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GUIA DE ESTUDOS

A Reforma em 5 Solas
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Curso Fiel de Liderança


Guia de Estudos

Publicado por Ligonier Ministries

Copyright©2019 Curso Fiel de Liderança


1ª Edição em Português 2019

Todos os direitos em língua portuguesa reservados por


Curso Fiel de Liderança da Missão Evangélica Literária

PROIBIDA A REPRODUÇÃO DESTE CONTEÚDO


POR QUAISQUER MEIOS, SEM A PERMISSÃO
ESCRITA DOS EDITORES, SALVO EM BREVES
CITAÇÕES, COM INDICAÇÃO DA FONTE.

Diretoria Administrativa: Alexandre da Costa Oliveira


Diretoria Acadêmica: Tiago José dos Santos Filho
Diretoria Executiva: James Richard Denham III
Coordenação Pedagógica: Laise Helena Oliveira
Caixa Postal 1601 Autor: Stephen J. Nichols
CEP 12230-971 Revisão: Laise Helena Oliveira
São José dos Campos – SP Diagramação: Laise Helena Oliveira
PABX: (12) 3919-9999 Capa: Laise Helena Oliveira
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SUMÁRIO

O CURSO FIEL DE LIDERANÇA.................................................................................... 4

COMO USAR ESTE GUIA............................................................................................ 5

INTRODUÇÃO........................................................................................................... 6

AULA 1 – PORQUE A REFORMA É IMPORTANTE........................................................ 7

AULA 2 – SOLA SCRIPTURA – MARTINHO LUTERO E A REDESCOBERTA DA AUTORI-

DADE DA ESCRITURA................................................................................. 14

AULA 3 – SOLA GRATIA – ULRICO ZUÍNGLIO E A REDESCOBERTA DA GRAÇA............. 21

AULA 4 – SOLA FIDE – LADY JOANA GREY E A REDESCOBERTA DA JUSTIFICAÇÃO PE-

LA FÉ......................................................................................................... 29

AULA 5 – SOLUS CHRISTUS – JOÃO CALVINO E A BENÇÃO DE CRISTO SOMENTE....... 36

AULA 6 – SOLI DEO GLORIA – GLORIFICANDO A DEUS EM TUDO............................... 45

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O CURSO FIEL DE LIDERANÇA

O Curso Fiel de Liderança (CFL) é o ministério de educação teológica da Missão


Evangélica Literária (Ministério Fiel), idealizado há mais de 20 anos pelo missionário
Richard Denham Jr., fundador da “Fiel”, que tem como alvo primário oferecer aos
pastores, líderes, professores e estudantes de teologia uma oportunidade de refletir e
aprofundar seus conhecimentos em temas bíblicos, baseados em uma cosmovisão
reformada, cooperando com o seu crescimento na fé e na sã doutrina, o que será
refletido em seu ministério de ensino e instrução do povo de Deus, na igreja local.

Em 2011, o CFL ganhou corpo, com o planejamento do primeiro curso. As gravações das
aulas tiveram início no ano de 2012. A quantidade de cursos foi aumentando até que,
em 2017, surgiu o CFL Assinatura, através do qual o estudante acessa uma plataforma
com diversos cursos, vídeos das Conferências Fiel, audiolivros, palestras, workshops,
entre outros recursos. O número de cursos oferecidos pelo CFL tem crescido
consideravelmente ano a ano.

O CFL, em parceria com diversas instituições nacionais e internacionais possui um corpo


docente composto por brasileiros e estrangeiros, mestres e doutores em teologia, que
têm se dedicado ao ensino e influenciado positivamente o cenário teológico
contemporâneo.

O Curso Fiel de Liderança zela pela qualidade teológica dos cursos oferecidos para que
você, ao estudar, seja enriquecido na Palavra. Que o conteúdo deste curso sirva para
edificar sua vida e aquecer o seu coração.

Equipe CFL
Ministério Fiel

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COMO USAR ESTE GUIA

Este Guia de Estudos foi desenvolvido para ser utilizado juntamente com as aulas do
curso A Reforma em 5 Solas.

Se você é um aluno assinante no CFL, tem permissão para fazer o download desse
material que se encontra no Portal do Aluno.

Este recurso tem a finalidade de colaborar com os seus estudos pessoais, através de um
melhor aproveitamento do conteúdo do curso.

Neste guia, para cada aula, você encontrará uma breve introdução; indicações de
leituras bíblicas, as quais consideramos extremamente importantes, pois auxiliarão na
fixação da matéria ministrada; uma descrição dos objetivos do processo de
aprendizagem; uma ou mais citações que corroboram com o conteúdo ministrado em
aula; o esboço da aula; exercícios de fixação (a quantidade de exercício proposta no guia
excede o número proposto ao longo do curso) e exercícios de reflexão. Algumas dessas
atividades foram utilizadas ao longo do curso.

Assim, nossa recomendação é para que, embora tenhamos parte do Guia de Estudos
nas atividades do portal, você o imprima e o utilize durante o acompanhamento das
videoaulas, sabendo que essa atitude será enriquecedora para seus estudos
particulares.

Oramos para que este Guia de Estudos seja enriquecedor para seus estudos.

Equipe CFL
Ministério Fiel

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INTRODUÇÃO

É sabido que, devido até mesmo a nossa natureza pecaminosa, temos a tendência de
focarmos nossos olhares para nós mesmo, acreditando que nós e a época na qual
vivemos é o centro da história.
Sendo assim, fazemos bem em voltar alguns anos no passado para observarmos como
Deus, aquele que é responsável pela história, levantou homens e mulheres que, na era
da Reforma Protestante, fortalecidos por sua Palavra puderam espelhar os princípios
bíblicos que eram o lema deste movimento, a saber, os 5 Solas.
Assim, ao longo do curso, analisaremos como os princípios da Reforma moldaram não
só a teologia como, também, a vida diária de alguns personagens desta época. Veremos,
ainda, como a sociedade na qual eles viviam pode ser influenciada pela fé desses
reformadores. Terminaremos pensando sobre a importância de vivermos, em nossos
dias, sob o legado de tais figuras.

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AULA 1
PORQUE A REFORMA É IMPORTANTE

Introdução
O autor de Eclesiastes declara: “O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se
tornará a fazer; de modo que nada há novo debaixo do sol” (Eclesiastes 1:9). Além da
significância teológica dessa profunda declaração, há outra observação que surge sobre
o estudo da história: a importância. Apesar do tempo progredir em uma direção linear
e conter eventos únicos e monumentais (culminando no retorno de Jesus), a criação
testemunha a repetição de padrões, de movimentos e da interação entre os humanos.
A Igreja hoje enfrenta problemas parecidos com os da Igreja do ano passado, mas com
pacotes e rótulos diferentes. O estudo cuidadoso da história da Igreja prepara e equipa
seus membros para enfrentar as dificuldades de sua própria época. A Reforma do século
XVI enfatizou um retorno para a Palavra de Deus como o remédio para lidar com as
deficiências teológicas da Igreja Católica Romana, e o Dr. Nicholas embarca nessa série
de estudos para ajudar a igreja atual a entender os “solas” da Reforma e o lugar que eles
têm para o povo de Deus em todas as eras.

Leitura Bíblica
Gênesis 22;
Salmo 68:19-20; 136;
João 3:16

Objetivos da Aula
1. Esclarecer o contexto físico e espiritual de onde a Reforma emergiu.
2. Demonstrar a importância de estudar a Reforma.

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3. Apresentar uma introdução às solas e um resumo da progressão dessa série de


estudos.

Citação
“Em meio à vida, estamos envolvidos pela morte. Quem nos ajudará no conflito
para que o inimigo não nos confunda? Só tu, Senhor, só tu. Em meio ao escuro
véu da morte, os poderes do inferno nos ameaçam. Quem nos ajudará quando
atacarem? Quem será nosso socorro? Só tu, Senhor, só tu. Em meio às desgraças,
quando nossos pecados nos oprimem, onde buscaremos o refúgio e a graça para
nos abençoar? Somente em ti, Senhor Jesus. Verteste teu sangue precioso para
adquirir a completa expiação por nosso pecado”.
– Do hino de Martinho Lutero, “Em Meio à Vida”

ESBOÇO
I. DA MORTE PARA A VIDA, DAS TREVAS PARA A LUZ
A. As duras condições da Europa, assolada por pestes durante a Idade Média
(aproximadamente entre 500 e 1500 AD), também chamada de “Idade das
Trevas”, forçaram os europeus a enfrentarem e aceitarem a morte.
a. A morte cercava o povo e eles não tinham a capacidade e o conhecimento
para desafiá-la; então, eles a aceitavam.
b. O ditado popular, “Media vita in morte sumus”, que significa “Em meio à
vida, morremos”, teve origem e circulou na era medieval.
B. As trevas espirituais durante a Idade Média têm semelhança com as
condições físicas sombrias da época.
C. A Reforma ocorreu nessa era e, “em meio à morte e as trevas, surgiram a
vida e a luz, por meio do poder do evangelho de Jesus Cristo.

