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Minha para Agora

J. S. Scott

A Obsessão do Bilionário

2 — Minha para Agora

~1~
Disponibilização: Soryu

Tradução: Fernanda Richa

Equipe de revisão inicial: Grazi, Gisleine s., Ludi

Revisão final: Juli Lopes

Leitura final e formatação: Estephanie

~2~
Resumo
A sorte não está ao lado da estudante de enfermagem e garçonete em
tempo integral Kara Foster e para piorar recebe um golpe enorme para a sua
situação financeira que já é desesperadora e certamente poderá colocá-la
morando nas ruas. Precisando de nada menos que um milagre para salvá-la ela
recebe ajuda de uma fonte desconhecida, improvável e avassaladora. O
bilionário Simon Hudson faz uma oferta que é impossível recusar, mas terrível
para aceitar de um homem que ela nunca conheceu. Será que o bonitão alfa
bilionário realmente será a solução para seus problemas, ou ele irá acabar
sendo uma das principais complicações e um perigo para sua sanidade
emocional?

O recluso bilionário Simon Hudson prefere estar atrás de um


computador criando jogos do que acotovelar-se com a elite e ele sabe
exatamente o que quer... até que conhece Kara Foster. Algo sobre Kara toca
Simon de maneiras que ele nunca experimentou e, definitivamente, não gosta.
Por mais de um ano ele a vigia, mas teimosamente recusa a admitir o seu
desejo de possuí-la, nem mesmo para si mesmo. Mas quando ela acaba em
uma situação que poderia muito bem ser a sua destruição, Simon sai para
ajudá-la, não percebendo que salvando-a poderia muito bem estar salvando
sua própria alma.

Informação

~3~
1 – Minha para esta noite Lançado

2 – Minha para agora Lançamento

3 – Minha para sempre Em breve

3.5 – Minha completamente — A obsessão do

bilionário no dia dos namorados Em breve

Minha para agora é o livro 02 da trilogia A obsessão do


bilionário e deve ser lido depois do livro 01 – Minha para esta noite.

Este é um romance erótico que contém linguagem gráfica, sexo explícito


(incluindo escravidão) e outros assuntos não apropriados para menores.

~4~
“A tradução em tela foi efetivada pelo Grupo Pégasus Lançamentos
de forma a propiciar ao leitor o acesso à obra, incentivando — o à
aquisição integral da obra literária física ou em formato e — book.
O grupo tem como meta a seleção, tradução e disponibilização
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~5~
~6~
Capítulo 1
Simon acordou na manhã após o incrível encontro sexual, rodeado
pelo cheiro tentador de Kara e sentindo como se algo estivesse faltando em
sua cama.

Ele rolou para suas costas, seu pau duro e inchado, tentando não
pensar sobre os eventos de parar o coração da noite anterior. Ele puxou um
travesseiro sob o rosto e respirou sua fragrância, um perfume que
provavelmente ia assombrá-lo para sempre. E cada vez que ele imaginava o
cheiro dela, ele iria pensar sobre o seu gosto. O sorriso dela. Seus gemidos.
Seu lindo corpo absolutamente nu. Seus gritos quando ela gozou para ele, sua
carne apertando em volta dele até que ele encontrou alívio.

Oh, foda-se. Ele estava tão ferrado.

Ontem à noite tinha sido uma mudança de vida para ele. Nunca mais
ele seria capaz de se contentar com nenhuma outra mulher em sua cama, uma
merda sem emoção para satisfazer seu corpo.

Ele não tinha certeza se deveria ficar completamente puto ou com


medo da mulher que o fez se sentir dessa maneira. Claro, ele tinha apenas uma
mulher de cada vez. Ele era um fodido monogâmico, sempre chamando a
mesma mulher até que ele passava para a próxima, mas não porque era
realmente melhor da anterior. Ou a de antes. Sempre chegava o momento, e
ele sempre podia senti-lo, quando ele achava que ele deveria ir adiante para
evitar embaraços. Não que qualquer mulher realmente o tivesse querido
alguma vez, mas elas começaram a querer mais e mais do que sua riqueza
podia proporcionar.

Ele puxou o travesseiro de seu rosto, mas não aliviou a dor óssea
profunda que ele tinha por Kara. Levá-la de volta para sua cama tinha sido
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uma das coisas mais difíceis que ele já tinha feito. Mas ela só tinha oferecido
uma noite, e ele nunca tinha sido capaz de dormir com uma mulher. Ele não
era capaz disso e nunca quis... Até ontem à noite. Ele queria dormir com Kara
em seus braços, seu corpo envolto em torno dele, seu hálito quente em seu
rosto.

Ele voltou para o seu quarto, mas não tinha sido capaz de dormir. Ele
agitou e virou em uma cama que cheirava a sexo quente e ardente e a Kara.
Frustrado como o inferno, ele tinha ido para a sua academia e malhou,
esperando se esgotar, desesperado para escapar do seu inconsciente latente.
Infelizmente, não deu certo. Em vez disso, ele acabou cansado e derrotado...
E ainda sem conseguir dormir.

A que horas ele tinha finalmente cedido e desmaiou? Seus olhos foram
para o relógio, percebendo com surpresa que era quase meio-dia. Geralmente
era um madrugador, ele nunca havia dormido até tão tarde, mesmo no fim de
semana. Ele deslizou para fora da cama e foi direto para o chuveiro.

Tomou banho rapidamente, odiando o fato de que ele estava lavando


o cheiro dela, e fez o seu caminho para a cozinha, perguntando-se se Kara
ainda estava dormindo. A cozinha estava impecável, os restos de seu jantar
inacabado de ontem à noite se foram. Ele pegou uma xícara de café fresco e
caminhou ao redor do apartamento. A porta do quarto estava aberta, a cama
feita. Obviamente, ela se levantou, mas onde diabos ela estava?

Ele subiu as escadas, pensando que talvez ela estivesse em seu


laboratório jogando jogos de computador.

Ela não estava.

Ela não está aqui.

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Simon sentiu um frio rastejar lentamente para baixo sua coluna
vertebral e experimentou um breve momento de pânico.

Ele voltou para descer as escadas de dois em dois, com o coração


acelerado. Racionalmente, sabia que ela não iria embora. Ela não tinha
nenhuma razão para ir. Ambos haviam concordado em satisfazer os seus
desejos sexuais por passar apenas uma noite juntos.

Uma noite.

Uma noite, minha bunda. Uma noite nunca será o suficiente. Ela é
minha.

Simon a tinha conhecido na noite passada e ele sabia disso agora. Ele
nunca se cansaria de Kara. Ela era uma obsessão que não podia passar por
cima com uma noite de sexo incrível. Ele não tinha certeza do que ia fazer,
mas não aliviava colocar miolos para fora. Se foi alguma coisa, foi mais. Agora
que ele a tinha possuído uma vez, ele a queria de novo e de novo.

O café que estava bebendo bateu em seu estômago. A verdade era que
ele odiava se sentir tão possessivo sobre uma fêmea. Dar a mínima para
alguém além de sua família significava problemas. Ele não tinha aprendido
essa lição dolorosa há muito tempo? Aparentemente... Não estava furado,
porque ele se preocupava mais com Kara do que ele queria... E isso assustou a
porcaria amorosa fora dele.

Simon pegou o seu telefone da mesa de café na sala de estar e enviou


uma mensagem de texto para o telefone dela.

“Vc está ok?”

Ele bateu com o dedo contra a tampa de plástico do telefone,


impaciente. Inferno, ele nem sabia se ela estava com o telefone, mas ele ficaria

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chateado se ela não estivesse. Quantas vezes ele pediu a ela para sempre levá-
lo para sua própria segurança?

Um suspiro escapou de sua boca, enquanto ele carregava o telefone e


seu café para a cozinha. Como se ela realmente o escutasse? Ela dava um
tapinha na cabeça e seguia alegre seu caminho, fazendo o que diabos ela
queria. Secretamente, ele amava sua independência, mas também o deixava
louco. Havia demasiados casos em que ela era indiferente sobre sua segurança.

O telefone tocou, surpreendendo Simon o suficiente para ele para


derramar o seu café no ladrilho intocado. Foda-se, estou no limite esta manhã.
Xingando, ele leu a mensagem.

“Delegacia de Polícia. Falo sobre isso mais tarde”.

Que. Porra. Seus dedos voaram enquanto ele digitava outra


mensagem.

“Onde? Por quê?”

Ela respondeu rapidamente, dando-lhe a localização da delegacia e


outra explicação irritantemente vaga e uma promessa de dizer a ele sobre isso
mais tarde.

Mais tarde, minha bunda. Ninguém vai para a delegacia em um sábado


de manhã para besteiras e risos. Alguma coisa está errada.

Simon, frustrado, passou a mão pelos cabelos, quase arrancando


alguns cachos de sua cabeça. Jesus! Nesse ritmo, ele seria um fudido careca
dentro de uma semana. Ele enviou-lhe uma breve mensagem dizendo a ela
estava a caminho e enfiando o celular no bolso. O telefone tocou novamente
um minuto depois, mas ele ignorou. Ele já sabia que era Kara, provavelmente,
dizendo-lhe para não ir.

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Pegando as chaves, ele enfiou os pés no par de sapatos casuais mais
próximos e saiu pela porta do apartamento, sem nem mesmo pestanejar,
quando bateu a porta violentamente atrás dele.

**********

Kara suspirou baixinho enquanto tomava um gole do copo de isopor,


esperando que o café fosse ajudá-la a focalizar. Engolindo em seco para tirar o
líquido forte, de sabor queimado de sua garganta, ela olhou para Maddie com
um sorriso fraco.

— Acho que estamos quase no fim.

Ela já havia identificado os dois suspeitos que atacaram a tiros, os


homens armados irados que invadiram a clínica naquela manhã exigindo
drogas. Maddie tinha estado em uma sala de exames e não tinha visto os
homens, mas Kara tinha conseguido olhar de perto. Fazendo uma careta, ela
desejou o inferno que ela não tivesse. Sozinha na sala de espera, vigiando uma
criança cujo irmão e a mãe estavam na sala de exame com Maddie, Kara
provavelmente nunca esqueceria o olhar morto nos olhos dos homens e os
seus rostos desfigurados que contavam a história de anos de abuso de drogas.

Ela conhecia o olhar, já tinha visto muitas vezes em sua juventude,


mas ela não tinha uma arma em seu rosto no momento. Esse momento, essa
instância terrível de não saber se nos próximos segundos seriam seus últimos,
foi o suficiente para assustá-la pra caramba. Ela pegou a criança e correu para
o canto, batendo o botão de alarme sob a mesa, enquanto ela colocou a

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criança atrás dela. O alarme não ficou em silêncio e o barulho tinha sido o
suficiente para trazer Maddie correndo e os homens fugirem.

Um dos homens tinha um dedo no gatilho inquieto e sua arma de


fogo explodiu com o som do alarme, o caminho da bala chegou tão perto da
cabeça de Kara que ela sentiu a onda de ar na lateral do rosto.

Tremendo, ela colocou os braços em torno de si mesma, não com frio,


mas mais com mal-estar, os rostos dos homens e seu comentário brutal final
quando eles escaparam pela porta da clínica.

— Nós vamos te pegar mais tarde, cadela!

Maddie só tinha visto a saída deles, chegando segundos depois deles


fugirem. Felizmente, todos escaparam ilesos.

—O detetive simpático deve estar de volta em breve, e podemos


confirmar os relatórios da polícia e dar o fora daqui. — Maddie respondeu
tristemente, com os olhos focados em Kara. — Você tem certeza que está
bem? Você parece um pouco pálida.

Kara deu de ombros, tentando parecer natural.

— Um pouco abalada é tudo. Estou... bem. — Apavorada. Me


cagando de medo. Mas por outro lado muito bem.

A última coisa que ela queria era assustar a amiga, sabendo Maddie já
se sentia responsável por Kara quase levar um tiro.

Maddie chegou do outro lado da mesa e agarrou a mão dela,


apertando-a até quase todo o sangue deixar a extremidade.

— Eles atiraram em você. É normal ficar chateada. Essa foi por um


triz. Sinto muito, Kara.

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— Maddie, não é sua culpa.

— Quem atirou nela? — Uma voz masculina gritando veio da porta,


e Kara nem sequer teve que se virar para saber exatamente quem estava lá. Ela
reconheceu o tom esbravejante de Simon imediatamente. O homem não
gritava muitas vezes, mas ele o fazia com propriedade. Ninguém poderia ter
um rugido mais feroz do que Simon quando ele se irritava

— O que diabo está acontecendo? A polícia disse que você foi atacada
em alguma clínica...

— Minha clínica. — Maddie interrompeu, de pé para enfrentar


Simon. — Inferno, quem é você?

Uh, oh.

Kara ficou de pé, pronto para saltar para a briga. Maddie podia ter a
cara de um anjo, com ardentes cachos vermelhos que cercavam seus traços
perfeitos, mas ela poderia ser uma inimiga furiosa quando ela queria ser. Não
que as pessoas viam esse lado dela muitas vezes. Seus pacientes, jovens e
velhos a adoravam e à sua personalidade geralmente ensolarada. Mas quando
Maddie estava lutando por uma causa ou algo que ela acreditava, ela poderia
ser uma inimiga perigosa.

Kara observou quando sua amiga jogou os ombros para trás, o jaleco
branco de médico flutuando em volta das curvas generosas que
complementaram suas feições angelicais. Ela forçou um sorriso de volta
quando Maddie se ajeitou para tentar compensar os 1,60 de altura em
preparação para a batalha.

— Eu sou... — Simon parou abruptamente, como se não tendo


certeza do que dizer, antes de terminar hesitante. — Amigo de Kara. E eu
quero saber por que diabos alguém atirou nela.
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— Oiiiiiiiiii. Eu estou bem aqui, Simon. — Estendo a mão ela
segurou seu queixo, forçando-o a olhar para ela. — Eu sou capaz de
responder por mim mesma.

Seu rosto transformado, a raiva drenando do seu rosto, à medida que


seus olhos quentes encontraram os dela. Estendendo a mãos para agarrar seus
ombros, ele perguntou:

— O que aconteceu? Você está bem? Será que eles te machucaram?


— Suas mãos corriam sobre seus braços antes de pousarem novamente em
seus ombros.

Explicar o que aconteceu se transformou em um evento desgastante.


Simon interrompeu, praguejou como um marinheiro e perguntou o que
parecia um milhão de perguntas esdrúxulas. Kara tentou respondê-las
pacientemente para acalmá-lo.

Todos eles sentaram-se nas cadeiras desconfortáveis, frágeis, na


enorme mesa. Kara primeiro apresentou Simon e Maddie, em seguida, passou
a responder a mais perguntas que foram decorrentes do homem furioso na
frente dela, quase tão rápido que ela poderia respondê-las.

Simon amaldiçoou toda a sua explicação.

Maddie só assistiu ficando pasma, perplexa.

— Pegaram eles? — Perguntou Simon, sua voz rouca, como se


tivesse passado por ele próprio o inferno.

— Não. E Kara precisa ter cuidado, uma vez que a ameaçaram. —


Maddie finalmente soltou sua voz protetora.

— Você esqueceu-se de mencionar isso. — Simon deu a Kara um


olhar sombrio.
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A conversa foi interrompida por um policial à paisana, um muito
bonito, loiro e bastante jovem que se identificou como detetive Harris. Ele
largou uns papéis na frente de Kara e Maddie, perguntando em voz baixa:

— Vocês podem olhar para os relatórios e ver se tem alguma coisa a


acrescentar? —Ele colocou uma mão casual na parte de trás da cadeira de
Kara e se inclinou sobre seu ombro, lendo o relatório com ela.

Um som baixo, reverberando, veio da garganta de Simon e ela puxou


os olhos do relatório para olhá-lo. Mas ele não estava olhando para ela. Seus
olhos estavam atirando fogo no detetive Harris, um olhar ameaçador que a
assustou.

Obviamente, o detetive não estava nem um pouco intimidado.

— Namorado? — Ele perguntou discretamente, discretamente o


suficiente para que Simon não conseguir detectar as palavras.

— Amigo. — Ela resmungou de volta, odiando-se por desejar que ela


pudesse confirmar a pergunta com um simples "sim" como resposta.

Ela leu o relatório rapidamente, com pressa suficiente para passar por
isso rápido, mas não tão rapidamente que ela não fosse ser cuidadosa. Após
terminar a papelada oficial, ela se levantou, esticando suas costas, sentindo-se
um pouco instável.

— Cuidado! — O detetive a pegou pelo braço para firmar seu corpo


levemente balançando. — Você teve um dia difícil. — Afirmou gentilmente.
Enfiando a mão no bolso, tirou dois cartões de visita e entregou um para ela e
Maddie. — Meu cartão. Chame-me a qualquer hora. O meu número de
telefone celular está na parte traseira apenas no caso de você precisar dele.

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— Isso é realmente necessário? — Simon grunhiu seu braço
ondulando em torno da cintura de Kara, puxando o corpo dela contra ele de
forma protetora.

O detetive deu de ombros.

— Sim. É preciso. Kara foi ameaçada. Eu quero que essas senhoras


sejam capazes de me encontrar em qualquer momento.

— Obrigada, detetive Harris. Você foi muito gentil. — Sorrindo


suavemente, Kara apertou a mão do detetive. Maddie fez o mesmo, antes de
todos os três saírem do edifício juntos.

Kara respirou fundo, deixando o ar fresco e refrescante do exterior se


inserir em seus pulmões.

— É um bom dia para estar viva. — Ela murmurou para si mesma,


agradecendo por estar entre os vivos e saudáveis.

Assim que os três desceram as escadas, aproximando-se da calçada,


Maddie perguntou a Simon baixinho:

— Você não é parente do Sam Hudson? Eu sei que o sobrenome é


muito comum, mas eu só estava pensando.

Parando no inferior das escadas, Simon olhou para Maddie com


surpresa.

— Sim... ele é meu irmão. Por que você pergunta? Você o conhece?

Maddie franziu a testa.

— Oh, Deus. — Ela soltou um suspiro pesado. — Uh... sim... eu


conheci. Há muito tempo atrás.

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— Vocês são amigos? — Simon perguntou curioso, olhando para
Maddie com expectativa.

—Não! Não na verdade! — Maddie respondeu bruscamente, virando


o rosto tão vermelho quanto seu cabelo.

— Ah... eu vejo... — respondeu Simon. Não estava pronto para


deixar o assunto morrer, ele acrescentou — Experiência ruim com o meu
irmão?

— Ele é uma cobra total e completa. — Maddie chegou até a limpar


os cachos de seu rosto. O vento estava forte e os espirais errantes chicoteavam
em volta de sua cabeça.

Kara pulou com o latido áspero da risada que escapou da boca de


Simon.

— Acredite em mim, você não é a primeira mulher a se sentir assim.


Sinto muito.

— Não é culpa sua que o seu irmão é um réptil viscoso. Eu só espero


que vocês dois não sejam semelhantes em alguns aspectos. — Ela respondeu,
sem jeito. — Cuide de Kara.

— Com prazer, Maddie. — Ele respondeu suavemente, estendendo a


mão disponível. — Circunstância ruim, mas bom conhecê-la.

—Você também. Eu acho. — Respondeu ela quando relutantemente


apertou a mão estendida de Simon. — Eu sei que não se pode julgar um
irmão pelo outro, mas eu odeio qualquer coisa que me faz lembrar Sam
Hudson. — Estremecendo, ela soltou sua mão e abraçou Kara. — Cuide-se.
Eu ligo para você. Não faça nada estúpido. — Alertou a Kara ferozmente em

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um sussurro baixo o suficiente para que apenas ela pudesse pegar seu
conselho inflexível.

Kara jogou-se nos braços de Maddie e a abraçou com força, bem


conscientes do perigo que ela e sua amiga tinham passado e como facilmente
as coisas poderiam ter sido diferentes. Ela adorava Maddie até a morte.
Embora ela pudesse ser espinhosa do lado de fora, às vezes, sua amiga era um
marshmallow completo no interior.

— Você também. Eu vou falar com você em breve.

Simon recuperou-a, deslizando seu braço ao redor da cintura dela e


levando-a para o seu carro enquanto Maddie cruzava o estacionamento para o
seu próprio veículo.

Meu Deus, que dia horrível.

Cansada, abalada, sua cabeça nos acontecimentos do dia, ela nem


sequer se recusou quando Simon a levou ao seu Veyron ridiculamente caro a
sentou no lado do passageiro antes de sentar atrás do volante.

Ambos estavam em silêncio, perdidos em seus próprios pensamentos,


quando eles fizeram a viagem de volta.

~ 18 ~
Capítulo 2

Simon não os levou direto para o apartamento. Ele rebocou em um


estacionamento perto de casa e colocou o carro esporte em uma vaga vazia.

— Nós precisamos comer. Este lugar tem a melhor comida italiana da


região, mas não é nada extravagante. — Ele saltou e correu para o outro lado
do carro, abrindo a porta e pegando a mão dela para puxá-la para fora do
veículo.

— Uh... eu não estou exatamente bem vestida. — Ainda em seu


jeans e suéter que usava para a clínica, ela sabia que estava uma bagunça.
Tanto física como emocionalmente.

— Você está linda. Mas eu sei que tem sido um dia difícil. Tudo bem?

— Está ótimo. Eu amo comida italiana e eu estou morrendo de fome.

