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Até que ponto um indivíduo numa sociedade é capaz de viver realmente a própria da

liberdade, sem que exista um vínculo social material e cultural anterior a essa liberdade que
deva ser preservado como condição sine qua non da própria liberdade individual.

A liberdade egocêntrica significa arbitrariedade, a arbitrariedade destrói a ordem livre e


instaura a anarquia como a luta de todos contra todos. Onde os mais espertos, astutos e fortes
prevalecem sobre os fracos.

Ratzinger descreve muito bem a grandeza e limitações da ciência.

“A mim me parece óbvio que a ciência como tal não é capaz de produzir um etos, ou seja, uma
consciência ética renovada não surgirá como fruto de debates científicos. Por outro lado, é
incontrovertível também que a transformação radical da imagem do mundo e do homem, que
resultou do crescimento e do conhecimento, que resultou do crescimento do conhecimento
científico, contribuiu decisivamente para o desmantelamento de antigas certezas morais.
Assim, sobrou apenas a responsabilidade da ciência pelo ser humano enquanto ser humano e,
sobretudo, a responsabilidade da filosofia de acompanhar de forma crítica as ciências
singulares, denunciando conclusões precipitadas e certezas aparentes sobre o que é o ser
humano, de onde vem e para que existe, ou, em outras palavras, eliminando o elemento não
científico dos resultados científicos com os quais não raramente se confunde, para manter
aberto o olhar sobre o todo, sobre as demais dimensões da realidade humana, da qual as
ciências só podem mostrar aspectos parciais.” [RATZINGER, 2007, p.63-64]

“Fazer com que o poder seja submetido ao direito, para assim ordenar seu uso sensato, é
concretamente a função da política. O que deve prevalecer não é o direito do mais forte, e sim
a força do direito. Poder a serviço da ordem e do direito é o polo oposto à violência entendida
como um poder que age sem direito e contra o direito. Por isso, é importante para toda e
qualquer sociedade superar a desconfiança em relação ao direito e à ordem, porque só assim é
possível evitar o arbítrio e viver a liberdade de forma compartilhada por todos. A liberdade
sem direito é anarquia que destrói a liberdade.” [RATZINGER, 2007, p.65]

“Surgiu então a seguinte ideia: ao contrário do direito estabelecido, que pode ser injusto,
deve existir um direito que procede da natureza e do próprio ser do homem. É necessário
encontrar esse direito, para que possa servir de corretivo do direito positivo.” [RATZINGER,
2007, p.76]
Na obra “Deus e Churchill: como os propósitos divino marcaram a vida dessa grande líder e a
e história.” escrito por Jonathan Sandys (1975 -2018) – bisneto de Churchill – e pelo ex-
funcionário da Casa Branca, EUA, Wallace Henley (1941). Tendo como uma das suas fontes a
obra do biografo oficial da vida Churchill, Martim Gilbert (1936 -2015). Nesta obra se tem um
retrato preciso sem perder a complexidade só da relação de Churchill com Deus, mas também
serve de contribuição para compreender a relação polêmica e complexa entre fé e política de
um modo prudente e sem fideísmo.

No discurso de Winston Churchill (1874 -1965) na Universidade de Bristol, Inglaterra, 2 de


junho de 1938.

“A civilização não continuará, a liberdade não sobreviverá, a paz não será mantida, a não ser
que a grande maioria da humanidade se uma para defende-las e se mostre detentora de um
poder ante o qual as forças bárbaras e atávicas permanecerão temida.” [SANDYS & HENLEY,
2018, p.269]

“Como estudante de história, Churchill teria conhecido o trabalho de um de seus


contemporâneos, o historiador de Oxford Arnold Toynbee, que teorizou sobre a
inevitabilidade e o processo do declínio civilizacional e a morte. Enquanto Churchill ponderava
sobre o destino da própria nação, ele poderia estar preocupado sobretudo com a concepção
de Toynbee de que as civilizações cometem suicídio em vez perecer por meio de assassinato.”
[SANDYS & HENLEY, 2018, p.269]

A vida civil ou civilizada depende da disposição dos indivíduos em domesticar os seus apetites
para o convívio.

