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–Bom Dia Srta. Cross. Vou avisar ao Sr. Cross que você está
aqui.
–Por Deus Alexandra, pare com isso. Não é como você está
pensando. Você sabe que eu não te deixaria de fora dos negócios.
Você é minha herdeira, e um dia vai comandar tudo o meu
patrimônio.
–Então me diga por que não fui chamada para esta reunião?
Você sempre me deixa participar de tudo, como não fui chamada
desta vez? – Perguntei calmamente observando seus profundos
olhos azuis, idênticos ao meu.
–Eu sei que você vai, e não se atrase Alexandra. – Ele beijou o
topo da minha cabeça.
–Tenho que levar esses papéis para a sala de reunião, mas não
posso deixar o Hall sem ninguém. Não sei o que eu faço. – Vivian
disse desesperada, enquanto um monte de papel deslizava pela
pilha em seus braços.
Uau....simplesmente Uau!
–Obrigada.
Grey? Foi isso o que eu ouvi? Seria este o Grey que falava ao
telefone com meu pai um pouco mais cedo? Seria este homem que
veio de Seattle, e é um CEO que deseja fundir seus negócios com o
do meu pai. Ele é jovem. Como poderia ser tão poderoso a esse
ponto? Não tenho certeza, mas acredito que ele seja apenas alguns
anos mais velho do que eu. E é impossível que ele tenha mais de
trinta anos. Isso tudo é muito esquisito. Meu pai não faria negócios
com um empresário tão jovem. De qualquer forma, é ele. Theodore
Grey.
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Agora que eu lhe disse que não sou uma secretária metida, e
sim Alexandra Cross, filha de Gideon Cross, ele está sorrindo. É um
sorriso caloroso, e divertido. Não vejo por que isso deixou ele
alegre.
–Claro Sr. Grey. O Sr. Cross está a sua espera para começar a
reunião. – Ela esboçou um sorriso. E foi para o seu lado, apontando
o corredor. Depois se virou para mim. -Srta. Cross você vem?
– Filha eu quero que você conheça Theodore Grey. Era com ele
que eu conversava ao telefone. – Gideon disse apontando-me o
coisa sexy.
–Bem, fico feliz que Alexandra tenha lhe tratado bem. E sim,
minha filha é muito bonita, puxou a mãe. – Papai diz todo
orgulhoso. Mas a verdade é que não tenho muitas características
da minha mãe. Sou morena como meu pai, tenho os cabelos
escuros como o dele. Os olhos azuis foram herdados dos dois. Os
lábios cheios não foram herdados de nenhum dos dois. Talvez a
única coisa que eu tenha mais parecida com minha mãe, seja o
corpo. Tenho coxas grossas, pernas bem torneadas, cintura fina,
quadril largo. Meus seios são maiores do que os da minha mãe.
–Eva está bem, cada dia mais linda, e mais mandona. E seu pai,
e sua mãe?
–Isso parece bom. Christian não vai voltar aos negócios mais?
–É sim, Sr. Cross. E é por isso que estou aqui, para dar
continuidade aos negócios do meu pai. E o senhor tem algo que eu
gostaria muito.
–Eu acho que não precisamos ouvir mais nada. Aquele prédio
não está dando lucro nenhum para mim, se você consegue coloca-
lo para funcionar Grey, então faça. Eu estou de acordo. –
Christopher Vidal disse silenciando todos na mesa. Ele com certeza
estaria de acordo, meu tio adora um bom dinheiro, e se ele está
aqui é por que tem algum direito sobre o prédio.
–Sim Dafne?
–Olá Srta. Cross, você já pode entrar, seu pai está aguardando
você. – Jenna disse assim que alcancei sua mesa. Acenei para ela,
e entrei no escritório do meu pai. Ele estava bebendo uísque,
sentado na poltrona.
–Sempre tem uma primeira vez pai. Bem, era só isso o que o
senhor tinha para tratar comigo? Eu tenho que ir fazer comprar
hoje. Sabe, eu e as garotas vamos sair para dançar, mas não se
preocupe vamos estar em território de Gideon Cross. A Rebecca viu
uma saia tão linda, talvez eu compre...
–Alexandra eu não terminei. – Gideon interrompeu-me.
–Pai você não deve estar raciocinando direito. Pense bem, sua
filha Alexandra Cross, sozinha em uma cidade grande como
Seattle, uma filha desastrada, maluca, e que adora confusão. Então
você ainda quer me mandar pra lá?
–É por isso que eu pedi a Grey que ficasse de olho em você por
lá.
–Oh meu deus! Você o que? Eu não acredito você não fez isso
pai! Você pediu para um CEO ocupadíssimo que fique de babá para
sua filha de vinte e quatro anos de idade?
–Viu filha? Você não precisa de babá, por que você tem vinte e
quatro anos de idade, e é uma diretora de finanças excelente, que
vai viajar na segunda feira, e retornar com todas as noticias para
mim no final de semana. Estamos entendidos Alexandra? – Desta
vez o tom de voz do meu pai era sério. Ele realmente está me
mandando para Seattle, com Theodore Grey! Ah eu vou ficar
maluca, ou então enlouquecer Grey.
–Eu tenho escolha? – Perguntei fazendo beicinho. Às vezes
funciona, e ele volta atrás na decisão.
–Vou fazer de tudo para que o tempo que você passe ao meu
lado seja bem longo. Até breve Srta. Cross.
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Fiquei perplexa com as palavras de Theodore. Ainda não
conseguia acreditar que ele havia me dito isto mesmo. Por mais que
eu tente demonstrar que estou desinteressada, ele me surpreende,
ao se mostrar interessado. Sua voz ecoava na minha cabeça como
um mantra, repetindo, e repetindo aquela frase“Vou fazer de tudo
para que o tempo que você passe ao meu lado seja bem longo. Até
breve Srta. Cross.” O que ele pretende com isso?
–Obrigada Lucia.
–Theodore Grey.
–Oh meu deus. Alexa isso não é algo que você diga muitas
vezes. – Becca ponderou por um momento, e acrescentou. - Na
verdade eu acho que você nunca disse que um homem é bonito.
–Alexa! Mas pera ai, quando você entrou no elevador, você disse
que bateu em algo duro, forte, firme, imóvel. E pelo o que você me
contou ele é mais alto que você. Menina onde exatamente você
enfiou o seu traseiro? – Becca exclamou rindo alto.
–Ótimo.
–Está bem, ela não parava de falar do casamento. Acho que ela
infarta se eu não me casar até o final do ano. – Charlotte respondeu
sorridente, ela estava claramente muito feliz. – E então nós
podemos ir?
–Claro, vamos.
–Tem seu lado bom. Mas acredite, também tem o lado ruim. –
Respondi.
–Ah que pena. Mas não liga não, ele nem era tão bonito assim. –
Rebecca disse fazendo uma careta.
–Para tudo!
Fiquei imóvel.
–Eu não quis dizer que era para você para de se mexer. – Ela
explicou. – É que tem um deus grego olhando pra cá, e eu acho que
ele está de olho em você.
–Uall talvez seja minha noite de sorte. Me diz mais! Ele é loiro ou
moreno? Qual a cor dos olhos?
–Pele clara, cabelos escuros, acho que os olhos são claros, mas
não da pra ver por causa das luzes. Ele tem ombros bem largos,
uma boca reta e firme, queixo quadrado, e mãos grandes...
–Ah não! Theodore Grey!
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–O prazer é todo meu Sr. Grey. – Becca diz enquanto seu rosto
assume um tom avermelhado.
Oh não! Ela entendeu tudo errado, eu não quero ficar perto dele.
–Beba alguma coisa comigo. Prometo que não vou tomar muito
o seu tempo. – Theodore insisti, seu humor está muito melhor do
que quando o conheci, pelo menos agora ele sorri. Eu balanço a
cabeça concordando, e ele se senta na minha frente. Olho para o
lado, e não vejo mais Rebecca.
–Muito.
–O que você quer beber? – Ele acena para uma garçonete que
em dois segundos mágicos atravessa a pista de dança, e para na
nossa frente. Ela não para de olhar para ele, eu não a culpo, eu
também estava.
–Não importa, você não tem nada haver com isso. – Respondo
curta e grossa.
–Eu vi que você bebeu bastante, e sua amiga também. Não seja
imprudente de dirigir alcoolizada pela cidade. O que seu pai diria se
soubesse disso? – Agora seu tom de voz é reprovador.
Mas que filho da mãe! Como ele sabe que eu já bebi bastante? E
por que ele se importa se eu vou dirigir alcoolizada? E como ele
ousa colocar o nome do meu pai nesta conversa? E se ele sabe
que já bebi bastante, por que me oferece uma bebida? Arrgh!
Me.Mate.Agora.Por.Favor!
–Você está sentindo isso? É tudo culpa sua. Eu fico duro todas
as vezes que você me desafia. – Ele rosna no meu ouvido.
–Do cara loiro com a mão boba na sua coxa. Ele estava louco
para por os dedos entre suas pernas.
Ele aproxima seus lábios dos meus, estão tão próximos. Ele
desliza a mão pelo meu quadril, e toca a barra do meu vestido.
Seus lábios se movem para frente e tocam os meus, ele me beija
suavemente. Eu não retribuo, e ele insiste, e morde meus lábios, ao
mesmo tempo em que uma de suas mãos escorrega entre minhas
pernas. Não sou capaz de conter outro gemido. Estou arfando,
minha pulsação está acelerada. Aquela montanha de homem
espetacular está tentando me deixar maluca. Mas uma vez seus
lábios tocam os meus, desta vez com mais urgência, ele tenta
empurrar a língua dentro da minha boca. Não sou mais capaz de
resistir. Sou uma mulher de carne e osso, e não feita de gelo. Não
sou um anjo, estou mais para um demônio. Estou ardendo, estou
sofrendo por tentar resistir. Não posso escapar, eu quero ele. Acabo
entregando-me de vez.
Meu corpo todo se agita por dentro com suas palavras. O modo
como ele diz o que sente. O que quer, não se importando com
nada. Suas palavras picantes, quentes, sensuais, e pervertidas me
deixam com tesão. Não sei como cai nessa tentação, eu não sou
assim, eu costumo ser muito mais equilibrada e determinada. Não
acredito que cedi aos encantos de Theodore. E se ele estiver me
usando? Ele é um homem rico, lindo, e cheio de testosterona. Pode
ter qualquer mulher que quiser. Por que ele está aqui? Por que ele
me quer? Eu sou filha de Gideon Cross, se ele conseguir me
seduzir ele pode ter o que quer mais rapidamente, sem nenhuma
complicação. É óbvio. Theodore está jogando comigo!
–Você acha que pode dizer essas coisas e eu vou cair aos seus
pés? – Eu explodo. – Pois você está muito enganado. Eu não vou
deixar você me usar. Fique longe de mim Theodore Grey, eu não te
desejo.
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–Alexa. Sim?
–Bom Dia meu anjo, dormiu bem? – A voz da minha mãe soa ao
telefone.
–Eu sei querida, sei que você vai viajar para Seattle, seu pai me
contou. Quero me despedir de você, antes que vá.
–Eu não lembro de ter dito que queria ir, Alexa. – Becca
resmungou.
–Mas você vai, não vou conseguir sobreviver a esse almoço sem
você.
–Obrigada Srta.
–Oi tia Eva. – Becca retribuiu o abraço. Se tem uma pessoa que
minha mãe adora, é Rebecca. Além de nós duas termos crescido
praticamente juntas. Minha mãe faz questão que Becca a chame de
Tia.
–Quem?
–Um casal, sócios do seu pai.
–Ah.
–Vamos até lá, seu pai quer apresenta-los para você. – Eva
disse, e saiu caminhando a nossa frente. Sem olhar para trás para
saber se estávamos atrás dela. Não precisava, é claro que eu e
Rebecca estávamos coladas em seus pés.
Ao seu lado estava uma mulher que aparentava ser alguns anos
mais velha. Ela era baixinha e cheinha, com bochechas bem
salientes e avermelhadas. Seus cabelos eram curtos e ondulados.
Ela usava um vestido azul claro, e parecia estranhamente
profissional.
–Pai não engane o Sr. Grey. Você sabe que venceria todas, não
importa quantas vezes joga-se. – Eu disse, e por hábito elevei o
queixo para enfrentar o olhar abrasador de Grey.
–Eu adoraria enfrentar você Srta. Cross. – Sua voz soou firme,
intimidante.
–Eu nunca jogo, sem apostar algo em troca. – Ele sussurrou tão
próximo de mim, que cada célula do meu corpo estava alerta.
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–Ai amiga tem certeza? Olhe eu sei o quanto você é boa, por
isso eu acho que você deveria pensar melhor, e quem sabe, perder
de propósito?
–Então vai lá, se joga em cima dele, talvez ele realmente queira
isso. – Resmunguei.
–Bem, acho que nós temos uma partida de xadrez para assistir.
– Gideon disse. – E eu estou apostando tudo em Alexandra. –
Então ele sorriu para mim, e eu retribui.
–Eu realmente já vi Grey jogar outras vezes, assim como vi ele
enfrentando você Sr. Cross. Acredito que a senhorita Cross seja
boa. Mas tão boa quanto Grey? Ah isso eu duvido. Minhas apostas
estão no meu chefe. – Sylvia disse com o cintilar de um sorriso. Eu
pensei que talvez ela estivesse apenas puxando o saco de seu
patrão, mas na verdade ela pareceu verdadeira. Ela realmente
parecia estar apostando em Theodore, por acreditar que ele poderia
vencê-la.
Ah que bastardo! Eu não posso dizer a todos que ele estava com
sua mão sobre a minha coxa, tentando me levar a loucura,
pensando na forma como ele me toca, do calor de suas mãos, na
delicadeza e no jeito brusco. Eu não posso acusar isso, não na
frente dos meus pais. Ele me enganou!
Não posso acreditar que ele jogou tão sujo desse jeito. Primeiro
colocando suas mãos em mim, e tocando-me de forma intima.
Segundo me despistando, e fazendo aquela maldita jogada idiota.
Ele foi tão baixo a ponto de fazer um mate de louco. Ele moveu
apenas duas peças e me venceu. E tudo isso por que não consegui
me concentrar no jogo, e escolher uma peça adequada para mover.
Mas isso é inteiramente culpa dele, Grey de uma forma ou de outra
roubou no jogo, e eu não posso dizer isso, por que eu teria de falar
em frente aos meus pais que o futuro sócio do meu pai, e o homem
com quem vou começar a trabalhar anda me cercando, me
tentando, me desejando, fazendo com que eu fique louca. Às vezes
louca de luxúria, às vezes louca de raiva.
Ouve uma batida na porta, em seguida outra. Respirei fundo e
abri a porta, esperando encontrar Rebecca ou minha mãe. Mas
incrivelmente mais uma vez aqui estava ele. Theodore Grey. Seu
perfume ricocheteou através do meu sentido. Junto com o cheiro de
couro que sua jaqueta emanava. Um sorriso cínico brincava em
seus lábios, seus olhos azuis como o céu da manhã, tão lindos que
deveria ser até mesmo proibido olhar.
–Você não tem como provar que eu roubei. Mesmo por que eu
não roubei. – Ele deu dois passos na minha direção, e eu me
afastei-me dando três para trás.
–Theodore, abre a porta, sai daqui. – Minha voz saiu com uma
leve rouquidão e um hesitar. Amaldiçoei-me internamente.
–Então você está voltando com sua palavra? Alexa não importa
a forma como eu ganhei, eu apenas ganhei. – Sua voz quando
pronunciava o meu nome deixava-me tremula, incapaz de pensar
direito.
–Tudo bem! Você quer um jantar? Nós vamos jantar. Amanhã à
noite, eu conheço um bom lugar. – Respondi. Empurrei-o e passei
ao seu lado, abri a porta, e sai no corredor. Mas fui impedida
quando sua mão puxou meu braço me fazendo girar, e bater contra
o seu peito duro como pedra. Suas mãos estavam na minha cintura
enlaçando-me presa em questão de segundos. Sua cabeça
inclinada para baixo, e seus lábios a centímetros do meu. Meu
pensamento foi em um Whisky com um sabor forte, e cheio de
álcool. A bebida que ele tomou antes de me beijar no corredor
escuro da Parmal.
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–Oi Charlotte.
–Alexa? Oi, eu estou ligando para desejar boa sorte com sua
viagem. É uma pena que justo agora que estou em Nova York você
tem que ir embora.
–Ah nem me fale. Por mim eu não iria para essa viagem, mas
estou sendo obrigada pelo patrão.
–Ah Alexa não deve ser tão ruim assim. Você sabe quanto
tempo vai ficar fora?
–Prontíssima, vamos.
–Ei, eu vou estar com muito mais saudades, vou sentir falta de
almoçar com você, de rir dos seus sarcasmos, o apartamento vai
ser uma merda enquanto estiver sem você dentro.
–Eu deixo você levar uns caras, e fazer uma orgia, realmente
não me incomodo.
–Ah sim, vai sonhando. Bem, eu vou indo. Acho que quanto mais
eu demorar vai ser pior. Vou te ligar todos os dias, tudo bem?
–Filha você ainda está brava comigo por que estou lhe
mandando para uma viagem de uma semana para Seattle? –
Gideon perguntou-me encarando-me com seus olhos
profundamente azuis.
–Não é com você pai. Na verdade não é nada. Eu vou ficar bem,
eu prometo.
Angus abre a porta para mim, e logo Dafne está ao meu lado.
Enquanto Angus busca nossas malas no carro, eu caminho em
direção as escadas que dão ao avião. Assim que entro na cabine
dou de cara com um homem e uma mulher em trajes de pilotos. O
homem alto e magro me olha de cima a baixo.
–Dom Dia. A senhorita deve ser Alexandra Cross, certo? – Ele
pergunta cordialmente profissional. – Eu sou Stephen, o piloto. E
esta é a copiloto Beighley.
–Não quero falar com você Sr. Grey. – Resmungo. Ele sorri.
–Tudo bem Sr. Grey, dois dias, e apenas dois dias. – Concordo.
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–Boa Tarde Srta. Cross. Dormiu bem? – Grey pergunta. Ele está
sério.
–Você me colocou na cama. – Eu digo, não é bem uma
pergunta, apenas uma afirmação já que eu tenho certeza que foi ele
que me colocou no quarto.
–Este é Connor meu motorista e ele vai estar ao seu dispor para
onde você precisar ir Srta. Cross. – Grey diz sem tirar os olhos do
Black Berry, onde ele está digitando uma mensagem.
–Por que então o Senhor não vai com Connor e me deixe dirigir
meu próprio carro! – Elevo o tom de voz.
–Sonhos? Do que o senhor está falando? Por favor, Sr. Grey não
desvie da conversa.
–Eu não sei do que você está falando. – Murmuro e minha voz
falha. Engulo em seco, e molho meus lábios entreabertos.
–Eu e você sabemos que não é isso o que você quer. Então me
diga Alexandra, o que você quer? – Ele exige. Suas mãos
pressionam minhas coxas sobre o tecido do jeans, mas posso senti-
las como se estivessem quentes sobre minha pele nua. Então ele
agarra minha cabeça com as duas mãos e aproxima seus lábios
dos meus, roçando-os de levinho. Eu ofego.
–Ah não? Então o que foi isso que acabou de acontecer aqui?
–Alexa, filha?
–Ah! Tudo bem. Alexa comporte-se, por favor, esta não é Nova
York onde seu pai controla tudo, por isso não faça nenhuma
besteira.
Ah Becca...
“Nada. Vou ficar longe dele, evita-lo. Grey não é o cara para
mim. Esqueci-me de mencionar que ele quer me foder de quatro.
Sim , essas são palavras da boca dele, e não minha”
“Pode ter certeza que eu não lhe farei mais esse favor. Não vou
beijar Theodore mais, não vou nem ao menos chegar perto dele”
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–Eu acho que está claro que eu não estou pronta. – Respondo
ríspida. Ele ainda olha para o meu roupão, especificamente para o
laço amarrado firmemente envolta da minha cintura. Sinto-me
incomodada, inquieta, como se a qualquer momento meu roupão
fosse cair, com a força e intensidade de seu olhar.
–Claro que não. Bem, eu não estou pronta, vou pedir a minha
secretária ajuda para arrumar as malas. – Digo e estou prestes a
fechar a porta, quando ele fala.
–Eu posso ajuda-la. Infelizmente a Srta. Leitton já foi para
Seattle, ela saiu faz uma hora, acompanhada de Natalie. E nós
vamos agora.
Antes que ele diga mais alguma coisa, eu bato a porta e retorno
ao quarto para vestir minhas roupas, e terminar de ajeitar minhas
malas. Uma hora depois eu estou pronta, e desço. Encontro
Theodore no Hall, ele acena para fora, e eu o sigo. Connor abre a
porta do carro para mim, e eu entro, logo em seguida Grey senta-se
ao meu lado.
–De jeito nenhum que eu vou entrar ai. – Digo, minhas mãos já
estão tremendo em antecipação. Droga helicóptero não!
Oh meu deus...
–Eu não estaria aqui se não soubesse. Fui piloto por quatro anos
senhorita Cross. – Ele diz. – Ponho os fones de ouvido Srta. Cross.
Puxa, se ele ao menos não ficasse tão sexy falando sério desta
maneira.
Para onde será que eu vou agora? Não sei onde estou
hospedada, e minha secretaria me abandonou, que raiva.
Aguarde-me Baby...
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–Muita e o Senhor?
–Só de você.
Vamos continuar Sr. Grey por que esta noite eu estou mais do
que preparada para enfrentar os seus encantos. Sento-me no sofá,
e levo a taça a boca, bebo mais um gole de champanhe, cruzo
minhas pernas, e meu vestido sobe pelo menos cinco centímetros.
Grey senta-se na minha frente, ele observa-me como se a qualquer
momento fosse dar o bote em sua presa. Descanso a taça sobre a
mesinha de centro, e retiro uma ostra de dentro do prato
elegantemente elaborado. Não tenho certeza se é mito ou verdade
sobre ostras serem afrodisíacas, espero que não sejam já que meu
objetivo é não ir parar na cama de Grey. Mas agradeço muitíssimo
por dentro, por esse alimento tão sensual. Sim, foi exatamente o
que eu disse.
–Não faça isso Alexa. – Grey adverte-me mais uma vez. Seus
olhos escuros, desejosos.
Veja jó deixei de ser Srta. Cross, para ser Alexa? Acho que
estou jogando bem.
–Diga-me Sr. Grey por que eu? Por que o senhor insiste tanto
que seja eu? Por que você quer sexo comigo?
–Submissão.
–Alexa por que tentar resistir tanto? Eu sei que você quer o
mesmo que eu, então por que lutar contra o inevitável? Isso vai
acontecer mais cedo ou mais tarde. Nós ainda vamos passar muito
tempo juntos, por que não se entregar agora, nesse momento,
quando eu sinto que você está tão pronta para mim?
–Bem, é assim Srta. Cross? Agora você vai correr para dentro do
seu quarto, e se esconder. Você vai tentar ignorar o que está dentro
de você, vai tentar esquecer as minhas palavras, quando no fundo
você sabe que só está indo embora, por que eu estou certo. Não
importa quantas partidas jogarmos, eu sempre vou vencer, por que
eu estou certo.
–Como eu digo, você pensa demais Alexa. Não basta saber que
eu te quero, como você me quer? – Ele sussurra com os lábios
próximos aos meus.
Estou perdida...
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Oh...Brincar? Humm
–Só o seu pau? Não Sr. Grey eu estou cobiçando tudo em você.
–Agora Srta. Cross eu vou sentir o seu gosto. – Ele diz, entre
minhas pernas.
–Você tem uma boca bem suja na cama, Srta. Cross. – Grey diz,
levanto o meu olhar para encara-lo, ele está sorrindo.
Meu corpo já está entregue a ele, e com sua voz, grossa, firme,
eu perco o controle. Os nós dos meus dedos estão brancos com a
força que imponho ao segurar os lençóis, meu corpo estremece, e
eu sinto que estou próxima da borda. Quando um de seus dedos
escorrega para dentro de mim, é o limite.
–Oh deus!
Ele retira a mão, e leva sua boca, quente e macia, e sua língua
circula envolta da aureola. Arqueio meu corpo, e empurro meu seio
em sua boca. Eu quero mais, preciso de mais. Ele chupa firme, e
por fim morde meu mamilo, solto um gemido entre dentes, e agarro
suas costas, arrastando minhas unhas sobre sua pele, arranhando-
o. Ouço quando um gemido rouco retumba no fundo de sua
garganta.
Oh ele gosta...
Ele abaixa a outra taça do meu sutiã, e leva a boca ao meu outro
mamilo, lambe, e chupa-o, e por fim morde-o também, arrancando
outro gemido de minha boca.
Wow deixe que a Alexa aqui sabe bem como cuidar deste
serviço. Agarrei seu pênis com as duas mãos, e acariciei ao longo
de toda a extensão, senti os músculos de Theodore ficar tensos, e
ele cerrou a mandíbula. Nossa é muito bom, muito grande.
–Sim. Bem, eu lhe disse que não vou ser sua submissa, então
não quero ficar por baixo.
Ele bufa.
–Ok você já teve sua cota. – Ele diz. – Agora eu vou fode-la.