Surpreendentemente, o que ela lhe disse era verdade. Ela tinha pulado
o desjejum porque acordou tarde, e a hora do almoço veio e foi embora,
enquanto eles estavam na delegacia.

Simon segurou a porta para ela, guiando-a através do restaurante com


uma mão na parte baixa das suas costas. Deus, o homem tinha grandes
maneiras. Ela tinha que se lembrar de cumprimentar Helen mais tarde por ter
criado o seu filho para ser educado. Kara não conseguia se lembrar da última
vez que um cara tinha realmente aberto à porta para ela. Provavelmente...
nunca.

O interior do restaurante era escuro, cada mesa iluminada com uma


grande vela no meio. Não era extravagante, mas não era exatamente informal
também.
~ 19 ~
— Sr. Hudson. Que bom vê-lo novamente. — A linda loira de
pernas longas os saudou e mostrou-lhes uma mesa de canto, agraciando
Simon com um sorriso direto de comercial de pasta de dentes.

Depois que eles estavam sentados, Simon pediu um chopp e Kara um


chá gelado. Ela deu um suspiro de alívio quando a fêmea aduladora finalmente
saiu para obter suas bebidas.

— Mulher flertadora. — Kara queria morder a língua imediatamente.


O problema era dela se uma mulher flertou com Simon? Talvez ele gostasse.

— Você quer dizer a Kate? — Simon ficou com a expressão


perplexa quando ele fechou seu cardápio, obviamente, já decidido sobre o que
ele queria.

— Será que é o nome dela? Ela não se apresentou para mim. Ela
parecia muito mais interessada em você. — Cala a boca, Kara. Você soa como
uma namorada ciumenta.

— Ela não estava flertando. Eu sou um cliente regular. Ela tem que
ser agradável. — Simon deu de ombros.

Oh Senhor, o homem era ignorante. Ela estudou o cardápio, tentando


deixar o assunto morrer.

— Você já esteve aqui antes. Alguma sugestão?

— Tudo é bom. Eu vou pedir o frango a parmesão.

Kara olhou para o cardápio como uma criança numa loja de doces.
Fazia muito tempo desde que ela tinha tantas opções ou comido em um
restaurante, como um cliente real.

— É tão difícil decidir.

~ 20 ~
Simon estava sorrindo quando ela finalmente olhou para cima a partir
do cardápio.

— Parece que você está tentando resolver um grande problema.

— Eu pareço que não saio muito? — ela perguntou com um leve


riso se auto ridicularizando.

Seus olhos se tornaram tempestuosos quando ele atirou-lhe um olhar


tão intenso, que ela podia sentir o calor dele lavando cada centímetro de seu
corpo.

— Você é a mulher mais linda que já sentou frente a mim em uma


mesa. Ninguém mais chega nem perto.

Ela corou, na verdade ficando rosa - vermelho com o calor do seu


olhar fixo eu - quero –te - foder. Nenhum homem poderia deixá-la louca
como Simon fazia. Uma palavra, uma afirmação, um olhar… E ela foi agitada
como uma menina adolescente pirando.

Kara era realmente grata por ver uma garçonete mais velha, de cabelos
escuros, chegando para entregar as bebidas e anotar os pedidos de alimentos.
Ela decidiu tornar as coisas fáceis e pedir o mesmo que Simon. Quando a
garçonete saiu, Kara pegou a bebida, intrigada.

— Eu acho que eles fizeram para mim um chá gelado alcoólico.

Simon riu quando ele olhou para a bebida na mão dela.

— É definitivamente um chá gelado alcoólico. Eu não sabia que você


queria a coisa real.

— O que tem aqui? — Ela perguntou, olhando para o copo de


líquido, que era realmente bem parecida com a cor que o chá gelado
convencional tinha, mas era em um copo de bebida robusta e coberta com
~ 21 ~
uma cereja. Nenhum dos restaurantes onde ela tinha trabalhado era equipado
com um bar completo e ela não era realmente um especialista em bebidas.

Simon sorriu maliciosamente.

— Rum, gim, tequila, vodka, Triple Sec1... e um pouco de cola e sour


mix2.

Oh, merda. Ela estaria fazendo uma dança feliz na mesa. Um copo de
vinho a deixava embriagada. Controlar o álcool bem não era um talento que
ela tinha aperfeiçoado. Provavelmente porque ela raramente bebia.

— Prometa que você não vai me deixar dançar nua em cima da mesa
quando eu terminar. — Ela arqueou uma sobrancelha para Simon, à espera
de sua concordância.

Ela olhou para ele quando explodiu em uma gargalhada cheia,


tentando recuperar o fôlego enquanto ele respondia.

— Sério? A partir de uma bebida ou duas?

— Não é engraçado. Eu não bebo muito — disse ela


defensivamente, sentindo-se muito, muito irreal e fora de lugar sentada em
frente a um bilionário que esteve ao redor do mundo uma vez ou duas. Ou
três.

Simon sorriu para ela.

1É um licor cítrico incolor com sabor de laranja. É utilizado em diversos coquetéis e receitas para adoçá-los e
conferir com leve toque cítrico. O sabor de laranja vem das cascas secas que são maceradas em álcool para
suavizar seu sabor.

2 Sour Mix é uma mistura muito comum utilizada na maioria dos bares, tem como base suco de limão açúcar
e clara de ovo e serve para dar mais consistência aos drinks.

~ 22 ~
— Eu sei. Experimente. Se você não gostar eu vou te dar outra coisa.
— Sua expressão ficou séria, seus olhos brilhando com o calor e mais alguma
coisa que ela não conseguia definir.

— E eu definitivamente prometo que você não vai dançar nua em


cima da mesa, a menos que seja em casa, em uma performance particular. —
Sua voz era rouca, sua expressão aquecida, como se ele estivesse imaginando
exatamente esse cenário e esperando isso.

Ela se recusou a encontrar seus olhos, sentindo um nó na garganta tão


grande como uma bola de beisebol. Inferno, por que não? Ela poderia fazer
uso de uma bebida depois da manhã que ela tinha acabado de passar. Bebendo
com cautela, ela deixou o fluxo do líquido sobre sua língua e sua garganta,
engolindo em seco para chegar até o nó que se formou a partir do sexy
comentário de Simon.

— Não é ruim. — Ela lambeu os lábios. — Realmente não tem o


gosto tão forte.

Ele lançou-lhe um sorriso malicioso.

— Ele engana. Ele é muito potente.

Eles aproveitaram suas bebidas e o jantar com conversa sociável.


Simon falou sobre sua família e disse-lhe sobre alguns de seus projetos. Kara
compartilhou histórias engraçadas de sua carreira como garçonete, e alguns de
seus anos na escola de enfermagem.

Simon destruiu todo o seu prato de frango parmesão e terminou o


dela quando ela não conseguia comer mais nada. Ele pediu para cada um
tiramisu e uma segunda bebida. A sobremesa era deliciosa, mas ela não
conseguia terminá-la. Claro, ele estava disposto a limpar o dela, também. O
homem poderia guardar um monte de comida. Talvez ele precisasse para
~ 23 ~
alimentar esse grande corpo musculoso esculpido que nunca falhou em deixá-
la ofegante como um cão após um agrado tentador.

— Como você mantém esse corpo incrível comendo desse jeito? —


Ela perguntou, querendo chutar-se por se expressar dessa forma, sabendo que
era o álcool que estava torcendo suas palavras.

Nota para si mesma: Não bebo mais do que um copo de vinho a partir de
agora.

Seus olhos disparam no rosto dela, sua expressão travessa.

— Incrível, não é?

Ela encolheu os ombros. Qual era o problema de negá-lo? O corpo


dele era incrível.

— Bem, não é? — Incrível. Duro como uma rocha e sexy como o


inferno. O corpo mais quente do planeta.

— Eu malho no ginásio em casa todos os dias. Se você acha que eu


estou bem, eu acho que vale a pena — informou com a voz incrédula.

Oh, o inferno, sim. Está valendo pena.

— Isso mostra, — ela engasgou, tentando não ser óbvia sobre o fato
de que queria pular nos seus ossos em cerca de uma centena de maneiras
diferentes. — É uma das razões por que as mulheres como Kate caem em
cima de você. Não é a única razão, mas uma delas. — Oh, merda. Ela
realmente disse isso em voz alta? Droga de álcool! Ela precisava morder a
língua.

— As mulheres não admiraram o meu corpo, a minha personalidade


ou qualquer outra coisa sobre mim, exceto o meu dinheiro. — Simon disse a
ela em um tom prático.
~ 24 ~
Kara olhou para ele, espantada. Será que ele realmente acreditava
nisso?

— Ah, então não importa que você seja incrivelmente bonito, um


gênio, engraçado e extremamente gentil? As mulheres só querem o dinheiro?
— Deus, ele era realmente irritante. Será que ele não sabia? Ele não percebia
que ele tinha muito mais a oferecer do que apenas o seu dinheiro?

— Sim.

Seu coração doía, sabendo que ele realmente pensava que o dinheiro
era seu único bem. Difícil de acreditar, especialmente quando ela tinha
recebido de sua natureza generosa tantas vezes. Também difícil de
compreender como ela olhou ansiosamente através da mesa para o homem
desejável mais bonito em que ela já tinha posto os olhos.

— Eu me importo.

Ele olhou para ela com uma expressão confusa quando as palavras
saíram de sua boca em uma corrida aquecida.

— Eu quero você. E não tem nada a ver com o seu dinheiro.

As palavras derramaram de seus lábios, sem pausa, sem censura. Ela


olhou para longe dele, um pouco envergonhada com o que havia revelado,
mas a sua constante recusa a perceber seu próprio valor a fez insana.

— Eu não dou a mínima para o seu dinheiro.

— É... Eu percebi isso — ele disse com uma voz rouca.

Finalmente ela olhou para ele e sua expressão estava ilegível.


Confusão? Descrença? Desconfiança? Esperança? Eles estavam todos lá, mas
tinha dificuldade em descobrir qual deles teve prioridade.

~ 25 ~
Ela levantou seu copo, terminando o último gole de seu segundo chá
gelado.

— Eu estou pronta. — Se ela tivesse outra bebida, ela estaria tirando


a roupa e pedindo-lhe para tomá-la. Agora.

Kara se perguntou se ela iria se arrepender de sua explosão


espontânea mais tarde, e decidiu que provavelmente não o faria. De alguma
forma, ela precisava chegar até Simon, mesmo que fosse desconfortavelmente
humilhante. Ele era tão autossuficiente, de modo controlado, mas havia uma
vulnerabilidade subjacente à espreita, sob a superfície. A dúvida que ela
ocasionalmente viu naqueles olhos lindos nunca devia permanecer lá.
Nenhum homem tão bonito, gentil e generoso nunca devia ter um momento
de incerteza.

Simon era, sem dúvida, um macho alfa, mas ela tinha que questionar
se a sua necessidade de ter uma mulher indefesa e com os olhos vendados
durante o sexo era uma questão de dominação. Certamente, esse tipo de
dominação era erótico, tão quente que ela molhava a calcinha toda vez que
voltava a pensar na noite anterior, mas ela odiava pensar que Simon ficou
restrito a apenas um tipo de sexo por causa da desconfiança. Infelizmente,
essa era a sua suspeita. Seu instinto estava arranhando suas entranhas,
dizendo-lhe que o seu problema não tinha nada a ver com dominação e tudo a
ver com algum tipo de problema de confiança.

Eles levantaram e Simon puxou a carteira, deixando algum dinheiro


em cima da mesa. Ela suspirou quando ele agarrou sua mão com força,
puxando-a suavemente pela porta. Era início da noite e o ar mais frio ajudou a
limpar a cabeça do nevoeiro. Ela não conseguia se lembrar de cada um dos
ingredientes das bebidas, mas eles certamente soltaram sua língua.

~ 26 ~
A viagem de volta para o apartamento era de apenas alguns
quarteirões, mas deixou Kara se contorcendo em seu assento. Simon estava
muito perto e cheirava demasiadamente tentador, e ela ainda estava
envergonhada com o fato de que tinha, basicamente, derramado a sua alma
para ele. Oh, talvez não tudo, mas admitir o quanto ela o queria e não obtendo
nenhuma resposta foi de tirar o ar.

O que eu queria que ele dissesse? Eu quero ajudá-lo, o que significa não esperar
nada de volta. Ele nunca prometeu nada, exceto o sexo alucinante. E ele me deu isso. Em
guarda!

Realmente, ela não esperava nada, mas tê-lo dizendo que ele a queria
também teria sido bom. Ela se sentiu em carne viva, exposta. E estar em sua
companhia não era nada confortável no momento.

Eu não o entendo. Eu não sei o que motiva o seu comportamento.

Mas ela queria. Não havia nada que ela quisesse mais do que
compreender cada um dos segredos de Simon Hudson.

Ela deu um suspiro de alívio quando eles entraram no apartamento.


Vagando pela cozinha, ela dirigiu-se para seu quarto para tomar um banho.
Ela estava prestes a dar um breve adeus a Simon quando um braço grande,
musculoso, envolveu sua cintura, puxando-a contra um corpo masculino
igualmente grande.

— Não vá. Não ainda. — A voz rouca de Simon contra a orelha dela
enviou um arrepio de necessidade através de seu corpo, momentaneamente
atordoando-a em silêncio.

Ele a levantou, embalando-a contra seu peito enquanto ele entrou na


sala e sentou-se no sofá, seu corpo esparramado no colo.

~ 27 ~
— O que há de errado? — Ela perguntou baixinho, sentindo a
tensão inquieta em seu corpo. Seus músculos estavam tensos quando ela
abanou as mãos sobre seus ombros.

— Eu preciso te segurar por um tempo. Por favor. Você levou 20


anos da minha vida hoje, Kara. Vou acabar velho, careca e louco se você
continuar a ter incidentes como este. — Ele passou os braços em volta dela,
revestindo seu corpo firmemente contra o dele.

— Eu sinto muito. — Ela deitou a cabeça no ombro dele,


saboreando a sensação abrasiva de sua barba contra seu rosto, tentando não
deixar que seu espírito voar porque ele estava insinuando um futuro para eles.

— Eu não posso pensar. Eu não posso suportar a idéia de que nada


aconteça a você. — Disse ele em uma voz estrangulada.

A sala estava escura, iluminada apenas pela luz residual da cozinha.


Seu coração disparou quando ela se puxou para trás para acariciar o queixo
áspero. Ele estava com medo por sua segurança. Ela não podia deixar de tocá-
lo. Havia poucas pessoas na sua vida que realmente se preocupavam com ela
dessa forma, e certamente nunca um homem, com exceção de seu pai. Seu ex
provavelmente teria encolhido os ombros e lhe dito que era sua própria culpa
por fazer voluntariado naquela parte da cidade. Ele não tinha sido exatamente
o tipo carinhoso.

Segurando a mão dela, puxou-a aos lábios, deixando leves, suaves


beijos na palma da mão.

— Eu tive um momento muito difícil para não pular na garganta de


um policial hoje.

— Por quê?

~ 28 ~
— Pelo amor de Deus, Kara, o homem estava te comendo com os
olhos ali mesmo na delegacia. — Sua resposta foi dura.

— Ele estava apenas sendo gentil.

— Ele estava imaginando como seria foder você. — Ele a informou


com uma voz rouca. — Eu sou um cara. Acredite em mim. Eu sei. E porra
eu odiei. Eu não gosto de compartilhar.

Glup. Ele estava insinuando que...

— Eu não sabia que eu era sua. — Ela era?

— Você é agora.

— Desde quando?

— Provavelmente, desde o primeiro momento que a vi.


Definitivamente, desde o momento em que toquei você. E absolutamente
desde a noite passada. — Sua mão se moveu para a parte de trás do pescoço
dela, guiando sua boca para a dele.

Ele virou-a em um movimento suave, sua boca nunca saindo da dela.


Em um momento ela estava em seu colo, e no próximo, ela estava espalhada
no sofá enorme debaixo dele. Beijou-a até que ela não conseguia respirar, não
conseguia pensar, só podia sentir. Pernas se separaram para aceitar seu corpo,
ela colocou os braços em torno das suas costas musculosas, tentando chegar o
mais perto dele que ela podia.

Ela precisava disso, precisava dele. Ela deslizou sua língua ao longo
dele, desesperada para chegar mais perto, querendo se arrastar dentro dele.
Seus quadris se movendo ansiosamente contra sua virilha, gemendo em sua
boca quando ela sentiu a ereção dura lutando contra sua calça jeans,
empurrando contra seu monte, fazendo-a louca para senti-lo dentro dela.
~ 29 ~
Puxando-a para longe de sua boca, ela suspirou:

— Eu preciso que você me foda, Simon. Por favor.

Ele enterrou o rosto em seu pescoço com um som gutural.

— Quarto.

— Não. Aqui. Agora. Agora mesmo. — Ela arquejou. Ela não queria
se mexer, não queria ser vendada e amarrada neste momento. Envolvendo
suas pernas em volta da sua cintura em súplica silenciosa, ela levou as mãos à
sua bunda, puxando-o contra ela enquanto ondulava seus quadris.

— Foda-se! Eu não posso pensar quando você faz isso. Eu não quero
esperar. — Ele murmurou, deslizando as mãos sob a bunda dela, puxando-a
com força contra sua ereção furiosa com um baixo gemido atormentado.

— Não espere. Por favor. — Seu corpo inflamava-se como um pavio


em um feroz incêndio florestal.

— Você sabe que eu não posso. — Sua voz estava irritada e


frustrada, mas ele não soltou sua bunda.

 Você pode. — Ela o queria desse jeito, espontâneo e


necessitado. Desembrulhando as pernas de sua cintura, ela resistiu e deslizou
as mãos entre seus corpos, abrindo a calça jeans e baixando o zíper. Ela se
contorceu, fazendo Simon levantar enquanto ela abaixou suas calças jeans e
calcinhas o suficiente para expulsá-los fora de suas pernas.

— Toque-me.

Simon gemeu quando sua mão escorregou entre eles, os dedos


deslizando em sua vagina encharcada.

— Oh Jesus, você esta tão molhada!


~ 30 ~
— Para você. — Respondeu ela ferozmente. — Então, não me diga
que nenhuma mulher quer outra coisa senão o seu dinheiro. Eu te quero tão
desesperadamente que eu estou te implorando para me foder. — Ela disse a
ele furiosamente, tentando fazê-lo entender que o que ela sentia não tinha
nada a ver com dinheiro.

Ela não podia dizer-lhe as profundezas de sua necessidade. Não estava


pronta para abrir sua alma e Simon não estava pronto para ouvi-la. E talvez
ela não estivesse preparada para lidar com isso. Mas, caramba, ele tinha que
entender isso. Ele tinha que tomá-la. Agora.

Seu corpo estremeceu quando seus dedos deslizaram através de sua


carne macia e molhada, concentrado em seu clitóris latejante.

— Sim. Toque-me. — Ela estava perdida, seu corpo reagindo a cada


sensação, cada toque de seus dedos. Sua cabeça se jogou violentamente
quando ela se abandonou às suas carícias ousadas e destemidas.

— Você é tão quente. Tão malditamente sensível. É tão difícil de


acreditar que você me quer assim. Diga-me. Mais uma vez. — Ele exigiu com
os seus golpes cada vez mais fortes, mais exigentes.

— Eu preciso de você, Simon. Foda-me.

— Só eu?

— Só você. Você é o único que me faz sentir assim. — E ele era o


único homem que poderia fazê-la louca com um simples toque. Ela sabia que
era uma fraqueza, mas no momento, ela não conseguia se importar.

Ele ergueu-se e abriu sua calça jeans, puxando-a para baixo até que seu
pênis estava liberado, latejante, duro e carente.

~ 31 ~
— Eu quero você pra caralho, Kara, mas eu não tenho certeza se
posso fazer isso. — Sua voz era ao mesmo tempo apaixonada e raivosa.

Ela reconheceu a sua necessidade de dominar. A causa não era clara,


mas ela sabia que precisava estar no controle.

— Segure minhas mãos, Simon. Assuma o controle. Foda-me como


você precisa. Eu não me importo, contanto que você faça isso agora.

Ela queria agarrar aquele belo pau e colocá-lo onde ela mais precisava
dele, mas estendeu as suas mãos e segurou as dele. Ambas as mãos estavam
cerradas em um punho apertado, mas elas se abriram lentamente e se
envolveram em torno das dela. Ele entrelaçou os dedos nos dela e levantou
suas mãos unidas acima da cabeça.

— Sim. Você tem o controle. Eu estou exatamente onde você me


quer. Agora me leve. — Ela implorou, precisando dele para levá-la desta
forma. Ela tinha desfrutado a noite passada, mas ela queria que ele se ligasse a
ela e a vendasse, porque era erótico e sexy, não porque ele precisava.
Instintivamente, ela sabia que era importante que ele aprendesse a confiar em
pequenos passos, fazer amor em vez de apenas foder.

Quase pronta a chorar quando ele abaixou seu poderoso corpo sobre
o dela, ela gemeu com a sensação de seu pênis contra sua pronta apertada
abertura. Ela rodou seus quadris até que estivessem na posição.

E então, milagrosamente, ele entrou nela com um impulso forte.

Ela sussurrou enquanto seu pênis se chocou contra ela, esticou,


possuía-a completamente.

