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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

RAFAEL LIMA MEDEIROS FERREIRA

A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E A PESSOA COM DEFICIÊNCIA:


RECOMENDAÇÕES DE ACESSIBILIDADE PARA O SISTEBIB/UFAM

Mogi das Cruzes, SP


2019
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
RAFAEL LIMA MEDEIROS FERREIRA

A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E A PESSOA COM DEFICIÊNCIA:


RECOMENDAÇÕES DE ACESSIBILIDADE PARA O SISTEBIB/UFAM

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação


em Políticas Públicas da Universidade de Mogi das
Cruzes como parte dos requisitos para obtenção do
título de Mestre em Políticas Públicas.
Área de concentração: Realidade regional: qualidade de
vida e dignidade humana.

PROFA. ORIENTADORA: DRA. IVONE PANHOCA

Mogi das Cruzes, SP


2019
FINANCIAMENTO

FICHA CATALOGRÁFICA

F383b Ferreira, Rafael Lima Medeiros.

A biblioteca universitária e a pessoa com deficiência: recomendações de


acessibilidade para o SISTEBIB/UFAM / Rafael Lima Medeiros Ferreira. –
2019.
82 f. : il. tab. gráf. ; 30 cm.

Dissertação (Mestrado em Políticas Públicas) – Universidade de Mogi


das Cruzes, 2019.
Área de concentração: Realidade regional: qualidade de vida e dignidade
humana.
Orientadora: Profa. Dra. Ivone Panhoca.

1. Biblioteca universitária. 2. Pessoa com deficiência. 3. Acessibilidade.


I. Panhoca, Ivone. II. Título.

CDD 362.8

Elaborado por Rafael Lima Medeiros Ferreira, CRB/11-917


Dedico este trabalho à minha querida mãe, Neila, pois com ela aprendi que o estudo é o que
de mais valioso se pode ter na vida.

À minha irmã, Natasha, a quem busco servir de modelo todos os dias.

Ao meu pai e avó, Lúcio e Francisca, pois sempre acreditaram no meu sucesso.

In memoriam, ao meu avô e tio, Carlos e Carlos Henrique, eternas saudades.

Às amigas “péssimas”, Célia, Ivana, Leonora, Milene, Raquel e Renée, pois com elas aprendi
o que significa ser Bibliotecário.

Dedico a todos aqueles que, de alguma forma, me impulsionaram até aqui.


AGRADECIMENTOS

À minha orientadora, professora Ivone, pela orientação competente, presente e essencial.


Obrigado por acreditar na minha capacidade e por ter encarado junto comigo este desafio.

Às professoras Cristina e Bárbara, pelas infindáveis conversas, por todo apoio e pela amizade
construída. Obrigado pelo carinho e pelas broncas.

Às amigas “ocupadas”, Célia, Semíramis, Simone e Vanessa, que nunca tinham tempo para
um almoço, mas que marcaram presença no meu coração. Obrigado pelas conversas
científicas e fiadas.

Aos professores e colegas do Mestrado de Políticas Públicas, pelas discussões dentro e fora de
sala de aula. Obrigado pelas experiências compartilhadas.

À UFAM, instituição da qual faço parte e nutro imenso amor e gratidão.

Consegui!
"É na medida em que lutamos para transformar a realidade que a
entendemos, e é na medida em que melhor a entendemos que mais
lutamos para transformá-la."
Löwy
RESUMO

Este estudo propõe um modelo de política institucional que permita o acesso da pessoa com
deficiência aos produtos e serviços de informação ofertados pelo Sistema de Bibliotecas da
Universidade Federal do Amazonas (SISTEBIB/UFAM). Trata-se de uma pesquisa
qualitativa, de natureza descritiva e exploratória, recortada transversalmente, onde foram
sujeitos um total de 58 servidores lotados no SISTEBIB/UFAM. Utilizou-se de observação
participante e entrevista para a coleta de dados que resultaram em uma autoavaliação do
SISTEBIB/UFAM acerca do seu caráter acessível. O referencial teórico foi buscado em
livros, periódicos e bases de dados, buscando-se autores que levantassem discussões acerca da
importância da diminuição das barreiras para que a pessoa com deficiência possa usufruir dos
instrumentos disponíveis na sociedade. As recomendações aqui presentes, construídas a partir
das abordagens racionalista e argumentativa para análise e avaliação de políticas públicas,
buscam oferecer às bibliotecas universitárias, aqui representadas pelo SISTEBIB/UFAM, a
oportunidade de transformar seus produtos e serviços de informação adequados e acessíveis
às demandas por informação e conhecimento da pessoa com deficiência enquanto sua usuária.

Palavras-chave: Políticas públicas. Biblioteca universitária. Pessoa com deficiência. Inclusão


e acessibilidade.
ABSTRACT

This study intends to propose a model of institutional policy that allows the person with
disabilities access to the information products and services offered by the Libraries System of
the Federal University of Amazonas (SISTEBIB/UFAM). This is a qualitative research,
descriptive and exploratory in nature, cut transversally, where a total of 58 servers were filled
in SISTEBIB/UFAM. A participant observation and interview was used for the data
collection that resulted in a self-evaluation of SISTEBIB/UFAM about its accessible
character. The theoretical reference was sought in books, periodicals and databases, authors
were sought to raise discussions about the importance of reducing barriers so that the person
with disabilities can enjoy the instruments available in society. The present recommendations,
based on the rationalist and argumentative approaches to the analysis and evaluation of public
policies, seek to offer university libraries, here represented by SISTEBIB/UFAM, the
opportunity to transform their products and information services that are adequate and
accessible to the demands of information and knowledge of the disabled person as a user.

Keywords: Public policy. University library. Disabled person. Inclusion and accessibility.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Quantificação: pessoas com deficiência x pessoas sem deficiência 18

Figura 2 – Porcentagem de pessoas com deficiência em relação ao total de habitantes 62


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Faixa etária 42

Gráfico 2 – Grau de instrução 42

Gráfico 3 – Curso de educação formal em andamento 43

Gráfico 4 – Cargo ocupado na instituição 44

Gráfico 5 – Tempo de serviço na Instituição 45

Gráfico 6 – Unidade de Lotação 46

Gráfico 7 - Opinião acerca da presença de pessoas com deficiência na UFAM 46

Gráfico 8 – Prestação de atendimento à pessoa com deficiência pelo servidor 47

Gráfico 9A – Itens disponíveis na BC 48

Gráfico 9B – Itens disponíveis na BSCS 49

Gráfico 9C – Itens disponíveis na BSEEM 50

Gráfico 9D – Itens disponíveis na BSSS 51

Gráfico 9E – Itens disponíveis na BSFD 52

Gráfico 9F – Itens disponíveis na BSCEE 53

Gráfico 9G – Itens disponíveis na BSSN 54

Gráfico 9H – Itens disponíveis na BSMA 55

Gráfico 10 – Localização e espaços das bibliotecas 56

Gráfico 11 – Biblioteca acessível e deficiência física 56

Gráfico 12 – Biblioteca acessível e surdez 57

Gráfico 13 – Biblioteca acessível e cegueira 57

Gráfico 14 – Autoavaliação de aptidão para atender pessoas com deficiência 58


LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Políticas públicas internacionais acerca da pessoa com deficiência 31

Quadro 2 - Políticas públicas brasileiras acerca da pessoa com deficiência 33

Quadro 3 – Árvore do problema 65


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quantificação da população brasileira com deficiência: homens x mulheres 63

Tabela 2 – Nível de instrução da pessoa com deficiência brasileira por regiões 64


LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AEE Atendimento Educacional Especializado

BC Biblioteca Central

BS Biblioteca Setorial

BSCEE Biblioteca Setorial de Ciências Exatas e Engenharias

BSCS Biblioteca Setorial de Ciências da Saúde

BSEEM Biblioteca Setorial da Escola de Enfermagem de Manaus

BSFD Biblioteca Setorial da Faculdade de Direito

BSMA Biblioteca Setorial do Museu Amazônico

BSSN Biblioteca Setorial do Setor Norte

BSSS Biblioteca Setorial do Setor Sul

CEB Câmara de Educação Básica

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CNE Conselho Nacional de Educação

CONADE Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência

CORDE Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência

CRFB Constituição da República Federativa do Brasil

DOU Diário Oficial da União

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas

IES Instituição de Ensino Superior

IPI Imposto sobre Produtos Industrializados

INES Instituto Nacional de Educação de Surdos

LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional


LBI Lei Brasileira de Inclusão

LIBRAS Língua Brasileira de Sinais

LOAS Lei Orgânica da Assistência Social

MEC Ministério da Educação

NR Norma Regulamentadora

OIT Organização Internacional do Trabalho

OMS Organização Mundial da Saúde

ONU Organização das Nações Unidas

PNE Plano Nacional de Educação

PNEE Política Nacional de Educação Especial

SISTEBIB Sistema de Bibliotecas

TEA Transtornos do Espectro Autista

UFAM Universidade Federal do Amazonas

UMC Universidade de Mogi das Cruzes


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 17
1.1 PORQUÊ ESTUDAR A PESSOA COM DEFICIÊNCIA 23
1.2 PREVALÊNCIA, DEFINIÇÃO E TIPOLOGIAS DAS DEFICIÊNCIAS 24

2 DIREITOS, DIGNIDADE, DEFICIÊNCIA, INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE 25


2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 31

3 MÉTODO 37
3.1 NATUREZA DA PESQUISA 37
3.2 DADOS DOS SUJEITOS 38
3.2.1 Critérios de inclusão e exclusão 38
3.2.2 Riscos e benefícios 38
3.3 DADOS DA INSTITUIÇÃO 39
3.4 MÉTODO DE COLETA DE DADOS 39
3.5 MÉTODO DE ANÁLISE DE DADOS 40

4 AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DO SISTEBIB/UFAM 41


4.1 DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA 41
4.2 QUESTIONÁRIO AUTOAVALIATIVO 41

5 RECOMENDAÇÕES PARA ACESSIBILIDADE 59


5.1 RESUMO EXECUTIVO 60
5.2 DIAGNÓSTICO DO CONTEXTO 62
5.2.1 O problema em escala nacional 62
5.3 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA 64
5.4 DEFINIÇÃO DO OBJETIVO DA POLÍTICA PÚBLICA 64
5.5 ÁRVORE DO PROBLEMA 65
5.6 ASPECTO JURÍDICO-LEGAL 65
5.7 ANÁLISE POLÍTICA 65
5.8 ANÁLISE DAS SOLUÇÕES 66
5.8.1 Os critérios indicadores para orientação da decisão 66
5.8.1.1 Custo-efetividade 66
5.8.2 Alternativas de soluções 66
5.8.2.1 Solução 1: usuário com deficiência física: Norma Técnica da ABNT 9050/2015 66
5.8.2.2 Solução 1: usuário surdo: concurso público para Intérprete de Libras 67
5.8.2.3 Solução 2: usuário surdo: contratação de estagiários do curso de Letras-Libras 67
5.8.2.4 Solução 3: usuário surdo: capacitação dos servidores do SISTEBIB/UFAM 67
5.8.2.5 Solução 1: usuário cego: aquisição de obras em formato Braille 68
5.8.2.6 Solução 2: usuário cego: aquisição de audiolivros 68
5.8.2.7 Solução 3: usuário cego: aquisição de tecnologia leitora 69

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 70

REFERÊNCIAS 72

APÊNDICES 77
17

1 INTRODUÇÃO

No contexto atual, muito se discute sobre os direitos à saúde, educação, informação,


entre outros. O tema dignidade humana é objeto de inúmeras pesquisas científicas, e vem
sendo utilizada inclusive como plataforma política.
De acordo com Furlan et al. (2007), a dignidade da pessoa humana não é criação
recente, pelo contrário, surge em discussões filosóficas, religiosas e jurídicas há bastante
tempo, mas foi na pós-modernidade que ganhou ênfase, devido às atrocidades cometidas na
Segunda Guerra Mundial. Após esse marco histórico, houve a necessidade de uma
reorientação das políticas internacionais e do direito positivo dos diversos Estados no sentido
de se proteger a dignidade da pessoa humana.
Existem outros autores que também consideram as violações cometidas na Segunda
Guerra Mundial o marco histórico para o tema “dignidade humana”. A partir daí, o tema
passou a ser destaque no campo científico e filosófico, sendo necessária uma
constitucionalização do princípio da dignidade da pessoa humana, que teve inicio na
Alemanha e, posteriormente, se consolidou em diversas outras constituições (MARTINS,
2003).

Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos,


independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer
outra condição. Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, à
liberdade de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre e
muitos outros. Todos merecem estes direitos, sem discriminação. O Direito
Internacional dos Direitos Humanos estabelece as obrigações dos governos de
agirem de determinadas maneiras ou de se absterem de certos atos, a fim de
promover e proteger os direitos humanos e as liberdades de grupos ou indivíduos
(ONU, 2017).

Esta pesquisa foca nos direitos da pessoa com deficiência, e na ruptura da dignidade e
autonomia destas pessoas pela não preocupação com os cuidados preestabelecidos em
documentos nacionais e internacionais, inclusive legislações brasileiras. Em 2012, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira era formada por
190.755.799 habitantes. E destes, 23,9% possuíam algum tipo de deficiência (IBGE, 20121).