Num movimento muito rápido, eu estou por baixo, e ele por cima.
Ele segura minhas pernas e levanta para cima, abrindo-as. Suas
mãos agarram minhas nádegas, e ele aperta a minha bunda.
–E depois?
Mas como? Oh. Ele voltou. Ele voltou. Oh meu deus ele voltou!
Por dentro pulo e grito de felicidade, ele está aqui, não na sua
cama, e sim na minha temporariamente, mas mesmo assim ele
voltou. Está cheiroso, e gostoso após o banho, seus cabelos ainda
estão um pouco úmidos, ele não veste nenhuma camisa, apenas
cuecas. Minha vontade é correr as mãos sobre o seu corpo, mas
não quero acorda-lo, e nem quero acabar com este sonho. Volto a
deitar na cama, e aproveito-me um pouquinho enroscando minhas
pernas na dele, fecho meus olhos, e deixo que o sono venha, e me
deixe adormecer feliz.
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–Sim, eu sou.
–Eu sei que sim, mas isso não vai acontecer. Bem, não agora.
–Você vai sair de novo, para depois voltar, como fez ontem à
noite?- Minha voz soa um pouco alta e irritada.
–Nós não vamos discutir isso agora. – Ele diz sério. – Alexa,
temos que acertar alguns termos que eu talvez não tenha deixado
bem claro.
Ele suspira exasperado, mas sai pela porta. Tenho uma vontade
imensa de alcançar o vaso mais próximo e acertar na cabeça do
desgraçado. Não entendo como ele pode mudar de humor tão
rapidamente, acordamos felizes, e terminamos brigados mais uma
vez. Eu só queria entender, eu só queria saber por que esses
termos, por que essa hesitação em tudo. Por que ele simplesmente
não pode agir como qualquer homem e me dar sexo, carinho, e
dormir ao meu lado, e então repetir tudo de novo. Mas não, este é o
Sr. Grey cheio de regras. Arghh!
–Ah mais eu não vou ficar aqui de jeito nenhum! Você pode dar
um jeito de levar minhas coisas para esse hotel, e também me
arranje um carro, o mais rápido possível eu preciso it trabalhar.
–Você não está indo embora em outro carro que não seja meu, e
você também não está indo para trocar de quarto, de jeito nenhum.
– Ele diz severo.
–O que?
Oh merda, por que escolhi saltos tão baixos? Agora ele parece
uma montanha de músculos, enquanto eu pareço uma bonequinha
de porcelana indefesa.
–Por que você quer ir, por que você quer se afastar? – Ele
sussurra bem próximo de mim.
–Por que você tem que ser um babaca estúpido o tempo todo? –
Atiro de volta, ignorando sua pergunta.
–Não é o que parece Sr. Grey. Na maioria das vezes você está
me chutando.
–Não. Primeiro você vai falar da merda dos seus limites, se não
eu vou embora!
–Tudo bem, mas eu não vou ser, e você já sabe disso. Vamos
pular para a próxima etapa, você não quer mais nada comigo por
que descobriu que eu não posso ser sua submissa?
–Certo então você ainda me quer, por que acredita que pode
mudar minha opinião. Vai sonhando Baby, mas vamos pular ao
próximo. Você disse que não dormia com nenhuma mulher, mas
voltou para mim por quê?
–Ah certo, eu entendi. E por que você não dorme com nenhuma
mulher na sua cama, e evita dormir em outras?
–Você pode ficar não tranquilo Sr. Grey por mim será apenas
carnal, eu não vou me apaixonar por você.
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“Eu disse que quero detalhes! Como é o Sr. Grey Jr? E a língua
dele, é melhor lá embaixo entre suas pernas, ou colada em seus
seios? Por que você se sentiu desprezada? Conte-me isso melhor!
E como estão às coisas entre vocês agora? Continuam se pegando
feito cão e gato ou agora é só love?”
“O Sr. Grey Jr. É muito bem dotado, digamos que meu corpo não
pode abriga-lo totalmente. A língua dele, Oh Rebecca você subiria
pelas paredes, ele é tão bom com ela embaixo quanto é em cima.
Mas você acredita que quando terminamos ele foi embora do
quarto, por que disse que não dorme com nenhuma mulher?
Loucura certo? Só que depois ele voltou e dormiu comigo. Agora
nós estamos parcialmente bem. As vezes brigamos um pouquinho o
que é normal, mas definitivamente não estamos com love. Fizemos
um acordo, apenas sexo nada de se apaixonar. O que você acha de
tudo isso?”
“Ok você precisa voltar à Nova York eu estou pirando com tudo.
Eu quero saber melhor sobre o Sr. Grey Jr bem dotado. Eu quero
saber que negócio é esse de ele não dormir com nenhuma mulher.
E que porra de acordo é esse que você fez? Como assim nenhum
dos dois vão se apaixonar? Você deve estar louca, não é como se
você pudesse evitar se apaixonar. E se você gostar muito, muito
dele?”
“Eu estarei em Nova York em dois talvez três dias. Prometo que
conto tudo o que você quiser saber. Agora eu tenho que trabalhar,
tenho relatórios para enviar para o papai. E obrigada por não
responder minhas perguntas!”.
“Vou morrer em dois ou três dias sem saber dessas merdas que
você anda fazendo por ai. Comporte-se! E sim, eu levei uma pessoa
para o apartamento. Foi muito gostoso e vou repetir. Estou com
saudades. Te amo”.
Assunto: Almoço?
Theodore Grey
CEO,GreyParticipaçõeseEmpreendimentosInc.
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Assunto: Almoço?
Bom Dia Senhor Grey, eu adoraria almoçar com você. Não estou
ocupada.
Alexandra Cross
DiretoradeFinanças,IndústriasCross.
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Assunto: Almoço?
Estarei no seu escritório em uma hora, esteja pronta. Até breve.
Theodore Grey
CEO,ParticipaçõeseEmpreendimentosInc.
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–Claro, vamos.
–Como assim? O combinado com seu pai era que você passava
essa semana, e então ia para a casa no fim de semana, para
depois retornar de novo.
–Eu sei, mas eu vou convencer meu pai do contrario. Mesmo por
que não há necessidade que eu fique aqui enquanto fazem as
reformas do prédio. Eu sou diretora financeira, não uma engenheira
ou arquiteta.
–Eu posso precisar de você. – Theodore diz com sua voz baixa,
e rouca.
–Nos dois.
–Ótimo. Talvez seja por isso que nos damos tão mal, somos
iguais.
Theodore sorri, e se aproxima de mim, seus lábios de contornos
retos se movem deliciosamente em uma voz baixa, que só eu posso
ouvir.
oOo
oOo
Tinha sido um dia que sai mais cedo do trabalho, Ava me parou
no meio do caminho que eu estava seguindo para um restaurante, e
ela me implorou por ajuda. Disse que precisava muito entrevistar
meu pai, que seria uma grande chance para ela crescer em seu
trabalho, que ela já estava perdendo as esperanças, mas que eu
seria seu ultimo recurso, sua ultima chance. Eu gostei da garota
desde o primeiro momento, e somente por isso resolvi ajuda-la.
Trocamos nossos números de telefone, e no dia seguinte eu estava
ligando para ela, por que havia conseguido a entrevista que ela
tanto precisava.Naquela mesma tarde ela entrevistou Gideon Cross,
e me agradeceu muito.
Pensei que eu jamais veria aquela repórter outra vez, já que ela
havia conseguido tudo o que queria. Mas eu estava enganada, na
noite seguinte ela me ligou convidando-me para sair, e é claro que
eu aceitei. Nós conversamos, rimos e bebemos. Eu contei um
pouco mais sobre minha vida, assim como ela falou sobre a sua.
Então ela se despediu dizendo que voltaria para Seattle, agora com
uma chance de subir em seu cargo graças à entrevista que
conseguiu.
Foi a ultima vez que eu a vi, até agora. Ava Grey continua a
mesma, se não mais bonita. Jamais pensei em ligar os
sobrenomes, até agora, quando esta na cara. Mas então o que
exatamente Ava é de Theodore, sei que irmã não, pois com a
pesquisa que fiz recentemente sobre a vida de Grey, soube que sua
irmã chama-se Phoebe.
–Obrigada. E você como está? Hoje em dia não sei nada sobre a
família Cross.
–É claro que você pode ficar Ava, será ótimo. – Sorrio e ela
retribui.
Assim que Ava sentou-se na mesa com a gente ela não fechou
mais a boca. A garota tinha tanto assunto que eu poderia ter ficado
um pouco chocada. Uma ou duas coisas que percebi é que ela
adora demais o primo, está sempre tentando chamar atenção dele
para alguma conversa. E outra coisa que eu notei é que em todos
os seus assuntos ela encontrava uma brecha para que eu pudesse
participar, e não ficar de lado. Eu realmente amei essa garota desde
que a vi pela primeira vez. Não sei por que, mas ela é um tanto
parecida comigo em alguns aspectos.
–Então Alexa se você ainda vai ficar por aqui dois dias, eu
poderia leva-la em alguns lugares divertidos. – Ela me lançou um
sorrisinho, e claramente dizia que poderia aprontar.
–A Senhorita Cross já tem compromisso Ava. – Theodore a
cortou.
–Não tenho não Ava. Eu adoraria sair com você para algum
lugar divertido.
Agora ela realmente olha para Theodore. Não consigo ler sua
expressão, mas a de Theodore eu posso, ele está nervoso, e
incomodado.
–Vou esperar.
–Nós vamos nos divertir muito. Bem, agora eu acho que eu vou
deixar vocês, tenho que voltar ao trabalho. Ava levantou-se, pegou
sua bolsa.
–Foi um prazer ver você de novo Alexa, mal posso esperar por
amanha.
–Foi bom ver você também Ava, nos vemos amanhã. Com um
aceno ela vai embora, Theodore paga a conta e nós retornamos ao
carro em silêncio. Quando estamos acomodados nos bancos, eu o
encaro curiosa.
–Bom, eu também não tenho limites, vou me dar muito bem com
ela.
–Talvez.
–Theodore!
–Aham, claro.
(...)
–Chegamos.
–É chegamos, você vai passar no meu escritório?
oOo
oOo
–Mãe!
–Ah filha, você não sabe como fiquei chateada hoje. Eu estou
tão acostumada a almoçar com você todas as quartas – feiras que
eu preparei tudo para sair, e lembrei que você não estava.
–Eu sei. Você está sendo bem tratada Alexa? Como está sua
relação com o Sr. Grey? – Sua voz tomou certa cautela.
–Ai Alexa eu fico tão mais calma em ouvir isso. Eu não sei por
que, mas eu tive a impressão de que vocês não tinha se dado bem
aqui em Nova York.
–Oh que bom. Vamos parar de falar sobre o Sr. Grey, isso está
parecendo às conversas que eu tinha com você sobre seus
namorados. E é claro que você e o Sr. Grey não tem nada. Não é?
–Sim.
–Eu disse que faria isso, não posso, e não quero depender do
seu motorista.
–Eu acho mais bonita à camisola que está por baixo. Você quer
ver? – Pergunto, e não consigo evitar molhar meus lábios
entreabertos e secos.
–Você é diferente.
–Theodore. – Gemo.
Sua boca desce sobre a minha, e ele lambe meu lábio superior e
então o inferior, minhas mãos involuntariamente agarram seus
cabelos, e eu o puxo na minha direção, e seguro seu lábio inferior
entre os meus dentes, dou uma leve mordida, e ouço um gemido
gutural subir ao fundo de sua garganta, isso me deixa
completamente excitada. Estamos ofegantes, quando eu me afasto.
–Tão linda. – Ele sussurra. Com uma mão sobre o meu quadril
ele puxa meu corpo para perto do dele, sua boca desce sobre o
meu seio, ele beija, e depois suga meu mamilo para logo em
seguida morde-lo. Estou entregue a todas as sensações, minha
cabeça cai para trás, e minhas mãos seguram firme sua camisa,
enquanto ele assopra sobre a carne sensível do meu mamilo o que
causa arrepios que eu sinto nos músculos mais profundos do meu
ventre. Ele repete todo o processo com meu outro mamilo, e
enquanto uma de suas mãos aperta meu seio firme, a outra desce
pela lateral do meu corpo, no meu quadril ele faz uma pausa, e leva
a mão entre as minhas pernas.
Oh Sim!
–Humm tão molhada, pronta para mim. – Theodore diz. Sua voz
está com aquela habitual rouquidão deliciosa, que eu tanto amo.
Seus dedos acariciam meu clitóris, e ele rica círculos deixando-me
estremecer em seus braços. Ele enfia o polegar na minha vagina, e
empurra fundo, eu gemo alto.
– Oh, por favor, isso é bom. – Murmuro. Deus eu quero que isso
continue, é uma sensação maravilhosa. Um barulho alto me assusta
e eu pulo para trás. É um toque de um celular, Theodore franze as
sobrancelhas, e olha para a mesa onde descansam as duas
taças...e um celular.
–Atende! – Digo.
–Minha irmã.
oOo
Capitulo Dezesseis: Admirada
oOo
Não posso evitar olhar admirada. Eles são tão lindos juntos.
Oh merda...
–Posso ver que você está ocupado. – Ela diz, e seus olhos
brilham na minha direção. – Seja educado e me apresente.
–Por favor, fique, seria muito bom ter sua companhia. – Insisti.
–Eu e meu irmão nos falamos mais por telefone, e ele me disse
que a filha de Gideon viria para Seattle acompanhar os andamentos
dos projetos, mas eu não imaginei que ele fosse hospeda-la no
escala. Meu irmão não hospeda nenhuma mulher em seu canto.
Estou surpresa de encontra-la aqui Alexa.
–Ah sim... gentil. – Ela olha firmemente para Theodore, mas ele
encara tudo e qualquer coisa menos a irmã. – Teddy eu vim para
lhe fazer um convite, eu não queria dizer por telefone, preferia que
fosse pessoalmente.
–Um convite Ebe? Você sabe que eu estou com muito trabalho,
tenho que dar atenção a muitas coisas ao mesmo tempo.
–Ah sim, eu posso ver que você anda dando atenção a muitas
coisas. – Ela mais uma vez lança um olhar entre mim e ele, e eu
estou afundando em minha cadeira.
–An...eu?
–Foi o meu irmão que mandou você dizer para mim que vocês
não tem nada? – Ela pergunta furiosa. – Você está pedindo para ela
mentir na cara dura de sua irmã Theodore? – Phoebe o enfrenta
com um olhar carrancudo. Até mesmo brava ela se parece com ele.
–Obrigada Phoebe.
–Sua irmã, ela é... ela é tão. Droga eu não tenho nem palavras
para dizer o quanto impressionada eu estou.
–Como estão. Phoebe sabe que temos um caso, mas nós não
vamos passar disso, um caso, então não há nada para resolver.
Você como mesma disse vai embora ao final da semana, e assim
que minha irmã ver que não estou com você ela vai saber que
éramos apenas um caso.
–Tem certeza?
–Absoluta, preciso de um tempo.
oOo
oOo
Eu sei que Thomaz ligou não apenas para saber por que eu
estava faltando as suas aulas. Claro que ele odeia quando eu perco
uma aula, mas ele odeia mais ainda o fato de não me ver. Eu
comecei Krav Maga quando tinha dezessete anos por que eu
descobri que minha mãe teve esse tipo de aula quando era jovem.
E eu sempre gostei de fazer coisas como minha mãe fazia então eu
me inscrevi. Eu conheço Thomaz há oito anos, desde que ele
começou a me ensinar. Digamos que eu era uma adolescente
privada de muitas coisas, e Campbell se tornou um passe para fugir
de estar presa o tempo todo, de ser correta o tempo todo. Ele teve
uma quedinha por mim desde o momento em que eu surgi em seu
tatame vestindo um vestido rosa florido, e sandálias de salto alto.
Foi muito difícil no começo, ele me via como algo delicado, e suave
e teve problemas em me tocar. Confesso que em muitas das
minhas aulas eu acabei em sua cama ao invés do tatame, ele foi o
meu primeiro, e eu não me arrependo de nada. A não ser de
quando minha mãe descobriu e achou que ele estava se
aproveitando de mim. Mas eu a fiz entender que eu gostava dele. E
quem não gostaria? Thomaz era todo músculo desde jovem, com o
cabelo loiro ferrugem, e olhos verdes profundos. Nós ficamos três
anos namorando e então acabou. Eu não estava pronta para um
relacionamento mais sério e ele muito menos.E apesar de que
agora somos somente amigos, nós ainda temos uma ligação, algo
que eu nunca vou esquecer.
–Uau você está uma gata. Nós vamos arrasar hoje. – Ela
exclamou e me deu um beijo em ambas as bochechas.
–Obrigada Teddy. Hey vamos, nós temos muitos lugares parar ir.
– Ava puxou minha mão.
–Ava. – Theodore chamou. – Juízo, não vá colocar você e Alexa
em problemas. -Sem problemas Teddy, vamos. Eu sai do escala
determinada a aproveitar tudo o que a noite trouxesse, por que eu
simplesmente estava furiosa demais com Theodore. Agora o que é
isso? Ele falou com Ava como se eu fosse uma adolescente, uma
criança que não pode se manter longe de problemas. Será que ele
pensa que eu sou mesmo sua responsabilidade? O inferno que eu
sou.
–Damian.
–Jesus até o nome é sexy. Damian. Você ainda fala com ele?
–É complicado. – Murmurei.
–Hey sabe qual é o lado bom de você transar com um cara que é
dono deste lugar? Eu ganho tudo de graça, desde bebidas até a
entrada vip. Não vamos precisar ficar na fila. – Ava disse
descaradamente.
–Hey garota vai com calma isso não é suco de caixinha. –Ava
disse. Ela pegou a garrafa da minha mão e nós continuamos a
caminhar pela rua comprida e deserta enquanto reservávamos a
garrafa.
–Eles não eram seu primo. Eles não eram tão bons quanto
Theodore Grey, o Sr. Coisa Sexy Arrogante.
–Sr. Coisa Sexy Arrogante? Deus por que isso parece tão
correto para o meu primo?
–Eu tenho que concordar com você Alexa, ele é. Estou feliz que
te deixei bêbada o suficiente para você se abrir comigo, eu sabia
que tinha algo entre vocês dois.
–Não...
–Ava...
oOo
oOo
–Humm
–O que? – Murmurei.
–Ah é? Vamos ver o que Gideon Cross vai achar da sua atitude,
vamos ver o quão diferente de mim ele vai agir!
–Meu pai? Não! Você não está indo para contar isso para o meu
pai, eu sou uma mulher adulta Theodore!
–Porra Alexa não tem nada haver com a minha maldita agenda,
ou o meu tempo, ou o meu trabalho! – Ele exclamou, andando de
um lado para o outro no quarto eu podia ver que ele estava agitado,
e nervoso também por que ficou o tempo todo passando as duas
mãos pelo cabelo, um hábito. – Eu me preocupo com você. Porra
eu me preocupo muito com você.
–Foi por isso que você me colocou aqui? Por que Ava estava no
quarto de hospedes?
–Tudo bem, só, por favor, não faça mais isso, ok? Eu disse que
sair com minha prima não era bom para você.
–Você não deveria brigar com ela. Isso é tudo culpa sua!
Theodore parou nos pés da cama, seus olhos correndo por cima
do lençol, até ele puxa-lo de cima de mim, seus olhos pararam em
minhas pernas descobertas e subiram pelas minhas coxas, minha
barriga, os meus seios, até a minha boca. Ele agarrou os meus
tornozelos e me puxou delicadamente para baixo, tomando cuidado
olhando para o meu cotovelo machucado. Minha pele já queimava
onde a sua tocava, um fogo acendeu dentro de mim, e minha pele
se arrepiou, um frio cobriu minha barriga, uma sensação deliciosa.
Meus lábios estavam secos, passei a língua sobre eles, o
movimento não escapou do olhar de Theodore que escureceu com
o desejo.
–Pensei que você não gostasse mais dos meus lábios, e nem
quisesse mais o meu corpo. Você estava distante.
–Eu sinto muito se eu fiz parecer que eu não queria mais nada. –
Ele disse. – Mas a verdade é que eu quero você, e quero muito. Eu
não entendo, mas eu sinto algo diferente por você Alexa. Eu...Eu
não quero que você vá embora.
–Não quer?
–Então volta pra mim semana que vem? Por favor, volte.
–Tudo bem, eu vou lhe dar o seu tempo. Mas eu vou fazer
qualquer coisa para que você fique, e isso inclui os jogos sujos. –
Seu olhar caiu para os meus lábios, traçando com olhos os
contornos da minha boca carnuda.
oOo
oOo
–Sim, por quatro anos. Foi onde eu conheci Connor, ele era o
meu parceiro.
–Ah então está explicado.
–ok.
–Tudo bem, obrigada Alexa. Mas você tinha que ver como o meu
primo ficou, ele estava maluco ao telefone, e quando encontrou
você ele me manteve afastada o tempo todo, nem deixou Connor
ajuda-lo a colocar você no carro. De jeito nenhum ele quis fazer
tudo sozinho. Eu disse que poderia lhe dar um banho e Abby
também se ofereceu para ajudar, mas ele não permitiu. Disse que
ele mesmo faria, e como você havia comentado algumas coisas
comigo na noite, eu achei que vocês já tivessem intimidades o
bastante para deixa-lo fazer. Mas ameacei socar a cara dele se
desse um de engraçadinho, ele me expulsou do quarto, e não me
deixou mais entrar, apenas um médico, e depois disso mais
ninguém.
–Não ele não está bravo com você Ava, não é Theodore? –
Virei-me em sua direção e lhe lancei um olhar gélido para ele ter
muito cuidado com o que falar.
–Eu sei eu vou comer alguma coisa rapidamente, tenho que voar
para o trabalho. Tenho tantas coisas para fazer, já que é meu ultimo
dia em Seattle.
–Eu não sei Ava, não tenho certeza se vou voltar. – Respondi, e
virei-me para Theodore. – E eu não vou ficar em casa
descansando, eu vou trabalhar.
–Você ainda não está boa para sair dirigindo por ai, e ficar dentro
do escritório o dia todo. – Ele disse.
–Tem certeza que está tudo bem? Você não quer tomar algum
remédio? – Ava ofereceu.
–Não eu estou perfeitamente bem. Humm Aah eu acho, ui, está
um pouco calor aqui.
–Você vai perder uma reunião para sair comigo? Por que você
quer me convencer a ficar em Seattle, ao invés de voltar para Nova
York? E você acredita que vai conseguir isso, se me levar nesse
certo lugar?
–As resposta são Sim. Sim. Sim, e não é apenas um lugar. Nós
vamos dar algumas voltas por ai.
–Você vai comigo. Não é um convite, você tem que vir. E vista
qualquer coisa.
–Tudo menos mini saia e top. – Ele disse, e então soltou o laço
do meu robe.
oOo
oOo
–Alexa. – Ele rosna meu nome com a voz grossa, céus eu amo
quando ele faz isso. – Vamos embora, antes que o meu plano vá
por agua abaixo e eu arranque a sua calcinha aqui.
–Hey Becca!
–Sim, Sim eu estou indo para algum lugar que eu não sei onde
é. E não estou dirigindo, então podemos falar.
–Como assim um lugar que você não sabe onde é? Alexa, o que
você está aprontando?
–Eu quero ver você Alexa, preciso saber tudo o que você fez ai,
tenho tantas coisas para contar também. Eu torço por você e Grey,
mas não quero perde-la também.
–Ah Becca para com isso, eu não quero chorar. Eu vou estar de
volta eu prometo, em breve.
–Disse que foi uma loucura eu concordar, que isso não tem
cabimento.
–Desde que a única coisa que eu sei fazer é café, e você tem
uma empregada supostamente por que não cozinha, então eu
imagino que você vai pedir algo para a gente comer.
–Ok.
–Eu quero você Alexa. Diga que você me quer. – Ele pede.
–Teddy finja que eu não entrei ainda, ok? Eu não acabei de ver o
que eu vi, e não os interrompi. Na verdade eu estou na cozinha com
a Sra. Jones, e seu pai também, por que acabamos de chegar de
viagem, e nós queremos almoçar com o nosso filho e sua
convidada que eu acho que é mais do que especial, certo? Estou
esperando-os lá embaixo, com licença, e desculpe-me a
interrupção. Lembrem-se eu nem vi vocês ainda.
–Oh o que? Não! Eu não posso depois disso! Ai não, eu não vou
fazer isso, eu não consigo.
oOo
oOo
–Você está tremendo. Hey onde está à pequena Alexa forte que
vive me provocando?
Eu quase engasgo com minha própria saliva. O que foi que ele
disse? Ai meu deus será que a mãe de Theodore contou o que viu?
Será que eles pensam que sou sua namorada. Oh não!
Ele falou? Humm eu daria muitas coisas para saber o que ele
andou falando de mim para os seus pais.
–O que? – Murmuro.
O que ele tem na cabeça para lembrar sua mãe da cena em que
nos encontrou?
–Sim eles nos dão orgulho. Ambos puxaram alguns traços meus
e de Ana. Se você conhecesse Phoebe veria o quanto os dois são
parecidos, não apenas na aparência como nas atitudes também. –
Christian diz. E na minha cabeça eu penso como ele. Seus filhos
são muito parecidos com os pais.
