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Português,

9º Ano prof. António Alves




Inês de Castro - A história e a lenda



O Infante D.Pedro (1230-1367) era casado com D. Constança, mantendo, no entanto, uma
ilícita relação amorosa com D.Inês, de quem tinha três filhos. Dada a ascendência castelhana
de D. Inês, o Rei D. Afonso IV e os seus conselheiros viam, nesta relação, um potencial perigo
para a independência nacional.

Inicialmente, o rei D. Afonso IV tentou pôr fim a tal relação, expulsando D. Inês de Castro do
reino. Esta ficou, no entanto, na fronteira espanhola, continuando a manter contacto com D.
Pedro. A situação agravou-se quando D. Constança morreu. D. Pedro, agora viúvo, fez
regressar D. Inês à corte, contra ordem expressa de seu pai, D. Afonso IV.
Em Coimbra, aproveitando a ausência de D. Pedro numa caçada, D. Inês foi morta pelos
conselheiros (Diogo Lopes Pacheco, Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves), por ordem do Monarca.
Mais tarde, quando D.Pedro I subiu ao trono, mandou matar aqueles conselheiros, vingando a
morte de D. Inês, executando de modo cruel os ex-conselheiros do seu pai, na altura
refugiados em Espanha. Diz a lenda que retirou o coração, a um, pelas costas, a outro, pelo
peito. O terceiro conseguiu refugiar-se em Castela. Reza, ainda, a lenda que D. Pedro coroou D.
Inês rainha depois de morta.
A reabilitação da figura de D. Inês completou-se com a transferência do seu cadáver, de
Coimbra para o mosteiro de Alcobaça, numa cerimónia que se revestiu de uma imponência
nunca presenciada em Portugal.
A trágica história de D. Pedro e D. Inês inspirou poetas, dramaturgos, compositores e artistas
plásticos, em Portugal e no estrangeiro. Camões foi um dos escritores a celebrar a lenda,
referida em Os Lusíadas. De entre a vasta lista de obras que tratam o tema destacam-se
Castro, de António Ferreira (tragédia), Inês de Castro na Poesia e na Lenda, de António Lopes
Vieira, e ainda as célebres Trovas à Morte de D. Inês de Castro, de Garcia de Resende,
publicadas no Cancioneiro Geral.

Publicado em http://linguaportuguesa9ano.wordpress.com por António Alves

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