1
Apesar de desatualizado quanto ao número de habitantes, o Censo Demográfico de 2010 foi
trazido neste estudo por ser o último levantamento, realizado pelo IBGE tratando da
proporção entre pessoas com deficiência e sem deficiência.
18

Figura 1 – Quantificação: pessoas com deficiência x pessoas sem deficiência

Brasil - População
190.755.799 habitantes

45.606.048

Pessoas não-deficientes
Pessoas com deficiência

145.149.750

Fonte: IBGE, 2012

Numericamente, há mais brasileiros com deficiência do que a população inteira de


muitos países. Muitas destas pessoas, apesar dos direitos fundamentais garantidos pela
Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB), não conseguem acesso aos sistemas
de ensino, por exemplo, uma vez que suas limitações fazem com que os meios convencionais
precisem ser adaptados às suas necessidades especiais, o que demanda tempo, esforço e
dinheiro da máquina pública.
A CRFB é o dispositivo máximo que regulamenta o funcionamento do país. Nela estão
previstas as obrigações e funções do Estado, bem como a previsão dos direitos fundamentais
garantidos aos cidadãos-parte. E dentre os direitos fundamentais, esta discussão deu ênfase ao
direito à acessibilidade.
Existe no Brasil uma legislação específica que trata da promoção de inclusão e
autonomia da pessoa com deficiência e da [re]garantia dos seus direitos: esporte, lazer,
cultura, saúde, mobilidade, educação e acesso ao mercado de trabalho, entre outros: a Lei n.
13.146, de 06 de julho de 2015.
Maciel (2000, p. 51), afirma que:

Hoje, no Brasil, milhares de pessoas com algum tipo de deficiência estão sendo
discriminadas nas comunidades em que vivem ou sendo excluídas do mercado de
trabalho. O processo de exclusão social de pessoas com deficiência ou alguma
necessidade especial é tão antigo quanto à socialização do homem. A estrutura das
sociedades, desde os seus primórdios, sempre inabilitou os portadores de
deficiência, marginalizando-os e privando-os de liberdade. Essas pessoas, sem
respeito, sem atendimento, sem direitos, sempre foram alvo de atitudes
preconceituosas e ações impiedosas.
19

Mas o que é ser uma pessoa com deficiência? A partir do art. 1º da Convenção
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência dirigida pela Organização das
Nações Unidas (ONU) (apud BRASIL, 2012, p. 26), pessoas com deficiências são:

[...] aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, pode obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas.

A Convenção da ONU contou com a efetiva participação de pessoas com deficiência,


que se formalizou no final do Século XX e início do Século XXI, momento quando houve a
preocupação com a inclusão e a integração das pessoas com deficiência, buscando uma
igualdade de oportunidades para todos.
No Brasil, aos 25 dias de agosto de 2009, a partir da publicação no Diário Oficial da
União (DOU) do Decreto n. 6.949, incorporou-se à sua legislação a “Convenção Internacional
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo”. Os princípios da
Convenção listavam:

a) O respeito pela dignidade inerente, à autonomia individual, inclusive a liberdade de


fazer as próprias escolhas, e a independência das pessoas;
b) A não discriminação;
c) A plena e efetiva participação e inclusão na sociedade;
d) O respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com deficiência como parte
da diversidade humana e da humanidade;
e) A igualdade de oportunidades;
f) A acessibilidade;
g) A igualdade entre o homem e a mulher;
h) O respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com deficiência e
pelo direito das crianças com deficiência de preservar sua identidade.

Em 06 de julho de 2015 é publicada no DOU a Lei n. 13.146, Lei Brasileira de


Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), que ratifica o
acordo assinado em Nova Iorque, em 30 de março de 2007, durante a Convenção
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
20

O Estatuto da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2015) dispõe sobre os direitos


fundamentais garantidos à pessoa com deficiência, sendo eles:

a) Direito à vida;
b) Direito à habilitação e à reabilitação;
c) Direito à saúde;
d) Direito à educação;
e) Direito à moradia;
f) Direito ao trabalho;
g) Direito à assistência social;
h) Direito à previdência social;
i) Direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer;
j) Direito ao transporte e à mobilidade.

Neste sentido, o país deu mais um passo para combater a discriminação da pessoa com
deficiência e segue na luta de promover à igualdade de direitos e oportunidades a todos sob a
jurisdição do território nacional.
Reis; Mota; Jesus (2017), afirmam que a nova lei surge para assegurar e promover, em
condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais à pessoa com
deficiência, visando à inclusão social e a cidadania.
Dentre os direitos assegurados à pessoa com deficiência, esta pesquisa focou no direito
à acessibilidade com ênfase nos aspectos inclusivos, tendo em vista o levantamento de
discussões acerca: do uso da Libras, do uso de ferramentas assistivas; da adaptação da
estrutura física e construção de ambientes seguros; e, da promoção e adequação de serviços de
informação ofertados por bibliotecas universitárias à pessoa com deficiência.
Apesar do Estatuto da Pessoa com Deficiência promover o acesso da pessoa com
deficiência à educação, por exemplo, esse direito já era algo garantido a todos os brasileiros,
pois o Art. 205 da CRFB de 1988 (BRASIL, 1988), trazia a educação como um direito de
todos e dever do Estado e da família, que deveria ser promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
No Brasil, foram gradativas as conquistas obtidas por esta minoria, sendo todo o
período que antecedeu ao marco constitucional um período marcado por muitas lutas sociais
empreendidas por esta população marginalizada (MIRANDA, 2004).
21

O direito da pessoa com deficiência à educação inclui em seus aspectos: a


obrigatoriedade de matrícula; a qualificação de professores para atender o aluno especial; a
aquisição e utilização de recursos eletrônicos, tecnologias assistivas e materiais didáticos
especializados; bem como, a adequação da estrutura física e construção de ambientes seguros
ao aluno com deficiência.
A pessoa com deficiência pode superá-la se tiver à sua disposição ambientes
planejados. A mobilidade com autonomia é um direito universal, juntamente com o conceito
de cidadania e de acessibilidade, e deve ser aplicada a todo indivíduo, inclusive os que têm
necessidades especiais (LUNARO; FERREIRA, 2005).
Segundo Maciel (2000), devemos sempre lembrar que o princípio fundamental da
sociedade inclusiva é o de que todas as pessoas com deficiência devem ter suas necessidades
especiais atendidas.
Na busca pelo referencial teórico desta pesquisa observou-se, a partir de consultas em
bibliotecas, bases de dados e sites de busca, que muitas das pesquisas e discussões sobre o
direito à educação da pessoa com deficiência estão voltadas para a educação básica,
verificando-se que hoje, a maioria dos trabalhos refletem a realidade da criança com
deficiência.
Constata-se que há certa negligência em relação ao adulto com deficiência e seu
direito à educação continuada, ao seu acesso ao ensino superior, à graduação, à pós-
graduação. Neste contexto, a pesquisa adentra as universidades, mais especificamente a
universidade pública, que deve obedecer ao princípio de indissociabilidade entre o ensino, a
pesquisa e a extensão.
Para Wanderley (2017), existem 07 (sete) preconceitos sobre a educação superior, e
aqui, serão destacados os que se aplicam, na percepção do autor deste trabalho, à pessoa com
deficiência, sendo eles, na classificação do referido autor:

1. A educação superior deve ser para uma elite e não para as massas;
3. Só uma proporção mínima é apta para a educação superior;
4. Para a educação superior se deve selecionar os mais aptos;
6. O estado já está gastando demasiado em educação superior.

Ou seja, se olharmos a pessoa com deficiência como um participante marginalizado da


sociedade, veremos que ele está longe de possuir os privilégios de uma elite, devido suas
dificuldades de acesso à educação superior.
22

Da mesma forma, se enxergarmos a pessoa com deficiência como alguém possuidor


de limitações que interferem no seu desenvolvimento dentro da sociedade, ela também não
estará apta para a educação superior. E se levarmos em conta apenas os recursos financeiros
necessários para adequar os serviços de educação à pessoa com deficiência tendo em vista seu
carácter especial, ela não terá pleno acesso à educação superior.
Na estrutura organizacional das universidades existem órgãos que auxiliam no alcance
de seus objetivos, dentre os quais, a biblioteca, neste contexto, a biblioteca universitária,
desempenha um papel indispensável, pois atua no tratamento, armazenamento, uso e geração
do conhecimento científico e tecnológico.
A biblioteca [universitária] deve ser um espaço de conhecimento, lazer e cultura
(BONESSO, TIEPOLO, 2013), e para tal, a mesma oferece produtos e serviços de informação
a fim de dar suporte ao ensino, à pesquisa e à extensão. Desta forma, a biblioteca precisa,
assim como o professor dentro da sala de aula, estar preparada para atender o usuário com
deficiência.
De acordo com Ramos et al. (2014), grandes desafios são exigidos atualmente para
que as bibliotecas estejam adaptadas às novas exigências inerentes à globalização, aos
avanços tecnológicos e às transformações dos paradigmas econômicos, produtivos e
educacionais. Cabe acrescentar aos desafios citados acima: a adequação dos serviços e
produtos de informação para atender as necessidades da pessoa com deficiência.
Entende-se por “serviço de informação”, o atendimento de uma demanda, ou seja,
satisfazer aos interesses de informação do usuário, na temática que ele vier a procurar, em
uma biblioteca. Por “produto de informação” temos algo mais palpável, algo que é construído
por meio do uso de informação, como exemplo: os catálogos, os informativos, os guias, entre
outros (DUARTE, 2015).
Em exemplos práticos, os produtos e serviços de informação podem ser vistos como:
empréstimo domiciliar de obras; disponibilização de obras para consulta local;
disponibilização de ambientes (cabines e salas) para estudos individuais e/ou em grupo;
levantamentos bibliográficos; confecção de citações e referências; entre outros.
Para Ramos et al. (2014), a principal tarefa da biblioteca é aproximar o livro (entenda-
se informação e conhecimento) do leitor, que neste contexto é a pessoa com deficiência,
despertando o seu interesse pela leitura e atuando na geração e uso do conhecimento.
23

1.1 PORQUÊ ESTUDAR A PESSOA COM DEFICIÊNCIA

A pesquisa científica tem por objetivo contribuir com a evolução dos saberes humanos
em todos os setores da sociedade, sendo sistematicamente planejada e executada por meio de
rigorosos critérios de processamento das informações. Os trabalhos devem produzir ciência,
ou dela derivar, ou ainda acompanhar seu modelo de tratamento (FONTE, 2004).
Em outras palavras, a pesquisa científica tem papel importante no desenvolvimento
das sociedades. Pois, a partir de seus métodos de investigação, novos conhecimentos são
apropriados e gerados, de forma a movimentar a vida humana no meio social.
Assim sendo, quando se delimita e se investiga um objeto de estudo, cria-se um novo
saber acerca desta temática, contribuindo também para que o mesmo ganhe uma maior
visibilidade. Neste sentido, a investigação do campo da pessoa com deficiência pode trazer
novas bases para pesquisas futuras, além de apresentar novas perspectivas sobre um tema já
existente.
As políticas públicas brasileiras voltadas para a educação apontam para a construção
de uma escola, leia-se universidade, que esteja preparada para atender a todos. A educação
enquanto direto universal atinge também as pessoas com deficiência, a chamada educação na
perspectiva inclusiva (RESENDE; LACERDA, 2013).
Incluir e aproximar, levantar discussões acerca da inclusão da pessoa com deficiência
em todos os moldes da sociedade é fundamental para que se promovam melhorias na
qualidade de vida destas pessoas. Desta forma, toda e qualquer pesquisa que busque diminuir
as barreiras entre a pessoa com deficiência e o pleno exercício de seus direitos enquanto
cidadão se reveste de grande importância, pois está diretamente ligada à questão da dignidade
humana.
Com base no explanado acima, as questões que nortearam esta pesquisa foram:

1. O SISTEBIB/UFAM está preparado para atender às demandas por serviços e


produtos de informação do usuário com deficiência?
2. O que se faz necessário para que o SISTEBIB/UFAM possa ofertar produtos e
serviços de informação ao usuário com deficiência?

As respostas às questões levantadas encontram-se disponíveis nas páginas seguintes.


24

Ao respondê-las, acredita-se que este estudo tenha atingido seu objetivo de propor
recomendações de acessibilidade para as bibliotecas que compõem o Sistema de Bibliotecas
da Universidade Federal do Amazonas (SISTEBIB/UFAM) tendo em vista sua utilização por
usuários com deficiência física, surdez e cegueira.
Foi realizada junto aos servidores do SISTEBIB/UFAM uma avaliação acerca do
caráter acessível das bibliotecas (1ª questão norteadora) e se construiu um relatório de análise
de políticas públicas para que este instrumento servisse como base para a criação de uma
Política Institucional de Acessibilidade para o SISTEBIB/UFAM (2ª questão norteadora).

1.2 PREVALÊNCIA, DEFINIÇÃO E TIPOLOGIAS DAS DEFICIÊNCIAS

Sobre a prevalência de casos, as deficiências visuais apresentaram a maior ocorrência


registrada, afetando 18,6% da população brasileira, em segundo lugar, as deficiências físicas,
com ocorrência em 7% da população, seguidas das deficiências auditivas, que afetavam
5,10% da população brasileira (IBGE, 2012).
Para a avaliação do caráter acessível do SISTEBIB/UFAM e, por conseguinte, a
construção de uma política pública [institucional] para as bibliotecas que o compõe, esta
pesquisa levou em consideração 03 deficiências: deficiência física, cegueira e surdez.
Sobre o termo “deficiência” e como são caracterizados os “níveis de deficiência”
existentes temos:

[...] deficiência é toda perda ou anomalia de uma estrutura ou função psicológica,


fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade,
dentro do padrão considerado normal para o ser humano. [...] As deficiências
subdividem-se em: [1.] deficiência auditiva: perda total ou parcial da capacidade de
ouvir. [...] [2.] deficiência visual: engloba tanto a cegueira como a baixa visão. [...]
[a] cegos: apresentam perda total ou parcial da visão em tal grau que necessitem de
métodos Braille como meio de leitura e escrita ou de outros métodos e recursos para
auxiliá-los. A cegueira é geralmente definida com vista de 20/200 com 20 graus de
visão periférica ou menos depois da correção. [...] [b] parcialmente cegos: embora
com distúrbios de visão, possuem resíduos visuais em tal grau que lhes permitam ler
textos impressos à tinta, desde que se empreguem recursos didáticos e equipamentos
especiais para sua educação. Pessoas com visão parcial foram definidas como tendo
acuidade visual de 20/70 ou menos no olho melhor. [...] [3.] a deficiência
física/motora é a incapacidade ou dificuldade de caminhar ou subir escadas,
dependendo do caso, as pessoas que tem problemas de locomoção conseguem
movimentar-se com a ajuda de prótese, cadeira de rodas ou de outros aparelhos
auxiliares (ROSSI, 2018, p. 29).
25

