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INVENTÁRIO DE DESENVOLVIMENTO

VOCACIONAL

CDI

MANUAL DO UTILIZADOR

Tradução e adaptação provisória para a versão portuguesa:


Jorge Camarate

Janeiro 2005
CDI - INVENTÁRIO DE DESENVOLVIMENTO DA
CARREIRA

INTRODUÇÃO
Porquê medir o desenvolvimento de carreira?
O desenvolvimento de carreira implica consciência profissional, capacidade de
planeamento, desejo de explorar o mundo do trabalho e o reconhecimento das
mudanças nas tarefas de desenvolvimento vocacional que se enfrentam à medida
que a idade, as responsabilidades, o conhecimento do mundo do trabalho e das
profissões apropriadas aumentam. Tal como nem todos os rapazes e raparigas ou
homens e mulheres se desenvolvem no mesmo ritmo, seja do ponto de vista
físico, intelectual, social ou emocional, também no desenvolvimento de carreira,
as diferenças individuais distinguem até mesmo pessoas da mesma idade, e
estatuto sócio-económico e educacional.

À medida que rapazes e raparigas progridem na escola, tomam decisões, embora


não especificamente profissionais, logo nos primeiros anos. Por exemplo, a
decisão de ser um bom estudante , logo no ensino básico, cria possibilidades de
carreira que não vão estar disponíveis àqueles estudantes que decidiram não
tentar ter boas notas. À medida que o nível educacional aumenta, as implicações
profissionais das decisões de carreira vão-se tornando mais claras. Por isso, os
educadores fazem perguntas como as que se seguem:

1. Em que fase deveriam ser introduzidas nos currículos escolares as


disciplinas específicas ligadas às diferentes áreas vocacionais e
profissionais?
2. Em que fase se deveria pedir aos estudantes para fazerem escolhas entre
diferentes percursos escolares que conduzam a diferentes tipos de
educação e, portanto, a diferentes áreas de trabalho e profissão?
3. Estará este estudante ou este grupo de estudantes preparado para tomar as
decisões exigidas pelo sistema escolar ou universitário e pela organização
curricular existentes?
4. Será que estudar uma determinada disciplina, fazer um estágio profissional
ou ser acompanhado por um conselheiro de orientação afecta, de alguma
forma, a capacidade dos estudantes para tomar essas decisões?

Numa monografia baseada num estudo aprofundado da bibliografia existente


sobre estas questões, Mitchell (1979), sublinhou a necessidade de dar resposta a
tais questões. Outros investigadores nos domínios do aconselhamento de carreira
e desenvolvimento de carreira (Adams & Walker, 1977; Enderlein, 1976, Hoyt,
1980; McCaslin, Gross & Walker, 1977; e Young & Schuh, 1975) também
relatam como essa necessidade é amplamente sentida.

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O CDI - Inventário de Desenvolvimento de Carreira foi criado para uso geral,
como um instrumento fidedigno na avaliação do desenvolvimento de carreira e da
maturidade vocacional ou de carreira. A sua publicação seguiu-se a uma
investigação que teve início em 1951 (Super e al., 1957) que documentava a
incapacidade de tomar decisões de carreira no 9º ano (Super & Overstreet, 1960),
abrindo caminho para o desenvolvimento de medidas práticas e ainda,
posteriormente, a trabalhos conducentes à elaboração de testes e inventários, com
início em 1967 (Myers, e al., 1972).

AS FORMAS DO CDI

O CDI tem uma Forma Escolar, destinada a ser utilizada no Ensino Básico e no
Ensino Secundário, e uma Forma Universitária, para ser utilizada no Ensino
Superior. As Formas são semelhantes na concepção e estrutura; diferem no
conteúdo dos itens, que está adaptada às opções profissionais e níveis
educacionais adequados.

A Forma Escolar destina-se a ser utilizada desde o 8º ao 12º anos e nos EUA tem
normas nacionais desde o 9º ao 12º ano. O nível do vocabulário nas quatro
Escalas do CDI (A, B, C e D) é apropriada para o 8º ano e seguintes.

A Forma Escolar pode ser usada para ajudar os estudantes a fazer planos
educacionais e de carreira, quer seja aplicada em programas de orientação ou em
aconselhamento individual. Também pode ajudar os estudantes que precisem de
tomar decisões para as quais talvez ainda não estejam preparados, e pode
contribuir também para a concepção de Programas de Orientação e processos de
avaliação.

A Forma Universitária foi concebida do mesmo modo que a Forma Escolar, de


modo a poderem ser feitas comparações longitudinais. O conteúdo foi
modificado para se adequar ao contexto universitário, focando-se em grande
parte em ocupações típicas dos estudantes universitários. A terminologia e
conceitos são familiares para os estudantes deste nível. A Forma Universitária é
recomendada para avaliar a capacidade dos estudantes que entram para o 1º ano
da Universidade para tomar decisões de carreira, identificando, assim, aqueles
que necessitam de apoio, treinamento em tomada de decisões ou atitudes
exploratórias, exploração profissional geral ou exploração aprofundada de uma
área de preferência. Esta forma pode ser utilizada em aconselhamento, formação
em planeamento de carreira e em programas e serviços de avaliação. Pode ser
também utilizada na escolha da área de estudos de pós-graduação.