Em 1932, oito anos antes de se tornar Primeiro-ministro, Churchill escreveu um ensaio


“Moses: The Leader of a People” [Moisés: o líder de um povo] .

“We reject, however, with scorn all those learned and laboured myths that Moses was but a
legendary figure upon whom the priesthood and the people hung their essential social, moral,
and religious ordinances. We believe that the most scientific view, the most up-to-date and
rationalistic conception, will find its fullest satisfaction in taking the Bible story literally, and in
identifying one of the greatest of human beings with the most decisive leapforward ever
discernible in the human story.” [CHURCHILL, 1932, p.293]

[Rejeitamos, contudo, com desprezo todos ensinamentos e fabricações míticas sobre Moisés
que o retratam como figura lendária na qual o sacerdócio e o povo estavam ancorados
socialmente e moralmente às ordenanças religiosas. Acreditamos numa visão mais científica, a
concepção mais atualizada e racional, será plenamente satisfeita considerando-se a história da
Bíblia de modo literal, e identificando um dos maiores seres humanos [Moíses] com o salto
mais decisivo e discernível da história humana.]
“ Let the men of science and of learning expand their knowledge and probe with their
researches every detail of the records which have been preserved to us from these dim ages.
All they will do is to fortify the grand simplicity and essential accuracy of the recorded truths
which have lighted so far the pilgrimage of man.” [CHURCHILL, 1932, p.294]

[Deixe os homens da ciência e os estudiosos expandirem seus conhecimentos e investigarem


por suas pesquisas todos os detalhes dos registrados que foram preservador para nós desde as
eras obscuras. Tudo o que eles farão será fortalecer a grande simplicidade e precisão essencial
das verdades registradas que iluminaram até agora a peregrinação do homem. ”

“Indeed it is evident that Christianity, however degraded and distorted by cruelty and
intolerance, must always exert a modifying influence on men's passions, and protect them
from the more violent forms of fanatical fever, as we are protected from smallpox by
vaccination.” [CHURCHILL, 2010, p.29]

[De fato, é evidente que o cristianismo por mais que tenha sido degradado e distorcido pela
crueldade e intolerância, ele sempre exerceu uma influência modificadora nas paixões dos
homens protegendo-os das formas violentas de febril resultantes do fanatismo, assim como a
vacinação nos protege da varíola.]

Observação: o cristianismo diminui a intolerância e o obscurantismo.

Churchill em seu relato de 1899 sobre a Guerra do Sudão – The River War [A Guerra do Rio] –
ele demonstra que o fanatismo do fideísmo ou fé cega é tão perigos em um homem como é a
hidrofobia num cão.

Churchill também demonstrou os perigos da prepotência e arrogância do cientificismo. Em um


artigo publicado em dezembro de 1931 na The Strand Magazine, Fifty Year Hence, 1931
[Assim, cinquenta anos, 1931].

“Certain it is that while men are gathering knowledge and power with ever-increasing and
measureless speed, their virtues and their wisdom have not shown any notable improvement
as the centuries have rolled. [...] We have the spectacle of the powers and weapons of man far
outstripping the march of his intelligence; we have the march of his intelligence proceeding far
more rapidly than the development of his nobility. [...] It is therefore above all things
important that the moral philosophy and spiritual conceptions of men and nations should hold
their own amid these formidable scientific evolutions. It would be much better to call a halt in
material progress and discovery rather than to be mastered by our own apparatus and the
forces which it directs. There are secrets too mysterious for man in his present state to know,
secrets which, once penetrated, may be fatal to human happiness and glory. But the busy
hands of the scientists are already fumbling with the keys of all the chambers hitherto
forbidden to mankind. Without an equal growth of Mercy, Pity, Peace and Love, Science
herself may destroy all that makes human life majestic and tolerable.” [CHURCHILL, dezembro
de 1931]