–Eu ainda não sei se eu vou Ana. Amanhã eu volto para Nova
York e não sei se retorno há Seattle.
–Ah que pena. Seria tão bom se você fosse, seria a primeira vez
que alguém veria Theodore acompanhado de uma mulher que não
é sua sócia ou algo parecido. – Ana diz.
–Por quê?
–Por que eu sinto que devo. Desculpe pela forma como você me
encontrou com seu filho. Eu sinto muito, é sua casa, e foi realmente
embaraçoso.
–Feliz?
–Sim feliz. Eu acho que meu filho gosta muito de você Alexa, e
Theodore não gosta de alguém assim há muito tempo. Eu consigo
ver algo nele, um brilho em seus olhos, o mesmo olhar que seu pai
tinha para mim quando éramos jovens e apaixonados.
–Obrigada Ana.
–Tem mais? Eu achei que esse era o lugar onde você queria me
levar.
Eu não sei por que, mas acho que o nosso próximo destino pode
ser realmente o melhor do dia. E eu não vejo a hora de chegar lá,
quero mais surpresas, quero mais momentos com Theodore, quero
ser surpreendida novamente. E com certeza quero mais daquele
amasso que começamos no seu quarto. Eu não sei se Ana está
certa ou não. Mas algo mudou em Theodore, ela tem razão sobre o
brilho em seus olhos, é mágico e brilhante e me faz querer olhar
dentro daquelas piscinas safiras pelo resto da vida.
oOo
Capitulo Vinte e Dois: Dominada
oOo
–O que foi?
–Hey pequena escute agora nós vamos velejar. Eu vou até ali
desenrolar as velas, e depois que eu der o sinal você desliga o
motor. – Theodore diz. Eu aceno entusiasmada.
–Wow é incrível!
Assim que Theodore dá o sinal, eu aperto o botão e desligo os
motores. Agora estamos velejando, e parece que estamos indo bem
rápido cortando as lindas aguas azuis.
–Eu também.
–Então fique comigo, eu vou lhe dar mais momentos como esse,
eu prometo.
Eu o encaro louca para gritar. Sim! Eu quero ficar com você! Mas
eu não posso, não posso fazer isso. Por que eu ainda não acredito
que este Theodore vai estar comigo todos os dias, as mudanças de
humor dele acontecem em momentos menos inesperados. E ainda
assim eu preciso voltar para casa, eu quero voltar para casa. Sinto
falta da minha família, dos meus amigos, das coisas que eu fazia,
até do meu carro, do meu trabalho, e do meu apartamento. Eu não
posso fazer isso...
Ele ataca minha boca novamente com ainda mais fome, suas
mãos afagam meu corpo sobre nossas roupas. Com um movimento
rápido ele me coloca sobre a cama e fica sobre mim. Enquanto me
beija ele desfaz o botão da minha calça, e desce o zíper, se afasta
e puxa minhas calças para fora e depois retira minha blusa. Estou
quente, e minha calcinha está molhada, preciso dele mais do que
tudo. Ele olha para mim, olha, olha como se estivesse pensando.
Amarrar? Eu? Oh meu deus por que isso soa tão quente?
–Theodore. – Gemo.
–Você vai ficar comigo? – Ele murmura com a boca ainda sobre
o meu seio.
–Humm Theodore.
–Não posso...Mais.
–Diga que vai ficar comigo, por favor. – Ele implora e pela
primeira vez estou considerando ficar.
–Tudo bem, você vai, e então você volta. Você volta para mim.
–Theodore...
–Isso não vai dar certo Theodore. Eu e você assim, não vai dar.
Eu não posso ficar com você as vezes que você tiver vontade e em
seguida me dispensar por que eu não passo de um caso.
–Tudo bem! Tudo bem, eu fico. Mas eu vou para casa ver a
minha família, e depois eu volto.
Eu estou pronta para dizer: Sim eu sei. Mas ele ataca a minha
boca roubando completamente o meu fôlego enquanto me fode
duro. Ele me penetra várias vezes enquanto beija a minha boca,
chupa meus mamilos, morde o meu ombro. Estamos ambos
exaustos e acabados depois de gozarmos juntos, e alcançarmos
um clímax arrebatador. Theodore soltou-me do nó da gravata e
meus pulsos ficaram marcados. Ele os massageia um pouco e
depois beija cada um. Estou esperando que ele vá se levantar e cair
fora dizendo-me que não dorme com nenhuma mulher depois do
sexo, mas dessa vez ele não o faz. Ele me puxa para ele, e eu
descanso a cabeça no seu peito, enquanto ele acaricia o meu braço
nu e espera sua respiração se acalmar.
É tão perfeito que eu não ouso me mexer com medo de que tudo
vá acabar. Por algum motivo oculto eu acredito que fiz uma boa
escolha. Vou ver meus pais, e meus amigos, e então eu voltar para
ele, e cobrar mais momentos incríveis como esse.
oOo
oOo
Não acredito que uma semana se passou, eu estive por dois dias
em Portland e três em Seattle e agora estou voltando para Nova
York. Para a minha casa, minha família, meus amigos, meu
trabalho, meu carro, minha rotina. Porem deixando Theodore para
trás. Apenas pensar sobre isso me deixa completamente infeliz.
Então eu tento limpar essa nuvem escura e tenebrosa da minha
cabeça e pensar na parte boa, eu estarei de novo com ele em
breve. Só espero que ele continue sendo este Theodore gentil,
carinhoso, e protetor. As coisas que ele fez por mim ontem
mudaram muito meu pensamento sobre ele. Eu adorei visitar sua
casa, conhecer seus pais. Mas amei ainda mais que ele me levou
ao The Grace, que nós tivemos uma foda maravilhosa, em seguida
nós jantamos em um restaurante perto da marina, e voltamos para
casa. Mas as coisas boas continuaram por que assim que eu sai do
banho para ir dormir, Theodore estava na minha cama embaixo dos
meus lençóis, e nu. Esperando-me para dormir junto com ele. Foi
tudo maravilhoso ontem, e por isso eu quero lhe dar uma chance,
por isso eu vou voltar para ele.
Arrastei minhas malas para baixo, e fui tomar café. Abby não
estava na cozinha, mas já havia preparado várias guloseimas para
um café da manhã perfeito. Theodore tinha ido tomar banho em seu
quarto ao mesmo tempo que eu. Ele insistiu em me levar até o
aeroporto, então tudo bem. O carro que eu havia alugado já tinha
sido devolvido, de forma que eu teria que ir com Connor mesmo.
Dafne estaria aqui a qualquer minuto com suas malas e pronta para
ir para casa. Eu não acho que ela esteja muito ansiosa em ver sua
família e amigos, ela gostou demais de Seattle. Sei que se esbaldou
todas as noites em boates, ela sempre deixa escapar um trechinho
durante nossas conversas.
–Você está tão cheirosa, tão bonita, tão boa para mim.
–Você passou sua vida toda sem mim, nada vai mudar se eu for
embora, ou vai?
–Eu não sei, talvez mude, talvez não. Mas tudo está diferente,
você mexe comigo de alguma forma, eu só não entendo como, ou
com o que.
–Prometa.
–Bom.
–Mãe!
–Eu tenho que ir, a gente se vê. – Subi na ponta dos meus pés e
dei um beijo suave em sua bochecha antes de me afastar. Foi difícil
caminhar até o balcão, foi difícil me afastar dele assim.
oOo
“Sua prima. Harper brigou com o pai, e pediu abrigo aqui. Eu não
podia dizer não para a menina, e como você sempre a acolheu, eu
achei que não faria mal”.
Senhores passageiros estamos prontos para a decolagem. Por
favor, apertem seus cintos...A voz de uma aeromoça encheu o ar.
Eu sabia que não podia continuar minha conversa com Rebecca.
Estou indo para casa. Estou indo para casa. Nem acredito,
finalmente. Quero tanto ver Rebecca, e os meus pais, e minha
prima. Lidar com ela é muito difícil. Harper é uma garota muito
carinhosa, mas também muito fechada. E faz uma fachada de
rebelde e teimosa, mas no fundo eu sei que não é nada disso. Ela
só tem problemas com o pai, por que ele quer que ela se mate a
estudar, e seja melhor em tudo e qualquer coisa. Enquanto sua
mãe, Ireland fica perdida entre o que fazer. Minha tia é muito
querida, mas ela realmente não sabe tomar atitude. Eu espero
consertar tudo quando chegar em casa, por que eu sempre consigo.
oOo
–Ah Rebecca e tem muita, mas muita coisa pra você ouvir.
oOo
oOo
–Então ele o que? Você está querendo me dizer que ele pediu
para você voltar? Ele admitiu que vai ficar com saudades? –
Rebecca exclamou.
–E a porra do acordo?
–Rebecca eu não estou apaixonada! E nem ele!
–Sim!
–Isso é ótimo! Mostra que ele tem domínio na cama. Você não
gostou?
–Haha é claro que você gosta. Agora me diga que você não vai
se apaixonar por ele.
–Por que você não consegue terminar a frase? Diga Alexa, fale
para mim com todas as letras que você não sente nada por ele, e
nunca vai sentir. Você é capaz disso? Você é? Você não precisa
me responder merda nenhuma, está na sua cara. Você está
apaixonada por ele, não é?
–Ah Rebecca como você pode achar isso bom? Droga eu estou
me apaixonando pelo homem que me pediu um acordo para não
me apaixonar por ele. Um homem que garantiu que não vai se
apaixonar por mim. Um homem que um dia esta de bom humor
fazendo coisas para qualquer mulher suspirar, mas que no dia
seguinte está com um mau humor tão grande que só é possível
passar o dia brigando. Um homem que mora em Seattle e tem um
império para comandar. Um homem que eu só conheço há nove
dias. Isso não soa bom para mim.
oOo
–Eu queria ir para uma festa com meus amigos, mas meu pai
sabia que eu tinha um teste de matemática segunda, e disse que eu
tinha que ficar em casa estudando. Eu briguei com ele e disse que
faria o que eu quisesse. Então ele alegou que eu sou menor de
idade e tenho que fazer o que eles mandam. Peguei minhas coisas
e fugi. Só que a mamãe me ligou e pediu pra mim voltar se não meu
pai mandaria alguém atrás de mim. Eu contei pra ela que eu estava
aqui, e estava segura, então ela me deixou.
–Você sabe que essas brigas com seu pai são uma total besteira
né? Pelo amor de deus Harper cresça você tem dezessete anos já
pode enfrentar isso melhor, sem sair correndo, esperneando e
gritando feito uma criança não vai mudar muito.
–Você não sabe como estou feliz que você está de volta. – Ela
sorriu alegremente.
–Não foi isso que eu quis dizer Rebecca, e vamos esquecer essa
história, eu sei que cometi um erro.
–Tudo bem. Então, você quer sair hoje?
–Nós?
–Alô?
Wow que mudança no tom de voz foi essa? Ele está interessado
em saber sobre a minha hospede? Humm ele não sabe que é
uma “ela” então por que eu não posso brincar um pouquinho?
–Sua prima? – Ele bufou, e eu tive que rir. – Porra, por que você
falou que era um cara?
oOo
oOo
Meu rosto inteiro se iluminou. Só pode ser ele. Não sei como
conseguiu o numero do telefone residencial, mas tem que ser ele.
Peguei o telefone da mão da Rebecca, e ela saiu deixando-me
sozinha.
–Alô?
–Oi Gata!
Ah...não é ele.
–Melhor agora que eu sei que você chegou do seu passeio por
Seattle. Quero te ver.
–Isaac Taylor! Eu ainda não disse que aceito sair com você!
–Quem não estava a fim de sair hoje era eu, não você. Vai logo,
veste uma roupa, ainda temos tempo. – Insisti.
–Alexa você ficou uma semana sem mim. Garanto que não vai
precisar agora. Vá você, eu quero ficar. – Seu tom de voz foi
cortante.
oOo
Ele estava lindo como sempre. Isaac teve tanta sorte em herdar
tamanha beleza do seu pai. Ele é filho de um amigo da minha mãe
Cary, com uma mulher chamada Tatiana. Acontece que Cary foi
praticamente criado como irmão da minha mãe. Então fui
acostumada a chama-lo de tio Cary e justamente eu cresci com
Isaac como se fôssemos primos.Ele não puxou muita coisa de sua
mãe. Os olhos são verdes como os do pai, e o cabelo escuro e a
pele clara e um corpo bem esculpido. Ele chama atenção aonde
quer que vá, todos param pelo menos um segundo para dar uma
boa olhada nele. O problema é que Isaac é um mulherengo, não
pode ver um rabo de saia. Eu acredito que ele já comeu metade da
população feminina de Nova York, a outra metade que ele não
comeu é por que é da família. E é ai que eu entro, estou sempre o
livrando dos problemas com essas mulheres. Posso me considerar
sua melhor amiga.
–Não faz tanto tempo assim desde que nós nos vimos.
–É você tem razão não faz. Mas estou feliz que você está de
volta. Você sabe, você é a minha companheira.
–Eu não sei, uma hora ela estava bem, e depois ela ficou
esquisita...Por que estamos falando sobre isso? Provavelmente não
é sobre Rebecca que você quer conversar.
–Continue Isaac!
Três cervejas mais tarde eu ainda não sabia o que dizer para
Isaac. Eu acredito que estou tão chocada quanto ele. Eu não
entendo. Por que Rebecca não me contou nada disso? Aquela
vadia é minha melhor amiga, ela deveria confiar em mim para
qualquer coisa. Droga! Agora eu entendo por que ela foi grossa
comigo quando eu a convidei para sair comigo, ela só não queria
ver Isaac, ela deve estar com algum problema sério em relação a
ele. Eu sou uma péssima amiga! Rebecca esteve do meu lado o
tempo todo me aconselhando sobre Theodore. E eu não percebi
algo debaixo do meu nariz. Oh merda...
–Eu sei Alexa, eu sei. Mas ela não atende as minhas ligações, e
não me deixa entrar no apartamento.
–Tudo bem. E por favor, me liga quando você souber algo sobre
a Rebecca para me contar.
Eu o encarei e percebi que mais uma vez eu estou indo para lhe
livrar de algum problema com um rabo de saia. Só que desta vez o
rabo de saia é minha melhor amiga, e eu desconfio que por trás
dessa história, existe algo mais sério.
oOo
oOo
Você tem que entender o meu lado, ok? Eu tinha o homem pelo
qual eu estou completamente apaixonada na minha frente. O
problema é que ele estava obscuro, aquele olhar sombrio pairando
em seus olhos azuis cristalinos. E quando ele fica assim,
geralmente é por que está nervoso com raiva, me desejando
loucamente, ou mais novo que eu acabo de descobrir, com ciúmes.
Claro que eu estou um pouco surpresa. Afinal não era ele que disse
para não colocarmos os sentimentos no meio dessa relação? Acho
que era um pouco óbvio demais que isso não daria certo, Rebecca
tem razão, ele está apaixonado por mim. Ele viajou de Seattle para
Nova York, por que ele quer me ver, porque ele sente minha falta,
por que ele está apaixonado por mim. E o idiota não quer assumir!
–Eu não sei Alexa. Eu venho pra cá por que você me disse que
tinha um hospede, e depois desmentiu a história. Mas então eu
chego aqui, e vejo um cara beijando seu rosto, te chamando de
gata, pedindo pra ligar pra você, isso é só uma grande merda.
–Eu não sou obrigada a ouvir uma coisa dessas. Quer saber?
Vai se ferrar Theodore, você não tem nada haver com a minha vida,
eu não lhe devo explicações de nada, eu não sou sua!
–Seu canalha! Você não podia ter feito o que fez! E eu não menti
pra você. Eu e Isaac fomos criados como primos. Merda sai daqui,
sai da minha frente, eu quero ficar sozinha!
–Para com isso Alexa. Eu só precisava ter certeza, era algo que
eu precisava fazer, você não entende.
–Eu entendo sim. Eu entendo que você não tem nada haver com
a minha vida, por que você mesmo deixou claro que não queria
isso, mas então você acha que tem direito de pesquisar sobre
coisas da minha vida, e ainda duvidar se estou dizendo a verdade
ou não.
–Eu sinto muito. Merda eu achei que poderia dar certo Alexa, por
um tempo eu realmente acreditei que você seria apenas mais uma,
só a próxima mulher na minha vida. Mas você não é, você é mais.
Eu quero você, preciso ter você. Eu não comprei uma passagem de
avião porque você tinha um suposto hospede. Eu decidi que vinha
quando você ainda estava em Seattle. Eu já tinha tudo pronto
Alexa. Eu tentei ficar, eu realmente pensei que poderia deixar você
ir. Mas tudo ficou horrível depois que você se foi. Eu só usei o seu
suposto hospede como uma desculpa.
–Eu não acredito. Você vinha para Nova York com ou sem
hospede falso?
–Theodore eu...
–Alexa você não vai ficar brava comigo por que eu verifiquei seu
primo. Por favor, não fique. Eu precisava fazer isso, quando eu vi
ele e você, eu só fiquei com uma sensação ruim. Eu acredito em
você, eu confio em você.
–O objetivo aqui é que eu vença, mas eu juro que não vou tentar
nada. Eu só preciso que você esteja comigo, que durma na mesma
cama, do meu lado.
–Theodore eu acredito que você não tentaria nada. O problema
sou eu, eu não consigo me controlar perto de você. Neste momento
eu estou te odiando, mas também quero te beijar, isso confunde
minha cabeça.
–Sim, ele gosta de você Alexa. Ele quer dominar você, possuir
você, só você. Me diga que não é sorte um homem como aquele
estar perdidamente apaixonado por você.
–Alexa eu sinto muito, sinto tanto. É que ele é seu melhor amigo
também, ele é seu primo, ele é importante para você. Eu também
queria pensar um pouco sobre isso, e não queria encher sua
cabeça, por que você mesma já estava passando por problemas
amorosos. Desculpe-me, eu devia ter visto que isso não daria certo.
–Tudo bem, eu perdoo você, mas só por que eu fui uma péssima
amiga que não enxergou que você precisava de mim. Você pode
me contar agora, contar tudo. Eu estou com você Rebecca, e quero
saber o que aconteceu.
–Sim?
–Sim. Obrigada.
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oOo
–Que bom Becca, por que eu preciso que confie em mim, que
seja sincera.
–Ele esteve aqui um dia para nos levar para jantar como sempre,
mas eu disse que você não estava e o convidei para beber um
vinho. Ele aceitou e nós começamos a beber e rir, e a conversa
estava boa. Eu não sei em qual momento, mas nos começamos a
flertar um com o outro, e quando eu vi já estava em seus braços,
dando e recebendo beijos, trocando caricias e amassos.
–E então?
–Tudo deu errado. Por que caiu a ficha de que eu poderia ir pra
cama com ele naquele momento, mas Isaac é ele mesmo, aquele
cara que pega todas e não se liga em nenhuma. Alexa eu sei que
também sou assim, que não me apego fácil. Mas eu já estava
apaixonada por ele, se eu cedesse e ele nunca mais quisesse algo
comigo, meu coração estaria acabado. Eu perdi a cabeça
completamente e empurrei-o para fora, gritando e esmurrando-o. Eu
o coloquei para fora do apartamento, quando na verdade eu queria
muito que ele estivesse dentro. Mas eu apenas não queria ser mais
uma a dormir com ele, eu queria mais, eu quero mais, só acho que
Isaac nunca vai poder me dar esse mais.
–Com certeza, para ele ter visto esse homem é por que ele
estava de olho.
–Por quê? Por que ele ficaria de olho? Por que ele se interessa
se outro homem dormiu comigo ou não? Ainda mais depois que eu
o chutei daquela maneira.
–Eu não sei Becca. – Respondi. – Talvez ele goste de você mais
do que apenas para ser mais uma transa.
–Talvez você não seja rejeitada, talvez ele queira isso com você.
–Impossível. – Resmungou.
–Não é não Becca. E o que você vai fazer se não conversar com
ele? Vai se esconder sempre que ele vier aqui, vai sair correndo e
não atender suas ligações, ou vai se mudar para o polo norte?
–Olha só quem está falando Alexa! Você acha que eu devo falar
para Isaac como me sinto em relação a ele? Tudo bem, eu falo. Se
você contar para Theodore que está apaixonada por ele.
–O que? Não!
–Ah viu? Eu também não posso. Você espera que Theodore fale
primeiro, eu sonho que talvez algum dia Isaac seja o primeiro a
falar, isso se ele sentir algo por mim.
–Bom Dia Rebecca, Alexa. – Seu tom de voz foi mais suave ao
pronunciar meu nome.
–Bem eu vou pro meu quarto, por que como eu estava dizendo
para Alexa, eu estou com dor de cabeça. –Rebecca disse.
–Ah sim. Isso por que ela idolatra você, e acha que feitos um
para o outro. Que bobagem.
Casal?
Theodore e Eu?
Eu e Theodore?
–Alexa...
–Eu quero mais Theodore. Quero que você me diga algo que eu
sinta que é verdadeiro e possa me entregar a você de corpo e alma.
–Alexa eu já disse, só preciso de um tempo. Por favor, me dê um
tempo para pensar, organizar meus pensamentos, e só então me
abrir com você.
–Eu estou te dando esse tempo. Tome o tempo que você quiser.
Mas saiba que eu não vou esperar de mais, e eu só vou ser sua
quando você disser que é meu.
–Sempre que você quiser eu vou estar aqui para você. Podemos
almoçar juntos, eu pego você assim que terminar esse
compromisso.
–Você vai contar a eles que vai voltar para Seattle?- Perguntou-
me
–Eu tenho que ir. – Ele disse e então se aproximou. – Vejo você
a noite minha pequena.
Ele beijou meus lábios suavemente, descansando a mão sobre o
meu quadril, aprofundou um pouco mais empurrando a língua na
minha boca, e saboreando meus lábios.
–Mas cedo ou mais tarde você vai ser. – Ele sussurrou, e depois
se afastou deixando-me zonza sobre minhas pernas, então foi
embora.
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–Bom, seus pais estão esperando. Vá até lá.– Ele apontou para
a casa.
–Eu vou, vejo você por ai.
–Eu estou aqui mãe, está tudo bem. A viagem ocorreu muito
bem, e minha estadia em Seattle também, você não tinha que se
preocupar. Ela se afastou, e passou a mão sobre as minhas
bochechas como se certificando que eu estava na sua frente de
verdade.
–Alexa eu sei a filha que tenho, esse seu gênero ruim, essa
vontade de dominar tudo e todos, como o seu pai. – Eva disse, e
lançou um olhar para Gideon e de volta para mim.
–É querida, por quê? Bem, se for pelo seu pai, ele já decidiu que
você não precisa mais ir enquanto as obras não estiverem prontas.
–Mãe eu ia contar hoje. Olha não fica triste ok? Eu quero isso.
–Tudo bem querida, você tem que fazer o que você gosta. –
Mamãe sorriu conformada.
–Se é isso o que você quer, então é isso que você vai fazer
Alexandra. – Meu pai disse, e sorriu de um jeito orgulho. Nem sabe
ele o verdadeiro motivo de eu estar voltando a Seattle.
Depois de passar a tarde toda com minha mãe e meu pai, nós
nos despedimos e fomos para casa. Quando cheguei ao
apartamento descobri que Harper tinha voltado para casa, ela
apenas deixou um bilhete dizendo que cumpriu o prazo que pedi, e
agradeceu. Tenho certeza que não vai demorar muito tempo, e ela
vai estar aqui de volta.
–Eu acho que me lembro de ter pedido que você vestisse algo
vermelho. – Ele disse e avaliou meu vestido tomara que caia preto
com um decote em V grande.
–Você está tão gostosa Srta. Cross, eu estou com fome de você.
– Ele sussurrou próximo ao meu ouvido, e mordeu o lóbulo da
minha orelha espalhando tremores por todo o meu corpo, eu gemi
baixinho para provoca-lo.
Havia uma mesa para duas pessoas coberta com uma toalha
branca, e pratos de porcelana e taças de cristais, garrafa de vinho,
e um vaso solitário com uma rosa vermelha dentro. Ao redor da
mesa várias velas de tom escarlate foram colocadas acesas no
chão, ou no parapeito. A iluminação ajudava a criar um clima
romântico e suave. E toda a vista de Nova York acesa durante a
noite era para tirar o folego, sem contar com o céu escuro, e as
estrelas tão brilhantes. Mas o que me deixou realmente encantada
e apaixonada por toda aquela cena foram às flores. Era como se
existisse um verdadeiro jardim botânico naquele terraço, várias
flores espalhadas em vasos por todo o lugar. Era a coisa mais linda
que alguém já fez para mim.
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–Sinto muito por deixar você confusa Alexa, por te pedir aquele
acordo, e por todo o tempo que eu pedi. Mas o que você faz
comigo, o que eu sou com você, tudo isso era novo para mim,
continua sendo novo para mim. Quando eu conheci você acreditei
que você seria apenas mais uma, quando te fiz aceitar o acordo,
acreditei que podia cumpri-lo. Até que eu percebi que estar longe de
você fez minha vida sem graça. Eu sentia falta das suas
provocações, das insinuações, do seu senso de humor incrível.
