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ESCOLA BÁSICA DE PAREDES

FICHA DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS


11.º ANO DE ESCOLARIDADE – VERSÃO A
Avaliação
Nome _________________________ N.º___ Turma ___ Data __/__/__ 0 A 20
Professora ____________________ Enc. Ed. ____________________

A preencher pelo aluno no final do teste


Achei o testefácil; porqueme preparei; estive atento nas aulas; estudei;
acessível; não estudei o suficiente; não compreendi alguns conteúdos;
difícil; estive desatento nas aulas.
muito difícil, Indico outra razão ______________________________________

Grupo I
1. Depois de proceder ao visionamento da breve exposição sobre «Padre António Vieira, o Imperador
da Língua Portuguesa», indique se as afirmações seguintes são verdadeiras (V) ou falsas (F) e corrija
as afirmações falsas.

http://ensina.rtp.pt/artigo/padre-antonio-vieira-o-imperador-da-lingua-portuguesa

A. No ano de 1612, António Vieira partiu com a sua família para o Brasil.
B. Quando partiu para o Brasil, António Vieira tinha seis anos.
C. António Vieira e a sua família foram viver para a zona da Baía.
D. Aos 15 anos, António Vieira iniciou, com a aprovação da família, o noviciado na Companhia de
Jesus.
E. A educação literária de Vieira foi-lhe ministrada por um familiar próximo.
F. As capacidades intelectuais de António Vieira manifestaram-se desde cedo.
G. António Vieira recebeu a ordenação no ano de 1635.
H. Depois da Restauração da Independência (1640), António Vieira regressou a Portugal, onde o novo
monarca o recebeu com animosidade.
I. Em Portugal, António Vieira viria a ser conhecido como «o ministro da propaganda do rei», uma vez
que desenvolveu uma carreira política e diplomática ao serviço de D. João IV.
J. Em Lisboa, só D. João IV e os seus apoiantes admiravam a oratória de Vieira.

Grupo II

1. Com base no seu estudo da época, vida e obra do Padre António Vieira, complete, na sua folha
de teste, as afirmações seguintes.

1.1. Jesuíta e missionário franciscano, o Padre António Vieira nasceu (1) _______________ , em 1608.
1.2. Vieira foi professor de Retórica, ou seja, (2) _______________.
1.3. O rei (3) _______________ foi amigo pessoal de Vieira.
1.4. A arte barroca é caracterizada (4) _____________________________________________________.
1.5. A talha (5) _______________ é uma das características da arte barroca portuguesa.
1.6. Bach, Descartes e (6) _______________ são algumas figuras do barroco europeu.
1.7. A tese de um sermão corresponde (7) _______________ .
1.8. O conceito predicável do Sermão de Santo António é (8) _______________ .
1.9 O Padre António Vieira anuncia que vai dividir este sermão em duas partes, correspondendo
uma (9) _______________ (10) _______________ .
Grupo III
Texto A

Leia o texto seguinte.

Com toda a sua vaidade e com toda a sua ambição, Vieira sabia-se
portador de uma mensagem importante para os seus compatriotas, mensagem
que, desligada do seu precário contexto histórico, ainda hoje continua
importante. Intrépido, tomava a defesa de grupos indefesos do império
Português do século XVII: os cristãos-novos em Portugal e os ameríndios no
Brasil.

Aberto e “ecuménico”, concedia um lugar próprio a todas a raças e


todas as culturas no seu Quinto Império, que seria um mundo pacífico e
unificado, mas não monótono ou uniformizado. Acreditamos ─ talvez
piamente, mas muito sinceramente ─ que, se Vieira tivesse vivido durante
algum tempo em terra islamita, onde reina “a nefanda seita de Mafona”,
também lá teria encontrado coisas respeitáveis e teria excogitado meios
apropriados para converter os muçulmanos com o mínimo possível de
sacrifícios culturais.