[Certamente, enquanto os homens reuniram conhecimento e poder com uma velocidade cada
vez maior e desmedida, suas virtudes e sua sabedoria não mostraram nenhuma melhoria
notável com o passar dos séculos. [...] Temos o espetáculo dos poderes das armas do homem
superando em muito a marcha de sua inteligência; temos a marcha de sua inteligência
avançando muito mais rapidamente do que o desenvolvimento de sua nobreza. [...] Portanto,
é importante acima de tudo que a filosofia moral e as concepções espirituais de homens e
nações se sustentem em meio a essas formidáveis evoluções científicas. Seria muito melhor
interromper o progresso e a descoberta material do que ser dominado por nosso próprio
aparato e pelas forças que ele dirige. Há segredos misteriosos demais para o homem em seu
estado atual saber, segredos que uma vez penetrados podem ser fatais para a felicidade e
glória humanas. Mas as mãos ocupadas dos cientistas já estão mexendo nas chaves de todas as
câmaras até agora proibidas à humanidade. Sem um crescimento proporcional de
Misericórdia, Piedade, Paz e Amor, a própria Ciência pode destruir tudo o que torna a vida
humana majestosa e tolerável.]

O cientificismo se caracteriza pela megalomania que perverte a ciência pela concepção


soberbo e arrogante do antropoteísmo onde o homem é o demiurgo do cosmos. E não apenas
um mimetizador ou imagem e semelhança de Deus-Pai, o criador.

CHURCHILL, Winston. The River War: An historical account of the reconquest of the Soudan.
Londres: Longmans, Green, 1899, v.2.

CHURCHILL, Winston. The Sorty of the Malakand Field Force. Mineola, NY: Dover, 2010.

CHURCHILL, Winston. Fifty Year Hence, 1931 [Assim, cinquenta anos, 1931].
https://www.nationalchurchillmuseum.org/fifty-years-hence.html

"Os ingênuos têm por herança a loucura; os prudentes, a ciência como coroa."

Provérbios 14:18

“É melhor o homem que oculta a sua loucura do que o homem que oculta a sua sabedoria.”

Eclesiástico 20:31

“Onde está o argumentador deste século? Deus não tornou louca a sabedoria deste século ?
Com efeito, visto que o mundo por meio da sabedoria não reconheceu a Deus na sabedoria de
Deus, aprouve a Deus pela loucura da pregação salvar aqueles que creem [...] é Cristo, poder
de Deus e sabedoria de Deus. Poiso que é loucura de Deus é mais sábio do que os homens, e o
que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” [ I Coríntios I: 20-25]

“Acolhei o fraco na fé sem querer discutir suas opiniões. Um acha que pode comer de tudo, ao
passo que o fraco só come verdura. Quem come não despreze aquele que não come; e aquele
que não come não condene aquele que come; porque Deus o acolheu.” [ROMANOS 14: 1-3]
” Assim, cada um de nós prestará contas a Deus de si próprio. Deixemos, portanto, de nos
julgar uns aos outros; cuidai antes de não colocar tropeço ou escândalo diante de vosso irmão.
Eu sei e estou convencido no Senhor Jesus que nada é impuro em si. Alguma coisa só é impura
para quem a considera impura. Entretanto, se por causa de um alimento teu irmão fica
contristado, já não procedes com amor. Não faças perecer por causa do teu alimento alguém
pelo qual Cristo morreu! Que o vosso bem não se torne alvo de injúrias, porquanto o Reino de
Deus não consiste em comida e bebida, mas é justiça, paz e alegria no Espírito Santo. Quem
desta maneira serve a Cristo, torna-se agradável a Deus e aprovado pelos homens.
Procuremos, portanto, o que favorece a paz e a mútua edificação. Não destruas a obra de
Deus por uma questão de comida. Tudo é puro, é verdade, mas faz mal o homem que se
alimenta dando escândalo. É bom se abster de carne, de vinho e de tudo o que seja causa de
tropeço, de queda ou de enfraquecimento para teu irmão.” [ROMANOS 14: 12-21]

