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FICHA CATALOGRÁFICA
CDD 362.8
Ao meu pai e avó, Lúcio e Francisca, pois sempre acreditaram no meu sucesso.
Às amigas “péssimas”, Célia, Ivana, Leonora, Milene, Raquel e Renée, pois com elas aprendi
o que significa ser Bibliotecário.
Às professoras Cristina e Bárbara, pelas infindáveis conversas, por todo apoio e pela amizade
construída. Obrigado pelo carinho e pelas broncas.
Às amigas “ocupadas”, Célia, Semíramis, Simone e Vanessa, que nunca tinham tempo para
um almoço, mas que marcaram presença no meu coração. Obrigado pelas conversas
científicas e fiadas.
Aos professores e colegas do Mestrado de Políticas Públicas, pelas discussões dentro e fora de
sala de aula. Obrigado pelas experiências compartilhadas.
Consegui!
"É na medida em que lutamos para transformar a realidade que a
entendemos, e é na medida em que melhor a entendemos que mais
lutamos para transformá-la."
Löwy
RESUMO
Este estudo propõe um modelo de política institucional que permita o acesso da pessoa com
deficiência aos produtos e serviços de informação ofertados pelo Sistema de Bibliotecas da
Universidade Federal do Amazonas (SISTEBIB/UFAM). Trata-se de uma pesquisa
qualitativa, de natureza descritiva e exploratória, recortada transversalmente, onde foram
sujeitos um total de 58 servidores lotados no SISTEBIB/UFAM. Utilizou-se de observação
participante e entrevista para a coleta de dados que resultaram em uma autoavaliação do
SISTEBIB/UFAM acerca do seu caráter acessível. O referencial teórico foi buscado em
livros, periódicos e bases de dados, buscando-se autores que levantassem discussões acerca da
importância da diminuição das barreiras para que a pessoa com deficiência possa usufruir dos
instrumentos disponíveis na sociedade. As recomendações aqui presentes, construídas a partir
das abordagens racionalista e argumentativa para análise e avaliação de políticas públicas,
buscam oferecer às bibliotecas universitárias, aqui representadas pelo SISTEBIB/UFAM, a
oportunidade de transformar seus produtos e serviços de informação adequados e acessíveis
às demandas por informação e conhecimento da pessoa com deficiência enquanto sua usuária.
This study intends to propose a model of institutional policy that allows the person with
disabilities access to the information products and services offered by the Libraries System of
the Federal University of Amazonas (SISTEBIB/UFAM). This is a qualitative research,
descriptive and exploratory in nature, cut transversally, where a total of 58 servers were filled
in SISTEBIB/UFAM. A participant observation and interview was used for the data
collection that resulted in a self-evaluation of SISTEBIB/UFAM about its accessible
character. The theoretical reference was sought in books, periodicals and databases, authors
were sought to raise discussions about the importance of reducing barriers so that the person
with disabilities can enjoy the instruments available in society. The present recommendations,
based on the rationalist and argumentative approaches to the analysis and evaluation of public
policies, seek to offer university libraries, here represented by SISTEBIB/UFAM, the
opportunity to transform their products and information services that are adequate and
accessible to the demands of information and knowledge of the disabled person as a user.
Keywords: Public policy. University library. Disabled person. Inclusion and accessibility.
LISTA DE FIGURAS
BC Biblioteca Central
BS Biblioteca Setorial
NR Norma Regulamentadora
1 INTRODUÇÃO 17
1.1 PORQUÊ ESTUDAR A PESSOA COM DEFICIÊNCIA 23
1.2 PREVALÊNCIA, DEFINIÇÃO E TIPOLOGIAS DAS DEFICIÊNCIAS 24
3 MÉTODO 37
3.1 NATUREZA DA PESQUISA 37
3.2 DADOS DOS SUJEITOS 38
3.2.1 Critérios de inclusão e exclusão 38
3.2.2 Riscos e benefícios 38
3.3 DADOS DA INSTITUIÇÃO 39
3.4 MÉTODO DE COLETA DE DADOS 39
3.5 MÉTODO DE ANÁLISE DE DADOS 40
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 70
REFERÊNCIAS 72
APÊNDICES 77
17
1 INTRODUÇÃO
Esta pesquisa foca nos direitos da pessoa com deficiência, e na ruptura da dignidade e
autonomia destas pessoas pela não preocupação com os cuidados preestabelecidos em
documentos nacionais e internacionais, inclusive legislações brasileiras. Em 2012, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira era formada por
190.755.799 habitantes. E destes, 23,9% possuíam algum tipo de deficiência (IBGE, 20121).
