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GABARITO

INTERPRETAÇÃO +
ACENTUAÇÃO/REFORMA
ORTOGRÁFICA – 9º  ANO
29 de janeiro de 20163 comentários

TEXTO 1:
Defenestração
Luis Fernando Verissimo
Certas palavras têm o significado errado. Falácia, por exemplo, devia
ser o nome de alguma coisa vagamente vegetal. As pessoas
deveriam criar falácias em todas as suas variedades. A Falácia
Amazônica. A misteriosa Falácia Negra. Hermeneuta deveria ser o
membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde eles
chegassem, tudo se complicaria.
– Os hermeneutas estão chegando!
– Ih, agora é que ninguém vai entender mais nada…
Os hermeneutas ocupariam a cidade e paralisariam todas as
atividades produtivas com seus enigmas e frases ambíguas. Ao se
retirarem deixariam a população prostrada pela confusão. Levaria
semanas até que as coisas recuperassem o seu sentido óbvio. Antes
disso, tudo pareceria ter um sentido oculto. (…)
Traquinagem devia ser uma peça mecânica.
– Vamos ter que trocar a traquinagem. E o vetor está gasto.
Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestração. A
princípio foi o fascínio da ignorância. Eu não sabia o seu significado,
nunca lembrava de procurar no dicionário e imaginava coisas.
Defenestrar devia ser um ato exótico praticado por poucas pessoas.
Tinha até um certo tom lúbrico.
Galanteadores de calçada deviam sussurrar no ouvido das mulheres:
– Defenestras?
A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas… Ah, algumas
defenestravam.
Também podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez
mandassem defenestrar a casa. Haveria, assim, defenestradores
profissionais. Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras
que encerravam os documentos formais? “Nestes termos, pede
defenestração…” Era uma palavra cheia de implicações. Devo até tê-
la usado uma ou outra vez, como em:
– Aquele é um defenestrado.
Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer?
Defenestrada. Mesmo errada, era a palavra exata. Um dia,
finalmente, procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me
deixa mentir. “Defenestração” vem do francês “defenestration”.
Substantivo feminino. Ato de atirar alguém ou algo pela janela.
Ato de atirar alguém ou algo pela janela! Acabou a minha ignorância,
mas não a minha fascinação. Um ato como este só tem nome próprio
e lugar nos dicionários por alguma razão muito forte. Afinal, não
existe, que eu saiba, nenhuma palavra para o ato de atirar alguém ou
algo pela porta, ou escada abaixo. Por que, então, defenestração?
Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como o rapé. Um
vício como o tabagismo ou as drogas, suprimido a tempo. (…)
Quem entre nós nunca sentiu a compulsão de atirar alguém ou algo
pela janela? A basculante foi inventada para desencorajar a
defenestração. Toda a arquitetura moderna, com suas paredes
externas de vidro reforçado e sem aberturas, pode ser uma reação
inconsciente a esta volúpia humana, nunca totalmente dominada. Na
lua-de-mel, numa suíte matrimonial no 17º andar.
– Querida…
– Mmmm?
– Há uma coisa que preciso lhe dizer…
– Fala, amor!
– Sou um defenestrador.
E a noiva, em sua inocência, caminha para a cama:
– Estou pronta para experimentar tudo com você!
Em outra ocasião, uma multidão cerca o homem que acaba de cair na
calçada. Entre gemidos, ele aponta para cima e balbucia:
– Fui defenestrado…
Alguém comenta:
– Coitado. E depois ainda atiraram ele pela janela?
Agora mesmo me deu uma estranha compulsão de arrancar o papel
da máquina, amassá-lo e defenestrar esta crônica. Se ela sair é
porque resisti.

1. De acordo com esse texto, o que é defenestração?


a) Dedetizar insetos pelas ruas.
b) Fazer solicitação ao juiz.
c) Galantear alguém nas calçadas.
d) Atirar algo ou alguém pela janela.
e) Uma peça mecânica.
2. Considerando-se o conjunto de informações do texto, o narrador se
diz fascinado pela palavra defenestração, porque:
a) ele desconhecia o significado da palavra.
b) ele imaginava o significado da palavra como algo exótico.
c) ele imaginava o significado da palavra como algo proibido.
d) ele ligava a palavra à linguagem jurídica ou técnica.
e) ele se encantava com a palavra, primeiro por causa dos
significados que imaginava para ela, depois por causa do significado
dicionarizado dela.
3. No decorrer do texto, o narrador imaginava possíveis significados
para defenestração. Pela ordem, poderíamos dizer que ele atribuía à
palavra os seguintes sentidos:
a) conduta sexual não convencional, dedetização, deferimento.
b) prática ilegal, arrumação, requerimento.
c) xingamento, cuidados domésticos, documento formal.
d) indiscrição, arrumação, providências.
e) conduta imprópria, consertos, aprovação.
4. No trecho “Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras
que encerravam os documentos formais”, o narrador utiliza o
termo misteriosas referindo-se:
a) ao fato de que as palavras sempre podem ser utilizadas de várias
maneiras.
b) ao fato de que a linguagem formal (jurídica, no caso) utiliza
palavras cujo significado é desconhecido pela maioria das pessoas.
c) ao fato de que as pessoas em geral não se preocupam em ler os
documentos formais.
d) ao fato de haver baixo nível de formação escolar neste país.
e) ao fato de as palavras sempre possuírem significados ocultos.
5. Depois de descobrir o real significado de defenestração, o narrador
continua fascinado pela palavra porque:
a) o significado dela remete a um ato pouco comum, e ele fica
imaginando as razões da existência de tal palavra.
b) ele não havia pensado na possibilidade do significado real.
c) ele não vê utilidade na palavra.
d) ele não se mostra favorável a estrangeirismos.
e) o significado da palavra remete a uma ação que não praticamos
em nossa cultura.
6. “A princípio foi o fascínio da ignorância”. Nesta frase, as palavras
receberam acento por serem:
a) proparoxítonas.
b) paroxítonas terminadas em o.
c) paroxítonas terminadas em ditongo crescente.
d) proparoxítonas terminadas em ditongo crescente.
e) paroxítonas terminadas em a.
7. “E aí está o Aurelião que não me deixa mentir”. A palavra aí é
acentuada pelo mesmo motivo de:
a) nó
b) táxi
c) até
d) dói
e) contribuí
8. Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela
mesma regra de: exótico, até e dicionário.
a) óculos, café, água
b) lâmina, ré, aquário
c) biólogo, pé, necessária
d) comprássemos, fé, língua
e) impaciência, você, dúvida
9. Marca o item em que necessariamente o vocábulo deve receber
acento gráfico:
a) esta
b) proprio
c) rape
d) habito
e) vicio
10. Assinala a alternativa correta:
a) Na primeira frase do texto, a palavra têm foi empregada com
acento para diferenciar o plural.
b) Assim como lua-de-mel, a palavra auto-escola deve ser escrita
com hífen.
c) São exemplos de proparoxítonas: mecânica, herméticos, óbvio.
d) “Defenestração” vem do francês… Nesse trecho, a
palavra vem é uma forma do verbo ver.
e) amassá-lo recebe acento por se tratar de uma proparoxítona.
RESPOSTAS:
1. D
2. E
3. A
4. B
5. A
6. C
7. E
8. A
9. B
10. A
**********************

TEXTO 2:
Os três pássaros do rei Herodes (lenda)
Pela triste estrada de Belém, a Virgem Maria, tendo o Menino Jesus ao
colo, fugia do rei Herodes.
Aflita e triste ia em meio do caminho quando encontrou um pombo,
que lhe perguntou:
– Para onde vais, Maria?
– Fugimos da maldade do rei Herodes, – respondeu ela.
Mas como naquele momento se ouvisse o tropel dos soldados que a
perseguiam, o pombo voou assustado.
Continuou Maria a desassossegada viagem e, pouco adiante,
encontrou uma codorniz que lhe fez a mesma pergunta que o pombo
e, tal qual este, inteirada do perigo, tratou de fugir.
Finalmente, encontrou-se com uma cotovia, que, assim que soube do
perigo que assustava a Virgem, escondeu-a e ao menino, atrás de
cerrado grupo de árvores que ali existia.
Os soldados de Herodes encontraram o pombo e dele souberam o
caminho seguido pelos fugitivos.
Mais para a frente a codorniz não hesitou em seguir o exemplo do
pombo.
Ao fim de algum tempo de marcha, surgiram à frente da cotovia.
– Viste passar por aqui uma moça com uma criança no regaço?
– Vi, sim – respondeu o pequenino pássaro – Foram por ali.
E indicou aos soldados um caminho que se via ao longe. E assim
afastou da Virgem e de Jesus os seus malvados perseguidores.
Deus castigou o pombo e a codorniz.
O primeiro, que tinha uma linda voz, passou a emitir, desde então,
um eterno queixume.
A segunda passou a voar tão baixo, tão baixo, que se tornou presa
fácil de qualquer caçador inexperiente.
E a cotovia recebeu o prêmio de ser a esplêndida anunciadora do sol
a cada dia que desponta.

1. O texto é uma lenda porque:


a) faz menção a uma passagem bíblica do Novo Testamento.
b) narra uma história fantasiosa transmitida pela tradição oral.
c) faz uma revelação importante.
d) está baseado num fato histórico, que realmente aconteceu.
e) os animais falam.
2. Com relação à expressão “Pela triste estrada de Belém”, podemos
afirmar que:
a) a paisagem era deserta, sem árvores.
b) o autor estava triste quando escreveu o texto.
c) Maria estava angustiada e triste e, com isso, todo o ambiente
parecia triste.
d) essa é uma pista que o narrador nos dá de que o desfecho será
ruim.
e) o caminho era muito longo e assim deixava a impressão de
tristeza.
3. Assinala o único item que NÃO se aplica nem ao pombo nem à
codorniz:
a) covardia
b) medo
c) egoísmo
d) coragem
e) delação
4. A codorniz não hesitou em seguir o exemplo do pombo. O exemplo
da:
a) fuga
b) mentira
c) violência
d) amizade
e) delação
5. Assinala o item que caracteriza a cotovia:
a) solidária
b) delatora
c) orgulhosa
d) esquiva
e) sarcástica
6. Como castigo, a linda voz do pombo passou a ser um:
a) pio
b) gorjeio
c) latido
d) uivo
e) arrulho
7. De acordo com o texto, a cotovia canta:
a) na aurora
b) de madrugada
c) ao meio-dia
d) ao anoitecer
e) no pôr do sol
8. A codorniz “passou a voar tão baixo, tão baixo, que se tornou
presa fácil de qualquer caçador inexperiente.” A expressão
grifada dá a ideia de:
a) condição
b) consequência
c) causa
d) tempo
e) finalidade
9. Assinala a alternativa em que NÃO há correspondência entre a
explicação e a significação da palavra no texto:
a) inteirada do perigo: cientificada do perigo
b) cerrado grupo de árvores: compacto grupo de árvores
c) com uma criança no regaço: com uma criança na garupa
d) não hesitou em seguir o exemplo: não titubeou em seguir o
exemplo
e) cada dia que desponta: cada dia que surge
10. A cotovia deu aos perseguidores uma pista falsa porque:
a) era mentirosa.
b) queria se vingar das outras aves.
c) era inimiga de Herodes.
d) sabia que poderia ser punida por Deus.
e) queria salvar a Virgem Maria e o Menino Jesus.
RESPOSTAS:
1. B
2. C
3. D
4. E
5. A
6. E
7. A
8. B
9. C
10. E
**********************

TEXTO 3:
Oração sem nome
O autor desse poema, quem o sabe? Foi encontrado em pleno campo
de batalha, no bolso de um soldado americano desconhecido; do
rapaz estraçalhado por uma granada, restava apenas intacta esta
folha de papel.
Escuta, Deus:
jamais falei contigo.
Hoje quero saudar-te. Bom dia! Como vais?
Sabes? Disseram-me que tu não existes,
e eu, tolo, acreditei que era verdade.
Nunca havia reparado a tua obra.
Ontem à noite, da trincheira rasgada por granadas,
vi teu céu estrelado
e compreendi então que me enganaram.
Não sei se apertarás a minha mão.
Vou te explicar e hás de compreender.
É engraçado: neste inferno hediondo
achei a luz para enxergar o teu rosto.
Dito isto, já não tenho muita coisa a te contar:
só que… que… tenho muito prazer em conhecer-te.
Faremos um ataque à meia-noite.
Não sinto medo.
Deus, sei que tu velas…
Há! É o clarim! Bom Deus, devo ir embora.
Gostei de ti… vou ter saudade… Quero dizer:
será cruenta a luta, bem o sabes,
e esta noite pode ser que eu vá bater-te à porta!
Muito amigos não fomos, é verdade.
Mas… sim, estou chorando!
Vês, Deus, penso que já não sou tão mau.
Bem, Deus, tenho de ir.
Sorte é coisa bem rara.
Juro, porém: já não receio a morte.

(Rose Marie Muraro e Frei Raimundo Cintra, As mais belas orações de


todos os tempos)
1. O tratamento com que o jovem soldado se dirigiu a Deus foi um
tratamento:
a) familiar
b) irreverente
c) reverencial
d) cerimonioso
2. Antes da guerra, para o jovem, Deus simplesmente:
a) estava afastado
b) não era considerado um amigo
c) não existia
d) não atendia às suas orações
3. A frase que está de acordo com a questão anterior é:
a) “Escuta, Deus”
b) “Disseram-me que tu não existes… e eu, tolo, acreditei”
c) “Muito amigos não fomos”
d) “…vi teu céu estrelado”
4. A descoberta de Deus pelo soldado americano veio através:
a) da luta cruenta
b) do soar do clarim
c) da trincheira rasgada por granadas
d) do céu estrelado
5. O pressentimento da morte aparece numa das expressões do
soldado. Que expressão mostra essa possibilidade?
a) “Muito amigos não fomos, é verdade”
b) “…e esta noite pode ser que eu vá bater-te à porta”
c) “Bem, Deus, tenho de ir”
d) “…será cruenta a luta”
6. “Não sinto medo”. Essa frase pode ser resumida em apenas uma
palavra:
a) coragem
b) otimismo
c) ilusão
d) temor
7. A expressão que melhor traduz o ambiente de guerra é:
a) “Achei a luz…”
b) “…será cruenta a luta”
c) “… inferno hediondo”
d) “Deus, sei que tu velas…”
8. O encontro com Deus despertou no jovem soldado uma visão de
seu mundo interior. Dessa visão, ele concluiu que:
a) “Sorte é coisa bem rara”
b) “… tenho muito prazer em conhecer-te”
c) “Muito amigos não fomos, é verdade”
d) “… já não sou tão mau”
9. A frase que revela a comoção e o arrependimento do jovem é:
a) “Bom dia!”
b) “Gostei de ti…”
c) “Mas… sim, estou chorando!”
d) “…vou ter saudade”
10. A alternativa INCORRETA a respeito do texto é:
a) O soldado anônimo, em sua análise existencial, confronta conceitos
que antes julgava estarem certos.
b) Por se tratar de um texto poético, há o emprego da linguagem
conotativa, como no uso da expressão “inferno hediondo”, para se
referir ao cenário da guerra.
c) A palavra oração, presente no título, justifica-se devido ao diálogo
proposto pelo jovem com Deus.
d) Caso fosse suprimida a introdução precedente ao poema, a
interpretação não seria prejudicada, uma vez que inexistem
informações importantes no trecho.
11. Assinala a alternativa correta sobre as palavras do texto:
a) Se retirarmos o acento de apertarás, originar-se-á uma nova
palavra.
b) A palavra ataque é proparoxítona.
c) Compreender recebia acento, mas isso mudou com a Reforma
Ortográfica.
d) As únicas monossílabas do texto são: só, já, hás.
12. Em qual dos itens abaixo a acentuação gráfica NÃO está
devidamente justificada?
a) será: vocábulo oxítono terminado em A
b) porém: vocábulo oxítono terminado em EM
c) há: vocábulo oxítono terminado em A
d) céu: vocábulo com ditongo aberto
13. Assinala a palavra com ditongo aberto que NÃO recebe mais
acento:
a) trofeu
b) colmeia
c) papeis
d) ceu
14. Marca a alternativa que preenche as lacunas da frase: Os ______
de ______ exercem as atividades ______.
a) microempresários, Ijuí, tranquilamente
b) micro-empresários, Ijuí, tranquilamente
c) micro-empresários, Ijui, tranqüilamente
d) microempresários, Ijuí, tranqüilamente
15. Por serem proparoxítonos, deveriam estar acentuados todos os
vocábulos da opção:
a) rubrica, versiculo, hospede
b) arcaico, camera, avaro
c) leucocito, alcoolatra, folclorico
d) periodo, tematico, erudito
16. Qual dos hiatos NÃO deve ser acentuado?
a) saude
b) contribuia
c) tainha
d) caido
RESPOSTAS:
1. A
2. C
3. B
4. D
5. B
6. A
7. C
8. D
9. C
10. D
11. A
12. C
13. B
14. A
15. C
16. C
**********************

TEXTO 4:
What?
Quando ouvi falar do projeto do deputado Carrion de restringir o uso
de palavras estrangeiras no Rio Grande do Sul, até achei bacana,
embora inócuo. Sempre achei um saco aquelas pessoas que, na
tentativa furada de conseguir algum tipo de distinção, dizem que
precisam de um feedback no lugar de um retorno, ou que querem
printar alguma coisa ao invés de imprimir. Para alguns parece que
empregar o vocabulário do inglês, por exemplo, dá àqueles que o
usam a mesma sofisticação de alguém que mora em Nova Iorque tem
(ou não). Daí eu vi que o deputado queria que trocassem mouse por
rato e já deixei de simpatizar com a ideia.
Aliás, a forma como algumas pessoas se expressam mostram muito
uma certa “carência” que sentem. O caso clássico disso é o ambiente
de trabalho. Quanto maior o uso de termos técnicos desnecessários,
maior é a necessidade de pedir um esclarecimento. Para se sentirem
úteis, importantes, alguns começam a falar em código para que
possam traduzir para os leigos o seu conhecimento.

