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Revista de História, 2, 2 (2010), p.

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http://www.revistahistoria.ufba.br/2010_2/r01.pdf

Circe Maria Fernandes Bittencourt. Livro didático e saber escolar (1810-1910). Belo
Horizonte: Autêntica, 2008. 239 p. ISBN 978-85-7526-358-7.

Circe Maria Fernandes Bittencourt, via de regra, intencionavam denunciar


prestigiada professora aposentada da ideologias nos livros didáticos, enten-
Universidade de São Paulo, atualmente dendo que estes tinham o intuito de
exercendo atividade docente no mascarar o mundo real, sendo um
Programa de Pós-Graduação em Educa- veículo portador da ideologia burguesa:
ção dessa mesma instituição e da Ponti- serviriam para reproduzi-la, transmi-
fícia Universidade Católica de São tindo os interesses de classe burgueses
Paulo, veio a tornar pública, em 2008, como interesses universais. Tal corrente
em forma de livro, sua tese de doutora- de pensamento trazia, muitas vezes de
mento desenvolvida junto ao Programa maneira explícita, a ideologia como uma
de Pós-graduação em História Social da elaboração realizada conscientemente
Universidade de São Paulo. A obra, pela classe detentora do poder no
intitulada Livro Didático e Saber intuito de dissimular as contradições
Escolar (1810-1910), é prefaciada por sociais existentes. Nessa perspectiva,
Alain Chopin, um dos mais importantes podem-se citar a obra de Maria de
pesquisadores franceses sobre o livro Lurdes Chagas Deiró Nosella, As belas
didático. Chopin chega a afirmar que mentiras: a ideologia subjacente aos
este é “um dos raros trabalhos de textos didáticos, publicada pela Moraes
síntese jamais realizados no mundo Editora, e a de Ana Lúcia Faria, A
sobre a história do livro escolar e, com ideologia no livro didático, publicada
certeza, um dos mais completos e bem- pela Cortez Editora. Ambas as obras
sucedidos” (p. 10), e ainda: “o livro que tiveram inúmeras edições.
o leitor tem em mãos é, simplesmente, o
ato fundador da pesquisa sobre o É preciso, contudo, contextualizar tais
manual escolar no Brasil” (p.12). produções, ponderando e remetendo-as
ao período em que foram produzidas: o
De fato, a tese da autora, defendida no período ditatorial brasileiro, conhecido
ano de 1993, marcaria, indelevelmente, pela historiografia como um momento
a historiografia sobre os manuais de autoritarismos e arbitrariedades de
escolares brasileiros. Seria um divisor toda ordem, assim como de resistências
de águas em relação às pesquisas de todo tipo a tal estado de coisas. O
anteriores: aquelas realizadas, Governo Militar interferiu diretamente
mormente, em fins de 1970 e em toda a nas questões educacionais, extinguindo
extensão da década de 1980, que valori- a função propedêutica do 2º grau e
zavam, sobretudo, questões ideológicas, transformando-o em tecnicista, haja
erros conceituais e preconceitos de toda vista sua ênfase voltada para a habilita-
ordem veiculados nos textos didáticos. ção profissional, tendo inclusive tal nível
de ensino sido realizado em cooperação
As pesquisas sobre os livros escolares entre escolas e empresas privadas.
realizadas nas décadas de 1970 e 1980,
A profissionalização do ensino de 2º
grau, oriunda da Lei nº 5692/71, gerou
capítulo publicado no terceiro volume
do livro organizado por Philippe Aries e
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diversas críticas de vários setores da Georges Duby intitulado História da
sociedade, pois tal conjuntura educacio- vida privada, editado no Brasil pela
nal reforçava uma educação classista, Companhia das Letras, em 1991, são
segregando e restringindo o acesso das exemplos de livros que passaram a ser
populações mais carentes à universi- divulgados no Brasil e que tiveram
dade pública. Além disso, a formação de ampla aceitação.
professores nesse período também foi
alvo de diversas críticas. Instituiu-se a Bittencourt, sensível a essas mudanças
licenciatura curta, acentuando a dimen- historiográficas, traz, em sua tese de
são econômica da educação e a proleta- doutorado, reflexões sobre as formas de
rização docente, assim como a descarac- utilização dos livros didáticos, compre-
terização dos saberes das Ciências endendo que cada leitor se apropria do
Humanas, acentuada com a diluição dos texto lido à sua maneira. Apesar disso,
conteúdos de História e Geografia no não abandona a questão da ideologia
ensino de 1º grau. Nesse sentido, as nos manuais escolares; pelo contrário,
desconfianças acerca das ideologias no reforça essa categoria de análise, sem,
ambiente educacional, de uma maneira contudo, incorrer nas formas de aborda-
geral, e em particular nos textos escola- gem da historiografia precedente.
res desse período, constituem-se em
críticas bastante compreensíveis. Bittencourt apresenta como proposta de
seu texto analisar os manuais didáticos
A década de 1990, contudo, trouxe de forma ampla. Além da vastidão de
novas problemáticas aos pesquisadores seu recorte temporal, que corresponde
do livro didático. As análises que focali- aos anos de 1810 a 1910, suas análises
zavam a escola e os manuais escolares abarcam desde a vinculação dos livros
como sendo veículos de ideologia e escolares no que se refere ao poder
aparelhos ideológicos de Estado, como instituído, no qual a ingerência do
apregoou Althusser, um dos grandes Estado – seja ele imperial ou republi-
influenciadores dessa corrente de cano – se fez sentir, até a própria forma
pensamento, foram logo entrando em de utilização deste livro por alunos e
descrédito. Nesse momento da historio- professores.
grafia ocidental, percebemos a grande
influência das ideias de Chartier. As A autora inicia sua obra nos advertindo
práticas e as representações começaram acerca da complexa natureza dos livros
a fazer parte das reflexões dos pesquisa- escolares e, portanto, das múltiplas
dores brasileiros, sobretudo no que diz formas possíveis de abordagens que
respeito às práticas de leitura e escrita, com este objeto cultural se possam reali-
consideradas pelo autor como criadoras zar. Assim sendo, o livro didático pode
e inventivas. ser caracterizado como produto merca-
dológico, uma vez que está inscrito em
Obras como A História Cultural: entre uma lógica mercantil de produção e
práticas e representações, publicada circulação, obedecendo, deste modo, às
pela DIFEL e Bertrand do Brasil, em técnicas de fabricação e comercializa-
1990, com tradução de Maria Manuela ção inerentes ao processo de mercantili-
Galharda, e “As práticas da escrita”, zação.