1
Apesar de desatualizado quanto ao número de habitantes, o Censo Demográfico de 2010 foi
trazido neste estudo por ser o último levantamento, realizado pelo IBGE tratando da
proporção entre pessoas com deficiência e sem deficiência.
18
Brasil - População
190.755.799 habitantes
45.606.048
Pessoas não-deficientes
Pessoas com deficiência
145.149.750
Hoje, no Brasil, milhares de pessoas com algum tipo de deficiência estão sendo
discriminadas nas comunidades em que vivem ou sendo excluídas do mercado de
trabalho. O processo de exclusão social de pessoas com deficiência ou alguma
necessidade especial é tão antigo quanto à socialização do homem. A estrutura das
sociedades, desde os seus primórdios, sempre inabilitou os portadores de
deficiência, marginalizando-os e privando-os de liberdade. Essas pessoas, sem
respeito, sem atendimento, sem direitos, sempre foram alvo de atitudes
preconceituosas e ações impiedosas.
19
Mas o que é ser uma pessoa com deficiência? A partir do art. 1º da Convenção
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência dirigida pela Organização das
Nações Unidas (ONU) (apud BRASIL, 2012, p. 26), pessoas com deficiências são:
[...] aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, pode obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas.
a) Direito à vida;
b) Direito à habilitação e à reabilitação;
c) Direito à saúde;
d) Direito à educação;
e) Direito à moradia;
f) Direito ao trabalho;
g) Direito à assistência social;
h) Direito à previdência social;
i) Direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer;
j) Direito ao transporte e à mobilidade.
Neste sentido, o país deu mais um passo para combater a discriminação da pessoa com
deficiência e segue na luta de promover à igualdade de direitos e oportunidades a todos sob a
jurisdição do território nacional.
Reis; Mota; Jesus (2017), afirmam que a nova lei surge para assegurar e promover, em
condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais à pessoa com
deficiência, visando à inclusão social e a cidadania.
Dentre os direitos assegurados à pessoa com deficiência, esta pesquisa focou no direito
à acessibilidade com ênfase nos aspectos inclusivos, tendo em vista o levantamento de
discussões acerca: do uso da Libras, do uso de ferramentas assistivas; da adaptação da
estrutura física e construção de ambientes seguros; e, da promoção e adequação de serviços de
informação ofertados por bibliotecas universitárias à pessoa com deficiência.
Apesar do Estatuto da Pessoa com Deficiência promover o acesso da pessoa com
deficiência à educação, por exemplo, esse direito já era algo garantido a todos os brasileiros,
pois o Art. 205 da CRFB de 1988 (BRASIL, 1988), trazia a educação como um direito de
todos e dever do Estado e da família, que deveria ser promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
No Brasil, foram gradativas as conquistas obtidas por esta minoria, sendo todo o
período que antecedeu ao marco constitucional um período marcado por muitas lutas sociais
empreendidas por esta população marginalizada (MIRANDA, 2004).
21
1. A educação superior deve ser para uma elite e não para as massas;
3. Só uma proporção mínima é apta para a educação superior;
4. Para a educação superior se deve selecionar os mais aptos;
6. O estado já está gastando demasiado em educação superior.
A pesquisa científica tem por objetivo contribuir com a evolução dos saberes humanos
em todos os setores da sociedade, sendo sistematicamente planejada e executada por meio de
rigorosos critérios de processamento das informações. Os trabalhos devem produzir ciência,
ou dela derivar, ou ainda acompanhar seu modelo de tratamento (FONTE, 2004).
Em outras palavras, a pesquisa científica tem papel importante no desenvolvimento
das sociedades. Pois, a partir de seus métodos de investigação, novos conhecimentos são
apropriados e gerados, de forma a movimentar a vida humana no meio social.
Assim sendo, quando se delimita e se investiga um objeto de estudo, cria-se um novo
saber acerca desta temática, contribuindo também para que o mesmo ganhe uma maior
visibilidade. Neste sentido, a investigação do campo da pessoa com deficiência pode trazer
novas bases para pesquisas futuras, além de apresentar novas perspectivas sobre um tema já
existente.
