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Autores:

Aritmética Elementar (A)


Fernando Pimentel O sistema posicional
Adição e Subtração
Annelise Maymone
Técnicas de cálculo mental
Revisor: Os números relativos
Antonio Caminha M. Neto
Colaboradores:
Equipe Cientista Chefe
P. 1

1 |Adição e Subtração de Naturais


Desde pequenos, nos habituamos às operações da aritmética elementar (adição,
subtração, multiplicação e divisão), que entram no nosso cotidiano quando
realizamos pagamentos, preparamos listas de compras, controlamos o tempo,
fazemos pesagens, etc. Nossa habilidade em efetuar essas operações vem, muitas
vezes, das situações em que as empregamos no dia a dia, nas quais fazemos
contas envolvendo apenas números pequenos. Com números maiores, contudo,
qualquer um pode ter dificuldade com aritmética básica se não entender o
mecanismo de funcionamento das operações. Assim, aqui revisamos a adição e
a subtração, deixando a multiplicação e a divisão para o próximo material.

1.1 – Como representamos os números naturais

Para adicionar dois números, devemos, antes de tudo, saber como representá-
los. Fazemos isso utilizando o sistema de numeração decimal, o qual permite
representar todos os números naturais 0, 1, 2, 3, . . . , 9, 10, 11, . . . com numerais
formados a partir de dez símbolos, os algarismos decimais 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,
8, 9.
O sistema de numeração decimal tem este nome por usar apenas 10 algaris-
mos e é posicional porque o valor de um algarismo em um dado número depende
de sua posição. Assim, no numeral 343, o algarismo 3 à direita representa
três unidades e o mesmo algarismo 3, agora à esquerda, representa trezentas
unidades (três centenas). Logo,

343 = 300 + 40 + 3 = 3 × 100 + 4 × 10 + 3.

Da mesma forma,

34343 = 30000 + 4000 + 300 + 40 + 3


= 3 × 10000 + 4 × 1000 + 3 × 100 + 4 × 10 + 3.

Podemos expressar melhor as decomposições acima usando potências de


10, em que, por convenção,

100 =1,
101 =10,
102 =100,
103 =1000,
104 =10000,

e assim por diante. Logo, podemos escrever

343 = 3 × 102 + 4 × 101 + 3 × 100 ,


34343 = 3 × 104 + 4 × 103 + 3 × 102 + 4 × 101 + 3 × 100 .

Para facilitar a leitura de numerais grandes, eles são divididos em classes


de três algarismos que, a partir da direita, são denominadas de classes das
Seção 1.2 P. 2

unidades, milhares, milhões, bilhões, etc. Por sua vez, cada classe é dividida
em três ordens, a saber, unidades, dezenas e centenas. Assim, o numeral

23.145.207

corresponde a duas dezenas de milhão, três unidades de milhão, uma centena


de milhar, quatro dezenas de milhar, cinco unidades de milhar, duas centenas
e sete unidades.

1.2 – Exercícios Resolvidos

Exercício 1.1 Como alguém pode pagar uma conta de R$1327,00 a um


comerciante que não dispõe de troco, utilizando 14 notas de R$100,00, 9
cédulas de R$10,00 e 9 moedas de R$1,00?

Solução. Para pagar uma conta de R$1327,00 nas condições acima, devemos
usar 13 notas de R100,00, pois 14 notas de R$100,00 inteiram um valor maior
que a quantia devida, enquanto 12 notas de R$100,00 deixam um débito de
R$127,00, que deve ser coberto por cédulas e moedas de R$10,00 e R$1,00,
respectivamente, cujo valor total (em nosso caso) é de apenas R99,00. Como
as 13 notas de R$100,00 valem R$1300,00, ficam faltando R$27,00 para quitar
a dívida. Com um argumento similar ao utilizado acima, esses 27 reais devem
ser pagos com duas cédulas de R$10,00 e sete moedas de R$1,00. 

Exercício 1.2 Em qual das alternativas abaixo o algarismo 5 do número


listado tem o valor de 500 unidades?

a) 135.120;
b) 5.210;
c) 20.501;
d) 25.100.

Solução. Percorrendo os algarismos de um número a partir da direita, o


algarismo 5 tem o valor de 5 unidades quando está na primeira posição, de 50
unidades quando ocupa a segunda posição, de 500 unidades quando se encontra
na terceira posição, e assim por diante. Logo a alternativa que apresenta um
número em que o algarismo 5 vale 500 unidades é a letra c). 

Exercício 1.3 — Enem 2017. As empresas que possuem Serviço de Aten-


dimento ao Cliente (SAC), geralmente informam ao cliente que utiliza o
serviço um número de protocolo de atendimento. Esse número resguarda o
cliente para eventuais reclamações e é gerado consecutivamente, de acordo
com os atendimentos executados. Ao término do mês de janeiro de 2012,
uma empresa registrou como último protocolo do SAC o número 390.978.467.
Do início do mês de fevereiro até o final do mês de dezembro de 2012, foram
abertos 22.580 novos números de protocolos. O algarismo que aparece na
posição da dezena de milhar do último número de protocolo de atendimento
registrado pela empresa em 2012 é:

a) 0;
P. 3 Seção 1.3

b) 2;
c) 4;
d) 6;
e) 8.

Solução. Antecipando a discussão das próximas seções, note que

390.978.467 + 22.580 = 391.001.047.

Assim, a posição referente à dezena de milhar (10.000) no número 391.001.047,


que é a quinta posição da direita para a esquerda, é ocupada pelo algarismo 0.
Logo, a alternativa correta é a letra a). 

1.3 – O algoritmo da adição

Um algoritmo é uma sequência de instruções, isto é, uma receita, para resolver


um problema ou calcular uma expressão.
No que segue, vamos descrever o algoritmo da adição a partir de alguns
exemplos. Iniciamos com a soma 43 + 54, para a qual temos que

43 + 54 = 4 × 10 + 3 + 5 × 10 + 4
= 4 × 10 + 5 × 10 + 3 + 4
= 9 × 10 + 7
= 97.

Efetuamos a adição acima usando a representação decimal dos números


que estão sendo somados: somamos as unidades do primeiro número com as
unidades do segundo e as dezenas do primeiro número com as dezenas do
segundo. Mais precisamente, a primeira linha das igualdades acima traz a
decomposição de cada um dos números em suas unidades e centenas: 43 é o
mesmo que 4 dezenas e 3 unidades e 54 é o mesmo que 5 dezenas e 4 unidades.
Em seguida, na segunda linha somamos separadamente as dezenas e as unidades
dos números 43 e 54. Por sua vez, a terceira linha traz o resultado da adição
efetuada na linha anterior (assim, por exemplo, 4 dezenas + 5 dezenas são
9 dezenas). Enfim, a quarta e última linha traz a representação decimal do
resultado da adição.
O dispositivo prático usado para adicionar números consiste em posicioná-
los um sobre o outro, de tal modo que os algarismos das unidades, dezenas,
centenas, etc., dos números estejam em uma mesma coluna. Assim, as somas
“unidade com unidade”, “dezena com dezena”, etc., são feitas somando os
números de cada coluna, como se vê a seguir:

43
+54
97
Seção 1.3 P. 4

Consideremos, agora, a soma 38 + 5:

38 + 5 = 3 × 10 + 8 + 5
= 3 × 10 + 13
= 3 × 10 + 10 + 3
= 3 × 10 + 1 × 10 + 3
= 4 × 10 + 3
= 43.

Na primeira linha, decompomos o número 38 em 3 dezenas e 8 unidades. Na


segunda linha, somamos as 8 unidades com as 5 unidades, obtendo 13 unidades.
Portanto, ficamos com 3 dezenas e 13 unidades, mas não podemos escrever a
representação decimal do resultado utilizando essa informação, uma vez que os
algarismos decimais só vão até 9. Então, para resolver isso, na terceira linha
decompomos as 13 unidades em 1 dezena e três unidades. Como já havia três
dezenas, ficamos agora com 4 dezenas e 3 unidades, como pode ser visto na
quarta linha. Portanto, o resultado da adição é 4 dezenas e 3 unidades, ou seja,
43.
Usando o dispositivo da soma, escrevemos:

1
38
+5
43

Nele, iniciamos somando 8 e 5 na coluna da direita, obtendo 13. Como 13 é


1 × 10 + 3, levamos o algarismo que indica a quantidade de dezenas no número
13, ou seja, o algarismo 1, para a coluna da esquerda, que é a coluna das
dezenas. Então adicionamos esse algarismo 1 ao 3, obtendo 4. Assim, perceba
que o dispositivo prático é simplesmente uma maneira resumida de escrever a
mesma coisa que fizemos anteriormente, usando as decomposições.
Finalizamos com mais um exemplo de adição, somando os números 307,
438 e 259. Temos o dispositivo prático

12
307
438
+259
1004

Para explicar porque vão 2 da coluna da direita para a coluna do meio e


porque vai 1 da coluna do meio para a coluna da esquerda, efetuemos a adição
usando as decomposições das parcelas 307, 438 e 259, como a seguir:
P. 5 Seção 1.4

307 + 438 + 259 = 3 × 100 + 7 + 4 × 100 + 3 × 10 + 8 + 2 × 100 + 5 × 10 + 9


= 3 × 100 + 4 × 100 + 2 × 100 + 3 × 10 + 5 × 10 + 7 + 8 + 9
= 3 × 100 + 4 × 100 + 2 × 100 + 3 × 10 + 5 × 10 + 24
= 3 × 100 + 4 × 100 + 2 × 100 + 3 × 10 + 5 × 10 + 2 × 10 + 4
= 3 × 100 + 4 × 100 + 2 × 100 + 10 × 10 + 4
= 3 × 100 + 4 × 100 + 2 × 100 + 1 × 100 + 4
= 10 × 100 + 4
= 1000 + 4
= 1004.

1.4 – Exercícios resolvidos

Exercício 1.4 Um comerciante vendeu 2004 quilos de café. No dia seguinte,


ele vendeu mais 1678 quilos. Já no terceiro dia, vendeu apenas 927 quilos
de café. Ao todo, quantos quilos de café o comerciante vendeu?

Solução. Devemos armar o dispositivo da soma e efetuar a adição 2004 +


1678 + 927:

111
2004
1678
+ 927
4609

Somamos primeiro a coluna das unidades, obtendo 4 + 8 + 7 = 19. Como


19 = 1 × 10 + 9, vai 1 para a coluna das dezenas. Assim 1 + 7 + 2 = 10 é a soma
da coluna das dezenas (o 1 que veio da soma das colunas das unidades está
colorido em azul). Consequentemente, vai 1 para a coluna das centenas, cuja
soma é 1 + 6 + 9 = 16. Por fim, vai 1 para a coluna das unidades de milhar,
que soma 1 + 2 + 1 = 4. 

Exercício 1.5 Um fazendeiro mediu sua terra, de formato retangular, para


cercá-la inteiramente com uma cerca de madeira. Quantos metros de cerca
ele deverá fazer, se sua fazenda possui 1500 metros de largura por 2789
metros de comprimento?
a) 3000 metros.
b) 4289 metros.
c) 8000 metros.
d) 8578 metros.
e) 9000 metros.

Solução. Antes de resolver o problema, devemos observar que um retângulo


possui 4 lados. Os lados da frente e do fundo medem 1500 metros, pois essa
Seção 1.4 P. 6

é a medida da largura do retângulo que forma o terreno. Então, esses dois


lados medem, ao todo, 1500 + 1500 = 3000 metros. Os dois lados da lateral do
retângulo medem 2789 metros, que é a largura do terreno. Seu comprimento
total é 5578 metros, pois
111
2789
+2789
5578
Assim, a metragem total da cerca que o comerciante deverá comprar é de
3000 + 5578 = 8578 metros.

3000
+5578
8578
A alternativa correta é a da letra c). 

Exercício 1.6 Na adição abaixo, símbolos iguais representam um mesmo


algarismo. Substitua esses símbolos por algarismos, de modo que a adição
tenha sentido.
4
4
+ 
4

Solução. Observe que a adição acima parece uma equação. De fato, fazendo
uso das propriedades do sistema de numeração decimal, a adição equivale a

4 + 4 +  = 10 ×  + 4,

ou seja, a 4 = 9 × . Como 4 é um algarismo, vale no máximo 9. Portanto,


devemos necessariamente ter  = 1, pois, se  fosse maior que 1, então 4
teria dois algarismos. Assim, 4 = 9. 

Exercício 1.7 — OBM. A adição a seguir está incorreta.

742586
+829430
1212016

Entretanto, se substituirmos todas as ocorrências de um certo algarismo a


por outro algarismo b, a conta ficará correta. Qual é o valor de a + b?

a) 6.
b) 7.
c) 8.
d) 9.

Solução. Começamos efetuando a adição pelo algoritmo da adição, para


descobrir a partir de que coluna a soma está incorreta. A primeira coluna dá
direita nos dá 6 + 0 = 6 (correto). A coluna a seguir traz 8 + 3 = 11, o que nos
P. 7 Seção 1.5

faz, no resultado, escrever 1 na coluna das dezenas e levar 1 para a coluna das
centenas (correto). A seguir, somamos 1 + 5 + 4 = 10, escrevemos 0 no total
e levamos 1 para a próxima coluna da direita (correto). A soma da próxima
coluna então é 1 + 2 + 9 = 12, e vai 1 de novo (correto). Na adição feita na
quinta coluna aparece o primeiro erro, pois 1 + 4 + 2 = 7 mas, no resultado, há
um algarismo 1 nessa coluna. Assim, na quinta coluna temos de trocar ou o
algarismo 4, ou o algarismo 2 ou o algarismo 1.
Se trocarmos o 4, devemos trocá-lo por 8 (pois 1 + 8 + 2 = 11), mas isso
estraga a adição feita na terceira coluna. Se trocarmos o 2, devemos trocá-lo
por 6 (pois 1 + 4 + 6 = 11), e veja que isso não estraga nem a adição da quarta
coluna (pois 1 + 6 + 9 = 16) nem a da sexta coluna (pois 1 + 7 + 8 = 16).
Assim, essa é a substituição indicada, a qual nos dá

746586
+869430
1616016
Portanto, a = 2 e b = 6, de forma que a + b = 8. A alternativa correta é a
letra c). 

