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MEDICINA LEGAL
TRAUMATOLOGIA FORENSE
DEDICAÇÃODELTA
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Sumário
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c) Trauma x Lesão
Trauma → é uma energia física, química, biológica ou mista que quando transferida para
o corpo é capaz de alterar seu estado fisiológico ou orgânico causando lesão.
A relação entre trauma e lesão é uma relação de causa e consequência: trauma é a causa
e lesão é o efeito.
Para que haja lesão, tem que, necessariamente, haver trauma. Para o trauma causar lesão,
tem que transferir a energia. A energia do trauma é transferida para o corpo que, não
consegue administrar essa energia e sofre uma lesão.
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2. ENERGIAS VULNERANTES
Meios - são todas aquelas situações que transferem quaisquer outras formas de energia
(meios físicos, químicos, físico-químicos, etc).
Cinética
Físico
Barométrica
Energias
Vulnerantes Química
Térmica
Elétrica
Físico-
Química Radiante
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Agentes físicos não mecânicos – são aqueles que não precisam de movimento para
causar lesão. Ex.: temperatura, pressão, irradiação, som.
𝐸𝑐 = 𝑚𝑉
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Quanto maior a velocidade, maior a energia cinética (considerando que a massa que ele
possui é uma constante)
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A energia mecânica é uma categoria mais ampla que agrega energia cinética e energia
potencial. A energia mecânica está diretamente ligada à energia cinética e é a energia
produzida pelo trabalho de um corpo que pode ser transferida entre os corpos.
𝐸𝑚 = 𝐸𝐶 + 𝐸𝑃
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Ex.: Uma faca pode furar, cortar e contundir (quando atinge a vítima com o cabo (ação
contundente). Entretanto, mesmo que a faca bata com o cabo e cause somente uma
contusão, ela é classificada como um instrumento perfurocortante, pois a ação habitual
dela é perfurar e cortar.
Ex.: Uma tesoura pode furar e contundir e, também, pode perfurar e cortar. Mas o normal
da tesoura é furar e cortar
Ex.: PAF pode bater e não entrar (raspão), mas o normal dele é perfurar e contundir, por
isso ele é um agente perfurocontundente, mesmo que ele cause apenas uma contusão.
1) Instrumentos cortantes
2) Instrumentos perfurantes
3) Instrumentos contundentes
4) Instrumentos perfuro-cortantes
5) Instrumentos corto-contundentes
6) Instrumentos perfuro-contundentes
É aquele que só corta, pois possui gume (lâmina afiada), não tem ponta e não tem massa
suficiente para causar uma ação contusa.
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Cauda de escoriação
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A ação contundente pode ser produzida não apenas por instrumentos contundentes.
Muitas vezes, outros instrumentos, como cortocontundentes ou mesmo perfurocortantes
podem atuar por ação contundente e produzirem uma ferida contusa. Ex.: o cabo de uma
faca pode produzir uma ferida contusa.
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CONTUSAS INCISAS
Bordas irregulares Bordas regulares
Vertente irregular Vertente (encosta) regular
Fundo irregular Fundo regular
Bordas escoriadas e equimosadas Sem escoriação e equimoses
Presença de pontes de tecido íntegro Hemorragia abundante
Retração das bordas Afastamento das bordas
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Para fins didáticos, podemos dividir as lesões produzidas pelos agentes contundentes em
fechadas e abertas, conforme esteja rompida, ou não, a pele.
1.1. Rubefação
1.2. Tumefação
1.3. Equimoses e seus derivados
1.4. Bossa
1.5. Hematoma
1.6. Entorse
1.7. Luxação
1.8. Fratura Fechada
1.9. Esmagamento Fechado
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1.1. RUBEFAÇÃO
Características da Rubefação:
⦁ Lesão fechada
⦁ Só pode ser feita em indivíduo vivo, é um fenômeno vital (já que oriunda de uma
vasodilatação) (não existe rubefação em pessoas mortas)
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1.2. TUMEFAÇÃO
1.3. EQUIMOSE
Imagine que a pancada foi um pouco maior. Se a pressão é um pouco maior, o vaso
também se dilata, mas, além de ele se dilatar, se rompe. Desta forma, o sangue extravasa
e derrama embaixo da pele.