As políticas públicas brasileiras voltadas para a educação apontam para a construção
de uma escola, leia-se universidade, que esteja preparada para atender a todos. A educação
enquanto direto universal atinge também as pessoas com deficiência, a chamada educação na
perspectiva inclusiva (RESENDE; LACERDA, 2013).
Incluir e aproximar, levantar discussões acerca da inclusão da pessoa com deficiência
em todos os moldes da sociedade é fundamental para que se promovam melhorias na
qualidade de vida destas pessoas. Desta forma, toda e qualquer pesquisa que busque diminuir
as barreiras entre a pessoa com deficiência e o pleno exercício de seus direitos enquanto
cidadão se reveste de grande importância, pois está diretamente ligada à questão da dignidade
humana.
Com base no explanado acima, as questões que nortearam esta pesquisa foram:
Ao respondê-las, acredita-se que este estudo tenha atingido seu objetivo de propor
recomendações de acessibilidade para as bibliotecas que compõem o Sistema de Bibliotecas
da Universidade Federal do Amazonas (SISTEBIB/UFAM) tendo em vista sua utilização por
usuários com deficiência física, surdez e cegueira.
Foi realizada junto aos servidores do SISTEBIB/UFAM uma avaliação acerca do
caráter acessível das bibliotecas (1ª questão norteadora) e se construiu um relatório de análise
de políticas públicas para que este instrumento servisse como base para a criação de uma
Política Institucional de Acessibilidade para o SISTEBIB/UFAM (2ª questão norteadora).
Os requisitos mínimos de acessibilidade de que trata esta Portaria, para alunos com
deficiência física, são:
[...] todos os deficientes experimentam a deficiência como uma restrição social, não
importando se estas restrições ocorrem em consequência de ambientes inacessíveis,
de noções questionáveis de inteligência e competência social, se da inabilidade da
população em geral em utilizar a linguagem de sinais.
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público;
30
Neste ponto serão resgatadas as políticas públicas que versam acerca da pessoa com
deficiência e seu bem-estar social. O mapeamento das legislações está representado em forma
de 02 (dois) quadros-síntese, agrupados pela jurisdição nacional e internacional:
Conforme podemos acompanhar acima, muitas são as Normas que visam à garantia de
direitos, promoção de dignidade e qualidade de vida para à pessoa com deficiência, porém,
apesar de toda pesquisa e avanço, muitas outras ações ainda são necessárias para a
manutenção da sociedade em acolher a pessoa com deficiência em suas características
especiais.
37
3 MÉTODO
3.1 NATUREZA DA PESQUISA
Esta pesquisa se classifica como mista (qualitativa e quantitativa) tendo sido recortada
transversalmente. É de natureza descritiva e exploratória, e o pesquisador atuou como
participante no processo de discussão e construção do modelo de política aqui proposto.
Segundo Bogdan e Biklen (2003) a abordagem qualitativa tem o ambiente natural
como fonte direta de extração de dados. Para os autores, ela pressupõe o contato direto e
contínuo do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada.
A pesquisa qualitativa busca responder a questões particulares, ou seja, ela trabalha
com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que
corresponde a um “espaço mais profundo” das relações, dos processos e dos fenômenos, e por
isso, não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (MINAYO, 2001).
Na pesquisa quantitativa:
Uma das principais razões para conduzir um estudo qualitativo é que o estudo é
exploratório. Isso significa que ainda não foi escrita muita coisa sobre o tópico ou
sobre a população em estudo, e o pesquisador tenta ouvir os participantes e construir
um entendimento baseado nas ideias deles (CRESWELL, 2007, p. 46).
Triviños (1987, p. 110) afirma que uma pesquisa descritiva “[...] pretende descrever
‘com exatidão’ os fatos e fenômenos de determinada realidade”. Desta forma, ela é utilizada
quando o pesquisador tem como objetivo descrever uma determinada comunidade, suas
características, valores e problemas relacionados aos aspectos culturais.
38
A proposta buscou discutir o caráter acessível das bibliotecas da UFAM à pessoa com
deficiência física, surdez e cegueira do ponto de vista dos servidores do SISTEBIB/UFAM.
Foi possível identificar as experiências destes servidores quanto à oferta de produtos e
serviços de informação à pessoa com deficiência no geral.
Desta forma, as questões relacionadas à coleta de dados não eram, em princípio,
passíveis de causar transtornos físicos e/ou psicológicos aos participantes. Ainda assim, caso
ocorressem, o proponente tinha formação para lidar com a situação minimizando os eventuais
problemas, desconfortos e/ou algum outro fato não previsto inicialmente. Vale destacar aqui,
que o sujeito teve total liberdade para deixar de participar do estudo se assim desejasse.