In: http://ccdoarnaldo.blogspot.com/2011/04/what.html
1. O texto se classifica em:
a) Narrativo
b) Descritivo
c) Lírico
d) Argumentativo
e) Informativo
2. O fato que motivou o autor a escrever o texto foi:
a) O projeto do deputado Carrion, que visava restringir o uso de
palavras estrangeiras no Rio Grande do Sul.
b) Uma viagem a Nova Iorque.
c) A forma como algumas pessoas se expressam.
d) O uso de termos técnicos desnecessários usados por algumas
pessoas em seu ambiente de trabalho.
e) A Reforma Ortográfica.
3. Assinale a opção correta sobre o posicionamento do autor:
a) É totalmente a favor da ideia do deputado.
b) Sempre foi contra a ideia do deputado.
c) Inicialmente, era a contra, mas ao conhecer mais sobre o plano do
deputado, passou a ser a favor.
d) Deixou de simpatizar com a ideia, porque o projeto previa trocar
estrangeirismos muito comuns, que já faziam parte da língua
portuguesa.
e) Passou a simpatizar com o projeto, porque seriam proibidos
quaisquer estrangeirismos, já que nosso idioma oficial é a Língua
Portuguesa.
4. O autor revela sua opinião sobre quem usa expressões técnicas e
de origem estrangeira em demasia. Sobre isso, assinale a alternativa
incorreta:
a) Algumas pessoas se valem de termos em inglês e de termos
técnicos de forma exagerada, principalmente no ambiente
corporativo, para chamar a atenção e se sentirem superiores.
b) Quanto maior o uso de termos técnicos desnecessários, maior é a
necessidade de pedir um esclarecimento.
c) A forma como algumas pessoas se expressam mostram muito uma
certa carência.
d) Para se sentirem úteis, importantes, alguns começam a falar em
código para que possam traduzir para os leigos o seu conhecimento.
e) As pessoas que empregam excessivamente palavras estrangeiras
no ambiente de trabalho estão apenas praticando outros idiomas,
sobretudo o inglês.
5. A respeito do título do texto, marque a afirmação errada:
a) É um termo em inglês, que traduzido significa: “O quê?”.
b) Foi usado como interrogação.
c) Demonstra as dúvidas do leitor em relação às palavras estranhas
que aparecem no texto.
d) Demonstra o questionamento do autor em relação a um projeto
que considera bacana, mas inócuo.
e) Oferece uma pista ao leitor, pois assim ele pode deduzir que o
texto falará sobre estrangeirismos.
6. A única palavra que não é acentuada pelo mesmo motivo
de carência é:
a) topázio
b) água
c) troféu
d) paciência
e) inteligência
7. Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela
mesma regra de: código, já e  inócuo.
a) óculos, guaraná, Cláudio
b) lâmina, Cuiabá, aquário
c) biólogo, está, necessária
d) comprássemos, chá, língua
e) impaciência, sofá, dúvida
8. Marca o item em que necessariamente o vocábulo deve receber
acento gráfico:
a) da
b) uteis
c) alias
d) ate
e) dai
9. Pela Reforma Ortográfica, a palavra ideia, empregada no texto,
não possui mais acento por ser uma paroxítona com ditongo aberto. A
que outra palavra se aplica essa regra?
a) doi
b) ceu
c) assembleia
d) heroi
e) girassois
10. Assinala a alternativa incorreta:
a) Algumas letras estrangeiras que aparecem no texto não pertencem
ao alfabeto português.
b) Caso agregássemos o prefixo ante à palavra projeto, o vocábulo
seria escrito sem hífen.
c) até, inglês  e invés são acentuadas pela mesma regra.
d) “alguém que mora em Nova Iorque tem…” Nesse trecho, o sujeito
está no singular e, por isso, a forma verbal tem não recebe acento.
e) clássico recebe acento por se tratar de uma proparoxítona.
RESPOSTAS:
1. D
2. A
3. D
4. E
5. C
6. C
7. D
8. B
9. C
10. A
**********************

TEXTO 5:
O velho e o sítio
Encontrar aberta a cancela do sítio me perturba… Penso nos portões
dos condomínios, e por um instante aquela cancela escancarada é
mais impenetrável. Sinto que, ao cruzar a cancela, não estarei
entrando em algum lugar, mas saindo de todos os outros. Dali avisto
todo o vale e seus limites, mas ainda assim é como se o vale cercasse
o mundo e eu agora entrasse num lado de fora. Após a besta
hesitação, percebo que é esse mesmo o meu desejo. Piso o chão do
sítio e caio fora. Piso o chão do sítio, e para me garantir decido fechar
a cancela atrás de mim. Só que ela está agarrada ao chão, incrustada
e integrada ao barro seco. Quando deixei o sítio pela última vez, há
cinco anos, devo ter largado a cancela aberta e nunca mais ninguém
a veio fechar.
(…) o velho sentado no tamborete faz um grande esforço para erguer
a cabeça, e é o tempo que necessitava para reconhecer nosso antigo
caseiro. Deixou crescer os cabelos que, à parte as raízes brancas,
parecem ter mergulhado num balde de asfalto. A pele do seu rosto
resultou mais pálida e murcha do que já era, e ele me fita com um ar
interrogativo que não consigo interpretar; talvez se pergunte quem
sou eu. Penso em lhe dar um tapa nas costas e dizer “há quantos
anos, meu tio”, mas a intimidade soaria falsa. Meu pai entraria
soltando uma gargalhada na cara do velho, passaria a mão naquele
cabelo gorduroso, talvez chutasse o tamborete e dissesse “levanta
daí, sacana!”. Meu pai tinha talento para gritar com os empregados;
xingava, botava na rua, chamava de volta, despedia de novo, e no
seu enterro estavam todos lá. Eu, se disser “há quantos anos, meu
tio”, pode ser que o ofenda, porque é outro idioma.
Sem aviso, o velho dá um pulo de sapo e vai para o centro da
cozinha, apontando para mim. Usa o calção amarrado com barbante
abaixo da cintura, e suas pernas cinzentas ainda são musculosas, as
canelas finas; é como se ele fosse de uma raça mista, que não
envelhecesse por igual. Aproxima-se com molejo de jogador, mas
com o tórax cavado e os braços caídos, papeira, a boca de lábios
grossos aberta com três dentes, os olhos azuis já encharcados. E
abraça-me, beija-me, recua um passo, fica me olhando como um cego
olha, não nos olhos, mas em torno do meu rosto, como que
procurando minha aura. “Deus lhe abençoe, Deus lhe abençoe”, diz.
Depois pergunta “que é de Osbênio?, Que é de Clair?” e entendo que
ele esperava outra pessoa, algum parente, quem sabe.
Um cacho de bananas verdes no chão da cozinha lembra-me que
passei o dia a chá e bolacha. Na geladeira, que é um móvel
atarracado de abrir por cima, encontro um jarro d’água, uma panela
com arroz e uma tigela de goiaba em calda. Instalo-me com a tigela à
mesa, onde antigamente os empregados comiam. O velho adivinha
que pretendo passar uns tempos no sítio, e emociona-se novamente.
Cai sentado na cadeira ao lado, e seus olhos voltam a se encharcar,
desta vez com lágrimas azedas. Conta o velho que a mulher morreu
há dois anos, que ele mesmo está muito doente, que os filhos
sumiram no mundo. Tapa uma narina para assuar a outra, e conta
que com ele só restaram as crianças. Que os outros, os de fora, foram
chegando e dominando tudo, o celeiro, a casa de caseiro, a casa dos
hóspedes, e contrataram gente estranha, e derrubaram a estrebaria e
comeram os cavalos. E que os outros, os de fora, só estão esperando
ele morrer para tomar posse da casa, por isso que ele dorme ali na
despensa, e os netos espalhados na sala e pelos quartos. Conta que
os patrões nunca aparecem, mas, quando aparecerem, vão ter um
bom dum aborrecimento.

(BUARQUE, Chico. Estorvo. São Paulo: Companhia das Letras, 1991, p


24-27)
1. Qual das alternativas abaixo apresenta um objeto não escrito no
texto?
a) tigela          b) geladeira          c) panela            d) mesa            e)
fogão
2. Assinala a alternativa correta, que corresponde ao primeiro
parágrafo do texto:
a) A cancela que se encontra aberta, está agarrada no chão,
incrustada e integrada ao barro seco…
b) A cancela do sítio perturba o narrador, porque ela representa o
limite entre o que está dentro e o que está fora do mundo.
c) A cancela escancarada ficou assim por menos de cinco anos.
d) Cancela e portões de condomínio são similares, isto é, custam a
fechar.
e) A cancela aberta é impenetrável, conforme desejo expresso do
narrador.
3. Assinala a alternativa correta, que corresponde à descrição física
do velho:
a) Seus cabelos têm cor igual à cor dos olhos.
b) Suas pernas, que já foram musculosas, agora são finas.
c) O seu tórax é cavado, tem papeira, e a sua boca de lábios grossos
permitem ver três dentes.
d) Usa barbante para amarrar seus cabelos brancos.
e) A pele de seu rosto é morena, e os braços estão caídos.
4. Com relação ao vocabulário empregado no texto, assinala a
alternativa correta:
a) A palavra incrustada significa fragmentada.
b) O adjetivo atarracado equivale a encurvado.
c) O emprego da palavra velho tem sentido conotativo, figurado.
d) A expressão “pulo de sapo” equivale à expressão “pulo de gato”.
e) Na frase: “…por isso ele dorme ali na despensa“, o termo
destacado significa dependência da casa onde se guardam
mantimentos.
5. Com relação ao último parágrafo, assinala a alternativa que
demonstra a apreensão do antigo caseiro com o futuro do sítio:
a) “Na geladeira, que é um móvel atarracado de abrir por cima,
encontro um jarro d’água, uma panela com arroz e uma tigela de
goiaba em calda.”
b) “O velho adivinha que pretendo passar uns tempos no sítio…”
c) “Cai sentado na cadeira ao lado, e seus olhos voltam a se
encharcar, desta vez com lágrimas azedas.”
d) “…e conta que com ele só restaram as crianças.”
e) “Conta que os patrões nunca aparecem, mas, quando aparecerem,
vão ter um bom dum aborrecimento.”
RESPOSTAS:
1. E
2. B
3. C
4. E
5. E
INTERPRETAÇÕES VARIADAS –
8º ANO
29 de janeiro de 20165 comentários

Bilhete ao futuro
Affonso Romano de Sant’Anna
Bela ideia essa de Cristóvam Buarque, ex-reitor da Universidade de
Brasília e ex-ministro da Educação, de pedir às pessoas do nosso país
que escrevessem um “bilhete ao futuro”. O projeto teve a intenção de
recolher, no final dos anos 80, no século passado, uma série de
mensagens que seriam abertas em 2089, nas quais os brasileiros
expressariam suas esperanças e perplexidades diante do tumultuado
presente do fabuloso futuro.

Oportuníssima e fecunda ideia. Ela nos colocou de frente ao século


XXI, nos incitou a liquidar de vez o século XX e a sair da hipocondria
político-social. Pensar o futuro sempre será um exercício de vida. O
que projetar para amanhã? (…)
1) Os dois parágrafos acima fazem parte do texto cujo autor é
Affonso Sant’Anna. Esse tipo de produção textual é chamado de
crônica, porque:
a)   defende um tema.
b)   tenta ludibriar o leitor.
c)   faz o registro do dia-a-dia.
d)   conta uma história antiga.
e)   exalta as belezas do país amado. 
2) O acontecimento que originou esse texto está relacionado:
a)   à promoção do reitor da Universidade de Brasília.
b)   à realização do reitor como mestre da Universidade de Brasília.
c)   ao pedido feito pelo reitor da Universidade às pessoas de Brasília.
d)   à liquidação dos problemas do século XX.
e) ao pedido feito pelo ex-reitor da Universidade de Brasília aos
brasileiros. 
3) Segundo o cronista, o bilhete ao futuro:
a)   incitaria as pessoas a “sair da hipocondria político-social”.
b)   incitaria as pessoas à revolta social e política no presente e no
futuro.
c)   incitaria as pessoas a liquidarem de vez com as ideias do século
XX e do século XXI.
d)   incitaria as pessoas a escreverem mensagens de desilusão.
e)   incitaria as pessoas a se comunicarem por bilhetes, algo incomum
nos dias atuais. 
4) Segundo o cronista:
a) futuro jamais deverá ser pensado pelos hipocondríacos político-
sociais.
b) o amanhã é algo imprevisível; sempre haverá momentos
tumultuados.
c) o estímulo à fuga da hipocondria político-social seria a
oportunidade que a redação do bilhete oferece.
d) o povo não queria se comprometer com as políticas sociais da
década.
e) a população tinha muita dificuldade para redigir o bilhete do
futuro. 
5) A frase que exprime a conclusão do cronista sobre o significado de
escrever um bilhete ao futuro é:
a)   “O futuro e o presente só interessam ao passado.”
b)   “O passado é importante e, no futuro, seja o que Deus quiser.”
c)   “O presente é hoje e não é necessário preocupação com o
futuro.”
d)   “Pensar o futuro é um exercício de vida.”
e)   “O futuro, a gente deixa para pensar amanhã.” 
6) As mensagens que as pessoas enviariam ao futuro são
representadas, no texto, pelas palavras:
a)   belezas e possibilidades
b)   esperanças e perplexidades
c)   angústias e esperanças
d)   realizações e lembranças
e)   frustrações e melancolias 
7) O tratamento adequado para se referir ao reitor de uma
Universidade é:
a)   Ilustríssimo Senhor
b)   Vossa Magnificência
c)   Excelentíssimo Senhor
d)   Vossa Senhoria
e)   Vossa Excelência 
8) As duas vírgulas que aparecem na primeira frase foram
empregadas para expressar uma:
a)  explicação
b) contrariedade
c) adversidade
d) enumeração
e) oposição 
9) Um ser humano que sofra de hipocondria, segundo o texto, e
considerando o sentido conotativo, é assim conhecido por:
a)   apresentar obesidade descontrolada
b)   possuir seríssimos problemas de saúde
c)   ser extremamente romântico
d)   isolar-se socialmente
e)   ser dependente de medicamentos 
10) O pronome ela, destacado no texto, relaciona-se à palavra:
a)  mensagem
b)  hipocondria
c)   esperança
d)  intenção
e)  ideia
Respostas: 1- c, 2- e, 3- a, 4- c, 5- d, 6- b, 7- b, 8- a, 9- d, 10- e
Professor, que tal pedir aos alunos que escrevam bilhetes ao
futuro?
**************************
A etiqueta nas redes sociais
Ryana Gonçalves
Ultimamente, temos passado mais tempo no convívio social
cibernético do que no convívio social pessoal. Aqui adivinhamos
emoções, não há toque, não há olhares silenciosos cheios de
significados, não há presença, não há corpo. Há apenas o teclado, o
mouse, a tela, o curtir, o compartilhar, o tweetar, retweetar,
participar, excluir, bloquear, responder, perguntar.

Apesar de serem espaços sociais diferentes, igualmente vale a


etiqueta que aprendemos em casa antes de sair para o mundo.

Todos têm suas manias, receios, ideias, caráter, costumes e essa


coisa toda, mas todos devem ser, acima de tudo, RESPEITADOS.
Assim como tem aquele cara que nunca posta nada, existe a menina
que se expõe demais. Pra ela, pode não ser exagero, mas pros outros
sim. Vale o mesmo para caso inverso, existem pessoas sem noção de
ambos os sexos, ignorem as estatísticas. Não tem essa de mulher trai
menos, homem é mais cafajeste. Aqui é todo mundo igual. Junta a
quantidade de gente sem noção, de puritanos, de revolucionários,
revoltados, ignorantes e ignorados. Cada um tem algo a dizer,
sempre.

Na realidade, o chato começa quando um começa a reclamar de tal


coisa, daí aparece o fulano reclamando do que o sicrano tá
reclamando, e aí um monte de gente começa a reclamar dos dois que
estão reclamando, e uns começam a reclamar dos outros, e daí já
aparecem outros status reclamando… e eu estou reclamando dessa
gente que como eu só reclama e não faz nada.
Vamos trocar ideias? Porque reclamar não acrescenta em nada, só
desabafa e daqui a pouco o vazio do desabafo vira mais reclamação,
chateação e falta do que fazer.

Mas daí aparece um ser reclamando daquele que posta algo


produtivo, que reclama daquele que não posta algo produtivo, segue
reclamando, e assim por diante.