No momento em que o sangue derrama, quando o observador olha para a pele, embaixo
do lugar onde houve a pancada aparece uma mancha. Esse extravasamento do sangue se
infiltra nas malhas dos tecidos adjacentes à lesão.
Características da equimose:
⦁ Lesão Fechada
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As equimoses têm uma classificação e mudam de nome de acordo com sua forma,
localização e origem. A equimose é gênero que vai admitir as seguintes espécies:
(a) PETÉQUIAS
(b)SUGILAÇÃO
São várias petéquias confluentes em uma região bem delineada (ex.: chupão). O
extravasamento de sangue ocorre por sucção.
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(c) SUFUSÃO
É muito comum quando a vítima é atingida por uma superfície plana e larga, quando a
vítima cai sobre o solo e se forma aquela placa de equimose muito grande, por exemplo
(d)VÍBICES
São equimoses em dupla faixa produzida por um instrumento longo de haste (cassetete,
cano de PVC, cabo de vassoura)
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Não é patognomônica de
afogamento – aparecem em
diversas causas de morte
São milhares de petéquias que surgem em razão da asfixia mediante sufocação indireta
por compressão do tórax.
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A) As formas de equimose são variadas, por isso as chamadas víbices são aquelas
ocorrentes em ampla área de efusão sanguínea.
B) Sugilação é o termo que define um aglomerado de petéquias.
C) O estudo das equimoses não é considerado para análise das contusões.
D) Em medicina legal, pode-se afirmar que hematoma é sinônimo de equimose.
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E) Com base no espectro equimótico de Legrand du Saulle, uma lesão ocorrida há 8 dias
apresenta coloração vermelha
Gabarito: Letra B
1.4. HEMATOMA
Hematoma é um tumor de sangue, uma bolsa de sangue. Essa bolsa de sangue se acumula
numa cavidade que não existia. Foi o próprio sangue que criou aquela cavidade, para
formar o hematoma.
É a hemorragia que, pelo seu volume e velocidade de formação, afasta os tecidos vizinhos
e OCUPA UM ESPAÇO PRÓPRIO, formando uma neocavidade (Se a cavidade já
existia, não é hematoma – é hemorragia interna). Em geral, faz relevo na pele, tem
delimitação mais ou menos nítida e é de absorção mais demorada que a equimose.
Digamos que o vaso rompeu, o sangue extravasou e está se formando uma coleção de
sangue naquela área. Se, por exemplo, é uma área corporal que não tem osso, o sangue se
espalha para cima e para baixo, formando uma coleção e essa coleção de sangue recebe o
nome de hematoma (hemato = sangue + oma = tumor).
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HEMATOMA EQUIMOSE
Extravasamento de sangue dos Extravasamento de sangue dos
vasos vasos
Que afasta os tecidos Que se infiltra nas malhas dos
adjacentes, formando uma tecidos subjacentes à lesão.
cavidade neoformada, na qual se
aninha, sem plano ósseo por
baixo.
Na bossa, também haverá extravasamento de sangue formando uma coleção hemática que
afastará os tecidos subjacentes, criando uma cavidade neoformada em região que tenha
estrutura óssea por baixo.
A diferença reside então, no fato de existir um plano ósseo por baixo. Assim, quando
houver esse aumento de volume de sangue ou de um líquido serossanguinolento ocorrer
sobre uma estrutura óssea (ex.: couro cabeludo), teremos a bossa.
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1.5. BOSSA
A bossa muito se aproxima de um hematoma, mas tem como diferencial a existência de
plano ósseo por baixo, fazendo o volume, a protuberância conhecida vulgarmente de
galo.
Características da bossa:
⦁ Há um extravasamento de líquido – sangue ou linfa – em virtude do trauma,
formando uma coleção (de sangue ou linfa)
⦁ Por isso, não há a formação de uma neocavidade, já que a superfície óssea por baixo
impede a difusão do sangue. Há a formação de bolsas salientes na superfície cutânea.
