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Disciplina: Direito Processual Civil

Professor: Eduardo Francisco


Aula: 01| Data: 28/01/2019

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

TEORIA GERAL DO PROCESSO


1. Meios de Solução de Conflitos
1.1. Autotutela
1.2. Autocomposição
1.2.1. Intermediação
1.2.1.1. Conciliação
1.2.1.2. Mediação
1.2.2. Requisitos para Autocomposição
1.2.3. A Autocomposição no CPC
1.3. Heterocomposição

Bibliografia Indicada
- Esquematizado – Saraiva - Marcus Vinícius Gonçalves
- Daniel Amorim - Jus Podium
- Humberto Theodoro - GEN
- Luiz Guilherme Marinoni - RT
- Cassio Scarpinella – Saraiva
- Fredie Didier Jr. – Jus Podium

Roteiro Sugerido de Estudo


Estudar primeiro a Lei – NCPC; sempre ler os Informativos, principalmente do STJ, mas, também do STF; As
anotações de aula são importantes para otimizar e organizar as informações (quanto mais completas as anotações
menos se precisa recorrer aos livros, mas esses devem ser utilizados como material secundário de apoio, sempre
que necessário).

TEORIA GERAL DO PROCESSO

1. Meios de Solução de Conflito

1.1. Autotutela

Trata-se da modalidade de solução de conflito por meio da força.

É admitida apenas excepcionalmente, em certos casos, pela Lei.

Exs.: no Direito Penal, trata-se da legítima defesa; no Processo Civil, trata-se do direito de retenção por benfeitorias;
no Direito Civil, trata-se da defesa direta da posse, chamada de “desforço físico imediato da posse” e, do direito de
retenção das bagagens pelos donos de hotel, para pagamento das diárias do hóspede.
A autotutela SEMPRE pode ser revista pelo Poder Judiciário, que punirá eventuais abusos.

EXTENSIVO REGULAR
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
IMPORTANTE: É EXCEPCIONAL e se cometida fora dessas situações permitidas pela Lei, configura crime de Exercício
Arbitrário das Próprias Razões, previsto no Art. 342 do Código Penal.

1.2. Autocomposição

Trata-se da solução pelo consenso.

Tanto a Autocomposição, quanto a Autotutela, são meios empregados pelas partes, por isso o prefixo “Auto”.

Nesta modalidade de solução, o consenso sempre significa sacrifício voluntário do interesse de uma parte
(denominado de Renúncia ou Submissão) ou, sacrifício voluntário de ambas as partes (denominado de Transação).
Estas, entretanto, tratam-se de expressões do direito material.

No aspecto processual, tem-se duas formas de Autocomposição:

A) Negociação direta entre as partes; ou

B) Intermediação de um terceiro, que pode ser o juiz, o conciliador ou o mediador. O detalhe é que o terceiro
apenas auxilia as partes a chegarem a um acordo. – É nesta categoria que se encontram a Conciliação e a
Mediação.

1.2.1. Intermediação

1.2.1.1. Conciliação

O Código de Processo Civil indica esta forma de solução de conflitos para partes sem vínculo.

Ex.: em situação de acidente de trânsito.

O Conciliador é figura propositiva, porque apresenta ideias para a solução do conflito.

1.2.1.2. Mediação

O Código de Processo Civil a indica para partes com vínculo.

Exs.: filiação, casamento, empregado, etc..

O mediador é um “ouvinte ativo”, que ajuda as partes a delimitar o conflito para que elas mesmas cheguem à
solução. O mediador não propõe solução, ou seja, ele apenas ouve as partes, de modo a ajudá-las a perceber qual
é a situação jurídica para que elas mesmas, cheguem à solução.

Obs.: A Lei 13.140/15 trouxe novidades, permitindo que a Fazenda Pública resolva conflitos por meio de conciliação
e mediação e, inclusive prevendo a criação de órgãos para incentivar.

1.2.2. Requisitos Tradicionais para Autocomposição

São requisitos para a Autocomposição:

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- Partes capazes;
- Direito Disponível; e
- Consenso.

O Direito Disponível atualmente é o direito que admite autocomposição (termo utilizado pela Lei), ou seja, abrange,
também os Direitos Indisponíveis na essência, mas, disponíveis quanto à forma de exercício. São exemplos deles os
alimentos, a reparação ambiental e a reparação ao erário, já que, embora indisponíveis, admitem transação quanto
à forma de serem exercidos, possibilitando, por exemplo, o parcelamento das prestações.

1.2.3. A Autocomposição no CPC

O Código de Processo Civil prevê que o estado promoverá a solução consensual e, além disso, que é dever do juiz
buscar a autocomposição, delineando várias oportunidades para tanto, tais como, a Audiência do Art. 334 (que é
obrigatória) e na Audiência de Instrução (Art. 359), na qual, o primeiro ato do juiz é a tentativa de obtê-la.

O CPC valoriza a conciliação, porque, se esta for REFERENDADA, ou seja, se conferida e assinada pelos Advogados,
pela Defensoria ou pelo MP, torna-se Título Extrajudicial. E, ainda, se homologada pelo juiz, torna-se Título Judicial.

Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não


for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará
audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de
30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte)
dias de antecedência.
§ 1o O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente
na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto
neste Código, bem como as disposições da lei de organização
judiciária.

§ 2o Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à


mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização
da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes.

§ 3o A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu


advogado.

§ 4o A audiência não será realizada:


I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na
composição consensual;
II - quando não se admitir a autocomposição.

§ 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na


autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com
10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.

§ 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência


deve ser manifestado por todos os litisconsortes.

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§ 7o A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por
meio eletrônico, nos termos da lei.

§ 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à


audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da
justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da
vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em
favor da União ou do Estado.

§ 9o As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou


defensores públicos.

§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de


procuração específica, com poderes para negociar e transigir.

§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada


por sentença.

§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será


organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte)
minutos entre o início de uma e o início da seguinte.

Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes,


independentemente do emprego anterior de outros métodos de
solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.

1.3. Heterocomposição

Trata-se do meio pelo qual um terceiro decide o conflito.

São modalidades de Heterocomposição:

- Arbitragem (particular);
- Tribunais Administrativos (decisão pelo estado, exceto o Poder Judiciário); e
- Jurisdição (Poder Judiciário).

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