
acidentes de percurso e de não poucas desfigurações tem sido dela indissociável. […]
AAVV, As Revoluções Contemporâneas, Fernando Martins e Pedro Aires Oliveira (coord.),
Edições Colibri, Lisboa, 2002, p. 232.
200
1. Associe cada um dos elementos relacionados com a Revolução do 25 de Abril de 1974, presentes na
coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Levado a cabo pelo setor moderado das Forças Armadas, neutralizou as 1. "Maioria silenciosa"
forças de esquerda.
(B) Período da vida portuguesa que decorreu entre o final do IV Governo 2. Costa Gomes
Provisório e a vigência do V Governo Provisório, marcado pela
radicalização da vida política e social.
(C) Substituiu António de Spínola como presidente da República, a partir de 3. 11 de Março de 1975
outubro de 1974.
(D) Elaborada pela Assembleia Constituinte, foi aprovada a 2 de abril de 1976 4. Vasco Gonçalves
e entrou em vigor em abril do mesmo ano.
(E) Refere-se à manifestação de apoio, por parte dos setores conservadores, 5. Verão quente de 1975
ao presidente António de Spínola, proibida pelo MFA.
6. Vasco Lourenço
7. 25 de Novembro de 1975
8. Constituição de 1976
2. Explicite de que forma a revisão constitucional de 1982 "esvaziou progressivamente a parte mais avan-
MÓDULO 8
çada do património revolucionário".
Proposta de resolução
1. A – 7; B – 5; C – 2; D – 8; E – 1.
2. Explicitação clara da forma como a revisão constitucional de 1982 "esvaziou progressivamente a
parte mais avançada do património revolucionário", com recurso a três de entre as seguintes evi-
dências:
• atenuação da componente ideológico-programática com a supressão ou moderação das referências ao
socialismo;
• manutenção dos princípios socializantes ao nível da economia, ainda que mais moderados;
• reforço da matriz democrática do regime, ainda que com a manutenção do preâmbulo de 1976, apenas
como marco histórico;
• extinção do Conselho da Revolução e fim das funções políticas das Forças Armadas, agora submetidas
aos órgãos de soberania e ao poder político;
• aperfeiçoamento dos direitos fundamentais;
• equilíbrio entre os órgãos de soberania mediante a limitação dos poderes de intervenção do Presidente
da República e o reforço dos poderes da Assembleia da República;
• criação do Tribunal Constitucional.
201
A pop art (Warhol, Lichtensein, Rauschenberg […]) passava o tempo a reproduzir, com tanta
exatidão e insensibilidade quanto possível, os ornamentos visuais do comercialismo americano:
latas de sopa, bandeiras, garrafas de coca-cola, Marilyn Monroe.
Insignificante como arte (no sentido que o século XIX deu à palavra), essa moda apesar disso
reconhecia que o triunfo do mercado de massas se baseava, de um modo bastante profundo, na
satisfação das necessidades tanto espirituais como materiais dos consumidores […]. O que se tor-
nou cada vez mais evidente nos anos 50 foi que isso possuía o que se podia chamar uma dimensão
estética, uma criatividade de base, ocasionalmente ativa mas sobretudo passiva, que os produtores
tinham de competir para oferecer […]. Os intelectuais mais velhos, agora cada vez mais descritos
como "elitistas" (palavra adotada com entusiasmo pelo novo radicalismo dos anos 60), olhavam de
cima as massas, que viam como recipientes passivos do que o grande capital queria que compras-
sem. […] Contudo, uma força ainda mais poderosa minava as grandes artes: a morte do moder-
nismo, que desde os fins do século XIX legitimava a prática da criação artística não utilitária, e que
sem dúvida proporcionara a justificação para a reivindicação do artista à liberdade de toda a limita-
ção. A sua essência era a inovação. […] O cubismo era tanto uma rejeição e crítica da pintura re-
presentativa vitoriana como uma alternativa para ela, e também uma coleção de "obras de arte" de
"artistas" com direito próprio. Na prática, não tinham de coincidir, como o niilismo artístico (deli-
berado) do urinol de Marcel Duchamp e o dadaísmo haviam demonstrado há muito tempo atrás.
Estes não pretendiam ser nenhuma espécie de arte, mas antiarte. […]
Com o aparecimento da pop art, mesmo o grande baluarte do modernismo nas artes visuais, a
abstração, perdeu a sua hegemonia. A representação tornou-se mais uma vez legítima.
Eric Hobsbawm, A Era dos Extremos – História Breve do Século XX 1914-1991,
Editorial Presença, Lisboa, 2008, pp. 500-503.
Proposta de resolução
Explicitação clara das novas ideias preconizadas pela pop art, com recurso a três de entre as se-
guintes evidências:
• traz para o campo da arte a representação dos ícones da cultura de massas;
• reproduz as necessidades espirituais e materiais dos consumidores;
• eleva os produtos de massas à categoria de objetos estéticos;
• põe fim ao elitismo do modernismo;
• constitui-se como um movimento artístico que acaba com as conceções estéticas e intelectuais do
modernismo;
• acaba com o sentimento antiarte;
• rompe com as correntes abstracionistas, trazendo novamente para a arte a representação figurativa.
202
MÓDULO 8
jantar. […] As sondagens de 1960 davam conta que a televisão era a atividade de lazer favorita para
cerca de 50% da população e que, nos lares americanos, as pessoas passavam cerca de três horas
por dia em frente ao televisor.
Nos primeiros anos (até cerca de 1951-1952), a televisão revelava-se promissora para as pessoas
com gostos mais sofisticados. […] Em 1950, os aparelhos de televisão ainda custavam entre 400 a
500 dólares, uma soma muito elevada para a maior parte das famílias. À medida que o preço dos
aparelhos começou a descer, os patrocinadores incentivaram o aparecimento de programas apelati-
vos para as audiências de massas. […] Os produtores de televisão passaram a ter mais cuidado com
a apresentação de material controverso, pois, tal como dizia um publicitário, “um programa que
desagrade a um segmento substancial da população é um mau uso do dinheiro em publicidade”. […]
A demanda pelas audiências de massas levou as estações de televisão (quem dominava na época
eram a CBS e a NBC) a apoiar programas generalistas. Um destes programas foi o Ed Sullivan Show,
um dos mais conceituados da década de 50. Apresentado ao domingo à noite por Sullivan, o pro-
grama trazia para o ecrã os artistas mais populares. […]
Durante a década de 50, as cadeias de televisão destinaram o seu tempo de programação aos
concursos televisivos, cuja produção não requeria muito dinheiro, mas atraía grandes audiências
[…].
É ainda hoje difícil compreender o impacto da televisão nos valores e crenças da população. […]
Aqueles que pensam que a sua influência é abrangente, argumentam que a televisão encorajou as
tendências violentas das pessoas, minou os hábitos de leitura, desencorajou a conversação (espe-
cialmente dentro da família) e induziu a uma mentalidade mais passiva. […] Por outro lado, os
observadores menos hostis, acreditam que a televisão teve um papel importante no desenvolvi-
mento e na definição de uma cultura mais nacional. As estações de televisão […] contribuíram para
estandardizar os gostos, para abrir mentalidades e para diminuir as desigualdades sociais.
James T. Patterson, Grand Expectations – The United States 1945-1974,
Oxford University Press, Nova Iorque, 1996, pp. 348-353 [tradução adaptada].
203
Destaque, com base no documento, três aspetos reveladores do impacto da televisão na sociedade ame-
1.
ricana a partir dos anos 50.
Proposta de resolução
1. Destaque claro de três aspetos reveladores do impacto da televisão na sociedade americana a par-
tir a partir dos anos 50, de entre os seguintes:
• tornou-se popular, o que permitiu o crescimento do número de televisores nos lares americanos;
• quebrou o isolamento das populações;
• alterou os hábitos de socialização das famílias;
• tornou-se o principal elemento cultural e de lazer dos americanos;
• a população passava grande número de horas a ver televisão;
• a queda do preço dos televisores alargou o público e modificou a programação;
• aumentou o número de programas generalistas para atrair cada vez maiores audiências;
• uniformizou os gostos;
• permitiu a modificação das mentalidades;
• quebrou barreiras sociais.
O mundo sempre pertenceu aos machos. Nenhuma das razões que nos propuseram para explicá-lo
nos pareceu suficiente. […] Já verificámos que, quando duas categorias humanas se acham em
presença, cada uma delas quer impor à outra a sua soberania; quando ambas estão em estado de
sustentar a reivindicação, cria-se entre elas, seja na hostilidade, seja na amizade, sempre em ten-
são, uma relação de reciprocidade. Se uma das duas é privilegiada, ela domina a outra e tudo faz
para mantê-la na opressão. Compreende-se, pois, que o homem tenha tido vontade de dominar a
mulher. Mas que privilégio lhe permitiu realizar essa vontade? Em França, segundo um inquérito
realizado em 1889-1893, para um dia de trabalho igual ao de um homem, a operária só obtinha
metade da remuneração masculina. Segundo o inquérito de 1908, os mais altos salários das operá-
rias trabalhando no domicílio não ultrapassavam vinte cêntimos por hora e desciam, às vezes, até
cinco cêntimos. Era impossível à mulher, assim explorada, viver sem esmola ou sem protetor. Na
América do Norte, em 1918, a mulher recebia apenas metade do salário masculino […]. Entre 1911
e 1943, os salários femininos, em França, elevaram-se um pouco mais rapidamente do que o dos
homens, mas permaneceram nitidamente inferiores. […]
Numa visão de conjunto […] vemos ressaltarem várias conclusões. E primeiramente esta: toda a
história das mulheres foi feita pelos homens. […] Eles é que sempre tiveram a sorte da mulher nas
mãos; dela não decidiram em função do interesse feminino; foi para os seus próprios projetos, te-
mores e necessidades que atentaram. […]
204
MÓDULO 8
Proposta de resolução
1. Enunciado claro da perspetiva de Simone de Beauvoir acerca da condição feminina, com recurso a
três de entre as seguintes evidências:
• a mulher sempre esteve subjugada ao homem;
• a mulher depende do homem economicamente;
• a mulher recebe um salário menor do que o homem, mesmo por trabalho igual;
• a opressão feminina é transversal às classes sociais;
• a mulher é considerada incapaz de contribuir para o desenvolvimento da humanidade, sendo, por isso,
considerada inferior;
• a condição feminina reflete a falta de liberdade e de igualdade.
205
FICHA TÉCNICA
CONTEXTO HISTÓRICO
Na madrugada de 25 de abril de 1974, a Rádio Renascença, no programa Limite, pôs no ar os primeiros versos de
Grândola, Vila Morena, de José Afonso, a contrassenha que confirmava o desencadear da operação Fim-Regime,
preparada, entre outros, por Otelo Saraiva de Carvalho, que desencadearia a revolução e o fim do Estado Novo.
O filme retrata as operações ocorridas nos dias 24 e 25 de abril, destacando o papel do capitão Salgueiro Maia, e
os momentos decisivos no desenrolar da operação militar, assim como o ambiente vivido nas últimas horas do
Estado Novo e no primeiro dia de liberdade.
É um drama de ficção histórica sobre o desencadear da Revolução de 25 de Abril, que, nacional e internacional-
mente, ficou conhecida como "Revolução dos Cravos". O filme retrata alguns aspetos dos bastidores da revolução
e o ambiente vivido nas ruas de Lisboa, onde o entusiasmo popular se evidencia desde as primeiras horas. Os
momentos históricos mais marcantes das operações militares do dia 25 de Abril destacam o papel do capitão
Salgueiro Maia, que o filme procura homenagear, e a adesão e apoio popular à Revolução de Abril.
206
09:13-09:19 – Os métodos de tortura. O agente da PIDE afirma: “A noite pode ser longa ou curta… depende
de ti…”
09:14 – Revolução em marcha…
Capitães de Abril – parte 4
00:00-00:54 – Transmissão da contrassenha Grândola, Vila Morena…
05:00 – Movimentação das tropas…
06:11 – De que lado estão?… Operação “México” fala “Óscar”, nome de código do major Otelo Saraiva
de Carvalho, no comando das operações.
07:35-09:50 – Avanço da coluna militar para Lisboa.
MÓDULO 8
são…
04:09-09:59 – A ação de Salgueiro Maia na negociação com a coluna militar, a adesão dos militares…
ATIVIDADE
• Destaque o papel de Salgueiro Maia nos acontecimentos narrados no filme e o seu papel na revolução
do 25 de Abril.
207
GRUPO I
O MUNDO BIPOLAR NO SEGUNDO PÓS GUERRA: DA PAZ À GUERRA FRIA
DOC. 1 Acordos de Potsdam
MÓDULO 8
democráticos e, mais particularmente, graças
aos conselhos eleitos, logo que a segurança
militar e as intenções da ocupação militar o
permitam.
9.2. Todos os partidos democráticos, com
direito de reunião e de discussão pública,
serão autorizados e encorajados em toda a
Alemanha.[…]
14. Durante o período da ocupação, a Ale-
manha será tratada como uma entidade eco-
nómica única. […]
I – 1. Será criado um conselho composto
Os três governos [URSS, EUA, Reino Unido]
pelos ministros dos Negócios Estrangeiros do
tomaram nota da troca de pontos de vista que
Reino-Unido, da URSS, da China, da França e dos
tiveram lugar no decurso das últimas semanas,
Estados Unidos. […]
em Londres, entre os representantes britânicos,
3. a) Como tarefa imediata e importante, o
americanos e franceses, de modo a poder che-
conselho será autorizado a elaborar, com o obje-
gar-se a um acordo sobre os métodos de julga-
tivo de serem submetidos às Nações Unidas, os
mento dos principais criminosos de guerra
tratados de paz com a Itália, a Roménia, a Bulgá-
[…].
ria, a Hungria e a Finlândia, e a propor regular-
Acordos da Conferência de Potsdam, 17 de julho e 2
mente para as questões territoriais pendentes no
de agosto, 1945.
momento em que terminar a guerra na Europa.
[…]
II – O conselho dedicar-se-á a preparar um
regulamento de paz para a Alemanha, visando a
sua aceitação pelo governo da Alemanha, logo
que seja formado um governo apropriado. […]
LHA12DP_F14 209
o
ltic
Estados neutros Dinamarca
Bá
r União
Zona de influência Irlanda Ma
Reino Soviética
soviética Unido Países
Baixos Berlim
Estados comunistas que Alemanha
romperam com o bloco Bélgica Oriental Polónia
soviético em 1946 Alemanha Praga
Ocidental Checoslováquia
Grandes crises
França Suíça Áustria
Hungria
Roménia
Mar Negro
Itália Jugoslávia
Portugal Bulgária
Espanha
Albânia
Guerra
Mar Mediterr civil Turquia
âne
o Grécia
0 400 km
GRUPO II
ÁREAS DE CONFLITO E ESCALADA ARMAMENTISTA DURANTE A GUERRA FRIA
DOC. 1 A questão alemã (1948)
Hanôver
Berlim
Berlim
rt
kfu
an
Fr
Dusseldorf
rt
kfu
Fran
0 5 km
MÓDULO 8
Nuremberga
0 60 km
Munique Nuremberga
"Para pôr fim às atividades hostis das forças provocatórias e militaristas da Alemanha Ocidental
[…]: Até que Berlim Oeste se torne na cidade livre, neutra e desmilitarizada, os cidadãos da
capital da República Democrática Alemã necessitam de uma permissão especial para franquear
a fronteira da Berlim Oeste".
Decreto Governamental da RDA, noite de 12 para 13 de agosto, 1961.
211
DOC. 3 Acordo provisório entre a URSS e os EUA para a limitação de armas estratégicas ofensivas
A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e os Estados Unidos da América estão conven-
cidos de que o tratado sobre a limitação dos sistemas de mísseis antibalísticos e a presente
convenção provisória […] contribuirão para promover condições mais favoráveis à prossecução
de negociações ativas sobre a limitação dos armamentos estratégicos, e para diminuir a tensão
internacional, reforçando a confiança entre os Estados […]. Art.º 1 – As duas partes compro-
metem-se, a partir do dia 1 de julho de 1972, a não mais empreender a construção de novas
rampas terrestres fixas de lançamento para mísseis balísticos intercontinentais […]. Art.º 2 –
As duas partes comprometem-se a prosseguir negociações ativas para a limitação dos armamen-
tos estratégicos ofensivos.
Convenção provisória relativa a medidas destinadas a limitar os armamentos estratégicos ofensivos,
Moscovo, 26 de maio, 1972 [tradução adaptada].
1. Enuncie, a partir dos documentos 1 e 2, três dos fatores que fizeram da Alemanha um cenário de tensão entre
os dois blocos.
2. Identifique, com base no documento 3, três dos objetivos das negociações para o controlo de armamento
entre as duas superpotências durante a década de 70.
GRUPO III
URSS
Checoslováquia RDA Polónia
Hungria Roménia
Bulgária Mongólia
Jugoslávia
China Coreia
Albânia do Norte
Iraque Afeganistão
Cuba Argélia Líbia Birmânia
Iémen Índia
Guatemala Guiné- Mali Laos
-Bissau do Sul Vietname
El Salvador Benim
Nicarágua Etiópia
Colômbia
Guiné Congo
Peru Tânzania
Bolívia
Camboja
Angola
Chile Madagáscar
Uruguai
Moçambique
0 2400 km
212
MÓDULO 8
1. Refira, a partir do documento 1, como se concretizou o expansionismo soviético na Europa.
Associe cada um dos elementos relacionados com o mundo comunista do segundo pós-guerra, presentes na
2.
coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
a) D
esigna os concelhos económicos regionais que, mediante a descentralização, se 1. Desestalinização
encarregavam da gestão económica de uma região, substituindo a planificação da
economia feita centralmente. 2. Coexistência pacífica
b) L íder soviético, a partir de 1956, cuja governação ficou marcada pelo processo de 3. Leonidas Brejnev
renovação económica e pela aproximação aos EUA. Teve um papel determinante, 4. Sovnarkhoz
juntamente com John F. Kennedy, na resolução da crise dos mísseis de Cuba.
5. Sovietização
c) Designa o período entre 1953 e 1962, marcado por uma certa acalmia imposta pela
necessidade de controlar o perigo de uma guerra nuclear. Foi atravessado por várias 6. Nikita Krushchev
crises militares e políticas, em diversas áreas geográficas, que provocaram um 7. Planos quinquenais
ambiente de grave tensão, obrigando a cedências mútuas por parte das duas
superpotências. 8. Pacto de Varsóvia
d) P lanos destinados a definir as metas das empresas, ajustados anualmente, com
possibilidade de serem prolongados por sete anos.
e) Processo implementado por Nikita Krushchev, segundo o qual condenou os erros do
regime de Estaline, nomeadamente o culto da personalidade, e procurou liberalizar o
regime, tanto em termos políticos como económicos.
213
GRUPO IV
PROSPERIDADE ECONÓMICA E AFIRMAÇÃO DO ESTADO-PROVIDÊNCIA NO MUNDO CAPITALISTA
APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
1400
1200
1000
Japão
800
600
Alemanha França
400
200
0
1945 1949 1953 1957 1961 1965 1969 1973
Nos anos 60 reformámos o sistema educativo nos diferentes graus, ao mesmo tempo que o número de
alunos aumentava de modo quase explosivo. […] Nos anos 60, construímos quase 900 mil apartamentos,
o que significa que, durante este período, 2,5 a 3 milhões de suecos mudaram-se para novas casas. As
pensões praticamente duplicaram, o sistema de seguros de saúde foi reformado […]. Decidimos alargar o
apoio aos idosos […]. O número de pensionistas aumenta anualmente. […] Estes são os quatro campos
centrais da política nos próximos cinco a dez anos – política regional e reforma dos impostos, conservação
do meio ambiente e educação de adultos, política cultural e abastecimento de eletricidade, serviços de
saúde e de transportes. […] Estes objetivos da política a longo prazo são construídos de acordo com as
experiências da década de 60. […] Em primeiro lugar, precisamos de uma economia em expansão. O
progresso social provém do crescimento. […] A social-democracia não admirou o crescimento económico
por si mesmo. Mas aprendemos com a experiência que o aumento da produção é importante para aqueles
que desejam criar uma sociedade justa. […] A segunda condição é estritamente de política económica
[…]. A mudança da nossa sociedade deve ser feita através do fortalecimento económico. A terceira con-
dição diz respeito à nossa visão da sociedade e à nossa ideologia. […] A visão da social-democracia de
uma sociedade solidária e cooperante permanece. Exigimos uma sociedade forte que possa proteger a
segurança dos seus cidadãos. Pedimos sacrifícios sob a forma de elevados impostos. Estamos preparados
para intervir na economia com vista a realizar os interesses essenciais
Olof Palme, A política para os anos 70, Discurso proferido no Congresso do Partido Social-Democrata Sueco,
4 de outubro, 1969.
214
DOC. 4 O Estado-Providência
MÓDULO 8
Cartaz inglês alusivo ao modelo de Estado do se-
gundo pós-guerra, onde se pode ler:
Tem 2 ou mais filhos na sua família? Se sim,
peça nos correios a requisição para o abono de
família.
1. Refira, a partir do documento 2, três dos fatores responsáveis pelo crescimento económico nos países capi-
talistas a partir da Segunda Guerra Mundial.
A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três aspetos para cada um dos seguintes tópicos de
desenvolvimento:
– origens do Estado-Providência como resposta à crise do capitalismo;
– contexto político e ideológico da afirmação do Estado-Providência na Europa;
– realizações do Estado-Providência a partir dos anos 50.
Deve integrar na resposta, para além dos seus conhecimentos, os dados disponíveis nos documentos 1 a 4.
215
GRUPO I
O MUNDO BIPOLAR NO SEGUNDO PÓS-GUERRA: DA PAZ À GUERRA FRIA
1. 5 PONTOS
2. 30 PONTOS
3. 20 PONTOS
216
GRUPO II
ÁREAS DE CONFLITO E ESCALADA ARMAMENTISTA DURANTE A GUERRA FRIA
1. 20 PONTOS
MÓDULO 8
1961 ou construção do Muro de Berlim, que separa a Alemanha oriental da Alemanha
ocidental.
• Interpretação completa do documento, por referência ao solicitado
• Utilização adequada e sistemática da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 14 15 16
Apresentação de dois dos fatores referidos no nível 5.
N3 • Interpretação incompleta do documento, por referência ao solicitado 10 11 12
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 6 7 8
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível superior.
N1 • Interpretação incipiente do documento, por referência ao solicitado 2 3 4
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
217
2. 20 PONTOS
GRUPO III
O MUNDO COMUNISTA: EXPANSIONISMO SOVIÉTICO E OPÇÕES ECONÓMICAS
1. 20 PONTOS
218
2. 10 PONTOS
(A) – (4); (B) – (6); (C) – (2); (D) – (7); (E) – (1)
GRUPO IV
PROSPERIDADE ECONÓMICA E AFIRMAÇÃO DO ESTADO PROVIDÊNCIA NO MUNDO CAPITALISTA
APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
1. 20 PONTOS
MÓDULO 8
– a ajuda económica e financeira dos EUA através do Plano Marshall;
– a redução das tarifas alfandegárias e a cooperação comercial internacional implementada
pelo GATT;
– o aumento demográfico ou baby boom contribuiu para o rejuvenescimento populacional dos
países ou possibilitou o crescimento do mercado interno devido ao aumento do número de
consumidores;
– a disponibilidade de mão de obra devido ao crescimento populacional e à emigração ou à
afirmação da mão de obra feminina no mercado de trabalho;
– o aumento do consumo devido ao aumento dos salários estimulou a produção;
– o aumento da escolaridade contribuiu para a existência de uma mão de obra mais
qualificada e produtiva;
– os orçamentos de Estado reforçados aumentaram o investimento público, sobretudo na
N5 18 19 20
construção de infraestruturas (estradas, caminhos de ferro, fábricas);
– a intervenção do Estado na economia, através da regulação ou da participação direta por
meio das nacionalizações e de planos de desenvolvimento;
– a disponibilidade financeira contribuiu para aumentar o investimento privado, promovendo
a modernização industrial e a aposta nos bens de equipamento;
– o reinvestimento contínuo de capitais e dos lucros possibilitou o aumento da produtividade
ou a diversificação dos ramos industriais ou o aumento das exportações;
– o desenvolvimento tecnológico aplicado ao setor primário permitiu a libertação de mão de
obra para as indústrias ou contribuiu para o crescimento do setor terciário ou do setor
público;
– a diminuição do preço das matérias-primas ou o baixo preço do petróleo ou o aumento do
preço dos produtos manufaturados favoreceu os lucros e o desenvolvimento das economias
capitalistas;
– a afirmação de grandes empresas – multinacionais – em consequência da concentração
industrial reforçou o dinamismo do capitalismo.
• Interpretação completa do documento, por referência ao solicitado
• Utilização adequada e sistemática da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 14 15 16
Apresentação de dois dos fatores referidos no nível 5.
N3 • Interpretação incompleta do documento, por referência ao solicitado 10 11 12
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 6 7 8
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível superior.
N1 • Interpretação incipiente do documento, por referência ao solicitado 2 3 4
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
219
2. 5 PONTOS
Trinta Gloriosos
3. 50 PONTOS
N6 Nível intercalar 38 41 43
Desenvolvimento do tema abordando, por referência ao nível 7:
– dois aspetos de cada um dos tópicos (2/2/2); ou
– três aspetos de um dos tópicos, dois aspetos de outro dos tópicos e um aspeto do outro
tópico (3/2/1); ou
– três aspetos de cada um de dois dos tópicos (3/3/0); ou
N5 31 34 36
– dois aspetos de cada um de dois dos tópicos e um aspeto do outro tópico (2/2/1); ou
– três aspetos de um dos tópicos e dois aspetos de outro dos tópicos (3/2/0); ou
– três aspetos de um dos tópicos e um aspeto de cada um dos outros tópicos (3/1/1).
• Integração, de forma oportuna, de três documentos
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 24 27 29
Desenvolvimento do tema, abordando, por referência ao nível 7:
– um aspeto de cada um dos tópicos (1/1/1); ou
– três aspetos de um dos tópicos (3/0/0); ou
– dois aspetos de um dos tópicos e um aspeto de outro dos tópicos (2/1/0); ou
– um aspeto de cada um de dois dos tópicos (1/1/0); ou
N3 17 20 22
– dois aspetos de um dos tópicos (2/0/0).
• Integração, de forma oportuna, de dois documentos
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
220
MÓDULO 8
221
GRUPO I
ESTAGNAÇÃO DO MUNDO RURAL E EMIGRAÇÃO
DOC. 1 População agrícola em Portugal DOC. 2 População ativa – continente e ilhas (1970-1991) em %
(1940-1960) em % da população ativa
MÓDULO 8
DOC. 3 A regulamentação da emigração durante o Estado Novo
A.
Considerando que o Estado tem o direito e o
dever de coordenar e regular a vida económica e
social da nação, com o objetivo de estabelecer o
equilíbrio populacional, das profissões, dos empre-
gos, do capital e do trabalho e, também, de desen-
volver a povoação dos territórios nacionais, prote-
ger os emigrantes e disciplinar a emigração […], o
governo decreta […] o seguinte: Art. 1.º – […]
quando as circunstâncias especiais o impuserem, o
Governo, pelo Ministro do Interior, poderá deter-
minar a suspensão total ou parcial da emigração
para determinado país ou região. Art. 2.º – com-
pete ao Ministro do Interior, […] conforme os
Embarque de colonos portugueses com destino a
casos, estabelecer, de harmonia com a evolução Angola, 1955.
das circunstâncias, as normas relativas ao condi-
cionamento da emigração. Art. 3.º – […] os portugueses que se proponham ausentar-se do
território nacional […] deverão ser portadores de passaporte de emigrante. […] Art. 5.º – o
recrutamento no país de indivíduos de nacionalidade portuguesa para trabalharem no estran-
geiro depende de autorização da Junta de Emigração […].
Decreto-Lei n.º 44 427, 29 de junho, 1962.
223
B.
Art. 4.º – a concessão de passaporte de emigrante é pedida por meio de requerimento no
qual o impetrante* declare onde pretende estabelecer-se, e que será instruído com documentos
destinados a provar: 1.º a sua identidade; 2.º que tem a saúde e robustez física necessárias;
3.º que tem trabalho ou manutenção assegurada no país de destino […]; 4.º que tem autori-
zação de entrada no país de destino; 5.º que a manutenção das pessoas de família a seu cargo
fica devidamente assegurada; 6.º que, sendo maior de 18 e menor de 45 anos, satisfaz os pre-
ceitos das leis e regulamentos militares aplicáveis; […] 9.º que tem habilitações literárias
exigidas por lei.
Decreto-Lei n.º 44 428, 29 de junho, 1962.
*Requerente
1. Refira, com base nos documentos 1 a 3, três consequências económicas e sociais da estagnação do mundo
rural.
2. Apresente três características da emigração portuguesa entre os anos 50 e 70.
GRUPO II
AS OPÇÕES DO CRESCIMENTO ECONÓMICO PORTUGUÊS (DE 1950 A 1970)
DOC. 1 A evolução comparada do PIB per capita (em dólares, por referência ao valor de 1990)
Países 1820 1870 1900 1913 1950 1973
Alemanha 1112 1913 3134 3833 4281 13152
Áustria 1295 1875 2901 3488 3731 11308
Bélgica 1291 2640 3652 4130 5346 11905
Dinamarca 1225 1927 2902 3764 6683 13416
Finlândia 759 1107 1620 2050 4131 10768
França 1218 1858 2849 3452 5221 12940
Itália 1092 1467 1746 2507 3425 10409
Noruega 1004 1303 1762 2275 4969 10229
Países Baixos 1561 2640 3533 3950 5850 12763
Suécia 1198 1664 2561 3096 6738 13494
Suíça – 2172 3531 4207 8939 17953
Reino Unido 1756 3263 4593 5032 6847 11992
Média 12 países acima 1228 1986 2899 3482 5513 11694
Espanha 1063 1376 2040 2255 2397 8739
Irlanda 954 1773 2495 2733 3518 7023
Portugal – 1085 1408 1354 2132 7568
(a)
Média "Europa do Sul" – 1194* 1676* 1788 2259 6770
(a)
Com a Grécia e a Turquia a partir de 1913
A. Maddison, 1995, cit. in Ramos Silva, A regulação da economia no salazarismo,
ISEG/Universidade Técnica de Lisboa, 1999.
224
DOC. 2 Novas perspetivas face às opções da economia portuguesa segundo Marcello Caetano
Deixaremos então perecer a Europa – este continente ao qual a civilização moderna deve o que
tem de mais precioso na Filosofia e na Arte, na Ciência e na Técnica, e do qual irradiaram para o
resto do orbe*, generosamente, as conceções, as invenções e as formas de vida que os outros
povos hoje utilizam, mesmo quando delas desdenham? É certo que o que individualiza a Europa é
a sua Cultura, o seu espírito portanto. A Europa é um espírito. Mas nenhum espírito pode subsis-
tir nesta condição terrena, que é a nossa, sem um invólucro, uma base material. Se a independên-
cia das Nações me parece indispensável à manutenção do espírito europeu, […] nada impede que
os Estados europeus colaborem mais intimamente entre si na prossecução de fins comuns, pondo
ponto a velhas rivalidades que só têm concorrido para as suas dificuldades presentes. A atual
comunidade dos Seis tem uma população à roda dos 170 milhões de habitantes e o seu comércio
externo representa 1/5 do valor do comércio mundial. A sua produção de carvão é um sétimo da
produção de todo o Mundo, e produz a quinta parte do aço também em relação à produção mun-
dial. Estamos, portanto, perante uma realidade muito séria e que seria imprudente desconhecer.
Marcello Caetano, O Planeamento até ao II Plano de Fomento (1959).