José Van Den Besselaar, António Vieira: O Homem, a Obra, as Ideias

1. Para responder a cada um dos itens, selecione a única opção que permite obter uma afirmação
correta. Escreva, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifique a opção
escolhida. (Algumas das questões podem ser com conhecimentos próprios)

1.1. A mensagem de Vieira que “ainda hoje continua importante” (ll. 3) centra-se na ideia de que
a) Portugal voltará a formar um grande império.
b) todos os povos devem viver em harmonia e em comunhão.
c) druídico ou mesmo celta, mas com raízes católicas.
d) a mensagem cristã ainda é importante nos nossos dias.

1.2. A palavra “intrépido” (l. 3) significa


a) temeroso. c) destemido.

b) insensível. d) simpático.

1.3. Vieira foi um “profeta” bem-sucedido, no sentido bíblico do termo, na medida em que
a) tinha visões e compreendia as vontades de Deus.
b) revelou um ideal e apontou um caminho para o seu povo.
c) pregava ao povo, mas este não o ouvia.
d) previu o futuro.

1.4. A “nefanda seita de Mafona” (l. 8) é uma referência


a) à religião cristã.

b) a uma seita religiosa que adora o pão.


c) a uma seita da localidade portuguesa de Mafômedes.
d) à religião muçulmana.
1.5. Alguma(s) da(s) frase(s) dita(s) ao longo da vida do Padre António Vieira é/são
a) “O ciúme vê com lentes, que fazem grandes as coisas pequenas, gigantes os anões,
verdades as suspeitas.
b) “É pensando nos homens que eu perdoo aos tigres as garras que dilaceram.”
c) “As obras de um herói, postas a uma cruz escura das razões e da vontade, são borrões
que ofendem.”
d) “Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflete o que a alma não tem. Por
isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste”

1.6. Além do Padre António Vieira ser escritor, padre e orador Português, também era
a) professor. c) burguês.

b) mercenário. d) filósofo.

1.7. O(s) principal(ais) objetivo(s) do escritor António Vieira é/são


a) preocupar-se com a representação do belo na figura humana, fazendo recurso a uma
linguagem de estruturas complexas.
b) os comportamentos errados dos homens e por isso atribui qualidades aos peixes que não
encontra no ser humano.
c) interpelar a rutura com os ideais estéticos clássicos.
d) denunciar as crueldades cometidas contra os índios.

1.8. Padre António Vieira é considerado, por Fernando Pessoa


a) O Escritor das Mudanças c) O Fundador do Clero

b) O Imperador do Português d) O Filósofo Sano e Vivo

2. Interligue os elementos da Coluna A aos respetivos elementos da Coluna B.

Coluna A Coluna B

A. Restauração da Independência de Portugal. 1. 1662

B. Morte do Padre de António Vieira 2. 1640


C. Entrega do governo a D. Afonso VI. 3. Século XVIII
D. Descoberta de ouro no Brasil. 4. 1608
E. Conquista de Maranhão (Estado Brasileiro) 5. 1697
F. Nascimento do Padre António Vieira. 6. 1615
Texto B
Leia, com atenção, o extracto do Sermão de Santo António aos Peixes do Padre António Vieira que se
segue.

Mas já que estamos nas covas do mar, antes que saiamos delas, temos lá o irmão polvo, contra o
qual têm suas queixas, e grandes, não menos que S. Basílio e Santo Ambrósio. O polvo com aquele seu
capelo na cabeça, parece um monge; com aqueles seus raios estendidos, parece uma estrela; com aquele
não ter osso nem espinha, parece a mesma brandura, a mesma mansidão. E debaixo desta aparência tão
modesta, ou desta hipocrisia tão santa, testemunham constantemente os dois grandes Doutores da Igreja
latina e grega, que o dito polvo é o maior traidor do mar. Consiste esta traição do polvo primeiramente em
se vestir ou pintar das mesmas cores de todas aquelas cores a que está pegado. As cores, que no
camaleão são gala, no polvo são malícia; as figuras, que em Proteu são fábula, no polvo são verdade e
artifício. Se está nos limos, faz-se verde; se está na areia, faz-se branco; se está no lodo, faz-se pardo; e
se está em alguma pedra, como mais ordinariamente costuma estar, faz-se da cor da mesma pedra. E
daqui que sucede? Sucede que o outro peixe, inocente da traição, vai passando desacautelado, e o
salteador, que está de emboscada dentro do seu próprio engano, lança-lhe os braços de repente, e fá-lo
prisioneiro. Fizera mais Judas? Não fizera mais; porque nem fez tanto. Judas abraçou a Cristo, mas outros
o prenderam; o polvo é o que abraça e mais o que prende. Judas com os braços fez o sinal, e o polvo dos
próprios braços faz as cordas. Judas é verdade que foi traidor, mas com lanternas diante; traçou a traição
às escuras, mas executou-a muito às claras. O polvo, escurecendo-se a si, tira a vista aos outros, e a
primeira traição e roubo que faz, é à luz, para que não distinga as cores. Vê, peixe aleivoso e vil, qual é a
tua maldade, pois Judas em tua comparação já é menos traidor!

