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GABARITO
INTERPRETAÇÃO +
ACENTUAÇÃO/REFORMA
ORTOGRÁFICA – 9º ANO
29 de janeiro de 20163 comentários
TEXTO 1:
Defenestração
Luis Fernando Verissimo
Certas palavras têm o significado errado. Falácia, por exemplo, devia
ser o nome de alguma coisa vagamente vegetal. As pessoas
deveriam criar falácias em todas as suas variedades. A Falácia
Amazônica. A misteriosa Falácia Negra. Hermeneuta deveria ser o
membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde eles
chegassem, tudo se complicaria.
– Os hermeneutas estão chegando!
– Ih, agora é que ninguém vai entender mais nada…
Os hermeneutas ocupariam a cidade e paralisariam todas as
atividades produtivas com seus enigmas e frases ambíguas. Ao se
retirarem deixariam a população prostrada pela confusão. Levaria
semanas até que as coisas recuperassem o seu sentido óbvio. Antes
disso, tudo pareceria ter um sentido oculto. (…)
Traquinagem devia ser uma peça mecânica.
– Vamos ter que trocar a traquinagem. E o vetor está gasto.
Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestração. A
princípio foi o fascínio da ignorância. Eu não sabia o seu significado,
nunca lembrava de procurar no dicionário e imaginava coisas.
Defenestrar devia ser um ato exótico praticado por poucas pessoas.
Tinha até um certo tom lúbrico.
Galanteadores de calçada deviam sussurrar no ouvido das mulheres:
– Defenestras?
A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas… Ah, algumas
defenestravam.
Também podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez
mandassem defenestrar a casa. Haveria, assim, defenestradores
profissionais. Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras
que encerravam os documentos formais? “Nestes termos, pede
defenestração…” Era uma palavra cheia de implicações. Devo até tê-
la usado uma ou outra vez, como em:
– Aquele é um defenestrado.
Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer?
Defenestrada. Mesmo errada, era a palavra exata. Um dia,
finalmente, procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me
deixa mentir. “Defenestração” vem do francês “defenestration”.
Substantivo feminino. Ato de atirar alguém ou algo pela janela.
Ato de atirar alguém ou algo pela janela! Acabou a minha ignorância,
mas não a minha fascinação. Um ato como este só tem nome próprio
e lugar nos dicionários por alguma razão muito forte. Afinal, não
existe, que eu saiba, nenhuma palavra para o ato de atirar alguém ou
algo pela porta, ou escada abaixo. Por que, então, defenestração?
Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como o rapé. Um
vício como o tabagismo ou as drogas, suprimido a tempo. (…)
Quem entre nós nunca sentiu a compulsão de atirar alguém ou algo
pela janela? A basculante foi inventada para desencorajar a
defenestração. Toda a arquitetura moderna, com suas paredes
externas de vidro reforçado e sem aberturas, pode ser uma reação
inconsciente a esta volúpia humana, nunca totalmente dominada. Na
lua-de-mel, numa suíte matrimonial no 17º andar.
– Querida…
– Mmmm?
– Há uma coisa que preciso lhe dizer…
– Fala, amor!
– Sou um defenestrador.
E a noiva, em sua inocência, caminha para a cama:
– Estou pronta para experimentar tudo com você!
Em outra ocasião, uma multidão cerca o homem que acaba de cair na
calçada. Entre gemidos, ele aponta para cima e balbucia:
– Fui defenestrado…
Alguém comenta:
– Coitado. E depois ainda atiraram ele pela janela?
Agora mesmo me deu uma estranha compulsão de arrancar o papel
da máquina, amassá-lo e defenestrar esta crônica. Se ela sair é
porque resisti.
TEXTO 2:
Os três pássaros do rei Herodes (lenda)
Pela triste estrada de Belém, a Virgem Maria, tendo o Menino Jesus ao
colo, fugia do rei Herodes.
Aflita e triste ia em meio do caminho quando encontrou um pombo,
que lhe perguntou:
– Para onde vais, Maria?
– Fugimos da maldade do rei Herodes, – respondeu ela.
Mas como naquele momento se ouvisse o tropel dos soldados que a
perseguiam, o pombo voou assustado.
Continuou Maria a desassossegada viagem e, pouco adiante,
encontrou uma codorniz que lhe fez a mesma pergunta que o pombo
e, tal qual este, inteirada do perigo, tratou de fugir.
Finalmente, encontrou-se com uma cotovia, que, assim que soube do
perigo que assustava a Virgem, escondeu-a e ao menino, atrás de
cerrado grupo de árvores que ali existia.
Os soldados de Herodes encontraram o pombo e dele souberam o
caminho seguido pelos fugitivos.
Mais para a frente a codorniz não hesitou em seguir o exemplo do
pombo.
Ao fim de algum tempo de marcha, surgiram à frente da cotovia.
– Viste passar por aqui uma moça com uma criança no regaço?
– Vi, sim – respondeu o pequenino pássaro – Foram por ali.
E indicou aos soldados um caminho que se via ao longe. E assim
afastou da Virgem e de Jesus os seus malvados perseguidores.
Deus castigou o pombo e a codorniz.
O primeiro, que tinha uma linda voz, passou a emitir, desde então,
um eterno queixume.
A segunda passou a voar tão baixo, tão baixo, que se tornou presa
fácil de qualquer caçador inexperiente.
E a cotovia recebeu o prêmio de ser a esplêndida anunciadora do sol
a cada dia que desponta.
TEXTO 3:
Oração sem nome
O autor desse poema, quem o sabe? Foi encontrado em pleno campo
de batalha, no bolso de um soldado americano desconhecido; do
rapaz estraçalhado por uma granada, restava apenas intacta esta
folha de papel.
Escuta, Deus:
jamais falei contigo.
Hoje quero saudar-te. Bom dia! Como vais?
Sabes? Disseram-me que tu não existes,
e eu, tolo, acreditei que era verdade.
Nunca havia reparado a tua obra.
Ontem à noite, da trincheira rasgada por granadas,
vi teu céu estrelado
e compreendi então que me enganaram.
Não sei se apertarás a minha mão.
Vou te explicar e hás de compreender.
É engraçado: neste inferno hediondo
achei a luz para enxergar o teu rosto.
Dito isto, já não tenho muita coisa a te contar:
só que… que… tenho muito prazer em conhecer-te.
Faremos um ataque à meia-noite.
Não sinto medo.
Deus, sei que tu velas…
Há! É o clarim! Bom Deus, devo ir embora.
Gostei de ti… vou ter saudade… Quero dizer:
será cruenta a luta, bem o sabes,
e esta noite pode ser que eu vá bater-te à porta!
Muito amigos não fomos, é verdade.
Mas… sim, estou chorando!
Vês, Deus, penso que já não sou tão mau.
Bem, Deus, tenho de ir.
Sorte é coisa bem rara.
Juro, porém: já não receio a morte.
TEXTO 4:
What?
Quando ouvi falar do projeto do deputado Carrion de restringir o uso
de palavras estrangeiras no Rio Grande do Sul, até achei bacana,
embora inócuo. Sempre achei um saco aquelas pessoas que, na
tentativa furada de conseguir algum tipo de distinção, dizem que
precisam de um feedback no lugar de um retorno, ou que querem
printar alguma coisa ao invés de imprimir. Para alguns parece que
empregar o vocabulário do inglês, por exemplo, dá àqueles que o
usam a mesma sofisticação de alguém que mora em Nova Iorque tem
(ou não). Daí eu vi que o deputado queria que trocassem mouse por
rato e já deixei de simpatizar com a ideia.
Aliás, a forma como algumas pessoas se expressam mostram muito
uma certa “carência” que sentem. O caso clássico disso é o ambiente
de trabalho. Quanto maior o uso de termos técnicos desnecessários,
maior é a necessidade de pedir um esclarecimento. Para se sentirem
úteis, importantes, alguns começam a falar em código para que
possam traduzir para os leigos o seu conhecimento.