Disponível em: http://www.isa.utl.pt/ceap/index_files/memoria&prospectiva1.pdf
*Mundo
1. I dentifique a lei criada em 1945 com vista a dinamizar a economia e a criar novas indústrias.
MÓDULO 8
2. Selecione a opção correta para cada uma das seguintes afirmações:
1. A "evolução comparada do PIB" permite afirmar que Portugal era, nos anos 50, um país…
a) economicamente atrasado face aos restantes países europeus.
b) economicamente desenvolvido face à Grécia e à Espanha.
c) economicamente mais desenvolvido que a Irlanda.
d) economicamente desenvolvido devido ao dinamismo do setor agrícola.
2. A "evolução do PIB" nos anos 70 permite concluir que…
a) os planos quinquenais possibilitaram o crescimento da economia portuguesa.
b) os planos de industrialização possibilitaram o crescimento da economia portuguesa.
c) os planos de fomento possibilitaram o crescimento da economia portuguesa.
d) os planos diretores possibilitaram o crescimento da economia portuguesa.
3. Marcello Caetano ao afirmar que "a Europa – este continente ao qual a civilização moderna deve o que tem
de mais precioso (…). A Europa é a sua Cultura (…). A Europa é um espírito", revela…
a) interesse de que Portugal se mantenha isolado na Europa.
b) interesse político pela aproximação de Portugal à Europa.
c) vontade em aderir imediatamente ao projeto europeu.
d) interesse na manutenção da política de autarcia.
4. Marcello Caetano ao afirmar que "(…) se a independência das Nações me parece indispensável (…), nada
impede que os Estados europeus colaborem (…) entre si na prossecução de fins comuns" defende…
a) o valor do Estado-Nação acima de tudo, embora aberto à cooperação multilateral.
b) a autarcia em ligação com o corporativismo.
c) o reforço do poder dos Estados mediante a formação de uma federação de Estados europeus.
d) a soberania dos Estados europeus integrados no que Churchill designou como “Estados Unidos da Europa”.
3. Refira, a partir dos documentos 1 e 2, três das opções da economia portuguesa no final da década de 60 até
1973.
LHA12DP_F15 225
GRUPO III
A POLÍTICA COLONIAL APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL:
FOMENTO ECONÓMICO E MANUTENÇÃO DO COLONIALISMO
17 500
15 000
13 500
Angola
10 000
7500
5000
2500 Moçambique
0
outras
– 2500
– 5000
– 7500
– 10 000
1935 1940 1945 1950 1955 1960 1965 1970 1975
A.
Aqui e no Ultramar, […] o Português de qualquer cor ou raça sente essa unidade tão viva-
mente que toma as discussões como ameaças [ao] espírito da unidade: seria pensar numa es-
pécie de exclusivo ou privilégio que negasse a um português o direito de trabalhar ou de servir
em qualquer fração do território, segundo as suas aptidões. O Governo tem o espírito aberto a
todas as modificações da estrutura administrativa, menos às que possam atingir a unidade da
Nação e o interesse geral.
Salazar, Discurso, 30 de março, 1956.
B.
As últimas considerações levam-me a encarar […] problemas de África. Literariamente a
África arde; arde mesmo nas […] fronteiras portuguesas. E porque arde a África? Não pensemos
que é […] pela fatalidade de um movimento histórico que arrasta as suas populações para a
rebeldia, a subversão, a forçada dispersão e independência; arde porque lhe deitam o fogo de
fora […]. Repetirei uma velha ideia, hoje, ao que parece, generalizada: a África é o comple-
mento da Europa, imprescindível à sua defesa, suporte necessário da sua economia. […] Nós
não pensamos em negar o relativo atraso de algumas regiões e a deficiência de alguns serviços.
É evidente faltarem estradas e pontes, faltarem hospitais, faltarem escolas, e faltarem até, se-
nhores, elementos de polícia e forças de defesa. Porque milagre então, de Timor a Cabo Verde,
há paz e todos podem notar o tranquilo viver das populações? Porque pode atravessar-se de lés
a lés Angola ou Moçambique, não se contando senão com a boa disposição do nativo, a sua
fraterna ajuda, no fundo o seu portuguesismo?
Salazar, Discurso, 23 de maio, 1959.
226
A.
A Assembleia Geral [...] convida os membros administrantes a examinar a conveniência de
adotar nos territórios não autónomos uma política de investimento que assegure o desenvolvi-
mento económico equilibrado e o progressivo aumento do rendimento per capita dos habitantes
desses territórios.
Resolução 1329 da ONU, 12 de dezembro, 1958.
B.
Reconhecendo que o desejo de independência é a aspiração certa dos povos que estão sub-
jugados à dominação colonial e que a negação do direito de autodeterminação desses povos
constitui uma ameaça ao bem-estar da humanidade e à paz internacional; conscientes das suas
responsabilidades mediante o artigo 14 da Carta; sabendo que o Governo de Portugal não trans-
mitiu informações sobre os territórios que estão sob a sua administração […] e não expressou
qualquer intenção de o fazer […] 1. Considera que os territórios sob administração portuguesa
[…] são territórios não autónomos […]. 2. Declara que há a obrigação, por parte de Portugal,
de transmitir informação […] sobre esses territórios sem mais demoras.
Resolução 1541 da ONU, 15 de dezembro, 1960.
MÓDULO 8
1. Identifique, com base no documento 4, três dos objetivos que orientaram a política de colonização e desen-
volvimento económico das colónias
2. Compare, com base nos documentos 2 e 3, os argumentos utilizados por Salazar e pela ONU quanto ao colo-
nialismo.
227
GRUPO IV
DA APARENTE ABERTURA DO REGIME DO ESTADO NOVO À “PRIMAVERA MARCELISTA”:
A LIBERALIZAÇÃO FRACASSADA (1958-1974)
Cartaz de propaganda eleitoral de Humberto Delgado. Manifestação durante a final da Taça de Portugal, jogo
"A cidade do Porto respondeu presente! Ao General que opunha a Académica ao Benfica. Estádio Nacio-
Humberto Delgado". nal, Jamor, Lisboa.
Encerra-se hoje a campanha eleitoral […], que decorreu de modo ordeiro. […] Os candidatos da
oposição que […] deliberaram ir às urnas comunicaram que o faziam “apesar das intimidações rece-
bidas”. […] O governo não intimidou ninguém. […] Do que o governo tem sido acusado […] é da
liberdade com que, em escritos e discursos, se propagandearam doutrinas subversivas, se fez a
apologia da greve e da ação direta, se atacou a posição de Portugal no Ultramar […]. Fala-se por
vezes em regressar ao regime dos partidos: estaremos nós dispostos a tolerar a intromissão na vida
política portuguesa de partidos filiados, dependentes e observantes de Internacionais, seja a se-
gunda ou seja a terceira, apresente-se ela colorida com o amarelo do socialismo ou o vermelho cor
de sangue do comunismo? […] Viu-se nesta campanha eleitoral que havia quem discutisse a polí-
tica ultramarina, empregando […] muitas das razões, dos argumentos e das soluções apresentados
no estrangeiro pelos adversários de Portugal. […] Temos de responder-lhes internamente, como o
fazemos nas assembleias internacionais. E precisamos de mostrar ao mundo que o governo, ao seguir
determinada política, tem o apoio do eleitorado. […] Assumi há um ano as minhas [responsabili-
dades]. Não fujo a elas. Agora cumpre ao eleitorado tomar as suas. Eu tenho a certeza de que ele
saberá escolher a causa da Pátria, a causa da Ordem, a causa do Ultramar português!
Comunicação de Marcello Caetano ao país, através da RTP, 24 de outubro, 1969.
228
Tenho seguido com a mais desvelada atenção todos os problemas ligados à luta em África.
Os comandantes-chefes queixam-se sempre da falta de recursos – em dinheiro, homens, mate-
rial. E não lhes posso negar razão. Mas nós atingimos o limite máximo do esforço financeiro ao
consagrar quase 45% das receitas às despesas militares e de segurança. O Ministério das Finan-
ças declara também, com razão, que é impossível ir mais longe.
1
Comandante-chefe das Forças Armadas em Moçambique de 1970 a 1973
1. Associe os elementos da coluna A, relacionados com a o processo eleitoral em Portugal no segundo pós-
‑guerra, às designações correspondentes, que se encontram na coluna B.
Coluna A Coluna B
a) F undado em outubro de 1945, reuniu diversas correntes de oposição ao Estado Novo. 1. Norton Matos
b) G
eneral apresentado como candidato pela União Nacional às eleições presidenciais de 2. Craveiro Lopes
1951 e que assumiu o cargo até 1958.
3. Quintão Meireles
c) Contra-almirante apoiado pela União Nacional que defrontou Humberto Delgado nas
eleições presidenciais de 1958. 4. MUD
eneral que se apresentou como candidato oposicionista às eleições presidenciais de 5. Arlindo Vicente
d) G
1949 e que por não ter garantias de um ato eleitoral isento retirou a sua candidatura. 6. Oposição democrática
MÓDULO 8
e) Designa as várias forças de oposição ao Estado Novo que congregou diferentes 7. Óscar Carmona
organizações e figuras políticas, responsável pela apresentação de candidatos às
eleições legislativas e presidenciais, a partir de 1945. 8. Américo Thomaz
Do sobressalto político de 1958 à "primavera marcelista": limitações do reformismo político e impacto da guerra
colonial na desagregação do Estado Novo (1958-1974).
A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três aspetos para cada um dos seguintes tópicos de
desenvolvimento:
– a radicalização das oposições a partir de 1958;
– reformismo político e continuidade durante a "primavera marcelista";
– contestação internacional e interna à política colonial do regime.
Deve integrar na resposta, para além dos seus conhecimentos, os dados disponíveis nos documentos 1 a 4.
229
GRUPO I
ESTAGNAÇÃO DO MUNDO RURAL E EMIGRAÇÃO
1. 20 PONTOS
230
2. 20 PONTOS
MÓDULO 8
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 6 7 8
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível superior.
N1 • Interpretação incipiente do documento, por referência ao solicitado 2 3 4
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
GRUPO II
AS OPÇÕES DO CRESCIMENTO ECONÓMICO PORTUGUÊS (DE 1950 A 1970)
1. 5 PONTOS
2. 20 PONTOS
231
3. 20 PONTOS
232
GRUPO III
A POLÍTICA COLONIAL APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL:
FOMENTO ECONÓMICO E MANUTENÇÃO DO COLONIALISMO
1. 20 PONTOS
MÓDULO 8
– recurso ao plano Marshall ou abertura ao capital estrangeiro;
– criação do Espaço Económico Português.
• Interpretação completa do documento, por referência ao solicitado
• Utilização adequada e sistemática da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 14 15 16
Apresentação de dois dos objetivos referidos no nível 5.
N3 • Interpretação incompleta do documento, por referência ao solicitado 10 11 12
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 6 7 8
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível superior.
N1 • Interpretação incipiente do documento, por referência ao solicitado 2 3 4
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
233
2. 30 PONTOS
GRUPO IV
DA APARENTE ABERTURA DO REGIME DO ESTADO NOVO À “PRIMAVERA MARCELISTA”:
A LIBERALIZAÇÃO FRACASSADA (1958-1974)
1. 10 PONTOS
2. 5 PONTOS
(D) – (C) – (B) – (E) – (A)
234
3. 50 PONTOS
MÓDULO 8
escritos e discursos oposicionistas, que veiculavam ideias contrárias ao regime;
– abertura da União Nacional, designada ANP (ou Ação Nacional Popular), a personalidades
independentes ou aos elementos da ala liberal;
– aprovação de uma nova legislação sindical que dispensava as direções sindicais eleitas de
homologação ministerial;
– reconhecimento de alguma liberdade de campanha à oposição ou abertura à existência
de movimentos oposicionistas: CDE (ou Comissão Democrática Eleitoral) e CEUD (ou Comissão
Eleitoral de Unidade Democrática) ou realização do II Congresso da Oposição Democrática, em
N7 Aveiro; 45 48 50
– utilização da televisão, de modo sistemático, como instrumento de divulgação das políticas
do regime;
– alargamento do direito ao sufrágio a todas as mulheres escolarizadas;
– adoção de algumas medidas no domínio da segurança social com reflexos no Orçamento do
Estado: reestruturação da previdência dos trabalhadores rurais ou criação do regime especial
para o pessoal do serviço doméstico ou criação da ADSE;
– reforma do ensino (ou reforma Veiga Simão), com o alargamento da escolaridade e
inovações ao nível da estrutura curricular e dos programas.
Oposição internacional e interna à política colonial do regime:
– continuidade da guerra colonial, com a reafirmação do princípio do
"ultramar português" (ou com o crescimento dos gastos militares, que duplicam entre 1968 e
1974) ou incapacidade de se encontrar uma solução política para o problema colonial;
– desrespeito por sucessivas resoluções das Nações Unidas que, condenando a política
colonial portuguesa, apelavam à descolonização;
– intensificação da condenação da política colonial por parte dos EUA e da URSS e dos
respetivos aliados (ou dos países escandinavos ou de países africanos, eles mesmos antigas
colónias ou do Movimento dos Não Alinhados);
– agudização das tensões com a Santa Sé, após a audiência concedida pelo Papa Paulo VI aos
dirigentes dos movimentos de libertação de colónias portuguesas de África;
– organização de manifestações de protesto contra a política colonial portuguesa durante a
visita de Caetano a Londres ou denúncia, em Inglaterra, de um massacre em Moçambique e
condenação do colonialismo português;
– reconhecimento, pela ONU, da independência da República da Guiné-Bissau, proclamada
unilateralmente;
– crescente distanciamento de setores ultraconservadores, face às medidas iniciais de
liberalização;
– divulgação de doutrinas subversivas ou crescimento da oposição ao regime como
consequência da frustração das expectativas criadas pela "primavera marcelista" ou realização
do III Congresso da Oposição Democrática, em Aveiro;
235
N6 Nível intercalar 38 41 43
Desenvolvimento do tema abordando, por referência ao nível 7:
– dois aspetos de cada um dos tópicos (2/2/2); ou
– três aspetos de um dos tópicos, dois aspetos de outro dos tópicos e um aspeto do outro
tópico (3/2/1); ou
– três aspetos de cada um de dois dos tópicos (3/3/0); ou
N5 31 34 36
– dois aspetos de cada um de dois dos tópicos e um aspeto do outro tópico (2/2/1); ou
– três aspetos de um dos tópicos e dois aspetos de outro dos tópicos (3/2/0); ou
– três aspetos de um dos tópicos e um aspeto de cada um dos outros tópicos (3/1/1).
• Integração, de forma oportuna, de três documentos
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 24 27 29
Desenvolvimento do tema, abordando, por referência ao nível 7:
– um aspeto de cada um dos tópicos (1/1/1); ou
– três aspetos de um dos tópicos (3/0/0); ou
– dois aspetos de um dos tópicos e um aspeto de outro dos tópicos (2/1/0); ou
N3 17 20 22
– um aspeto de cada um de dois dos tópicos (1/1/0); ou
– dois aspetos de um dos tópicos (2/0/0).
• Integração, de forma oportuna, de dois documentos
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 10 13 15
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível 7.
N1 • Incipiente integração de documentos, por referência ao solicitado 3 6 8
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
236
MÓDULO 8
Política económica
antimonopolista e 7. Avaliar o clima de instabilidade e
intervenção do Estado a tensão política e social nos dois Domínio da
nos domínios anos que se seguiram ao golpe de TOTAL = 200 pontos
terminologia
económico e 1974. específica da
financeiro. A opção 8. Reconhecer as experiências de disciplina
constitucional de exercício do poder popular.
1976.
9. Destacar a importância da lei da Correção da
A revisão reforma agrária. expressão escrita
constitucional de (ortografia e
1982 e o 10. Analisar as medidas económicas sintaxe)
funcionamento das implementadas em 1975.
instituições 11. Reconhecer a importância das
democráticas. medidas destinadas a melhorar o
nível de vida dos portugueses.
2.3. O significado
internacional da 12. Identificar na Constituição de
revolução portuguesa 1976 e na Revisão de 1982 a
evolução do projeto de sociedade
para Portugal emergente da
Revolução de Abril.
13. Explicitar a importância
internacional da Revolução de 25 de
Abril de 1974.
14. Valorizar o empenho cívico e
político, reconhecendo a
importância do oposicionismo da
sociedade civil na desagregação de
regimes autoritários.
237
GRUPO I
A ECLOSÃO DA REVOLUÇÃO
A verdade é que todos nos deixámos instalar nesta guerra, que a admitimos como inevitável
e imposta; que nos acobardámos sob a desculpa dos riscos que corre quem ousa pôr dúvidas à
sua justiça e à sua legitimidade; que somos todos cúmplices de uma conspiração de silêncio à
sua volta. Na verdade, procuramos fazer a nossa vida normal e considerar em paz a nossa cons-
ciência enquanto em África aldeias inteiras são arrasadas, populações dizimadas, prisioneiros
porventura torturados e assassinados; enquanto homens, mulheres e crianças ficam estropiados
física e moralmente para toda a vida; enquanto milhares de jovens continuam sem acesso a um
ensino adequado, populações inteiras sem assistência médica suficiente, multidões de operá-
rios sem possibilidades de trabalho na sua pátria.
Carta de um grupo de católicos enviada ao Cardeal Patriarca de Lisboa no ”Dia Internacional da Paz”,
1 de janeiro, 1969.
Haveremos de continuar em África. Sim! Mas não pela força das armas, nem pela sujeição
dos africanos, nem pela sustentação de mitos contra os quais o mundo se encarniça. […]
Temos plena consciência dos riscos que se correm na linha política preconizada, baseada na
abertura, na liberalização, na segurança cívica, na africanização, na autonomia dos territórios
ultramarinos e no respeito pelo direito dos povos a disporem de si mesmos, única via de solução
para os problemas nacionais; mas temos igualmente plena consciência dos riscos bem mais
graves que envolve a sua ignorância ou a sua negação.
António de Spínola, Portugal e o Futuro, 1974.
238
MÓDULO 8
abril de 1974, a dar conta da revolução ocorrida de mocrático (PPD) pode ler-se:
madrugada. O ABRIR EM PORTUGAL/25 DE ABRIL 1974.
1. Identifique, com base nos documentos 1 e 2, três das características da situação política no período final
do Estado Novo.
2. Refira, a partir do documento 4, em que consistiu a Revolução do 25 de Abril de 1974.
3. Selecione a opção correta para cada uma das seguintes afirmações:
1. A afirmação "As Forças Armadas tomaram o poder" refere-se…
a) ao golpe ocorrido na madrugada de 25 de abril de 1974 implementado pelo MFA, um movimento de
militares, sobretudo capitães, com reivindicações políticas.
b) ao golpe ocorrido na madrugada de 25 de abril de 1974 implementado pelo MFA, um movimento de
militares, sobretudo capitães, com revindicações de natureza corporativa.
c) ao golpe ocorrido na madrugada de 25 de abril de 1974 implementado pelo movimento de capitães,
constituído por altas patentes do exército, com reivindicações económicas.
d) ao golpe ocorrido na madrugada de 25 de abril de 1974 implementado pelo MCA, um movimento de
capitães, com reivindicações político-militares.
2. A defesa da ideia de que "Haveremos de continuar em África. Sim! Mas não pela força das armas […]" de
António de Spínola revela que…
a) na obra O Futuro de Portugal, publicada em 1974, a guerra colonial em curso tinha solução militar, desde
que houvesse um reforço de meios militares e humanos nas colónias.
b) na obra Portugal e o Futuro, publicada em 1974, a guerra colonial em curso não tinha solução militar,
podendo ser resolvida apenas pela via política.
c) na obra Portugal e o Futuro, publicada em 1975, a guerra colonial em curso não tinha solução militar,
podendo ser resolvida apenas pela via política.
d) na obra Portugal que Futuro?, publicada em 1974, a solução para o problema do ultramar consistia em
conciliar a via militar com a via negocial.
239
3. Para o sucesso de “O abrir em Portugal/25 de Abril 1974” foi determinante Otelo Saraiva de Carvalho,
que…
a) planeou o golpe do 25 de Abril de 1976, com a operação “Regime no Fim”, que devia tomar pontos
estratégicos de Lisboa e derrubar o Estado Novo.
b) planeou o golpe do 25 de Abril de 1974, com a operação “Fim-Regime”, que devia tomar pontos estra-
tégicos de Lisboa e derrubar o Estado Novo.
c) planeou o golpe do 25 de Abril de 1974, com a operação “Fim-Regime”, que devia tomar pontos estra-
tégicos de Lisboa e do Porto e derrubar o Estado Novo.
d) planeou o golpe do 25 de Abril de 1975, com a operação “Regime no Fim”, que devia tomar pontos
estratégicos de Lisboa e afastar Salazar do poder.
4. Para o sucesso revelado na afirmação "As Forças Armadas tomaram o poder" foi fundamental a ação de-
sempenhada por Salgueiro Maia, que era um…
a) capitão de abril que comandou a coluna da Escola Prática da Cavalaria de Torres Vedras e que no Quartel
da Pontinha conseguiu a rendição de Marcello Caetano.
b) capitão de abril que comandou a coluna da Escola Prática da Cavalaria de Santarém e que no Quartel do
Carmo conseguiu a rendição de Oliveira Salazar.
c) capitão de abril que comandou a coluna da Escola Prática da Cavalaria de Santarém e que no Quartel do
Carmo conseguiu a rendição de Marcello Caetano.
d) capitão de abril que comandou a coluna da Escola Prática da Cavalaria de Santarém e que no Quartel do
Carmo conseguiu a rendição do general Spínola.
240
GRUPO II
DO FIM DAS ESTRUTURAS DO ESTADO NOVO AO DESENCADEAR DE TENSÕES POLÍTICO-IDEOLÓGICAS NA
SOCIEDADE E NO INTERIOR DO MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO
MÓDULO 8
forma. […] 1. A extinção dos “tribunais especiais” […]. 6. O Governo Provisório lançará os
fundamentos de: a) uma nova política económica, posta ao serviço do Povo Português, em
particular das camadas da população até agora mais desfavorecidas […]. b) uma nova política
social que, em todos os domínios, terá […] como objetivo a defesa dos interesses das classes
trabalhadoras […]. 8. A política ultramarina do Governo Provisório […] orientar-se-á pelos
seguintes princípios: a) reconhecimento de que a solução nas guerras do ultramar é política, e
não militar […].
Programa do Movimento das Forças Armadas, 1974.
1. Identifique, a partir do documento 1, três das medidas destinadas a pôr fim às estruturas do Estado Novo.
LHA12DP_F16 241
Coluna A Coluna B
a) Corresponde ao período dos governos provisórios, associado ao nome do primeiro- 1. COPCON
‑ministro, e foi marcado pela radicalização da vida política nacional.
2. Reforma agrária
b) Período de radicalização revolucionária com vista a conduzir o país para o socialismo,
marcado pela assinatura do Pacto MFA/Partidos, que manteve o Conselho da 3. Gonçalvismo
Revolução como órgão de soberania depois das eleições para a Constituição. 4. Poder popular
c) Período de radicalização da vida política, entre junho e setembro de 1975, em que se 5. PREC
promoveu o controlo da economia por parte do Estado e dos trabalhadores e durante
o qual se pôs em causa o processo de democratização e a consagração das liberdades. 6. Verão quente
d) Criado depois do golpe do 11 de março de 1975, era composto exclusivamente por 7. 11 de Março de 1975
militares e tinha por objetivo institucionalizar o programa do MFA e constituir-se 8. Conselho da Revolução
como um centro de poder.
e) Comando Operacional do Continente, liderado por Otelo Saraiva de Carvalho, cujo
objetivo era cumprir os ideais da Revolução, que se afirmou como um órgão de poder
durante o processo de transição para a democracia.
GRUPO III
POLÍTICA ECONÓMICA ANTIMONOPOLISTA E INTERVENÇÃO DO ESTADO NOS DOMÍNIOS
ECONÓMICO E FINANCEIRO
242
DOC. 2 As nacionalizações
MÓDULO 8
1. Identifique a lei que permitiu concretizar os objetivos presentes no documento 1.
2. Explicite, com base nos documentos 1 e 2, três das características da política económica implementada entre
abril de 1974 e novembro de 1975.
243
GRUPO IV
A OPÇÃO CONSTITUCIONAL E O IMPACTO POLÍTICO DA REVOLUÇÃO DE ABRIL
DOC. 1 Discurso do Presidente da República, General Costa Gomes, na cerimónia de promulgação da Constituição de 1976
244
Sou o Chefe de Estado dum país que, depois de humilhado por meio século de ditadura,
soube iniciar na longa noite de 25 de abril uma revolução sem sangue que outros classificaram
de a mais pura do século. Estamos perfeitamente determinados a salvaguardar a pureza dos
principais objetivos revolucionários: – Devolver ao Povo Português a dignidade perdida, im-
plantando condições de vida mais justa, com instituições democráticas pluralistas legitimadas
na vontade do povo livremente expressa; – iniciar o processo irreversível e definitivo de desco-
lonização dos territórios sob administração portuguesa. Não mais admitiremos trocar a liber-
dade de consciência coletiva por sonhos grandiosos de imperialismo estéril. A nossa revolução,
iniciada com o 25 de Abril, apesar de embaraços e dificuldades, continua a demonstrar o alto
civismo do Povo de Portugal. […] Nestas condições, estou à vontade para afirmar solenemente
que o Governo Português tem intenção e capacidade para cumprir, na letra e no espírito, a Carta
das Nações Unidas e todos os compromissos internacionais, políticos, comerciais ou financeiros
a que se encontra vinculado.
Discurso do Presidente da República Portuguesa, Costa Gomes, na ONU, 19 de outubro, 1974.
MÓDULO 8
Refira três dos objetivos do MFA refletidos no Preâm-
1.
bulo da Constituição de 1976.
2. Desenvolva o seguinte tema:
A estabilização do regime constitucional a partir
de 1976: a promulgação da Constituição e o reco-
nhecimento internacional do Portugal democrá-
tico.
A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender,
três aspetos para cada um dos tópicos de desenvolvi-
mento:
– o caráter democrático e descentralizador da Consti-
tuição de 1976;
– o caráter socialista e mais revolucionário da Consti-
tuição de 1976;
– as repercussões internacionais da Revolução de Abril
de 1974.
Deve integrar na resposta, para além dos seus conhe-
cimentos, os dados disponíveis nos documentos 1 a 4.
245
GRUPO I
A ECLOSÃO DA REVOLUÇÃO
1. 20 PONTOS
246
2. 20 PONTOS
MÓDULO 8
N2 Nível intercalar 6 7 8
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível superior.
N1 • Interpretação incipiente do documento, por referência ao solicitado 2 3 4
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
3. 20 PONTOS
247
GRUPO II
DO FIM DAS ESTRUTURAS DO ESTADO NOVO AO DESENCADEAR DE TENSÕES POLÍTICO-IDEOLÓGICAS NA
SOCIEDADE E NO INTERIOR DO MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO
1. 20 PONTOS
2. 5 PONTOS
3. 10 PONTOS
(A) – (3); (B) – (5); (C) – (6); (D) – (8); (E) – (1)
248
GRUPO III
POLÍTICA ECONÓMICA ANTIMONOPOLISTA E INTERVENÇÃO DO ESTADO NOS DOMÍNIOS
ECONÓMICO E FINANCEIRO
1. 5 PONTOS
Lei da reforma agrária
2. 30 PONTOS
MÓDULO 8
– nacionalização das grandes empresas ligadas aos setores económicos mais importantes,
assumindo-se a via socialista para a economia;
– processo da reforma agrária, no centro e no sul do país, constituindo-se inúmeras unidades
coletivas de produção a partir das primeiras ocupações feitas pelos trabalhadores;
– consolidação da reforma agrária, com o seu enquadramento legal e com a expropriação das
grandes herdades;
– aprovação de legislação para proteção dos trabalhadores e dos grupos economicamente mais
desfavorecidos ou aprovação do salário mínimo, do aumento das pensões, do tabelamento de
preços e da legislação contra os despedimentos.
• Interpretação completa do documento, por referência ao solicitado
• Utilização adequada e sistemática da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 21 23 24
Apresentação de duas das características referidas no nível 5.
N3 • Interpretação incompleta do documento, por referência ao solicitado 15 17 18
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 9 11 12
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível superior.
N1 • Interpretação incipiente do documento, por referência ao solicitado 3 5 6
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
249
GRUPO IV
A OPÇÃO CONSTITUCIONAL E O IMPACTO POLÍTICO DA REVOLUÇÃO DE ABRIL
1. 20 PONTOS
250
2. 50 PONTOS
MÓDULO 8
– consolidação dos regimes democráticos na Europa do sul;
– aproximação aos países africanos contribuindo para abalar os regimes racistas ou de
apartheid na África do Sul ou na Rodésia;
– a revolução tem eco na imprensa estrangeira, que olha para o que se passa em Portugal;
– início de uma política externa baseada nos princípios da independência nacional e do
respeito pelo direito internacional.
• Integração, de forma oportuna e sistemática, dos quatro documentos
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N6 Nível intercalar 38 41 43
Desenvolvimento do tema abordando, por referência ao nível 7:
– dois aspetos de cada um dos tópicos (2/2/2); ou
– três aspetos de um dos tópicos, dois aspetos de outro dos tópicos e um aspeto do outro
tópico (3/2/1); ou
– três aspetos de cada um de dois dos tópicos (3/3/0); ou
N5 38 41 43
– dois aspetos de cada um de dois dos tópicos e um aspeto do outro tópico (2/2/1); ou
– três aspetos de um dos tópicos e dois aspetos de outro dos tópicos (3/2/0); ou
– três aspetos de um dos tópicos e um aspeto de cada um dos outros tópicos (3/1/1).
• Integração, de forma oportuna, de três documentos
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 24 27 29
Desenvolvimento do tema, abordando, por referência ao nível 7:
– um aspeto de cada um dos tópicos (1/1/1); ou
– três aspetos de um dos tópicos (3/0/0); ou
– dois aspetos de um dos tópicos e um aspeto de outro dos tópicos (2/1/0); ou
N3 17 20 22
– um aspeto de cada um de dois dos tópicos (1/1/0); ou
– dois aspetos de um dos tópicos (2/0/0).
• Integração, de forma oportuna, de dois documentos
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 10 13 15
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível 7.
N1 • Incipiente integração de documentos, por referência ao solicitado 3 6 8
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
251
MÓDULO 9
253
PLANO DE AULAS
Módulo 9 – ALTERAÇÕES GEOESTRATÉGICAS, TENSÕES POLÍTICAS E TRANSFORMAÇÕES SOCIOCULTURAIS NO MUNDO
ATUAL
UNIDADE 1 – O FIM DO SISTEMA INTERNACIONAL DA GUERRA FRIA E A PERSISTÊNCIA DA DICOTOMIA NORTE-SUL
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
– –
2 – –
– –
CONTEÚDOS
1. O fim do sistema internacional da Guerra Fria e a persistência da dicotomia Norte-Sul
1.1. O colapso do bloco soviético e a reorganização do mapa político da Europa de Leste. Os problemas de transição para
a economia de mercado (2 aulas)
254
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – A perestroika (pp. 8, 9).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – A CEI (p. 11).
interpretação de documentos (pp. 6, 8, 9, 11 e – A queda do muro de Berlim (p. 11).
13); – A transição para a economia de mercado (p. 13).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida
na leitura e análise de textos e documentos; Organizar ideias
– Orientar a organização e o registo de dados e – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
informações recolhidas; unidade (p. 14).
– Analisar os gráficos referentes à inflação e ao Controlo de Aprendizagem (p. 15)
PIB nas economias ex–socialistas (p. 13); – Incide sobre a perestroika.
– Observar o mapa referente à CEI (p. 11);
– Explorar a cronologia referente ao fim do sistema Dossiê de Apoio ao Professor
internacional da Guerra Fria (pp. 4, 5); – Texto historiográfico sobre a perestroika.
– Observar as imagens referentes a factos e – Teste de avaliação sumativa, com questões de tipologia de exame,
MÓDULO 9
personalidades que marcaram o colapso do bloco matriz de objetivos e respetivos critérios de correção.
soviético (pp. 7, 8, 9, 10, 12); e–Manual
– Realizar as atividades de aplicação de – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
conhecimentos e de desenvolvimento de
competências (pp. 6, 8, 9, 11, 13);
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem
(p. 15).