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ENTORSE LUXAÇÃO
É caracterizada pela ruptura parcial É caracterizada pelo impacto violento em
ou completa dos ligamentos que uma articulação que faz com que ocorra a
envolvem uma articulação perda completa de contado entre 2
extremidades ósseas.
É apenas o estiramento.
Os 2 ossos perdem contacto logo, os
ligamentos se romperam. Isso significa que
“TODA LUXAÇÃO PRESSUPÕE
UMA ENTORSE, MAS NEM TODA
ENTORSE PRESSUPÕE UMA
LUXAÇÃO”
1.7. FRATURA
(5) Cisalhamento – são forças opostas, anti paralelas (uma para direita e uma para a
esquerda), que batem no mesmo ponto, uma empurrando a outra.
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Ex.: queda em pé de certa altura com fratura do andar médio da base do crânio
por contragolpe (transferência da energia cinética pelos ossos do corpo).
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ainda completamente calcificados. O osso não quebra, mas racha. Pode até
fissurar, mas não irá romper por completo.
2.1. Escoriação
2.2. Ferida
2.3. Fratura exposta ou aberta
2.4. Espotejamento
2.5. Esmagamento aberto
2.1. ESCORIAÇÃO
a) Conceito
Escoriação significa arrancar o revestimento do corpo (arrancar a epiderme). O
revestimento do corpo nada mais é do que a pele.
Repare que não chega a ultrapassar a derme, porque, se ultrapassar a derme, deixa de ser
escoriação e se transforma em ferida (como veremos adiante).
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ESCORIAÇÃO FERIDA
Arrancamento traumático da Arrancamento traumático da
epiderme, com a exposição da derme, epiderme, ultrapassando a derme
mas sem ultrapassar a derme. atingindo os planos mais profundos:
cavitários, muscular, tecido adiposo.
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◇ Crosta Acastanhada (03 dias) → três dias depois, ela fica castanha;
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2.2. FERIDA
A lesão chamada de “ferida” pode ser provocada por uma ação contundente ou
uma ação cortante.
2.4. ESMAGAMENTO
A ação contundente, geralmente, está relacionada com instrumentos sólidos, mas também
é possível instrumento líquido (ex: jato de água da mangueira dos bombeiros) ou
instrumento gasoso (ex.: deslocamento de ar de uma bomba que explode, o blast).
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EMPALAMENTO ENCRAVAMENTO
Quando um objeto de longo eixo é Penetração com permanência de objeto em
introduzido no ânus ou no períneo. qualquer parte do corpo (menos o ânus e
o períneo)
Agente perfurocontundente
Ex.: Salto alto encravou na cabeça do
sujeito.
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DPC GO/2013 - Os agentes mecânicos são responsáveis pela maioria das lesões
provocadas no corpo humano. São exemplos de lesões contusas:
A) bossa, empalamento
B) equimose, esgorjamento
C) esquartejamento, entorse
D) luxação, degolamento
Gabarito: Letra A
a) Conceito
São instrumentos finos e pontiagudos – são formados por uma ponta continuada por uma
haste cilíndrica. E.: agulha, prego, picador de gelo, compasso etc.
Só perfuram, pois tem ponta, mas não tem gume e tem massa, mas que não é suficiente
para contundir.
b) Mecanismo de ação
Atuam por pressão, afastando as fibras do tecido a medida que faz a penetração da haste
e, raramente, secionando-as. A forma de transferência da energia ocorre por pressão.
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Em seu trajeto, os instrumentos perfurantes de médio calibre podem produzir dois tipos
de lesões:
1ª - Que terminam dentro do corpo, não têm saída, chamadas lesões em FUNDO DE
SACO (também chamadas de lesões cegas). As lesões em fundo de saco podem ser
em sedenho ou cavitárias.
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Além disso, a literatura médico-legal desenvolveu leis para diferenciar tais lesões: são as 2
leis de Filhós e a lei de Langer.
As lesões causadas por instrumento perfurante de médio calibre têm sempre a mesma
direção, são paralelas entre si, desde que localizadas em uma mesma região do
corpo (pois olhamos as linhas de força).