“Quem é o maior? — 1Nessa ocasião, os discípulos aproximaram-se de Jesus e lhe


perguntaram: "Quem é o maior no Reino dos Céus?" Ele chamou perto de si uma criança,
colocou-a no meio deles e disse: "Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos
tornardes como as crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus. Aquele, portanto,
que se tornar pequenino como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus. O escândalo —
E aquele que receber uma criança como esta por causa do meu nome, recebe a mim. Caso
alguém escandalize um destes pequeninos que crêem em mim, melhor será que lhe pendurem
ao pescoço uma pesada mó e seja precipitado nas profundezas do mar. Ai do mundo por causa
dos escândalos! É necessário que haja escândalos, mas ai do homem pelo qual o escândalo
vem! Se a tua mão ou o teu pé te escandalizam, corta-os e atira-os para longe de ti. Melhor é
que entres mutilado ou manco para a Vida do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres atirado
no fogo eterno. E, se o teu olho te escandaliza, arranca-o e atira-o para longe de ti. Melhor é
que entres com um olho só para a Vida do que, tendo dois olhos, seres atirado na geena de
fogo. Não desprezeis nenhum desses pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos
céus vêem continuamente a face de meu Pai que está nos céus. [MATEUS 18:1-11]

O termo escândalo, segundo sua acepção primeva no grego “skándalo” significa “causa de
queda”.

Pequenino como criança significa além do homem que se tornou simples, os homens que em
situações de vulnerabilidade o que os torna frágeis e presa fáceis nas mãos dos mais fortes,
astutos e espertos.

Geena de fogo em hebraico Gê-Hinnom, significa o vale de Jerusalém profanado outrora pelos
sacrifícios de crianças.
São Paulo Apostolo na Segundo epístola aos Tessalonicenses

“A Vinda do Senhor e o que a precederá — Quanto à Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e à
nossa reunião com ele, rogamo-vos, irmãos, que não percais tão depressa a serenidade de
espírito, e não vos perturbeis nem por palavra profética, nem por carta que se diga vir de nós,
como se o Dia do Senhor já estivesse próximo. Não vos deixeis enganar de modo algum por
pessoa alguma; porque deve vir primeiro a apostasia, e aparecer o homem ímpio, o filho da
perdição, o adversário, que se levanta contra tudo que se chama Deus, ou recebe um culto,
chegando a sentar- se pessoalmente no templo de Deus, e querendo passar por Deus. Não vos
lembrais de que vos dizia isto quando estava convosco? Agora também sabeis o que é que
ainda o retém, para aparecer só a seu tempo. Pois o mistério da impiedade já está agindo, só é
necessário que seja afastado aquele que ainda o retém! Então, aparecerá o ímpio, aquele que
o Senhor" destruirá com o sopro de sua boca, e o suprimirá pela manifestação de sua Vinda.
Ora, a vinda do ímpio será assinalada pela atividade de Satanás, com toda a sorte de
portentos, milagres e prodígios mentirosos, e por todas as seduções da injustiça, para aqueles
que se perdem, porque não acolheram o amor de verdade, a fim de serem salvos. É por isso
que Deus lhes manda o poder da sedução, para acreditarem na mentira e serem condenados,
todos os que não creram na verdade, mas antes consentiram na injustiça.”
[2 TESSALONICENSES 2: 1-12]

Na nota da bíblia de Jerusálem. Paulo atribui o atraso da vinda do anticristo à alguma ação,
coisa, força ou pessoa que “retém” o fim da história. Ou seja, a manifestação do antricristo.

(έ

O Que Significa Ímpio na Bíblia?

Daniel Conegero

Ímpio significa tudo aquilo que é contrário a Deus e sua Lei. As palavras “ímpio”,
“impiedade” e “impiamente” são aplicadas muitas vezes na Bíblia para traduzir termos
originais hebraicos e gregos, no Antigo e no Novo Testamento.

Frequentemente outras palavras, cujo significado é muito próximo de “ímpio”, são


aplicadas de forma intercambiável ou sinônima. Por isso o ímpio também é chamado na
Bíblia de “pecador”, “maligno” e “iníquo”.
O ímpio e o justo
O ímpio é exatamente o oposto do justo. O ímpio está envolvido ativamente com o mal.
Ele age de forma perversa, maligna e falsa diante de Deus (cf. Gênesis 38:7; Isaías 5:20;
Amós 5:14,15).

Frequentemente o ímpio e o justo são contrastados nas Escrituras. Muitos dos salmos,
por exemplo, trazem uma reflexão que contrapõe o justo e o ímpio. Um dos mais
lembrados nesse sentido é o Salmo 1. Nele o salmista diz que o homem que não anda
segundo o conselho dos ímpios é um bem-aventurado. O mesmo salmo diz que o ímpio
é como a moinha que o vento espalha, mas o justo que tem prazer na Lei de Deus é
como a árvore frutífera plantada junto a ribeiros de águas.