In: http://ccdoarnaldo.blogspot.com/2011/04/what.html
1. O texto se classifica em:
a) Narrativo
b) Descritivo
c) Lírico
d) Argumentativo
e) Informativo
2. O fato que motivou o autor a escrever o texto foi:
a) O projeto do deputado Carrion, que visava restringir o uso de
palavras estrangeiras no Rio Grande do Sul.
b) Uma viagem a Nova Iorque.
c) A forma como algumas pessoas se expressam.
d) O uso de termos técnicos desnecessários usados por algumas
pessoas em seu ambiente de trabalho.
e) A Reforma Ortográfica.
3. Assinale a opção correta sobre o posicionamento do autor:
a) É totalmente a favor da ideia do deputado.
b) Sempre foi contra a ideia do deputado.
c) Inicialmente, era a contra, mas ao conhecer mais sobre o plano do
deputado, passou a ser a favor.
d) Deixou de simpatizar com a ideia, porque o projeto previa trocar
estrangeirismos muito comuns, que já faziam parte da língua
portuguesa.
e) Passou a simpatizar com o projeto, porque seriam proibidos
quaisquer estrangeirismos, já que nosso idioma oficial é a Língua
Portuguesa.
4. O autor revela sua opinião sobre quem usa expressões técnicas e
de origem estrangeira em demasia. Sobre isso, assinale a alternativa
incorreta:
a) Algumas pessoas se valem de termos em inglês e de termos
técnicos de forma exagerada, principalmente no ambiente
corporativo, para chamar a atenção e se sentirem superiores.
b) Quanto maior o uso de termos técnicos desnecessários, maior é a
necessidade de pedir um esclarecimento.
c) A forma como algumas pessoas se expressam mostram muito uma
certa carência.
d) Para se sentirem úteis, importantes, alguns começam a falar em
código para que possam traduzir para os leigos o seu conhecimento.
e) As pessoas que empregam excessivamente palavras estrangeiras
no ambiente de trabalho estão apenas praticando outros idiomas,
sobretudo o inglês.
5. A respeito do título do texto, marque a afirmação errada:
a) É um termo em inglês, que traduzido significa: “O quê?”.
b) Foi usado como interrogação.
c) Demonstra as dúvidas do leitor em relação às palavras estranhas
que aparecem no texto.
d) Demonstra o questionamento do autor em relação a um projeto
que considera bacana, mas inócuo.
e) Oferece uma pista ao leitor, pois assim ele pode deduzir que o
texto falará sobre estrangeirismos.
6. A única palavra que não é acentuada pelo mesmo motivo
de carência é:
a) topázio
b) água
c) troféu
d) paciência
e) inteligência
7. Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela
mesma regra de: código, já e inócuo.
a) óculos, guaraná, Cláudio
b) lâmina, Cuiabá, aquário
c) biólogo, está, necessária
d) comprássemos, chá, língua
e) impaciência, sofá, dúvida
8. Marca o item em que necessariamente o vocábulo deve receber
acento gráfico:
a) da
b) uteis
c) alias
d) ate
e) dai
9. Pela Reforma Ortográfica, a palavra ideia, empregada no texto,
não possui mais acento por ser uma paroxítona com ditongo aberto. A
que outra palavra se aplica essa regra?
a) doi
b) ceu
c) assembleia
d) heroi
e) girassois
10. Assinala a alternativa incorreta:
a) Algumas letras estrangeiras que aparecem no texto não pertencem
ao alfabeto português.
b) Caso agregássemos o prefixo ante à palavra projeto, o vocábulo
seria escrito sem hífen.
c) até, inglês e invés são acentuadas pela mesma regra.
d) “alguém que mora em Nova Iorque tem…” Nesse trecho, o sujeito
está no singular e, por isso, a forma verbal tem não recebe acento.
e) clássico recebe acento por se tratar de uma proparoxítona.
RESPOSTAS:
1. D
2. A
3. D
4. E
5. C
6. C
7. D
8. B
9. C
10. A
**********************
TEXTO 5:
O velho e o sítio
Encontrar aberta a cancela do sítio me perturba… Penso nos portões
dos condomínios, e por um instante aquela cancela escancarada é
mais impenetrável. Sinto que, ao cruzar a cancela, não estarei
entrando em algum lugar, mas saindo de todos os outros. Dali avisto
todo o vale e seus limites, mas ainda assim é como se o vale cercasse
o mundo e eu agora entrasse num lado de fora. Após a besta
hesitação, percebo que é esse mesmo o meu desejo. Piso o chão do
sítio e caio fora. Piso o chão do sítio, e para me garantir decido fechar
a cancela atrás de mim. Só que ela está agarrada ao chão, incrustada
e integrada ao barro seco. Quando deixei o sítio pela última vez, há
cinco anos, devo ter largado a cancela aberta e nunca mais ninguém
a veio fechar.
(…) o velho sentado no tamborete faz um grande esforço para erguer
a cabeça, e é o tempo que necessitava para reconhecer nosso antigo
caseiro. Deixou crescer os cabelos que, à parte as raízes brancas,
parecem ter mergulhado num balde de asfalto. A pele do seu rosto
resultou mais pálida e murcha do que já era, e ele me fita com um ar
interrogativo que não consigo interpretar; talvez se pergunte quem
sou eu. Penso em lhe dar um tapa nas costas e dizer “há quantos
anos, meu tio”, mas a intimidade soaria falsa. Meu pai entraria
soltando uma gargalhada na cara do velho, passaria a mão naquele
cabelo gorduroso, talvez chutasse o tamborete e dissesse “levanta
daí, sacana!”. Meu pai tinha talento para gritar com os empregados;
xingava, botava na rua, chamava de volta, despedia de novo, e no
seu enterro estavam todos lá. Eu, se disser “há quantos anos, meu
tio”, pode ser que o ofenda, porque é outro idioma.
Sem aviso, o velho dá um pulo de sapo e vai para o centro da
cozinha, apontando para mim. Usa o calção amarrado com barbante
abaixo da cintura, e suas pernas cinzentas ainda são musculosas, as
canelas finas; é como se ele fosse de uma raça mista, que não
envelhecesse por igual. Aproxima-se com molejo de jogador, mas
com o tórax cavado e os braços caídos, papeira, a boca de lábios
grossos aberta com três dentes, os olhos azuis já encharcados. E
abraça-me, beija-me, recua um passo, fica me olhando como um cego
olha, não nos olhos, mas em torno do meu rosto, como que
procurando minha aura. “Deus lhe abençoe, Deus lhe abençoe”, diz.
Depois pergunta “que é de Osbênio?, Que é de Clair?” e entendo que
ele esperava outra pessoa, algum parente, quem sabe.
Um cacho de bananas verdes no chão da cozinha lembra-me que
passei o dia a chá e bolacha. Na geladeira, que é um móvel
atarracado de abrir por cima, encontro um jarro d’água, uma panela
com arroz e uma tigela de goiaba em calda. Instalo-me com a tigela à
mesa, onde antigamente os empregados comiam. O velho adivinha
que pretendo passar uns tempos no sítio, e emociona-se novamente.
Cai sentado na cadeira ao lado, e seus olhos voltam a se encharcar,
desta vez com lágrimas azedas. Conta o velho que a mulher morreu
há dois anos, que ele mesmo está muito doente, que os filhos
sumiram no mundo. Tapa uma narina para assuar a outra, e conta
que com ele só restaram as crianças. Que os outros, os de fora, foram
chegando e dominando tudo, o celeiro, a casa de caseiro, a casa dos
hóspedes, e contrataram gente estranha, e derrubaram a estrebaria e
comeram os cavalos. E que os outros, os de fora, só estão esperando
ele morrer para tomar posse da casa, por isso que ele dorme ali na
despensa, e os netos espalhados na sala e pelos quartos. Conta que
os patrões nunca aparecem, mas, quando aparecerem, vão ter um
bom dum aborrecimento.