Os benefícios serão refletidos na “sensação de bem-estar social” causada à pessoa com
deficiência pelo seu acesso às bibliotecas que compõe o SISTEBIB/UFAM. No que diz
respeito à instituição e aos sujeitos da pesquisa, ambos serão reconhecidos pelo seu caráter
inclusivo, atuando como promotores de cidadania.
Da mesma forma, as publicações oriundas desta pesquisa trarão benefícios, tanto aos
sujeitos quanto à pessoa com deficiência, pois o projeto busca levantar discussões e trazer
melhorias a um problema da sociedade contemporânea.
39
2
O projeto de pesquisa foi submetido ao CEP/UMC em 08 de novembro de 2017,
recepcionado sob o Protocolo n. 79758017.7.0000.5497, e aprovado em 25 de novembro do
mesmo ano, conforme Parecer n. 2.398.652.
40
14
11 11
9
Menos de Entre 21- Entre 31- Entre 41- Entre 51- Mais de 60
20 anos 30 anos 40 anos 50 anos 60 anos anos
34
6 4 4
0
5 3 1 1
39
12
10
9
8
6
Menos de Entre 01 Entre 06- Entre 11- Entre 16- Entre 21- Mais de
01 ano e 05 anos 10 anos 15 anos 20 anos 25 anos 26 anos
23
6 5
4 3 4
1 2
48
Sim Não
Pode-se perceber que 100% dos entrevistados acreditam na existência de pessoas com
deficiência enquanto membros da comunidade acadêmica da UFAM. Porém, na questão oito,
quando questionados sobre a prestação de atendimento à pessoa com deficiência, 13
servidores informaram que nunca atenderam uma pessoa com deficiência durante todo seu
tempo de serviço no SISTEBIB/UFAM, conforme podemos ver no gráfico a seguir:
35
13
Sim Não
23
12
3 3
0 0 0 0 0 0 0
Mais uma vez não houve a indicação de profissionais capacitados em Libras para
atender à pessoa surda. Segue representação visual dos itens disponíveis na BSCS segundo os
servidores lotados no setor:
4 4
0 0 0 0 0 0 0 0
Desta forma, podemos inferir que a BSEEM não está adequada para atender à pessoa
com deficiência, independente da deficiência que o usuário apresentar, uma vez que não
apresenta acervo em formato acessível para a pessoa cega, não possui ambiente e mobiliário
adequado para o cadeirante e não possui nenhum profissional capacitado em Libras para
atender a pessoa surda.
A presença de elevador e/ou cadeira elevatória para escadas não é necessária uma vez
que a biblioteca está localizada no térreo. O Gráfico 9C pode ser verificado a seguir:
0 0 0 0 0 0 0 0 0
2 2
1 1
0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0
2 2 2
0 0 0 0 0 0 0 0
32
16
Na questão onze foi pedido para que os servidores fizessem uma avaliação acerca do
caráter acessível da biblioteca à pessoa com deficiência física:
25
22
A questão doze pedia para que os servidores fizessem uma avaliação acerca do caráter
acessível da biblioteca tendo como alvo a pessoa surda:
10
42
6
0
27
19
Para Secchi (2016), uma análise prescritiva deve recomendar uma política pública, e
aumentar as chances de uma boa formulação, decisão e de uma futura implementação de
ações para a solução do problema público. “O problema público está para a doença, assim
como a política pública está para o tratamento. [...] A finalidade de uma política pública é o
enfrentamento, diminuição e até mesmo a resolução do problema público” (SECCHI, 2016, p.
5).
No contexto deste capítulo, do ponto de vista da finalidade e do método, esta pesquisa
pode ser caracterizada como um estudo prescritivo prospectivo. Para Secchi (2016, p. 8, grifo
do autor), os estudos prescritivos “estão preocupados em ‘melhorar’ as políticas públicas, ou
seja, apontar como elas deveriam ser. Prescrição significa recomendação, orientação,
intervenção”. Ainda para o autor, o caráter prospectivo busca responder “quais políticas
públicas podem ser implementadas no futuro”.