Jesus Cristo durante seu ministério alertou que os corações dos fariseus eram ímpios
(Mateus 12:34,35; 22:18). O apóstolo Paulo escreve dizendo que os apóstatas e os falsos
mestres são ímpios (2 Timóteo 3:13; 2 Tessalonicenses 3:2).

Após a Queda do Homem, todos se tornaram ímpios diante de Deus. Por causa do
pecado, o homem caiu num estado de completa depravação. Por sua própria natureza o
pecador rejeita o bem de Deus e sente prazer na impiedade (Romanos 1). Somente
através da obra redentora de Cristo, aplicada eficazmente pelo Espírito Santo em sua
vida, é que o pecador é novamente reconciliado com Deus.

O terrível fim dos ímpios


Por vezes alguns escritores bíblicos tiveram dificuldade em entender a prosperidade e o
sucesso dos ímpios nesta vida. Inclusive, muito dessa prosperidade é obtida através da
opressão ao justo. O Salmo 37 diz que “o ímpio maquina contra o justo, e contra ele
range os dentes” (Salmo 37:12).

Mas a Bíblia não deixa qualquer dúvida quanto ao terrível destino dos ímpios. O próprio
Salmo 37 diz que os ímpios perecerão. O Senhor é quem livra os justos das mãos dos
ímpios e derrama sobre os ímpios o seu juízo. Apesar de terem sucesso nesta vida, a
felicidade dos ímpios é passageira.

Asafe escreve que conseguiu compreender o destino dos ímpios quando entrou no
santuário de Deus. Ele entendeu que Deus coloca os ímpios em lugares escorregadios, e
os lança em destruição. Os ímpios, por mais que pareçam fortes e prósperos, são
simplesmente como um sonho que termina quando se acorda (Salmo 73:17-20).

Muitas das parábolas de Jesus revelam a certeza da punição dos ímpios. Na parábola da
rede, por exemplo, Jesus diz que na consumação dos séculos os ímpios serão
definitivamente separados dos justos (Mateus 13:49). Ainda que o ímpio não receba o
pagamento de sua impiedade nesta vida terrena, chegará o dia em que ele não será capaz
de se esconder das mãos do Deus irado (cf. Apocalipse 6:16).

Leia mais em: https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/proverbios/14/18/

“[...] fé cristã – já o afirmamos – significa a opção do invisível como mais real do que o visível. É
declarar-se pelo primado do invisível e do real propriamente dito, que nos sustenta e, por isso,
nos autoriza a enfrentar o visível com serena sobranceiria dentro da responsabilidade frente
ao invisível como fundamento de tudo.” [RATZINGER, 1970, 40-41]

Ratzinger

“Dito ainda em outros termos: fé significa o decidir-se por um ponto no âmago da existência
humana, o qual é incapaz de ser alimentado e sustentado pelo que é visível e tangível, mas
que toca a orla do invisível de modo a torná-lo tangível e a revelar-se como uma necessidade
para a existência humana. Tal atitude certamente só se conseguirá através daquilo que a
linguagem bíblica chama de "volta" ou "conversão". A tendência natural do homem leva-o ao
visível, ao que se pode pegar e reter como propriedade. Cumpre-lhe voltar-se, internamente,
para ver até que ponto abre mão do que lhe é próprio, ao deixar-se arrastar assim para fora da
sua gravidade natural. Deve converter-se, voltar-se para conhecer quão cego está ao confiar
apenas no que os olhos enxergam. A fé é impossível sem essa conversão da existência, sem
essa ruptura com a tendência natural. Sim, a fé é a conversão, na qual o homem descobre
estar seguindo uma ilusão ao se comprometer apenas com o palpável e sensível. E aqui está a
razão mais profunda por que a fé não é demonstrável: é uma volta, uma reviravolta do ser, e
somente quem se volta, recebe-a. E, porque nossa tendência não cessa de arrastar-nos para
outro rumo, a fé permanece sempre nova em seu aspecto de conversão ou volta, e somente
através de uma conversão longa como a vida é que podemos ter consciência do que vem a ser
"eu creio".” [RATZINGER, 1970, p.19-20]
“[...] o homem pode pensar na esteira do Logos, do sentido do ser, porque o seu próprio logos,
sua própria razão é logos do único Logos, pensamento do pensamento primitiv

o e original, do Espírito Criador que dispõe o ser até o fundo de suas raízes.” [RATZINGER,
1970, p.27]