Percebi que eu precisava desesperadamente de você, mas ao
mesmo tempo eu não sabia como te trazer para o meu lado, sem
assusta-la, sem que você tivesse medo de estar comigo. Eu queria
ser completamente sincero.
–Eu sei, eu sei que nada vai me afastar de você agora. Por que
você não pode me contar de vez o que precisa ser dito, por que eu
tenho que ver essa pessoa?
–É que ela saberá explicar melhor, eu não sei como fazer isso.
Por favor, você só tem que entender.
–Tudo bem, eu vou tentar. Só por que você já me fez muito feliz
hoje.
–Impossível.
–Alexa seus pais sabem que você vai voltar para Seattle? –
Theodore perguntou-me.
–Ah não, está tudo bem. Eu já dei um jeito nisso, eles pensam
que eu gostei de trabalhar com você, e na verdade eu gostei. Acho
que há pelo menos uma coisa em que nos damos bem juntos, o
trabalho.
–Hum venha descobrir então, aproveite que essa noite você tem
passe livre.
–Meu bem, eu tenho passe livre todas as noites.
–Convencido!
Nós nos desfazemos das únicas coisas que estavam entre nós,
nossas roupas. E essa noite o sexo foi diferente, muito diferente.
Foi suave como nunca tinha sido antes, foi calmo, carinhoso e
gostoso. Eu tive cada parte do meu corpo beijada por ele, e
digamos que ele também recebeu desse privilégio. Estar
apaixonada nunca foi tão bom. Mas talvez tenha sido apenas por
que eu nunca tinha me apaixonado pela pessoa certa, até agora.
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Acordar ao lado de Theodore era tão bom para mim, quanto para
ele. Eu adoro a forma como mesmo ele se virando durante a noite
suas mãos nunca estão longe de mim, ele tem que estar me
tocando de alguma forma. Nem que seja um braço ao redor da
minha cintura, ou as pernas enroscadas nas minhas. Não importa,
ele tem que estar em contato comigo o máximo possível. Eu
aproveitei que ele estava dormindo de bruços com as costas nuas
completamente expostas para mim, e comecei a beijar cada parte
de pele lisa e suave nua que eu conseguisse. Desde a nuca, por
toda a sua coluna eu distribui beijos suaves e delicados sem a
intenção de acorda-lo. Mas apesar de parecer que ele dorme
pesadamente, eu já percebi que Theodore tem um sono leve, e
como eu previa ele me pegou no flagra.
–Porque você não traz ela até aqui, e me da um bom dia bem
gostoso.
Foi o que eu fiz, me arrastei até ele, e beijei seus lábios macios e
famintos. Eu fui obrigada a me afastar antes que nosso beijo se
tornasse outro e mais outro, e a gente acabasse não saindo dessa
cama tão cedo. Mesmo assim afastei-me um pouco ofegante.
–Então nós vamos voltar para Seattle hoje, você está pronta? –
Theodore perguntou-me.
Resolvi sair da cama antes que ele cumprisse com sua palavra.
Tomei um banho rápido, e vesti o vestido preto da noite passada.
Esperei Theodore tomar um banho também e se vestir, estando
prontos nós deixamos o hotel. Paramos no Pub perto do meu
apartamento e pedimos algumas guloseimas. Era impressionante
como ele chamava atenção em lugares públicos, principalmente
com o publico feminino. Era muito difícil que algum par de olhos não
desse uma segunda olhadinha nele. Eu não as culpo, ele é tão
bonito e seguro de si. Só que ele é meu, e eu não o divido com
ninguém.
–Se você realmente quiser ficar comigo nós vamos dar um jeito
nisso Alexa.
–Eu vou conversar com seus pais Alexa. Você não tem que fazer
tudo sozinha.
–Alexa! Theodore?
Não pode ser. Não pode ser. O que ela faz aqui?
–Sei. – Ela me deu aquele olhar. Sabe aquele olhar de mãe que
diz “você não me engana”. Então, esse mesmo. – Cary por que
você não pega o nosso pedido? E Alexa eu quero um segundo a só
com você.
–Na verdade mãe, eu tenho que ir. Preciso pegar minhas coisas,
e nosso voo tem horário, eu não posso me atrasar. Eu ligo para
você...
Eu resolvi que era mais fácil dar esse segundo a ela, do que fugir
e depois ter que lidar com seus telefonemas. Então eu a
acompanhei para fora do Pub, e nós sentamos em uma mesa na
parte de fora. Eva Cross estava me olhando de um jeito diferente,
eu não conseguia decifra-la, é difícil não saber decifrar minha mãe.
–Então, você pode começar a falar. – Ela pressionou.
–Alexa pare de fingir, eu sou sua mãe! Desde quando isso está
acontecendo? Antes ou depois de você ir para Seattle com ele? Eu
deveria ter desconfiado quando você me disse que estava adorando
trabalhar com ele, e que Seattle estava maravilhosa. Por que você
não me contou Alexa, por quê?
–Não estamos juntos mãe, não ainda. Olha tudo começou ainda
em Nova York, mas as coisas ficaram mais sérias quando eu viajei
para Seattle.
–Você sabe que não vai conseguir esconder isso do seu pai por
muito tempo, não é? Ele vai descobrir assim como eu Alexa, mais
cedo ou mais tarde.
–Nós vamos contar para o papai quando eu voltar. Por favor,
mãe você não tem que dizer nada.
–Eu não vou Alexa. Você é minha filha, mas você é uma mulher
adulta. Eu realmente espero que você esteja fazendo a coisa certa,
por que eu não quero ver você machucada. Eu não quero te ver
sofrer por amor.
–Eu sei o que estou fazendo mãe. Obrigada por manter isso em
segredo por enquanto, é importante tanto pra mim quanto para ele.
–Rebecca!
–Eu não vou sair daqui até você falar comigo, então você vai
acabar me fazendo perder o meu voo.
–Eu fiz o que você disse. Eu contei a ele. – Ela disse de repente
se sentando na cama e olhando para mim com uma expressão de
cansaço.
–Eu sinto muito Rebecca. Você não merecia passar por isso
tudo. Droga, eu não posso te ver sofrer desse jeito. Você é tão forte
Becca, não deixe isso acabar com você.
–Eu vou ficar bem Alexa, vai doer por um longo tempo, mas vai
passar.
–Eu sei que vai, eu sei. Eu estou aqui com você, do seu lado, e
vou te ajudar a superar isso.
–Alexa você deveria ir, eu não quero que você perca seu voo.
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–Hum oi?
–Você vai encontrar alguém especial ainda, eu sei que vai. Mas
me diga você está bem Rebecca? Quero dizer você se sente
mesmo melhor?
–Eu não vou ter medo de você. A menos que você tenha matado
alguém. Você matou alguém?
–Eu posso, mas eu não sei como. Tenho medo de dizer algo
errado, ou que você confunda as minhas palavras. Apenas não
posso dizer.
–Mais?
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–Rebecca? – Chamei.
–Rebecca Field não diga isso! Nós vamos nos divertir muito, e
eu preciso que você esteja aqui comigo. Da ultima vez eu quase
entrei em depressão por não ter a minha amiga por perto.
–Sim Senhora!
–Eu não estava conseguindo dormir. Você vai me levar para ver
essa pessoa agora?
–Becca eu vou ter que sair com Theodore, mas pretendo não
demorar. Você se incomodaria de ficar sozinha por um tempo? –
Perguntei. Era horrível ter que dizer isso, por que eu não queria
deixa-la sozinha. Mas dessa vez era somente entre eu e Theodore.
–Ah não, tudo bem. Eu vou ficar aqui, checar meus e-mails,
trabalhar um pouco, quando você voltar à gente decide o que fazer.
–Alexa eu não vou ficar com você. Quero que veja essa pessoa
sozinha, será melhor que eu não esteja por perto. Mas Connor vai
esperar por você lá embaixo, a hora que você quiser embora, basta
entrar no carro. Por favor, não vá para outro lugar, eu quero
encontra-la no escala depois.
–Eu não quero ficar aqui sem você. Eu nem sei quem estou indo
conhecer.
–Alexa, eu vou deixar você com Sophie, tudo o que você quiser
saber, ela vai respondê-la. – Theodore disse.
–Isso mesmo.
oOo
oOo
–Transtorno Bipolar? – Repeti
–Theodore é Bipolar?
–Sim, ele é.
–Alexa eu sei que você assustada, que você não esperava por
isso. Mas tente não tirar conclusões precipitadas, não ainda. Você
acabou de descobrir, apenas pense um pouco antes de tomar
qualquer decisão que possa vir a se arrepender.
–Não foi o que eu disse Alexa. Mas Theodore, ele sim acredita
que você pode deixa-lo, por isso ele não está aqui, ele não queria
ver sua reação.
–Eu quero saber de tudo Sophie. Quero saber como, e por que
Theodore tem essa doença. Quero saber como posso ajuda-lo, o
que devo ou não fazer. Me conte tudo, por favor.
–Sim, eu vou fazer isso. Mas não hoje, nós vamos por etapa,
assim você terá algum tempo para assimilar tudo.
–Eu gosto de ver você dormir. – Ele disse em uma voz baixa. Eu
sorri.
–Por que você está ai? Venha até aqui comigo. – Pedi.
–Eu estou aqui, eu vou ficar, é tudo o que você precisa saber.
–Theodore.
–Hum você está tão cheirosa, eu senti falta disto, senti falta de
tocar em você.
–Por que não? Você sabe que vai ter que deixar eu ver, por que
eu não vou desistir. Você sabe né?
–TG
–Você disse que isso não era para ter sido enviado para este
quarto, certo? – Perguntei, ele apenas balançou a cabeça
concordando. – Eu estaria certa se dissesse que essa caixa deveria
ter sido enviada para o quarto vermelho? – Ele balançou a cabeça
novamente concordando.
Oh meu...
–E se eu já estiver pronta?
–Vá em frente, abra a caixa e descubra.
–O que?
–Tornar uma das suas fantasias reais, minha resposta é sim, vou
usar cada uma dessas peças.
oOo
oOo
A lingerie era... Incrível. Eu já havia usado peças delicadas, e
sensuais. Mas nada se comparava ao que tinha naquela caixa. Eu
fechei a porta atrás de mim, e fiquei algum tempo parada no
corredor contemplando a caixa enquanto imagens incríveis
tomavam conta dos meus pensamentos sobre tudo o que
poderíamos fazer essa noite. Nunca fui uma mulher muito ligada a
fantasias, fetiches e desejos. Mas com ele. Com Theodore tudo é
diferente. Eu sinto a necessidade de agrada-lo, de fazer suas
vontades. Eu preciso ser tudo o que ele deseja, eu preciso ser até
mais do que ele precisa. Isso é algo que eu quero. Quero ser a
única a tornar suas fantasias reais daqui para frente. E eu me sinto
boa o bastante para fazer isso acontecer.
–Alexa! Que bom que você está aqui, eu vou sair, e mais tarde
preciso conversar com você. – Rebecca disse. Eu coloquei minha
caixa sobre a cama e me virei para ela.
–Como assim sair? Você vai sozinha? Pelo menos deixe Connor
leva-la. Aliás, para onde você vai? Você não conhece nada aqui em
Seattle.
–Rebecca! – Chamei.
–Se você não está pronta para isso, você não tem que fazer
Alexa. – A voz baixa de Theodore assustou-me um pouco, virei-me
encontrando-o no corredor observando-me com a mão sobre a
maçaneta. Ele estava usando apenas uma calça jeans escura
pendendo no quadril estreito. Nada de camiseta, nada de sapatos,
só ele e a calça. Seu cabelo um pouco úmido e bagunçado de um
jeito rebelde. Exatamente como eu gosto. Oh meu...
–Você tem ideia do que vai provocar em mim? Está pronta para
lidar com as consequências de entrar nesse quarto, disposta a ser
minha submissa? – Sua voz baixa, mas firme causou um calafrio
que percorreu todo o meu corpo.
–Venha até aqui eu quero tocar e beijar você. Caminhei até ele,
e parei na sua frente.
Eu estava tão perdida naquele beijo que mal percebi quando fui
empurrada para trás, até que meu quadril bateu na cômoda de
mogno. Theodore levantou-me com facilidade do chão e me
colocou sentada em cima, desse jeito eu acabei mais alta do que
ele. De repente ele afastou os lábios, e eu recuperei meu fôlego.
Meu coração estava batendo descompassado no peito e minha pele
estava quente em todos os lugares.
Mas uma vez fiz como ele disse e me deitei sobre os lençóis da
cama de dossel. Alguma coisa me dizia que agora era o momento
das algemas. Theodore se aproximou, tirou meus sapatos, deslizou
as meias das minhas pernas. Depois me ajudou a retirar o
espartilho. Eu fiquei completamente nua sobre os lençóis
vermelhos. Com exceção das luvas que eu continuei a usar.
Ele tinha razão. Minha pele estava tomando uma cor profunda de
rosa quase indo para o vermelho. Theodore puxou do bolso a
mascara, e colocou sobre os meus olhos, deixando tudo
complemente escuro ao meu redor. As sensações eram muitas. Era
estranho ter sua visão tomada, eu não sabia o que estava
acontecendo ao meu redor, e ao mesmo tempo em que eu me
sentia excitada, eu também estava curiosa. Doida para saber o que
ele estava aprontando enquanto eu não podia vê-lo.
Oh.Meu.Deus!
–Abra a sua boca. – Dessa vez ele não ordenou, mas pediu. Abri
minha boca e esperei. Até algo ser colocado sobre os meus lábios.
Humm...
Chocolate e Alexa.
–Hum?
–Um pouco.
–Theodore. – Gemi.
–Eu sei que você é uma menina levada Alexa. Diga-me o que
você quer?
–Minha garota gulosa, eu vou lhe dar tudo o que você quiser.
–Abra. – Pediu.
Eu abri. Dentro havia uma aliança de ouro branco com pequenas
pedras de diamantes incrustados. Era simples. Mas era lindo.
–Theodore você...
–Eu estou pedindo que você use esse anel, estou pedindo que
você aceite ser a minha namorada, estou pedindo que você use isto
para que eu e qualquer outra pessoa no mundo não tenhamos
duvidas de que você é minha.
oOo
oOo
–Merda! – Exclamei.
–O que você está fazendo aqui? Era para você estar lá em cima,
deitado, de preferência dormindo.
–Não seja por isso meu bem. Eu volto pra cama, mas levo você
junto.
–Você sabe que agora todo mundo vai ter que saber de nós,
certo?
–Sexta-feira.
–O que?
–Seu pai.
–Eu não vejo outro jeito. Mas estou um pouco nervosa com tudo
isso. Afinal, minha mãe já sabe e ela não esconde nada do papai
apesar de ter me prometido. E eu acho que o tempo está passando,
e quanto mais eu demorar, sinto que pode ser pior.
–Sim?
oOo
–Isaac.
–O que? Que Isaac? Isaac nosso? Quer dizer, o Isaac?
–Isso mesmo.
–Ele veio me pedir desculpas. Disse que foi um idiota. Que ele
sente minha falta, que gostaria de voltar a falar comigo, e pediu
uma chance. Ele disse que será algo novo, por que ele nunca
esteve em um relacionamento. Mas ele quer tentar, por que é
comigo.
–Foi o que você ouviu. Isaac me magoou muito, e ele acha que
só por que viajou até aqui e me disse essas coisas eu cairia aos
seus pés. Pois ele está muito enganado. Se ele quiser, ele vai ter
que fazer mais, muito mais.
–Eu não acredito que você fez isso com Isaac. Ai Becca não
seria mais fácil apenas aceitar?
–Seria. Mas Isaac tem que entender que eu não sou fácil como
suas outras garotas. E quer saber de uma coisa Alexa?
–Sim, desembucha.
oOo
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–Vou cuidar do seu robe, pode ter certeza meu bem. – Desta vez
a voz dele soou séria e alguns músculos na minha barriga se
apertaram. – Você precisa de alguma coisa? Por que está me
ligando?
Limpei a garganta.
–O que?
–De jeito nenhum. Alexa onde você precisar ir, basta pedir ao
Connor. Dirigir aquele carro por Seattle não é seguro, ainda mais
com você atrás do volante.
–Theodore...
–Não.
–Vamos roubar.
Eu sorri para ela. Abby tinha certeza que eu menti, mesmo assim
ela me ajudou.
–Que porra você acha que está fazendo? – Ele inquiriu com
aquela voz fria feito gelo. Não sei por que eu pensei que talvez ele
poderia agir de maneira diferente.
Eu ri.
–Ah que pena, estava tão legal. Então será que Connor está
chegando?
–Eu não sei, espero que não. Não quero que ele nos alcance.
–É óbvio.
–Ah meu deus, ele vai ficar puto com você. Você sabe né? Eu
me virei para Rebecca.
Talvez não tenha sido a coisa mais certa que Rebecca poderia
dizer. Eu não sei o que Theodore disse mais ela engoliu em seco e
me passou o telefone com os olhos arregalados.
Oh não, não,não!
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–Ele não te odeia. – Rebecca disse – Ele apenas esta bravo, vai
passar.
–O que eu vou fazer agora? Becca como eu vou lidar com o meu
pai?
–Você vai contar a verdade, não é como se Gideon fosse proibi-
la de namorar.
–Érr... lembro. Não foi muito bom, mas era porque ele foi seu
primeiro namorado. Todo pai é um pouco preocupado com o
primeiro.
–É isso ai garota!
–Hey você não vai brigar mais com ela, saia. – Rebecca se
plantou na minha frente tentando cobrir sua visão. Infelizmente ela
não é tão alta quanto ele.
–Saia você, eu quero falar com ela. –Theodore disse encarando-
me com um olhar suave que não combinava muito bem com sua
grosseria em usar as palavras.
–Eu não vou sair! A menos que ela queria. – Rebecca se virou. –
Você quer que eu deixe o quarto?
–Tudo bem Becca. Você pode nos deixar um minuto, por favor?
–Eu não fiquei bravo com você Alexa. – Theodore disse. –Me
desculpe por ter falado com você daquele jeito. Mas eu fiquei,
droga, eu estava muito preocupado. Eu sabia o quanto poderia ser
perigoso que minha Alexa estivesse atrás do volante daquele carro
dirigindo pelas ruas de Seattle.
–Tudo bem Alexa. – Theodore disse. – Mas só, por favor, não
faça mais isso.
–Eu não disse que ia embora. Não do jeito que você está
pensando. Eu não deixaria você só por que tivemos uma briga
Theodore. Mas eu preciso voltar à Nova York.
–Tudo bem. Faça como você quiser. Mas Theodore, se meu pai
disser algo que não agrade você, ou se ele me proibir de ver você
ou qualquer coisa, não diga nada. Eu posso resolver toda a
situação com ele sozinha.
–Você está muito nervosa com tudo isso Alexa. Vai dar tudo
certo. E mesmo que ele me proíba de ver você. O que eu acho que
não vai acontecer. Mas se acontecer, eu não vou deixar você ir, eu
não posso deixar você ir.
–Eu também não vou a lugar nenhum. Prometi ficar com você, e
é o que eu vou fazer.
–Oh meu deus. Só espero que ele esteja de bom humor hoje.
–Vamos descobrir.
oOo
oOo
–Não! – Exclamei. – Pai eu não vou voltar para Nova York. Pelo
menos não amanhã, eu tenho compromissos aqui em Seattle esta
semana, e preciso ficar.
–Pai...
–Pai! –Protestei.
–Ah pode ter certeza que Alexandra está bem segura. Eu tenho
meus homens em cima dela, e vou saber se você fizer algo que a
machuque. – Gideon avisou.
–Eu pretendo fazer sua filha feliz Sr. Cross. – Theodore disse. –
E não preocupe quanto à segurança de Alexa, eu também tenho
meus homens em cima dela.
–Eu continuo sendo o pai aqui Grey. E faço o que bem entendo
pela minha filha. – Gideon fuzilou Theodore com um olhar
intimidante.
–Sim você está certo. Apesar de tudo meu pai aceitou melhor do
que eu esperava. Ele está um pouco chateado, mas sei que vai
passar.
oOo
oOo
Eu estava deitada no carpete da sala com uma mascara facial
feita de abacate, mel, iogurte e leite. Rebecca garantiu que a receita
funcionaria, e depois de lambuzar meu rosto com a massa
pegajosa, ela ainda adicionou uma rodela de pepino em cada um
dos meus olhos dizendo que faria bem as minhas olheiras. Abby
teve de se juntar a nós para poder cobrir o rosto de Rebecca, e
assim que ela saiu minha amiga se deitou ao meu lado.
–Bem, ele me liga pedindo para eu encontra-lo, por que ele quer
conversar. Ele sempre diz está arrependido por ter me dispensado.
Ontem ele me ligou e me disse que sentia falta de conversar
comigo, que ele percebeu o quanto eu sou importante em sua vida,
e que ele gostaria muito de uma chance para provar que ele pode
me amar.
Rebecca riu.
–Sim ele disse os dois na mesma frase não só ontem, como hoje
pela manhã também quando me ligou para saber se eu havia
recebido suas flores. Ah e eu esqueci de mencionar ele sabe que
estou hospedada no escala com você me mandou vários buquês de
flores, e convites para jantar com ele.
–É que isso é... é tão estranho. Quer dizer Isaac sempre foi
como um irmão para mim e eu nunca, jamais vi ele agir assim.
Rebecca ele deve estar falando sério, ele realmente espera uma
chance.
–Então você vai lhe dar essa chance? – Pressionei. Ela sorriu e
balançou a cabeça.
–Sim, eu vou.
Eu ri.
–Eu não acredito! Você está comendo minha mascara facial para
o rosto?
–Será que você não pode evitar comer tudo o que encontra na
frente dos olhos?
–Viu? Eu avisei.
Passamos a tarde comendo a “mascara facial de abacate
comestível”. Ainda assim eu estava morrendo com a coceira, e
Rebecca também. Minha amiga decidiu que já tínhamos ficado
tempo suficiente com a mascara para que ela fizesse efeito. Ambas
subimos para tomar um banho. Rebecca foi para o quarto de
hospedes encher a banheira, e eu fui para a suíte de Theodore. Eu
estava enchendo a banheira quando Abby bateu na porta e me
passou o telefone dizendo ser o Sr.Grey.
–Um pouco.
–Não posso, tenho muito trabalho. Mas eu quero que você tome
o seu banho, e fique linda essa noite. Vou leva-la para jantar, mas
será um jantar de negócios com um empresário e amigo.
–Um jantar? E você me avisa isso agora? O que eu vou vestir?
–Rebecca! – Gritei.
–Eu espero que essa sua mascara funcione por que nós duas
temos que ficar lindas para essa noite. A propósito você vai a um
jantar de negócios comigo, Theodore, e um certo amigo empresário
dele.
–Por quê? Por que você sabe que tudo ao meu lado é mais
divertido.
–E perigoso. – Ela completou.
–E como você ama diversão e perigo você vai. Você vai, não é?
– Fiz beicinho.
–Rebecca!
oOo
oOo
–Sim?
–Ei, seus dois braços são meus. Aliás, você é todo meu. –
Passei a frente de Rebecca e agarrei-me ao braço de Theodore.
–Eu estou bem, tirando o fato de estar louca para saber o que se
passa com você. – Aproximei-me e encontrei seus belos olhos
azuis. – Theodore o que está acontecendo com você?
–Eu...Eu não gosto do jeito como ele olha para você, e eu estava
mesmo a ponto de arrancar seus olhos depois de seu ultimo
comentário.
–Oh pare com isso Theodore, você está vendo coisas. Agora me
diga o que realmente está lhe incomodando, por que eu sei que tem
mais.
–Por que você acha que tem mais? Você está parecendo minha
mãe Alexa, eu já disse que não há nada.
–Eu não acredito! Theodore até parece que você não namora
com uma diretora de finanças. Ou você se esqueceu de que eu
também tenho um trabalho, e não vivo só à custa do meu pai
bilionário e do meu atual namorado?
–Sabe que você nem parece tão cansado agora? Acho que você
está me enganado. Por via das duvidas você só vai me ter essa
noite, se você puder me pegar.
–Mas já? – Victor olhou para mim. – Srta. Cross você nem tocou
na sobremesa.
–Eu não quero falar com você Alexandra! – Ele rosnou, virou-se
e saiu caminhando pela rua. Meu coração deu uma guinada. Isaac
nunca me chamou pelo meu nome, se não pelo apelido carinhoso.
Gata. Ele provavelmente estava tão bravo comigo quanto com
Rebecca. Eu tinha prometido ajudar-lhe, e ao invés disso ouvi
apenas minha amiga. Mal falei com Isaac. Enquanto apoiava as
decisões de Rebecca. Oh meu deus eu estou tão ferrada. Não! Não
era hora de pensar sobre isso. Rebecca deve estar tão quebrada
quanto eu. Ainda mais depois que ele finalmente resolveu dar uma
chance para o homem pelo qual ela é completamente apaixonada.
Olhei para ela, lágrimas silenciosas corriam pela sua face, enquanto
ela tinha um olhar perdido sobre o homem que se afastava
caminhando a passos rápidos para longe dela.