AS ESCALAS DO CDI (VERSÃO PORTUGUESA)

O CDI consiste em 4 Escalas. Duas avaliam atitudes do desenvolvimento de


carreira e os outros dois medem dimensões cognitivas.

As Escalas são as que se seguem:

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A - Planeamento de Carreira: 20 items
B - Exploração de Carreira: 18 items
C - Tomada de Decisão: 16 items
D - Informação sobre a Carreira e o Mundo do Trabalho: 20 items

A A e a B têm correlações muito baixas com as medidas cognitivas, tais como


testes de aptidão e sucesso escolar, e baseiam- se num factor distinto daquele em
que se baseiam a C e D. A C e a D correlacionam-se com os testes de aptidão e
sucesso.
O utilizador do CDI pode escolher entre a especificidade ou a generalidade, ao
escolher entre as Escalas disponíveis, fazendo a selecção mais adequada a uma
aplicação concreta.

A versão americana (original do CDI compreende duas Partes compostas pelas


seguintes oito Escalas:
O Planeamento de Carreira (CP) - compreende 20 itens nos quais o
estudante descreve o planeamento de carreira que está a desenvolver e o seu grau
de envolvimento, por exemplo: falar acerca de planos de carreira com um amigo
adulto, arranjar um emprego de verão ou em regime de part-time que o ajude a
decidir qual o género de profissão que quer escolher e arranjar um emprego
depois de sair do sistema educativo. Estes itens também implicam que os
estudantes classifiquem o seu próprio conhecimento do género de profissão que
gostariam de seguir, incluindo as tarefas que esses profissionais realmente fazem,
as competências e formação necessárias etc.. Embora alguns itens possam parecer
cognitivos, a análise factorial dos itens e da Escala através de dados obtidos nos
EUA e outros países torna claro que a Escala, na verdade, avalia atitudes e mede
a capacidade de planeamento.

A Exploração de Carreira (CE) - também é uma Escala de 20 itens de


auto-descrição. Nas primeiras 10 perguntas pede-se ao estudante que
classifiquem os familiares, amigos, outros adultos, documentação escrita e os
meios de comunicação como fontes de informação sobre as carreiras. Nas 10
restantes perguntas são pedidas classificações sobre a utilidade da informação
recebida de cada uma destas fontes. Assim , a utilização dos estudantes de boas
ou más fontes de informação pode ser comparada com o uso descrito por outros.
Tal como na CP, a investigação tem mostrado repetidamente que a CE é uma
escala mais atitudinal do que cognitiva e que é uma medida da qualidade das
atitudes exploratórias.

A Tomada de Decisão (DM) - é construída a partir de 20 breves histórias


sobre pessoas tomando decisões sobre as suas carreiras. Em vez de nomes, são
utilizadas iniciais; isto impede a identificação do sexo. As histórias abrangem um
largo leque de níveis profissionais, bem como profissões tipicamente masculinas
e tipicamente femininas. A Escala mede a capacidade para aplicar os
conhecimentos e a intuição ao planeamento de carreira e à tomada de decisão. A
teoria subjacente é que os estudantes que conseguem resolver os problemas de
carreira destas histórias são mais capazes de tomar decisões mais correctas acerca

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das suas próprias carreiras. Apesar do DM poder parecer atitudinal, pelo menos
em parte, apoia-se muito no factor cognitivo e avalia a capacidade de aplicar
princípios de tomada de decisão de carreira.

A Informação Sobre o Mundo do Trabalho (WW) - compreende 20


questões. Dessas questões, 10 avaliam o conhecimento acerca das tarefas de
desenvolvimento de carreira no Estádio Exploratório e na fase inicial do Estádio
de Estabelecimento, tais como são descritos por Super (1957; também Super e
Bohn, 1970). As outras 10 questões testam o conhecimento da estrutura
profissional de uma amostra de profissões (abrangendo desde profissões semi-
qualificadas até técnicas e de gestão) bem com sobre técnicas para conseguir e
manter um emprego. Sendo uma Escala cognitiva a WW testa a consciência sobre
a carreira e os conhecimentos profissionais que contribuem o sucesso do
planeamento de carreira.

O Conhecimento do Grupo Profissional Preferido (PO) – é feito a partir


de 40 perguntas de escolha múltipla que abrangem todas as profissões, as quais
estão categorizadas em 20 grupos. Para ajudar os estudantes a identificar o grupo
que lhes interessa mais o CDI inclui uma versão modificada do “Questionário de
Planeamento de Carreira” dos “Differential Aptitude Tests – DAT” (The
Psychological Corporation, 1972). Antes de lerem as perguntas os estudantes
devem consultar as categorias e instruções que aparecem no verso da Folha de
Respostas” do CDI. Tendo indicando na “Folha de Respostas” um grupo
profissional preferido, respondem às perguntas do PO, tendo em mente o grupo
profissional escolhido. A cotação das respostas do PO que diferem de acordo com
cada grupo profissional, baseia-se em dados objectivos provenientes de fontes
tais como o Dicionário de Títulos Profissionais (US Department of Labor, 1977);
nos casos em que não existiam dados objectivos, a cotação foi baseada na
avaliação de 20 psicólogos peritos em orientação vocacional (exigiu-se 80% de
pareceres positivos para a escolha de uma determinado item). O PO mede os
resultados da exploração aprofundada que deve preceder a escolha da formação
ou do emprego. Porque a Escala se aplica a grupos de profissões não é tão fiável
como um teste de profissões específicas, e os items não cobrem igualmente todos
os aspectos das profissões. É dada cobertura total às características das funções;
os requisitos psicológicos, académicos e de formação são cobertos apenas em
grandes categorias (dados, pessoas e coisas); menor cobertura é dada às técnicas
de procura de emprego, perspectivas de emprego e lugares e horários de trabalho.