1.5 – Os algoritmos para subtração

Numa subtração, um certo número (o subtraendo) é retirado de um número


maior (o minuendo), deixando um resto ou diferença:

minuendo − subtraendo = resto ou diferença.

A seguir, usamos alguns exemplos para recordar os dois algoritmos mais


comuns para subtrações.
Começando com 437 − 25, temos que

437 − 25 = 4 × 100 + 3 × 10 + 7 − (2 × 10 + 5)
= 4 × 100 + 3 × 10 + 7−2 × 10 − 5
= 4 × 100 + 3 × 10 − 2 × 10 + 7 − 5
= 4 × 100 + 1 × 10 + 2
= 412.

Essas manipulações são efetuadas automaticamente quando se emprega o


dispositivo prático de subtração:

437
− 25
412
Observe que, no dispositivo acima, pomos o minuendo sobre o subtraendo e
fazemos a subtração por colunas, da direita para a esquerda. Assim, como
7 − 5 = 2, escrevemos 2 na primeira coluna, sob a barra do dispositivo. Em
seguida, efetuamos 3 − 2 = 1 e pomos 1 abaixo da barra, na segunda coluna.
Ao examinar a terceira coluna, encontramos um 4 na sua entrada superior e
um espaço em branco logo abaixo do algarismo 4; encaramos esse espaço em
branco como um 0 e calculamos 4 − 0 = 4, pondo 4 abaixo da barra.
Seção 1.5 P. 8

No exemplo anterior, a entrada superior de cada coluna é maior que a


entrada inferior, o que facilita o uso do dispositivo. Logo abaixo, mostramos
em um exemplo como usar o dispositivo da subtração quando isso não acontece.
Nesse caso, podemos usar o algoritmo da subtração com decomposição e
reagrupamento, que é o algoritmo de subtração usualmente ensinado nas escolas.
Vamos efetuar 625 − 419 com o dispositivo da subtração, empregando
decomposição e reagrupamento:

1 15
6 2A 5A
− 4 1 9
2 0 6

De início, já temos um problema: o algarismo de cima na primeira coluna, 5, é


menor que o de baixo, 9. Então, tomamos emprestadas 10 unidades da coluna
das dezenas do minuendo, que somadas à sua coluna das unidades nos dá 15;
em seguida, efetuamos a diferença 15 − 9, obtendo 6, que é posto na coluna das
unidades sob a barra. Dizer que tomamos 10 unidades emprestadas é modo
de falar, até porque não devolvemos o que pegamos emprestado. Assim, o
algarismo na coluna das dezenas do minuendo diminui de 1, que equivale às 10
unidades emprestadas à primeira coluna; por isso cortamos o 2 e colocamos
1 em seu lugar. Continuando, subtraímos 1 de 1, obtendo 0, que é escrito no
lugar correspondente, sob a barra. Por fim, na última coluna, subtraímos 4 de
6, obtendo 2, que é posto sob a barra.
Em termos de representações decimais, o que fizemos acima foi o seguinte:

625 − 419 = 6 × 100 + 2 × 10 + 5−4 × 100 − 1 × 10 − 9


= 6 × 100 + 1 × 10 + 1 × 10 + 5−4 × 100 − 1 × 10 − 9
= 6 × 100 + 1 × 10 + 15−4 × 100 − 1 × 10 − 9
= 6 × 100 − 4 × 100 + 1 × 10 − 1 × 10 + 15 − 9
= 2 × 100 + 0 × 10 + 6
= 206.

Na segunda linha, vemos a retirada de uma dezena do minuendo, que, na


terceira linha, é agrupada às suas unidades. Então, fazemos as subtrações
indicadas, que correspondem às efetuadas no dispositivo, chegando à diferença
entre os números 625 e 419.
Outra maneira de fazer a subtração acima é por composição, como descre-
vemos agora.

6 2 15
− 4 11 9
2 0 6

No dispositivo acima, o algarismo 1 ao lado esquerdo do 5 na primeira coluna se


junta ao 5 do minuendo, formando o numeral 15. Então, efetuamos a subtração
15 − 9, obtendo 6, que é posto na primeira coluna sob a barra. Em seguida,
compensamos a soma de 10 ao minuendo, efetuada na subtração da primeira
P. 9 Seção 1.6

coluna, somando 1 ao subtraendo na segunda coluna; essa operação é indicada


pelo 1 do lado esquerdo do algarismo 1 na segunda coluna. A seguir, fazemos
as subtrações 2 − 2 = 0 e 6 − 4 = 2, colocando esses resultados sob a barra,
nas respectivas colunas.
Novamente, em termos de representações decimais, o que fizemos acima foi
o seguinte:
625 − 419 = 6 × 100 + 2 × 10 + 5 − (4 × 100 + 1 × 10 + 9)
= 6 × 100 + 2 × 10 + 5 + (10 − 10) − (4 × 100 + 1 × 10 + 9)
= 6 × 100 + 2 × 10 + 5 + 10 − (4 × 100 + 1 × 10 + 1 × 10 + 9)
= 6 × 100 + 2 × 10 + 15 − (4 × 100 + 2 × 10 + 9)
= (6 × 100 − 4 × 100) + (2 × 10 − 2 × 10) + (15 − 9)
= 2 × 100 + 0 × 10 + 6
= 206.
Assim, na segunda linha somamos e subtraímos 10 unidades, o que não modifica
o resultado total da operação. Por sua vez, as 10 unidades somadas à segunda
linha são adicionadas ao 5 em azul do minuendo, totalizando 15 unidades, que
aparecem em laranja na quarta linha. As 10 unidades que são subtraídas na
segunda linha são adicionadas ao subtraendo, aumentando em uma unidade seu
algarismo das dezenas. Observe nessas manipulações as operações efetuadas
automaticamente no dispositivo de subtração por compensação.

1.6 – Como somar e subtrair sem caneta e papel

Depois de rever os algoritmos de adição e subtração, vamos rever algumas


estratégias de cálculo mental, isto é, técnicas que muita gente usa para realizar
adições e subtrações com muito mais rapidez do que empregando caneta e
papel.
Mas porque fazer isso, se dispomos de calculadoras? Ora, o exercício de
manipular números mentalmente facilita a aprendizagem das relações entre eles
e, assim, da Matemática como um todo; ele também serve para desenvolver
em você uma intuição sobre ordens de grandeza indispensável à vida no mundo
moderno.
O grande segredo do cálculo mental das adições e subtrações está em
inverter a ordem das operações: ao invés de somar ou subtrair da direita para
a esquerda usando os dispositivos de adição ou subtração, para fazer cálculos
mentais é mais eficiente somar ou subtrair a partir da esquerda, levando em
conta as potências de 10 que multiplicam os algarismos.
Por exemplo, para somar 63 com 32, começamos escrevendo 32 como 30 + 2;
em seguida, calculamos (mentalmente, não esqueça!) 63 + 30 = 93 e, depois,
juntamos o 2 que separamos, obtendo 93 + 2 = 95. Em resumo, fazemos
mentalmente o seguinte:
63 + 32 = 63 + (30 + 2) = (63 + 30) + 2 = 93 + 2 = 95.
Para outro exemplo, podemos somar mentalmente 87 com 52 primeiro
escrevendo 87 = 80 + 7 e 52 = 50 + 2, depois calculamos 80 + 50 = 130 e
7 + 2 = 9 e, por fim, fazemos 130 + 9 = 139. Em resumo:
87 + 52 = (80 + 7) + (50 + 2) = (80 + 50) + (7 + 2) = 130 + 9 = 139.
Seção 1.7 P. 10

Mais um exemplo: quanto é 37 + 95? Nesse caso, podemos começar fazendo


37 + 90 = 127 (o 7 não muda, graças ao 0 em 90; por isso, podemos deixá-lo
em seu lugar e simplesmente somar 3 + 9 = 12); em seguida, somamos o 5 que
foi separado, obtendo 127 + 5 = 132. Novamente resumindo:

37 + 95 = 37 + (90 + 5) = (37 + 90) + 5 = 127 + 5 = 132.

A adição sem caneta e papel de números com três ou mais algarismos é feita
pelo mesmo método. Por exemplo, podemos calcular a soma 628 + 337 em três
etapas: primeiro, escrevemos (mentalmente!) 337 = 300 + 30 + 7; em seguida,
somamos sucessivamente 628 + 300 = 928, 928 + 30 = 958, 958 + 7 = 965. Na
sua mente, essa solução deve soar assim:
628 mais 300 é 928, mais 30 é 958, mais 7 é 965.
Analogamente, somamos 206 com 528 “dizendo” mentalmente:
206 mais 500 é 706, mais 20 é 726, mais 8 é 734.
Quanto a subtrações, calculamos 58 − 35 efetuando sucessivamente as
subtrações 58 − 30 = 28 e 28 − 5 = 23. No final das contas, o que estamos
fazendo é

58 − 35 = 58 − (30 + 5) = (58 − 30) − 5 = 28 − 5 = 23.

Para outro exemplo, calculamos 236 − 157 em três etapas: 236 − 100 = 136,
136 − 50 = 86 e 86 − 7 = 79.
Às vezes, também podemos usar subtrações para ajudar no cálculo mental
de adições. Por exemplo, para efetuar 436 + 728, podemos “escrever”

486 + 758 = (500 − 14) + (760 − 2) = (500 + 760) − (14 + 2)


= 1260 − 16 = 1260 − 10 − 6
= 1250 − 6 = 1244.

Exercício 1.8 Efetue mentalmente as adições e subtrações indicadas usando


as técnicas apresentadas nos exemplos acima:

a) 43 + 26. b) 72 + 27. c) 54 + 65. d) 87 + 35.


e) 53 + 78. f ) 39 + 85. g) 88 + 28. h) 91 − 15.
i) 17 + 61. j) 42 + 78. k) 93 − 25. l) 58 + 67.
m) 45 + 67. n) 29 + 56. o)91 − 64. p) 88 + 99.

1.7 – Números inteiros

Os números naturais (1, 2, 3, . . . ) são rotineiramente associados a quantidades


(por exemplo, 1 casa, 13 aviões, etc), o número 0 pode ser associado à ausência
de quantidade (por exemplo, 0 faltas) e os números negativos à falta de uma
certa quantidade de algo (por exemplo, −10 reais pode representar um saldo
negativo de 10 reais numa conta bancária). Assim, os inteiros negativos são
−1, − 2, − 3,....
Dizemos que os pares de números −1 e 1, −2 e 2, etc., são opostos ou
simétricos. O simétrico de 0 é o próprio 0 e o valor absoluto ou módulo de um
P. 11 Seção 1.8

número inteiro p, denotado |p| é o oposto de p, se p é negativo, e o próprio


número p, caso contrário. Por exemplo, | − 3| = 3, |0| = 0 e |34| = 34.
Ao juntarmos os números negativos ao conjunto dos números naturais e ao
zero formamos o conjunto dos números inteiros relativos ou, simplesmente, o
conjunto dos números inteiros. Representamos esse conjunto por Z.
Adicionamos pares de números inteiros interpretando o resultado em termos
de lucros e perdas, como ilustrado nos exemplos a seguir:

i) quem tem 1000 reais e deve 500 reais na verdade só tem 500 reais. Por
isso, 1000 + (−500) = −500 + 1000 = 1000 − 500 = 500;
ii) quem tem 500 reais consigo mas deve 900 reais pode amortizar a dívida
em 500 reais mas ainda ficará com um débito de 400 reais. Logo, 500 +
(−900) = −900 + 500 = −400;
iii) obviamente, quem deve 1000 reais ao banco e 500 ao fornecedor tem uma
dívida conjunta de 1500 reais. Então, −1000+(−500) = −500+(−1000) =
−1500;
iv) por fim, se tenho 300 reais na carteira e 2000 reais no banco, disponho
do total de 2300 reais, visto que 300 + 2000 = 2000 + 300 = 2300.

Nos exemplos acima, notamos que não importa a ordem em que registramos
lucros e prejuízos, o que interessa é o que resta no final. Assim, a adição de
inteiros também é comutativa, e não precisamos mais fazer diferença entre
minuendo e subtraendo.
Também podemos definir os números inteiros a partir da distância orientada
dos pontos de uma reta até um ponto distinguido dessa reta, que chamamos de
origem. A origem divide a reta em duas semirretas, uma das quais (o semieixo
positivo) também é distinguida. Os pontos da reta são, então, determinados a
partir de sua distância orientada até a origem. Assim, na Fig. 1.1 o semieixo
positivo é a semirreta à direita da origem (o ponto marcado com um 0). Já a
distância orientada entre do ponto q ao ponto p (nessa ordem) é a distância
entre esses pontos, que recebe sinal positivo se p está à direita de q e negativo
se está à esquerda. Assim, 5 − (−3) é a distância orientada do ponto −3 ao
ponto 5. Como 5 está à direita de −3, então 5 − (−3) = 8. Analogamente,
como −2 − 1 é a distância orientada ente os pontos −2 e 1, temos −2 − 1 = −3.

