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Acredita-se que o último mega tsunami que atingiu uma área com população
ocorreu há 4.000 anos. Geólogos dizem que tal evento é causado por gigantescos
deslocamentos de terra, originados por uma ilha em colapso, por exemplo, em um
vasto corpo d’água como um oceano ou um mar.
Mega tsunamis podem atingir alturas de centenas de metros, viajar a 900 km/h
ao longo do oceano, potencialmente alcançando 20 km ou mais terra adentro em
regiões de plataformas continentais/costas de baixa altitude. Em oceanos
profundos, um mega tsunami é quase invisível. Move-se em um deslocamento
vertical de aproximadamente um metro, com um comprimento de ondas de
centenas de quilômetros.
Terremotos geralmente não produzem tsunamis desta escala, a não ser que eles
possam causar um grande deslocamento de terra debaixo d’ água, tipicamente
tais tsunamis têm uma altura de dez metros ou menos (seria o caso do Tsunami do
Japão em Março de 2011). Deslocamentos de terras que são grandes comparadas à
profundidade atingem a água tão rapidamente que a água que foi deslocada não
pode se estabelecer antes que as rochas atinjam o fundo.
Isto significa que as rochas deslocam a água em velocidade total em todo seu
caminho ao fundo. Se o nível da água é profundo, o volume de água deslocado é
muito grande e as partes baixas estão sob alta pressão. Isto resulta numa onda
que contém grande quantidade de energia.
Durante uma próxima erupção, que estima-se acontecerá em algum tempo nos
próximos anos, séculos ou milênios, irá causar um novo deslocamento da ilha,
fazendo a metade ocidental, pesando talvez 500 milhões de toneladas, deslocar-se
catastroficamente em direção ao fundo do oceano e com isso gerando uma imensa
onda em direção ao oeste, ao norte/nordeste do Brasil e à costa leste dos EUA.
Depois que o tsunami cruzar o Atlântico, provavelmente irá gerar uma onda
com 10 a 25 metros de altura ao chegar no Caribe e na costa leste da América do
Norte várias horas depois (entre oito a dez horas), gerando grandes problemas
econômicos e sociais para as populações litorâneas sobreviventes dos países
envolvidos e para a economia global como um todo. Enquanto que potencialmente
não tão destruidor como um super-vulcão, um mega tsunami seria um desastre
sem precedentes em quaisquer regiões em que este evento ocorra.
Cálculo da evolução da
propagação das ondas
do tsunami: A = 2
minutos, B = 5 minutos,
C = 10 minutos, D = 15
minutos, E = 30 minutos,
F = 1 hora, G = 3 horas,
H = 6 horas atinge o Norte/Nordeste do BRASIL e I = 9 horas atingindo a
Flórida.
O Cumbre Vieja, que teve sua última explosão em 1971, normalmente tem
erupções em intervalos de 20 a 200 anos.“Simplesmente não sabemos
quando vai acontecer, mas há alguém preparado para assumir o risco
depois dos incidentes do Oceano Índico?”, disse McGuire, propondo a criação
de um programa para monitorar a atividade sísmica na encosta do vulcão.
“Precisamos fazer com que as pessoas saiam antes do colapso em si. Uma vez
que o colapso tenha acontecido, o Caribe teria nove horas, e os EUA de 6 a 12
horas, para retirar dezenas de milhões de pessoas.” Mas outros especialistas vêem
exageros na previsão sobre o Cumbre Vieja ou sobre o vulcão havaiano de
Kilauea. A Sociedade Tsunami, que reúne especialistas de vários países, diz que
essas teorias só servem para assustar as pessoas.
Charles Mader, editor de uma revista do Hazards sobre tsunamis, prevê que
mesmo um enorme deslizamento em La Palma provocaria ondas de apenas um
metro de altura nos EUA.