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Outra possibilidade de análise é aquela
que assenta o manual didático como
tiragem de exemplares, mas estes são
pouco preservados, sendo raramente
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depositário de conteúdos escolares, ou encontrados em locais adequados, e na
seja, como um privilegiado suporte maior parte das vezes estão em péssimo
sistematizador de conteúdos elencados estado de conservação” (p. 18).
pelas propostas curriculares. Some-se
também a esta a possibilidade de o A autora, além de nos informar sobre a
material escolar ser analisado como um questão da efemeridade do livro
instrumento pedagógico, uma vez que didático, ainda adiciona mais uma
produz técnicas de aprendizagem como problemática ao pesquisador que queira
exercícios, questionários, leituras se debruçar a tal estudo, qual seja: a
complementares e sugestões de traba- falta de preservação e conservação dos
lho em equipe e individuais. Ainda livros escolares. Sobre isso, continua a
assim, pode-se examinar o livro didático afirmar: “Trata-se de um material
por meio de análises que o privilegiam disperso, e vários desafios devem ser
como sendo um veículo portador de enfrentados, tanto para conseguir locali-
sistemas de valores e ideologias, carre- zá-lo como para ter acesso a ele”. E
gadas das concepções, das ideias, dos acrescenta: “Sendo uma espécie de
conceitos e dos preconceitos da época produção marginal, o livro escolar não
em que foi escrito. foi e nem tem sido depositado em biblio-
tecas públicas [brasileiras] de forma
Como se pode perceber nesta obra, o sistemática” (p. 18).
livro didático possui várias facetas, e é
entendido, portanto, como um objeto A obra Livro didático e saber escolar
cultural, cujas possibilidades são (1810-1910) se insere no âmbito da
plurais. O livro escolar é produzido por história das disciplinas escolares no
grupos sociais que, intencionalmente ou Brasil, amplamente influenciado pelas
não, perpassam sua forma de pensar e reflexões de André Chervel, cujo texto
agir e, consequentemente, suas identi- mais conhecido no Brasil é “História das
dades culturais e tradições. É preciso disciplinas escolares: reflexões sobre
percebê-lo em uma “complexa teia de um campo de pesquisa”, publicado em
relações e de representações”, em que 1990 e 1991 pela Revista Teoria e
se misturam interesses públicos e priva- Educação, de Porto Alegre. Bittencourt
dos. Dessa maneira, o “material didático entende a escola como um espaço
aparentemente simples de se contraditório, um lugar de produção e
identificar” se torna de “difícil não de reprodução de conhecimentos,
definição” (p. 14). defendendo, portanto, as especificidades
das disciplinas escolares. Nessa
Em sua pesquisa, Bittencourt enfatiza perspectiva, a autora intenciona
algumas das dificuldades da pesquisa aprofundar, ainda, as leituras de Ivor
sobre os livros escolares, e disserta Goodson e Michel Apple, a saber, as
acerca da sua efemeridade, destacando obras School subjects and curriculum
“sua característica de produto a ser change, publicada pela editora Croom
consumido em tempo breve, de acordo Helm (Londres) em 1983, e Educação e
com os ritmos das reformas curricula- poder, publicada pela Editora Artes
res”. Tal fato, segundo a autora, cria um Médicas (Porto Alegre) em 1989,
paradoxo, qual seja: “possui uma grande respectivamente.