Figura 1.1: (autor: Hakunamenta)

1.8 – Exercícios resolvidos

Exercício 1.9 Carlos, que tem um telefone celular com memória total interna
de 128 Gigabytes (GB), comprou um cartão de memória de 64 GB. Quando
Carlos inserir esse cartão no seu telefone, qual passará a ser a nova memória
total interna?
Seção 1.8 P. 12

a) 128 GB.
b) 160 GB.
c) 182 GB.
d) 192 GB.
e) 256 GB.

Solução. Basta efetuar a adição de 128 e 64:

1
128
+ 64
192

Portanto, a alternativa correta é a d). 

Exercício 1.10 João foi a uma loja e comprou um computador, um telefone


celular e um relógio digital. Sabendo que estes itens custaram, respecti-
vamente, R$ 4.566,00, R$ 2.733,00 e R$ 589,00, quanto João gastou nesta
compra?

a) R$ 6778,00.
b) R$ 6788,00.
c) R$ 6888,00.
d) R$ 7888,00.
e) R$ 8888,00.

Solução. Precisamos efetuar a soma de 4566, 2733 e 589:

111
4566
+ 2733
+ 589
7888

Portanto, João gastou R$ 7.888,00 na compra, o que indica que alternativa


correta é a d). 
P. 13 Seção 1.8

Exercício 1.11 Na conta abaixo, cada letra representa um algarismo não


nulo. Qual é o algarismo representado pela letra C?

UFC
+ UF
5 0 1
a) 1.
b) 4.
c) 5.
d) 6.
e) 7.

Solução. Sabendo que os algarismos são todos não nulos, podemos observar
que:
• Somando os algarismos das unidades, obtemos C + F = 11, ou seja, C e
F são tais que na casa das unidades do resultado fica um e vai um;
• Somando os algarismos das dezenas, obtemos 1 + F + U = 10, ou seja, F
e U são tais que na casa das dezenas do resultado fica zero e vai um;
• Somando os algarismos das centenas, obtemos 1 + U = 5.
Assim, U = 5 − 1 = 4, F = 10 − 1 − U = 5 e C = 11 − F = 6. Portanto, a
alternativa correta é a d). 

Exercício 1.12 — OBMEP. Na conta abaixo, cada letra representa um alga-


rismo diferente. Qual é o algarismo representado pela letra P?

OBM E P
+ OBM
2 0 0 0 0
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

Solução. Sabendo que os algarismos são todos diferentes, observamos que:


• Somando os algarismos das unidades, obtemos P + M = 10, ou seja,
P e M são tais que na casa das unidades do resultado fica zero e vai um;
• Somando os algarismos das dezenas, obtemos 1 + E + B = 10, ou seja,
E e B são tais que na casa das dezenas do resultado fica zero e vai um;
• Somando os algarismos das centenas, obtemos 1 + M + O = 10, ou seja,
M e O são tais que na casa das centenas do resultato fica zero e vai um;
• Somando os algarismos unidades de milhar, obtemos 1 + B = 10, ou seja,
B é tal que na casa das unidades de milhar do resultado fica zero e vai
um;
• Somando os algarismos das dezenas de milhar, obtemos 1 + O = 2.
Assim, O = 2−1 = 1, B = 10−1 = 9, M = 10−1−O = 8, E = 10−1−B = 0,
e P = 10 − M = 2. Portanto, a alternativa correta é a b). 
Seção 1.8 P. 14

Exercício 1.13 Na subtração abaixo, cada letra representa um algarismo


não nulo. Qual é o algarismo representado pela letra C?

7 1 1
− AB
ABC

a) 5.
b) 6.
c) 7.
d) 8.
e) 9.

Solução. Inicialmente, observemos que a subtração 701 − AB = ABC é


equivalente à soma ABC + AB = 711, ou seja,

ABC
+ AB
7 1 1

Desta forma, sabendo que os algarismos são todos não nulos, podemos
observar que:

• Somando os algarismos das unidades, obtemos C + B = 11, ou seja, C e


B são tais que na casa das unidades do resultado fica um e vai um;
• Somando os algarismos das dezenas, obtemos 1 + B + A = 11, ou seja, B
e A são tais que na casa das dezenas do resultado fica um e vai um;
• Somando os algarismos das centenas, obtemos 1 + A = 7.

Assim, A = 7 − 1 = 6, B = 11 − 1 − A = 4 e C = 11 − B = 7. Portanto, a
alternativa correta é a c). 

Exercício 1.14 Felipe entrou numa loja de eletrônicos com R$5.000,00 e


comprou um tablet e um relógio digital. Sabendo que esses itens custaram,
respectivamente, R$ 3.187,00 e R$ 839,00, quanto do dinheiro de Felipe
sobrou?

a) R$ 974,00.
b) R$ 1.813,00.
c) R$ 1.974,00.
d) R$ 2.974,00.
e) R$ 4.161,00.
P. 15 Seção 1.8

Solução. Efetuando a soma dos valores, em reais, dos itens que Felipe comprou,
obtemos
111
3187
+ 839
4026

Portanto, Felipe gastou R$ 4.026,00 na compra. Visto que ele tinha


R$ 5.000,00, a subtração

5000 − 4026 = (1 + 4999) − (4025 + 1) = 4999 − 4025 = 974

nos dá o valor, em reais, do restante do dinheiro de Felipe. Assim, a alternativa


a) é a correta. 

Exercício 1.15 — PISA - Adaptado. Um pendrive é um pequeno periférico


removível que permite o armazenamento de dados. Ivan possui um pendrive
com capacidade de 1 GB ( = 1000 MB), para arquivar suas músicas e fotos.
O diagrama abaixo apresenta a ocupação atual do espaço de seu pendrive:

Ivan deseja transferir um álbum de fotos de 350 MB para seu pendrive,


porém o espaço não é suficiente. Ele não quer apagar fotos, mas gostaria de
apagar, no máximo, dois álbuns de músicas. Eis os tamanhos dos álbuns de
músicas arquivadas no pendrive de Ivan:

Álbum Tamanho
Álbum 1 100 MB
Álbum 2 75 MB
Álbum 3 80 MB
Álbum 4 55 MB
Álbum 5 60 MB
Álbum 6 80 MB
Álbum 7 75 MB
Álbum 8 125 MB

Apagando no máximo dois álbuns de músicas Ivan pode liberar espaço


suficiente em seu pendrive para adicionar o álbum de fotos?
Seção 1.8 P. 16

a) Não. Ivan só conseguirá liberar espaço se apagar todos os álbuns de


músicas.
b) Não. Ivan só conseguirá liberar espaço se apagar pelo menos três
álbuns de músicas.
c) Sim. Ivan conseguirá liberar espaço, mas a única opção é apagar os
álbuns de músicas 1 e 8.
d) Sim. Ivan conseguirá liberar espaço, mas as únicas opções são apa-
gando os álbuns de músicas 1 e 8, 3 e 8 ou 6 e 8.
e) Sim. Ivan conseguirá liberar espaço, e as opções são apagar os álbuns
de músicas 1 e 8, 3 e 8, 6 e 8, 2 e 8 ou 7 e 8.

Solução. Visto que o pendrive de Ivan tem apenas 152 MB de espaço livre,
para transferir o álbum de 350 MB ele precisa deletar 350 − 152 = 198 MB.
Assim, Ivan precisa escolher dois álbuns de músicas que somem, pelo menos, 198
MB. Observando a tabela, vê-se que cada um dos pares de álbuns apresentados
no item (e) somam 200 MB, pelo menos. 

Exercício 1.16 — Círculos Matemáticos de Moscou. João e Cândido estão


usando uma balança de mola para pesar suas mochilas.

Quando pesadas separadamente, a balança mostra 3 kg e 2 kg; quando são


pesadas juntas, a balança mostra 6 kg.

– “Isto não pode estar certo", disse Cândido. “Dois mais três não é igual
a seis!”
– “Você não está vendo?", respondeu João. “O ponteiro da balança não
está no zero.”

Quanto as mochilas pesam de fato?

a) 2 kg e 1 kg.
b) 3 kg e 2 kg.
c) 4 kg e 3 kg.
d) 5 kg e 4 kg.
e) 6 kg e 5 kg.
P. 17 Seção 1.9

Solução. Se X é o valor exibido na balança quando nenhum peso está sobre


ela, então as informações apresentadas podem ser expressas assim:

– Quando a mochila de João é pesada, a balança mostra seu peso real


somado a X (veja que, se X for negativo, então isso significa que a
balança mostra menos que o peso real). Portanto, o peso real da mochila
de João é 3 − X.
– Quando a mochila de Cândido é pesada, a balança mostra seu peso real
somado a X (novamente aqui, se X for negativo, então isso significa
que a balança mostra menos que o peso real). Portanto, o peso real da
mochila de Cândido é 2 − X.
– Quando as duas mochilas são pesada juntas, a balança mostra a soma de
seus pesos reais acrescida de X. Portanto, a soma dos pesos reais das
mochilas é 6 − X.

Assim,
6 − X = (3 − X) + (2 − X) = 5 − 2X,
o que nos dá 2X − X = 5 − 6, isto é, X = −1. Portanto, as mochilas de
João e Cândido pesam, efetivamente, 3 − (−1) = 4 kg e 2 − (−1) = 3 kg,
respectivamente. A alternativa correta é c). 

1.9 – Exercícios propostos

Nível 1

Exercício 1.17 Calcule a soma das parcelas nos itens abaixo:

a) 15, 36, 19, 21, 57.


b) 35, 1594, 307, 86, 73.
c) 830, 851, 114, 1024.
d) 341, 715, 219, 13, 716, 2312, 4766.

Exercício 1.18 Um vendedor ambulante chegou ao final do dia e resolveu


conferir suas vendas. Em dinheiro, ele recebeu R$ 1.243,00 e, no cartão,
recebeu R$ 985,00. Levando em conta tudo o que ele recebeu, qual seu total
das vendas?

a) R$ 1.985,00.
b) R$ 2.085,00.
c) R$ 2.143,00.
d) R$ 2.185,00.
e) R$ 2.228,00.

Exercício 1.19 Lucas visitou uma livraria e pesquisou preços de várias coisas
que precisava. As mochilas custavam R$100,00, os cadernos R$10,00 e os
lápis R$1,00. Quanto Lucas pagou pela compra que fez, sabendo-se que ele
escolheu duas mochilas, cinco cadernos e nove lápis?
Seção 1.9 P. 18

a) R$159,00.
b) R$209,00.
c) R$259,00.
d) R$295,00.

Exercício 1.20 — SAERS. Jeremias plantou uma fileira de cinco árvores frutí-
feras, distanciadas três metros uma da outra. Veja, abaixo, a representação
dessas árvores. Sabendo que a primeira árvore também se situa a três
metros da porteira, pergunta-se: qual é a distância entre a quinta árvore e
a porteira?

a) 15.
b) 12.
c) 9.
d) 6.

Exercício 1.21 Em uma pesquisa feita com telespectadores, 135 disseram


que preferem a novela das 6 horas, 158 preferem a novela das 7 horas, 349
preferem a novela das 8 horas e 87 não gostam de nenhuma novela. Qual
foi o número de pessoas entrevistadas?

a) 642.
b) 709.
c) 729.
d) 730.
e) 829.

Exercício 1.22 Semana passada consegui ler um livro do início da página


185 até o final da página 437. Que número de páginas desse livro consegui
ler naquela semana?

a) 623 páginas.
b) 438 páginas.
c) 348 páginas.
d) 338 páginas.
e) 253 páginas.
P. 19 Seção 1.9

Exercício 1.23 Roberto nasceu em 1972. Escolha a alternativa que corres-


ponde a quantos anos ele fez no ano de 2017.

a) 45 anos.
b) 55 anos.
c) 64 anos.
d) 108 anos.

Exercício 1.24 Pelo Censo de 2000, a população de uma cidade mineira era
de 112.412 habitantes. Pelo Censo em 2010, foi verificado que a população
da mesma cidade aumentou, passando a ser de 124.070 habitantes. Qual foi
o aumento de habitantes da cidade dessa década?

Exercício 1.25 Um automóvel passou pelo quilômetro 585 de uma rodovia.


Ele deve chegar a seu destino no quilômetro 883. Quantos quilômetros de
estrada ainda deve percorrer para chegar a seu destino?

Nível 2

Exercício 1.26 — Enem 2014. Os incas desenvolveram uma maneira para


registrar quantidades e representar números utilizando um sistema de nume-
ração decimal posicional: um conjunto de cordas que tem nós, denominado
quipus. O quipus era feito de uma corda matriz, ou principal (mais grossa
que as demais), na qual eram penduradas outras cordas, mais finas, de dife-
rentes tamanhos e cores (cordas pendentes). De acordo com a sua posição,
os nós significavam unidades, dezenas, centenas e milhares. Na Figura 1, o
quipus representa o número decimal 2.453. Para representar o “zero” em
qualquer posição, não se coloca nenhum nó.

Qual é o número da representação do quipus da Figura 2, em base decimal?

a) 364.
Seção 1.9 P. 20

b) 463.
c) 3.064.
d) 3.640.
e) 4.603.

Exercício 1.27 Uma certa escola organizou uma gincana de Matemática


que foi disputada por 3 equipes, formadas por 2 alunos cada uma. Ao
final da gincana, foi construído um gráfico com os resultados obtidos por
cada equipe. Os alunos, A, B, C, D, E, F, conseguiram as pontuações
indicadas no gráfico abaixo. Sabendo que a equipe azul era formada pelos
alunos A e B, a equipe amarela pelos alunos C e D e a equipe vermelha
pelos alunos E e F, pergunta-se: quantos pontos fez a equipe vencedora?
a) 131 pontos.
b) 97 pontos.
c) 71 pontos.
d) 35 pontos.
e) 29 pontos.