— Sim... Você se sente tão bem. — Ela enrolou as pernas em torno


dele, querendo saborear a sensação dele.

~ 32 ~
— Merda. Você está tão molhada. Nada entre você e meu pau. Não
há sensação melhor do que esta... Porra! — Simon ofegou contra seu
pescoço, o peito arfante contra seus seios, raspando seus mamilos inchados.

Mãos entrelaçadas, seus dedos apertando os dela até que eles ficassem
quase dormentes, Simon bombeou seus quadris quando ela lhe respondeu
moendo contra ele, encontrando na metade do caminho.

Seu coração doía quando seu corpo se juntava novamente com Simon,
sabendo que este momento era crucial, extraordinário e especial.

Seus calcanhares enfiaram em sua bunda dura, pedindo-lhe mais


profundo, mais rápido. Seus golpes se tornaram poderosos, fortes. Dentro e
fora. Mais e mais.

Sua boca cobriu a dela, seu beijo quase violento quando ele devastou
sua boca, possuindo-a, enquanto sua língua de veludo macio varreu cada
centímetro de sua boca, enfiando no mesmo ritmo que seu pênis.

Esmagada pela sua força, absorvida na cadência de seu pau socando e


enfiando a língua, Kara perdeu-se em Simon. Completamente. Totalmente. De
bom grado.

Lágrimas escorriam pelo seu rosto, enquanto ela gemia em sua boca,
seu corpo tremia, pulsando, no mais incrível clímax ela nunca tinha
experimentado.

Seu canal cerrando, sua carne apertando e soltando ao redor do pênis


de Simon quando ele bateu dentro e fora de seu corpo com um abandono
furioso.

~ 33 ~
Ele gemeu em sua boca, entrelaçando sua língua, saqueando a dela,
quando ele enterrou-se mais uma vez dentro dela, seu grande corpo tremendo
sobre ela quando ele gozou, inundando seu útero com o calor.

Arrastando sua boca longe de seus lábios, seu rosto caiu contra seu
pescoço.

— Puta merda. Puta merda. Puta merda! — Ele gritou sem fôlego
contra sua pele.

Ela puxou as mãos, necessitando o retorno de sua circulação


sanguínea. Libertou-se e colocou os braços ao redor dele, enfiando as mãos
pelo seu cabelo encharcado de suor, embalando a cabeça contra seu pescoço.
Seu peso era esmagador em cima dela, com o corpo relaxado e satisfeito, mas
ela não estava pronta para ele se mover.

— Eu acho que eu acabei de morrer. — Ele bufou, ainda respirando


com dificuldade.

— Eu acho que devo ter morrido junto com você, então. Eu estava
lá. — Ela respondeu com um suspiro, as mãos ainda vasculhando seu cabelo.

Mais tarde, ela se perguntaria quanto tempo ela e Simon tinham ficado
deitados lá em um mundo deles, atordoados e atônitos com o que tinha
ocorrido, mas naquele momento ela só absorveu a paz que veio depois da
tempestade turbulenta.

Depois de uma quantidade desconhecida de tempo, Simon saiu de


cima dela.

— Eu sou pesado. Sinto muito.

Rolando para seu lado, ela suspirou profundamente.

— Está tudo bem.


~ 34 ~
— Foi além do bem. — Ele rosnou, brincando e intencionalmente
mal a entendendo.

— Obrigada, Simon. — Ela sussurrou baixinho.

— Por quê? — Ele perguntou intrigado, envolvendo um braço ao


redor dela de forma protetora e acariciando o cabelo do rosto com o outro.

— Pelo que aconteceu. Por confiar em mim. Por deixar ir alguns


fantasmas. Por me dar o que eu precisava. Para dar a si mesmo o que você
precisava.

Ela não podia ver seu rosto, mas ela não precisava. Ela podia ouvir o
sorriso em sua voz.

— Querida, não me agradeça. Eu deveria estar adorando a seus pés.

— Ah... Bem... Se for preciso... Vá em frente. — Ela respondeu


como uma rainha que dirige um dos seus súditos, tentando aliviar o clima.

Pequenos passos.

Ele bufou.

— Não posso agora. Você me desgastou.

— Mal-educado ingrato. — Ela golpeou seu ombro com um sorriso.

— Eu não preciso estar a seus pés. Eu já adoro você. — Ele


sussurrou suavemente quando seus lábios roçaram os dela e ele a soltou para
vestir os seus jeans.

Ela sentou-se, tateando em busca de suas próprias calças jeans e


calcinhas.

~ 35 ~
— Sim, Sim... Os homens dizem qualquer coisa depois de um
orgasmo decente. — Passou os jeans por seus dedos e pulou, colocando
rapidamente a calcinha e a calça jeans sobre seus quadris.

Simon agarrou seus quadris quando ela se virou para ir embora.

— Foi muito mais do que uma boa transa. Você estava chorando.
Apenas me diga se elas eram boas lágrimas ou lágrimas ruins? — Ele
perguntou, sua voz quente com preocupação.

— Boas. Definitivamente boas. — Recusando-se a dizer mais nada,


ela escovou os lábios contra os dele e forçou-se a se afastar. Ela sabia como
Simon se sentia sobre dormir com alguém. Ela teria que se contentar com o
que acabara de acontecer por agora. — Eu preciso tomar banho. Alguém me
fez ficar toda... Molhada.

Rindo do rosnado baixo que ouviu atrás dela, ela fugiu para o seu
quarto para tomar banho e rastejar na cama, caindo no sono, exausta, mas
satisfeita.

~ 36 ~
Capítulo 3

“Está tudo bem?”

Kara sorriu para a mensagem de texto de Simon quando James dirigiu


calmamente em direção a Helen´s Place. Ela não tinha falado com Helen em
vários dias e tinham feito planos para tomar um café. Desde que Helen não
podia suportar desgrudar do restaurante, Kara normalmente dava um pulo
depois da escola durante as horas mais calmas para conversar.

Ela mandou uma mensagem de volta.

“Sim papai. Tudo está bem.”

Era sexta-feira, quase uma semana desde o incidente na clínica. Simon


a checava todos os dias, geralmente várias vezes por dia, para se certificar de
que tudo estava bem. Ela podia brincar com ele a cercando com um pai super
protetor, mas ela secretamente estava tocada que ele se preocupava com a
segurança dela.

Eles não tinham tido contato físico desde a noite do incidente na


clínica. Eles brincaram, falaram, mas sem sexo. Era quase como se ambos
estivessem com medo de que o que aconteceu não pudesse ser repetido. Ou
talvez ambos estivessem apenas com muito medo. Isto certamente assustava-a
como o inferno. Ela nunca tinha experimentado nada assim tão intenso.

O telefone tocou novamente.

“Tenha cuidado. Avise-me quando sair. Você esta ai ainda?”

Ela respondeu.

“Levantando agora. Obedecendo ordens, senhor.”


~ 37 ~
O carro parou em frente ao restaurante de Helen quando o telefone
tocou novamente.

“Eu espero. Só nos meus sonhos você sempre obedece a ordens.”

Ela riu quando colocou o telefone no bolso da frente, quase capaz de


ouvir Simon falando essas palavras em voz alta, em voz descontente.

— Obrigado, James. Vejo você daqui a pouco. — Ela sorriu para o


homem idoso quando estendeu a mão para a maçaneta da porta.

Ele abriu um largo sorriso para ela.

— Tenha uma boa visita, Srta. Kara. Eu vou estar aqui esperando por
você. Dê a Helen os meus cumprimentos.

James trabalhava para a família por vários anos e conhecia todo


mundo.

— Darei. — Ela deslizou do veículo, levantando a mão com um


aceno para James quando ela chegou à porta.

Mesmo durante as horas mais calmas, ao Helen’s Place não faltavam


clientes. O lugar era bem conhecido na região por ter preços razoáveis e boa
comida. Kara fez seu caminho para a mesa de canto e estava prestes a se
sentar quando Helen veio correndo das portas traseiras, um largo sorriso no
rosto e os braços abertos.

Kara abraçou a mulher mais velha ferozmente quando ela chegou ao


lado da mesa, respirando profundamente, levando o aroma de baunilha
acolhedor que sempre parecia irradiar de Helen.

Helen recuou e agarrou Kara pelos ombros.

~ 38 ~
— Como meu filho está tratando? Está com bom aspecto.
Descansada.

— Deixe-me pegar um café para nós. — Kara foi para trás do balcão
e pegou duas canecas, enchendo-as com o café fumegante, antes de fazer seu
caminho de volta para a mesa, pegando uma taça de creme em seu caminho.
— Eu estou indo bem. As aulas são boas. Está chegando a hora decisiva. —
Ela deslizou uma caneca na frente de Helen antes de sentar-se em frente a ela.

— Querida, você não tem que servir café. Você não é mais uma das
funcionárias. — Helen lançou-lhe um sorriso, um tão semelhante ao de
Simon que Kara ficou momentaneamente perturbada.

Inclinando-se para trás, ela estudou Helen por um momento, tentando


encontrar outras semelhanças com Simon. Na verdade, não eram muitas.
Depois de ver toneladas de fotos dos dois irmãos com sua mãe, Kara tinha
chegado à conclusão de que Simon deve ter puxado seu pai, mesmo que ela
nunca tinha visto uma foto dele. Helen parecia Sam, com seu ondulado cabelo
curto, loiro e olhos verdes. Sua amiga sempre se vestia com elegância casual.
Hoje estava com uma saia estampada até o joelho com um suéter rosa de
botão. Brincos grandes rosa pendurados caiam de suas orelhas delicadas,
colidindo contra a lateral de seu pescoço toda vez que ela movia a cabeça. Os
brincos extravagantes de Helen eram a única coisa ostensiva sobre ela. Ela era
uma verdadeiramente afável e gentil alma.

Kara sorriu.

— Eu preciso da minha dose de cafeína. — Ela jogou creme líquido


na bebida fumegante. — Eu só tenho você ao mesmo tempo. — Ela
acrescentou açúcar e pegou a colher para mexer a mistura. — E Simon está
me tratando bem. Mais do que bem. Ele é um amigo maravilhoso... — Kara
quase engasgou com a última palavra. Bem, Simon era um amigo.
~ 39 ~
Helen suspirou.

— Ele parece feliz. Eu falo com ele quase todos os dias. Eu não o
ouvi tão otimista em um longo tempo. Ele soa completamente apaixonado.

— Ele não está. — Kara respondeu rapidamente, quase engasgando


com um gole de café. — Nós não estamos. Quero dizer, nós somos amigos.
— Deus, ela não podia fazer Helen acreditar que havia algo permanente em
sua relação com Simon.

— Uh huh. E Simon fala sobre você todos os dias, sem parar por
uma hora, porque ... por quê? — Helen lançou-lhe um olhar provocante
sobre a borda de sua caneca.

Kara deu de ombros. Ele fala? Sério?

— Eu vivo em sua casa. Ele está me ajudando. É natural que ele fale
sobre uma colega de quarto. Nos vemos todos os dias.

Helen bufou.

— Querida, ele e Sam vêem um ao outro todos os dias também, e ele


certamente não divaga sobre seu irmão. E ele nunca falou sobre uma mulher
antes.

Kara tentou manter seu coração esperançoso sob controle. Só porque


Simon mencionou-a em suas conversas com sua mãe não queria dizer nada.

— Ele e Sam não vivem na mesma casa.

— Você gosta dele. E ele gosta de você. Muito.

Seus ombros caíram quando ela colocou a caneca na mesa e brincou


com um guardanapo. Ela nunca tinha sido capaz de esconder muito de Helen.

~ 40 ~
— Eu gosto. Eu só não quero esperar muito. Simon não tem
compromissos. Eu entendo isso... Mais ou menos. — Ele nunca teve uma
namorada fixa.

Helen estendeu a mão, apoiando-a sobre os dedos que Kara estava


usando para rasgar lentamente um guardanapo de papel.

— Isso não significa que ele não pode ou não vai. — Helen soltou
um suspiro pesado.

— Alguma coisa aconteceu com Simon quando ele tinha dezesseis


anos e ele nunca mais foi o mesmo, Kara. Ele sempre foi tranquilo, meu
menino inteligente, com seu rosto firmemente enfiado em um livro e
estudioso como qualquer pai poderia desejar. Mas ele também era humano, o
tipo de criança que queria resgatar animais perdidos na rua. Lembro-me o
quanto Sam o provocava por seu coração sangrando. Não se passava quase
nenhum dia em que Simon não estava arrastando para casa um animal perdido
ou tentando corrigir alguns erros. — Helen contorceu-se desconfortavelmente
no banco. — Mas eu acho que ele perdeu isso quando ele tinha dezesseis
anos.

Kara apertou a mão de Helen.

— Ele não perdeu. Isto ainda está lá. Olha como ele está me
ajudando. Eu sei que algo aconteceu. Eu não sei os detalhes, Helen, mas ele
ainda é tão amável como ele sempre foi.

— É isso mesmo. Ele não era antes de conhecer você. Você é a


primeira pessoa de fora da família com quem ele se preocupa em um monte
de anos. Me dá esperança.

Kara se encolheu.

~ 41 ~
— Por favor, não tenha muitas esperanças. Somos amigos. É isso aí.
Basta me considerar um gato de rua que ele está resgatando.

Helen sorriu quando ela retirou a mão e agarrou sua caneca de café,
atirando a Kara um olhar compreensivo.

— Sim, bem, então você é a primeira desgarrada que ele tomou em


cerca de 16 anos. Eu diria que é uma espécie importante.

Kara fez as contas, seu coração bombeando. Claro, a festa. Simon


fazia trinta e dois amanhã.

— Tenho certeza que isso não é verdade. Ele provavelmente só não


lhe disse. — Certamente, ela não poderia ser a primeira pessoa que ele tinha
ajudado desde o incidente desconhecido que o tinha mudado com a idade de
dezesseis anos.

Helen riu e disse enigmaticamente:

— Eu sou a mãe dele. Eu tenho os olhos na parte de trás da minha


cabeça. Pergunte aos meus meninos. Isso irrita o inferno fora deles quando eu
sei das coisas, mesmo quando eles não me dizem.

Você sabe que Simon só pode ter relações sexuais com mulheres, se elas estão com
os olhos vendados e amarradas? Kara tinha certeza de que Helen não estava a par
desta informação, e ela com certeza não estava dizendo a ela. Havia apenas
algumas coisas que as mães não devem saber. Ainda assim, ela se perguntou
sobre os supostos anos de isolamento de Simon, de conter suas tendências
salva-vidas. Isso fez seu peito apertado por pensar sobre o que tinha
acontecido com Simon, o que havia mudado daquele menino doce, num
adulto individual isolado.

~ 42 ~
Ele estava realmente mudando? Ele estava distante, às vezes, e um
pouco isolado, mas Kara não achava que ela jamais poderia imaginá-lo como
indiferente ou completamente solitário. Havia algumas coisas que eram
apenas... Simon.

Áspero... Confere.

Excêntrico... Confere.

Mandão... Confere.

Controlador... Às vezes.

Gentil... Definitivamente confere! Sob seu exterior áspero ele tinha um


coração muito bom.

Sexy... Confere, confere, confere.

Ele também era espirituoso, inteligente e completamente irresistível


em mais maneiras do que ela poderia contar.

— Espero que ele um dia me conte o que aconteceu. — Kara


murmurou para si mesma.

— Espero que sim. Ele precisa falar sobre isso e deixar no passado.
— Helen respondeu calmamente.

Oh, inferno. A mãe de Simon tinha escutado o comentário. Além de


olhos na parte de trás da cabeça, Helen também devia ter audição supersônica.

— Sabe o que aconteceu? — Kara perguntou à amiga com


curiosidade.

Parecendo desconfortável, Helen respondeu:

~ 43 ~
— Eu sei o evento. Ele quase morreu. Mas eu não acho que eu sei
tudo. — A expressão de Helen era sombria.

— É uma memória dolorosa para você. Sinto muito. — Kara jurou


nunca ir com sua amiga por este caminho novamente. Odiava ver a mulher
que era como uma segunda mãe para ela com o olhar tão triste.

— Há um monte de lembranças do passado distante que são


dolorosas. Eu não posso sempre evitá-las. Meus meninos passaram por uma
infância que nunca deveriam ter tido. Que nenhuma criança deve
experimentar. Eu deveria ter feito mais, os protegido melhor. — Os olhos de
Helen estavam cheios de dor, como se lembrando do passado doloroso e o
preço que tinha tomado sobre todos eles.

— Pare. Agora. Simon e Sam se viraram muito bem. Eles são filhos
de se orgulhar, Helen. Você fez o seu melhor e isso aparece. — Kara odiava
aquela expressão triste no rosto de Helen. — Você não tem que ter uma
infância perfeita para se transformar em um excelente adulto. Olhe para mim.
— Ela sorriu abertamente, tentando animar Helen com humor.

Helen sorriu fracamente.

— Às vezes eu esqueço como foi difícil para você, querida. Seus pais
deixaram você sozinha muito jovem, mas eles a criaram direito.

— E você criou seus meninos direito. Eu não sei do Sam, mas eu sei
do Simon. Ele é um homem maravilhoso. — Kara disse à amiga
honestamente. Com a esperança de mudar de assunto e ver Helen sorrindo
novamente, ela estava determinada a mudar o tópico. Nada de bom podia vir
de Helen desejando que ela tivesse criado seus filhos de forma diferente. Kara
conhecia Helen, e que sua amiga tinha feito o seu melhor para criar seus dois

~ 44 ~
filhos, em quaisquer circunstâncias que tenham sido. — Simon me convidou
para a festa de Sam amanhã.

Helen riu.

— Grande festa de aniversário de Simon, organizado por ninguém


menos que seu irmão, Sam. Você vai, não é?

— Sim. Simon quer que eu vá. Você sabe se vai ter um monte de
gente lá? — Kara não conseguiu manter a apreensão de sua voz. Como no
mundo ela estava indo se misturar com um monte de pessoas ricas na festa de
aniversário de Simon?

Ela havia ficado surpresa quando Simon pediu-lhe para participar do


evento. Não só ela não sabia que ele tinha um aniversário chegando, mas o seu
próprio aniversário era no dia seguinte ao de Simon.

— Você está nervosa? — Helen ergueu a sobrancelha, dando a Kara


um olhar indagador.

Droga. Havia alguma coisa que podia esconder de Helen?

— Um pouco. Não é exatamente uma multidão a que eu estou


acostumada a me misturar. — Isso era um eufemismo. As coisas por prazer
ou relaxantes não eram eventos que ela participava. Entre o trabalho e a
escola, ela nunca tinha tido tempo.

A gargalhada encantada de Helen encheu o ar ao seu redor.

— Uma coisa que eu aprendi ao longo dos anos é que as pessoas


ricas não são realmente muito diferentes das pessoas normais. Algumas são
agradáveis. Algumas não são tão agradáveis. Você vai ficar bem. Ter dinheiro
não faz deles melhores do que você, querida.

~ 45 ~
Racionalmente, Kara sabia. Ainda assim, ela estava nervosa. Sua
ansiedade não foi causada tanto pela riqueza quanto a idéia de que ela não
queria decepcionar Simon na frente de seus amigos, conhecidos de negócios,
familiares. Suas faltas de habilidades sociais tinham, infelizmente, anos de
negligência. Só praticava com os seus clientes no restaurante e com colegas de
faculdade muito jovens.

O telefone de Kara tocou, assustando-a de volta à realidade. Ela tirou


o telefone do bolso.

— Simon... — ela informou Helen, com um sorriso, enquanto ela


olhou para a mensagem de texto.

“Vocês ainda estão falando de mim?”

Sério? Como se ela e Helen não tivessem nada melhor para fazer do
que falar sobre ele? Seus dedos voaram quando ela retornou a mensagem.

“Seu nome nem sequer apareceu. Muito arrogante?”

A resposta veio quase que instantaneamente.

“Não. Mas eu conheço minha mãe. Se você não voltar para casa em breve, eu estou
cozinhando o jantar.”

— Oh meu Deus, eu tenho que sair. — Ela deu a Helen um sorriso e


uma expressão de horror simulada.

— Por quê? — perguntou Helen, com uma expressão perplexa.

— Simon está ameaçando cozinhar se eu não voltar para o


apartamento.

~ 46 ~
A risada tiritante de Helen brilhou em torno de Kara, fazendo-a rir
junto com a mulher mais velha. Helen sugou uma respiração divertida e
respondeu.

— Uma ameaça sinistra vindo de Simon. É provável que ele se


machuque.

— Sim. Ele é um desastre culinário se ele tentar qualquer coisa além


de sanduíches ou comidas de micro-ondas. — Kara respondeu a Helen
quando ela digitou.

“Eu estou indo em breve. Por favor, não cozinhe.”

— Simulado, homem manipulador. — Kara sussurrou


carinhosamente quando ela guardou o telefone.

— Ele está obviamente sentido falta de você. É romântico. — Helen


suspirou um olhar sonhador em seus olhos quando ela se levantou ao lado de
Kara. — Só não o deixe ser demais.

Kara abraçou a amiga com uma expressão divertida. Era mais


provável que Simon estava com fome e não queria um sanduíche, mas ela não
queria esmagar os grandiosos ideais de Helen sobre seu filho.

— Vejo você amanhã à noite. — Kara respondeu, dirigindo-se para a


porta.