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a. Martinho Lutero virou a frase, “Em meio à vida, morremos”, de cabeça


para baixo ao apontar para o evangelho e dizer, “Em meio à morte,
vivemos”.
b. Para demonstrar a saída das trevas espirituais, a cidade de Genebra, sob
a liderança de João Calvino, passou a usar o lema “Post Tenebras Lux”,
que significa “Depois das trevas, luz”.

II. PORQUE NÓS ESTUDAMOS A REFORMA


A. A história é importante
a. Os cristãos têm uma fé histórica cujo centro reside um Salvador histórico.
b. Deus chama seu povo a olhar para trás para sua obra redentiva em favor
deles para fazê-los lembrar do relacionamento que ele tem com seu
povo.
1. A Bíblia continuamente ordena esse exercício, incluindo os primeiros
a pertencer ao povo de Deus, o povo do antigo Israel e os crentes do
Novo Pacto.
2. O Espírito Santo trabalha no povo de Deus em todos os estágios da
história e, portanto, cada estágio da história da Igreja continua sendo
importante para todos os crentes de todas as épocas.
B. A Reforma capturou, ou recapturou, a essência do propósito da Igreja.
a. Quando a Reforma aconteceu, todo mundo, incluindo a Igreja, já
reconhecia a situação deplorável da Igreja.
1. O período entre os séculos 13 e 16, chamado de “Idade Média Tardia”
ou “Alta Idade Média”, testemunhou uma degeneração significativa
da Igreja Católica Romana.
2. Muitos tentaram reformar a Igreja.
i. O Movimento Conciliar tentou uma reforma administrativa na
Igreja Católica Romana, pedindo que o poder mudasse para a
forma mais antiga da Igreja, um concílio de bispos.

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✓ O famoso reformador tcheco, John Huss, fazia parte deste


movimento.
✓ O movimento não foi bem-sucedido.
ii. Muitos defendiam uma reforma espiritual na Igreja, chamada de
“Devotio Moderna”, a “nova devoção”.
✓ Thomas A. Kempis, o autor de “A Imitação de Cristo”, fazia
parte desse movimento.
✓ Apesar de um sucesso marginal, o movimento não foi bem-
sucedido.
3. Os movimentos reformistas, ainda que fossem louváveis, falharam
em diagnosticar o verdadeiro problema: a podridão teológica.
b. Os reformadores do século 16 reconheceram a deficiência teológica
existente na Igreja Católica Romana e prescreveram a solução
apropriada: um retorno à centralidade da Palavra de Deus.
1. As deficiências teológicas precisavam de uma solução teológica.
2. OS reformadores infundiram a teologia apropriada na pregação, na
educação cristã, nas missões e em tudo mais.
C. A Igreja enfrenta desafios semelhantes, hoje, e nós podemos aprender coisas
específicas dos reformadores para nos ajudar.
a. Esta série de estudos tem como objetivo realizar essa tarefa ao examinar
os “solas” da Reforma juntamente com os resumos biográficos.
b. Aprenderemos sobre o propósito e a natureza dos solas, como eles se
relacionam com a Escritura e qual é a relação deles com o discipulado de
Cristo.
D. Os reformadores, que eram pessoas reais, com vidas reais, nos ajudam a
entender o que significa ser cristão.

III. OS CINCO SOLAS


A. Sola Scriptura – A Escritura Somente
a. A questão diz respeito à autoridade.

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b. Todavia, a tradição está sempre submetida à Escritura, um princípio que


os reformadores entendiam e que a Igreja Católica Romana tinha
abandonado.
c. Nós examinaremos a vida de Martinho Lutero juntamente com o Sola
Scriptura.
B. Sola Gratia – A Graça Somente; Sola Fide – A Fé Somente
a. O evangelho vem pela graça somente e é recebida pela fé somente.
b. Nós examinaremos a vida de Ulrico Zuínglio juntamente com o Sola
Gratia.
c. Nós examinaremos a vida da Lady Joana Grey juntamente com o Sola
Fide.
C. Solus Christus – Cristo Somente
a. A salvação vem somente por meio de Cristo, o único Mediador entre
Deus e os homens.
b. Nós examinaremos a vida de João Calvino juntamente com o Solus
Christus.
D. Soli Deo Gloria – Glória a Deus Somente
a. Toda a criação e redenção servem à glória de Deus somente.
b. Nós examinaremos as vidas dos puritanos juntamente com o Soli Deo
Gloria.

Exercícios de Fixação
1. A Idade Média também foi chamada de “Idade das Trevas”, por causa da morte e
trevas espirituais que cercavam as pessoas que viviam nesse período da história.
a. Verdadeiro
b. Falso

2. Post Tenebras Lux, significa _________________.


a. “com as trevas vem a luz”

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b. “trevas e luz misturadas”


c. “depois das trevas, luz”
d. “a luz invade as trevas”

3. O Movimento Conciliar conseguiu reformar a administração da Igreja Católica


Romana.
a. Verdadeiro
b. Falso

4. Qual foi a solução primária que os reformadores propuseram para curar a deficiência
teológica da Igreja Católica Romana?
a. Substituir o papa
b. Tirar a sede da autoridade central de Roma
c. Voltar para a Palavra de Deus
d. Enfatizar mais a tradição
5. O estudo da história, especificamente da Reforma, é importante hoje porque a Igreja
enfrenta problemas parecidos em nossa era.
a. Verdadeiro
b. Falso

Exercícios de Reflexão
1. Por que historiadores chamam a Idade Média de “Idade das Trevas”? De que
maneira a Reforma desafiou e confrontou os problemas que contribuíam para as
trevas desse período da história?
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2. Por que a história é importante, especialmente para a Igreja?


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3. De que maneira a Reforma capturou a essência do propósito da Igreja? Quais


movimentos de reforma que ocorreram antes da Reforma do século 16 foram
descritos pelo Dr. Nichols? Esses movimentos foram bem-sucedidos? Por que sim ou
por que não? O que os Reformadores viam como sendo a deficiência primária dentro
da Igreja Católica Romana e qual remédio eles apresentaram?
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4. A Igreja enfrenta, hoje, problemas parecidos com os que os reformadores


enfrentaram no século 16? Se sim, quais são alguns desses problemas? Como o
estudo da história ajuda a Igreja a enfrentar essas dificuldades e obstáculos?
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5. Liste e defina os 5 Solas.
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AULA 2
SOLA SCRIPTURA – MARTINHO LUTERO E A
REDESCOBERTA DA AUTORIDADE DA ESCRITURA

Introdução
No início do século 16, o analfabetismo era normal por toda a Europa, inclusive entre o
clero, os mestres da Palavra de Deus. Mas, apesar da imensidão desse problema, havia
um dilema ainda mais profundo: o lugar da Palavra de Deus tinha mudado na Igreja
Católica Romana, a Bíblia não era mais a autoridade central sobre a vida cristã. Ela foi
substituída pela tradição, boa parte corrompida e direcionada pela falência financeira
da sede papal. Deus, em sua graciosa providência, não permitiu que essa condição
persistisse. Ele levantou um humilde monge da Alemanha, Martinho Lutero, para se
posicionar contra a Igreja com base no princípio do Sola Scriptura – A Escritura Somente.
Isso ascendeu a chama a Reforma que incendiou toda a Europa e que continua a
incendiar todo o mundo hoje.

Leitura Bíblica
Mateus 24:32-36;
Romanos 1:16-18;
1 Pedro 1:22-25

Objetivos da Aula
1. Descrever a vida de Martinho Lutero.
2. Explicar as experiências e os estudos que conduziram Lutero a escrever as 95 Teses.