Ah, a etiqueta das redes sociais! Que coisa complicada de se


entender. Quanto mais a gente tenta colaborar, parece que mais
piora. Pedir perguntas no Ask não significa se expor totalmente,
compartilhar no Facebook não significa que concorda plena e
totalmente com o que está escrito (todos têm o direito de achar legal,
simplesmente), curtir não significa “dar em cima” e assim por diante.
Temos que entender que assim como temos nossas preferências
quanto à comida, e manias quanto as nossas coisas, também tem
pessoas com suas particularidades, e ter uma rede social não
significa mostrar sua intimidade para o mundo. Ninguém é obrigado a
nada.

E sabe o que é uma boa etiqueta, um comportamento muito refinado?


Educação. Sim, aprecia-se a boa educação, o respeito, a igualdade.
Isso faz falta. Assim como faz falta um bom diálogo frente-a-frente e
sair pra dar uma pedalada num dia de sol pra entorpecer o corpo de
vitamina D. Pense nisso!

Disponível em: http://thefirstimpressionsofme.blogspot.com.br/ 
1) O texto classifica-se em:
(   ) narrativo    (   ) argumentativo   (   ) informativo   (   ) descritivo

2) A autora usa a expressão de lugar “aqui” para fazer referência a


quê?
3) No primeiro parágrafo, separe os elementos e ações que são
distinguidas para cada ambiente social.
4) Por que a palavra “respeitados” foi escrita de forma diferente?
5) Qual é o problema apresentado no texto?
6) O que a autora propõe como forma de amenizar esse problema?
7) Apesar da argumentação se desenvolver acerca das redes sociais,
no fim do texto a autora revela sua opinião sobre a importância de
nos desprendermos do mundo virtual. O que ela sugere?
8) Elabore um comentário sobre o conteúdo. Lembre-se de que o
gênero textual comentário serve para expormos uma curta análise
de um determinado assunto, permitindo que manifestemos a nossa
opinião, concordando ou discordando.
9) Você já se sentiu incomodado ao ler algo desagradável nas redes
sociais? Ou já postou algo e depois se arrependeu?
10) Observe a charge. Escreva de que forma é possível relacioná-la
ao tema do texto.
Respostas:
1) (x) argumentativo
2) Ela se refere ao convívio social cibernético.
3) Ambiente social cibernético, virtual: “teclado, mouse, tela, o curtir,
o compartilhar, o tweetar, retweetar, participar, excluir, bloquear,
responder, perguntar.”
Ambiente social físico, real: “toque, olhares silenciosos cheios de
significados, presença, corpo.”
4) Para destacar o que a autora considera importante, mostrando a
relação entre esta palavra e o tema “etiqueta”, “educação”.
5) A falta de educação e de bom-senso por parte de algumas pessoas
na convivência pela Internet, sobretudo em sites de relacionamento.
6) Entender que todos têm suas diferenças, agir com educação e
respeito.
7) A autora sugere “um bom diálogo frente-a-frente, sair pra dar uma
pedalada num dia de sol pra entorpecer o corpo de vitamina D”, ou
seja, não ficar preso às redes sociais.
8) Resposta pessoal.
9) Resposta pessoal.
10) Resposta possível: A charge se relaciona com o texto à medida
que mostra o quanto algumas pessoas expõem sua vida nos sites de
relacionamento. Sem ponderar, exibem todo o tipo de conteúdo, que
é instantaneamente visualizado, compartilhado, podendo se estender
até aos desconhecidos.
**************************
Telegrama
Carlos Drummond de Andrade
Emoção na cidade.
Chegou telegrama para Chico Brito.
Que notícia ruim,
que morte ou pesadelo
avança para Chico Brito no papel dobrado?
Nunca ninguém recebe telegrama
que não seja de má sorte.
Para isso foi inventado.
Lá vem o estafeta com rosto de Parca
trazendo na mão a dor de Chico Brito.
Não sopra a ninguém.
Compete a Chico
descolar as dobras
de seu infortúnio.
Telegrama telegrama telegrama.
Em frente à casa de Chico Brito o voejar múrmure
de negras hipóteses confabuladas.
O estafeta bate à porta.
Aparece Chico, varado de sofrimento prévio.
Não lê imediatamente.
Carece de um copo de água
e de uma cadeira.
Pálido, crava os olhos nas letras mortais:

Queira aceitar efusivos cumprimentos passagem data natalícia


espero merecer valioso apoio distinto correligionário minha reeleição
deputado federal quinto distrito cordial abraço.
Atanágoras Falcão.
1) No verso “que morte ou pesadelo”, o que a palavra destacada
sugere?
2) O que é um estafeta?
3) Parca, de acordo com a mitologia, é uma das deusas que fiava,
dobrava e cortava o fio da vida. Sabendo disso, o que o eu-lírico quis
comunicar no verso “Lá vem o estafeta com rosto de Parca”?
4) Explica o significado das expressões: voejar múrmure, negras
hipóteses, sofrimento prévio e carece.
5) Explica a diferença entre dia natalício e dia natalino.
6) Há “emoção na cidade”. Por quê?
7) Quem estava confabulando em frente à casa de Chico Brito?
8) Que expressão o poeta usa na 1ª estrofe para se referir ao
telegrama?
9) O estafeta mantém sigilo. Que frase informa isso?
10) Na 4ª estrofe, ocorreu a repetição de uma mesma palavra. O que
o poeta quis sugerir?
11) No verso “O estafeta bate à porta”, há a repetição de uma
mesma consoante. Qual é? O que o poeta pretende com isso?
12) Quem era Atanágoras Falcão?
13) Qual era o objetivo da mensagem enviada no telegrama a Chico
Brito?
Respostas:
1) Algo ruim.
2) Carteiro.
3) O eu-lírico quis dar a entender que a notícia trazida pelo estafeta
poderia lhe causar a morte, pois uma mensagem trazida às pressas
geralmente não é boa.
4) Murmúrios e cochichos, suposições de algo ruim, sofrimento
antecipado, precisa.
5) Dia natalício se refere ao dia de nascimento e dia natalino, ao dia
de Natal.
6) Há emoção na cidade pela chegada de um telegrama com uma
notícia inusitada que desperta a curiosidade das pessoas.
7) Os vizinhos.
8) Usa a expressão “papel dobrado”.
9) O verso “Não sopra a ninguém”, 3ª estrofe.
10) A repetição mostra o anúncio entre as pessoas da vizinhança que
viram o estafeta chegar, alarmando umas às outras.
11) Além de dar sonoridade ao poema, ele destaca a letra T,
reforçando o título e o objeto que serviu de tema para o texto
(Telegrama).
12) Era o remetente do telegrama, um candidato a deputado federal.
13) Parabenizar Chico Brito pela passagem do aniversário e
aproveitar para fazer campanha política.
**************************

O açúcar
Ferreira Gullar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça,
água na pele,
flor que se dissolve na boca.
Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina
e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há
hospital nem escola,
homens que não sabem ler e morrem
aos vinte e sete anos
plantaram e colheram a cana
que viria a ser o açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura
produziram este açúcar branco e puro
com que adoço meu café esta manha em Ipanema.

1) Assinale os sinônimos do verbo dissolver no verso: “flor que se


dissolve na boca”:
( ) se desmancha
( ) se esparrama
( ) se acaba
( ) se dilui

2) Marque a alternativa em que a palavra amarga possui o mesmo


significado do texto:
( ) Aquela sobremesa estava amarga.
( ) Vivia de mau humor; era uma pessoa muito amarga.
( ) Passamos por uma fase muito amarga, mas agora estamos bem.

3) Marque a alternativa em que a palavra dura possui o mesmo


significado do texto:
( ) Realizamos uma dura tarefa.
( ) O móvel era feito de madeira muito dura.
( ) O seu jeito duro afasta as pessoas.

4) Reescreva a frase “homens de vida amarga e dura produziram este


açúcar”, substituindo as palavras destacadas por um sinônimo.

5) A que tipo de açúcar o eu-lírico está se referindo?


( ) ao açúcar mascavo
( ) ao açúcar refinado
( ) a qualquer tipo de açúcar

6) A que elementos o açúcar é comparado?

7) Descreva o retrospecto que é feito sobre o açúcar.

8) Na última estrofe, o que se opõe à doçura do açúcar?

9) Por que os homens que trabalham nas usinas fabricando o açúcar


têm a vida amarga?
10) Escreva com as suas palavras a mensagem que o poeta deseja
transmitir.

Respostas:
1) (x) se desmancha, (x) se dilui
2) (x) Passamos por uma fase muito amarga, mas agora estamos
bem.
3) (x) Realizamos uma dura tarefa.
4) “homens de vida difícil e árdua produziram este açúcar”
5) (x) ao açúcar refinado
6) É comparado ao beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve
na boca.
7) Mesa do consumidor – Mercearia – Usina – Canaviais.
8) A vida amarga dos homens que trabalham nos canaviais.
9) Porque vivem em lugares distantes, onde não há hospital nem
escola. Não sabem ler, morrem cedo.
10) Resposta pessoal.

INTERPRETAÇÕES VARIADAS –
7º ANO
29 de janeiro de 201610 comentários

TEXTO 1:
A Borboleta e o Casulo 
Quando a lagarta, tornada crisálida, concluiu praticamente a sua
transformação em lepidóptero, resta-lhe passar uma prova para se
tornar verdadeiramente borboleta. Tem de conseguir romper o casulo
no seio do qual se operou a transformação, a fim de se libertar dele e
iniciar o seu voo.

Se a lagarta teceu o seu casulo pouco a pouco, progressivamente, a


futura borboleta em compensação não pode libertar-se dele da
mesma forma, procedendo progressivamente. Desta vez tem de
congregar força suficiente nas asas para conseguir romper, de uma
assentada, a sua gola de seda.

É precisamente graças a esta última prova e à força que ela exige


que a borboleta acumule nas suas jovens asas, que esta desenvolve a
musculatura de que terá necessidade depois para voar.

Quem ignorar este dado importante e, imaginando ‘ajudar’ uma


borboleta a nascer, romper o casulo em seu lugar, assistirá ao
nascimento de um lepidóptero totalmente incapaz de voar. Esta não
terá conseguido utilizar a resistência da sua sedosa prisão para
construir a força de que teria necessidade para lançar-se
seguidamente no céu.

TEXTO 2:
A lição da borboleta
Um dia, uma pequena abertura apareceu num casulo e um homem
ficou observando o esforço da borboleta para fazer com que o seu
corpo passasse por ali e ganhasse a liberdade. Por um instante, ela
parou, parecendo que tinha perdido as forças para continuar. Então, o
homem decidiu ajudar e, com uma tesoura, cortou delicadamente o
casulo. A borboleta saiu facilmente. Mas, seu corpo era pequeno e
tinha as asas amassadas. O homem continuou a observar a borboleta
porque esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem
e ela saísse voando.
Nada disso aconteceu. A borboleta ficou ali rastejando, com o corpo
murcho e as asas encolhidas e nunca foi capaz de voar! O homem,
que em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendeu que o
casulo apertado e o esforço eram necessários para a borboleta vencer
essa barreira. Era o desafio da natureza para mantê-la viva. O seu
corpo se fortaleceria e ela estaria pronta para voar assim que se
libertasse do casulo.

Algumas vezes, o esforço é tudo o que precisamos na vida. Se Deus


nos permitisse passar pela vida sem obstáculos, não seríamos como
somos hoje. A força vem das dificuldades, a sabedoria, dos problemas
que temos que resolver. A prosperidade, do cérebro e músculos para
trabalhar. A coragem vem do perigo para superar e, às vezes, a gente
se pergunta: “não recebi nada do que pedi a Deus”. Mas, na verdade,
recebemos tudo o que precisamos. E nem percebemos.

1. Há relação entre os dois textos? Explique.


2. O texto 1 é um texto científico.    (  ) concordo           (  ) discordo
O que faz você afirmar e concordar com isso? Retire do texto os
argumentos que comprovam. Se discorda, apresente também os
argumentos retirados do texto.

3. O texto fala da transformação da borboleta. Cientificamente, como


se chama esse processo?
4. O autor utiliza-se do texto para orientar sobre o processo de
transformação. Qual é a grande lição que ele quer passar com o
texto?
5. Agora, vamos analisar o texto 2. Ele é uma crônica.  (  )
concordo       (  ) discordo
Por que o texto é uma crônica? Explique e justifique com argumentos
do próprio texto. Se discorda, faça o mesmo.

6. O que fez o homem decidir a ajudar a borboleta?


7. Qual era a grande expectativa do homem em relação à borboleta?
8. A expectativa aconteceu? Justifique.
9. O que faltou ao homem para que pudesse entender o processo?
10. Como no texto anterior, a grande lição está no último parágrafo.
Vamos revisá-lo:
A força vem………………..

A sabedoria vem………………..

A prosperidade vem………………..

A coragem vem…………………
Explique com tuas palavras a mensagem do texto.
Respostas: 
1- Sim. Os dois textos falam sobre o processo de transformação da
lagarta em borboleta.
2- (x) concordo 
Concorda-se pelo fato de o texto trazer informações sobre um
assunto da biologia. Comprova-se isto pelos elementos próprios desta
área: uso da linguagem científica (lepidóptero), explicação do
processo de metamorfose e pela mensagem de alerta para
preservação de uma espécie.
3- Metamorfose.
4- Não podemos interferir na metamorfose.
5- (x) concordo
O texto é uma crônica porque narra um fato do cotidiano, possível na
realidade, ou seja, um homem observando um inseto e interferindo
em suas ações. O texto é curto, com linguagem simples. Neste caso,
trata-se de uma crônica reflexiva, aquela que tem a intenção de
contar a história levando o leitor a refletir, conforme vemos no último
parágrafo.
6- Decidiu ajudar porque parecia que a borboleta havia perdido as
forças para continuar sozinha
7- O homem tinha a grande expectativa de que a borboleta voasse.
8- Não. A borboleta ficou rastejando, deformada, totalmente incapaz
de voar.
9- Faltou paciência, pois ele poderia ter esperado mais; sabedoria,
conhecimentos científicos, informação…
10- A força vem dos obstáculos que enfrentamos.
A sabedoria vem dos problemas que resolvemos.
A prosperidade vem do cérebro e músculos para trabalhar.
A coragem vem do perigo para superar.
O texto pretende mostrar que devemos enfrentar as dificuldades para
nos tornarmos mais fortes, sem fugir ou buscar atalhos. Todo desafio
é necessário para nosso crescimento e ajuda a nos transformar em
pessoas melhores.
*******************************

O nariz
Luis Fernando Verissimo
Era um dentista respeitadíssimo. Com seus quarenta e poucos anos,
uma filha quase na faculdade. Um homem sério, sóbrio, sem opiniões
surpreendentes, mas de uma sólida reputação como profissional e
cidadão. Um dia, apareceu em casa com um nariz postiço. Passado o
susto, a mulher e a filha sorriram com fingida tolerância. Era um
daqueles narizes de borracha com óculos de aros pretos,
sobrancelhas e bigodes. Sentou-se à mesa de almoço – sempre
almoçava em casa – com a retidão costumeira, quieto e algo
distraído. Mas com um nariz postiço.
– O que é isso? – perguntou a mulher, sorrindo menos.
– Isto o quê?
– Esse nariz.
– Ah, vi numa vitrina, entrei e comprei.
– Logo você, papai…
Depois do almoço ele foi recostar-se no sofá da sala como fazia todos
os dias. A mulher impacientou-se.
– Tire esse negócio.
– Por quê?
– Brincadeira tem hora.
– Mas isto não é brincadeira.
Sesteou com o nariz de borracha para o alto. Depois de meia hora,
levantou-se e dirigiu-se para a porta. A mulher interpelou:
– Aonde é que você vai?
– Como, aonde é que eu vou? Vou voltar para o consultório.
– Mas com esse nariz?
– Eu não compreendo você – disse ele, olhando-a com censura
através dos aros sem lentes. – Se fosse uma gravata nova, você não
diria nada. Só porque é um nariz…
– Pense nos vizinhos, pense nos clientes.
Os clientes, realmente, não compreenderam o nariz de borracha.
Deram risada, fizeram perguntas, mas terminaram a consulta
intrigados e saíram do consultório com dúvidas.
– Ele enlouqueceu?
– Não sei – respondia a recepcionista, que trabalhava com ele há 15
anos. – Nunca vi ele assim.
Naquela noite, ele tomou seu banho, como fazia sempre antes de
dormir. Depois vestiu o pijama e o nariz postiço e foi deitar.
– Você vai usar este nariz na cama? – perguntou a mulher.
– Vou. Aliás, não vou mais tirar esse nariz.
– Mas, por quê?
– Por que não?
Dormiu logo. A mulher passou a metade da noite olhando para o nariz
de borracha. De madrugada começou a chorar baixinho. Ele
enlouquecera. Era isto. Tudo estava acabado. Uma carreira brilhante,
uma reputação, um nome, uma família perfeita, tudo trocado por um
nariz postiço.
– Papai…
– Sim, minha filha.
– Podemos conversar?
– Claro.
– É sobre esse seu nariz…
– O meu nariz, outra vez? Mas vocês só pensam nisso?
– Papai, como é que nós não vamos pensar? De uma hora para outra,
um homem como você resolve andar de nariz postiço e não quer que
ninguém note?
– O nariz é meu e vou continuar a usar.
– Mas por que, papai? Você não se dá conta de que se transformou no
palhaço do prédio? Eu não posso mais encarar os vizinhos, de
vergonha. A mamãe não tem mais vida social.
– Não tem porque não quer…
– Como é que ela vai sair na rua com um homem de nariz postiço?
– Mas não sou “um homem”. Sou eu. O marido dela. O seu pai.
Continuo o mesmo homem. Um nariz de borracha não faz nenhuma
diferença.
– Se não faz nenhuma diferença, então por que usar?
– Mas, mas…
– Minha filha…
– Chega! Não quero mais conversar. Você não é mais meu pai.
A mulher e a filha saíram de casa. Ele perdeu todos os clientes. A
recepcionista pediu demissão, pois não sabia o que esperar de um
homem que usava nariz postiço. Evitava aproximar-se dele. Seu
pedido de demissão foi mandado pelo correio. Os amigos mais
chegados, numa última tentativa de salvar sua reputação, o
convenceram a consultar um psiquiatra.
– Você vai concordar – disse o psiquiatra depois de concluir que não
havia nada de errado com ele – que seu comportamento é um pouco
estranho…
– Estranho é o comportamento dos outros! – disse ele. – Eu continuo o
mesmo. Noventa e dois por cento do meu corpo continua o que era
antes. Não mudei a maneira de vestir, nem de pensar, nem de me
comportar. Continuo sendo um ótimo dentista, um bom marido, dom
pai, contribuinte, sócio do Fluminense, tudo como antes. Mas as
pessoas me repudiam todo o resto por casa deste nariz. Um simples
nariz de borracha. Quer dizer que eu não sou eu, eu sou o meu nariz?
– É… – disse o psiquiatra. – talvez você tenha razão…
O que é que você acha, leitor? Ele tem razão? Seja como for, não se
entregou. Continua a usar nariz postiço. Porque agora não á mais
uma questão de nariz. Agora é uma questão de princípios.

