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Subir Sachdev relata que buscava entre os físicos da Teoria das Cordas,
subsídios nas ferramentas matemáticas utilizada pelos mesmos, na formulação
da teoria das cordas, para melhor compreender o que ocorre no seu objeto de
estudo em laboratório, a supercondutividade a baixas temperaturas e o
entrelaçamento de elétrons resultante.
Meu colega Brian Swingle, da Harvard University, fez uma analogia entre
a dimensão espacial extra e a rede de entrelaçamento quântico (...).
Mover para cima e para baixo na rede é matematicamente equivalente a
se mover através do espaço. As cordas podem vibrar e se fundir na
dimensão extra, e seu movimento espelha a evolução do
emaranhamento das partículas. Em resumo, as conexões
fantasmagóricas que tanto perturbaram Einstein fazem sentido quando
se considera o grau de emaranhamento, como a distância através de
uma dimensão espacial extra (SACHDEV, 2013, p. 52).
Uma outra teoria de imersão que surgiu no apagar das luzes do século
XX deve-se aos físicos Lisa Randall, da Universidade de Princeton, e
Raman Sundrum, da Universidade de Boston. Conhecida simplesmente
como o modelo de Randall-Sundrum, essa teoria também considera que
vivemos sobre uma hipersuperfície de um espaço-tempo maior, de cinco
dimensões. O interessante é notar que tanto Wesson como Randall-
Sundrum se utilizam de todo o formalismo matemático desenvolvido por
Einstein, em sua teoria da relatividade geral, mudando apenas a
dimensionalidade, que passa a ser cinco. (ROMERO FILHO, 2008)
É claro, que tais teorias podem não representar o Universo real, ou nossa
realidade, mas são apropriadas para um maior avanço do conhecimento. Elas nos
dão indicações, de que temos que realmente dar um passo teórico a mais para
compreendermos o Universo, e dimensões adicionais certamente estão
envolvidas.
O que quero chamar atenção, nessa conexão, é que a ideia das fibras da
teoria E8, é antiga e foi proposta pelo matemático Hermann Weyl, em 1918, em
que os campos elétricos e magnéticos são resultado de uma geometria
matemática em forma de circulo, chamado de U(1) pelos físicos. (LISI;
WEATHERALL, 2007, p. 73-81). Tal círculo “é o exemplo mais simples de um
grupo de Lie, referindo-se ao matemático norueguês do século 19 Sophus Lie”
(idem, p.75). “Cada grupo de Lie é um emaranhado suave e multidimensional de
círculos que se interseccionam e se torcem uns em torno de outros.” (idem, p.76).
Por exemplo, “a Força Fraca está associada a um grupo de Lie tridimensional de
fibras chamado SU (2).” (Idem, p. 76). A Força Nuclear Forte, “corresponde
geometricamente a um grupo de Lie ainda maior, o SU(3).” (Idem, p. 77). Na
primeira tentativa de fazer uma teoria unificada, uma GUT, em 1973, Howard
Georgi e Sheldon Glashow, utilizaram o grupo de Lie combinado do Modelo
Padrão, dentro do grupo SU(5), como um subgrupo dele. (Idem p.78). Outra
teoria, de unificação é baseada no grupo de Lie Spin(10), que faz parte de um
grupo especial de Lie, o E6. (Idem, p.79). Existem outros grupos de Lie, o G2, F4,
E7 e E8. A gravidade é representada pelo grupo de Lie Spin(1,3), (idem, p. 80).
Por fim, uma nova teoria de Tudo da física é proposta pelos os autores do
artigo citado, resumindo o que já se conseguiu com os grupos de Lie, até o
momento:
Outro aspecto que chama a atenção entre a teoria das cordas e a teoria
E8, é o objeto dimensional básico, proposto por Hermann Weyl, a fibra
dimensional que, na teoria das cordas, é chamado de corda vibrante, e na E8,
chamado de fibra. Ambos possuem a mesma função, só que na teoria das cordas,
eles vibram e muitos deles têm suas pontas conectadas no tecido do espaço-
tempo, e as fibras, por sua vez, são enroladas em um círculo, mas também são
conectadas ao tecido do espaço-tempo, em sua maioria. É lícito inferir, que
ambas as teorias possuem conexões matemáticas profundas, que devem ser
melhores exploradas. A dimensão espacial enrolada em círculo é composta por
alguma coisa, alguma forma de energia, do contrário, não teria existência.
REFERÊNCIAS
GREENE, Brian. A realidade oculta. São Paulo: Schwarcz Ltda, Companhia das
Letras, 2012. p. 109-114.
GREENE, Brian. O Tecido do cosmo. São Paulo: Schwarcz Ltda, Companhia das
Letras, 2005, p. 417-418.
GREENE, Brian. O universo elegante. São Paulo: Schwarcz Ltda, Companhia das
Letras, 2001. p. 209-212.
SMOLIN, Lee. Átomos de espaço e tempo. Scientific American Brasil, São Paulo,
ano 2, n. 21, p. 56-65, fev. 2004)
SMOLIN, Lee. Três caminhos para a gravidade quântica. Rio de Janeiro: Rocco,
2002. p. 134-135.