Ela procurou James e a Mercedes com olhos ansiosos, pronta para


estar de volta ao apartamento com Simon. Ele podia não estar realmente
sentindo falta dela, mas ela sentia de Simon. A melhor parte do seu dia era à
noite, passar o tempo com ele falando sobre o que tinha acontecido durante o
dia, jogando em torno de opiniões e idéias. Eles poderiam falar sobre coisas
importantes, ou apenas pequenas coisas. Isto nunca pareceu importar.

~ 47 ~
Oh Deus, eu sou patética.

Reconhecendo James, ela se apressou para chegar ao carro,


percebendo com choque que ela tinha sido incrivelmente solitária antes de
conhecer Simon. Estranho, mas ela nunca se sentiu sozinha. Todos os dias, ela
era cercada por pessoas, clientes, estudantes, multidões. No entanto, a solidão
estava ali, enterrada profundamente dentro dela, empurrada sob exaustão,
fome, e a necessidade de sobreviver. Esperando.

Puxando a porta do carro aberta, ela deslizou para o banco da frente


ao lado de James, ainda se perguntando por que nunca tinha reconhecido seu
anseio pela companhia de um homem.

Porque isto não estava lá. Não até que eu conheci Simon. É ele. Eu não quero
qualquer homem.

Droga, isso era verdade. Ela sabia disso. Havia algo sobre Simon, que
a chamou, a chamou para trazê-lo mais perto, tão perto que ela podia muito
bem se queimar. No entanto, a atração estava lá e era sedutora, as vibrações
provocantes de Simon eram atraentes e impossíveis de ignorar.

Por que sou tão atraída por ele? Não somos nada parecidos.

Sacudindo a cabeça contra o couro macio do assento, Kara admitiu


para si mesma que em alguns gostos e aversões superficiais... Eles eram
diferentes. Mas, em muitos aspectos... Eles eram muito semelhantes.

Depois de ser queimada por Chris, ela estava desconfiada... Assim


como Simon. As causas podiam ser diferentes e ela estava bastante certa de
que as de Simon eram muito mais traumáticas, mas os dois rodeavam um ao
outro como crianças assustadas, não tendo certeza se queriam ser amigos ou
inimigos, se eles queriam confiar ou não.

~ 48 ~
Ela sabia que Simon lhe tinha dado um presente valioso quando ele
confiou nela o suficiente para levá-la sem o seu procedimento habitual de
escravidão e cegueira. Ela só queria saber o que causou sua desconfiança. E
por que a venda? O homem tinha um corpo de babar.

Ela estremeceu e disparou um sorriso fraco para James quando ele


puxou o veículo para o tráfego, tecendo o seu caminho lentamente em direção
ao apartamento.

Ela soltou um longo suspiro, esperando desesperadamente que não


estivesse, inadvertidamente, colocando a cabeça numa guilhotina por ficar tão
envolvida com um homem como Simon.

Basta com isto. Relaxe. Aproveite o que você tem, enquanto você tem isso.

Ela reprimiu uma risada auto depreciativa. Ela não relaxou, ela não
deixou rolar e ela nunca, nunca viveu o momento. Aquelas eram todas coisas
difíceis de fazer para uma mulher que precisava se preocupar com de onde sua
próxima refeição estava vindo e se ela poderia juntar dinheiro suficiente para
pagar o aluguel todos os meses.

Mas você não precisa se preocupar com isso agora.

Não... Ela não precisava. Podia não durar muito tempo, mas por um
breve período de tempo, ela sabia que tinha uma cama para dormir, um teto
sobre sua cabeça, e uma abundância de alimento para comer. Por causa de
Simon, ela teve tempo e espaço para realmente respirar.

Seu coração gaguejou quando ela o imaginou como foi na semana


passada no sofá, vulnerável, mas tão forte. Como ela poderia não admirar essa
força e determinação para vencer quaisquer fantasmas do passado que o
assombravam?

~ 49 ~
Ele fez isso por mim. Porque eu queria.

Extraindo energia a partir de suas memórias, Kara recolheu sua


mochila. Ela estava em casa. James a tinha deixado na frente da construção
maciça.

— Obrigada, James. — Ela lhe deu um sorriso tímido. De repente,


percebeu que ela não tinha falado uma palavra para o motorista durante a
curta viagem para casa.

— Não tem de que Srta. Kara. Como sempre. Tenha uma boa noite.

— Você também. — Deslizando para fora do assento, mochila na


mão, ela fechou a porta e correu em direção à entrada.

Ela iria ter uma noite agradável. Como ela não poderia? Ela tinha um
homem sexy, bonito e sombrio esperando por ela. Ele podia querer jantar,
mas ela estava determinada a dar a ele algo mais do que apenas comida. Era
hora de devolver a Simon. Afinal de contas, ele confiava nela, a abrigava, a
fazia sentir como se fosse alguém especial.

Ela esperava que ele estivesse com fome, e não apenas por comida.

Acenando para o porteiro, ela deslizou silenciosamente até o elevador


que foi para a cobertura.

Viva o momento. Não pense sobre o futuro.

Isto podia ser totalmente estranho para ela, mas ela iria tentar.

~ 50 ~
Capítulo 4

Simon amaldiçoou quando ele enrolou uma toalha branca em volta de


sua cintura, irritado consigo mesmo por ter esquecido de trazer roupas limpas.
Depois de seu treino, ele foi direto para o chuveiro, que era anexo a sua
academia, esquecendo completamente de pegar algo para vestir do seu quarto.
A toalha maldita mal cobria suas jóias de família.

Ele fez uma careta para a sua roupa de treino suada, fedendo. Não
havia nenhuma maneira dele colocá-la de volta depois que ele tinha acabado
de lavar o fedor de seu corpo.

Kara não estava em casa ainda. Ele devia ter tempo para ir para o seu
quarto. Penteando com os dedos o cabelo molhado, ele abriu a porta do
banheiro, pronto para correr pelas escadas e para o quarto principal.

O ar frio soprou quando ele deixou o banheiro cheio de vapor para


trás. Merda. A academia estava congelando. Ele havia colocado a temperatura
baixa para seu treino, e ele estava sentindo o frio.

— Simon, você está...

A voz leve, feminina o assustou. Do outro lado do ginásio, ele


congelou seu coração trovejando quando Kara começou a espirrar dentro da
sala.

Ele se encolheu, enquanto os olhos dela percorriam sobre ele, pronto


para o seu olhar de desgosto... Ou pior. As cicatrizes em seu peito e abdômen
estavam evidentes, algo que ele fez um grande esforço para esconder do
mundo... Especialmente das mulheres.

~ 51 ~
Ele tentou fazer com que seus pés se movessem, se virassem e
levassem de volta para o banheiro. Mas quando seus olhos encontraram os de
Kara, ele paralisou.

Ela avançou lentamente, com os olhos grandes e redondos, mas ela


não parecia chocada. Ela olhou... Com fome. Sua língua saiu para lamber os
lábios quando ela disse reverentemente

— Deus, você é enorme. Musculoso. Eu sabia que você era durão,


mas você faz strippers masculinos parecerem uma piada.

Simon engoliu em seco quando ela alcançou-o e deixou cair à mochila


no chão.

— Eu estou assustada. — Porra, brilhante, Hudson! Como ela não


tinha notado?

Ela estava perto o suficiente para que Simon pudesse sentir seu
perfume doce. Ele inalou seu pau subindo quando ela levantou o pescoço para
olhar para ele com um olhar de desejo que bateu em seu estômago como um
trem de carga.

Sua voz tremeu quando ela disse em um sussurro ofegante:

— Por favor, não me peça para não tocá-lo, Simon. Eu preciso te


tocar. Eu acho que vou morrer se você não me deixar.

Esperava qualquer reação dela, mas não esta. Todo o seu corpo
inundado com o calor, com a necessidade de sentir suas mãos pequenas,
capazes em seu corpo. Como ela podia olhá-lo com esse tipo de necessidade?

— Eu não gosto de ser tocado. — Disse ele, com a voz rouca.

— Você não gosta, ou não está acostumado com isso? — ela


perguntou em voz baixa.
~ 52 ~
Foda-se. Ele era um mentiroso. Não havia nada que ele queria mais do
que as mãos de Kara em seu corpo agora mesmo. Certo. Porra. Agora.

— Eu não sei... — Ele respondeu, honestamente, abalado por sua


reação a ele.

— Você tem um corpo bonito, Simon. — Ela disse a ele quando


levantou as mãos ao seu peito.

Ele se preparou enquanto suas mãos acariciavam seu peito com amor,
deslizando sobre sua pele, definindo todo o seu ser em chamas. O contato era
como sexo puro, tão erótico, tão sensual. Rangendo os dentes, ele quis
relaxar... Mas seu corpo não estava escutando. Seus dedos deslizaram
lentamente sobre seu abdômen e ele ouviu sua respiração parar.

— Você é tão duro, Simon.

Sim. Ele estava duro. Em todos os lugares.

— Foda-se! Kara. — Sua respiração começou a ficar curta quando os


lábios dela úmidos e quentes se juntaram aos dedos, sua língua lambendo seu
peito.

— Mmmm... Você cheira tão bem. O gosto é ainda melhor.

Ele quase gozou na toalha quando seus dentes pegaram um de seus


mamilos planos, seguido por uma lambida suave de sua língua.

Santo Cristo! Seu corpo inteiro estava tremendo, pronto para ir em


chamas.

— Pare — ele gemeu. Não, não pare.

Ela agarrou a toalha na cintura e puxou. O material cedeu fácil e ela


deixou cair à toalha ao chão.

~ 53 ~
— Você se sente tão bem, Simon. Não me faça parar. — Ela
sussurrou enquanto espalmava seu membro inchado em sua pequena mão. —
Eu quero te provar.

Sério? Será que ela quis dizer...

— Em todos os lugares.

Ah, sim, ela quis.

Seus olhos azuis escureceram quando ela olhou para ele com um olhar
suplicante. Meu Deus, ele não podia afastar-se. Ele queria aqueles lábios
gostosos em seu pau mais do que ele queria sua próxima respiração.

— Kara... Eu nunca. Eu não... — Ele sempre precisava dominar


amarrar as mulheres. Ele nunca quis enfiar o pênis na sua boca enquanto elas
estavam deitadas impotentes debaixo dele. E nenhuma delas jamais quis
também.

— Bom. Então você não vai saber se eu não fizer bem. — Seu olhar
de vulnerabilidade o derrubou, fazendo-o esquecer das suas próprias
inseguranças sobre seu corpo cheio de cicatrizes, e ele teve a súbita vontade de
esmagar seu ex no chão.

— Não é possível que não seja incrível com você. — Disse-lhe


asperamente, a voz rouca de desejo desenfreado. Ele serpenteou sua mão atrás
de seu pescoço e trouxe sua boca para a dele, sua outra mão se estendeu sobre
sua bunda para puxá-la para mais perto dele.

Ela não se preocupa com as minhas cicatrizes. Ela ainda me quer. Não há
mulher neste mundo que poderia imitar a reação dela.

~ 54 ~
Ele tomou sua boca mais e mais, querendo mostrar de alguma forma a
ela o quanto a aceitação dela significava para ele.

Ela devolveu o beijo com um fogo que aqueceu seu sangue. Sua língua
entrelaçada com a dele e ela gemeu um de seus ruídos pequenos, doces em sua
boca, um som carente que quase o fez se perder.

Ela puxou sua boca da dele e, lentamente, abaixou-se de joelhos,


arrastando a língua ao longo de seu peito e sobre o seu abdômen, quando ela
desceu. Jesus Cristo! Ele não tinha certeza que ele ia passar por isso.

O suor escorria na testa, pingando lentamente pelo rosto. Sangue


bateu através de seus ouvidos, o barulho assobiando de seu batimento
cardíaco ensurdecendo-o. Tudo o que ele podia fazer era sentir.

O primeiro toque de sua língua era sublime. Girou sobre sua ponta
sensível, lambendo uma gota de pré-sêmen como se fosse seu doce favorito.

— Merda. Kara. — Ele puxou o clipe de seu cabelo e enterrou os


dedos na massa sedosa, estremecendo quando as ondas suaves fluíram sobre
suas mãos.

Ele respirou fundo quando ela fechou a boca sobre seu pênis,
levando-o para o úmido, quente de seus lábios fechados, puxando o eixo
inchado, tanto quanto ela poderia levá-lo, batendo o fundo da garganta.

Foda-se. Foda-se. Céus. Inferno. Êxtase. Agonia. Ele nunca tinha


experimentado nada parecido com a deliciosa sensação de que a língua
talentosa deslizando sobre ele, provando-o com um prazer erótico que estava
prestes a fazer o topo de sua cabeça explodir. Ela chupou e deslizou, girou e
puxou, até que Simon pensou que ele estava perdendo a cabeça.

~ 55 ~
— Oh Cristo. — As palavras explodiram em uma voz torturada que
ele mal podia reconhecer quando olhou para ela, observando-a devorar seu
pênis com prazer óbvio. Seus olhos se abriram seu olhar ardente quando os
seus olhos se encontraram e travaram.

Simon sentiu suas bolas apertarem e a pressão reunindo na base do


seu eixo. Ele estava indo para gozar... Forte. Seus olhos perderam o contato
quando ele jogou a cabeça para trás, com as mãos guiando a cabeça em um
ritmo rápido ao longo de seu eixo pulsante.

Suas mãos em concha em sua bunda, suas unhas cravando em sua pele
sensibilizada.

— Oh, o inferno sim. Vou gozar. — Ele grunhiu incapaz de


verbalizar qualquer outra coisa, sabendo que ele precisava dar a Kara um aviso
de que ele estava prestes a entrar em erupção como uma explosão nuclear do
caralho.

Ela não se afastou. Ela gemeu em torno dele, a vibração mandando-o


no limite. Suas unhas cravaram em sua bunda e ela praticamente engoliu seu
pênis enquanto ele lançou-se com um grito de agonia, seus músculos gritando
enquanto tencionava e liberava seu orgasmo violento.

Simon ofegava pesadamente enquanto Kara continuava a lavar o


pênis, lambendo cada gota sensualmente, languidamente.

Ele queria beijá-la, precisava beijá-la, mas suas respirações estavam


vindo tão fortemente que ele não conseguia recuperar o fôlego.
Transportando Kara em seus braços, ele simplesmente a abraçou, seus braços
envolvendo em torno de seu corpo, o rosto em seu pescoço.

Ele engoliu em seco, tentando forçar o ar em seus pulmões ardentes


quando ele moldou seu doce corpo contra o dele.
~ 56 ~
— Foi bom? — Ela perguntou-lhe calmamente enquanto sua boca
acariciava o pescoço dele.

Simon riu, ofegando quando, ele respondeu:

— Querida, se fosse melhor, teria me matado. — Deus, essa mulher


era especial. Tão doce tão sexy. Tão... Dele.

Minha.

Uma onda dura de possessividade varreu-o e seus braços se apertaram


ao redor dela.

— Na verdade, eu estava vindo para perguntar o que você queria para


o jantar. — Ela informou-lhe em voz prática, seu aparente nervosismo por
não ter um bom desempenho parecendo ter desaparecido. — Mas vendo
você gloriosamente nu tirou meu apetite para a comida. Eu queria dar uma
mordida em você.

Suas mãos varreram seu corpo e seu peito doía com a percepção de
que ela realmente tinha desejo por seu corpo, cicatrizes e tudo mais.

— Eu não estava nu até que você me tirou da minha toalha. — Ele


lembrou.

— Como você espera que eu resista? Você é uma tentação ambulante.


A ameaça de testosterona em uma pequena toalha. — Ela fungou, mas havia
humor em sua voz.

Simon riu suavemente contra seu cabelo. Ele não podia se conter.
Kara era um milagre. Seu milagre.

— Que tal se eu der uma mordida em você, agora? — Ele


murmurou calorosamente, o seu corpo mais do que pronto para começar a
acordar para a ocasião.
~ 57 ~
Ela se separou dele e pegou sua toalha, estalando seu abdômen com a
toalha quando ela reclamou:

— Oh não, não, senhor. Estou morrendo de fome agora. Guarde


isso. É perigoso. — Ela jogou a toalha para ele, com uma risadinha encantada
que o atingiu bem no peito. Pegando a toalha no ar, ele envolveu-a em torno
de sua cintura, seu pau já meio duro de novo para ela.

Era estranho, o quão confortável ele estava com seu corpo exposto ao
redor dela. Ele ainda estava balançando a cabeça por cima do óbvio prazer
dela em vê-lo nu, mas ele não ia questionar algo que o fez mais feliz do que
tinha estado em... Bem... Nunca.

— Vamos lá, coisa doce. Apenas uma pequena mordidela. — Ele


rosnou quando a perseguia.

— Não... De jeito nenhum. Nem pense. Eu preciso de comida. —


Ela riu alto quando ela correu para a porta.

Ele gritou e pulou, perseguindo-a descendo as escadas e entrou na


cozinha, seu riso tocando em cada canto de sua casa vazia.

E preenchendo cada centímetro de seu coração vazio.

********

O que diabos eu estou fazendo neste vestido?

Na noite seguinte, Kara ficou na frente de um espelho de corpo


inteiro em seu quarto, contemplando a sua aparência.

~ 58 ~
Simon não queria ir a esta festa, admitiu que odiava a grande festa de
aniversário de Sam.

Quem odiava festas de aniversário?

Kara franziu o cenho para si mesma no espelho quando se virou para


um lado e depois o outro, tentando decidir se estava bem ou mal vestida. O
vestido cor de vinho era bonito, mas o material de seda grudenta envolvia
cada curva, terminando no meio da coxa, deixando uma quantidade
considerável de suas pernas à mostra. As meias de seda nude que terminavam
em rendas delicadas no topo de suas coxas fizeram pouco para aquecer as
pernas longas e o drapeado em apenas um ombro deixava o outro ombro
completamente nu.

Ela estremeceu quando puxou o vestido do armário, chocada com o


preço ainda ligado ao vestuário. Puta merda! Quem usava um vestido que
custava tanto quanto o seu anterior subsídio de supermercado por seis meses?
Ver o preço exorbitante tinha sido suficiente para fazê-la querer empurrá-lo de
volta no armário. A única razão pela qual ela não o fez, era porque ela não
tinha nada apropriado para vestir.

Ela colocou seus pés em um par de sapatos combinando, os saltos


agulha altos o suficiente para garantir que ela seria tão alta como alguns dos
convidados do sexo masculino.

Exceto Simon. Nenhum sapato jamais a faria ficar olho-no-olho com


Simon.

Nervosa, ela empurrou seu longo cabelo sobre o ombro. Deixá-lo


solto podia não ter sido o melhor plano, mas ela não tinha idéia de como fazer
estilos extravagantes. Seu cabelo longo e escuro era geralmente mais um

~ 59 ~
incômodo do que qualquer outra coisa, fazendo-a pensar sobre o cortar mais
curto mais que uma vez ao longo dos últimos anos.

Olhando fixamente para si mesma no espelho, seus olhos pareciam


enormes. Ela acrescentou maquiagem, algo que ela raramente se incomodava
por causa do custo e tempo envolvidos, e o resultado não era algo que ela
tinha certeza que gostava. O batom vermelho era um pouco demais? Oh
inferno, ela não sabia. Não era como se ela participasse de festas ou reuniões
deste tipo. Na verdade, ela não tinha ido a uma festa de qualquer tipo por mais
anos do que podia se lembrar, provavelmente o último tinha sido quando seus
pais ainda estavam vivos. Depois disso, sua vida tinha sido um ciclo constante
de trabalho e sobrevivência.

Ela empurrou os ombros caídos para trás, tentando dizer a si mesma


que não se deixaria intimidar. Simon pediu-lhe para ir, queria que ela fosse, e
ela não iria deixá-lo. Seria muito mais fácil dar uma de covarde e dizer a Simon
que ela não estava se sentindo bem e não poderia ir, mas ela não poderia fazê-
lo. Simon foi bom para ela, literalmente salvou sua vida.

Tomando uma última olhada no espelho, Kara pegou uma pequena


bolsa preta da cama e se dirigiu para a cozinha. Ela colocou uma mão na
barriga, tentando acalmar o enxame de borboletas que pareciam ter invadido
seu estômago.

Acalme-se, Kara. É só uma festa de aniversário. Não é grande coisa.

Parando na entrada para a cozinha, ela viu Simon vestido, pronto e


não muito feliz. Ele estava parado perto do armário, bonito como o pecado
vestido com calça marrom e um lindo suéter pescador de cor creme. Cabelo
bem penteado, já estava mostrando a barba escura por fazer, ele parecia bom
o suficiente para comer.

~ 60 ~
Você já fez isso. Ontem.

Kara ruborizou e a sala de repente ficou demasiado quente, quando


ela se lembrou do dia anterior. Seu comportamento era tão fora do comum.
Tão descarado. Mas foi difícil ver Simon, em toda a sua glória, parecendo um
pouco inseguro e preso. Ela tinha chutado seu instinto protetor, um
comportamento ousado e audacioso que a tinha surpreendido. Quando ela
tinha se tornado uma sedutora tão ousada? Ela era totalmente reprimida
sexualmente, não o tipo de mulher que avança em um homem como Simon.
Seu olhar de incerteza tinha estimulado-a, a fez determinada a mostrar-lhe
como ele parecia incrivelmente sexy, como ele era realmente tentador. E ele
era tentador. Claro, ele tinha algumas cicatrizes no peito e no abdômen,
algumas pequenas, algumas não tão pequenas, brancas, antigas e destacando-se
em sua pele morena. Mas, Senhor, tinha sido impossível sair e não tocar nesse
corpo musculoso e rasgado. As cicatrizes não prejudicavam o seu sex appeal.
Simon era simplesmente... Esplêndido.