Oh que excesso tão afrontoso e tão indigno de um elemento tão puro, tão claro e tão cristalino
como o da água, espelho natural não só da terra, senão do mesmo céu! (…) Mas ponde os olhos em
António, vosso pregador, e vereis nele o mais puro exemplar da candura, da sinceridade e da verdade,
onde nunca houve dolo, fingimento ou engano. E sabei também que para haver tudo isto em cada um de
nós, bastava antigamente ser português, não era necessário ser santo.
Padre António Vieira, Sermão de Santo António

Responda, de forma bem estruturada, às questões que lhe são apresentadas.

1. Situa o excerto na estrutura externa e interna do sermão.


_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

2. Explica o motivo que levou o pregador a nomear duas antigas autoridades da Igreja.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

3. Partindo da expressão “hipocrisia tão santa”, faz a caraterização do polvo, comentando as


diferenças entre o Ser e o Parecer.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

4. Justifica a aproximação do Polvo ao Camaleão e a Judas, atendendo à intenção crítica do


pregador.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

5. Comprova, exemplificando, a consecução dos objetivos da eloquência, neste excerto.


_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
Grupo IV
1. Leia, atentamente, o seguinte excerto do conto “A Palavra Mágica”, de Vergílio Ferreira.
“Ora (1)um domingo, o Silvestre ensarilhou-se, sem querer, (2)numa disputa colérica com o Ramos
da Loja. Fora o caso que ao falar-se, no correr da conversa, em trabalhadores e salários, Silvestre deixou
cair que, no seu entender, dada a carestia da vida, o trabalho de um homem de enxada não era de forma
alguma (3)bem pago. Mas (4)disse-o sem um desejo de discórdia, facilmente, (5)abertamente, com a mesma
fatalidade clara de quem inspira e expira. Todavia o Ramos, (6)ferido de espora, atacou (7)de cabeça baixa:
(...)”

1.1. Identifique a função sintática das expressões sublinhadas, tendo em conta o contexto em que
ocorrem. Preencha a tabela função sintática correspondente.

A. Sujeito Simples B. Sujeito Composto C. Sujeito Nulo D. Predicado


E. Vocativo F. Modificador da Frase G. Complemento Direto H. Complemento Indireto
I. Complemento Oblíquo J. Predicativo do Sujeito K. Modificador do Nome L. Complemento do Adje.
M. Predicativo do N. Complemento Agente O. Modificador do Grupo
P. Modificador do Adjetivo
Complemento Direto da Passiva Verbal

(1) ________ (2) ________ (3) ________ (4) ________ (5) ________ (6) ________ (7) ________

2. Para responder a cada item (2.1. a 2.3.), escreva o número do item e a letra que identifica a opção
escolhida.

2.1. O processo fonológico presente na evolução da palavra “acume” para “cume” é a


A. paragoge. C. prótese.
B. aférese. D. apócope.

2.2. Estamos perante os processos de apócope e de epêntese em


A. calidu> caldo e ua> uma, respetivamente.
B. legale> legal e ego > eu, respetivamente.
C. legale> legal e ua> uma, respetivamente.
D. legale> legal e assi > assim, respetivamente.