O Desenvolvimento de Carreira – Atitudes (CDA) – combina a CP e a


CE, Escalas que estão altamente intercorrelacionadas. A combinação aumentou a
fiabilidade como uma medida de atitudes, mas é menos específica porque
combina o planeamento e a exploração.

O Desenvolvimento de Carreira – Conhecimento e Competências (CDK)


– combina a DM e a WW. A CDK avalia os altamente intercorrelacionados
conhecimento de como tomar decisões de carreira e o conhecimento do mundo
do trabalho, incluindo as profissões. A combinação produz uma Escala cognitiva
concisa com fiabilidade aumentada. Pouco é o significado que se perde pela

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combinação da DM e WW; a combinação é comparável a uma combinação de
testes de gramática e ortografia ou de álgebra e geometria.

Orientação de Carreira – Total (COT) – combina a CP, CD, DM e WW.


A COT aproxima-se de uma medida de maturidade vocacional ou de carreira,
mas não deverá ser assim intitulada, porque apenas mede 4 das cinco dimensões
básicas do “Modelo da Maturidade Vocacional do Adolescente” de Super (1974).
A COT pode ser melhor encarada como uma medida composta de 4 aspectos
importantes da maturidade de carreira.

Figura 1 – As Relações entre as Escalas CDI

CP CE DM WW PO

CDA CDK

COT

As experiências de campo e a investigação mostraram o valor do CDI no


aconselhamento individual, na avaliação de grupos, na avaliação de programas e
planeamento de programas. No aconselhamento individual, o exame do Perfil dos
resultados nas Escalas do CDI constitui um relatório psicologicamente
significativo das necessidades individuais de desenvolvimento de carreira. Na
avaliação de grupos o CDI pode ser usado para estudos comparativos entre
grupos pertencentes a diferentes níveis (escalões etários ou agrupamentos de
estudos) , determinando as diferenças entre os grupos e as mudanças ao longo do
tempo. Na avaliação de programas o Pré-Teste e o Pós-Teste com o CDI pode
ajudar a medir o impacto de programas, tais como educação das carreiras e
aconselhamento. No planeamento de programas, a análise das respostas dos items
na CP e na CE são particularmente válidos: as respostas aos itens CP identificam
as actividades de planeamento que os estudantes estão a desenvolver, enquanto
que os itens CE revelam quais os recursos de exploração de carreira que os
estudantes estão a utilizar, e qual a ajuda que os estudantes pensam que estão a
receber.

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ADMINISTRAÇÃO E COTAÇÃO

O CDI pode ser administrado a indivíduos ou a grupos e pode ser passado em


uma ou duas sessões. Não tem tempo limitado de resposta, e a sua administração
requer apenas a clarificação das instruções e a introdução habitual.

DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS: Distribuir os “Cadernos de Testes” e as


“Folhas de Respostas”; ler alto as “Instruções” constantes na frente da “Folha de
Respostas”. Os estudantes devem usar lápis.
INÍCIO DO TESTE: Ler alto o último parágrafo das instruções da frente do
”Caderno de Testes”. Enfatizar a importância de responder a todas as perguntas
do teste; se estiverem inseguros sobre alguma resposta, os estudantes deverão
responder aquela que lhes parecer mais correcta.

CONTROLAR O RITMO DOS ESTUDANTES: Embora o CDI não seja um


teste com tempo limitado, pode quer ajudar os estudantes a controlar o seu
próprio ritmo; Em determinadas alturas vá-os lembrando que já deveriam ter
ultrapassado determinado item: por exemplo, ao fim de 2 o minutos, lembre-lhes
que deveriam Ter ultrapassado o item nº 40. É útil dizer aos estudantes quanto
tempo ainda lhes resta. A maioria dos estudantes acaba em cerca de 40 minutos.
Alguns estudantes poderão precisar de tempo extra.

AS PERGUNTAS DOS ESTUDANTES: Embora o nível de leitura da Forma


Escolar seja apropriado para estudantes a partir do 8º ano, alguns termos técnicos
podem ser pouco familiares para alguns estudantes. Visto que estes termos estão
incluídos como uma parte integrante dos conhecimentos que estão a ser testados,
deve abster-se de os explicar nas 2 Escalas cognitivas (C e D). Pode ajudar na
interpretação de termos não-técnicos bem como nas instruções ou procedimentos
do teste.

NO FIM DAS SESSÕES DE TESTE:

Peça aos estudantes que verifiquem as suas “Folhas de Respostas” para terem a
certeza que todas as perguntas foram respondidas.

UTILIZAÇÃO DOS RESULTADOS DO CDI

Os resultados do CDI podem ser utilizados em três áreas diferentes:


1. No aconselhamento individual, os resultados do CDI proporcionam dados
de diagnóstico e de prognóstico;
2. No planeamento de programas de orientação, o CDI pode ser utilizado
como instrumento de pré e pós-diagnóstico;
3. Na avaliação de programas e em investigação os resultados do CDI podem
avaliar critérios ou consequências.