60
Norte
23,40% Nordeste
26,63%
Centro-Oeste
22,51%
Sudeste
23,03%
Sul
22,50%
A ideia central é promover autonomia à pessoa com deficiência. Como último dado, o
IBGE (2012) realizou um levantamento estatístico do nível de instrução da pessoa com
deficiência no Brasil, por região, com mais de 15 anos.
Promover o pleno acesso das pessoas com deficiência física, surdez e cegueira às
bibliotecas do SISTEBIB/UFAM, a fim de que possam usufruir de tudo que a Universidade
proporciona em apoio à pesquisa, ensino e extensão.
65
Há uma ampla legislação que ampara a pessoa com deficiência e busca a promoção da
cidadania e igualdade de oportunidades entre os membros do Estado conforme foi visto no
Quadro 2.
5.8.1.1 Custo-efetividade
Quanto ao balcão acessível para atendimento (p. 117), a ABNT (2015) estipula que o
mobiliário possua uma superfície com largura mínima de 0,90 metros e altura entre 0,75 a
0,85 metros a partir do chão, devendo ser assegurada uma largura mínima sob a superfície do
balcão de 0,80 metros para que seja possível uma aproximação frontal.
Esta solução diz respeito à captação de, no mínimo, 08 (oito) vagas junto ao Governo
Federal para abertura de concurso público para o cargo de Intérprete de Libras. Caso a
Universidade consiga as vagas necessárias junto ao Governo Federal, o tempo médio
necessário para o lançamento do edital, confecção de provas, homologação de resultados,
possíveis recursos, nomeação e posse, seria de no mínimo 01 (um) ano.
Considerando o salário inicial dos cargos de nível médio de R$ 2.446,96, esta solução
despenderia dos cofres públicos o total de R$ 234.908,16 anualmente, levando em conta os 08
(oito) novos servidores, sem incluir: férias, 13º salário e demais benefícios.
Esta solução diz respeito à contratação de, no mínimo, 08 (oito) estagiários do curso
de Letras-Libras da própria Universidade. O “Bolsa Trabalho” é um programa institucional da
Universidade que contrata alunos de graduação, por 20h semanais, para estagiarem nos
setores da instituição. Cada estagiário do “Bolsa Trabalho” recebe o valor de R$ 424,50. Esta
solução despenderia dos cofres públicos o total de R$ 40,752 anualmente.
Esta solução diz respeito à compra de, no mínimo, 02 (dois) exemplares de cada obra
disponível nas bibliotecas com impressão em formato Braille. O quantitativo mínimo de 02
(dois) é devido à necessidade de se ter 01 (um) exemplar para empréstimo e 01 (um) exemplar
disponível nas bibliotecas como “obra de consulta local”, ou seja, aquela obra que não pode
ser emprestada (sair da biblioteca).
A quantidade de títulos no acervo do SISTEBIB/UFAM, hoje, é de 114.669 títulos.
Inicialmente não se pode mensurar o valor total gasto com essa solução visto que os preços
dos livros variam de acordo com o mercado. Em relação ao tempo necessário para
implementação desta solução, o período médio para abertura de licitação, pregão eletrônico,
abertura de empenho e entrega do material pelos fornecedores, pode chegar a 02 (dois) anos.
Esta solução diz respeito à compra de, no mínimo, 02 (dois) exemplares de cada obra
disponível nas bibliotecas em audiolivro. O quantitativo mínimo de 02 (dois) é devido à
necessidade de se ter 01 (um) exemplar para empréstimo e 01 (um) exemplar disponível nas
bibliotecas como “obra de consulta local”, ou seja, aquela obra que não pode ser emprestada
(sair da biblioteca).
A quantidade de títulos no acervo do SISTEBIB/UFAM atualmente é de 114.669
títulos. Inicialmente não se pode mensurar o valor total gasto com essa solução visto que os
preços dos livros variam de acordo com o mercado. Em relação ao tempo necessário para
implementação desta solução, o período médio para abertura de licitação, pregão eletrônico,
abertura de empenho e entrega do material pelos fornecedores, pode chegar a 02 (dois) anos.
Caso esta solução seja escolhida, deverão também ser adquiridos, no mínimo, 05
(cinco) aparelhos para reprodução das obras em formato áudio para cada biblioteca,
totalizando 40 (quarenta) unidades.
69
Esta solução diz respeito à compra de, no mínimo, 05 (cinco) “óculos leitores” para
cada biblioteca do SISTEBIB/UFAM. Cada unidade do “óculos leitor” custa em média R$
15.000,00. O “óculos leitor” é uma tecnologia assistiva que realiza a “leitura” de livros
comuns para pessoas com deficiências visuais em qualquer nível e grau.