255
PLANO DE AULAS
Módulo 9 – ALTERAÇÕES GEOESTRATÉGICAS, TENSÕES POLÍTICAS E TRANSFORMAÇÕES SOCIOCULTURAIS NO MUNDO
ATUAL
UNIDADE 1 – O FIM DO SISTEMA INTERNACIONAL DA GUERRA FRIA E A PERSISTÊNCIA DA DICOTOMIA NORTE-SUL
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
Aula n.º 3 – –
6 Aula n.º 4 – –
Aula n.º 5 – –
Aula n.º 6
CONTEÚDOS
1. O fim do sistema internacional da Guerra Fria e a persistência da dicotomia Norte-Sul
1.2. Os polos de desenvolvimento económico
1.2.1. Hegemonia dos EUA: supremacia militar, prosperidade económica, dinamismo científico e tecnológico
(2 aulas)
1.2.2. Consolidação da Comunidade Europeia. Integração das novas democracias da Europa do sul. A UE e as
dificuldades na constituição de uma Europa política (2 aulas)
1.2.3. Afirmação do Espaço económico da Ásia-Pacífico. A questão de Timor (1 aula)
1.2.4. Modernização e abertura da China à economia de mercado. A integração de Hong Kong e de Macau (1 aula)
256
5.ª AULA
– Quais os novos polos económicos que se afirmaram na região Ásia–Pacífico?
– Quais os fatores que contribuíram para o desenvolvimento económico dos
Dragões Asiáticos?
– Qual a importância da ASEAN?
– Qual a importância da APEC?
– Quando é que Timor–Leste foi invadido pela Indonésia?
– Quais as ideias defendidas por cada uma das fações políticas timorenses?
– Quem liderou a resistência à ocupação?
– Quem apoiou a luta contra a ocupação?
– Qual a importância da data de 1999?
– Quando nasceu a República Popular de Timor–Leste?
– Quais os desafios com que Timor–Leste se debate?
6.ª AULA
– Qual a ação desenvolvida por Deng Xiaoping quando assumiu o poder?
– Quais as características do modelo económico de desenvolvimento chinês?
– Quais as transformações que o plano agrário permitiu?
– Quais as características do sistema de “porta aberta”?
– Quando foi incluída a ideia da “economia socialista de mercado” na
Constituição?
– Quais as consequências económicas e sociais da política de Deng Xiaoping?
– Quais as características de Hong Kong?
– Qual o significado da integração de Hong Kong na China?
– Qual o significado da integração de Macau na China?
MÓDULO 9
mundo contemporâneo. explícita.
• Analisar textos historiográficos
Metas de aprendizagem/aprendizagens estruturantes** identificando a opinião do autor.
**Caracterizar os polos de desenvolvimento económico uniformizados pela • Situar cronológica e espacialmente
economia de mercado e diferenciados pelas áreas culturais de pertença. acontecimentos e processos relevantes
relacionando-os com os contextos em
**Analisar as dinâmicas de transformação da Europa, identificando a sua que ocorreram.
importância no sistema mundial e perspetivando nesse processo a situação • Identificar a multiplicidade de fatores
de Portugal. e a relevância da ação de indivíduos
ou grupos relativamente a fenómenos
históricos circunscritos no tempo e no
espaço.
• Elaborar e comunicar, com correção
linguística e de forma criativa, sínteses
de assuntos estudados: estabelecendo os
seus traços definidores; utilizando, de
forma adequada, terminologia
específica.
• Disponibilizar-se para ampliação e
aprofundamento da sua formação.
LHA12DP_F17 257
258
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – A supremacia militar americana (p. 18).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – A supremacia económica dos EUA (pp. 19, 21).
interpretação de documentos (pp. 18, 19, 21, – O dinamismo científico e tecnológico (p. 23).
23, 25, 27, 29, 32, 33, 34, 36, 37, 38, 40, 43, – O Ato Único Europeu (p. 25).
44, 45, 47); – O Tratado da União Europeia (p. 27).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – O alargamento europeu (pp. 29, 30).
na leitura e análise de textos e documentos; – O Tratado de Lisboa (p. 32).
– Orientar a organização e o registo de dados e – Os cidadãos e a UE (pp. 33, 34).
informações recolhidas; – A Ásia–Pacífico (p. 36).
– Observar e explorar o organograma referente ao – O exemplo de Singapura (p. 36).
triângulo institucional na UE (p. 26); – A ASEAN (p. 37).
– Analisar a tabela sobre a evolução das – Os mercados internacionais (p. 38).
exportações asiáticas (p. 36); – O massacre de Santa Cruz (p. 40).
– Analisar os gráficos referentes à cidadania – A resolução da ONU sobre Timor–Leste (p. 41).
europeia e à integração europeia, ao crescimento – O crescimento de Timor–Leste e os novos desafios (p. 41).
económico da Ásia–Pacífico, ao crescimento – A abertura da China ao exterior (p. 43).
económico de Timor, ao crescimento económico – A China de Deng Xiaoping (p. 44).
da China (pp. 18, 21, 23, 34, 36, 38, 41, 45); – A geografia do desenvolvimento económico chinês (p. 43).
– Observar os mapas referentes à construção da – O crescimento económico chinês (p. 45).
Europa, à Ásia–Pacífico, à ASEAN, à APEC, a – O significado político da integração de Hong Kong na China
Timor–Leste, a Macau e a Hong Kong (pp. 18, (p. 47).
19, 21, 22, 23, 25, 30, 36, 37, 38, 39, 43, 46); – A passagem de Macau para a soberania chinesa (p. 47).
– Explorar a cronologia referente à construção da
Europa e à afirmação da Ásia Pacífico (pp. 4, 5); Organizar ideias
– Observar as imagens referentes a factos e – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
personalidades que marcaram o desenvolvimento unidade (pp. 48, 49, 50).
de novos polos económicos (pp. 16, 17, 19, 20, Controlo de Aprendizagem (pp. 51, 52)
22, 24, 31, 35, 39, 40, 42, 43, 44, 46); – Incide sobre a Europa e a Ásia-Pacífico.
– Realizar as atividades de aplicação de
conhecimentos e de desenvolvimento de Dossiê de Apoio ao Professor
competências (pp. 18, 19, 20, 23, 25, 27, 29, – Gráficos e mapas referentes à supremacia americana.
32, 33, 34, 36, 37, 38, 40, 41, 43, 44, 45, 47); – Mapas e gráficos referentes aos desafios da Europa.
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem – Jorge Sampaio e o Tratado Constitucional.
(pp. 51, 52)
– Gráficos sobre afirmação económica da região da Ásia–Pacífico.
– Gráficos sobre a afirmação da China.
– Teste de avaliação sumativa, com questões de tipologia de exame,
MÓDULO 9
matriz de objetivos e respetivos critérios de correção.
Caderno de Atividades
– Ficha 16
e–Manual
– Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
259
PLANO DE AULAS
Módulo 9 – ALTERAÇÕES GEOESTRATÉGICAS, TENSÕES POLÍTICAS E TRANSFORMAÇÕES SOCIOCULTURAIS NO MUNDO
ATUAL
UNIDADE 1 – O FIM DO SISTEMA INTERNACIONAL DA GUERRA FRIA E A PERSISTÊNCIA DA DICOTOMIA NORTE-SUL
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
Aula n.º 3 – –
3 – –
– –
CONTEÚDOS
1. O fim do sistema internacional da Guerra Fria e a persistência da dicotomia Norte-Sul
1.3. Permanência de focos de tensão em regiões periféricas
1.3.1. Degradação das condições de existência na África subsariana; etnias e Estados (1 aula)
1.3.2. Descolagem contida e endividamento externo na América Latina. Ditaduras e movimentos de guerrilha. A expansão
de democracias (1 aula)
1.3.3. Nacionalismo e confrontos políticos e religiosos no Médio Oriente e nos Balcãs (1 aula)
260
MÓDULO 9
– Explicar a evolução política da América Latina.
– Salientar a importância da revolução cubana para a América Latina.
– Identificar os apoiantes dos regimes ditatoriais na América Latina.
– Explicar as consequências do fim da Guerra Fria na América Latina.
– Analisar as características da evolução política e económica da América
Latina nos últimos anos do século XX.
3.ª AULA
– Identificar as características do Médio Oriente.
– Explicar os fatores que contribuem para a tensão no Médio Oriente.
– Definir sionismo.
– Referir a consequência do sionismo.
– Explicar o significado da Guerra dos Seis Dias.
– Enunciar as consequências da Guerra dos Seis Dias.
– Referir a importância dos Acordos de Oslo.
– Explicar o papel desempenhado pelo Líbano no contexto da guerra israelo–
‑árabe.
– Identificar as razões que fazem do Irão um foco de tensão no Médio
Oriente.
– Identificar os fatores que fazem do Iraque um foco de tensão no Médio
Oriente.
– Identificar as minorias étnicas que se confrontam nos Balcãs.
– Analisar a crise na Jugoslávia.
– Referir a importância dos Acordos de Dayton.
– Apresentar as características do conflito no Kosovo.
– Destacar o significado da presença de forças militares internacionais nos
Balcãs.
261
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – Indicadores socioeconómicos em África (pp. 55, 57, 58).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – Indicadores políticos em África (p. 56).
interpretação de documentos (pp. 55, 57, 58, – O genocídio do Ruanda (p. 57).
60, 62, 65, 68, 70, 71, 73); – Indicadores macroeconómicos na América Latina (pp. 60, 62).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – A situação política na América Latina (p. 65).
na leitura e análise de textos e documentos; – As guerrilhas na América Latina (p. 65).
– Orientar a organização e o registo de dados e – Roteiro para a paz no Médio Oriente (p. 68).
informações recolhidas; – Os regimes políticos no mundo árabe (p. 70).
– Observar e explorar as tabelas referentes ao – As minorias étnicas nos Balcãs (p. 71).
crescimento em África, aos indicadores – A situação nos Balcãs (p. 73).
macroeconómicos na América Latina (pp. 58, 60,
71); Organizar ideias
– Analisar os gráficos referentes à taxa de – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
desemprego (p. 55, 57, 60); unidade (p. 74).
– Observar os mapas referentes ao crescimento Controlo de Aprendizagem (pp. 75)
demográfico em África, à pobreza nos países em – Incide sobre o papel da ONU nos conflitos periféricos.
desenvolvimento, às populações deslocadas, aos
índices de democracia em África, ao despertar do Dossiê de Apoio ao Professor
continente africano, à situação económica da – Texto historiográfico sobre os conflitos étnicos em África.
América Latina, ao MERCOSUL, às guerrilhas na – Texto historiográfico sobre a situação da América Latina.
América Latina, aos acordos de Oslo, aos regimes e–Manual
políticos no mundo árabe, aos Balcãs e aos – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
acordos de Dayton (pp. 54, 55, 56, 57, 58, 60,
61, 62, 65, 68, 70, 71, 73);
– Explorar a cronologia referente às regiões
periféricas e à evolução política na América do
Sul (pp. 4, 5, 64);
– Observar as imagens referentes a factos e
personalidades que marcaram os problemas em
regiões periféricas (pp. 53, 54, 59, 60, 64, 66,
67, 69, 70, 72);
– Realizar as atividades de aplicação de
conhecimentos e de desenvolvimento (pp. 55,
57, 58, 60, 62, 65, 68, 69, 70, 71, 73);
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem
(p. 75).
262
PLANO DE AULAS
Módulo 9 – ALTERAÇÕES GEOESTRATÉGICAS, TENSÕES POLÍTICAS E TRANSFORMAÇÕES SOCIOCULTURAIS NO MUNDO
ATUAL
UNIDADE 2 – A VIRAGEM PARA OUTRA ERA
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
Aula n.º 3 – –
3 – –
– –
CONTEÚDOS
2. A viragem para outra era
2.1. Mutações sociopolíticas e novo modelo económico
2.1.1. O debate do Estado Nação. A explosão das realidades étnicas. As questões transnacionais. Migrações,
segurança, ambiente (1 aulas)
2.1.2. Afirmação do neoliberalismo e globalização da economia. Rarefação da classe operária. Declínio da
militância política e do sindicalismo (2 aulas)
QUESTÕES ORIENTADORAS CONCEITOS/VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
1.ª AULA Interculturalidade
– Quais os fatores que põem em causa o papel do Estado-Nação? Ambientalismo
– Qual o papel do Estado-Nação no mundo atual? Globalização
– Quais os conflitos étnicos que surgiram na Europa? Neoliberalismo
– Quais os conflitos étnicos que surgiram no Médio Oriente?
– Quais os conflitos étnicos que surgiram na África? *Conceitos estruturantes
– Quais os conflitos étnicos que surgiram na Ásia?
– O que se entende por refugiado? VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
– Quais os problemas considerados transnacionais? Estado-Nação
– Quais os fatores que contribuíram para o aumento das migrações? Organizações Não Governamentais
– Quais os problemas causados pelas migrações nos países de acolhimento? Refugiados
– Quais os problemas causados no domínio do armamento depois do fim da Migrações
Guerra Fria? Segurança
– Quais os fatores que justificam a escalada do terrorismo? Terrorismo
– Quais os problemas que têm contribuído para o despertar da consciência Efeito de estufa
ecológica? Protocolo de Quioto
– Quais os problemas ambientais que se fazem sentir? Estagflação
– Quais as medidas tomadas com vista a procurar soluções para os problemas Partido Conservador
ambientais? Estado-mínimo
Desregulamentação
2.ª AULA OMC
MÓDULO 9
– Quais as medidas implementadas pelos Estados com vista a solucionar os Tecnologias de informação e comunicação
problemas decorrentes da crise dos anos 70? Multinacionais
– Qual a solução encontrada na Grã-Bretanha e nos EUA? Fórum Social Mundial
– Quais as medidas implementadas na Grã-Bretanha? Alterglobalização
– Quais as medidas implementadas nos EUA? Desindustrialização
– Quais as medidas que caracterizam o neoliberalismo?
– Porque é que o neoliberalismo favoreceu a globalização?
– Quais os mecanismos da globalização?
– De que forma a liberalização das trocas acelerou a globalização?
– De que forma a liberalização dos capitais funciona como um mecanismo da
globalização?
3.ª AULA
– O que são multinacionais?
– De que forma as empresas transnacionais contribuem para a globalização?
– Quais as vantagens da globalização?
– Quais as desvantagens da globalização?
– Quais os fatores que contribuíram para a desindustrialização?
– Quais as causas do afastamento dos cidadãos relativamente à política?
– Quais as causas do declínio do sindicalismo?
263
264
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – O Estado-Nação e os novos desafios do mundo atual (p. 79).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – As organizações intergovernamentais (p. 81).
interpretação de documentos (pp. 79, 81, 83, – A ideia de soberania no mundo atual (p. 81).
84, 86, 88, 89, 91, 93, 95, 97, 103, 105, 107, – A explosão de conflitos étnicos e os refugiados (pp. 83, 84, 86)
108, 109, 111, 113, 114, 116, 117); – As questões transnacionais (p. 88).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – Os fluxos migratórios (pp. 88, 89).
na leitura e análise de textos e documentos; – A proliferação de armas e do crime organizado (p. 91).
– Orientar a organização e o registo de dados e – O terrorismo (p. 93).
informações recolhidas; – Os problemas ambientais (p. 95).
– Analisar os gráficos referentes aos países de – A preservação do meio ambiente (p. 97).
origem dos refugiados, ao terrorismo, aos – A inflação e o desemprego (p. 103).
problemas ambientais, à inflação e ao – O neoliberalismo (p. 105).
desemprego (pp. 86, 93, 95, 103); – O comércio internacional (pp. 107, 108).
– Observar os mapas referentes ao mundo atual, às – A liberalização dos capitais (p. 109).
organizações intergovernamentais, à – As multinacionais (p. 111).
instabilidade no mundo, aos conflitos no Médio – A globalização (p. 113).
Oriente, aos fluxos migratórios, à proliferação de – A desindustrialização (p. 114).
armas nucleares, aos fluxos do crime organizado, – O declínio da militância política (p. 116).
ao índice de terrorismo no mundo, aos – O declínio do sindicalismo (p. 117).
problemas ambientais no mundo, à necessidade
de preservar o ambiente, ao comércio Organizar ideias
internacional, às adesões à OMC, à ação das – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
multinacionais (pp. 76, 81, 83, 84, 88, 91, 93, unidade (pp. 98, 99, 118, 119).
95, 107, 108, 111); Controlo de Aprendizagem (pp. 100, 101, 120)
– Explorar a cronologia referente aos problemas no – Incide sobre questões transnacionais, o neoliberalismo e a
mundo atual (pp. 76, 77); globalização.
– Observar as imagens referentes a factos e
personalidades que marcaram o mundo atual Dossiê de Apoio ao Professor
(pp. 78, 85, 87, 90, 92, 96, 102, 104, 106, 110, – Relatório da UNESCO sobre as migrações.
112, 115); – A segurança no mundo atual vista por Kofi Annan.
– Realizar as atividades de aplicação de – Friedman e o neoliberalismo.
conhecimentos e de desenvolvimento de – Mapas sobre a globalização da economia.
competências (pp. 79, 81, 83, 84, 86, 88, 89, – Cartoon sobre a OMC.
91, 93, 95, 97, 103, 105, 107, 108, 109, 111, – Cartoon sobre a desindustrialização.
113, 114, 116, 117). – Teste de avaliação sumativa, com questões de tipologia de exame,
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem matriz de objetivos e respetivos critérios de correção.
(pp. 100, 101, 120). Caderno de Atividades
MÓDULO 9
– Ficha 17
e–Manual
– Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
265
PLANO DE AULAS
Módulo 9 – ALTERAÇÕES GEOESTRATÉGICAS, TENSÕES POLÍTICAS E TRANSFORMAÇÕES SOCIOCULTURAIS NO MUNDO
ATUAL
UNIDADE 2 – A VIRAGEM PARA OUTRA ERA
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
– –
2 – –
– –
CONTEÚDOS
2. A viragem para outra era
2.2. Dimensões da ciência e da cultura no contexto da globalização
2.2.1. Primado da ciência e da inovação tecnológica. Revolução da informação. Ciência e desafios éticos. Declínio das
vanguardas e pós-modernismo (1 aula)
2.2.2. Dinamismos socioculturais: revivescência do fervor religioso e perda de autoridade das Igrejas. Individualismo
moral e novas formas de associativismo. Hegemonia da cultura urbana (1 aula)
QUESTÕES ORIENTADORAS CONCEITOS/VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
1.ª AULA Biotecnologia
– Quais as vantagens da era digital? Pós-modernismo
– Qual a importância da World Wide Web?
– Qual o significado de “sociedade em rede”? *Conceitos estruturantes
– Qual a importância da biotecnologia?
– Qual a importância da clonagem da ovelha Dolly? VOCABULÁRIO ESPECÍFICO
– Quais os desafios que se colocam perante a manipulação genética? Tecnologias de informação e comunicação
– Quais as características da arte no terceiro quartel do século XX? World Wide Web
– Quais as características do neoexpressionismo? Sociedade em rede
– Quais os artistas que se destacaram como neoexpressionistas? Genoma humano
– Qual a principal característica da transvanguarda? Clonagem
Neoexpressionismo
2.ª AULA Transvanguarda
– Qual a importância da afirmação do grafíti como expressão da arte urbana? Grafíti
– Quais os fatores que revelam o afastamento face à Igreja? ONG
– Quais os fatores que revelam a revivescência do fervor religioso? Cultura urbana
– Qual a importância da afirmação de uma moral individual?
– Quais os fatores que revelam o empenhamento das sociedades no terceiro
quartel do século XX?
– Quais as características da cultura urbana?
266
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – Os utilizadores da internet no mundo (p. 122).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – A “sociedade em rede” (p. 123)
interpretação de documentos (pp. 122, 123, – Os transgénicos (p. 125).
125, 128, 130, 131, 132, 135); – A genética e a ética (p. 126).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – O neoexpressionismo (p. 128).
na leitura e análise de textos e documentos; – O grafíti (p. 130).
– Orientar a organização e o registo de dados e – A prática do catolicismo nas sociedades contemporâneas (p. 131).
informações recolhidas; – As religiões no mundo atual (p. 132).
– Analisar os gráficos referentes às práticas – O papel das ONG (p. 135).
católicas nas sociedades atuais e aos maiores – A cultura urbana (p. 135).
grupos religiosos em 2010 (pp. 131, 132)
– Observar os mapas referentes aos utilizadores de Organizar ideias
internet no mundo e aos produtos geneticamente – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
modificados (pp. 122, 125); unidade (p. 136).
MÓDULO 9
– Observar as imagens referentes a factos e Controlo de Aprendizagem (p. 137)
personalidades que marcaram a inovação – Incide sobre a ciência e a cultura no contexto da globalização.
tecnológica e a cultura no mundo atual
(pp. 121, 122, 123, 124, 127, 129, 133, 134); e–Manual
– Realizar as atividades de aplicação de – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
conhecimentos e de desenvolvimento de
competências (pp. 122, 123, 125, 126, 128,
130, 131, 132, 135);
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem
(p. 137).
267
PLANO DE AULAS
Módulo 9 – ALTERAÇÕES GEOESTRATÉGICAS, TENSÕES POLÍTICAS E TRANSFORMAÇÕES SOCIOCULTURAIS NO MUNDO
ATUAL
UNIDADE 3 – PORTUGAL NO NOVO QUADRO INTERNACIONAL
Número de aulas Aula n.º 1 Turmas Data(s)
previstas Aula n.º 2 – –
Aula n.º 3 – –
3 – –
– –
CONTEÚDOS
3. Portugal no novo quadro internacional
3.1. A integração europeia e as suas implicações. As relações com os países lusófonos e com a área ibero-
‑americana (3 aulas)
268
ESTRATÉGIAS/RECURSOS
ESTRATÉGIAS RECURSOS
Diálogo professor/alunos a fim de: Atividades de aplicação de conhecimentos e desenvolvimento de
– Promover a leitura e análise de documentos competências (assunto e página do manual):
diversos; – A adesão de Portugal à CEE (p. 141).
– Orientar a elaboração de atividades de análise e – O significado da adesão de Portugal à CEE (p. 145)
interpretação de documentos (pp. 141, 143, – As consequências económicas da adesão de Portugal à CEE (pp.
144, 146, 148, 151, 153, 154, 155); 143, 144, 146, 148).
– Solicitar a apresentação da informação recolhida – O significado cultural da adesão de Portugal à CEE (p. 151).
na leitura e análise de textos e documentos; – A cooperação portuguesa (p. 153).
MÓDULO 9
– Orientar a organização e o registo de dados e – A CPLP (p. 154).
informações recolhidas; – A CIA (p. 155).
– Observar e explorar as tabelas referentes ao
crescimento de Portugal (p. 144); Organizar ideias
– Analisar os gráficos referentes às consequências – Síntese dos principais conteúdos desenvolvidos ao longo da
económicas e socioculturais da adesão de unidade (pp. 156, 157).
Portugal à CEE (pp. 143, 144, 146, 151); Controlo de Aprendizagem (pp. 158, 159)
– Observar os mapas referentes à integração de – Incide sobre Portugal, a UE e o mundo lusófono.
Portugal na CEE, aos países da CPLP e à
comunidade ibero–americana (pp. 138, 145, Dossiê de Apoio ao Professor
154, 155); – Discurso de Mário Soares sobre a integração europeia vinte anos
– Explorar a cronologia referente à integração de depois.
Portugal na CEE (pp. 138, 139); – A CPLP.
– Observar as imagens referentes a factos e – A importância da área ibero–americana.
personalidades que marcaram a adesão de – Teste de avaliação sumativa, com questões de tipologia de exame,
Portugal à CEE (pp. 140, 141, 142, 145, 147, matriz de objetivos e respetivos critérios de correção.
149, 150, 152, 155); Caderno de Atividades
– Realizar as atividades de aplicação de – Ficha 18
conhecimentos e de desenvolvimento de
competências (pp. 141, 143, 144, 146, 148, e–Manual
151, 153, 154, 155); – Utilização de recursos disponíveis (apresentações multimédia).
– Realizar a atividade de controlo de aprendizagem
(pp. 158, 159).
269
DOCUMENTOS
1. O FIM DO SISTEMA INTERNACIONAL DA GUERRA FRIA E A PERSISTÊNCIA DA DICOTOMIA
NORTE-SUL
DOC. 1 A PERESTROIKA
A posição soviética no início da década de 1980 […] era muito diferente da que seria dez anos
depois. A URSS enfrentava um impasse militar com grandes custos no Afeganistão. Os satélites da
Europa de Leste, em vez de lhe trazerem vantagens económicas, saiam-lhe caros, requeriam a manu-
tenção de guarnições dispendiosas no terreno e pesavam, por isso, nos seus orçamentos de defesa.
Tal era o cenário quando, em novembro de 1982, morreu Leonid Brejnev […]. Finalmente, ascendeu
ao cargo de secretário-geral, em 1985, o membro mais novo do Politburo. […]
O KGB, presume-se que não se terá oposto à sua escolha, e os seus primeiros atos e discursos
foram suficientemente ortodoxos, embora fosse manifesto que ele se via, segundo os parâmetros
comunistas, como um reformador. Rapidamente, porém, Gorbachev começou a articular um novo tom
político. No ano anterior, tinha causado na primeira-ministra britânica a impressão de ser "um
homem com quem eu era capaz de tratar de negócios". Dizia "nós, os Europeus" e falava da cultura
e da "pátria comum" que partilhávamos […]. O termo "comunismo" foi sendo cada vez menos ou-
vido nos seus discursos, que reinterpretaram o "socialismo" de modo a excluir o igualitarismo […].
À falta de melhor expressão, o seu objetivo era uma "liberalização económica e política", paráfrase
ocidental pouco adequada para dois vocábulos russos que empregava com frequência: glasnost
("transparência") e perestroika ("reestruturação"). Contra o ceticismo com que foi recebido no Oci-
dente […], este novo rumo acabaria por ter consequências drásticas e profundas […].
J. M. Roberts, História do Século XX, Vol. II, Editorial Presença, Lisboa, 2007, pp. 272-273.
270
Proposta de resolução
Proposta de resolução
Explicitação clara de três consequências da perestroika para as democracias populares, de entre as
seguintes:
• aumento da contestação ao poder soviético;
• realização de eleições parcialmente livres;
• subida ao poder de líderes não comunistas;
• supressão do apoio económico por parte da URSS;
• fim do comunismo.
271
No rescaldo da Guerra Fria, tornou-se consenso na América que estava feita a parte principal do
trabalho de conversão. Um mundo pacífico desdobrava-se agora perante os seus olhos, e assim per-
maneceria desde que as democracias se dessem ao trabalho de apoiar a vaga final de transformações
democráticas nos países ainda sob jugo totalitário. […]
Nesse espírito, Bush derrotou a agressão iraquiana contra o Koweit na primeira Guerra do Golfo,
mediante a formação de uma aliança de vontades no seio da ONU, que foi a primeira intervenção
conjunta de grandes potências desde a Guerra da Coreia. […]
Durante um breve período, o consenso global em torno da derrota sob a liderança americana
infligida a Saddam Hussein após a invasão do Koweit em 1991 pareceu consagrar a fé perene dos
Estados Unidos numa nova ordem internacional alicerçada em normas comuns. Em novembro de
1990, em Praga, Bush invocou uma "comunidade de liberdade" que perfilhava o primado da lei; a
participação nessa "comunidade moral unida na sua dedicação a ideias de liberdade" estaria aberta
a todos e poderia, um dia, tornar-se universal. Assim, "a grande e crescente força da comunidade da
liberdade" acabaria por "forjar para todas as nações uma nova ordem mundial bem mais estável e
segura do que qualquer outra que tenhamos conhecido". Os Estados Unidos e os seus aliados passa-
riam "da contenção para uma política de empenhamento ativo". […]
Em 1993, em discurso perante a Assembleia-Geral das Nações Unidas, Clinton expressava o otimismo da
época ao classificar a sua conceção de política externa não como de contenção, mas como de "alarga-
mento". "O nosso objetivo primordial", anunciou, "terá de ser o de expandir e fortalecer a comunidade in-
ternacional de democracias com economia de mercado". Desse ponto de vista, e sendo universais os valores
de liberdade política e económica, o seu alargamento, "da Polónia à Eritreia, da Guatemala à Coreia do Sul",
não dependeria da força. […] Clinton comprometia-se com uma política externa americana apontada para
"um mundo de democracias prósperas cooperando entre si e vivendo em paz".
Henry Kissinger, A Ordem Mundial – Reflexões sobre o Caráter das Nações e o Curso da História,
Publicações D. Quixote, 2014, Lisboa, pp. 362-363.
Explicite em que consistiu a "nova ordem mundial" definida pelos EUA no mundo pós-Guerra Fria.
Proposta de resolução
Explicitação clara da "nova ordem mundial" definida pelos EUA no mundo pós-Guerra Fria, com
referência a três de entre as seguintes evidências:
• o mundo do pós-Guerra Fria estava pacificado e a viver alterações nos países sob o jugo totalitário;
• o mundo coligado, com o consentimento da ONU, contra a invasão do Koweit;
• a nova ordem mundial alicerça-se sobre princípios comuns ou baseada na liberdade ou na lei ou na
segurança internacional;
• os EUA desempenham o papel de liderança na nova ordem mundial;
• os EUA, a partir da presidência de Bill Clinton, procuram expandir a democracia, os valores ocidentais
e fortalecer a economia de mercado;
• defesa da difusão dos valores da "liberdade política e económica", não pela força, mas por intermédio
da cooperação;
• a política externa americana procura a "prosperidade, a cooperação e a paz nas democracias".
272
1,5
1,0
0,5
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
2000
1600
1422
1200
1110
800
679
592 546
400 445
0
EU - 25 EUA China Canadá Japão Hong Coreia México
Kong do Sul
MÓDULO 9
Europa
100 000
Iraque Coreia
132 000 do Sul
Bósnia- 32 000
-Herzegovina
200
Japão
35 300
Kosovo Afeganistão
1500 22 000
Egito Filipinas
800 95
Djibouti
3000
0 2400 km
LHA12DP_F18 273
E xplicite, a partir do documento 4 (A, B e C), três fatores reveladores da hegemonia americana no mundo
atual.
Proposta de resolução
Explicitação clara de três fatores reveladores da hegemonia americana no mundo atual, de entre os
seguintes:
• a firmação como única superpotência mundial no mundo pós-Guerra Fria, após a desagregação da URSS
e do Bloco de Leste;
• reforço do papel da NATO e dos EUA após o alargamento aos países de leste;
• s upremacia militar expressa na presença militar norte-americana no mundo ou em intervenções milita-
res unilaterais ou sob mandato de organizações internacionais;
• p reponderância no comércio internacional e participação nos mercados regionais, integrados na econo-
mia globalizada;
• c rescimento significativo do PIB;
• p rosperidade económica e mundialização das marcas norte-americanas ou domínio das multinacionais
americanas;
• d inamismo de novas indústrias de ponta ou desenvolvimento científico e tecnológico;
• influência americana na ONU;
• intervenção em instituições que promovem o liberalismo económico no mundo.