2.3. O processo fonológico presente na evolução da palavra “contrairo” para “contrário” é a


A. metátese. C. assimilação.
B. epêntese. D. apócope.

3. Observe as palavras apresentadas abaixo.

SOS TAC Crude Moto Toc Toc Infeliz Futsal Manif Entardecer E-mail
Rato Chaves Dossiê SCP Informática Metro Foto Otorrino Claramente Emagrecer

3.1. Identifique, todos os processos regulares de formação de palavras, identificando a sua designação.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

3.2. Dos processos irregulares de formação de palavras, identifique um empréstimo, três truncações, um
acrónimo e duas siglas.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

4. Identifique as orações presentes em cada uma das alíneas abaixo.

A. Frei Luís de Sousa, que não é o único texto dramático garretiano, teve imenso sucesso.
B. O João pediu para sair mais cedo da aula de Biologia e Geologia.
C. Vieira elogiou tanto alguns peixes como criticou outros.
D. Já li dois romances queirosianos, logo já conheço melhor o autor
E. A vida de Cesário Verde foi de tal modo curta que nos legou apenas uma obra.
Grupo V
Leia atentamente o excerto do “Sermão de Santo António” que se segue.

Com os Voadores tenho também uma palavra, e não é pequena a queixa. Dizei-me, Voadores,
não vos fez Deus para peixes? Pois porque vos meteis a ser aves? O mar fê-lo Deus para vós, e
o ar para elas. Contentai-vos com o mar, e com nadar, e não queirais voar, pois sois peixes. Se
acaso vos não conheceis, olhai para as vossas espinhas, e para as vossas escamas, e
5 conhecereis que não sois ave, senão peixe, e ainda entre os peixes não dos melhores. Dir-me-
eis, Voador, que vos deu Deus maiores barbatanas, que aos outros de vosso tamanho. Pois
porque tivestes maiores barbatanas, por isso haveis de fazer das barbatanas asas? Mas ainda
mal porque tantas vezes vos desengana o vosso castigo. Quisestes ser melhor que os outros
peixes, e por isso sois mais mofino1 que todos. Aos outros peixes do alto, mata-os o anzol, ou a
10 fisga; a vós sem fisga, nem anzol, mata-vos a vossa presunção, e o vosso capricho. Vai o navio
navegando, e o Marinheiro dormindo, e o Voador toca na vela, ou na corda, e cai palpitando. Aos
outros peixes mata-os a fome, e engana-os a isca; ao Voador mata-o a vaidade de voar, e a sua
isca é o vento. Quanto melhor lhe fora mergulhar por baixo da quilha2, e viver, que voar por cima
das antenas, e cair morto. Grande ambição é que sendo o mar tão imenso lhe não basta a um
15
peixe tão pequeno todo o mar, e queira outro elemento mais largo. Mas vede, peixes, o castigo
da ambição. O Voador fê-lo Deus peixe, e ele quis ser ave, e permite o mesmo Deus que tenha
os perigos de ave, e mais os de peixe. Todas as velas para ele são redes como peixe, e todas as
cordas, laços como ave. Vê, Voador, como correu pela posta3 o teu castigo. Pouco há nadavas
vivo no mar com as barbatanas, e agora jazes em um convés amortalhadonas asas. Não
20 contente com ser peixe, quiseste ser ave, e já não és ave, nem peixe: nem voar poderás já, nem
nadar. A Natureza deu-te a água, tu não quiseste senão o ar, e eu já te vejo posto ao fogo.
Peixes, contente-se cada um com o seu elemento. Se o Voador não quisera passardo segundo
ao terceiro, não viera a parar no quarto4. Bem seguro estava ele do fogo, quando nadava na
água; mas porque quis ser borboleta das ondas, vieram-se-lhe a queimar as asas.
25 À vista deste exemplo, Peixes, tomai todos na memória esta sentença: quem quer mais do que
lhe convém perde o que quer, e o que tem. Quem pode nadar, e quer voar, tempo virá em que
não voe, nem nade.
VIEIRA, Padre António, 2014. “Sermão de Santo António”. In Obra Completa (Direção de José Eduardo Franco e Pedro Calafate).
Tomo II. Volume X (Sermões Hagiográficos I). Lisboa: Círculo de Leitores (pp. 159-160) (1.ª ed.: 1682)

1. infeliz; 2. peça forte e comprida que vai da proa à popa e a que se fixa o arcaboiço do navio; 3. correu pela posta: chegou depressa;
4. os quatro elementos: terra, água, ar e fogo.