A adaptação portuguesa do Inventário de Desenvolvimento Vocacional - CDI,


possui quatro escalas, A; B; C; D, subdividindo-se cada uma das escalas A, B, e

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D em duas sub-escalas, (A1 e A2, B1 e B2, D1 e D2). As Escalas são as
seguintes:

A-PLANEAMENTO DA CARREIRA
Constituída por 19 itens, pretende avaliar o grau de compromisso do jovem para
com a sua carreira e os planos que o jovem já tem a este nível (sub-escala A1
com 11 itens) e o nível de conhecimentos que o jovem detém acerca do tipo de
trabalho que gostaria de exercer. (sub-escala A2 com 8 itens).

Resultados baixos indicam que os jovens não possuem muitos planos


relativamente à sua carreira e, como tal, devem ser alertados para a importância
de olhar o futuro e fazer planos ou simulações de planos. A sua necessidade não
é tanto de informação,. mas sim de motivação para obter e usar informação
vocacional e deter curiosidade acerca das profissões e do mundo do trabalho.

Os jovens, cujos resultados são médios ou acima da média, em comparação


com o seu grupo, podem considerar-se aptos para outros tipos de actividades de
planeamento da carreira.

B-EXPLORAÇÃO DA CARREIRA
Constituída por 18 itens, pretende avaliar o conhecimento do jovem acerca da
fidedignidade de diversas fontes de informação (sub-escala B1, 9 itens), e da
utilidade da informação já recolhida pelas mesmas fontes (sub-escala B2, 9
itens).
A escala, na sua globalidade, revela as atitudes dos jovens em relação às fontes
de informação vocacional, a disponibilidade para utilizar essas mesmas fontes e a
avaliação da ajuda recebida por estas.

Jovens com resultados baixos em comparação com o seu grupo, necessitam de


aprender a conhecer quais as fontes de informação vocacional que podem ser
úteis. Estes jovens necessitam de desenvolver atitudes exploratórias de forma a
que, quando confrontados com necessidade e a possibilidade de planear, possam
adquirir as informações que necessitam para o planeamento.

Jovens com resultados médios ou acima da média estão aptos para as


actividades de desenvolvimento vocacional que se seguem na sequência
desenvolvimentista.

C-TOMADA DE DECISÃO
Constituída por 16 itens, pretende avaliar a capacidade para aplicar os princípios
do planeamento da carreira a Casos fictícios que pretendem retratar as situações
de tomada de decisão mais comuns que os jovens enfrentam na sua carreira.

Jovens com resultados baixos em relação ao seu grupo, não estão ainda
preparados para utilizar bem a informação, mesmo que possuam muitos planos
em relação ás suas carreiras e tenham uma atitude favorável à exploração das
profissões. Precisam de ser ajudados na aprendizagem do processo de tomada de
decisões adequadas, incluindo a identificação do problema e a identificação da

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informação necessária para resolução do problema. Estes jovens necessitam de
conhecer melhor as tarefas de desenvolvimento da carreira e de como os outros
jovens as resolvem efectivamente.

Os jovens com resultados médios ou superiores à média estão, possivelmente,


apetrechados e preparados para tomar as suas próprias decisões ao longo da
carreira, apesar de poderem necessitar de informação sobre o mundo do trabalho
e as profissões.

D-INFORMAÇÃO SOBRE A CARREIRA E O MUNDO DO TRABALHO


Constituída por 20 itens, pretende avaliar o conhecimento do jovem sobre as
tarefas de desenvolvimento dos estádios de exploração e estabelecimento (sub-
escala D1 com 10 itens) e o conhecimento do jovem sobre as profissões e o
mundo do trabalho (sub-escala D2 com 10 itens).

Os resultados podem ser baixos mesmo para jovens que obtém resultados
elevados nas 3 escalas anteriores. Estes jovens não estão preparados para a
tomada de decisão, necessitando de experiências que lhes dêem um
conhecimento mais adequado do leque de profissões que lhe está acessível e
disponível para uma exploração em maior profundidade. Também revelam
necessidade de conhecer a forma como as pessoas conseguem os empregos e se
adaptam aos mesmos.

Apesar das escalas do CDI, que são limitadas a 20 ou 40 itens cada uma, não
revelarem necessidades muito específicas, elas parecem identificar o grau em
que, efectivamente, a capacidade de planeamento, as atitudes exploratórias, a
capacidade de tomada de decisão e a informação sobre o mundo do trabalho
estão presentes ou ausentes no jovem.

UTILIZAÇÃO NO ACONSELHAMENTO VOCACIONAL

Os profissionais que fazem distinção entre aconselhamento e psicoterapia, são,


regra geral, unânimes em considerar que o objectivo do aconselhamento não é o
de modificar a personalidade dos indivíduos mas sim o de os ajudar a tomar boas
decisões e fazer boas escolhas. Tais profissionais também concordariam em que
as decisões e as escolhas que as pessoas fazem, podem afectar as suas vidas e
personalidades.