— Ah, bom. Você está aqui. Eu estava... — Simon parou no meio da


frase quando olhou para ela.

— Estou pronta. — Disse ela para ele, tentando soar confiante


quando ela entrou na cozinha.

Seus olhos se tornaram escuros, seu olhar vagou pelo seu corpo. Ela
queria se contorcer enquanto sua leitura continuava sua mandíbula firmando
quando seus olhos pousaram em seus membros inferiores expostos.

— E - Eu pareço bem? — Oh, merda. Talvez ela tivesse se vestido


errado.

~ 61 ~
—Você está impressionante. — Ele respondeu com uma voz rouca,
os olhos finalmente pousando em seu rosto. — Mas você está mostrando
muita pele. E seu cabelo está solto.

Ela inclinou a cabeça intrigada.

— Isso é ruim?

— Eu não tenho certeza se quero outros homens te vendo dessa


maneira. — Ele deu a volta, parando na frente dela. Uma mão em seu ombro
nu, ele lentamente acariciou a pele exposta, fazendo-a estremecer ao seu toque
leve, sensual. — Você é tentação demais.

Kara soltou um suspiro que ela não tinha percebido que estava
segurando, aliviada que ele pensou que ela parecia aceitável.

— Eu acho que você é o único que pensa assim, Simon. Eu acho que
você precisa de seus olhos examinados. — Disse-lhe levemente.

— Você está tão fodidamente linda que quase dói olhar para você.
— Ele tremeu quando seus lábios roçaram sua têmpora. — Meu pau ficou
duro no momento em que entrou na sala. — Ele segurou a mão dela,
trazendo-a para sua excitação. Ele estava tão firme e ereto que sua calcinha
umedeceu e seu estômago se apertou.

Deus, ele cheira tão bem.

Kara beijou seu queixo barbudo, respirando profundamente, amando


seu cheiro masculino. Seus dedos espalhados por seu membro inchado,
totalmente incapaz de parar a si mesma, presa na sensação.

— Kara, você me deixa louco. — Simon rangeu quando ele agarrou


sua mão errante e levou-a aos lábios, colocando um beijo quente e prolongado

~ 62 ~
na palma da mão. — Se começarmos isso, nós nunca vamos chegar à festa.
Não que eu me importe. — Ele rosnou.

— A festa é sua. — Ela respondeu com diversão. — Você não pode


ignorá-la.

— Beije-me e verá. — Respondeu ele provocativamente, seu braço


correndo em volta da sua cintura.

Ela podia sentir seu hálito quente no lado da sua face. Sua boca
tentadora estava perto, tão perto, e escapar dele era quase uma tortura.

— Sua mãe nunca iria me perdoar. Vamos Party-Boy.

Ele fez beicinho como uma criança cujo brinquedo favorito tinha sido
levado para longe, mas a maldição que surgiu a partir de sua boca não foi nada
de menino.

— Você precisa de um casaco. — Ele disse, em tom de proteção e


exigente.

— Eu tenho um. Vou pegá-lo. E tenho certeza que a casa de Sam é


quente. — Pensou em voz baixa.

Ela foi para o quarto, retornando rapidamente para a cozinha com um


casaco preto personalizado na mão.

Simon estendeu a mão, puxando o casaco do seu alcance. Ele


estendeu-o, e ela deslizou os braços para o vestuário, apreciando a sensação de
luxo do forro de seda.

Girando em torno dela, fechou os botões grandes na parte da frente,


cada um deles.

Ele franziu a testa.

~ 63 ~
— Você acha que vai ser quente o suficiente?

— Sim. Está tudo bem. Nós só temos que entrar e sair do carro. Eu
provavelmente não teria sequer que usar um casaco, se você não tivesse
mencionado isso.

Kara suspirou levemente quando ela puxou o cabelo do casaco,


surpresa com sua alegria nos pequenos gestos de Simon que a fizeram se
sentir cuidada. Fazia tanto tempo desde que alguém tinha se preocupado com
seu bem estar, que suas ações eram sedutoras e inebriantes para uma mulher
da cidade grande que tinha ficado tão sozinha por tanto tempo.

— Eu ainda não tenho certeza se eu gosto que você mostre muito


sua pele. — Ele grunhiu quando ela pegou sua bolsa e se dirigiu para a porta.

Kara mordeu o lábio enquanto arrepios percorriam-lhe a espinha. Sua


voz sexy era tão possessiva, como se ele estivesse reivindicando-a.

Nem pense nisso. Ele não quis dizer nada com isso.

— Não é tão sexy. — Ela disse-lhe ironicamente, desejando que ela


fosse tão irresistível como ele a fazia se sentir.

— É demasiado sexy. Todo homem estará pensando a mesma coisa


que eu estou pensando. — Ele disse a ela, sua expressão infeliz quando ele a
conduziu fora da porta e trancou-a.

Ela apertou o botão com o símbolo para baixo do elevador e se virou


para ele.

— E o que é isso?

— Que eu quero transar com você. — Ele respondeu sem rodeios,


colocando a mão para descansar na parte baixa das costas.

~ 64 ~
Sua respiração engatou quando o sino do elevador tocou, as portas
deslizaram abertas na frente deles. Será que ela se acostumaria com as
observações contundentes de Simon? Suas faces coraram e seu corpo ficou
quente. Muito quente, na verdade. Extremamente quente.

— Simon!

Ele deu de ombros quando entrou no elevador atrás dela.

— É verdade.

— Você é terrível! — Ela o advertiu em sua melhor voz de


professora.

— Oh, eu posso ser ruim. Muito, muito ruim... — Disse ele em um


sussurro baixo sedutor, as mãos prendendo-a contra a parede do elevador,
uma de cada lado da cabeça. — Beije-me e eu poderia me comportar. Por
agora.

Kara olhou em seus olhos brilhantes que atualmente se assemelhavam


a chocolate quente derretido. Oh inferno, ela adorava chocolate, então ela fez
o que qualquer amante do chocolate que se preze faria.

Ela beijou-o apenas quando as portas do elevador se fecharam,


prendendo-os brevemente em um pequeno mundo de silêncio apenas deles.

~ 65 ~
Capítulo 5

Kara lançou um grito assustado quando Simon estendeu a mão e


bateu o botão de parada no elevador. Ela estava perdida em seu beijo, alheia
ao movimento do elevador enquanto ele a beijava induzindo-a ao coma. Mas o
ruído alto de bater a palma de sua mão no botão e a guinada do carro de
elevador em movimento que vem seguido a uma parada abrupta puxou-a para
fora de sua realidade alternativa. Droga.

— Que diabos você está vestindo por baixo deste vestido? — Simon
resmungou contra seus lábios enquanto seus dedos passeavam acariciando
levemente sobre sua bunda.

— Meias, calcinhas. — Ela mordeu o lábio inferior, quando


respondeu.

Sua mão alcançou a bainha do vestido curto, levantando-a e girando


em torno dela. Momentaneamente confusa, ela o deixou.

— Cristo! Isto não são roupas íntimas. Sua bunda está aparecendo.
— Seu tom de voz era baixo e rouco, suas mãos explorando as bochechas
flexíveis de seu traseiro exposto.

As faces coradas enquanto ela se lembrava de ter colocado a pequena


calcinha preta e sutiã combinando. O guarda roupa que a assistente de Simon
tinha comprado para ela continha lingerie principalmente atrevida.

— Você comprou. Conjuntos. Todos muito semelhantes a este.

— Não é que eu não aprecio isso. — Ele respondeu em um processo


lento, sua expressão era sexy quando seus dedos deslizaram por baixo da
pequena tira.
~ 66 ~
— Eu pensei que você disse que ia se comportar. — Ela respondeu,
sem fôlego, sua mente consciente se esvaindo conforme seus dedos
deslizaram mais e mais.

— Eu menti. Isso foi antes de eu sentir essas calcinhas e ter que vê-
las. Agora eu quero ver o jogo combinado.

Oh, Deus. Ela gemeu quando ele a virou para encará-lo, seus dedos
agilmente desabotoaram o casaco e o deixaram cair no tapete de pelúcia do
elevador.

— Simon, estamos no elevador. Nós não podemos fazer isso aqui.


— Ela respondeu com uma combinação de mortificação e desejo.

O zíper de seu vestido cedeu sob suas mãos esquadrinhadoras e ela


podia sentir a leve pincelada de seus dedos por sua espinha quando ele o
puxou para baixo em um puxão suave.

— Elevador privativo para a cobertura. Não é como se alguém


estivesse esperando para usá-lo. — Sua respiração engatou quando ele expôs
sua parte superior do corpo, deixando o vestido preso em sua cintura. —
Você é tão bonita.

Ela respirou tremendo, enquanto ele arrastou um dedo em seu rosto,


pelo pescoço, e junto à ondulação exposta dos seios por cima do sutiã. Um
calor acumulou-se entre suas pernas, molhando o pequeno pedaço de material
entre as coxas. Os seus polegares esfregaram levemente os mamilos
protegidos enquanto sua boca baixou e trilhava sobre a carne quente acima
deles. Sua barba a arranhou sedutoramente enquanto a lambia, mordiscava e
chupava, deixando-a meio louca para tê-lo dentro dela.

~ 67 ~
— Eu posso sentir a sua necessidade e está me dando água na boca
sentir o seu gosto. — Ele levantou a cabeça, seus olhos escuros parecendo
quase pretos com fome.

A mão dele se arrastou para baixo e sua barriga tremeu por baixo do
vestido amontoado em seus quadris. Ela gemeu quando a ponta dos dedos
escorregava sob a seda saturada de sua calcinha. De repente, ela não se
importava se estava seminua em um elevador. Tudo o que ela queria era
Simon.

Seus joelhos fraquejaram, ela firmou-se, colocando as mãos em seus


ombros e levou tudo o que ele estava oferecendo. Quando ele puxou o olhar
escuro do dela e beijou o caminho até seu estômago tenso, ela sabia que o que
ele estava oferecendo era pura felicidade, e ela não estava disposta a lutar
contra isso.

Ele rasgou o material delicado de sua calcinha, puxando a roupa à


força de seu corpo. Sua vagina nua vibrou quando foi exposta ao ar ambiente.
Ela agarrou os ombros de Simon firmemente quando ele caiu de joelhos na
frente dela, a visão de sua cabeça escura mergulhando sob a bainha de seu
vestido fazendo as pernas instáveis e todo o seu corpo tremeu com a
necessidade quente.

Mãos escaldantes percorreram dos seus joelhos para o topo de suas


coxas, deslizando suavemente sobre as meias finas. Ela prendeu a respiração
enquanto sua língua quente explorava a pele sensível das coxas no topo da
renda, antes de finalmente separar as dobras de sua vagina lentamente,
explorando a carne dos lábios de proteção.

— Oh, Deus. Simon. — Ela gemeu quando sua cabeça caiu para trás
e os olhos fechados, querendo vê-lo devorá-la, mas incapaz de tolerar a
intensidade de seu desejo.
~ 68 ~
Calor serpenteava através de sua barriga, deslizando sobre cada
centímetro de sua pele enquanto ele empurrou sua língua mais fundo. E mais
fundo. Ela queria agarrar sua cabeça, puxar a boca com mais força contra sua
carne necessitada, mas ela não fez. Era um pequeno passo de cada vez com
Simon. Ela não queria empurrar os botões que poderia fazê-lo parar.
Enrolando as unhas no suéter pesado em seus ombros, ela agarrou o tecido
como se fosse uma tábua de salvação, seu corpo girando quando a língua
escaldante de Simon encontrou seu clitóris, batendo sobre ele com fortes
pinceladas, rápidas.

Choramingando, ela empurrou os quadris para frente, em silêncio,


implorando por mais. E ele deu a ela. Suas grandes mãos em concha na bunda
dela, trazendo-a para frente, empurrando-a com força contra sua boca
saqueadora, o som dele lambendo seus sucos eróticos abundantes e quentes.

Ela explodiu em sua boca com um longo gemido, seu corpo tremia
sua vagina inundada com o alívio bem-vindo. Simon continuou a lamber,
tirando seu clímax até que ela era uma bagunça trêmula, diante disso ele se
ergueu e beijou-a.

Seus braços estavam apertados ao redor do pescoço dele. Ela se


esticou e puxou sua cabeça para baixo, desvairada pelo contato. O gosto de si
mesma em seus lábios quando ele a beijou sem sentido, fazendo ondular os
quadris, sentindo sua ereção dura como pedra friccionar entre as coxas. Ela
precisava dele dentro dela. Desesperadamente.

— Foda-me, Simon. Por favor. — Ela implorou, sem qualquer


vergonha, sentindo o vazio que só ele poderia preencher.

— No andar de cima. — Ele gemeu quando a boca se afastou dela.


Ele agarrou a sua bunda, moendo-se contra ela.

~ 69 ~
— Aqui. Agora. — Ela insistiu quando se virou e olhou para a
parede do elevador. Colocando as mãos na parede, ela se inclinou e abriu as
pernas e lhe disse — Minhas mãos vão ficar na parede. Por favor. Basta fazê-
lo. Eu preciso de você agora.

— Foda-se! — Sua maldição foi frustrada, mas tão apaixonada que


Kara não ficou surpresa ao ouvir o zíper de suas calças baixarem.

Sim. Outra vitória.

— Eu preciso de você. — O sussurro rouco de Simon era quase


inaudível. Kara sabia que ele não queria que ela o escutasse, mas ela o fez. No
silêncio, as palavras duramente ecoaram em sua mente, chamando adiante uma
resposta primitiva que quase a levou de joelhos.

O ar no elevador era úmido e o único som no pequeno espaço


apertado eram as arfantes e irregulares respirações provenientes de suas bocas,
quando ela esperou por ele para empalá-la, o sentindo preenchendo os lugares
solitários dentro dela.

— Por favor, Simon. Agora.

Kara quase chorou de alívio quando ela sentiu a cabeça de seu pênis
escovar a carne necessitada entre suas pernas abertas. Suas grandes mãos
agarraram seus quadris com uma força quase selvagem, puxando-a de volta
contra ele, seu pau batendo em seu canal liso com um poderoso golpe, duro.

Ela engasgou de pura euforia da posse de Simon.

— Eu machuquei você? — Simon murmurou quando sentiu o corpo


tenso. — Você é tão apertada.

— Não. Não. Isso é tão bom. — Ela empurrou de volta contra ele,
pedindo-lhe para se mover.
~ 70 ~
— Jesus, Kara. Você merece coisa melhor do que ser fodida em um
maldito elevador. — Simon gemeu quando ele se afastou, comprimindo
contra seus quadris de novo e enterrando-se até a raiz dentro dela novamente.
— Mas eu não posso parar. Nunca quero parar.

— Você não pode parar. Eu não posso pensar em você parar. Forte,
Simon. Dê-me mais. — Sua cabeça caiu para trás quando Simon começou o
mesmo ritmo, profundo, que ameaçava deixá-la louca. A lã grossa de seu
suéter raspou sua espinha quando ele se inclinou para frente, seu corpo se
curvando sobre ela de forma protetora quando se manteve punindo-a com
seus quadris. Dentro e fora. Mais e mais. Ela tremia enquanto seu hálito
quente e descontrolado atingia o lado de seu rosto quando ele beliscou a carne
macia de seu pescoço.

Nunca tinha experimentado uma necessidade tão volátil e indomável.


Desejava abraçá-lo quando ele enterrou nela. Segurou a barra de metal
buscando equilíbrio e empurrou sua pélvis para trás, encontrando Simon
golpe após golpe, necessitando o contato de pele com pele onde quer que ela
pudesse fazê-lo.

Uma de suas mãos deixou seu quadril e deslizou pela frente dela, entre
suas coxas. Ele acariciou os cachos macios antes que seus dedos deslizassem
mais abaixo, de modo muito próximo à raiz inchada de carne logo acima de
seu pênis batendo.

— Oh, meu Deus! — Cada nervo de seu corpo pulsava quando os


dedos de Simon circularam seu clitóris, fazendo seus quadris baterem de volta
em seu pênis com uma força que não sabia que ela tinha. — Toque-me. Por
favor.

— Goze para mim. — A voz profunda de Simon ordenou seus


dedos circulando o pequeno broto de carne que estava doendo por seu toque.
~ 71 ~
Choramingando, sua cabeça caiu para frente e ela foi cegada pela
cortina de cabelos que balançava muito pelos golpes brutais de Simon. Ela
fechou os olhos, quase incapaz de suportar as ondas de prazer que percorriam
seu corpo enquanto seus dedos acariciavam implacavelmente seu clitóris ao
mesmo tempo em que seu pênis possuía seu canal, se apropriando dela,
levando-a, fundindo seus corpos juntos, até que ela não tinha certeza se o
desejo implacável pertencia a ela ou a Simon.

Seu clímax a atingiu em uma explosão chocante que a fez gritar seu
nome enquanto espasmos assolaram seu corpo, um corpo realizado na
servidão impotente, incapaz de fazer qualquer coisa, exceto enfrentar o forte
orgasmo sem fim que estava balançando seu corpo.

— Foda-se. — A mão de Simon voltou para seu quadril, ambas as


mãos segurando-a firmemente, fortemente, enquanto seu pênis abria caminho
mais rápido, mais profundamente. Um gemido que continha tanto agonia e
angústia surgiu de sua garganta quando ele enterrou-se ao máximo, inundando
Kara com o calor de sua libertação.

Ela teria se afundado no chão, com as pernas incapazes de sustentá-la,


se Simon não tivesse envolvido sua cintura em um braço de aço, mantendo-a
na posição vertical. Ele virou-a gentilmente e envolveu seus braços fortes em
torno de seu corpo totalmente mole. Sua respiração era pesada e difícil.

Ela levantou os braços ao redor do pescoço dele, descansando a


cabeça em seu ombro, incapaz de pensar.

Simon apoiou seu peso, acariciando seus cabelos delicadamente


enquanto sua respiração desacelerava.

Levou alguns minutos para falar.

~ 72 ~
— Eu estou uma bagunça. Eu preciso voltar para o apartamento por
alguns minutos. — Olhando para os restos de sua calcinha deixadas no chão,
ela acrescentou: — Eu acho que eu preciso obter um novo par de calcinhas,
também.

Os ombros de Simon balançaram com o riso reprimido.

— Será que você as perdeu?

Ela se afastou, com o coração derretendo no olhar travesso, divertido


em seus olhos.

— Não. Algum homem das cavernas rasgou-as fora de mim.

Ele levantou uma sobrancelha.

— Deve ter sido algum encontro vigoroso. — Ele empurrou o


cabelo para trás de seus olhos, drapeados suavemente por cima do ombro. —
Eu vou te comprar mais.

Ela revirou os olhos.

— Eu não preciso de mais. Eu tenho várias gavetas cheias de lingerie.


Eu poderia ficar sem lavar roupa por um mês. Nunca tive tanta lingerie em
toda a minha vida.

— Eu ainda vou te dar mais. Se as que você tem são tão sexy quanto
este par elas serão destruídas, não irão durar muito. — Sua voz era rouca,
com um toque de aviso que fluiu através de suas palavras.

Seu olhar quente acariciou seu corpo parcialmente revestido,


demorando-se em cada centímetro de pele à mostra.

Ela estremeceu, imaginando Simon arrancando vários artigos de


lingerie em um momento de paixão.

~ 73 ~
— Você não pode arruinar toda a minha lingerie. Essas coisas são
caras.

— Eu não ouvi você reclamar a poucos minutos atrás. — Sua voz


era quente, abafada e cheia de uma promessa de coisas que viriam. — Eu vou
comprar lingerie para você todos os dias, se o que aconteceu é o resultado.
Inferno, eu compraria para você só para te ver sorrir.

O coração de Kara deu um salto, o peito doendo de emoção não


expressa. Quanto tempo mais ela poderia fazer isso? Quanto tempo mais ela
poderia esconder as emoções fortes e por vezes dolorosas que Simon
arrancava dela com apenas um comentário casual ou um simples toque? Seu
cérebro, que sempre tinha governado sua vida, e seu coração estavam em
conflito. Ela sabia que era nada mais do que uma relação sexual casual e
amizade que sempre existiria entre ela e esse homem incrível que estava
segurando-a como se ela fosse à pessoa mais importante em sua vida. Ainda
assim, ela o queria. Quão patético era isso?

Afastando-se, ela passou os braços em volta de seu vestido.

— Você pode fechar? — Ela esperava que parecesse casual quando


ela lhe deu as costas.

— Eu preciso? Poderíamos pular a festa.

— Sim. — Ela mordeu o lábio para não sorrir. Ele parecia tão
esperançoso que ela não poderia deixar de achar divertido.

Ele não respondeu, mas sentiu o dedo deslizando preguiçosamente


sobre sua espinha antes que ele deslizasse o zíper com um suspiro masculino.

~ 74 ~
Girando em torno dela, ele colocou uma mão em seu ombro e
inclinou o queixo para cima com o outro, procurando seu rosto com uma
careta.