1) O texto tem características que fazem parte de qual gênero


narrativo?
2) O texto discute vários aspectos da vida social moderna; contudo,
um deles se destaca. Das palavras seguintes, qual traduz o assunto
central do texto?
a) a moda         b) o comportamento         c) o casamento         d)
beleza

Por quê?
3) A partir de que momento o comportamento bem-humorado da
mãe e da filha começa a se modificar?
4) “Uma carreira brilhante, uma reputação, um nome, uma família
perfeita”. Esse fragmento demonstra os sentimentos e desejos do
dentista como pessoa ou o papel social exercido pelo dentista?
Justifique.
5) De acordo com o texto, o que é mais importante para a sociedade:
o que o indivíduo realmente é ou o que ele parece ser?
6) Escreva sobre como as pessoas reagiram quando o dentista
insistiu em usar o nariz.
7) De modo geral, tal qual ocorreu no caso do dentista, pode-se dizer
que a sociedade reserva um único destino a todos aqueles que ousam
ser diferentes. Qual é esse destino?
8) Que argumentos contrários o dentista apresenta diante da opinião
do psiquiatra sobre seu comportamento?
9) No final da crônica, o narrador afirma que o dentista continua a
usar o nariz: “Porque agora não é mais uma questão de nariz. Agora é
uma questão de princípios”. Qual a diferença entre uma questão de
nariz e uma questão de princípios?
10) Responda ao questionamento feito pelo narrador no último
parágrafo.
Respostas: 
1- Crônica.
2- b
Porque retrata o modo de agir das pessoas diante de determinadas
situações. 
3- Quando o dentista senta-se à mesa usando o nariz postiço.
4- Mostra somente o papel social exercido por ele, ou seja, a imagem
que a sociedade designa como sendo correta e esperada: sucesso
profissional, status, família…   
5- O que ele parece ser; a aparência.
6- A mulher e a filha saíram de casa; os clientes não o procuraram
mais; a recepcionista pediu demissão e os amigos mais chegados
convenceram-no a consultar um psiquiatra. 
7- A exclusão, o isolamento. 
8- Argumenta dizendo que ele continua sendo o mesmo, os outros é
que mudaram. Cita exemplos e, por fim, questiona “Quer dizer que eu
não sou eu, eu sou o meu nariz?”.
9- Questão de nariz significa questão de brincadeira; questão de
princípios significa questão de caráter. Quer dizer que usar o nariz
postiço deixou de ser algo sem importância, algo feito num impulso
momentâneo, para se tornar uma determinação.
10- Resposta pessoal.    
INTERPRETAÇÕES DE TEXTOS
VARIADOS – 6º ANO
29 de janeiro de 201634 comentários

O dono da bola

Ruth Rocha
O nosso time estava cheio de amigos. O que nós não tínhamos era a
bola de futebol. Só bola de meia, mas não é a mesma coisa.
Bom mesmo é bola de couro, como a do Caloca.
Mas, toda vez que nós íamos jogar com Caloca, acontecia a mesma
coisa. E era só o juiz marcar qualquer falta do Caloca que ele gritava
logo:
– Assim eu não jogo mais! Dá aqui a minha bola!
– Ah, Caloca, não vá embora, tenha espírito esportivo, jogo é jogo…
– Espírito esportivo, nada! – berrava Caloca. – E não me chame de
Caloca, meu nome é Carlos Alberto!
E assim, Carlos Alberto acabava com tudo que era jogo.
A coisa começou a complicar mesmo, quando resolvemos entrar no
campeonato do nosso bairro. Nós precisávamos treinar com bola de
verdade para não estranhar na hora do jogo.
Mas os treinos nunca chegavam ao fim. Carlos Alberto estava sempre
procurando encrenca:
– Se o Beto jogar de centroavante, eu não jogo!
– Se eu não for o capitão do time, vou embora!
– Se o treino for muito cedo, eu não trago a bola!
E quando não se fazia o que ele queria, já sabe, levava a bola embora
e adeus, treino.
Catapimba, que era o secretário do clube, resolveu fazer uma
reunião:
– Esta reunião é para resolver o caso do Carlos Alberto. Cada vez que
ele se zanga, carrega a bola e acaba com o treino.
Carlos Alberto pulou, vermelhinho de raiva:
– A bola é minha, eu carrego quantas vezes eu quiser!
– Pois é isso mesmo! – disse o Beto, zangado. – É por isso que nós não
vamos ganhar campeonato nenhum!
– Pois, azar de vocês, eu não jogo mais nessa droga de time, que nem
bola tem.
E Caloca saiu pisando duro, com a bola debaixo do braço.
Aí, Carlos Alberto resolveu jogar bola sozinho. Nós passávamos pela
casa dele e víamos. Ele batia bola com a parede. Acho que a parede
era o único amigo que ele tinha. Mas eu acho que jogar com a parede
não deve ser muito divertido.
Porque, depois de três dias, o Carlos Alberto não aguentou mais.
Apareceu lá no campinho.
– Se vocês me deixarem jogar, eu empresto a minha bola.
Carlos Alberto estava outro. Jogava direitinho e não criava caso com
ninguém.
E, quando nós ganhamos o jogo final do campeonato, todo mundo se
abraçou gritando:
– Viva o Estrela-d’Alva Futebol Clube!
– Viva!
– Viva o Catapimba!
– Viva!
– Viva o Carlos Alberto!
– Viva!
Então o Carlos Alberto gritou:
– Ei, pessoal, não me chamem de Carlos Alberto! Podem me chamar
de Caloca!

1) Quem é o protagonista, isto é, o personagem principal da história?


2) Quem narra a história participa dela ou não?
3) Carlos Alberto costumava fazer chantagem e impor condições para
emprestar sua bola de couro. Comprove a afirmação com uma frase
retirada do texto.
4) Qual era a finalidade da reunião que Catapimba, o secretário do
time, resolveu fazer?
5) Qual era o nome do time?
6) Ao final, o time saiu campeão. Se Carlos Alberto tivesse continuado
com o mesmo comportamento de antes, tu achas que o time sairia
vitorioso? Justifique sua resposta.
7) Relacione as ações às reações dos personagens:
(1) O juiz marca falta.
(2) Catapimba fez uma reunião para resolver o problema.
(3) Caloca se arrepende e pede para voltar ao time.
(4) O time conquista a vitória no campeonato.
(  ) Caloca retira-se do time, isolando-se dos colegas.
(  ) Todos se abraçam e gritam “viva”.
(  ) Caloca grita: “Assim eu não jogo mais! Dá aqui a minha bola!”
(  ) Os colegas recebem Caloca de volta ao time.
8) Carlos Alberto apresenta características diferentes no decorrer dos
três momentos da narrativa. Faça a devida associação:
(1) 1° momento
(2) 2° momento
(3) 3° momento
(  ) solitário
(  ) briguento
(  ) cooperativo
(  ) egoísta
(  ) zangado
(  ) arrependido
(  ) chantagista
(  ) amigável
(  ) encrenqueiro
– Agora, leia este segundo texto:

Futebol na raça
Criado na Inglaterra em 1863, ele desembarcou no Brasil 31 anos
depois, na forma de uma bola trazida debaixo do braço pelo
estudante paulista Charles Miller. Chegou elitista, racista e
excludente. Quando se organizaram os primeiros campeonatos, lá
pelo começo do século, era esporte de branco, rico, praticado em
clubes fechados ou colégios seletos. Negros e pobres estavam
simplesmente proibidos de chegar perto dos gramados, mas mesmo à
distância, perceberam o jogo e deles se agradaram.
Estava ali uma brincadeira feita sob medida para pobre. Não exige
equipamento especial além de um objeto qualquer que possa ser
chutado como se fosse bola. Pode ser praticado na rua, no pátio da
escola, no fundo do quintal. O número e o tipo de jogador dependem
apenas de combinação entre as partes. Jogam o forte e o fraco, o
baixinho e o altão, o gordo e o magro. (…)
Maurício Cardoso. Revista Veja.
9) Compare esse texto com O dono da bola e assinale as alternativas
corretas:
(  ) Os dois textos tratam do mesmo assunto.
(  ) O dono da bola é um texto informativo que traz dados sobre o
futebol.
(  ) Futebol na raça é um texto informativo e O dono da bola é a
narração de uma história.
(  ) A frase “O futebol chegou elitista, racista e excludente” não
combina com o futebol de rua onde todos podem jogar.
10) Faça uma relação das palavras-chaves empregadas nos dois
textos, ou seja, das expressões mais diretamente ligadas ao futebol.
(No mínimo 10!)
Respostas:
1- Carlos Alberto (Caloca).
2- Participa. (Verifica-se em “Nós passávamos pela casa dele…/E,
quando nós ganhamos o jogo final do campeonato…”)
3- “– Se o Beto jogar de centroavante, eu não jogo!”
4- A reunião era para resolver o caso de Carlos Alberto, que só criava
confusão.
5- Estrela-d’Alva Futebol Clube.
6- Resposta pessoal.
7- 2,4,1,3
8- 2, 1, 3, 1, 1, 3, 1, 3, 1
9- Apenas a 2ª opção não deve ser marcada, pois está incorreta.
10- Bola, time, juiz, falta, campeonato, centroavante, capitão, treino,
clube, jogo…
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O homem e a galinha
Ruth Rocha
Era uma vez um homem que tinha uma galinha. Era uma galinha
como as outras.
Um dia a galinha botou um ovo de ouro. O homem ficou contente.
Chamou a mulher:
– Olha o ovo que a galinha botou.
A mulher ficou contente:
– Vamos ficar ricos!
E a mulher começou a tratar bem da galinha.
Todos os dias a mulher dava mingau para a galinha. Dava pão-de-ló,
dava até sorvete. E a galinha todos os dias botava um ovo de ouro.
Vai que o marido disse:
– Pra que este luxo todo com a galinha? Nunca vi galinha comer pão-

de-ló… Muito menos sorvete!


Vai que a mulher falou:
– É, mas esta é diferente. Ela bota ovos de ouro!
O marido não quis conversa:
– Acaba com isso, mulher. Galinha come é farelo.
Aí a mulher disse:
– E se ela não botar mais ovos de ouro?
– Bota sim! – o marido respondeu.
A mulher todos os dias dava farelo à galinha. E a galinha botava um
ovo de ouro.
Vai que o marido disse:
– Farelo está muito caro, mulher, um dinheirão! A galinha pode muito
bem comer milho.
– E se ela não botar mais ovos de ouro?
– Bota sim. – respondeu o marido.
Aí a mulher começou a dar milho pra galinha. E todos os dias a
galinha botava um ovo de ouro.
Vai que o marido disse:
– Pra que este luxo de dar milho pra galinha? Ela que cate o de-comer
no quintal!
– E se ela não botar mais ovos de ouro?
– Bota sim – o marido falou.
Aí a mulher soltou a galinha no quintal. Ela catava sozinha a comida
dela. Todos os dias a galinha botava um ovo de ouro.
Um dia a galinha encontrou o portão aberto.
Foi embora e não voltou mais.
Dizem, eu não sei, que ela agora está numa boa casa onde tratam
dela a pão-de-ló.

01 – O texto recebe o título de O homem e a galinha, por quê?


a) Porque eles são os personagens principais da história narrada.
b) Porque eles representam, respectivamente, o bem e o mal na
história.
c) Porque são os narradores da história.
d) Porque ambos são personagens famosos de outras histórias.
e) Porque representam a oposição homem x animal.
02 – O marido não queria tratar a galinha de forma especial para:
a) economizar dinheiro.
b) ganhar fama.
c) não acostumá-la mal.
d) não chamar atenção.
e) ser diferente.
03 – Na passagem “onde tratam dela a pão-de-ló”, a expressão
destacada significa:
a) desprezada.
b) infeliz.
c) humilhada.
d) bem tratada.
e) maltratada.
04 – A mulher tratava bem a galinha porque ela era:
a) comum.
b) diferente.
c) pequena.
d) velha.
e) grande.
05 – Qual das características a seguir pode ser atribuída à galinha?
a) avareza
b) conformismo
c) ingratidão
d) revolta
e) hipocrisia
06 – A galinha foi embora para:
a) procurar outras galinhas.
b) mudar de galinheiro.
c) procurar boa comida.
d) fugir dos maus tratos.
e) para mudar de ambiente.
07 – Antes de dizer que a galinha deveria catar “o de-comer no
quintal”, o que o marido mandou a mulher dar para a galinha?
a) Farelo
b) Pão-de-ló
c) Sorvete
d) Ovos
e) Milho
08 – Qual das alternativas a seguir não é correta em relação ao
homem da fábula?
a) É um personagem preocupado com o corte de gastos.
b) Mostra ingratidão em relação à galinha.
c) Demonstra não ouvir as opiniões dos outros.
d) Identifica-se como autoritário em relação à mulher.
e) Revela sua maldade nos maus-tratos em relação à galinha.
09 – Era uma vez um homem que tinha uma galinha. De que outro
modo poderia ser dita a frase destacada?
a) Era uma vez uma galinha, que vivia com um homem.
b) Era uma vez um homem criador de galinhas.
c) Era uma vez um proprietário de uma galinha.
d) Era uma vez uma galinha que tinha uma propriedade.
e) Certa vez um homem criava uma galinha.
10 – Era uma vez é uma expressão que indica tempo:
a) bem localizado
b) determinado
c) preciso
d) indefinido
e) bem antigo
11- A segunda frase do texto diz ao leitor que a galinha era uma
galinha como as outras. Qual o significado dessa frase?
a) A frase tenta enganar o leitor, dizendo algo que não é verdadeiro.
b) A frase mostra que era normal que as galinhas botassem ovos de
ouro.
c) A frase indica que ela ainda não havia colocado ovos de ouro.
d) A frase mostra que essa história é de conteúdo fantástico.
e) A frase demonstra que o narrador nada conhecia de galinha.
12 – O que faz a galinha ser diferente das demais?
a) Botar ovos todos os dias independentemente do que comia.
b) Oferecer diariamente ovos a seu patrão avarento.
c) Pôr ovos de ouro antes da época própria.
d) Botar ovos de ouro a partir de um dia determinado.
e) Ser bondosa, apesar de sofrer injustiças.
13 – O homem ficou contente. O conteúdo dessa frase indica um (a):
a) causa
b) tempo
c) explicação
d) consequência
e) comparação
14 – A presença de travessões no texto indica:
a) a admiração da mulher
b) a surpresa do homem
c) a fala dos personagens
d) a autoridade do homem
e) a fala do narrador da história
15 – Que elementos demonstram que a galinha passou a receber um
bom tratamento, após botar o primeiro ovo de ouro?
a) pão-de-ló / mingau / sorvete
b) milho / farelo / sorvete
c) mingau / sorvete / milho
d) sorvete / farelo / pão-de-ló
e) farelo / mingau / sorvete
16 – Dizem, eu não sei… Quem é o responsável por essas palavras?
a) o homem
b) a galinha
c) o narrador
d) a mulher
e) o ovo
Respostas:
1-a, 2-a, 3-d, 4-b, 5-b, 6-c, 7-e, 8-e, 9-c, 10-d, 11-c, 12-d, 13-a, 14-c,
15-a, 16-c
 
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A cigarra e a formiga
La Fontaine

