Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BEZERRA Marcia Sempre Quando Passa Alguma Coisa Deixa Rastro Um Breve Ensaio Sobre Patrimônio Arqueologico e Povos Indigenas PDF
BEZERRA Marcia Sempre Quando Passa Alguma Coisa Deixa Rastro Um Breve Ensaio Sobre Patrimônio Arqueologico e Povos Indigenas PDF
ARTIGO
UM BREVE ENSAIO
SOBRE PATRIMÔNIO
ARQUEOLÓGICO E
POVOS INDÍGENAS 1
Marcia Bezerra
Programa de Pós-Graduação em Antropologia/Universidade Federal do Pará/CNPq.
PPGA/IFCH/UFPA - Rua Augusto Corrêa, nº1 – Guamá – Belém – Pará – 66.075.900.
E-mail: marciabezerrac14@gmail.com
1- Uma versão deste texto foi apresentada durante o “I Fórum Internacional da Temática Indígena”,
na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em junho de 2010
75
abstract
resumo Abstract: In this essay I will briefly
Nesse ensaio discuto de forma bre- discuss some aspects regarding the
ve algumas questões que envolvem as relationships between the archaeolo-
relações entre os arqueólogos, o patri- gists, the archaeological heritage and
mônio arqueológico e os povos nati- the native people. Considering cases
vos. Considerando casos em Belize, from Belize, Honduras, México, Aus-
Honduras, México, Austrália e Brasil, tralia and Brazil, the main points dis-
os principais pontos de discussão são: cussed are: 1) the category of herita-
1) a categoria de patrimônio; 2) os sen- ge; 2) the senses of the archaeological
tidos das paisagens arqueológicas para landscapes for native communities
as comunidades nativas e 3) os desa- and 3) the challenges of constructing
fios na construção de um discurso si- a symmetrical discourse in Archaeo-
métrico na Arqueologia. logy.
2011); outras percepções sobre o que o Es- representativa pelo Estado, ou seja, “patri-
tado – e os “especialistas do passado” (Can- mônio” é um conceito criado nos domínios
clini, 1994: 99), incluindo os arqueólogos - do Estado-nação e, como tal, constitui-se
denominam por “patrimônio”. em uma atribuição externa de identificação.
O patrimônio histórico e nacional é Ou seja, o paradoxo está no fato de que o
constituído pelo Decreto Lei 25/1937 (Iphan, conceito de patrimônio (sítios e objetos ar-
2006) e os sítios, objetos e coleções arqueo- queológicos) é fortemente alicerçado na
lógicas são protegidos pela Lei 3924/1961 materialidade e na sua duração no tempo.
(op.cit.). A existência de sítios arqueológi- Constitui, portanto, uma perspectiva histó-
cos é estabelecida por uma categoria de es- rica, que desconsidera a dinâmica e a lógica
pecialistas – os arqueólogos, que trabalhan- memorial de construção do passado pelos
do sob a licença do Estado1 atestam, ou não, indígenas. Assim, a ideia de patrimônio é,
estas ocorrências. Essas verificações se por essência, contrária aos processos de
orientam por critérios objetivos próprios de constituição das identidades étnicas (see
toda investigação científica, mas nem por Gnecco and Ayala, 2011). Por conseguinte,
isso imunes ao contexto em que se inserem. relacionar patrimônio arqueológico e povos
Se por um lado, a pesquisa arqueológica indígenas pode significar, na essência, uma
não pode renunciar ao empirismo, por ou- contradição.
tro, sua prática não pode abstrair de uma Não obstante essas reflexões, os proces-
perspectiva reflexiva crítica sobre a cons- sos de reivindicação de terras indígenas en-
trução do conhecimento arqueológico e o volvendo vestígios arqueológicos são cres-
seu impacto no cotidiano de comunidades centes. Eles se referem aos sítios
locais. arqueológicos como elementos identitários
A esse respeito, Pyburn (2005) em “Why e incorporados pelos coletivos indígenas,
Archaeology Must Be a Science” faz uma dis- ainda que os dados arqueológicos não indi-
cussão interessante sobre a ciência e os dis- quem as relações de ancestralidade. Nas lu-
cursos nativos. Para a autora, negar o as- tas pelos seus direitos o patrimônio arqueo-
pecto empirista da Arqueologia em favor do lógico é percebido como sinal diacrítico nos
repertório de crenças e valores de comuni- processos de auto representação. As evidên-
dades nativas é desconsiderar ambas as vi- cias arqueológicas têm constituído uma es-
sões/interpretações. Pyburn (2005: 231) pécie de substrato material do universo mí-
sustenta a ideia de que os dados arqueológi- tico, mobilizado também como recurso
cos podem combater o essencialismo e de político legítimo (Bezerra, no prelo).