— Eu machuquei você? Eu fui um pouco rude.

Kara sabia que ela provavelmente teria algumas contusões nos quadris
do seu aperto forte, mas sua áspera posse era algo que ela tinha pedido algo
que ela precisava. A intensidade de sua paixão por Simon não teria ficado
satisfeita com nada menos. Ela levantou a mão para o queixo áspero.

— Eu estava lá, Simon. Acho que eu estava implorando por isso. Não,
você não me machucou. — O orgasmo foi intenso, mas o fato de que ele se
importava se foi ou não áspero na posse feroz fez com que ela se importasse
um pouco mais.

Eu não posso acreditar que eu só tive o sexo mais quente que eu já fiz em um
elevador.

— Oh Deus, eu espero que ninguém tenha me ouvido. — Ela gemeu


quando pegou sua bolsa e casaco, tirando a calcinha rasgada do chão e
empurrando-os rapidamente em sua bolsa.

— Eu duvido que alguém te ouviu, embora eu esteja surpreso... — O


telefone vermelho no painel do elevador tocou, interrompendo Simon no
meio da frase, perfurando o espaço silencioso com um barulho tão estridente
que Kara saltou. —... Que ninguém ligou. — Simon sorriu quando ele
terminou o comentário.

— Oh Deus... — Kara caiu para trás contra a parede, mortificada.


Enquanto ela estava nas garras do êxtase, ela não tinha pensado sobre o fato
de que outros questionariam a parada repentina do elevador.

~ 75 ~
Simon riu e arrancou o telefone da parede.

— Hudson. — Sua voz era instantaneamente profissional e


impaciente.

Ela não conseguia ouvir a conversa do outro lado, mas poderia dizer
que a voz era do sexo masculino.

Simon se moveu enquanto ele fechava a calça, o quadril encostado na


barra de equilíbrio, sua expressão serena enquanto escutava. Como diabos ele
fazia isso? Ninguém jamais saberia que ela e Simon tinham se enroscado
como se suas vidas dependessem disso apenas alguns instantes atrás. Ele
parecia frio e calmo, enquanto tinha certeza de que ela parecia que tinha
acabado de ser completamente devastada.

— Não. Tudo está bem. Eu precisava de algo e eu parei o elevador


para procurar por ele. — A voz de Simon era indiferente, mas ele atirou-lhe
um olhar escuro e perverso, seus olhos encapuzados, um meio sorriso se
formando em seus lábios.

Seu rosto ficou quente e ela atirou de volta um olhar assassino.

— Sim. Estou completamente em êxtase que eu o encontrei.


Obrigado por verificar. Tenha uma boa noite. — Simon largou o telefone no
gancho e apertou o botão para voltar para o apartamento.

Ela perfurou seu ombro.

— Como você pode dizer tamanha mentira sem piscar um olho?

Simon deu de ombros e puxou-a em seus braços.

— Tenho certeza de que eu provavelmente pisquei uma vez já que a


pessoa pisca em média a cada dez segundos. E o que eu disse é absolutamente
verdadeiro. — Ele a beijou levemente na testa antes de continuar. — Eu
~ 76 ~
precisava de alguma coisa. Eu achei aqui no elevador. E eu estava
definitivamente em êxtase.

Ela riu. Ela não podia se conter.

— E eu estava gozando.

O elevador deu uma guinada, parando na cobertura.

— Eu sei. É por isso que eu estava em êxtase. — Ele respondeu com


uma voz rouca, calma. — Ouvir você gozar é o som mais doce que eu já
escutei.

Ela engoliu em seco, tentando empurrar para baixo o nó que se


formou em sua garganta. Seus mamilos endureceram quando Simon chegou
perto de seu corpo para abrir a porta do apartamento. Suas palavras foram
pingando direto, honestidade crua.

Incerta de como responder seu comentário, ela foi direto para seu
quarto assim que ele abriu a porta.

— Eu estarei de volta em um minuto. Tente não molhar o meu novo


par de calcinhas dessa vez.

Ela ouviu satisfeita, uma risada masculina atrás dela.

— Deixar suas calcinhas molhadas está se tornando meu principal


objetivo na vida.

Ela sorriu quando entrou em seu quarto e puxou um novo par de


calcinhas, tentando empurrar suas próprias emoções confusas de lado.

Simon confiava nela o suficiente para transar sem amarrá-la.


Novamente. Talvez algum dia...

~ 77 ~
Pequenos passos, Kara. Não espere muito. Qualquer coisa que tenha
acontecido com Simon foi há muito tempo. Pode levar anos para ganhar sua
confiança.

E ela não estaria aqui por anos. Ela fez uma careta, seu couro
cabeludo gritando em protesto enquanto corria uma escova impiedosamente
pelos cabelos em desalinho.

Faça o que puder. Aproveite o que você tem, enquanto você tem isso. E, pelo amor
de Deus, não leve tudo isso muito a sério.

Desfrutar de seu tempo com Simon não era o problema. Ela curtiu
cada momento em sua companhia, porque estar com ele encheu suas regiões
solitárias de uma maneira que ela nunca tinha experimentado antes.

Eu sou pobre. Eu sou pragmática. Eu não sou uma mulher que acredita em
almas gêmeas, um homem e uma mulher que se completam e estão destinados a ficar juntos.

O problema era que seus pais tinham sido assim. Pobres como tinham
sido, eles também tinham sido completamente felizes. De muitas maneiras, era
quase uma bênção que eles tenham morrido juntos porque Kara estava quase
certa de que um não teria sobrevivido sem o outro. Eles tinham sido tão
ligados que qualquer um de seus pais teria ficado atormentado e infeliz sem o
outro. Era difícil não acreditar no amor verdadeiro, em almas ligadas depois de
ver seus pais por 18 anos.

Ela soltou um suspiro e colocou a escova de volta na penteadeira.


Tudo bem... Talvez ela acreditasse que o amor pudesse ser tão intenso, que a
consumisse. Mas não com Simon. Nunca com Simon. O homem era desgosto
esperando para acontecer. Ele não tinha relacionamentos sérios e ela já estava
em sobrecarga emocional com ele.

~ 78 ~
A única maneira de sobreviver a seu relacionamento com Simon era
mantê-lo casual, não deixar seu coração se envolver.

Pegando seu casaco e bolsa, ela caminhou em direção à cozinha,


ouvindo apenas duas palavras correrem mais e mais em sua cabeça e sua
própria risada auto depreciativa ecoando em sua mente.

Muito tarde. Muito tarde.

~ 79 ~
Capítulo 6

Samuel Hudson tinha uma mansão luxuosa no sul da Tampa, uma área
tão rica que Kara nunca tinha estado lá antes, embora tivesse crescido na
cidade. Ela teve que forçar a boca aberta para fechar quando James parou o
carro na garagem circular, para deixá-los na frente da residência palaciana.

— Isto é espetacular... — Ela sussurrou para Simon quando ele


pegou a mão dela para ajudá-la a sair do carro.

— Você vê por que eu decidi não conduzir? — Ele disse em uma


voz preguiçosa, os olhos examinando os veículos caros que revestiam ao
longo do caminho.

— Você atrai uma verdadeira multidão, Sr. Hudson. — Ela disse


suavemente, seus olhos itinerantes sobre o seu rosto bonito. — Feliz
Aniversário. Eu tenho um presente para você, mas eu vou dar a você mais
tarde.

Seu rosto se iluminou num sorriso maroto quando seus olhos se


trancaram em um olhar aquecido.

— Eu pensei que você tinha me dado na noite passada. E hoje à noite.

— Simon! — Ela se recusou a corar novamente. Ela não faria isso.


Absolutamente não. Ela era uma mulher adulta e madura, e ela não ia corar
sobre um comentário sexual simples. Ela era uma quase uma enfermeira pelo
amor de Deus, acostumada a ver o corpo humano em todos os estados de
vestimenta. Não era como se ela fosse uma menina, mas era um fato irritante
que Simon pudesse fazê-la se sentir como uma às vezes.

~ 80 ~
— Bem... só dizendo. Mas eu não vou discutir se você quiser fazê-lo
novamente. Na verdade, poderíamos ir para casa agora.

— Para dentro da casa, aniversariante. — Ela riu quando ele passou o


braço em volta da sua cintura e levou-a até a porta, um pequeno sorriso de
satisfação ainda presente em seus lábios.

— Amanhã à noite vamos sair sozinhos. — Ele murmurou,


apertando-lhe o braço em torno de seu corpo quando ele a levou até a porta
da frente.

— Amanhã? — Disse ela, confusa.

— Para o seu aniversário. Vou levá-la para sair. Sozinhos.

Ela se virou para encará-lo, depois de terem subido os degraus de


mármore, parando nas enormes portas duplas.

— Você não está me levando para sair. Você já fez o suficiente. Não é
necessário.

— É muito necessário. — Respondeu ele, com a voz áspera. — Eu


quero. É seu aniversário.

A porta se abriu antes que ela pudesse responder.

— Ei, mano! Fico feliz que você finalmente decidiu se juntar a sua
própria festa.

Kara imediatamente reconheceu Sam Hudson. Simon estava certo. Ele


era uma bonita estrela de cinema. Vestido semelhante à Simon, seu suéter era
um verde esmeralda que quase combinava com seus olhos. Parecia um enorme
deus loiro, mitológico... Mas na opinião de Kara, ele não tinha o sex appeal de
Simon. Embora ela pudesse apreciar esteticamente o belo rosto de Sam e o
corpo lindo... Ele não tinha nada de seu irmão mais novo.
~ 81 ~
Sam ficou para trás e acenou para eles entrarem. Kara podia sentir os
olhos de Sam a estudando, seu cérebro trabalhando furiosamente para
entendê-la, colocá-la em uma caixa. Quando ela entrou na porta de entrada de
mármore, ela se perguntava o que Simon havia dito a seu irmão sobre ela.

— Kara, este é meu irmão, Sam. — Simon apresentou-os


casualmente, sua mão estendendo para pegar o casaco que ela estava tirando.
Um homem idoso, obviamente, um empregado, pegou o casaco do braço de
Simon.

— Bem, mano, não há necessidade de perguntar por que eu não o


tenho visto muito ultimamente. — Sam disse baixinho, em tom zombeteiro.

Kara estendeu a mão educadamente

— É bom conhecê-lo, Sam. Eu já ouvi muito sobre você a partir de


sua mãe.

— É um prazer. — A mão dele envolveu a sua menor em um aperto


firme, segurando-o um tempo um pouco mais longo do que o necessário. —
Minha mãe falou muito sobre você, também. Tudo de bom é claro. — Sam
respondeu, com um sorriso brilhante em sua maneira convincente.

Ele é bom. Vejo por que Helen diz que ele pode encantar qualquer
um. É realmente uma pena que o seu sorriso não chega a atingir os olhos.

Kara recuperou sua mão, puxando-a para fora de seu controle e


deixando-a cair para o lado dela.

— Comam, bebam, se divirtam. — Sam sugeriu alegremente,


batendo nas costas de Simon. — Feliz aniversário, irmão mais novo.

— Sim, obrigado pela festa. — Simon resmungou, atirando a seu


irmão vou-te-pegar-por-isso este olhar que só os irmãos podiam trocar
~ 82 ~
quando ele cutucou Kara em direção a um grupo de convidados e a comida
na sala de estar.

— Você me ama. Você sabe que você sim. — Sam sorriu sua voz
provocante e arrogante ao mesmo tempo.

— Não é de hoje. — Simon rosnou de volta.

Sam sorriu maliciosamente enquanto se afastava, avançando em


direção a um grupo de pessoas que estavam fazendo sinal para ele.

— Bastardo! — Simon disse em uma voz baixa e irritada.

Kara revirou os olhos, mantendo a diversão para si mesma.

— Ele é seu irmão, Simon.

— Não é de hoje. — Repetiu ele, sua mão deslizando sobre suas


costas enquanto ele a levava para a mesa de comida e bebida abundantes.

A casa de Sam era impressionante, surpreendentemente decorada em


branco, clara, arejada, o que fazia a mansão já espaçosa parecer ainda maior e
grandiosa. Pessoas bem vestidas conversavam em grupos, sua riqueza e status
óbvios por suas roupas e sua facilidade com o ambiente suntuoso.

Kara tentou não ficar de boca aberta como a mulher sem dinheiro que
ela realmente era, mas era difícil manter a boca fechada. As mulheres eram
gotejadas com diamantes e pedras preciosas e suas expressões eram frias. Os
homens cheiravam a dinheiro e poder, reunindo-se em grupos, provavelmente
discutindo negócios ou golfe.

Simon encheu os pratos de um grande Buffet que estava cheio com


aperitivos de aparência elegante que estavam sendo continuamente repostos
pelos funcionários em silêncio. Ela pegou dois guardanapos que foram
cruzados com tanta precisão que ela quase se sentiu culpada por estragá-los.
~ 83 ~
Os pratos eram, obviamente, porcelana fina e Kara franziu a testa. Merda...
Ela odiaria ter de limpar todos esses pratos e perguntou quantos empregados
teriam para limpar a bagunça depois que festa tivesse acabado. Os ricos não
tinham ouvido falar de pratos e guardanapos de papel?

Ela não tinha nenhuma idéia do que ela estava comendo, mas ela
engoliu cada pedaço em seu prato depois que ela e Simon tinham encontrado
um canto sossegado para comer. Cada mordida derretia em sua boca e ela
lambeu os lábios enquanto ela consumiu o último pedaço delicado, esperando
que não houvesse deixado migalhas em seu rosto.

— Deus, isso estava delicioso. — Ela soltou apreciativamente


quando ela entregou o prato vazio para um garçom que passava.

— Posso pegar qualquer outra coisa, senhora? — O garçom mais


velho perguntou educadamente.

— Não, obrigada. Estou satisfeita. — Ela sorriu quando o pequeno


homem deu-lhe um cumprimento educado e se afastou.

Simon havia descartado o prato e pegou duas taças cheias de


champanhe de uma garçonete que passava.

— Eu amo isso em você. — Ele disse calmamente enquanto


entregou-lhe um copo.

— O quê? — Ela lhe deu um olhar confuso quando aceitou o copo,


bebendo lentamente a bebida, tentando decidir se ela gostava de champanhe.
Ele era seco, mas não era ruim.

— Você gosta de comida. Você não escolhe ou come como um


passarinho. Fico quase com inveja quando vejo o seu rosto. Se for bom, você

~ 84 ~
parece sentir prazer. — Respondeu ele, antes de tomar um vigoroso gole de
seu copo. — Observar você comer é quase uma experiência erótica.

Ela encolheu os ombros quando ela baixou a taça de seu rosto.

— Se você não tem um suprimento infinito e você nunca tem certeza


de quando será a sua próxima refeição, você aprecia o sabor da boa comida.

— Toda comida é sempre uma experiência orgástica para você? —


Ele perguntou casualmente, mas seus olhos estavam cheios de alegria.

Ela tentou não sorrir, ela realmente fez, mas seus lábios tremeram
quando seus olhos se encontraram.

— Provavelmente.

— Simon!

A voz de tenor masculino ressoou através da sala e os dois se viraram


para ver um homem de meia-idade, levantando o braço, tentando chamar a
atenção de Simon.

— É melhor você circular, aniversariante. Você é o convidado de


honra. — Disse ela com um sorriso. — Eu estou indo falar com sua mãe por
um tempo.

Ele não parecia feliz, mas deixou o seu lado e foi cumprimentar o
homem acenando freneticamente para chamar sua atenção. Ela tomou um
gole de sua bebida e viu como Simon se moveu ao redor da sala,
cumprimentando as pessoas, o seu sorriso encantador. Enquanto ele podia
não ter muito do carisma que Sam tinha, Simon poderia trabalhar na sala.
Nem por um segundo ele parecia desconfortável com essas pessoas. Ele foi
capaz de conversar e jogar conversa fora, tomando o comando total de si
mesmo, entrando e saindo das multidões, como se ele pertencesse aqui.
~ 85 ~
Porque ele pertencia. Ele podia não gostar do convívio, mas ele jogava
bem o jogo.

Seu olhar ficou pregado sobre ele, maravilhada com esta parte de
Simon que ela nunca tinha visto antes. O homem tinha tantas camadas, tantas
facetas de sua personalidade.

Obrigando-se a parar de olhar como uma completa idiota, Kara


procurou por Helen, e a encontrou na mesa do Buffet.

Ela conversou por algum tempo com Helen, até que sua amiga foi
puxada por outro conhecido. Não querendo parecer como se ela não
conhecesse ninguém — o que ela não conhecia — ela caminhou até um
conjunto de portas ornamentadas, certa de que elas levariam para fora,
sabendo que a vista provavelmente seria espetacular.

Havia mais pessoas fora, sentadas em pequenas mesas íntimas. Nem


todas estavam ocupadas. Estava ficando tarde e o ar estava fresco, mas foi
bom para Kara depois de estar dentro da casa lotada durante tanto tempo.

Ela respirou fundo quando saiu. Havia um caminho iluminado em


frente a ela, uma passarela calçada que parecia levar até um ancoradouro.
Antes que ela pudesse seguir o caminho, a conversa ao lado dela a parou.

— Eu pensei que nós poderíamos passar algum tempo juntos, Simon.


Eu vi esse bracelete de diamantes divino que eu adoraria ter. — A voz
feminina era artificial e afetada.

Kara tomou uma profunda respiração, segurando o fôlego, esperando


que ela não fosse ver o Simon que tinha, pouco tempo atrás, a deixado sem
fôlego em um elevador.

~ 86 ~
Ela virou a cabeça devagar, sabendo que tinha que ver. Ela prendeu a
respiração quando viu os ombros largos, o cabelo escuro e o suéter que ela
sabia que eram de Simon. Ele não estava mais do que cinco metros de
distância, de costas para ela, um conjunto elegante de braços em volta de seu
pescoço e unhas tão bem cuidadas descansando casualmente contra a nuca.

— Eu ouvi sobre seus... Arranjos. Eu estava esperando que


pudéssemos chegar a um acordo. — A voz doce era sedutora e as mãos da
mulher vagavam sobre os ombros de Simon como se ela pertence a ele.

Náusea começou a subir na garganta de Kara e ela se moveu


silenciosamente para longe do casal arrastando os passos. Ela não queria que
Simon a visse e não queria que a mulher sem nome pensasse que ela estava
espionando. Não que a loira provavelmente fosse se importar. A mulher
parecia um gato com suas garras solidamente cravadas em algo que queria e
não estava disposta a se distrair.

A luz não era tão clara como estava lá dentro, mas levou apenas uma
breve olhada de volta para o casal para ver que a mulher nos braços de Simon
era tudo o que Kara não era. Ela era loira, magra, a maquiagem e o cabelo
perfeitos. Em outras palavras... Doentiamente linda.

Kara não podia se mover, não podia funcionar, seus olhos estavam
fixos no casal e seus pés sentiram como se estivessem incorporados no
cimento. Ela podia ouvir a mulher murmurar algo baixinho, mas não
conseguia distinguir as palavras. Lábios vermelho-cereja se curvaram em um
sorriso calculista e a loira segurou a parte de trás da cabeça de Simon,
puxando para baixo os lábios nos dela.

Seu coração trovejou. Kara tomou as escadas que levavam para o


caminho do ancoradouro o mais rápido que podia em seus saltos finos,
delicados, precisando desesperadamente fugir da cena que estava jogando na
~ 87 ~
frente dela como um filme de horror. Seus saltos ficaram presos nas pedras no
caminho e ela chutou seus sapatos, os pegando com apenas uma pausa.

Respire. Apenas respire.

Ela chegou à doca ofegante e nauseada. Agarrou a grade de madeira


no cais para se firmar, tentando desesperadamente acalmar sua respiração
irregular.

Respire. Inspire. Expire. Inspire. Expire.

Não importa. Não importa. A vida sexual de Simon Hudson não era da
conta dela. Ela não estava comprometida com Simon e ele certamente não
estava comprometido com ela. Eles tiveram relações sexuais, sem amarras.

Inspire. Expire. Inspire. Novamente.

Sua respiração se tranquilizou, mas a náusea se recusou a ir embora.


Não admira que Simon nunca tenha tido uma namorada. Havia, obviamente,
uma fonte infinita de mulheres para entretê-lo... Por um preço. Um arranjo?
Sério? Não admira que Simon nunca tenha tido um relacionamento real.
Mulheres o usavam e ele usava as mulheres. Seu estômago revirou e ela
agarrou a madeira mais forte.

Esqueça isso. Não importa.

Não devia... Mas se importava. Doía que Simon poderia estar fazendo
um acordo informal para foder outra mulher, enquanto ele ainda estava
passando o tempo com ela. Eles tinham quase fodido um ao outro até a morte
algumas horas atrás. Ou assim pensava. Talvez ela tivesse sentido a terra
tremer. Talvez sentisse falta de amarrar, tê-las desamparadas e com os olhos
vendados. Talvez ele precisasse.

~ 88 ~
Você achava que era alguém especial, a pessoa que ia ajudar Simon a
se libertar de algumas das suas inseguranças passadas? Talvez ele realmente
não tenha nenhuma. Talvez ele gostasse de sua vida exatamente como ela era.
Talvez você seja apenas uma idiota completa que não pode compreender um
bilionário playboy que pode comprar qualquer mulher que ele queira.