A cigarra, sem pensar


em guardar
a cantar passou o verão.
Eis que chega o inverno, e então,
sem provisão na despensa,
como saída, ela pensa
em recorrer a uma amiga:
sua vizinha, a formiga,
pedindo a ela, emprestado,
algum grão, qualquer bocado
até o bom tempo voltar.
– Antes de agosto chegar,
pode estar certa a Senhora:
pago com juros, sem mora.
Obsequiosa, certamente
a formiga não seria.
– Que fizeste até outro dia?
perguntou à imprevidente.
– Eu cantava, sim Senhora,
noite e dia sem tristeza.
– Tu cantavas? Que beleza!
Muito bem: pois dança, agora…

01 – De acordo com o texto, por que a cigarra não possuía provisão
na despensa?
a) Porque passou o verão comendo.
b) Porque passou o verão cantando.
c) Porque se esqueceu de guardar.
d) Porque tudo estragou durante o verão.
02 – Qual a solução encontrada pela cigarra para resolver seu
problema?
a) Saiu em busca de trabalho.
b) Mendigou pelos arredores.
c) Pediu ajuda a alguém próximo à ela.
d) Aproveitou para fazer uma dieta.
03 – Observe o contexto em que as seguintes palavras estão e
assinale a opção em que o significado não corresponde à palavra
retirada do texto:
a) provisão: mantimentos
b) obsequiosa: que presta favores
c) imprevidente: precavida, cautelosa
d) sem mora: sem demora
04 – As fábulas têm o propósito de passar ensinamentos. A partir do
ponto de vista da formiga, qual ditado popular melhor representaria a
moral dessa fábula?
a) Primeiro o dever, depois o prazer.
b) Nem tudo que reluz é ouro.
c) Quem sai na chuva é pra se molhar.
d) Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
05 – Observando a situação da cigarra, que ditado popular melhor
representaria o ensinamento da fábula?
a) Nunca troque o certo pelo duvidoso.
b) Casa de ferreiro; espeto de pau.
c) Pobre de quem pede ajuda a quem só sabe fazer o mal.
d) Filho de peixe, peixinho é.
06 – Chamamos de ironia o modo de expressão que consiste em dizer
o contrário do que realmente se pensa, com a intenção de
ridicularizar. Assim, em qual dos trechos podemos perceber que a
personagem utilizou a ironia em sua fala?
a) “Antes de agosto chegar […] pago com juros…”
b) “Eu cantava, sim Senhora, noite e dia…”
c) “Que fizeste até outro dia?”
d) “Tu cantavas? Que beleza!”
07 – Dependendo do contexto em que as palavras se encontram, elas
podem assumir outros significados. Em qual frase a palavra dança foi
utilizada com o mesmo sentido do texto?
a) Mariana aprendeu uma nova dança.
b) Se não estudar, você dança na prova.
c) Ele dança sem vontade.
d) Faltam dois minutos para a apresentação do grupo de dança.
08 – Pelo que lemos na fábula, qual a qualidade poderia ser atribuída
à formiga?
a) mesquinha
b) generosa
c) solidária
d) impaciente
Respostas:  1-b, 2-c, 3-c, 4-a, 5-c, 6-d, 7-b, 8-a
 

DICA: Veja aqui uma super aula envolvendo o gênero  fábula:


https://portuguesetri.wordpress.com/2016/01/27/confabulando-
sugestao-de-atividades-com-o-genero-fabula-6o-ano/
 

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A velha contrabandista
Stanislaw Ponte Preta

Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela
passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco
atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho –
começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da
Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal
perguntou assim pra ela:

– Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse
saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?

A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os


outros, que ela adquirira no odontólogo e respondeu:

– É areia!

Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e
mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A
velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito
encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na
lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.

Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um


dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco.
No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o
fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no
saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era
mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e,
todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.

Diz que foi aí que o fiscal se chateou:

– Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço.


Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da
cabeça que a senhora é contrabandista.

– Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a


lambreta, quando o fiscal propôs:

– Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte,


não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me
dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui
todos os dias?

– O senhor promete que não “espaia” ? – quis saber a velhinha.

– Juro – respondeu o fiscal.

– É lambreta.
 
1) O que a velhinha carregava dentro do saco, para despistar o
guarda?
2) O que o autor quis dizer com a expressão “tudo malandro velho”?
3) Leia novamente o 4º parágrafo do texto e responda: Quando o
narrador citou os dentes que “ela adquirira no odontólogo”, a que tipo
de dentes ele se referia?
4) Explique com suas palavras qual foi o truque da velhinha para
enganar o fiscal.
5) Quando a velhinha decidiu contar a verdade?
6) Qual é a grande surpresa da história?
7) Organize corretamente as frases abaixo, observando a ordem dos
acontecimentos.
(   ) O fiscal verificou que só havia areia dentro do saco.
(   ) O pessoal da alfândega começou a desconfiar da velhinha.
(   ) Diante da promessa do fiscal, ela lhe contou a verdade: era
contrabando de lambretas.
(   ) Todo dia, a velhinha passava pela fronteira montada numa
lambreta, com um saco no bagageiro.
(   ) Mas, desconfiado, o fiscal passou a revistar a velhinha todos os
dias.
(   ) Durante um mês, o fiscal interceptou a velhinha e, todas as
vezes, o que ela levava no saco era areia.
(   ) Então, ele prometeu que não contaria nada a ninguém, mas pediu
à velhinha que lhe dissesse qual era o contrabando que fazia.

Respostas:
1- Carregava areia.
2- Quis dizer que os fiscais eram experientes.
3- Estava se referindo aos dentes postiços, artificiais.
4- Resposta esperada: Carregava sacos de areia na garupa para
distrair a atenção dos guardas sobre o verdadeiro contrabando.
5- Quando o guarda lhe jurou que não contaria a verdade a ninguém.
6- O final, quando a velhinha revela que contrabandeava lambretas.
7- 3, 2, 7, 1, 4, 5, 6
******************************

O homem que espalhou o deserto


Ignácio de Loyola Brandão
Quando menino, costumava apanhar a tesoura da mãe e ia para o
quintal, cortando folhas das árvores. Havia mangueiras, abacateiros,
ameixeiras, pessegueiros e até mesmo jabuticabeiras. Um quintal
enorme, que parecia uma chácara e onde o menino passava o dia
cortando folhas. A mãe gostava, assim ele não ia para a rua, não
andava em más companhias. E sempre que o menino apanhava o seu
caminhão de madeira (naquele tempo, ainda não havia os caminhões
de plástico, felizmente) e cruzava o portão, a mãe corria com a
tesoura: tome, filhinho, venha brincar com as suas folhas. Ele voltava
e cortava. As árvores levavam vantagem, porque eram imensas e o
menino pequeno. O seu trabalho rendia pouco, apesar do dia-a-dia,
constante, de manhã à noite.

Mas o menino cresceu, ganhou tesouras maiores. Parecia


determinado, à medida que o tempo passava, a acabar com as folhas
todas. Dominado por uma estranha impulsão, ele não queria ir à
escola, não queria ir ao cinema, não tinha namoradas ou amigos.
Apenas tesouras, das mais diversas qualidades e tipos. Dormia com
elas no quarto. (…)

Só que, agora, ele era maior e as árvores começaram a perder. Ele


demorou apenas uma semana para limpar a jabuticabeira. Quinze
dias para a mangueira menor e vinte e cinco para a maior. Quarenta
dias para o abacateiro que era imenso, tinha mais de cinquenta anos.
E seis meses depois, quando concluiu, já a jabuticabeira tinha novas
folhas e ele precisou recomeçar.

Certa noite, regressando do quintal agora silencioso, porque o


desbastamento das árvores tinha afugentado pássaros e destruído
ninhos, ele concluiu que de nada adiantaria podar as folhas. Elas se
recomporiam sempre. É uma capacidade da natureza, morrer e
reviver. Como o seu cérebro era diminuto, ele demorou meses para
encontrar a solução: um machado.
Numa terça-feira, bem cedo, que não era de perder tempo, começou
a derrubada do abacateiro. Levou dez dias, porque não estava
habituado a manejar machados, as mãos calejaram, sangraram.
Adquirida a prática, limpou o quintal e descansou aliviado.

Mas insatisfeito, porque agora passava os dias a olhar aquela


desolação, ele saiu de machado em punho, para os arredores da
cidade. Onde encontrava árvore, capões, matos atacava, limpava,
deixava os montes de lenhas arrumadinhos para quem quisesse se
servir. Os donos dos terrenos não se importavam, estavam em vias
de vendê-los para fábricas ou imobiliárias e precisavam de tudo limpo
mesmo.

E o homem do machado descobriu que podia ganhar a vida com o seu


instrumento. Onde quer que precisassem derrubar árvores, ele era
chamado. Não parava. Contratou uma secretária para organizar uma
agenda. Depois, auxiliares. Montou uma companhia, construiu
edifícios para guardar machados, abrigar seus operários
devastadores. Importou tratores e máquinas especializadas do
estrangeiro. Mandou assistentes fazerem cursos nos Estados Unidos e
Europa. Eles voltaram peritos de primeira linha. E trabalhavam,
derrubavam. Foram do sul ao norte, não deixando nada em pé. Onde
quer que houvesse uma folha verde, lá estava uma tesoura, um
machado, um aparelho eletrônico para arrasar.

E enquanto ele ficava milionário, o país se transformava num deserto,


terra calcinada. E então, o governo, para remediar, mandou buscar
em Israel técnicos especializados em tornar férteis as terras do
deserto. E os homens mandaram plantar árvores. E enquanto as
árvores eram plantadas, o homem do machado ensinava ao filho a
sua profissão. 
 
PARTE 1 – Interpretação
1) Este texto se classifica em: (   ) narrativo         (   ) informativo  
(   ) poético
2) O narrador participa da história:   (   ) sim               (   ) não
3) Quantos parágrafos há no texto?    (   ) 10             (   ) 8                
(   ) 9
4) Reescreve as frases, substituindo as palavras ou expressões
destacadas pelos sinônimos do quadro:

a) O desbastamento das árvores tinha afugentado os pássaros.

b) O seu cérebro era diminuto.


c) Chegaram máquinas do estrangeiro.

d) Eles voltaram peritos de primeira linha.

e) Costumava apanhar a tesoura da mãe e ia para o quintal.

5) Escreve uma frase empregando o verbo apanhar em sentido


diferente do que foi usado no texto.
6) Assinala as características do personagem principal:
(   ) compulsivo
(   ) amigo do meio ambiente
(   ) de inteligência diminuta
(   ) alegre
(   ) obsessivo
(   ) destruidor
7) Responde:
a) O narrador diz que “naquele tempo, ainda não havia os caminhões
de plástico, felizmente”. O que ele quis dar a entender com a
palavra felizmente?
b) O narrador afirma que o cérebro do personagem era diminuto e
que ele demorou a encontrar uma solução. Que relação o autor
pretende estabelecer entre a destruição da natureza e a inteligência?

c) Descreve o quintal antes e depois da ação do garoto, mostrando o


contraste.

d) Tu gostaste do texto? Por quê?

e) Releia o trecho que mostra como a mãe se comportava em relação


às atitudes do filho. Na tua opinião, que influência teve a mãe na
educação do menino?

f) Que ensinamentos podemos tirar da leitura deste texto?

g) Existe relação entre o texto e a realidade em que vivemos?


Explica.

8) Observa a seguinte frase: “As árvores eram imensas, e o menino


pequeno.”
a) Que palavras indicam contraste, isto é, têm sentido oposto?
b) Agora, escreve palavras que indiquem ideias contrárias às
seguintes:
“…afugentando pássaros”:
“…destruindo ninhos”:
“…as árvores levavam vantagem”:
 
PARTE 2 – Produção de Texto
Cria um texto oposto a esse, ou seja, que traga uma mensagem
positiva sobre o homem e o meio ambiente.

PARTE 3 – Acentuação
1) Justifica o uso do acento das seguintes palavras retiradas do texto:
árvores
até –
só –
más –
só – 
2) Retira do texto 3 proparoxítonas: 
3) Relaciona:
(1) oxítona                              (     ) menor                   (     ) natureza
(2) paroxítona                        (     ) folhas                    (     ) perder
(3) proparoxítona                   (     ) fábricas                  (     ) buscar
 

PARTE 4 – Substantivo e Adjetivo


Classifica as palavras destacadas no texto,
em substantivo ou adjetivo.
 

Respostas:
PARTE 1
1- Narrativo
2- Não participa.
3- 8
4- a) O desbastamento das árvores tinha espantado os pássaros.
b) O seu cérebro era insignificante.
c) Chegaram máquinas do exterior.
d) Eles voltaram experientes.
e) Costumava pegar a tesoura da mãe e ia para o quintal.
5- Reposta pessoal.
6- compulsivo, obsessivo, destruidor, de inteligência diminuta
7- a) O narrador usa a palavra felizmente porque o plástico é um
material que polui muito mais, demora a se decompor, prejudica o
meio ambiente.
b) Pessoas inteligentes não destroem a natureza, pois sabem que
precisamos dela.
c) Antes havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e
até mesmo jabuticabeiras, era um quintal enorme, que parecia uma
chácara. Depois, sem árvores, sem plantas, o quintal ficou silencioso,
porque o desbastamento das árvores tinha afugentado pássaros e
destruído ninhos.
d) Resposta pessoal
e) A mãe incentivava o filho a cortar as folhas, achava aquilo bom,
pois tinha medo de que o menino saísse para a rua e encontrasse
más companhias. Ela influenciou negativamente a educação do filho;
sem querer, ajudou-o a se tornar um destruidor da natureza.
f) Reposta pessoal
g) Resposta pessoal
8-a) imensas, pequeno
b) atraindo, construindo, desvantagem
 

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Apagão em escala planetária festejará o brilho das estrelas

Pouca gente ouviu falar de poluição luminosa, mas tal coisa existe e é
um pesadelo na vida de astrônomo, pois rouba a beleza do céu
estrelado. Não foram os astros que perderam o frescor, a humanidade
é que iluminou intensamente a Terra e ofuscou a noite. A poluição
luminosa é causada pelo excesso de iluminação urbana. (…) Para
chamar a atenção para o problema, astrônomos de diversos países
começaram a organizar algo como o dia mundial do céu escuro. A
ideia é que as luzes das cidades fossem apagadas por alguns
instantes. (…)

(Revista O Globo, Rio de Janeiro, 3/10/2004)


1- Da leitura do texto, pode-se entender que a poluição luminosa é
provocada:
a) pelo brilho intenso das estrelas.
b) pela perda do viço dos astros.
c) pela pouca iluminação de algumas cidades.
d) pelo excesso de iluminação urbana.
2- De acordo com o texto, o excesso de iluminação é uma
preocupação para os astrônomos porque:
a) dificulta a iluminação urbana.
b) ilumina excessivamente a cidade.
c) impede a plena observação das estrelas.
d) torna a noite ainda mais escura.
3- A questão central tratada no texto é a:
a) economia de energia.
b) beleza das estrelas.
c) pesquisa dos astros.
d) poluição luminosa.
4- A finalidade desse texto é:
a) informar a preocupação dos astrônomos.
b) denunciar os perigos de um apagão.
c) alertar sobre o consumo de energia.
d) valorizar o excesso de iluminação urbana.
 

Respostas: 1-d, 2-c, 3-d, 4-a 


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A vida do Homem
Xavier Marques
Deus criou o homem e disse-lhe:
— Vai, serás o senhor da terra e o animal superior. Grandes trabalhos
e surpresas te esperaram, mas de tudo triunfarás, se fizeres a tua
parte. A tua felicidade depende muito do teu querer. Viverás 30 anos.
O homem ouviu e calou-se.
Deus criou o burro e disse-lhe:
— Vais viver como escravo do homem, conduzi-lo e a todos os fardos
que te puserem às costas.
Serás bastante discreto e paciente para suportar, além da pesada
carga, as privações que te forem impostas durante as viagens.
Viverás 50 anos.
— Escravidão, cargas, privações e viver 50 anos… É muito, Senhor.
Bastam-me 30.
Deus criou o cão e disse-lhe:
— Vais ser o companheiro do homem, de quem guardarás sempre
alerta a porta, servindo-o com inteira obediência, ainda que não
recebas mais do que um osso para matar a fome. Sofrerás açoites,
mas, humilde e fiel, tens que lamber a mão que te castiga. Viverás 30
anos.
O cão pensou e refugou:
— Vigiar dia e noite, açoitado, padecer fome e viver 30 anos… Não,
Senhor, quero apenas 10.
Deus criou o macaco e disse-lhe:
— Vai, o teu ofício é alegrar o homem, saltando de galho em galho,
ou atado a um cepo, procurarás, imitando-o o bom humor. Viverás 50
anos.
O macaco pestanejou e pediu:
— Senhor, é demasiado para tão indigno mister. Basta-me viver trinta
anos.
Tomando, então, a palavra, disse o homem:
— Vinte anos que o burro não quis, vinte que o cão enjeitou, vinte que
o macaco recusa, dai-me os, Senhor, que trinta anos é muito pouco
para o rei dos animais.
— Queres? Respondeu o Criador. Viverás, assim noventa anos, mas
com uma condição. Cumprirás, em tua vida, não só o teu destino,
mas também o do burro, o do cão e o do macaco.
E assim o homem vive. Até os vinte, forte, corajoso, resistente,
arrasta perigos e estorvos, luta com resolução, vence e dorme. É
HOMEM. Dos trinta aos cinquenta, tem família e trabalha sem repouso
para sustentá-la. Cria os filhos, afadiga-se para educá-los e garantir-
lhes o futuro. Sobre ele se acumulam os encargos. É BURRO.
Dos cinquenta aos setenta, está de sentinela à família. Dedicado e
dócil, seu dever é defendê-la, mas já não pode, contudo, fazer valer a
sua vontade. Contrariado, humilha-se e obedece. É CÃO.
Dos setenta aos noventa, sem força, curvo, trôpego e enrugado,
vegeta a um canto, inútil e ridículo.
Faz rir com sua gula, sua caduquice e sua própria rabugice. Sabe que
não o tomam a sério, mas se resigna e tem gosto em ser palhaço das
crianças. É o MACACO.