“A pesquisa atual sempre mais se convence da existência de um paralelo extraordinário de


caráter temporal e real entre a crítica filosófica dos mitos na Grécia e a crítica profética dos
deuses em Israel. É certo que ambos partem de hipóteses totalmente diversas, visando metas
completamente diferentes. Mas o movimento do Logos contra o mito, tal como se deu na
mentalidade grega, no esclarecimento filosófico a ponto de acabar causando a queda dos
deuses, está em paralelo intrínseco com o esclarecimento da literatura profética e sapiencial
em sua desmitização dos poderes idolátricos, em favor do único Deus. Ambos os movimentos
convergem no Logos, apesar de todas as antíteses.” [RATZINGER, 1970, p.99-100]

RATZINGER, Joseph. Introdução ao Cristianismo: preleções sobre o Símbolo Apostólico. São


Paulo: Herder, 1970.

“No cristianismo, a Ilustração filosófica chegou a ser parte da religião e não é mais seu
oponente. A existência cristão significa vida em conformidade com o logos [...] O paradoxo da
filosofia antiga refere-se ao fato de que, intelectualmente, ela destruiu os mitos, mas ao
mesmo tempo tratou de legitimá-los como religião. Tratou a religião como uma questão de
regulação da vida, não como algo relacionado à verdade; não obstante, Tertuliano estabeleceu
corretamente o posicionamento cristão ao recordar que Jesus disse de si mesmo que Ele era a
verdade, e não o costume. Ratzinger considera que a questão fundamental é esta: a razão ou a
racionalidade estão na origem de todas as coisas, e são o fundamento e a base de todas as
coisas? Ele acredita que a resposta a esta indagação é “Sim”, acredita que a fé cristã
representa uma escolha em favor da prioridade da razão e da racionalidade. Também afirma
que está última indagação não pode ser elucidada por argumentos baseados na ciência
natural, e que “até mesmo o pensamento filosófico atinge aqui seus limites”. Em um afirmação
que perturbaria algumas sensibilidades neoescolásticas, ele assevera que “neste sentido
[aquele da racionalidade científica], não se tem demonstração definitiva [empírica] de que a
opção básico do cristianismo seja correta”. Não obstante, também indaga, retoricamente, se a
razão poderia realmente renunciar à pretensão de que o logos está na origem última de todas
as coisas, sem abolir a si mesma.” [ROWLAND,2013, p. 96-97]

Filologia vem do grego “amor ao estudo, à instrução” . A ciência que estuda da língua, em
especial, da sua literatura como forma de adentrar nos patamares elevados de cultura.

O Que Significa Ímpio na Bíblia?


Daniel Conegero

Ímpio significa tudo aquilo que é contrário a Deus e sua Lei. As palavras “ímpio”,
“impiedade” e “impiamente” são aplicadas muitas vezes na Bíblia para traduzir termos
originais hebraicos e gregos, no Antigo e no Novo Testamento.

Frequentemente outras palavras, cujo significado é muito próximo de “ímpio”, são


aplicadas de forma intercambiável ou sinônima. Por isso o ímpio também é chamado na
Bíblia de “pecador”, “maligno” e “iníquo”.

O ímpio e o justo
O ímpio é exatamente o oposto do justo. O ímpio está envolvido ativamente com o mal.
Ele age de forma perversa, maligna e falsa diante de Deus (cf. Gênesis 38:7; Isaías 5:20;
Amós 5:14,15).

Frequentemente o ímpio e o justo são contrastados nas Escrituras. Muitos dos salmos,
por exemplo, trazem uma reflexão que contrapõe o justo e o ímpio. Um dos mais
lembrados nesse sentido é o Salmo 1. Nele o salmista diz que o homem que não anda
segundo o conselho dos ímpios é um bem-aventurado. O mesmo salmo diz que o ímpio
é como a moinha que o vento espalha, mas o justo que tem prazer na Lei de Deus é
como a árvore frutífera plantada junto a ribeiros de águas.

