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#STOPTHISCRUELTY

CARTILHA
CONTRA TESTES
Elaboração
Lorena Bastos Moreira
Edição
Benemara Gonçalves do Nascimento
Arte Visual
EM ANIMAIS
Amanda Duarte Asturiano Mendes
CDDA – COMISSAO DE DEFESA DOS DIREITOS DOS ANIMAIS.
Gestão 2019/2021
Presidente:
Lucíola Maria de Aquino Cabral
Secretária-Geral:
Amanda Duarte Asturiano Mendes
Elaboração:
Lorena Bastos Moreira
Edição:
Benemara Gonçalves do Nascimento

Membros:
Adrian Raphael Osterno Fernandes dos Santos
Amanda Gomes Albuquerque
Amanda Mendes Tavares
Ana Cristina Cavalcante Rodrigues
Bárbara de Aguiar Medeiros
Benemara Gonçalves do Nascimento
Carolina Gadelha Catunda
Caio Nunes Gadelha Lopes
Cínthia Oliveira da Costa
Daisy Christine Radun Montenegro
Felipe Antônio de Castro Bezerra Morais Melo
Fellipe Régis Botelho Gomes Lima
Fillipe Freire de Melo
Flávio Uchôa Baptista Filho
Francisca Karísia Ribeiro de Oliveira
Geórgia Carioca Melo
Jennefer Maria Oliveira da Silva Rocha
João Pedro Pessoa Maia Gurgel
Jorge Pinheiro e Silva Filho
Karine Rocha Montenegro
Larissa Agnes Nunes Teixeira
Laura Moura Xavier
Leysly Cristina Alves Reinaldo
Lorena Bastos Moreira
Luciana Waleska Sousa Pereira
Marcela F. Gusmão Feirreira
Maria Carneiro Sanford
Marina Sampaio Costa
Pedro Oliveira Penha Neto
Sara Gomes Da Silva Alves
Sâmia Vieira Bezerra Farias
Tatiana Camelo Carvalho
Thaís Lopes de Aquino
Úrsula Salcedo de Assis Corrêa
Yanaee Kelly Pessoa Ferreira de Melo

Fortaleza
2019
Pergunte aos experimentadores porque eles
usam animais como cobaias, eles dirão: porque
animais são como nós. Pergunte aos
experimentadores, por que isso é moralmente
aceitável, eles dirão: porque animais não são
como nós.”
Prof. Charles R. Magel

CARTILHA CONTRA TESTES EM ANIMAIS 3


SUMÁRIO

Introdução............................................................................................................................5

O que são testes em animais?.......................................................................................7

Da legislação sobre testes em animais no mundo..................................................11

Da legislação sobre testes em animais no Brasil....................................................13

Como posso ajudar?........................................................................................................15

Fontes...................................................................................................................................16
Introdução

Os animais são usados como experimentos, desde a antiguidade.


Vistos como máquinas a serviço humano, eles sofriam todo tipo de
intervenção, tanto para estudos fisiológicos, modelos
comportamentais de doenças, teste de toxicidade de substâncias,
entre outros procedimentos, como eram mantidos em laboratórios,
da maneira que o pesquisador achasse mais conveniente.

Com o crescimento da consciência sobre a senciência dos animais e


o avanço da tecnologia, que trouxeram métodos alternativos mais
eficientes que os testes em animais, como as simulações de
interações moleculares em computador e o experimento em cultura
de células, a manutenção dos testes em animais se tornou cada vez
mais questionável do ponto de vista ético e científico. Desta forma,
vários países do mundo decidiram criar leis, restringindo a utilização
de animais para testes. Apesar disso, a cada ano, cerca de 100
milhões de animais¹, entre cães, macacos, coelhos e outras espécies
são utilizadas em testes comerciais e/ou científicos de alimentos, de
cosméticos, de materiais de limpeza e, também, no desenvolvimento
de drogas lícitas.