–Aquele homem é meu, e ele tem que saber disso. Ele tem que
saber que é o único com que eu sonho a noite, é o único que eu
desejo ver todos os dias. Isaac é o único homem por quem eu já me
apaixonei. Aliás, eu continuo imensamente apaixonada. – Rebecca
se aproximou e beijou minha bochecha. – Eu vou dizer tudo isso a
ele. Nem que seja a minha ultima chance.
–Eu não sei o que fazer. – Respondi. – Rebecca não deveria ter
feito isso, ela está sem o celular e eu não tenho certeza se ela vai
conseguir alcançar Isaac. E mesmo assim ela não conhecesse
nada em Seattle. Theodore eu não posso deixa-la.
oOo
P.O.V Rebecca
oOo
–Isaac! – Gritei em meio à escuridão. Por que não tem luz nesse
lugar? Infernos!
–Isaac! – Gritei.
–Isaac Taylor! Pare aonde você esta, eu não vim correndo até
aqui e tive bosta no meu pé para você simplesmente virar suas
costas para mim! Isaac se virou novamente.
–Vai embora Rebecca, eu não tenho nada para dizer a você. –
Sua voz saiu tão fria e sem vida que eu me senti estremecer.
–Eu também não quero ouvir o que você tem a dizer. Rebecca
me esquece, ta? – Então ele se virou de novo.
–Por quê? Então por que você tem me evitado? Por que você
não me ligou de volta? Por que você não me deu mais uma chance
Rebecca? E merda, por que você foi jantar com outro cara quando
você deveria estar comigo? Eu não te entendo.
–Mas... mas ele estava convidando você para ficar, ele ofereceu
para leva-la para casa, como se ele fosse mesmo leva-la para casa.
Engomadinho estúpido, você não percebeu o que ele estava
querendo?
–Rebecca eu não sei o que eu sinto por você. Eu acho que estou
apaixonado, mas eu não entendo meus sentimentos de verdade.
Quando você tinha cinco anos e dei o brinquedo para você, eu
queria agrada-la, achei que você era a coisinha mais linda que eu já
vi usando vestido de babados rosa. Quando você tinha dez anos e
eu a vi usando aquela fantasia de fada, tudo o que eu podia pensar
era que as fadas eram reais, e que você só podia ser uma. Você
estava linda, e eu fui obrigado a dizer as palavras em voz alta.
Quando você tinha quinze anos e o Matt beijou você, e se foi. Eu
odiei ver aquelas lágrimas correndo pela sua face para você eu
apenas disse que ele era um idiota. Para Matt, bem eu lhe dei um
olho roxo e disse para ficar longe de você.
–Ah Isaac eu não acho que isso seja paixão, isso é muito mais.
–Isaac por que você acha que eu corri por sete quarteirões
descalços? Você acha que ganhei calos nos meus pés, e os tive
sujos com cocô de cachorro para nada? Você acha mesmo que eu
estaria parada no meio do Hall de um hotel de luxo com várias
pessoas olhando para mim enquanto eu me declaro para um
homem, sendo que meu cabelo está horroroso? Eu vim até aqui por
que essa era nossa ultima chance. Por que eu senti que estava
prestes a perder você, por ser sido estúpida o suficiente e não ter
dado a você a chance que você tanto pediu. Sim Isaac, eu te dou
sua chance. Por que eu amo você.
–Mas eu pensei...
oOo
P.O.V Isaac
oOo
Não foi nada parecido com o que eu tinha sonhado, era muito
melhor. A sensação das minhas mãos no seu corpo (nas partes
permitidas) era surreal. O beijo era muito melhor do que eu me
lembrava. Então eu simplesmente não podia deixa-la agora, eu não
tinha forças para me afastar. Eu queria Rebecca em toda a parte
que eu pudesse alcançar, e ainda assim eu ficaria necessitado, por
que eu nunca poderia me contentar.
Foda-se a avaliação.
Foda-se os detalhes.
–Becca... porra...Becca.
oOo
oOo
Eu esperava tanto dessa noite. Tudo o que eu queria era vir para
casa e deixar o meu namorado confortável e relaxado, e então
aproveitar sua vontade de provar uma lasquinha de mim. Mas
nesse momento eu não consigo fazer mais nada. Eu estou muito
preocupada com a minha amiga e só vou me sentir melhor quando
eu ouvir a sua voz e souber que tudo está bem.
–Você não tem que se culpar, isso é entre eles. – Theodore diz e
se afasta. – Boa Noite Alexa.
Espero por mais uma hora e não tenho noticias. Então penso em
uma ideia genial que não havia passado pela minha cabeça. Como
sou tão burra! Pego minha bolsa, e vasculho a procura do meu
celular. Não tenho como ligar para Rebecca por que ela está sem
celular. Mas se ela alcançou Isaac então eu posso ligar para ele e
saber se tudo está bem. Pego o celular e disco seu numero. Toca
várias vezes e ele não atende. Tento de novo e nada. Então deixo
uma mensagem atrás da outra pedindo que me ligue, pois estou
desesperada.
São três horas da manhã e eu caminho pela casa por que quero
me manter acordada e se eu sequer parar um momento eu sinto
que vou cair em sono profundo, talvez até em coma. Bebi mais café
do que posso imaginar. Quando passo pela sala pela milionésima
vez. Avisto a planilha de Victor sobre a mesa. Trabalho. É isso que
eu preciso, faz tempo que eu não tenho planilhas na minha frente.
Pego a papelada e espalho sobre a mesinha de centro e então
começo a verificar documentos de três anos atrás quando o atual
presidente tomou posse da empresa. O trabalho me faz bem, e eu
acabo ficando acordada por um bom tempo. Mas números, e
gráficos começam a se misturar na minha visão e em algum
momento eu simplesmente não vejo, e não ouço nada, tudo é uma
escuridão, e um sono profundo.
–Humm
–O que?
–Ele disse que sua amiga ligou e disse que está bem e que
Isaac está com ela.
–Sim, senhorita.
Por que será que Sophie está aqui, agora? Será que aconteceu
alguma coisa? Ela disse que nos encontraríamos outro dia para
conversar mais sobre a doença de Theodore. Será que hoje é o
dia? Não estou com tanta vontade de tratar deste assunto hoje,
quando estou prestes a conhecer toda a família de Theodore. Já me
sinto muito pressionada, e nervosa. Será pior se eu tiver que lidar
com novas informações. Eu quero saber tudo sobre Theodore.
Quero ajuda-lo, mas eu também gostaria que ele conversasse
comigo sobre o assunto. Não apenas a doutora. Levanto-me,
guardo os documentos em sua pasta, e vou para sala, receber
minha visita.
–Boa Tarde Sophie. Está tudo bem? – Pergunto assim que a
vejo sentada no sofá esperando-me.
oOo
oOo
Theodore põe a mão na parte baixa da minha coluna, e guia-me
pela ampla cobertura do Edifício de Luxo que Phoebe mora. Há
menos pessoas do que eu esperava, e não tenho certeza se isso
me faz sentir-me bem o ruim. Devo dizer que o numero de
convidados está entre cinquenta a sessenta pessoas. As mulheres
estão elegantemente bem vestidas, e os homens também. Ainda
não vi nenhum rosto familiar, o que só tem deixando-me mais
nervosa.
–Obrigada, estou tão feliz que veio. – Ela diz. – Olá de novo
Alexa, eu sabia que nos encontraríamos de novo.
–Eu sei, ouvi muito sobre você ultimamente. Bem vinda à família
Alexa. –
–Obrigada. – Respondo.
–Olá Alexa. – Ana sorri. – Tudo bem com você? Onde está
Theodore?
–Estou bem, obrigada. Eu não sei onde ele foi, deve estar
conversando com alguém.
–Obrigada. – Agradeço.
–Eu espero que sim. Por que nós temos muitas, muitas coisas
para conversar.
Decido não mencionar que Theodore está faltando às sessões, e
que a própria Sophie veio procurar por mim para ajuda-la. Acredito
que Theodore não ficaria feliz se eu deixasse seus pais
preocupados. Também não comento que o cansaço de Theodore
parece ser mais do que apenas um pequeno problema no trabalho.
E não menciono o quão realmente distante nós estamos um do
outro, por que pode ser algo passageiro.
–Eu voltei para a mesa e você tinha sumido. Não faça isso
novamente.
–Srta. Cross você está muito bonita esta noite. Que bom vê-la de
novo. – Victor diz com aquele sorriso patético.
Desta vez a loira é que parece irritada, não, ela não está apenas
irritada. Ela se sente insultada, e está provavelmente imaginando
uma possível morte para mim em sua mente. Quando ela força um
sorriso no rosto e responde:
–Mas o Sr. Grey já atribuiu o serviço para mim. Talvez ele não
precise de toda a sua qualificação, apenas da minha.
Foda-se o contrato.
–Ei aonde vocês vão tão rápido? – Ela ri. – Não estão pensando
em dar uns amassos escondidos né? Eu preciso de uma foto do
casal para minha revista. O que vai adiantar a matéria se eu não
tiver uma foto para comprovar?
–Alexa!
Ele ainda parece bravo, e eu não quero conversar com ele neste
momento.
oOo
Capitulo Quarenta e Três: Perplexa
oOo
É tudo o que eu mais quero agora. Quero voltar para Nova York,
onde é minha casa, e o lugar de onde eu nunca deveria ter saído.
Eu quero Rebecca, e eu quero Isaac. Preciso da minha mãe, e do
meu pai. Quero meu apartamento maravilhoso, o meu trabalho de
volta, a minha vida inteira como era antes de Theodore entrar na
minha vida. Eu desejo isso tanto que me obrigo a ficar de pé.
–Alexa eu vou embora com Isaac, ele prefere assim. Mas você
pode levar as malas, nós nos vemos em casa, pode ser?
–Ah Claro.
–Conversamos em casa.
–Obrigada. – Agradeço.
–Sim, eu tenho.
oOo
oOo
–Alexa?
–Eu ainda acho que isso é tudo é uma grande confusão. Nada
disso me parece definitivo. Alexa às vezes é muito precipitada. E
desde o começo eu percebi que Theodore não é um homem como
qualquer outro, ele tem alguma coisa. Eu não sei explicar. Ele é
apenas muito reservado, silencioso, um dia ele se parece como o
homem dos sonhos de qualquer mulher, e então no seguinte da
vontade de chutar as bolas dele.
–Eu sei. Mas ainda assim não há uma explicação para o jeito
como ele falou comigo, as coisas que ele disse. Nós tínhamos tudo
combinado para vir a Nova York juntos, por que ele mudou de
ideia?
–Eu não sei minha querida. – Rebecca diz. – Mas eu acho que
vocês dois deveriam conversar.
–Não vou discutir com você Alexa. Mas faça o favor de ouvi-lo
quando ele procurar por você.
–Eu garanto. – Isaac responde. – Se ele ama você, ele virá. Por
que eu fui.
–Eu prometo que darei uma única chance, mas só por causa de
vocês dois. Só por que eu acredito que apesar de tentarem
esconder seus sentimentos vocês se amam.
–Isto está bom Alexa. – Rebecca sorri – Por que você não vai
tomar um banho e dormir?
–Eu vou.
A verdade?
oOo
–Oi mãe.
–Bem. – Minto.
–Querida como você quer que seu pai aceite bem o seu
namorado se você apenas quer se esconder?
–Tudo bem, tudo bem. Eu tenho que desligar vou almoçar com o
seu pai.
–Também te amo.
Desligo o telefone e entrego para Rebecca. Não quero nem
imaginar a guerra que vai ser entre eu e meu pai quando a verdade
vir à tona. Gideon nunca vai aceitar que sua menina cresceu, ele
sempre vai se achar superior a tudo e todos. Enfrenta-lo será difícil,
mas eu fiz uma vez, e farei quantas vezes tiver que ser feito. O fato
de que não estou com Theodore, não muda meus sentimentos, tudo
o que eu vivi, senti e passei com o homem pelo qual eu ainda sou
apaixonada.
–Eu não sei, acho que amanhã, não quero adiar muito, mas
ainda preciso de um tempo para mim.
–Não. Por que você acha que ele daria? Não é como se ele
fosse ligar e dizer: Oi Alexa, como você está? Eu estou ótimo agora
que terminamos.
–Você não pode ficar com essa cara de velório o dia todo, eu
não vou suportar olhar para isso. – Rebecca diz. – Vá vestir uma
roupa, vamos correr.
–Mas Isaac está com o seu traseiro, não com o traseiro dessas
garotas. – Aponto.
–Olá Phoebe.
–Eu gostaria de conversar com você a sós, tem um momento? –
Pergunta-me. Olho para a minha roupa de ginástica, tênis de
corrida, e sinto o suor na minha pele. Estou apenas desconfortável
de conversar com ela assim.
–Sim, obrigada.
–Eu vou deixar vocês sozinhas. – Rebecca diz. – Sinto que tem
muito para conversar. Chame se precisar Alexa.
–Alexa eu vou ser bem direta, por que é assim que eu sou.
Theodore está sofrendo com um ataque de bipolaridade, ele se
recusa a medicar-se, ele não ouve ninguém, nem a mamãe.
Estamos desesperados, acreditamos que a única solução será
interna-lo contra a sua vontade. Ele parou com os remédios e as
visitas com Sophie. Ele atravessou a fase maníaca, e está na fase
depressiva. Eu sei que você provavelmente ficou assustada com o
rumo que as coisas tomaram, eu não culpo você por fugir quando a
situação ficou realmente ruim. Mas eu imploro a sua ajuda, por que
meu irmão não aceita ninguém, exceto você.
–O que?
–Isso que você ouviu. Eu não fugi, foi isso o que ele disse para
vocês? Não é verdade, ele me mandou embora. Theodore disse
que eu estaria voltando para Nova York sozinha, por que ele tinha
uma viagem de negócios para fazer. Eu perguntei se ele queria
terminar o nosso relacionamento, por que ele parecia querer ficar
afastado de mim, estava me tratando mal, como se não se
importasse com nada. Em resposta a minha pergunta, ele apenas
disse “Tanto faz Alexandra, faça o que você quiser”. Eu fiz, eu vim
para a casa, eu não podia mais suportar ficar ao lado de alguém
que não me queria por perto.
–Oh deus, sinto muito por acusa-la desta forma. Theodore não
nos explicou por que você tinha ido, na verdade ele não disse nada,
eu deduzi que você teria partido quando percebeu sua fase
maníaca.
–Sim Alexa, ele passou por isso há alguns anos, e ele está
passando por isso agora, só que muito pior, ele está na fase
depressiva. Os sintomas desse são ainda piores como
preocupações com fracassos e incapacidade e perda de
autoestima, sentimento de inutilidade, desespero e culpa
pensamento lento, esquecimento frequente, e dificuldade em tomar
decisões, perda de interesse pelo trabalho e por pessoas, agitação,
inquietação, perda de energia e cansaço. Alterações do apetite e do
peso, uso excessivo de bebidas, perda de noção da realidade, e até
ideias de morte e suicídio. Eu quero que você entenda que
Theodore entrou nesta fase por que ele parou com os remédios, e
ninguém sabe realmente o motivo, ele também faltou às sessões
com Sophie e seu quadro alterou muito. Acreditamos que na
semana em que você estava em Seattle, Theodore estava na fase
maníaca, e seu quadro evoluiu para a fase depressiva. Foi então
que começaram as mudanças de humor drásticas, foi então que ele
não se importou se você estava indo embora ou não. Mas esse não
era o meu irmão, esta era apenas a doença agindo sobre ele.
–Você está querendo dizer que toda a vez que a doença age
sobre ele, Theodore perde a noção de tudo, e todos?
–Não é bem assim. Ele sabe quem sou eu, e quem é você. Mas
ele não tem controle sobre o que a doença passa para ele, se
Theodore puder nos machucar fisicamente e verbalmente ele fará
sem ter a noção das consequências disso.
–Oh meu deus, isso é mais grave do que eu esperava. Por que
Sophie não me contou essas coisas? Por que ela não me disse
tudo logo? Eu não entendo, Theodore deveria ter me falado. Como
eu poderia saber e estar preparada para essa situação sem
entender como funciona o quadro da doença de Theodore?
–Alexa você não tem que se sentir culpada, você não conhece a
doença como nós da família conhecemos. Você não está
acostumada às mudanças de humor de Theodore. Você foi
introduzida na vida dele agora e se sente confusa. Eu estou com
Theodore desde que ele descobriu a doença, e eu ainda me sinto
confusa em alguns momentos.
–Oh céus, eu tenho que voltar. Theodore deve me odiar por tê-lo
abandonado. Eu só preciso fazer as malas, eu, eu vou, eu só, por
favor.
–Você vai vê-lo, e você não precisa de perdão, você não fez
nada de errado. Escute, Theodore está aqui em Nova York
hospedado em um hotel, mamãe e Sophie estão cuidando dele. Ele
está realmente agressivo agora, e por isso impedimos que viesse
até aqui, que era o que ele pretendia. Nós não vamos deixar que
ele machuque você, mas precisamos da sua ajuda. Theodore só
quer ver você neste momento, então você é a única que pode
convencê-lo a voltar para Seattle e se tratar, ou vamos interna-lo a
força.
–Eu imagino que sim, e saiba que ele também sente sua falta.
Agora se cuide, eu volto amanhã bem cedo.
oOo
oOo
–Ela veio me dizer que Theodore está em Nova York, e que ele
não queria romper comigo. Eu apenas fiz tudo errado, eu o deixei
sozinho quando ele estava precisando de mim desesperadamente.
–Mas o fato é que ele não queria me deixar sozinha, ele não
queria me tratar mal, ele não queria me mandar embora, mas ele
fez.
–Por que Alexa? – Rebecca pergunta. – Por que Theodore fez
mesmo que ele não quisesse?
–Eu não posso falar, eu não posso. Você sabe que eu confio em
você completamente não é Rebecca? Mas este segredo não é meu
para ser compartilhado.
–Não muito, além de que ele sofre desta doença. Phoebe estava
preocupada que você pudesse ter ido embora por não aguentar
este fardo.
–Não foi por isso que eu vim, foi por que eu achei que ele queria
me deixar.
–Eu sei, eu sei. Mas olhe só, eu estava certa, havia algo errado,
aliás, há algo errado. Algo que pode ser consertado. Você não deve
culpar Theodore pelas coisas que ele fez ou disse, por que ele
precisa de ajuda neste momento. E ninguém pode culpa-la de
deixa-lo já que você não foi alertada sobre o tamanho das
consequências que é, quando se tem uma doença como esta.
–Posso ver.
–Você sabe, você é uma ótima CEO. Vai saber lidar com tudo
perfeitamente.
–Eu espero que sim. – Ela diz. – Hey se você for trabalhar,
convide-me para o almoço, ok?
–Tudo bem.
–Eu tenho que ir, boa sorte com tudo. – Rebecca levanta-se e
me da um beijo rápido na bochecha.
–Obrigada.
–Eu sei que não. – Ela diz. – Theodore está hospedado aqui
Alexa, o apartamento abaixo do seu.
–O que? – Murmuro.
–Eu não achei que chegava a este ponto, eu sabia que ele
gostava de me controlar, de ser superior, mas não achei que
chegaria a tanto.
–Tudo bem.
–Olá Sra. Grey, como você está? -Feliz que você esteja aqui.
Phoebe me contou o que aconteceu. Querida não pense que meu
filho tratou você mal por que queria, ele nunca faria isso com você.
–Ele está no quarto, nunca sai de lá, sempre deitado, não come,
não bebe, só está lá. – A tristeza em sua voz fez meu coração
apertar. Como seria para uma mãe ver seu filho neste estado e não
poder fazer nada para ajuda-lo? Eu nunca sentirei a metade do
sofrimento de Ana.
–Oh deus. – Ofego quando sou puxada para baixo pela força
que ele impõe quando agarra meus quadris.
–Isso não foi uma pergunta meu bem, foi uma afirmação do que
eu vou fazer com você agora. – Theodore se aproxima e captura
meu lábio inferior entre os dentes aplicando uma pequena pressão
que causa uma leve dor.
–Diga-me que você quer fazer algo sujo com a minha mãe e irmã
bem ao lado.
–Theodore...
–Diga-me. – Ordena.
–Eu não ouvi você Alexa. – Ele provoca. – Diga-me o que você
quer?
–Quero fazer algo sujo com você, enquanto sua mãe e irmã
estão nos cômodos ao lado.
oOo
P.o.v Theodore
oOo
Não há nada mais bonito no mundo do que o corpo liso e esbelto
embaixo de mim. E é desse jeito que eu gosto. Com a pele rosada,
as pupilas dilatadas, a camada fina de suor, os cabelos escuros
espalhados pelo branco dos lençóis, a forma como sua coluna
arqueia ao meu toque implorando-me por mais, os longos cílios
marcando seu olhar de luxúria, as pernas ao redor do meu quadril.
E infernos, os seus sons, estes com certeza são os melhores.
Eu não sabia se ela viria até mim, mas eu tinha certeza que se
ela não o fizesse, eu faria. Minha cabeça estava uma bagunça, eu
não compreendia o que eu estava fazendo, o que estava falando,
como estava agindo. Isso é o que a porra da doença faz comigo. Eu
acabo agindo por impulso, e coisas que eu realmente nunca quis
fazer ou dizer acabam acontecendo. É então que eu ferro tudo, eu
ferrei na primeira vez, e eu pensei que ferraria esta segunda vez.
Mas eu não estava pronto para desistir da Alexa. Por que mesmo
que eu já tenha perdido alguém pelo qual eu fui apaixonado, com a
minha Alexa as coisas eram diferentes.
–Será que você não consegue ficar quietinha para que eu possa
usar os meus dedos também? – Digo observando o intenso azul
dos seus olhos, e como suas pupilas estão dilatadas.
–Eles não vão nos ouvir se você conter seus gemidos, meu bem.
Agora, por favor, mantenha as coxas afastadas.
Alexa assentiu com a cabeça e manteve as coxas abertas para
mim. Movi minha boca sobre ela novamente, aplicando alguma
pressão com a língua e movendo sobre seu clitóris. Alexa congelou,
ficou tensa, olhei para cima tempo de vê-la esmagando o lábio
inferior entre os dentes para conter os gemidos, seus punhos
agarravam firmemente o lençol abaixo de nós. Pequenos tremores
percorreram seu corpo e ela estremeceu, sua cabeça foi jogada
para trás e ela gemeu realmente alto antes de vir gozando na minha
boca.
–Mova-se para cá agora Sr. Grey. – Ela ordena - Você não pode
prometer a uma garota sexo quente, e em seguida abandona-la.
–Eu pensei que você era uma secretária, uma realmente boa
para comer, e já tinha planos para me aproximar de você mais
tarde. Então você começou a agir como uma cretina orgulhosa e eu
juro que eu queria bater na sua bunda até que você me implorasse
para fode-la.
–Não. – O som de sua voz sai abafado pelo travesseiro onde ela
deitou a cabeça.
–Me fode!
Puta merda, será que vocês entendem por que eu amo esta
mulher?
oOo
oOo
–Eu não sei Alexa. As coisas estavam tão bem com a gente,
mesmo depois que você soube que eu tinha a doença. Então eu só
queria aproveitar dos momentos com você, não queria encher a sua
cabeça com meus problemas. E também nossa semana foi horrível.
Eu só fiquei no escritório trabalhando, e você no escala com
Rebecca.
–Tudo bem, eu concordo com você. Eu quase não te via por que
você ficava trabalhando o tempo todo, e Rebecca tomou do meu
tempo no começo da semana por estar separada de Isaac, e no
meio da semana por Isaac ter vindo a Seattle, e no fim da semana
por ela ter finalmente se acertado com Isaac. Mas não diga que não
quer encher minha cabeça com os seus problemas, por que se
estamos juntos seus problemas são meus problemas também.
–Eu sei pequena, eu percebi isso quando fomos jantar fora com
Victor e você se ofereceu para cuidar daquela papelada por mim.
Então eu finalmente entendi que se quisemos ficar juntos tudo tinha
que ser compartilhado, inclusive as coisas ruins.
–Eu não pensei que você fosse ficar brava com isso. Eu só dei a
conta para a Srta. Viniths por que ela se ofereceu para fazer isso, e
ela é contadora da minha empresa, você não é minha funcionária
Alexa, você ainda é uma funcionária do Cross. E eu sabia que nós
estávamos vindo para Nova York segunda, então eu precisava de
alguém que estivesse em Seattle para fazer isso.
–Eu fui apaixonada uma vez. O nome dela era Scarlet, uma
design de joias que mora na Rússia. Eu a conheci quando ela veio
para Seattle apresentar uma coleção sua que estava sendo
patrocinada por uma grande joalheria. Aconteceu muito rápido, nós
tivemos um encontro, e em seguida outro, então passamos a
almoçar juntos, e ela frequentou minha casa, conheceu os meus
pais, entrou completamente na minha vida. Ava era particularmente
uma adoradora dela. Então um dia ela me contou que estava
grávida e...
–Ela me contou que estava grávida, mas que o filho não era
meu. – Ele prossegue, e minha boca cai aberta. – Pediu perdão, e
disse que tinha sido um erro, apenas uma noite, e não queria que
eu a deixasse.
–Alexa, eu fiz o que qualquer homem que não fosse tão idiota ao
ponto de voltar faria. Eu a mandei para fora da minha vida. Foi
quando eu parei com os remédios e bebi muito. Entrei para a fase
maníaca, e provavelmente passei três meses na fase depressiva.