Recorde o estudo que fizeste do “Sermão de Santo António” e, partindo da sua experiência de leitura,
redija uma apreciação crítica do texto do Padre António Vieira.
Escreva um texto bem estruturado, de cento e oitenta a duzentas e quarenta palavras.
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ESCOLA BÁSICA DE PAREDES

FICHA DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS


11.º ANO DE ESCOLARIDADE – VERSÃO B
Avaliação
Nome _________________________ N.º___ Turma ___ Data __/__/__ 0 A 20
Professora ____________________ Enc. Ed. ____________________

A preencher pelo aluno no final do teste


Achei o testefácil; porqueme preparei; estive atento nas aulas; estudei;
acessível; não estudei o suficiente; não compreendi alguns conteúdos;
difícil; estive desatento nas aulas.
muito difícil, Indico outra razão ______________________________________

Grupo I
1. Depois de proceder ao visionamento da breve exposição sobre «Padre António Vieira, o Imperador
da Língua Portuguesa», indique se as afirmações seguintes são verdadeiras (V) ou falsas (F) e corrija
as afirmações falsas.

http://ensina.rtp.pt/artigo/padre-antonio-vieira-o-imperador-da-lingua-portuguesa

K. A educação literária de Vieira foi-lhe ministrada por um familiar próximo.


L. As capacidades intelectuais de António Vieira manifestaram-se desde cedo.
M. António Vieira recebeu a ordenação no ano de 1635.
N. Depois da Restauração da Independência (1640), António Vieira regressou a Portugal, onde o novo
monarca o recebeu com animosidade.
O. Em Portugal, António Vieira viria a ser conhecido como «o ministro da propaganda do rei», uma vez
que desenvolveu uma carreira política e diplomática ao serviço de D. João IV.
P. Em Lisboa, só D. João IV e os seus apoiantes admiravam a oratória de Vieira.
Q. O Padre António Vieira foi uma figura consensual, uma vez que as suas ideias conquistaram o
apoio de todos.
R. Apesar da proteção de que beneficiou, o Padre António Vieira foi perseguido e chegou a ser preso
pela Inquisição.
S. Consciente do seu valor enquanto orador e escritor, o Padre António Vieira considerou-se o
«Imperador da Língua Portuguesa».
T. No pensamento do Padre António Vieira, Portugal teria um papel importante a desempenhar na
História da humanidade.

Grupo II

1. Com base no seu estudo da época, vida e obra do Padre António Vieira, complete, na sua folha
de teste, as afirmações seguintes.

1.1. Jesuíta e missionário franciscano, o Padre António Vieira nasceu (1) _______________ , em 1608.
1.2. Vieira foi professor de Retórica, ou seja, (2) _______________.
1.3. O rei (3) _______________ foi amigo pessoal de Vieira.
1.4. A arte barroca é caracterizada (4) _____________________________________________________.
1.5. A talha (5) _______________ é uma das características da arte barroca portuguesa.
1.6. Bach, Descartes e (6) _______________ são algumas figuras do barroco europeu.
1.7. A tese de um sermão corresponde (7) _______________ .
1.8. O conceito predicável do Sermão de Santo António é (8) _______________ .
1.9 O Padre António Vieira anuncia que vai dividir este sermão em duas partes, correspondendo
uma (9) _______________ (10) _______________ .
Grupo III
Texto A

Leia o texto seguinte.