O CDI está construído para permitir avaliar a preparação dos estudantes para
fazerem as suas escolhas escolares e profissionais de forma adequada. A
investigação e a teoria sugerem que os jovens do ensino secundário se encontram
ainda no período exploratório, no qual eles formulam objectivos vocacionais,
primeiro em termos gerais Ex:”um trabalho no qual possa ajudar as pessoas a
resolver os seus problemas” e depois em termos mais específicos Ex. “Serviço
social”; “professor de ensino especial”.

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Como foi demonstrado pelo CPS - Career Pattern Study, os jovens diferem muito
na sua preparação com vista às tomadas de decisão escolares e profissionais. Ao
Conselheiro apresentam-se três tarefas:
1. Determinar em que ponto o jovem se encontra no seu desenvolvimento
vocacional;
2. Identificar em que medida o jovem está apto a seleccionar de entre as
escolhas curriculares e profissionais;
3. Decidir como podem ser ajudados os jovens que não estão preparados.
A escolha de um Agrupamento de estudos e a escolha de opções escolares
encontram-se entre as escolhas mais precoces e talvez entre as mais importantes
que os alunos do 3ºciclo têm de fazer. Infelizmente estas escolhas geralmente,
têm de ser feitas antes que os jovens tenham clarificado as suas aspirações ou
atingido um nível adequado de desenvolvimento vocacional.

Mesmo a determinação de um objectivo vocacional por tentativa, para


experimentar, pode ser a base para a exploração e o planeamento, e a formulação
de um objectivo vocacional não pode geralmente ser adiado para depois do 9º
ano de escolaridade. Como demonstra o CPS, mesmo no 12º ano muitos jovens
estão mal preparados para efectuarem a transição da escola para o mundo do
trabalho ou para estudos de nível superior.
Aqueles cujo desenvolvimento vocacional estava incompleto aos 18 anos, viam-
se menos e eram menos vistos pelos outros como bem sucedidos e satisfeitos nos
primeiros anos de vida adulta ou por volta dos 25 anos.

IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO

Muitos profissionais concordam em que diagnósticos diferentes tornam possíveis


intervenções diferentes. Por outras palavras, uma intervenção ou estratégia de
aconselhamento é mais provável que obtenha sucesso quando se basear numa
avaliação cuidada do indivíduo. Esta avaliação ajuda o Conselheiro a decidir se o

trabalho com o cliente deve ser curativo, preventivo ou desenvolvimentista. Se


curativo, o Conselheiro irá delinear a estratégia para rectificar os déficits
diagnosticados no desenvolvimento vocacional do cliente. A intervenção
preventiva é apropriada a um cliente que é diagnosticado como podendo vir a
desenvolver problemas e déficits. A intervenção de tipo preventiva está
claramente indicada quando uma administração repetida do CDI no intervalo de 1
ou 2 anos mostra que os resultados do jovem não melhoraram com a idade e a
experiência como devia ter acontecido, tendo-se antes mantido iguais ou tendo
mesmo piorado.

Para além das intervenções de tipos curativo e preventivo, diz respeito aos
Conselheiros uma intervenção de tipo desenvolvimentista. Ao ajudarem os jovens
a preencher as suas potencialidades de crescimento. Os Conselheiros
reconhecem o carácter individual da capacidade de crescimento. Focalizam a sua

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acção em ajudar os jovens a recolherem o máximo benefício das experiências que
se calcula contribuírem para o seu crescimento vocacional: Ex: um programa de
orientação vocacional; exercícios de clarificação de valores; um trabalho em
part-time ou nas férias.
Os Conselheiros que adoptam uma intervenção desenvolvimentista vêem a sua
tarefa como ajudar o jovem a descobrir, desenvolver e utilizar da melhor forma as
experiências e informações, quer as novas quer as já existentes.

ANTECEDENTES DE ESCOLHA E DECISÕES

Apesar do objectivo último do aconselhamento vocacional ser ajudar os


indivíduos a fazerem boas escolhas e tomarem boas decisões, os Conselheiros
frequentemente incidem no realismo e adequabilidade das escolhas dos jovens e
não nas atitudes, comportamentos e conhecimentos necessários para se fazerem
boas escolhas.
O processo incide frequentemente mais do que em avaliar e questionar sobre a
adequabilidade das escolhas dos jovens, em persuadir os jovens a abandonar uma
escolha aparentemente inapropriada e em orientarem-se no sentido dos objectivos
considerados mais apropriados.
A primeira pergunta do Conselheiro não deveria ser: “Em que medida é realista
ou desejável esta escolha do jovem” mas “Em que medida está o jovem
preparado para fazer boas escolhas e, se não está preparado, como pode ele ser
ajudado a tornar-se mais preparado?”

O CDI, que é uma amostra das atitudes, conhecimentos e comportamentos


necessários para tomar decisões vocacionais, ajuda o Conselheiro de Orientação
a dirigir a atenção, não na direcção dos objectivos dos jovens mas sim na
direcção das condições requeridas para se fazer escolhas.