Na mesma região, as lesões produzidas por instrumentos perfurantes de médio calibre são
paralelas entre si.
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Cada região do nosso corpo tem uma elasticidade própria, uma linha de força que puxa a
pele num determinado sentido. No braço, elas puxam longitudinalmente, no abdômen
lateralmente. Ou seja, a ferida produzida pelo instrumento de médio calibre é uma fenda
que acompanha as linhas de força da região. Não importa a posição que o instrumento
entrou.
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Quando a região atingida apresenta uma depressibilidade dos tecidos, como no ventre, no
abdômen, é possível que a feria encontrada seja mais extensa que o instrumento que a
produziu. Essas regiões de maior depressibilidade permitem que – por compressão - o
instrumento vá além, alcançando planos mais profundos.
Ex.: A lâmina da faca entra no abdômen, mas o cabo da faca não entra. E como empurra
com força, o abdômen entra permitindo que a faca alcance uma profundidade maior do
que sua própria extensão (instrumento teria 30 cm e a lesão, 60 cm).
Essas lesões cuja extensão é maior que a extensão do instrumento vulnerante utilizado
localizadas em regiões de depressão do corpo é chamada de “lesão em sanfona ou lesão
em acordeon”, apresentando o “SINAL DO ACORDEÃO OU SINAL DE
LACASSAGNE”
DPC-PA/2016 - As leis de Edouard Filhos e Karl Ritter Von Langer, são estudadas
no campo das lesões produzidas por instrumentos:
A) perfurantes de médio calibre.
B) cortocontundentes.
C) perfurocontundentes.
D) perfurantes de pequeno calibre.
E) contundentes.
Gabarito: letra A
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Transferem sua energia cinética por pressão, através da ponta e por deslizamento dos
gumes, que seccionam as fibras dos tecidos
⦁ Forma varia de acordo com o número de gumes → (gume é a parte que corta!!!)
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⦁ A parte que corta faz um ângulo agudo (menor que 90 º), ao passo que o outro
lado (que não corta) faz um ângulo arredondado (rombo) → 1 ângulo agudo e
1 ãngulo rombo.
= 2 ANGULOS AGUDOS
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a) Conceito
São dotados de grande massa, transferindo sua energia cinética por meio de um gume.
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c) Mecanismo de ação:
Os instrumentos cortocontundentes atuam de forma predominante por pressão e de
forma mais leve, por deslizamento.
Atravessam como facilidade as partes moles do corpo e não se detêm mesmo no plano
esquelético.
⦁ Apresentam vertentes planas, mas existe certo grau de laceração dos diversos
planos, principalmente os planos musculares.
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Lembrando que a Energia Cinética interfere nos projeteis de baixa energia e alta energia:
Essa quantidade de energia tem que ser transferida para o alvo e, quando é transferida, o
alvo em que administrar essa energia que entra, senão ele sofre lesões.
Assim:
Se aumenta a velocidade aumenta o poder lesivo
Se aumenta a massa do projetil aumenta o poder lesivo
Ex.: Quanto maior a velocidade do PAF, maior o poder de estrago dele, mesmo que
possua uma massa pequena.
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PAF com ponta pontiagudo → criado para furar mais (pode acertar mais
de uma pessoa)
PAF com ponta arredondada → o tiro vai penetrar e não vai sair (acerta
uma única pessoa – utilizado por policial)
Quando um agente vulnerante bate no corpo, ele transfere energia. E essa transferência
de energia depende da pressão que vai fazer no seu corpo.
A pressão é a força sobre uma superfície (área). Se a superfície é pequena, eu não preciso
de uma força muito grande para exercer uma pressão maior. Então, quanto menor a
superfície, menor a pressão e quanto maior a superfície, menor a pressão. Quando
aumenta a superfície de contato, a mesma força exerce uma pressão menor.
Por isso que a força do PAF quando bate em uma placa protetora, a força do PAF se
espalha pela placa e o PAF não tem força para entrar.