Jesus Cristo durante seu ministério alertou que os corações dos fariseus eram ímpios
(Mateus 12:34,35; 22:18). O apóstolo Paulo escreve dizendo que os apóstatas e os falsos
mestres são ímpios (2 Timóteo 3:13; 2 Tessalonicenses 3:2).

Após a Queda do Homem, todos se tornaram ímpios diante de Deus. Por causa do
pecado, o homem caiu num estado de completa depravação. Por sua própria natureza o
pecador rejeita o bem de Deus e sente prazer na impiedade (Romanos 1). Somente
através da obra redentora de Cristo, aplicada eficazmente pelo Espírito Santo em sua
vida, é que o pecador é novamente reconciliado com Deus.
O terrível fim dos ímpios
Por vezes alguns escritores bíblicos tiveram dificuldade em entender a prosperidade e o
sucesso dos ímpios nesta vida. Inclusive, muito dessa prosperidade é obtida através da
opressão ao justo. O Salmo 37 diz que “o ímpio maquina contra o justo, e contra ele
range os dentes” (Salmo 37:12).

Mas a Bíblia não deixa qualquer dúvida quanto ao terrível destino dos ímpios. O próprio
Salmo 37 diz que os ímpios perecerão. O Senhor é quem livra os justos das mãos dos
ímpios e derrama sobre os ímpios o seu juízo. Apesar de terem sucesso nesta vida, a
felicidade dos ímpios é passageira.

Asafe escreve que conseguiu compreender o destino dos ímpios quando entrou no
santuário de Deus. Ele entendeu que Deus coloca os ímpios em lugares escorregadios, e
os lança em destruição. Os ímpios, por mais que pareçam fortes e prósperos, são
simplesmente como um sonho que termina quando se acorda (Salmo 73:17-20).

Muitas das parábolas de Jesus revelam a certeza da punição dos ímpios. Na parábola da
rede, por exemplo, Jesus diz que na consumação dos séculos os ímpios serão
definitivamente separados dos justos (Mateus 13:49). Ainda que o ímpio não receba o
pagamento de sua impiedade nesta vida terrena, chegará o dia em que ele não será capaz
de se esconder das mãos do Deus irado (cf. Apocalipse 6:16).

san Agustín: De Civítate Dei, xx, 19. "No creo que para una fe aunténticamente cristiana sea
posible otra imagen de la historia que no sea la del katechon

Bilbiografia

BALZ, Horst; SCHNEIDER, Gerhard. Exegetical Dictionary of the New Testament. Grand Rapids:
Eerdmans, 1991.

CACCIARI, Massimo.El poder que frena: Ensayo de teología política. Buenos Aires – Madrid:
Amorrortu editores, 2015.

HENDRKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: I e II Tessalonicenses, Colossenses e


Filemon. São Paulo: Cultura Cristã, 2007.

MARSHALL, Howard. I e II Tessalonicenses: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova,


1984.

MORRIS, Leon. The epistles of Paul to the Thessalonians. London: The Tyndale Press, 1956.

MEIER, Heinrich. Carl Schmitt, Leo Strauss y El concepto de lo político. Sobre un diálogo entre
ausentes. Madrid: Katz, 2008.

HERRERO, Montserrat. The political discourse of Carl Schmitt. A mystic of order. London:
Rowman & Littlefield International, 2015.

SCHMITT, Carl. O Conceito do Político/Teoria do Partisan. Belo Horizonte: Del Rey, 2008.
STRAUSS, Leo. Comentario sobre El Concepto de lo Político, de Carl Schmitt. In: MEIER,
Heinrich. Carl Schmitt, Leo Strauss y El concepto de lo político. Sobre un diálogo entre
ausentes. Madrid: Katz, 2008. p. 133-168.

SCHMITT, Carl. Teologia Política. Belo Horizonte: Del Rey, 2006.

O Leviatã na Teoria do Estado de Thomas Hobbes: sentido e fracasso de um símbolo político.


Rio de Janeiro: NPL,

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