Assinale a alternativa correta:


1. O homem foi colocado na terra como:
(a) escravo das coisas
(b) dominador de tudo
(c) submisso aos irracionais
(d) indiferente a tudo e a todos
2. Segundo as palavras divinas, a felicidade do homem se encontra
(a) no amor
(b) na riqueza
(c) na vontade
(d) no poder
3. A função especifica do burro, conforme o texto, é:
(a) viver 50 anos e ter força
(b) pastar pelos campos e ter força
(c) servir ao homem e ter paciência
(d) vagar pelos campos e os viver 50 anos
4. A virtude principal do burro está:
(a) na sua força
(b) na sua paciência
(c) nos seus 50 anos
(d) nas suas viagens
5. O cão, entretanto, já é conhecido como:
(a) o guarda-noturno das cidades
(b) o animal astuto e feroz
(c) o amigo e companheiro fiel do homem
(d) o protetor das crianças peraltas
6. Segundo o texto, o que caracteriza o burro, o cão, o macaco e o
homem são, respectivamente:
(a) dominador, ridículo, guarda e paciente
(b) fiel, obediente, servo e amigo
(c) asno, vira-lata, macaquices e irracional
(d) paciente, fiel, palhaço e egoísta
7. Todavia, a incumbência reservada ao macaco era de:
(a) dar assistência moral ao homem
(b) divertir as pessoas
(c) dominar os outros animais
(d) aplicar a justiça na terra
8. O homem julgou-se prejudicado em relação ao tempo de sua vida,
comparando-a com os outros animais, porque:
(a) tinha inveja do burro, do cão e do macaco
(b) não podia ser feliz somente com trinta anos de vida
(c) duvidava das palavras de Deus
(d) era o rei dos animais
9. Segundo o texto, Deus deu ao homem o tempo de vida que os
animais rejeitaram:
(a) em virtude do valor do homem
(b) para subordinar o homem à Sua vontade
(c) em respeito à vontade do próprio homem
(d) porque disso dependeria o poder do homem
10. Os noventa anos de vida que o homem recebera de Deus,
encerram, na conclusão do texto, uma realidade:
(a) insofismável
(b) possível
(c) mentirosa
(d) humorística
Respostas:
1- B
2- C
3- C
4- B
5- C
6- D
7- B
8- D
9- C
10- B
****************************

Por que algumas aves voam em bando formando um V?


Elas parecem ter ensaiado. Mas é claro que isso não acontece. Quem
nunca viu ao vivo, já observou em filme ou desenho animado aquele
bando de aves voando em “V”. Segundo os especialistas, esta
característica de voo é observada com mais frequência nos gansos,
pelicanos, biguás e grous.
Há duas explicações para a escolha dessa formação de voo pelas
aves. A primeira consiste na economia de energia que ela
proporciona. Atrás do corpo da ave e, principalmente, das pontas de
suas asas, a resistência do ar é menor e, portanto, é vantajoso para
as aves voar atrás da ave dianteira ou da ponta de sua asa. Ou seja:
ao voarem desta forma, as aves poupariam energia, se esforçariam
menos, porque estariam se beneficiando do deslocamento de ar
causado pelas outras aves. Isso explicaria, até, a constante
substituição do líder nesse tipo de bando.
Essa é a primeira explicação para o voo em “V”. E a segunda? O que
diz? Ela sustenta que esse tipo de voo proporcionaria aos integrantes
do bando um melhor controle visual do deslocamento, pois em
qualquer posição dentro do “V” uma ave só teria em seu campo de
visão outra ave, e não várias. Isso facilitaria todos os aspectos do voo.
Os aviões militares de caça, por exemplo, voam nesse mesmo tipo de
formação, justamente para ter um melhor campo de visão e poder
avistar outros aviões do mesmo grupo. Essas duas explicações não
são excludentes. É bem possível que seja uma combinação das duas
o que torna o voo em “V” favorável para algumas aves.

Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro, n. 150, set. 2004.


1 –Bandos de aves e aviões militares têm em comum:
A) o objetivo de economizar energia.
B) a necessidade de ter um bom campo de visão.
C) a preferência por voos longos.
D) a substituição permanente do líder.
E) o objetivo de não ficarem isolados.
2 – Segundo o texto, as aves poupam energia voando em “V” porque:
A) são beneficiadas pelo deslocamento do ar causado pelas aves da
frente.
B) podem se ajudar mutuamente durante longos percursos.
C) podem obter melhor controle visual do deslocamento.
D) têm o instinto de sempre seguir o líder do bando em seu itinerário.
E) se acostumaram a voar assim.
3 – Pode-se afirmar que o texto:
A) conta uma história curiosa e divertida sobre pássaros.
B) defende uma ideia sobre uma questão científica.
C) explica os movimentos das aves com base em informações
científicas.
D) noticia uma descoberta científica ultrapassada sobre o voo das
aves.
E) mostra uma hipótese de que voar em V pode ser melhor para os
aviões.
4 – O texto tem como tema um aspecto particular da vida de algumas
aves:
A) a economia de energia.
B) o modo de voar.
C) a semelhança entre elas e os aviões.
D) o formato das asas.
E) voam assim por serem parecidas.
5 – “Isso explicaria, até, a constante substituição do líder nesse tipo
de bando.” Com base no texto, conclui-se que o líder é substituído
constantemente porque essa posição:
A) é cobiçada por todas as aves do bando.
B) é a mais importante do grupo.
C) é só para lideres.
D) proporciona melhor controle visual.
E) consome muito mais energia.
6 – Indique a forma verbal que não alteraria o aspecto de
durabilidade no passado e o sentido expresso pela locução grifada
neste enunciado do texto:
“Tão comodamente que eu estava lendo…”.
A) lera
B) lia
C) leio
D) leria
E) li
7- Sobre o texto, podemos afirmar:
A) Trata-se de um texto narrativo.
B) Trata-se de um texto argumentativo.
C) Trata-se de um texto poético.
D) Trata-se de um texto informativo.
E) Trata-se de um texto descritivo.
8- Responda: Quais as duas explicações para o voo das aves?
9- Dê sua opinião:
A) O título do texto é uma pergunta. Esta pergunta é respondida após
a leitura do texto? Justifique.
B) O comportamento das aves ensina algo aos seres humanos?
Justifique.
Respostas:
1–B
2–A
3–C
4–B
5–E
6–B
7–D
8- A primeira é devido à economia de energia que a posição oferece,
e a segunda pelo melhor controle visual durante o deslocamento.
 
INTERPRETAÇÃO +
CONCORDÂNCIA VERBAL
29 de janeiro de 20163 comentários

TEXTO 1:
A liberdade e o consumo
Quantos morreram pela liberdade de sua pátria? Quantos foram
presos ou espancados pela liberdade de dizer o que pensam?
Quantos lutaram pela libertação dos escravos?

No plano intelectual, o tema da liberdade ocupa as melhores cabeças,


desde Platão e Sócrates, passando por Santo Agostinho, Spinoza,
Locke, Hobbes, Hegel, Kant, Stuart Mill, Tolstoi e muitos outros. Como
conciliar a liberdade com a inevitável ação restritiva do Estado? Como
as liberdades essenciais se transformam em direitos do cidadão?
Essas questões puseram em choque os melhores neurônios da
filosofia, mas não foram as únicas a galvanizar controvérsias.

Mas vivemos hoje em uma sociedade em que a maioria já não sofre


agressões a essas liberdades tão vitais, cuja conquista ou reconquista
desencadeou descomunais energias físicas e intelectuais. Nosso
apetite pela liberdade se aburguesou. Foi atraído (corrompido?) pelas
tentações da sociedade de consumo.

O que é percebido como liberdade para um pacato cidadão


contemporâneo que vota, fala o que quer, vive sob o manto da lei
(ainda que capenga) e tem direito de mover-se livremente?

O primeiro templo da liberdade burguesa é o supermercado. Em que


pesem as angustiantes restrições do contracheque, são as prateleiras
abundantemente supridas que satisfazem a liberdade do consumo
(não faz muitas décadas, nas prateleiras dos nossos armazéns ora
faltava manteiga, ora leite, ora feijão). Não houve ideal comunista
que resistisse às tentações do supermercado. Logo depois da queda
do Muro de Berlim, comer uma banana virou ícone da liberdade no
Leste Europeu.

A segunda liberdade moderna é o transporte próprio. BMW ou


bicicleta, o que conta é a sensação de poder sentar-se ao veículo e
resolver em que direção partir. Podemos até não ir a lugar algum,
mas é gostoso saber que há um veículo parado à porta, concedendo
permanentemente a liberdade de ir, seja aonde for. Alguém já disse
que a Vespa e a Lambretta tiraram o fervor revolucionário que
poderia ter levado a Itália ao comunismo.

A terceira liberdade é a televisão. É a janela para o mundo. É a


liberdade de escolher os canais (restritos em países totalitários), de
ver um programa imbecil ou um jogo, ou estar tão perto das notícias
quanto um presidente da República – que nos momentos dramáticos
pode assistir às mesmas cenas pela CNN. É estar próximo de reis,
heróis, criminosos, superatletas ou cafajestes metamorfoseados em
apresentadores de TV.

Uma ”liberdade” recente é o telefone celular. É o gostinho todo


especial de ser capaz de falar com qualquer pessoa, em qualquer
momento, onde quer que se esteja. Importante? Para algumas
pessoas, é uma revolução no cotidiano e na profissão. Para outras, é
apenas o prazer de saber que a distância não mais cerceia a
comunicação, por boba que seja.

Há ainda uma última liberdade, mais nova: a internet e o correio


eletrônico. É um correio sem as peripécias e demoras do carteiro,
instantâneo, sem remorsos pelo tamanho da mensagem (que se dane
o destinatário do nosso attachment megabáitico) e que está a nosso
dispor, onde quer que estejamos. E acoplado a ele vem a web, com
sua cacofonia de informações, excessivas e desencontradas, onde se
compra e vende, consomem-se filosofia e pornografia, arte e
empulhação.

Causa certo desconforto intelectual ver substituídas por objetos de


consumo as discussões filosóficas sobre liberdade e o heroísmo dos
atos que levaram à sua preservação em múltiplos domínios da
existência humana. Mas assim é a nossa natureza, só nos
preocupamos com o que não temos ou com o que está ameaçado. Se
há um consolo nisso, ele está no saber que a preeminência de nossas
liberdades consumistas marca a vitória de havermos conquistado as
outras liberdades, mais vitais. Mas, infelizmente, deleitar-se com a
alienação do consumismo está fora do horizonte de muitos. E, se o
filósofo Joãozinho Trinta tem razão, não é por desdenhar os luxos,
mas por não poder desfrutá-los.
Cláudio de Moura Castro
1- O primeiro parágrafo do texto apresenta:
a) uma série de perguntas que são respondidas no desenrolar do
texto;
b) uma estrutura que procura destacar os itens básicos do tema
discutido no texto;
c) um questionamento que pretende despertar o interesse do leitor
pelas respostas;
d) um conjunto de perguntas retóricas, ou seja, que não necessitam
de respostas;
e) umas questões que pretendem realçar o valor histórico de alguns
heróis nacionais.
2- O item abaixo que indica corretamente o significado da palavra em
maiúsculas no texto é:
a) ”…mas não foram as únicas a GALVANIZAR controvérsias.” –
discutir;
b) ”…comer uma banana virou um ÍCONE da liberdade no Leste
europeu.”- fantasia;
c) ”…consomem-se filosofia e pornografia, arte e EMPULHAÇÃO.”;
grosseria;
d) ”…cafajestes METAMORFOSEADOS em apresentadores de TV.” –
desfigurados;
e) ”…que a distância não mais CERCEIA a comunicação…”- impede.
3- ”Como conciliar a liberdade com a inevitável ação restritiva do
Estado?”; nesse segmento do texto, o autor afirma que:
a) o Estado age obrigatoriamente contra a liberdade;
b) é impossível haver liberdade e governo ditatorial;
c) ainda não se chegou a unir os cidadãos e o governo;
d) cidadãos e governo devem trabalhar juntos pela liberdade;
e) o Estado é o responsável pela liberdade da população.
4- ”O primeiro templo da liberdade burguesa é o supermercado. Em
que pesem as angustiantes restrições do contracheque, são as
prateleiras abundantemente supridas que satisfazem a liberdade do
consumo…”; o segmento destacado corresponde semanticamente a:
a) as despesas do supermercado são muito pesadas no orçamento
doméstico;
b) os salários não permitem que se compre tudo o que se deseja;
c) as limitações de crédito impedem que se compre o necessário;
d) a inflação prejudica o acesso da população aos bens de consumo;
e) a satisfação de comprar só é permitida após o recebimento do
salário.
5- O item em que NÃO está presente uma crítica do jornalista é:
a) “Foi atraído (corrompido?) pelas tentações da sociedade de
consumo.”
b) “…vive sob o manto da lei (ainda que capenga)…”
c) “…de ver um programa imbecil ou um jogo,…”
d) “…consomem-se filosofia e pornografia, arte e empulhação.”
e) “O primeiro templo da sociedade burguesa é o supermercado…”
6- Observe a frase ”Não houve ideal comunista que resistisse às
tentações…”. Se colocássemos ideal no plural, quantas outras
palavras sofreriam alteração?
a) uma
b) duas
c) três
d) quatro
e) nenhuma
7- “Os esgotos ………. grandes causadores de poluição, pois ao não
receberem o tratamento adequado, liberam à natureza diversos
poluentes que ………. a deterioração dos rios, lagos e oceanos. É no
esgoto, também, que se ………. bactérias, vírus e larvas de parasitas,
considerados nocivos.”
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, no que se
refere à concordância verbal, as lacunas do texto devem ser
preenchidas, correta e respectivamente, com:
a) são considerado – provoca – encontram
b) é considerado – provoca – encontram
c) são considerados – provocam – encontram
d) são considerados – provoca – encontra
e) é considerado – provocam – encontra
8- Indique a opção correta:
a) Os Alpes é a maior cordilheira da Europa.
b) Ainda haviam pedaços de granizo na serra gaúcha.
c) Faz muitos anos que o IBGE não vem aqui.
d) Bateu três horas no relógio da escola.
e) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.
9- Assinale a frase em que há erro de concordância verbal:
a) Um ou outro escravo conseguiu a liberdade.
b) Não haviam dúvidas sobre a necessidade da imigração.
c) Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assinada.
d) Há problemas nos seus documentos.
e) Mais de um aluno daquela turma foi reprovado.
10- A concordância do verbo está correta em:
a) Soava seis horas no relógio da matriz quando eles chegaram.
b) Apesar da greve, diretores, professores, funcionários, ninguém
foram demitidos.
c) Haviam muitas ciladas em seu caminho.
d) Fomos nós quem resolvemos aquela questão.
e) Vossa Excelência enganastes vossos eleitores.
11- “É provável que ……. vagas na academia, mas não ……. pessoas
interessadas: são muitas as formalidades a ……. cumpridas.”
a) hajam – existem – ser
b) hajam – existe – ser
c) haja – existem – serem
d) haja – existe – ser
e) hajam – existem – serem
12- Indique a alternativa correta:
a) Tratavam-se de questões fundamentais.
b) Comprou-se terrenos no subúrbio.
c) Precisam-se de datilógrafas.
d) Reformam-se ternos.
e) Aqui, se obedecem aos severos regulamentos.
13- Indique a alternativa correta:
a) Filmes, novelas, boas conversas, nada o tiravam da apatia.
b) É cinco horas da tarde.
c) Da cidade à praia é dois quilômetros
d) Vossa Senhoria fará uma bela viagem.
e) O fazendeiro com os peões levantou a cerca.
14- “A apuração dos dois crimes ………… até que se ………… provas
decisivas.”
a) vai continuar, encontrem
b) vão continuar, encontre
c) vai continuarem, encontrem
d) vai continuar, encontrarem
e) vai continuando, encontrassem
15- “Já ………. anos, ………. neste local árvores e flores. Hoje, só
………. ervas daninhas.”
a) fazem, haviam, existe
b) fazem, havia, existe
c) fazem, haviam, existem
d) faz, havia, existem
e) faz, havia, existe
16- A alternativa aceitável é:
a) Mais de cem interessados na vaga enviaram currículo.
b) Precisa-se de motoristas experientes.
c) Canoas localizam-se no Rio Grande do Sul.
d) Telefone, computador, fax, tudo auxilia o homem.
e) Os Lusíadas tornaram Camões famoso.
17- “Além disso, as regras de como devemos nos comportar
sexualmente prevalecem em todos os discursos, o que se torna uma
questão velada de repressão.” O verbo prevalecer concorda com o
termo:
a) as regras
b) nos
c) os discursos
d) uma questão
e) devemos
18- A alternativa onde a concordância está equivocada é:
a) Consertam-se televisores.
b) Precisa-se de técnicos em eletrônica.
c) Os pais, os avós, os vizinhos, ninguém percebeu a criança saindo.
d) Eu e você compraremos os ingressos amanhã.
e) Algum de vós conseguireis a bolsa de estudo?
19- Assinale a alternativa em que a concordância ficaria incorreta se
o verbo destacado fosse colocado no plural.
a) Já chegou o palestrante e seu assistente.
b) Uma manada escapou das jaulas.
c) Não foram nós quem decidiu a data do jogo.
d) A maioria das questões apresentava dificuldades.
e) A alegria e o contentamento marcou sua vida.
20- Observe:
I – Os Estados Unidos não divulgou a notícia.
II – Não fomos nós que atrapalhamos a reunião.
III – Os Sertões reconstitui a trágica história de Canudos.
IV – O aluno, o professor, funcionário, ninguém viu o diretor.
Estão corretas:
a) apenas I
b) I, II
c) I, III, IV
d) II, III, IV
e) todas

Gabarito:
1- D
2- E
3- A
4- B
5- E
6- B
7- C
8- C
9- B
10- D
11- C
12- D
13- D
14- A
15- D
16- C
17- A
18- E
19- B
20- D
************************

TEXTO 2:
Química da digestão
Para viver, entre outras coisas, precisamos de energia. Como não
podemos tirar energia da luz do sol para viver, como os vegetais,
essa energia usada pelo nosso organismo vem das reações químicas
que acontecem nas nossas células.