70
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BONESSO, Edicler Dias de Oliveira; TIEPOLO, Elisiani Vitória. Biblioteca, leitura e lazer:
ferramentas para a aquisição do conhecimento. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da
Educação. Superintendência de Educação. Os desafios da escola pública paranaense na
perspectiva do professor PDE: artigos: 2013. Curitiba: SEED/PR., 2013. v.1. (Cadernos
PDE). Disponível em:
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2013/2
013_ufpr_port_artigo_edicler_dias_de_oliveira_bonesso.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2018.
_____. Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002. Brasília, DF: Senado Federal, 2002. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm>. Acesso em: 20 nov. 2018.
_____. Decreto n. 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Brasília: PR, 2004. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/D5296.htm>. Acesso em:
21 nov. 2018.
_____. Decreto n. 6.571, de 17 de setembro de 2008. Brasília: PR, 2008. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-010/2008/Decreto/D6571.htm>. Acesso em:
20 nov. 2018.
_____. Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009. Brasília, DF: Senado Federal, 2009.
Disponível em: <https://goo.gl/t2GTxq> Acesso em: 20 nov. 2018.
73
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09 de julho de 2008: Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009. 4. ed. Brasília, DF:
Presidência da República, Secretaria de Direitos Humanos, Secretaria Nacional de Promoção
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_____. Lei n. 13.146, de 06 de julho de 2015. Brasília, DF: Senado Federal, 2015.
Disponível em: <https://goo.gl/DuPizT> Acesso em: 20 nov. 2018.
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74
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76
ZIKMUND, W. G. Business research methods. 5th. ed. Fort Worth, TX: Dryden, 2000.
77
Prezado(a) Senhor(a):
1 Objetivo da pesquisa: Esta pesquisa tem como finalidade propor um modelo de “Política
Institucional de Oferta de Produtos e Serviços de Informação à Pessoa com Deficiência” ao
Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas (SISTEBIB/UFAM).
4 Riscos e benefícios: A participação nesta pesquisa não infringe as normas legais e éticas. O
preenchimento deste questionário não representará qualquer risco de ordem física ou
psicológica para você. Os procedimentos adotados nesta pesquisa obedecem aos Critérios da
Ética em Pesquisa com Seres Humanos conforme Resolução n.466/2012 do Conselho
Nacional de Saúde. Nenhum dos procedimentos usados oferece riscos à sua dignidade. Ainda
assim, caso haja quaisquer transtornos e/ou desconfortos, você pode retirar sua participação
deste estudo a qualquer momento. Ao participar desta pesquisa o(a) sr.(a) não terá nenhum
benefício direto. Entretanto, esperamos que este estudo levante informações importantes sobre
a oferta de produtos e serviços de informação à pessoa com deficiência, de forma que o
conhecimento que será construído a partir deste estudo venha promover a discussão acerca de
políticas públicas voltadas para inclusão e acessibilidade da pessoa com deficiência em
bibliotecas.
79
6 Pagamento: O(A) sr.(a) não terá nenhum tipo de despesa para participar desta pesquisa,
bem como nada lhe será pago por sua contribuição.
Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto meu
consentimento em participar desta pesquisa.
___________________________________
Nome completo do(a) participante
___________________________________
Assinatura do(a) participante
___________________________________
Assinatura do pesquisador
___________________________________
Assinatura da orientadora
APÊNDICE B - Questionário
81
QUESTIONÁRIO
7. Você acredita que há pessoas com deficiência (alunos, professores e/ou servidores técnico-
administrativos) na instituição?
Sim
Não
82
8. Você já prestou atendimento à pessoa com deficiência durante seu tempo de serviço na
biblioteca?
Sim
Não
11. Você considera a biblioteca, bem como seus produtos e serviços de informação acessíveis à
pessoa com deficiência física?
Sim
Não
Parcialmente
12. Você considera a biblioteca, bem como seus produtos e serviços de informação acessíveis à
pessoa surda?
Sim
Não
Parcialmente
13. Você considera a biblioteca, bem como seus produtos e serviços de informação acessíveis à
pessoa cega?
Sim
Não
Parcialmente
14. Você se considera apto a promover atendimento à pessoa com deficiência? Qual seria sua
maior dificuldade?
Sim
Não
Parcialmente