274
Islândia
Cortina de Ferro
Novas fronteiras
nascidas da
independência de
alguns Estados
Noruega Finlândia
Estados-membros Suécia 1995
da União Europeia 1995 Estónia
Estados que recusaram 2004
ic o
Rússia
aderir à UE Mar do Letónia
ált
Norte 2004
Estados candidatos Irlanda Dinamarca
rB
Reino
1973 a
MRússia Lituânia
à UE (2004) 1973 Países Unido 2004
Estados neutros Baixos 1973 Bielorrússia
1957 Polónia
Espaço Schengen Bélgica Alemanha
1957 1957 Rep. Checa
1957 Data da adesão à UE Lux. 2004 Eslováquia Ucrânia
1957
Áustria Moldávia
França Suíça 1995 Hungria
1957 2004 Roménia
Eslovénia 2007
2004 Croácia
Bósnia- Sérvia ro
Portugal -Herzegovina Bulgária Mar Neg
1986 Espanha 2007
1986 Montenegro
Itália Albânia Macedónia
1957 Turquia
Mar Me
diterrâ Grécia
neo
1981
0 400 km Malta
2004 Chipre
2004
MÓDULO 9
35% 46% 34%
UE %
2004
2004
2005
2005
2006
2006
2007
2007
2008
2008
2009
2010
2010
2011
2011
2012
2012
2013
2013
Explicite, a partir dos documentos, os desafios que se colocam à constituição de uma Europa política.
Proposta de resolução
Explicitação clara dos desafios que se colocam à constituição de uma Europa política, com recurso
a três de entre as seguintes evidências:
• o aprofundamento político concretizou-se com o Tratado da União Europeia (1992), que definiu a
moeda única e criou a cidadania europeia;
• a criação da PESC como um dos pilares da União, a partir de 1992, significou a adoção de uma polí-
tica externa comum, o que se traduziu no fortalecimento da posição da União nas organizações in-
ternacionais;
275
• os sucessivos alargamentos têm feito aderir ao projeto europeu países com níveis de desenvolvimento
muito diferentes, o que coloca a necessidade de fazer convergir os vários países dos níveis médios de
desenvolvimento dos países mais ricos e competitivos da União;
• os sucessivos alargamentos colocam problemas de funcionamento institucional à UE, todavia, a reforma
institucional tem sido adiada, tendo apenas o Tratado de Lisboa (2007) solucionado as questões rela-
tivas à maior eficácia institucional;
• o aprofundamento político é tema de debate, pois uns (os eurocéticos) consideram que o caráter su-
pranacional das instituições e as suas competências já foram alargados o suficiente, enquanto outros
consideram que é necessário avançar ainda mais em direção ao federalismo;
• o Tratado Constitucional (2004) não foi ratificado pela França e pela Holanda, o que se constituiu como
um travão ao aprofundamento político da União;
• a criação do Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança pro-
curou dar um “rosto” à União;
• a União continua afastada das dos cidadãos, que consideram que não são ouvidos nas instituições
europeias e continuam a sentir-se pouco europeus.
Como já tenho afirmado por diversas vezes, 2004 deverá ficar, nos anais da história, como o ano
da Europa. Não só por causa do passo decisivo dado no sentido da reunificação do continente euro-
peu, com a adesão das jovens democracias da Europa Central e Oriental, de Chipre e de Malta, que
teve lugar a 1 de maio, mas também por causa da adoção do Tratado Constitucional Europeu em
junho último e que será assinado, em Roma, no final do mês de outubro. Com estes passos decisivos
na dupla frente do alargamento e do aprofundamento da União Europeia, completou-se um ciclo
iniciado há mais de uma década. Por isso, 2004 é também o ano de fundação da nova Europa. Para
além destes dois marcos fundadores, podemos ainda salientar outros factos marcantes da vida co-
munitária que fazem de 2004 um ano de charneira, de transição e mudanças: as eleições europeias
que, pela primeira vez na história, levaram às urnas centenas de milhões de cidadãos da Europa
unida para eleger a sua Assembleia Parlamentar comum; a nomeação pelos Vinte Cinco de Durão
Barroso para presidente da Comissão Europeia, devidamente caucionada pelo Parlamento recém-
-eleito; a constituição de um Executivo comunitário renovado, que entrará em funções em novembro
próximo, por um período de cinco anos.
Os próximos anos serão cruciais para a Europa por dois motivos principais. Primeiro, porque, para
além do processo de adesão, […] há agora que assegurar a integração dos novos membros. A meu
ver, esta deve ser a prioridade número um da União Europeia. Porque falhar a plena integração dos
novos aderentes representará o desmoronamento da construção europeia como projeto de paz, es-
tabilidade, prosperidade partilhada e desenvolvimento sustentado, baseado na economia social de
276
mercado, na solidariedade e na coesão económica, social e territorial entre todos os seus membros.
Em segundo lugar, porque o aprofundamento político da União Europeia também não se esgotou
com a adoção […] de uma nova Constituição para a Europa […]. Trata-se, sem dúvida, de uma
decisão histórica e irreversível, que marca o fim de um prolongado e desgastante ciclo de incomple-
tas reformas, que se arrastava desde Maastricht, pondo em causa a credibilidade da própria União
Europeia. O consenso […] traduz assim a sua inequívoca vontade de dotar a Europa unida de uma
Carta Constitucional em que todos cidadãos e Estados se revejam e através da qual se renovem os
termos de um pacto europeu reforçado. […] Triunfou a Europa unida. Mas há agora que ganhar os
europeus.
Não tenho quaisquer dúvidas de que adoção do Tratado Constitucional Europeu representa por si
própria um marco irreversível. Devemo-nos agora bater pela sua ratificação. Ninguém desconhece
que se tratará de processo complexo e moroso […]. Também ninguém ignora que o resultado deste
processo é altamente incerto, tanto mais que já está prevista a realização de inúmeros referendos
nacionais. Por isso, considero ser, mais do que nunca, necessário conjugar esforços para vencer o
enorme desafio que representará a ratificação do Tratado Constitucional Europeu pelos seus Estados-
membros. […] Como tenho repetido inúmeras vezes, não tenho quaisquer dúvidas de que a aposta
certa é a Europa e de que, no nosso mundo globalizado, a integração europeia se tornou uma ques-
tão de identidade. É, pois, pela Europa, e não contra a Europa, que nos devemos bater, pela defesa
intransigente do acervo de valores e princípios que até agora têm modelado o seu rosto, nomeada-
mente, pela preservação da igualdade, pelo reforço da solidariedade e pela manutenção da coesão
entre todos os seus membros.
Pessoalmente, entendo que o futuro Tratado Constitucional configura uma conceção da Europa,
fiel à visão dos fundadores, que lhe permitirá continuar a afirmar-se, neste século XXI, como um
espaço cada vez mais alargado de paz, de democracia, de economia social de mercado e de cidadania
partilhada. […]
Marcando o início de um novo ciclo do projeto europeu, o novo Tratado Constitucional da Europa
unida proporcionará aos europeus uma visão para o futuro e um desígnio político, propondo respos-
MÓDULO 9
tas adequadas para vencer os desafios do mundo contemporâneo. Penso, sobretudo, no aprofunda-
mento de uma política comum em matéria de Justiça e Assuntos Internos […] e, naturalmente, no
desenvolvimento de uma Política Externa, de Segurança e de Defesa Comum reforçada, que vai
permitir à União Europeia não só garantir a sua autonomia estratégica nos domínios essenciais da
segurança, como afirmar-se cada vez mais como uma oportunidade insubstituível para a paz, a es-
tabilidade, a prosperidade, a democracia, a justiça e o respeito pelos direitos humanos no mundo.
Estas são, a meu ver, algumas das prioridades futuras da União […]. Importa, pois, que seja ratifi-
cado e entre em vigor num prazo razoável. Esta deve ser a nossa causa comum.
Jorge Sampaio, "Selar a nova Europa com o Tratado Constitucional Europeu",
in Público online, 12 de agosto, 2004.
277
Foi na Europa que nasceu o princípio do laicismo. A Constituição não o consagra e escolhe o
reconhecimento e a subvenção dos cultos. Permite a manifestação de opiniões religiosas nos locais
e estabelecimentos públicos. Foi na Europa que foi arrancado […] o princípio de que "todos os
poderes emanam do povo". Este princípio fundador da democracia não está inscrito neste Tratado
com força de Constituição. Foi na Europa que se estabeleceram as características principais da de-
mocracia: separação dos poderes e controlo parlamentar do poder. O texto constitucional quer-nos
fazer aceitar a confusão dos poderes, entre o Executivo e o Legislativo, e constitucionaliza o que se
apelida de "défice democrático europeu" […].
A Constituição que nos querem impor submete a política externa e de defesa da Europa à NATO
[…] e, consequentemente, aos EUA.
Esta Constituição é inaceitável porque não a podemos mudar. […] Não há alterações em matéria
fiscal, social, ambiental […]. A regra da unanimidade vai impor a Constituição. […] Rejeitar a
Constituição não é anunciar o fim da Europa. Não significará o caos. O Tratado de Roma tem sido
sucessivamente modificado. […] Este é um mau texto sobre uma visão de Europa que é estranha à
própria Europa. […] Rejeitar a Constituição é fazer ver aos Governos que queremos uma Europa onde
a solidariedade, a liberdade, a igualdade se imponha na diversidade. […] Somos confrontados com
a escolha mais importante desde 1945: resignar ou resistir. Quando o essencial está em causa, há
que saber dizer "Não".
Raoul Marc Jennar, Cinq Raisons de Voter Contre la Constitution Européenne,
10 de maio, 2005 [tradução adaptada].
1. Refira a importância que, segundo Jorge Sampaio, tem a ratificação do Tratado Constitucional (DOC. 6).
2. Identifique, segundo o autor, os desafios que se colocam à União Europeia (DOC. 6).
3. Compare as perspetivas perante o Tratado Constitucional de 2004 (DOCS. 6 e 7).
Proposta de resolução
1. Referência clara à importância que tem a ratificação do Tratado Constitucional, com recurso a três
de entre as seguintes evidências:
• consolida a reunificação europeia;
• põe fim ao processo de consolidação do projeto europeu iniciado em 1992 ou com o Tratado da União
Europeia ou Tratado de Maastricht;
• significa a entrada numa nova fase da história da União Europeia;
• representa o reforço da identidade europeia no mundo globalizado;
• reforça a conceção da Europa subjacente aos "pais fundadores", reforçando a democracia, a paz, a ci-
dadania e a economia social;
• reforça a coesão da Europa e permite o desenvolvimento da PESC;
• considera que deve ser uma prioridade na Europa.
278
2. Identificação clara dos desafios que se colocam à União Europeia, com recurso a três de entre as
seguintes evidências:
• reforçar a democraticidade das instituições e a participação dos cidadãos nos atos eleitorais;
• fazer com que os órgãos da União Europeia sejam mais democráticos;
• permitir a adesão de novos membros;
• dar maior credibilidade à Europa e aproximá-la dos cidadãos, através das leis e das instituições;
• ratificar o Tratado Constitucional pelos Estados-membros, com vista a garantir a coesão da Europa.
3. Comparação das perspetivas perante o Tratado Constitucional de 2004, com recurso a três de entre
as seguintes evidências para cada um dos documentos:
• [Doc. 7] – defende a não ratificação do Tratado Constitucional; [Doc. 6] – defende a ratificação do
Tratado Constitucional;
• [Doc. 7] – não consagra a separação dos poderes nem o controlo parlamentar do poder ou não assegura
a total democraticidade; [Doc. 6] – defende que há uma maior participação democrática dos cidadãos
e na escolha do presidente do Parlamento Europeu;
• [Doc. 7] – a política externa europeia fica dependente da NATO e dos EUA; [Doc. 6] – a ratificação do
Tratado significa o reforço da Europa na promoção da PESC ou o reforço da Europa no mundo globali-
zado;
• [Doc. 7] – o Tratado impõe a "regra da unanimidade" relegando a diversidade; [Doc. 6] – defende a
valorização dos valores comuns europeus ou o triunfo da "Europa unida".
MÓDULO 9
279
140
120
100 Singapura
80
60 Taiwan
Japão Hong
Kong República
40 da Coreia
20
China
0
19 0
19 3
19 6
19 9
19 2
19 5
19 8
19 1
19 4
19 7
19 0
19 3
19 6
19 9
19 2
19 5
20 8
20 1
20 4
20 7
10
5
5
5
5
6
6
6
7
7
7
8
8
8
8
9
9
9
0
0
0
19
1,8
1,62
1,6
1,4 1,36
1,2 1,13
1 0,93
0,83
0,8
0,69
0,6 0,56
0,46 0,48 0,46
0,4
Jan/06 Jan/08 Jan/10 Jan/12 Jan/14
B. A situação particular de Timor: PNB entre 2005 e 1014 (em biliões de dólares).
Proposta de resolução
1. Identificação clara de três dos fatores responsáveis pela afirmação económica da região Ásia-Pací-
fico, de entre os seguintes:
• o Estado implementou políticas destinadas a captar capitais e investimento estrangeiro;
• o intervencionismo público deu ao Estado um papel preponderante na definição de políticas económicas;
• desenvolveram-se os setores secundário e terciário e apostou-se nas exportações (num primeira fase,
de têxteis e produtos de baixo custo; numa segunda fase, desenvolveu-se a construção naval, o setor
automóvel e as novas tecnologias);
280
• recurso a mão de obra abundante e barata, disciplinada, disposta a trabalhar longas horas e por baixos
salários;
• aposta na educação e na investigação com vista a formar mão de obra qualificada e especializada,
essencial para o desenvolvimento de setores tecnologicamente mais avançados;
• política de coesão e de cooperação regional com os países do sudeste asiático;
• o alargamento da esfera de influência económica desta região com a criação da organização da Coope-
ração Económica Ásia-Pacífico (APEC).
2. Explicitação clara de três das razões que fazem de Timor um caso particular na região da Ásia-Pa-
cífico, de entre as seguintes:
• atravessou um período de grande instabilidade em consequência do processo de descolonização tardia;
• desmantelamento de estruturas produtivas, administrativas e de exercício do poder;
• esteve dependente da ONU para o lançamento das suas bases como Estado independente;
• a sua afirmação económica na região da Ásia-Pacífico só se começou a sentir de forma mais consolidada
a partir de 2010 ou quando o seu crescimento se tornou mais elevado devido ao relançamento das
estruturas produtivas.
MÓDULO 9
281
20 000
18232,1 biliões
18 000 em 2005
16 000
14 000
12 000
10 000
8000 Xangai
ZEE 1997
6000 Crise Económica
Asiática
4000 Privatização Shenzhen
das quintas ZEE Adesão
2000 67,9 biliões à OMC
em 1952
0
1952 1956 1960 1964 1968 1972 1976 1980 1984 1988 1992 1996 2000 2004
Guerra Grande Salto Revolução desde 1978 reformas económicas
na Coreia em Frente Cultural baseadas no socialismo de mercado
A. O PIB da China (1952-2005) em biliões de yuan (moeda chinesa).
30
China
20
Outras economias
do Sudeste Asiático
10
0
1970 1980 1990 2000
282
COLUNA A COLUNA B
(A) Designação atribuída a cidades no litoral da China, abertas ao capital 1. Deng Xiaoping
e ao investimento estrangeiro, com um regime fiscal atrativo e que
são responsáveis pelo desenvolvimento económico chinês.
(B) Designa o modelo de desenvolvimento económico chinês, que facilitou 2. Zonas Exclusivas Especiais
a entrada de tecnologia, de capitais e de investimentos estrangeiros.
(C) Líder chinês que empreendeu uma reforma e modernização da 3. Socialismo de mercado
economia chinesa, abrindo-a ao Ocidente, o que permitiu a
transformação da China.
(D) Expressão utilizada para designar a situação especial de Hong Kong 4. "Um país, dois sistemas"
aquando da sua integração na China, pelo facto de permanecer com
um estatuto próprio e com o sistema capitalista.
(E) Tipo de socialismo implementado na China, onde o mercado livre e a 5. Mao Tsé-Tung
propriedade, ainda que permitidos, são limitados.
6. Zonas Económicas Especiais
7. Sistema de "Porta Aberta"
8. Regiões Administrativas
Especiais
Proposta de resolução
1. Explicitação clara dos fatores que possibilitaram a afirmação da China como potência económica,
com recurso a três de entre as seguintes evidências:
• rutura com o maoísmo e com o modelo de desenvolvimento coletivista e autárcico;
MÓDULO 9
• adoção do modelo “um país, dois sistemas”;
• reestruturação do setor agrícola com recurso ao arrendamento de terras e à possibilidade de venda dos
excedentes no mercado livre;
• modernização industrial, com prioridade para a indústria dos bens de consumo em detrimento da in-
dústria pesada;
• abertura aos investimentos e capitais estrangeiros;
• criação de zonas económicas especiais, no litoral, com incentivos fiscais, como motor do desenvolvi-
mento;
• nova política externa com a integração da China nos organismos internacionais da economia capita-
lista.
2. (A) – (6); (B) – (7); (C) – (1); (D) – (4); (E) – (3)
283
O fim do antagonismo ideológico entre Moscovo e Washington não trouxe paz, prosperidade e
estabilidade a África. Em vez disso, eclodiu um clima de violência étnica, tribal, entre clãs, e reli-
giosa, que, desde 1990, tem ameaçado a integridade dos Estados, que se desmembraram em guerras
civis, impediram o progresso da democratização e permitiram as tensões separatistas que são apro-
veitadas pelos poderes ditatoriais.
As esperanças de democratização em África surgidas durante a década de 80 foram também mi-
nadas pelos problemas económicos que continuaram a assolar o continente. O peso das dívidas in-
ternacionais, o comércio desvantajoso e o atraso na agricultura contribuíram para impedir o desen-
volvimento económico de África. As nações industrializadas do Ocidente perderam o interesse em
ajudar os regimes africanos após a queda do Bloco Comunista […].
No Sudão, […] o regime militar do general Omar Hassan al-Bashir, que tomou o poder em 1989,
ficou sob o domínio do movimento fundamentalista islâmico chamado Frente Nacional Islâmica.
A elite dominante da parte norte do país intensificou uma longa campanha para aplicar o sistema
legal islâmico (sharia) face à população predominantemente cristã do sul. Os rebeldes do sul, o
Exército de Libertação do Povo do Sudão, que resistiu à aplicação da lei islâmica na sua região desde
a década de 80, começou a atacar forças governamentais. A guerra civil entre os contingentes re-
beldes dos cristãos do sul e das forças governamentais dos muçulmanos no norte intensificou-se nos
anos 90. A crescente tensão no Sudão demonstrou que à questão da religião se devem juntar as
questões de etnia, de lealdade de clãs e de identidades regionais, que constituem uma ameaça à
unidade nacional e à soberania dos estados em África. Esta luta assumiu significado internacional
quando o governo sudanês, alegadamente, começou a apoiar atos terroristas […].
A manifestação mais letal das tensões interétnicas em África deu-se com a luta entre tutsis e
hutus no Ruanda […].
William R. Keylor, The Twentieth-Century World and Beyond, Oxford University Press, Nova Iorque, 2011,
pp. 511, 514 [tradução adaptada].
Enuncie três características da situação política de África depois do fim da Guerra Fria.
Proposta de resolução
Enunciado claro da situação política de África depois do fim da Guerra Fria, com recurso a três de
entre as seguintes evidências:
• surgimento de conflitos de origem étnica e religiosa;
• integridade dos Estados ameaçada por guerras civis e separatismos;
• avanço de poderes ditatoriais;
• os problemas económicos condicionaram o processo de democratização ou peso das dívidas ou fraco
peso no comércio internacional;
• intensificação do fundamentalismo islâmico, com vista à edificação de Estados islâmicos ou à aplicação
da sharia;
• unidade e soberania dos Estados ameaçada por conflitos religiosos e étnicos ou separatistas.
284
Tal como na maior parte das regiões do mundo, as duas palavras de ordem desde a década de 90
eram a democracia política e o liberalismo económico. Mas o progresso para a democratização e a
economia de mercado foi ameaçado pelos problemas persistentes da dívida pública, da inflação e
das desigualdades gritantes na distribuição dos rendimentos, na corrupção política e na violência
[…]. A produção de narcóticos na Colômbia, Bolívia e Perú continuou a florescer […]. Perante estas
dificuldades, as elites da maior parte dos países da América Latina acreditavam que a salvação eco-
nómica assentava na estratégia de mercado orientado para o crescimento, modelo que tinha sido
aplicado pelos países recentemente industrializados do sudeste asiático.
William R. Keylor, The Twentieth-Century World and Beyond, Oxford University Press, Nova Iorque, 2011,
p. 548 [tradução adaptada].
Identifique três dos condicionalismos que limitam o progresso e a democratização na América Latina.
Proposta de resolução
Identificação dos condicionalismos que limitam o progresso e a democratização na América Latina,
com recurso a três de entre as seguintes evidências:
• a persistente dívida pública;
• a inflação;
• as fortes desigualdades sociais;
• a corrupção;
• a violência;
• os problemas associados ao tráfico de droga.
MÓDULO 9
285
A relação entre as mudanças ambientais e a migração constitui uma das preocupações políticas
internacionais. Sob a presidência da UNESCO, o Grupo Mundial sobre a Migração (GMM) empreendeu
um estudo das ligações entre o ambiente, a fixação e os movimentos de população. As questões que
sustentam as migrações ambientais são multidimensionais; elas incluem o género, o desenvolvi-
mento humano e económico, o urbanismo, o alojamento, a saúde pública, o emprego, a educação
[…]. Por outro lado, os movimentos de população ligados às alterações ambientais a nível mundial
decorrem em contextos marcados por conflitos, pelo subdesenvolvimento, pelas desigualdades no
seio dos países, entre eles a violação dos direitos humanos – citemos, por exemplo, o tráfico de
seres humanos, bem como outras formas de exploração –, os quadro jurídicos obsoletos e a falta de
solidariedade entre os Estados. A intensificação das deslocações e a reinstalação dos migrantes, li-
gados às mudanças ambientais, sobretudo as alterações climáticas, terão um impacto real sobre
todos os membros da sociedade, tanto no meio urbano como no meio rural, nos países de origem,
de destino ou de passagem.
Relatório do Grupo de Trabalho Mundial sobre a Migração, julho 2011-maio 2012, UNESCO [excerto].
Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002237/223720f.pdf
Refira os motivos que estão associados aos movimentos migratórios no mundo atual.
Proposta de resolução
Identificação clara dos motivos que estão associados aos movimentos migratórios no mundo atual,
com recurso a três de entre as seguintes evidências:
• alterações ambientais;
• conflitos étnicos;
• subdesenvolvimento;
• violação dos direitos humanos ou outras formas de exploração;
• desigualdade entre os países.
A. O combate ao terrorismo
Há um ano, 192 pessoas inocentes foram brutalmente assassinadas no atentado terrorista contra
a principal estação de caminho de ferro de Madrid. Nos últimos anos, milhares de seres humanos
tombaram vítimas do terrorismo, em todas as partes do mundo. O terrorismo é uma ameaça a todos
os Estados e a todos os povos.
É também um ataque direto aos valores fundamentais que as Nações Unidas defendem: o primado
do direito, os direitos humanos, a proteção dos civis, o respeito mútuo entre pessoas de diferentes
crenças e culturas e a resolução de conflitos por meios pacíficos.
286
As Nações Unidas devem, por isso, estar na linha da frente da luta contra o terrorismo. Do que
precisamos é de uma estratégia global, baseada em princípios, que todo o mundo possa apoiar e
aplicar. É isso que proponho, em cinco rúbricas a que chamo os “cinco D”.
Em primeiro lugar, temos de desencorajar os grupos descontentes de adotarem o terrorismo como
tática. Escolhem-no porque creem que é eficaz e lhes irá granjear o apoio popular. Esta ideia é a
verdadeira “causa profunda” do terrorismo. Compete-nos provar que estão errados. […] Em segundo
lugar, temos de negar aos terroristas os meios de que necessitam para perpetrar os seus atentados.
Isto significa fazer com que tenham dificuldade em viajar, em obter apoio financeiro ou em adquirir
material nuclear ou radiológico.
O meu terceiro D tem a ver com a necessidade de dissuadir os Estados de apoiarem os grupos
terroristas. No passado, o Conselho de Segurança da ONU aplicou repetidamente sanções contra os
Estados que davam guarida ou prestavam ajuda a terroristas. […] Todos os Estados têm de saber
que, se fornecerem qualquer tipo de apoio a terroristas, o mundo reagirá com firmeza.
Em quarto lugar, temos de desenvolver a capacidade dos Estados no domínio da prevenção do
terrorismo. Os terroristas exploram os Estados fracos como refúgios onde podem escapar à detenção
e formar ou recrutar pessoal. Tornar todos os Estados mais capazes e responsáveis deve, pois, ser um
elemento importante dos nossos esforços mundiais contra o terrorismo. […]
Em último lugar, mas sem que por isso seja menos importante, o meu quinto D é defender os
direitos humanos e o primado do direito. O terrorismo é um ataque direto a estes valores fundamen-
tais. Por conseguinte, não devemos sacrificá-los quando respondemos a ações terroristas. Se o fizer-
mos estaremos a dar uma vitória aos terroristas. A defesa dos direitos humanos não é apenas com-
patível com uma estratégia antiterrorista bem-sucedida. É um elemento essencial dessa estratégia
[…].
Kofi Annan, Uma Estratégia Mundial de Combate ao Terrorismo, 10 de março, 2005.
MÓDULO 9
de território no sul e no centro da Somália – anunciou que se uniu à rede da Al-Qaeda. Nada que
seja muito surpreendente, porque as duas organizações se cortejam há vários anos e já faziam frente
comum contra o Governo Federal de Transição (GFT) e os soldados da Missão da União Africana na
Somália (AMISOM). […]
O dirigente máximo da Al-Qaeda expressou então um vago apoio à “causa da guerra santa” na
Somália, mas absteve-se de apontar oficialmente os militantes somalis como agentes da Al-Qaeda
para a África Oriental. Foram precisos dois anos – e a morte de Bin Laden – para que o Al-Shabab
fosse oficialmente integrado na rede terrorista internacional. […]
Nos últimos anos, centenas de jihadistas provenientes de todo o mundo – muitos deles membros
da Al-Qaeda – convergiram para a Somália, onde operam com grande liberdade. Os EUA têm usado
drones na região e conseguiram eliminar vários membros da Al-Qaeda. Mas o país continua a ser o
melhor teatro de operações da organização terrorista. Em nenhum outro lado dispõe de um territó-
rio tão vasto. Fotografias aéreas recentes revelam a multiplicação de campos de treino no sul e
centro do país, a maioria dos quais dirigidos por agentes da rede terrorista.
Abdi Aynte, "Al-Qaeda e Al-Shabab, aliados de ocasião", in Courrier Internacional, março, 2013.
287
Proposta de resolução
1. Apresentação clara de três aspetos característicos da questão transnacional evidenciada, de entre
os seguintes:
Segurança
• escalada dos atentados terroristas contra alvos civis desde 2001, provocada pelo ressurgimento dos
conflitos étnicos e nacionalistas ou pelo ressurgimento do fundamentalismo religioso;
• proliferação de redes internacionais de crime organizado;
• dificuldade dos Estados em combater as redes internacionais de crime organizado, devido aos seus
métodos e aos seus meios de organização e de atuação;
• proliferação e dificuldades de controlo do armamento nuclear ou das armas químicas e biológicas;
• reestruturação dos sistemas de segurança e de cooperação internacional no âmbito da ONU e de outras
organizações internacionais, com vista ao combate aos problemas de insegurança.
2. Referência clara às formas de combate ao terrorismo, com recurso a três de entre as seguintes
evidências:
• a estratégia de combate ao terrorismo tem que ser global;
• promover a integração com vista a evitar que os descontentes se integrem em organizações terroristas;
• vigiar os suspeitos de poderem cometer atos de terrorismo e impedi-los de viajar e de se deslocarem
livremente, ou de receberem apoio financeiro ou logístico;
• aplicar sanções contra os Estados apoiantes de organizações terroristas;
• promover ações no sentido de dificultar o estabelecimento de organizações terroristas nos países e de
atuarem para recrutar combatentes;
• promover, por todos os meios, a defesa dos direitos humanos e não responder aos atos terroristas com
o sacrifício humano.
3. Enunciado claro de três fatores que fazem do terrorismo um problema difícil de combater, de entre
os seguintes:
• são imprevisíveis e atacam alvos civis;
• as organizações terroristas dispõem de financiamento, consequência de atividades ilícitas ou de apoio
por parte de determinados indivíduos;
• a s organizações terroristas espalham células de ativistas pelo mundo;
• a s organizações terroristas difundem-se em países com Estados desagregados, nos quais atuam livre-
mente e treinam jihadistas.
288
DOC. 2 O NEOLIBERALISMO
Uma economia de livre iniciativa privada, costuma dizer-se, é intrinsecamente instável. Sem qualquer
controlo, provocará ciclos contínuos de expansão e contração. O Estado deve portanto intervir para man-
ter as coisas equilibradas. Estes argumentos foram particularmente convincentes durante e depois da
Grande Depressão nos anos 30, e foram também um dos principais fatores do New Deal neste país, e de
aumentos comparáveis da intervenção estatal noutros. […] Estes argumentos são completamente enga-
nadores. O facto é que a Grande Depressão, como a maioria dos outros períodos de grande desemprego,
foi causada por má gestão governamental e não por qualquer instabilidade intrínseca da economia pri-
vada. A responsabilidade pela política monetária fora atribuída a um organismo criado pelo governo – o
Sistema da Reserva Federal. Em 1930 e 1931, este exerceu essa responsabilidade de forma tão inepta que
converteu o que poderia ter sido uma contração moderada numa grande catástrofe. De igual modo, hoje
em dia, as medidas governamentais constituem os principais entraves ao crescimento económico nos
Estados Unidos. Os direitos alfandegários e outras restrições ao comércio internacional, as elevadas car-
gas fiscais e uma estrutura fiscal complexa e injusta, as comissões regulamentadoras, a fixação de preços
e salários pelo governo e várias outras medidas dão aos indivíduos incentivos para usar e gerir errada-
mente os recursos e desviar o investimento de novas poupanças. Aquilo de que precisamos urgentemente,
tanto para a estabilidade económica como para o crescimento económico, é uma redução da intervenção
estatal e não um aumento. […] As principais áreas da política governamental respeitantes à estabilidade
económica são a política monetária e a política fiscal ou orçamental.
Milton Friedman, Capitalismo e Liberdade, 1962.
1. Identifique três dos fatores responsáveis pelas crises económicas, segundo Milton Friedman.
2. Explicite em que consistiu o neoliberalismo.
3. Indique os países pioneiros nas experiências neoliberais, a partir dos anos 80.
Proposta de resolução
MÓDULO 9
Identificação clara de três dos fatores responsáveis pelas crises económicas, segundo o autor, de
1.
entre os seguintes:
• a intervenção do Estado na economia;
• a s barreiras alfandegárias;
• o sistema de impostos (elevados e progressivos);
• a má gestão dos recursos.
2. Explicitação clara do que foi o neoliberalismo, com recurso a três de entre as seguintes evidências:
•m odelo económico e social defensor da redução da intervenção do Estado na economia e no domínio
da proteção social, da educação, da saúde e da habitação;
• p romoveu a redução dos investimentos públicos, de modo a diminuir a despesa do Estado;
• p rocedeu à redução das emissões da massa monetária em circulação;
• p romoveu a desregulamentação e a flexibilização do mercado de trabalho, estimulando a mobilidade da
mão de obra, a precariedade laboral e facilitando os despedimentos;
• procedeu à privatização de empresas estatais;
• reduziu impostos e procurou diminuir a sua progressividade;
LHA12DP_F19 289
• promoveu a circulação de bens e de capitais mediante a criação de um mercado livre de barreiras alfan-
degárias;
• criou uma conceção de Estado mínimo, assente na defesa da capacidade autorreguladora dos mercados,
na iniciativa privada e na livre concorrência como motores do crescimento económico.
3. Identificação clara dos países pioneiros do neoliberalismo:
•G rã-Bretanha e EUA.