Exercício 1.28 Calcule as somas a seguir, sem usar caneta e papel:

a) 453 + 206. b) 772 + 217. c) 254 + 635. d) 870 + 435.


e) 153 + 788. f ) 390 + 815. g) 888 + 289. h) 115 + 99.
i) 177 + 681. j) 645 + 718. k) 393 + 254. l) 558 + 689.
m) 175 + 367. n) 229 + 560. o)710 + 67. p) 188 + 57.

Exercício 1.29 Otávio comprou 456 doces para seu casamento. Desses doces,
os convidados consumiram 367, os noivos guardaram 72 e o restante foi
distribuído entre os garçons. Quantos doces foram distribuídos entre os
garçons?

a) 27 doces.
b) 18 doces.
c) 17 doces.
d) 15 doces.
e) 14 doces.

Exercício 1.30 A conta de Vivian tinha um saldo positivo de R$ 850,00, e


ela não poderia ficar negativa. Vivian teve de pagar R$ 142,00 da conta de
água, R$ 198,00 da conta de luz, R$ 48,00 da conta do celular, R$ 100,00
das compras de mercado e R$ 35,00 de transporte. Qual o novo saldo da
P. 21 Seção 1.9

conta de Vivian?

a) R$ 525,00.
b) R$ 469,00.
c) R$ 427,00.
d) R$ 375,00.
e) R$ 327,00.

Exercício 1.31 Em um jogo, a pontuação é contada de acordo com o número


de fichas que cada jogador obtém. Fichas pentagonais valem 1000 pontos,
fichas quadradas valem 100 pontos, fichas redondas valem 10 pontos e fichas
triangulares valem 1 ponto. Nas opções a seguir, as fichas ao lado do nome
de cada jogador são aquelas que ele ganhou. Quem ganhou o jogo e quantos
pontos fez cada jogador?

a) José:
b) Joaquim:
c) Joel:
d) João:
e) Jeremias:

Exercício 1.32 Um marido é 10 anos mais velho que sua esposa. Esta, por
sua vez, tinha 22 anos quando o filho deles nasceu. O filho do casal tinha
8 anos quando sua irmã nasceu. Esta última fez 6 anos ontem. Qual é a
idade do marido?

a) 42 anos.
b) 44 anos.
c) 46 anos.
d) 48 anos.

Exercício 1.33 Um certo asteroide é visível da Terra a olho nu a cada 67


anos, tendo sido visto pela última vez no ano de 1954. Qual é o primeiro ano
de nosso século em que ele tornará a ser visto a olho nu de nosso planeta?

a) 1987.
b) 2008.
c) 2021.
Seção 1.9 P. 22

d) 2045.
e) 2088.

Exercício 1.34 Uma montadora de automóveis produziu, no primeiro trimes-


tre, 9.905 automóveis. No segundo trimestre, a montadora produziu 10.365
automóveis. Quantos automóveis foram produzidos, no segundo trimestre,
a mais que no primeiro?

Exercício 1.35 Numa biblioteca com 5.984 livros, 927 são sobre Literatura.
Quantos livros não são sobre Literatura?

Nível 3

Exercício 1.36 Num jogo de futebol americano, os “Caçadores” venceram os


“Gladiadores” por uma diferença de 59 pontos. Se os “Caçadores” fizeram
163 pontos, quantos pontos fizeram os “Gladiadores”?

a) 59 pontos.
b) 63 pontos.
c) 80 pontos.
d) 104 pontos.
e) 222 pontos.

Exercício 1.37 — OBMEP - adaptada. Numa adição de 7 parcelas foram


adicionadas 3 unidades a cada uma das parcelas. Na nova operação, o que
ocorre com a soma original das parcelas?

a) Não se altera.
b) É acrescida de 3 unidades.
c) É acrescida de 7 unidades.
d) É acrescida de 21 unidades.
e) É acrescida de 3 parcelas.

Exercício 1.38 No Dia dos Pais, numa promoção, uma camisa e uma calça
custavam, juntas, R$ 190,00. Sabendo que a camisa custava R$ 30,00 a
mais que a calça, qual era o preço da camisa?

a) R$ 190,00.
b) R$ 110,00.
c) R$ 80,00.
d) R$ 30,00.

Exercício 1.39 O visor das calculadoras comuns possui espaço máximo para
oito algarismos. Se digitarmos nela o maior número possível e, em seguida,
P. 23 Seção 1.9

subtrairmos dele o maior número par possível, a que resultado chegaremos?

a) 0.
b) 1.
c) 2.
d) 3.
e) 4.

Exercício 1.40 Em uma igreja existem 150 suportes individuais para velas,
cada um destinado a uma única vela. Dos 113 romeiros que chegaram a
essa igreja, cada um com uma vela, apenas 95 conseguiram chegar até os
suportes de vela. Quantos suportes deixaram de receber uma vela? Suponha
que não haja nem velas nem suportes além dos citados.

(a) 55 suportes.
(b) 95 suportes.
(c) 113 suportes.
(d) 208 suportes.
(e) 245 suportes.

Exercício 1.41 — UFRGS. O dispensador de dinheiro do caixa eletrônico de


um banco foi abastecido apenas com cédulas de R$5,00 e de R$20,00. Um
cliente, ao realizar um saque, constatou que o dispensador liberou 6 cédulas,
dentre as quais havia pelo menos uma de cada valor. Com base nesses dados,
é correto afirmar que a única alternativa que apresenta uma quantia que
poderia ter sido sacada pelo cliente é:

a) R$ 90,00.
b) R$ 95,00.
c) R$ 100,00.
d) R$ 110,00.
e) R$ 120,00.

Exercício 1.42 Segundo o Censo do IBGE, a população residente em For-


taleza era de 2.452.185 habitantes em 2010. Estima-se que até 2020 essa
população tenha um aumento de 250.000 habitantes. Assim, espera-se que
o número de habitantes de Fortaleza em 2020 seja de, aproximadamente:

(a) 2.377.215.
(b) 2.477.435.
(c) 2.479.685.
Seção 1.9 P. 24

(d) 2.522.185.
(e) 2.700.000.

Exercício 1.43 Para pagar uma conta, Débora apresentou ao caixa uma nota
de R$ 50,00 reais. Contudo, ele lhe disse que o dinheiro não era suficiente,
e então Débora lhe deu outra nota de R$ 50,00. O caixa devolveu-lhe um
troco de R$ 27,00, mas Débora percebeu que ainda faltavam R$ 9,00 reais
de troco. Qual foi o valor da compra que Débora efetuou?

Nível 4

Exercício 1.44 Pedro e seu pai, em certo momento, tinham idades com
algarismos invertidos: Pedro tinha 14 anos, enquanto seu pai tinha 41 anos.
Supondo que isso aconteceu em 1998, em que ano essa coincidência voltou a
acontecer?

Exercício 1.45 Na conta abaixo, se substituirmos os símbolos por algarismos


de maneira que ela faça sentido (símbolos iguais representando um mesmo
algarismo), então 4 +  é igual a:

4
4
4
4
+ 
4

a) 15.
b) 14.
c) 13.
d) 12.
e) 11.

Exercício 1.46 De quantas maneiras podemos colocar números de 1 a 5 em


cada um dos quadrados abaixo, de tal forma que a soma dos números nos
quadrados seja 25 e que em cada linha ou coluna de quadrados nenhum
número se repita?

a) 2.
b) 3.
P. 25 Seção 1.9

c) 4.
d) 5.
e) 6.

Exercício 1.47 O Táler (plural táleres) é a moeda oficial de um país distante.


Nesse país, existem notas de 1, 2, 3, 4 e 5 táleres. De quantas maneiras se
pode pagar uma conta de 25 táleres usando exatamente 6 cédulas?

a) 5.
b) 6.
c) 7.
d) 8.
e) 9.
Autores:
Aritmética Elementar (B)
Fernando Pimentel Multiplicação
Divisão
Annelise Maymone Fatoração de números inteiros
Revisor: MDC e MMC
Antonio Caminha M. Neto
Colaboradores:
Equipe Cientista Chefe
P. 1

2 |Multiplicação e Divisão
2.1 – Somando repetidamente uma parcela

Certo dia, um atacadista vendeu 15 sacas de café. Calcule quanto


ele apurou nesse dia com a venda dessas sacas, sabendo que cada
uma delas custa 550 reais.

Figura 2.1: Sacas de café de 65 kg (foto Dornicke


Dornicke).

Os livros de aritmética do ensino básico costumavam propor muitos exercí-


cios como este, com situações do cotidiano em que se pede a soma de muitas
parcelas iguais (no problema acima, a soma de 15 parcelas de 550 reais). Pode-
mos resolver esse problema somando repetidamente 550 reais à parcela inicial
(de mesmo valor), num processo lento e trabalhoso que é inviável em muitas
situações (por exemplo, no caso em que um comerciante tenha vendido 1315
sacas de café em um único dia!).
Temos, então, de empregar outros procedimentos para resolver questões
como essa mais rapidamente. Para tanto, ao invés de somar 15 vezes o valor
de 550, a abordagem indicada para resolver o problema do atacadista de
café consiste em calcular o valor de 15 vezes 550 por meio de uma operação
aritmética chamada multiplicação. Em símbolos, escrevemos 15 × 550, em que
o sinal × é lido “vezes”.
Em geral, a×b (lemos “a vezes b”) significa somar a ocorrências do número b:

a × b = b| + b +{z· · · + b} .
a vezes

A partir daqui, vamos estudar a operação de multiplicação, estabelecendo suas


propriedades e mostrando como efetuá-la.
Seção 2.2 P. 2

2.2 – Algumas propriedades da multiplicação

A) A propriedade comutativa

A propriedade comutativa da adição é tão imediata que fazemos uso dela sem
nos darmos conta. Ela diz que, ao realizarmos uma adição, a ordem em que
dispomos as parcelas não importa. Por exemplo, “3 bananas mais 5 laranjas” ou
“5 laranjas mais 3 bananas” são as mesmas 8 frutas. Em símbolos, a + b = b + a,
para todos os naturais a e b.
A multiplicação também é comutativa, mas isso não é tão óbvio quanto
foi para a adição. Por exemplo, alguém pode legitimamente duvidar se, de
fato, 5 sacos com 3 maçãs contêm a mesma quantidade de frutas que 3 sacos
com 5 maçãs. Uma maneira de verificar essa igualdade é representar as duas
situações com blocos de quadrados, como nas figuras abaixo:

A figura acima, à esquerda, traz 5 blocos verticais de 3 quadradinhos


iguais cada, representando a multiplicação 5 × 3 = 3 + 3 + 3 + 3 + 3. Já na
figura à direita, temos 3 blocos verticais de 5 quadradinhos, o que representa
a multiplicação 3 × 5 = 5 + 5 + 5. É fácil ver que os blocos da esquerda e
da direita formam retângulos iguais, de lados 3 e 5 unidades, em posições
diferentes. Como 5 × 3 e 3 × 5 contam as quantidades de quadradinhos dos
dois retângulos (iguais), devemos ter 5 × 3 = 3 × 5 (= 15).
Podemos generalizar facilmente a discussão acima para concluir que a × b =
b × a, quaisquer que sejam os naturais a e b.

B) A propriedade distributiva

Ao escrevermos várias operações numa mesma sentença, convencionamos a


seguinte relação de prioridade entre as operações: multiplicações devem ser
realizadas antes de adições e subtrações. Por exemplo,

3 × 5 + 2 = 15 + 2 = 17.

Para alterar a ordem em que as operações devem ser feitas e, assim, inverter
as prioridades, temos de usar parênteses, com a convenção de que as operações
entre parênteses devem ser realizadas antes das outras operações. Assim,

3 × (5 + 2) = 3 × 7 = 21.
P. 3 Seção 2.2

A propriedade distributiva da multiplicação transforma uma multiplicação


com parênteses em operações sem parênteses. Em símbolos, a distributividade
da multiplicação em relação à adição diz que

a × (b + c) = a × b + a × c,

para todos os números naturais a, b e c. Como no caso da propriedade


comutativa, podemos visualizar a propriedade distributiva usando retângulos
conforme vemos na Figura 2.2
2.2.

Figura 2.2: Representação da propriedade distributiva por meio de retângulos


(autor Stephan Kulla).
Kulla Observe que ab = a×b, ac = a×c e a(b+c) = a×(b+c).

Já a distributividade da multiplicação em relação à subtração diz que

a × (b − c) = a × b − a × c,

para todos os números naturais a, b e c, com b > c. Faça uma figura análoga à
acima para verificar essa forma da distributividade.
Um uso interessante das propriedades distributivas é transformar multi-
plicações trabalhosas em outras mais simples, juntamente com adições ou
subtrações. Por exemplo, para calcular 17 × 23 podemos fazer

17 × 23 = 17 × (20 + 3) = 17 × 20 + 17 × 3 = 340 + 51 = 391.

Outra alternativa seria

17 × 23 = (20 − 3) × 23 = 20 × 23 − 3 × 23 = 460 − 69 = 391.

C) A propriedade associativa

A propriedade associativa (ou simplesmente a associatividade) da multiplicação


de números naturais diz que, se só tivermos multiplicações, então parênteses
são desnecessários. Por exemplo, ela diz que tanto faz calcularmos um produto
do tipo
3 × 5 × 10
calculando primeiro 3 × 5 e depois multiplicando o resultado por 10 (isto
é, fazendo (3 × 5) × 10), quanto calculando primeiro 5 × 10 e, em seguida,
multiplicando o resultado por 3 (isto é, fazendo 3 × (5 × 10)). Em símbolos,
(3 × 5) × 10 = 3 × (5 × 10) e, mais geralmente,

(a × b) × c = a × (b × c),

para todos a, b, c naturais.