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3. Ilustrar como a dedicação de Lutero ao princípio do Sola Scriptura a se posicionar


diante da Igreja Católica Romana e da Reforma Protestante do século 16.

Citação
“Posto que vossa graciosa majestade e vossos senhores me pedem uma resposta,
então a darei sem chifres ou dentes. A menos que se me convença por
testemunho da Escritura ou por razões evidentes – posto que não confio no papa
nem nos concílios somente, já que está claro que eles têm se equivocado com
frequência e tem se contradito entre eles mesmos -, estou acorrentado pelos
textos da Bíblia que tenho citado e minha consciência é cativa da palavra de
Deus”.
– Martinho Lutero na Dieta de Worms

ESBOÇO
I. A VIDA DE MARTINHO LUTERO
A. Juventude e desenvolvimento (1483 – 1505 AD)
a. Lutero nasceu em uma família alemã trabalhadora.
1. Lutero nasceu no dia 10 de novembro de 1483, de Hans e Margarete
Lutero.
2. Hans, um homem ambicioso, trabalhava e supervisionava as minas
para assegurar que Martinho conseguiria frequentar a universidade
para estudar direito.
b. Graças ao sacrifício de seus pais, Lutero se matriculou na Universidade
de Erfurt.
1. Depois de concluir o bacharelado e o mestrado na área de Direito,
Lutero voltou para casa para visitar sua família.

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i. Durante essa viagem, houve uma tempestade, enquanto Lutero


estava ao ar livre, e ele se abrigou debaixo de uma árvore no topo
de uma colina.
ii. A intensidade da tempestade levou Lutero a crer que Deus estava
derramando sua ira e seu furor contra ele, e Lutero amedrontado
agarrou-se a uma pedra debaixo da árvore.
iii. Em meio ao terror, Lutero clamou por Sant’Ana, a padroeira dos
mineiros (profissão de seu pai), dizendo: “Ajuda-me, Sant”Ana,
que eu viro um monge”.
2. Lutero sobreviveu à tempestade, retornou para Erfurt, saiu da
faculdade de Direito e entrou para o mosteiro.
B. A luta da alma (em alemão: anfechtungen) de Lutero (1505-1517 AD)
a. Lutero entrou para um mosteiro agostiniano em 1505.
1. Lutero começou como um noviço, uma posição mantida por dois
anos.
i. Durante esse período, Lutero chegava a passar cinco observando
o sacramento da confissão.
ii. Não é preciso dizer que os confessores ficavam muito perturbados
com isso.
2. Depois de dois anos, Lutero foi ordenado ao sacerdócio e tentou
celebrar sua primeira missa.
i. Tradicionalmente, em determinado momento da missa, o
sacerdote que estava celebrando a missa dizia: “À ti, o Deus vivo
e eterno”.
✓ Por temor, Lutero não foi capaz de pronunciar essas palavras.
✓ Essa falha envergonhou Lutero, sua família e o mosteiro.
ii. Depois desse incidente, o mosteiro enviou Lutero para estudar
teologia no seminário.
b. Durante seu período no seminário, Lutero leu “As Sentenças”, de Pedro
de Lombardo.

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1. Para se qualificar como doutor em teologia, estudantes tinham que


memorizar, debater e defender As Sentenças.
2. Em seus escritos, Lombardo citava Agostinho com frequência.
i. Por meio de Agostinho, Lutero aprendeu que o problema dos
humanos não é a quantidade de pecados que eles comentem.
ii. O problema é que os humanos são pecadores na raiz (em latim,
radix).
iii. Lutero percebeu que nenhuma quantidade de penitência ou
indulgência poderia superar essa condição.
c. Depois de concluir seus estudos, o mosteiro de Lutero o enviou ao papa
em Roma como um emissário.
1. O mosteiro precisava que o papa renovasse o credenciamento.
2. Em Roma, Lutero ficou desiludido com a extorsão dos peregrinos pela
Igreja Católica Romana, chegando a dizer, “Quem sabe se tudo isso é
verdade?”, enquanto subia a Scala Sancta (“Escada Santa”, que se
acreditava ser os degraus que Jesus subiu para se encontrar com
Pilatos em Jerusalém).
d. Quando Lutero voltou para a Alemanha, seu mosteiro o enviou para
ensinar na universidade em Wittenberg.
1. Frederico, o Sábio, o fundador da universidade de Wittenberg, queria
competir com os maiores centros intelectuais da época e o seminário
recomendou Lutero para a posição.
2. A universidade designou que Lutero ensinaria os livros dos Salmos,
Romanos, Gálatas e Hebreus.
i. O estudo de Lutero desses livros entre 1513-1517, junto com sua
visita a Roma, o levou a crer que havia algo de errado com a Igreja
Católica Romana.
ii. Lutero desenvolveu as 95 teses como uma contraproposta ao que
estava acontecendo em Roma, especialmente a venda de
indulgências.

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iii. Lutero entendeu que o pecado não envolve uma escala de


demérito e mérito, para a qual o homem contribui
perpetuamente.
iv. Por meio de seu estudo da Palavra de Deus e suas próprias
experiências, Lutero percebeu que a natureza pecaminosa do
homem precisa de uma transformação que só pode vir de fora
dele mesmo. Essa transformação ocorre por meio da expiação e
da justiça de Jesus Cristo, que seu Espírito aplica a crentes
passivos.
3. Ao ouvir falar das 95 Teses, o papa respondeu com desprezo, dizendo
que era um falatório inútil e exaltado que acabaria quando Lutero
estivesse sóbrio. Não parou.

Exercícios de Fixação
1. Em um momento de terror durante uma severa tempestade, Lutero garantiu que
entraria no mosteiro se São Miguel intervisse para salvá-lo.
a. Verdadeiro
b. Falso

2. Lutero não levava a confissão a sério em seu tempo de novicio, para o desgosto de
seus confessores.
a. Verdadeiro
b. Falso

3. Enquanto ele fazia seu doutorado em teologia, Lutero leu As Sentenças, escrito por
______________.
a. Agostinho de Hipona
b. João Calvino
c. Tomás de Aquino

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c. Pedro Lombardo

4. O tempo que Lutero passou em Roma o levou à confirmação de que o problema com
a Igreja Católica Romana só existia na Alemanha.
a. Verdadeiro
b. Falso

5. Quando Lutero foi chamado para prestar declarações referentes à sua posição sobre
Roma e as 95 teses?
a. O Concílio de Trento
b. A Dieta de Worms
c. O Concílio da Calcedônia
d. O Sínodo de Marselha

Exercícios de Reflexão
1. Descreva o episódio de Lutero envolvendo a tempestade no período em que esteve
longe da universidade. De que maneira a reação de Lutero foi representativa do
entendimento geral da Igreja Católica Romana sobre a mediação?
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____________________________________________________________________
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____________________________________________________________________

2. O que Lutero aprendeu com a leitura de As Sentenças? Que parte da Escritura você
entende que dá suporte a esse entendimento?
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3. O que Lutero descobriu em Roma? Por que isso o deixou desiludido?


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4. O que levou Martinho Lutero a escrever as 95 Teses? O que é uma indulgência? Por
que Lutero escolheu essa questão como o centro de seu ataque?
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5. Como Lutero passou a crer na doutrina do Sola Scriptura? De que maneira isso
desafiou as crenças de sua época? A Escritura dá suporte a essa perspectiva? Dê
evidências bíblicas.
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AULA 3
SOLA GRATIA – ULRICO ZUÍNGLIO E
A REDESCOBERTA DA GRAÇA

Introdução
A maioria das convicções religiosas na cultura popular resumem-se a alguma atividade
ou prática por parte do indivíduo para melhorar suas circunstâncias ou perspectivas
sobre a vida. Independentemente da manifestação do princípio, tudo se resume no
seguinte fato: a humanidade continuamente busca, dentro de si, por soluções que ela
só é capaz de encontrar fora de si. No século 16, a Igreja Católica Romana baseava-se
nesse equívoco. Criou um sistema de mérito essencial para a salvação que era
dependente das obras. O peso dessas exigências esmagava os cristãos por toda a
Europa. Por isso, quando Ulrico Zuínglio lia e pregava a Palavra de Deus na cidade de
Zurique, não é surpresa que ele se encantava com o princípio da Sola Gratia (“graça
somente”) e com a declaração de Jesus de que seu “jugo é suave e o [seu] fardo é leve”.
Zuínglio percebeu que a graça de Deus em Jesus libertou seus seguidores de um
insuportável jugo de justiça.