Uma superfície menor (exemplo: ponta de uma faca ou de uma tesoura) tem alta pressão
e alta capacidade de furar. Agora, se tentar furar a pessoa com o cabo da faca, por mais
que você utilize a mesma força, não vai conseguir, porque o cabo não é tão pontudo e,
por isso, tem uma superfície maior.
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— Tem ponta achatada, de modo que, quando atinge o alvo, sua ponta se
deforma e fica parecendo um cogumelo. Isso porque possui ponta grossa
e é feito com um chumbo mais mole, de modo que sua tendência é não
atravessar.
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Ponta muito fina (chumbo duro)→ entra mais (para atravessar a vítima)
Ponta muito grossa (chumbo mole) → entra menos (não atravessa a vítima)
⍟ ATENÇÃO: Não tem como prever como acontece uma lesão. Não depende
só do calibre ou da distância, também depende da densidade do corpo
atingido.
Existe cartucho que tem 1 projetil só (cada tiro é 1 projetil) e existe cartucho em que cada
tiro saem inúmeros projeteis.
Cada projetil desse do cartucho de projetil múltiplo se chama balim (bago de chumbo).
Cada balim faz uma lesão de entrada de PAF. Em cada entrada, o perito deve encontrar o
balim.
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Os balins saem e vão se expandindo, de modo que, quanto mais perto estiver, maior o
efeito lesivo, pois será atingido em bloco pelos balins. Se estiver mais distante, os balins
vão perdendo a força e vão atingindo mais dispersamente.
Obs.: Nesses cartuchos, existe uma bucha (bucha pneumática). A função dessa bucha
é manter os balins juntos para retardar sua dispersão e aumentar o coeficiente balístico.
Se a bucha estiver dentro do corpo da vítima, é porque o tiro foi dado a uma curta
distância, se não houver bucha, a distância é um pouco maior.
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Características!
Aqueles com velocidade acima de 600m/s, como por exemplo, o fuzil.
O trajeto dos projéteis de alta energia difere do deixado pelos projéteis comuns por
causa da maior potência das ondas de pressão que produzem. Produzem cavidades
temporárias pulsantes. Uma boa comparação é com uma lancha veloz no mar.
Ela passa em alta velocidade e deixa uma marola maior.
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Os projéteis de fuzil são construídos para transfixar o segmento do corpo humano que
for atingido.
PAF no fígado (um pouco mais duro que o pulmão), encontra dificuldade pra
passar. Então começa a soltar energia que fiz estrado no fígado.
Ação perfurocontundente
Ferida perfurocontusa
Normalmente as lesões da entrada são menores do que as lesões de saída, pois na
entrada o projetil entra com maior estabilidade.
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Efeitos primários são os efeitos que o projetil produz na pessoa. Efeitos secundários são
feitos pelos resíduos que saem da boca da arma. Ex.: sujeira deixada pelos gases
Situações:
(1) Tiro de longe: só possui efeito primário
(2) Tiro de perto: possui efeito primário + secundário
(3) Tiro sem projetil (quando há disparo e não há tiro): só possui os efeitos secundários
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EFEITOS PRIMÁRIOS
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Orla de enxugo
Orla de escoriação
Orla de equimose
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EFEITOS SECUNDÁRIOS
Os efeitos secundários do tiro são feitos pelos gases que estão junto com o projetil. Os
efeitos secundários são os que resultam nos tiros à curta distância, assim como da ação
dos gases e resíduos da combustão da pólvora.
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Obs.: Se a lesão de entrada não apresentar os efeitos secundários pode ser por causa da
distância (uma distância um pouco maior) ou em razão da presença de anteparos.
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Considerações:
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(2) Tiro a queima roupa ou tiro a curta distância (que provocam os efeitos
secundários) produzem o cone de dispersão
(3) Quando o tiro é feito com o cano encostado, não há cano de dispersão, porque
os gases não saem. Esses gases se dispersam embaixo da pele.
1) Tiro à distância
Tiro a queima roupa significa que o agressor estava muito perto da vítima.
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Tiro à curta distância significa que o atirador estava perto da vítima, mas não tão
perto quanto o tiro à queima roupa.