Eu ainda fui um imbecil por pensar em aceita-la de volta, eu estava
cego, completamente apaixonado. Mas eu fui forte, voltei a ser eu
mesmo, e nunca quis Scarlet de volta apesar de ela ter me
procurado muitas outras vezes.
–Eu fico feliz que isso tenha acontecido novamente, mas comigo.
– Digo. – Theodore eu sei que às vezes brigamos e nos
desentendemos, mas eu quero que você saiba que eu sou fiel e
completamente leal a você. E se um dia eu não quiser mais que
exista um “nós”, eu vou me certificar de que você será o primeiro a
saber, por que eu não seria capaz de machuca-lo da forma como
esta mulher deve ter feito.
–Eu não vou deixar você. A menos que você se torne um imbecil
completo. – Sorrio e ele corresponde.– Mas eu estou falando sério,
confie em mim.
–Eu acho que nós já demos um show para sua mãe e irmã, e
provavelmente para o resto do prédio. Agora se comporte e vamos
terminar essa conversa.
–Eu sei muito sobre você Alexa. Eu sei que quando você não
está olhando nos olhos de alguém é por que você está divagando
sobre alguma coisa, por que geralmente quando você está presente
em uma conversa você gosta de fitar o olhar diretamente. Eu sei
que quando você lambe os lábios não são exatamente por que eles
estão ressecados, na verdade é mais como um cacoete, e isso
desperta o inferno fora de mim. Você tem mania de cruzar os
braços sobre o peito quando quer parecer intimidante. E você estufa
o peito quando está em uma discussão verbal, como se isso fizesse
você ficar mais forte, mais determinada, e na verdade isso só deixa
você mais sexy. Quando você faz biquinho, você simplesmente tem
conhecimento do poder que isso causa nas pessoas, é a sua arma
para conseguir o que quer. Eu juro que faria tudo, qualquer coisa
por você em troca daquele biquinho. Porém como eu conheço essa
artimanha, tudo o que eu posso pensar em fazer é lhe dar umas
boas palmadas. Eu sei que você fica linda quando está com ciúmes
ou brava, mas eu sei que você fica particularmente perfeita quando
você está sorrindo, e feliz, em um dia qualquer, em um momento
qualquer. E eu não posso esquecer-me do fato de você puxar os
meus cabelos toda a vez que você está prestes a vir, eu acredito
que um dia vou ficar careca e vai ser culpa sua, mas maldição, eu
devo ter um fetiche pelos seus puxões por que eles me deixam
ainda mais louco por você.
–Uau. – Murmuro.
–Eu disse que sei muito sobre você, e é por isso que eu sei que
algo que eu falei te incomodou.
–Eu?
–Ai meu deus, eu não sei. Eu mal cheguei de Seattle, ainda não
conversei com os meus pais, e também tenho serviço no Crossfire.
–Não, nunca.
–Então isto se tornou uma obrigação, você tem que vir comigo.
–Alexa pense apenas em você e eu, neve, uma bela casa com
lareira, uma cama grande, uma vista espetacular, e muito sexo para
a minha recuperação.
–Você venceu, eu vou conversar com o chefe, e pedir essas
férias. – Aproximei-me e dei um suave beijo em Theodore. – Eu
tenho que ir, não posso faltar o trabalho essa semana se estou
pensando em mais férias para as próximas.
Eu ri.
Essa é a primeira vez que ele diz com todas as letras o que
sente por mim.
Esta é a primeira vez que ele diz meu nome e amor na mesma
frase.
oOo
oOo
–Então vocês se reconciliaram? – Rebecca pergunta com um
sorriso largo de orelha a orelha. Ela puxa uma cadeira e senta-se
na minha frente, colocando a enorme bolsa de couro sobre a mesa.
–Eu acho que você está com uma cara de quem fodeu
recentemente. – Rebecca aponta.
–Oh menina, é claro que você fez certo. É Aspen! Você precisa
aprender a esquiar por mim, deite-se no chão e faça aqueles belos
anjinhos, eu sempre tive vontade de fazê-los. Aproveite e faça sexo
em frente à lareira deve ser maravilhoso e ainda assim romântico.
Oh deus, o que eu não daria para ir a Aspen? Prometa, prometa-me
que fará tudo isso por mim?
–E seus pais sabem que você vai? O que você disse a Gideon?
Ele aceitou bem que você vai ficar duas semanas sem trabalhar pra
ele de novo? O que sua mãe disse?- Rebecca começou a lançar
uma pergunta atrás da outra não esperando minha resposta, acabei
interrompendo-a.
–Meus pais não sabem que eu vou. Eu não disse nada ao meu
pai, ou a minha mãe. Vou dizer que são apenas mais férias
prolongadas.
–Pai.
–Você veio repetir para mim as mesmas palavras que disse por
aquela videoconferência? Eu não quero saber, já entendi que você
se envolveu com Grey e que você não da à mínima para a minha
opinião. Como sua mãe disse você é adulta, não é mais a menina
que eu gostava de controlar os passos. Então siga em frente,
fazendo o que você quiser, só evite quebrar a cara desse sujeito
também. Eu não estou pronto para lhe dar com as repercussões
depois.
–Pai, eu não vou fazer isso, eu não vou quebrar a cara dele, ou
decepcionar o senhor de novo, não vou te trazer problemas, não se
preocupe quanto a isso. Gideon olhou para cima, e encontrou os
meus olhos.
–Alexandra o que você me disse quando se envolveu com
aquele lutador patético? – Perguntou-me com uma calma
controlada.
–Nós terminamos. Mas pai, isso não tem nada haver, Thomaz
não queria compromisso sério foi por isso que terminamos.
–Certo, e quando você ficou noiva de Damian, o que foi que você
disse pra mim?
–Mas pai...
–Deixe-me explicar.
Meu pai já teve seus momentos ruins. Ele já foi severo comigo
algumas vezes. Mas nada se compara ao que acabou de acontecer.
Gideon jogou na minha cara que meus relacionamentos todos
foram desastrosos por culpa minha. Como ele pode fazer isso
comigo? Como ele pode comparar o que eu tenho com Theodore
com o que eu tive com esses outros homens? Somente por ele
pensar que eu poderia machucar Theodore e causar problemas
para ele de novo já é algo que me deixa completamente abalada.
Meu próprio pai não confia em mim. O homem que eu mais idolatro
no mundo jogou na minha cara que me acha infantil, que eu não
sou a mulher que ele precisa para assumir suas malditas indústrias.
Tudo bem, eu entendo que tudo o que aconteceu no passado
provou grandes conturbações para o meu pai, mas nada justifica a
bronca que ele acabou de me dar, como se eu fosse mesmo uma
criança imatura cometendo novamente o mesmo erro. Isso não é
verdade. Por que meu relacionamento com Theodore não é um
erro, é especial.
oOo
oOo
–Por que isso agora? Eu não vou responder, eu não quero brigar
com você.
–É?
–O que aconteceu?
–Ele não acredita que eu ame você. Ele não acha que eu sou
boa o bastante para assumir o seu lugar. E ele me chamou de
imatura.
–Alexa ele não precisa acreditar ou não que você me ame, ok?
Ah infernos, quem tem que saber disso sou eu. E eu sei que você
não estaria aqui agora deitada ao lado de um homem
completamente afetado com transtorno bipolar, e um maldito
controlador se você não me amasse.
–Mas eu não quero que ele duvide disso, entende? Eu quero que
ele acredite que eu amo alguém de verdade. Só que eu entendo
que ele esteja com dificuldades de aceitar isso, eu fiz algumas
coisas erradas no passado, e agora ele não é capaz de confiar em
mim.
–Theodore?
–Não foi isso que eu quis dizer. Você é uma Cross, os boatos, as
noticiais, até mesmo as histórias inventadas, qualquer coisa deveria
estar nas paginas da internet, ou ter saído em algum jornal, revista,
mas eu não sei nada sobre isso.
–Foi isso o que eu quis dizer quando falei que meu pai ficou ao
meu lado e tomou todas as consequências. Meu casamento deveria
ter sido em um local pequeno, e apenas com alguns convidados,
em um dia de semana, e sem qualquer presença da mídia. Na
verdade nós tínhamos planejado casar antes que qualquer noticia
pudesse escapar para fora, e foi o que fizemos. Custou muito ao
meu pai para calar a boca de alguns convidados que estavam
interessados em compartilhar o escândalo para fora. Damian
também não queria que as histórias se espalhassem. Ele estava se
firmando no cargo de Vice- presidente da Walter Field& Leaman e
seria desastroso se descobrissem que foi abandonado no altar. Se
eu pudesse voltar no tempo, eu teria feito às coisas tão diferentes,
eu jamais teria aceitado me casar com ele em primeiro lugar. Eu
deveria ter ouvido o meu pai, e eu não o fiz, por isso entendo que
ele não esteja me apoiando agora. Eu gostaria que ele entendesse
que eu amo você, e que eu sou boa o suficiente para ser sua
herdeira. Mas ele simplesmente não vai me dar nenhuma chance,
ele já se cansou de chances.
–Ah e não faça mais isso, ok? Não enfrente o seu pai sozinha,
ou tente esconder coisas como estas, por que você mesma disse
que se estamos juntos vamos compartilhar o que for bom, e o que
for ruim também. Não me faça desconfiar da sua palavra.
–Não é claro que não. Eu gosto de você, meu único menino mal.
–Tudo bem, eu tenho certeza que será bom. Quero você só pra
mim, sem as malditas interrupções.
Rolo os olhos por que Phoebe não faz ideia de quem está
realmente cansada aqui depois de tanto esforço físico.
–Não adianta fazer essa cara. – Ele diz. – Eu não vou contar o
que é.
Theodore ri.
–Sinto muito amor essa está ficando velha. Você sabe, eu não
vou cair no encanto deste rostinho outra vez.
–E como não gostar de algo que envolva você e eu, juntos, sem
interrupções, sem duvidas do nosso amor?
oOo
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–Bom Dia!
Sorrio.
–Obrigada. – Agradeço.
Sigo pelo corredor em direção ao meu escritório. Estou com um
sorriso enorme no rosto. Não acredito que até a secretária notou
que não cheguei atrasada. Aliás, cheguei primeiro que o meu pai. O
que é uma grande vitória. Não me lembro de alguma vez estar
neste andar, e Gideon não compartilha-lo comigo. Ele sempre quer
ser o primeiro a chegar, por que acha que este é o melhor jeito de
dar o exemplo aos seus funcionários. Bem, baby desta vez quem
está dando o exemplo sou eu.
–Bom Dia Dafne, está tudo bem. Eu odeio ter que interromper a
sua leitura, mas nós temos muito, muito trabalho hoje.
–Volto em minuto!
–Entre!
Sorrio.
–Pelo o que?
–Ah é isso. – Digo. - Achei que você disse que estava toda
atolada em trabalho, mas pelo jeito você conseguiu um tempinho.
–Bem, eu achei que eu teria muito trabalho, mas quando eu
cheguei descobri que Damian cuidou de praticamente tudo, ele é
muito eficiente. E não é como se eu pudesse recusar estas férias.
–Você está certa, é o melhor que você tem a fazer. Não deixe
que o trabalho interfira na vida de vocês. Rebecca você já passou
por tanta coisa para estar com Isaac, não perca isso.
–Eu não vou. Bem, vamos para de falar de mim, quero saber
como está indo você e Theodore. Agora não te vejo mais já que
você dorme todos os dias com ele. Largou-me por que ele tem um
pênis e eu não?
Ele para de trocar socos com o seu oponente que por acaso é
um aluno que eu conheço. Thomaz se vira, e sua expressão
endurece. Parece bravo, não eu sei que ele não está bravo, talvez
chateado. Ele retira as luvas de suas mãos e as abandona no chão
e vem caminhando na minha direção.
–Eu vi Alex, mas a mensagem não dizia muita coisa. Tudo bem,
eu entendi que você foi viajar para Seattle a trabalho, e nesse
tempo você não teve cinco minutos para fazer uma ligação. A
propósito eu vi você e o engomadinho nas revistas, parabéns pelo
namoro que eu nem sabia que existia.
–Oh você está irritado por causa disso? Thomaz o que tivemos
acabou, e eu pensei que você soubesse disso.
–Eu amo você Thomaz, como amigo, não faz isso comigo ok?
–Não seja por isso, eu vou dar uns bons chutes no seu traseiro
por ser um idiota.
oOo
oOo
–Não foi você que pediu, ele apenas confia em mim para tudo,
você sabe.
–Eu vou, tenha certeza que eu vou, obrigada mais uma vez
Sophie.
Dou um abraço rápido nela, e volto para a cozinha, despeço-me
de todos. Theodore insiste em me acompanhar até o meu carro na
garagem. Nós caminhamos em silêncio por todo o caminho, até eu
não aguentar mais segurar a minha língua.
–Por que você apenas não pediu para mim? Quer dizer, eu
consegui lidar bem com isso, só que é apenas estranho que sua
psicóloga, e também amiga de toda a sua família me diga que
vocês conversam sobre muitas coisas, inclusive sobre mim, e em
seguida me entrega isto.
–Alexa você não tem me contado mais nada sobre sua vida,
estou descobrindo as coisas pelos outros. Justo eu, a pessoa que
você sempre recorria quando precisava de ajuda. Estou
decepcionada.
–Alexa eu...
Não espero que minha mãe diga mais nada, viro-me e caminho
direto para o meu escritório, ignorando Vivian com um olhar
chocado, e Dafne assustada. Deve ter sido realmente um show.
Alexandra Cross gritando com sua própria mãe, a tão perfeita Eva
Cross.
Acabo cedendo por que não gosto de estar brigada com ela.
Envio uma mensagem concordando em encontra-la no bistrô e
envio outra para Rebecca avisando da presença da minha mãe em
nosso almoço. Pego minha bolsa, despeço-me de Dafne e sigo para
os elevadores. Meu trabalho no Crossfire terminou, fiz tudo o que
podia e muito mais, se isto não for suficiente para Gideon, então eu
não sei o que ele quer de mim. Rebecca está esperando-me nas
portas giratórias de saída do Crossfire, ela sorri e eu retribuo.
–Tudo bem mãe. Sinto muito por gritar com você, eu não queria,
mas perdi a cabeça.
–Ah Eva! – Papai exclama. – Por favor, nós vamos ficar agindo
como se aceitássemos tudo o que Alexa faz de errado?
oOo
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–Se eu disser que é muito perigoso para você, que apenas nas
tentativas você pode quebrar o pescoço. Você desistiria?
–Humm não.
Eu vou para dar um beijo nele, mas antes Ava puxa o meu braço
e empurra-me em direção a janela, apontando alguma coisa no alto.
Eu presto atenção enquanto contornamos um vale, torcendo por
uma estrada de montanha. Quanto mais subimos, mas nítida a
imensa casa dos Grey’s fica. Connor desacelera o carro, e para em
frente a impressionante casa. Duplas fachadas com agudos
telhados e construído de madeira escura.
–Uau é sua casa? Estou curiosa para saber como você decorou
sua casa. Há quanto tempo você tem ela?
–Bem, sim foi isso. Eu acho que você queria ficar sozinha
comigo, certo?
A casa tem três quartos, sendo que dois são suítes. Theodore e
eu escolhemos a suíte mais acolhedora e com uma vista
maravilhosa da montanha de Aspen. Desfiz as nossas malas e
guardei nossas coisas, enquanto Theodore se ariscou a preparar
alguma refeição na nossa cozinha. Com as nossas coisas
guardadas nos devidos lugares, eu resolvi descer para procura-lo.
Há algum tempo eu estive ouvindo alguns ruídos, barulhos que me
lembraram de copos quebrando, talheres tinindo, e maldições
sendo pronunciadas. Isso me levou a acreditar que Theodore não
estava se dando bem com a cozinha, o que me levou a um novo
tópico, e se ele estivesse acabando com a cozinha recém-
inaugurada? Apressei meus passos pela escada, porém parei no
vão da porta para observa-lo.
–Eu quero fazer tantas coisas com você que eu não tenho ideia
de por onde começar. – A voz rouca carregada de desejo me diz
que não importa por onde ele comece, sempre será inesquecível.
–De frente agora. – Exigiu mais uma vez com a voz tomada de
rouquidão.
–Eu amo ver você gozando, os sons que você faz, e o modo
como olha vidrada é tão lindo. – Theodore murmura contra os meus
cabelos molhados. Eu o abraço apertado, me aconchegando no
peito amplo e molhado.
–Tudo bem amor, eu vou levar fundo como você gosta, quero te
ouvir gritar novamente quando eu te trouxer outro orgasmo.
Theodore ri.
–Com certeza.
–É claro que sim. Você não está pensando em pular fora antes
disso né? Olha eu que te prendo e não te deixo ir nunca mais.
oOo
oOo
Outra coisa que eu amei em Aspen foi a nossa casa estilo chalé.
Nunca pensei que seria tão bom ficar em um lugar isolado assim,
mas eu estava com o meu namorado então as coisas estavam
perfeitas. Nós passamos algum trabalho para cozinhar, e por isso
nossa geladeira estava abastecida com comidas praticas, do tipo
que você coloca no micro-ondas e sai pronta. Fora isso
conseguimos cuidar de todo o resto. Nós acordávamos a hora que
tínhamos vontade, ou quando Ava invadia a casa e nos obrigava a
sair. Nós dormíamos tarde da noite, ou da madrugada. Passávamos
horas lendo em frente à lareira, eu contei um pouco da minha
infância, e de tudo o que fiz ao longo da minha vida até hoje e
Theodore também se abriu um pouquinho. Foi bom ouvir ele contar
dos tempos de criança, e de como ele e Phoebe brigavam bastante
para ter toda a atenção de seus pais. E eu completamente me perdi
em suas histórias no tempo em que ele esteve no exército e de
como ele herdou a paixão de seu pai por aviões, planadores, etc. O
único assunto que Theodore evitou foi à doença, mas eu podia
compreendê-lo. Ele estava em férias, comigo, e provavelmente
queria ouvir coisas boas, e não ficar lamentando, então eu não
insisti. Quando o assunto foi namoro, ele também se negou a contar
mais sobre Scarlet, a namorada do passado por quem ele foi
apaixonado e o traiu. Tanto quanto ele, eu também não queria ouvir
sobre isso, então mudamos para um assunto melhor e acabamos
fazendo amor em frente à lareira como Rebecca disse que seria
bom, e foi.
Já era tarde quando Ana ligou, e nos convidou para jantar com
toda a família em sua casa para uma comemoração especial que
ela mesma não sabia qual era. Eu tomei um banho rápido, e vesti
roupas quentes. A parte que eu menos gostava em Aspen, era que
sempre que eu tinha que sair de casa precisava me encher de
casacos grossos e quentes. Eu estou acostumada ao frio em Nova
York, mas não é nada comparado aqui, tão perto dessas
montanhas congeladas. Assim que deixei o banheiro livre,
Theodore tomou meu lugar. Fui terminar de arrumar meus cabelos,
e coloquei uma maquiagem leve no rosto. Um telefone celular tocou
próximo de mim, eu me virei, vendo o Black Berry de Theodore
vibrando sobre o aparador de madeira.
A contadora.
A vaca loira.
– Nós vamos ver, com certeza vamos. Agora não volte a ligar,
por favor, nós estamos de férias, lembre-se disso.
–Alô?
–Oh cristo! Ela tem que acreditar, ela não vai contrariar uma
ordem do próprio chefe. Mas se ela não concordar, passe o meu
numero para ela, e eu vou convencê-la a pegar os papeis.
– Você falou com a Cornelha, não foi? Ah, está na sua cara.
Você não devia ter feito isso, eu disse que cuidaria mais tarde.
–Eu não queria que você tivesse que lidar com o trabalho, aliás,
eu não quero. Agora pelo menos as coisas estão acertadas, ou
quase.
– Tudo bem, tudo bem, eu não quero discutir isso. Sei que foi
errado pegar o seu telefone, e me intrometer em suas coisas, mas
eu fiz isso por você, ok? Para que você não precise se incomodar.
– Claro, vamos. O que será que é tão importante para ela ter
preparado um jantar especial? Ela disse que é uma comemoração.
oOo
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– Tudo ok.
– É claro que não, eu não paguei por ela, você fez. – Digo.
Eu gritava cada vez que nosso bote batia em uma rocha, não
que eu estivesse com medo, na verdade era mais emocionante
quando esses solavancos aconteciam, eu chegava a pular no meu
lugar. E quando avistei uma queda d’agua levantei os braços para
cima, ao invés de deixa-los para baixo segurando as fivelas presas
ao bote.
Rolei os olhos.
Eu o olhei boquiaberta.
– O que? Você está louco, sua família está toda aqui, e, além
disso, estou congelando, não vou ficar nua aqui. – resmungo.
– Oh, claro!
– Sim, precisa.
– Sinto muito que não tenha sido um dia perfeito, como você
esperava. – Theodore disse atrás de mim enquanto contemplava a
visão.
– Mas foi perfeito, eu amo estar com a sua família, eu amo estar
nos lugares que você está, principalmente eu gosto de estar com
você. Então, pra mim foi perfeito, olhe só essa vista, duvido que
tenha algo mais lindo no mundo do que isso.
Sorrio por que sinto seus olhos sobre mim. Novamente estou
sem palavras, não pela visão, e sim pelo o quanto o meu namorado
pode ser maravilhoso.
Eu pego o binóculo de sua mão, e faço como ele pediu. Uso para
olhar a montanha, tudo continua lindo como eu já havia visto, na
verdade está igual, não há nada de diferente, e eu espero que
Theodore me aponte à direção correta que devo olhar.
Um anel.
Oh meu deus...
E eu me jogo nos braços dele por que eu não aguento mais que
ele esteja tão perto e tão longe. Eu também beijo os seus lábios
como se minha vida dependesse disso, e talvez dependa. Talvez eu
finalmente tenha encontrado a minha vida.
oOo
oOo
– Filhos? – Resmunguei.
– Estou. – murmurei.
– O que?
– É, isso mesmo. Eu não podia pedir você em casamento sem
que o seu pai soubesse Alexa. Eu precisava da permissão dele.
– Não exatamente. Mas ele também não disse que não aceitava,
ele só não acha que você vai levar esse casamento a sério.
– Srta. Cross?
– Escuta aqui sua vadia, eu não sei como passou pela sua
cabeça que você poderia conseguir me enganar, mas você está
enganada, eu disse que poderia te desmascarar, e eu tenho provas.
Você está me ouvindo Cornelha? Conte os minutos, por que isso é
o que resta para você e seu bendito irmão irem para a cadeia e
apodrecerem lá.
– Você não sabe? Pode deixar que eu vou me fazer bem clara
para a policia. Seus dias, e do seu irmão nesta empresa acabaram
Cornelha. Você e Victor vão ser presos, e passaram muitos anos na
cadeia, eu te garanto isso.
– Oh, por favor, por que você não ficou em Nova York brincando
de bonecas Alexandra Cross? – Ela cospe. – Ceús, você é uma
piranha metida, as coisas estavam indo tão bem, por que você tinha
que aparecer, por quê? Bem, eu tenho algo para te dizer, você e
seu maldito namoradinho não vão se livrar de mim e do meu irmão
tão facilmente. Eu não vou deixar que vocês me joguem na cadeia,
eu não vou.
– Cornelha você...
oOo
oOo
– O que? O que foi que você disse? Eu não acredito que você
está me chamando de incomodo quando fui eu que descobri toda
essa fraude. Eu que salvei você. Eu!
– O que?
– Ah Alexa! Por que diabos você fez isso? Droga, eu vou dar
alguns telefonemas.
– Então? - perguntei.
– O que?
Que diabos?
Cross!
Meu pai?
– Alexa você não vai matar ninguém. Você vai fazer as suas
malas, e eu vou providenciar o jatinho para nós. Vou levar você
para Nova York e entrega-la em segurança para o seu pai, depois
vou para Seattle acabar com essa merda.
– Meu anjo eu queria que você fosse, mas eles são seus pais,
eles querem você por perto. E também é bom que você fique com
eles por um tempo, e conversem sobre o casamento.
– Theodore!
oOo
Capitulo Cinquenta e Sete: Aliviada
oOo
Eu voltei para Nova York. Fiz isso por causa de Theodore, mas
secretamente também fiz pelo meu pai. Sei que esta ameaça sobre
rapto pode ser apenas uma brincadeira de Cornelha ou não. Afinal
essa não é a primeira ameaça que meu pai recebe contra a minha
vida. Isso é bem comum na vida dele. Uma vez quando eu tinha
apenas seis meses de idade e havia saído para um passeio com a
minha babá até o Central Park e meu pai recebeu um telefonema.
Um homem disse durante a ligação que havia raptado a mim e a
minha babá e que em troca queria um milhão de dólares. Foi à
primeira ameaça a minha vida que meu pai recebeu, e a mamãe me
contou que ele ficou tão desesperado quanto ela. Ele praticamente
colocou Nova York de cabeça para baixo até me achar,
completamente segura nos braços da minha babá. Depois disso
ouve outros tipos de ameaça contra mim, mas o meu pai já estava
acostumado. É natural que isso aconteça, ele tem muito dinheiro e
todo mundo sabe disso. No entanto eu tento me colocar no lugar
dele, como pai, e sei que mesmo que esta ameaça seja uma
brincadeira, ainda o deixa preocupado. Eu entendo isso, porém
quero que ele entenda que eu sou adulta, não mais a criança que
ele podia proteger. Eu não quero que meu pai coloque toda a sua
equipe de segurança em cima de mim por causa de uma ameaça.