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O livro é dividido em três partes, cada
uma delas com dois capítulos. Na
fato evidenciava os “conflitos de setores
em luta pelo poder no nível central ou
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primeira parte, “Literatura escolar e para obter o controle político nas
Estado”, discute-se acerca do papel do esferas regionais” (p. 26).
Estado no que concerne a vigilância e o
controle da produção didática e suas Bittencourt se preocupa não só com a
relações com as editoras. produção dos livros escolares voltados
para o ensino secundário – e as imbrica-
O capítulo primeiro, intitulado “Livro ções políticas a ela relacionada –, mas
didático e construção do saber escolar”, também com as produções didáticas
trata da vinculação existente entre os concernentes ao ensino primário e aos
manuais escolares e os poderes instituí- livros de leitura, realizando importantes
dos, ou seja, trata da interferência de conclusões referentes a esses dois níveis
agentes externos – Estado ou institui- de ensino.
ções a ele relacionadas – na elaboração
dos textos escolares. Bittencourt “Estado e editoras: confecção e difusão
assenta o livro didático “como parte da produção didática” é o título do
integrante de um sistema de ensino segundo capítulo da obra de Bitten-
institucionalizado” (p. 23). O livro court. Neste, ela trata do mundo edito-
escolar torna-se instrumento de controle rial e suas relações com os poderes
estatal sobre o ensino, pois os conteúdos políticos instituídos, destacando o
que devem fazer parte do repertório seguinte paradoxo: a preocupação do
escolar estão explícitos nas páginas dos Estado imperial – e posteriormente o
livros didáticos. republicano – em, por meio dos manuais
escolares, inculcar normas e procedi-
Nesse mesmo capítulo, a autora inicia mentos, tendo como tônica a supervalo-
uma interessante discussão acerca das rização do sentimento de patriotismo, e
concepções e projetos de redação do sua contraditória política de concessão
livro didático. Destaca dois momentos da produção desse material didático –
principais, quais sejam: a influência e o que poderíamos considerar como estra-
modelo estrangeiros – sobretudo france- tégico na invenção de uma identidade
ses – na elaboração dos manuais didáti- nacional única e coesa – a empresários.
cos, e a posterior crítica a esse modelo e
consequente elaboração de propostas – A inserção de empresários particulares
debatidas inclusive por deputados e na produção de manuais didáticos os
senadores – de nacionalização da litera- envolvia em uma complexa rede de
tura didática. relações sociais, em que o público e o
privado muitas vezes se confundiam.
Outro fator de precípua importância, Tendo isso em vista, o livro didático
sagazmente discutido por Bittencourt, é passou a ser abordado como uma
a relação conflituosa entre Estado e mercadoria, “como objeto da indústria
Igreja no que concerne ao sistema cultural ligada a interesses econômicos
escolar. Assim, “as propostas de ‘nacio- particulares, que aperfeiçoaram técni-
nalização’ da obra didática representa- cas de fabricação, difusão e comerciali-
vam o grupo de educadores favoráveis zação” (p. 19).
ao domínio do Estado na escola pública,
em detrimento do poder da Igreja”. Tal