Bilhete ao futuro
Affonso Romano de Sant’Anna
Bela ideia essa de Cristóvam Buarque, ex-reitor da Universidade de
Brasília e ex-ministro da Educação, de pedir às pessoas do nosso país
que escrevessem um “bilhete ao futuro”. O projeto teve a intenção de
recolher, no final dos anos 80, no século passado, uma série de
mensagens que seriam abertas em 2089, nas quais os brasileiros
expressariam suas esperanças e perplexidades diante do tumultuado
presente do fabuloso futuro.
Disponível em: http://thefirstimpressionsofme.blogspot.com.br/
1) O texto classifica-se em:
( ) narrativo ( ) argumentativo ( ) informativo ( ) descritivo
O açúcar
Ferreira Gullar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça,
água na pele,
flor que se dissolve na boca.
Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina
e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há
hospital nem escola,
homens que não sabem ler e morrem
aos vinte e sete anos
plantaram e colheram a cana
que viria a ser o açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura
produziram este açúcar branco e puro
com que adoço meu café esta manha em Ipanema.
Respostas:
1) (x) se desmancha, (x) se dilui
2) (x) Passamos por uma fase muito amarga, mas agora estamos
bem.
3) (x) Realizamos uma dura tarefa.
4) “homens de vida difícil e árdua produziram este açúcar”
5) (x) ao açúcar refinado
6) É comparado ao beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve
na boca.
7) Mesa do consumidor – Mercearia – Usina – Canaviais.
8) A vida amarga dos homens que trabalham nos canaviais.
9) Porque vivem em lugares distantes, onde não há hospital nem
escola. Não sabem ler, morrem cedo.
10) Resposta pessoal.
INTERPRETAÇÕES VARIADAS –
7º ANO
29 de janeiro de 201610 comentários
TEXTO 1:
A Borboleta e o Casulo
Quando a lagarta, tornada crisálida, concluiu praticamente a sua
transformação em lepidóptero, resta-lhe passar uma prova para se
tornar verdadeiramente borboleta. Tem de conseguir romper o casulo
no seio do qual se operou a transformação, a fim de se libertar dele e
iniciar o seu voo.
TEXTO 2:
A lição da borboleta
Um dia, uma pequena abertura apareceu num casulo e um homem
ficou observando o esforço da borboleta para fazer com que o seu
corpo passasse por ali e ganhasse a liberdade. Por um instante, ela
parou, parecendo que tinha perdido as forças para continuar. Então, o
homem decidiu ajudar e, com uma tesoura, cortou delicadamente o
casulo. A borboleta saiu facilmente. Mas, seu corpo era pequeno e
tinha as asas amassadas. O homem continuou a observar a borboleta
porque esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem
e ela saísse voando.
Nada disso aconteceu. A borboleta ficou ali rastejando, com o corpo
murcho e as asas encolhidas e nunca foi capaz de voar! O homem,
que em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendeu que o
casulo apertado e o esforço eram necessários para a borboleta vencer
essa barreira. Era o desafio da natureza para mantê-la viva. O seu
corpo se fortaleceria e ela estaria pronta para voar assim que se
libertasse do casulo.
A sabedoria vem………………..
A prosperidade vem………………..
A coragem vem…………………
Explique com tuas palavras a mensagem do texto.
Respostas:
1- Sim. Os dois textos falam sobre o processo de transformação da
lagarta em borboleta.
2- (x) concordo
Concorda-se pelo fato de o texto trazer informações sobre um
assunto da biologia. Comprova-se isto pelos elementos próprios desta
área: uso da linguagem científica (lepidóptero), explicação do
processo de metamorfose e pela mensagem de alerta para
preservação de uma espécie.
3- Metamorfose.
4- Não podemos interferir na metamorfose.
5- (x) concordo
O texto é uma crônica porque narra um fato do cotidiano, possível na
realidade, ou seja, um homem observando um inseto e interferindo
em suas ações. O texto é curto, com linguagem simples. Neste caso,
trata-se de uma crônica reflexiva, aquela que tem a intenção de
contar a história levando o leitor a refletir, conforme vemos no último
parágrafo.
6- Decidiu ajudar porque parecia que a borboleta havia perdido as
forças para continuar sozinha
7- O homem tinha a grande expectativa de que a borboleta voasse.
8- Não. A borboleta ficou rastejando, deformada, totalmente incapaz
de voar.
9- Faltou paciência, pois ele poderia ter esperado mais; sabedoria,
conhecimentos científicos, informação…
10- A força vem dos obstáculos que enfrentamos.
A sabedoria vem dos problemas que resolvemos.
A prosperidade vem do cérebro e músculos para trabalhar.
A coragem vem do perigo para superar.
O texto pretende mostrar que devemos enfrentar as dificuldades para
nos tornarmos mais fortes, sem fugir ou buscar atalhos. Todo desafio
é necessário para nosso crescimento e ajuda a nos transformar em
pessoas melhores.
*******************************
O nariz
Luis Fernando Verissimo
Era um dentista respeitadíssimo. Com seus quarenta e poucos anos,
uma filha quase na faculdade. Um homem sério, sóbrio, sem opiniões
surpreendentes, mas de uma sólida reputação como profissional e
cidadão. Um dia, apareceu em casa com um nariz postiço. Passado o
susto, a mulher e a filha sorriram com fingida tolerância. Era um
daqueles narizes de borracha com óculos de aros pretos,
sobrancelhas e bigodes. Sentou-se à mesa de almoço – sempre
almoçava em casa – com a retidão costumeira, quieto e algo
distraído. Mas com um nariz postiço.
– O que é isso? – perguntou a mulher, sorrindo menos.
– Isto o quê?
– Esse nariz.
– Ah, vi numa vitrina, entrei e comprei.
– Logo você, papai…
Depois do almoço ele foi recostar-se no sofá da sala como fazia todos
os dias. A mulher impacientou-se.
– Tire esse negócio.
– Por quê?
– Brincadeira tem hora.
– Mas isto não é brincadeira.
Sesteou com o nariz de borracha para o alto. Depois de meia hora,
levantou-se e dirigiu-se para a porta. A mulher interpelou:
– Aonde é que você vai?
– Como, aonde é que eu vou? Vou voltar para o consultório.
– Mas com esse nariz?
– Eu não compreendo você – disse ele, olhando-a com censura
através dos aros sem lentes. – Se fosse uma gravata nova, você não
diria nada. Só porque é um nariz…
– Pense nos vizinhos, pense nos clientes.
Os clientes, realmente, não compreenderam o nariz de borracha.
Deram risada, fizeram perguntas, mas terminaram a consulta
intrigados e saíram do consultório com dúvidas.
– Ele enlouqueceu?
– Não sei – respondia a recepcionista, que trabalhava com ele há 15
anos. – Nunca vi ele assim.
Naquela noite, ele tomou seu banho, como fazia sempre antes de
dormir. Depois vestiu o pijama e o nariz postiço e foi deitar.
– Você vai usar este nariz na cama? – perguntou a mulher.
– Vou. Aliás, não vou mais tirar esse nariz.
– Mas, por quê?
– Por que não?
Dormiu logo. A mulher passou a metade da noite olhando para o nariz
de borracha. De madrugada começou a chorar baixinho. Ele
enlouquecera. Era isto. Tudo estava acabado. Uma carreira brilhante,
uma reputação, um nome, uma família perfeita, tudo trocado por um
nariz postiço.
– Papai…
– Sim, minha filha.
– Podemos conversar?
– Claro.
– É sobre esse seu nariz…
– O meu nariz, outra vez? Mas vocês só pensam nisso?
– Papai, como é que nós não vamos pensar? De uma hora para outra,
um homem como você resolve andar de nariz postiço e não quer que
ninguém note?
– O nariz é meu e vou continuar a usar.
– Mas por que, papai? Você não se dá conta de que se transformou no
palhaço do prédio? Eu não posso mais encarar os vizinhos, de
vergonha. A mamãe não tem mais vida social.
– Não tem porque não quer…
– Como é que ela vai sair na rua com um homem de nariz postiço?
– Mas não sou “um homem”. Sou eu. O marido dela. O seu pai.