2 DIREITOS, DIGNIDADE, DEFICIÊNCIA, INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE

A revisão de literatura, resgatada a seguir, serviu como base teórica para a


implementação da ideia central deste trabalho e da construção da política pública
(institucional) aqui proposta.
Para Aranha (2003), a questão da pessoa com deficiência vem sofrendo modificações
com o passar do tempo, a partir de um processo contínuo de adequação dos valores e
paradigmas vigentes que caracterizam a relação entre a sociedade e essa amostra
populacional. Segundo Vaitsman (2002), existe uma negação de dignidade para as pessoas
com deficiência, a partir da vinculação de estereótipos e de qualidades negativas às “pessoas
diferentes”. Surge então, a questão da segregação social e simbólica, que trás consigo a
dificuldade de adoção de processos sociais mais inclusivos.
A temática da pessoa com deficiência no Brasil pereceu sob o silêncio político e de
normas legais durante muito tempo, quando a questão dos direitos das pessoas com
deficiência se dava no âmbito da caridade, do assistencialismo e dos cuidados familiares
(FIGUEIRA, 2008). Mas o que significa ser pessoa com deficiência? Para Santos (2008), a
deficiência se caracteriza como uma manifestação da diversidade humana, ou seja, uma
pessoa com deficiência apresenta características diferentes daquelas que se espera encontrar
em um determinado ambiente.
Do ponto de vista das limitações físicas:

[...] É considerada deficiência física a alteração completa ou parcial de um ou mais


segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física,
apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia,
tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia,
amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com
deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não
produzam dificuldades para o desempenho de funções. [...] Como deficiência
auditiva considera-se a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis
(dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz
e 3.000Hz. [...] Como deficiência visual estão englobadas a cegueira, na qual a
acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção
óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho,
com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo
visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de
quaisquer das condições anteriores (ROSSI, 2018, p. 31).
26

No contexto das ciências humanas e sociais, quando falamos em minorias, nos


referimos a um conceito relacionado aos segmentos populacionais que, em suas diferenças
corporais, inserção histórica, noção de bem-viver, representação social e tratamento desigual
pela sociedade, sofrem pela exclusão e vulnerabilidade social (GOFFMAN, 1988).
Desta forma, temos a pessoa com deficiência enquanto minoria, uma vez que suas
características especiais “limitantes” atuam como fator determinante para sua estratificação.
Com isso, sua participação enquanto membro das sociedades é cada vez mais reduzida e seus
direitos básicos são cada vez mais tolhidos.
Para Duarte e Cohen (2006), o ensino é uma das bases da democracia e funciona como
uma ponte fundamental para a superação das desigualdades sociais. Entretanto, é necessário
que os espaços destinados ao ensino consigam ser acessados por todos, pois apesar de todas as
discussões sobre a importância da educação para a vida do homem, inúmeras pessoas não
possuem as mesmas oportunidades de acesso e permanência nos ambientes educacionais.
Neste contexto, surge a necessidade da promoção da inclusão, que segundo Kassar
(1995), vem para ampliar as possibilidades e visa à construção de uma sociedade mais justa e
igualitária, trazendo oportunidades e promovendo a autonomia.
Conforme dito anteriormente, quanto mais falamos sobre determinado assunto,
maiores são as chances de promovermos avanços sobre ele. Já em 2005, Moreira (2005),
afirmava que, no Brasil, são poucas as pesquisas que discutem a real situação da pessoa com
deficiência nas universidades, o que pode indicar, sobretudo, a carência de políticas públicas
que avancem para uma educação inclusiva no ensino superior.
A partir de uma análise das pesquisas realizadas sobre o “acesso e permanência de
pessoas com deficiência nas universidades brasileiras”, Pacheco e Costas (2006), consideram
as iniciativas de proporcionar atendimento às demandas especiais da população com
deficiência como “isoladas e insuficientes”.
A Portaria n. 3.284 de 07 de novembro de 2003 dispõe sobre os requisitos de
acessibilidade de pessoas com deficiências, para a autorização e reconhecimento de novos
cursos e credenciamento de instituições (BRASIL, 2003). Este documento considera a
importância de assegurar à pessoa com deficiência física e sensorial condições básicas de
acesso ao ensino superior, de mobilidade e de utilização de equipamentos e instalações das
instituições de ensino.
27

Os requisitos mínimos de acessibilidade de que trata esta Portaria, para alunos com
deficiência física, são:

a) eliminação de barreiras arquitetônicas para circulação do estudante, permitindo


acesso aos espaços de uso coletivo;
b) reserva de vagas em estacionamentos nas proximidades das unidades de serviço;
c) construção de rampas com corrimãos ou colocação de elevadores, facilitando a
circulação de cadeira de rodas;
d) adaptação de portas e banheiros com espaço suficiente para permitir o acesso de
cadeira de rodas;
e) colocação de barras de apoio nas paredes dos banheiros;
f) instalação de lavabos, bebedouros e telefones públicos em altura acessível aos
usuários de cadeira de rodas.

Para alunos com cegueira, os requisitos mínimos são:

a) manter sala de apoio equipada com máquina de datilografia Braille, impressora


Braille acoplada ao computador, sistema de síntese de voz, gravador e fotocopiadora que
amplie textos, software de ampliação de tela, equipamento para ampliação de textos para
atendimento a aluno com visão subnormal, lupas, réguas de leitura, scanner acoplado a
computador;
b) adotar um plano de aquisição gradual de acervo bibliográfico em Braille e de fitas
sonoras para uso didático.

Para alunos surdos, são os seguintes requisitos mínimos:

a) propiciar, sempre que necessário, um intérprete de língua de sinais/língua


portuguesa, especialmente quando da realização e revisão de provas, complementando a
avaliação expressa em texto escrito ou quando este não tenha expressado o real conhecimento
do aluno;
b) adotar flexibilidade na correção das provas escritas, valorizando o conteúdo
semântico;
28

c) estimular o aprendizado da língua portuguesa, principalmente na modalidade


escrita, para o uso de vocabulário pertinente às matérias do curso em que o estudante estiver
matriculado;
d) proporcionar aos professores o acesso à literatura e informações sobre a
especificidade linguística da pessoa surda (BRASIL, 2003).

Ainda sobre os aspectos legais, no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos


de 2007, dentre as ações programáticas para o ensino superior, destacamos o item 18:
desenvolver políticas estratégicas de ação afirmativa nas IES que possibilitem a inclusão, o
acesso e a permanência de pessoas com deficiência (BRASIL, 2007).
Prosseguindo, o Decreto n. 6.571 de 17 de setembro de 2008, dispõe sobre o
atendimento educacional especializado. Que no seu art. 3, prevê que o Ministério da
Educação deve prestar apoio técnico e financeiro às ações voltadas à oferta do atendimento
educacional especializado (BRASIL, 2008). Desta forma, percebemos a obrigação do Estado,
bem como das instituições públicas [de ensino], de promover espaços acessíveis e inclusivos
para a diminuição das barreiras e para o amplo exercício da cidadania.
Segundo Ropolo et al. (2011) A escola comum (neste contexto, a Universidade) se
torna inclusiva quando reconhece as diferenças dos alunos diante do processo ensino-
aprendizado e busca a interação e o avanço de todos por meio de novas práticas.
A adoção de novas práticas não é uma tarefa fácil, requer tempo, interesse, e quase
sempre, recursos financeiros, porém todos esses “obstáculos” devem ser superados para que
se construa uma nova cultura: a cultura inclusiva e de promoção de acessibilidade.
Os autores Garcia; Galvão Filho (2012, p. 60), consideram a questão da acessibilidade,
de modo especial para a pessoa com deficiência, deve ser tratada como “um direito
fundamental que possibilita o exercício pleno da cidadania e o acesso a outros direitos básicos
como aprender, comunicar-se, trabalhar, divertir-se, etc”. Em complemento, Sassaki (2012),
vê a inclusão como o processo pelos quais os sistemas sociais comuns são tornados adequados
para toda adversidade humana.
É importante refletirmos sobre a “cultura inclusiva e de promoção de acessibilidade”
está diretamente relacionada à sensação de bem-estar social da pessoa com deficiência, uma
vez que, a partir destas discussões, busca-se a oferta de meios para que estas pessoas possam
acessar e usufruis dos espaços e públicos e privados, bem como acessar e usufruir de seus
direitos básicos.
29

No contexto dos ambientes educacionais, Amiralian (2005, p. 61) considera que é


“imprescindível uma compreensão do aluno com deficiência, de modo que ele possa ser
integrado, ou seja, passe a pertencer à escola e fazer parte integrante dela”. Assim sendo, o
aluno com deficiência deve fazer parte do processo ensino-aprendizado dentro das
Universidades, aproveitando os espaços de conhecimento, cultura e lazer, sem nunca sofrer
segregação por conta de suas características e necessidades especiais.
Sobre segregação, Oliver (1990, p. xiv, tradução nossa), afirma que:

[...] todos os deficientes experimentam a deficiência como uma restrição social, não
importando se estas restrições ocorrem em consequência de ambientes inacessíveis,
de noções questionáveis de inteligência e competência social, se da inabilidade da
população em geral em utilizar a linguagem de sinais.

Desta forma, podemos perceber a incapacidade da sociedade de lidar com a pessoa


com deficiência, uma vez que os espaços e as pessoas não estão aptos a atender às
características especiais da pessoa com deficiência.
No contexto da educação, de acordo com Carvalho (1999 apud FERREIRA, 2007),
incluir não significa apenas a inserção da pessoa com deficiência dentro do sistema de ensino,
mas sim, preparar este ambiente para recebê-la. Sendo assim, incluir significa: organizar e
implementar a apropriação do saber, do saber-fazer e da capacidade crítica e reflexiva.
Envolve, ainda, a remoção de barreiras arquitetônicas e atitudinais para que se promova a
adequação do “espaço psicológico” que será compartilhado por pessoas com e/ou sem
deficiência.
Retornando às legislações que amparam a pessoa com deficiência, o Decreto n. 5.296
de 02 de dezembro de 2004 define acessibilidade como a condição para utilização (com
segurança e autonomia, total ou assistida) dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos,
das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de
comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida
(BRASIL, 2004).
O mesmo Decreto define o termo “barreiras” como qualquer entrave ou obstáculo que
limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a
possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação, e classifica as
barreiras em:

a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público;
30

b) barreiras nas edificações: as existentes no entorno e interior das edificações de uso


público e coletivo e no entorno e nas áreas internas de uso comum nas edificações de uso
privado multifamiliar;
c) barreiras nos transportes: as existentes nos serviços de transportes; e
d) barreiras nas comunicações e informações: qualquer entrave ou obstáculo que
dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos
dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem como aqueles
que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação.

Ainda sobre as normas em vigor, a Política Nacional de Educação Especial na


Perspectiva da Educação Inclusiva, de 2008, define ações para a Educação Especial no ensino
superior:

Na educação superior, a transversalidade da educação especial se efetiva por meio


de ações que promovam o acesso, a permanência e a participação dos alunos. Estas
ações envolvem o planejamento e a organização de recursos e serviços para a
promoção da acessibilidade arquitetônica, nas comunicações, nos sistemas de
informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que devem ser disponibilizados
nos processos seletivos e no desenvolvimento de todas as atividades que envolvem o
ensino, a pesquisa e a extensão (BRASIL, 2008, p. 17).

A partir da afirmação acima, e no contexto desta pesquisa, podemos perceber a


importância da Universidade. E, mais especificamente, das bibliotecas, em promover o acesso
aos produtos e serviços por ela disponibilizados à comunidade acadêmica, uma vez que essa é
a sua função enquanto ambiente promotor de informação e conhecimento. No caso específico
das bibliotecas do SISTEBIB/UFAM, caso isso não esteja ocorrendo, caberá, então, uma
mudança de práticas.
Para Carvalho (2003, p. 47), “atitudes não se modificam num estalar de dedos.
Decorrem de um longo processo, geralmente sofrido e com obstáculos afetivos e cognitivos a
serem superados”. Em outro momento, Carvalho (2005, p. 26) afirma que as “mudanças não
ocorrem no vácuo, nem de um dia para o outro, precisamos analisar nossas próprias atitudes
frente à diferença, pois as transformações devem se processar a partir de nós mesmos”.
Como gatilho, devemos sempre ter em mente a importância que essas mudanças trarão
para a pessoa com deficiência.
31

Uma sociedade inclusiva é aquela onde há equiparação de oportunidades. E incluir


significa que a sociedade deve adequar-se às necessidades da pessoa com deficiência para que
esta possa desenvolver-se em todos os aspectos de sua vida (SASSAKI, 2010).
Aranha (2001) lembra que não adianta promover “igualdade de oportunidades” se a
sociedade não garantir o acesso da pessoa com deficiência a essas oportunidades. Ou seja,
mais do que a luta pela igualdade, deve-se buscar a equidade, pois a inclusão social significa
um processo bilateral onde pessoas com e sem deficiência buscam equacionar problemas,
encontrar soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos (SASSAKI, 2003).
Sassaki (2010) fala do “modelo social da deficiência”, afirmando que os problemas da
pessoa com deficiência estão “na sociedade” e que são esses problemas que causam à pessoa
com deficiência incapacidades e/ou desvantagens no desempenho de seu papel social. Desta
forma, cabe a nós, enquanto sociedade e atores envolvidos no processo, realizar ações
voltadas à solução da problemática aqui em foco.