Leitura Bíblica
Mateus 11:25-30;
I Coríntios 8:1-13; 11:17-34

Objetivos da Aula
1. Entender como as experiências providencias na vida de Zuínglio contribuíram para
o seu impacto na Reforma e na cidade de Zurique.

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2. Esclarecer alguns dos pontos de vista sobre a Ceia do Senhor durante a Reforma.
3. Demonstrar como o entendimento de Zuínglio da Palavra de Deus o libertou dos
jugos legalistas da Igreja Católica Romana e permitiu que ele defendesse o
princípio da Sola Gratia (“graça somente”).

Citação
“Por Cristo somente, nós recebemos a salvação, a bem-aventurança, a graça, o
perdão e tudo o que nos faz, de qualquer maneira, dignos aos olhos de um justo
Deus”.
– Ulrico Zuínglio, Comentário sobre a Verdadeira e a Falsa Religião

ESBOÇO
I. A VIDA DE ULRICO ZUÍNGLIO
A. O período pré-ceia de salsichas (antes de 1519 AD)
a. Zuínglio estudou na Universidade de Viena e na Universidade de Basileia
1. Em seu tempo na Basileia (514-516 AD), Zuínglio interagiu com
Erasmo de Roterdã, o acadêmico responsável por compilar e imprimir
um texto grego do Novo Testamento.
2. Zuínglio provavelmente ajudou Erasmo nesse processo.
b. Depois de se formar na Basileia, Zuínglio recebeu um encargo pastoral
em um local em que tinha acontecido uma aparição mariana ao lado de
um despenhadeiro.
1. De manhã, Zuínglio celebrava uma missa com os peregrinos.
2. Depois da missa, Zuínglio voltava para casa para estudar e dava
atenção especial ao texto grego do Novo Testamento de Erasmo.
c. Em 1518, Zuínglio ficou sabendo de uma vaga que abriu para sacerdote
do povo em Grossmünster (“Grande Ministro”) na cidade de Zurique.
B. O período da ceia da salsicha (1519-1523 AD)

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a. Enquanto ele pregava o Novo Testamento em Grossmünster, Zuínglio


começou a descobrir que muito do que ele tinha aprendido sob a tutela
da Igreja não existia na Escritura.
b. Em 1521, Zuínglio celebrou uma ceia durante a Quaresma (o período de
seis semanas até a Páscoa) em que ele cozinhou e serviu salsichas.
1. O catolicismo romano tradicionalmente proibia que carne fosse
ingerida nas sextas-feiras da Quaresma.
2. Muitos líderes da cidade participaram dessa ceia e comeram as
salsichas que Zuínglio preparou. (O próprio Zuínglio se absteve de
comer.)
c. No Domingo seguinte, Zuínglio pregou um sermão chamado “Sobre a
Liberdade de Escolha dos Alimentos”.
1. Zuínglio declarou em um sermão que ele não encontrou justificativa
para a Quaresma na Escritura.
2. Zuínglio tinha se dado conta de que a tradição havia obscurecido a
verdade da Palavra de Deus.
d. No mesmo ano, Zuínglio publicou um tratado chamado, “Sobre a
capacidade dos sacerdotes de se casarem”.
1. O tratado defendia que os clérigos poderiam se casar.
2. O tratado também demonstrou que Zuínglio e muitos de seus
congregantes criam que a Igreja havia acrescentado regras e
regulamentos indevidos à Escritura.
e. Em 1522, a cidade de Zurique organizou dois debates para determinar o
posicionamento da cidade sobre a Reforma.
1. Durante os debates, Zuínglio argumentou contra o catolicismo
romano a partir da Escritura e defendeu que Zurique se tornasse uma
cidade Reformada.
2. Zuínglio e seus apoiadores venceram e Zurique se tornou a primeira
cidade Reformada da Suíça.
3. Muitas cidades suíças seguiram o exemplo de Zurique.

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C. O período pós-ceia de salsicha


a. Depois dessa declaração, Zuínglio entrou em uma fase radical de seu
ministério e começou a desmantelar muitos itens que ele cria não poder
ser defendido com a Escritura.
b. Os anabatistas começaram em Zurique sob Conrad Grebel (que esteve
presente na ceia da salsicha) logo depois da secessão de Zurique.
1. Essa Reforma Radical|Movimento Anabatista queria romper
completamente com o Estado.
2. Em contraste com os Reformadores, os Anabatistas aderiam ao
batismo de crentes, rebatizando uns aos outros porque eles criam
que o batismo infantil, especialmente sob a Igreja Católica Romana,
não era bíblico.
3. Zuínglio seria muito confrontado com esse movimento.
c. Martinho Lutero e Zuínglio começaram a se corresponder nessa época e
eles iniciaram uma discussão sobre a Ceia do Senhor nas
correspondências.
1. A Igreja Católica Romana defendia uma perspectiva sobre a ceia do
Senhor chamada “transubstanciação” (que ainda é defendida
atualmente). Essa perspectiva afirma que o pão e o vinho, da Ceia do
Senhor, se transformam na substância de Cristo mediante o
pronunciamento do sacerdote.
2. Lutero rejeitou essa perspectiva e desenvolveu uma perspectiva da
Ceia do Senhor chamada “consubstanciação” (“com a substância”).
(Lutero não gostava desse termo.) Essa perspectiva defende que a
presença real de Cristo está em volta dos elementos da Ceia do
Senhor.
3. Zuínglio rejeita essa perspectiva e defende o seu próprio ponto de
vista, a visão memorialista. Essa perspectiva defende que os
elementos da Ceia do Senhor serviam como meros sinais que
apontavam para a morte de Jesus.

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4. Com a Igreja Católica Romana, pressionando as igrejas Luteranas e


Reformadas da Alemanha e Suíça no ocidente, e o Islã pressionando
no oriente, os líderes dessas igrejas Protestantes convocaram um
colóquio para resolverem essas diferenças e formarem uma frente
unida.
d. Lutero e Zuínglio, juntamente com os líderes das igrejas Luteranas e
Reformadas, se reuniram no Colóquio de Marburgo em 1529.
1. Lutero e Zuínglio concordaram em todos os pontos doutrinários,
exceto a Ceia do Senhor.
2. Apesar dos dois terem apresentado seus argumentos, eles não foram
capazes de concordar e as igrejas permaneceram separadas.
3. Anos depois, João Calvino defendeu a sua perspectiva sobre a Ceia do
Senhor, a perspectiva espiritual. Essa perspectiva defende que Cristo
está espiritualmente presente na Ceia do Senhor. E Lutero admitiu
que, se Calvino tivesse apresentado essa perspectiva em Marburgo,
ele e Zuínglio talvez teriam concordado em uma vida média.
e. Zuínglio estabeleceu uma escola para pastores em Zurique chamada de
“Prophetzei”.
1. As aulas começavam com o livro de Gênesis e prosseguiam até o fim
da Bíblia.
2. No Antigo Testamento, professores liam dos textos hebraicos e
gregos e faziam comentários. (Eles liam somente o grego quando
entravam no Novo Testamento.)
3. Depois das aulas nas línguas originais, um erudito ensinava em latim
sobre a teologia e a tradição do texto.
4. Finalmente, um sacerdote paroquiano encerrava o dia pregando
sobre um texto selecionado em alemão.
5. Essa escola acabou virando a Universidade de Zurique e o currículo
demonstrava a paixão de Zuínglio pela autoridade e importância da
Palavra de Deus.

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f. Zuínglio morreu em 1531 na batalha de Kappel enquanto servia de


capelão.
1. O verdadeiro legado de Zuínglio permanece sendo sua adesão ao
princípio do Sola Gratia (“graça somente”).
2. Zuínglio percebeu que a Igreja Católica Romana havia colocado jugo
sobre jugo nas pessoas para depois convocar as pessoas a fazerem boas
obras para remover o peso.
3. Com a leitura da Palavra de Deus, Zuínglio entendeu que “o jugo [de
Jesus] é suave e o [seu] fardo é leve” (Mateus 11:30). Deus não é um Deus
legalista, mas um Deus de graça que deseja dar descanso ao seu povo.

