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Disciplina: Direito Processual Civil

Professor: Murilo Sechieri


Aula: 27| Data: 17/04/2019

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

PROCESSO DE CONHECIMENTO
3. Respostas do Réu
3.2. Espécies de Resposta
3.2.1. Contestação
3.2.2. Reconvenção

PROCESSO DE CONHECIMENTO

3. Respostas do Réu

3.2. Espécies de Resposta

3.2.1. Contestação
(Continuação)

Princípios:

I- Art. 341, do CPC - Princípio do Ônus da Impugnação Especificada: visto na última aula.

II- Princípio da Concentração da Defesa ou da Eventualidade


(arts. 336 e 342, CPC)

Todas as alegações de fato devem ser apresentadas pelo réu na contestação, ainda que as teses sejam
incompatíveis entre si, sob pena de preclusão consumativa. – Tudo o que o réu tiver para dizer sobre o que o autor
alegou na Inicial, deve ser exposto na contestação.

As alegações que poderiam ter sido feitas e não foram, não poderão mais ser invocadas no mesmo processo ou em
processo futuro.

Parafraseando o Princípio: “Fale tudo agora ou se cale para sempre”.

Ex.: Ação de cobrança na qual se alega ter emprestado dinheiro ao réu e este não pagou. O réu, por sua vez, mesmo
sabendo que pagou, não quis procurar os recibos, preferiu alegar meramente a prescrição na contestação. O juiz,
ao verificar que a questão é exclusivamente de direito, analisou a prescrição e verificou uma causa de suspensão
da prescrição, decidindo, assim que a dívida que não estava prescrita e que a ação era procedente. -> Houve a
condenação do réu. Note-se que o réu não poderá mais alegar o pagamento, nem em apelação, nem em
impugnação ao cumprimento de sentença.

Obs.: art. 525, §1º, VII, CPC – são temas que podem ser trazidos na impugnação ao cumprimento de sentença. O
pagamento só pode ser alegado em impugnação se ocorrido após a prolação da sentença.

EXTENSIVO REGULAR
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
Dando continuidade ao exemplo, se o réu entrar com ação de repetição de indébito esta deve ser julgada
improcedente.

Este assunto tem relação com o art. 508, do CPC, que trata da eficácia preclusiva da coisa julgada / Princípio do
Deduzido / Dedutível, ou seja, trata-se da imutabilidade e, são imutáveis os assuntos que foram deduzidos ou que
poderiam ser, mas não foram (que são os dedutíveis). – No caso do exemplo, a matéria pagamento poderia e
deveria ter sido deduzida na hora certa e a hora certa era a contestação.

Exceções – Certas alegações podem ser feitas mesmo depois da contestação. Vejamos:

a- Relativas a direito ou fato superveniente. - Ex.: Se na época da contestação não havia pagado, mas agora pagou.
b- Quando a matéria puder ser conhecida de ofício pelo juiz (prescrição ou decadência legal, por exemplos).
c- Quando a lei autorizar sua alegação a qualquer tempo. - Ex.: Art. 211, CC – decadência convencional.

Relembrando:

Preliminares
Defesas ou
de Mérito DIRETA (Fato ou efeito jurídico / causa de pedir)
NDIRETA

Defesa Direta: Quando o réu ataca o fato constitutivo do direito do autor ou o efeito jurídico atribuído a ele
(quando ataca qualquer dos elementos da causa de pedir).

É como se o pedido fosse apoiado em dois pilares, quais sejam, o pedido e a causa de pedir e, pois, derrubando um
deles, o outro cai.

Ex.: Aluno universitário que fez críticas às aulas do professor. O professor tomou conhecimento e, alegando que o
aluno ofendeu sua honra subjetiva, ingressou com demanda judicial. Nesta ação, o réu pode alegar que não o fez
(contestando o fato) ou, que o fez, mas que não queria ofender o professor e que não há razão para a condenação
(contestando a causa de pedir).

Esta é a defesa de mérito direta.

Defesa Indireta: Quando o réu, sem impugnar o fato constitutivo do direito do autor, opõe a ele fato novo que seja
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.

Ex.1: Exceptio non adimpleti contractus – Ocorre quando o autor alega que têm um contrato e que o réu não pagou.
O réu ingressa na ação e alega não ter pagado, em razão de o autor não ter adimplido sua obrigação (art. 476, CC).

Ex.2: Retenção por benfeitorias na ação possessória (posse de boa-fé).


Ex.3: Pagamento, prescrição e decadência (fatos extintivos).

Obs.1: Caso apresentada defesa indireta, o autor terá direito à réplica em 15 dias (Art. 350, CPC).

Obs.2: Em regra é do réu o ônus da prova sobre a defesa de mérito indireta (art. 373, CPC).

(Fim de contestação, passemos à segunda espécie de resposta do réu.)

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3.2.2. Reconvenção (art. 343, CPC)

 Conceito: É a ação do réu em face do autor no mesmo processo (consagrando os Princípios da Eficiência e da
Economia Processual).

 Requisitos de Admissibilidade: os requisitos de admissibilidade são divididos em:

a) Genéricos: De forma geral, tudo o que for indispensável para propor ação, é indispensável para a reconvenção.

i - Condições da Ação (legitimidade de parte e interesse de agir - ex.: investigatória de paternidade –> se o juiz julga
improcedente o pedido do autor, significa que o réu não é pai e, assim sendo, não é útil ao réu pedir que seja
declarado que ele não é pai);
ii- Pressupostos Processuais (ex.: ausência de capacidade postulatória).

b) Específicos: São os requisitos típicos da reconvenção, quais sejam:

i- Ajuizamento na própria contestação, em tópico próprio, que contenha os requisitos de uma Petição Inicial (tais
como causa de pedir, pedido, etc.).

Obs.: “Caso o réu fique revel, ainda assim, poderá ajuizar a reconvenção”, desde que o faça no prazo da
contestação. Neste caso, a reconvenção será manifestada em peça autônoma. – Isso significa que são duas
possibilidades: pode só reconvir e pode contestar e reconvir na mesma peça.

ii- Que o juízo da ação originária não seja absolutamente incompetente para a reconvenção. – Em se tratando de
incompetência relativa, há prorrogação;

iii- Que haja compatibilidade procedimental. Não se exige identidade de procedimento – porque mesmo se for
procedimento especial, ele o é até a citação;

iv- Que a reconvenção seja conexa: a) à ação originária; (Continuaremos na próxima aula).

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