INTERPRETAÇÃO DE UM PERFIL DE AMOSTRAGEM


Ao examinarem-se os resultados do CDI e ao discuti-los com os jovens, o
Conselheiro pode sentir necessidade de apresentar as notas percentílicas num
perfil. A figura 2 é um perfil do CDI ilustrativo de MJ, uma jovem do 9º ano de
escolaridade.
Seguem-se sugestões para a interpretação do perfil e de como o utilizar em
aconselhamento:
1. Analise o Perfil a fim de identificar pontos fortes e pontos fracos. Os
resultados elevados, acima de P.75 inclusive, e resultados baixos, P.25 e
abaixo, são não só geralmente mais precisos como também mais significativos
do ponto de vista do diagnóstico que os outros resultados. As notas
percentílicas no meio da distribuição tendem a aumentar as diferenças:
diferenças aparentemente significativas entre duas notas percentílicas nesta
distribuição, podem corresponder a diferenças pequenas e insignificantes nos
resultados brutos. Os resultados que colocam os jovens no quartil superior da
distribuição representam importantes competências e mais-valia; os resultados
que colocam os jovens no quartil inferior indicam deficits que precisam de ser

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remediados. No perfil de M.J. os dois primeiros resultados a analisar são as
escalas A e C.
2. Olhe para os resultados que estão próximos dos dois quartis extremos. O facto
de não atingirem o critério especificado (P 75 e acima e P abaixo de 25) pode
ser resultado de erros de medida.
3. Examine outras diferenças significativas possíveis entre os resultados.
Lembre-se contudo que as diferenças aparentemente significativas entre
resultados podem ser causados por erros de medida. Por exemplo a diferença
aparente entre os resultados de M.J. em C e D pode ser função de erro de
medida.
4. Os resultados entre os Percentis 40 e 60, em termos vulgares, o centro da
distribuição, indicam que o jovem tem um desempenho próximo da média do
seu grupo. Estes resultados são considerados como valiosos para construir
uma plataforma. As médias mostram o que é comum, mas não
necessariamente o que é desejável, conforme documentado no CPS; o jovem
típico do 9º ano sabe pouco acerca da sua profissão preferida. Um resultado
médio em B pode constituir mais um motivo de preocupação que uma fonte
de satisfação.
O perfil de M.J. sugere que a intervenção planeada deverá ser focalizada no
desenvolvimento da capacidade de tomada de decisão, informação acerca do
mundo do trabalho e talvez desenvolver uma atitude mais favorável à
exploração da carreira.
A análise dos resultados de M.J. clarifica a sua necessidade de ajuda nas áreas
de tomada de decisão, tarefas do desenvolvimento vocacional e informação
sobre as profissões, mais geral que específica.
5. Pergunte a M.J. se os seus resultados no CDI estão de acordo com as suas
expectativas e se ela questiona ou concorda com o perfil obtido.
6. Ajude a M.J. a identificar resultados elevados e baixos, a falar acerca do seu
possível significado e a dizer o que é que deveria ser feito para remediar os
resultados baixos e para obter resultados elevados.
7. Identifique consistências e inconsistências no perfil do sujeito e reflicta nas
suas possíveis implicações. M.J. refere que está envolvida em actividades
apropriadas ao planeamento da carreira e se julga com conhecimentos acerca
das profissões. Ela adquiriu efectivamente informação precisa acerca do seu
grupo de profissões preferido. Contudo, os seus resultados mostram que ela
não sabe tanto acerca do mundo do trabalho ou das profissões em geral tal
como referiu; que ela só está envolvida medianamente na exploração da
carreira e que efectivamente sabe muito pouco acerca do que considerar ao
fazer escolhas vocacionais. Apesar do perfil de M.J. parecer à primeira vista
ser encorajante, uma análise cuidadosa levanta questões importantes cuja
relevância é confirmada pelo seu resultado ligeiramente abaixo da média A
avaliação da sua escolha vocacional à luz de outras informações, por
exemplo, registos curriculares e académicos, e resultados dos testes, podem
mostrar que a sua preferência é não só prematura e estabelecida pobremente
mas também irrealista e inapropriada.
8. Os dados do CDI devem ser completados por outras fontes: registos
curriculares, testes de interesses e aptidões, inventários e entrevistas
individuais, a fim de determinar se as preferências vocacionais actuais de

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M.J. estão de acordo com as suas possibilidades financeiras, interesses,
valores, aptidões e capacidade intelectual. As aspirações vocacionais
inapropriadas ou irrealistas, especialmente entre os 9º e 12º anos de
escolaridade, indicam geralmente que o jovem é deficiente no que se refere às
atitudes, comportamentos e conhecimentos avaliados pelo CDI.

Quando é este o caso, os resultados dos interesses inventariados e


preferências expressas podem fornecer uma base para escolha das actividades
de exploração, mas não para a escolha dum objectivo profissional.