Podemos nos comparar a uma fábrica que funciona 24 horas por dia.
Vivemos fazendo e refazendo os materiais de nossas células. Quando
andamos, cantamos, pensamos, trabalhamos ou brincamos, estamos
consumindo energia química gerada pelo nosso próprio organismo. E
o nosso combustível vem dos alimentos que comemos.
No motor do carro, por exemplo, a gasolina ou o álcool misturam-se
com o ar, produzindo uma combustão, que é uma reação química
entre o combustível e o oxigênio do ar. Do mesmo modo, nas células
do nosso organismo, os alimentos reagem com o oxigênio para
produzir energia. No nosso corpo, os organismos são transformados
nos seus componentes mais simples, equivalentes à gasolina ou ao
álcool, e, portanto, mais fáceis de queimar. O processo se faz através
de um grande número de reações químicas que começam a se
produzir na boca, seguem no estômago e acabam nos intestinos. As
substâncias presentes nesses alimentos são decompostas pelos
fermentos digestivos e se transformam em substâncias orgânicas
mais simples. Daí esses componentes são transportados pelo sangue
até as células. Tudo isso também consome energia.

A energia necessária para todas essas transformações é produzida


pela reação química entre esses componentes mais simples, que são
o nosso combustível e o oxigênio do ar. Essa é uma verdadeira
combustão, mas uma combustão sem chamas, que se faz dentro de
pequenas formações que existem nas células, as mitocôndrias, que
são nossas verdadeiras usinas de energia.

1 – O texto afirma que o nosso corpo pode ser comparado a uma
fábrica porque:
a) reage quimicamente pela combustão
b) move-se a base de gasolina ou álcool
c) produz energia a partir dos alimentos
d) utiliza oxigênio como combustível
e) Funciona 22 horas por dia
2 – “Tudo isso também consome energia” (3º parágrafo ). No trecho,
a expressão em destaque se refere a:
a) Fermentos digestivos
b) combustíveis
c) reações químicas
d) usinas de energia
e) energia
3 – Depois de processadas pelos fermentos digestivos, as substâncias
são levadas para:
a) a boca
b) as células
c) o estômago
d) os intestinos
e) o esôfago
4 – As mitocôndrias são essenciais para o funcionamento do nosso
corpo porque são responsáveis por:
a) digerir os alimentos
b) produzir energia
c) renovar as células
d) transportar o oxigênio
e) limpar nosso sangue
5 – Este texto pode ser considerado um artigo de divulgação científica
porque apresenta:
a) explicação detalhada sobre um acontecimento recente
b) expressões coloquiais para exemplificar o processo da digestão
c) linguagem figurada para descrever o processo de combustão
d) vocabulário técnico para explicar a química da digestão
e) uma explicação muito complexa
6 – O texto trata:
a) da constituição do aparelho digestivo
b) da digestão como fonte de energia
c) dos cuidados para uma boa alimentação
d) dos elementos que compõem o corpo humano
e) do processo da degustação
7 – “Essa é uma verdadeira combustão, mas uma combustão sem
chamas”. O termo destacado poderia ser substituído por qualquer
uma das expressões abaixo, exceto:
a) porém
b) contudo
c) todavia
d) entretanto
e) porque
8 – Leia a oração: “Divulgou-se muito a manifestação dos caras-
pintadas”. Se colocarmos manifestação no plural, quantas outras
palavras serão alteradas?
a) uma
b) duas
c) três
d) quatro
e) nenhuma
9 – Assinale a alternativa CORRETA com relação à concordância
verbal.
a) Quais de vocês cometeu o maior pecado?
b) Fui eu que pagou as despesas.
c) Falta três segundos para o término da partida.
d) Mais de cem pessoas foi testemunha do assalto.
e) Dezenas de estudantes foram prejudicados.
10 – Qual a alternativa em que a concordância está errada?
a) Precisam-se de funcionários.
b) Necessita-se de pedreiros.
c) Vende-se gelo cristal.
d) Compram-se revistas e jornais velhos.
e) Parabenizou-se a diretora.
11 – Qual a alternativa que completa as frases corretamente?
– O relógio ………….. sete horas.
– Naquela relojoaria ………… relógios.
– Ontem ………. bons filmes no cinema.
a) batem – consertam-se – havia
b) bate – consertam-se – havia
c) bateram – conserta-se – houveram
d) batem – consertam-se – haviam
e) bate – conserta-se – havia
12 – Em que item há um erro de concordância verbal?
a) Já soaram duas horas no relógio da torre.
b) Eu com o meu amigo Paulo entramos na sociedade.
c) Fazem dois meses que o visitei.
d) Fui eu quem apresentei esta solução.
e) Há muitos candidatos a essa vaga.
13 – Indique a alternativa que preenche adequadamente as lacunas
da frase: “_________ anos que o homem se pergunta: Se não _______
medos, como _________ esperanças?”
a) Faz – houvesse – existiriam
b) Fazem – houvesse – existiriam
c) Fazem – houvessem – existiriam
d) Faz – houvesse – existia
e) Faz – houvessem – existiria
14 – Assinale a única frase que pode ser preenchida com a primeira
forma verbal entre parênteses.
a) O roqueiro e a atriz _____ o evento num grande espetáculo.
(transformou – transformaram)
b) A maioria dos indivíduos __________ com uma vida digna. (sonha
sonham)
c) O chefe da seção com o gerente _______ a argumentos de força
para estimular seus funcionários. (recorreu – recorreram)
d) Já ________ dez horas e nada dele chegar. (é – são)
e) __________ se muitas mercadorias ruins. (Encontra Encontram)
15 – O enunciado “Vossa Excelência não deve fazer prevalecer os
seus interesses sobre os de vossos eleitores” foi usado por um
deputado para criticar um colega de parlamento. Quanto aos
pronomes que compõem a forma de tratamento do período, pode se
afirmar que:
a) estão todos corretos;
b) está incorreto o emprego do possessivo vossos;
c) está incorreto o emprego do pronome de tratamento Vossa
Excelência, para um deputado;
d) está incorreto o emprego do possessivo seus;
e) estão todos incorretos.
16 – A alternativa que respeita a norma culta é:
a) Campinas ficam no Estado de São Paulo.
b) Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveram.
c) Haviam muitas crianças no parque ontem.
d) Tempos atrás, viviam-se com mais tranquilidade.
e) Da cidade à ilha é uma hora e quarenta minutos.
17 – Leia as frases:
I. Infelizmente, há excessos no uso de agrotóxicos.
II. Consomem-se muitos alimentos com agrotóxicos.
III. Manaus são a campeã no abuso de agrotóxicos.
Está(ao) correta(s), quanto à concordância verbal:
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) II e III

18 – Lembrando-se das regras de concordância dos verbos HAVER e


FAZER, marque a opção incorreta:
a) Havia candidatos à espera do resultado.
b) Há tempos que não visito meus familiares.
c) Fazem meses que não chove o suficiente.
d) Ontem fez dez anos que casamos.
e) Essas crianças fazem muitas travessuras.
19 – “Não _____ ainda sete horas, e já _____ muitas pessoas que _____
o início do expediente”.
a) eram – haviam – aguardava
b) eram – havia – aguardavam
c) era – haviam – aguardava
d) era – haviam – aguardavam
e) era – havia – aguardavam
20- Passe para o plural:

Gabarito:
1- C
2- C
3- B
4- B
5- D
6- B
7- E
8- B
9- E
10- A
11- B
12- C
13- B
14- B
15- B
16- E
17- D
18- C
19- B
20- Alugam-se apartamentos.
INTERPRETAÇÃO +
CONCORDÂNCIA NOMINAL
29 de janeiro de 2016Deixe um comentário

As novelas e a educação
Provavelmente não há outro país onde as novelas, esta atração
televisiva de presença mundial, tenham caído tanto no gosto popular
como no Brasil.

Do ponto de vista da influência nos costumes, ouso dizer que esse


tipo de programa foi, entre nós, mais benéfico que maléfico. Se
analisarmos os efeitos sobre a visão de mundo do brasileiro médio
que as novelas já exerceram, concluiremos que hoje somos (até certo
ponto, ao menos) um país melhor também graças a elas.

Ideias como a da emancipação feminina se disseminaram no Brasil


com a ajuda das novelas. Em anos recentes, abordaram outras
questões importantes, como o combate ao racismo e o respeito aos
deficientes físicos. E até a demografia do país parece ter sofrido
alguma influência. As famílias nas novelas são, quase sempre,
pequenas e foi por meio delas que muita gente teve, pela primeira
vez, contato com noções de planejamento familiar.

Mas é inescapável reconhecer que também há os efeitos nocivos, em


especial sobre os jovens. A contínua irradiação de modismos tolos e a
tendência (talvez inerente ao gênero) de exploração nos enredos de
algumas das piores fraquezas humanas, como a traição e a ganância,
conferem certa razão àqueles que as apontam como algo pouco
educativo.
O fato é que, com o potencial de influência que têm, as novelas
podem ser mais do que mero entretenimento e se tornar
instrumentos eficazes de apoio à formação das pessoas.

Ao falar em formação, penso no incentivo à agregação familiar, na


disseminação de valores, enriquecimento cultural e motivação aos
jovens para que estudem, se desenvolvam e empreendam.

Nossos autores, tão talentosos, poderiam usar o meio para inserir (ou
reforçar) no ideário do país a crença no trabalho duro e honesto como
forma de ascensão social e nos benefícios que isso representa para o
indivíduo e para a coletividade.

Tais programas também poderiam servir para orientar a escolha


profissional de rapazes e moças. Para tanto, bastaria que
mostrassem, de modo consistente, a realidade das várias ocupações
do mundo do trabalho – o que seria de enorme valia para muitos
jovens brasileiros.

O incentivo a comportamentos éticos e os conteúdos que formam a


cultura dos indivíduos não devem ficar restritos aos canais
educativos, às escolas ou às famílias.

As novelas, forma de arte na qual somos mestres, podem contribuir e


muito para elevar os brasileiros a mais altos padrões de princípios
morais e cívicos, conhecimento e desenvolvimento pessoal.

 Emílio Odebrecht
1- O tema do texto é:
a) a importância artística das novelas
b) a influência das novelas na educação e costumes dos brasileiros
c) as famílias representadas nas telenovelas
d) a conduta dos atores na vida real
e) a repercussão das telenovelas no Brasil
2- No texto, o autor:
a) apresenta fatos que orientam como as personagens devem agir em
cada capítulo da novela.
b) defende a ideia de que as novelas devem ir além da mera função
de entretenimento.
c) descreve em detalhes o perfil do brasileiro médio e de sua
preferência pelas telenovelas.
d) informa a respeito dos efeitos positivos que as telenovelas têm
provocado nas decisões políticas do país.
e) divulga resultados de um estudo acerca dos efeitos nocivos das
telenovelas sobre o comportamento das famílias brasileiras.
3- O autor reconhece que, graças às telenovelas:
a) as pessoas adotam comportamentos mais maléficos do que
benéficos em suas vidas.
b) todas as pessoas puderam adotar padrões de comportamento
éticos e morais.
c) temas importantes puderam ser debatidos, tais como o
planejamento familiar e a participação da mulher no mercado de
trabalho.
d) a divulgação de novos hábitos e modismos estendeu-se a todas as
regiões do país.
e) foram implantados mecanismos eficazes de apoio à formação
educacional dos jovens brasileiros.
4- Em: “Ao falar em formação, penso no incentivo à agregação
familiar, na disseminação de valores…”, sem alteração de sentido, a
palavra em destaque poderia ser substituída por:
a) dispersão
b) propagação
c) recuperação
d) declínio
e) vulgarização
5- Todas as opções se referem à novela, exceto:
a) “esta atração televisiva de presença mundial”
b) “esse tipo de programa”
c) “Tais programas”
d) “canais educativos”
e)” forma de arte na qual somos mestres”
6- Há ERRO de concordância em:
a) atos e coisas más
b) serraria e estábulo conservados
c) cercas e trilhos abandonados
d) dificuldades e obstáculo intransponível
e) fazendas e engenho prósperas
7- Enumere a segunda coluna pela primeira (regra do adjetivo
posposto):
(1) velhos (2) velhas
(  ) camisa e calça …………..
(  ) chapéu e calça ………….
(  ) calça e chapéu ………….
(  ) chapéu e paletó ………..
(  ) chapéu e camisa ……….
a) 2 – 1 – 1 – 1 – 2
b) 2 – 2 – 1 – 1 – 2
c) 1 – 2 – 2 – 2 – 2
d) 1 – 2 – 1 – 1 – 2
e) 2 – 1 – 1 – 1 – 1
8- A flexão MASCULINA do adjetivo só é admissível em:
a) Entrego-lhe inclusas as cópias solicitadas.
b) Vi o mercado e as ruas repletas de gente.
c) É necessária a paciência.
d) Enviam-lhe anexas as folhas de pagamento.
e) É proibida a entrada.
9- Todas as concordâncias estão corretas, EXCETO:
a) Nosso time teve menas chances de gols.
b) É necessário serenidade.
c) Eles adquiriram bastantes posses.
d) Elas próprias confessaram a verdade.
e) É meio-dia e meia.
10- Marque a opção que preenche corretamente as lacunas:
(I) Era aproximadamente meio-dia e …….. quando a ambulância
chegou.
(II) Decepção é ……… para aprender.
(III) Apesar da superpopulação do alojamento, havia …….
acomodações para os homens.
(IV) Os documentos dos candidatos seguiram……… às fichas de
inscrição.
a) meia – bom – bastantes – anexos
b) meio – bom – bastantes – anexo
c) meia – boa – bastante – anexo
d) meio – boa – bastante – anexos
e) meia – bom – bastantes – anexas
11- Todas as palavras grifadas admitem as duas concordâncias
indicadas, EXCETO:
a) Dei-lhe um vestido e uma blusa vermelhos. (ou vermelha)
b) Conservo um nome e um amor guardado. (ou guardados)
c) Aquele foi um beijo e um abraço demorado. (ou demorados)
d) Tratava-se de um ladrão e assassino perigoso. (ou perigosos)
e) Explicada a teoria e os métodos, passemos ao trabalho. (ou
explicados)
12- Assinale a frase correta:
a) Ela mesmo confirmou a realização do encontro.
b) A reedição da obra é necessário urgentemente.
c) Ela ficou meia preocupada com a notícia.
d) Muito obrigado, meu amor! – falou emocionada.
e) Em anexo vão nossas últimas fotografias.
13- “É …… discussão entre homens e mulheres …… ao mesmo ideal,
pois já se disse …… vezes que de uma discussão, ainda que ……
acalorada, nasce a luz.”
a) bom – voltados – bastantes – meio
b) bom – voltadas – bastante – meia
c) boa – voltadas – bastantes – meio
d) boa – voltados – bastante – meia
e) boa – voltados – bastantes – meias
14- Ainda …… furiosa, mas com …… violência, proferia injúrias ……..
para escandalizar.
a) meia – menas – bastantes
b) meia – menos – bastante
c) meio – menos – bastante
d) meio – menos – bastantes
e) meio – menas – bastantes
15- “Entrada é ……, mas a permanência é …….”
a) permitida – proibida
b) permitido – proibido
c) permitida – proibido
d) permitido – proibido
e) permitido – proibida
16- “Os cientistas encontraram …… fórmulas e meios para realizar a
experiência.”
a) novo
b) nova
c) novos
d) novas
e) n.d.a.
17- Aponte a alternativa em que a concordância está incorreta:
a) Seguem anexas as fotos solicitadas.
b) As cartas seguirão em anexas.
c) As cartas seguirão em anexo.
d) Todos estavam presentes, menos as pessoas que deviam estar.
e) Vinha com bolsos e mãos cheios de dinheiro.
18- Assinale a frase que contraria a norma culta quanto à
concordância nominal.
a) Falou bastantes verdades.
b) Já estou quites com o colégio.
c) Nós continuávamos alerta.
d) Haverá menos dificuldades na prova.
e) Como não tinham outra companhia, os irmãos viajaram sós.
19- Observe as frases:
I. Simpáticas dançarinas e malabaristas animavam a festa.
II. Muito obrigada! – disse a moça.
III. É necessária liberdade de expressão.
IV. A pobre senhora ficou meio confusa.
V. São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.
Há concordância inaceitável em:
a) I e II
b) II, III e IV
c) II
d) III
e) IV
20- A frase deste aviso está correta? Justifique.