Não vamos dar um argumento geral para justificar a última igualdade
acima, mas sugerimos que você tente pensar como fizemos na subseção A) para
justificar a comutatividade, mas desta vez calculando o número de quadradinhos
em um paralelepípedo de dimensões a, b e c.
Seção 2.3 P. 4

2.3 – A tabuada

Muita gente não consegue fazer multiplicações com facilidade com papel e caneta
porque não lembra de cor os resultados de multiplicações de números pequenos.
O único remédio para isso é memorizar a famosa tabuada de multiplicação,
que traz os resultados das multiplicações de números de um algarismo (veja a
tabela a seguir).

× 1 2 3 4 5 6 7 8 9
1 1 2 3 4 5 6 7 8 9
2 2 4 6 8 10 12 14 16 18
3 3 6 9 12 15 18 21 24 27
4 4 8 12 16 20 24 28 32 36
5 5 10 15 20 25 30 35 40 45
6 6 12 18 24 30 36 42 48 54
7 7 14 21 28 35 42 49 56 63
8 8 16 24 32 40 48 56 64 72
9 9 18 27 36 45 54 63 72 81

Figura 2.3: A tabuada de multiplicação.

Escrever os resultados da tabuada de multiplicação é bastante simples, se


virmos o preenchimento da tabela como um Sudoku no qual os números em
cada casa têm certas propriedades fáceis de lembrar, e que listamos a seguir:
1. A tabuada de multiplicação por 1 não oferece resistência.
2. A comutatividade da multiplicação implica que as entradas da tabela
são simétricas em relação à diagonal descendente. Por exemplo, 5 × 4 =
4 × 5 = 20 são entradas simétricas à diagonal descendente.
3. Quando k varia de 1 a 9, os produtos 9 × k são os números de dois
algarismos nos quais o primeiro algarismo aumenta de 0 a 8 à medida
que o segundo diminui de 9 a 1. Realmente, os resultados 9 × k são
sucessivamente iguais a 09, 18, 27, . . . , 72, 81.
4. Para lembrar a tabuada de multiplicação do 4, podemos observar que,
como 4 × k = 2 × (2 × k), obtemos a tabuada de 4 multiplicando por 2
os resultados da tabuada de 2.
5. Da mesma forma, como 8 × k = 4 × (2 × k), para escrever os resultados
da tabuada do 8, multiplicamos os resultados da tabuada do 2 por 4.
6. Um raciocínio análogo vale para a tabuada do 6, se já soubermos as
tabuadas do 2 e do 3, pois 6 × k = 2 × (3 × k) = 3 × (2 × k).
7. Os resultados da tabuada de multiplicação por 5 são fáceis de memorizar,
ainda mais se lembrarmos que multiplicar por 5 é o mesmo que multiplicar
por 10 (e, para isso, basta adicionar um zero à direita do número) e,
em seguida, dividir o resultado por 2. Por exemplo, podemos calcular
7 × 5 = 7×10
2 = 2 = 35.
70

8. A tabuada de multiplicação por 7 pode ser lembrada usando a simetria


da tabela: 7 × k = k × 7. Por exemplo, se já sabemos a tabuada do 4,
segundo a qual 4 × 7 = 28, então sabemos também que 7 × 4 = 28.
P. 5 Seção 2.4

Aprende-se, portanto, a tabuada da multiplicação, não por memorização


direta, mas aplicando-a e observando suas propriedades.

2.4 – O algoritmo da multiplicação

Vamos usar as propriedades comutativa e distributiva para explicar o algoritmo


da multiplicação. Começamos calculando o produto dos números 38 e 5 de um
jeito aparentemente trabalhoso:

38 × 5 = (3 × 10 + 8) × 5
= 3 × 10 × 5 + 8 × 5
= 3 × 5 × 10 + 8 × 5
= 15 × 10 + 40 (2.1)
= 15 × 10 + 4 × 10
= 19 × 10
= 190.

Na primeira linha, o número 38 é decomposto em 3 dezenas e 8 unidades.


Na segunda linha, usamos a distributividade para separar a multiplicação na
primeira linha numa soma de dois produtos, 3 × 10 × 5 e 8 × 5. Calculamos
mentalmente o produto 8 × 5 obtendo 40, ou seja, 4 dezenas. O produto
3 × 5 × 10 é igual a 15 × 10, ou seja, 15 dezenas, como vemos na quinta linha.
Na sexta linha, somamos as 15 dezenas com as 4 dezenas, obtendo 19 dezenas,
ou seja, 190 unidades, que é o resultado da operação, e vai escrito na sétima
linha.
Na prática, calculamos produtos como o efetuado acima por meio de um
dispositivo que automatiza, em suas regras, a aplicação das propriedades da
multiplicação. Para a multiplicação acima, esse dispositivo é:

4
3 8
× 5
1 9 0

Quando multiplicamos 5 por 8 na coluna da direita, obtemos 40, ou seja, 4


dezenas. Portanto, deslocamos 4 para a coluna da esquerda, que é a coluna
das dezenas (dizemos então que vai 4 para a coluna da esquerda). Em seguida,
multiplicamos 5 por 3: na verdade, multiplicamos 5 por 3 dezenas, já que o
algarismo 3 ocupa a casa das dezenas e representa, de fato, 3 × 10. Assim,
multiplicamos 5 × 3 × 10, obtendo 15 × 10, ou seja, 15 dezenas. Somamos essas
15 dezenas com as 4 que já havíamos obtido, totalizando 19 dezenas, ou seja,
190 unidades, resultado final da multiplicação. Perceba que essas ações são
exatamente as mesmas que detalhamos nas linhas de (2.2 2.2).

É importante você notar que, quando os fatores envolvidos são pequenos,


Obs frequentemente há várias formas de efetuar a multiplicação. Não há uma
única maneira de executar o algoritmo da multiplicação! Deve-se apenas
ficar atento ao uso adequado das propriedades fundamentais, que é o
Seção 2.4 P. 6

que garante que o resultado obtido estará correto. Por exemplo, uma
estratégia alternativa para calcular o produto acima é a seguinte:

38 × 5 = 19 × 2 × 5 = 19 × 10 = 190.

Outra abordagem para simplificar as contas feitas nessas multiplicação


combina divisões e multiplicações:

38 × 5 = 38 × 10 : 2 = 380 : 2 = 190.

Pode-se, ainda, empregar decomposições diferentes das que apresentamos


acima como em

38 × 5 = (40 − 2) × 5 = 40 × 5 − 2 × 5 = 200 − 10 = 190,

e assim por diante. Essas abordagens alternativas permitem efetuar


corretamente as multiplicações de forma mais rápida e segura, porque
envolvem contas mais fáceis de checar.

Para fixar ideias, passamos a discutir um exemplo um pouco mais elaborado:


a multiplicação dos números 38 e 65. Costumamos realizar um produto como
esse da seguinte forma:

4
4
3 8
× 6 5
1 9 0
+ 2 2 8
2 4 7 0

Tabela 2.1

Observe que o número 228 no dispositivo acima é, de fato, 2280; omitimos


o algarismo 0 apenas porque seguimos o modo tradicional de escrever. De fato,
seria mais apropriado escrever o dispositivo acima da seguinte forma, colocando
o algarismo 0 no lugar em que foi omitido:

4
4
3 8
× 6 5
1 9 0
+ 2 2 8 0
2 4 7 0

Para explicar o dispositivo de multiplicação no cálculo do produto de 38


por 65, observe que começamos multiplicando 5 por 8, obtendo 40, ou seja
4 dezenas. Em seguida, multiplicamos 5 por 30 (o algarismo 3 na primeira
parcela equivale a 3 dezenas, ou seja, 30), obtendo 150, ou seja, 15 dezenas.
Com isto, obtivemos 19 dezenas, isto é, 190 unidades, resultado escrito na
terceira linha de baixo para cima. Prosseguimos multiplicando 60 (note que
o algarismo 6 na segunda parcela representa 6 dezenas) por 8, totalizando
480 unidades, ou seja, 48 dezenas. Finalmente, multiplicamos 60 (ou seja, 6
dezenas) por 30 (ou seja, 3 dezenas), obtendo 18 centenas, ou seja, 180 dezenas.
P. 7 Seção 2.5

Com isto, temos 180 + 48 = 228 dezenas, isto é, 2280 unidades. Finalizamos
somando 190 + 2280 unidades, o que resultou em 2470 unidades.
Para justificar este procedimento, recorremos, novamente, às decomposições
em unidades, dezenas e centenas e às propriedades da comutatividade e da
associatividade. Veja:

38 × 65 = (3 × 10 + 8) × (6 × 10 + 5)
= 3 × 10 × 6 × 10 + 3 × 10 × 5 + 8 × 6 × 10 + 8 × 5
= 3 × 10 × 6 × 10 + 15 × 10 + 8 × 6 × 10 + 40
= 3 × 10 × 6 × 10 + 15 × 10 + 8 × 6 × 10 + 4 × 10
= 3 × 10 × 6 × 10 + 8 × 6 × 10 + 19 × 10
= 3 × 10 × 6 × 10 + 8 × 6 × 10 + 190 (2.2)
= 3 × 10 × 6 × 10 + 48 × 10 + 190
= 180 × 10 + 48 × 10 + 190
= 228 × 10 + 190
= 2280 + 190
= 2470.

Novamente, há procedimentos alternativos que podemos empregar para


Obs calcular 38 × 65. Por exemplo,

38 × 65 = 19 × 2 × 65 = 19 × 130 = 2470

ou, ainda,

38 × 65 = (40 − 2) × 65 = 40 × 65 − 2 × 65
= 4 × 650 − 130 = 2 × 1300 − 130
= 2600 − 130 = 2470.

É também válido rearranjar os termos e as etapas no algoritmo em (2.2


2.2).
Por exemplo, o seguinte procedimento é correto:

4
4
3 8
× 6 5
4 0
1 5 0
4 8 0
+ 1 8 0 0
2 4 7 0

2.5 – A multiplicação cruzada

Na seção anterior, vimos que pode ser muito vantajoso empregar estratégias
alternativas para calcular produtos. Aqui, aprofundamos essas considerações,
apresentando um algoritmo de multiplicação que se vale de maneira eficiente
Seção 2.6 P. 8

das propriedades do sistema posicional decimal. Ele é chamado de método


da multiplicação cruzada, por motivos que ficarão evidentes na sua descrição
mediante o exemplo apresentado logo abaixo.

EXEMPLO
Para efetuar o produto 57 × 36 pelo método da multiplicação cruzada,
quando se usa caneta e pa- escrevemos diretamente o resultado da operação da direita para a esquerda
pel, geralmente é mais efici- como explicamos abaixo.
ente resolver as operações
da direita para a esquerda. 57 57 57
36 36 36
2 52 2052

Iniciamos efetuando a multiplicação 7 × 6 = 42. Escrevemos 2 na última


coluna da direita e levamos 4 para a próxima etapa, que é calcular a expressão
4 + (5 × 6 + 7 × 3) = 55. Essa etapa é que dá o nome do método, pois nela as
multiplicações são cruzadas:

5 7


3 6
Escreve-se 5 ao lado do numeral 2, e leva-se (o outro) 5 para o último passo,
que é calcular a expressão 5 + 5 × 3 = 20. Então, escreve-se 20 à esquerda de
52, obtendo 2052 como resultado da multiplicação.
Esse método é validado pelas propriedades do sistema posicional decimal e
pela propriedade distributiva. De fato, distribuindo produtos, obtemos
57 × 36 = (50 + 7) × (30 + 6)
= 50 × 30 + (50 × 6) + (7 × 30) + 7 × 6.
Aplicando novamente a propriedade distributiva, temos que
57 × 36 = (5 × 3) × 100 + ((5 × 6) + (7 × 3)) × 10 + 7 × 6
= 15 × 100 + 51 × 10 + 42.
(Veja que a multiplicação cruzada aparece na penúltima igualdade.) Assim,
57 × 36 são 15 centenas, 51 dezenas e 42 unidades. Mas 42 unidades são 4
dezenas mais duas unidades, ao passo que 51 dezenas são 5 centenas mais uma
dezena; dessa forma, justificamos levar 4 para a “casa” das dezenas e 5 para
a “casa” das centenas). Consequentemente, 57 × 36 são 15 + 5 = 20 centenas,
1 + 4 = 5 dezenas e 2 unidades.

2.6 – O algoritmo da divisão inteira

Dados números naturais a, b, q e r, com b > 0, dizemos que a divisão inteira


de a por b tem quociente q e deixa resto r quando a = b × q + r, com r < q. O
número a é o dividendo e b é o divisor dessa operação.
Quando r = 0, podemos usar o sinal de divisão ÷ para indicar que a divisão
inteira de a por b é q, com resto nulo. Em outras palavras, pomos a ÷ b = q.
também denominada divi-
são com resto ou divisão
euclidiana de a por b
P. 9 Seção 2.6

Em geral, usamos o sinal de divisão ÷ para indicar a operação inversa da


Obs multiplicação, que chamamos simplesmente de divisão (logo, a ÷ b = c se
b × c = a). Ao realizar essa operação com inteiros não nulos quaisquer,
podemos obter números que não são inteiros. Nesse caso, representamos
tais números por números decimais ou por frações, preferencialmente na
forma irredutível (recorde que uma fração p/q é irredutível quando os
inteiros p e q não têm fatores comuns além de 1 e −1; de outra forma,
não pode existir um inteiro d 6= 1,−1 tal que p e q sejam ambos múltiplos
de d). Assim, por exemplo, 9 ÷ 12 = 0,75 ou 3/4. Recomendamos que o
leitor estude o módulo 3 para se aprofundar nesse assunto.