Seus pensamentos a feriram, levando-a baixo até que ela se perguntou


se tudo o que ela tinha convencido a si mesma sobre Simon era na verdade
uma grande mentira, uma falsidade auto criada, um homem que ela apenas
imaginou.

Você realmente não acreditou nisso.

— O problema é que... Eu realmente não sei mais. — Ela sussurrou


baixinho, com a voz trêmula.

Suas ilusões foram quebradas, e ela não tinha idéia do que acreditar
mais. Ela tinha confiado em Simon, tinha pensado que ele era um homem
decente, mas perturbado, e suas ações a deixaram confusa, ferida e
completamente devastada.

Ela olhou aturdida para as luzes que piscavam sobre a água corrente e
colocou os braços ao redor de seu corpo tremendo. Como ela ia apagar a
memória de Simon beijando uma loira, uma mulher tão perfeita que fez Kara
se perguntar o que Simon estava fazendo com ela?

Ela piscou e uma lágrima solitária deslizou silenciosamente pelo seu


rosto. Provavelmente, ela não iria esquecer. A memória, o sentimento de
traição, e a dor esmagadora perdurariam por algum tempo.

Perdida em seus pensamentos, Kara ficou parada como uma sombra,


imóvel, não mais sentindo o frio, desejando que ela nunca tivesse que voltar e
enfrentar a realidade.
~ 89 ~
Ela faria. Ela tinha que fazer. Mas ela teria que evitá-lo o maior tempo
possível.

~ 90 ~
Capítulo 7

— Tudo o que meu irmão está lhe dando, eu vou dar-lhe mais, se
você vier a mim quando ele terminar com você. — A voz masculina sensual
perfurou o silêncio ao lado de sua orelha, assustando-a tanto que ela teria
caído sobre o corrimão da doca, se uma forte mão masculina não a tivesse
agarrado pela cintura. — Whoa. Seguro.

Ela se virou para enfrentar a voz, já a reconhecendo como a de Sam.


Ele a apertou, descansando uma mão em cada lado dela, impedindo-a de
escapar.

— O ...O que você disse? — O homem deixou-a gelada e ela não


gostou de sua familiaridade.

— Eu vou pagar. O que você quiser. Da forma que você quiser. —


Seus olhos estavam frios e ela estremeceu.

Oh, Deus. Ela ia ficar doente. Engolindo, ela olhou para a aparência
de deus de Sam, mal conseguindo acreditar que ele estava realmente propondo
a ela.

Como uma rameira.

Como uma prostituta.

Como uma puta.

A raiva cresceu dentro dela como uma Phoenix, subindo mais alto e
alto, mais forte e mais forte. Ela mal podia ver através da névoa vermelha que
nublou sua visão enquanto seu corpo tremia.
~ 91 ~
— Simon não vai se importar. — Sam assegurou-lhe quando a sua
mão se mudou para o ombro nu.

Seu comentário ressoou através dela, fazendo pressão. Que diabos


acontece com os homens Hudson? Será que eles pensam que podem comprar
qualquer mulher com quem queriam transar? Ela retirou a mão e deixou-a
voar... Forte. Encontrando com o rosto sorridente num satisfatório tapa que
explodiu na noite quase silenciosa, quebrando através da paz da noite.

— Maddie estava certa. Você é uma cobra completa. — Ela


sussurrou, seu corpo tremia de raiva.

— Maddie? Maddie Reynolds? — A Expressão de Sam era de


completo espanto e choque. Ela não tinha certeza se foi o tapa ou a menção
do nome de Maddie, mas não esperou para descobrir.

Ela empurrou o braço dele para fora do caminho e correu, desviando-


se da passarela para correr pelo gramado bem cuidado para frente da casa.

Ela rasgou através do caminho e correu até que encontrou James


esperando pacientemente na Mercedes. Abrindo furiosamente a porta do
carro, ela mergulhou no banco da frente.

— Por favor, me leva para casa. — Ela engasgou lágrimas entupindo


sua garganta e fazendo sua voz rouca. — Por favor.

— Senhorita Kara... Você está bem? — Ela não podia ver seu rosto
no escuro, mas a preocupação na voz do motorista era evidente.

— Eu não estou me sentindo bem. Eu preciso ir para casa. —


Afirmou, não sendo capaz de manter uma nota de súplica fora de seu pedido.

— Existe alguma coisa que eu posso fazer?

— Sim. Leve-me para casa. Eu vou ficar bem.


~ 92 ~
Ela não ficaria bem. Não agora. Não amanhã. Provavelmente não por
muito tempo. Mas ela não disse isso a ele.

James, abençoado seja não fez mais perguntas. Ele ligou o veículo e se
dirigiu diretamente para o apartamento.

Kara se manteve apertando as mãos em torno da sola dos sapatos em


seu colo, tentando não deixar as lágrimas que inundavam seus olhos caírem.
Ela não podia chorar. Não havia nada para realmente chorar. Os homens
Hudson estavam apenas fazendo o que normalmente faziam. Ela era a única
com o problema.

De alguma forma, ela tinha feito uma coisa incrivelmente idiota. Ela se
deu permissão para se apaixonar por Simon Hudson. Profundamente,
ardentemente, completamente apaixonada. Não era como o amor que ela
nutria por seu ex. Este era confusão, rasgando a alma, triturando, rasgando as
tripas, um amor que fazia doer. Grande época.

Engolindo um soluço amargo mordendo o lábio até sangrar, ela virou


a cabeça para a direita, observando a cidade voando, enquanto James com
competência a levava para casa.

Você passou por uma perda antes, Kara. Você vai passar por isso.

Desde a morte de seus pais, ela tinha usado palavras de incentivo,


conversas estimulantes, para conseguir passar através de suas mais duras
batalhas. Elas sempre tinham funcionado antes. Ela não tinha chegado tão
longe?

Você vai esquecê-lo. Só vai levar tempo.

~ 93 ~
Um peso desconfortável se enraizou em seu peito, duro, pesado e
totalmente esmagador.

Pela primeira vez em sua vida, Kara Foster sentiu que estava mentindo
para si mesma.

********

— Kara! — Simon gritou em voz alta quando bateu a porta de seu


apartamento atrás dele, jogando as chaves descuidadamente no balcão da
cozinha.

Havia um pequeno presente cuidadosamente embrulhado em cima do


balcão com um cartão, mas ele ignorou e correu através do apartamento como
um homem possuído.

— Kara!

Ele gritou o nome dela até ficar rouco, mas cada quarto estava vazio.
Seu quarto parecia basicamente intocado, exceto que sua mochila estava
faltando.

— Merda!

Ele foi para a cozinha e ergueu o pacote vistosamente embrulhado,


encontrou um cheque pessoal de Kara, no valor de noventa mil dólares e uma
única folha de papel com o cartão e presente.

~ 94 ~
“Eu vou pagar o resto assim que eu conseguir um emprego. Deixei todas as coisas
que você me deu, exceto por alguns pares de jeans e um par de camisas. Obrigado por tudo.
Eu sempre serei grata.

Kara.”

O quê? Oh, foda-se. Ele não queria sua maldita gratidão. Ele queria...
Ela.

Ele amassou o papel em um punho apertado, os nós dos dedos


brancos pelo esforço.

Ela o tinha deixado?

Sem explicação.

Sem adeus.

Apenas... Desapareceu.

Ele pegou o presente e o cartão selado, levando os dois para a sala,


enquanto ele se servia de uma bebida forte. Depois de virar o uísque de um
gole só, ele serviu-se de outro e caiu em uma cadeira de couro, colocando a
bebida na mesinha ao lado dele.

Inclinou a cabeça para trás e fechou os olhos, desejando que pudesse


fazer tudo de novo esta noite, começando com a parte em que ele e Kara
deixaram o apartamento para a festa. Se ele pudesse fazer tudo de novo, eles
nunca deixariam o apartamento.

Ele quase matou seu próprio irmão, esta noite, tinha alegremente o
espancado depois que descobriu que Sam tinha atingido Kara. Não foi difícil
descobrir. Kara estava desaparecida e Sam tinha uma marca de mão que

~ 95 ~
contava a história em seu rosto, uma lembrança óbvia de uma mulher furiosa.
Além disso, Sam levou Kara a acreditar que Simon não se importaria se Sam
fodesse sua mulher.

Reconheceu que Sam estava extremamente bêbado, mas Simon estava


tão fora de controle quando seu irmão tinha feito suas confissões bêbadas que
ele não se importava. Ele bateu em seu irmão no chão, parando apenas
quando a sua mãe ficou entre os dois.

Foi à única luta física que ele e seu irmão já tinham tido. Sam nunca
encostou um dedo nele, e Simon nunca teria se imaginado esmurrando seu
irmão. Até esta noite. Até Kara. O pensamento de qualquer outro homem
tocando Kara fez Simon completamente insano.

Não tinha feito Simon se sentir melhor saber que Kara tinha rejeitado
Sam, batendo-lhe com força suficiente para deixar uma marca. Ela
provavelmente tinha ficado assustada, confusa. E ela o tinha deixado. Isso o
fez querer bater em seu estúpido irmão mais uma vez.

Ele abriu os olhos, percebendo que ele tinha amassado o cartão em


seu colo. Alisando-o, ele o abriu.

“Simon,

Feliz Aniversário! Eu queria dar-lhe algo que eu não tivesse que comprar com seu
dinheiro, algo especial. Eu sei que você coleciona moedas, então eu pensei nesse presente.

Isto pertencia a meu pai. Era a sua moeda da sorte. Ele achou exatamente no
mesmo dia em que ele conheceu minha mãe. Ele jurou que foram apenas momentos antes

~ 96 ~
que ele a visse pela primeira vez. Ele sempre disse que trouxe o acontecimento mais feliz de
sua vida.

Eu sempre carregava comigo. Eu fiz até aqui, então eu acho que tive sorte.

Eu sei que não é muito, mas eu quero que você fique com ela. Eu sei que você
realmente não precisa de sorte, mas eu me sinto melhor sabendo que você a tem. Espero que
sempre mantenha você a salvo.

Kara”

Simon abriu o pacote e olhou longa e duramente o estojo de plástico


pequeno, gasto. Ele finalmente abriu e olhou para a moeda da sorte.

Espantado, ele virou de ponta cabeça e, em seguida, mais uma vez.


Inferno! Era de 1955. Um molde de dupla face. E em muito bom estado. Ele
não era um profissional, mas ele estava disposto a apostar que seria de grande
valor.

Será que a mulher louca percebeu que ela estava carregando por aí
uma moeda tão rara? Uma moeda que, provavelmente, iria alimentá-la durante
vários meses se ela a vendesse?

Provavelmente não. E ele sabia que Kara provavelmente preferiria


morrer antes de vender algo tão sentimental, algo que pertencia a seu pai.

Mas ela havia dado a ele. Ela se separou de algo extremamente caro
para ela lhe dar um presente de aniversário.

Ele fechou o estojo e agarrou a moeda fortemente, colocando-o sobre


o seu coração quando dor rasgou através de seu esterno. Por que ela se
separou disso? Por que ela tinha dado a ele? Instintivamente, ele sabia que era
especial para ela, tão especial que ela sempre manteve guardado.
~ 97 ~
Simon virou sua segunda bebida e colocou a moeda no bolso da
frente. Não deixaria sua posse até que ele pudesse devolvê-lo a ela.
Pessoalmente.

Agarrando seu telefone celular, Simon discou para seu chefe de


segurança, Hoffman. Ele atendeu no segundo toque.

— Você a está seguindo? — Ele perguntou a seu chefe de segurança


bruscamente, sem se preocupar com sutilezas.

— Claro. Eu não tinha certeza do que estava acontecendo, mas ela


parece estar resolvida para a noite. Boa vizinhança, casa decente. Pertence a
uma Dra. Reynolds. — Hoffman informou.

— Ela foi embora. Mantenha uma equipe nela 24/73. Eu quero saber
até se ela espirrar.

— Tudo bem, chefe. Farei.

Simon desligou com um suspiro. Obviamente, ela tinha ido ficar com
sua amiga, Maddie. Ela ficaria bem lá. Por enquanto.

Ele nunca disse a Kara, mas ela tinha sido protegida cada momento de
cada dia desde que o incidente na clínica tinha ocorrido. A equipe de Hoffman
correu em turnos, sempre observando, sempre pronta. A polícia nunca pegou
os viciados que tinham atirado nela e roubado da clínica, e Simon não estava
disposto a arriscar. Kara tinha visto seus rostos, ajudou com os retratos
falados. Até os idiotas serem presos, ela precisava ficar segura. Simon
precisava saber que ela ficaria bem.

3 24/7 – 24horas 7 dias por semana

~ 98 ~
Cada instinto, cada célula de seu corpo estava gritando para ele ir atrás
dela, a arrastá-la por cima do ombro, se necessário. Ele queria, mas não
conseguiria conquistá-la dessa maneira. O incidente com Sam tinha
obviamente incomodado. Dar-lhe algum tempo ajudaria. Trazê-la de volta só
iria resolver o problema por um curto período de tempo, e Simon não estava
nisso para um curto prazo. Ele precisava de Kara, tinha que ter ela para
sempre. Qualquer coisa menos que isso era impensável.

Se alguém lhe tivesse dito há algumas semanas que ele iria encontrar
uma mulher que não poderia viver sem, ele teria rido até que suas costelas
doessem. Mas ele não estava rindo agora. Kara havia se tornado sua vida, e ele
não podia sequer pensar em seguir em frente sem ela.

Que tipo de vida que ele tinha vivido antes dela? Enquanto pensava
sobre todas as mulheres que ele tinha fodido no passado, ele franziu a testa.
As mulheres que teve tinham que estar meio bêbadas e oferecer presentes
caros, só para dar seus corpos para ele. Ele tinha tido experiências vazias, as
mulheres que o toleravam só por causa do seu dinheiro. Elas podem ter
satisfeito temporariamente a sua vontade de gozar, mas o haviam deixado com
um enorme vazio que nunca tinha sequer pensado antes de conhecer Kara.

Agora que sabia qual era a sensação de estar com uma mulher que
realmente queria, ele reconheceu que nunca poderia voltar. Ele precisava de
Kara tanto quanto precisava do ar que respirava. Deus sabia, ele não a
merecia, mas ele a teria.

Forçando-se a ir a seu quarto, despiu-se de suas roupas e foi para a


cama. Virando-se abruptamente, ele voltou para a pilha de roupas no chão e
pescou no bolso de suas calças. Puxando a moeda que Kara lhe dera, ele
manteve em sua mão e deslizou para a cama, não tendo certeza se ele poderia
até mesmo dormir, mas ansiava por algum tipo de esquecimento.

~ 99 ~
Kara ter ido embora foi à tortura final. A casa estava muito quieta,
muito vazia. Sua presença tinha sido palpável desde que ela chegou e, agora,
ele podia sentir o fantasma de sua essência, ecos de sua risada.

Deslizando a moeda debaixo do travesseiro, Simon caiu de costas, já


inquieto. Ele orou para dormir, para fugir... Mas Deus deve ter estado
ocupado porque ele ficou acordado a maior parte da noite, tentando decidir a
melhor maneira de obter Kara de volta.

Ele iria trazê-la de volta. Essa era a única opção. Era apenas uma
questão de descobrir como realizar seu objetivo.

Amanhecia antes que ele caísse em um sono agitado, visões de Kara o


atormentando em seus sonhos.

~ 100 ~
Capitulo 8

Kara puxou a pesada porta de madeira do escritório do gerente do


restaurante, fechou-a atrás dela e se encostou com um pesado suspiro
quebrado. Foi a sua décima primeira entrevista nos últimos dez dias, tudo
tinha sido um completo desperdício de tempo, e esta não tinha sido melhor.
Ninguém queria contratar uma estudante que tinha apenas alguns meses de
distância da graduação. Nenhum restaurante queria uma garçonete que
possivelmente ia sair dentro de seis meses para um cargo na profissão de sua
escolha. Então Kara não podia culpar os potenciais empregadores por seu
julgamento, ela realmente precisava de um emprego esdrúxulo.

Os sons familiares de pratos batendo, cozinheiros vociferando e


servidores de língua afiada passavam através de sua cabeça enquanto ela deu
mais um passo envergonhada pelos corredores atrás de outro restaurante que
não estava disposto a contratá-la até mesmo como um trabalhador em período
parcial.

Ok, não era como se ela fosse morrer de fome. Ela ainda tinha dez mil
dólares em sua conta bancária, o empréstimo que ela mesma tinha pegado de
Simon. Mordendo o lábio, quando a dor de pensar sobre ele caiu em cima
dela, saiu pela porta principal do restaurante, deixando-se encostar, no
exterior, contra o tijolo frio para reunir seus pensamentos após a entrevista
desastrosa.

Na verdade, ela tinha mais de dez mil dólares em sua conta. Nove dias
atrás, em seu próprio aniversário, Simon tinha enviado vários entregadores e
um mensageiro à casa de Maddie com todos os itens que ela havia deixado
para trás. Os caras da entrega tinha carregado os seus pertences, os quais

~ 101 ~
haviam sido comprados por Simon, e o mensageiro veio com várias dúzias de
rosas vermelhas e um envelope com um bilhete.

“Kara,

Estou devolvendo seu cheque. Por favor, aceite o dinheiro como meu presente de
aniversário e não brigue com o pessoal da entrega. Eles foram instruídos a colocar os itens
onde quiser ou deixá-los na porta. Como eles trabalham para mim, eles vão seguir as
instruções.

Sinto muito sobre o que aconteceu com Sam. Por favor, volte para casa.

Feliz aniversário. Eu gostaria que pudéssemos passar juntos.

Atenciosamente,

Simon.”

Kara sufocou um soluço e esfregou inconscientemente sua coxa,


sentindo o papel duro do bilhete que estava descansando em seu bolso da
frente.

Eu vou ter que falar com ele.

Kara esperava se dar um pouco de tempo para poder ajudá-la a se


sentir mais com os pés no chão, menos atolada na depressão. Mas isso não
estava funcionando. Todos os dias que ela não viu Simon pareceram uma
eternidade, e ela estava apenas enganando a si mesma se achava que uma ou
duas semanas iriam ajudá-la a superar seu desejo por ele. Se aconteceu alguma
coisa, foi que ela se afundou mais na escuridão a cada dia que passava.
~ 102 ~
Eu tenho que falar com ele. Fazer com que ele pegue o meu cheque.
Trabalhar nos termos para pagar o que eu pedi. Devolver as coisas que ele
comprou.

Ela gritou como um bebê quando ligou o laptop que ele lhe dera e
percebeu que Simon tinha baixado todos os jogos que ela já havia jogado em
seu laboratório de informática. Mithy World — ambos os jogos — tinha sido
os primeiros da lista.

Limpando furiosamente uma lágrima que escapou rolando pelo seu


rosto, Kara sabia que tinha que parar de sonhar acordada sobre Simon
Hudson, mas ela não tinha certeza de como fazê-lo. As coisas tolas, atenciosas
que ele fez como gastar o tempo para baixar todos esses jogos, arrastaram seu
coração. Então, ela se lembrava da visão da supermodelo loira na varanda de
Sam puxando os lábios de Simon para os dela e ficava chateada mais uma vez.
Como pode alguém ser tão atencioso, mas ser um cachorro quando se tratava
de mulheres?

— Olá, Kara. — Uma voz profunda soou bem ao lado dela. Seus
olhos se ergueram para descobrir Sam Hudson inclinando um ombro contra a
parede ao lado dela. Instintivamente, ela recuou vários passos, colocando
distância entre ela e o homem que de quem não gostava ou confiava.

Sam avançou, mas deixou um espaço entre os dois.

— O que você quer? — Seu tom de voz era agudo e ela colocou a
mão para impedi-lo de chegar mais perto.

Ele ergueu a sobrancelha em um movimento defensivo.

— Eu só quero falar. — Ele parecia tão arrogante como na festa,


mesmo vestido de jeans casual e uma t-shirt preta, mas havia um fio de
remorso correndo em suas palavras, e seus olhos verdes eram claros e
~ 103 ~
brilhantes. — Por favor. — Essa adição realmente parecia dolorosa vindo de
Sam, como se ele tivesse que força- lo a partir de sua garganta.

— Eu não te conheço e não tenho nada a dizer. — Ela o cortou


ansiosa para ir embora. A última coisa que ela queria era conversar com Sam
Hudson.

— Eu não vou embora até que você fale comigo, então você pode
muito bem fazê-lo agora.

Kara queria bater o pé de frustração, mas ela não daria essa satisfação
a Sam.

— Basta dizer tudo o que você tem a dizer e sair.

Ele fez um gesto em direção à porta do restaurante.

— Eu poderia tomar uma xícara de café. Tem sido um longo dia.

Ela balançou a cabeça.

— Eu fiz uma entrevista lá. Eu realmente não quero voltar.

Ele acenou para o restaurante do outro lado da rua.

— Nós podemos ir para lá.

Revirando os olhos, ela respondeu:

— Fiz uma entrevista lá, também. Não há um lugar no bairro onde


eu não tenha sido entrevistada.

Tomando-lhe o braço levemente, Sam levou-a para um fast food ao


lado. Ela puxou o braço para fora do seu domínio, mas seguiu atrás dele. Era
óbvio que ela precisava deixá-lo falar ou não iria deixá-la sozinha. Ele tinha o

~ 104 ~
mesmo olhar teimoso dos homens Hudson, que Simon tinha sempre que ele
não ia ceder, até que ela cedia ou aceitava.