Continuo o mesmo homem. Um nariz de borracha não faz nenhuma
diferença.
– Se não faz nenhuma diferença, então por que usar?
– Mas, mas…
– Minha filha…
– Chega! Não quero mais conversar. Você não é mais meu pai.
A mulher e a filha saíram de casa. Ele perdeu todos os clientes. A
recepcionista pediu demissão, pois não sabia o que esperar de um
homem que usava nariz postiço. Evitava aproximar-se dele. Seu
pedido de demissão foi mandado pelo correio. Os amigos mais
chegados, numa última tentativa de salvar sua reputação, o
convenceram a consultar um psiquiatra.
– Você vai concordar – disse o psiquiatra depois de concluir que não
havia nada de errado com ele – que seu comportamento é um pouco
estranho…
– Estranho é o comportamento dos outros! – disse ele. – Eu continuo o
mesmo. Noventa e dois por cento do meu corpo continua o que era
antes. Não mudei a maneira de vestir, nem de pensar, nem de me
comportar. Continuo sendo um ótimo dentista, um bom marido, dom
pai, contribuinte, sócio do Fluminense, tudo como antes. Mas as
pessoas me repudiam todo o resto por casa deste nariz. Um simples
nariz de borracha. Quer dizer que eu não sou eu, eu sou o meu nariz?
– É… – disse o psiquiatra. – talvez você tenha razão…
O que é que você acha, leitor? Ele tem razão? Seja como for, não se
entregou. Continua a usar nariz postiço. Porque agora não á mais
uma questão de nariz. Agora é uma questão de princípios.
Por quê?
3) A partir de que momento o comportamento bem-humorado da
mãe e da filha começa a se modificar?
4) “Uma carreira brilhante, uma reputação, um nome, uma família
perfeita”. Esse fragmento demonstra os sentimentos e desejos do
dentista como pessoa ou o papel social exercido pelo dentista?
Justifique.
5) De acordo com o texto, o que é mais importante para a sociedade:
o que o indivíduo realmente é ou o que ele parece ser?
6) Escreva sobre como as pessoas reagiram quando o dentista
insistiu em usar o nariz.
7) De modo geral, tal qual ocorreu no caso do dentista, pode-se dizer
que a sociedade reserva um único destino a todos aqueles que ousam
ser diferentes. Qual é esse destino?
8) Que argumentos contrários o dentista apresenta diante da opinião
do psiquiatra sobre seu comportamento?
9) No final da crônica, o narrador afirma que o dentista continua a
usar o nariz: “Porque agora não é mais uma questão de nariz. Agora é
uma questão de princípios”. Qual a diferença entre uma questão de
nariz e uma questão de princípios?
10) Responda ao questionamento feito pelo narrador no último
parágrafo.
Respostas:
1- Crônica.
2- b
Porque retrata o modo de agir das pessoas diante de determinadas
situações.
3- Quando o dentista senta-se à mesa usando o nariz postiço.
4- Mostra somente o papel social exercido por ele, ou seja, a imagem
que a sociedade designa como sendo correta e esperada: sucesso
profissional, status, família…
5- O que ele parece ser; a aparência.
6- A mulher e a filha saíram de casa; os clientes não o procuraram
mais; a recepcionista pediu demissão e os amigos mais chegados
convenceram-no a consultar um psiquiatra.
7- A exclusão, o isolamento.
8- Argumenta dizendo que ele continua sendo o mesmo, os outros é
que mudaram. Cita exemplos e, por fim, questiona “Quer dizer que eu
não sou eu, eu sou o meu nariz?”.
9- Questão de nariz significa questão de brincadeira; questão de
princípios significa questão de caráter. Quer dizer que usar o nariz
postiço deixou de ser algo sem importância, algo feito num impulso
momentâneo, para se tornar uma determinação.
10- Resposta pessoal.
INTERPRETAÇÕES DE TEXTOS
VARIADOS – 6º ANO
29 de janeiro de 201634 comentários
O dono da bola
Ruth Rocha
O nosso time estava cheio de amigos. O que nós não tínhamos era a
bola de futebol. Só bola de meia, mas não é a mesma coisa.
Bom mesmo é bola de couro, como a do Caloca.
Mas, toda vez que nós íamos jogar com Caloca, acontecia a mesma
coisa. E era só o juiz marcar qualquer falta do Caloca que ele gritava
logo:
– Assim eu não jogo mais! Dá aqui a minha bola!
– Ah, Caloca, não vá embora, tenha espírito esportivo, jogo é jogo…
– Espírito esportivo, nada! – berrava Caloca. – E não me chame de
Caloca, meu nome é Carlos Alberto!
E assim, Carlos Alberto acabava com tudo que era jogo.
A coisa começou a complicar mesmo, quando resolvemos entrar no
campeonato do nosso bairro. Nós precisávamos treinar com bola de
verdade para não estranhar na hora do jogo.
Mas os treinos nunca chegavam ao fim. Carlos Alberto estava sempre
procurando encrenca:
– Se o Beto jogar de centroavante, eu não jogo!
– Se eu não for o capitão do time, vou embora!
– Se o treino for muito cedo, eu não trago a bola!
E quando não se fazia o que ele queria, já sabe, levava a bola embora
e adeus, treino.
Catapimba, que era o secretário do clube, resolveu fazer uma
reunião:
– Esta reunião é para resolver o caso do Carlos Alberto. Cada vez que
ele se zanga, carrega a bola e acaba com o treino.
Carlos Alberto pulou, vermelhinho de raiva:
– A bola é minha, eu carrego quantas vezes eu quiser!
– Pois é isso mesmo! – disse o Beto, zangado. – É por isso que nós não
vamos ganhar campeonato nenhum!
– Pois, azar de vocês, eu não jogo mais nessa droga de time, que nem
bola tem.
E Caloca saiu pisando duro, com a bola debaixo do braço.
Aí, Carlos Alberto resolveu jogar bola sozinho. Nós passávamos pela
casa dele e víamos. Ele batia bola com a parede. Acho que a parede
era o único amigo que ele tinha. Mas eu acho que jogar com a parede
não deve ser muito divertido.
Porque, depois de três dias, o Carlos Alberto não aguentou mais.
Apareceu lá no campinho.
– Se vocês me deixarem jogar, eu empresto a minha bola.
Carlos Alberto estava outro. Jogava direitinho e não criava caso com
ninguém.
E, quando nós ganhamos o jogo final do campeonato, todo mundo se
abraçou gritando:
– Viva o Estrela-d’Alva Futebol Clube!
– Viva!
– Viva o Catapimba!
– Viva!
– Viva o Carlos Alberto!
– Viva!
Então o Carlos Alberto gritou:
– Ei, pessoal, não me chamem de Carlos Alberto! Podem me chamar
de Caloca!
Futebol na raça
Criado na Inglaterra em 1863, ele desembarcou no Brasil 31 anos
depois, na forma de uma bola trazida debaixo do braço pelo
estudante paulista Charles Miller. Chegou elitista, racista e
excludente. Quando se organizaram os primeiros campeonatos, lá
pelo começo do século, era esporte de branco, rico, praticado em
clubes fechados ou colégios seletos. Negros e pobres estavam
simplesmente proibidos de chegar perto dos gramados, mas mesmo à
distância, perceberam o jogo e deles se agradaram.
Estava ali uma brincadeira feita sob medida para pobre. Não exige
equipamento especial além de um objeto qualquer que possa ser
chutado como se fosse bola. Pode ser praticado na rua, no pátio da
escola, no fundo do quintal. O número e o tipo de jogador dependem
apenas de combinação entre as partes. Jogam o forte e o fraco, o
baixinho e o altão, o gordo e o magro. (…)
Maurício Cardoso. Revista Veja.
9) Compare esse texto com O dono da bola e assinale as alternativas
corretas:
( ) Os dois textos tratam do mesmo assunto.
( ) O dono da bola é um texto informativo que traz dados sobre o
futebol.
( ) Futebol na raça é um texto informativo e O dono da bola é a
narração de uma história.