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Bittencourt historia as três principais
editoras brasileiras – Garnier, Laemmert
das pela professora Bittencourt neste
terceiro capítulo.
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e Francisco Alves – e suas relações
entre si e com o poder instituído. As O quarto capítulo traz discussões
editoras em questão passaram a realizar referentes à “História do Brasil nos
uma política de aproximação com poder livros didáticos”, que inclui o estudo dos
institucional: “Os editores desenvolve- principais autores e editoras de manuais
ram uma eficiente política de aproxima- escolares do período. Bittencourt
ção com o poder. Dentre as posturas destaca três etapas da produção da
estabelecidas pelos editores para criar literatura didática da História do Brasil
vínculos com o governo, percebe-se que no século XIX e início do século XX. A
evitavam posicionamento político-parti- primeira é estabelecida entre 1830 e
dário”. Além disso, “tentavam obter 1840, período das instabilidades políti-
títulos honoríficos, prática usual do cas do período regencial. O segundo
Império para incentivar uma espécie de momento de produção corresponde à
mecenato para obras assistenciais e oficialização da disciplina História nos
educacionais, especialmente” (p. 73). currículos escolares das escolas primá-
rias e secundárias, sobretudo a partir de
Na segunda parte da obra, intitulada 1850. O terceiro momento se dá na
“Livro didático e disciplina escolar”, a década de 80 do século XIX, e conforme
autora percorre os caminhos, muitas a autora é “composto segundo os
vezes bastante conflituosos, da consti- pressupostos de uma história cientifi-
tuição da História como disciplina cista, correspondendo à fase de propa-
escolar. No terceiro capítulo, “Livros ganda e, depois, instauração do regime
didáticos e ensino: da História Sagrada republicano” (p. 136).
à História Profana”, a autora enfatiza os
embates políticos entre a Igreja Católica É dada ênfase ao lugar social de onde
e o Estado no que concerne ao currículo falam os escritores de manuais escola-
da História como disciplina escolar. res, em sua maioria pertencentes ao
Esse conflito entre a história sagrada e Instituto Histórico e Geográfico Brasi-
a história profana se deu em torno do leiro ou ao Colégio Pedro II. Podemos
domínio do saber a ser ensinado, ressal- apreender do texto da professora Bitten-
tando a posição estratégica que o ensino court que, além de tentar angariar a
de História exercia, tanto para a Igreja confiança dos futuros usuários dos
Católica quanto para o Estado, orien- livros, os editores, ao escolherem nomes
tando comportamentos e sentimentos, consagrados da intelectualidade brasi-
fossem eles religiosos ou cívicos. leira, tinham a intenção de não ter suas
obras vetadas pelos conselhos educacio-
História religiosa, história laica, história nais, tendo em vista também que esses
universal, história pátria, currículo mesmos autores possuíam estreitas
humanístico, currículo científico e as relações com os poderes públicos
diversas contradições e conflitos responsáveis pela política educacional.
gerados por estes nos diversos progra-
mas curriculares, que se sucederam “Usos do livro didático” é a terceira e
durante o período estudado, são última parte da obra. Como o título já
algumas das principais questões discuti- diz, a autora aborda questões que dizem
respeito às formas de utilização dos

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manuais escolares por alunos e profes-
sores, considerando-os como agentes
acordo com uma concepção de formação
continuada do profissional em
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que participam ativa e efetivamente do educação” (p. 173).
processo educacional, e não apenas o
reproduzem. O quinto capítulo, sob o O sexto e último capítulo, denominado
título “Livros didáticos e professores”, “Livros didáticos na sala de aula”, parte
reconhece no docente a alma do livro. do pressuposto defendido por Roger
Os próprios autores desses manuais, Chartier de que cada leitor se apropria
segundo a autora, “estavam cientes do do texto lido a sua maneira, de acordo
poder da oralidade e da intervenção do com suas expectativas, experiências e
professor”. Bittencourt destaca que repertório teórico – mesmo tendo em
esses autores “procuraram estabelecer vista que os autores dos principais
certa cumplicidade dos professores na manuais escolares escreveram utilizan-
divulgação e aperfeiçoamento do seu do-se do método catequético, por meio
trabalho, embora exprimissem que de perguntas e respostas. “Proposto, em
falavam de um lugar superior à maioria geral, para cimentar a uniformidade de
do corpo docente”. Isso porque pensamento, divulgar determinadas
“possuíam a autoridade dos colégios crenças, inculcar normas, regras de
oficiais de maior reputação, conheciam procedimento e valores, o livro pode
obras estrangeiras, e estas eram citadas também criar as diferenças porque a
quase sempre para legitimar suas leitura que se faz nele ou dele nunca é
opções metodológicas e para distinguir única”. De tal modo, “a leitura de um
sua prática dos demais professores” livro é ato contraditório, e estudar seu
(p. 183). uso é fundamental para o historiador
compreender a dimensão desse objeto
Em contrapartida, apesar de pôr em cultural” (p. 15).
relevo a atuação do professor na concre-
tização do processo de ensino-aprendi- Concluída a leitura da obra, concorda-
zagem e, portanto, como peça funda- mos com Chopin quando diz que este é
mental na utilização dos livros escolares “um dos raros trabalhos de síntese
em sala de aula, a autora trata da jamais realizados no mundo sobre a
“dependência do professor diante de um história do livro escolar e, com certeza,
material de ensino que, em princípio, um dos mais completos e bem-sucedi-
direcionava e condicionava o conheci- dos” (“Prefácio”, p. 10). Uma contribui-
mento de cada disciplina escolar” (p. ção inestimável à história das disciplinas
167). A partir de então, a autora escolares no Brasil. Um livro indispen-
disserta a respeito da formação dos sável ao pesquisador que se debruça
professores, “entendendo-a como forma sobre o estudo dos manuais e saberes
de suprir as deficiências iniciais e de escolares.

André Mendes Salles


Mestrando em História
Universidade Federal da Paraíba

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