Ambos pediram um café no balcão da frente e Sam se sentou no


canto. Ela parou, colocando creme e açúcar em seu café em uma mesa lateral
antes de se juntar a ele. Dedilhando o copo descartável, ela finalmente olhou
para cima para encontrar Sam observando-a com a intensidade de um falcão
pronto para se lançar para baixo em sua presa. Contorcendo-se e
desconfortável, ela ainda se recusou a desviar o olhar. O olhar de Sam não era
sexual. Era como se ele estivesse tentando examinar um micróbio
desconcertante sob uma lupa. Como se ele quisesse fazer alguma busca
intensiva da sua personalidade... Que assim seja. Não era como se ela tivesse
feito nada de errado, a não ser se apaixonar por Simon Hudson.

Curiosamente, Sam desabou primeiro.

— Eu sinto muito. — Ele desviou os olhos enquanto ele murmurou


a declaração. Era sincera, mas ela podia dizer que não era algo que este
homem disse muitas vezes. — Foi uma coisa de merda que eu fiz na festa de
aniversário de Simon. Eu estava tão bêbado que mal conseguia ficar de pé,
mas isso não é uma desculpa. Um homem precisa ser responsável por suas
ações, bêbado ou não.

— Por que você fez isso? Por que você está fazendo isso? Será que
Helen lhe enviou para se desculpar? Eu não mencionei uma palavra sobre o
que você fez. Eu não sei como ela saberia. — Kara só tinha falado com
Helen uma vez, e ela não tinha mencionado o comportamento terrível de Sam
naquela noite para sua mãe.

Sam lançou-lhe um olhar sombrio.

~ 105 ~
— Minha mãe sabe de tudo, e eu aprecio o fato de que você não
mencionou isso. Você não precisava. Simon descobriu e me bateu muito
quando eu confessei. Nossa briga de bar acabou com a festa de uma forma
abrupta, logo depois que eu fui para dentro e você saiu. — Ele hesitou,
tomando um gole de café. — E não, minha mãe não me enviou aqui. Eu
estou aqui porque eu quero estar. Porque Simon está miserável e eu estava
errado. Ele não sabe que eu estou aqui e, provavelmente, vai quebrar a minha
cara de novo se ele souber que eu me aproximei de você. — Ele olhou pela
janela ao lado deles.

Kara procurou o rosto de Sam, notando os hematomas leves acima de


seu olho esquerdo e em sua bochecha direita. Simon deve ter feito um belo
trabalho sobre o irmão. Dez dias após o evento, Sam ainda tinha um leve
ferimento em seu rosto que ela não havia olhado suficientemente perto para
ver antes.

— Por quê? Por que Simon fez isso? Ele já estava se arrumando com
outra mulher. Eu o vi beijando-a no terraço quando fui lá fora. Não faz
nenhum sentido.

A cabeça de Sam empurrou de volta para ela.

— Ele não se arrumou com ninguém. Como ela era?

— Alta, magra, loira, maquiagem perfeita, mas ela provavelmente


ficaria tão bem sem ela. — Kara franziu o cenho para Sam. — Linda.

Sam acenou a cabeça uma vez.

— Constance. A vi caminhando quando que eu estava indo para fora.


Eu vi você sair no terraço, mas fui pego por um cliente por alguns minutos
antes que eu pudesse segui-la. Se isso faz você se sentir melhor, ele não
aceitou a sua oferta. Connie estava entrando com raiva, e Simon já tinha ido
~ 106 ~
embora. — O olhar de Sam caiu para a xícara, mexendo o recipiente vazio
pela metade. — Simon nunca iria transar com Connie. Ela é casada com um
homem com idade para ser seu avô, mas seu marido não é exatamente
generoso com seu dinheiro. Meu irmão não sai mulheres casadas. E se ele esta
fu... uhh... Tendo um relacionamento com você, ele certamente não iria
arranjar outro. Simon pode não se envolver emocionalmente, mas ele só tem
uma mulher por vez.

Kara balbuciou, quase engasgando com o café. O comentário de Sam


sobre Simon não se envolver emocionalmente bateu duro. Ela podia acreditar
que Simon não estava tendo um caso com uma mulher casada. Por alguma
razão, acreditava que não era algo que ele faria. Simon podia não acreditar em
relacionamentos ou casamento para si mesmo, mas ele simplesmente não
parecia o tipo de homem a pisar fora da linha. Mas, realmente, o que isso
importava? Talvez a fizesse se sentir melhor saber que Simon não estava
amarrando, vendando os olhos e transando com a mulher de capa de revista
que o tinha beijado em sua festa, mas o fato de que Simon não tinha relações
não tinha mudado. Ela era tão ligada a Simon que mal podia respirar. A longo
prazo, ela iria acabar completamente despedaçada quando ele fosse adiante.

— Obrigada por me dizer tudo isso. E por se desculpar. — Ela


tentou manter a voz plana, livre de emoção.

Sam parecia preocupado, as sobrancelhas se unindo quando ele olhou


para ela.

— Ele se preocupa com você. Eu não sabia, ou eu nunca teria feito


uma oferta.

— Por que você fez? Tenho certeza de que há muitas mulheres que se
atiram em você todos os dias.

~ 107 ~
— Porque eu sou um bilionário. — Ele respondeu, em um tom
revoltado, sua expressão dura. — Eu vi o quão feliz Simon estava depois que
você passou a viver com ele. Eu ouvi minha mãe falar sobre você. Acho que
pensei que uma vez que você e Simon terminassem que eu poderia pegar um
pouco de felicidade para mim. Eu estava bêbado. Sentindo pena de mim
mesmo. Eu sou um idiota. Você é a primeira mulher que meu irmão já se
preocupou e eu o traí. E eu a insultei. Você não merece isso.

Kara se inclinou para trás contra o plástico duro do pequeno assento


da cadeira, atordoada.

— Simon não se preocupa comigo dessa maneira. Mas eu admito, eu


fui insultada. Você não pode comprar a mulher que quiser Sam. E eu não
acredito que você realmente me queria.

Sam soltou um suspiro irregular.

— Eu queria... Algo. Eu acho que na minha festa de piedade bêbado


eu estava pronto para tentar qualquer coisa. E só há uma mulher que se
preocupava com qualquer coisa, menos com o meu dinheiro no passado. E eu
estraguei tudo. — Sua voz estava cheia de tristeza, dor e remorso. — Você
vai aceitar o meu pedido de desculpas?

O sorriso encantador estava de volta, iluminando seu rosto, trazendo


de volta o Adônis que ela tinha visto na festa. Estranhamente, ele não a
incomodava agora. Sam Hudson ficou perturbado e o sorriso radiante que ele
estava jogando para ela não era nada mais do que um disfarce para um
homem que queria muito mais do que ganho monetário em sua vida. Ela tinha
visto uma pequena rachadura em sua fachada impassível.

— Sim, eu aceito. Eu acho que quando bebemos dizemos e fazemos


coisa que não faríamos normalmente. — Suas palavras trouxeram de volta o

~ 108 ~
dia em que ela disse a Simon que ele tinha um corpo incrível e que ela o queria
depois que bebeu alguns drinks no restaurante. — Mas eu não sei por que
isso é importante para você.

Os olhos de Sam cresceram tempestuosos, e ele agarrou seu pulso


quando ia deslizar para fora da mesa e fugir.

— Kara, Simon se importa. Ele teve um momento difícil e ele pode


não saber como se expressar. Mas ele se importa. Por favor, não julgue o meu
irmão porque eu sou um idiota.

Sua detenção era gentil. Ela puxou levemente e ele a soltou, um olhar
de súplica em seus olhos. Caramba. Ela não podia deixar Sam pensar que tudo
isso era culpa dele. Não era. Ela estava apaixonada por Simon Hudson e teria
terminado em desastre, mesmo que Sam não tivesse feito as coisas
desmoronarem. Suas ações só apressaram o final ruim.

— Não é você, Sam. Não foi o que você fez. — Sacudindo a cabeça,
ela pegou sua mochila.

— O que foi? Diga-me. Vou corrigi-lo. — Ele parecia desesperado.

Ela soltou uma risada curta e sem humor. Talvez os irmãos não
fossem tão diferentes afinal. Ele soou como Simon. Será que eles achavam
que eles poderiam corrigir alguma coisa com o dinheiro?

— Você não pode. Só sei que não é culpa sua.

Não... A culpa é minha por ser estúpida o suficiente para me apaixonar por
Simon Hudson.

— Você não gosta de mim ou mesmo me respeita, não é? — Ele


parecia resignado e um pouco abatido.

~ 109 ~
Ela virou seu corpo em direção a ele quando correu para a borda de
seu assento com sua mochila.

— Eu não te conheço bem o suficiente para gostar ou não gostar de


você. E o dinheiro não compra o respeito para mim. — Os lábios dela
transformaram-se em um leve sorriso quando viu sua expressão de surpresa.
— Mas eu o respeito muito por amar o seu irmão.

Ele olhou para ela e respondeu rispidamente.

— Quem diz que eu o amo? Ele é um pé no saco e ele arrebentou o


meu rosto tão bem que eu não pude sair de casa por uma semana.

Ela lhe deu um sorriso triste e colocou a mão sobre a dele na mesa.

— Sinto muito. Eu sei que você e Simon são íntimos e eu nunca iria
querer ser a causa de todos os problemas em seu relacionamento.

Sam deu de ombros.

— Nós já passamos por momentos difíceis antes. Nós vamos passar


por isso.

Ela puxou sua mão para trás.

— Do que você está falando?

Ele riu fracamente.

— Troca de insultos. É um começo.

— Você sabe o que aconteceu com ele? Como ele se machucou? —


As palavras voaram de sua boca antes que ela pudesse censurá-las.

O queixo de Sam caiu, sua expressão chocada.

~ 110 ~
— Você já viu as cicatrizes? Todas elas? É por isso que você está
evitando ele?

A raiva fervia e sua palma coçava para dar um tapa no rosto dele mais
uma vez.

— Jesus, você acha que toda mulher é superficial? — Tentando ter


algum controle sobre sua irritação, ela continuou. — Seu irmão é o homem
mais atraente que eu já conheci, com cicatrizes ou sem cicatrizes. Ele é quente
o suficiente para derreter as geleiras na Antártida. Obviamente, ele sofreu um
trauma grave e eu odeio isso por ele. Mas eu não dou a mínima para suas
cicatrizes.

— Você acha que ele é mais bonito do que eu? — A pergunta era
arrogante, mas Sam parecia malditamente encantado com o fato de que ela
estava atraída por seu irmão.

— Sim. Nenhuma competição. Sinto muito. — Sua resposta saiu


séria, mas ela estava um pouco tocada pelo olhar apaixonado nos olhos de
Sam. Mordendo o lábio, pensando profundamente, ponderou em voz alta. —
Eu me pergunto se você poderia dar a Simon algo para mim.

Sam deu de ombros e olhou para ela com curiosidade.

— O quê?

— Um cheque. Eu preciso pagá-lo.

Sam riu os lábios formando em um sorriso perverso.

— Isso é bom, não é?

— Ele colocou o dinheiro em minha conta. Eu quero que ele o tenha


de volta. Tenho a intenção de pagar o resto mais tarde, quando eu conseguir
um emprego. — Kara ignorou a insinuação. O irmão de Simon pode parecer
~ 111 ~
um anjo loiro, mas ela já sabia que ele tinha um conjunto de chifres do diabo
escondido em algum lugar nesses soltos e abundantes cachos.

— Você quer pagar Simon? Notícia de última hora... Caso você não
tenha percebido, ele é um bilionário. Se ele quer que você fique com o
dinheiro, eu não vou pegá-lo. — Ele colocou as mãos no ar, num gesto
defensivo. — Ele realmente vai mastigar minha bunda e cuspi-la. Ele está de
péssimo humor.

Decaindo seus ombros, ela lhe deu um sorriso frágil.

— Sim. Eu não pensei sobre isso. Eu não quero que ele fique bravo
com você. Eu só queria devolver para ele.

— Sem ter que vê-lo? — Sam bateu com a unha na cabeça. — Acho
que você vai ter que fazê-lo pessoalmente. — Ele parecia muito feliz com a
idéia.

— É melhor eu me mexer. Tenho que estudar. — Ela se levantou.

Sam levantou-se e olhou para ela.

— Você está vivendo com Maddie Reynolds? Ruiva? Linda? — Ele


soprou as duas últimas palavras com reverência.

— Sim. — Ela ficou surpresa. Sam não parecia tão hostil em relação
à Maddie como sua amiga era com Sam.

— Como ela está? — Ele estava tentando soar indiferente, mas


houve um breve lampejo de dor em seus olhos contraídos.

Kara hesitou, não querendo trair Maddie.

— Ela está bem. Ela tem um consultório particular e faz algum


trabalho em uma clínica gratuita para crianças.

~ 112 ~
— Ela fez isso. Ela se formou na faculdade de medicina. — A
resposta de Sam era tranquila, quase como se estivesse falando para si mesmo.
Parecia que ele admirava Maddie.

— Sim. Uma das melhores e mais amáveis médicas que eu já conheci.


E uma amiga incrível. — Sam parecia que queria fazer mais perguntas que
Kara não se importaria de responder, então ela escapou da frente dele e se
dirigiu para a porta. — Tome cuidado, Sam. Tchau. — Ela deixou cair o
copo vazio no lixo, sem quebrar seu passo e empurrou a pesada porta de
vidro.

Estava escuro quando Kara deslizou para fora, soltando um grande


suspiro de alívio quando o vento leve bateu no seu rosto.

Tudo e nada tinha mudado, como resultado de sua conversa com Sam.
Enquanto ela estava muito feliz que Simon não tinha estabelecido uma ligação
com a mulher na festa, não alterava o fato de que ela estava envolvida demais
emocionalmente com um homem que não tinha relacionamentos. Iria
machucá-la agora ou destruí-la mais tarde. Simon era gentil e Sam havia dito
que se preocupava com ela. Talvez fosse verdade, mas não era o suficiente.

“Por favor, volte para casa.”

Essa linha da carta de Simon ecoou em sua cabeça como um punho


cerrado em torno de seu coração, tornando difícil respirar. Oh Deus, como ela
queria ir para casa, de volta para Simon. Eles haviam começado... Alguma
coisa. Ele confiava nela, deixou-a tocar seu corpo nu, deixou-a ver suas
cicatrizes, fodeu sem restrições. Como ela desejava que tivesse a coragem de
acabar com isso, ajudar Simon a encontrar a liberdade de seu passado. Mas seu
instinto de auto-preservação era feroz, alertando-a para longe do perigo,
deixando-a saber, que ajudando Simon, o amoroso Simon, ela destruiria a si
mesma.
~ 113 ~
Ela pôs o seu corpo emotivamente gasto em movimento, indo em
direção à casa de Maddie. Perdida em seus pensamentos, seu estado de
espírito baixo, ela não estava muito ciente de seus arredores. Isso foi um erro
que Kara, uma mulher que tinha sido criada em uma área menos privilegiada,
geralmente não fazia. A falta de concentração a pegou pelo pé.

Dois homens se aproximaram rapidamente, um de cada lado. Os


braços dela foram presos e ela estava sendo arrastada ao longo da calçada
antes mesmo que ela percebesse o que tinha acontecido. Ela lutou, chutando
em direção aos homens brutais que a estavam carregando com força para
frente, tentando arrancar os braços de seus apertos. Com horror, assustada,
ela percebeu que eles estavam empurrando-a em direção a um veículo escuro
no meio-fio, a porta traseira aberta, pronta para tomá-la.

Estava escuro, mas a área era iluminada apenas o suficiente para ver os
rostos dos dois homens que tinham invadido a clínica.

Eles vão me matar. Eu vou morrer. Tenho que lutar.

Ela gritou sem parar, tentando fazer com que sua voz fosse ouvida
por quem estivesse na área, quando ela chutou, tentando acertar locais
vulneráveis dos dois homens grosseiros.

— Cale a boca, vadia! — A voz ameaçadora grunhiu enquanto seu


pé acertou o joelho de um deles, uma ação que lhe rendeu um soco no rosto.

Momentaneamente atordoada pelo poderoso golpe, ela vacilou


quando a empurraram para frente.

Lute droga. Lute.

~ 114 ~
Quando os viciados ergueram o seu corpo para jogá-la para dentro do
carro, ela levantou as pernas e plantou seus pés, um na porta, o outro sobre o
corpo do carro ao lado da porta aberta.

Não deixe que eles te coloquem dentro do carro. Se você fizer isso, você está morta.

Seus pés escorregaram, deslizando para baixo quando um dos homens


a agarrou pelos cabelos e começou a bater sua cabeça contra a tampa de metal
da porta aberta. Ela podia ouvir o som horrível de seu crânio rachando contra
o aço e sua cabeça girou, sua visão começou a embaçar.

Eu deveria ter dito a Simon que eu o amava.

Ela ainda estava gritando, mas o som enfraquecia enquanto os homens


continuaram na tentativa implacável para torná-la inconsciente.

— Filhos da puta! — Outra voz masculina soou que ela reconheceu.

Um braço musculoso envolveu sua cintura, puxando-a para longe dos


dois bandidos. Ela foi rapidamente empurrada contra um peito duro, a cabeça
girando como se estivesse em um turbilhão. Olhando para cima, sua visão
girando, ela podia ver o rosto furioso de Sam Hudson quando ele abaixou-a
suavemente para a calçada e correu de volta para o carro.

O pânico aumentou quando percebeu que Sam iria assumir os dois


homens por si mesmo. Surpreendentemente, os homens olharam sem saber o
que fazer. Sam era um pouco maior, mas havia dois deles.

Tenho que ajudá-lo. Tenho que me levantar.

Ela não podia deixar Sam ser morto depois que salvou sua vida. Kara
ficou de joelhos, tentando desesperadamente lutar contra sua visão
obscurecida. Incapaz de suportar, ela começou a engatinhar, quando Sam se
ocupou do primeiro homem, descarregando golpes de punição em seu rosto.
~ 115 ~
Um bater de pés se aproximou, acertando a calçada ao lado dela. Dois
homens que ela não conhecia entraram na briga, agarrando o braço de Sam e
subjugando o homem que Sam estava martelando.

— Não machuque Sam. — Ela gemeu, com medo de que eles


pudessem ferir Sam na confusão.

— Desculpe senhor. Não o reconheci. — O homem soltou o braço


de Sam.

Um bandido estava de bruços na calçada, com um dos novatos que


entraram na briga em cima dele. O outro bandido estava se arrastando para o
banco do motorista do carro, uma arma acenando freneticamente para Sam e
seu outro salvador.

— Não. Não. — As lágrimas corriam pelo seu rosto, seu coração


batendo contra seu peito enquanto ela silenciosamente pediu a Sam e o outro
homem inocente para não provocarem o viciado com a arma.

Sam pulou, mas o homem já tinha saído e o veículo escuro correu


para a noite, a porta fechando enquanto voava pela rua, desaparecendo quase
tão rápido quanto podia piscar.

Seus olhos aterrorizados varrendo sobre a cena viu que os dois


socorristas e Sam saíram ilesos, apesar de Sam estar liberando uma torrente de
obscenidades quando, correu para o lado dela.

— Kara! Você está bem? Foda-se! Você está com sua cabeça
sangrando. O que você estava fazendo? — Sam a abaixou suavemente até a
calçada para descansar em suas costas. Ele continuou a sussurrar palavras
suaves quando ele empurrou seu cabelo do rosto.

— Queria ajudá-lo. — Ela murmurou sua garganta seca.

~ 116 ~
— Mulher louca! — Sam balançou a cabeça, mas sua voz era leve e
doce. Então, em uma voz dura, crescendo, ele ordenou — Chamem uma
ambulância. Agora. Ela está ferida.

A escuridão começou a invadir a sua visão e ela se esforçou,


determinada a não perder a consciência.

— Diga a Simon... — Sua voz foi sumindo, a boca tão seca que a
língua dela estava grudando no céu da boca. Suas pálpebras. Ela tentou se
concentrar em Sam, mas ele tornou-se apenas um grande borrão desfocado.

Ela suspirou quando Sam apertou a mão dela e resmungou.

— Você pode dizer a ele mesmo. Ele está a caminho e irritado como
o inferno.

Simon está vindo?

Seu coração deu um salto e ela deu à mão de Sam um aperto débil
quando um zumbido começou em sua cabeça. Ele ficou mais alto, tão alto que
ela mal conseguia distinguir o som de sirenes se aproximando que estava
gritando através da noite.

— Kara. Você ainda está comigo? — A voz de Sam parecia


apavorada e desesperada. E distante.

Um cobertor de escuridão a consumiu completamente enquanto o


som de zumbido baixo ia crescendo até que atingiu o topo da sua cabeça.

— Simon. — Ela sussurrou seu nome, sem saber se era mesmo


audível, quando deslizou na completa escuridão e abençoado silêncio.

~ 117 ~
~ * ~ Continua ~ * ~

Obrigado por ler Minha Por agora, Livro 2 da trilogia obsessão do


bilionário. Por favor, leia Meu para sempre, Livro 3 para a conclusão da
história de Simon e Kara.

~ 118 ~
Avisos

Aviso um
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~ 119 ~

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