A divisão inteira é comumente realizada por meio do dispositivo apresentado


nos exemplos a seguir. Inicialmente, vamos utilizá-lo para dividir 840 por 6:

840 6
−6 140
24
−2 4
000
−0
0
Para armar o dispositivo da divisão, devemos colocar o dividendo, 840, e
o divisor, 6, como acima. A divisão é efetuada tomando a menor quantidade
possível de algarismos do dividendo, da esquerda para a direita, tal que
possamos dividir por 6 o número assim formado. Em nosso caso, devemos
começar dividindo 8 por 6 e, para tanto, procuramos mentalmente o maior
número natural que, multiplicado por 6, não passa de 8. Obviamente, tal
número é 1, pois 1 × 6 < 8 e 2 × 6 > 8. Então, escrevemos 1 na primeira posição
sob a barra horizontal do dispositivo de multiplicação, efetuamos o produto
1 × 6 e escrevemos o resultado da operação (isto é, 6) sob o algarismo 8 do
dividendo. Conforme indicado acima, traçamos uma barra sob o 6 e armamos
o dispositivo da subtração para realizar a subtração 8 − 6, obtendo 2. Em
seguida, “baixamos” o primeiro algarismo não utilizado do dividendo (no caso,
4), colocando-o ao lado do 2 que acabamos de obter. Agora, devemos dividir
24 por 6, e é fácil ver que 6 × 4 = 24. Colocamos esse quociente 4 ao lado do
1, sob a barra do dispositivo da divisão, e escrevemos o resultado do produto
6 × 4 = 24 sob o novo divisor, que também vale 24. A subtração 24-24 resulta 0.
Por fim, baixamos o último algarismo do divisor original, que é 0, e dividimos
0 por 6, que é uma divisão exata com quociente 0. Pomos 0 ao lado do 6, sob
a barra horizontal do dispositivo da divisão, e finalizamos a operação como
indicado acima, deixando resto 0.
O dispositivo da divisão funciona realizando sucessivas divisões com resto,
aproveitando as propriedades do sistema posicional decimal e da multiplicação
(vide seção 2.2
2.2). Assim, dividir 8 por 6 no exemplo acima equivale a observar
que 800 = 6 × 100 + 200; em seguida, adicionamos 200 a 40, obtendo 240; este
último número é dividido por 6, resultando na divisão exata 240 ÷ 6 = 40, ou
seja, 240 = 6 × 40. Em resumo, temos as igualdades
840 = 800 + 40 = 600 + 200 + 40 = 600 + 240 = 6 × 100 + 6 × 40 = 6 × 140,
ou seja, 840 ÷ 6 = 140 e a divisão é exata. O dispositivo da divisão automatiza
manipulações e aplicações de propriedades, como as que efetuamos acima, para
dividir 840 por 6.
Seção 2.7 P. 10

Agora, vamos usar o dispositivo de divisão inteira para dividir 2497 por 38.

2 497 38
− 2 28 65
0 217
−190
027
Para entender os passos da divisão acima, observe inicialmente que 2 é
menor que 38. Assim, agregamos ao 2 o próximo algarismo da esquerda para a
direita, ou seja, 4, formando o número 24. Contudo, 24 também é menor que
38, de forma que temos de tomar também o próximo algarismo do dividendo,
formando o número 249. Esse último número é maior que 38, de forma que
podemos realizar a divisão inteira de 249 por 38. No entanto, essa operação
requer a realização de uma divisão inteira por estimativa, em que se chega ao
resultado de uma divisão por aproximações, empregando procedimentos como
o que descrevemos a seguir. De saída, arredondamos 38 para 40, pois é fácil ver
que 249 = 6×40+9; logo, 6 é uma estimativa razoável para o valor do quociente
da divisão de 249 por 38. Testando o número 6, verificamos que 6 × 38 = 228,
o qual realmente não ultrapassa 238. Então, no próprio dispositivo vemos que
249 − 6 × 38 = 249 − 228 = 21. O numeral 21 é, assim, escrito sob a barra
da primeira subtração do dispositivo. Continuando, baixamos o número 7,
formando o número 217. Dividimos 217 por 38 pelo processo descrito acima,
isto é, fazendo uso de estimativas. Nesse caso, novamente arredondando 38
para 40, obtemos 217 = 40 × 5 + 17, de forma que tentamos 5 como quociente
da divisão inteira de 217 por 38. Essa tentativa dá certo e fornece a igualdade
217 = 5 × 38 + 27. Completamos o quociente escrevendo 5 no lado direito do
numeral 6 e pondo 5×38 = 190 sob 217 para efetuar a subtração 217−190 = 27.
Por fim, como não temos mais nenhum algarismo para baixar do dividendo,
terminamos a divisão de 2497 por 38 concluindo que ela tem quociente 65 e
resto 27, como vemos acima.

2.7 – Aplicações

A) Um problema típico

Existem problemas que envolvem as definições de multiplicação e divisão mas


que não se resolvem pela aplicação direta dos algoritmos dessas operações.
Esse é o caso do problema abaixo.

Conhecidos os valores do divisor d, do quociente q e do resto r


de uma divisão, calcule o valor do seu dividendo D.

Pela definição de dividendo D, divisor d, quociente q e resto r, temos que


D = d × q + r e o problema acima é resolvido multiplicando d por q para, em
seguida, somar o resultado com r.
Em questões desse tipo, é comum que r seja igual a zero. Nesses casos, o
problema pede para calcular D, conhecendo o quociente D ÷ d = q. Observe
que, agora, a solução do problema equivale a multiplicar ambos os lados da
igualdade D ÷ d = q por d, pois D = (D ÷ d) × d pela definição de divisão.
P. 11 Seção 2.7

Assim, D = d × q. Abaixo resolvemos um exemplo específico de questão que


tem a estrutura do problema acima, com resto zero.

Exercício 2.1 Débora fez uma prova com 70 questões. Ela gastou, em média,
três minutos na resolução de cada questão. Quanto tempo Débora levou
para fazer a prova?

Solução. O tempo médio para resolver cada questão da prova é igual ao


tempo total T de resolução da prova dividido pelo número de questões (no caso,
70) da avaliação. Pelos dados do problema, temos T ÷ 70 = 3. Multiplicando
ambos os lados dessa igualdade por 70, concluímos que o tempo total T de
resolução da prova é igual a 3 × 70, ou seja, 210 minutos. Por fim, recordando
que uma hora tem 60 minutos e notando que a divisão inteira de 210 por 60
tem quociente 3 e resto 30, concluímos que Débora fez a prova em 3 horas e 30
minutos. 

Ainda em relação ao exercício anterior, é evidente que a solução mais


Obs simples seria somar 3 minutos 70 vezes (uma vez para cada questão), isto
é, fazer a multiplicação 70 × 3. Contudo, a solução que apresentamos
mostra que também podemos resolvê-lo partindo de uma divisão. Ainda
que essa variação de solução possa parecer supérflua para esse exercício,
ela pode ser de grande valia em exercícios mais difíceis.

B) O Mínimo multiplo comum

Fixemos um número natural, por exemplo, 3. Somando parcelas iguais a 3,


obtemos todos os seus múltiplos:

1 × 3 = 3,
2 × 3 = 3 + 3 = 6,
3 × 3 = 3 + 3 + 3 = 9,
4 × 3 = 3 + 3 + 3 + 3 = 12,

e assim por diante. Esses múltiplos de 3 podem ser representados na reta da


seguinte forma:

0 3 6 9 12 15

Incluímos o 0, que também é um múltiplo de 3 pois 0 × 3 = 0. Obviamente,


esta lista de múltiplos é infinita. De fato, todos os números da forma

n × 3 = |3 + 3 +{z. . . + 3}
n vezes
são múltiplos de 3. No último produto acima, a letra n representa um número
natural qualquer, isto é, n pode ser igual a 0, 1, 2, 3, 4, 5, . . . Ao efetuar os
sucessivos produtos n × 3, construímos a tabuada de multiplicação do número
3. Observe que os múltiplos de três são pontos na reta, espaçados um do outro
por uma distância sempre igual a 3. Assim, “pulamos” de ponto em ponto, da
esquerda para a direita, somando 3 repetidamente.
Seção 2.7 P. 12

De modo similar, os múltiplo de 5 são os números da forma


n × 5 = |5 + 5 +{z. . . + 5},
n vezes
onde n é um número natural. Por exemplo, os números
0 × 5 = 0,
1 × 5 = 5,
2 × 3 = 5 + 5 = 10,
3 × 5 = 5 + 5 + 5 = 15,
são múltiplos de 5, os quais podem ser representados na reta como segue:

0 5 10 15

Na reta em vermelho acima, os pontos estão espaçados por distâncias sempre


iguais a 5. Assim, “avançamos” de 5 em 5, determinando os sucessivos múltiplos
de 5.
Observamos também que 15 é um múltiplo comum de 3 e de 5. Estendendo
as listas dos múltiplos de 3 e de 5, encontraremos outros múltiplos comuns a
esses dois números. Vejamos: os primeiros múltiplos de 3 são
0, 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30, 33, 36, 39, 42, 45, 48, . . . ,
enquanto os primeiros múltiplos de 5 são
0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, . . .
Assim, percebemos que a cada cinco múltiplos consecutivos de 3, encontramos
um número que é também múltiplo de 5: 15, 30, 45, e assim por diante. Da
mesma forma, a cada três múltiplos consecutivos de 5, encontramos múltiplos
de 3: 15, 30, 45, e assim por diante.
O menor múltiplo comum positivo dos números 3 e 5 é 15; dizemos que esse
número é o mínimo múltiplo comum ou MMC de 3 e 5. Nesse caso, observe
que ele é dado pelo produto de 3 e 5, ou seja,
MMC(3,5) = 15 = 3 × 5.
Usando o mesmo processo descrito acima (isto é, comparando os múltiplos
sucessivos de dois números para encontrar seu MMC), obtemos MMC(3,20) =
60, MMC(7,10) = 70, MMC(9,11) = 99, etc. Observando os pares de números
acima e seus respectivos mínimos múltiplos comuns somos induzidos a esta-
belecer como regra que o mínimo múltiplo comum de dois números é sempre
igual a seu produto.
Para testar essa regra, vejamos o que ocorre com os múltiplos de 6 e 15.
Os múltiplos de 6 são
0, 6, 12, 18, 24, 30, 36, 42, 48, 54, 60, 66, 72, 78, 84, 90, . . . ,
enquanto os múltiplos de 15 são
0, 15, 30, 45, 60, 75, 90, . . .
Assim, vemos que o mínimo múltiplo comum de 6 e 15 é 30, e não 6 × 15 = 90.
Dessa forma, o mínimo múltiplo comum de dois números nem sempre é igual a
seu produto e a “regra” que propusemos acima é falsa.
P. 13 Seção 2.7

Raciocinando por indução


Muitas vezes, tanto na Matemática como na vida, chegamos a conclusões
gerais a partir da observação de uma quantidade limitada de casos de uma
certa ocorrência. Esse tipo de extrapolação, que parte do particular para o
geral, é chamado de raciocínio indutivo, ou simplesmente indução.
Os raciocínios indutivos muitas vezes conduzem a erros grosseiros, como o
que cometemos acima ao supor como regra que o MMC de dois números sem-
pre é igual a seu produto. Mas suas conclusões não devem ser sumariamente
descartadas, pois são importantes para a descoberta de novos resultados
quando as tratamos como conjecturas, ou seja, afirmações interessantes que
têm chance de serem verdadeiras e, por isso, merecem ser investigadas.
Assim, observando os pares 3 e 20, 7 e 10, 9 e 11, cujos mínimos múltiplos
comuns são iguais a seus respectivos produtos, notamos que, nesses três casos,
não existe número inteiro maior que 1 e que seja fator dos dois números,
ou seja, que tenha entre seus múltiplos os dois números do par respectivo.
No entanto, no caso do par 6 e 15, os números têm o fator comum 3, o que
faz com que seu MMC não seja igual ao produto 6 × 15. A partir dessas
observações formulamos a seguinte

Conjectura: o MMC de dois números é igual a seu produto se,


e somente se, o único fator comum dos dois números é o número
1.

Vamos mostrar que essa conjectura é verdadeira logo abaixo, ao desen-


volvermos métodos mais eficazes para calcular o MMC de dois ou mais
números.

