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Impostos sobre

o Rendimento
Regulamento
de Reavalição
dos Activos
Tangíveis

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Regulamento de Reavaliação dos Activos Tangíveis

DECRETO N.º 71/2013


DE 23 DE DEZEMBRO

Mostrando-se necessário proceder à reavaliação dos activos tangíveis, com vista a actualiza-
ção do seu valor patrimonial, em conformidade com a actual realidade económica do País,
ao abrigo do disposto na alínea f) do n.º 1 do artigo 204, da Constituição da República, o
Conselho de Ministros decreta:

Artigo 1

É aprovado o Regulamento de Reavaliação dos Activos Tangíveis, em anexo, que é parte


integrante deste Decreto.

Art. 2

Compete ao Ministro que superintende a área das Finanças criar ou alterar procedi-
mentos que se mostrem necessários ao cumprimento das obrigações decorrentes do
presente Decreto.

Art. 3

É revogada toda a legislação que contrarie o presente Decreto.

Art. 4

O presente Decreto é aplicável no exercício económico de 2014.

Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 12 de Novembro de 2013.


Publique-se.
O Primeiro-Ministro, Alberto Clementino António Vaquina.

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Colectânea de Legislação Fiscal de Moçambique

REGULAMENTO DE REAVALIAÇÃO
DOS ACTIVOS TANGÍVEIS
Artigo 1
(Definições)

As definições dos termos usados neste Regulamento constam do Glossário em anexo,


que dele faz parte integrante.

Artigo 2
(Âmbito da reavaliação)

1. Os sujeitos passivos do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRPC)


e do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRPS) podem reavaliar os
elementos dos seus activos tangíveis afectos ao exercício de uma actividade comercial,
industrial, agrícola ou de serviços, incluindo activos tangíveis de investimentos exis-
tentes e em utilização na data da reavaliação, cujo período de vida útil seja igual ou
superior a cinco anos.
2. Exceptuam-se do disposto no número anterior:
a) Os elementos completamente amortizados na data da reavaliação;
b) Os elementos de reduzido valor cujo custo de aquisição ou de produção tenha sido
deduzido num só exercício;
c) Os imóveis que nas empresas de seguros estejam ou tenham estado a representar ou
caucionar provisões técnicas do ramo “Vida”, respeitantes a contratos com participação
nos resultados.
3. A reavaliação deve reportar-se ao último dia do exercício fiscal de 2014.

Artigo 3
(Valores de base da reavaliação)

1. Tratando-se de elementos ainda não totalmente amortizados à data da reavaliação, os


valores a reavaliar são os seguintes:
a) No caso de elementos já reavaliados ao abrigo de outros diplomas legais, os que se
obtiveram na última reavaliação efectuada;
b) No caso de elementos ainda não reavaliados, os custos de aquisição ou de produção,
se forem conhecidos, ou, não o sendo, os valores mais antigos constantes dos registos
contabilísticos do sujeito passivo;
c) No caso de venda de bens seguida de locação financeira os que na ausência de contrato,
poderiam ser considerados nos termos das alíneas anteriores;
d) No caso de entrega de um bem objecto de locação financeira ao locador, seguida de
relocação desse bem ao locatário, o valor inicial do contrato.

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Regulamento de Reavaliação dos Activos Tangíveis

2. Quanto aos bens a reavaliar que tenham sido transferidos para a empresa que os detém
à data da reavaliação, em consequência da entrega de activos fixos tangíveis, consti-
tuição, fusão ou cisão de sociedades, os valores a considerar para a reavaliação são os
que lhes correspondem nos termos de qualquer das alíneas do n.º 1 ou os respectivos
valores líquidos contabilísticos.

Artigo 4
(Proceda reavaliação)

1. Relativamente aos elementos não totalmente amortizados, a reavaliação consiste


na aplicação, aos valores referidos no artigo anterior e às correspondentes amorti-
zações acumuladas, dos coeficientes de desvalorização da moeda referidos no n.º 2,
que corresponderem aos anos a que se reportam os valores de base da reavaliação.
2. Os coeficientes de desvalorização da moeda a utilizar na reavaliação são os constantes
do Despacho do Ministro que superintende a área das Finanças.

Artigo 5
(Valores máximos de reavaliação)

1. O valor líquido dos elementos reavaliados que resultar dos processos de reavaliação
mencionados no artigo anterior não pode exceder, à data da reavaliação, o seu valor
real actual.
2. Entende-se por valor real actual de um elemento reavaliado:
a) Relativamente aos activos detidos pelas empresas, aquele que tem em conta o seu
estado de uso e a utilidade ainda esperada ao serviço da actividade desenvolvida pelo
sujeito passivo;
b) Relativamente aos activos detidos por empresas de seguros, sem prejuízo do disposto
na alínea anterior, aquele que for determinado de acordo com as regras definidas para o
efeito pelo Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique.