Europa
Ocidental
4031 Europa de Leste e
América ex-União Soviética
do Norte 266
1324
Médio
Oriente
390
Ásia
2388
América África
Fluxo comercial do Sul 232
inter-regional 276
(mil milhões de dólares)
Fluxos inferiores a
12 milhões de dólares
não estão representados Montante total do comércio
de mercadorias
500 (mil milhões de dólares)
Parcela das trocas
300 40 000 comerciais realizadas:
100 2000 no interior da
1000 zona económica
50 500 em direção a 0 2400 km
12 250 outras regiões
20 62
38
10
23 26
13
0
19 7
19 9
51
56
1960
61
64
67
73
79
86
19 3
85
4
4
8
19
19
19
19
19
19
19
19
19
290
1. Associe cada um dos elementos relacionados com o neoliberalismo e a globalização, presentes na coluna
A, à designação correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Manifestada sobretudo a partir de finais do século XX, em 1. Neoliberalismo
consequência do desenvolvimento das tecnologias de informação e de
comunicação e da redução das barreiras alfandegárias. Fez do mundo
uma comunidade global.
(B) Empresas transnacionais que operam à escala global, aproveitando as 2. Keynesianismo
vantagens específicas das regiões, com vista a diminuir os custos de
produção e a aumentar os lucros. Com um modelo descentralizado, a
conceção, o fabrico e a comercialização dos produtos são realizados
em sítios diferentes do mundo.
(C) Defende a alterglobalização, uma alternativa à economia global, 3. Globalização
promotora de maior justiça e equidade e valorizadora da
heterogeneidade cultural.
(D) Criada em 1995, reduziu os entraves ao comércio, incluindo os 4. Organização Mundial do
alfandegários, com vista a criar um espaço comercial multilateral, que Comércio
deu um impulso significativo ao comércio internacional
(E) Modelo político e económico adotado a partir do final dos anos 70, 5. Acordo Geral de Tarifas e
que renova o liberalismo clássico, defende a conceção de Estado Comércio
mínimo e valoriza o investimento privado como meio de crescimento
económico.
6. Multinacionais
7. Fórum Económico Mundial
8. Fórum Social Mundial
MÓDULO 9
Proposta de resolução
1. (A) – (3); (B) – (6); (C) – (8); (D) – (4); (E) – (1)
291
Proposta de resolução
1. Identificação da organização responsável pelo forte dinamismo do comércio internacional:
• OMC ou Organização Mundial do Comércio.
292
Cartoon das conversações na OMC onde se pode ler: "Quando os elefantes acasalam, muitas formigas são esmagadas".
Os elefantes representam os governos das nações mais ricas e as multinacionais, enquanto as formigas representam
as nações mais pobres. Os elefantes seguram o protecionismo profilático e os subsídios obscenos, numa clara crítica
ao peso, na economia global, das nações mais ricas sobre as mais desfavorecidas.
MÓDULO 9
Explicite, a partir do documento, três das críticas feitas à globalização.
Proposta de resolução
Explicitação clara de três das críticas feitas à globalização, de entre as seguintes:
• enfraquece os produtores e as indústrias locais, gerando desemprego e mantendo baixos os salários;
• d iminui a diversidade produtiva e aumenta a dependência entre as economias, ao promover a especia-
lização na produção de determinados produtos;
• p romove a desigualdade entre países ricos e pobres (DOC. 5);
• a deslocalização das multinacionais aumenta a vulnerabilidade das regiões perante o desemprego;
• c ontribui para a degradação do meio ambiente, para o aumento do efeito de estufa e põe em risco os
recursos naturais não renováveis;
• p õe em causa a identidade cultural e as tradições locais, devido à uniformização e americanização dos
hábitos e dos gostos, que criam uma "cultura global".
293
DOC. 6 A DESINDUSTRIALIZAÇÃO
Proposta de resolução
1. 1 – (C); 2 – (A); 3 – (D); 4 – (A)
294
Com a adesão à C.E.E., foi dado um salto histórico no plano do desenvolvimento e da sua auto-
confiança, instalando‐se noutro patamar económico, sem paralelo com o anterior, num dos polos de
maior progresso económico, científico e tecnológico do Mundo. Foi esse salto espetacular – não o
esqueçamos – que permitiu que Portugal recuperasse o seu prestígio na cena internacional e, inclu-
sivamente, que pudesse começar a tecer, em condições de liberdade e de total igualdade a teia de
relações com os países africanos lusófonos, hoje todos países independentes e também com o fra-
terno Brasil e o longínquo Timor Leste, no quadro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Porque, como sempre defendi, esses dois pilares essenciais da nossa política externa – a Europa e o
relacionamento especial com os países de língua portuguesa – não são antagónicos, mas, bem pelo
contrário, em absoluto, complementares. Passaram vinte anos, com altos e baixos, com picos de
grande autossatisfação e baixios de desânimo e de algum desnorte. O mundo mudou radicalmente e
Portugal também. Vivemos a grande alegria do reconhecimento da independência de Timor e da sua
adesão voluntária, depois de 25 anos de ocupação indonésia, ao espaço da Lusofonia. Crescemos
economicamente como em raros momentos da nossa história terá acontecido. Grupos económicos
portugueses investiram, largamente, no estrangeiro e em especial no Brasil. O nível médio de vida
do português aumentou consideravelmente. Passamos de um país de emigrantes, com e, a um país
que recebe imigrantes […]. Cumprimos as nossas obrigações humanitárias, com eficiência e a con-
tento geral, enviando tropas de prevenção e manutenção da paz para os países que nos foram indi-
cados. Participámos ativamente na construção europeia. Reforçamos o nosso relacionamento polí-
tico, económico e cultural com Espanha – e em especial com algumas das suas Autonomias – no
quadro de um mercado ibérico integrado. O que se tem repercutido na nossa presença na Europa, na
América Latina e na área do Mediterrâneo Ocidental. Fizemos grandes progressos na defesa da nossa
língua, hoje falada por duzentos milhões de seres humanos, e no acompanhamento e dinamização
da diáspora portuguesa nos cinco continentes […]. No entanto, não podemos ignorar que o Mundo
nos dá bastantes sinais de estar desregulado e inseguro. A globalização – que é um movimento
inelutável – tem vindo a cavar um fosso cada vez maior entre pobres e ricos, países e pessoas, con-
MÓDULO 9
centrando a riqueza nas mãos das grandes multinacionais, todas sediadas no hemisfério norte, com
recursos superiores à maioria dos Estados. A globalização neoliberal, que se tem revelado incapaz
de resolver numerosos conflitos, alguns quase insanáveis, sobretudo nos países do sul, e tem esti-
mulado, indiretamente, por ignorar as questões sociais, formas inusitadas de violência, que se pro-
pagam também aos países do norte, bem como as pandemias e os repetidos e gravíssimos atentados
contra a natureza. Para onde caminhamos? A União Europeia, que deveria ser – esperava‐se que
fosse – uma força de equilíbrio, de bom senso e finalmente de contenção para a desordem do mundo,
tem‐se concentrado, nos últimos anos, com bastante imprudência e egoísmo, nos seus próprios
problemas e, assim, tem vindo a caminhar para um impasse.
Discurso de Mário Soares no âmbito das comemorações da adesão de Portugal à União Europeia, 12 de junho,
2005.
1. Explicite três das consequências que, segundo o autor, decorreram da adesão à CEE.
2. Apresente três dos problemas que, segundo o autor, se fazem sentir no mundo atual.
295
Proposta de resolução
1. Explicitação de três das consequências da adesão à CEE, de entre as seguintes:
• desenvolvimento e modernização do país;
• melhoria do nível de vida dos portugueses;
• Portugal tornou-se um país de imigrantes;
• progresso científico e tecnológico;
• recuperação do prestígio do país na cena internacional;
• restabeleceu as relações com os países lusófonos e constituiu a CPLP;
• participa nas missões europeias;
• os grupos económicos portugueses passaram a investir no estrangeiro;
• reforçou as relações políticas e económicas com Espanha.
2. Apresentação clara de três dos problemas do mundo atual, de entre os seguintes:
• aumento da insegurança;
• aumento da desregulamentação;
• aumento das desigualdades entre países;
• as consequências da globalização e do neoliberalismo acentuam o fosso entre países do Norte e do Sul;
• a União Europeia não desempenha uma força de equilíbrio;
• problemas ambientais;
• propagação de pandemias;
• aumento da violência.
DOC. 2 A
S INICIATIVAS DA CPLP PARA AFIRMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA COMO
PATTRIMÓNIO COMUM
Os Chefes de Estado e de Governo de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, São
Tomé e Príncipe e Timor Leste e o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique
reuniram-se na VII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP) em Lisboa, no dia 25 de julho de 2008. […] Aprovaram uma declaração
sobre o tema da Conferência, “A Língua Portuguesa: Um Património Comum, Um Futuro Global”,
tendo realçado a importância da concertação, a nível da CPLP, na prossecução de políticas linguís-
ticas que projetem e afirmem a Língua Portuguesa internacionalmente e sejam adequadas à situação
de cada Estado-membro. Reiteraram o seu compromisso para com a Democracia, o Estado de Direito,
o respeito pelos Direitos Humanos e pela Justiça Social, pressupostos para a paz e segurança, ne-
cessários ao desenvolvimento dos Estados-membros da CPLP. No âmbito da concertação política-
‑diplomática, realçaram: i) A necessidade de a CPLP continuar a desenvolver uma ação estratégica
de projeção internacional, consolidando-a através: – do reforço das relações que mantém com a
296
Organização das Nações Unidas e suas Agências Especializadas, de que se destacam o Protocolo de
Cooperação com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e o Acordo de
Cooperação com o Secretariado da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação em
Países Afetados por Seca Grave e/ou Desertificação Particularmente em África – do estabelecimento
de parcerias com as Organizações Regionais e Sub-regionais em que se inserem os seus Estados-
‑membros, de que se destaca o Memorando de Entendimento assinado com a Comissão Europeia.
[…] A necessidade de prosseguir a aproximação à Guiné Equatorial, enquanto Observador Associado
da CPLP, privilegiando a difusão e o ensino da Língua Portuguesa no país e a promoção de um rela-
cionamento bilateral económico e comercial […]. Ainda no âmbito da cooperação, destacaram: i)
Que esta se reveste da maior importância no desenvolvimento sustentado dos Estados-membros, na
consolidação da Comunidade e na sua projeção enquanto Organização internacional, e, nessa pers-
petiva, solicitaram aos Pontos Focais de Cooperação o desenvolvimento de esforços de coordenação,
sistematização e especialização das políticas de cooperação, para uma maior eficácia das ações
desenvolvidas no espaço comunitário, designadamente quanto à sua apropriação pelos beneficiá-
rios.
VII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa,
25 de julho, 2008.
Refira três das medidas destinadas a valorizar a língua portuguesa no mundo atual.
Proposta de resolução
Referência clara a três das medidas destinadas a valorizar a língua portuguesa, de entre as seguintes:
MÓDULO 9
• desenvolver a participação dos países da CPLP na ONU, com vista a alcançarem um papel mais atuante
em termos internacionais;
• ampliar a difusão e o ensino da língua portuguesa;
• fazer da língua portuguesa um instrumento de cooperação e de desenvolvimento.
297
Vai longe o tempo em que Espanha e Portugal viviam de costas voltadas, não obstante a aliança
ideológica firmada entre os dois ditadores peninsulares: Franco e Salazar, expressa no célebre Pacto
Ibérico. Mas por múltiplas razões, os Povos peninsulares nunca comunicaram – até talvez porque
não estavam, obviamente, sintonizados com os seus chefes – apesar da estreita colaboração, a nível
dos Governos, que mantiveram durante a guerra civil espanhola (1936-1939), em que Salazar tão
decisivamente auxiliou os fascistas espanhóis e, depois, pelo menos nos primeiros anos da II Grande
Guerra Mundial. Com a Revolução dos Cravos, de 25 de Abril de 1974, tudo mudou. Na verdade, foi
uma revolução sem efusão de sangue, pacífica e apesar de inesperada, para a Europa e o Mundo,
constituiu um inegável sucesso, na medida em que realizou todos os seus objetivos: "descolonizar,
democratizar e desenvolver". Foi, aliás, saudado com imenso entusiasmo em toda a Espanha, teve
uma influência muito positiva na "transição acordada" espanhola, que asseguraria também a Demo-
cracia, pacificamente, no país vizinho. Mais do que isso: a revolução portuguesa e a transição de-
mocrática espanhola tornaram fluidas, natural e quase automaticamente, as relações entre os dois
Estados peninsulares e os diversos Povos Ibéricos. O velho e obsoleto Pacto Ibérico foi substituído
por um Tratado de Amizade entre Espanha e Portugal – que Adolfo Suarez e eu próprio tivemos a
honra de subscrever – e repercutiu-se, poucos anos depois, nos países ibero-americanos, muitos
deles ditaduras militares que, a partir dos anos oitenta, se transformaram em democracias. A entrada
de Espanha e Portugal para a então CEE – em 12 de junho de 1985 – como membros de pleno direito,
favoreceu, igualmente, as relações entre a Europa e a Ibero-América. As raízes ibéricas culturais,
linguísticas e de civilização foram aprofundadas na Ibero-América, bem como as relações económi-
cas e políticas. Após a criação do Mercosul houve a intenção de trilhar um caminho que tinha como
referência a CEE, com a Europa, de algum modo, a servir de contrapeso aos Estados Unidos. Mas não
se avançou muito. Contudo, o Mundo está em aceleradíssima mudança. […] A Ibero-América tem
vindo a sofrer também uma evolução considerável no sentido de uma certa unidade civilizacional e
integração económica e social. A Ibero-América deixou de ser, nos últimos anos, o "pátio traseiro"
da América do Norte. Não só o Brasil, esse país continente, que atingiu um nível de desenvolvi-
mento, de progresso e de autonomia económica verdadeiramente surpreendente, mas também o
México, o Chile, a Argentina e a Venezuela, para só citar aqueles que se movem na cena internacio-
nal com maior autonomia. […] Daí que seja tão decisivamente importante estreitar as relações
entre a América Latina e a União Europeia, cabendo aos Estados peninsulares um papel pioneiro
nesse domínio. […] No plano internacional essa é uma oportunidade histórica, verdadeiramente
ímpar, que devemos saber aproveitar, com inteligência e humildade e sem qualquer pensamento
hegemónico. Se o soubermos fazer – como espero –, fortaleceremos a nossa posição geoestratégica
na União Europeia, no Mediterrâneo, na Ibero-América e na América do Norte.
Mário Soares, Portugal e Espanha na Comunidade Ibero-Americana, 12 de Abril, 2008.
298
1. Identifique as mudanças nas relações entre Portugal e Espanha após a "Revolução dos Cravos".
2. Explicite o papel que cabe aos Estados peninsulares na área ibero-americana.
Proposta de resolução
1. Identificação clara das mudanças nas relações entre Portugal e Espanha após a "Revolução dos
Cravos", com recurso a três de entre as seguintes evidências:
• a revolução do 25 de abril teve impacto em Espanha ou influenciou a transição do país vizinho para a
democracia;
• conduziu à assinatura de um Tratado de Amizade que pôs fim ao Pacto Ibérico que vigorou durante o
Estado Novo;
• as transformações ocorridas em Portugal e em Espanha favoreceram a democratização de países na
América Latina;
• favoreceu a aproximação entre os dois países.
Explicitação clara do papel dos Estados peninsulares na área ibero-americana, com recurso a três
2.
de entre as seguintes evidências:
• tirar partido do nível de desenvolvimento que os países emergentes atingiram;
• estreitar relações com a América Latina;
• desempenhar o papel de intermediários entre a Europa e a área ibero-americana;
• consolidar a sua posição na área ibero-americana.
MÓDULO 9
299
FICHA TÉCNICA
Drama psicológico. Desenrola-se em torno da história de Alexander Kerner, um jovem da Alemanha Oriental (RDA),
que tem como heróis os cosmonautas que participaram nas primeiras missões espaciais. O pai de Alex fugira para o
Ocidente. Em 1989, a RDA comemorava o seu quadragésimo aniversário. Alex, quando participava numa manifestação
em defesa da liberdade, foi agredido pela polícia política, a Stasi. A sua mãe, que assistira, sofre um grave ataque
cardíaco. Permanece oito meses em coma. Oito meses depois a vida dos berlinenses tinha mudado. Quando recupera,
Christine ignorava que o muro de Berlim tinha caído. Alex vende antenas parabólicas e apaixona-se pela enfermeira
russa, e a sua irmã, Ariane, trabalha num fast food. Christine, que entretanto recuperava, não pode sofrer choques
emocionais, pois estes poderiam ser fatais. Alex decide, por isso, esconder-lhe a verdade e “reconstruir a RDA” que
desaparecera.
MÓDULO 9
1: 47:52–1:50:53 – Depois de um novo ataque, a mãe fica com a vida por um fio… Alex prepara, a pedido da mãe
um reencontro com o pai, que finalmente pôde regressar ao leste… A mãe morre … e, simul-
taneamente, festeja-se a unificação da Alemanha…
ATIVIDADE
• Destaque o impacto que as mudanças, ocorridas em resultado da perestroika, tiveram na vida de Alex e
Christine em termos políticos, económicos e sociais.
• Indique três motivos que podem ter contribuído para a escolha do título do filme.
301
• Alex toma contacto com a sociedade de consumo e com as vivências do Ocidente, evidenciando o lado
negativo do Ocidente;
• Christine encarna as utopias da vivência social e política da RDA e da qual não abdicara;
• Christine tem uma vivência ativa na sociedade;
• Christine não estava preparada para se adaptar, com rapidez, às mudanças operadas;
• Christine evidencia o desajustamento de uma geração que fica mergulhada numa certa exclusão;
• Christine encarna o medo de uma geração na transição para o novo regime;
• representa as dificuldades económicas que se sentem depois do fim da RDA;
• retrata o sentimento de saudade face ao tempo anterior.
Indicação de três motivos, de entre os seguintes:
• como forma de retratar o fim da ideologia que esteve na base da RDA, a partir de 1949;
• como forma de evidenciar as alterações ocorridas com a queda do muro de Berlim;
• como forma de demonstrar a viragem para o Ocidente (goodbye) e o fim do comunismo (Lenine);
• como uma forma de homenagear Lenine e o seu papel na história do século XX.
302
DOCUMENTÁRIO HISTÓRICO:
A trajetória de Margaret Thatcher, realização Globo News (Brasil), 05/03/2012,
Neste programa, com a duração 21m 23s, são abordados alguns aspetos
essenciais da vida e da ação política de Margaret Thatcher, em especial o
período em que foi primeira-ministra da Grã-Bretanha (1979-1990), a única
mulher, até ao momento, a ocupar o cargo. Ficou conhecida como “Dama de
Ferro”. No cinema, Meryl Streep interpretou o papel da primeira-ministra britã-
nica. Neste documentário, expressa a sua opinião sobre esse desempenho.
CONTEXTO HISTÓRICO
No Reino Unido, na sequência do chamado “inverno do descontentamento” (1978-1979) – marcado por greves e
pela profunda crise económica resultante do 2.º choque petrolífero –, chega ao fim a governação do Partido Tra-
balhista (Labour). O Partido Conservador (Tory), liderado por Margaret Thatcher, ascende ao poder. A sua governa-
ção foi marcada por opções neoliberais, nas questões internas e externas, o que a levou a envolver-se numa guerra
contra a Argentina, para defender a posse das ilhas Falkland (ou ilhas Malvinas) no Atlântico Sul.
MÓDULO 9
nação (acompanhada da análise e comentário da jornalista que, na altura, era correspondente em
Londres).
02:30-03:18 – Características gerais da sua imagem política – testemunhos do embaixador do Brasil em Londres,
à época do governo de Margaret Thatcher; Meryl Streep, intérprete da “Dama de Ferro”, destaca o
facto de ter sido a primeira mulher eleita para o cargo, quebrando o status quo.
03:20-05:18 – Testemunhos da correspondente em Londres sobre o ambiente vivido, aquando da eleição, sua
biografia e vida política, com a participação do embaixador do Brasil em Londres, na época.
04:07-05:00 – Testemunhos sobre a sua biografia e vida política. O desafio vencido por Margaret Thatcher, ao
enfrentar o Parlamento e os debates na Câmara dos Comuns, em confronto com a oposição Traba-
lhista.
07:00-08:20 – A jornalista brasileira testemunha a ideia de que Thatcher foi “uma força nova no conservado-
rismo britânico” e que promoveu uma nova mentalidade neoliberal, exaltando o nacionalismo bri-
tânico, a crença no esforço individual e o papel mínimo do Estado. Meryl Streep testemunha a
experiência de encarnar a personagem de uma líder que não devia mostrar fraqueza, revelando
também a face da mulher na sua vida privada.
09:10 – O voto de desconfiança do Parlamento leva à demissão do governo do Partido Trabalhista, lide-
rado por James Callaghan. A convocação de novas eleições abre a possibilidade de ascensão
303
política de Thatcher, a líder dos conservadores. A campanha eleitoral foi feita à americana; os seus
responsáveis procuram transformar a imagem de Margaret Thatcher junto do eleitorado: alteração
do vestuário, da postura e da voz, com vista à sua afirmação junto da classe média e do eleitorado
conservador.
13:20-15:56 – Entrevistada pela jornalista brasileira, em plena campanha, Thatcher afirma que não teme as
pressões. Torna-se, devido à sua personalidade, numa líder amada e odiada, a que ninguém era
indiferente. Breve panorama da diplomacia e relações internacionais, privilegiando as relações com
os EUA, à época sob a presidência de Ronald Reagan (opção atlantista). A política britânica ficou
também ligada ao anticomunismo e ao euroceticismo (este último no segundo mandato).
15:58-16:56 – Os líderes do Ocidente e do Oriente têm de contar com mais 5 anos de Thatcher, reeleita para um
segundo mandato. Acentua-se a cooperação com EUA e com a política de Reagan, representando a
“aliança da direita internacional”. Em termos internos, faz-se referência à sua relação “a ferro e fogo”
com os sindicatos. Neste segundo mandato, assiste-se à aproximação a Moscovo e a Gorbachev.
17:30 – Destaque para a imagem pública e privada menos conhecida de Thatcher: a primeira-ministra,
revela-se “vaidosa” e, num programa televisivo, dá conselhos de moda, afirmando que no seu cargo
“não é líder de moda, mas não deve estar fora de moda”. Cultivava a imagem formal, num apelo ao
conservadorismo inglês.
18:54-19:07 – Numa referência aos seus 11 anos no poder afirma, numa entrevista, que "em política, quem
quiser dizer alguma coisa peça a um homem. Se quiser fazer alguma coisa, peça a uma mulher”.
19:09–21:50 –“A mulher por trás da política”, testemunho de Merlyl Streep sobre o que foi assumir o papel e a
idade de Thatcher…
22:40 – Referência à entrevista após a sua saída do poder. Cena final do filme, em entrevista Margaret
Thatcher (representada por Merlyl Streep) afirma: “Um dos problemas da nossa época é que somos
governados por pessoas que se importam mais com sentimentos do que com pensamentos e ideias.
Pensamentos e ideias. Isso interessa-me".
ATIVIDADE
• Identifique as ações de Margaret Thatcher que lhe valeram o epíteto de Dama de Ferro.
304
MÓDULO 9
2.1. Mutações 10. Especificar os fatores de crise
sociopolíticas e novo do Estado-Nação.
modelo económico
11. Explicar de que modo a
– O debate do Estado- explosão das realidades étnicas, as
‑Nação; a explosão migrações, as questões ambientais
das realidades e o terrorismo constituem desafios
étnicas; as questões ao Estado-Nação.
transnacionais:
migrações, segurança,
ambiente.
LHA12DP_F20 305
GRUPO I
O FIM DO BIPOLARISMO
DOC. 1 As fronteiras abrem-se DOC. 2 Uma nova política proposta por Gorbachev
1. Indique, a partir dos documentos 1 e 3, três das consequências dos acontecimentos representados.
306
MÓDULO 9
político, demarcando-se do regime repressivo e autoritário da época estalinista e de Brejnev.
b) glasnost, que visava fortalecer o papel do Partido Comunista da União Soviética e do aparelho burocrá-
tico, acentuando o caráter repressivo e autoritário do Estado soviético.
c) glasnost que visava uma política transparente que resultaria, a médio prazo, no fim do domínio do par-
tido único e desagregação da URSS, com a progressiva mudança para uma democracia de tipo ocidental.
d) glasnost, que visava implementar reformas liberalizantes, combater a corrupção e proporcionar liber-
dade de expressão e de participação aos cidadãos, assim como a instituição de um sistema pluriparti-
dário.
4. Nos países satélite da URSS, a perestroika e a glasnost desencadearam a contestação do domínio soviético
traduzida…
a) na subida ao poder de líderes não comunistas e na retirada do Exército Vermelho dos países de Leste.
b) na subida ao poder de líderes apoiados pela URSS e na entrada de tanques soviéticos nas zonas de
contestação.
c) na subida ao poder de líderes não comunistas e no apoio a Gorbachev quanto à libertação destes países
face ao domínio soviético.
d) na subida ao poder de líderes não comunistas apoiados pelos EUA e na ocupação destes países pelos
americanos.
307
GRUPO II
A HEGEMONIA DOS ESTADOS UNIDOS
Nas primeiras horas de 2 de agosto, na sequência das negociações e depois de o ditador ira-
quiano Saddam Hussein ter prometido não usar a força, um poderoso exército iraquiano invadiu o
seu vizinho Koweit. […] Neste momento, os nossos valentes soldados, homens e mulheres, estão de
guarda no deserto remoto e mares distantes, ao lado das forças de mais de vinte outras nações. …
Os nossos objetivos no Golfo Pérsico são claros, precisos e bem conhecidos: – O Iraque deve retirar
do Koweit completa, imediata e incondicionalmente; – O governo legítimo do Koweit deve ser re-
posto; – A segurança e a estabilidade no Golfo Pérsico deve ser garantida; – Os cidadãos norte-ame-
ricanos no exterior devem ser protegidos. Estas metas não são apenas nossas. Elas foram aprovados
pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas […]. A maioria dos países compartilham o nosso
compromisso […]. E muitos deles têm interesse na estabilidade no Golfo Pérsico. […]. Como sabeis,
tive recentemente uma reunião muito produtiva com o presidente da União Soviética Mikhail Gorba-
chev. […]. Em Helsínquia afirmámos, na nossa declaração conjunta, a nossa determinação para
responder à ameaça que o Iraque representa para a paz. E cito: "Estamos unidos para garantir que a
agressão por parte do Iraque não seja tolerada”. É claro que já nenhum ditador pode contar com o
confronto Leste-Oeste para bloquear a ação da ONU contra qualquer agressão […]. A crise no Golfo
Pérsico, apesar da sua gravidade, oferece uma rara oportunidade para um período histórico de coo-
peração. Nestes tempos difíceis, o nosso quinto objetivo, uma nova ordem mundial poderá emergir:
uma nova era, menos ameaçada pelo terror, mais forte na busca da justiça e segura na busca da paz.
Uma época em que todos os países do mundo, seja no Oriente ou no Ocidente, no Norte ou no Sul,
possam prosperar e viver em harmonia. Uma centena de gerações tem procurado esse caminho eva-
sivo para a paz, enquanto milhares de guerras assolam a história humana. Hoje, este novo mundo
luta para nascer. Um mundo bem diferente do que nós experimentamos. Um mundo em que o Estado
de direito se substitui à lei da selva. Um mundo no qual se afirma a responsabilidade compartilhada
para assegurar a liberdade e a justiça. Um mundo onde há grande respeito pelos direitos dos mais
fracos. […]
Discurso do George Bush perante o Congresso, 11 de setembro, 1990.
DOC. 2 Paisagem da agricultura moderna no Texas DOC. 3 Polo tecnológico e empresarial de Silicon Valley
308
1. Identifique, com base no discurso do presidente americano, os argumentos usados para justificar a interven-
ção militar americana no mundo.
2. Explicite, a partir dos documentos, três dos motivos que fizeram dos Estados Unidos uma potência mundial
em termos económicos.
GRUPO III
OS NOVOS POLOS DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO NA ÁSIA-PACÍFICO
16,0%
12,0%
10,0%
Alemanha
8,0%
China
Reino Unido
6,0%
Japão
4,0%
Índia
0,0%
1980 1984 1988 1992 1996 2000 2004 2008 2012
MÓDULO 9
DOC. 2 Taxa de crescimento anual do PIB
12
1960 - 1980 1990 - 2000
10 1980 - 1990 2000 - 2010
0
China Taiwan Singapura Japão Coreia do Sul EUA
309
A.
Aqui estamos novamente num ponto de viragem na história chinesa. Em 1978 lançámos um
amplo programa a que chamámos "quatro modernizações": modernização da indústria, da
agricultura, da ciência e tecnologia e da defesa nacional. Para nós, chineses, isto tem um
sentido muito real, é uma nova revolução, e é uma revolução socialista. O objetivo de uma
revolução socialista, de facto, é libertar as forças produtivas de um país e desenvolvê-lo […].
A China adotou agora uma política de abertura ao mundo, num espírito de cooperação inter-
nacional. […] Nós queremos, à medida que o nosso desenvolvimento se processar, expandir o
papel da economia de mercado. Dentro do sistema de economia socialista, uma economia de
mercado e uma economia baseada na planificação da produção podem coexistir, e é possível
a coordenação entre as mesmas […].
B.
Nós não queremos o capitalismo, mas não queremos ser pobres sob o socialismo. […]
Acreditamos na superioridade do socialismo sobre o capitalismo. Essa superioridade é demons-
trada pelo facto de que o socialismo oferece condições mais favoráveis para o crescimento das
forças produtivas do que o capitalismo. […] Para a realização das quatro modernizações, de-
vemos seguir uma abertura para a política exterior. […] Devemos confiar nas conquistas
científicas e tecnológicas do mundo, bem como no potencial do capital estrangeiro para
conseguir as quatro modernizações […].
Excertos de discursos de Deng Xiaoping, 1979.
1. Explicite três objetivos enunciados por Deng Xiaoping ao anunciar que a China estava “num ponto de vira-
gem na história”.
310
GRUPO IV
A PERSISTÊNCIA DE FOCOS DE TENSÃO EM REGIÕES PERIFÉRICAS NUM MUNDO MULTIPOLAR
DOC. 1 DOC. 3
MÓDULO 9
DOC. 2
N.º de pessoas sob proteção do ACNUR
30 000 000
25 000 000
20 000 000
15 000 000
10 000 000
5 000 000
0
1
1
5
0
19
19
19
19
19
20
1. Refira três dos contributos da intervenção da ONU e de outros organismos internacionais na resolução de um
dos problemas a que as imagens dos documentos 1 a 3 se referem.
311
Coluna A Coluna B
a) Organismos que atuam para além dos governos e que visam uma intervenção 1. Estados-Nação
independente em questões humanitárias e ambientais e, por vezes, em cooperação
com as autoridades internacionais. 2. Xenofobia
b) Organismo da ONU que presta assistência humanitária a todos aqueles que se 3. Ambientalismo
encontram deslocados do seu país de origem por motivos de perseguição étnica, 4. ACNUR
religiosa ou política.
5. UNICEF
c) Atitude de intransigência na defesa de princípios de natureza religiosa da qual
decorrem atitudes extremistas. 6. Fundamentalismo
d) Sentimento de rejeição face ao que é estranho ou estrangeiro e que promove a 7. Sionismo
discriminação e pode assumir contornos violentos. 8. ONG’s
e) Confrontam-se com problemas e desafios que não se resolvem no interior das suas
fronteiras e que apenas a ação supranacional e de cooperação internacional pode
resolver.
312
GRUPO I
O FIM DO BIPOLARISMO
1. 20 PONTOS
Descritores do nível de desempenho no domínio da comunicação
escrita em língua portuguesa
Descritores do nível de
desempenho no domínio específico da disciplina N1 N2 N3
Indicação clara de três das consequências dos acontecimentos representados, de entre as
seguintes:
– livre circulação entre Berlim oriental e Berlim ocidental;
– queda do Muro de Berlim ou queda da “Cortina de Ferro”;
– reunificação alemã;
– fim do bipolarismo na Europa;
– as mudanças políticas alastram a toda a Europa de Leste;
N5 – eclosão de nacionalismos e de separatismos; 18 19 20
– proclamação da autonomia de várias repúblicas socialistas soviéticas;
– surgimento de novos países a Leste ou mudança profunda do mapa da Europa;
– desagregação da URSS e formação de novos Estados ou de federações de Estados;
– eclosão de conflitos étnicos e religiosos em várias regiões ou Balcãs ou ex–Jugoslávia ou
nas antigas repúblicas da URSS.