que o empirismo não é sinônimo de impe- Em livro recém-lançado Gnecco e Ayala
rialismo. Pelo contrário, a possibilidade de (2011) reúnem intelectuais indígenas e não-
verificação de proposições científicas é fun- -indígenas para tratar das relações entre
damental para a reconstrução do passado e povos indígenas e arqueologia na América
para a legitimação de direitos humanos (Py- Latina. Os artigos apresentam estudos de
burn, 2005). Como, então, relacionar o dis- caso – quatro deles no Brasil (Endere, Cali
curso científico sobre um sítio arqueológico & Funari, 2011; Green, Green & Goés Neves,
e as narrativas indígenas sobre ele? Serão 2011; Gomes, 2001 e Moi & Morales, 2011)
essas duas esferas incompatíveis? – que apontam para a natureza intrincada
A categoria patrimônio não prescinde da dessas relações e para a urgente tarefa de
avaliação e da legitimação de sua natureza refletir criticamente sobre elas. As discus-
Esta mesma discussão é apresentada por queológicas (Baeta & Missagia de Mattos
Smith (2207) ao tratar da relação entre a co- 2007.), não é provável que as pinturas te-
munidade Waanyi, em Queensland, na Aus- nham sido feitas por antepassados dos Kre-
tralia, e os sítios arqueológicos localizados nak, mas elas são incluídas em suas narra-
no Boodjamulla National Park. Entre os Wa- tivas pela atribuição de um caráter mágico;
anyi, a tarefa de preservar o território tem uma vez que acreditam que jamais poderão
um papel importante na organização social, ser apagadas. Para os Krenak, as pinturas
uma vez que há regras sobre quem tem o surgem espontaneamente e têm origem so-
poder de zelar por determinados sítios e lu- brenatural. Os locais de ocorrência desses
gares sagrados e quem pode falar sobre sítios são entendidos como lugares de en-
eventos relacionados a esses lugares (Smi- contro e comunicação com os Maret, seus
th, Morgan & van der Meer, 2003). Smith ancestrais míticos (2007: 50). Segundo as
(2004 e 2007) discute a transformação do autoras, as pinturas rupestres são um valio-
discurso da Arqueologia em “tecnologia do so marcador étnico para os jovens Krenak
governo” ao regular o gerenciamento do (2007: 55).
passado de forma arbitrária em nome da Entre os Asurini, no Pará, Silva (2002)
burocracia e das políticas ligados ao uso da assinala a atribuição mítica que o grupo dá
terra. No caso dos Waanyi, esse papel foi aos vestígios arqueológicos, mas ao mesmo
modificado, pois o grupo utilizou os arque- tempo, indica a sua inserção em práticas
ólogos para facilitar o processo de reconhe- cotidianas atuais. A autora verificou que os
cimento e legitimação de seu poder sobre a Asurini ainda guardam na memória técni-
gestão de seu território. cas de uso de instrumentos líticos. Muito
Para Smith (2007: 169), o conhecimento embora os dados arqueológicos não tenham
arqueológico não era essencial para as rei- constatado processo de continuidade histó-
vindicações do grupo, os pesquisadores fo- rica, os vestígios “(...) são elementos mate-
ram utilizados como parte do “recurso polí- riais que falam para eles sobre a sua ances-
tico” para alcançar outros grupos tralidade (...)” (2002: 184. Itálico no
não-nativos. O projeto Waanyi promoveu o original.)
fortalecimento das mulheres do grupo, que O trabalho desenvolvido por Green, Gre-
passaram a controlar o acesso e a divulga- en & Goés Neves (2003) entre os Palikur, no
ção de conhecimentos nativos sobre alguns Amapá, a partir de uma perspectiva da pes-
lugares considerados sagrados. Aqui a ideia quisa de ação participatória, permitiu aos
de “herança” liga-se também ao tempo pre- pesquisadores perceber o papel memorial
sente, ao seu “momento real” (Smith, 2007: das paisagens nas narrativas dos Palikur.