2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Neste ponto serão resgatadas as políticas públicas que versam acerca da pessoa com
deficiência e seu bem-estar social. O mapeamento das legislações está representado em forma
de 02 (dois) quadros-síntese, agrupados pela jurisdição nacional e internacional:

Quadro 1 - Políticas públicas internacionais acerca da pessoa com deficiência


ANO DOCUMENTO ASSUNTO
Declaração dos Direitos da Pessoa Deficiente e apelo à
Declaração dos Direitos ação nacional e internacional para assegurar que ela
1975
da Pessoa Deficiente seja utilizada como base comum de referência para
proteção desses direitos.
Recomenda a eliminação de barreiras físicas e
1981 Declaração de Cuenca participação de pessoas com deficiência na tomada de
decisões a seu respeito.
Conceito de Equiparação de Oportunidades: “Processo
1981 Declaração de Princípios no qual os sistemas gerais da sociedade são acessíveis
para todos”.
Ações e estratégias para a educação, prevenção e
Declaração de
1981 integração dos impedidos – pleno acesso à educação,
Sunderberg
formação, cultura e informação.
32

ANO DOCUMENTO ASSUNTO


Estabelece diretriz para ações nacionais (participação
Programa Mundial de de pessoas com deficiência na tomada de decisão,
1982 Ação Concernente às prevenção, reabilitação, ação comunitária, e educação
Pessoas com Deficiência do público) e ações internacionais, pesquisa e controle
e avaliação do Programa.
Um dos primeiros documentos a condenar a imagem
1983 Declaração de Cave Hill de pessoas com deficiência como cidadãos de segunda
categoria.
Estabelece princípios e ações para políticas nacionais
Convenção n. 159 da
1983 de reabilitação profissional e de emprego de pessoas
OIT
com deficiência.
Propõe a execução do Programa de Ação Mundial para
Resolução 45/1991 da
1990 as Pessoas com Deficiência e da Década das Pessoas
ONU
com Deficiência das Nações Unidas.
1990 Declaração de Jomtien Declaração Mundial de Educação para Todos.
Resolução 47/3 da Instituição do Dia Internacional da Pessoa com
1992
Assembleia da ONU Deficiência (03/12).
Normas para
Equiparação de Estabelece medidas para implementação da igualdade
1993 Oportunidades para de participação em acessibilidade, educação, emprego,
Pessoas com Deficiência renda, seguro social, etc.
da ONU
Declaração de Princípios, políticas e práticas na área das necessidades
1994
Salamanca educativas especiais.
Convenção
Interamericana para a Define discriminação como toda diferenciação,
Eliminação de Todas as exclusão ou restrição baseada em deficiência, ou seus
Formas de antecedentes, consequências ou percepções, que
1999
Discriminação contra as impeçam ou anulem o reconhecimento ou exercício,
Pessoas Portadoras de por parte das pessoas com deficiência, de seus direitos
Deficiência (Convenção humanos e suas liberdades fundamentais.
de Guatemala)
Estabelece medida para proteger os direitos das
Carta para o Terceiro
pessoas com deficiência mediante o apoio ao pleno
1999 Milênio da Reabilitação
empoderamento e inclusão em todos os aspectos da
Internacional
vida.
Define o parâmetro conceitual para a construção de
uma sociedade inclusiva, focalizando os direitos das
2002 Declaração de Madri
pessoas com deficiência, as medidas legais, mudanças
de atitude, a vida independente, entre outros.
Participantes da Conferência da Rede Ibero-Americana
de Organizações Não Governamentais de Pessoas com
2002 Declaração de Caracas
Deficiência e Suas Famílias declaram 2004 como o
Ano das Pessoas com Deficiência e suas Famílias.
Governos da América Latina defendem uma
Convenção Internacional para Proteção e Promoção
2003 Declaração de Quito
dos Direitos e Dignidade das Pessoas com Deficiência
da ONU
33

ANO DOCUMENTO ASSUNTO


Convenção sobre os
Primeiro Tratado sobre Direitos Humanos do século
2006 Direitos das Pessoas com
XXI, base para a Lei Brasileira de Inclusão.
Deficiência
2011 Relatório mundial OMS Relatório Mundial sobre a Deficiência.
Fonte: Adaptado de Gomes; Silva (2006) apud Rossi (2018)

Identificados os documentos internacionais, passemos às regulamentações válidas


exclusivamente em território brasileiro:

Quadro 2 - Políticas públicas brasileiras acerca da pessoa com deficiência


ANO DOCUMENTO ASSUNTO
Inauguração da primeira escola para surdos, hoje o
1857 -
atual Instituto Nacional de Educação de Surdo (INES).
Aponta o direito dos “excepcionais” à educação,
1961 Lei n. 4.024 (LDBEN)
preferencialmente dentro do sistema regular de ensino.
Define “tratamento especial” para os estudantes com
“deficiências físicas, mentais, os que se encontrem em
1971 Lei n. 5.692
atraso considerável quanto à idade regular de matrícula
e os superdotados”.
Consagrou o direito à acessibilidade, atendimento
educação especializado aos portadores de deficiência,
criação de programas de prevenção e atendimento aos
Constituição da portadores de deficiência física, sensorial e mental,
1988 República Federativa do bem como de integração social do adolescente
Brasil portador de deficiência, mediante o treinamento para o
trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos
bens e serviços coletivos, com eliminação de
preconceitos e obstáculos arquitetônicos.
Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de
deficiência, sua integração social, sobre a
1989 Lei n. 7.895 Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência (CORDE), define crimes, e
dá outras providências.
Garante alguns direitos específicos da criança e do
Lei n. 8.069 (Estatuto da adolescente com deficiência: 11 (atendimento médico);
1990 Criança e do 54 (ensino); 66 (trabalho protegido); e 112 (medidas
Adolescente – ECA) sócio-educativas para crianças e adolescentes com
deficiência mental).
Promulga a Convenção n. 159, da Organização
1991 Decreto n. 129 Internacional do Trabalho (OIT), sobre Reabilitação
Profissional e Emprego de Pessoas Deficientes.
Lei de Benefícios da Previdência Social – Lei de
1991 Lei 8.213
Cotas.
Regulamenta o pagamento do Benefício Assistencial
Lei n. 8.742 (Lei
de Prestação Continuada às pessoas com deficiência
1993 Orgânica da Assistência
física, mental, intelectual ou sensorial que tem
Social – LOAS)
impedimento de longo prazo (pelo menos dois anos).
34

ANO DOCUMENTO ASSUNTO


Orienta o processo de “integração institucional” que
condiciona o acesso às classes comuns do ensino
Política Nacional de
regular àqueles que [...] possuem condições de
1994 Educação Especial
acompanhar e desenvolver as atividades curriculares
(PNEE)
programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que
os estudantes ditos normais”.
Os sistemas de ensino devem assegurar aos estudantes
currículo, métodos, recursos e organização específicos
para atender às suas necessidades; assegura a
1996 Lei n. 9.394
terminalidade específica àquelas que não atingirem o
nível exigido para a conclusão do ensino fundamental,
em virtude de suas deficiências.
Regulamenta a Lei n. 7.853/1989; dispõe sobre a
Política Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência, consolida as normas de
1999 Decreto n. 3.298
proteção e estabelece as competências do Conselho
Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de
Deficiência (CONADE).
Determina a expedição de instrução sobre a escolha
2000 Lei n. 10.226 dos locais de votação de mais fácil acesso para o
eleitor deficiente físico.
Trata de atendimento prioritário e de acessibilidade
2001 Lei n. 10.048 nos meios de transporte, e inova ao introduzir
penalidades ao seu descumprimento.
Subdivide o assunto em acessibilidade ao meio físico,
2001 Lei n. 10.098 aos meios de transporte, na comunicação e informação
e em ajudas técnicas.
2001 Decreto n. 3.956 Promulga a Convenção da Guatemala.
Resolução CNE/CEB
2001 Diretrizes da Educação Especial na Educação Básica
n. 2
Estabelece objetivos e metas para que os sistemas de
Lei n. 10.172 (Plano ensino favoreçam o atendimento aos estudantes com
2001 Nacional de Educação – deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
PNE) altas habilidades/superdotação e aponta um déficit
referente à oferta de matrículas.
Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas
2001 Lei n. 10.216 portadoras de transtornos mentais e redireciona o
modelo assistencial em saúde mental.
Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Formação de Professores da Educação Básica, define
que as instituições de ensino superior devem prever em
2002 Resolução CNE n. 1 sua organização curricular formação docente voltada
para a atenção à diversidade e que contemple
conhecimentos sobre as especificidades dos alunos
com necessidades educacionais especiais.
Reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
como meio legal de comunicação e expressão,
2002 Lei n. 10.436
determinando que sejam garantidas formas
constitucionais de apoiar seu uso e difusão.
35

ANO DOCUMENTO ASSUNTO


Aprova diretrizes e normas para o uso, o ensino, a
produção e a difusão do sistema Braille em todas as
modalidades de ensino, compreendendo o Projeto
2002 Portaria MEC 2.678
Grafia Braille para a Língua Portuguesa e a
recomendação para o seu uso em todo o território
nacional.
Altera a Lei n. 8.989/1995, ampliando a isenção do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na
2003 Lei n. 10.690 aquisição de automóveis por pessoas portadoras de
deficiência física; visual; mental severa ou profunda;
autistas; e seus respectivos tutelares.
Regulamenta as Leis n. 10.048/2000 e 10.098/2000;
trata de critérios sobre atendimento prioritário e
2004 Decreto n. 5.296
acessibilidade para pessoas com deficiência ou
mobilidade reduzida.
Institui o Programa de Complementação ao
2004 Lei n. 10.845 Atendimento Educacional Especializado às Pessoas
Portadoras de Deficiência, e dá outras providências.
Dispõe sobre o direito do portador de deficiência
2005 Lei n. 11.126 visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso
coletivo acompanhado de cão-guia.
Institui o Dia Nacional de Luta das Pessoas Portadoras
2005 Lei n. 11.133
de Deficiência (21/09).
Regulamenta a Lei n. 10.436/2002, visando o acesso à
escola aos estudantes surdos, dispõe sobre a inclusão
de Libras como disciplina curricular, a formação e a
certificação de professor de Libras, instrutor e
2005 Decreto n. 5.626
tradutor/intérprete de Libras, o ensino da Língua
Portuguesa como segunda língua para estudantes
surdos e a organização da educação bilíngue no ensino
regular.
Convoca a Primeira Conferência Nacional dos Direitos
da Pessoa com Deficiência, em Brasília, de 19 a 23 de
2005 Decreto n. 10.648
março de 2006, com o tema: “Acessibilidade: você
também tem compromisso”.
Estabelece, nas diretrizes do “Compromisso Todos
pela Educação”, a garantia do acesso e permanência no
ensino regular e o atendimento aos estudantes com
2007 Decreto n. 6.094
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades/superdotação, fortalecendo seu
ingresso nas escolas públicas.
Portaria Ministerial Política Nacional de Educação Especial na perspectiva
2007
n. 555 da Educação Inclusiva.
Decreto Legislativo Ratifica a Convenção Sobre os Direitos das Pessoas
2008
n. 186 com Deficiência da ONU.
Dá diretrizes para o estabelecimento do Atendimento
2008 Decreto n. 6.571 Educacional Especializado (AEE) no sistema regular
de ensino (escolas públicas e privadas).
36

ANO DOCUMENTO ASSUNTO


Decreto Executivo Ratifica a Convenção Sobre os Direitos das Pessoas
2009
n. 6.949 com Deficiência da ONU.
Resolução CNE/CEB Diretrizes operacionais para o AEE na Educação
2009
n. 4 Básica.
Ao dispor sobre os programas nacionais de materiais
didáticos, estabelece que o Ministério da Educação
adote mecanismos para promoção da acessibilidade
2010 Decreto n. 7.084
nos programas de material didático destinado aos
estudantes da educação especial e professores das
escolas de educação básica pública.
Define o AEE complementar ou suplementar à
escolarização e os demais serviços da educação
2011 Decreto n. 7.611
especial, além de outras medidas de apoio à inclusão
escolar.
Institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com
2011 Decreto n. 7.612
Deficiência – Viver sem Limite.
Cria a Política Nacional de Proteção dos Direitos da
Pessoa com Transtornos do Espectro Autista (TEA).
Consolida um conjunto de direitos e veda a recusa de
2012 Lei n. 12.764
matrícula à pessoa com qualquer tipo de deficiência e
estabelece punição para o gestor escolar ou autoridade
competente que pratique esse ato discriminatório.
Cria o Plano Nacional de Educação (PNE): Decênio
2014-2024. Determina que os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios garantem o atendimento às
2014 Lei n. 13.005
necessidades específicas na educação especial,
assegurando o sistema educacional inclusivo em todos
os níveis, etapas e modalidades.
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
2015 Lei n. 13.146 Deficiência – LBI (Estatuto da Pessoa com
Deficiência).
Dispõe sobre a reserva de vagas para pessoas com
2016 Lei n. 13.409 deficiência nos cursos técnicos de nível médio e
superior das instituições federais de ensino.
Fonte: Adaptado de Gomes; Silva (2006); Brasil (2014); Gil (2017) apud Rossi (2018)

Conforme podemos acompanhar acima, muitas são as Normas que visam à garantia de
direitos, promoção de dignidade e qualidade de vida para à pessoa com deficiência, porém,
apesar de toda pesquisa e avanço, muitas outras ações ainda são necessárias para a
manutenção da sociedade em acolher a pessoa com deficiência em suas características
especiais.
37

3 MÉTODO
3.1 NATUREZA DA PESQUISA

Esta pesquisa se classifica como mista (qualitativa e quantitativa) tendo sido recortada
transversalmente. É de natureza descritiva e exploratória, e o pesquisador atuou como
participante no processo de discussão e construção do modelo de política aqui proposto.
Segundo Bogdan e Biklen (2003) a abordagem qualitativa tem o ambiente natural
como fonte direta de extração de dados. Para os autores, ela pressupõe o contato direto e
contínuo do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada.
A pesquisa qualitativa busca responder a questões particulares, ou seja, ela trabalha
com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que
corresponde a um “espaço mais profundo” das relações, dos processos e dos fenômenos, e por
isso, não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (MINAYO, 2001).
Na pesquisa quantitativa:

[...] o pesquisador tenta estabelecer o significado de um fenômeno a partir do ponto


de vista dos participantes. Isso implica identificar um grupo que compartilha cultura
e estudar como ele desenvolveu padrões compartilhados de comportamento com o
passar do tempo (ou seja, etnografia). Um dos principais elementos da coleta de
dados é observar o comportamento dos participantes em suas atividades
(CRESWELL, 2007, p. 37).

Para Mattar (2001), os métodos empregados na pesquisa exploratória compreendem:


levantamentos em fontes secundárias, levantamentos de experiências, estudos de casos
selecionados e observação informal. Zikmund (2000) complementa dizendo que os estudos
exploratórios, geralmente, são úteis para diagnosticar situações, explorar alternativas ou
descobrir novas ideias.

Uma das principais razões para conduzir um estudo qualitativo é que o estudo é
exploratório. Isso significa que ainda não foi escrita muita coisa sobre o tópico ou
sobre a população em estudo, e o pesquisador tenta ouvir os participantes e construir
um entendimento baseado nas ideias deles (CRESWELL, 2007, p. 46).

Triviños (1987, p. 110) afirma que uma pesquisa descritiva “[...] pretende descrever
‘com exatidão’ os fatos e fenômenos de determinada realidade”. Desta forma, ela é utilizada
quando o pesquisador tem como objetivo descrever uma determinada comunidade, suas
características, valores e problemas relacionados aos aspectos culturais.
38

3.2 DADOS DOS SUJEITOS

O universo desta pesquisa é composto pelos 58 servidores técnico-administrativos,


lotados no Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas
(SISTEBIB/UFAM), assim representados: 47 Bibliotecários-Documentalistas e 11 Assistentes
em Administração. Os dados acerca destes sujeitos, como: faixa etária, formação, tempo de
serviço, experiência no atendimento à pessoa com deficiência, entre outros, foram levantados
no estudo a partir da aplicação do questionário, conforme Apêndice B.