• Interpretação completa do documento, por referência ao solicitado
• Utilização adequada e sistemática da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 14 15 16
Apresentação de duas das consequências referidas no nível 5.
N3 • Interpretação incompleta do documento, por referência ao solicitado 10 11 12
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 6 7 8
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível superior.
N1 • Interpretação incipiente do documento, por referência ao solicitado 2 3 4
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
MÓDULO 9
2. 20 PONTOS
313
GRUPO II
A HEGEMONIA DOS EUA
1. 20 PONTOS
314
2. 30 PONTOS
MÓDULO 9
315
GRUPO III
OS NOVOS POLOS DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO NA ÁSIA-PACÍFICO
1. 30 PONTOS
316
2. 50 PONTOS
MÓDULO 9
– promoveu-se a associação entre empresas estrangeiras e companhias chinesas ou a fixação
de multinacionais;
– ciência e tecnologia desenvolvidas através da aposta no ensino ou abertura à cooperação
científica com o Ocidente ou desenvolvimento de programas de formação de estudantes no
estrangeiro;
– licenças e patentes estrangeiras;
– adaptação à produção e à inovação tecnológica com maior aposta nas indústrias de
componentes eletrónicos e de informação ou introdução de processos de mecanização;
– crescimento do investimento militar;
– consolidação das reformas a partir de 1992, assumindo na Constituição a adoção da ideia de
“economia socialista de mercado” ou reforço da modernização dos recursos militares ou
desenvolvimento do pleno emprego.
Repercussões do processo de modernização na economia e na sociedade chinesas:
– a transformação muito rápida obrigou as pessoas a adaptar-se a um novo tipo de sociedade
de consumo e de mercado;
– Pequim tornou-se uma cidade de contrastes, com os migrantes que afluem das zonas
interiores para trabalhar mantendo hábitos tradicionais: “com chapéus de palha sobre os olhos
dormitam”;
– as gerações mais idosas sentiram a mudança repentina e “mal reconhecem” a vizinhança;
– as cidades tornaram-se cosmopolitas e aí afluem “arquitetos que outrora ficavam em
Manhattan” ou as cidades e a arquitetura permitem “construir mais e o mais alto […]”;
– a economia chinesa cresceu cinco vezes mais rápido que o Ocidente ou as mudanças
ocorreram de forma quase explosiva: “O que levaria uma década para ser concluído no
Ocidente, na China faz-se em dois anos”;
317
N6 Nível intercalar 38 41 43
Desenvolvimento do tema abordando, por referência ao nível 7:
– dois aspetos de cada um dos tópicos (2/2/2); ou
– três aspetos de um dos tópicos, dois aspetos de outro dos tópicos e um aspeto do outro
tópico (3/2/1); ou
– três aspetos de cada um de dois dos tópicos (3/3/0); ou
N5 31 34 36
– dois aspetos de cada um de dois dos tópicos e um aspeto do outro tópico (2/2/1); ou
– três aspetos de um dos tópicos e dois aspetos de outro dos tópicos (3/2/0); ou
– três aspetos de um dos tópicos e um aspeto de cada um dos outros tópicos (3/1/1).
• Integração, de forma oportuna, de três documentos
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 24 27 29
Desenvolvimento do tema, abordando, por referência ao nível 7:
– um aspeto de cada um dos tópicos (1/1/1); ou
– três aspetos de um dos tópicos (3/0/0); ou
– dois aspetos de um dos tópicos e um aspeto de outro dos tópicos (2/1/0); ou
N3 17 20 22
– um aspeto de cada um de dois dos tópicos (1/1/0); ou
– dois aspetos de um dos tópicos (2/0/0).
• Integração, de forma oportuna, de dois documentos
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 10 13 15
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível 7.
N1 • Incipiente integração de documentos, por referência ao solicitado 3 6 8
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
318
GRUPO IV
A PERSISTÊNCIA DE FOCOS DE TENSÃO EM REGIÕES PERIFÉRICAS
NUM MUNDO MULTIPOLAR
1. 20 PONTOS
MÓDULO 9
– aprovação de protocolos internacionais para o controlo da poluição, de gases… (Protocolo
de Quioto, Cimeira da Terra…).
• Interpretação completa do documento, por referência ao solicitado
• Utilização adequada e sistemática da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 14 15 16
Apresentação de dois dos contributos referidos no nível 5.
N3 • Interpretação incompleta do documento, por referência ao solicitado 10 11 12
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 6 7 8
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível superior.
N1 • Interpretação incipiente do documento, por referência ao solicitado 2 3 4
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
2. 10 PONTOS
(A) – (8); (B) – (4); (C) – (6); (D) – (2); (E) – (1)
319
320
GRUPO I
A CONSOLIDAÇÃO DA CE: A INTEGRAÇÃO DE PORTUGAL DEMOCRÁTICO
DOC. 1 Discurso de Giulio Andreotti na cerimónia de adesão de Portugal à CEE (junho de 1985)
Esta adesão contribui para uma maior coincidência entre a Europa geográfica e a Europa política
e institucional; e ao mesmo tempo prova, mais uma vez, que a adesão à Comunidade Europeia é o
corolário da reconquista dos valores inerentes a uma democracia pluralista. […] Hoje, quando – no
fim de um longo processo de negociações – Portugal se torna membro de uma Comunidade a Doze,
podemos dizer que foram os Portugueses que aceleraram, pelas suas próprias mãos, as salvaguardas
democráticas. […] Pela sua parte, a Comunidade está em condições de proporcionar a Portugal uma
nova dimensão política e económica, na qual poderá encontrar o lugar que lhe pertence pela sua
história, a sua cultura e as suas tradições. Assim, os laços históricos, culturais e económicos de
Portugal […] representam um contributo importante à ação que a Comunidade empreendeu para
criar, sobretudo nas zonas onde reina uma tensão internacional importante, as condições necessá-
rias a novos equilíbrios e a novas oportunidades de paz.
G. Andreotti, Bulletin des Communautés Européennes, n.º 6, junho, 1985.
MÓDULO 9
1. Identifique, com base no documento, a importância que a adesão de Portugal representou para a Comuni-
dade Europeia.
2. Associe os elementos relacionados com a consolidação do projeto europeu, presentes na coluna A, às desig-
nações correspondentes, presentes na coluna B.
Coluna A Coluna B
a) Portugal e Espanha tornaram-se membros da Comunidade Europeia e neste mesmo ano foi 1. 1957
assinado o Ato Único Europeu, que previu a harmonização das leis nacionais para os
Estados-membros, de forma a constituir um verdadeiro mercado único. 2. 1968
LHA12DP_F21 321
GRUPO II
A UNIÃO EUROPEIA NO NOVO QUADRO INTERNACIONAL: REALIZAÇÕES E DESAFIOS
Foi o Tratado de Maastricht que criou a cidadania europeia. De facto, no seu artigo 8.º
consta o seguinte: “São cidadãos da Europa todos aqueles que têm a cidadania de um Estado-
‑membro”. Seguidamente, enunciam-se algumas consequências práticas daí decorrentes: – Di-
reito de voto, no país de residência do cidadãos, em eleições municipais e eleições europeias,
a confirmar e a explicitar por votação unânime no Conselho Europeu. – Possibilidade de o cida-
dão ser defendido num país terceiro pelas autoridades diplomáticas e consulares de um outro
país. – Direito de o cidadão dirigir petições ao Parlamento Europeu, com a instituição de um
mediador.
Jacques Delors, Memórias, Quetzal, Lisboa, 2004.
O Tratado de Lisboa reforça a dimensão social da União Europeia (UE). Nos tratados funda-
dores, reconhece os valores sociais da União e inclui novos objetivos em matéria social. […]
No entanto, as competências da UE neste domínio não registam grandes alterações. O Tratado
de Lisboa procede a algumas inovações, mas a elaboração e a execução das políticas sociais
continuam a ser da competência dos Estados-membros. […] O Tratado de Lisboa modifica três
artigos dos tratados fundadores, a fim de clarificar e reforçar os objetivos sociais da UE:
O artigo 3.º do Tratado da UE passa a mencionar o pleno EMPREGO, o progresso social, a luta
contra a exclusão social e a proteção social entre os objetivos da União;
O artigo 9.º do Tratado sobre o Funcionamento da UE refere que, na elaboração e execução
das políticas da União, devem ser tidos em conta um nível de EMPREGO elevado, uma proteção
social adequada e a luta contra a exclusão social […].
Disponível em: http://europa.eu/legislation_summaries/institutional_affairs/treaties/lisbon_treaty/ai0023_pt.htm
322
Europa dos 15
Islândia
Países que rejeitaram
aderir à União Europeia
Países candidatos
Países membros
depois de 2004
Novos países
membros em 2007 Finlândia
Noruega
Países membros 1998
em 2014 Suécia Estónia
Países que aplicam a 2004
Convenção de Shengen Rússia
o
Irlanda Mar do Letónia
ltic
Países na Zona Euro Norte 2004
Bá
Dinamarca r
Países que rejeitaram a Reino Holanda 1998 Ma Lituânia
Constituição europeia Unido 1998 Rússia 2004
Cortina de Ferro 1998
desmantelada em 1989 Alemanha Polónia
Bélgica 1998 1999
Conflitos armados 1998
depois de 1991 Rep. Checa
Lux. Eslováquia
1998 1999
1998 Ano em que países 2004
constituem a NATO Áustria Hungria
2004 1999
França
1998 Eslovénia Croácia Roménia
2004
Bósnia- Sérvia
o
-Herzegovina Burgária Negr
2004 Mar
Portugal Montenegro Macedónia
Espanha
1998
1998 Itália
1998 Albânia Turquia
Mar Med
iterrâneo 1998
Grécia
1998
0 400 km Malta
Chipre
1. Identifique, com base nos documentos 2 e 3, três das diferenças nas políticas sociais evidenciadas no con-
texto da UE.
MÓDULO 9
2. Selecione a opção correta para cada afirmação.
1. O fim da Guerra Fria deu lugar a profundas alterações no mapa político europeu, pois…
a) surgiram novos países em consequência do desmembramento da Checoslováquia e da Polónia.
b) surgiram novos países em consequência de revoluções independentistas na Europa de leste.
c) surgiram novos países em consequência do desmembramento da URSS e dos nacionalismos nos países
de leste.
d) surgiram novos países em consequência do desmembramento da Turquia e dos nacionalismos nos países
de leste.
2. O projeto europeu ganhou um novo impulso com a constituição da Europa dos Vinte e Sete…
a) em 2007, com a coincidência das fronteiras políticas e geográficas em consequência da adesão dos
países a leste da “cortina de ferro”.
b) em 2004, com a coincidência das fronteiras políticas e geográficas em consequência da adesão dos
países a ocidente da “cortina de ferro”.
c) em 2001, com a coincidência das fronteiras políticas e geográficas em consequência da adesão dos
países do Mediterrâneo Oriental.
d) em 2000, com a coincidência das fronteiras políticas e geográficas em consequência da adesão dos
países do sul da Europa.
323
GRUPO III
A VIRAGEM PARA UMA NOVA ERA: O NOVO MODELO ECONÓMICO E A GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA
324
liberdade individual, o autogoverno e a livre iniciativa em todo mundo […]. No centro dos
nossos esforços está uma ideia justificada por vinte e cinco meses consecutivos de crescimento
económico: a liberdade e os incentivos promovem a iniciativa e o génio empresarial que cons-
tituem o motor do progresso humano. Começámos a aumentar as retribuições pelo trabalho, as
poupanças e os investimentos; a reduzir os custos e as dimensões do governo, assim como a
sua interferência na vida das pessoas. Devemos simplificar o nosso sistema fiscal, torná-lo mais
justo, e baixar os impostos para todos aqueles que trabalham […]. Devemos atuar de imediato
para proteger as gerações futuras da pretensão do governo em gastar o dinheiro dos seus cida-
dãos e impor-lhes impostos pesados quando as contas tiverem de ser pagas. Façamos com que
seja considerado inconstitucional o ato de o governo federal gastar mais do que arrecada. […]
Discurso de Ronald Reagan na tomada de posse do 2.º mandato, 21 de janeiro, 1985.
MÓDULO 9
1. Explicite três medidas tomadas com vista a "um amanhã melhor".
325
GRUPO IV
PORTUGAL NO NOVO QUADRO INTERNACIONAL
DOC. 1 A CPLP: ator multipolar no mundo global segundo Murade Isaac Murargy***
326
***Murade Isaac Murargy é secretário executivo da CPLP desde a IX Conferência de chefes de Estado e de go-
verno, realizada a 20 de julho de 2012, em Maputo.
MÓDULO 9
regionais.
c) potenciar a expansão do francês e para aumentar a cooperação multifacetada na área económica da
ASEAN.
d) potenciar a expansão do castelhano e para aumentar a cooperação multifacetada na área do MERCOSUL.
2. O secretário executivo da CPLP, na análise do passado e do futuro da organização, afirma que esta benefi-
cia de um “vasto conjunto de oportunidades” devido à…
a) pertença a diversas organizações regionais, económicas e políticas, tais como a União Europeia, o Mer-
cosul e, futuramente, a ASEAN.
b) pertença a diversas organizações regionais, económicas e políticas, tais como a CIA, a NAFTA e, futura-
mente, a OMC.
c) pertença a diversas organizações regionais, económicas e políticas, tais como a OMC, a União Europeia
e, futuramente, a ALCA.
d) pertença a diversas organizações regionais, económicas e políticas, tais como a ASEAN, a APEC e, futu-
ramente, a Comunidade Andina.
327
3. O secretário executivo da CPLP, na análise do passado e do futuro da organização, afirma que Portugal e o
Brasil poderão dar importantes contributos aos demais Estados-membros da CPLP em vários domínios,
nomeadamente…
a) Portugal na ASEAN; Brasil na APEC; Angola e São Tomé e Príncipe como membros da ALCA; Angola e
Moçambique integram a CIA; Cabo Verde e a Guiné-Bissau são membros da União Europeia; a Guiné-
‑Bissau é ainda parte da NAFTA e Timor-Leste procura a sua integração na OMC.
b) Portugal na NAFTA; Brasil na OMC; Angola e São Tomé e Príncipe como membros da APEC; Angola e
Moçambique integram a OMC; Cabo Verde e a Guiné-Bissau são membros da NAFTA; a Guiné-Bissau é
ainda parte da ALCA e Timor-Leste procura a sua integração na União Europeia.
c) Portugal no Mercosul; Brasil na União Europeia; Angola e São Tomé e Príncipe como membros da NAFTA;
Angola e Moçambique integram a ASEAN; Cabo Verde e a Guiné-Bissau são membros da OMC; a Guiné-
‑Bissau é ainda parte da APEC e Timor-Leste procura a sua integração na CIA.
d) Portugal na União Europeia; Brasil no Mercosul; Angola e São Tomé e Príncipe como membros da CEEAC;
Angola e Moçambique integram a SADC; Cabo Verde e a Guiné-Bissau são membros da CEDEAO; a Guiné-
‑Bissau é ainda parte da UEMOA e Timor-Leste procura a sua integração na ASEAN.
4. O secretário executivo da CPLP, na análise do passado e do futuro da organização, afirma que os objetivos
da CPLP se cruzam com os objetivos “dessas organizações regionais”, de que se destacam…
a) a promoção e a integração apenas nos domínios da indústria e da finança.
b) a promoção e a integração em todos os domínios da atividade científica e tecnológica.
c) a promoção e a integração em todos os domínios da atividade económica, no campo monetário e finan-
ceiro, e nas questões culturais, sociais e educativas.
d) a promoção e a integração apenas nos domínios da atividade cultural e comercial.
Associe os elementos relacionados com a consolidação do projeto europeu, presentes na coluna A, às desig-
2.
nações correspondentes, presentes na coluna B.
Coluna A Coluna B
a) Designa a comunidade de países destinada a promover a cooperação e o desenvolvimento 1. PALOP
em diferentes áreas; a defender os valores democráticos, os direitos humanos, o Estado
de direito e a justiça social; a estabelecer relações de cooperação com organismos 2. ASEAN
internacionais e regionais, com vista a afirmar internacionalmente os países-membros e a 3. CPLP
promover e difundir a língua portuguesa.
4. OMC
b) Designa o espaço onde se fala a língua portuguesa.
5. CIA
c) Designa a união aduaneira entre cinco países da América do Sul que têm como línguas
oficiais o castelhano e o português. 6. NAFTA
d) Designa a comunidade ibero-americana que visa a cooperação e o desenvolvimento entre 7. Lusofonia
Portugal, Espanha e os países da América Central e Latina, reforçando o papel de Portugal 8. MERCOSUL
na América.
e) Designa os países africanos, entre os quais se incluem Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, São Tomé e Príncipe e, mais recentemente, Guiné Equatorial. Entre estes
países e Portugal desenvolvem-se relações de cooperação em diferentes domínios e
implementam-se ações com vista à defesa e preservação da língua portuguesa.
328
GRUPO I
A CONSOLIDAÇÃO DA CE: A INTEGRAÇÃO DE PORTUGAL DEMOCRÁTICO
1. 20 PONTOS
Descritores do nível de desempenho no domínio da comunicação
escrita em língua portuguesa
Descritores do nível de
desempenho no domínio específico da disciplina N1 N2 N3
Identificação clara da importância política que a adesão de Portugal representou para a
Comunidade Europeia, com recurso a três de entre as seguintes evidências:
– permitiu alargar as fronteiras da Europa para o sul;
– significou a concretização da democracia na Europa mediterrânica;
– possibilitou a integração de Portugal como membro de pleno direito;
– permitiu diminuir os desequilíbrios na própria Europa, entre a Europa dos Nove e a Europa
N5 18 19 20
dos Doze;
– possibilitou o reforço da vocação atlântica no âmbito europeu;
– permitiu o reforço dos laços entre a Europa e os países com quem Portugal tem laços
culturais e históricos.
• Interpretação completa do documento, por referência ao solicitado
• Utilização adequada e sistemática da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 14 15 16
Apresentação de duas das evidências referidas no nível 5.
N3 • Interpretação incompleta do documento, por referência ao solicitado 10 11 12
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 6 7 8
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível superior.
N1 • Interpretação incipiente do documento, por referência ao solicitado 2 3 4
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
2. 10 PONTOS
MÓDULO 9
(A) – 5; (B) – 6; (C) – 3; (D) – 8; (E) – 1
329
GRUPO II
A UNIÃO EUROPEIA NO NOVO QUADRO INTERNACIONAL: REALIZAÇÕES E DESAFIOS
1. 20 PONTOS
2. 20 PONTOS
330
3. 50 PONTOS
MÓDULO 9
– influencia as decisões das diversas instituições internacionais (reuniões do G-20, Conselho
de Segurança da ONU, FMI …);
– a economia europeia está integrada no sistema global através das redes de informação;
– muitas ONG’s têm origem europeia.
• Integração, de forma oportuna e sistemática, dos quatro documentos
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N6 Nível intercalar 38 41 43
Desenvolvimento do tema abordando, por referência ao nível 7:
– dois aspetos de cada um dos tópicos (2/2/2); ou
– três aspetos de um dos tópicos, dois aspetos de outro dos tópicos e um aspeto do outro
tópico (3/2/1); ou
– três aspetos de cada um de dois dos tópicos (3/3/0); ou
N5 – dois aspetos de cada um de dois dos tópicos e um aspeto do outro tópico (2/2/1); ou 31 34 36
– três aspetos de um dos tópicos e dois aspetos de outro dos tópicos (3/2/0); ou
– três aspetos de um dos tópicos e um aspeto de cada um dos outros tópicos (3/1/1).
• Integração, de forma oportuna, de três documentos
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 24 27 29
331
N2 Nível intercalar 10 13 15
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível 7.
N1 • Incipiente integração de documentos, por referência ao solicitado 3 6 8
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
GRUPO III
A VIRAGEM PARA UMA NOVA ERA: O NOVO MODELO ECONÓMICO E A GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA
1. 30 PONTOS
332
2. 20 PONTOS
MÓDULO 9
GRUPO IV
PORTUGAL NO NOVO QUADRO INTERNACIONAL
1. 20 PONTOS
2. 10 PONTOS
A – 3; B – 7; C – 8; D – 5; E – 1
333
335
336
GRUPO I
1. 20 PONTOS
Afirmação Alínea correta Pontuação
1 (B) 5
2 (D) 5
3 (A) 5
4 (C) 5
GRUPO II
1. 20 PONTOS
2. 10 PONTOS
(A) – (3); (B) – (8); (C) – (7); (D) – (2); (E) – (5)
GRUPO III
1. 5 PONTOS
"Marcha sobre Roma"
LHA12DP_F22 337
2. 30 PONTOS
3. 20 PONTOS
338
4. 5 PONTOS
(E) – (B) – (D) – (A) – (C)
GRUPO IV
1. 30 PONTOS
339
3. 50 PONTOS
N6 Nível intercalar 38 41 43
Desenvolvimento do tema abordando, por referência ao nível 7:
– dois aspetos de cada um dos tópicos (2/2/2); ou
– três aspetos de um dos tópicos, dois aspetos de outro dos tópicos e um aspeto do outro
tópico (3/2/1); ou
– três aspetos de cada um de dois dos tópicos (3/3/0); ou
N5 31 34 36
– dois aspetos de cada um de dois dos tópicos e um aspeto do outro tópico (2/2/1); ou
– três aspetos de um dos tópicos e dois aspetos de outro dos tópicos (3/2/0); ou
– três aspetos de um dos tópicos e um aspeto de cada um dos outros tópicos (3/1/1).
• Integração, de forma oportuna, de três documentos
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N4 Nível intercalar 24 27 29
340
341
342
2. 20 PONTOS
GRUPO II
1. 20 PONTOS
343
GRUPO III
1. 30 PONTOS
2. 8 PONTOS
Gomes da Costa
3. 20 PONTOS
344
4. 5 PONTOS
(E) – (B) – (D) – (A) – (C)
GRUPO IV
1. 30 PONTOS
2. 10 PONTOS
(A) – (3); (B) – (2); (C) – (5); (D) – (7); (E) – (6)
345
3. 50 PONTOS
346
347
348
GRUPO II
1. 20 PONTOS
349
2. 20 PONTOS
3. 5 PONTOS
(D) – (E) – (B) – (A) – (C)
GRUPO III
1. 20 PONTOS
350
2. 30 PONTOS
3. 20 PONTOS
4. 5 PONTOS
351
GRUPO IV
1. 20 PONTOS
352
2. 50 PONTOS
LHA12DP_F23 353
354
355
GRUPO II
1. 20 PONTOS
356
2. 20 PONTOS
GRUPO III
1. 20 PONTOS
357
2. 20 PONTOS
3. 20 PONTOS
358
GRUPO IV
1. 30 PONTOS
2. 10 PONTOS
(A) – (3); (B) – (5); (C) – (1); (D) – (4); (E) – (7)
3. 50 PONTOS
359
N6 Nível intercalar 38 41 43
360
N4 Nível intercalar 24 27 29
Desenvolvimento do tema, abordando, por referência ao nível 7:
– um aspeto de cada um dos tópicos (1/1/1); ou
– três aspetos de um dos tópicos (3/0/0); ou
– dois aspetos de um dos tópicos e um aspeto de outro dos tópicos (2/1/0); ou
N3 17 20 22
– um aspeto de cada um de dois dos tópicos (1/1/0); ou
– dois aspetos de um dos tópicos (2/0/0).
• Integração, de forma oportuna, de dois documentos
• Utilização adequada da terminologia específica da disciplina
N2 Nível intercalar 10 13 15
Apresentação genérica de aspetos referidos no nível 7.
N1 • Incipiente integração de documentos, por referência ao solicitado 3 6 8
• Utilização pouco rigorosa da terminologia específica da disciplina
361
GRUPO II
1. 20 PONTOS
2. 20 PONTOS
363
GRUPO III
1. 20 PONTOS
364
2. 20 PONTOS
3. 10 PONTOS
(A) – (5); (B) – (4); (C) – (1); (D) – (8); (E) – (2)
4. 5 PONTOS
(D) – (A) – (E) – (B) – (C)
GRUPO IV
1. 5 PONTOS
Deng Xiaoping
365
2. 30 PONTOS
366
2. 50 PONTOS
367
368
LHA12DP_F24 369
(A) Dominar os
conceitos:
Naturalismo/
Classicismo/
Perspetiva/
Regeneração/Poder
popular/
nacionalização/
Reforma agrária/
Guerra Fria/
Democracia popular
370
GRUPO II
1. 20 PONTOS
2. 20 PONTOS
371
GRUPO III
1. 20 PONTOS
2. 5 PONTOS
372
3. 20 PONTOS
4. 5 PONTOS
373
GRUPO IV
1. 30 PONTOS
2. 10 PONTOS
374
3. 50 PONTOS
375
376
1. 1. C
2. A
3. Tópicos de resposta:
– Análise obrigatória do documento em análise.
– O quadro revela-nos a tendência positiva de crescimento populacional que existiu na Inglaterra do sé-
culo XVIII, cuja baixa acentuada na taxa de mortalidade é acompanhada por um crescimento contínuo
da taxa de natalidade.
– Melhoria significativa e estabilidade do clima.
– Recuo da fome, da peste, das doenças e das epidemias.
– Melhorias significativas da Medicina e do acompanhamento materno da criança. Utilização da vacina-
ção. Melhoria na higiene individual e coletiva.
– Utilização adequada e sistemática do vocabulário específico da disciplina.
5. f / f / v / f / v / f / f / v
6. A-6 / B-1 / C-2 / D-5 / E-3 / F-4
7. A – 2 / B – 4 / C – 1 / D -3 /
8. 4 / 6 / 1 / 3 / 2 / 5
377
Ficha 1
1.1. A sensação de “consoladora certeza de que a sua civilização era superior”, descrita pelos visitantes da
Exposição Universal de Paris em 1900, prende-se essencialmente com o facto de a Europa se considerar a si
própria como um conjunto de máximos em comparação com outros países ou continentes. Tinha a “superiori-
dade” na ciência, na investigação científica e na educação dos seus membros, contava com as melhores univer-
sidades, tinha uma economia poderosa e presente em todo o mundo, tinha uma enorme indústria transformadora
de matérias-primas, uma agricultura moderna, produtiva e mecanizada, acreditava nos seus dotes políticos e,
militarmente, controlava o mundo inteiro com fortes armadas e exércitos. Contava igualmente com um forte
aparelho administrativo que se fazia impor nas colónias e através de uma prática imperialista.
1.2. O ano de 1917 foi considerado um ano decisivo para a I Guerra Mundial porque, como refere o docu-
mento, a continuação da guerra das trincheiras desmoralizava os exércitos e a população europeia, originando
grandes convulsões políticas internas nos países beligerantes. Ora, a revolução russa de 1917 fez com que a
frente oriental desmobilizasse, através da assinatura do Tratado de Brest-Litovsk entre a Rússia comunista de
Lenine e a Alemanha. O que ao início poderia parecer uma vantagem para a Alemanha, que deslocou a maio-
ria das suas tropas para a frente ocidental, tornou-se um sério problema com a entrada dos EUA na guerra,
desequilibrando definitivamente a guerra para o “prato” da Tríplice Entente, ou seja, os Aliados.
1.3. Os “novos ressentimentos” referidos no documento 3 significa que, após a guerra, por parte dos
vencidos, existia um natural e profundo descontentamento resultante da divisão de largas faixas dos seus
territórios e das grandes indemnizações que tiveram de pagar, para além de diversas proibições de índole
militar. Neste caso estão a Alemanha e a Áustria-Hungria. No caso "de uma parte dos vencedores que não
obtiveram tudo aquilo que esperavam", encontram-se a Itália, que chegou a denominar a sua vitória de “vi-
tória mutilada” devido a não ter acesso à Dalmácia e ao Fiúme. O próprio princípio das nacionalidades teve
um fim atabalhoado não correspondendo ao lema de “uma nação, um Estado”. A Jugoslávia recém-criada
contava com muitos ressentimentos por parte das minorias nacionais.
2.1. Essencialmente o Tratado de Versalhes obrigou a Alemanha e a Áustria-Hungria a não terem exército
de mais de 100 mil homens, a não ter Força Aérea ou Marinha; obrigaram estes países a pesadas indemnizações
de guerra e retalharam os seus territórios: o Império Austro-Húngaro deu lugar a países independentes como
a Áustria, a Hungria, a Checoslováquia, alargou a Roménia e a Bulgária, criou-se a Turquia em substituição do
Império Otomano, a Polónia ficou independente dividindo a Alemanha em duas, a Finlândia, a Estónia, a Le-
tónia e Lituânia tiveram possibilidades de se tornarem livres e independentes; a França ficou novamente com
a Alsácia-Lorena e o Sarre que a Alemanha tinha conquistado durante as guerras franco-prussianas de 1871.
2.2. As principais transformações geopolíticas verificadas após a 1.ª Guerra, para além das que foram
apresentadas na resposta anterior, foram essencialmente o fim dos impérios: o fim do Império Alemão, do
Austro-Húngaro e do Otomano, devido diretamente às derrotas da I Guerra Mundial. O Império Russo também
teve o seu fim devido não só ao desgaste que sofreu enquanto país envolvido na guerra, desgaste que está
intimamente ligado ao eclodir da Revolução Russa de 1917. Os regimes demoliberais substituíram numa pri-
meira fase os impérios em decadência.
2.3. Segundo o presidente dos EUA, W. Wilson, responsável pela apresentação ao Congresso de Os 14
Pontos, para o Pacto da Sociedade das Nações os países vencedores deveriam ser cautelosos para com as
condições que apresentaram aos vencidos, nomeadamente para com a Alemanha. Segundo este político, uma
demasiada humilhação dos países vencidos poderia pôr em causa a possibilidade de uma verdadeira coopera-
ção futura entre as novas nações saídas do Tratado de Versalhes. Este ponto de vista era secundado pela
Grã-Bretanha. No entanto, foi difícil que esta linha política moderada ganhasse, visto que os países que viram
os seus territórios devastados não perdoaram à Alemanha a afronta de ter iniciado a guerra. Esta última po-
sição ganhou, pelo que o Tratado de Versalhes foi considerado um autêntico diktat, aumentado ainda pelo
facto de a Alemanha não ter sido convidada para pertencer à SDN.
2.4. Os chamados “problemas não resolvidos” da I Guerra prendem-se essencialmente com o problema das
nacionalidades e das minorias nacionais. A Polónia, por exemplo, ficou com extensos territórios cujas maio-
rias eram ucranianas e bielorussas, a Checoslováquia tinha milhões de alemães a viverem dentro do seu
378
território o que vai originar tensões e representar, mais tarde, um pretexto para a invasão deste país por Hi-
tler, para além de contar igualmente com polacos, húngaros e rutenos. Para além disso, a Jugoslávia, Estado
federado, mantinha a tensão entre croatas, bósnios, sérvios, albaneses, italianos e kosovares.
3.1. A Sociedade das Nações teve como principal objetivo, incrementar a cooperação entre as nações de
modo a evitar uma nova guerra. Este objetivo seria secundado por novas relações internacionais baseadas na
franqueza, na honra, no cumprimento de tratados internacionais, na justiça e nas normas assentes no direito
internacional. No entanto, desde o início, a SDN confrontou-se com diversas fraquezas, sendo que a primeira
foi o facto de os EUA não terem tido autorização do senado republicano para integrar o Conselho, a Alemanha
e o Japão não terem sido convidados para membros e a Rússia comunista só mais tarde ser aceite. Faltou força
à SDN para combater os conflitos que se aproximavam na Europa e no Mundo.