Com toda a sua vaidade e com toda a sua ambição, Vieira sabia-se
portador de uma mensagem importante para os seus compatriotas, mensagem
que, desligada do seu precário contexto histórico, ainda hoje continua
importante. Intrépido, tomava a defesa de grupos indefesos do império
Português do século XVII: os cristãos-novos em Portugal e os ameríndios no
Brasil.

Aberto e “ecuménico”, concedia um lugar próprio a todas a raças e


todas as culturas no seu Quinto Império, que seria um mundo pacífico e
unificado, mas não monótono ou uniformizado. Acreditamos ─ talvez
piamente, mas muito sinceramente ─ que, se Vieira tivesse vivido durante
algum tempo em terra islamita, onde reina “a nefanda seita de Mafona”,
também lá teria encontrado coisas respeitáveis e teria excogitado meios
apropriados para converter os muçulmanos com o mínimo possível de
sacrifícios culturais.

José Van Den Besselaar, António Vieira: O Homem, a Obra, as Ideias

1. Para responder a cada um dos itens, selecione a única opção que permite obter uma afirmação
correta. Escreva, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifique a opção
escolhida. (Algumas das questões podem ser com conhecimentos próprios)

1.1. A mensagem de Vieira que “ainda hoje continua importante” (ll. 3) centra-se na ideia de que
a) druídico ou mesmo celta, mas com raízes católicas.
b) a mensagem cristã ainda é importante nos nossos dias.
c) Portugal voltará a formar um grande império.
d) todos os povos devem viver em harmonia e em comunhão.

1.2. A palavra “intrépido” (l. 3) significa


a) simpático. c) insensível.

b) destemido. d) temeroso.

1.3. Vieira foi um “profeta” bem-sucedido, no sentido bíblico do termo, na medida em que
a) pregava ao povo, mas este não o ouvia.
b) previu o futuro.
c) tinha visões e compreendia as vontades de Deus.
d) revelou um ideal e apontou um caminho para o seu povo.

1.4. A “nefanda seita de Mafona” (l. 8) é uma referência


a) à religião cristã.

b) a uma seita religiosa que adora o pão.


c) a uma seita da localidade portuguesa de Mafômedes.
d) à religião muçulmana.
Texto B
Leia, com atenção, o extracto do Sermão de Santo António aos Peixes do Padre António Vieira que se
segue.

Mas já que estamos nas covas do mar, antes que saiamos delas, temos lá o irmão polvo, contra o
qual têm suas queixas, e grandes, não menos que S. Basílio e Santo Ambrósio. O polvo com aquele seu
capelo na cabeça, parece um monge; com aqueles seus raios estendidos, parece uma estrela; com aquele
não ter osso nem espinha, parece a mesma brandura, a mesma mansidão. E debaixo desta aparência tão
modesta, ou desta hipocrisia tão santa, testemunham constantemente os dois grandes Doutores da Igreja
latina e grega, que o dito polvo é o maior traidor do mar. Consiste esta traição do polvo primeiramente em
se vestir ou pintar das mesmas cores de todas aquelas cores a que está pegado. As cores, que no
camaleão são gala, no polvo são malícia; as figuras, que em Proteu são fábula, no polvo são verdade e
artifício. Se está nos limos, faz-se verde; se está na areia, faz-se branco; se está no lodo, faz-se pardo; e
se está em alguma pedra, como mais ordinariamente costuma estar, faz-se da cor da mesma pedra. E
daqui que sucede? Sucede que o outro peixe, inocente da traição, vai passando desacautelado, e o
salteador, que está de emboscada dentro do seu próprio engano, lança-lhe os braços de repente, e fá-lo
prisioneiro. Fizera mais Judas? Não fizera mais; porque nem fez tanto. Judas abraçou a Cristo, mas outros
o prenderam; o polvo é o que abraça e mais o que prende. Judas com os braços fez o sinal, e o polvo dos
próprios braços faz as cordas. Judas é verdade que foi traidor, mas com lanternas diante; traçou a traição
às escuras, mas executou-a muito às claras. O polvo, escurecendo-se a si, tira a vista aos outros, e a
primeira traição e roubo que faz, é à luz, para que não distinga as cores. Vê, peixe aleivoso e vil, qual é a
tua maldade, pois Judas em tua comparação já é menos traidor!