3.2.1 Critérios de inclusão e exclusão

Foram convidados a participar deste estudo os servidores técnico-administrativos,


lotados no SISTEBIB/UFAM, que poderiam contribuir com suas experiências para a criação
de um modelo de política institucional com perspectiva inclusiva. Foram excluídos os que se
recusassem a participar, uma vez apresentados os objetivos e o método do estudo.

3.2.2 Riscos e benefícios

A proposta buscou discutir o caráter acessível das bibliotecas da UFAM à pessoa com
deficiência física, surdez e cegueira do ponto de vista dos servidores do SISTEBIB/UFAM.
Foi possível identificar as experiências destes servidores quanto à oferta de produtos e
serviços de informação à pessoa com deficiência no geral.
Desta forma, as questões relacionadas à coleta de dados não eram, em princípio,
passíveis de causar transtornos físicos e/ou psicológicos aos participantes. Ainda assim, caso
ocorressem, o proponente tinha formação para lidar com a situação minimizando os eventuais
problemas, desconfortos e/ou algum outro fato não previsto inicialmente. Vale destacar aqui,
que o sujeito teve total liberdade para deixar de participar do estudo se assim desejasse.
Os benefícios serão refletidos na “sensação de bem-estar social” causada à pessoa com
deficiência pelo seu acesso às bibliotecas que compõe o SISTEBIB/UFAM. No que diz
respeito à instituição e aos sujeitos da pesquisa, ambos serão reconhecidos pelo seu caráter
inclusivo, atuando como promotores de cidadania.
Da mesma forma, as publicações oriundas desta pesquisa trarão benefícios, tanto aos
sujeitos quanto à pessoa com deficiência, pois o projeto busca levantar discussões e trazer
melhorias a um problema da sociedade contemporânea.
39

3.3 DADOS DA INSTITUIÇÃO

A Universidade Federal do Amazonas (UFAM) é uma instituição de ensino superior


pública federal brasileira, sendo a maior universidade do estado do Amazonas e uma das
principais da Região Norte do Brasil. A UFAM oferece 114 cursos de graduação e 50 cursos
de pós-graduação stricto sensu, divididos em todas as áreas do conhecimento.
O Sistema de Bibliotecas (SISTEBIB) é um órgão suplementar da UFAM e constitui-
se de um conjunto de 07 bibliotecas setoriais e 01 biblioteca central, cuja finalidade é integrar
estas bibliotecas à política educacional e administrativa da UFAM, servindo de apoio aos seus
programas de ensino, pesquisa e extensão. O SISTEBIB/UFAM conta com 58 servidores que
o auxiliam no desempenhar de suas atividades.

3.4 MÉTODO DE COLETA DE DADOS

O questionário aplicado possuía questões fechadas e funcionou como um instrumento


de [auto]avaliação realizada pelos servidores sobre o SISTEBIB/UFAM acerca do caráter
acessível das bibliotecas. Identificando a opinião dos profissionais investigados em relação à
acessibilidade do SISTEBIB/UFAM por parte da pessoa com deficiência física, surdez e
cegueira.
O questionário foi elaborado pelo proponente deste estudo, considerados os objetivos
desta pesquisa, submetido para apreciação e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade de Mogi das Cruzes2 (CEP/UMC). O questionário foi aplicado a partir de visitas
realizadas, nos meses de dezembro de 2017 e janeiro de 2018, às bibliotecas que compõe o
SISTEBIB/UFAM na cidade de Manaus.
Gil (2010) define questionário como uma técnica de investigação composta por um
número elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o
conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações
vivenciadas e etc.

2
O projeto de pesquisa foi submetido ao CEP/UMC em 08 de novembro de 2017,
recepcionado sob o Protocolo n. 79758017.7.0000.5497, e aprovado em 25 de novembro do
mesmo ano, conforme Parecer n. 2.398.652.
40

3.5 MÉTODO DE ANÁLISE DE DADOS

Os dados coletados foram analisados a partir das abordagens racionalista e


argumentativa apresentadas por Secchi (2016) para análise de políticas públicas. Para o autor,
a atividade de analisar políticas públicas tem o objetivo de gerar e sistematizar informações
relevantes para o processo de tomada de decisão. A análise de políticas públicas busca dar
subsídios informativos para que a política pública criada seja a mais adequada à resolução ou
mitigação do problema público.
As definições e as características das abordagens adotadas para o diagnóstico do
problema e recomendações de soluções serão apresentadas nas páginas que seguem.
41

4 AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE DO SISTEBIB/UFAM


4.1 DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA

Antes de se iniciar o processo de proposição de soluções decorrentes da prescrição de


uma política pública, se faz necessário, como tarefa inicial, a realização do diagnóstico e da
definição do problema (SECCHI, 2016). Para esta etapa da pesquisa (o diagnóstico), a
“abordagem argumentativa” foi adotada como modelo a ser desenvolvido. E para a etapa de
recomendação de soluções o modelo adotado foi a “abordagem racionalista” (que será
definida no próximo capítulo).
Para Secchi (2016, p. 61), é possível adotar ambas as abordagens (racionalista e
argumentativa) ou um misto de elementos de cada uma delas, pois “quanto maior o uso de
ferramentas analíticas, maiores são as chances de o trabalho resultar mais profundo e
sofisticado”.
Segundo Secchi (2016, p. 127), “a abordagem argumentativa está baseada [...] no
debate e na argumentação de atores envolvidos com o problema público”, desta forma, os
servidores do SISTEBIB/UFAM contribuíram enquanto autoavaliadores das bibliotecas que
compõe o Sistema. A partir da aplicação e da tabulação do instrumento de coleta de dados foi
possível identificar o problema público, a saber: a inacessibilidade do SISTEBIB/UFAM à
pessoa com deficiência física, surdez e cegueira.

4.2 QUESTIONÁRIO AUTOAVALIATIVO

O questionário aplicado continha 14 questões fechadas e teve seus resultados


tabulados com auxílio do software Excel, versão 2010. Dos 58 servidores lotados no
SISTEBIB/UFAM, 48 responderam ao questionário e têm suas respostas representadas nesta
pesquisa. As seis primeiras questões são voltadas para o levantamento do perfil profissional
do servidor que atua no SISTEBIB/UFAM, bem como as demais tratam exclusivamente da
temática da pessoa com deficiência no âmbito da UFAM.
Conforme pode ser acompanhado na página a seguir, a primeira pergunta do
instrumento visou à identificação da faixa etária dos servidores:
42

Gráfico 1 – Faixa etária

14

11 11
9

Menos de Entre 21- Entre 31- Entre 41- Entre 51- Mais de 60
20 anos 30 anos 40 anos 50 anos 60 anos anos

Fonte: elaborado pelo autor

A partir das respostas dos participantes ao questionário foi possível classificar os


servidores do SISTEBIB/UFAM, quanto à faixa etária, da seguinte forma: 09 possuem entre
21-30 anos; 11 possuem entre 31-40 anos; 14 possuem entre 41-50 anos; e 03 possuem mais
de 60 anos; não houve servidores identificados com menos de 20 anos de idade.
A segunda pergunta do questionário teve por objetivo levantar o grau de instrução dos
participantes, eles foram questionados sobre o último curso de educação formal concluído:

Gráfico 2 – Grau de instrução

34

6 4 4
0

Fonte: elaborado pelo autor


43

Com base nas respostas do instrumento de coleta de dados, quanto ao nível de


educação formal, foi possível o agrupamento dos servidores do SISTEBIB/UFAM da seguinte
forma: 06 responderam que possuem apenas o ensino médio completo; 04 responderam que
possuem o ensino superior completo; 34 servidores indicaram possui formação a nível lato
sensu; e apenas 04 dos entrevistados informaram possuir formação stricto sensu, neste caso, o
curso de mestrado; não foram identificados servidores com o título de Doutor.
Apesar do baixo número de Mestres, e nenhum Doutor, podemos perceber que mais de
70% dos entrevistados possuem, no mínimo, um nível acima da formação desejada para o seu
cargo na instituição, a saber: nível médio para Assistentes em Administração e nível superior
para Bibliotecários-Documentalistas.
A terceira pergunta do instrumento buscou identificar a realização de cursos de
educação formal por parte dos servidores do SISTEBIB/UFAM. A partir das informações
contidas nos questionários, chegamos aos seguintes indicadores: 38 dos entrevistados
informaram não realizar nenhum curso de educação formal no momento da coleta de dados;
05 dos servidores informaram a realização de curso de graduação durante a aplicação do
questionário; e 03 servidores indicaram a realização de um curso de especialização; quanto
aos cursos de mestrado e doutorado, a coleta de dados identificou 01 servidor matriculado em
curso de mestrado e 01 servidor matriculado em curso de doutorado.
Grande parte dos servidores do SISTEBIB/UFAM, quase 80%, não realizava nenhum
curso de educação formal no momento da coleta de dados. As informações acima descritas
estão representadas no gráfico a seguir:

Gráfico 3 – Curso de educação formal em andamento


38

5 3 1 1

Fonte: elaborado pelo autor


44

A quarta questão do instrumento permitiu a categorização dos entrevistados a partir do


cargo ocupado dentro da instituição: 39 servidores ocupam o cargo de Bibliotecário-
Documentalista; e 09 dos entrevistados ocupam o cargo de assistente em administração.

Gráfico 4 – Cargo ocupado na instituição

39

Bibliotecário-Documentalista Assistente em administração

Fonte: elaborado pelo autor

A partir do gráfico acima, podemos identificar que o SISTEBIB/UFAM é formado em


sua grande parte por profissionais Bibliotecários. O Bibliotecário por sua vez é profissional
verdadeiramente adequado e capacitado, vide formação técnico-científica, para a oferta de
produtos e serviços de informação.
A quinta questão nos trouxe informações referentes ao tempo de serviço que este
servidor possui no SISTEBIB/UFAM, conforme podemos acompanhar na pagina a seguir:
45

Gráfico 5 – Tempo de serviço na Instituição

12
10
9
8
6

Menos de Entre 01 Entre 06- Entre 11- Entre 16- Entre 21- Mais de
01 ano e 05 anos 10 anos 15 anos 20 anos 25 anos 26 anos

Fonte: elaborado pelo autor

Em relação ao tempo de serviço junto ao SISTEBIB/UFAM, os participantes deram as


seguintes respostas: 08 servidores estão no órgão a menos de 01 ano; 12 servidores estão no
órgão entre 01-05 anos; 03 servidores estão no órgão entre 06-10 anos; 09 servidores estão no
órgão entre 11-15 anos; 10 servidores estão no órgão entre 21 e-25 anos; e 06 servidores
responderam estar no órgão a mais de 26 anos. A opção entre 16-20 anos não foi marcada por
nenhum dos 48 entrevistados.
A sexta questão identificou em qual das 08 bibliotecas que compõe o
SISTEBIB/UFAM o servidor possui lotação, foi possível chegar ao seguinte resultado: 23 dos
entrevistados estão lotados na Biblioteca Central (BC); 04 estão lotados na Biblioteca Setorial
(BS) de Ciências da Saúde; 03 estão lotados na BS da Escola de Enfermagem de Manaus; 04
estão lotados na BS do Setor Sul; 01 está lotado na BS da Faculdade de Direito; 06 estão
lotados na BS de Ciências Exatas e Engenharias; 05 estão lotados na BS do Setor Norte; e por
fim, 02 estão lotados na BS do Museu Amazônico.
A representação das respostas pode ser verificada gráfico constante na página a seguir:
46

Gráfico 6 – Unidade de Lotação

23

6 5
4 3 4
1 2

Fonte: elaborado pelo autor

A partir deste ponto, as perguntas tratam exclusivamente sobre a temática deste


estudo, ou seja, a pessoa com deficiência. Desta forma, a questão sete busca a opinião dos
servidores sobre a existência ou não de pessoas com deficiência, independente da tipologia de
deficiência, no âmbito da UFAM.

Gráfico 7 - Opinião acerca da presença de pessoas com deficiência na UFAM

48

Sim Não

Fonte: elaborado pelo autor


47

Pode-se perceber que 100% dos entrevistados acreditam na existência de pessoas com
deficiência enquanto membros da comunidade acadêmica da UFAM. Porém, na questão oito,
quando questionados sobre a prestação de atendimento à pessoa com deficiência, 13
servidores informaram que nunca atenderam uma pessoa com deficiência durante todo seu
tempo de serviço no SISTEBIB/UFAM, conforme podemos ver no gráfico a seguir:

Gráfico 8 – Prestação de atendimento à pessoa com deficiência pelo servidor

35

13

Sim Não

Fonte: elaborado pelo autor

Em contrapartida, 35 dos entrevistados, um pouco mais de 72%, alegam já ter


realizado atendimento a um usuário com deficiência. Desta forma, pode-se concluir que o
SISTEBIB/UFAM tem a pessoa com deficiência como usuário, logo, ele deve estar preparado
para atender a tal demanda.
Para a questão nove foi utilizado um método diferenciado de representação dos dados,
para as demais perguntas foi elaborado um gráfico único com todas as respostas dadas pelos
entrevistados, independentemente da biblioteca que o servidor faça parte. Porém, por entender
que esta questão trata das configurações específicas de cada uma das 08 bibliotecas que
compõem o SISTEBIB/UFAM, seu resultado será representado em separado, ou seja, foi
elaborado um gráfico para cada biblioteca, pois desta forma, espera-se que seja possível
entender a realidade específica de cada unidade.
A nona questão pediu para que os servidores indicassem os itens de acesso presentes
no seu setor de lotação, o Gráfico 9A representa a resposta dos servidores lotados na
Biblioteca Central (BC).
48