¹https://www.lushusa.com/story?cid=article_exposing-animal-cruelty
CARTILHA CONTRA TESTES EM ANIMAIS 5
Meio milhões de animais são utilizados apenas para testes de novos
cosméticos e seus ingredientes. De acordo com a Organização
Internacional Cruelty Free, vários macacos são capturados na África,
Ásia e América do Sul para serem aprisionados em laboratórios e
usados como cobaias.

Por conta da abrangência do tema, esta cartilha irá se concentrar


apenas no uso de animais para teste de substâncias, principalmente,
ao que se refere à produção de cosméticos.
O que são testes em animais?

Os testes em animais são experimentos científicos, nos quais os


animais são feitos de cobaia e forçados a situações que geralmente
lhe causam dor, sofrimento, enclausuramento e contenção de
necessidades inerentes de cada espécie, no intuito de determinar a
toxicidade de substâncias e variáveis que afetam o comportamento
ou sistema biológico. De acordo com Humane Society International²,
alguns testes ocorrem com:

• Privação de comida e água;


• Ingestão, inalação de substâncias tóxicas;
• Queimadura e inflamação de feridas;
• Matança por asfixia, com dióxido de carbono, quebra de
pescoço, decapitação ou outros meios.

Estes animais são submetidos a viver em jaulas, por meses ou anos,


sofrendo experimentações que podem ocasionar uma morte longa e
dolorosa, quando não são mortos; ao fi nal do experimento, eles
podem ser
reutilizados para testes subsequentes. Dentre esses experimentos,
existem:

²https//www.hsi.org/news-media/about/
CARTILHA CONTRA TESTES EM ANIMAIS 7
Teste de irritação ocular:

Feito principalmente em coelhos albinos: os coelhos são


imobilizados para a aplicação de substâncias, com o intuito de
verificar a irritabilidade do produto. Os coelhos são mantidos imóveis
para não coçar os olhos e as reações vão desde cegueira à forte
irritação ocular.

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Teste de irritação na pele:

A pele de coelhos, porquinhos-da-índia ou outras cobaias têm o pelo


raspado para o teste de irritabilidade de cosméticos.

Ingestão de substâncias tóxica:

Animais são forçados a ingerir produtos, como pesticidas, em altas


doses. Os que conseguem sobreviver, na maioria das vezes, são
sacrificados.

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A principal justificativa utilizada por aqueles que defendem os testes
com animais é a de que são essenciais para a descoberta da cura de
doenças humanas, no entanto, de acordo com dados da União
Europeia, apenas 1,61 dos testes em animais são feitos para o
diagnóstico de doenças³, ademais a efetividade destes testes já fora
criticada por vários profissionais do setor.

Um exemplo foi a liberação da medicação talidomida, que, em


animais, não apresentou efeito adverso significativo, mas em
humanos foi responsável pela má-formação de bebês, quando
ingerido por mulheres grávidas. Isto ocorre devido ao fato de que
toda espécie possui um metabolismo único, o que, também, justifica o
porquê de substâncias como o café ser completamente tóxica em
ratos; o cacau, tóxico em cães, enquanto que para humanos, se não
consumirmos em excesso, podem até trazer benefícios. Já pensou se
o café e o cacau tivessem passado por testes em animais antes do
consumo humano? Você desenvolveria um estudo sobre gatos,
estudando cavalos?

³http://eara.eu/en/animal-research/animal-research-statistics-europe/
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Da legislação sobre testes em animais no
mundo

A frustração, com a falta de eficiência dos testes em animais, e o


desenvolvimento de testes alternativos eficazes fizeram com que
vários países proibissem a utilização de animais como cobaias, ao
menos ao que se refere ao desenvolvimento de cosméticos.

Na União Europeia, o artigo 13, de seu tratado de funcionamento,


disciplinou o bem-estar animal como valor da União. Em 1986, a
Diretiva 86/609/EEC, de 2007 à 2011, dispôs o investimento de 238
milhões de euros, para pesquisas que desenvolvessem métodos
alternativos aos testes em animais, para finalmente, no ano de 2013,
ser completamente banida a comercialização de cosméticos que
tenham algum componente testado em animais.