Tiro a queima roupa - Se o tiro foi dado de muito perto = Chamuscamento (ou queimadura,)
esfumaçamento e tatuagem.
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Quando o tiro é dado com o cano encostado, não há cone de dispersão, pois os
resíduos passam pelo cano e entram diretamente no corpo da pessoa atingida.
A boca da arma está firmemente apoiada na pele. Se a boca da arma está firmemente
apoiada na pele, todo o material que sai do cano da arma não vai ter espaço para se
expandir. Então, todo aquele material vai penetrar pela lesão de entrada. E nós teremos
uma ferida circular, com uma orla de escoriação, com uma orla de enxugo e com uma
queimadura ao redor. A queimadura ao redor é porque os gases superaquecidos passaram
por ali e queimaram a pele naquela região.
Cadê a pólvora circundante? Não tem. Cadê a tatuagem circundante? Não tem. E não tem
porque todo esse material penetrou junto com o projétil. Foi tudo empurrado para dentro
do corpo, uma vez que o cano estava firmemente apoiado na pele.
DPC-GO/2017
Um cadáver jovem, do sexo masculino, encontrado por moradores de uma região
ribeirinha, estava nas seguintes condições: vestido com calção de banho; corpo
apresentando dois orifícios, o primeiro deles medindo cerca de 1 cm, ligeiramente elíptico,
na parte posterior do tórax, na altura da região escapular direita; o segundo, de mesmo
tamanho que o primeiro, circular, no pescoço, logo abaixo da nuca. O primeiro orifício
apresentava orla de enxugo, orla de escoriação e orla de contusão; em torno do segundo
orifício, foram observadas zonas de esfumaçamento e de tatuagem. Nessa situação
hipotética, as lesões descritas
A) Foram causadas por instrumentos perfurocontundentes empregados a longa distância
e a curta distância, respectivamente.
B) Decorreram de ação cortocontundente produzida a curta distância.
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DPC-BA/2018
Com relação aos ferimentos de entrada em lesões produzidas por projéteis de arma de
fogo, é correto afirmar:
A) A aréola equimótica é representada por uma zona superficial e relativamente difusa,
decorrente da sufusão hemorrágica oriunda da ruptura de pequenos vasos localizados
nas vizinhanças do ferimento, geralmente de tonalidade violácea.
B) O formato de ferimentos em tiros a distância varia de acordo com a inclinação do
disparo, assim, quando o tiro é oblíquo, a ferida é arredondada ou ligeiramente oblíqua,
além de evidenciar uma orla de escoriação concêntrica.
C) diz-se que uma lesão tem as características das produzidas por tiro a distância quando
ela não apresenta os efeitos secundários do tiro, com diâmetro maior que o do projétil,
aréola equimótica e bordas reviradas para dentro.
D) ferimentos em tiros encostados podem ter forma arredondada ou elíptica, com zona
de compressão de gases, evidenciada pela depressão da pele em virtude do efeito
gerado pelo projétil com a ação mecânica de gases que descolam e dilaceram os tecidos.
E) tiros a curta distância causam ferimentos arredondados, com entalhes, zona de
tatuagem e de esfumaçamento, devido à ação resultante dos gases que descolam e
dilaceram os tecidos, com vertentes enegrecidas e desgarradas, tendo aspecto de cratera
de mina.
Gabarito: Letra A
Comentários: A - CERTA. "A aréola equimótica é representada por uma zona superficial e
relativamente difusa, decorrente da sufusão hemorrágica oriunda da ruptura de pequenos vasos localizados
nas vizinhanças do ferimento." (DE FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª ed.)
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D - ERRADA. Forma arredondada ou elíptica é a apresentada por tiros a curta distância. Em tiros
encostados, o ferimento tem "(...) forma irregular, denteada ou com
entalhes (....)". (grifei) (DE FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª ed.)
E - ERRADA. Ferimentos com entalhes, com ação resultante dos gases que descolam e dilaceram os
tecidos, com vertentes enegrecidas e desgarradas, tendo aspecto de cratera de mina, são os causados por tiros
encostados, conforme Genival Veloso.
