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Análise
A construção “O que é que você quer dizer com isso?” (linha 6) poderia
ser reduzida, porém a utilização de uma segunda oração como predicativo
enfatiza a dúvida do interlocutor. Da mesma forma ‘com isso’, ao final da frase,
não é uma expressão obrigatória para o sentido do período, porém faz
referência à afirmação que gerou confusão “Você é meu companheiro”.
Na linha 9, a resposta “Não. Não tem nada. Deixa de ser paranoico.” foi
segmentada em três diferentes frases provavelmente visando maior clareza,
além de aproximar o texto da linguagem oral, considerando que ele representa
um diálogo. A linha 13 tem uma ocorrência semelhante em “Ah, sei. Que eu
sou teu companheiro.”, o período foi partido em duas frases, porém as orações
são subordinadas, sendo a segunda o complemento da primeira.
Na frase “No começo era claro” (linha 36) não há um sujeito explícito. O
adjunto foi topicalizado e ganhou destaque, remetendo o leitor ao momento
inicial da conversa. A compreensão de que o ‘era claro’ tem como sujeito o
sentido da conversa não está no plano sintático, dependendo de considerações
discursivas.
O objeto da questão “Você também sente?” (linha 15) não está na
própria oração, porque o emissor está contando com a capacidade inferencial
de seu interlocutor. Quando a comunicação não se efetiva, o complemento do
período aparece em outra fala “Que você é meu companheiro?” (linha 17). O
mesmo processo se repete em “Você quer?” (linha 29), que tem seu
complemento explicitado “Ser meu companheiro” (linha 31) em outra fala e em
“Eu quero.” (linha 37) com a continuação “Que você seja meu companheiro.”
(linha 39) em uma frase diferente.