( ) A frase “O futebol chegou elitista, racista e excludente” não
combina com o futebol de rua onde todos podem jogar.
10) Faça uma relação das palavras-chaves empregadas nos dois
textos, ou seja, das expressões mais diretamente ligadas ao futebol.
(No mínimo 10!)
Respostas:
1- Carlos Alberto (Caloca).
2- Participa. (Verifica-se em “Nós passávamos pela casa dele…/E,
quando nós ganhamos o jogo final do campeonato…”)
3- “– Se o Beto jogar de centroavante, eu não jogo!”
4- A reunião era para resolver o caso de Carlos Alberto, que só criava
confusão.
5- Estrela-d’Alva Futebol Clube.
6- Resposta pessoal.
7- 2,4,1,3
8- 2, 1, 3, 1, 1, 3, 1, 3, 1
9- Apenas a 2ª opção não deve ser marcada, pois está incorreta.
10- Bola, time, juiz, falta, campeonato, centroavante, capitão, treino,
clube, jogo…
**************************
O homem e a galinha
Ruth Rocha
Era uma vez um homem que tinha uma galinha. Era uma galinha
como as outras.
Um dia a galinha botou um ovo de ouro. O homem ficou contente.
Chamou a mulher:
– Olha o ovo que a galinha botou.
A mulher ficou contente:
– Vamos ficar ricos!
E a mulher começou a tratar bem da galinha.
Todos os dias a mulher dava mingau para a galinha. Dava pão-de-ló,
dava até sorvete. E a galinha todos os dias botava um ovo de ouro.
Vai que o marido disse:
– Pra que este luxo todo com a galinha? Nunca vi galinha comer pão-
01 – De acordo com o texto, por que a cigarra não possuía provisão
na despensa?
a) Porque passou o verão comendo.
b) Porque passou o verão cantando.
c) Porque se esqueceu de guardar.
d) Porque tudo estragou durante o verão.
02 – Qual a solução encontrada pela cigarra para resolver seu
problema?
a) Saiu em busca de trabalho.
b) Mendigou pelos arredores.
c) Pediu ajuda a alguém próximo à ela.
d) Aproveitou para fazer uma dieta.
03 – Observe o contexto em que as seguintes palavras estão e
assinale a opção em que o significado não corresponde à palavra
retirada do texto:
a) provisão: mantimentos
b) obsequiosa: que presta favores
c) imprevidente: precavida, cautelosa
d) sem mora: sem demora
04 – As fábulas têm o propósito de passar ensinamentos. A partir do
ponto de vista da formiga, qual ditado popular melhor representaria a
moral dessa fábula?
a) Primeiro o dever, depois o prazer.
b) Nem tudo que reluz é ouro.
c) Quem sai na chuva é pra se molhar.
d) Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
05 – Observando a situação da cigarra, que ditado popular melhor
representaria o ensinamento da fábula?
a) Nunca troque o certo pelo duvidoso.
b) Casa de ferreiro; espeto de pau.
c) Pobre de quem pede ajuda a quem só sabe fazer o mal.
d) Filho de peixe, peixinho é.
06 – Chamamos de ironia o modo de expressão que consiste em dizer
o contrário do que realmente se pensa, com a intenção de
ridicularizar. Assim, em qual dos trechos podemos perceber que a
personagem utilizou a ironia em sua fala?
a) “Antes de agosto chegar […] pago com juros…”
b) “Eu cantava, sim Senhora, noite e dia…”
c) “Que fizeste até outro dia?”
d) “Tu cantavas? Que beleza!”
07 – Dependendo do contexto em que as palavras se encontram, elas
podem assumir outros significados. Em qual frase a palavra dança foi
utilizada com o mesmo sentido do texto?
a) Mariana aprendeu uma nova dança.
b) Se não estudar, você dança na prova.
c) Ele dança sem vontade.
d) Faltam dois minutos para a apresentação do grupo de dança.
08 – Pelo que lemos na fábula, qual a qualidade poderia ser atribuída
à formiga?
a) mesquinha
b) generosa
c) solidária
d) impaciente
Respostas: 1-b, 2-c, 3-c, 4-a, 5-c, 6-d, 7-b, 8-a
***************************
A velha contrabandista
Stanislaw Ponte Preta
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela
passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco
atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho –
começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da
Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal
perguntou assim pra ela:
– Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse
saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
– É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e
mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A
velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito
encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na
lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
– É lambreta.
1) O que a velhinha carregava dentro do saco, para despistar o
guarda?
2) O que o autor quis dizer com a expressão “tudo malandro velho”?
3) Leia novamente o 4º parágrafo do texto e responda: Quando o
narrador citou os dentes que “ela adquirira no odontólogo”, a que tipo
de dentes ele se referia?
4) Explique com suas palavras qual foi o truque da velhinha para
enganar o fiscal.
5) Quando a velhinha decidiu contar a verdade?
6) Qual é a grande surpresa da história?
7) Organize corretamente as frases abaixo, observando a ordem dos
acontecimentos.
( ) O fiscal verificou que só havia areia dentro do saco.
( ) O pessoal da alfândega começou a desconfiar da velhinha.
( ) Diante da promessa do fiscal, ela lhe contou a verdade: era
contrabando de lambretas.
( ) Todo dia, a velhinha passava pela fronteira montada numa
lambreta, com um saco no bagageiro.
( ) Mas, desconfiado, o fiscal passou a revistar a velhinha todos os
dias.
( ) Durante um mês, o fiscal interceptou a velhinha e, todas as
vezes, o que ela levava no saco era areia.
( ) Então, ele prometeu que não contaria nada a ninguém, mas pediu
à velhinha que lhe dissesse qual era o contrabando que fazia.
Respostas:
1- Carregava areia.
2- Quis dizer que os fiscais eram experientes.
3- Estava se referindo aos dentes postiços, artificiais.
4- Resposta esperada: Carregava sacos de areia na garupa para
distrair a atenção dos guardas sobre o verdadeiro contrabando.
5- Quando o guarda lhe jurou que não contaria a verdade a ninguém.
6- O final, quando a velhinha revela que contrabandeava lambretas.
7- 3, 2, 7, 1, 4, 5, 6
******************************
PARTE 3 – Acentuação
1) Justifica o uso do acento das seguintes palavras retiradas do texto:
árvores
até –
só –
más –
só –
2) Retira do texto 3 proparoxítonas:
3) Relaciona:
(1) oxítona ( ) menor ( ) natureza
(2) paroxítona ( ) folhas ( ) perder
(3) proparoxítona ( ) fábricas ( ) buscar
Respostas:
PARTE 1
1- Narrativo
2- Não participa.
3- 8
4- a) O desbastamento das árvores tinha espantado os pássaros.
b) O seu cérebro era insignificante.
c) Chegaram máquinas do exterior.
d) Eles voltaram experientes.
e) Costumava pegar a tesoura da mãe e ia para o quintal.
5- Reposta pessoal.
6- compulsivo, obsessivo, destruidor, de inteligência diminuta
7- a) O narrador usa a palavra felizmente porque o plástico é um
material que polui muito mais, demora a se decompor, prejudica o
meio ambiente.
b) Pessoas inteligentes não destroem a natureza, pois sabem que
precisamos dela.
c) Antes havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e
até mesmo jabuticabeiras, era um quintal enorme, que parecia uma
chácara. Depois, sem árvores, sem plantas, o quintal ficou silencioso,
porque o desbastamento das árvores tinha afugentado pássaros e
destruído ninhos.
d) Resposta pessoal
e) A mãe incentivava o filho a cortar as folhas, achava aquilo bom,
pois tinha medo de que o menino saísse para a rua e encontrasse
más companhias. Ela influenciou negativamente a educação do filho;
sem querer, ajudou-o a se tornar um destruidor da natureza.
f) Reposta pessoal
g) Resposta pessoal
8-a) imensas, pequeno
b) atraindo, construindo, desvantagem
****************************
Pouca gente ouviu falar de poluição luminosa, mas tal coisa existe e é
um pesadelo na vida de astrônomo, pois rouba a beleza do céu
estrelado. Não foram os astros que perderam o frescor, a humanidade
é que iluminou intensamente a Terra e ofuscou a noite. A poluição
luminosa é causada pelo excesso de iluminação urbana. (…) Para
chamar a atenção para o problema, astrônomos de diversos países
começaram a organizar algo como o dia mundial do céu escuro. A
ideia é que as luzes das cidades fossem apagadas por alguns
instantes. (…)
A vida do Homem
Xavier Marques
Deus criou o homem e disse-lhe:
— Vai, serás o senhor da terra e o animal superior. Grandes trabalhos
e surpresas te esperaram, mas de tudo triunfarás, se fizeres a tua
parte. A tua felicidade depende muito do teu querer. Viverás 30 anos.