Em Israel, a comercialização de produtos nacionais e importados


de cosméticos e materiais de limpeza, que tenham utilizado animais
como cobaias está, também, proibida desde 2013.
Nos Estados Unidos, a primeira lei federal conhecida como “the
Laboratory Animal Welfare Act”, sancionada em 1966, regula o
tratamento dos animais em pesquisa. Surgiu como resultado, não só
por organizações ligadas ao bem-estar animal, como também pela
indignação da população que tomou conhecimento por meio da
revista Life Magazine, sobre o roubo de animais para serem vendidos
para laboratórios. Em 2016, fora promulgada a Lei “the Frank R.
Lautenberg Chemical Safety for the 21st Century Act”, demandando
que alternativas mais modernas sejam utilizadas ao invés dos testes
em animais. O estado da Califórnia, em 2018, aprovou um projeto de
lei que, em 2020, torna proibida a comercialização de cosméticos e
produtos de higiene que tenham usado animais como cobaia na
fabricação de seus ingredientes.

*Testes para fins cosméticos

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Da legislação sobre testes em animais no
Brasil

No Brasil, atualmente, o artigo 32, da Lei Federal 9.605/98, penaliza


quem realiza “experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda
que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos
alternativos”, mas ainda assim, essa lei não impede que os testes
continuem sendo feitos em território nacional.

O Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal -


CONCEA, possui a Resolução Normativa nº 18/2014 e a 31/2016 que
estabelecem o prazo de 5 anos para que sejam adotados métodos
alternativos ao teste em animais. Esse prazo de adequação
englobaria os demais produtos, não se restringindo apenas aos
cosméticos. Apesar disso, os testes ainda acontecem no Brasil, pois
apenas 17 métodos alternativos, dos aproximados 100, já validados e
utilizados ao redor do mundo, foram autorizados pelo CONCEA.

A boa notícia é que alguns estados como Pará, Amazonas, Minas


Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná já baniram os testes em
animais para a fabricação de cosméticos e, a nível federal, existem
vários projetos para que esta prática cruel seja finalmente abolida,
como Projeto de Lei da Câmara 70/2014, que altera a Lei 11.794/08,
no sentido de vedar a utilização “de animais em atividades de ensino,
pesquisa e testes laboratoriais, que visem à produção e ao
desenvolvimento de produtos cosméticos e de higiene pessoal e
perfumes.” Este projeto está estruturado em quatro artigos, vedando
o uso de animais para testes de substancias cosméticas e de higiene
pessoal com efeitos já experimentados previamente, para
substancias desconhecidas o prazo seria de até 5 anos, a aceitação
de métodos alternativos reconhecidos internacionalmente, também,
deveria ser feita pelas autoridades brasileiras em caráter prioritário.
CARTILHA CONTRA TESTES EM ANIMAIS 13
Como posso ajudar?

1. Apoie os Projetos de Lei, que visem a proibição dos testes em


animais, no site do Senado Federal e da Câmara dos Deputados.

2. Assine a declaração Liberte-se da Crueldade, da Humane Society


International (HSI), para mostrar que você apoia a proibição dos
testes de cosméticos em animais no Brasil.

3. Ao fazer suas compras, priorize produtos de marcas que não


testam em animais.

4. Entre em contato com a Associação Brasileira da Indústria de


Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), para pedir que
as empresas se tornem livres de crueldade.
Fontes

GREIF, Sérgio & TRÉZ, Thales. (2000). A verdadeira face da


experimentação animal: Sua saúde em perigo.
GREEK, C. (2000). Sacred cows and golden geese. Los Angeles:
Continuum.
https://crueltyfreeinternational.org
https://animal-testing.procon.org
https://pcrm.org
https://libertesedacrueldade.org
https://www.aerzte-gegen-tierversuche.de/en/information/
scientific-arguments-against-animal-experiments
https://harvardmagazine.com/2019/07/animal-research
https://www.hsi.org/issues/animal-testing/

@cddaoabceara
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cddaoabce@gmail.com

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