C) Fatoração de números inteiros

Os fatores (também chamados divisores ou submúltiplos) positivos de um


número inteiro n são os números naturais p que o dividem, ou seja, tais que a
divisão inteira de n por p deixa resto 0 e, por isso, é uma divisão exata.
Assim, os fatores positivos de 20 são 1, 2, 4, 5, 10 e 20, enquanto os fatores
positivos de 2 são apenas 1 e 2. Pode-se descobrir os fatores de um número
dado n verificando quais inteiros da lista 1,2,3, . . . ,n são fatores de n. Observe
que 1 e n sempre são fatores de n, qualquer que seja n.
Um número natural n é primo quando tem exatamente dois fatores positivos.
Observe que o número 1 não é primo pois tem um único fator positivo, o próprio
número 1. O número 0 não é primo porque todo número natural, à exceção
do próprio 0, é fator de 0, uma vez que, se n > 0, a divisão 0 ÷ n = 0 é exata.
Observe que os 8 primeiros números primos são 2,3,5,7,11,13,17 e 19.
Refinando a terminologia acima, dizemos que dois números inteiros são
primos entre si quando seu único fator positivo comum é o próprio 1. Conse-
quentemente, o MDC de dois números primos entre si é o número 1.
Fatorar um número é escrevê-lo como um produto de fatores primos. Assim,
as fatorações de 20 e 65 são, respectivamente, 2 × 2 × 5 e 2 × 5 × 13. Para
fatorar um número n0 empregamos um procedimento dito recursivo em que,
inicialmente, encontramos seu menor fator primo p1 e dividimos n0 por p1 para
obter n0 = p1 × n1 . A seguir, encontramos o menor fator primo p2 de n1 , de
Seção 2.7 P. 14

modo que n1 = p2 × n2 . Continuando, substituímos esse resultado na expressão


de n0 , obtendo n0 = p1 × p2 × n2 . Continuamos esse processo até chegar a um
número nk = pk × nk+1 para o qual pk e nk+1 sejam ambos primos. Então o
produto p1 p2 . . . pk nk+1 é uma fatoração de n0 .
A seguir, ilustramos esse algoritmo de fatoração em dois exemplos, para
obter as fatorações de 540 e 4200:

Fatoração de 540:
540 = 2 × 270,
540 = 2 × 2 × 135,
540 = 2 × 2 × 3 × 45,
540 = 2 × 2 × 3 × 3 × 15,
540 = 2 × 2 × 3 × 3 × 3 × 5,

Fatoração de 2100:
4200 = 2 × 2100,
4200 = 2 × 2 × 1050,
400 = 2 × 2 × 2 × 525,
4200 = 2 × 2 × 2 × 3 × 175,
4200 = 2 × 2 × 2 × 3 × 5 × 35,
4200 = 2 × 2 × 2 × 3 × 5 × 5 × 7.
Escrevemos as fatorações dos números acima como 540 = 22 × 33 × 5 e
4200 = 23 × 3 × 52 × 7. Ao fazê-lo, note que empregamos a notação da operação
de potenciação, em que um fator p aparece elevado à potência q, isto é, na
forma pq , para indicar que p deve ser multiplicado, por si mesmo, q vezes. Logo
32 = 3 × 3, 35 = 3 × 3 × 3 × 3 × 3, etc.
Um teorema famoso, atribuído ao matemático grego Euclides (que viveu
entre os séculos III e II a.C.), chamado Teorema Fundamental da Aritmética,
afirma em seu enunciado que a fatoração de um número natural é única, a
menos da ordem dos fatores.

Como saber quando um número divide outro

Podemos aplicar o Teorema Fundamental da Aritmética para saber se


um número divide outro quando conhecemos as fatorações dos dois números.
De forma precisa, temos que m divide n quando todos os fatores primos
de m são fatores primos de n e cada fator primo comum a m e n aparece,
na fatoração de m, elevado a uma potência menor ou igual àquela em que
aparece na fatoração de n.
Por exemplo, 27 = 33 divide 486 = 2 × 35 mas não divide 90 = 2 × 32 × 5.
De fato, por definição, 33 × 32 = (3 × 3 × 3) × (3 × 3) = 35 . Logo, 2 × 35 =
(33 ) × (2 × 32 ), ou seja, 486 = 27 × 18. Por outro lado, não existe nenhum
número inteiro cujo produto por 27 seja igual a 90, pois o resto da divisão
de 90 por 27 é o número 9. Em termos de fatores primos, isso é reflexo do
fato de que 27 tem 3 fatores 3, ao passo que 90 só tem 2 fatores 3.
Aproveitamos essas observações para apresentar a seguir as propriedades
P. 15 Seção 2.7

da potenciação. Se a > 0, temos

ap+q = ap × aq ;
ap
ap−q = q .
a
Essas propriedades são aplicadas naturalmente quando p e q são números
naturais pequenos e p > q, como nos casos tratados acima. Tomando
p = q, se quisermos que a segunda propriedade continue válida nesse caso
somos forçados a definir a0 de forma que a0 = ap ÷ ap , isto é, a por a0 = 1.
Extrapolando para o caso p < q, vemos que a definição de ap−q pelo quociente
ap
aq nem sempre é uma divisão exata; entretanto, ela pode ser sempre definida
em termos de frações. Assim, por exemplo, se p = 0 e q = 2, temos
a0−2 = a0 /a2 = a12 . Admitindo esses casos, podemos ter p,q ∈ Z: basta pôr
a−p = 1/ap . Com isso, a multiplicação de potências de mesma base a se
reduz à adição dos expoentes correspondentes.

D) O máximo divisor comum

Usando o método de listagem, descrito anteriormente, para encontrar os


submúltiplos de um número natural, podemos encontrar o maior fator que dois
ou mais números têm em comum (esse fator é, então, o máximo divisor comum
(denotado MDC) desses números). Assim, para calcular o MDC dos números
20 e 130, obtemos os fatores positivos de 130, que são 1,2,5,10,13,26, 65 e 130;
em seguida, comparando esses fatores com a lista já apresentada dos divisores
de 20, concluímos que MDC(20,65) = 10. Nesse ponto, sugerimos ao leitor
calcular MDC(540,4200) listando inicialmente todos os divisores de 540 e 4200...
É trabalhoso!
Há um método alternativo mais simples para calcular o MDC de dois ou
mais números, quando conhecemos suas fatorações. Ilustramos esse método
com um exemplo, calculando MDC(540,4200). Observe que os fatores primos
comuns a 540 = 22 × 33 × 5 e 4200 = 23 × 3 × 52 × 7 são 2,3 e 5.
Então, escrevemos d = 22 × 3 × 5, que é o produto dos fatores primos
comuns a 540 e 4200, cada um deles elevado ao menor expoente, dentre os
expoentes em que tal fator primo aparece elevado nas fatorações de 540 e 4200.
Assim, 2 está elevado a 2 na fatoração de 540 e a 3 na fatoração de 4200, logo,
2 está elevado a 2 na fatoração de d.
Podemos afirmar que MDC(540,4200) = d, porque d efetivamente divide
esses dois números e, se existisse um número inteiro D > d tal que D dividisse
540 e 4200, então ou (1) D tem um fator primo diferente de 2,3 e 5 ou (2) D
tem apenas os fatores 2,3 e 5 como fatores primos, mas um desses fatores está
elevado a uma potência que é maior que a potência à qual ele está elevado em
d. Em ambas as situações, D não seria divisor de 540 ou 4200.

E) Calculando o MMC de dois números a partir do seu MDC

Observe que podemos calcular o MMC de dois ou mais números por um processo
similar ao utilizado acima no cálculo do MDC. Assim, se M = 23 × 33 × 52 × 7
então MMC(540,2100) = M , pois a fatoração de M é o produto dos fatores
primos de 540 e 4200, cada um dos quais elevado ao maior dentre os expoentes
Seção 2.8 P. 16

em que está elevado nas fatorações desses números. Evidentemente, esse


exemplo pode ser generalizado num método geral para obter o MMC de dois
ou mais números.
Observando que a soma de dois expoentes pode ser sempre vista como a
soma do maior com o menor deles, chegamos à seguinte fórmula, relacionando
o MDC e o MMC de dois números:
m × n = MMC(m,n) × MDC(m,n).
(Veja também a caixa “Destrinchando a fórmula do MMC”, a seguir.)
Por sua vez, essa fórmula permite calcular facilmente o MMC de dois
números, uma vez que conheçamos seu MDC:
m×n
MMC(m,n) = . (2.3)
MDC(m,n)
Em particular, usando a fórmula acima, verifica-se facilmente que o MMC
de dois números é igual a seu produto apenas quando esses dois números são
primos entre si. Realmente, nesse caso seu MDC é igual a 1.

Destrinchando a fórmula do MMC


Para entender melhor a fórmula

m × n = MDC(m,n) × MMC(m,n),

vamos verificá-la quando m = 540 e n = 4200. Para tanto, lembramos que


540 = 22 × 33 × 5, 4200 = 23 × 3 × 52 × 7, MDC(540,4200) = 22 × 3 × 5 e
MMC(540,4200) = 23 × 33 × 52 × 7. Então, temos que

540 × 4200 = MDC(540,4200) × MMC(540,4200),

uma vez que

540 × 4200 = (22 × 33 × 5) × (23 × 3 × 52 × 7)


= 25 × 34 × 53 × 7
e
MDC(540,4200) × MMC(540,4200) = (22 × 3 × 5) × (23 × 33 × 52 × 7)
= 25 × 34 × 53 × 7.

O que faz com que os dois produtos acima sejam iguais é que os fatores
22 e 23 , 3 e 33 , 5 e 52 aparecem uma vez em cada uma das igualdades, pois
são fatores de 540 e 4200, respectivamente, e o menor em cada par é fator
de MDC(540,4200), enquanto o maior é fator de MMC(540,4200). Além
disso, como 70 = 1, essa conclusão também vale para o par 70 e 71 . Então, a
fórmula do MMC funciona nesse caso porque os produtos acima envolvem
os mesmos fatores, possivelmente em ordem diferente, logo são iguais.
Evidentemente, esse argumento pode ser usado para verificar a validade
da fórmula do MMC para qualquer par m, n de números naturais.

2.8 – Exercícios resolvidos


P. 17 Seção 2.8

Exercício 2.2 Uma impressora produz 15 cópias por minuto. Uma outra
impressora imprime o triplo de cópias dos mesmos impressos em um minuto.
Quantas cópias a segunda impressora produz em 12 minutos?

Solução. A solução deste problema requer duas multiplicações. Inicialmente


devemos multiplicar 3 por 15 (obtendo 45) para saber quantas cópias a segunda
impressora produz por minuto. A seguir, multiplicamos 45 por 12 para calcular
quantas cópias a segunda impressora produz em 12 minutos. Calculamos
rapidamente o produto 45 × 12 observando que

45 × 12 = 45 × 10 + 45 × 2 = 450 + 90 = 540.

Exercício 2.3 A figura a seguir foi construída com lápis de madeira novos,
sem apontar. Cada um desses lápis tem 22 centímetros de comprimento,
e foi colado nas extremidades, sem sobreposição, de maneira que o lado
(aresta) de cada quadrado seja um desses lápis. Calcule quantos centímetros
de lápis foram utilizados para construir a estrutura.

Solução. A solução do exercício 2.3 tem duas etapas. A primeira consiste


na contagem da quantidade de lápis usados para construir a estrutura. Tal
contagem pode ser feita diretamente da figura, onde se vê que foram utilizados
28 lápis (10 na parte frontal, 10 na parte posterior e 8 nas faces laterais da
estrutura). Como cada lápis mede 22 cm, no total os lápis medem

28 × 22 = 28 × (20 + 2) = 560 + 56 = 616

centímetros. 

Exercício 2.4 Qual é o MDC e o MMC dos números 64, 96 e 840?

Solução. Para resolver este problema, começamos fatorando os três números.


Assim, obtemos 64 = 26 , 96 = 25 × 3 e (utilizando o algoritmo apresentado
anteriormente para fatorar 840)

840 = 2 × 420, (2.4)


840 = 2 × 2 × 210, (2.5)
840 = 2 × 2 × 2 × 105, (2.6)
840 = 2 × 2 × 2 × 3 × 35, (2.7)
840 = 2 × 2 × 2 × 3 × 5 × 7; (2.8)
Seção 2.8 P. 18

logo 840 = 23 × 3 × 5 × 7.
Assim, os números 2,3,5,7 são os únicos números primos que são fatores de
pelo menos um dos números 64, 96 e 840. Logo,

MDC(64,96,840) = 2m2 × 3m3 × 5m5 × 7m7 ,

onde m2 = 3 é o menor expoente a que o fator 2 está elevado nas fatorações de 64,
96 e 840, e definimos m3 , m5 e m7 de forma análoga. Portanto, m3 = 0, m5 = 0
e m7 = 0, pois 64 = 26 ×30 ×50 ×70 , 96 = 25 ×31 ×50 ×70 e 840 = 23 ×31 ×51 ×71 .
Consequentemente, MDC(64,96,840) = 23 × 30 × 50 × 70 = 8.
Calculamos o MMC de forma semelhante, a partir dos fatores primos dos
três números. A diferença é que, ao invés de elevar cada fator primo ao menor
expoente ao qual ele aparece elevado nas fatorações de 64, 96 e 840, elevamos
ao maior desses expoentes. Assim,

MMC(64,96,840) = 2M2 × 3M3 × 5M5 × 7M7 ,

em que M2 = 6, M3 = 1, M5 = 1 e M7 = 1. Realizando as operações indicadas,


obtemos que

MMC(64,96,840) = 26 × 31 × 51 × 71 = 23 × (23 × 3 × 5 × 7)
= 8 × 840 = 6720.

Observe que a fórmula (2.3


2.3) não vale mais para três números. Realmente,
Obs
MDC(64,96,840) × MMC(64,96,840) = 29 × 31 × 51 × 71 ,

mas
64 × 96 × 840 = 214 × 32 × 51 × 71 .

Exercício 2.5 Dona Ilda tem duas filhas. A primeira gosta de comer sushi a
cada 8 dias e a segunda come sushi a cada 12 dias. Dona Ilda, por sua vez,
prefere comer sushi a cada 21 dias. Se elas comeram sushi hoje, quantos
dias se passarão até que as três voltem a comer sushi em um mesmo dia?

(a) 88 dias.
(b) 96 dias.
(c) 144 dias.
(d) 168 dias.
(e) 210 dias.

Solução. Para descobrir o número de dias d após o qual Dona Ilda e suas
duas filhas comerão sushi novamente em um mesmo dia, temos de caracterizar
d de modo a identificá-lo de alguma forma. Pelo que é dito no enunciado,
vemos que d deve ser múltiplo de 8, já que a primeira filha come sushi de 8 em
8 dias. Analogamente, verificamos que d também deve ser múltiplo de 12 e
de 21. Outra característica de d é que ele deve ser o menor possível, uma vez
que ele foi definido como a quantidade (implicitamente positiva!) de dias que
deverão se passar até que mãe e filhas voltem a comer sushi juntas. Nessas
P. 19 Seção 2.9

condições, d é o menor múltiplo comum de 8 = 23 , 12 = 22 × 3 e 21 = 3 × 7,


isto é, seu MMC. A partir das fatorações de 8, 12 e 21 temos que o

MMC(8,12,21) = 23 × 3 × 7 = 8 × 21 = 168.