Gráfico 9A – Itens disponíveis na BC

23

12

3 3
0 0 0 0 0 0 0

Fonte: elaborado pelo autor

Segundo os 23 entrevistados lotados na BC, a unidade pode ser representada da


seguinte forma: 23 indicaram a presença de elevador no local; 12 indicaram a presença de
rampas de acesso; 03 consideram o ambiente adequado para cadeirantes; e 03 informaram a
presença de livros em Braille. Desta forma, pode-se perceber que não há um consenso acerca
da presença de alguns itens na biblioteca. Ainda mais alarmante é a total falta de profissionais
qualificados em Libras: 00 (zero) segundo as respostas, para prestação de atendimento à
pessoa surda.
O Gráfico 9B faz representação dos itens disponíveis na Biblioteca Setorial de
Ciências da Saúde (BSCS), que divide o mesmo prédio com a BC. Segundo os 04 servidores
lotados nesta unidade, a BSCS apresenta a seguinte configuração: 04 servidores informaram a
presença de elevadores; 04 servidores afirmaram a presença de rampas de acesso; e 02
servidores indicaram a presença de livros em Braille no acervo daquela biblioteca.
49

Mais uma vez não houve a indicação de profissionais capacitados em Libras para
atender à pessoa surda. Segue representação visual dos itens disponíveis na BSCS segundo os
servidores lotados no setor:

Gráfico 9B – Itens disponíveis na BSCS

4 4

0 0 0 0 0 0 0 0

Fonte: elaborado pelo autor

O Gráfico 9C traz informações acerca dos itens disponíveis na Biblioteca Setorial da


Escola de Enfermagem de Manaus (BSEEM). Dos 03 servidores: 02 informaram que a
BSEEM não possui nenhum dos itens listados; e 01 servidor afirma a presença de rampa de
acesso na biblioteca.
50

Desta forma, podemos inferir que a BSEEM não está adequada para atender à pessoa
com deficiência, independente da deficiência que o usuário apresentar, uma vez que não
apresenta acervo em formato acessível para a pessoa cega, não possui ambiente e mobiliário
adequado para o cadeirante e não possui nenhum profissional capacitado em Libras para
atender a pessoa surda.
A presença de elevador e/ou cadeira elevatória para escadas não é necessária uma vez
que a biblioteca está localizada no térreo. O Gráfico 9C pode ser verificado a seguir:

Gráfico 9C – Itens disponíveis na BSEEM

0 0 0 0 0 0 0 0 0

Fonte: elaborado pelo autor


51

O Gráfico 9D representa a Biblioteca Setorial do Setor Sul (BSSS), dos 04 servidores


que responderam ao questionário: 01 considera o mobiliário adequado para cadeirantes; 02
consideram o ambiente de locomoção adequado para o cadeirante; 01 afirma que a biblioteca
possui acervo em formato Braille; e 02 servidores consideram que a biblioteca não possui
nenhum dos itens listados.
Tendo em vista as respostas divergentes dadas ao instrumento de coleta de dados, é
possível concluir que nem todos os servidores tem ciência do que são ambientes e mobiliários
adequados para a pessoa com deficiência. A BSSS é mais uma das bibliotecas do
SISTEBIB/UFAM que se mostra ineficiente em atender a pessoa surda e cega.
A presença de elevador e/ou cadeira elevatória para escadas não é necessária uma vez
que a biblioteca está localizada no térreo. Segue representação visual das respostas do
instrumento.

Gráfico 9D – Itens disponíveis na BSSS

2 2

1 1

0 0 0 0 0 0 0

Fonte: elaborado pelo autor


52

O Gráfico 9E faz a representação da resposta dada pelo único servidor da Biblioteca


Setorial da Faculdade de Direito (BSFD) que participou desta pesquisa por meio do
preenchimento do questionário. Segundo ele, a BSFD não possui nenhum dos itens listados, o
que formaliza a não preparação da unidade para atender à pessoa com deficiência, seja física,
cegueira e/ou surdez.
O Gráfico 9F traz a representação dos questionários respondidos pelos 06 servidores
lotados na Biblioteca Setorial da Faculdade de Ciências Exatas e Engenharias (BSCEE), dos
06 servidores da BSCEE: 05 afirmam que a biblioteca não possui nenhum dos itens listados; e
01 informou a presença de acervo em impressão Braille disponível na unidade.
Desta forma, a partir dos resultados trazidos acima, podemos afirmar que ambas as
bibliotecas, BSFD e BSCEE, não se encontram aptas ao atendimento à pessoa com deficiência
uma vez que as mesmas não possuem mobiliário e ambiente adequados para o cadeirante,
livros em formato acessível para a pessoa cega e profissional habilitado em Libras.
A presença de elevadores e/ou cadeiras elevatórias para escada não é necessária uma
vez que a BSFD e BSCEE estão localizadas no térreo. Seguem representações gráficas das
informações levantadas acima:

Gráfico 9E – Itens disponíveis na BSFD

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Fonte: elaborado pelo autor


53

Gráfico 9F – Itens disponíveis na BSCEE

0 0 0 0 0 0 0 0 0

Fonte: elaborado pelo autor

Os Gráficos 9G e 9H trazem informações referentes às Bibliotecas Setoriais (BS) do


Setor Norte (SN) e do Museu Amazônico (MA), respectivamente. Para os 05 servidores da
BSSN que responderam ao instrumento de coleta de dados: 03 afirmam que a biblioteca
possui obras em impressão Braille; e 02 servidores afirma que a biblioteca não possui nenhum
dos itens listados. Segundo os 02 servidores da BSMA, a biblioteca possui: rampas de acesso;
ambiente adequado para cadeirantes; e há profissional habilitado para o uso da Libras.
Sobre a BSSN, percebe-se que mais uma vez não há um consenso entre as respostas
dadas pelos servidores ao questionário, o que demonstra que nem todos os servidores
conhecem 100% do acervo da biblioteca, pois não há efetiva certeza da presença ou não de
livros em impressão Braille.
54

A BSSN é uma das 03 bibliotecas do SISTEBIB/UFAM que possuem mais de um


andar, desta forma, a biblioteca deveria possuir pelo menos uma das alternativas para que o
cadeirante possa acessar aos espaços da biblioteca em sua totalidade, a saber: elevador,
rampas de acesso e/ou cadeira elevatória para escadas, o que não ocorre.
Acerca da BSMA: no momento da aplicação do questionário, ela era única biblioteca
que possuía servidor fluente em Libras, podendo desta forma, ser considerada a única
biblioteca apta a atender ao usuário surdo. Em contrassenso, não há obras em formato
acessível destinada à pessoa cega.
Seguem representações gráficas das informações levantadas acima:

Gráfico 9G – Itens disponíveis na BSSN

0 0 0 0 0 0 0 0 0

Fonte: elaborado pelo autor


55

Gráfico 9H – Itens disponíveis na BSMA

2 2 2

0 0 0 0 0 0 0 0

Fonte: elaborado pelo autor

A partir deste ponto, as informações coletas voltarão a ser representadas em gráficos


únicos, agrupados de acordo com as questões e não mais por bibliotecas, por tratar de
informações genéricas do SISTEBIB/UFAM.
A questão dez faz referencia à localização e aos espaços da biblioteca, se ela está
localizada no térreo e/ou se possui mais de um andar. Está questão está diretamente ligada ao
que vimos anteriormente, sobre a necessidade, ou não, da biblioteca possuir elevadores,
rampas de acesso e/ou cadeira elevatória para escadas.
Dos 48 entrevistados: 16 informaram que a biblioteca se localiza no térreo (BSEEM,
BSSS, BSFD e BSCEE); e 32 informaram que suas bibliotecas possuíam mais de um andar, a
saber, os que atuam na BC (23 servidores), BSCS (04 servidores) e BSSN (05 servidores),
conforme gráfico a seguir:
56

Gráfico 10 – Localização e espaços das bibliotecas

32

16

Localiza-se no térreo Possui mais de um andar

Fonte: elaborado pelo autor

Na questão onze foi pedido para que os servidores fizessem uma avaliação acerca do
caráter acessível da biblioteca à pessoa com deficiência física:

Gráfico 11 – Biblioteca acessível e deficiência física

25
22

Sim Não Parcialmente

Fonte: elaborado pelo autor

Dos 48 entrevistados: 01 servidor considera a biblioteca acessível à pessoa com


deficiência física; 25 servidores não consideram a biblioteca acessível à pessoa com
deficiência física; e 22 servidores acreditam que a biblioteca é parcialmente acessível à pessoa
com deficiência física. Com base nas respostas do questionário, 52% dos servidores não
consideram a biblioteca acessível quando se trata da pessoa com deficiência física.
57

A questão doze pedia para que os servidores fizessem uma avaliação acerca do caráter
acessível da biblioteca tendo como alvo a pessoa surda:

Gráfico 12 – Biblioteca acessível e pessoa surda


38

10

Sim Não Parcialmente

Fonte: elaborado pelo autor

Dos 48 entrevistados: 38 servidores não consideram a biblioteca acessível à pessoa


surda; e 10 servidores acreditam que a biblioteca é parcialmente acessível à pessoa surda. No
momento da coleta de dados nenhum servidor considerou o SISTEBIB/UFAM acessível à
pessoa surda. Com base nas respostas do questionário, quase 80% dos servidores consideram
a biblioteca inacessível à pessoa surda.
A questão treze pedia para que os entrevistados fizessem uma avaliação acerca do
caráter acessível da biblioteca tendo como alvo a pessoa cega:

Gráfico 13 – Biblioteca acessível e cegueira

42

6
0

Sim Não Parcialmente

Fonte: elaborado pelo autor


58

Dos 48 entrevistados: 42 servidores não consideram a biblioteca acessível à pessoa


cega; e 06 servidores acreditam que a biblioteca é parcialmente acessível à pessoa cega. No
momento da coleta de dados nenhum servidor considerou o SISTEBIB/UFAM acessível à
pessoa cega. Com base nas respostas do questionário, mais de 87% dos servidores não
consideram a biblioteca acessível à pessoa cega.
A última questão demandou dos servidores uma autoavaliação acerca do seu preparo e
aptidão para promover atendimento à pessoa com deficiência:

Gráfico 14 – Autoavaliação de aptidão para atender pessoas com deficiência

27

19

Sim Não Parcialmente

Fonte: elaborado pelo autor

A partir do gráfico acima, podemos enxergar que: 02 servidores se consideram


totalmente aptos para atender à pessoa com deficiência enquanto usuária do
SISTEBIB/UFAM; 27 servidores não se consideram preparados para atender à pessoa com
deficiência enquanto usuária do SISTEBIB/UFAM; e 19 servidores acreditam que estão
parcialmente aptos para atender à pessoa com deficiência. Desta forma, mais de 55% dos
servidores do SISTEBIB/UFAM se sentem despreparados para promover atendimento à
pessoa com deficiência.
Conforme se pôde acompanhar por meio dos resultados apresentados, a presente
pesquisa se justifica quando busca promover ações de inclusão, acessibilidade e correção das
falhas do SISTEBIB/UFAM: propondo melhorias, avanços e diminuindo as barreiras entre a
biblioteca universitária e o usuário com deficiência.
59

5 RECOMENDAÇÕES PARA ACESSIBILIDADE

Com base no diagnóstico do problema público realizado no capítulo anterior, a saber:


a inacessibilidade do SISTEBIB/UFAM ao usuário com deficiência física, cegueira e surdez,
foi elaborado um relatório de análise de políticas públicas que traz consigo recomendações de
soluções, a partir da abordagem racionalista, para auxiliar a tomada de decisão por parte da
Gestão do SISTEBIB/UFAM quanto à inacessibilidade das bibliotecas.
Para Secchi (2016, p. 69) a abordagem “[...] racionalista deve, então, passar por três
etapas para ser concluído: gerar alternativas, estabelecer critérios e projetar os resultados”. O
relatório a seguir foi estruturado a partir do modelo de “Relatório de Análise e Avaliação de
Políticas Públicas” constante na literatura adotada como base.
Segundo Secchi (2016), a sociedade e seus governantes são capazes de tomar “boas” e
“más” decisões. A “boa” decisão é aquela baseada em informações e análises confiáveis, e
deve ser capaz de trazer os efeitos esperados para o melhoramento do bem-estar social. Ainda
segundo o autor (2016, p. 1), a análise de políticas públicas é:

[...] a atividade e o campo de conhecimento teórico e metodológico voltados para a


geração e a sistematização de conhecimentos aplicados ao enfrentamento de
problemas públicos. A análise de políticas públicas visa melhorar o processo
decisório público com o uso de métodos e técnicas de análise de problemas [...] e
análise de soluções [...] para auxiliar nas decisões e na estruturação de políticas, leis,
programas, campanhas, projetos ou ações públicas.

Para Secchi (2016), uma análise prescritiva deve recomendar uma política pública, e
aumentar as chances de uma boa formulação, decisão e de uma futura implementação de
ações para a solução do problema público. “O problema público está para a doença, assim
como a política pública está para o tratamento. [...] A finalidade de uma política pública é o
enfrentamento, diminuição e até mesmo a resolução do problema público” (SECCHI, 2016, p.
5).
No contexto deste capítulo, do ponto de vista da finalidade e do método, esta pesquisa
pode ser caracterizada como um estudo prescritivo prospectivo. Para Secchi (2016, p. 8, grifo
do autor), os estudos prescritivos “estão preocupados em ‘melhorar’ as políticas públicas, ou
seja, apontar como elas deveriam ser. Prescrição significa recomendação, orientação,
intervenção”. Ainda para o autor, o caráter prospectivo busca responder “quais políticas
públicas podem ser implementadas no futuro”.
60

5.1 RESUMO EXECUTIVO DO RELATÓRIO

A Universidade Federal do Amazonas (UFAM) é uma instituição de ensino superior


pública federal brasileira. É a maior universidade do estado do Amazonas e uma das
principais da Região Norte do país. A UFAM oferece 114 cursos de graduação e 50 cursos de
pós-graduação stricto sensu, divididos em todas as áreas do conhecimento.
O Sistema de Bibliotecas (SISTEBIB) é um órgão suplementar da UFAM e constitui-
se de um conjunto de 07 bibliotecas setoriais e 01 biblioteca central, cuja finalidade é integrar
estas bibliotecas à política educacional e administrativa da UFAM, servindo de apoio aos seus
programas de ensino, pesquisa e extensão. O SISTEBIB/UFAM conta com 58 servidores que
o auxiliam no desempenhar de suas atividades.
Segundo dados da instituição (UFAM, 2017), o SISTEBIB possui, em números de
usuários o quantitativo de 112.754 alunos de graduação, 9.306 alunos de pós-graduação,
2.433 professores e 2.400 técnicos-administrativos. Dentre os alunos de graduação, a
Universidade identificou entre os anos de 2013 e 2017, o total de 22 alunos com deficiência
física, 11 surdos e 71 cegos (UFAM, 2017), sendo que não foram realizados estes
levantamentos para as categorias de alunos de pós-graduação, professores e demais
servidores.
Este relatório de análise propõe alternativas para adequar os produtos e serviços de
informação ofertados para a pessoa com deficiência física, surdez e cegueira. Serão
apresentadas, neste relatório, alternativas para cada um dessas deficiências buscando-se a
solução para o problema público identificado anteriormente.
As alternativas para o alcance da pessoa com deficiência física são:

1. Manutenção do status quo (manter inacessível os produtos e serviços de informação


aos usuários com deficiência física do SISTEBIB/UFAM);
2. Adequar as bibliotecas que compõe o SISTEBIB/UFAM a partir do que recomenda
a Norma Técnica da ABNT 9050/2015.