O homem ouviu e calou-se.
Deus criou o burro e disse-lhe:
— Vais viver como escravo do homem, conduzi-lo e a todos os fardos
que te puserem às costas.
Serás bastante discreto e paciente para suportar, além da pesada
carga, as privações que te forem impostas durante as viagens.
Viverás 50 anos.
— Escravidão, cargas, privações e viver 50 anos… É muito, Senhor.
Bastam-me 30.
Deus criou o cão e disse-lhe:
— Vais ser o companheiro do homem, de quem guardarás sempre
alerta a porta, servindo-o com inteira obediência, ainda que não
recebas mais do que um osso para matar a fome. Sofrerás açoites,
mas, humilde e fiel, tens que lamber a mão que te castiga. Viverás 30
anos.
O cão pensou e refugou:
— Vigiar dia e noite, açoitado, padecer fome e viver 30 anos… Não,
Senhor, quero apenas 10.
Deus criou o macaco e disse-lhe:
— Vai, o teu ofício é alegrar o homem, saltando de galho em galho,
ou atado a um cepo, procurarás, imitando-o o bom humor. Viverás 50
anos.
O macaco pestanejou e pediu:
— Senhor, é demasiado para tão indigno mister. Basta-me viver trinta
anos.
Tomando, então, a palavra, disse o homem:
— Vinte anos que o burro não quis, vinte que o cão enjeitou, vinte que
o macaco recusa, dai-me os, Senhor, que trinta anos é muito pouco
para o rei dos animais.
— Queres? Respondeu o Criador. Viverás, assim noventa anos, mas
com uma condição. Cumprirás, em tua vida, não só o teu destino,
mas também o do burro, o do cão e o do macaco.
E assim o homem vive. Até os vinte, forte, corajoso, resistente,
arrasta perigos e estorvos, luta com resolução, vence e dorme. É
HOMEM. Dos trinta aos cinquenta, tem família e trabalha sem repouso
para sustentá-la. Cria os filhos, afadiga-se para educá-los e garantir-
lhes o futuro. Sobre ele se acumulam os encargos. É BURRO.
Dos cinquenta aos setenta, está de sentinela à família. Dedicado e
dócil, seu dever é defendê-la, mas já não pode, contudo, fazer valer a
sua vontade. Contrariado, humilha-se e obedece. É CÃO.
Dos setenta aos noventa, sem força, curvo, trôpego e enrugado,
vegeta a um canto, inútil e ridículo.
Faz rir com sua gula, sua caduquice e sua própria rabugice. Sabe que
não o tomam a sério, mas se resigna e tem gosto em ser palhaço das
crianças. É o MACACO.
TEXTO 1:
A liberdade e o consumo
Quantos morreram pela liberdade de sua pátria? Quantos foram
presos ou espancados pela liberdade de dizer o que pensam?
Quantos lutaram pela libertação dos escravos?
Gabarito:
1- D
2- E
3- A
4- B
5- E
6- B
7- C
8- C
9- B
10- D
11- C
12- D
13- D
14- A
15- D
16- C
17- A
18- E
19- B
20- D
************************
TEXTO 2:
Química da digestão
Para viver, entre outras coisas, precisamos de energia. Como não
podemos tirar energia da luz do sol para viver, como os vegetais,
essa energia usada pelo nosso organismo vem das reações químicas
que acontecem nas nossas células.
Podemos nos comparar a uma fábrica que funciona 24 horas por dia.
Vivemos fazendo e refazendo os materiais de nossas células. Quando
andamos, cantamos, pensamos, trabalhamos ou brincamos, estamos
consumindo energia química gerada pelo nosso próprio organismo. E
o nosso combustível vem dos alimentos que comemos.
No motor do carro, por exemplo, a gasolina ou o álcool misturam-se
com o ar, produzindo uma combustão, que é uma reação química
entre o combustível e o oxigênio do ar. Do mesmo modo, nas células
do nosso organismo, os alimentos reagem com o oxigênio para
produzir energia. No nosso corpo, os organismos são transformados
nos seus componentes mais simples, equivalentes à gasolina ou ao
álcool, e, portanto, mais fáceis de queimar. O processo se faz através
de um grande número de reações químicas que começam a se
produzir na boca, seguem no estômago e acabam nos intestinos. As
substâncias presentes nesses alimentos são decompostas pelos
fermentos digestivos e se transformam em substâncias orgânicas
mais simples. Daí esses componentes são transportados pelo sangue
até as células. Tudo isso também consome energia.
1 – O texto afirma que o nosso corpo pode ser comparado a uma
fábrica porque:
a) reage quimicamente pela combustão
b) move-se a base de gasolina ou álcool
c) produz energia a partir dos alimentos
d) utiliza oxigênio como combustível
e) Funciona 22 horas por dia
2 – “Tudo isso também consome energia” (3º parágrafo ). No trecho,
a expressão em destaque se refere a:
a) Fermentos digestivos
b) combustíveis
c) reações químicas
d) usinas de energia
e) energia
3 – Depois de processadas pelos fermentos digestivos, as substâncias
são levadas para:
a) a boca
b) as células
c) o estômago
d) os intestinos
e) o esôfago
4 – As mitocôndrias são essenciais para o funcionamento do nosso
corpo porque são responsáveis por:
a) digerir os alimentos
b) produzir energia
c) renovar as células
d) transportar o oxigênio
e) limpar nosso sangue
5 – Este texto pode ser considerado um artigo de divulgação científica
porque apresenta:
a) explicação detalhada sobre um acontecimento recente
b) expressões coloquiais para exemplificar o processo da digestão
c) linguagem figurada para descrever o processo de combustão
d) vocabulário técnico para explicar a química da digestão
e) uma explicação muito complexa
6 – O texto trata:
a) da constituição do aparelho digestivo
b) da digestão como fonte de energia
c) dos cuidados para uma boa alimentação
d) dos elementos que compõem o corpo humano
e) do processo da degustação
7 – “Essa é uma verdadeira combustão, mas uma combustão sem
chamas”. O termo destacado poderia ser substituído por qualquer
uma das expressões abaixo, exceto:
a) porém
b) contudo
c) todavia
d) entretanto
e) porque
8 – Leia a oração: “Divulgou-se muito a manifestação dos caras-
pintadas”. Se colocarmos manifestação no plural, quantas outras
palavras serão alteradas?
a) uma
b) duas
c) três
d) quatro
e) nenhuma
9 – Assinale a alternativa CORRETA com relação à concordância
verbal.
a) Quais de vocês cometeu o maior pecado?
b) Fui eu que pagou as despesas.
c) Falta três segundos para o término da partida.
d) Mais de cem pessoas foi testemunha do assalto.
e) Dezenas de estudantes foram prejudicados.
10 – Qual a alternativa em que a concordância está errada?
a) Precisam-se de funcionários.
b) Necessita-se de pedreiros.
c) Vende-se gelo cristal.
d) Compram-se revistas e jornais velhos.
e) Parabenizou-se a diretora.
11 – Qual a alternativa que completa as frases corretamente?
– O relógio ………….. sete horas.
– Naquela relojoaria ………… relógios.