Céus, o que vai acontecer quando eu me casar? Se ele receber
ameaças vai me obrigar a vir de Seattle para cá? Deixar o meu
marido para trás por que o meu pai está com medo de que algo
aconteça comigo? Não, não, isso tem que acabar.
Bem, de qualquer forma eu aceitei vir para que ele fique e minha
mãe fiquem calmos e tenham certeza de que estou bem. Mas eu
também aceitei vir por que eu preciso esclarecer algumas
mudanças que vão acontecer daqui por diante. Eu estive pensando
muito e decidi que eu vou abdicar o meu lugar no Crossfire, e eu
não estou falando do cargo de diretora de finanças. O que eu estou
dizendo é que eu não vou comandar o Crossfire depois que o meu
pai não puder comanda-la. Eu ainda gostaria de ser sua herdeira,
mas eu não vou comandar as empresas do meu pai. Não tenho
como fazer isso lá de Seattle. E eu escolhi ir com Theodore. Eu
amo Nova York, foi o lugar em que cresci, e eu sempre gostei de
toda a bagunça que é este lugar, o movimento, o barulho, tudo. No
entanto Theodore não pode deixar os seus negócios, e se eu quero
me casar com ele vou ter que sacrificar algumas coisas. Nós já
conversamos, e Theodore ficou feliz que eu tenha escolhido fazer
as coisas desse jeito. Bem, e não é como se eu fosse parar de
trabalhar. Na verdade nós decidimos que eu mereço um lugar na
Grey Enterprises, e eu estou contente com isso.
– Alexandra nós temos muito que conversar, eu não sei nem por
onde começar. Bem, vamos falar sobre o seu trabalho primeiro. –
Gideon fez uma pausa, e encarou-me, ergui uma sobrancelha em
sinal para que ele continuasse. – O que você fez aquele dia seria
motivo para sua demissão, eu não admito que nenhum dos meus
funcionários me faça passar por este tipo de vergonha. Aliás, isso
nunca aconteceu, por eles tem respeito por mim, e você como
minha filha deveria ter o mesmo...
– Olha aqui pai, vamos parar por aqui, ok? Pra começar eu não
teria feito aquilo se você não ficasse agindo como se eu fosse uma
menina imatura que não sabe de nada. Você estava me proibindo
de viajar com o meu namorado!
– Sim, eu quero.
– Meu deus, meu deus! Pai é você mesmo, tem certeza que
você não foi abduzido por algum alien do bem?
– Pai já que você não está bravo, e está feliz por mim. Eu acho
que eu posso te contar que eu vou morar em Seattle com Theodore
depois do casamento, e que eu vou começar a trabalhar com ele.
Por isso não posso ser mais sua herdeira, eu espero que você
possa compreender...
oOo
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Ooo
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oOo
Eu me despedi de Theodore há apenas meia hora atrás. Ele vai
passar em seu apartamento para pegar suas coisas, e depois ele
vai direto para o aeroporto onde o jatinho vai estar pronto para que
ele possa partir para Seattle, e resolver logo todos os problemas.
Estou muito triste com a sua partida, queria poder ir junto com ele,
mas ele prefere que eu fique aqui em Nova York. Ele acha que é
mais seguro que eu esteja no território de Gideon Cross, onde ele
pode cuidar de mim, e certificar-se de que eu estarei a salvo. Eu
acho que Theodore poderia cuidar de mim tão bem quanto o meu
pai, talvez até melhor por que eu estaria ao seu lado o tempo todo.
Mas eu entendo por que ele fez isso. Ele quer tentar se entender
com o meu pai, e ele quer que eu me entenda com o meu pai. Por
isso ele acha que eu ficando aqui isso tem mais chances de
acontecer. Bem, ele está enganado. Eu apenas vou ficar no meu
apartamento e de Rebecca até que eu possa ir para Seattle com
Theodore.
― Alexa vem cá! ― Rebecca chama da sala de estar.
Com um suspiro eu abandono o meu telefone sobre a cama,
apenas alguns minutos atrás eu estava conversando com o meu
noivo. Caminho até a sala e encontro Rebecca e Isaac deitados
juntos no sofá, eles estão vendo uma maratona de filmes comendo
pipocas. Bem, Isaac está comendo pipocas, já Rebecca está
comendo uvas passas com iogurte. Algum desejo estranho que ela
teve. Ela está segurando um envelope grande em sua mão, e tem
um sorriso imenso no rosto. Quando eu me aproximo, noto que não
é um envelope, e sim, um convite. Eu empurro um espaço para mim
no sofá, ignorando os protestos de Isaac e me inclino para perto de
Rebecca.
― O que é isto? ― pergunto.
― É um convite de casamento para nós.
― Um convite de casamento? ― Eu repito. ― De quem?
― Vejo com os seus próprios olhos. ― Rebecca diz, e me passa o
convite cor creme muito elegante.
Eu abro e vejo imediatamente o nome dos noivos. É de Charlotte e
Erick. No convite diz que eles vão se casar na casa dos pais da
noiva na França. Eu e Rebecca somos convidadas, junto com os
nossos namorados. Só por que Charlotte ainda não sabe que eu
estou prestes a me casar, e Rebecca provavelmente também. Eu
estou muito feliz por saber que finalmente minha outra amiga está
seguindo para o caminho que tanto sonhou. Dou uma olhada na
data e percebo que está muito próxima, apenas algumas semanas.
Já estou imaginando tudo. Eu, Theodore, Rebecca e Isaac na
França aproveitando um tempo juntos, e longe de toda esta
confusão sobre telefonemas anônimos, e empregados ladrões.
Parece exatamente o que estou precisando, é como uma salvação
neste momento.
― Parece que nós vamos para a França. ― Rebecca cantarolou.
― Isso é ótimo, Charlotte não poderia estar casando numa hora
melhor.
― É, verdade. Eu preciso contar a ela sobre o bebê, ou ela vai ficar
chateada que somente você sabe. Bem, eu vou ligar pra ela agora.
― Faça isso, diga que eu mandei os parabéns.
― Ah, vem comigo.
― Não, não eu vou sair.
― Vai aonde?
― Vou pra academia, estou cansada de ficar em casa, minha
mente fica presa em Theodore, e isso está me matando. Faz tempo
que não vejo Thomaz, e eu sei que ele pode me fazer esquecer um
pouco de todo esse tumulto.
― Ah, tudo bem. Cuide-se, e volte cedo eu vou pedir comida
chinesa para o jantar.
― Okay.
Eu volto para o meu carro, substituo meu vestido por calças e top
de ginástica. Pego a minha bolsa, as chaves do meu carro e me
despeço dos pombinhos. Faz tanto tempo que eu não dirijo o meu
próprio carro que parece que eu acabo de tirar a carteira. Eu chego
à garagem, destravo o alarme e sento-me confortavelmente no
banco de couro da minha BMW prata maravilhosa. Oh bebê, senti
sua falta. Coloco os óculos de sol, abro todas as janelas, e deixo a
garagem pela rampa de acesso. Hoje o transito não está tão ruim,
eu consigo dirigir confortavelmente sem ficar presa no
congestionamento. Faço meu caminho dirigindo para o Brooklyn,
onde a academia de Thomaz está localizada. Eu faço uma curva, e
noto um veiculo preto me seguindo. E então eu tomo um caminho
mais longo para a academia, por que eu quero saber se ele vai
continuar grudado na traseira do meu carro. E lá está ele, seguindo
pelo mesmo caminho. Eu freio bruscamente no acostamento, e eu
puxo o celular da minha bolsa. Disco para o terceiro numero na
minha agenda.
― Alexandra? ― A voz do meu pai soa do outro lado.
― Você colocou sua gente para me seguir, não é? Meu deus pai
relaxe, okay? Estou tão cansada disso.
― Alexa a minha gente não está seguindo você.
― Pai você não pode mentir, eu estou vendo este carro preto me
seguindo desde o Upper West Side, e agora eles estão parados
assim como eu, isso é ridículo.
― Não são meus homens Alexa, são de Theodore. Ele se certificou
de colocar a segurança em cima de você, eu não tenho nada haver
com isso.
― São de Theodore?
― Sim, eles são. Você sabe que precisa de segurança, ainda não é
seguro sair sozinha.
― Tudo bem, desculpe. Mas eles também não vão entrar na
academia, e me seguir para o banheiro ou coisa assim né?
― Alexa é só proteção, apenas segurança para você. Se você não
pode deixar seu pai cuidar de você, deixe que seu noivo faça isso.
― Okay, eu vou desligar.
Eu desligo meu telefone, e eu continuo seguindo para academia.
Estaciono meu carro no estacionamento do lado de fora, e sigo para
a entrada. O carro preto continua no estacionamento, e ninguém
desce para me seguir, o que é muito bom, por que não há nenhuma
maneira de que algo poderia acontecer comigo dentro da academia
de Thomaz, com todos aqueles homens grandões e fortes. Passo
pela recepção e sigo direto para as salas com os tatames, por que
eu sei que lá é onde Thomaz vai estar. E é claro que eu estou certa,
eu entro e a sala está cheia, eles estão assistindo algumas
demonstração de luta. Thomaz contra um de seus melhores alunos.
Eu tomo um espaço para mim e fico assistindo de longe. Nossa, ele
é bom. Na verdade eu sei que ele é muito bom, só que faz apenas
muito tempo que eu não venho aqui. Como já era de se esperar
Thomaz detona com o seu aluno, que cai no tatame e precisa de
ajuda para ser tirado para fora. Outro aluno entra no ringue, e
levanta a mão de Thomaz para indicar que ele venceu. Todos
começam a gritar e fazer o maior barulho como se estivessem em
uma luta de verdade.
― E então porra, vocês aprenderam? ― Thomaz ruge para seus
alunos. ― Mas algum franguinho para eu que eu possa chutar o
traseiro?
Todos os alunos ficam em silêncio.
― Eu sabia! ― Thomaz grita. ― Vocês são uns fracos. Por que não
sobem aqui e me mostrem o que vocês têm hein?
― Se você calar esta sua boca de merda quem sabe eu possa subir
ai e te mostrar como é que se faz. ― Eu grito de volta dando dois
passos para frente e ficando na visão de Thomaz. Seus lábios se
contraem, e ele sorri discretamente.
― Eu vou dizer para vocês rapazes. ― Thomaz continua. ― Aquela
garota ali tem metade do peso de vocês, e ainda assim eu tenho
certeza que ela saberia chutar um traseiro muito melhor do que
qualquer um.
Eu pisco para os meninos e sigo para o ringue. Thomaz dispensa
seus alunos, toma uma garrafa de agua na mão, e vem para se
sentar ao meu lado.
― Então princesinha, o que você faz aqui?
― Não me chame de princesinha seu idiota. Eu queria sair um
pouco de casa, pensei em fazer alguma coisa aqui na academia
antes de voltar. Ah a propósito eu vou me casar.
― Oh o que? Você só pode estar brincando.
― Não, eu não estou. Vou me casar com Theodore, espero que em
breve.
― Senhor, ele sabe que você costuma abandonar os noivos?
― Thomaz! Só aconteceu uma vez, e eu não vou fazer isso com
Theodore.
― Tudo bem, se você diz. Será que eu estou convidado?
― É claro que sim. Mas primeiro você precisa manter a minha
mente longe, eu estou tão cansada de pensar. Estou com
problemas com o meu pai por que se eu me casar vou morar em
Seattle, e quero comandar o Crossfire por lá, mas para isso preciso
que Rebecca aceite comandar a sede principal aqui. E Theodore
está indo hoje para Seattle por que ele tem que resolver uns
problemas com uns funcionários ladrões que tentaram roubar ele e
fugiram. Pra piorar meu pai recebeu uma ligação anônima de
alguém que disse estar querendo me raptar. Sabia que há um carro
preto no seu estacionamento, e os homens do meu noivo estão de
olho em mim? É, essa é a minha vida agora.
― Sinto muito Alex, não deve ser fácil ter que lidar com isso. Sabia
que antes de você, eu sonhava em ser rico? É, ai eu conheci você,
e todos os problemas que você passa por ser filha de Gideon
Cross, e eu percebi que não é tão fácil ter tanto dinheiro. Mas não
preocupe, vai dar tudo certo. Sempre dá, seu pai ouve você, apesar
de que você acha que não. E seu noivo logo vai estar de volta. E
essa paranoia de gente querendo te raptar, sempre aconteceu, não
é agora que vai parar.
― É, eu sei. Eu espero que você esteja certo.
― Vem, vamos. Quero que você faça abdominais, e depois me
encontre perto da esteira, vou te passar uma sessão de exercícios
para seguir, e manterei sua mente bem longe dos seus problemas.
― Obrigada, eu preciso disso.
Thomaz cumpriu com a sua promessa. Eu passei três horas na
academia seguindo os exercícios que ele me passava, e minha
mente ficou muito longe para pensar em qualquer coisa. Quando eu
terminei, estava exausta e toda suada. Eu me despedi dos meninos
e das meninas, e também de Thomaz e prometi que apesar do
casamento eu voltaria para vê-lo. Nunca me esqueceria de qualquer
amigo meu em Nova York, também garanti que ele receberia seu
convite para o meu casamento. Peguei as minhas coisas, e deixei a
academia. No estacionamento percebi que o carro preto continuava
estacionado no mesmo lugar, e um homem alto e forte estava
apoiado perto da porta com os braços cruzados. Ele estava vestido
todo de preto, e usava óculos. Quando eu comecei a encara-lo, ele
levantou os óculos e deu uma piscadela e um sorriso amarelo para
mim. E eu? Eu mostrei o dedo do meio e segui para o meu carro.
Destravei o alarme, abri a porta do passageiro e empurrei minha
bolsa no banco, dei a volta e abri a porta do motorista.
― Ei moça! ― Uma mulher chamou atrás de mim. ― Você deixou
cair isso.
Eu me virei, e congelei. Ela era alta, bonita, e tinha cabelos pretos
(pintados), mas seus olhos não poderiam me enganar. Antes que
eu sequer abrisse a boca para dizer alguma coisa, ela levantou o
cabo de uma arma, e bateu contra a lateral da minha cabeça. Eu
gritei usando toda a força que eu tinha, mas em seguida duas mãos
fortes estavam me empurrando para dentro do meu carro. A mulher,
que agora estava morena, mas que para mim sempre será a vaca
loira assumiu o volante e arrancou com o meu carro do
estacionamento, enquanto duas mãos enormes me mantinham
presa pressionada no banco do passageiro. Este era Victor, só
podia ser. Eu peguei um vislumbre dos homens de Theodore
correndo em direção ao carro, mas era tarde demais.
Eu estava sendo raptada.
oOo
Capitulo Sessenta e Um - Ferida
oOo
P.o.v Alexa
***
P.o.v Theodore
***
P.o.v Gideon
oOo
P.O.V Alexa
P.O.V Theodore
P.O.V Gideon
Eu não vejo a hora de tudo isso acabar. Eu só quero ter Alexa de
volta em casa e segura, e esses bandidos na cadeia. Eu não
aguento pensar nas coisas que eles podem estar fazendo para ela.
É a minha filha, porra. Eu a amo, e eu não quero perde-la antes de
ter a chance de dizer o quanto eu estou arrependido. Eu e Alex
aeramos parceiros, mas do que minha filha, ela era o meu braço
direito. Em casa, ou nos negócios nós sempre fomos próximos. E
eu fiz tudo isso desandar, eu a afastei de mim, fiz coisas e disse
coisas horríveis. É o momento de deixar a minha menina crescer,
se ela acha que o certo se casar com Theodore, e ir viver em
Seattle, então eu tenho que apoia-la. Eu só não quero perde-la para
sempre, eu não posso suportar isso.
Quando eu entro no carro, eu coloco minhas mãos no volante
apertando com toda a força para controlar os meus nervos.
Theodore está sentado ao meu lado, e ele segura as duas maletas
com o dinheiro que Victor exigiu para a troca. Eu e Theodore
estamos armados, e prontos para agir em qualquer momento.
Nossos homens estão escondidos, e espalhados pelo pátio e eles
vão entrar quando for à hora certa. Quando Alexa estiver segura.
São 19:00 horas e nós partimos de carro de uma rua atrás do
prédio. Victor não sabe que estivemos observando ele e sua irmã o
dia todo. Nem sempre tínhamos uma visão deles, pois há poucas
janelas nos galpões, mas ainda assim tivemos alguns vislumbres,
enquanto pensávamos em todas as coisas que poderiam dar errado
e como agiríamos então. E eu estou preparado, mas do que
preparado para entrar lá.
Eu conduzo o carro, e eu entro diretamente pelo portão grande de
um galpão que está aberto. É um espaço muito grande, mas
completamente aberto, não há lugares para se esconder e eu
preciso tirar Alexa dali rápido. Eu estaciono o meu carro ao lado da
BMW de Alexa, pelo menos podemos usar os carros como escudo
para se proteger em caso de tiros.
― Você está pronto Grey? ― pergunto.
― Muito pronto, vamos lá.
Ele me passa uma das maletas, eu abro a porta, e eu desço
carregando-a na minha mão direita, em seguida Theodore sai
carregando outra maleta. Nós caminhamos até a metade do galpão
quando uma porta na lateral se abre e Victor sai, ele também tem
uma arma nas mãos. Atrás dele vem Cornelha, puxando Alexa pelo
braço. Alexa está com as mãos, e a boca atada. Quando ela nos vê,
ela emiti sons que eu nunca vou esquecer na minha vida. É dor,
angustia agonia, saudades, entre outras coisas. Eu quero chegar
até ela, e toma-la nos braços. Mas eu tenho que manter a calma por
ela, somente por ela. Theodore dá dois passos para frente indo em
direção a Alexa, com os punhos cerrados e a mandíbula tensa. Eu
não sei que porra ele está fazendo, por que ele deveria se controlar.
― Fique onde você está Grey. ― Victor ordena, Theodore dá mais
um passo para frente e Cornelha levanta a arma na cabeça de
Alexa. ― Ou nós não vamos nem ter a oportunidade de uma troca.
― Seu filho da puta desgraçado. ― Theodore rosna. ― Você vai
pagar pelo o que você está fazendo, eu juro.
― Cross eu pensei que nós tínhamos um acordo. ― Victor diz
ignorando Theodore e virando-se para mim. ― Eu disse para vir
sozinho.
― Foda-se você não ordena nada. Eu estou aqui, as maletas
também, vamos trocar.
― Claro, vamos. ― Ele diz. ― Deem três passos a frente, e
coloquem as maletas no chão abertas.
Eu dou os três passos, assim como Theodore e nós colocamos as
maletas, e então voltamos para o nosso lugar. Victor caminha até a
frente, e ele toca no dinheiro conferindo se é verdadeiro. Ele sorri
como se soubesse que conseguiu tudo o que queria, ele está
apenas enganando.
― Ótimo.
― Solte Alexandra agora. ― ordeno.
― Claro. Solte ela Cornelha. ― Victor diz para a irmã, e Cornelha
libera o braço de Alexa. ― Caminhe bem devagar até eles querida.
Alexandra começa a vir na minha direção a passos lentos enquanto
Cornelha mantem a mira da arma na cabeça dela. Eu vejo lágrimas
nos olhos, e nas bochechas da minha filha, e eu só quero tirar a dor
dela, quero que tudo acabe. Victor neste momento tomou as
maletas em suas mãos, e ele está indo para uma porta lateral de
saída. Eu sei o que tem lá, é o seu carro, seu meio de fugir, mas ele
não vai conseguir. No momento em que Alexa chega em mim, eu a
puxo para o meu braço e eu começo a leva-la para o carro. Ela
tenta se virar, eu acho que para ver Theodore, mas eu abraço ela
forte e continuo andando. Então eu ouço os tiros, e eu sei que
Theodore está indo até Victor. Eu coloco Alexa dentro do carro, e
antes de bater a porta eu ordeno.
― Fique aqui, eu vou ajudar o Grey.
― Não, não pai. ― Alexandra chora.
Eu quero ficar, quero mantê-la segura, mas Grey está lá, e Victor e
Cornelha estão armados, ele está em desvantagem, e eu não posso
deixar nada acontecer com ele. Se Alexandra o ama, eu não posso.
Eu pego a minha arma e eu corro pela porta lateral onde eles
sumiram apenas um minuto antes. Então eu vejo Victor no chão, e
Theodore sobre ele. Theodore está socando sua cara com os
punhos fechados, mas ele não percebe que Cornelha está vindo por
trás dele com a arma em punho. Eu não penso, apenas miro na
mulher e eu atiro. Ela grita e cambaleia para trás. O tiro pegou em
seu ombro direito. Eu avanço mais, e eu vejo muito sangue. É de
Victor, ele está praticamente desacordado de tanto que Theodore
bate nele. Eu agarro os seus ombros, e o puxo para trás antes que
ele faço uma besteira.
― Porra me solte! ― Grey rosna.
― Pare com isso porra, você não pode mata-lo.
― Eu tenho que acabar com esse desgraçado.
― Ele vai preso, será melhor assim, você não quer sujar suas mãos
com este homem.
― Não, eu não posso deixar ele ir.
― Grey se você quer se casar com a minha filha, e ter a minha
permissão largue o homem agora. Você não é um assassino, você
não vai querer isso martelando na sua cabeça para sempre, mesmo
que tenha sido para vingar a mulher que você ama. Solte ele,
agora. ― ordeno.
Theodore solta ele e se afasta.
― Vamos deixar que os outros cuidem dele, e a policia.
― Tudo bem. ― Grey concorda. ― Onde ela está?
― No carro.
― Não, não Alexa. ― Grey diz. ― Onde está Cornelha?
― Eu atirei nela, está bem aq... ― Eu me viro e eu vejo o sangue
no chão, e o rastro seguindo para os fundos, mas a mulher não está
mais ali. ― Porra eu acertei ela, não pode ter ido longe.
― Vou atrás dela. ― Grey diz.
― Ela não tem como escapar, o prédio está cercado. Eles vão
pega-la.
― Senhor. ― Ouço a voz de um dos meus homens, ele surge na
porta segurando a arma em punhos.
― A mulher fugiu pelos fundos, pegue ela. ― ordeno.
― Sim senhor. ― O homem assente. ― Porra, senhor cuidado!
Eu me viro para ver sobre o que ele está falando, mas não é
comigo. Ele está alertando Grey, e é tarde demais. Victor está com
a arma em mãos, e ele atira em Theodore. Eu levanto minha arma
novamente e eu atiro sem piedade nele, assim como o meu
homem. Cinco tiros e o filho da puta está definitivamente morto.
Não precisa ter acabo assim, mas assim foi. Eu me viro, e vejo Grey
sentando-se no chão, ele está pálido, e sangue mancha a sua
camisa.
― Porra você não está usando o colete? ― resmungo.
― Foi o meu ombro, eu vou ficar bem, é de raspão. ― responde-
me.
― Esse filho da mãe. xingo.
― Sabe você poderia ter dito que queria mata-lo com as suas
próprias mãos, ao invés de todo esse discurso de eu dou minha
permissão se você não mata-lo. ― Theodore diz zombeteiro.
― E onde fica o desafio? ― Pergunto. ― Eu tinha que saber o
quanto Alexandra é valiosa para você.
― Ela é, ela é malditamente da coisa mais valiosa na minha vida.
― Tudo bem, você tem a minha permissão, mas eu estouro o seus
miolos se você não cuidar bem dela.
― Pode deixar.
― Pai! ― Alexandra grita quando ela corre na minha direção, e se
atira sobre mim. Eu a abraço apertado, como eu queria fazer o
tempo todo.
― Está tudo bem querida.
― Pai eu sinto muito. ― Ela chora. ― Desculpe-me, eu sinto tanto.
― Já passou Alexandra, está tudo bem.
Ela se afasta, com os olhos brilhando, lágrimas no rosto. Ela está
tão machucada, isso me enfurece, mas graças a deus acabou.
― Eu te amo paizinho.
― Eu também te amo Alexandra.
― Eu que levo o tiro, e ele que ganha toda a recompensa. ―
Theodore resmunga de onde ele está sentado.
― Foda-se, eu sou o pai.
― Foda-se eu sou o noivo.
Alexa se separa de mim, e se vira para Theodore arregalando os
olhos em choque.
― Oh meu deus, você está sangrando!
― Eu vou ficar bem.
― Não, não, alguém chame um médico, por favor! ― Alexandra
grita.
― Está tudo bem pequena, venha até aqui.
Alexandra cai no chão ao lado de Theodore, e rasteja até os braços
dele.
― Eu sinto muito. ― Ela chora no peito dele.
― Não foi sua culpa, nada disso. Agora acabou, vamos embora.
― Eu amo você, tive tanto medo de não voltar.
― Eu tive medo de perder você, mas nós estamos aqui agora,
vamos esquecer tudo, okay?
― Okay. ― Ela concorda.