169). Os sítios arqueológicos não eram valoriza-
O caso dos Krenak analisado por Baeta e dos por sua natureza intrínseca, mas por
Missagia de Mattos (2007), envolve questões sua inserção nesta paisagem. Um caso pró-
semelhantes, mas com algumas particulari- ximo ao relatado por Breglia (2008).
dades. Os Krenak habitam uma área ponti- Os exemplos nos dão a medida da com-
lhada de sítios arqueológicos, em especial, plexidade das relações entre o patrimônio
abrigos com arte rupestre, que são conside- arqueológico e as comunidades nativas. Há
rados como locais estratégicos para refúgio um denominador comum que podemos
durante conflitos (Missagia de Mattos, reunir no trinômio reconhecimento, legiti-
1996:164). De acordo com as pesquisas ar- mação e representação, mas o uso do patri-
mônio arqueológico dá-se de maneira dis- vez que os consideram como parte da paisa-
tinta, sobretudo, no que diz respeito à noção gem natural, mas por terem herdado o ter-
de patrimônio e à relação de ancestralidade, ritório onde esses se localizam. Observa-se
que têm ligação direta com o papel da Ar- neste caso a dimensão política e econômica
queologia e as atitudes dos grupos nestes do patrimônio. Podemos encontrar um pa-
contextos. ralelo na relação dos Waanyi com o patri-
Nesses casos a noção de patrimônio é mônio arqueológico. Para eles, o conheci-
construída a partir da materialidade do pas- mento produzido pela Arqueologia, ou seja,
sado expressa nos sítios e monumentos o que institui para o Estado, o patrimônio
Maia de Honduras e Belize; da posse da ter- arqueológico, tem valor como instrumento
ra herdada no México; do gerenciamento político de alcance em relação a outros não-
das terras e lugares sagrados dos Waanyi, do -nativos.
aspecto sobrenatural entre os Krenak e os Neste sentido, Smith (2007: 169) argu-
Asurini e da relação com a paisagem entre menta que é necessário desconsiderar a ên-
os Palikur. Pode-se argumentar que todas fase que o discurso do patrimônio dá aos
estas lógicas de construção se remetem às lugares e objetos. Para ela, ao fazer isso,
origens e à propriedade da terra, mas há al- abrimos a possibilidade de que o patrimô-
guns aspectos a destacar. nio não seja apenas algo a ser cuidado para
Ao tratar do ativismo Maia surgido na as futuras gerações, mas que seja usado
década de 1950, o antropólogo e descenden- para fortalecer questões culturais e políticas
te Maia, Victor Montejo (2002: 130) afirma: hoje. Segundo a autora (idem), o patrimô-
“(...) we Maya can go to Tikal, to Palenque, nio deve ser considerado como o “ponto ou
or to other sacred sites in our communities o momento da negociação”.
and see, touch, and feel around us the pres- Entre os Krenak e os Asurini, apresenta-
ence and power of the ancestors”. Mais adi- -se outra realidade. Baeta e Missagia de
ante ele sublinha (op.cit.: 131) “(…) because Mattos (2007) e Silva (2002), respectiva-
of these links we consciously call ourselves mente, indicam que a relação de ancestrali-
Maya, and this makes our identity histori- dade entre os grupos e os sítios arqueológi-
cally powerful”. Montejo apresenta uma hie- cos em suas terras é improvável, mas as
rarquia de sentidos (ver, tocar e sentir), que suas narrativas incluem esses vestígios
demonstra a importância da materialidade como elementos memoriais e mágicos. Do
e da dimensão temporal nos processos de ponto de vista êmico, a ancestralidade exis-
auto representação Maia. te, pois acreditam que o local das pinturas
O mesmo ocorre entre os descendentes constitui um canal de comunicação com
Maia em Copán e em várias comunidades seus ancestrais míticos. A apropriação do
em Belize. A relação de ancestralidade e o patrimônio arqueológico pelos Krenak e pe-
direito à terra são indissociáveis, e o que los Asurini liga-se à noção de pertença, ou
está em jogo é a forma como a Arqueologia, seja, os vínculos estabelecidos estão anco-
o Turismo, os governos constroem as repre- rados no lugar.