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A pele fica suja de pólvora por dentro, porque os gases entram, batem no osso e
voltam, arrombando a pele para fora.
Quem faz esse buraco não foi o projetil, mas sim os gases que bateram no
osso e voltaram, estourando a pele.
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O sinal de Benassi é a mancha preta dos gases no osso (mancha de pólvora em volta do
osso)
O indivíduo esqueletizado não possui Boca de Mina de Hoffman, mas possui o Sinal de
Benassi. E o sinal de Benassi indica que o tiro foi com cano encostado.
Nós vimos que a bala transfixou o crânio. O que acontece quando eu vou examinar o osso
do crânio? Agora eu vou examinar o osso e não mais a pele. Então, eu vou rebater o couro
cabeludo e, no momento que eu rebato o couro cabeludo para apresentar o crânio por
fora, eu noto que o crânio tem um buraco de entrada. E eu noto que esse buraco de
entrada está sujo de pólvora por fora. Esse resíduo de pólvora no osso do crânio chama-
se sinal de Benassi.
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Não é a pele e nem o osso por fora que ficam sujos, mas sim as paredes do canal
provocadas pelo projetil.
Esse canal sujo por causa do tiro que foi disparado com o cano encostado é
chamado Sinal de Schusskanol.
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Sinal em um osso achatado (não é qualquer osso, tem que ser achatado!). Ex.: crânio,
esterno (osso do peito), costela, escápula, ilíaco (pelve, bacia)
Esses ossos achatados, quando baleados, formam uma figura caraterística chamada de
Tronco de cone de Bonnet ou Sinal de Funil de Ponsold
Só que o osso do crânio é duplo. E, entre essas duas tábuas ósseas (uma interna e uma
externa), a natureza colocou um tecido como se fosse um amortecedor. Quando a bala
entra, ela faz um buraco e joga para dentro uma porção de fragmentos de osso. A bala,
quando bate no osso, se desestabiliza e começa a bater na parte interna desestabilizada.
Ou seja, ela vai fazer um buraco no osso que é maior na parte de dentro do que na parte
de fora.
Então, se nós pudermos olhar como fica um buraco de entrada de projétil no osso do
crânio, não vai ser um canal cilíndrico (estilo canudo). O que nós vamos ver é um buraco
que tem o aspecto de um cone. Só que, no lugar de ser um cone com um vértice normal,
é um cone truncado (que foi cortado). Logo, essa figura geométrica chama-se tronco de
cone. A base do tronco de cone indica por onde a bala saiu. E as paredes do tronco de
cone são divergentes do tronco para a base. A gente fala que as paredes estão cortadas em
bisel (paredes inclinadas).
Quando o projetil atravessa um osso duplo, ele faz um buraco menor fora e um buraco
maior dentro. Então o osso fica parecendo um tronco de cone. Então, esse aspecto do
crânio, esse tronco de cone, é o chamado sinal de Bonnet.
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Nessa imagem, tem 2 orifícios em forma de troncos de cone. Como saber qual foi o
primeiro orifício a ser feito?
Base (parte maior) está virada para dentro do cano Projetil entrando no
crânio
Base está virada para fora do crânio projetil saindo do crânio
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A boca da arma encostada na pele faz um carimbo/um decalque na pele. Quando os gases
entram e empurram a pele para fora, a pele bate na boca da arma, que deixa marcas na
pele. O desenho da boca da arma fica na pele.
A pele não explode porque não tem osso por baixo. Se tivesse osso por baixo, os gases
iam bater, voltar e explodir a pele, formando a boca de mina de Hoffman.
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A saída, normalmente, não tem escoriação, mas pode ter (nos casos de anteparo).
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ENTRADA SAÍDA
Forma Arredondada (regular) Irregular
Borda Invertidas (Invaginadas), Evertidas
salvo na mina de Hoffman
Orlas e Zonas (salvo se Sem Zonas (pode ser
Elementos houver compensador ou orla equimótica e de
roupa) escoriação, mas
nunca de enxugo)
Diâmetro Menor ou proporcional ao Maior ou
projétil desproporcional
Sangramento Pouco ou Ausente Muito sangue
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