Depois de ter encontrado os pontos fortes e fracos do jovem, o conselheiro


precisa de decidir que acção, se existe essa necessidade, é necessário
empreender e desenvolver. Em primeiro lugar, o conselheiro deve decidir se é
indicado uma acção pontual ou desenvolvimentista. Um conselheiro, qualquer
que seja o tipo de acção que pretende empreender precisa de identificar quais
as experiências mais indicadas para atingir os fins desejados: entrevistas
individuais com o jovem, aplicação de testes de aptidões e interesses,
actividades pré-profissionais (emprego em part-time ou nas férias), situação
de trabalhador-estudante, participação em actividades seleccionadas na escola
e fora da escola, exploração e leitura de documentos de informação
profissional.
Ao planear estas experiências, para um indivíduo ou para um grupo, o
conselheiro deveria dizer aos jovens que o objectivo não é levá-los a escolher
uma profissão, mas aumentar o conhecimento de si-próprios e do mundo do
trabalho, a fim de que possam tomar melhores decisões vocacionais. Na
escola, ao nível do 8º e 9º anos, o primeiro objectivo destas experiências é
planear, facilitar e conduzir a exploração.
Dependendo do nível de desenvolvimento vocacional do jovem, como é
apresentado pelo CDI, esta exploração, a qual poderá ser auto-iniciada como
resultado de um aconselhamento pontual ou um programa de orientação, pode
ser geral ou específica. A exploração geral é mais adequada ao nível dos 9º e
10º anos, nos quais o foco deverá estar nas áreas de trabalho e questões gerais
acerca de interesses pessoais, capacidades, valores e auto-conceitos. Nos anos
seguintes (12º ano), é adequada uma exploração mais específica,
particularmente para aqueles que não continuam os estudos. O enfoque em
campos possíveis e níveis de trabalho para profissões específicas e de
questões gerais para questões específicas acerca das possibilidades dos jovens
e das profissões.

Para os jovens que se encaminham para o ensino tecnológico ou formação


profissional, os seus resultados no CDI podem estimulá-los a perspectivarem
duma forma mais madura o planeamento da sua formação e carreira.

A aprendizagem planeada e as experiências exploratórias trazem maior


benefício ao jovem quando ele é ajudado a formular questões relevantes, a
seleccionar experiências que permitam fornecer a informação necessária e a
avaliar essa informação.

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Figura 2
INVENTÁRIO DE DESENVOLVIMENTO DA CARREIRA - CDI

Nome: M.J.
Idade: 15 Ano de Escolaridade: 9º ano Data de Hoje: ___/___/__ Sexo: F Procº_ /___

A1 A2 B1 B2 D1 D2 A B C D

RB 25 18 85 50 5 6 43 135 7 11

RD 40 40 75 80 60 70 40 60 40 50
PERFIL INDIVIDUAL DE MATURIDADE VOCACIONAL

PERCENTIS

ESCALAS 1 5 10 15 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 8 8 90 95 99
0 5 0 5 0 5 0 5 0 5 0 5 0 5
CDI

A1

A2

B1

B2

D1

D2

D
A questão mais importante em aconselhamento e orientação vocacional pode
ser: “Em que medida o jovem está preparado para tomar boas decisões e
fazer escolhas adequadas?” Igualmente importante é a questão: “Que tipo de
exploração, geral ou específica, é mais adequada à preparação do jovem?”.

A resposta depende duma compreensão da maturidade vocacional, tomada de


decisão e aconselhamento vocacional. A lista que se segue indica a sequência
na qual os acontecimentos deveriam idealmente ocorrer, sugere a forma como
o Conselheiro pode complementar a informação fornecida pelo CDI e oferece
uma base para decidir qual o tipo de exploração necessária e qual deveria ser
o seu enfoque:

1. Conhecimento da possibilidade de escolha ou da necessidade de


escolha;
2. Preocupação e empenhamento; isto é, motivação para responder a esta
reconhecida possibilidade ou necessidade de escolha;
3. Aceitação da responsabilidade de escolha
4. Clarificação sobre a natureza e requisitos das alternativas possíveis;
5. Aquisição de informação específica e precisa acerca da natureza e
requisitos destas alternativas;
6. Avaliação das alternativas e das consequências possíveis
7. Estabelecimento de um objectivo ou escolha entre as alternativas
8. Formulação de planos para atingir os objectivos
9. Implementação dos planos
10. Avaliação das consequências e, se necessário, modificação dos
objectivos ou estratégias para alcançar os objectivos.

O 2 primeiros passos sugerem que a atitude e motivação favorável ao


planeamento e exploração da carreira, tal como foi demonstrado através de
entrevistas pessoais e dos resultados do jovem nas escalas atitudinais do CDI (A e
B), é a base para todo o desenvolvimento posterior. Sem o conhecimento,
preocupação e empenhamento na escolha, acompanhados da aceitação da
responsabilidade da escolha, os outros passos da sequência são prematuros,
irrelevantes e improdutivos.

A acção do Conselheiro para a maioria dos jovens do 3º ciclo deveria incidir nos
passos 1 a 4 e no desenvolvimento de capacidades de tomada de decisão,
encorajando a exploração alargada e aumentando os níveis de informação geral
dos jovens. Os passos 6 a 10 são mais adequados aos últimos anos (11º e 12º
anos) quando é mais evidente a necessidade de informação, objectivos e planos
específicos. Do mesmo modo, excepto para os jovens que se preparam para
deixar a escola no final do 9º ano, o conhecimento dos jovens acerca da profissão
preferida pode em geral ser adiado até ao final do 11º ou início do 12º anos. Isto
não significa que as preferências vocacionais dos jovens devem ser ignoradas.
Mesmo quando mal concebidas, prematuras ou irrealistas, as preferências podem
fornecer uma base para a exploração de si próprio e do mundo do trabalho e
portanto contribuir para o desenvolvimento de atitudes e comportamentos
desejáveis.