sentações sobre os Maia. Para Bezerra de Meneses (2002: 188),
Em Yucatán a situação é oposta: as co- outros vínculos são reconhecidos quando a
munidades locais reclamam os direitos so- “linhagem” ou o “legado” “são pouco con-
bre o patrimônio não pela relação de ances- vincentes”. Segundo ele, a memória instau-
tralidade com os sítios arqueológicos, uma ra o sentido do tempo do homem, mas com
respeito às relações entre arqueólogos e po- discussões sobre as relações entre arqueo-
pulações indígenas, mas também entre os logia e povos nativos constituem um corolá-
arqueólogos e suas “arqueologias”. Aqui se rio dessa sobreposição de categorias amal-
impõe uma reflexão sobre a prática da dis- gamadas ao espírito colonialista. As críticas
ciplina, o que sugere uma espécie de “etno- a essa estrutura binária, reducionista e co-
grafia do fazer arqueológico” (Castañeda, lonizante tem mobilizado representantes de
2008). diversas etnias e pesquisadores na luta pe-
Cabral (2011: 10) ao discutir a ideia de los direitos culturais (Gnecco & Ayala, 2011;
reversibilidade a partir de Wagner (2010)4 Silverman&Ruggles, 2007).
propõe que “Levar a sério a ideia de reversi- As áreas de confluência entre arqueólo-
bilidade na arqueologia, ou seja: que os [in- gos e o(s) passado(s) de povos indígenas são
dígenas] também são arqueólogos, abre a cada vez mais numerosas (Bezerra, no pre-
possibilidade do choque cultural tornar-se lo). Os ruídos nessas relações permanecem.
produtivo para os dois lados”. Então, voltan- A dissonância entre arqueólogos e povos
do ao trecho em epígrafe, “(...)¿qué podría- indígenas, no entanto, revela outras episte-
mos aprender mutuamente? ¿cómo comen- mologias da cultura material, do patrimô-
zamos una conversación acerca de las cosas nio, do passado e da própria arqueologia. A
que sabes, y las cosas que sé?” consonância não deve ser procurada na di-
(Shepherd&Haber, 2011: 20). luição dos discursos em favor de uma hibri-
Gnecco e Ayala (2011) ao criticarem o dização; mas nas vozes críticas de arqueólo-
discurso multiculturalista apontam a inter- gos e intelectuais indígenas (ver em Gnecco
culturalidade como caminho para o início & Ayala, 2011) que advogam a agência si-
desse diálogo. Nesse sentido, configura-se métrica não apenas sobre o patrimônio ar-
um “inter-discurso” (Bezerra, 2008) que po- queológico, mas sobre a própria ideia de
tencializa a construção simétrica não como Arqueologia (Bezerra, no prelo; Cabral,
retórica, mas como práxis da/na Arqueolo- 2011; Shepherd&Haber, 2011).
gia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tratar das relações entre patrimônio ar-
queológico e as populações indígenas impli-
ca, a priori, a consideração da natureza on-
tológica de cada um desses dois conceitos.
Ambos são uma invenção ocidental surgida
em contextos enviesados por ideologias do-
minantes. Se o estudo do “outro” na Antro-
pologia legitimou a consolidação da oposi-
ção ocidental/não ocidental; na Arqueologia
ele se estendeu a sua ancestralidade. Se a
Antropologia criou e exotizou o “outro”; a
Arqueologia, por sua vez, criou e exotizou o
passado do “outro”. Nessa perspectiva, as
Referências
BAETA, A. M. & MISSAGIA DE MATTOS, I. 2007. Ser- GNECCO, C. & AYALA, P. (Eds.) Indigenous Peoples and
ra da Onça e os Índios do Rio Doce: uma perspectiva Archaeology in Latin America. Left Coast Press, 2011,
etnoarqueológica e patrimonial. Habitus, 5 (1): 39-62. pp.159-178.