As alternativas para o alcance da pessoa surda são:

1. Manutenção do status quo (manter inacessível os produtos e serviços de informação


aos usuários surdos do SISTEBIB/UFAM);
61

2. Abertura de concurso público para a contratação de, no mínimo, 08 (oito)


intérpretes de Libras, 01 (uma) vaga para cada biblioteca que compõe o Sistema;
3. Contratação de, no mínimo, 08 (oitos) estagiários do curso de Letras-Libras da
própria Universidade, 01 (uma) vaga para cada biblioteca que compõe o Sistema;
4. Institucionalizar a oferta do curso de Libras Instrumental para, no mínimo, 02
servidores de cada biblioteca que compõe o Sistema.

As alternativas para o alcance da pessoa cega são:

1. Manutenção do status quo (manter inacessível os produtos e serviços de informação


aos usuários cegos do SISTEBIB/UFAM);
2. Comprar em impressão Braille, no mínimo, 02 exemplares de cada obra disponível
no acervo das bibliotecas;
3. Comprar em audiolivro, no mínimo, 02 exemplares de cada obra disponível no
acervo das bibliotecas;
4. Comprar, no mínimo, 05 (cinco) unidades de tecnologias assistivas leitoras para
cada biblioteca que compõe o Sistema.

Recomenda-se a partir deste relatório, a adequação e acessibilidade das bibliotecas que


compõem o SISTEBIB/UFAM para a pessoa com deficiência enquanto usuária, visando a
inclusão e o acolhimento da pessoa com deficiência física, surda e cega; a promoção de
dignidade humana e a promoção da sensação de bem-estar social.
Em face dos critérios de custo-efetividade e simplicidade de implementação, esse
relatório recomenda para o alcance dos usuários com deficiência:

1. Usuário surdo: a institucionalização da oferta do curso de Libras Instrumental para,


no mínimo, 02 servidores de cada biblioteca que compõe o Sistema;
2. Usuário cego: a compra de, no mínimo, 05 (cinco) unidades de tecnologias
assistivas leitoras para cada biblioteca que compõe o Sistema;
3. Usuário com deficiência física: adequar as bibliotecas às recomendações mínimas
estipuladas pela Norma Técnica da ABNT 9050/2015.
62

As alternativas indicadas para a solução do problema público consideraram o maior


benefício social agregado frente aos gastos de recursos públicos a curto, médio e longo prazo
e o tempo médio gasto para sua efetiva implementação.

5.2 DIAGNÓSTICO DO CONTEXTO


5.2.1 O problema em escala nacional

A pessoa com deficiência é abrangida duplamente pela CRFB: a primeira se dá no


momento em que são estipulados os direitos básicos a todo cidadão brasileiro, com
deficiência ou não, e a segunda, quando a CRFB traz garantias adicionais à pessoa com
deficiência. Em seu art. 5º, a CRFB nos apresenta ao princípio da isonomia, onde todos são
iguais perante a lei, sem qualquer distinção, (BRASIL, 1988).
Mas apesar de todo cuidado jurídico, o Estado falha em promover igualdade social e
de oportunidades, e por isso, a pessoa com deficiência ainda vive em um país, no seu geral,
totalmente desigual em relação aos direitos fundamentais. As barreiras que impedem o acesso
da pessoa com deficiência aos instrumentos da sociedade trazem consigo a quebra da
dignidade e da garantia de direitos.
Existe no Brasil uma legislação específica que ampara a pessoa com deficiência, a Lei
n. 13.146, de 06 de julho de 2015, também conhecida como o Estatuto da Pessoa com
Deficiência. A lei surgiu a partir da necessidade de se criar marcadores jurídicos para que a
pessoa com deficiência alcançasse seus direitos fundamentais.
A partir de dados do IBGE (2012), esta pesquisa traz duas informações adicionais
acerca da pessoa com deficiência no Brasil: sua disposição territorial de acordo com a divisão
por regiões, e a prevalência de casos nos sexos feminino e masculino.

Figura 2 – Porcentagem de pessoas com deficiência em relação ao total de habitantes

Norte
23,40% Nordeste
26,63%
Centro-Oeste
22,51%
Sudeste
23,03%

Sul
22,50%

Fonte: IBGE, 2012


63

Agrupados por sexo:

Tabela 1 – Quantificação da população brasileira com deficiência: homens x mulheres


45.606.048 habitantes
População brasileira
prevalência em homens prevalência em mulheres
com deficiência
19.805.367 25.800.681
Fonte: IBGE, 2012

Apesar de todas as garantias estabelecidas por lei, poucas são as unidades


educacionais que se encontram habilitadas a receber o aluno com deficiência, quer seja pela
falta de estrutura física, quer seja pela falta de capacitação do capital humano. Por exemplo,
uma escola é obrigada a realizar a matrícula de um aluno com deficiência por força de lei,
mas ele é posto em uma sala de aula padrão, muitas vezes, sob a supervisão de um único
professor, em uma sala de aula com, em média, 30 alunos sem deficiência.
Neste sentido, vemos a importância da criação de políticas públicas que além de
obrigar, provê meios para a eficácia da lei. Podemos pensar em planos de capacitação na
Língua Brasileira de Sinais (Libras), de humanização, de Atendimento Educacional
Especializado (AEE), entre outras propostas que permitam sensibilizar a sociedade e
realmente levar à inclusão de pessoa com deficiência.
Neste sentido, as políticas públicas são ações afirmativas que visam promover o
acesso dos cidadãos com deficiência aos instrumentos da sociedade, diminuindo as barreiras
que o impedem de fazê-lo por conta própria. Todavia, apesar de possuir uma forte legislação
que ampare a pessoa com deficiência (conforme Quadro 2), o Brasil ainda necessita dar
grandes passos para que haja um estado de bem-estar social em relação a esta temática,
infelizmente, apenas a criação de leis não garante que o acesso de todos ao todo.
Cabe ao Estado regulamentar, conscientizar a sociedade e fazer cumprir a legislação.
Há a necessidade de mais investimentos públicos para a promoção da eficácia da lei. No
contexto das bibliotecas, deve-se investir na capacitação de todos os agentes envolvidos no
processo, bem como investir em tecnologias [assistivas] que sejam acessíveis à pessoa com
deficiência.
Apesar, por exemplo, da Libras existir como uma língua oficial, poucas são as escolas
de não-surdos que a trazem em seu currículo. A universalização da Libras seria uma maneira
eficaz de diminuir barreiras para a pessoa surda, mas infelizmente, o Estado parece não se
importar com a efetiva operacionalização disso.
64

A ideia central é promover autonomia à pessoa com deficiência. Como último dado, o
IBGE (2012) realizou um levantamento estatístico do nível de instrução da pessoa com
deficiência no Brasil, por região, com mais de 15 anos.

Tabela 2 – Nível de instrução da pessoa com deficiência brasileira por regiões


Nível de instrução em %
Sem Fundamental Médio
Região instrução e completo e completo e Superior Não
fundamental médio superior completo determinado
incompleto incompleto incompleto
Norte 61,9 14,0 18,4 5,4 0,4
Nordeste 67,7 12,3 15,7 4,0 0,3
Sudeste 56,2 15,5 19,4 8,5 0,5
Sul 62,6 14,4 16,0 6,8 0,2
Centro-Oeste 58,4 14,3 18,7 8,2 0,4
Fonte: IBGE, 2012

Os dados acima reforçam que a educação brasileira carece de mudanças para


promover a efetiva inclusão e acessibilidade. É visível que, em todas as regiões, mais da
metade da população com deficiência possui o mais baixo nível de instrução formal, e
conforme se aumenta o nível de instrução, percebe-se o aumento da dificuldade de acesso do
deficiente a ele.
A educação, conhecimento e cultura são fatores primordiais para a obtenção de
qualidade de vida, pois impactam diretamente na obtenção de empregos e salários dignos.

5.3 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Adequação das bibliotecas que compõe o SISTEBIB/UFAM para os usuários com


deficiência física, surdez e cegueira.

5.4 DEFINIÇÃO DO OBJETIVO DA POLÍTICA PÚBLICA

Promover o pleno acesso das pessoas com deficiência física, surdez e cegueira às
bibliotecas do SISTEBIB/UFAM, a fim de que possam usufruir de tudo que a Universidade
proporciona em apoio à pesquisa, ensino e extensão.
65

5.5 ÁRVORE DO PROBLEMA

Quadro 3 – Árvore do problema


CAUSAS PROBLEMA CONSEQUÊNCIAS
Não utilização/conhecimento Sentimento de não-
da Libras no âmbito do pertencimento por parte da
SISTEBIB/UFAM; pessoa com deficiência;

Descaso por parte dos Exclusão social da pessoa


dirigentes da UFAM e do com deficiência;
SISTEBIB/UFAM;
Bibliotecas universitárias Não acesso às bibliotecas que
Falta de livros em formato inacessíveis para a pessoa compõe o
acessível (Braille e/ou com deficiência física, SISTEBIB/UFAM;
Audiolivros) e/ou surdez e cegueira.
disponibilização de Criação de barreiras que
tecnologias assistivas leitoras; impedem a progressão das
pessoas com deficiência
Espaço físico inseguro e não física, surdez e cegueira
adequado às necessidades enquanto membro da
específicas da pessoa com sociedade.
deficiência física.
Fonte: elaborado pelo autor

5.6 ASPECTO JURÍDICO-LEGAL

Há uma ampla legislação que ampara a pessoa com deficiência e busca a promoção da
cidadania e igualdade de oportunidades entre os membros do Estado conforme foi visto no
Quadro 2.

5.7 ANÁLISE POLÍTICA

Os maiores entraves encontram-se no fator do quadro de profissionais ser insuficiente


para o atendimento desta demanda, e no momento de crise na economia nacional uma vez que
as mudanças necessárias onerariam os cofres públicos. Além disso, verifica-se a não
valorização das bibliotecas enquanto aporte para o ensino, pesquisa e extensão de acesso
amplo e irrestrito.
66

5.8 ANÁLISE DAS SOLUÇÕES


5.8.1 Os critérios indicadores para orientação da decisão

Serão expostas aqui as alternativas para a implementação de uma política pública,


voltada à promoção de acessibilidade e acolhimento da pessoa com deficiência física, surdez e
cegueira pelo SISTEBIB/UFAM, ocasionando a diminuição de barreiras que impedem o
pleno acesso aos instrumentos que a Universidade disponibiliza.

5.8.1.1 Custo-efetividade

Segundo Secchi (2016), a relação custo-efetividade refere-se à relação entre os custos


de implementação do programa e os resultados esperados. Considerados os custos das
soluções aqui indicadas, devem ser escolhidas as mais viáveis consideradas as relações custo-
efetividade.

5.8.2 Alternativas de soluções


5.8.2.1 Solução 1: usuário com deficiência física: Norma Técnica da ABNT 9050/2015

A solução proposta diz respeito à adequação dos aspectos físico-espaciais das


bibliotecas que compõe o SISTEBIB/UFAM conforme recomenda a Norma Técnica da
ABNT 9050/2015. Segundo a ABNT (2015), para que sejam considerados acessíveis, todos
os espaços, devem atender o que dispõe esta Norma.
Para que a pessoa com deficiência física tenha um ambiente seguro e preparado para
sua locomoção, a ABNT (2015) estipula que a distancia mínima entre as estantes seja de 0,90
metros, e que a cada 15 metros de estantes haja espaços para manobra. Ainda sobre a área de
manobra [para cadeiras de rodas], a NR considera um círculo com diâmetro de 1,50 metros a
dimensão adequada para que seja realizada uma rotação de 360°.
Acerca da altura máxima recomendada para estantes/prateleiras, a ABNT (2015)
considera que a dimensão apropriada para alcance lateral pela pessoa em cadeira de rodas
esteja entre 1,35 e 1,40 metros. Para ambientes que possuem mais de um andar, a Norma
oferece 03 (três) soluções: rampas de acesso (p. 58), elevador vertical (p. 67) e/ou plataforma
de elevação inclinada (p. 69).
67

Quanto ao balcão acessível para atendimento (p. 117), a ABNT (2015) estipula que o
mobiliário possua uma superfície com largura mínima de 0,90 metros e altura entre 0,75 a
0,85 metros a partir do chão, devendo ser assegurada uma largura mínima sob a superfície do
balcão de 0,80 metros para que seja possível uma aproximação frontal.

5.8.2.2 Solução 1: usuário surdo: concurso público para Intérpretes de Libras

Esta solução diz respeito à captação de, no mínimo, 08 (oito) vagas junto ao Governo
Federal para abertura de concurso público para o cargo de Intérprete de Libras. Caso a
Universidade consiga as vagas necessárias junto ao Governo Federal, o tempo médio
necessário para o lançamento do edital, confecção de provas, homologação de resultados,
possíveis recursos, nomeação e posse, seria de no mínimo 01 (um) ano.
Considerando o salário inicial dos cargos de nível médio de R$ 2.446,96, esta solução
despenderia dos cofres públicos o total de R$ 234.908,16 anualmente, levando em conta os 08
(oito) novos servidores, sem incluir: férias, 13º salário e demais benefícios.

5.8.2.3 Solução 2: usuário surdo: contratação de estagiários do curso de Letras-Libras

Esta solução diz respeito à contratação de, no mínimo, 08 (oito) estagiários do curso
de Letras-Libras da própria Universidade. O “Bolsa Trabalho” é um programa institucional da
Universidade que contrata alunos de graduação, por 20h semanais, para estagiarem nos
setores da instituição. Cada estagiário do “Bolsa Trabalho” recebe o valor de R$ 424,50. Esta
solução despenderia dos cofres públicos o total de R$ 40,752 anualmente.