NO PLANEAMENTO DE PROGRAMAS DE ORIENTAÇÃO

Sugestões para identificar necessidades do grupo em relação ao programa:

A Verifique o perfil do grupo baseado nos equivalentes percentílicos das médias


dos resultados nas escalas, do grupo testado . Por exemplo, o perfil dum
grupo do 10º pode revelar que eles estão elevados em A e B, médios baixos
em C e baixo em D. A implicação óbvia é a de que o grupo necessita de
atenção mais sistemática nos princípios do desenvolvimento da carreira e do
mundo do trabalho, bem como de orientação e prática na aplicação destes
princípios ás decisões da carreira apropriadas à sua idade.

B Verifique os registos de frequência de respostas em relação aos 20 itens da


escala A e aos 18 itens da escala B. O estudo das distribuições das respostas
dos itens das 1 a 11 revela o nível de preocupação com actividades
relacionadas com o planeamento da carreira – entre “(A) nunca tinha
pensado nisso” e “ (E) tenho planos definidos e sei como realizá-los”.

Os dados das respostas relativos aos itens 12 a 19 mostram, de modo similar,


um perfil de 8 aspectos de uma profissão que lhes interessa.

Também se fornecem os dados relativos ás respostas para os itens 21-40 (1 a


18 B).

Os jovens do 10º ano estão pelo menos a começar a utilizar as suas


experiências escolares para os ajudar a pensar nos seus planos em relação à
carreira. A maioria não refere que discute os seus planos com adultos nem
vêem como é que as actividades extra-escolares podem ser utilizadas na
exploração da carreira. Referem que tem mais conhecimentos acerca dos
deveres profissionais e das exigências de formação que sobre a forma como se
acede à profissão.

Dos dados deste grupo, o Conselheiro obtém um perfil das necessidades de


planeamento da carreira do grupo e pode então formular objectivos e
componentes apropriados para o Programa de Orientação.

Os resultados na escala B ajudam o Conselheiro a conhecer a situação actual


da atitude do grupo em relação às Fontes de Ajuda/Informação disponíveis e a
avaliação feita pelo grupo da ajuda que receberam.

16
Este uso diagnóstico do CDI é crucial para a individualização dos programas
de orientação vocacional, os quais são geralmente planificados partindo-se do
princípio de que todos os jovens que frequentam um determinado nível de
escolaridade têm necessidades relativas ao desenvolvimento da carreira
semelhantes e estão igualmente preparados para as respectivas tarefas de
desenvolvimento. Mas mesmo os jovens do mesmo nível de escolaridade
diferem largamente no nível de desenvolvimento da carreira, de forma de que
as diferenças dentro de um mesmo nível de escolaridade são quase tão grandes
como as diferenças entre níveis. Os programas de orientação da carreira
necessitam, portanto, de ser planeados em termos do desenvolvimento e
necessidades de cada jovem ou, quando agrupados, de acordo com o
desenvolvimento da carreira em termos de das necessidades do grupo.

NORMAS C.D.I.
9º ANO
RAPAZES

N=2.311

17
1984/86
Percentis A1 A2 B1 B2 D1 D2 A B C D
>95 42-45 32-40 100-112 70-112 8-10 8-10 70-95 167-224 11-16 16-20
95 39-41 29-31 97-99 70-76 - - 66-69 159-166 - 15
90 35-38 26-28 91-96 63-69 7 7 60-65 148-158 10 13-14
80 34 25 89-90 60-62 - - 58-59 145-147 9 -
75 32-33 24 87-88 57-59 6 6 56-57 142-144 - 12
70 30-31 23 84-86 53-56 - - 53-55 136-141 8 -
60 28-29 21-22 81-83 50-52 5 - 50-52 131-135 - 11
50 26-27 20 78-80 46-49 - 5 47-49 126-130 7 10
40 24-25 19 75-77 43-45 4 - 44-46 121-125 - -
30 23 18 72-74 41-42 - - 42-43 118-120 6 9
25 22 17 70-71 39-40 - 4 41 114-117 - 8
20 20-21 14-16 64-69 36-38 3 - 38-40 105-113 5 -
10 18-19 13 58-63 33-35 2 3 33-37 99-104 4 6-7
<5 11-17 8-12 28-57 28-32 0-1 0-2 19-32 56-98 0-3 05

9º ANO
RAPARIGAS

N=3.271
1984/86
Percentis A1 A2 B1 B2 D1 D2 A B C D
>95 42-55 30-40 91-112 76-112 10 9-10 69-95 170-224 12-16 16-20
95 39-41 28-29 90 69-75 9 8 64-68 161-169 11 15
90 35-38 25-27 87-89 62-68 8 7 59-63 151-160 10 14
80 34 24 86 59-61 7 - 56-58 147-150 - -
75 32-33 23 85 56-58 - - 54-55 143-146 - 13
70 30-31 21-22 83-84 52-55 - 6 51-53 138-142 9 -
60 28-29 20 81-82 48-51 6 - 48-50 133-137 - 12
50 26-27 19 78-80 45-47 5 46-47 128-132 8 11
40 24-25 17-18 76-77 42-44 5 - 43-45 123-127 7 10
30 23 16 74-75 41 - - 41-42 121-122 - -
25 22 15 72-73 39-40 4 4 40 118-120 - 9
20 20-21 13-14 68-71 35-38 - - 36-39 111-117 6 8
10 18-19 12 62-67 33-34 3 3 32-35 105-110 5 7
<5 11-17 8-11 28-61 28-32 0-2 0-2 19-31 56-104 0-4 0-6

18

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