Exercícios de Fixação
1. Durante o tempo em que ficou na Basileia, Zuínglio trabalhou no texto grego do
Novo Testamento com ______________.
a. João Calvino
b. Martinho Lutero
c. Conrad Grebel
d. Erasmo

2. Em 1519, Zuínglio assumiu a posição de sacerdote do povo em Zurique em


______________.
a. Grossmünster
b. Fraumünster
c. S. Peterskirche
d. Westminster

3. Zuínglio rompeu com a tradição católica romana preparando e servindo carne


durante a estação do Advento.
a. Verdadeiro

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b. Falso

4. Zuínglio foi exilado de Zurique porque ele defendia que a cidade tinha que se
declarar Reformada.
a. Verdadeiro
b. Falso

5. Lutero e Zuínglio discordavam seriamente a natureza da presença de Cristo na


Ceia do Senhor.
a. Verdadeiro
b. Falso

Exercícios de Reflexão
1. O que Zuínglio descobriu enquanto pregava a Bíblia em sua posição na
Grossmünster? Como ele reagiu durante a Quaresma em 1521? Por que essa
infração foi tão horrenda e o que representou sobre Zuínglio e os paroquianos?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

2. Depois do incidente durante a Quaresma, quais foram outros passos dados por Zuínglio para
demonstrar sua posição sobre a Igreja Católica Romana? Como a cidade reagiu? Depois da
decisão da cidade, quais passos ele deu e por quê?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

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3. Explique a natureza do conflito entre Lutero e Zuínglio sobre a Ceia do Senhor. Quem
estava certo? Por quê? Apresente seus argumentos a partir da Escritura. Calvino
assumiu a posição correta e bíblica?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

4. Explique o processo instituído por Zuínglio em sua escola em Zurique. Por que
Zuínglio criou um currículo assim?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

5. Como a vida e o ministério de Zuínglio exemplifica a Sola Gratia?


____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

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AULA 4
SOLA FIDE – LADY JOANA GREY E
A REDESCOBERTA DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ

Introdução
Depois de testemunhar a extraordinária libertação de Paulo e Silas da prisão, o
carcereiro filipense clamou a Paulo: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo?”
(Atos 16:30) Eles responderam, “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa”. Essa
exortação ao carcereiro filipense demonstra que a salvação vem pela graça por meio da
fé somente.
A Palavra de Deus é repleta de declarações parecidas e isso capacitou a Lady Joana Grey
a confrontar a morte com a confiança de que a salvação de sua alma não estava em suas
próprias mãos, mas nas mãos de seu Salvador.

Leitura Bíblica
Romanos 3:21-31;
Efésios 2:8-10

Objetivos da Aula
1. Demonstrar como a crença da Lady Joana na salvação pela graça por meio da fé
somente (Sola Gratia e Sola Fide) a fortificou para defender a verdade da Escritura e
enfrentar a morte.
2. Explicar a doutrina da justificação conforme foi definida pelos reformadores.

Citação
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“Eu te enviei um livro, querida irmã, Catarina. Apesar de não ser exteriormente
ornamentado em ouro, interiormente é mais valioso que pedras preciosas. É o
amado livro, minha irmã, da Lei do Senhor. Regozije-se em Cristo como eu. Segue
os passos de Cristo, teu mestre e tome a tua cruz. Coloca teus pecados nas costas
dele e sempre o receba. Quanto a minha morte, regozije-se comigo, querida irmã,
pois eu serei liberta do que é corruptível e serei revestida da incorruptibilidade,
pois eu estou certa de que, tendo perdido minha vida mortal, receberei a vida
imortal”.
– Lady Joana Grey, mensagem deixada para sua irmã,
em uma Bíblia, antes de usa execução.

ESBOÇO
I. A VIDA DE LADY JOANA GREY (1536/37 – 1554 AD)
A. O contexto histórico da ascensão e queda da Lady Joana
a. Nos anos imediatamente depois da morte de Henrique VIII da Inglaterra,
diversos sucessores assumiram o trono.
1. Eduardo VI, o filho de Henrique com Joana Seymour, assumiu o trono
em 1547, mas morreu logo depois, em 1553.
2. Em uma tentativa de evitar a sucessão de Maria, a filha mais velha de
Henrique, que era católica romana, os conselheiros protestantes de
Eduardo (chamado de “Conselho Regencial”) instalaram a Lady Joana
Grey (prima de primeiro grau de Eduardo) como a rainha da
Inglaterra.
b. Nove dias depois de sua coroação, o Conselho Regencial mudou e se aliou
à Maria.
1. Lady Joana foi denunciada como usurpadora.
2. Ela foi levada para a Torre de Londres como prisioneira.

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3. Em uma tentativa de curar a Lady Joana de sua heresia, Maria


ordenou que seu capelão e confessor, John Feckenham, tentasse
convencer a Lady Joana de seus erros.
B. O debate entre a Lady Joana e John Feckenham
a. Feckenham iniciou a discussão perguntando à Lady Joana sobre o número
de sacramentos.
1. Lady Joana declarou que havia dois sacramentos: o batismo e a Ceia
do Senhor.
2. Feckenham corrigiu-a com o entendimento católico romano
tradicional de que há sete sacramentos.
3. Lady Joana pediu que Feckenham apresentasse evidência da Escritura
para essa perspectiva. Feckenham mudou de assunto.
b. Feckenham o assunto de sacramentos para justificação.
1. Ela repreendeu a Lady Joana por basear sua posição sobre a
justificação nos Reformados (e.g. Martinho Lutero) e não na Igreja.
2. Lady Joana respondeu que ela chegou ao seu entendimento sobre a
justificação pela Escritura, da qual a Igreja Católica Romana havia se
desviada.
3. Essa resposta demonstrou o comprometimento da Lady Joana com o
princípio do Sola Scriptura.
c. Em réplica à resposta da Lady Joana, Feckenham perguntou o que Deus
exige dos cristãos para que sejam justificados.
1. Lady Joana declarou que Deus exige fé na Trindade, da qual os
cristãos seguem dois grandes mandamentos segundo o resumo de Jesus.
2. Feckenham contra-argumentou citando a declaração de Paulo de
que se a fé não tiver o amor, nada é.
3. Lady Joana respondeu que as duas coisas precisam andar juntas.
4. Pensando que ele tinha conseguido pegá-la, Feckenham
respondeu que os atos de amor, então, contribuem para a salvação.

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5. Lady Joana negou essa declaração e afirmou que as obras não têm
proveito para salvar uma pessoa, mas fluem da fé no sangue de Cristo.
d. Não foi possível convencer a Lady Joana Grey a se retratar de suas crenças
e ela foi sentenciada à morte.
1. Antes de morrer, Lady Joana escreveu uma mensagem em sua Bíblia
para sua irmã.
2. A mensagem chamava sua irmã para “regozijar-se em Cristo” por sua
graça salvífica.
3. Como Lutero, Lady Joana entendeu que o problema do pecado não é
a sua quantidade na vida do crente, mas a sua presença no coração.
i. Lutero, então, defendeu que os pecadores precisam de uma
“justiça externa”, fora de si mesmos, para serem reconciliados
diante de Deus.
ii. Lady Joana pôde regozijar-se em Cristo em seu leito de morte
porque ela abraçava o Sola Fide (“fé somente”) e ela cria que a
salvação vinha pela graça por meio da fé na morte e ressurreição
de seu Senhor e Salvador, Jesus.

II. A JUSTIFICAÇÃO E A REFORMA


A. Como foi afirmado anteriormente, Martinho Lutero desenvolveu a ideia de
“justiça externa”: uma justiça exterior ao crente que é adquirida pela fé em
Jesus.
B. João Calvino categorizou as causas da justificação em sua obra, As Institutas
da Religião Cristã.
a. A causa eficiente da justificação é a livre misericórdia e o amor de Deus.
b. A causa material da justificação (o que faz com que ela aconteça) é a obra
da reconciliação de Jesus na cruz.
c. A causa instrumental (o que aplica a causa material) é a fé, que é
produzida pela obra regeneradora do Espírito Santo.
d. A causa final é a glória de Deus.