4.1. Opções corretas: B / E / F / G / I / L
4.2. E – B – A – C – F – D.
5.1. O continente europeu saiu do conflito materialmente destruído nas infraestruturas económicas e
sociais: construções arrasadas, estradas intransitáveis, pontes destruídas, hospitais, escolas, universidades,
casas de habitação, milhões de hectares improdutivos para a agricultura, comércio estagnado e indústria ar-
rasada. Moralmente sinsitrado devido à perda de vidas humanas, que se contam por quase 22 milhões de
mortos e desaparecidos, milhões de inválidos de guerra e uma quebra acentuada na natalidade europeia. A
Europa deixou de ser o continente hegemónico que até aí se vangloriara de ser.
5.2. A Europa tornou-se devedora dos EUA ainda durante a I Guerra Mundial devido ao fornecimento de
armas e bens diversos aos países da Tríplice Entente. Os americanos quase triplicaram as exportações durante
a guerra. Após o conflito, a Europa mostrou-se com muitas dificuldades ao tentar reconverter a sua indústria
de guerra, nas necessidades de criar bens para a população, pedindo, por isso, ajuda aos EUA. Assim, en-
quanto a Europa se via num processo de desvalorização das suas moedas e numa inflação galopante, os EUA
sentiam a sua economia em expansão. O documento 8 mostra-nos como o “triângulo” económico entre os EUA
e os principais países europeus (sejam eles vencedores ou vencidos) aumentaram os fluxos de capitais entre
os continentes americano e europeu. Também o taylorismo e o fordismo, aliados à estandardização e baixa
de preços dos produtos, deram um grande alento à economia americana que, muitas vezes, e na impossibili-
dade de pagamentos por parte de Estados europeus, servia-se da compra de ações de empresas, detendo o
seu controlo.
Ficha 2
1.1. A etapa da revolução a que se refere o documento 2 é a Revolução de Fevereiro de 1917 cuja ampli-
tude e apoio generalizado da população levou à queda do czar e do regime absolutista e autocrático que o
apoiava.
1.2. Como o documento 2 refere, a desmoralização na frente da guerra era enorme e o massacre de solda-
dos uma realidade cada vez mais contestada por largos setores sociais russos: “Na frente - o sangue, as mu-
tilações, a morte. Fornada após fornada. Comboio após comboio, como rebanhos de gado, os nossos filhos e
os nossos irmãos são enviados para o matadouro de homens”. A própria população russa vivia numa profunda
miséria como indica o comunicado: “morrermos nós próprios de frio e de fome e calarmo-nos sem fim é uma
cobardia”. A agitação e as greves multiplicavam-se contra o regime autocrático de Nicolau II, que as reprimia
violentamente. Por outro lado, a economia via-se estagnada e a modernização foi um fracasso, tal como as
reformas sociais e políticas democráticas prometidas pelo czar.
1.3. A Revolução de Outubro de 1917 veio a destituir o democrata-constitucional e liberal Kerensky, cujo
Governo Provisório falhou no plano reformista que propunha para a Rússia. Os bolcheviques, através da procla-
mação de decretos revolucionários baseados na democracia dos sovietes, declararam que: todo o poder devia
ser entregue aos sovietes; a paz devia ser imediata; a terra devia ser distribuída aos camponeses; o controlo
operário devia ser uma realidade nas empresas.
379
2. Como refere o documento 4, o Comunismo de Guerra foi a reação económica dos bolcheviques (comu-
nistas) à guerra civil que estalou em 1918 entre o Exército Vermelho e o Exército Branco, este último formado
por antigos czaristas, monárquicos constitucionais, democratas e por apoiantes do governo de Kerensky,
constituindo uma amálgama política difícil de gerir. O Comunismo de Guerra defendia que todas as forças
produtivas deveriam estar orientadas para combater os inimigos do povo. Por isso, os bolcheviques naciona-
lizaram toda a produção agrícola, a banca e o comércio externo e as indústrias com mais de 10 operários e
dois motores.
3. Como refere o documento, a NEP “substituiu a requisição de alimentos por um imposto relativamente
suave em géneros, e legalizou o regresso do comércio e da produção industrial privada em pequena escala”.
A adoção da NEP pelos bolcheviques aconteceu porque a economia soviética estava paralisada e a população,
quer camponesa, quer operária sofria com a escassez de bens de consumo (o Comunismo de Guerra tinha
fracassado). A abertura, embora pequena, para o mercado e para a iniciativa privada da economia soviética
veio a dar bons resultados, mas ao mesmo tempo iniciou-se uma hostilidade do Partido para com os Nepmen,
cuja riqueza era então ostentada. Segundo Lenine, a NEP “era uma concessão temporária, mas necessária, ao
pequeno campesinato (…) com o fim de salvar a revolução e de voltar a por o país de pé”, o que veio a ve-
rificar-se. O cartaz, representado no documento 5, referente à NEP, reproduz as palavras de Lenine acerca das
medidas tomadas que poderiam ser entendidas como um passo atrás na construção do socialismo. Lenine ao
afirmar que a Rússia continuará socialista mostra que o país não hesitará nesse caminho, pese embora as
medidas que podem parecer capitalistas.
4. A4, B6, C5, D2, E1, F3.
5. E – F – B – C – A – D.
6. O Partido Comunista russo, através da declaração exposta por Lenine (Doc. 6), não pretendeu abolir o
Estado. Antes pelo contrário: a partir da chamada ”ditadura do proletariado” pretendeu transformar o velho
aparelho de Estado czarista por um novo: “a eliminação deste aparelho e a sua substituição pelo aparelho
novo, popular, isto é, verdadeiramente democrático, dos Sovietes” foi uma realidade após a Revolução de
Outubro de 1917 que destituiu o Governo Provisório de Kerensky. A partir daí construiu o que veio a chamar-
se de “centralismo democrático” cujo princípio se baseava na eleição de delegados do Partido Comunista
pelos sovietes, legitimando assim a sua presença nos órgãos do Estado. Embora os delegados e dirigentes
fossem eleitos de baixo para cima, isto é, da base para o topo, estes quase sempre eram propostos e nomea-
dos pelo partido o que originava um esquema de “legitimação” que impedia qualquer crítica aos princípios
estabelecidos pelo partido e pelo Estado que se confundiam.
Ficha 3
1.1. Destaca-se como importante o documento 1 para perceber os objetivos do Komintern, isto é, da III
Internacional, ao tentar expandir o movimento revolucionário comunista em toda a Europa como uma tarefa
a ser levada a cabo por todos os partidos comunistas europeus. Assim, “Se o Partido é ainda frágil, ele tem,
entretanto, condições de aproveitar os acontecimentos políticos ou grandes greves que abalam toda a vida
económica para levar a uma ação de propaganda radical sistemática e metodicamente organizada” o que na
linguagem do Komintern, saído da III Internacional, um partido comunista europeu, mesmo recém-criado,
deveria aproveitar todas as situações políticas de modo a tomar o poder através da convocação de greves e
manifestações. Nota-se igualmente uma grande preocupação em influenciar os trabalhadores com a ideologia
e a prática comunistas, de modo a realizar uma insurreição com base nas diretivas da direção do Komintern:
“Assim, obteremos a concentração das camadas proletárias em movimento que no momento sofrem somente
a nossa influência moral e nós a fá-las-emos aceitar a nova direção”. A propaganda era indissociável dos
objetivos políticos dos partidos comunistas “propaganda intensa (que) deve ser apoiada por uma ação para-
lela em todas as assembleias de sindicatos ou entidades do movimento”, o que obrigava a uma grande mobi-
lização dos militantes e simpatizantes trabalhadores e operários comunistas.
1.2. Segundo o documento 1, a propaganda reveste-se de uma importância fundamental no trabalho de
terreno dos comunistas: seja nas fábricas, nas oficinas, nas habitações, nos bairros operários, nos cruzamentos
380
das ruas. A imprensa dos partidos comunistas deveria ser distribuída e dada a conhecer aos trabalhadores de
modo a ganhá-los para a insurreição e luta operária, assim como dar a conhecer os objetivos desses partidos.
2.1. Após a I Guerra Mundial a Europa passava por uma grave crise económica e social através de uma
profunda crise inflacionista, queda abrupta dos salários e uma taxa de desemprego sem precedentes. Grande
parte dos trabalhadores acreditava que a solução para estes males não era o capitalismo, mas sim o socia-
lismo e o comunismo, à semelhança do regime saído da revolução russa de 1917. Aproveitando o desconten-
tamento popular de largos milhões de trabalhadores, tentaram-se revoluções e insurreições apoiadas pelo
Komintern e pelos partidos comunistas, conforme representam as imagens do documento 2. O levantamento
em Berlim, em 1918, acabou numa forte repressão, com milhares de mortos, entre os quais Karl Liebneckt e
Rosa Luxemburgo, os principais dirigentes do movimento. Na Hungria, em 1919, foi derrotada uma tentativa
de criar uma república conselhista (de tipo soviético); um movimento grevista insurrecional na Itália, em
1920, levou à repressão e opressão de milhares de operários que ocuparam fábricas em todo o norte do país.
3.1. O fascismo, tal como afirma Mussolini no documento 4, é uma ideologia totalitária porque, para o
fascista, nada se encontra fora do Estado. Este é o objetivo último de uma sociedade que rejeita a vontade
individual e pressupõe a força da Nação enquadrada nas instituições estatais. Nada, portanto, existe fora do
Estado. O fascismo é, também, totalitário porque não reconhece associações ou partidos políticos que possam
dividir e enfraquecer a vontade do “povo”. Toda e qualquer opinião contrária seria objeto, portanto, de repres-
são, porque seria considerada antissocial. A própria indumentária fascista, como se observa no documento 3,
a Marcha sobre Roma, induz à unicidade, à forte disciplina de cariz militar, obedecendo ao chefe, ao “Duce”,
figura central, cuja opinião nunca era colocada em causa.
3.2. D, B, E, C e A.
Ficha 4
381
do feminismo internacional. As primeiras ações que apontavam para uma libertação da condição da mulher em
Portugal radicam, essencialmente, num “desinteresse” pelos assuntos do lar, assim como na reivindicação geral
por uma maior participação social e política não só através do exercício do voto, mas igualmente pela participa-
ção em organismos e empregos tradicionalmente ocupados por homens. O acesso à educação tornou-se um meio
de luta e de ação através, principalmente, da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas (1909) e da Associação
de Propaganda Feminista (1911), onde militavam mulheres como Ana Castro Osório, Maria Veleda, Carolina Bea-
triz Ângelo e Adelaide Cabete, entre outras. No entanto, estas mulheres tiveram que contar com uma forte opo-
sição conservadora e tradicionalista quer da parte da Igreja, quer da parte da sociedade, fortemente patriarcal.
1.6. A-3; B-4; C-5; D-2; E-1.
2. A-6; B-7; C-8; D-1; E-3; F-5; G-2
Ficha 5
1.1. Segundo o documento 2, as três maiores dificuldades com que a República se defrontou foram:
o equilíbrio orçamental, o montante da dívida pública e a desvalorização da moeda.
1.2. Observa-se no gráfico representado no documento 2 que, excetuando um pequeno período de
saldo positivo, quando Afonso Costa estava no ministério das Finanças, o défice foi-se agravando a
partir da I Guerra Mundial com os gastos da reorganização militar e com a preparação da guerra. Parti-
cipação do país na guerra, a partir de 1916, fez disparar os gastos e as despesas. As despesas indiretas
e ligadas à guerra vieram também agravar-se, enquanto os impostos não só não chegavam para colmatar
os prejuízos como tiveram um efeito limitador para o desenvolvimento da economia e agravou o descon-
tentamento social. A desvalorização da moeda, como demonstra o documento 3 de uma forma evidente,
veio mostrar a debilidade dos governos republicanos, debilidade já sentida nos últimos governos da
monarquia com a desvalorização contínua do real e, agora, com o escudo. Houve uma reforma nominal
mas não foi suficiente. Os governos introduziram então o papel-moeda ou cédulas como forma de com-
bater a falta de moeda e a sua contínua desvalorização.
2.1. Os fatores que estiveram na base da instabilidade política foram vários como se pode observar
pela carga policial em 1911, representada no documento 5, sobre manifestantes que exigiam maiores
salários e redução de horas de trabalho. O documento 4 fornece-nos dados sobre o número, exagerado,
de ministérios existentes na República: a predominância política do Parlamento, que a Constituição de
1911 permitiu, implicava que o poder executivo estivesse dependente, exageradamente, deste sem que
conseguisse levar a cabo os seus projetos. Por outro lado, o presidente da República não tinha mais
poderes para, demitir governos ou ter iniciativas legislativas. O descontentamento da classe operária e
dos trabalhadores comerciais em Lisboa e no Porto residia, essencialmente, no facto de considerarem que
a República não tinha cumprido o que tinha prometido relativamente a importantes reformas sociais e
de legislação laboral. As classes médias estavam bastante afastadas do regime republicano, visto que
consideravam que a economia estava estagnada e os impostos continuavam a aumentar, pondo em causa
os seus lucros e poder. A Igreja respondeu ao anticlericalismo da República fazendo uma acérrima pro-
paganda contra o regime e figuras republicanas, colocando vastos setores do campesinato rural nas mãos
dos conservadores e opositores à República. O próprio exército, a partir do final da guerra, mostrou-se
mais propício à conspiração, acusando a República de os ter desprezado.
3.1. Portugal sai muito enfraquecido, política e economicamente, após a sua participação na I
Guerra Mundial. O CEP sofreu demasiadas baixas em La Lys e, por isso, saiu dessa batalha bastante hu-
milhado, visto que reclamava de não ter tido o apoio pretendido. Assim, o exército sai com o seu pres-
tígio incólume o que fez aproveitar Sidónio Pais para uma alternativa à República, promovendo um golpe
de Estado, "Sidónio Pais dera bastante atenção aos assuntos militares, utilizando as Forças Armadas na
nova encenação do poder…" (Doc. 3), tentando reformar a democrática república portuguesa num re-
gime ditatorial em que o Senado representaria a nação. A sua hostilidade para com os partidos políticos
fê-lo pensar, inclusive, em criar um partido nacional de base corporativa como, aliás, no resto da Europa
382
se tentava fazer. Embora não o conseguisse, por motivo do seu assassinato em 1918, o apoio popular
que conseguiu, devido à sua cuidada encenação quase monárquica do poder, e ao facto de ter apoio nas
classes sociais mais poderosas, veio relançar a ideia que Portugal precisaria de uma ditadura de base
militar, o que veio de facto a acontecer, em 1926, com Gomes da Costa.
4.1. Em Portugal, no início do século XX, não se acompanhou as soluções pictóricas de rutura e
provocadoras para com a arte académica e naturalista. O gosto dos portugueses, fruto de um isolamento
do país cada vez maior a nível cultural, que os afastava das tendências modernas europeias, fez-se sen-
tir, sobretudo, no plano da pintura naturalista promovida pelas Belas Artes e exposta por pintores como
Columbano e Malhoa. Os modernistas hostilizaram fortemente os naturalistas, através de escritos que os
contestavam e ao seu academismo, até à crítica violenta e provocadora. O modernismo tinha chegado a
Portugal, por volta de 1911, com o advento da República e pelas mãos de Santa-Rita, Amadeo de Souza-
‑Cardoso, Almada Negreiros, Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Mário Eloy, Abel Manta, Eduardo
Viana e tantos outros. Este tipo de modernismo entrou em Portugal de um modo muito profuso e até
eclético. Os pintores optaram por várias tendências do modernismo como o cubismo, o abstracionismo,
o futurismo, o expressionismo e pelo surrealismo, pelo que é muito difícil a sua identificação ou rótulos
que se queiram colocar a cada um deles. Neste quadro de Almada Negreiros, que retrata Fernando Pessoa,
observa-se a sua geometrização, a cor que contrasta com tonalidades diferentes e uma ausência estu-
dada de perspetiva.
Ficha 6
1.1. Segundo o autor do documento 1, a crise da Bolsa em 1929, nos Estados Unidos, não foi mais do que
um “elo da cadeia” de uma série de más decisões e de uma especulação que tentava esconder a real crise da
produção agrícola e industrial que invadia os EUA há já vários anos, com um abaixamento de preços (deflação)
sem controlo. Assim, devido aos empréstimos bancários, aos especuladores, o volume de dinheiro disponível era
grande, aumentando sistematicamente o valor das ações bolsistas, e os lucros das empresas eram cada vez mais
baixos, aumentando os stocks de produtos nos armazéns. O pânico que se gerou na “quinta-feira negra” deveu-se
ao facto de milhões de pessoas tentarem vender as ações sem que houvesse nenhum comprador.
1.2. O elevado nível de desemprego representado nos gráficos tem como causa próxima o crash da Bolsa em
Wall Street. O facto de milhares de bancos terem ido à falência, sem que pudessem pagar o custo das ações que
os especuladores e investidores exigiam, levou igualmente a uma falência em cadeia das empresas que lutavam
contra a deflação e a queda acentuada de preços, diminuindo consecutivamente os seus lucros. A impossibili-
dade de recurso a empréstimos bancários traduziu-se na falência de muitos industriais e agricultores, originando
um elevado nível de desemprego, que fez com que milhares de trabalhadores caíssem rapidamente na miséria.
Os gráficos apresentados no documento 2 representam não só os mais de 13 milhões de desempregados ameri-
canos, mas também a quebra acentuada do índice de produção industrial.
1.3. A crise foi particularmente dura para os países europeus, conforme está patente no Doc. 3, que depen-
diam dos capitais americanos para a sua reconstrução, após a I Guerra Mundial. A necessidade de capitais levaram
os EUA a retirar o dinheiro investido na Europa, originando uma retração por parte destes países. A crise durou
de 1929 até 1934-35 e foi particularmente sentida pela Alemanha, potência derrotada da guerra, que teve de lidar
com uma enorme taxa de desemprego e uma desestruturação industrial e agrícola, para além das enormes somas
que tiveram de pagar aos países vencedores como indeminização de guerra. Na maior parte dos países europeus,
as exportações pararam, optando esses países por uma política protecionista e autárcica, tentando a autossufi-
ciência económica. Como estes países eram igualmente colonizadores e importadores de matérias-primas, a crise
sentiu-se, naturalmente, em África, na Austrália e na América do Sul, países que praticavam uma política econó-
mica de monocultura com base nas exportações. A crise tornou-se, assim, mundial.
383
Ficha 7
384
Ficha 8
1.1.
A – Nacionalismo: “amor arrebatador e sem limites pela pátria.”
B – Propaganda: “fui eu que a criei através de uma operação de propaganda desenvolvida desde a inter-
venção na guerra até hoje.”
C – Ação de grupos paramilitares: “Se o fascismo se converteu num assunto dirimido com óleo de rícino
e cassetetes”,” em lugar da profunda paixão da elite da juventude italiana, fui eu que falhei!”
D – Antiliberalismo e antiparlamentarismo: “Meus senhores, estais a lavrar numa ilusão! Acreditastes que
o fascismo estava acabado…”
E – Violência: “Quando dois elementos estão em luta e quando se mostram irredutíveis, a solução reside
no emprego da força. Não houve outras soluções na história e nunca haverá outras”.
F – Partido único: “Agora, ouso dizer que o problema será resolvido. O fascismo, à vez governo e partido,
está em plena ascensão”.
1.2. C – D - A – E – F – G.
2.1. Entre as muitas semelhanças entre o fascismo italiano e o nazismo alemão, há, contudo, de estabelecer
algumas diferenças quanto aos fatores que os levaram ao poder: a Itália esteve ao lado dos vencedores e da
Entente na I Guerra Mundial, embora, ao princípio, estivesse alinhada com a Tríplice Aliança. Não conheceu a
humilhação da derrota, como a Alemanha, e com o diktat do Tratado de Versalhes, nem a controvérsia dos ter-
ritórios; o movimento fascista de Mussolini surgiu como uma solução para a ordem após um movimento de
greves e ocupações de terras e fábricas, que assustou largas camadas da burguesia; não teve de organizar ou
bater-se por eleições, como Hitler, facilitando a subida ao poder de Mussolini, a quem bastou organizar a Marcha
sobre Roma e ações de violência sobre opositores, para que o rei Vitorio Emanuelle lhe entregasse o governo.
2.2. A diferença mais importante entre as das práticas fascistas, referenciada no documento 2, é o ra-
cismo que foi levado até às últimas consequências pelo nazismo alemão com a “solução final”: (…) O fas-
cismo alemão foi muito mais racista do que o fascismo italiano."
3.1. Segundo a filósofa Hannah Arendt, entre as duas guerras mundiais proliferou o nazi-fascismo com
características "totalitárias e semitotalitárias". O totalitarismo é definido essencialmente pelo controlo total
pelo Estado da vida do indivíduo, desde o seu nascimento até à sua morte, enquadrando-o em diversas orga-
nizações de massas que se diferenciam pelo género, pelas práticas, pela idade e profissão. No entanto, o de-
nominador comum destas organizações é o seu caráter repressor e autoritário, não permitindo qualquer tipo
de pensamento livre ou de oposição. Quatro das características do totalitarismo são o seu nacionalismo exa-
cerbado, o corporativismo, que abole toda a possibilidade de luta entre classes, o racismo, que defende a su-
perioridade rácica do seu povo sobre todos os outros, e o imperialismo, que se traduz na ocupação de vastos
territórios fora das fronteiras naturais de uma nação, de modo a dominar povos considerados não “civilizados”.
3.2. Autarcia é a “fórmula” económica dos Estados totalitários que promovem a ideia de um país ser to-
talmente autossuficiente através da sua própria produção, reduzindo ou anulando as importações ou a depen-
dência externa.
4.1. O modelo estalinista de totalitarismo traduz-se por uma economia rigidamente planificada, através
dos planos quinquenais, como nos demonstram os documentos 4 e 5. No documento 4, Estaline afirma que a
URSS e os soviéticos estão “cinquenta a cem anos atrasados relativamente aos países avançados. Temos de
transpor este desfasamento em dez anos. Ou o conseguimos, ou eles acabam connosco”. Os objetivos eram
muitas vezes alvo de metas improváveis de conseguir. É este esforço de modernização que vai levar aos dados
que observamos no documento 5: um aumento exponencial de componentes da grande indústria, mas com
custos humanos enormes e através do trabalho escravo de centenas de milhares de presos do Gulag. O Estado
soviético tornou-se repressivo e ditatorial, eliminando os opositores de Estaline e controlando tudo, através
da edificação de uma verdadeira organização policial. O Partido Comunista e o governo da URSS confundiam-se
muitas vezes através da aplicação do centralismo democrático, uma forma de nomear altos dirigentes e qua-
dros comunistas de confiança do aparelho para reproduzir os objetivos do Estado e eliminar qualquer oposição.
5. D, B, F, A, G, E, C.
6. E-3 / C-5 / A-4 / D-1 / F-2 / B-6 / G-8.
LHA12DP_F25 385
Ficha 9
1.1. O conceito de Estado Novo:
– Referência obrigatória aos Docs. 1 e 2.
– Referência à Constituição plebiscitada de 1933 como meio de legitimar o Estado autoritário imposto por
Salazar e pelo golpe de Estado militar de 1926.
– A prioridade da política económica do Estado Novo foi a da estabilidade financeira, como se pode veri-
ficar através do Doc. 1: ”pela modelar administração e pelas reservas de ouro”, baseada no rigor e no
equilíbrio das contas públicas, conseguiu-se uma estabilização monetária e o aumento das reservas de
ouro. O equilíbrio financeiro permitiu o intervencionismo económico, quer pela maior capacidade de
investimento do setor público, quer pelo maior apoio dado ao setor privado através da concessão de
créditos.
– Amplo programa de obras públicas: ampliação dos caminhos de ferro, Metro de Lisboa, rede viária,
portos e autoestradas, barragens e rede telefónica.
– Política do condicionamento industrial.
Os meios utilizados pelo Estado Novo para se consolidar:
– Forte repressão a toda a oposição.
– Controlo apertado a todas as publicações, cinema, jornais e rádio através da ação da censura.
– PVDE e, mais tarde, a PIDE, que atuaram para reprimir qualquer veleidade de oposição à ditadura.
– Tribunais plenários, que consistiam num arremedo de justiça e faziam aplicar as penas julgadas neces-
sárias para o controlo dos oposicionistas.
– Legião Portuguesa, uma organização paramilitar de controlo e enquadramento de massas do Estado
Novo que o defenderia do comunismo e do socialismo.
– Mocidade Portuguesa e a Obra das Mães, que serviam para organizar, respetivamente, a juventude e as
mulheres nos valores do salazarismo.
– Corporativismo, que exerceu um forte controlo desde a base até ao topo de todas as organizações de
apoio ao Estado Novo.
A aproximação do Estado Novo aos modelos fascistas europeus:
– Em Portugal, adotou-se o modelo italiano na edificação das instituições e no imaginário político do
Estado Novo, principalmente a partir dos anos 30.
– Para Fernando Rosas (Doc. 2), o autoritarismo e a repressão foi particularmente visível no “controlo da
opinião pública, da propaganda e do enquadramento político-militar das populações.”
– Institui-se a Censura Prévia, a polícia política (PIDE), o SPN, a MP e LP, além do Estatuto do Trabalho
Nacional, promulgado em 1933, que instituiu o corporativismo.
1.2. B – E – A – F – D – G – C.
1.3. Referência obrigatória aos Docs. 1 e 2.
– Definição de “Estado Novo”, criado pela Constituição de 1933.
– A prioridade da política económica do Estado Novo foi a da estabilidade financeira, como se pode veri-
ficar no Doc. 1.
– Para “modelar administração” baseada no rigor e no equilíbrio das contas públicas, conseguiu-se uma
estabilização monetária e o aumento das reservas de ouro.
– O equilíbrio financeiro permitiu o intervencionismo económico quer pela maior capacidade de investi-
mento do setor público, quer pelo maior apoio dado ao setor privado através da concessão de créditos.
– Amplo programa de obras públicas: ampliação dos caminhos de ferro, Metro de Lisboa, rede viária,
portos e autoestradas, barragens e rede telefónica.
– Política do condicionamento industrial.
– Em Portugal, adotou-se o modelo italiano na edificação das instituições e no imaginário político do
Estado Novo, principalmente a partir dos anos 30.
– Controlo da opinião pública, da propaganda e do enquadramento político-militar das populações (Doc. 2).
– Instituiu-se a Censura Prévia, a polícia política (PIDE), o SPN, a MP e LP, além do Estatuto do Trabalho
Nacional promulgado em 1933, que instituiu o corporativismo.
4. B-1 / D-2 / L-3 / J-4 / H-5 / I-6 / A-7 / E-8 / C-9 / G-10 / F-11.
386
Ficha 10
1.1.
– Referência obrigatória ao Doc.1, referindo Ialta (fevereiro de 1945) como momento-chave para um
novo mapa geopolítico europeu, pós-1945.
– Embora com alguns sinais de divergência entre os Aliados decidiu-se: a divisão da Alemanha em 4
zonas de ocupação (EUA, Inglaterra, URSS e França). Definição das fronteiras da Polónia, redefini-
ção das fronteiras dos territórios ocupados pelos nazis e realização de eleições livres nos Estados
ocupados pelos alemães, realização de uma conferência em S. Francisco de modo a criar uma Carta
das Nações Unidas. A divisão da Coreia em duas zonas de influência. A definição do valor das in-
deminizações a atribuir à Alemanha.
– Após a capitulação da Alemanha, realizou-se em Potsdam (julho de 1945) uma conferência entre
os Aliados onde as divergências entre os participantes foram maiores: decidiu-se a desnazificação
e desmilitarização da Alemanha, criou-se o Tribunal de Nuremberga para os crimes nazis, definiu-se
o estatuto de Berlim, confirmou-se as novas fronteiras.
– Esta divisão revelou o aparecimento de uma Europa dividida em duas zonas de influência: a Europa
Ocidental, que se criou com a ajuda dos EUA, e a Europa de Leste, com a influência política da
URSS e dos partidos comunistas. Estes blocos políticos deram origem à Guerra Fria.
1.2.
– Referência obrigatória ao Doc. 2.
– No verão de 1944, em Bretton Woods, um grupo de economistas reuniu-se a fim de criar uma nova
ordem económica e financeira internacional, num quadro de cooperação e de estabilidade das
moedas e dos câmbios.
– Foi criado um SMI (Sistema Monetário Internacional) que assentou o dólar como moeda-chave.
– Para operacionalizar o sistema, foi criado o BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução e o
Desenvolvimento) e o FMI (Fundo Monetário Internacional).
– O BIRD era destinado a apoiar e orientar projetos de reconstrução de economias destruídas pela
guerra e fomentar o desenvolvimento económico.
– O FMI para fomentar a cooperação monetária, prestando ajuda financeira aos países em dificuldades.
2.1.
– Referência obrigatória ao Doc. 3
– Uma das consequências importantes da II Guerra Mundial foi a descolonização. O desaparecimento
de vastos impérios pôs a claro o rápido desmoronamento do domínio europeu.
– A vaga independentista (Israel, Jordânia, Síria, Índia, etc.) teve início logo após o fim da guerra
e ao longo da década de 60 alastrou-se a África.
– O primeiro fator prendia-se com o facto das potências imperialistas “vítimas de múltiplos proble-
mas de reconstrução” se encontrarem enfraquecidas perante as colónias.
O segundo fator tem a ver com o facto de as superpotências simpatizarem com a descolonização
por fatores ideológicos (caso da URSS) e pela tradição histórica (caso dos EUA).
– Alguns países tinham alguma cobiça pelos despojos (matérias-primas) que restariam depois da
descolonização.
3.1.
– Comparar as duas posições expressas nos documentos apresentados.
– Identificação do maoísmo, uma variante do comunismo que defendia o purismo da sua ideologia
através da revolução total das massas. Recurso a grandes campanhas de natureza ideológica para
consciencializar e mobilizar as populações para as transformações revolucionárias.
– Em 1957, Mao lança uma campanha de retificação dos erros do Partido que, afirmava, se afastou
das massas.
– Em 1958, Mao lança “O Grande Salto em Frente” de remodelação e fomento económico que visava
encurtar o caminho para o socialismo. Tentou dar prioridade ao campo em detrimento da indústria
pesada.
387
– Crítica de Mao a Krushchev na ocasião do XX Congresso do PCUS no qual se criticou a política levada
a cabo por Estaline. Acusam-se os soviéticos de desvios do ideal socialista.
– A China considerava-se o único país comunista do mundo. Edita-se em 1964 o Livro Vermelho de
Mao. Este lança a “Revolução Cultural” cujo saldo é negativo em mortos e reeducados.
– Mao faz a China entrar na ONU em 1970, ultrapassando a Formosa e pertencendo ao Conselho de
Segurança. Fortes fissuras com a URSS.
– A URSS acusa a China de desviacionismo da linha original do marxismo e chama-lhe aventureira.
– Krushchev afirma que Mao Tsé-Tung, ao contrário do que preconizava Estaline, apoiou-se nos cam-
poneses para conseguir a vitória, o que conseguiu, mas sem que fosse criticado por esse desvio aos
ideais marxistas.
– A URSS critica a posição dos chineses e de Mao quando estes referem que o aumento dos bens
materiais e da relação entre a quantidade e qualidade do trabalho era um conceito burguês.
– Krushchev reprova igualmente Mao por este considerar a coexistência pacífica como um conceito
burguês.
3.2. As respostas dadas poderão servir de debate orientado na aula.
Ficha 11
1.1. Neste discurso (Doc. 1), Winston Churchill, ex-primeiro-ministro britânico que ganhou a guerra,
mas não as eleições que se lhe seguiram, refere-se pela primeira vez à “cortina de ferro” denunciando o
facto de a União Soviética tentar, de uma forma aberta e sob o argumento de criar zonas tampão contra
a agressão alemã, controlar os destinos de múltiplos países da Europa Central e Oriental que caíram na
sua órbita. Assim aconteceu em países como a Polónia, a Roménia, a Checoslováquia, a Bulgária, a
Hungria e a Jugoslávia. Afirma igualmente que, embora tenha respeito pela heroicidade do povo russo
que combateu o nazismo alemão e pelo seu chefe Estaline, não pode a Europa admitir mais expansões
soviéticas para a Europa Ocidental. É o início da chamada Guerra Fria em que antigos aliados se tornam
inimigos, mas sem se confrontarem abertamente.