Artigo 6
(Reserva de reavaliação)

1. A reserva de reavaliação deve corresponder ao saldo resultante dos movimentos con-


tabilísticos inerentes aos processos de reavaliação, os quais devem ser registados, em
conformidade com o referencial contabilístico em vigor no País.
2. A reserva de reavaliação só pode ser movimentada quando se considerar realizada,
total ou parcialmente, nos termos da regulamentação contabilística aplicável e de
acordo com a seguinte ordem de prioridades:
a) Correcção das situações previstas no n.º 1 do artigo 5;
b) Cobertura de prejuízos acumulados até à data a que se reporta a reavaliação;
c) Incorporação no capital social, na parte remanescente.

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Artigo 7
(Regime de amortizações)

1. O regime fiscal das amortizações dos elementos reavaliados ao abrigo do presente


Regulamento deve obedecer o previsto no Regime de Amortizações.
2. As amortizações dos activos fixos tangíveis reavaliados calculam-se apenas sobre os
valores resultantes da reavaliação nos termos previstos neste Regulamento, com refe-
rência ao último dia do exercício fiscal de 2014.

Artigo 8
(Custos ou perdas não dedutíveis)

1. Não são dedutíveis para efeitos fiscais os seguintes custos ou perdas:


a) 40% do aumento das amortizações anuais resultantes das reavaliações;
b) A parte do valor líquido contabilístico dos elementos inutilizados ou destruídos
que tenham sido reavaliados ao abrigo deste Regulamento, na parte que corresponde
à reavaliação efectuada.
2. Para efeitos do disposto na alínea a) do número anterior, considera-se como aumento
das amortizações anuais o montante que se obtém aplicando as taxas de amortização
utilizadas no respectivo exercício ao acréscimo do valor do activo tangível proveniente
da reavaliação.

Artigo 9
(Reinvestimento dos valores de realização)

1. Os sujeitos passivos que tenham transmitido a título oneroso elementos reavaliados ao


abrigo do presente Regulamento devem efectuar o reinvestimento do valor total de reali-
zação de acordo com as condições fixadas no n.º 1 do artigo 39 do Código do IRPC.
2. Não se concretizando o reinvestimento, nos termos previstos no número anterior,
deve adicionar-se à matéria colectável a mais-valia calculada, no terceiro exercício
posterior ao da sua realização.

Artigo 10
(Mapas de reavaliação e das amortizações)

1. À declaração periódica de rendimentos a que se refere a alínea b) do n.º 1 do artigo


36 do Regulamento do Código do IRPC ou alínea b) do n.º 1 do artigo 52 do Código
do IRPS, relativa ao exercício em que deva ser contabilizada a reserva de reavaliação,
devem os sujeitos passivos juntar:
a) Mapa demonstrativo da reavaliação efectuada, conforme o modelo que consta do
Anexo II ao presente Regulamento;

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Regulamento de Reavaliação dos Activos Tangíveis

b) Mapas das amortizações efectuadas pela empresa originária relativamente ao exercício


anterior ao da transferência dos bens, nos casos previstos no n.º 2 do artigo 3.
2. Os elementos reavaliados ao abrigo deste Regulamento devem figurar anualmente,
a partir do exercício em que passarem a calcular-se as amortizações sobre os novos
valores, em mapa de modelo em anexo.

Artigo 11
(Utilização indevida da reserva de reavaliação)

A utilização da reserva de reavaliação para fins diferentes dos previstos no n.º 2 do artigo
6 tem como consequências:
a) Considera-se nula, para efeitos fiscais, a reavaliação efectuada;
b) Adicionar-se, à matéria colectável, o valor da reserva de reavaliação indevidamente
utilizado.

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ANEXO I
GLOSSÁRIO

Para efeitos do presente Regulamento, entende-se por:


1. Activo Tangível – activo capaz de ser separado de entidade e vendido, transferido,
licenciado, alugado ou trocado, quer individualmente quer em conjunto com um
contrato, um activo ou passivo identificável, independentemente de a entidade ter
a intenção de o fazer. Pode resultar de direitos contratuais ou de outros direitos
legais, independentemente de esses direitos serem transferíveis ou separáveis da
entidade ou de outros direitos e obrigações; o mesmo que activo corpóreo.
2. Activo Intangível – activo monetário identificável mas sem substancia física; o mesmo
que activo incorpóreo.

ANEXO II

Empresa ……..……………... REAVALIACÃO DOS ACTIVOS TANGÍVEIS DAF/UGC……………………........


............................................. Mapa a que se refere alínea a) do n.º 1 do arti- Actividade ………………………..
............................................. go 9, (a preencher para o caso de bens ainda
NUIT .................................... não totalmente amortizados) Código ca C.A.E. ........................

 Valor Reserva
Valores actualizados
 Descrição  Data de aquisição Coeficiente de reavaliação
 Ano de  Amortizações
dos activos da última ou valor da de correcção Valor da Valor da
aquisição acumuladas
tangíveis reavaliação reavaliação monetária coluna (4) coluna (5) Débito Crédito
efectuada actualizado actualizado

1 2 3 4 5 6 7=4x6 8=5x6 9=8-5 10=7-4


                   
                   
                   
                   
                   
                   
                   
                   
Total                  

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