Gabarito:
1- B
2- B
3- C
4- B
5- D
6- E
7- E
8- B
9- A
10- A
11- E
12- E
13- A
14- D
15- E
16- D
17- B
18- B
19- D
20- Não. A expressão “permitido” deve ser invariável quando o sujeito
não é determinado por artigo ou por certos pronomes. O correto seria
“Permitido entrada somente de funcionários”.

INTERPRETAÇÃO +
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
29 de janeiro de 2016Deixe um comentário

Uma breve opinião:


9º ano e a colocação pronominal: um conteúdo praticamente em
desuso nas escolas, esquecido sobretudo devido à linguagem
coloquial. Mas estudar o emprego dos pronomes não é somente
decorar as regrinhas de próclise, mesóclise ou ênclise, até porque
isso estaria limitado aos pronomes pessoais oblíquos. E os demais
grupos?
Mesmo que a língua falada permita tantas variações, os alunos
gostam de aprender que “MIM não conjuga verbo”, ficam surpresos
ao descobrir que existe sim diferença entre este/esse, curtem saber
por que algumas regiões usam TU e outras VOCÊ, se admiram ao ver
que todas essas palavrinhas são belas ferramentas de substituição…
enfim, o que poderia parecer “cultura inútil” se torna importante,
mostrando que aplicar as formas pronominais corretamente num
texto faz muita diferença.
– Os exercícios a seguir são aplicáveis quando já se deu a base de
conhecimento.

Papos
Luis Fernando Verissimo
– Me disseram…
– Disseram-me.
– Hein?
– O correto e “disseram-me”. Não “me disseram”.
– Eu falo como quero. E te digo mais… Ou é “digo-te”? – O quê?
– Digo-te que você…
– O “te” e o “você” não combinam.
– Lhe digo?
– Também não. O que você ia me dizer?
– Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que eu vou te
partir a
cara. Lhe partir a cara. Partir a sua cara. Como é que se diz?
– Partir-te a cara.
– Pois é. Parti-la hei de, se você não parar de me corrigir. Ou corrigir-
me.
– É para o seu bem.
– Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem
entender.
Mais uma correção e eu…
– O quê?
– O mato.
– Que mato?
– Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu bem?
– Pois esqueça-o e pára-te. Pronome no lugar certo e elitismo!
– Se você prefere falar errado…
– Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou
entenderem-me?
– No caso… não sei.
– Ah, não sabe? Não o sabes? Sabes-lo não?
– Esquece.
– Não. Como “esquece”? Você prefere falar errado? E o certo é
“esquece” ou
“esqueça”? Ilumine-me. Me diga. Ensines-lo-me, vamos.
– Depende.
– Depende. Perfeito. Não o sabes. Ensinar-me-lo-ias se o soubesses,
mas não
sabes-o.
– Está bem, está bem. Desculpe. Fale como quiser.
– Agradeço-lhe a permissão para falar errado que mas dás. Mas não
posso
mais dizer-lo-te o que dizer-te-ia.
– Por quê?
– Porque, com todo este papo, esqueci-lo.

1- Marque um X apenas na alternativa incorreta:


a) Existe um diálogo entre um par de pessoas.
b) Há uma conversa entre duas pessoas, sendo que locutor e
interlocutor se alternam.
c) “O importante é me entenderem.” Essa frase destaca a
importância da comunicação.
d) “Falo como todo mundo fala.” Esse período revela que,
geralmente, a fala do homem é a reprodução daquilo que ele ouve.
e) O título é inadequado, visto que “papos” está no plural, e existe
apenas uma conversa.
2- Esta crônica brinca com o uso do padrão culto da língua. Assim,
a) pode-se dizer que o autor quis criticar as padronizações da
chamada linguagem culta. Dessa maneira, ele se utiliza da ironia.
b) é apresentado que os dois personagens dominam a norma padrão.
c) há um consenso entre os dois personagens de que pôr os
pronomes no lugar correto é elitismo.
d) ambos os personagens são intransigentes e por isso se entendem.
e) um dos interlocutores aceita receber os ensinamentos do outro,
que assume a postura elitista, detentor do conhecimento linguístico.
3- A colocação pronominal obedece a regras distintas. Assinale a
alternativa que se encontra incorreta em relação a essas regras.
a) Far-se-á mesóclise caso o verbo esteja nos tempos futuros do
indicativo.
b) A ênclise é obrigatória no início de uma oração, exceto se houver
antes do verbo uma palavra atrativa.
c) A próclise ocorre quando o pronome vem antes do verbo.
d) Os advérbios de negação são exemplos de palavras atrativas que
condicionam a próclise.
e) Em alguns casos, é aceito o uso de próclise e ênclise ao mesmo
tempo, como na frase: “Espero que se resolvam-se todos os
problemas”.
4- “Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem
entender. Mais uma correção e eu…
– O quê?
– O mato.
– Que mato?
– Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te.”
Nesse trecho, a palavra mato foi interpretada de duas maneiras,
quais são elas?
5- Através da leitura do texto, percebemos que alguém iria transmitir
uma mensagem, entretanto foi esquecida. Qual é a razão para o
esquecimento da mensagem?
6- Esse texto de Luis Fernando Verissimo trata, de forma humorística,
da adequação ou não, por parte dos falantes, no uso da colocação
pronominal. Qual parece ser a intenção do cronista ao tratar desse
assunto?
7- Quando um dos interlocutores do texto afirma que o correto é
“disseram-me”, está fazendo referência a uma das regras da
gramática normativa para a colocação pronominal. Que regra é esta?
8- O interlocutor que é corrigido, ao tentar, ironicamente, utilizar a
colocação pronominal de forma adequada, comete alguns equívocos.
Retire dois e explique como seria a forma adequada.
9- Em uma conversa informal, como é o caso do texto transcrito, essa
correção é adequada? Justifique sua resposta.
10- Quando um dos interlocutores afirma que “pronome no lugar
certo é elitismo”, traz à tona uma interessante discussão sobre o uso
da colocação pronominal segundo as regras da norma culta. Comente
sobre o assunto.
Gabarito:
1- E
2- A
3- E
As demais respostas são dissertativas.
*********************

Posto, logo existo


Martha Medeiros

Começam a pipocar alguns debates sobre as consequências de se


passar tanto tempo conectado à internet. Já se fala em saturação
social, inspirado pelo recente depoimento de um jornalista do The
New York Times que afirmou que sua produtividade no trabalho
estava caindo por causa do tempo consumido pelo Facebook, Twitter
e agregados, e que hoje ele se vê diante da escolha entre cortar seus
passeios de bicicleta ou alguns desses hábitos digitais que estão me
comendo vivo.
Antropofagia virtual. O Brasil, pra variar, está atrasado (aqui, dois
terços dos usuários ainda atualizam seus perfis semanalmente), pois
no resto do mundo já começa a ser articulado um movimento de
desaceleração dessa tara por conexão: hotéis europeus prometem
quartos sem wi-fi como garantia de férias tranquilas, empresas
americanas desenvolvem programas de software que restringem o
acesso à web e na Ásia crescem os centros de recuperação de
viciados em internet. Tudo isso por uma simples razão: existir é uma
coisa, viver é outra.
Penso, logo existo. Descartes teria que reavaliar esse seu cogito, ergo
sum, pois as pessoas trocaram o verbo pensar por postar. Posto, logo
existo.
Tão preocupadas em existir para os outros, as pessoas estão
perdendo um tempo valioso em que poderiam estar vivendo, ou seja,
namorando, indo à praia, trabalhando, viajando, lendo, estudando,
cercadas não por milhares de seguidores, mas por umas poucas
dezenas de amigos. Isso não pode ter se tornado tão obsoleto.
Claro que muitos usam as redes sociais como uma forma de
aproximação, de resgate e de compartilhamento – numa boa. Se a
pessoa está no controle do seu tempo e não troca o real pelo virtual,
está fazendo bom uso da ferramenta. Mas não tem sido a regra.
Adolescentes deixam de ir a um parque para ficarem trancafiados em
seus quartos, numa solidão disfarçada de socialização.
Isso acontece dentro da minha casa também, com minhas filhas, e
não adianta me descabelar, elas são frutos da sua época, sua turma
de amigos se comunica assim, e nem batendo com um gato morto na
cabeça delas para fazê-las entender que a vida está lá fora. Lá fora!!
O grau de envolvimento delas com a internet ainda é mediano e
controlado, mas tem sido agudo entre muitos jovens sem noção, que
se deixam fotografar portanto armas, fazendo sexo, mostrando o
resultado de suas pichações, num exibicionismo triste, pobre,
desvirtuado. São garotos e garotas que não se sentem com a
existência comprovada, e para isso se valem de bizarrices na
esperança de deixarem de ser “ninguém” para se tornarem
“alguém”, mesmo que alguém medíocre.
Casos avulsos, extremos, mas estão aí, ao nosso redor. Gente que
não percebe a diferença entre existir e viver. Não entendem que é
preferível viver, mesmo que discretamente, do que existir de
mentirinha para 17.870 que não estão nem aí.
INTERPRETAÇÃO
1. Assinale a alternativa que indica a temática da crônica:
(A) O tempo que destinamos aos relacionamentos reais.
(B) As consequências de ficar muito tempo conectado na internet.
(C) Ao fato de ter o pensar como condição de existir.
(D) O grau de envolvimento na internet dos jovens tem sido
extremamente responsável.
2. Assinale a alternativa que indica o fato que desencadeou a crônica:
(A) um jornalista ter afirmado que sua produtividade caiu em função
da conexão à internet.
(B) de o Brasil estar atrasado na atualização dos perfis.
(C) É preferível viver, mesmo que discretamente, do que existir de
mentirinha.
(D) As filhas da escritora viverem conectadas.
3. Na argumentação: “Claro que muitos usam as redes sociais como
uma forma de aproximação, de resgate e de compartilhamento –
numa boa.” A autora tem como finalidade:
(A) justificar ponto de vista anteriormente sustentado.
(B) introduzir argumento orientado para a conclusão do texto.
(C) fazer concessão ao ponto de vista contrário àquele que defende.
(D) refutar (contrapor-se a) ponto de vista defendido por outrem.
4. Para persuadir o leitor a chegar à mesma conclusão que ela, vale-
se a autora de todas as estratégias argumentativas a seguir, EXCETO
a que se lê em:
(A) ilustrar ponto de vista com elemento de natureza ficcional.
(B) apoiar-se em dados estatísticos.
(C) recorrer à exemplificação.
(D) apelar para o testemunho pessoal e de terceiros.
5. Assinale a alternativa em que há um testemunho pessoal, vivido
pela própria autora:
(A) Tão preocupadas em existir para os outros, as pessoas estão
perdendo um tempo valioso.
(B) Isso acontece dentro da minha casa também, com minhas filhas, e
não adianta me descabelar, elas são frutos da sua época.
(C) São garotos e garotas que se valem de bizarrices na esperança de
deixarem de ser “ninguém” para se tornarem “alguém”, mesmo que
alguém medíocre.
(D) É preferível viver, mesmo que discretamente, do que existir de
mentirinha.
6. “Se a pessoa está no controle do seu tempo e não troca o real pelo
virtual, está fazendo bom uso da ferramenta. Mas não tem sido a
regra.” Assinale a alternativa que indica uma conjunção que substitua
a destacada sem alterar o sentido da frase.
(A) logo                   (B) portanto                            (C) e                       
(D) porém
7. Assinale a alternativa que indica o referente da expressão em
destaque da frase posterior: “O grau de envolvimento delas com a
internet ainda é mediano e controlado”
(A) Das crianças em geral
(B) Das filhas da autora
(C) Dos estudantes
(D) Das jovens em geral
8. Para Descartes a condição de existir era:
(A) Postar
(B) Pensar
(C) Consumir
(D) Parece
9. Todas as alternativas indicam atividades não muito comuns hoje
em dia, exceto os:
(A) Relacionamentos com uma dezena de amigos
(B) Passeios de bicicleta
(C) Hábitos digitais
(D) passeios ao parque para se distrair
10. Pela estrutura estamos diante de um texto híbrido que trata um
assunto cotidiano, mais precisamente diante de:
(A) um artigo de opinião
(B) um texto narrativo
(C) uma crônica argumentativa
(D) uma reportagem
 

GRAMÁTICA
11. Complete as lacunas com “eu” ou “mim”:
I. Eles partiram antes de _____.
II. Eles partiram antes de _____ partir.
III. Há alguma coisa para _____ fazer?
IV. Para _____, a seleção brasileira é a favorita.
V. Preciso de férias para _____ viajar.
a) mim – eu – mim – mim – mim
b) mim – eu – eu – mim – eu
c) eu – mim – eu – mim – mim
d) mim – mim – mim – eu – eu
e) eu – eu – mim – mim- mim
12. Julgue as proposições como verdadeiras ou falsas:
I. O pronome pessoal do caso reto “eu” não deve ser empregado
antes de verbos no infinitivo.
II. O pronome oblíquo “mim” não deve ser empregado antes de
verbos no infinitivo.
III. O pronome oblíquo “mim” pode ser empregado antes de um verbo
no infinitivo desde que haja uma vírgula sinalizando pausa para uma
alteração na ordem direta da frase.
a) F – F – F
b) V – V – V
c) V – F – F
d) F – V – V
e) F – V – F
13. Assinale a única frase correta quanto ao uso dos pronomes
pessoais:
a) Para mim, viver em Veneza é um luxo.
b) Fizemos os relatórios para mim apresentar.
c) Quando chegará o relatório para mim fazer?
d) Entre eu e você não existem diferenças.
e) Você não vive sem eu.
14. Assinale o item em que há erro no emprego do pronome
demonstrativo:
a) Por favor, ajude-me a trazer aqueles pacotes que estão na outra
sala.
b) Por que você anda sempre com estas mãos enfiadas nos bolsos?
c) Qual o manequim desse vestido que você está usando?
d) Estes seus olhos azuis são como dois oceanos!
e) Tens notícias daquele garoto que conhecemos sábado?
15. Assinale o tratamento dado a um prefeito:
a) Vossa Majestade
b) Vossa Santidade
c) Vossa Excelência
d) Vossa Magnificência
e) Vossa Meritíssima
16. Marque a opção que apresenta um pronome possessivo:
a) Todos a ensinavam a respeitar a natureza.
b) Ele estava muito nervoso.
c) A mulher cuja lembrança me dói nem sabe que existo.
d) Esse homem foi detido, pois ameaçou o policial.
e) Entenda que as suas promessas já não valem nada.
17. “Visitei o sítio da amiga de Paula, o qual muito me encantou.”
Usou-se o qual no lugar de que:
a) por uma questão de estilo;
b) pois só o qual é pronome relativo;
c) pois tanto faz usar um ou outro;
d) pois ali só caberia um pronome relativo;
e) para evitar-se ambiguidade (duplo sentido).
18. Em qual frase existe um pronome indefinido?
a) Quantos deixaram de pagar?
b) Existe isso mesmo?
c) Ninguém vai conseguir ir devido ao trânsito.
d) Você devia ir a um salão e se cuidar!
e) Os operários que aderiram a greve lutam por seus direitos.
19. Assinale a alternativa que apresenta um erro de colocação
pronominal:
a) Alguns alunos fizeram a lição, outros se fizeram de desentendidos.
b) Contar-lhe-emos toda a verdade sobre o assunto.
c) Me perdi porque anotei seu endereço de maneira errada!
d) Por favor, peça-lhe que venha ao meu escritório.
e) Nunca se queixou dos problemas, era resignado e otimista.
20. Sobre a colocação pronominal estão corretas as seguintes
proposições:
I. Diante de pronomes relativos, que, quem, qual, onde etc., o uso da
próclise é facultativo.
II. Diante das conjunções subordinativas que, como, embora etc., o
uso da próclise é obrigatório.
III. Quando o verbo não inicia a oração e quando o verbo estiver no
infinitivo não flexionado precedido de palavra negativa ou de
preposição, pode-se usar, indiferentemente, próclise ou ênclise.
IV. A mesóclise só é obrigatória quando se combinam dois fatores:
verbo no futuro iniciando a oração e ausência de palavra atrativa
exigindo próclise.
a) I, II e III
b) II, III e IV
c) III e IV
d) I e II
e) Todas estão corretas.
Gabarito:
1- B
2- A
3- C
4- A
5- B
6- D
7- B
8- B
9- C
10- C
11- B
12- D
13- A
14- B
15- C
16- E
17- E
18- C
19- C
20- B

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