Assim, as três mulheres voltarão a comer sushi em um mesmo dia após 168
dias. 

2.9 – Exercícios propostos

Nível 1

Exercício 2.6 Se dividirmos o número 4284 por 6, a divisão será exata. Mas,
se dividirmos por 60, qual será o resto?

(a) 20.
(b) 22.
(c) 23.
(d) 24.
(e) 34.

Exercício 2.7 Numa divisão em que o divisor é 15, qual pode ser o maior
resto possível?

(a) 10.
(b) 11.
(c) 12.
(d) 13.
(e) 14.

Exercício 2.8 Qual é a diferença entre o quociente e o resto da divisão de


272 por 7?

(a) 1.
(b) 3.
(c) 32.
(d) 38.
(e) 265.

Exercício 2.9 No caminhão do Sr. Paulo, há 56 caixas de ovos. Sabendo-se


que em cada caixa são colocados 24 ovos, determine quantos ovos Sr. Paulo
poderá vender, ao todo.

(a) 1566.
(b) 1344.
(c) 1243.
(d) 1204.
(e) 1194.
Seção 2.9 P. 20

Exercício 2.10 Em um teatro, há 18 fileiras de poltronas. Em cada fileira,


foram colocadas 32 poltronas. Quantas poltronas, ao todo, há nesse teatro?

(a) 556 poltonas.


(b) 564 poltronas.
(c) 576 poltronas.
(d) 600 poltronas.
(e) 624 poltronas.

Exercício 2.11 Carla ganhou de presente de aniversário o Jogo da Vida.


Depois de jogar uma partida, ela somou suas notas e descobriu que tinha
6.050 reais. Como nesse jogo há somente notas de 100 reais, de 10 reais e
de 1 real, Carla pode ter ganho:

(a) 6 notas de 100 reais e 5 notas de 1 real.


(b) 6 notas de 100 reais e 5 notas de 10 reais.
(c) 60 notas de 100 reais e 5 notas de 1 real.
(d) 60 notas de 100 reais e 5 notas de 10 reais.
(e) 600 notas de 10 reais e 50 notas de 10 reais.

Exercício 2.12 A área de um retângulo é igual a 180 cm2. Se a sua altura


mede 12 cm, qual é a medida de sua base?

(a) 8 cm.
(b) 10 cm.
(c) 12 cm.
(d) 14 cm.
(e) 15 cm.

Exercício 2.13 Calcule os produtos:

1) 43 × 32. 2) 72 × 63. 3) 63 × 22. 4) 87 × 63.


5) 53 × 17. 6) 81 × 4. 7) 88 × 19. 8) 115 × 16.
9) 17 × 76. 10) 16 × 47. 11) 39 × 25. 12) 15 × 81.
13) 36 × 19. 14) 22 × 37. 15) 71 × 17. 16) 88 × 55.
17) 47 × 70. 18) 35 × 40. 19) 56 × 30. 20) 23 × 50.
P. 21 Seção 2.9

Nível 2

Exercício 2.14 Uma empresa tem 50 funcionários. O gasto com cada fun-
cionário é de R$ 990,00 (salário) e mais R$ 330,00 (cesta básica). Quanto
essa empresa gasta com seus funcionários?

(a) R$ 76.000,00.
(b) R$ 66.000,00.
(c) R$ 65.000,00.
(d) R$ 49.500,00.
(e) R$ 16.500,00.

Exercício 2.15 Manoel vendeu 1250 pães na segunda, 982 pães na terça e
1020 pães na quarta. Qual foi a média diária de venda de pães nesses 3 dias?
(Definimos a média diária de venda é a quantidade total de pães vendidos
dividida pelo número de dias em que esses pães foram vendidos.)

(a) 1200 pães.


(b) 1084 pães.
(c) 1020 pães.
(d) 1000 pães.
(e) 980 pães.

Exercício 2.16 Um carteiro dividiu as cartas a serem entregues em uma


certa região em 5 grandes sacolas, de modo que todos os dias ele pudesse
entregar o mesmo número de cartas. Eram 1720 cartas no total. Quantas
cartas ele teria de entregar por dia?

(a) 304 cartas.


(b) 320 cartas.
(c) 330 cartas.
(d) 344 cartas.
(e) 350 cartas.

Exercício 2.17 Numa biblioteca existem 50.070 livros disponíveis. Todos


estão dispostos em estantes, que comportam 600 livros cada. Quantas
estantes completamente cheias são necessárias para guardar todos esses
livros?

(a) 600.
(b) 98.
(c) 84.
(d) 83.
(e) 80.
Seção 2.9 P. 22

Exercício 2.18 Pelos dados do problema anterior, quantos livros devem ficar
na estante que não estará completa?

(a) 270 livros.


(b) 280 livros.
(c) 330 livros.
(d) 370 livros.
(e) 420 livros.

Exercício 2.19 (G1 - cp2 2016) Camila está grávida. A duração esperada
de sua gravidez é de 280 dias. A gravidez, portanto, deverá durar quantos
segundos?

(a) 24.380.000.
(b) 24.192.000.
(c) 1.008.000.
(d) 403.200.
(e) 280.000.

Exercício 2.20 Pedro levou 2 horas para digitar um texto de 6 páginas.


Neste ritmo, se ele trabalhar durante 6 horas, será capaz de digitar um total
de quantas páginas?

(a) 6 páginas.
(b) 8 páginas.
(c) 12 páginas.
(d) 18 páginas.
(e) 36 páginas.

Exercício 2.21 Uma granja tem 1944 ovos que devem ser embalados em
caixas contendo 12 ovos cada uma. Quantas caixas serão necessárias para
isso?

(a) 154.
(b) 162.
(c) 184.
(d) 208.
(e) 212.

Exercício 2.22 Uma gráfica dispõe de 111.900 folhas de papel para montar
agendas com 150 folhas cada um. Quantas agendas poderão ser montadas?

(a) 682.
(b) 746.
(c) 750.
(d) 780.
(e) 794.
P. 23 Seção 2.9

Exercício 2.23 A fatoração completa de 600 é 2a × 3b × 5c . Qual é o valor


de a + b + c?

(a) 4.
(b) 5.
(c) 6.
(d) 8.
(e) 9.

Exercício 2.24 Calcule os produtos do Exercício 2.13 empregando a técnica


de multiplicação cruzada.

Nível 3

Exercício 2.25 (G1 - ifba 2017) Um produtor de cinema fez um documentário


sobre os mistérios da Natureza, composto por 60 curtas metragens de 8
minutos cada. Se ele utilizasse curtas metragens com duração de 3 minutos,
quantos comporiam o documentário?

(a) 23.
(b) 60.
(c) 90.
(d) 160.
(e) 260.

Exercício 2.26 (saresp/ adaptada) Juliana queria comprar um pedaço de


tecido para fazer um vestido. Como não tinha fita métrica, ela fez a medida
da quantidade de tecido de que precisava usando seu palmo, e obteve 7
palmos. Se o palmo de Juliana tem 18 cm, a medida do tecido de que ela
precisava é:

(a) 25 cm.
(b) 76 cm.
(c) 106 cm.
(d) 108 cm.
(e) 126 cm.

Exercício 2.27 Karla foi com mais quatro amigas a uma pizzaria e comeram
uma pizza que custou R$ 50,00 e outra pizza que custou R$ 30,00. Para beber,
cada menina pediu dois copos de refrigerante. Cada copo de refrigerante
custou R$ 5,00. Sabendo que Karla e suas amigas dividiram a conta
igualmente, qual foi o valor pago por cada uma delas?

(a) R$ 21,00.
(b) R$ 26,00.
(c) R$ 31,00.
(d) R$ 40,00.
(e) R$ 130,00.
Seção 2.9 P. 24

Exercício 2.28 Um supermercado, fez um liquidação de caixas de leite, sendo


um número máximo de seis caixas por cliente. Sabendo que todo cliente
que comprou leite nesse supermercado levou o número máximo de caixas
permitido pela liquidação e que foram vendidas 3.630 caixas de leite, quantos
clientes compraram leite nesse supermercado?

(a) 550 clientes.


(b) 570 clientes.
(c) 605 clientes.
(d) 701 clientes.
(e) 734 clientes.

Exercício 2.29 Em uma divisão o divisor é 29 e o quociente é igual a 15.


Sabendo que o resto dessa divisão é o maior possível, qual é o valor do
dividendo?

(a) 239.
(b) 293.
(c) 449.
(d) 463.
(e) 827.

Exercício 2.30 Em uma fila para comprar ingressos para um jogo de futebol,
havia 100 torcedores aguardando atendimento. Se 5 pessoas são atendidas
a cada 3 minutos, qual a estimativa do tempo para o centésimo torcedor ser
atendido?

(a) 30 minutos.
(b) 40 minutos.
(c) 50 minutos.
(d) 60 minutos.
(e) 61 minutos.

Exercício 2.31 Em uma escola de bairro, foram distribuído 144 cadernos,


192 lápis e 216 borrachas, de modo que o maior número possível de alunos
fosse contemplado e todos recebessem o mesmo número de cadernos, o
mesmo número de lápis e o mesmo número de borrachas. Como não houve
sobra de material, qual o número de cadernos que cada aluno recebeu?

(a) 6 cadernos.
(b) 8 cadernos.
(c) 9 cadernos.
(d) 12 cadernos.
(e) 24 cadernos.

Exercício 2.32 Joaquim tem 120 postes de madeira para construir uma
cerca. Sabe-se que os postes serão usados para cercar apenas um lado de
seu sítio. Se cada quatro postes igualmente espaçados cercam 12 metros,
P. 25 Seção 2.9

usando-se todos os postes igualmente espaçados será possível fazer uma


cerca de quantos metros?

(a) 476 m.
(b) 380 m.
(c) 357 m.
(d) 350 m.
(e) 320 m.

Exercício 2.33 A distância da casa de roberto até sua escola é de 350 metros.
Sabendo-se que ele vai e volta da escola a pé de segunda a sexta, quantos
metros ele percorre por semana no trajeto casa-escola-casa, se ele sempre
faz o mesmo caminho?

(a) 700 m.
(b) 1400 m.
(c) 1750 m.
(d) 3500 m.
(e) 7000 m.

Nível 4

Exercício 2.34 Roberto pratica esportes e todos os dias corre pela manhã.
Seu desafio é correr sempre 2 km a mais que no dia anterior. Se na segunda
feira ele correu 3 km, no domingo ele correrá quantos quilômetros? E na
semana toda, quantos kilômetros terá corrido?

(a) No domingo, 15 km e, na semana, 63 km.


(b) No domingo, 14 km e, na semana, 17 km.
(c) No domingo, 17 km e, na semana, 63 km.
(d) No domingo, 21 km e, na semana, 63 km.
(e) No domingo, 15 km e, na semana, 17 km.

Exercício 2.35 (G1 - ifba 2017) (Espm 2016) Na multiplicação abaixo, cada
letra representa um algarismo do sistema decimal de numeração. O valor
de A + B + C + D é:

(a) 22.
(b) 20.
(c) 24.
(d) 21.
(e) 23.

Exercício 2.36 Dividindo 42 por 6 o quociente é 7 e o resto é zero. Somando


1 ao dividendo e tornando a dividir por 6 o quociente continua sendo 7 e o
resto passa a ser 1. Qual o maior número que podemos somar a 42 para
que a divisão por 6 continue tendo quociente 7?

(a) 0.
Seção 2.9 P. 26

(b) 3.
(c) 4.
(d) 5.
(e) 6.

Exercício 2.37 (OBM) Letícia vendeu todos os seus CDs de videogames


para três amigos, que lhe pagaram, respectivamente, R$ 240,00, R$ 180,00
e R$ 320,00. Todos os CDs tinham o mesmo preço. Quantos CDs tinha
Letícia, no mínimo?

(a) 20.
(b) 21.
(c) 25.
(d) 28.
(e) 37.

Exercício 2.38 Em uma árvore de Natal as lâmpadas verdes piscam a cada


5 segundos, as lâmpadas vermelhas a cada 3 segundos, as lâmpadas azuis a
cada 6 segundos e as lâmpadas amarelas a cada 8 segundos. De quantos em
quantos segundos as quatro lâmpadas acendem ao mesmo tempo?

(a) 120 segundos.


(b) 150 segundos.
(c) 180 segundos.
(d) 210 segundos.
(e) 240 segundos.

Exercício 2.39 Em uma placa de NEON está escrito CAFÉ com luzes
vermelhas, azuis e brancas. As lâmpadas azuis acendem a cada 4 segundos,
as lâmpadas vermelhas a cada 6 segundos e as lâmpadas brancas a cada 8
segundos. Qual o menor intervalo de tempo necessário para essas lâmpadas
acenderem juntas?

(a) 23 segundos.
(b) 24 segundos.
(c) 28 segundos.
(d) 32 segundos.
(e) 48 segundos.

Exercício 2.40 Uma fábrica de bombons produziu 210 bombons de chocolate


e 160 bombons de morango. Deseja-se embalar todos esses bombons em
caixas com a mesma quantidade de bombons, sendo que cada caixa deve
conter um único sabor de bombons. Quantas caixas serão necessárias, no
mínimo?
(a) 8 bombons.
(b) 10 bombons.
(c) 16 bombons.
(d) 20 bombons.
(e) 30 bombons.

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