Alexandra se inclina, e beija Theodore.
Pigarreio, mas eles fingem que não me ouve.
Essa é a minha deixa, eu saio, e vou atrás de um telefone, preciso
acalmar a minha Eva.
oOo
oOo
oOo
oOo
oOo
Eu vou me casar. Isso é tudo o que eu posso pensar a cada
momento, em cada segundo enquanto eu comtemplo pela janela do
meu quarto os preparativos do meu casamento que vai acontecer
em tão pouco tempo. É surreal. Tudo está incrivelmente lindo, e
exatamente como eu queria que fosse. É quase perfeito demais
para ser verdadeiro, e isso me assusta um pouco. Juro que estou
tentando pensar em todas as coisas boas que vem com o
casamento, estou trabalhando em minha mente para que eu não
faça nada de errado, isto é, é claro que estou com medo de não
chegar ao altar. Mas não se compara ao dia em que eu estava
pronta para caminhar em direção a Damian, agora sei que é
Theodore. Fico lembrando-me a cada segundo com quem eu vou
me casar, e acredito que isso tem me dado forças, e até mesmo
está criando certa ansiedade. Eu quero muito me tornar a esposa
dele hoje, eu sei disso, sei que é o que eu mais quero.
― Alexa respira. ― Rebecca diz, enquanto eu caminho de um lado
para o outro pela enorme sala que me disponibilizaram.
― Filha, você precisa se acalmar. ― Mamãe pede, em seguida
entrega-me um copo de agua com açúcar.
― Estou calma. ― digo. ― Estou calma, estou calma... Estou
nervosa!
― Alexa pelo amor de deus, tem certeza que é isso o que você
quer? ― Mamãe pergunta-me. ― Será muito melhor se
cancelarmos o casamento antes que você vá lá pra fora e todos te
vejam.
― Cancelar?! ― exclamo.
― Tia Eva, eu não acho que Alexa queira cancelar o casamento.
Na verdade ela parece ter algum tipo de fobia ao casamento. ―
Rebecca diz.
― Não vou cancelar nada! ― resmungo.
― Tudo bem, tudo bem. ― Mamãe toma o copo já vazio das
minhas mãos. ― Você quer ficar sozinha? Talvez um minuto para
pensar antes do grande momento?
― Eu não sei. ― Sinto-me tão perdida, deslocada. ― Preciso de
um minuto, isso, é preciso.
― Vamos Rebecca... ― Mamãe chama.
― Tem certeza? ― Rebecca me olha com duvida.
― Tenho. ― confirmo. ― Vão, quero ficar sozinha.
Ainda hesitante Rebecca e mamãe deixam-me sozinha. Sento-me
no enorme e cumprido sofá em frente ao espelho e olho para o meu
reflexo. Tudo está exatamente como eu queria que ficasse. Desde a
cerimonia, a festa, até o meu vestido, e o resto da organização.
Rebecca, Ana e mamãe cuidaram de tudo com perfeição.
Deixaram-me decidir cada detalhe, e apoiaram-me em tudo. Por
isso estou casando na mesma praia que minha mãe se casou com
o meu pai às escondidas. Embora no meu caso toda a família Grey
e Cross esteja aqui, acompanhado de mais alguns amigos e
colegas.
A festa será na praia também, foram montadas várias tendas
brancas ao longo da faixa de areia. Todos os meus convidados
estão vestidos confortavelmente, sem muito luxo, ou preocupação.
Não há mídia, e os únicos fotógrafos são os nossos. Acredito que
estejam reunidos hoje em torno de oitenta pessoas. Todos foram
hospedados no hotel, e papai cuidou de todo o custo da festa. E
ainda que tudo esteja tão certo, sinto-me extremamente nervosa.
Tenho medo que algo dê errado, tenho medo que a causa do erro
seja eu mesma. Não que eu esteja pensando em deixar Theodore
no altar, por que eu não penso em fazer isso de maneira nenhuma.
Entretanto o medo está ali, perto de mim. Eu não consigo entender
os reais motivos dos meus medos, só sei que eles existem, e
perseguem-me nesse momento.
Ouço uma batida baixa na porta, em seguida uma voz tão
conhecida para mim.
― Alexa? ― Theodore chama em uma voz baixa.
Levanto-me às pressas e corro para bloquear a porta mesmo que
ele não tenha tentado abri-la. Ele não pode ver meu vestido! Eu não
posso ter azar justo hoje!
― Theodore não abra essa porta! ― digo ríspida. ― O que você
acha que está fazendo aqui? Está louco? Você não pode me ver
ainda!
Theodore solta uma risada baixa.
― Meu amor eu não estou vendo você, fique tranquila.
― Por que você está aqui? Vamos nos casar daqui a pouco, você
deveria ir.
― Então você está pronta para se casar comigo? ― pergunta-me.
― É claro que eu estou. Por que você está me perguntando isso?
― Eu só queria ter certeza. ― Theodore murmura. ― Você está
nervosa?
― Demais. ― sussurro.
― Eu também, mas eu quero isso Alexa. Eu nunca tive tanta
certeza de querer uma mulher na minha vida como eu quero você.
Eu não sei o que você fez comigo, mas eu só consigo pensar em
você. Eu vivo para ver o seu sorriso, para escutar a sua voz, sentir
o seu perfume. Tudo é você agora Alexa, e eu quero sentir e viver
isso pelo resto da minha vida.
― Você por acaso queria me fazer chorar? ― fungo, limpando o
meu rosto. ― Por que se foi, você conseguiu.
― Não, meu anjo. ― Sinto o sorriso de Theodore. ― Eu não quero
te fazer chorar, eu só estou mostrando o quanto amo você.
― Theodore? ― chamo.
― Sim?
― Será que você pode ir para o altar? Eu gostaria de me casar
agora.
― Amo você pequena.
― Amo você coisa sexy.
Ouço Theodore rir, e o som vai se afastando aos poucos até que eu
tenho certeza que ele se foi. Abro a porta e espio o corredor. Ouço
vozes femininas, e sei que mamãe e minha melhor amiga estão por
perto.
― Rebecca! Mamãe! Estou pronta para me casar agora! ― grito, e
quase que no mesmo momento as vejo correndo na minha direção
com sorrisos imensos, aliás, eu também estou sorrindo deste jeito.
***
Meu vestido é curto, de renda branca suave. Meu cabelo está solto,
e uma coroa de flores foi colocada no meu cabelo. Meu coração
está acelerado por que eu sei que está chegando o momento. Eu
estou novamente sozinha, pois Rebecca disse que tinha algo para
buscar, e mamãe foi chamar o papai para dizer que estou pronta
para caminhar em direção ao meu noivo. Meu noivo... Essa palavra
me assustava antes, mas agora não. Isso é um recomeço, é uma
nova vida, uma necessidade da qual não posso viver sem.
Theodore é meu tudo, e eu sei disso agora.
Ouço uma batida suave na porta, e Ana aparece no meu campo de
visão. Ela está linda em um vestidinho cor de creme. Ela se
aproxima trazendo uma pequena caixinha nas mãos, e um sorriso
imenso no rosto.
― Você está linda Alexa. ― elogia-me.
― A senhora também está deslumbrante.
― Ah Alexa eu estou tão feliz por Theodore ter encontrado você.
Meu menino está tão feliz, tão vivo.
― O mesmo acontece comigo Sra. Grey.
― Eu trouxe algo para você. ― Ela se aproxima, e segura as
minhas mãos para então depositar a caixinha na minha palma. ―
Abra.
― Para mim?
― Sim, abra. ― Ela insiste.
Abro a caixinha, e dentro há um colar de pérolas. Elas são tão
brilhantes, lindas, simplesmente incríveis.
― Eu não posso aceitar. ― digo.
― Você deve aceitar. É o meu algo velho para você.
― O que? ― pergunto confusa. ― Como assim?
Ela estende-me um cartão branco, e eu pego.
― Leia, que você compreenderá. ― responde-me. Em seguida ela
me abraça, e se afasta deixando-me sozinha novamente. O cartão
tem apenas o meu nome escrito em uma caligrafia bonita que
parece familiar. Abro e leio um pequeno trecho escrito à mão.
“Alexa, as perolas são seu algo velho, elas representam o seu
passado. Tudo aquilo que você viveu antes de nos conhecermos,
um tempo provavelmente bom. Um tempo que jamais será retirado
de suas memórias. Um tempo do qual eu não faço parte, mas invejo
aqueles que tenham feito. Não quero que deixe o que é velho em
sua vida. Seja sua cidade, sua família, ou seus amigos. Na verdade
o que eu desejo é que você compartilhe comigo suas lembranças,
todos os seus desejos e anseios. Torne-me parte do seu velho, por
que eu não desejo apenas ser o seu futuro, mas tudo aquilo que
você foi. Eu serei uma parte de você, e você será a minha outra
metade”.
– TG.
― Oh meu deus!
― Será que eu posso entrar? ― Ouço a voz de mamãe, e levanto
meus olhos marejados para vê-la entrar no quarto.
― Mãe olhe só o que Theodore escreveu, e o presente que ganhei
de Ana. ― Mostro as perolas para ela, e mamãe sorri.
― São lindas mesmo. Eu espero que você também goste do que eu
tenho para você.
― Como?
Eva aproxima-se e abre as mãos, ela também carrega uma caixinha
um pouco menor na palma. Assim como outro cartão branco que
contém o meu nome.
― Abra querida, este é o seu algo novo. ― Mamãe diz.
Eu estou aos prantos, mas consigo abrir a caixinha e retirar uma
linda tornozeleira.
― É linda mamãe.
― Fico feliz que gostou, agora leia o cartão.
Novamente eu abro o cartão, e assim como o anterior, este também
carrega uma mensagem.
“Alexa, sua mãe presenteou você com o algo novo. Este presente
carrega um grande significado, pois tudo o que surgiu de novo em
sua vida a encaminhou para este momento que estamos
vivenciando agora. Eu agradeço todos os dias pelo o que é novo,
por que você foi uma das coisas que surgiram na minha vida assim
de repente. Não tenha medo do novo, por que ele traz surpresas,
talvez nem todas sejam boas, mas agora você não está só. Eu
estou do seu lado, e sempre vou estar”.
― TG.
― Ai mãe, é lindo. Eu... Eu não sei como pude pensar em desistir
dele, Theo é meu tudo.
― Meu amor, nenhum romance é perfeito. Mesmo eu e seu pai
tivemos nossos problemas, nossos desentendimentos, mesmo
depois de casados continuamos tendo momentos difíceis. Mas nos
deixamos de amar? Não Alexa, só ficou mais forte. Seu romance
não será sempre flores e luz, mas o que o tornará forte é a sua
persistência e determinação em continuar ao lado daquele que você
ama.
― Eu sei mãe, eu entendo isso agora.
― Você está disposta a caminhar para o altar e concordar com as
leis da igreja e de deus?
― Estou mãe, eu estou.
― Então eu já vou indo, não quero perder um único momento do
casamento da minha menina.
― Obrigada mãe.
― Amo você Alexa. ― Mamãe me deu um beijo carinhoso no rosto,
e saiu. Rebecca entrou logo em seguida trazendo uma caixa branca
nas mãos.
― Você também? ― perguntei.
― Eu não poderia ficar de fora nunca. ― Rebecca me abraçou
forte. ― Este é seu algo emprestado amiga.
Abri a caixa que Rebecca trouxe, e dentro havia um buque de
flores. Mas não era qualquer buque, este era feito de pequenas
flores de tom rosa claro, lilás, e branco. Era idêntico ao que
Rebecca usou em seu próprio casamento.
― Rebecca...
― Sim, é o que você está pensando. Obviamente não é o mesmo
buque, mas eu mandei fazer um idêntico, com as mesmas flores, e
as mesmas cores. É o seu algo emprestado. Também tenho um
cartão, mas este ao contrario dos outros foi escrito por mim.
― Eu não sei como agradecer por tudo isso Becca, você fez tanto
por mim.
― E você por mim Alexa. Não há nada o que agradecer, vamos
continuar juntas, apoiando uma à outra sempre. Agora me deixe dar
um abraço em você por que há mais alguém esperando para
entregar-lhe um presente, e Theodore está impaciente esperando
por você.
Eu ri.
― Amo você Becca, obrigada!
Puxei Rebecca para um abraço bem apertado. Sorrimos uma para a
outra em compreensão de que nossas vidas estavam mudando,
mas que permaneceríamos unidos independente de qualquer coisa.
Rebecca me entregou seu cartão, porem não ficou comigo
enquanto eu lia. Ela disse que tinha que ir para a praia, e organizar
os últimos detalhes. E eu precisava esperar pelo meu próximo
presente. Quando ela se foi, abri seu cartão, este era rosa, e
também continha um trecho escrito com a caligrafia da minha
amiga.
“O buquê é seu algo emprestado amiga. Estou emprestando as
flores, as cores, o cheiro, e até o mesmo sentimento que tive ao
carregar um buquê idêntico a este. Quando vivi esse momento,
estava insegura, com medo do que o futuro traria para a minha
nova vida. Entendo que esteja passando pela mesma situação
agora, e quero que saiba que você não é a única. Que em algum
momento durante a nossa a vida passamos por essas etapas, pois
elas são necessárias para o nosso crescimento. Para crescer o
nosso amor, a nossa fé, a nossa força. Enfim, só gostaria de
ressaltar que somos mais do que amigas, somos irmãs de coração,
parceiras de uma vida inteira. Por isso não tenha medo de recorrer
a mim nunca. Alexa, eu estou aqui para que você me empreste as
suas dores, as suas tristezas, e as suas perdas. Por que você pode
contar comigo para carregar estes fardos. E quando puder,
empreste-me também os seus sorrisos, a sua felicidade, os seus
sonhos. Compartilhe o que é bom, e também o que é ruim. Conte
sempre comigo.”
― RF.
― Eles só podem estar querendo me ver chorar! Que lindo...
― Falando sozinha? ― A risada de Ava chega até mim.
― Oh Oi Ava... Ah você também está nessa?
Ela balança a cabeça confirmando.
― Estou. É seu último presente, e seguindo a tradição deveria ser o
seu “algo azul”. Entretanto Theodore fez diferente, eu não sei por
que, mas ele disse que você entenderia. Aqui está.
Ela me estende outra caixa, é grande, cumprida, e de veludo preta.
― Use para sua lua de mel. ― Ela ri. ― A propósito você está
incrivelmente linda. Ele vai pirar quando ver você.
― Obrigada. ― agradeci rindo.
― Seu pai já está ali fora, quando estiver pronta, ele vai leva-la ao
altar.
― Está bem.
― Ah e o cartão está em cima da caixa, boa sorte!
Quando Ava sai após me dar um abraço, eu pego o último cartão
sobre a caixa. Quando eu o abro estou preparada para ouvir e me
emocionar com qualquer coisa.
“Oi amor, eu espero que você esteja gostando dos seus presentes.
Como Ava deve ter dito este deveria ser o seu “algo azul”, pois
segundo a tradição da época vitoriana o azul significa pureza e
fidelidade. Entretanto eu não tenho duvidas de que você será fiel a
mim, assim como você não precisa ter duvidas da minha fidelidade
por você. Quanto à pureza... Acho que você é pura de coração e
alma, e isso é o que realmente importa para mim. Somos um casal
diferente, e inusitado, e por isso o algo azul não se encaixa para
nós. Por isso eu tomei a liberdade de fazer um pequeno ajuste
nesta tradição, então você está recebendo hoje o “algo vermelho”.
Sim, por que vermelho representa o amor, a paixão, o poder. E está
ligado ao fogo, sangue, e ao coração humano. Mas acima de tudo
ele me lembra de você. Pegue seus presentes, e caminhe para o
altar. Pois estou impaciente pra ter minha noiva nos braços! E sim,
é uma ordem!”.
― Seu futuro marido.
― Eu estou indo amor. ― sussurro segurando o cartão apertado no
meu peito.
Levo o meu tempo para me recompor, seco minhas lágrimas,
guardo todos os meus cartões muito bem. E quando me sinto
preparada, abro a caixa de veludo preto. Eu já esperava por algo
muito bonito, mas fiquei surpresa ao encontrar uma lingerie de tom
vermelho escuro, de rendas, e até mesmo acompanhada de cintas-
ligas. Ela é deslumbrante, diferente de qualquer outra que Theodore
tenha me dado. Volto a coloca-la na caixa, por que usarei apenas
quando estivermos indo para a nossa lua de mel.
Retoco minha maquiagem, e ajeito o meu cabelo para colocar o véu
de Rebecca. Depois coloco o colar de perolas de Ana, e a
tornozeleira da mamãe. Sinto que tudo está completo finalmente,
então eu abro a porta e encontro o papai sentado num sofá no
corredor. Ele olha para mim assim que me vê, seus olhos me
percorrem de cima a baixo. E eu consigo captar as emoções que
ele está sentindo, sua admiração e adoração por mim ficam muito
claras. Ele finalmente sorri.
― A garotinha do papai cresceu. ― Ele diz enquanto se aproxima.
― Cresci há algum tempo pai.
― Mas só agora vai seguir o seu caminho. ― Ele me abraça, e
quando se afasta beija o topo da minha cabeça.
― Sim, é verdade.
― Você está tão linda Alexandra. ― Papai elogia-me.
― Obrigada, você também está muito charmoso. ― Admiro meu
lindo pai em suas vestes brancas.
― Está pronta?
― Sim. ― afirmo.
Papai dobra o seu braço, e eu encaixo o meu.
― Vai correr do altar? ― pergunta-me em tom de brincadeira.
― Não papai, não vou.
― Desta vez eu arrasto você de volta se tentar escapar.
― Entre na fila. ― Sorrio. ― Pois Theodore fará o mesmo.
― E terá meu apoio. ― Papai ri. ― Lá vamos nós.
***
O dia está incrivelmente lindo, muito ensolarado. Mamãe e Rebecca
capricharam na decoração, e enquanto eu caminho com os meus
pés descalços na areia comtemplo a vista linda de um mar bem azul
pertinho de mim. Foi montado um corredor com flores brancas para
que eu percorresse até o altar improvisado. Nossos convidados se
levantam e acompanham meus passos. Só que os meus olhos
estão em uma única pessoa. Meu lindo noivo que também só tem
olhos para mim. Theodore sorri confiante, sem nenhum momento
tirar os olhos de mim.
Um passo.
Dois.
Três.
E eu estou seguindo com o meu caminho com imensa confiança.
Quatro.
Cinco.
Seis.
Ele é o homem da minha vida, tenho certeza disso.
Sete.
Oito.
Nove.
E finalmente o décimo e último passo e Theodore está ao meu lado.
Papai e ele se cumprimentam, papai me beija e agora eu estou de
mãos dadas com o meu noivo. Ele está feliz, está radiante sorrindo
para mim. Eu estou feliz também, mas estou emocionada. E é por
tudo, tudo o que ele fez por mim desde que nos conhecemos.
― Muito bem amor, você conseguiu. ― Theodore sussurra com
uma pontinha de orgulho.
― Não vou ser castigada? ― sussurro de volta.
― Não, você será recompensada.
Theodore me lança um olhar malicioso, e tenho vontade de beija-lo.
Entretanto me controlo, pois o reverendo já começou a cerimonia, e
ainda não chegou no “pode beijar o noivo”. Nós ouvimos
atentamente tudo o que ele diz, sobre o compromisso que estamos
assumindo juntos. Finalmente chega o momento do “sim” e nem eu,
nem Theodore hesitamos. Trocamos nossas alianças, e enfim eu
ganho o primeiro beijo do meu esposo.
Mencionei que mantive o meu nome como Alexandra Grey Cross?
Pois é, Theodore e eu chegamos a um acordo. Eu sou sua esposa,
portanto sou uma Grey. Mas não posso deixar de lado o sobrenome
do meu pai. Entretanto eu e marido decidimos que quando tivermos
filhos, vamos colocar ambos os sobrenomes.
Todos os nossos convidados começam a nos cumprimentar, a nos
abraçar, nos desejar boa sorte. E é surreal que eu finalmente casei.
Mamãe diz que está orgulhosa de mim, e Rebecca me abraça
emocionada dizendo que a cerimonia foi muito linda. Theodore e eu
passamos por uma chuva de arroz até estarmos em nossa tenda,
sentados ao redor da nossa mesa, apreciando o ar fresco da
manhã, e nossos primeiros momentos como marido e mulher.
― Feliz? ― Theodore pergunta-me.
― Muito, e você?
― Como nunca estive antes.
― Me beija.
― Todos os dias Sra. Grey. ― E ele me beija, longa e
profundamente.
Theodore e eu curtimos a nossa festa ao máximo. Tivemos nossa
dança juntos, e também dançamos com os nossos familiares.
Cortamos o bolo, brindamos, rimos. Circulei pela festa sozinha para
conseguir conversar um pouco com cada funcionário. Até consegui
apresentar Damian para Ava, os dois estavam obviamente
flertando. Também apresentei Dafne para Thomaz, pois um estava
de olho no outro o tempo todo. Tão logo que se conheceram
começaram a paquerar. Todo mundo parecia feliz, e pra mim isso já
bastava.
Quando chegou o momento de jogar meu buquê todas as mulheres
solteiras se reuniram na pista, e Isaac teve que arrastar Rebecca de
lá por que ela insistia em querer pegar meu buquê, embora já
estivesse casada. Contei até dez, e lancei o ramo de flores que foi
parar bem na mão de Sophia, que não escondeu nenhum pouco
sua alegria. E ainda piscou e sorrateiramente deixou a festa com
Dereck. Fiquei de cara de ver os dois juntos, mas tive certeza de
que fariam um bom casal.
Por fim eu e meu marido resolvemos deixar a festa para trás.
Fomos direto para a nossa cabana na beira da praia onde
passaríamos somente esta noite, pois na manhã seguinte
estaríamos viajando ao redor do mundo por duas semanas. Nós
merecíamos uma lua de mel longa. Theodore fez questão de me
pegar no colo como exigi a tradição, só que nós dois estávamos um
pouquinho bêbados e acabamos chegando somente até o sofá
onde desabamos rindo demais.
― Quantas taças de champanhe você bebeu? ― Theodore
perguntou-me.
Levantei a mão mostrando cinco dedos.
― Mentirosa.
― Você também bebeu bastante. ― apontei.
― Tenho mais tolerância ao álcool que você espertinha.
― Tanto faz, eu sei que você gosta quando eu bebo. Por que eu
fico mais safada.
Theodore riu.
― Ah Alexa você nem imagina... Onde está o seu “algo vermelho”?
― Mmmm lá no quarto.
― Coloque-o para mim então.
― Tá.
Levantei-me e caminhei para o nosso quarto. Encontrei a caixa de
veludo preta esperando por mim lá em cima. Retirei meu vestido, e
substitui pela lingerie que Theodore me presenteou. Foi quando eu
vi o envelope branco cumprido descansando sobre a cama, e
lembrei-me da “surpresinha” que eu tinha preparado para o meu
marido. De repente fiquei super, hiper nervosa. Era agora, o
momento ideal havia chegado.
Vesti um robe por cima da minha lingerie, e peguei o envelope.
Respirei fundo e sai do quarto. Não encontrei Theodore na sala,
mas vi sua figura na praia olhando para o mar. Segui até lá,
descalça, e com passos hesitantes. Ele sentiu minha presença bem
antes que eu o alcançasse e se virou para me abraçar.
― Tudo bem Alexa?
― Sim.
― Você quer entrar?
― Não. ― murmurei.
― Ei, o que foi?
― Tenho uma surpresa para você. ― disse.
― Pra mim?
― Sim, bem, você vive fazendo surpresas para mim. Agora é a
minha vez, e é uma surpresa bem grande.
― Agora estou curioso. O que é?
― Veja você mesmo. ― respondi, e entreguei o envelope a ele.
Theodore franziu o cenho confuso, mas aceitou o envelope. Fiquei
olhando atenta para o seu rosto, enquanto ele abria. Vi quando tirou
de lá as imagens do ultrassom, e também a folha com um “positivo”
impresso. Ele arregalou os olhos, e ficou momentaneamente
surpreso. Empalideceu, e encarou-me como se estivesse me vendo
pela primeira vez.
― É seu? ― perguntou-me.
― Bom, eu até poderia mentir e dizer que é da Rebecca. Entretanto
o dela é um menino, e o que tem ai é uma menina. E-Então ssim, é
minha... Na verdade... Eu esperava que fosse nossa.
― Minha filha? ― Theodore me puxou para os seus braços. ―
Nossa filha?
― Surpresa papai.
― Você nunca para de me surpreender pequena, e é por isso que
eu amo tanto você.
Theodore me beijou. Fiquei tão feliz que chorei agarrada nele.
Nossa família estava apenas começando...
― Pera aí, você sabia que estava grávida e ainda assim bebeu
aquelas taças de champanhe? ― Theodore fitou-me sério.
― Ah foram só algumas.
― Só algumas? ― questionou-me. ― Só por isso você vai ser
punida.
― Você vai me punir por isso?
― Vou.
― Eu não esperava nada menos de você coisa sexy. ― gritei. ―
Mas você vai ter que me pegar primeiro.
― Eu sempre vou pegar você Sra. Grey, sempre.
oOo
Bônus
FIM!