BEZERRA, M. 2008. Against The Method, In Favor of GNECCO, C. & AYALA, P. (Eds.) 2011. Indigenous
Public [Archaeology]. (Manuscrito). Peoples and Archaeology in Latin America. Left Coast
BEZERRA, M. 2011. “As Moedas dos Índios”: um es- Press.
tudo de caso sobre os significados do patrimônio arque- GNECCO, C. & AYALA, P. 2011. Introduction: What
ológico para os moradores da Vila de Joanes, Marajó, is to be done? Elements for a discussion. In: GNECCO,
Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Ciên- C. & AYALA, P. (Eds.) Indigenous Peoples and Archaeol-
cias Humanas, 6(1):57-70. ogy in Latin America. Left Coast Press, pp.11-27.
BEZERRA, M. Non-Western Societies, Archaeology GOMES, D.M.C. 2011. Archaeology and Caboclo Pop-
and South America. In: SILBERMAN, N. A. (Ed.) - The ulations in Amazonia: regimes of historical transforma-
Oxford Companion to Archaeology. Oxford University tion and the dilemmas of self-representation. In:
Press. (no prelo) GNECCO, C. & AYALA, P. (Eds.) Indigenous Peoples and
BEZERRA, M. & MACHADO, A.M. 2011. They Also Archaeology in Latin America. Left Coast Press, 2011,
Get Angry: indigenous things and conservation prac- pp. 295-314.
tices in museum collections. Apresentado durante o GONÇALVES, J.R. 2003. O Espírito e a Matéria: o pa-
“Indigenous People and Museums Unraveling the Ten- trimônio como categoria de pensamento. Habitus,
sions” Inter-Congress of the World Archaeological Con- 1(2):459-468.
gress, Indianapolis, Junho de 2011. (não publicado). GREEN, F.L.; GREEN, D.R. & GOÉS NEVES, E. 2003.
BEZERRA DE MENESES, U. T. 2002. Identidade Indigenous Knowledge and Archaeological Science: the
Cultural e Arqueologia. In: BOSI, A. (Org.) Cultura Bra- challenges of public archaeology in the Área Indígena
sileira: temas e situações, 4ª ed . São Paulo: Ática, pp. do Uaçá. Journal of Social Archaeology, 3(3): 366-398.
182-190. GREEN, F.L.; GREEN, D.R. & GOÉS NEVES, E. 2011.
BREGLIA, L.C. 2008. Engaging local communities in Indigenous Knowledge and Archaeological Science: the
Archaeology: observations from a Maya site in Yucatán, challenges of public archaeology in the Área Indígena
México. In: J.H.JAMESON JR & S. BAUGHER (Eds.) do Uaçá. In: GNECCO, C. & AYALA, P. (Eds.) Indigenous
Past Meets Present: archaeologists partnering with mu- Peoples and Archaeology in Latin America. Left Coast
seum curators, teachers and community groups. New Press, 2011, pp.179-200.
York: Springer, pp.89-100. HECKENBERGER, M. 2008. Entering the Agora: ar-
CABRAL, M.P. 2011. E se todos fossem arqueólogos? chaeology, conservation and indigenous peoples in the
Pensando o encontro da Arqueologia e da Simetria na Amazon. In: COLWEL-CHANTHAPHONH, C.; FERGU-
prática. Apresentado no Simpósio “Perspectivas Simé- SON, T.J. (Eds) Collaboration in Archaeological Prac-
tricas na Arqueologia Brasileira”. XV Congresso da So- tice: engaging descendants communities. Altamira
ciedade de Arqueologia Brasileira, Florianópolis, Se- Press, pp.243-272.
tembro de 2011.(não publicado; gentilmente cedido IPHAN. 2006. Coletânea de Leis Sobre Preservação do
pela autora). Patrimônio. Rio de Janeiro: IPHAN.
CANCLINI, N. G. 1994. O Patrimônio Cultural e a JOYCE, R. A. 2003. Archaeology and nation building:
Construção Imaginária do Nacional. Revista do Patri- a view from Central America In: KANE, S. (Ed.) The
mônio Histórico e Artístico Nacional, 23: 94-115. Politics of Archaeology and Identity in a Global Context.
CASTAÑEDA, Q.E 2008. The ´Ethnographic Turn´ in Boston: Archaeological Institute of America, pp. 79-100.