– Ontem ………. bons filmes no cinema.
a) batem – consertam-se – havia
b) bate – consertam-se – havia
c) bateram – conserta-se – houveram
d) batem – consertam-se – haviam
e) bate – conserta-se – havia
12 – Em que item há um erro de concordância verbal?
a) Já soaram duas horas no relógio da torre.
b) Eu com o meu amigo Paulo entramos na sociedade.
c) Fazem dois meses que o visitei.
d) Fui eu quem apresentei esta solução.
e) Há muitos candidatos a essa vaga.
13 – Indique a alternativa que preenche adequadamente as lacunas
da frase: “_________ anos que o homem se pergunta: Se não _______
medos, como _________ esperanças?”
a) Faz – houvesse – existiriam
b) Fazem – houvesse – existiriam
c) Fazem – houvessem – existiriam
d) Faz – houvesse – existia
e) Faz – houvessem – existiria
14 – Assinale a única frase que pode ser preenchida com a primeira
forma verbal entre parênteses.
a) O roqueiro e a atriz _____ o evento num grande espetáculo.
(transformou – transformaram)
b) A maioria dos indivíduos __________ com uma vida digna. (sonha
sonham)
c) O chefe da seção com o gerente _______ a argumentos de força
para estimular seus funcionários. (recorreu – recorreram)
d) Já ________ dez horas e nada dele chegar. (é – são)
e) __________ se muitas mercadorias ruins. (Encontra Encontram)
15 – O enunciado “Vossa Excelência não deve fazer prevalecer os
seus interesses sobre os de vossos eleitores” foi usado por um
deputado para criticar um colega de parlamento. Quanto aos
pronomes que compõem a forma de tratamento do período, pode se
afirmar que:
a) estão todos corretos;
b) está incorreto o emprego do possessivo vossos;
c) está incorreto o emprego do pronome de tratamento Vossa
Excelência, para um deputado;
d) está incorreto o emprego do possessivo seus;
e) estão todos incorretos.
16 – A alternativa que respeita a norma culta é:
a) Campinas ficam no Estado de São Paulo.
b) Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveram.
c) Haviam muitas crianças no parque ontem.
d) Tempos atrás, viviam-se com mais tranquilidade.
e) Da cidade à ilha é uma hora e quarenta minutos.
17 – Leia as frases:
I. Infelizmente, há excessos no uso de agrotóxicos.
II. Consomem-se muitos alimentos com agrotóxicos.
III. Manaus são a campeã no abuso de agrotóxicos.
Está(ao) correta(s), quanto à concordância verbal:
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) II e III
Gabarito:
1- C
2- C
3- B
4- B
5- D
6- B
7- E
8- B
9- E
10- A
11- B
12- C
13- B
14- B
15- B
16- E
17- D
18- C
19- B
20- Alugam-se apartamentos.
INTERPRETAÇÃO +
CONCORDÂNCIA NOMINAL
29 de janeiro de 2016Deixe um comentário
As novelas e a educação
Provavelmente não há outro país onde as novelas, esta atração
televisiva de presença mundial, tenham caído tanto no gosto popular
como no Brasil.
Nossos autores, tão talentosos, poderiam usar o meio para inserir (ou
reforçar) no ideário do país a crença no trabalho duro e honesto como
forma de ascensão social e nos benefícios que isso representa para o
indivíduo e para a coletividade.
Emílio Odebrecht
1- O tema do texto é:
a) a importância artística das novelas
b) a influência das novelas na educação e costumes dos brasileiros
c) as famílias representadas nas telenovelas
d) a conduta dos atores na vida real
e) a repercussão das telenovelas no Brasil
2- No texto, o autor:
a) apresenta fatos que orientam como as personagens devem agir em
cada capítulo da novela.
b) defende a ideia de que as novelas devem ir além da mera função
de entretenimento.
c) descreve em detalhes o perfil do brasileiro médio e de sua
preferência pelas telenovelas.
d) informa a respeito dos efeitos positivos que as telenovelas têm
provocado nas decisões políticas do país.
e) divulga resultados de um estudo acerca dos efeitos nocivos das
telenovelas sobre o comportamento das famílias brasileiras.
3- O autor reconhece que, graças às telenovelas:
a) as pessoas adotam comportamentos mais maléficos do que
benéficos em suas vidas.
b) todas as pessoas puderam adotar padrões de comportamento
éticos e morais.
c) temas importantes puderam ser debatidos, tais como o
planejamento familiar e a participação da mulher no mercado de
trabalho.
d) a divulgação de novos hábitos e modismos estendeu-se a todas as
regiões do país.
e) foram implantados mecanismos eficazes de apoio à formação
educacional dos jovens brasileiros.
4- Em: “Ao falar em formação, penso no incentivo à agregação
familiar, na disseminação de valores…”, sem alteração de sentido, a
palavra em destaque poderia ser substituída por:
a) dispersão
b) propagação
c) recuperação
d) declínio
e) vulgarização
5- Todas as opções se referem à novela, exceto:
a) “esta atração televisiva de presença mundial”
b) “esse tipo de programa”
c) “Tais programas”
d) “canais educativos”
e)” forma de arte na qual somos mestres”
6- Há ERRO de concordância em:
a) atos e coisas más
b) serraria e estábulo conservados
c) cercas e trilhos abandonados
d) dificuldades e obstáculo intransponível
e) fazendas e engenho prósperas
7- Enumere a segunda coluna pela primeira (regra do adjetivo
posposto):
(1) velhos (2) velhas
( ) camisa e calça …………..
( ) chapéu e calça ………….
( ) calça e chapéu ………….
( ) chapéu e paletó ………..
( ) chapéu e camisa ……….
a) 2 – 1 – 1 – 1 – 2
b) 2 – 2 – 1 – 1 – 2
c) 1 – 2 – 2 – 2 – 2
d) 1 – 2 – 1 – 1 – 2
e) 2 – 1 – 1 – 1 – 1
8- A flexão MASCULINA do adjetivo só é admissível em:
a) Entrego-lhe inclusas as cópias solicitadas.
b) Vi o mercado e as ruas repletas de gente.
c) É necessária a paciência.
d) Enviam-lhe anexas as folhas de pagamento.
e) É proibida a entrada.
9- Todas as concordâncias estão corretas, EXCETO:
a) Nosso time teve menas chances de gols.
b) É necessário serenidade.
c) Eles adquiriram bastantes posses.
d) Elas próprias confessaram a verdade.
e) É meio-dia e meia.
10- Marque a opção que preenche corretamente as lacunas:
(I) Era aproximadamente meio-dia e …….. quando a ambulância
chegou.
(II) Decepção é ……… para aprender.
(III) Apesar da superpopulação do alojamento, havia …….
acomodações para os homens.
(IV) Os documentos dos candidatos seguiram……… às fichas de
inscrição.
a) meia – bom – bastantes – anexos
b) meio – bom – bastantes – anexo
c) meia – boa – bastante – anexo
d) meio – boa – bastante – anexos
e) meia – bom – bastantes – anexas
11- Todas as palavras grifadas admitem as duas concordâncias
indicadas, EXCETO:
a) Dei-lhe um vestido e uma blusa vermelhos. (ou vermelha)
b) Conservo um nome e um amor guardado. (ou guardados)
c) Aquele foi um beijo e um abraço demorado. (ou demorados)
d) Tratava-se de um ladrão e assassino perigoso. (ou perigosos)
e) Explicada a teoria e os métodos, passemos ao trabalho. (ou
explicados)
12- Assinale a frase correta:
a) Ela mesmo confirmou a realização do encontro.
b) A reedição da obra é necessário urgentemente.
c) Ela ficou meia preocupada com a notícia.
d) Muito obrigado, meu amor! – falou emocionada.
e) Em anexo vão nossas últimas fotografias.