2.1. O que é claramente afirmado no documento 3 e observado no mapa (Doc. 2) é que a Alemanha,
derrotada em 1945, foi dividida em quatro zonas de influência e ocupadas militar e administrativamente.
As zonas de ocupação americana e inglesa estavam a complementar-se, tal como a zona de ocupação
francesa. A zona de ocupação soviética, a oriente, estava fora da ajuda americana que se veio a consubs-
tanciar no Plano Marshall e não tinha ligações com estas três zonas ocidentais. Assim, foi criada a RFA
(República Federal da Alemanha), com clara influência dos EUA, Grã-Bretanha e França, e a RDA (Repú-
blica Democrática Alemã) sob influência comunista e com ocupação soviética. Dentro da zona oriental
soviética, a capital, Berlim, estava por sua vez dividida com as mesmas quatro zonas de influência e
rodeada por território da RDA.
3.1. 1947 é o “ano de todos os perigos”, segundo o documento 4, visto que se chegou a acreditar
na eclosão de nova guerra, agora entre os antigos aliados que se dirimiam em virtude de quererem au-
mentar o seu poder e influência nos países europeus em reconstrução. Para além disso, e citando o
documento, “é a constatação da impotência da Europa para gerir a sua própria reconstrução, é o impasse
sobre o estatuto da Alemanha pós-hitleriana, é o afundamento do Japão, é a guerra civil e o reforço da
implantação comunista na China com o início da “reforma agrária”; "é o ano em que as duas grandes
potências vencedoras da guerra, EUA e URSS, ficam finalmente frente a frente, partilhando a Europa e o
Mundo com conceções que os vão conduzindo para situações e soluções radicalmente antagónicas”.
388
4. A-6 / B-4 / C-9 / D-1 / E-10 / F-3 / G-5 / H-7 / I-8 / J-2.
5.
A Corrente política que teve origem na II Internacional. SD
B Adenauer foi um seu representante. DC
C Tenta aplicar na política os princípios de justiça, entreajuda e valorização individual. DC
D Rejeita a via revolucionária para atingir o poder. SD
E Designa os regimes de forte influência comunista. DP
F As suas conceções políticas reformistas foram fundadas por Bernstein. SD
G Acredita na via revolucionária para chegar ao poder. DP
H Acredita que as reformas socializantes podem elevar o nível de vida dos trabalhadores. SD
I O Estado controla totalmente a economia, a sociedade e a cultura. DP
J Embora de origem conservadora, acredita no Estado-Providência e no bem-estar dos cidadãos. DC
L Corrente política inspirada pela doutrina da Igreja. DC
M Não acredita nas eleições “burguesas” e tem o partido único. DP
N O general Tito foi um seu representante. DP
O Willy Brandt foi um seu representante. SD
6. Durante os “Trinta Gloriosos” anos de desenvolvimento capitalista, que coincidiram com as ajudas
do Plano Marshall e com a reconstrução do pós-guerra, a Europa e o mundo capitalista em geral mostra-
ram um índice de prosperidade económica muito acima do esperado. Para além do Estado-Providência,
outros fatores foram também responsáveis do aumento de nível de vida nos países ocidentais: houve
uma aceleração do progresso tecnológico, o recurso ao petróleo era feito em bases muito vantajosas
para os países ocidentais, houve um aumento de concentrações industriais nas mãos das multinacionais,
que captaram muito dinheiro para o Ocidente, e um aumento da população ativa, principalmente nos
serviços, muito qualificada, além de uma modernização da agricultura que fez aumentar em muito a
produção.
O mundo comunista não conheceu, pelo contrário, este desenvolvimento, visto que os objetivos
eram igualmente muito diferentes, rejeitando a economia de mercado e de consumo e apostando nas
economias rigidamente planificadas. Se bem que no início fossem consideradas um êxito, este enorme
aumento da produção dos países comunistas não acompanhou o nível de vida das populações, como se
pode ver no gráfico representado no documento 6. O consumo tinha grandes entraves – a falta de pro-
dutos era uma constante e a qualidade dos que existiam deixava muito a desejar –, devido à rigidez da
economia planificada e estatal. Por outro lado, a corrida constante aos armamentos por parte das super-
potências obrigava a enormes despesas orçamentais que impediam o investimento noutras áreas de
desenvolvimento económico e relançamento do consumo.
389
Ficha 12
1. b – e – c – a – f – d.
2.1. Com base no documento 1, poderemos afirmar que houve, em Portugal, um crescimento económico
no pós-guerra baseado principalmente no desenvolvimento industrial, abandonando-se a autarcia e ten-
tando fugir à eterna dependência económica ao estrangeiro, nomeadamente aos produtos importados. Em
1948, Portugal faz uma curva na sua caminhada para a autarcia e, além da Lei do Fomento e Reorganização
Industrial logo em 1945, adere à OECE tentando beneficiar da ajuda do Plano Marshall. Embora não se
tenha abandonado a matriz rural do país, todos os planos de fomento apontam a industrialização como o
caminho a seguir, para além de uma aposta forte nas indústrias transformadoras de base, como a siderúr-
gica, as celuloses, as químicas, as de adubos e de refinação de petróleo. Também o desenvolvimento das
infraestruturas foi um objetivo claro destes planos, impulsionando a criação de estruturas de eletricidade,
transportes e comunicações. Para além da OECE, Portugal entra na EFTA, Associação Europeia de Comércio
Livre, que reunia sete países que não tinham aderido à CEE. Entrava-se igualmente no BIRD, no FMI e no
GATT.
3.1. Marcello Caetano opunha-se a que Portugal fosse um país pobre como revelavam, segundo Mar-
cello, todas as estatísticas europeias, apontando o governante o erro às próprias instituições europeias.
O seu argumento baseava-se, segundo o documento 2, numa “lavoura a renovar-se procurando vias novas
na fruticultura, na florestação e na pecuária, uma indústria em plena expansão, os serviços cada vez mais
espalhados e a oferecer mais empregos. O comércio vendia quanto tinha. Os impostos entravam facilmente
nos cofres do Estado, a conta do Tesouro apresentava constantemente saldos e nunca tive no governo di-
ficuldades financeiras”.
4.1. A emigração portuguesa nos anos 60 e 70 explica-se por várias ordens de fatores: a razão econó-
mica, muito baseada na existência de baixos salários e na grande exploração de mão de obra barata indus-
trial, foi das primeiras razões seguida pelo grande imobilismo da sociedade portuguesa que impedia o en-
riquecimento, mesmo modesto, pelo trabalho. A continuidade da repressão política e a eclosão da guerra
colonial fez com que se acelerasse a emigração de modo a fugir a uma guerra considerada inútil e contra
o correr dos tempos e que isolava Portugal.
5.1. Segundo os documentos, houve vantagens e desvantagens para o regime ditatorial português.
As vantagens da emigração contam-se pelo “envio permanente de somas avultadas em moeda estrangeira,
a aceleração da mecanização agrícola, o aumento de salários devido à escassez de braços, a modernização
gradual de muitas aldeias e vilas”. No entanto, no documento 3 também é realçado o facto de gerações
inteiras de mulheres e homens, que pretendiam renovar o país, saírem, muitos para nunca mais voltar, o
que teve efeitos perniciosos na economia do país a longo prazo.
6. A política integracionista de Marcello Caetano pretendia, devido à resolução 1514 da ONU, que ape-
lava à descolonização das regiões ainda ocupadas por metrópoles europeias entre as quais se encontrava
Portugal, responder a estas diretrizes internacionais, argumentando que Portugal e as colónias eram um
sistema único do “Minho a Timor”, uma realidade nacional única, baseada no particularismo da colonização
portuguesa portadora de intuitos civilizacionais, morais e religiosos que fariam toda a diferença de outras
realidades. Pensar-se-ia, assim, fugir às resoluções da ONU que condenavam o papel colonizador de Portu-
gal e à emergência de uma descolonização ou entrega das colónias aos nacionalistas que lutavam pela
independência. Marcello defendia um espaço comum entre as colónias e Portugal com moeda única e liber-
dade total de pessoas e bens (Doc. 5). A solução federalista, onde sobressaía Adriano Moreira e, mais tarde,
António de Spínola, defendia a independência condicionada por eleições a governos mistos de brancos e
pretos e uma ligação política federal com a metrópole.
6.1. O documento 5 refere-se a uma declaração conjunta entre as candidaturas de Humberto Delgado
e de Arlindo Vicente. A primeira, a de Humberto Delgado, era apoiada por democratas liberais, alguns so-
cialistas, católicos progressistas e até ex-figuras do regime salazarista; a segunda, a de Arlindo Vicente,
era promovida pelo Partido Comunista. Este “pacto” político veio unir toda a oposição contra Salazar e o
seu candidato Américo Thomaz. Esta candidatura unida veio exigir plena liberdade de expressão de pensa-
mento, imprensa livre de censura, eleições efetivamente livres e a imposição de um regime democrático. A
390
adesão popular foi enorme e veio transformar e radicalizar toda a oposição, quando, contra toda a expeta-
tiva, veio a perder fraudulentamente as eleições. A partir deste momento, a oposição acreditou que a
mudança do regime só se daria pela força.
7. A – 6 / B – 4 / C – 7 / D – 1 / E – 2 / F – 3 / G – 5.
8.1. Deu-se o nome da “primavera marcelista” ao primeiro ano do mandato de Marcello Caetano
(Doc. 7) à frente do governo a partir de 1968, ano em que morre Salazar. Marcello fala numa “evolução
na continuidade” pretendendo assim acalmar a esquerda moderada e a direita salazarista que pretendia
sobretudo a “continuidade”. Essa “abertura” traduziu-se pela chegada de opositores políticos no exílio
como o bispo de Porto e Mário Soares, e pela mera mudança de nomes de Censura para Exame Prévio,
União Nacional para Ação Nacional Popular e PIDE para DGS (Direção Geral de Segurança). Marcello
apresentou igualmente um plano de apoio social efetivo com a criação da ADSE para funcionários públi-
cos, reformas para os agricultores, e um ligeiro aumento de ordenados. No entanto, logo nas “eleições”
de 1969 verificou-se que as fraudes e a repressão continuavam e que a abertura não era mais do que uma
maquilhagem política sem conteúdo: "(…) O primeiro sinal de que a «renovação» chegara ao fim seria
dado durante as eleições de 1969, com o prolongamento de medidas restritivas das atividades e da fis-
calização do ato eleitoral (…). A questão colonial veio agravar o isolamento do governo, porque as
soluções políticas teimavam em não aparecer e a guerra em três frentes continuava com baixas cada vez
mais graves: (…) procurando no voto popular a «autorização» para prosseguir o empenhamento militar
no ultramar". Marcello Caetano ficou refém da guerra e claramente entre “dois fogos”: a oposição demo-
crática e a ala mais à direita do salazarismo.
Ficha 13
391
– A agitação revolucionária era uma realidade nas ruas, nas empresas e nos campos dando origem a
um clima de confrontação que quase levou Portugal à guerra civil e assistindo-se a várias desor-
dens entre militantes partidários de esquerda e direita e a assaltos a sedes de partidos políticos da
esquerda e da extrema esquerda.
– O panorama político dividiu-se claramente em dois lados: de um lado, o PS e as forças conserva-
doras de direita do PPD e do CDS aliados à Igreja; do outro, a esquerda militar do MFA, o PCP e a
grande panóplia de partidos da extrema esquerda que queriam a radicalização do processo revolu-
cionário.
A opção constitucional de 1976:
– A Constituição de 1976, foi fruto da promessa de eleições constituintes por parte do MFA, logo a
25 de abril de 1974.
– Mesmo com a tentativa de as boicotar, ou apelando à abstenção, os resultados das eleições cons-
tituintes mostraram um país bem diferente do que dava a entender o PREC, apresentando uma taxa
de participação recorde de 91,7%.
– O partido vencedor das eleições foi o PS, seguindo-se o PSD, o PCP, o CDS, o MDP e a UDP. Ou seja,
os partidos que queriam uma democracia representativa e pluralista ganharam largamente, ficando
o PCP e os partidos da esquerda radical com perto de 20% dos votos. O processo revolucionário
estava enfraquecido.
– A Constituição de 1976 nasceu destas forças opostas e contraditórias e os deputados estavam li-
mitados ao chamado Pacto MFA-Partidos que condicionou as escolhas ideológicas da nova Consti-
tuição, visto que o caminho para o socialismo fazia parte desse pacto.
– Para além da transição para o socialismo, a Constituição de 1976 promulga a democracia pluralista,
a representatividade assente nos partidos políticos, autonomiza as regiões autónomas e o poder
local.
– Reconhece igualmente o Conselho da Revolução como o órgão institucional de conselho ao Presi-
dente da República e garante da continuidade da revolução.
Ficha 14
1.1. Segundo o documento 1, o Programa do MFA tinha vários objetivos, três dos quais eram: a for-
mação de um governo provisório civil, a convocação de uma Assembleia Constituinte, a liberdade de
reunião, associação e expressão.
1.2. As dificuldades de instauração de um normal regime democrático parlamentar em Portugal resi-
diram, segundo a autora do documento, num país há muito privado da prática democrática, mergulhado
numa guerra colonial, atrasado economicamente, com profundas desigualdades sociais e carências cul-
turais.
2. A – 9 / B – 1 / C – 5 / D – 3 / E – 2 / F – 7 / G – 4 / H – 6.
3.1. As principais divisões que se deram no seio do I Governo Provisório estiveram relacionadas,
essencialmente, com o caminho a dar às colónias após um cessar-fogo que nem sempre foi controlado
por Lisboa. Assim, e segundo o documento 2, criaram-se dois polos opostos: o de Spínola, que era
apoiado por uma franja minoritária dos militares, por Adelino Palma Carlos e Sá Carneiro, e que defendia
uma solução federativa para as colónias que era já impossível de aceitar, preferindo um poder assente
num regime presidencialista com poucos poderes para o parlamento; um outro polo, maioritário, que
estava ligado à Comissão Coordenadora do MFA, ao PS, ao PCP e ao MDP, para além de uma esquerda
militar alargada e que queriam a independência das colónias negociando com os seus movimentos arma-
dos nacionalistas e independentistas, para além do escrupuloso cumprimento do Programa do MFA an-
corado nos 3 D’s – Desenvolvimento, Descolonização e Democracia.
4.1. Segundo o autor do documento 3, a revolução portuguesa foi tardia, no sentido de que foi a
última revolução de esquerda da Europa do século XX. Ao contrário do que se julgaria, teve efeitos
392
moderados mesmo durante o período mais “quente” politicamente e que se traduziu num confronto
aberto entre a esquerda e a direita. Fernando Rosas destaca dois períodos: um, de março a agosto de 74,
que é uma fase de arranque do período revolucionário que se traduz pela rapidez com que o movimento
popular exige o cumprimento das metas do Programa do MFA e conta com este para as primeiras ocupa-
ções de casas, infantários, empresas onde os patrões não pagariam os salários e terras. Este movimento
tem uma caráter espontâneo e suprapartidário. Já após agosto de 74 e durante um ano, até 75, segundo
o documento, o caráter político do movimento das ocupações é mais marcado a sul, com clara influência
do PCP e da extrema esquerda e nas cidades com grande influência deste último movimento.
Este movimento acontece, quer pela lentidão demonstrada pelos novos poderes em impor mudanças
significativas a nível social, económico e político e pela emergência dessas mesmas transformações
numa sociedade há longo tempo dominada por um conjunto de elites que não lhe reconhecia quaisquer
direitos. Assim, várias ocupações tiveram lugar logo após o 25 de Abril, o que culminou com uma grave
crise política, que levou à demissão de Adelino da Palma-Carlos e de Spínola, como primeiro-ministro do
I Governo Provisório e presidente da República, respetivamente.
O movimento de ocupação de empresas e terras um pouco por todo o país teve lugar com algum
apoio quer do governo e do novo Ministério do Trabalho, quer do COPCON (Comando Operacional do
Continente) que era corpo militar, comandado por Otelo Saraiva de Carvalho, e que acompanhava estas
ocupações, conforme destaca o documento 4. Tratava-se, igualmente, de dar voz às necessidades pre-
mentes do povo, mas também de garantir a produção já que muitos dos empresários se assustaram com
a agitação social, abandonando as empresas, fugindo para o estrangeiro ou argumentando que não po-
diam pagar salários com aumento desproporcionados ou pela fixação de um salário mínimo.
Argumenta-se ainda hoje que o significado internacional da revolução portuguesa está relacionado
com a completa democratização de toda a Europa ocidental, caindo com o regime de Marcello Caetano
as últimas ditaduras que ainda perduravam: a Espanha e a Grécia. Igualmente, no plano internacional,
se destacam os novos países saídos da revolução de 25 de abril, como a Guiné-Bissau que declarou a
independência já em 1973, Angola, Moçambique, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe, em 1975. Timor, que
tentou, em 1975, ser independente, viu-se a braços com uma ocupação indonésia de várias décadas, até
conquistar a independência em 2000. Macau hoje integra a China, se bem com um estatuto especial e
depois de negociações entre Portugal e aquele país.
5. A Constituição de 1976, fruto da época de agitação social que se vivia no PREC, refletiu muito o
seu tempo, apontando claramente para uma sociedade socialista baseada nas nacionalizações, na Re-
forma Agrária, na participação popular nas decisões políticas e nos poderes repartidos entre o presidente
da República e o parlamento. Defendia as conquistas revolucionárias e a ação política era vigiada quer
pelo Pacto MFA/Partidos, que ainda tinha alguns resquícios, quer pelo Conselho da Revolução que coad-
juvava a ação do PR. Ora, com a revisão de 1982, aponta-se para uma certa “normalização” civil, afas-
tando os militares do Conselho da Revolução (extinguindo-o) e criando o Conselho de Estado; embora
mantivesse os princípios socializantes no preâmbulo da Constituição de 1976, a revisão constitucional
criou um conjunto de artigos que apontava claramente para uma economia de mercado; equilibrou os
poderes entre PR e Parlamento; aumentou a liberdade de atuação dos governos (poder executivo): Os
tribunais (poder judicial) ficaram mais livres para exercer a sua independência relativamente ao poder
político e económico, criando, inclusive, o Tribunal Constitucional, que vigiava a ação governativa.
Reforçou igualmente o poder autárquico e o poder das regiões autónomas dos Açores e Madeira.
Ficha 15
393
Ficha 16
Grupo I
1.1. Esclarecimento do sentido da afirmação: “Herdámos uma economia que continua a ser a mais
forte do mundo”, articulando com a interpretação do documento, referindo três dos aspetos a seguir
indicados:
– reforço da supremacia económica dos EUA a nível mundial no segundo pós-guerra e manutenção
desse estatuto hegemónico no período pós-Guerra Fria;
– dinamismo das novas indústrias de ponta/desenvolvimento científico e tecnológico;
– supremacia das indústrias militares tecnologicamente avançadas;
– domínio das gigantescas empresas multinacionais americanas;
– preponderância no comércio internacional e participação nos mercados regionais (NAFTA, APEC)
integrados na globalização da economia;
– intervenção decisiva em instituições internacionais que visam fomentar o liberalismo económico à
escala mundial (FMI, OMC);
– controlo dos mercados financeiros internacionais e das fontes de matérias-primas.
1.2. Identificação clara de três dos problemas que, segundo Bill Clinton, ameaçam o mundo que
sucedeu ao fim da Guerra Fria:
– estagnação da economia;
– aumento das desigualdades sociais e da pobreza;
– degradação do meio ambiente;
– alastramento da SIDA;
– aumento da instabilidade político-militar e da insegurança; corrida aos armamentos;
– conflitos étnicos e problemas de nacionalidades.
1.3. Caracterização clara das linhas de força da política externa dos EUA preconizada por Bill Clinton,
referindo três dos aspetos a seguir indicados, articulada com a interpretação do documento:
– liderança mundial dos EUA, que devem ter prioritariamente um papel apaziguador e mediador;
– cooperação com a comunidade internacional na salvaguarda do direito e na resolução de conflitos;
– recurso à força em última instância, quando os interesses americanos ou da comunidade interna-
cional forem afetados;
– concertação dos EUA com os países aliados/amigos, para defesa de interesses comuns;
– defesa e alargamento a todo o mundo dos valores da democracia e da liberdade.
Grupo II
2.1. Os EUA continuam a ser a potência hegemónica no mundo, mesmo que haja outras potências
emergentes, como a Rússia. Assim, após a derrocada dos países socialistas do Leste europeu e o fim da
Guerra Fria, os EUA consolidaram a sua posição hegemónica. Os fatores que levaram a América a tornar-
se a única potência foram, entre outras causas, o facto de terem no seu território as maiores multina-
cionais, apresentarem uma grande inovação tecnológica, importando saberes e experiências de todo o
mundo, ser o maior exportador de serviços do mundo, terem uma política de “livre empresa” muito
desburocratizada e dinâmica, terem uma fortíssima produtividade agrícola e industrial e serem excecio-
nalmente ricos em recursos naturais, bem como construírem eficazes relações económicas em todas as
áreas onde existam matérias-primas para as suas indústrias. Acresce a isto uma forte hegemonia polí-
tico-militar que se impõe em todas as áreas do planeta e que, por vezes, se confunde com os seus inte-
resses económicos.
2.2. Os EUA podem mostrar uma certa “fraqueza” que pode ser enganadora, segundo o documento 2.
O que acontece é que os conflitos têm-se multiplicado pelo mundo pós-Guerra Fria e que será difícil a
um só país, mesmo para a envergadura dos EUA, acudir a todos: “Se tentássemos fazer a lista dos pro-
blemas internacionais que Washington tem de enfrentar, correríamos o risco de ficar cansados logo na
primeira tarefa”. Daí o aproveitamento que algumas potências regionais poderão fazer desta situação.
394
395
muito díspares: a UDT, que queria permanecer administrativamente com Portugal, a APODETI, que de-
fendia a integração na Indonésia, e a FRETILIN, que advogava a independência imediata de Timor e que
tinha princípios políticos maoístas. Tendo sido esta última a tomar o poder, em 7 de dezembro de 1975,
dá-se a invasão do território por parte da Indonésia, argumentando esta com o “perigo comunista”,
argumento esse com algum peso no período da Guerra Fria. Portugal corta relações imediatas com a
Indonésia, concertando posições na ONU e na UE, de modo a que o mundo não reconheça a invasão,
enquanto as FALINTIL, braço armado da FRETILIN, resiste nas montanhas ao invasor. Xanana Gusmão e
Ramos Horta (mais tarde Prémio Nobel da Paz, juntamente com o bispo Ximenes Belo) tornam-se as fi-
guras mais conhecidas da resistência timorense que, em 12 de novembro de 1991, conhece o episódio
do Massacre de Santa Cruz que foi filmado por jornalistas australianos. Depois deste massacre, a mobi-
lização da causa timorense torna-se mundial e exige-se um referendo à população, sob os auspícios da
UNAMET e da ONU, que a Indonésia tem de aceitar. O resultado é esmagador para a independência e,
após a continuação de algumas cenas de violência por parte dos integracionistas, Timor torna-se inde-
pendente a 20 de maio de 2002.
Ficha 17
396
de espécies animais e vegetais, aquecimento dos mares e elevação do nível das suas águas, degelo dos
polos, etc.
6.1. Quatro traços da globalização, segundo o documento, de entre os seguintes: economia
dominada pelo sistema financeiro e pelo investimento à escala global; processos de produção flexíveis
e multilocais; baixos custos de transporte; revolução nas tecnologias de informação e de comunicação;
desregulação das economias nacionais; preeminência das agências financeiras multilaterais; emergência
de três grandes capitalismos transnacionais: o americano, baseado nos EUA e nas relações privilegiadas
deste país com o Canadá, o México e a América Latina; o japonês, baseado no Japão e nas suas relações
privilegiadas com os quatro pequenos Tigres e com o resto da Ásia; o europeu, baseado na União Euro-
peia e nas relações privilegiadas desta com a Europa de Leste e com o Norte de África.
Quatro consequências das transformações operadas pela globalização nos Estados, segundo o
documento 5, de entre os seguintes:
As implicações destas transformações para as políticas económicas nacionais podem ser resumidas
nas seguintes orientações ou exigências: as economias nacionais devem abrir-se ao mercado mundial e
os preços domésticos devem, tendencialmente, adequar-se aos preços internacionais; deve ser dada
prioridade à economia de exportação; as políticas monetárias e fiscais devem ser orientadas para a re-
dução da inflação e da dívida pública e para a vigilância sobre a balança de pagamentos; os direitos de
propriedade privada devem ser claros e invioláveis; o setor empresarial do Estado deve ser privatizado;
a tomada de decisão privada, apoiada por preços estáveis, deve ditar os padrões nacionais de especiali-
zação; a mobilidade dos recursos, dos investimentos e dos lucros; a regulação estatal da economia deve
ser mínima; deve reduzir-se o peso das políticas sociais no orçamento do Estado, reduzindo o montante
das transferências sociais, eliminando a sua universalidade, e transformando-as em meras medidas com-
pensatórias em relação aos estratos sociais inequivocamente vulnerabilizados pela atuação do mercado.
Identificação dos principais agentes dessa globalização no mundo, segundo o documento 5, de
entre os seguintes:
As empresas multinacionais são agora um importante elemento na estrutura institucional, junta-
mente com os mercados financeiros globais e com os blocos comerciais transnacionais; restrições drás-
ticas à regulação estatal da economia; novos direitos de propriedade internacional para investidores
estrangeiros, inventores e criadores de inovações suscetíveis de serem objeto de propriedade intelec-
tual; subordinação dos Estados nacionais às agências multilaterais, tais como o Banco Mundial, o Fundo
Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial do Comércio.
397
Ficha 18
Grupo I
1.1. Inferência, a partir da interpretação do documento, de três das razões que justificam que o
pedido de adesão à CEE só tenha sido apresentado após 1974, de entre as seguintes:
– inexistência de um regime democrático pluralista;
– desrespeito pelas liberdades individuais e direitos humanos, em Portugal, até 1974;
– distanciamento face ao modelo social europeu/Estado-Providência;
– desrespeito pelo direito à autodeterminação dos povos;
– manutenção da guerra colonial em África.
1.2. Identificação clara de três aspetos positivos da adesão de Portugal à CEE, evidenciados no do-
cumento, de entre as seguintes:
– aprofundamento da democracia conquistada com o 25 de Abril;
– consolidação da estabilidade político-militar e fim das ameaças totalitárias;
– apoio ao desenvolvimento de Portugal, face ao atraso em relação à Europa comunitária, através de
apoios financeiros;
– transformação das mentalidades;
– abertura cultural e humana.
1.3. Explicitação clara, articulada com a interpretação do documento, do contributo do Tratado de
Maastricht para o aprofundamento político-económico do projeto europeu, referindo três dos aspetos a
seguir indicados:
– instituição da União Europeia;
– União Económica e Monetária;
– cidadania europeia;
– reforço da coesão económica e social;
– Política Externa de Segurança Comum (PESC);
– cooperação nos domínios da justiça e assuntos internos.
Grupo II
2.1. Segundo o documento 2, foram estes os principais problemas que Portugal teve de enfrentar em
2007, na Zona Euro:
– em 2000, rebentou a bolha do setor informático e eletrónico, com consequência no decréscimo das
exportações portuguesas.
– em 2001, a União Europeia negociou a entrada da China na Organização Mundial do Comércio, com
consequências desiguais para os diferentes Estados-membros da Zona Euro. Para alguns setores
tradicionais da indústria portuguesa (têxteis, vestuário e calçado), o resultado foi negativo, pelo
menos numa fase inicial, pois as nossas exportações ficaram expostas a uma concorrência em ter-
mos que nos eram desfavoráveis.
– o alargamento a Leste da União Europeia, ampliando a esfera direta de influência da economia
alemã, significou para Portugal não só mais concorrência no acesso aos escassos fundos comuni-
tários, como a inevitável deslocalização para esses países, com mão de obra bem preparada e de
baixo custo, de empresas e investimento estrangeiro.
– por outro lado, não só Portugal se viu privado da capacidade de desvalorização, como a valorização
excessiva do euro face ao dólar (passou de 0,96 dólares em 2001, para 1,61 dólares em 2008)
acabou por prejudicar a competitividade das nossas exportações, face a países com o mesmo perfil
de especialização, situados fora da Zona Euro.
– Acresce a persistente variação de preço do petróleo – um fator que sempre se refletiu negativa-
mente na nossa economia como o provam os choques petrolíferos de 1973 e 1978 – que passou de
20 dólares o barril de crude, em 2001, para 140 dólares, em julho de 2008. As descidas de preço
não apresentam o impacto na economia que se esperava.
398
3.1. A evolução económica e social de Portugal no período em questão foi notável, embora não
isenta de alguns sobressaltos. Os documentos dão-nos uma noção aproximada dessa evolução do país,
graças à integração europeia. Se a esperança de vida, o nível de consumo, as despesas de saúde através
do SNS têm-se aproximado dos valores europeus, bem como os da educação e da habitação, já não se
pode falar com esse otimismo no campo do desemprego (jovem e de longa duração) e na taxa de nata-
lidade, sempre a decrescer. A partir de 1986, os Fundos de Coesão como o PEDAP (agricultura) PEDIP
(indústria) PODAEEF (formação profissional), PRODAC (infraestruturas) e PRODEP (educação) começaram
a chegar regularmente a Portugal, verificando-se um aumento significativo dos índices de qualidade de
vida, do setor terciário, de obras públicas e das regalias sociais, incluindo o aumento de salários. Houve
claramente uma modernização que os números não podem desmentir. A partir de 1992 deu-se um autên-
tico boom nas exportações, nas infraestruturas e no desenvolvimento e investigação. No entanto, a in-
dústria mostra-se débil, a agricultura é desmantelada, tal como as pescas. Existiu também um boom no
crédito e na Bolsa que deram os primeiros sinais de alguma tensão e que o crescimento poderia ser es-
peculativo. Mesmo os serviços e o terciário vieram pôr a nu algumas das fragilidades económicas. A crise
de 2007/08 veio pôr em causa todo este crescimento através dos empréstimos e de uma balança de
pagamentos externa, impossível de sustentar, tal como os índices de endividamento privado e público.
A imigração tornou-se uma realidade para milhares de jovens licenciados, a desertificação do interior
aumentou e as desigualdades sociais, fruto da austeridade imposta, não deixou de se verificar e aumen-
tar. Nos documentos do INE apresentados pode observar-se que há uma retração dos níveis de consumo
já em 2011.
4.1. A relação de Portugal com os países lusófonos é considerada por vários autores, entre os quais
o autor do documento 7, como uma das principais áreas a aprofundar na política externa portuguesa.
Num mundo cada vez mais globalizado, seria importante que Portugal assumisse um papel de liderança
diplomática de modo a ser parte integrante na entrada dos países que foram ex-colónias em zonas de
modernidade e de alargamento económico, com interesse para todas as partes envolvidas. Temos assim
a nossa presença nos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), formados por Angola, Mo-
çambique, Cabo Verde, Guiné e S. Tomé e Príncipe, que, juntamente com o Brasil, Timor-Leste e Portugal,
constituem a CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa). Nem sempre tem sido uma evolução
linear, mas no cômputo geral, não deixa de ter um êxito assinalável, principalmente nos aspetos cultu-
rais de cooperação jurídica, técnica e científica. No aspeto económico, se, nos anos 90 do século XX,
Portugal mostrou um grande dinamismo na presença de empresas no Brasil, em Angola e Moçambique,
nos primeiros anos do século XXI sentiu-se um fluxo económico de sentido contrário, com Angola e o
Brasil a investirem fortemente em Portugal, mergulhado numa crise económica séria. Também a comu-
nidade ibero-americana tem mostrado, no período referido, alguma flexibilidade nas relações económi-
cas com Portugal, tendo aumentado as exportações para a Venezuela, a Colômbia e o Peru.
399