Oh que excesso tão afrontoso e tão indigno de um elemento tão puro, tão claro e tão cristalino
como o da água, espelho natural não só da terra, senão do mesmo céu! (…) Mas ponde os olhos em
António, vosso pregador, e vereis nele o mais puro exemplar da candura, da sinceridade e da verdade,
onde nunca houve dolo, fingimento ou engano. E sabei também que para haver tudo isto em cada um de
nós, bastava antigamente ser português, não era necessário ser santo.
Padre António Vieira, Sermão de Santo António

Responda, de forma bem estruturada, às questões que lhe são apresentadas.

1. Situa o excerto na estrutura externa e interna do sermão.


_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

2. Explica o motivo que levou o pregador a nomear duas antigas autoridades da Igreja.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

3. Partindo da expressão “hipocrisia tão santa”, faz a caraterização do polvo, comentando as


diferenças entre o Ser e o Parecer.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

4. Justifica a aproximação do Polvo ao Camaleão e a Judas, atendendo à intenção crítica do


pregador.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

5. Comprova, exemplificando, a consecução dos objetivos da eloquência, neste excerto.


_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
Grupo IV
1. Leia, atentamente, o seguinte excerto do conto “A Palavra Mágica”, de Vergílio Ferreira.
Fora o caso que ao falar-se, no correr da conversa, em trabalhadores e salários, Silvestre deixou cair que,
no seu entender, dada a carestia da vida, o trabalho de um homem de enxada não era de forma alguma
bem pago. Mas (1)disse-o sem um desejo de discórdia, facilmente, (2)abertamente, com a mesma fatalidade
clara de quem inspira e expira. Todavia o Ramos, (3)ferido de espora, atacou (4)de cabeça baixa:
‒ Que autoridade tem você para falar? Quem lhe encomendou (5)o sermão?
‒ (6)Homem! ‒ clamava o Silvestre, de mão pacífica no ar. ‒ Calma aí, se faz favor. (7)Falei por falar.

1.1. Identifique a função sintática das expressões sublinhadas, tendo em conta o contexto em que
ocorrem. Preencha a tabela função sintática correspondente.

A. Sujeito Simples B. Sujeito Composto C. Sujeito Nulo D. Predicado


E. Vocativo F. Modificador da Frase G. Complemento Direto H. Complemento Indireto
I. Complemento Oblíquo J. Predicativo do Sujeito K. Modificador do Nome L. Complemento do Adje.
M. Predicativo do N. Complemento Agente O. Modificador do Grupo
P. Modificador do Adjetivo
Complemento Direto da Passiva Verbal
(1) ________ (2) ________ (3) ________ (4) ________ (5) ________ (6) ________ (7) ________

2. Para responder a cada item (2.1. a 2.3.), escreva o número do item e a letra que identifica a opção
escolhida.

2.1. Não se verifica o processo de redução vocálica em


A. carta > cartinha. C. rude > rudeza.
B. porta > portão. D. folha > folhagem.

2.2. Os processos fonológicos presentes na evolução das palavras “fermosa” para “formosa”, e “rosam”
para “rosa” são, respetivamente,
A. Assimilação e Apócope
B. Dissimilação e Apócope
C. Assimilação e Aférese
D. Dissimilação e Paragoge

2.3. Os processos fonológicos presentes na evolução das palavras “scala” para «escala»e “calidu” para
“caldo” são, respetivamente,
A. Prótese e Aférese C. Prótese e Apócope
B. Paragoge e Síncope D. Prótese e Síncope

3. Observe as palavras apresentadas abaixo.

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3.1. Identifique, todos os processos regulares de formação de palavras, identificando a sua designação.
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3.2. Dos processos irregulares de formação de palavras, identifique uma onomatopeia, três truncações, um
acrónimo e duas siglas.
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4. Identifique as orações presentes em cada uma das alíneas abaixo.