13- “É …… discussão entre homens e mulheres …… ao mesmo ideal,
pois já se disse …… vezes que de uma discussão, ainda que ……
acalorada, nasce a luz.”
a) bom – voltados – bastantes – meio
b) bom – voltadas – bastante – meia
c) boa – voltadas – bastantes – meio
d) boa – voltados – bastante – meia
e) boa – voltados – bastantes – meias
14- Ainda …… furiosa, mas com …… violência, proferia injúrias ……..
para escandalizar.
a) meia – menas – bastantes
b) meia – menos – bastante
c) meio – menos – bastante
d) meio – menos – bastantes
e) meio – menas – bastantes
15- “Entrada é ……, mas a permanência é …….”
a) permitida – proibida
b) permitido – proibido
c) permitida – proibido
d) permitido – proibido
e) permitido – proibida
16- “Os cientistas encontraram …… fórmulas e meios para realizar a
experiência.”
a) novo
b) nova
c) novos
d) novas
e) n.d.a.
17- Aponte a alternativa em que a concordância está incorreta:
a) Seguem anexas as fotos solicitadas.
b) As cartas seguirão em anexas.
c) As cartas seguirão em anexo.
d) Todos estavam presentes, menos as pessoas que deviam estar.
e) Vinha com bolsos e mãos cheios de dinheiro.
18- Assinale a frase que contraria a norma culta quanto à
concordância nominal.
a) Falou bastantes verdades.
b) Já estou quites com o colégio.
c) Nós continuávamos alerta.
d) Haverá menos dificuldades na prova.
e) Como não tinham outra companhia, os irmãos viajaram sós.
19- Observe as frases:
I. Simpáticas dançarinas e malabaristas animavam a festa.
II. Muito obrigada! – disse a moça.
III. É necessária liberdade de expressão.
IV. A pobre senhora ficou meio confusa.
V. São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.
Há concordância inaceitável em:
a) I e II
b) II, III e IV
c) II
d) III
e) IV
20- A frase deste aviso está correta? Justifique.
Gabarito:
1- B
2- B
3- C
4- B
5- D
6- E
7- E
8- B
9- A
10- A
11- E
12- E
13- A
14- D
15- E
16- D
17- B
18- B
19- D
20- Não. A expressão “permitido” deve ser invariável quando o sujeito
não é determinado por artigo ou por certos pronomes. O correto seria
“Permitido entrada somente de funcionários”.
INTERPRETAÇÃO +
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
29 de janeiro de 2016Deixe um comentário
Papos
Luis Fernando Verissimo
– Me disseram…
– Disseram-me.
– Hein?
– O correto e “disseram-me”. Não “me disseram”.
– Eu falo como quero. E te digo mais… Ou é “digo-te”? – O quê?
– Digo-te que você…
– O “te” e o “você” não combinam.
– Lhe digo?
– Também não. O que você ia me dizer?
– Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que eu vou te
partir a
cara. Lhe partir a cara. Partir a sua cara. Como é que se diz?
– Partir-te a cara.
– Pois é. Parti-la hei de, se você não parar de me corrigir. Ou corrigir-
me.
– É para o seu bem.
– Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem
entender.
Mais uma correção e eu…
– O quê?
– O mato.
– Que mato?
– Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu bem?
– Pois esqueça-o e pára-te. Pronome no lugar certo e elitismo!
– Se você prefere falar errado…
– Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou
entenderem-me?
– No caso… não sei.
– Ah, não sabe? Não o sabes? Sabes-lo não?
– Esquece.
– Não. Como “esquece”? Você prefere falar errado? E o certo é
“esquece” ou
“esqueça”? Ilumine-me. Me diga. Ensines-lo-me, vamos.
– Depende.
– Depende. Perfeito. Não o sabes. Ensinar-me-lo-ias se o soubesses,
mas não
sabes-o.
– Está bem, está bem. Desculpe. Fale como quiser.
– Agradeço-lhe a permissão para falar errado que mas dás. Mas não
posso
mais dizer-lo-te o que dizer-te-ia.
– Por quê?
– Porque, com todo este papo, esqueci-lo.
GRAMÁTICA
11. Complete as lacunas com “eu” ou “mim”:
I. Eles partiram antes de _____.
II. Eles partiram antes de _____ partir.
III. Há alguma coisa para _____ fazer?
IV. Para _____, a seleção brasileira é a favorita.
V. Preciso de férias para _____ viajar.
a) mim – eu – mim – mim – mim
b) mim – eu – eu – mim – eu
c) eu – mim – eu – mim – mim
d) mim – mim – mim – eu – eu
e) eu – eu – mim – mim- mim
12. Julgue as proposições como verdadeiras ou falsas:
I. O pronome pessoal do caso reto “eu” não deve ser empregado
antes de verbos no infinitivo.
II. O pronome oblíquo “mim” não deve ser empregado antes de
verbos no infinitivo.
III. O pronome oblíquo “mim” pode ser empregado antes de um verbo
no infinitivo desde que haja uma vírgula sinalizando pausa para uma
alteração na ordem direta da frase.
a) F – F – F
b) V – V – V
c) V – F – F
d) F – V – V
e) F – V – F
13. Assinale a única frase correta quanto ao uso dos pronomes
pessoais:
a) Para mim, viver em Veneza é um luxo.
b) Fizemos os relatórios para mim apresentar.
c) Quando chegará o relatório para mim fazer?
d) Entre eu e você não existem diferenças.
e) Você não vive sem eu.
14. Assinale o item em que há erro no emprego do pronome
demonstrativo:
a) Por favor, ajude-me a trazer aqueles pacotes que estão na outra
sala.
b) Por que você anda sempre com estas mãos enfiadas nos bolsos?
c) Qual o manequim desse vestido que você está usando?
d) Estes seus olhos azuis são como dois oceanos!
e) Tens notícias daquele garoto que conhecemos sábado?
15. Assinale o tratamento dado a um prefeito:
a) Vossa Majestade
b) Vossa Santidade
c) Vossa Excelência
d) Vossa Magnificência
e) Vossa Meritíssima
16. Marque a opção que apresenta um pronome possessivo:
a) Todos a ensinavam a respeitar a natureza.
b) Ele estava muito nervoso.
c) A mulher cuja lembrança me dói nem sabe que existo.
d) Esse homem foi detido, pois ameaçou o policial.
e) Entenda que as suas promessas já não valem nada.
17. “Visitei o sítio da amiga de Paula, o qual muito me encantou.”
Usou-se o qual no lugar de que:
a) por uma questão de estilo;
b) pois só o qual é pronome relativo;
c) pois tanto faz usar um ou outro;
d) pois ali só caberia um pronome relativo;
e) para evitar-se ambiguidade (duplo sentido).
18. Em qual frase existe um pronome indefinido?
a) Quantos deixaram de pagar?
b) Existe isso mesmo?
c) Ninguém vai conseguir ir devido ao trânsito.
d) Você devia ir a um salão e se cuidar!
e) Os operários que aderiram a greve lutam por seus direitos.
19. Assinale a alternativa que apresenta um erro de colocação
pronominal:
a) Alguns alunos fizeram a lição, outros se fizeram de desentendidos.
b) Contar-lhe-emos toda a verdade sobre o assunto.
c) Me perdi porque anotei seu endereço de maneira errada!
d) Por favor, peça-lhe que venha ao meu escritório.
e) Nunca se queixou dos problemas, era resignado e otimista.
20. Sobre a colocação pronominal estão corretas as seguintes
proposições:
I. Diante de pronomes relativos, que, quem, qual, onde etc., o uso da
próclise é facultativo.
II. Diante das conjunções subordinativas que, como, embora etc., o
uso da próclise é obrigatório.
III. Quando o verbo não inicia a oração e quando o verbo estiver no
infinitivo não flexionado precedido de palavra negativa ou de
preposição, pode-se usar, indiferentemente, próclise ou ênclise.
IV. A mesóclise só é obrigatória quando se combinam dois fatores:
verbo no futuro iniciando a oração e ausência de palavra atrativa
exigindo próclise.
a) I, II e III
b) II, III e IV
c) III e IV
d) I e II
e) Todas estão corretas.
Gabarito:
1- B
2- A
3- C
4- A
5- B
6- D
7- B
8- B
9- C
10- C
11- B
12- D
13- A
14- B
15- C
16- E
17- E
18- C
19- C
20- B