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C. Os reformadores usavam a palavra monergismo para descrever essa obra de


salvação.
a. Monergismo significa “um trabalho”.
b. Sinergismo significa “trabalhando junto”.
c. Os Reformadores entendiam que a obra da salvação vinha do poder de
Deus somente paara a sua glória somente.
D. Martin Lutero usava um segundo termo para descrever a doutrina da
justificação, “imediata”.
a. Esse termo significa “sem um mediador”.
1. Deus reconcilia o homem por meio da obra de Jesus.
2. Com o passar do tempo, a Igreja Católica Romana se colocou em uma
posição de mediação entre Jesus e o homem.
i. Ao se colocar nessa posição, a Igreja declarou que a graça fluía por
meio dela.
ii. Uma das maneiras que Igreja distribuía a graça para as pessoas era
pegando a graça recebida pelas obras dos santos e outros cristãos
além das exigências de Deus e a distribuindo entre outros cristãos.
(O termo técnico é super-rogação: “pagamento além do que é
necessário”.)
b. Os Reformadores faziam uso do termo imediato para demonstrar que o
único mediador entre Deus e o homem é Cristo e que a graça que vem
dele só pode ser alcançada por meio da fé produzida pelo Espírito Santo.

Exercícios de Fixação
1. Por quanto tempo a Lady Joana reinou como rainha sobre a Inglaterra?
a. Cinco horas
b. Nove dias
c. Dois meses
d. Um ano

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2. Quem Maria enviou para refutar as crenças da Lady Joana?


a. Thomas Wolsey
b. Thomas Cranmer
c. Richard Hooker
d. John Feckenham

3. Depois da inquisição e tortura, a Lady Joana se voltou atrás de suas crenças e foi
restaurada à corte real.
a. Verdadeiro
b. Falso

4. Monergismo significa “um trabalho”.


a. Verdadeiro
b. Falso

5. Os Reformadores criam que a Igreja Católica Romana tinha indevidamente se


colocado como a medianeira entre Jesus e os homens.
a. Verdadeiro
b. Falso

Exercícios de Reflexão
1. Descreva o contexto histórico que levou à ascensão da Lady Joana ao trono da
monarquia inglesa. Por que e como ela alcançou a coroa? Como e por que seu reino
acabou?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

2. Descreva a conversa entre a Lady Joana e John Feckenham. Como a Lady Joana
defendeu a doutrina da sola fide? De que maneira a fé dela ajudou-a nesse período
de sua vida?
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____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

3. Liste e explique as categorias de João Calvino para as causas da justificação.


____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

4. De que maneira os reformadores entendiam a obra da justificação na salvação? Qual


era a diferença do entendimento católico romano da justificação?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

5. O que o termo “justiça externa” significa em conexão com a doutrina da justificação?


Por que os Reformadores usavam o termo imediato juntamente com a doutrina
justificação? Qual era a diferença do entendimento da Igreja Católica Romana?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

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AULA 5
SOLUS CHRISTUS – JOÃO CALVINO E A
BENÇÃO DE CRISTO SOMENTE

Introdução
Paulo nos diz em Romanos 6.5 que: “Porque, se fomos unidos com ele na semelhança
da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição”.
Paulo escreve essas palavras para demonstrar a certeza de nossa união com Jesus em
sua ressurreição e vida eterna. Nos Estados Unidos e em muitos outros países prósperos,
as pessoas se esquivam de enfrentar a mortalidade se anestesiando de muitas maneiras.
No século 16, essa opção não costumava existir e João Calvino não foi exceção. Ele e sua
família lutaram contra a enfermidade e contra a morte por toda a vida e acabaram
sucumbindo antes do esperado. Ainda assim, Calvino se apegou à promessa da vida
eterna, deixando que ela fosse infundida e moldasse tudo o que ele fazia. Ele
compreendeu o princípio do Solus Christus (“Cristo somente”), crendo que a benção da
salvação pela graça por meio da fé somente espera por aqueles que se apegam ao Nosso
Senhor e Salvador Jesus.

Leitura Bíblica
Romanos 5.10; 6:1-14; 8.12-17;
Efésios 1.3-14

Objetivos da Aula
1. Entender como as experiências de Calvino providencialmente o conduziram e o
prepararam para servir com fidelidade como um pastor em Genebra.

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2. Demonstrar o papel que Genebra desempenhou no envio de missionários e no


alojamento de refugiados.
3. Ilustrar de que maneira Calvino, um dos grandes Reformadores da Igreja, usou a
doutrina do Solus Christus (“Cristo somente”) para fomentar todas suas iniciativas e
esforços.

Citação
“Devemos ver agora de que maneira chegam até nós os bens que o Pai conferiu
a seu Filho Unigênito, não para seu uso, mas para que, com eles, socorresse os
pobres e necessitados. Mas antes devemos ter em conta que, enquanto Cristo
estiver fora de nós e nós dele separados, tudo quanto padeceu e fez pela salvação
do gênero humano nos é inútil e não faz nenhuma diferença. Logo, para que nos
comunique os bens que recebeu do Pai, é preciso que ele se faça nosso e que
habite em nós. Por essa razão, é chamado “nossa cabeça” (Efésios 4.15) e
“primogênito entre muitos irmãos” (Romanos 8.29); de nós, por nossa vez, diz-se
que somos “enxertados nele” (Romanos 11.17) e “revestidos nele” (Gálatas 3.27);
porque, como já disse, nada de tudo o que ele possui é para nós até que nos
tornemos uno com ele. É verdade que conseguimos isso pela fé”.
– Um excerto das Institutas da Religião Cristã de João Calvino

ESBOÇO
I. A VIDA DE JOÃO CALVINO (1509 – 1564 AD)
A. Os primeiros anos
a. Calvino nasceu em Noyon, na França, em 10 de julho 1509.
b. Ainda novo, Calvino partiu para estudar na Universidade de Paris para
buscar uma carreira no ministério.

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1. Durante seus estudos, Calvino se envolveu muito com as ciências


humanas e, consequentemente, deixou de lado sua aspiração
ministerial.
2. Calvino entrou na Universidade de Bourges, em 1529, e escreveu e
publicou um comentário sobre a obra de Sêneca, De Clementia.
c. Durante esse tempo, o colega de quarto de Calvino o convenceu a ler
alguns dos escritos dos reformadores. Calvino se converteu em maio de
1534.
B. Pós-conversão
a. Dentro de um ano depois de sua conversão, Calvino escreveu um
segundo livro, uma Teologia Sistemática.
1. Calvino chamou o livro de Institutas da Religião Cristã.
i. A primeira edição do livro foi pequena, mas Calvino continuou a
revisar e fazer acréscimos até a década de 1550.
ii. Calvino publicou o livro sob o pseudônimo Martinus Lucianus.
✓ Ele honrou Martinho Lutero com o primeiro nome.
✓ Calvino misturou as letras de seu sobrenome para o
sobrenome de seu pseudônimo.
2. As Institutas foram amplamente divulgadas e bem recebidas.
b. Calvino deixou a França para estudar em Estrasburgo com Martin Bucer.
1. Depois de sofrer pressão na França (um país dividido por causa da
Reforma), Calvino partiu para Estrasburgo ao norte.
i. Atividades na fronteira com a França forçaram Calvino a pegar
outra rota.
ii. Calvino seguiu para Genebra ao sul e conheceu Guilherme Farel.
2. Farel queria que Calvino ficasse em Genebra permanentemente.
i. Farel, um ministro em Genebra, tinha apanhado e sido exilado
duas vezes pela cidade antes o aceitarem como um ministro.

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ii. Apesar de sua natureza impetuosa e apaixonada pelo Senhor,


Farel aceitou suas limitações e implorou que Calvino ficasse em
Genebra.
iii. Calvino queria passar uma única noite e não queria entrar para o
ministério, mas Farel declarou que se Calvino não ficasse para
ajuda-lo estabelecer a igreja em Genebra, Deus iria amaldiçoa-lo.
3. Por ordem de Farel, Calvino permaneceu em Genebra para ajudar no
estabelecimento da igreja reformada
C. A primeira estadia de Calvino em Genebra
a. Calvino sofreu resistência ao seu ministério porque ele era natural da
França.
1. A cidade se referia a ele como “aquele francês”.
2. As raízes suíças eram profundas em Genebra.
b. Nos primeiros estágios de seu ministério, Calvino percebeu que a cidade
não parecia ou agia como uma cidade reformada.
1. Calvino se esforçou para implementar diversas reformas na cidade.
2. O conselho da cidade não favorecia essas tentativas.
c. No domingo de Páscoa de 1538, Calvino se recusou a dar comunhão aos
membros da cidade de Genebra.
1. A atitude de Calvino, no mínimo, coloca a cidade sob disciplina
eclesiástica e, na pior das hipóteses, a excomunga.
2. A cidade respondeu votando para tirar Calvino de sua posição e
dando a ele quarenta e oito horas para ir embora da cidade.
d. Calvino declarou, em uma carta para Heinrich Bullinger, que a cidade de
Genebra queria pregadores e não pastores.
1. Até o século dezesseis, o clero havia realizado a missa e administrado
os sacramentos, mas eles tinham se mantido fora da vida diária do
povo.
2. Calvino desejava exercer uma função pastoral com seu rebanho, mas
eles resistiam.