A. A vida de Cesário Verde foi de tal modo curta que nos legou apenas uma obra.
B. Carlos e Ega iam onde havia diversão garantida.
C. Como fez um discurso brilhante, Garret foi aplaudido.
D. A Joana Maria foi ao cinema e foi à piscina.
E. Analisamos todos os capítulos do Amor de Perdição que foram indicados pela professora.
Grupo V
Leia atentamente o excerto do “Sermão de Santo António” que se segue.

Com os Voadores tenho também uma palavra, e não é pequena a queixa. Dizei-me, Voadores,
não vos fez Deus para peixes? Pois porque vos meteis a ser aves? O mar fê-lo Deus para vós, e
o ar para elas. Contentai-vos com o mar, e com nadar, e não queirais voar, pois sois peixes. Se
acaso vos não conheceis, olhai para as vossas espinhas, e para as vossas escamas, e
5 conhecereis que não sois ave, senão peixe, e ainda entre os peixes não dos melhores. Dir-me-
eis, Voador, que vos deu Deus maiores barbatanas, que aos outros de vosso tamanho. Pois
porque tivestes maiores barbatanas, por isso haveis de fazer das barbatanas asas? Mas ainda
mal porque tantas vezes vos desengana o vosso castigo. Quisestes ser melhor que os outros
peixes, e por isso sois mais mofino1 que todos. Aos outros peixes do alto, mata-os o anzol, ou a
10 fisga; a vós sem fisga, nem anzol, mata-vos a vossa presunção, e o vosso capricho. Vai o navio
navegando, e o Marinheiro dormindo, e o Voador toca na vela, ou na corda, e cai palpitando. Aos
outros peixes mata-os a fome, e engana-os a isca; ao Voador mata-o a vaidade de voar, e a sua
isca é o vento. Quanto melhor lhe fora mergulhar por baixo da quilha2, e viver, que voar por cima
das antenas, e cair morto. Grande ambição é que sendo o mar tão imenso lhe não basta a um
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peixe tão pequeno todo o mar, e queira outro elemento mais largo. Mas vede, peixes, o castigo
da ambição. O Voador fê-lo Deus peixe, e ele quis ser ave, e permite o mesmo Deus que tenha
os perigos de ave, e mais os de peixe. Todas as velas para ele são redes como peixe, e todas as
cordas, laços como ave. Vê, Voador, como correu pela posta3 o teu castigo. Pouco há nadavas
vivo no mar com as barbatanas, e agora jazes em um convés amortalhadonas asas. Não
20 contente com ser peixe, quiseste ser ave, e já não és ave, nem peixe: nem voar poderás já, nem
nadar. A Natureza deu-te a água, tu não quiseste senão o ar, e eu já te vejo posto ao fogo.
Peixes, contente-se cada um com o seu elemento. Se o Voador não quisera passardo segundo
ao terceiro, não viera a parar no quarto4. Bem seguro estava ele do fogo, quando nadava na
água; mas porque quis ser borboleta das ondas, vieram-se-lhe a queimar as asas.
25 À vista deste exemplo, Peixes, tomai todos na memória esta sentença: quem quer mais do que
lhe convém perde o que quer, e o que tem. Quem pode nadar, e quer voar, tempo virá em que
não voe, nem nade.
VIEIRA, Padre António, 2014. “Sermão de Santo António”. In Obra Completa (Direção de José Eduardo Franco e Pedro Calafate).
Tomo II. Volume X (Sermões Hagiográficos I). Lisboa: Círculo de Leitores (pp. 159-160) (1.ª ed.: 1682)

1. infeliz; 2. peça forte e comprida que vai da proa à popa e a que se fixa o arcaboiço do navio; 3. correu pela posta: chegou depressa;
4. os quatro elementos: terra, água, ar e fogo.

Recorde o estudo que fizeste do “Sermão de Santo António” e, partindo da sua experiência de leitura,
redija uma apreciação crítica do texto do Padre António Vieira.
Escreva um texto bem estruturado, de cento e oitenta a duzentas e quarenta palavras.
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