5.8.2.4 Solução 3: usuário surdo: capacitação dos servidores do SISTEBIB/UFAM

Esta solução diz respeito à oferta de cursos de capacitação em Libras para os


servidores do SISTEBIB/UFAM. Estes cursos seriam ofertados pelos professores do curso de
Letras-Libras para os Bibliotecários-Documentalistas. Esta solução não demandaria recursos
monetários, demandaria apenas a diminuição da jornada de trabalho de todos os envolvidos,
professores e alunos, durante sua realização.
68

5.8.2.5 Solução 1: usuário cego: aquisição de obras em formato Braille

Esta solução diz respeito à compra de, no mínimo, 02 (dois) exemplares de cada obra
disponível nas bibliotecas com impressão em formato Braille. O quantitativo mínimo de 02
(dois) é devido à necessidade de se ter 01 (um) exemplar para empréstimo e 01 (um) exemplar
disponível nas bibliotecas como “obra de consulta local”, ou seja, aquela obra que não pode
ser emprestada (sair da biblioteca).
A quantidade de títulos no acervo do SISTEBIB/UFAM, hoje, é de 114.669 títulos.
Inicialmente não se pode mensurar o valor total gasto com essa solução visto que os preços
dos livros variam de acordo com o mercado. Em relação ao tempo necessário para
implementação desta solução, o período médio para abertura de licitação, pregão eletrônico,
abertura de empenho e entrega do material pelos fornecedores, pode chegar a 02 (dois) anos.

5.8.2.6 Solução 2: usuário cego: aquisição de audiolivros

Esta solução diz respeito à compra de, no mínimo, 02 (dois) exemplares de cada obra
disponível nas bibliotecas em audiolivro. O quantitativo mínimo de 02 (dois) é devido à
necessidade de se ter 01 (um) exemplar para empréstimo e 01 (um) exemplar disponível nas
bibliotecas como “obra de consulta local”, ou seja, aquela obra que não pode ser emprestada
(sair da biblioteca).
A quantidade de títulos no acervo do SISTEBIB/UFAM atualmente é de 114.669
títulos. Inicialmente não se pode mensurar o valor total gasto com essa solução visto que os
preços dos livros variam de acordo com o mercado. Em relação ao tempo necessário para
implementação desta solução, o período médio para abertura de licitação, pregão eletrônico,
abertura de empenho e entrega do material pelos fornecedores, pode chegar a 02 (dois) anos.
Caso esta solução seja escolhida, deverão também ser adquiridos, no mínimo, 05
(cinco) aparelhos para reprodução das obras em formato áudio para cada biblioteca,
totalizando 40 (quarenta) unidades.
69

5.8.2.7 Solução 3: usuário cego: aquisição de tecnologia leitora

Esta solução diz respeito à compra de, no mínimo, 05 (cinco) “óculos leitores” para
cada biblioteca do SISTEBIB/UFAM. Cada unidade do “óculos leitor” custa em média R$
15.000,00. O “óculos leitor” é uma tecnologia assistiva que realiza a “leitura” de livros
comuns para pessoas com deficiências visuais em qualquer nível e grau.
70

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste estudo foi propor recomendações de acessibilidade para o


SISTEBIB/UFAM, levando em conta a efetiva resolução do problema público de
inacessibilidade das bibliotecas que compõem o SISTEBIB/UFAM para usuários com
deficiência física, surdez e cegueira e o tempo necessário para implementação da ação.
Como conclusão recomenda-se que sejam adotas as seguintes soluções: para usuários
com deficiência física: adequação das bibliotecas ao que recomenda a NR 9050/2015; para
usuários surdos: oferta de curso de capacitação em Libras para os servidores do
SISTEBIB/UFAM; e para usuários cegos: compra da tecnologia assistiva, “óculos leitor”.
A NR 9050/2015 é uma Norma Técnica que estabelece padrões de acessibilidade para
ambientes físicos. Este documento institui critérios e parâmetros técnicos para que os
equipamentos urbanos sejam considerados acessíveis. A NR 9050/2015 visa promover a
utilização [dos espaços das bibliotecas] de maneira autônoma, independente e segura do
ambiente. Para os parâmetros técnicos foram considerados as condições de mobilidade e de
percepção do ambiente (ABNT, 2015).
Sobre as soluções voltadas para o usuário surdo e tendo como base o critério custo-
efetividade, a solução que prevê a contratação de Intérpretes de Libras, por meio de concurso
público, é a opção mais onerosa para o Governo Federal, o que a torna a mais difícil de ser
selecionada, pois seria considerada inviável neste momento de “congelamentos de gatos”.
Em relação à segunda solução, que prevê a contratação de estagiários do curso de
Letras-Libras da própria Universidade, esta opção só seria eficaz pela parte da manhã e noite,
pois o curso de Letras-Libras é ofertado em horário vespertino, ou seja, neste momento
nenhum estagiário estaria presente na biblioteca, pois estaria em sala de aula, ou seja, esta
solução seria eficaz para apenas 2/3 do problema.
Neste contexto, a terceira solução se mostra mais efetiva, pois trata da capacitação dos
servidores efetivos do SISTEBIB/UFAM. Esta solução não representaria novos gastos para o
Governo Federal uma vez que o curso seria ministrado pelos Intérpretes de Libras de outros
setores da UFAM. O quantitativo de no mínimo 02 (dois) servidores capacitados por
biblioteca se dá devido às férias e/ou um possível afastamento por motivo de saúde. Havendo
02 (dois) servidores capacitados, por cada biblioteca, para o uso da Libras, um “cobriria” o
outro nos casos mencionados acima. Esta solução pode ainda ser ampliada até que 100% dos
servidores do SISTEBIB/UFAM estejam capacitados em Libras.
71

Em relação às soluções voltadas para o atendimento do usuário cego, as opções de


aquisição de livros em Braille e audiolivros tornam-se inviáveis pelos seguintes motivos:
existem obras no acervo que são edições esgotadas, desta forma, não se conseguiria
[re]comprar 100% dos livros nesse formato acessível.
Essas soluções, caso fossem escolhidas, nunca seriam efetivas (extinção da política
pública), pois o SISTEBIB/UFAM precisa sempre estar atualizando seu acervo, ou seja,
sempre seria necessário comprar a versão comum (livro impresso convencional) e a versão em
formato acessível. Partindo deste princípio, apesar da terceira solução se mostrar mais onerosa
à primeira vista devido ao preço elevado da tecnologia assistiva, o “óculos leitor” serviria
tanto para os livros que já fazem parte do acervo do SISTEBIB/UFAM quanto para os que
forem incorporados futuramente. Em longo prazo, esta solução se tornaria a de menor custo.
As bibliotecas são um suporte para o processo de ensino-aprendizado das instituições
de ensino. Desta forma, são de suma importância para a comunidade acadêmica, e devem
estar preparadas para atender às demandas por informação de todos. Assim sendo, a biblioteca
deve estar preparada para atender as idiossincrasias que são peculiares às pessoas com
deficiência.
As recomendações aqui sugeridas buscam promover autonomia e dignidade,
autonomia para consumir informação e dignidade por acessar um ambiente que o acolha de
braços abertos sem os empecilhos que possam impedi-lo de utilizar os produtos e serviços de
informação ofertados pelo SISTEBIB/UFAM.
Caso as recomendações aqui listadas e destacadas sejam implementadas pelo
SISTEBIB/UFAM, acredita-se que as barreiras hoje existentes entre as bibliotecas e a pessoa
com deficiência sejam minimizadas. Desta forma, o usuário com deficiência terá pleno acesso
às bibliotecas, adquirindo autonomia para a utilização e geração do conhecimento.
Os resultados do presente estudo têm suas limitações, não se pretendendo “esgotar o
tema” nem com os dados obtidos, nem com as soluções propostas. Por outro lado, os
resultados são entendidos pelo proponente como tendo alto potencial de enfrentamento dos
problemas ora presentes no SISTEBIB/UFAM no que tange a pessoa com deficiência.
72

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APÊNDICE A – Termo de Assentimento Livre e Esclarecido


78

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TÍTULO DA PESQUISA: A construção de uma política institucional: a oferta de produtos e


serviços de informação à pessoa com deficiência por bibliotecas universitárias federais.

INSTITUIÇÃO: Universidade de Mogi das Cruzes (UMC)

PESQUISADOR RESPONSÁVEL: Rafael Lima Medeiros Ferreira

ORIENTADORA: Dra. Ivone Panhoca

Prezado(a) Senhor(a):

Você está sendo convidado(a) a responder às perguntas deste questionário de forma


totalmente voluntária. Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este
questionário, é muito importante que você compreenda as informações e instruções contidas
neste documento. Você tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer
momento, sem nenhuma penalidade e sem perder os benefícios aos quais tenha direito.

1 Objetivo da pesquisa: Esta pesquisa tem como finalidade propor um modelo de “Política
Institucional de Oferta de Produtos e Serviços de Informação à Pessoa com Deficiência” ao
Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas (SISTEBIB/UFAM).

2 Participantes da pesquisa: Participarão desta pesquisa os 58 servidores técnico-


administrativos, lotados no Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas
(SISTEBIB/UFAM), assim representados: 47 Bibliotecários-Documentalistas e 11 Assistentes
em Administração.

3 Procedimentos: Sua participação nesta pesquisa consistirá no preenchimento deste


questionário, respondendo à questões que buscam identificar o modo como a pessoa com
deficiência é percebida dentro deste contexto, e quais suas experiências em relação à oferta de
produtos e serviços de informação à pessoa com deficiência.

4 Riscos e benefícios: A participação nesta pesquisa não infringe as normas legais e éticas. O
preenchimento deste questionário não representará qualquer risco de ordem física ou
psicológica para você. Os procedimentos adotados nesta pesquisa obedecem aos Critérios da
Ética em Pesquisa com Seres Humanos conforme Resolução n.466/2012 do Conselho
Nacional de Saúde. Nenhum dos procedimentos usados oferece riscos à sua dignidade. Ainda
assim, caso haja quaisquer transtornos e/ou desconfortos, você pode retirar sua participação
deste estudo a qualquer momento. Ao participar desta pesquisa o(a) sr.(a) não terá nenhum
benefício direto. Entretanto, esperamos que este estudo levante informações importantes sobre
a oferta de produtos e serviços de informação à pessoa com deficiência, de forma que o
conhecimento que será construído a partir deste estudo venha promover a discussão acerca de
políticas públicas voltadas para inclusão e acessibilidade da pessoa com deficiência em
bibliotecas.
79

5 Confidencialidade: Todas as informações coletadas neste estudo são estritamente


confidenciais. Somente o pesquisador e sua orientadora terão conhecimento de sua identidade
e nos comprometemos a mantê-la em sigilo ao publicar os resultados dessa pesquisa.

6 Pagamento: O(A) sr.(a) não terá nenhum tipo de despesa para participar desta pesquisa,
bem como nada lhe será pago por sua contribuição.

7 Anuência: Após estes esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento em participar desta


pesquisa, bem como autorização para divulgação das informações fornecidas. Não assine esse
termo se ainda tiver dúvidas a respeito deste estudo.

Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto meu
consentimento em participar desta pesquisa.

___________________________________
Nome completo do(a) participante

___________________________________
Assinatura do(a) participante

___________________________________
Assinatura do pesquisador

___________________________________
Assinatura da orientadora

PESQUISADOR: Rafael Lima Medeiros Ferreira


faelmedeiros.br@gmail.com
(92) 99505-9595

ORIENTADORA: Dra. Ivone Panhoca


i.panhoca@terra.com.br
(19) 99791-7817

Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Mogi das Cruzes (CEP/UMC)


Av. Cândido Xavier de Almeida Souza, 200, Prédio 2, Sala 21-21
(11) 4798-7085 - cep@umc.br
80

APÊNDICE B - Questionário
81

QUESTIONÁRIO

1. Qual sua faixa etária?


Menos de 20 anos
20-30 anos
31-40 anos
41-50 anos
51-60 anos
Mais de 61 anos

2. Qual o último curso de educação formal concluído?


Ensino médio
Ensino superior
Especialização
Mestrado
Doutorado

3. Há algum curso de educação formal em andamento?


Não
Ensino superior
Especialização
Mestrado
Doutorado

4. Qual seu cargo na instituição?

5. Qual seu tempo de serviço na biblioteca?


Menos de 01 ano
01-05 anos
06-10 anos
11-15 anos
16-20 anos
21-25 anos
Mais de 26 anos

6. Em que biblioteca você atua?


Biblioteca Central
Biblioteca Setorial de Ciências da Saúde
Biblioteca Setorial da Escola de Enfermagem de Manaus
Biblioteca Setorial do Setor Sul
Biblioteca Setorial da Faculdade de Direito
Biblioteca Setorial da Faculdade de Ciências Exatas e Engenharias
Biblioteca Setorial do Setor Norte
Biblioteca Setorial do Museu Amazônico

7. Você acredita que há pessoas com deficiência (alunos, professores e/ou servidores técnico-
administrativos) na instituição?

Sim
Não
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8. Você já prestou atendimento à pessoa com deficiência durante seu tempo de serviço na
biblioteca?
Sim
Não

9. A biblioteca possui algum dos itens a seguir?


Elevador
Rampa de acesso
Cadeira com elevador para escada
Mobiliário adequado para cadeirante (balcão de atendimento, estação de pesquisa)
Ambiente adequado para cadeirante (espaço para locomoção)
Altura das estantes adequadas para cadeirantes
Intérprete de Libras
Audiolivro
Tecnologia leitora
Livros em Braille
Não possui

10. Informações sobre a biblioteca:


Localiza-se no térreo
Possui mais de um andar

11. Você considera a biblioteca, bem como seus produtos e serviços de informação acessíveis à
pessoa com deficiência física?
Sim
Não
Parcialmente

12. Você considera a biblioteca, bem como seus produtos e serviços de informação acessíveis à
pessoa surda?
Sim
Não
Parcialmente

13. Você considera a biblioteca, bem como seus produtos e serviços de informação acessíveis à
pessoa cega?
Sim
Não
Parcialmente

14. Você se considera apto a promover atendimento à pessoa com deficiência? Qual seria sua
maior dificuldade?
Sim
Não
Parcialmente

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