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D. O exílio de Calvino em Estrasburgo


a. Calvino viajou de Genebra para Estrasburgo
1. Enquanto ele estava lá, ele se casou com uma viúva, Idelette de Bure.
2. Ele também escreveu e publicou seu primeiro comentário da
Escritura (sobre o livro de Romanos).
b. Enquanto isso, os bispos e sacerdotes católicos romanos invadiram
Genebra em uma tentativa de reconquistá-la e o povo não conseguia se
defender contra seus ensinamentos.
1. A cidade implorou para Calvino voltar.
2. Apesar de sua temeridade, Calvino voltou para Genebra.

iv. Durante essa viagem, houve uma tempestade, enquanto Lutero


estava ao ar livre, e ele se abrigou debaixo de uma árvore no topo
de uma colina.
v. A intensidade da tempestade levou Lutero a crer que Deus estava
derramando sua ira e seu furor contra ele, e Lutero amedrontado
agarrou-se a uma pedra debaixo da árvore.
vi. Em meio ao terror, Lutero clamou por Sant’Ana, a padroeira dos
mineiros (profissão de seu pai), dizendo: “Ajuda-me, Sant”Ana,
que eu viro um monge”.
E. O retorno de Calvino para Genebra (1541 AD)
a. Calvino exigiu que a cidade permitisse que ele exercesse o ministério
pastoral apropriadamente.
1. Ainda que não tenha sido favorável em tudo, a cidade permitiu, em
grande parte, que Calvino ministrasse da maneira com que ele cria
ser apropriado.
2. Calvino serviu em Genebra até o fim de sua vida em 1564.
b. Calvino serviu ao Senhor de diversas maneiras durante seu pastorado em
Genebra.
1. Calvino instituiu e apoiou um grande movimento missionário.

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i. Entre a década de 1540 e 1550, cerca de dois mil franceses


viajaram para Genebra, estudaram e foram enviados de volta para
a França católica romana como missionários subterrâneos.
ii. Na década de 1540, a cidade de Genebra chegou a enviar
missionários para o Brasil, onde uma Igreja, que ainda existe hoje,
foi estabelecida por esses missionários
2. Calvino aceitou, na cidade de Genebra, muitos refugiados que
estavam sofrendo pela fé Reformada.
i. Cidadãos da França, uma cidade em que a Reforma nunca criou
raízes, se estabeleceu em Genebra.
✓ Muitos desses refugiados eram joalheiros habilidosos
especialistas na fabricação de ícones.
✓ Calvino recomendou que, em vez disso, eles usassem suas
habilidades para fazerem relógios.
ii. Refugiados marianos da Inglaterra e da Escócia se estabeleceram
em Genebra.
✓ Essas pessoas fugiram do terror católico romano de Maria I
(“Maria Sanguinária”).
✓ A cidade de Genebra não podia se expandir para fora por
causa do grande muro que cercava a cidade, então eles
expandiram para cima em suas casas para criar espaço para os
refugiados.
✓ John Knox, o grande Reformador escocês, foi grandemente
influenciado por Calvino e por Genebra.
3. Calvino contribuiu para a cultura e a para a Igreja Reformada, de
muitas e muitas maneiras, mas ele contribuiu especialmente com o
entendimento da união do crente com Cristo.
i. A doutrina da união com Cristo afirma que o Espírito nos une ao
Salvador, nós recebemos sua justiça e nos tornamos coerdeiros no
Reino de Deus.

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ii. Calvino percebeu que essa promessa ocorria Solus Christus, em


Cristo somente.
iii. Ele sabia que nossa salvação repousava em Jesus, nosso solidário
Sumo Sacerdote que sofreu por nós e abriu a eternidade para nós
por seu amor e graça.

Exercícios de Fixação
1. O primeiro livro que Calvino escreveu foi Institutas da Religião Cristã.
a. Verdadeiro
b. Falso

2. Quem Maria enviou para refutar as crenças da Lady Joana? Calvino deixou a França
para estudar em Estrasburgo sob ______________.
a. Thomas Wolsey
b. Ulrico Zuínglio
c. Martin Bucer
d. Martinho Lutero

3. Calvino foi convencido a ficar em Genebra e a ajudar estabelecer a Igreja Reformada


por ______________.
a. Conrad Grebel
b. John Knox
c. Filipe Melanchton
d. Guilherme Farel

4. Calvino instituiu e apoiou um vibrante movimento missionário enquanto servia em


Genebra.
a. Verdadeiro
b. Falso

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5. Os Reformadores criam que a Igreja Católica Romana tinha indevidamente se


colocado como a medianeira entre Jesus e os homens. Calvino acabou voltando para
Paris, na França, e estabeleceu uma igreja lá que ainda existe hoje.
a. Verdadeiro
b. Falso

Exercícios de Reflexão
1. Calvino sempre buscou uma carreira ministerial? Como o Senhor o converteu? O que
são as Institutas da Religião Cristã? Quando Calvino escreveu?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

2. Quem é William Farel? Como o povo de Genebra recebeu Farel inicialmente? Como
Farel reagiu? Como ele convenceu Calvino a ficar em Genebra?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

3. Por que o povo de Genebra exilou Calvino? Para onde Calvino foi e o que ele fez
enquanto estava lá?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

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4. Por que o povo de Genebra pediu que Calvino voltasse? Como Calvino respondeu?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

5. Descreva algumas reformas e movimentos que Calvino instituiu. O que suas atitudes
demonstram? De que maneira somos unidos com Cristo? De que maneira o
entendimento de Calvino do Solus Christus afetou seu ministério?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

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AULA 6
SOLI DEO GLORIA – GLORIFICANDO
A DEUS EM TUDO

Introdução
Em 1 Coríntios 10.31, Paulo diz, “quer... façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a
glória de Deus”. Você separa sua “vida religiosa” da sua “vida normal”? A exortação de
Paulo faz com que essa condição seja impossível, pois todo pensamento, palavra e obra
contribui para a tarefa cristã de glorificar a Deus. Os Reformadores do século dezesseis
e dezessete conheciam bem esse princípio, pois eles o recuperaram, com muita luta, da
Igreja Católica. Soli Deo Gloria, “a glória de Deus somente”, os direcionou em todas as
áreas da vida, encontrando nesse chamado um privilégio concedido a eles pela graça de
Deus por nosso precioso Senhor Jesus.

Leitura Bíblica
Salmo 68.19-20; 115.1
João 3.16
1 Coríntios 10.23-11.1

Objetivos da Aula
1. Ilustrar o lugar e a importância dos catecismos na vida da Igreja
2. Explicar as circunstâncias históricas que conduziram à formação dos puritanos
3. Relatar o resultado da Assembleia de Westminster e demonstrar a centralidade do
Soli Deo Gloria em tudo o que eles fizeram

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4. Reforçar a necessidade que há de todo o povo de Deus em todas as eras proclamar


o Cristo crucificado para a glória de Deus somente.