Archaeology. Research Positioning and Reflexivity in MISSAGIA DE MATTOS, I. 1996. Borum, Bugre, Kraí:
Ethnographic Archaeologies. In: CASTAÑEDA, Q.E. & constituição social da identidade e memória étnica Kre-
MATTHEWS, C.N. (Eds.) Ethnographic Archaeologies: nak. Programa de Pós-Graduação em Sociologia (Dis-
reflections on stakeholders and archaeological practic- sertação de Mestrado). Belo Horizonte, Universidade
es. Altamira Press, pp. 25-61. Federal de Minas Gerais.
ENDERE, M.L.; CALI, P. & FUNARI, P.P.A. 2011. Ar- MISSAGIA DE MATTOS, I. 2011. A Repatriação dos
chaeology and Indigenous Communities: a comparative Restos do Botocudo Qüack, Jequitinhonha, 2011. Apre-
study of Argentinean and Brazilian legislation. In: sentado no II Simpósio de Ciências Sociais, Universida-
de Federal de Goiás, Goiânia, Novembro de 2011 (não balizado (no prelo). Versão em inglês publicada em:
publicado) What’s up with WAC? Archaeology and ‘Engagement’ in
MOI, F.P.& MORALES, W. F. 2011. Archaeology and a Globalized World. Public Archaeology, 10(2): 96-
Paresi Cultural Heritage. In: GNECCO, C. & AYALA, P. 115(20).
(Eds.) Indigenous Peoples and Archaeology in Latin SMITH, L. 2004. Archaeological Theory and the Poli-
America. Left Coast Press, 2011, pp.315-331. tics of Cultural Heritage. London: New York: Routledge.
MONTEJO, V. 2002. The multiplicity of Mayan voices: \SANTOS, A.F.M. & OLIVEIRA, J.P. de 2003. Reconhe-
Mayan leadership and the politics of self-representa- cimento étnico em exame: dois estudos sobre os Caxixó.
tion. In: K.B.WARREN & J.E. JACKSON (Eds.) Indige- Rio de Janeiro: Contra Capa.
nous movements, self-representation and the State in \SILVA, F. A. 2002. Mito e Arqueologia: a interpreta-
Latin America. Austin: University of Texas Press, pp. ção dos Asurini do Xingu sobre os vestígios arqueológi-
123-148. cos encontrados no Parque Indígena Kuatinemu-Pará.
MORTENSEN, L. 2006. Experiencing Copán: the Horizontes Antropológicos, 17: 175-187.
authenticity of stone. In: SILVERMAN, H. (Ed.) Archaeo- SILVERMAN, H. & RUGGLES, D.F. (Eds.) 2007. Cul-
logical Site Museums in Latin America. Gainsville: Uni- tural Heritage and Human Rights. New York: Springer
versity Press of Florida, pp. 47-63. SMITH, L. 2007. Empty gestures? Heritage and the
MORTENSEN, L. & BEZERRA, M. 2007. The Com- politics of recognition. In: SILVERMAN, H. & RU-
munity Next Door: reflections on the relationship GGLES, D.F. (Eds.) Cultural Heritage and Human Ri-
between archaeologists and Public Archaeology ghts. New York: Springer, pp. 159-171.
in the United States and Brazil. IV Reunión de Teoría SMITH, L.; MORGAN, A. & VAN DER MEER, A. 2003.
Arqueológica en América del Sur, Catamarca, 2007 (ma- The Waanyi Women´s History Project: a community
nuscrito). partnership project, Queensland, Australia. In: DERRY,
PYBURN, K.A. 2004 Ungendering the Maya. In: PY- L. & MALLOY, M. (Eds.) Archaeologists and local com-
BURN, K.A. (Ed.) Ungendering Civilizations. London: munities: partners in exploring the past. Washington:
New York: Routledge, pp. 216-233. SAA, pp.147-166.
PYBURN, K. A. 2005. Why Archaeology Must Be a TILLEY, C. 1998. Archaeology as Socio-Political Ac-
Science. Habitus, 3 (2): 221-240. tion in the Present. In: D.S. WHITLEY (Ed.) Reader in
SHEPHERD, N. & HABER, A. 2011. ¿Qué pasa con el Archaeology theory: post-processual and cognitive ap-
WAC? Arqueología y “compromiso” en un mundo glo- proaches. London: New York: Routledge, pp.315-330.