Citação
“Pergunta: Qual é o seu único consolo na vida e na morte?
Resposta: Que não pertenço a mim mesmo, mas pertenço de corpo e alma, tanto
na vida quanto na morte, ao meu fiel Salvador Jesus Cristo. Ele pagou
completamente todos os meus pecados com o Seu sangue precioso4 e libertou-
me de todo o domínio do diabo. Ele também me guarda de tal maneira que sem
a vontade do meu Pai celeste nem um fio de cabelo pode cair da minha cabeça;
na verdade, todas as coisas cooperam para a minha salvação. Por isso, pelo Seu
Espírito Santo, Ele também me assegura a vida eterna e faz-me disposto e pronto
de coração para viver para Ele de agora em diante”.
– Pergunta e Resposta 1 do Catecismo de Heidelberg

ESBOÇO
I. OS CATECISMOS DA REFORMA
A. O Catecismo para Crianças de Martinho Lutero
a. Lutero cria que os Reformadores precisavam instruir a geração mais
jovem na doutrina essencial da Escritura.
1. Ele pediu que os líderes da comunidade escrevessem um catecismo
para ensinar as bases da fé para as crianças.
i. Alguns eram moralistas.
ii. Outros eram profundos demais.
2. Lutero acabou decidindo que ele mesmo escreveria o catecismo.
b. O catecismo de Lutero examinava e ensinava os textos e credos
essenciais do cristianismo aos jovens.
B. O Catecismo de Heidelberg

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a. O Catecismo de Heidelberg consiste de três seções: a miséria do homem,


a redenção do homem e a devida gratidão do homem.
b. A primeira pergunta e resposta do catecismo transmite um dos mais
belos resumos do evangelho em toda a literatura teológica.
C. O Breve Catecismo de Westminster
a. Na década de 1640, os puritanos desenvolveram um catecismo para seus
filhos chamado Breve Catecismo de Westminster.
b. A primeira pergunta e resposta concorre com a primeira pergunta e
resposta do Catecismo de Heidelberg em termos de beleza.
1. O catecismo pergunta, “Qual é o fim principal do homem?”
2. A resposta: “O fim principal do homem é glorificar a Deus e se alegrar
nele para sempre”.
3. Essa resposta se refere ao princípio da Reforma de Soli Deo Gloria: “a
glória de Deus somente”.

II. OS PURITANOS
A. O contexto histórico para o surgimento dos Puritanos.
a. Henrique VIII estabeleceu a si mesmo como o cabeça da Igreja da
Inglaterra quando passou o Ato de Supremacia em 1534.
1. Foi assim que Henrique separou a Igreja da Inglaterra da Igreja
Católica Romana.
2. Nenhuma mudança teológica aconteceu na Igreja, mas Henrique
passou esse ato para legitimar sua anulação com Catarina de Aragão.
b. Sob Eduardo VI, o filho de Henrique, e seu conselheiro, Tomás Cranmer,
a Reforma fez grandes avanços teológicos.
c. Quando Eduardo morreu em 1553, Maria I subiu ao trono.
1. Maria, uma católica romana, apelidada por protestantes de “Maria
Sanguinária”, perseguiu aqueles que estavam fora da Igreja Católica
Romana.
2. Ela fez com que a Reforma na Inglaterra retrocedesse muitos anos.

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d. Depois da morte de Maria em 1558, sua meia-irmã, Elizabeth I, assumiu


o trono e restaurou a Igreja da Inglaterra (apesar de ela ter desistido de
perseguir católicos romanos severamente).
1. Em 1558, Elizabeth passou o Ato de Uniformidade (também
conhecido como “Leis de Conformidade”), que exigia que a prática
religiosa se conformasse à Igreja da Inglaterra.
2. Existia um grupo de protestantes que não conseguiam se conformar
ao ato em boa consciência. Eles foram chamados de não-
conformistas.
i. Também foram chamados de separatistas.
ii. Como um termo de chacota, eles foram apelidados de
“puritanos” porque eles buscavam uma Igreja pura.
e. Depois que James I sucedeu a Elizabeth I, ele escreveu o Livro dos
Esportes e exigiu que os puritanos seguissem.
1. Durante sua viagem de volta para sua terra natal na Escócia, James
passava por Cambridge, um centro de vida e pensamento puritano.
2. Enquanto ele passava por Cambridge em um domingo, James
percebeu que as crianças estavam sentadas sem fazer nada.
i. Ele perguntou por que isso estava ocorrendo.
ii. Quando lhe disseram que os puritanos eram contra os esportes
físicos aos domingos, ele escreveu o Livro dos Esportes (que
defendia a recreação no Domingo) e exigiu que os puritanos
lessem e aderissem.
B. A Assembleia de Westminster
a. Sob Charles I, o sucessor de James, os puritanos sofreram pressão
religiosa.
1. O desejo de Charles I de aumentar seu poder e sua inclinação ao
catolicismo romano (seu casamento e suas escolhas para líderes
religiosos, como o bispo William Laud, indicam isso), causou
desconforto para a facção puritana do Parlamento da Grã-Bretanha.

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2. Os puritanos no Parlamento acabaram pedindo a reestruturação da


Igreja da Inglaterra em 1643 sem o consentimento de Charles.
3. A assembleia se encontrou em Westminster entre 1643 e 1649 e
produziu os Padrões de Westminster, que incluía a Confissão de Fé
de Westminster, o Catecismo Maior de Westminster, o Breve
Catecismo de Westminster e o Diretório de Culto.
i. O catecismo pergunta: “Qual é o fim principal do homem?”
ii. A resposta é: “O fim principal do homem é glorificar a Deus e se
alegrar nele para sempre”
✓ Lutero desenvolveu uma palavra para capturar o estado do
homem: incurvitas (“voltar-se para dentro”).
o Em nosso estado caído, os seres humanos se voltam para
dentro de si em busca de autoridade, realização e glória.
✓ A Assembleia de Westminster entendeu bem esse estado
caído e eles foram até o coração da questão: o homem
precisa viver para a glória de Deus somente, Soli Deo Gloria.

b. O tom dos Padrões de Westminster é definido pela primeira pergunta do


Breve Catecismo de Westminster.
4. O catecismo pergunta, “Qual é o fim principal do homem?”
5. A resposta: “O fim principal do homem é glorificar a Deus e se alegrar
nele para sempre”.
6. Essa resposta se refere ao princípio da Reforma de Soli Deo Gloria: “a
glória de Deus somente”.
C. Soli Deo Gloria
a. Os reformadores entenderam que o princípio do Soli Deo Gloria se
aplicava a todas as áreas da vida.
1. Lutero e João Calvino entenderam que toda vocação vem de Deus e
deve ser realizada para sua glória

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i. Antes da Reforma, somente o clero tinha vocações (derivado da


palavra em latim para “chamado”).
ii. Lutero e Calvino aplicaram essa palavra a todas as pessoas e
declararam que todos serviam em um posto de sentinela para
Deus.
✓ A sentinela era a elite da guarda.
✓ Todos os homens têm o privilégio de servir ao Senhor nesta
importante posição.
2. Este estudo demonstrou, por meio da vida dos reformadores, a
importância de proclamar Cristo crucificado para a glória de Deus e o
chamado para pregar essa mensagem aplica-se hoje com a mesma
força que no tempo de Lutero, Calvino e os outros reformadores dos
séculos 16 e 17.

Exercícios de Fixação
1. Martinho Lutero escreveu o ______________.
a. Breve Catecismo de Westminster
b. Catecismo de Heidelberg
c. Confissão Bélgica
d. Catecismo para Crianças

2. Sob Eduardo VI e Thomas Cranmer, a Reforma da Igreja da Inglaterra sofreu


grandemente.
a. Verdadeiro
b. Falso

3. O grupo que resistiu ao Ato de Uniformidade (também conhecido como “Leis de


Conformidade”) ficaram conhecidos como ______________.
a. Puritanos

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b. Separatistas
c. Não-conformistas
d. Todas as alternativas acima estão corretas.

4. Charles I solicitou que a Assembleia de Westminster reformasse a Igreja da


Inglaterra.
a. Verdadeiro
b. Falso

5. Incurvitas significa ______________.


a. “voltar-se para dentro”
b. “voltar-se para fora”
c. “de dentro para fora”
d. “incumbente”

Exercícios de Reflexão
1. Por que Lutero viu a necessidade de um catecismo? Quais três catecismos o Dr.
Nichols descreveu nesta palestra? Qual é a primeira pergunta e resposta do Breve
Catecismo de Westminster?
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____________________________________________________________________

2. Como e por que os puritanos vieram à existência?


____________________________________________________________________
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____________________________________________________________________
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3. Por que os puritanos no Parlamento solicitaram uma reestruturação da Igreja da


Inglaterra? Charles I concordou? O que a Assembleia de Westminster produziu?
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4. Como o princípio do Soli Deo Gloria influenciou a Assembleia de Westminster?


____________________________________________________________________
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5. De que maneira o princípio do Soli Deo Gloria se aplica à toda a vida? De que maneira
os Reformadores, como Lutero e Calvino, o entendiam? Separe algum tempo para
meditar nos Reformadores sobre os quais o Dr. Nichols falou nesta série. De que
maneira a doutrina e o exemplo deles devem influenciá-lo nos dias de hoje?
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